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OS OVOS RECONHECENDO OS

Os ovos são classificados em três catego- OVOS FRESCOS


rias: A (ovos frescos); B (ovos de segunda
qualidade e armazenados); e C (ovos
destinados exclusivamente à indústria
alimentícia).
ò Os ovos da categoria A são aqueles
encontrados no mercado com as seguin-
tes características: não devem ter sido
submetidos a qualquer tratamento de
conservação, nem ter sido refrigerados
a temperaturas inferiores a 8°C; devem
estar limpos, sem danos e sem aromas
estranhos; a câmara de ar não deve ser
superior a 6 mm; no caso de não ser maior Para verificar se os ovos que você aca-
do que 4 mm, podem ser classificados bou de comprar são frescos, tente usar
como “Extra”. o seguinte truque: mergulhe-os em água
ò Os ovos da categoria B são divididos em salgada (use 100 g de sal para 1 litro
três grupos: os ovos de segunda classe, que de água e mexa bem para dissolver).
não foram conservados; os que não foram Quanto mais fresco é o ovo, menos
refrigerados, os que têm uma câmara de ar ar ele contém, dessa forma, ele irá ao
inferior a 9 mm; os que foram refrigerados fundo quando imerso na água. Se a
a temperaturas inferiores a 8°C, isto é, ponta levantar ligeiramente, é melhor
aqueles que foram conservados em uma usá-lo o quanto antes, de preferência,
mistura gasosa de composição diferente da em preparados não crus. Se ele flutuar,
atmosférica ou conservados por qualquer verifique a data na embalagem ou,
outro tratamento. melhor, não confie na maioria dos ovos
ò Os ovos da categoria C são aqueles dessa caixa! Caso você já tenha quebra-
que não cumprem os requisitos das outras do o ovo, então, verifique a clara: se
duas categorias, portanto, ovos rachados, estiver bem densa e de cor esbranquiça-
quebrados ou parcialmente chocados. da, o ovo é fresco; se a clara estiver semi-
Esses só podem ser vendidos para fábricas líquida, o ovo já tem entre 10 e 15 dias.
de processamento de ovo ou para a indús-
tria alimentícia.

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Sumário
O PERFUME DO PÃO

A história do pão 8
O antigo pão egípcio 11
Um símbolo religioso 12
Da Grécia à Roma, o pão é arte 13
Forno e moinho somente para
os patrões 14
Do Renascimento à Revolução 16 Como sovar 40
O pão nos tempos modernos 17 Como assar 42

Os Ingredientes 18 RECEITAS DE PÃES


A farinha 18
A água 22 Pães tradicionais 46
A levedura (ou o fermento) 23 Pães temperados 65
O sal 26
O malte 28
O açúcar 29
Gorduras vegetal e animal 31
Os ovos 34
Os condimentos 36
Do pão à pizza e à focaccia 38

RECEITAS DE PIZZAS
E FOCACCIAS

Focaccias 82
Pizzas e calzones 91

ÍNDICE ALFABÉTICO
DE RECEITAS 96

7
O Perfume do Pão

O PERFUME
DO PÃO
A História do Pão

A HISTÓRIA DO PÃO
Imagina-se que a invenção do pão tenha sido um evento quase que acidental, feito por algum
antepassado nosso, do início da civilização, algo como a invenção da roda ou do fogo. Mas,
na realidade, tudo aconteceu de forma muito espontânea.

No início os cereais, inteiros ou esmaga- Mesmo que essa descoberta não tenha
dos, eram consumidos crus, somente mais ocorrido tão fácil e rapidamente, não há
tarde se passou a cozinhá-los. dúvidas de que o pão influenciou decisi-
Assar não só melhorou o sabor e a diges- vamente na história do homem e na sua
tibilidade, como também facilitou a con- evolução.
servação, impedindo a formação de mofo.
Começou-se, então, a triturar os grãos
secos, usando-se uma base de pedra gran-
de e polida sobre a qual eram deposita-
dos os grãos e, em seguida, outra pedra
era usada para triturá-los, usando a força
manual. O resultado era uma farinha
áspera e grossa, que misturava-se à água
e, em seguida, era consumida.
O antecessor de tal alimento são os grãos
torrados que consumimos até hoje. Basta
pensar que a cevada torrada é utilizada
como substituto do café, os flocos de
uma determinada espécie de milho fazem
a pipoca, a farinha de cevada, o arroz, a
polenta, o cânhamo e outros cereais que
hoje são muito usados na indústria ali-
mentícia para a primeira infância.
O que provavelmente aconteceu é que
alguns dos nossos ancestrais devem ter
deixado essa farinha crua ao sol ou em
contato com alguma fruta ácida, ou leite
azedo.
A massa sob o efeito da levedura come-
çou a aumentar de volume e se transfor-
mou em um pão.

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O ANTIGO PÃO
EGÍPCIO
Certamente, grandes impérios, como o
Egípcio e o Romano, não poderiam ter se
sustentado sem a força nutritiva do pão.
Entre os antigos egípcios – onde Heródoto
constatou a maneira de se amassar com os
pés – o pão adquiriu pela primeira vez um

O pão dos Faraós


Algumas estatuetas de argila do antigo Egito que
representam homens e mulheres trabalhando uma
massa de cereais e panificando.

valor econômico e social.


Ele era, de fato, utilizado como moeda
para pagar os salários dos agricultores e
dos mais altos cargos do estado, tornan-
do-se, assim, um símbolo de distinção
social (ao povo era destinado o pão de
cevada ou farro e, aos nobres, o de fari-
nha de trigo).
O pão era o alimento principal e, na ver-
dade, quase o único dos agricultores. A
farinha com a qual era confeccionado era
rústica, grossa e com uma grande quanti-
dade de poeira e areia trazidas pelo vento
e outros tipos de impurezas. O agricultor
não conseguia mastigar seu pão delica-
damente, tinha que esmagá-lo, usando a
força de suas mandíbulas.
As impurezas abrasivas a longo prazo,

11
faziam com que até os dentes mais fortes tirado”.
se desgastassem – era comum ver idosos Os primeiros pães precedem as escrituras:
com dentes gastos até a gengiva. pão com fermento e sem fermento (pão
ázimo) são encontrados em todas as reli-
giões monoteístas, porque simbolizam a
UM SÍMBOLO pureza, incorporados na religião católica
como o corpo de Cristo (Eucaristia), ou
RELIGIOSO o alimento para os judeus, quando o
Maná, por milagre caído do céu, ajudou
O pão, após ser difundido pelo anti-
o povo de Israel na travessia do deserto.
go Egito, passou a ser conhecido pelos
É curioso notar como, na religião judaica,
Hebreus (judeus). Vale lembrar a grande
o poder misterioso da força de transfor-
importância simbólica desse alimento na
mação e crescimento do fermento está
religião judaica e, mais tarde, na Cristã.
ligada à ideia do pecado, ou seja, à con-
No antigo testamento é possível constatar
taminação moral do homem causada
que o pão e a farinha estavam presentes
por um comportamento transgressor e
na alimentação dos povos do Oriente.
proibido.
“Com o suor do teu rosto, comerá pão;
Este conceito está bem representado
até que voltes à terra porque dela foste
em uma passagem do Talmud – Rabino
Aleksandri, guia espiritual de uma comu-

O PÃO ENTRE A
SIMBOLOGIA E O
FOLCLORE
Ao longo do Mediterrâneo, além do
significado religioso – simbólico, há
crenças populares, que dão ao pão
um símbolo auspicioso. Dizem, por
exemplo, que dá azar cortar o pão com
uma faca, ele deve ser rasgado com as
mãos; ou que o pão deve sempre estar
à direita na mesa e nunca à esquerda;
ou ainda que se um pão cair no chão
deve ser recolhido com reverência ou
até com um beijo.

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nidade hebraica, que conclui sua oração
com a seguinte frase: “Oh Senhor do
Universo está perfeitamente claro que é
nossa intenção fazer a tua vontade. Mas,
o que o impede? O fermento que está na
massa.”

DA GRÉCIA À ROMA:
O PÃO É ARTE
Os gregos da região norte provavelmente
conheciam a arte da panificação do povo
do norte que substituiria as civilizações
Os padeiros na antiga Roma Minoica e Micênica e que, mais tarde,
O baixo relevo romano retrata o trabalho na loja de um tornaria-se a civilização de Pólis. É nestas
padeiro, a atividade mais frequente, naquele tempo, nas
praças e nas ruas comerciais. antigas populações que o composto primi-
tivo de água e farinha se iniciou, depois
foram adicionando outros produtos como
leite, especiarias, entre outros. Foram eles
que criaram os primeiros fornos públicos
e as primeiras regras de panificação. Por
fim, os gregos passaram seus conheci-

13
mentos aos romanos. Na Roma antiga, o
pão tornou-se a comida de todos. Existia,
inclusive, uma lei que estabelecia que o
preço da farinha de trigo vendida à popu-
lação para fazer pão deveria ser inferior ao
preço de mercado.
A arte de fazer pão se difundiu em
Roma, após a derrota do Rei Perseu da
Macedônia, pela mão de seus escravos
Nutrição na Idade Média
gregos, que trouxeram com eles a forma Em uma miniatura em um manuscrito medieval,
de trabalhar. Historiadores de Atenas, Santa Margarida recebe pão e água na cela, para
como Plínio o Velho e Gellio, falam sobre testemunhar o alto poder nutritivo que o pão tinha
naquela época.
o tipo e a qualidade dos pães: do biscoito
de farinha de cevada ao pão de farinha
de trigo, que acabou por suplantar o puls
(um mingau de farinha de cevada ou de
FORNO E MOINHO
fava cozido na água) e se tornou o prin- SOMENTE PARA
cipal alimento da população romana. A OS PATRÕES
panificação como um serviço público, sob
o controle dos construtores, foi introduzida Com a queda do Império Romano, a cul-
em Roma em 168 a.C. e se desenvolveu tura do pão e da panificação se dispersou;
tanto que, na época de Augusto, já se conta- o contato com os povos bárbaros, nôma-
vam 400 fornos só na capital. Portanto, se a des e guerreiros não trouxe nada de novo,
arte da panificação nos tempos antigos não mas acabou empobrecendo a tradição
era tão evoluída como é hoje, ainda assim gastronômica romana. Antigamente, o
era incontestavelmente eficaz. Prova disso uso do pão distinguia os bárbaros dos civi-
são as inúmeras representações nas paredes lizados: os primeiros comiam um mingau
das pirâmides, ou os afrescos remanescentes grosseiro preparado com grãos selvagens,
da época do Império Romano, como aque- os outros cultivavam os grãos e sabiam
les nas cidades de Pompéia e Herculano. fabricar o pão.

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Na Idade Média, o pão era muito impor- como a cevada, o farro, o centeio, entre
tante, mas o núcleo nutricional foi for- outros. Na dieta das classes mais baixas,
mado a partir da carne que eles comiam, o pão “pobre”, de cor escura, mal fermen-
proporcionalmente, mais do que na era tado e a polenta de milho ou aveia eram
moderna, cerca de 100 quilos por pessoa, muito importantes, pois eram refeições
por ano. No período feudal, o pão de fari- capazes de afastar a sensação de fome,
nha de trigo era exclusivo dos Senhores; enquanto proporcionavam uma boa
a população, nesses tempos de crise, não ingestão calórica, junto a outros alimen-
podia se dar ao luxo de usar o trigo e tos ricos em amido, como as leguminosas
acabaram redescobrindo outros cereais, (feijão, fava, grão-de-bico, ervilhas), as cas-

CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS
DOS DIFERENTES TIPOS DE PÃES

Como alimento, o pão tem um índice médio de saciedade e um teor médio de calorias
(200 a 300 kcal a cada 100 g). Não há contraindicações para consumí-lo várias vezes
ao dia, embora você deva ter cuidado para não exceder na quantidade ou ser tomado
por aquela sensação de dependência (como acontece com aquelas pessoas que não
podem comer qualquer coisa a menos que seja acompanhada por pão). Para aqueles
que tiverem problemas e têm que seguir uma dieta de baixa caloria é recomendado
escolher pães que apresentem o mesmo volume com uma quantidade menor de calo-
rias. O pão branco tem um índice glicêmico muito alto, portanto, devemos evitar
consumí-lo sozinho ou em conjunto com açúcares simples como geleia, embora seja
sempre bom adicioná-lo a uma refeição balanceada que contenha proteínas e gorduras.
É interessante saber que o pão com um elevado teor de proteínas, produzido com fari-
nhas de trigo duro ou kamut, tem um índice mais alto de saciedade e um baixo índice
glicêmico. Quando se fala em pão, você acha que já sabe de tudo, mas este alimento
está entre os mais variados que podem existir. As variações
vão da diversidade de ingredientes e modos de preparo,
além dos tipos de tratamento a que são submetidos.
Não é à toa que, na Itália, existem pães que também
receberam a certificação DOP, como o famoso pão
de Altamura.

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tanhas, ou, em períodos de maior cares- próprio pão, usando seus próprios ingre-
tia, as bolotas (frutos do carvalho). Apesar dientes. Cada pão era marcado antes de ir
de o pão de trigo ser consumido apenas ao forno, de modo que o pão as-
por nobres e ricos – em outras palavras, sado conservava a marca e era facilmente
aqueles que tinham a carne como sua identificável: foi nessa época que nasceu
principal fonte de alimento – as receitas a superstição do pão sempre virado para
eram cada vez mais enriquecidas com a cima e nunca colocado de cabeça para
adição de ingredientes sofisticados, como baixo sobre a mesa. Na verdade, o pão
anchova, queijos e ervas. Em tempos feu- daqueles que não eram bem-vindos na
dais, as padarias de maior importância comunidade, os ladrões ou bandidos, era
continuaram a existir nos conventos, mas assado de cabeça para baixo, e, na época,
moinhos e fornos eram de uso exclusivo acreditava-se que, ao tocar nesses pães, a
dos Senhores solteiros que, para reforçar pessoa teria azar.
o seu poder, administravam em regime de
exclusividade, impedindo seus súditos de
construir outro para uso pessoal. DO RENASCIMENTO
Nos moinhos, após pagarem as taxas para
o Senhor, cada pessoa preparava o seu
À REVOLUÇÃO
Sobre as mesas do renascimento Foi durante o Renascimento, com a intro-
Afresco de um palácio de Foligno do século XV, com a dução da cerveja, do fermento e da
representação de uma mesa Renascentista, na qual se
encontra em primeiro plano a presença do pão. farinha de alta qualidade, que o pão
começou a viver um período de prospe-
ridade. Pouco mudou até o século XVIII,
quando foram introduzidos os moinhos
com cilindros de aço – que chegaram para
substituir as mós (pedras circulares) que,
desde o século XII, caracterizavam a eco-
nomia rural. Dessa forma, podia-se obter
um produto final mais fino. Na véspera
da Revolução Francesa, os problemas de
abastecimento tornaram-se cada vez mais
frequentes: a farinha era escondida antes
da produção e, em seguida, colocada no
mercado com um aumento substancial

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dos preços. O povo consumia o pão escu-
ro, de má qualidade, obtido a partir de
HOJE NÃO HÁ MAIS
uma farinha com trigo, cevada, centeio e
aveia, enquanto os ricos e os mais abas- TEMPO PARA O PÃO
tados consumiam o pão branco. Com a Comprar pão fresco todos os dias pare-
Revolução Francesa, foram abolidos mui- ce uma coisa absurda. Afinal, o ritmo
tos privilégios: os Senhores dos fornos da vida moderna é tão corrido, que
desapareceram quase que completamente é quase impossível encontrar tempo
e, a partir desse momento, todas as casas para passar todos os dias na padaria.
Assim, muitas vezes, o consumo de
particulares poderiam ter o seu próprio pão embalado (ou até congelado, que
forno. pode ser aquecido no forno) parece ser
a melhor opção. Entretanto, ele não
tem as mesmas características nutricio-
nais e a qualidade do produto fresco.
O PÃO NOS TEMPOS Com a descoberta de novos valores
MODERNOS no campo da nutrição, há aqueles que
optam por:
- comprar pão em padarias de qualida-
Até o século XIX, a proporção de pão de e preservá-lo no congelador. Afinal,
consumido aumentou gradualmente até o pão congelado mantém uma boa
300 quilos per capita por ano. Apenas qualidade, podendo ser descongelado
nos períodos de bem-estar específicos, e resgatado o seu frescor. Para isso,
como no “boom” econômico dos anos basta levá-lo ao forno a uma tempera-
tura não superior a 70°C;
1960, que vimos uma queda no consumo - produção caseira, fazendo-se manual-
de pão em favor da carne. Na alimenta- mente ou através de uma máquina de
ção moderna, o pão assumiu um papel pão. Quanto a essa última alternativa,
muito importante, graças à variedade nesta edição, você não vai encontrar
receitas específicas, pois, como exis-
de produtos disponíveis. Atualmente, o
tem vários modelos dessas máquinas,
mercado disponibiliza farinhas de cereais seria impossível dar uma indicação
integrais, que, antigamente, eram consi- que fosse válida para todos. As receitas
deradas pobres, e, agora, são sinônimos sugeridas são destinadas às produções
de alta qualidade. manual e caseira, porque acreditamos
que, além de ser uma fonte de comida
saudável e de qualidade, proporciona-
grande satisfação.

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Os Ingredientes
OS INGREDIENTES
O pão altera seu sabor, sua textura e sua aparência, dependendo do país, da região, ou da
família na qual ele é preparado. Mas uma coisa nunca muda: os principais ingredientes, que
são farinha de trigo, água e fermento.

A FARINHA proteínas: gliadina e gluteína que, em


contato com a água, reagem e formam o
A farinha é um alimento obtido da moa- glúten, uma proteína complexa que cria
gem de cereais, principalmente milho um padrão no interior da massa de fari-
ou trigo, mas também de cevada, farro, nha e água, tornando-a compacta, elástica
arroz, aveia, centeio e kamut. Quando, em e capaz de reter gases que são desenvolvi-
uma receita, vemos a palavra “farinha”, é dos em seu interior, criando bolhas. É esse
preciso saber a que tipo de grão estão se processo que dá ao pão e a outros produ-
referindo. A propriedade mais importante tos fermentados uma textura esponjosa
da farinha de trigo é a presença de duas bem característica.

CEREAIS PRECIOSOS
Presentes desde os primórdios na nossa alimentação, os cereais ainda são a prin-
cipal fonte de alimento para muitas pessoas, bem como a base da dieta mediter-
rânea. Isso ocorre principalmente porque as plantas são de fácil crescimento,
adaptáveis a diferentes condições climáticas, têm facilidade de processamento (o
que o torna um produto barato) e são muito versáteis na cozinha. A indicação
“cereal” identifica algumas plantas anuais pertencentes à família das gramíneas,
todas cultivadas com sementes, de cuja moagem se obtém a farinha especialmente
útil para a panificação. Certamente os cereais mais cultivados são o trigo, o arroz
e o milho, mas os chamados “cereais menores” não podem ser esquecidos: ama-
ranto, aveia, farro, mandioca, milho, cevada, quinoa e centeio. O trigo sarraceno
também é considerado cereal, mas pertence à família Polygonaceae. Os grãos de
cereais são geralmente colhidos em espigas (milho) ou panículas (arroz) e são
protegidos externamente por uma camada (casca) que geralmente é eliminada
no refino. Com o tempo, verificou-se que estas camadas exteriores são ricas em
fibras, proteínas e outros nutrientes valiosos. É por isso que, hoje em dia, reco-
menda-se o uso de grãos integrais e farinhas derivadas desses grãos. Além disso,
é sempre bom lembrar que é essencial recorrer a produtos orgânicos ou similares,
cultivados sem o uso de agrotóxicos.

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CEREAIS E AFINS

Farro ou espelta

Milho Trigo sarraceno


Trigo de grano
duro e tenro

Entre os cereais estão algumas gramíneas e


poligonáceas (trigo sarraceno) que fornecem
frutos ricos em amidos e substâncias proteicas,
amplamente utilizados (particularmente a farinha)
na alimentação humana e animal.

Cevada

Aveia Milheto

19
CLASSIFICAÇÃO
DA FARINHA Canadá e Argentina produzem o melhor
trigo tenro.
As farinhas de trigo são classificadas de ò As nomenclaturas “integral”, “2”, “1”,
acordo com a quantidade de cinzas. “0” e “00” (comuns na Itália, por exem-
òTipo 00 com até 0,50% de cinzas. plo) indicam com qual parte do trigo em
òTipo 0 com até 0,65% de cinzas. grão foi obtida a farinha, então:
òTipo 1 com até 0,80% de cinzas. - para a farinha integral, a moagem
òTipo 2 com até 0,95% de cinzas.
será grossa e irá abranger todo o grão,
òIntegral com 1,40% a 1,70% de cin-
incluindo a casca (envólucro exterior de
zas, incluindo o farelo também.
cor marrom);
Por cinza se entende o resíduo que a
- para o tipo 2 a moagem da farinha vai ser
farinha deixa depois de ser submetida a um pouco mais fina do grão inteiro, mas
altas temperaturas e entrar em combus- sem a casca;
tão. Na realidade, não se trata de cinza - para o Tipo 1 a moagem da farinha será
propriamente dita, mas de sais minerais ainda mais fina e vai usar o grão privado
não prejudiciais à saúde humana, que do farelo (primeira camada que envolve
são regulados por lei para a classificação as outras três que compõem o grão). E
de moagem da farinha. assim vai até chegar à farinha 00, que
é feita apenas com o coração do grão, a
parte mais nobre, mais rica em glúten e
açúcar. As farinhas 2 e 1 são usadas por
FARINHA DE GRANO TENRO poucos padeiros e nem todas as usinas
E FARINHA DE GRANO DURO as produzem: com elas, obtém-se um pão
caseiro muito rústico, com bolhas gran-
A primeira distinção entre elas pode ser des, pesado e bastante denso, uma vez
baseada no tipo de trigo. que a farinha é obtida da parte menos
Existem grãos macios e grãos duros, e a nobre do grão (que a maioria das pessoas
única coisa que os diferencia é a farinha não aprecia). A farinha 0, na europa e
obtida a partir deles. nos Estados Unidos, é a mais usada na
ò O trigo tenro (Triticum vulgaris) nos panificação industrial.
dá uma farinha branca, com consistência ò Para o trigo de grano duro (Triticum
de pó, usado principalmente em produtos durum) o discurso é um pouco diferente:
de confeitaria e padaria. Entre os trigos a parte externa do grão não tem valor, ela
tenros há diferentes espécies, dependen- é descartada e destinada à alimentação
do do local de origem: Estados Unidos, animal, enquanto que o resto do grão é

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Qual farinha usar?
Dependendo da receita, a farinha pode ser branca,
integral, de grano duro ou de outros cereais. O mais O QUE CONTÉM
importante é que ela seja fresca. A FARINHA

moído e peneirado, extraindo-se, assim, 8 As enzimas são importantes na pani-


a sêmola, a semolina etc. Essas farinhas ficação e são divididas em amilase e
são amareladas, mais grosseiras ao toque e protease. A primeira ataca o amido da
farinha e produz o alimento de base
usadas para fazer massas e alguns tipos de
para a levedura, a última ataca o glúten,
pão que são definidos como “sêmola de
tornando-o mais elástico.
grano duro” ou “farinha de grano duro”. 8 Os açúcares são necessários para
alimentar o fermento e fazê-lo crescer e
A FORÇA DA FARINHA se multiplicar.
Dependendo da quantidade maior ou 8 As proteínas podem ser solúveis e
menor de glúten contida na farinha, a insolúveis: as mais importantes são a
massa com água vai ser mais ou menos elás- gliandina e a gluteína, que se ligam
tica e resistente, além de reagir de formas durante a sovação, formando o glúten.
diversas com a levedura. Essa característica 8 Os minerais são nutrientes essen-
é indicada como fator “W”. Este fator não ciais para o corpo humano e exercem
é mencionado nas embalagens caseiras, diferentes funções químicas dentro do
apenas naquelas de uso industrial. Quanto nosso organismo.
mais elevado é o fator W, maior é o teor de

21
glúten. Com base nesta medição, as fari- A ÁGUA
nhas são classificadas em “fraca” ou “forte”:
- Farinha fraca (até 170 W) absorve cerca A água é usada para hidratar a farinha, os
de 50% do seu peso em água e são usa- grãos de amido incham e conferem plastici-
das para waffles, biscoitos, palitos de dade à massa. Para uma boa massa, o ideal
pão, pastéis; é não usar água da torneira, porque contém
- Farinha média (a partir de 180 até 260 cloro e sais de cálcio que limitam a funcio-
W) absorve 55 a 65% do seu peso em nalidade do fermento. O melhor é usar água
água e são usadas para massas fermen- de uma nascente não contaminada. Você
tadas que requerem uma quantidade pode, também, recorrer a uma boa água
média de água, como o pão francês, pães mineral natural ou ferver a água da torneira,
com azeite ou pizza; e deixá-la repousar por algumas horas (dessa
- Farinha forte (280 a 350 W) absorve forma, o cloro irá evaporar). A temperatura
65-75% do seu peso em água e é usada à qual deve ser mantida é de cerca de 25°C,
para massas fermentadas que requerem pois as leveduras são ativadas a partir de
uma elevada quantidade de água ou 20°C até 30°C.
outros líquidos, tais como croissants,
bolos e pizza; A água para a massa
- Farinhas especiais (mais de 350 W ) Deve ser pura e livre de cloro e sais minerais.
absorve até 90% do seu peso em água
e é produzida com grãos especiais, prin-
cipalmente americanos e canadenses.
Geralmente é usada para reforçar fari-
nhas muito fracas ou para pães de difícil
panificação.
Para descobrir o factor W, mesmo quando ele
não vem indicado nos pacotes da farinha de
uso doméstico, veja as referências da tabela
nutricional. De fato, quanto maior o teor de
proteína, maior será a força da farinha. Uma
ótima maneira de obter a farinha correta é
recorrer às fábricas ou aos depósitos de grãos,
onde você pode comprar farinha em sacos
de 30 a 50 kg para uso profissional e, assim,
saber o indicador W que, nesses casos, deve
ser impresso na etiqueta.

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A LEVEDURA
(OU O FERMENTO)
A levedura já era conhecida na época
dos egípcios e, provavelmente, suas pro-
priedades foram descobertas por acaso:
uma massa normal de farinha e água foi
esquecida sob o sol forte daquela região e,
consequentemente, fermentou. A levedu-
ra tem a função de fermentar e aumentar
a massa através do desenvolvimento de
ácido carbônico, que contribui para a cria-
ção de um pão esponjoso e leve. Ela trans-
forma os substratos liberados pela moa-
gem, a fim de modificá-los para que a sua
assimilação e digestibilidade sejam mais
fáceis. É composto por microorganismos O fermento de cerveja
O fermento industrial é também chamado de fermento
vivos chamados Saccharomycetes (que são de cerveja, pois era produzido com resíduos do proces-
fungos), bactérias (B-glutinis, B-subtilis, samento da cerveja.
etc.) e micélio (ou seja, organismos simi-
lares às algas). O processo de modificação para descansar, porque o crescimento é
do Saccharomycetes é muito rápido, no ativado durante o cozimento. É um pro-
fermento comprimido há milhões de célu- duto de qualidade inferior e rendimento
las se multiplicando que levam ao cresci- menor do que as leveduras convencionais,
mento da massa em poucas horas. Se o mas é ótimo para quem é intolerante à
processo prosseguir, um centímetro cúbi- Saccharomycetes.
co de massa vai condensar 150 milhões ò O fermento seco em pó é a levedura
de células. Em leveduras naturais, uma desidratada. Seu uso é a melhor opção
fase de germinação é seguida por outra de em regiões muito quentes, onde a preser-
redução durante o cozimento. vação do produto fresco não é possível. O
seu rendimento é, pelo menos, três vezes
QUAL FERMENTO DEVO USAR? maior do que o fermento normal. Apesar
ò Existem diferentes tipos de fermento. do que diz algumas indicações nas embala-
Há um produto químico que, quando gens desses produtos, ele deve ser tratado
colocado na massa, não precisa de tempo como uma substância viva, bastando ser

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hidratado. Por isso, deve ser dissolvido em tidade de água morna e uma colher (de
água a uma temperatura de cerca de 25°C chá) de mel, para ajudar a ativar as enzi-
e alimentado com uma pequena quantida- mas. Misture a massa e deixe fermentar
de de açúcar ou de malte. Uma vez inte- em um lugar quente e ventilado por 2 a 3
grado à massa, você tem que dar-lhe tempo dias, certificando-se de que a temperatura
para ativar o processo de fermentação. não caia abaixo de 15°C ou suba acima de
ò O fermento fresco é encontrado facil- 20°C. Após esse tempo, trabalhe a massa
mente em padarias. O seu rendimento é com mais um pouco de farinha e água.
menor em comparação ao fermento seco, Deixe repousar novamente por mais 1 ou
porque 70% dessa mistura, que é uma cul- 2 dias. Feito isso, a levedura deverá estar
tura de Saccharomyces, é constituída por pronta. Um cheiro característico virá da
água. No entanto, o resultado é melhor chamada massa azeda e ela deverá ser resis-
no que diz respeito à qualidade de fer- tente à pressão e ter aparência desgastada.
mentação. O ideal é mantê-lo na geladeira ò Segundo procedimento: misture 100 g
até o momento de uso, uma vez que as de farinha orgânica com uma colher (de
baixas temperaturas mantêm as leveduras sopa) de azeite extravirgem, uma colher
adormecidas, impedindo-as de se prolife- (de sopa) de mel e um pouco de água
rar. Na verdade, a partir de 25°C, essas morna. Você tem que trabalhar bem até
leveduras começam a se mover e aquecer, obter uma massa que não grude nos
promovendo, também, a sua decomposi- dedos. Passe para uma tigela de barro,
ção. Um erro comum é pensar que você cubra com um pano úmido e deixe des-
pode congelar o fermento, colocando-o no cansar por 2 a 3 dias, a uma temperatura
freezer, quando não foi usado e está pres- de cerca de 20 °C. Passado esse período,
tes a vencer. Uma vez que passar o período pegue a massa e sove-a com mais um
de vencimento do Saccharomycetes, eles pouco de farinha e água morna. Deixe-a
ficam inapropriados para a fermentação. fermentar novamente por 2 dias e sua
massa azeda estará pronta.
COMO FAZER O FERMENTO ò Terceiro procedimento: essa etapa é
EM CASA: A MASSA MÃE mais curta do que as anteriores e consiste
Esse tipo de fermento é recomendado para em adquirir um pouco de pasta de levedu-
quem prepara o pão em casa rotineiramen- ra da padaria. Dissolva a pasta de levedura
te e regularmente (pelo menos, uma vez em uma tigela de barro com água levemen-
por semana). te salgada. Adicione de 2 a 3 xícaras (de
ò Primeiro procedimento: em uma tigela chá) de farinha fresca e trabalhe com uma
de barro, coloque um pouco de farinha colher de pau até a massa ficar espessa.
orgânica fresca e adicione a mesma quan- Depois, amasse com as mãos, adicionan-

24
O fermento natural ou a massa mãe
Este tipo de levedura tem muitas vantagens: o sabor e o aroma típicos (devido aos álcool e ésteres formados na
fermentação e na reação de Maillard), e maior digestibilidade e estrutura de pão regular. Infelizmente, este tipo
de levedura exige um tempo de processamento mais longo.

do mais um pouco de farinha. Quando a da última massa de pão feita, removida


massa não estiver mais pegajosa, coloque-a antes de cozinhar. Mantenha essa mistura
em uma tigela e deixe-a repousar por um em um lugar quente e coberta com um
dia inteiro. pano, por 3 ou 4 dias, até a massa come-
ò Quarto procedimento: o fermento çar a exalar um odor ácido, mas agradável.
caseiro também pode ser obtido a partir Essa levedura amadurece graças à fermen-
de uma parte (do tamanho de um punho) tação colateral, que é enriquecida com

25
ácido láctico, acético e butírico. Além de
FAZENDO PÃO COM ser particularmente eficaz, é intensamente
FERMENTO NATURAL aromática, mesmo que, para agir, precise
de um tempo mais longo em relação a
Quando o fermento estiver pronto, use outras leveduras.
cerca de 80 g por quilo de farinha.
òMisture a massa azeda com 500 g de
farinha e 500 g de água quente, para
obter uma massa mole, que você vai dei-
O SAL
xar fermentar novamente, coberta com
Adicionado em uma pequena porcenta-
um pano, por, pelo menos, uma noite
gem à massa do pão, o sal confere sabor,
inteira. Se, na manhã seguinte, você
notar bolhas na superfície da massa, garante a elasticidade e a preservação
este é um sinal de que a fermentação foi prolongada (devido à ação antibacteriana).
bem-sucedida. Trabalhe essa primeira
mistura, adicionando cerca de 700 g de
farinha, 3 colheres (de sopa) de mel,
2 colheres (de chá) de sal e 300 ml de
leite, e, então, trabalhe bem a massa
por alguns minutos. Finalmente, modele
dois pães redondos (ou, se preferir, vários
rolos menores) e deixe crescer novamente
em um local morno e arejado (por exem-
plo, o forno morno e desligado com a
porta entreaberta), até que dobrem de
tamanho. Será necessário, como explica-
do acima, mais tempo do que o utilizado
para a massa regular, mas o resultado
será igualmente gratificante. Preaqueça
o forno a 200°C e asse o pão por cerca
de meia hora. Em seguida, abaixe o fogo
a 190°C, e continue assando até que os
pães estejam dourados uniformemente.
òSe você quiser fazer mais pão posterior-
mente, preserve um pouco da primeira
mistura na geladeira, em um recipiente
hermético.

26
Antes da utilização, deve ser, de preferên-
cia, dissolvido em um pouco de água, de A CONSERVAÇÃO DO
modo a maximizar a sua eficácia. Uma
FERMENTO NATURAL
dica valiosa é sempre adicioná-lo ao final
da mistura da massa, para evitar que blo- A massa azeda - também conhecido como
queie a fermentação, pois, como é um levedura ou fermento - é por excelência
agente antibacteriano é um inimigo da o fermento caseiro, e, se você costuma
Saccharomyces. fazer pães regularmente, nunca precisará
ò Dentro da massa, essa substância tam- comprar outro tipo de levedura.
bém realiza outras funções: aumenta a òSeja qual for o método que você optar
qualidade do glúten, tornando a massa para a sua produção, sempre poderá
mais fácil de trabalhar, e rende uma crosta guardar a massa azeda na geladeira ou
mais crocante. em local fresco. Para isso, basta envolvê-
-la em um pano de algodão ou em um
vidro hermético por 10 a 15 dias.
òEsse tipo de levedura não dura muito
tempo, porque a fermentação ácida,
devido a certas bactérias, provocam o
desenvolvimento da Saccharomycetes.
O fermento velho irá produzir uma
fermentação muito ácida, resultando em
um pão duro e de sabor amargo. Para
evitar que isso aconteça, devemos reju-
venescer a levedura a cada 3 ou 4 dias
com a adição de água morna e farinha.
Uma vez misturado tudo, o fermento
será utilizável novamente, pois esse pro-
cesso irá ativar a fermentação alcoólica,
que aumentará o número de fungos de
levedura e a diminuição das bactérias do
ácido. Essa operação de atualização da
levedura tem a função de mantê-la ativa
e preparar o fermento para panificação.

27
de alimentos naturais e orgânicos e em
alguns supermercados, grosso ou triturado
finamente.
ò E lembre-se: se você colocou muito sal
na massa, é possível corrigir com a adição
de um pouco de leite.

CUIDADO COM O SAL


Hoje em dia, é preciso prestar
atenção ao uso excessivo do
sal, uma vez que ele não é mais
um item tão raro e especialmente
valioso para a conservação dos
alimentos. Não podemos esquecer do
risco que ele causa à hipertensão, além
O sal marinho integral do endurecimento das artérias e de uma
Em comparação ao refinado é submetido a um grau
menor de refinação e, consequentemente, é mais rico forte retenção de água, com consequên-
em minerais (cálcio, magnésio, etc.) e microminerais cias perigosas para os rins, o sistema
preciosos para o nosso corpo (sódio, bromo, zinco etc.). circulatório e o coração. O consumo
médio diário dessa substância não deve
ò A utilização do sal marinho é uma ser superior a 5 g, considerando não
indicação válida na cozinha, não só para apenas o sal que usamos como tempero
a preparação de pães. Quem acredita que dos nossos pratos, mas também aque-
o sal comum é proveniente da evaporação le que está “escondido” nos alimentos
da água do mar está completamente enga- industrializados.
nado. O sal comercial é obtido com uma
série de lavagens industriais que empobre-
cem os minerais e metais, de outra forma
considerados “nocivos”. Por isso, é uma O MALTE
boa ideia substituir o sal comercial por sal
marinho integral, que fornece ao corpo O malte, obtido a partir da germinação
a quantidade certa de oligoelementos, artificial e posterior dessecação de alguns
úteis aos vários processos vitais de diversas cereais (principalmente trigo e cevada,
maneiras e para diferentes funções. Ele aveia e arroz, por exemplo), contém uma
pode ser facilmente encontrado em lojas substância de grande importância na

28
indústria de panificação, sendo um “adi-
tivo” muito útil: trata-se da diastase, uma
enzima capaz de transformar o amido
da farinha em açúcar, que será usado
diretamente na fermentação da levedura.
Na prática, adicionando à massa peque-
nas quantidades de malte, aumentamos
a disponibilidade de nutrientes para a
levedura que, assim, pode desenvolver
melhor a sua função. Além disso, a adi-
ção de malte favorece a formação de uma
crosta atraente e uniformemente dourada
no pão, o qual vai apresentar excelentes
características organolépticas e o aumento Malte, mel ou açúcar
Para a panificação, é melhor não recorrer ao açúcar,
do valor nutricional. prefira mel ou malte.
Existe uma grande diferença entre o açú-
car e o malte. O primeiro cumpre apenas
a função de remover o sabor do fermento, contém mais amilase (ou seja, uma solu-
funcionando como ativador, enquanto o ção concentrada).
malte contém maltose, um açúcar que, O malte pode ser adquirido em lojas de
além de cumprir essa função, traz enzimas alimentos naturais ou em padarias. Ele
amilase, que são aquelas que transformam pode vir na forma de pó, mas o mais
o amido em glicose, usados, por sua vez, comum é encontrá-lo na forma de uma
pelas enzimas zymase (contidas na leve- pasta fluída, como o mel, porém, mais
dura) para produzir o álcool etílico e o escura. Deve ser adicionado à massa do
dióxido de carbono, a partir dos quais pão na proporção de 0,5 a 1% da farinha
se dá a fermentação. É preciso distinguir de trigo utilizada.
entre malte de cevada e de trigo. O malte
de trigo é adequado para aqueles que
mostram intolerância ao glúten. Por ser O AÇÚCAR
um ingrediente pouco utilizado, você
pode encontrá-lo na forma de pó ou em Na panificação, o açúcar constitui um ingre-
pasta, nas fábricas ou lojas de produtos diente utilizado para desenvolver as leveduras, e,
orgânicos. Ele também ajuda a parte final por isso, ajuda na fermentação e serve para ado-
da fermentação durante o cozimento. O çar. No que diz respeito à utilização do açúcar,
malte de cevada é o melhor de todos, pois no entanto, é necessário um aprofundamento.

29
ATENÇÃO AO nos tecidos adiposos sensíveis, isto é, nas
CONSUMO EXCESSIVO veias em torno do fígado. Essa substância
As indústrias de alimentos estão nos tor- também leva a uma insuficiência do pân-
nando “viciados”, habituando o nosso creas, que é colocado sob grande esforço
paladar a alimentos saborosos e açuca- para produzir a insulina necessária para
rados, que nos atraem imediatamente, ser utilizada pelas células. Um consumo
saciando qualquer outro tipo de desejo. O excessivo e prolongado de açúcares pode
açúcar está presente em todos os alimentos causar diabetes e problemas de cárie den-
embalados, mesmo naqueles onde nem tária. E, por fim, a ingestão do excesso de
imaginamos. O açúcar em si é pura ener- calorias através do consumo de alimentos
gia que, se não for consumido imediata- que, além da adição de açúcares, também
mente, acumula-se sob a forma de gordura são ricos em elementos nutricionais de

O malte na massa
A adição de malte favorece a formação de uma crosta uniforme e dourada no pão, além de melhorar o sabor e o
valor nutricional.

30
GORDURA VEGETAL
E GORDURA ANIMAL
A gordura, quando adicionada em peque-
nas quantidades (máximo de 30% da
farinha de trigo utilizada), melhora o
sabor do pão, fazendo com que a massa
fique mais maleável, além de prolongar a
sua frescura. No entanto, a gordura tem a
desvantagem de retardar a fermentação e,
O mel se adicionada em quantidades excessivas,
Na ausência do malte, ele é melhor do que o açúcar, pode, até mesmo, inativá-la. Precisamente,
para reduzir o sabor de levedura e ativar a fermentação. por esse motivo, no caso de receitas par-
ticularmente ricas em gordura e açúcar,
grande valor que podem causar uma série essas devem ser adicionadas em passos
de outros danos ao corpo. Considere, subsequentes, intercaladas com as outras
também, que tais alimentos são derivados fermentações.
de uma série de grandes e complicadas ò As gorduras são substâncias alimenta-
transformações da cana de açúcar ou da res constituídas de lipídos, que são utiliza-
dos pelo organismo como aporte calórico,
beterraba (que vão desde a purificação
para a absorção de vitaminas solúveis em
com cal ao tratamento com enxofre para
gordura. E, por algumas atuarem como
descolorir o xarope, ou a coloração com
isolantes, têm uma função estrutural em
azul-ultramarino para eliminar os reflexos relação a certas partes do corpo. Pode-se
amarelados). dividir as gorduras em dois grupos: a de
ò Não pense que vale a pena usar o origem animal e a de origem vegetal. As
açúcar menos refinado, pois, mesmo em de origem animal são constituídas princi-
menor grau, ele também está sujeito a palmente de ácidos graxos saturados; e as
estes e outros processos de transformação de origem vegetal são obtidas a partir de
industrial – em todos os casos, é um ali- gorduras monoinsaturadas ou poli-insa-
mento falso e prejudicial. Portanto, reco- turadas. As gorduras saturadas tendem a
menda-se, sempre que possível, o uso de aumentar o colesterol no sangue, ajudan-
adoçantes naturais como mel ou xarope do a criar problemas cardiovasculares. Por
de bordo. outro lado, as gorduras poli-insaturadas

31
Óleo, manteiga e banha de porco
Estas são as gorduras mais comuns utilizadas no
cozimento. Garantem um pão mais macio e saboroso
e melhoram a sua conservação.

tendem a reduzir o colesterol no sangue.


Quanto às gorduras monoinsaturadas,
embora não tenham um efeito significa-
tivo sobre a taxa de colesterol no sangue,
aumentam a presença de certas proteínas.
É o famoso HDL, capaz de impedir a
deposição do colesterol na parede interna
dos vasos sanguíneos, permitindo a sua
eliminação natural.
Além dos condimentos habituais, a cada
dia, consumimos mais gordura, através
da assimilação de alimentos que con-
têm quantidades significativas de gordu-
ra escondida. Em particular, em uma
dieta vegetariana, por exemplo, ingerimos
sementes oleaginosas (nozes, amêndoas,
avelãs, pinolis, amendoins, azeitonas etc.),
legumes, ovos, leite e queijo. Por isso,
devemos nos lembrar de que é preferível
o consumo cru desses alimentos, pois,
mesmo a uma temperatura mínima, a
gordura presente neles desenvolve subs-
tâncias tóxicas e nocivas.

QUAIS GORDURAS DEVO USAR?


ò As usadas com mais frequência são a
manteiga e o óleo.
ò Com relação à manteiga, recomenda-
mos o uso limitado, dado o aporte caló-
rico elevado e a presença consistente de
colesterol. Para contornar esse problema,
podemos usar a manteiga clarificada ou

32
ghee. A manteiga clarificada tem uma
quantidade de gordura maior do que a A MANTEIGA
tradicional: quase 100%, em vez de 86%, CLARIFICADA
uma vez que não contém água. O ghee
deve ser utilizado em todas as preparações Para que a manteiga seja clarificada, ela
que necessitam do uso da gordura frita. deve ser submetida a um tratamento que
Ele garante um sabor amargo caracterís- elimina a maior parte da caseína e da
água. Derreta 300 g de manteiga em uma
tico e não queima durante o cozimento. panela, em banho-maria. Após a fusão,
Também pode ser aromatizado com ervas que deve ser bem lenta e em fogo bran-
e usado em quantidades menores em rela- do (ou em banho-maria), com a ajuda
ção à manteiga normal. de uma escumadeira, elimine a espuma
ò A composição do óleo é mais equilibrada que, gradualmente, vai se formando na
superfície. É preciso manter a manteiga
do que a da manteiga, visto que contém
em fusão sem queimar e continuar remo-
cerca de 20% de gordura saturada, 10% de vendo as impurezas que se formam na
gordura poli-insaturada, e a porcentagem superfície, até obter um líquido âmbar
restante de ácido oleico, um ácido graxo claro. A preparação varia de 1 hora e
monoinsaturado, particularmente resistente meia a 2 horas.
ò A manteiga clarificada poderá ser
à agressão da luz, do oxigênio e do calor,
mantida na geladeira por um longo
além de ser rico em vitaminas A e E. Como período.
a manteiga, no entanto, é facilmente alterá- ò Se você quiser, também pode com-
vel quando cozido, por isso, recomendamos prá-la no supermercado ou em lojas
seu uso cru. Nossa sugestão é a utilização de alimentos saudáveis. No rótulo do
produto estará escrito “manteiga con-
do azeite extravirgem prensado a frio, que centrada” ou “manteiga ghee”.
é obtido de acordo com um processo que
garante a máxima riqueza e a mínima acidez,
mantendo intactas as virtudes, o aroma e o
sabor desse condimento precioso, tão típicos
da dieta mediterrânea. Uma dica valiosa é
usar o azeite na massa da pizza caseira, já
que o tempo de cozimento é mais longo, em
comparação a um forno de uma pizzaria, o
que pode causar o ressecamento a massa.
Nesse caso, usar o óleo ou o azeite pode
ajudar a melhorar o resultado, devido à sua
função de criar uma película à prova d’água,
que retarda a evaporação dos líquidos.

33
OS OVOS RECONHECENDO OS
Os ovos são classificados em três catego- OVOS FRESCOS
rias: A (ovos frescos); B (ovos de segunda
qualidade e armazenados); e C (ovos
destinados exclusivamente à indústria
alimentícia).
ò Os ovos da categoria A são aqueles
encontrados no mercado com as seguin-
tes características: não devem ter sido
submetidos a qualquer tratamento de
conservação, nem ter sido refrigerados
a temperaturas inferiores a 8°C; devem
estar limpos, sem danos e sem aromas
estranhos; a câmara de ar não deve ser
superior a 6 mm; no caso de não ser maior Para verificar se os ovos que você aca-
do que 4 mm, podem ser classificados bou de comprar são frescos, tente usar
como “Extra”. o seguinte truque: mergulhe-os em água
ò Os ovos da categoria B são divididos em salgada (use 100 g de sal para 1 litro
três grupos: os ovos de segunda classe, que de água e mexa bem para dissolver).
não foram conservados; os que não foram Quanto mais fresco é o ovo, menos
refrigerados, os que têm uma câmara de ar ar ele contém, dessa forma, ele irá ao
inferior a 9 mm; os que foram refrigerados fundo quando imerso na água. Se a
a temperaturas inferiores a 8°C, isto é, ponta levantar ligeiramente, é melhor
aqueles que foram conservados em uma usá-lo o quanto antes, de preferência,
mistura gasosa de composição diferente da em preparados não crus. Se ele flutuar,
atmosférica ou conservados por qualquer verifique a data na embalagem ou,
outro tratamento. melhor, não confie na maioria dos ovos
ò Os ovos da categoria C são aqueles dessa caixa! Caso você já tenha quebra-
que não cumprem os requisitos das outras do o ovo, então, verifique a clara: se
duas categorias, portanto, ovos rachados, estiver bem densa e de cor esbranquiça-
quebrados ou parcialmente chocados. da, o ovo é fresco; se a clara estiver semi-
Esses só podem ser vendidos para fábricas líquida, o ovo já tem entre 10 e 15 dias.
de processamento de ovo ou para a indús-
tria alimentícia.

34
CUIDADOS IMPORTANTES sanitária, e em ovos que não tenham
Quanto aos “ovos da fazenda”, apesar de sido submetidos ao processo de pasteu-
ser a compra mais sugerida, não são exa- rização. Para evitar esse tipo de risco na
tamente os mais seguros. É preciso estar cozinha, lembre-se de algumas regras:
muito certo quanto à sua procedência e sempre lave as mãos após manusear os
ao frescor. Na verdade, esse tipo de ovo ovos e antes de tocar em outros alimen-
serve para cozinhar, mas evite usá-lo cru tos. Nos ovos, a bactéria está presente,
(para fazer a maionese, por exemplo), principalmente, na casca – dentro do
porque o risco de salmonela é maior ovo ela só penetra após um longo perío-
quando não há nenhuma verificação do de tempo.
Os ovos
Riquíssimos em nutrientes, porém, trazem uma certa quantidade de colesterol. Por isso, devem ser usados
com moderação.

35
COMO CONSERVAR
Mantenha todos os ovos sempre na gela-
deira, ou em local fresco, seco e não sujei-
to a mudanças bruscas de temperatura.
Cuidado com os ovos soltos vendidos nas
feiras, pois não têm como ter garantia de
procedência e/ou validade. Nos mercados,
se você quiser melhorar a segurança, esco-
lha os ovos com a data impressa na casca
ou na embalagem.

OS CONDIMENTOS
O pão pode ser enriquecido com semen-
tes, frutas secas ou legumes. Nesse caso,
seria interessante você introduzir esses
produtos à massa em pequenos pedaços
ou colocá-los sobre a massa já pronta, para
assar. Você também vai precisar secá-los
no forno durante 5 minutos, para evapo-
rar qualquer resquício de água que ainda
exista neles, evitando, assim, que liberem
a água durante a fermentação ou o cozi-
mento – o que modificaria e estragaria a
massa do pão. Tempere com vegetais
ò Outras precauções devem ser tomadas Legumes da estação são uma fonte inesgotável para
para os produtos desidratados. Assim, o recheio do pão e, melhor ainda, para a focaccia e
para a pizza.
quando forem reidratados, faça a drena-
gem para que não liberem água na massa, As ervas podem ser adicionadas à massa
o que comprometeria a sua qualidade. ou salpicadas sobre a superfície do pão
pronto para ir ao forno.
AS ERVAS AROMÁTICAS O ideal é usá-las na forma seca ou fresca.
Representam uma fonte inesgotável de Nesse caso, desidrate-as um pouco antes
sabores e aromas, dando um toque especial da utilização, conforme recomendado
e sempre novo ao pão que nós preparamos. para os legumes.

36
CONDIMENTOS PARA O PÃO

Pimenta-do-reino Cravo-da-índia Cominho

Erva-doce Gergelim Linhaça

Sálvia

Alecrim

Canela
Orégano

37
PARA DAR SABOR AO PÃO

8 Entre os diferentes tipos de sementes que podem ser utilizadas na pre-


paração do pão estão: anis, cereais cozidos, cominho, erva-doce, linhaça,
semente de papoula, gergelim etc.
8 Entre as frutas que podem ser utilizadas na preparação do pão estão:
bananas desidratadas, castanhas, tâmaras secas, figos secos, amêndoas,
nozes, coco seco, ameixas, passas etc.
8 Entre os vegetais que podem ser utilizados na preparação do pão
estão: cebola, azeitonas sem caroço, pimentão, tomate, abobrinha,
alho, abobrinha etc.

DO PÃO À PIZZA
E ÀS FOCACCIAS
A massa preparada para o pão é uma
base simples que, trabalhada e tempe-
rada adequadamente, também pode
ser usada para assar deliciosas pizzas
e focaccias. Os temperos podem ser
incorporados à massa (para qualquer
tipo de focaccia), mas são, normal-
mente, distribuídos sobre a superfície
da massa esticada antes de assar.
ò As focaccias são deliciosas por
excelência e são uma excelente opção
para o lanche ou um aperitivo salgado.
Cortadas em quadradinhos, enrique-
cem os buffets de festas e reuniões.
Podem ser preparadas com antecedên-
cia e congeladas e aquecidas no forno
antes de servir.
ò As pizzas estão enraizadas na nossa
tradição gastronômica e em todo o

38
mundo são representantes da cultu- nutricionalmente equilibrada e, acima
ra e culinária italiana. Sua base é a de tudo, deliciosa!
massa, geralmente, enriquecida com Na Itália, é muito comum a pizza vir
uma camada de molho de tomate, acompanhada de uma salada de folhas
alternando-se os inúmeros ingredien- com legumes. Mas, aqui no Brasil,
tes, que misturam seus sabores no além das quantidades dos recheios
calor do forno. Do ponto de vista serem mais generosas, a massa costu-
nutricional, a pizza caseira com ingre- ma ser mais fina e, dificilmente, você
dientes frescos e acompanhada de vai ver alguém pedir uma pizza acom-
uma salada é uma refeição completa, panhada de uma salada.

39
COMO SOVAR
Sovar o pão significa trabalhar a massa com calma, para transformar a mistura de água,
farinha e fermento em um composto equilibrado, com a consistência perfeita.

A seguir, você confere as principais fases


do trabalho da massa.

ò Coloque a farinha sobre uma super-


fície de trabalho, adicione o fermento
previamente dissolvido em água morna,
o malte, o óleo e o sal, que também deve
estar dissolvido em água. Proceda com a
mistura dos ingredientes com cuidado e
sem pressa (a água, por exemplo, deve ser
adicionada um pouco de cada vez), para
que a massa fique macia, aveludada, suave
e não pegajosa.
A importância da manipulação
ò Os ingredientes devem ser misturados A manipulação da massa libera o glúten da farinha, o
com as palmas das mãos, para incorporar que dá elasticidade à massa.
a maior quantidade de ar possível. Obtida
a consistência certa, a fase de mistura
continua por mais 15 ou 30 minutos (vai os pães cobertos com sementes, primeiro,
depender da temperatura do lugar onde dê forma à massa, pincele-a com água e
você está trabalhando), manipulando, role-a sobre as sementes.
batendo, apertando com os punhos fecha- ò Depois de sovada, deixe a massa repou-
dos, alongando e dobrando a massa, até sar para a primeira fermentação (no míni-
que ela tenha mudado de consistência, mo, meia hora) em um local não muito
tornando-se macia, elástica e maleável. seco, isto é, em que haja uma certa umi-
ò Se você for adicionar especiarias ou dade. Você pode colocá-la em uma tigela
outros ingredientes, eles devem ser mistu- enfarinhada e cobri-la com filme plástico
rados no final. O ideal é acrescentá-los em ou com um pano úmido, para que não
pequenas porções. Se você usar semen- tenha contato direto com o ar. Para ativar
tes de erva-doce, gergelim ou papoula, a fermentação, é necessário que o ambien-
é aconselhável assá-las previamente em te no qual a massa está repousando tenha
forno preaquecido entre 180°C a 200°C uma temperatura em torno de 25°C . Isso
por 5 minutos, para realçar o sabor. Para contribui para a vitalidade das levedu-

40
ras. Se a temperatura estiver mais fria, é
melhor colocar a massa perto de uma leve DE OLHO NOS
fonte de calor. Além disso, a massa deve INGREDIENTES
estar protegida de correntes de ar.
Para obter um bom pão é sempre impor-
ò Após o período de repouso, a menos
tante usar ingredientes de boa qualidade,
que haja outras indicações, volte a tra- de preferência, de origem orgânica e inte-
balhar a massa para esvaziá-la e dar-lhe a gral. Nas receitas das próximas páginas,
forma desejada. embora não seja especificado, recomen-
ò Feito isso, o pão irá descansar outra vez damos o uso de “mel virgem integral”,
para a segunda fermentação – com as mes- “azeite de oliva extravirgem de primeira
prensagem a frio”, “sal marinho inte-
mas precauções da primeira vez – durante
gral”, e assim por diante. Se for panificar
um tempo que varia entre 1 a 2 horas, com regularidade, use o fermento natural
dependendo da temperatura ambiente. ou a massa mãe.
Se você o colocasse imediatamente no
forno, a crosta externa poderia secar e isso
limitaria a fermentação correta da massa. por cerca de 25 minutos. Se quiser saber
ò Depois de esperar o tempo necessário, com precisão se ele está cozido, verifique a
passe para o cozimento do pão, que deve- temperatura interna com um termômetro
rá ser em um forno preaquecido a 220°C de cozinha: deve ser de cerca de 96°C.

Dando forma ao pão A fermentação


De acordo com a receita, pode-se preparar pães gran- É uma fase delicada e indispensável a qualquer receita
des, pequenos, em forma de rolo e em outros formatos. de pão, devendo ser conduzida em local apropriado.

41
COMO ASSAR
Outro passo importante para o sucesso do pão está no cozimento. Se for feito de forma
adequada, resultará em um pão perfumado, uniformemente dourado (com um ligeiro
escurecimento nas bordas e na base) e crocante.

O forno ideal para assar um verdadeiro pão segundos, a temperatura está certa. Você
caseiro é alimentado por lenha ou gás. também pode jogar um punhado de
ò Quem tem um forno à lenha pode farinha. Se ficar levemente dourada, está
atiçar o fogo com gravetos e, depois, ali- na hora certa de enfornar o pão. Mas, se
mentá-lo com uma madeira mais grossa. escurecer e emitir um odor característico
Para descobrir se o forno está na tempe- de queimado, é porque a temperatura
ratura certa, insira uma folha de jornal e, está muito alta.
se inflamar lentamente dentro de alguns Nesse caso, deixe a porta aberta durante

O forno da padaria
Embora não possamos usar este forno, o pão feito em casa também pode ter um excelente resultado com
algumas precauções bem simples.

42
algum tempo, para diminuir o calor. nós dos dedos: se o som for seco, o cozi-
Depois de ter encontrado a temperatura mento está concluído, se for oco, ainda
certa e afastado as brasas e cinzas, você deve esperar antes de desenfornar.
pode colocar o pão para assar. ò Depois de cozido, retire o pão e
ò Tanto no forno à lenha como no a mantenha-o em um local ventilado e
gás, para evitar que o pão forme uma seco, não frio, de modo que o vapor
crosta muito dura na superfície, coloque possa se dissipar sem condensar. Você
em um canto do forno um recipiente também pode colocá-lo sobre uma grade
com água que seja resistente a altas ou grelha, cobrindo-o com um pano de
temperaturas. A evaporação manterá a algodão. Quanto mais lento for o resfria-
câmara de cozimento no grau certo de mento, melhor será o pão e mais longa
umidade. será a sua conservação.
ò Geralmente, a segunda fermentação
do pão é feita no forno, a uma tempera-
tura muito baixa (alguns dizem que ape-
nas o calor gerado pela lâmpada interna OS DEFEITOS
é suficiente). Certo é que o pão feito DO COZIMENTO
com fermento natural (a massa azeda)
Uma receita que não foi bem-sucedida
deve ser introduzido no forno quando a pode estar ligada a erros no processo de
fermentação ainda não estiver completa, cozimento. Aqui estão alguns exemplos:
para poder ser concluída com o calor do uma crosta muito escura indica que o
forno. forno estava muito quente (ou o oposto,
se estiver muito claro). Se a crosta estiver
ò O cozimento não deve ser muito
mole, havia muito vapor na câmara de
rápido, mas a temperatura inicial deve cozimento. Se a crosta estiver muito
ser alta, entre 200°C e 300°C. Em geral, dura, pode indicar falta de vapor no
dependendo do tipo de pão, da forma e forno ou um tempo excessivo de cozi-
do tamanho, serão necessários de 30 a mento. E se a superfície estiver quebradi-
ça, provavelmente, o pão foi exposto ao
90 minutos.
ar durante a fase de resfriamento.
ò Para saber se o pão está assado, deve-
-se inserir e extrair um palito longo ou
uma lâmina de faca. Se ele sair seco e
livre de resíduos, o pão estará cozido.
Alguns controlam o ponto do cozimen-
to, batendo na superfície do pão com os

43
Receitas de Pães

RECEITAS
DE PÃES
Pães Tradicionais

PÃES TRADICIONAIS
Cada nação tem o seu próprio pão. Entre todos, a Itália, definitivamente, destaca-se
na quantidade e variedade de tipos e formas. Confira algumas receitas.

MÁQUINAS DE
PÃO DE FORMA
FAZER PÃO 400 g de farinha, 40 ml de leite, 25 g de
fermento biológico, 2 ovos, azeite, sal a gosto.

Dissolva o fermento esfarelado no leite


morno e tempere com uma pitada de
sal. Em seguida, misture os ovos e um
pouco de azeite. Sobre uma superfície
de trabalho, coloque a farinha e misture
lentamente com os ingredientes líquidos,
tendo o cuidado para obter uma mistura
homogênea, sem grumos. Deixe crescer
Trata-se de um pequeno eletrodomésti- por, pelo menos, 1 hora em um lugar
co, de custo razoável, que apareceu no morno e coberto com uma toalha úmida.
mercado há alguns anos. Na internet, Em seguida, após o tempo indicado, reto-
existem vários sites e fóruns nos quais as me o trabalho da massa. Para a segunda
pessoas trocam informações e receitas. fermentação, disponha o pão em uma
De dimensões pequenas, essas máquinas forma bem untada e deixe crescer por
misturam, sovam e assam a massa. Fáceis
mais 1 hora e 30 minutos. Asse a 180°C
de usar, permitem que até os que não
têm absolutamente nenhuma experiên-
durante cerca de 40 minutos. Para obter
cia na cozinha preparem um bom pão um pão macio, coloque um recipiente
caseiro. Para isso, basta seguir cuidado- com água na parte inferior do forno.
samente as receitas indicadas, colocar os Retire a crosta e corte-a em fatias de
ingredientes na cesta do dispositivo e, em cerca de 1 cm de espessura. Com o pão
seguida, iniciar o programa selecionado. de forma, pode-se preparar canapés ou
Depois de 3 a 4 horas, você vai ter um sanduíches.
pão fresquinho, saboroso e perfumado.
Vale lembrar que o pão produzido dessa
maneira, apesar de ser bom, não pode
competir com o preparado com o méto-
do clássico, ou seja, artesanal.

46
PÃO COMUM O TRIGO
1 kg de farinha, 400 ml de água, 50 g A composição dos grãos de trigo é rica
de fermento, 20 g de sal, 10 g de malte ou em sódio, cálcio, cobre, zinco, potás-
mel ou açúcar. sio, silício, iodo, enxofre e fósforo,
bem como em vitaminas do complexo
Misture e amasse os ingredientes, seguin- B, D, E, K e PP. Por isso, está entre os
do as instruções das páginas 40 e 41. alimentos considerados indispensáveis
Modele para formar um único pão de à nossa alimentação. Estimula a purifi-
tamanho grande ou alguns rolos de peque- cação do fígado, é refrescante e antifla-
nas dimensões. O nome “pão comum” é matório. É usado na forma de farinha
uma designação obsoleta. No Brasil, é (que é considerada a melhor para o
chamado de pão francês, o nosso pãozi- cozimento), grãos, sementes e broto.
nho de cada dia. O gérmen de trigo e o óleo de gérmen
de trigo são os suplementos alimenta-
res mais utilizados nos últimos anos,
devido ao aumento do consumo de ali-
mentos industrializados, muito pobres
nutricionalmente.

PÃO DE CEREAIS
300 g de farinha de trigo, 150 g de farinha
PÃO INTEGRAL de centeio, 150 g de farinha de milho,
150 g de farinha de cevada, 100 g de farinha
1 kg de farinha de trigo integral, 400 ml de de aveia, 30 g de fermento biológico fresco,
água, 50 g de fermento, 20 g de sal, 10 g de 360 ml de água, 100 ml de azeite, 1 colher
malte ou mel ou açúcar. (de chá) de sal, ½ colher (de chá) de malte
ou mel ou açúcar.
Misture e amasse os ingredientes, seguin-
do as instruções das páginas 40 e 41. Este pão é feito com a soma de diferentes
Modele para formar um único pão de farinhas. Peneire-as em conjunto, para
tamanho grande ou alguns pães de peque- obter uma mistura homogênea.
nas dimensões. Asse, variando o tempo, Em seguida, siga as instruções das páginas
dependendo do tamanho do pão. 40 e 41. Atenção: as farinhas de outros

47
1 2

3 4
Sequência da preparação do pão de cereais

cereais contêm pouco glúten. Por isso, ção, mas ficará muito saboroso. Formados
requerem uma manipulação mais cui- os pães, coloque-os para fermentar por
dadosa e prolongada (com este tipo de mais meia hora sobre a grade do forno
farinha, a operação será mais suave com morno e com a porta entreaberta. Depois
as mãos ligeiramente untadas). O pão vai desse tempo, eleve a temperatura para
apresentar uma fermentação menor do 200°C e asse o pão durante cerca de 30
que outras massas sugeridas nessa publica- minutos.

48
plástico ou com uma toalha úmida e deixe
A AVEIA essa massa repousar por cerca de 6 horas
em um local adequado. Após esse tempo,
Dado seu alto teor de vitamina continue sovando a massa e acrescente os
E, a aveia é geralmente reco- ingredientes restantes à mistura. Então,
mendada para crianças e idosos. novamente, deixe a massa descansar por
É também um tônico, calmante, cerca de 1 hora e meia. Após esse tempo,
rica em ferro e proteína. O grão
dê forma ao pão e leve-o para o cozimen-
de aveia é um alimento nutritivo
e estimulante. A farinha feita a to. Para esse tipo de pão, não é conve-
partir dela não tem capacidade niente fazer pequenos pães ou incisões na
de fermentar e é normalmente superfície, porque a massa é muito fraca.
usada para a produção de biscoi- O melhor é modelar pães de cerca de 300
tos. Para a preparação de pão é g, enfarinhados com farinha de kamut.
sempre bom misturá-la às farinhas que Depois, cozinhe-os a 220°C por cerca de
sejam mais adequadas para a panifica- 25 minutos.
ção. Também é consumida em flocos, Se usar o fermento natural (massa azeda)
tanto na preparação de granola, quan- você pode continuar trabalhando o pão,
to na preparação de mingaus e doces. sem a primeira fase de massa prévia,
como fazemos quando preparamos um
pão normal de farinha de trigo.

PÃO DE KAMUT
O KAMUT
1 kg de farinha de kamut orgânica e
macerada na pedra, 500 ml de água, 25 g de É uma variedade antiga do
fermento biológico, 20 g de sal, 10 g de trigo duro, originária das pla-
malte de cevada. nícies férteis da Mesopotâmia.
Em comparação com o trigo, é
Este pão, de consistência e sabor especial, mais rico em proteína e glúten,
além de ser melhor tolerado por
é adequado para aqueles que são into-
pessoas que sofrem de alergias ou
lerantes ao glúten. Ele precisa de uma
de intolerância ao trigo. Também
massa prévia, para fortalecer a massa e é rico em selênio, vitaminas E,
impedi-lo de entrar em colapso durante a A e C, sendo útil para combater
fermentação ou durante o cozimento. Na a formação de radicais livres res-
primeira fase, misture 250 g de farinha ponsáveis pelo envelhecimento celu-
de kamut peneirada, 150 ml de água e 10 lar. Além de farinha, é consumido
g de fermento, para obter uma pasta de na forma de grãos e brotos e tem alto
consistência adequada. Forme uma bola, valor energético.
coloque-a em uma tigela, cubra com filme

49
BAGUETE uma vez, para esvaziar o ar da massa.
Separe 3 porções da massa e modele-as até
obter o formato de salsichas compridas.
800 g de farinha de tipo 0, 200 ml de água, Em cada uma delas, faça cortes oblíquos
30 g de fermento biológico fresco, 1 ovo, em paralelo. Pincele a superfície de cada
azeite, ½ colher (de chá) de malte ou pão com azeite, organize-os em uma assa-
mel ou açúcar. deira e asse-os em forno preaquecido a
250°C, durante 15 minutos. Em seguida,
Dissolva o fermento em cerca de metade abaixe o forno a 170°C e deixe assar por
de um copo de água morna e adicione mais 50 minutos. No final, pincele as
o açúcar, para ajudar na fermentação. baguetes com clara de ovo batida e volte
Separe cerca de 100 g de farinha, peneire os pães para o forno desligado. Feito isso,
e amasse-a com o fermento, adicionando deixe-os pão secar com a porta do forno
mais farinha, caso necessário, até formar entreaberta.
uma massa firme e capaz de sustentar
uma colher de pau. Cubra-a com 100
mililitros de água e deixe repousar até que
PÃO ÁZIMO
(PÃO SEM FERMENTO)

400 g de farinha de tipo 0, 400 g de farinha


de centeio, 360 ml de água, 50 g de azeite,
10 g de sal.

Aqueça uma colher (de sopa) de azeite


em uma panela e doure a farinha branca.
Em seguida, adicione a farinha de cen-
teio, o sal e o azeite, mexendo bem até
obter uma massa macia e firme. Retire
do fogo e deixe a massa descansar, cober-
suba à superfície. Então, volte a trabalhar ta com um pano de algodão por uma
a primeira mistura lentamente, unindo o noite inteira. No dia seguinte, modele
restante da farinha, 50 mililitros de água os pães, pincele cada um com azeite e
e manipule-a por, pelo menos, por 15 asse-os em forno preaquecido a 180°C,
minutos. Depois, coloque a massa para durante 20 minutos. Depois, abaixe a
crescer coberta com um pano, até dobrar temperatura do forno para 80°C e asse
de volume. Após esse tempo, sove mais por mais 50 minutos.

50
CHALLAH
O PÃO DO SÁBADO
Esse é outro pão de origem judaica.
Muito nutritivo, tradicionalmente pre-
parado para o Shabat (sábado – dia
do descanso), nas sextas-feiras à noite
e em outros feriados judaicos. É um
símbolo do maná que o povo hebreu
recebeu durante a fuga do Egito.

500 g de farinha, 200 ml de água, 20 g de


1 levedura, 150 g de manteiga, 2 ovos, 10 g de
açúcar ou mel, 5 g de sal. Para a cobertura:
1 gema, 1 colher (de sopa) de água, 1 colher
(de sopa) de sementes de papoula.

Misture a farinha ao fermento dissolvido


em água morna com açúcar. Adicione
o sal, a manteiga em pedaços pequenos
e os ovos gradualmente, e amasse tudo
até a massa ficar lisa e homogênea.
Coloque-a em uma assadeira untada
com um pouco de óleo, cubra-a com
um filme plástico (também untado com
óleo) e deixe repousar até que dobre
de volume. Depois, sove a massa para
2 esvaziá-la, e, em seguida, leve-a para fer-
mentar novamente por mais uma hora.
Sequência da preparação do pão ázimo Amasse-a novamente, e, então, divida-a
em 3 partes iguais. Com as mãos, fome
cilindros longos e monte uma trança e
BEGHERIR disponha-a em uma assadeira coberta
com papel-manteiga. Cubra-a com filme
(PÃO MARROQUINO) plástico untado com óleo e deixe que ela
cresça por mais 45 minutos. Prepare a
430 g de farinha de tipo 0, 180 g de farinha cobertura e distribua sobre a superfície
do tipo 00, 400 ml de leite, 650 ml de água, da trança de pão. Asse-a por 30 a 40
40 g de fermento biológico, 1 colher (de minutos em forno preaquecido a 200°C.
chá) rasa de sal.

51
Também chamado de “focaccia esponjo-
sa” , o begherir é um pão típico marroqui- CHAPATIS
no. Para prepará-lo, aqueça o leite diluído (PÃO INDIANO NÃO
com a água e dissolva o fermento. Peneire FERMENTADO)
a farinha com o sal, e, em seguida, despeje
o leite quente e trabalhe com um fouet 450 g de farinha de tipo 0, 120 g de farinha
para evitar a formação de grumos. Deixe de trigo integral, 380 ml de água, 10 g de sal.
a mistura repousar durante cerca de uma
hora, até que a massa fique esponjosa. Peneire a farinha de tipo 0 com o sal e
Então, leve ao fogo uma panela de aço forme um montinho sobre a superfície
com fundo antiaderente e cozinhe a mis- de trabalho. Em seguida, adicione a água
tura, mexendo como se fosse mexer uma morna e manuseie a massa com cuidado,
omelete. Deixe esfriar antes de servir. por cerca de 15 minutos. Feito isso, colo-
que-a em uma tigela, cubra-a com filme
plástico e deixe-a descansar por 12 horas.
No final desse intervalo, retome a mani-
pulação da massa, trabalhando brevemen-

PÃO ÁZIMO ARGELINO


Aqui está uma outra receita de pão da África do Norte. Proveniente da Argélia, faz parte
do grupo de pães ázimos, típicos dessa área do Oriente Médio.

440 g de farinha de tipo 0, 200 g de farinha de trigo integral, ½ colher (de chá) de sal, 250 ml
de água morna, 3 colheres (de sopa) de azeite de oliva.

Em uma tigela, peneire as farinhas e deixe um buraco no meio. Nesse buraco, despeje a
água, o azeite e o sal. Misture e sove os ingredientes por 20 minutos. Em seguida, cubra a
massa com uma toalha úmida e deixe-a descansar por 1 hora e 30 minutos. Depois desse
intervalo,trabalhe novamente a massa e divida-a em 2 ou 3 porções, as quais você dará a
forma de discos com a espessura de 1 centímetro. Coloque os pães em uma forma untada,
pincele-os com azeite e asse-os em forno preaquecido a 220°C, por 15 a 20 minutos, virando
na metade do tempo. Esse pão fica excelente com um molho à base de azeite e pimenta.

52
1 2

3 4
Sequência de preparação do chapati

te. Depois, divida-a em 20 porções iguais, fundo grosso. Vire a massa para cozinhar
salpique a farinha integral na superfície igualmente ambos os lados do disco e
de trabalho e abra discos finos com um pressione as bordas com uma colher –
rolo de macarrão. Se precisar, polvilhe esse procedimento facilitará a formação
com mais farinha. Cozinhe a massa em de bolhas de ar, produzindo as ondula-
uma panela de ferro bem quente e de ções características desse tipo de pão.

53
CHISOL
(SCHIACCIATA MANTOVANA)
500 g de farinha de tipo 00, 80 g de azeite, 20 g
de bicarbonato de sódio, 10 g de sal.

Sobre uma superfície de trabalho, peneire cinzas da lareira, em uma panela de ferro
a farinha com o bicarbonato de sódio e bem fechada. Era considerada um alimen-
o sal. Forme um montinho e comece a to para os pobres, porque fornecia uma
sová-lo, despejando a água, lentamente, sensação imediata de saciedade.
no meio da massa. Continue manipu-
lando cuidadosamente até que a mistura
adquira a consistência certa. Com um
rolo ou usando as mãos untadas ligeira-
PÃO DE CERVEJA
mente com azeite, puxe e abra a massa,
formando uma focaccia grande, de cerca 600 g de farinha de trigo integral,
de 2 cm de altura. Transfira-a para uma 250 ml de cerveja clara,
assadeira e leve-a ao forno preaquecido, 30 g de fermento biológico fresco,
a 180°C, por 40 minutos. Antigamente, 30 ml de água, 1 gema, 90 g de azeite,
a Schiacciata Mantovana era cozida nas 10 g de sal, 1 colher (de sopa) de malte
ou mel ou açúcar.
Fase de preparação do chisol

54
Amasse a farinha peneirada com a gema, com quatro dedos. Organize os pães em
o azeite e o sal dissolvido em uma parte da uma assadeira e deixe-os crescer por mais
água. Separadamente, dissolva o fermento meia hora dentro do forno desligado.
no restante da água morna adoçada com Depois, asse-os por cerca de 40 minutos
mel. Adicione essa mistura à primeira em forno preaquecido a 200°C.
mistura e despeje a cerveja. Misture bem
e deixe crescer por 3 horas. Após esse
tempo, divida a massa em porções e asse-
-as por 50 minutos em forno preaquecido
a 250°C. Pode-se experimentar diferentes
sabores e aromas, usando vários tipos de
cerveja na preparação dessa massa.

PÃO FERRARESE
1 kg de farinha de tipo 0, 400 ml de água,
25 g de fermento biológico, 100 ml de azeite, PÃO GORDO
1 colher (de chá) de sal, 10 g de malte,
½ colher (de chá) de açúcar ou mel. 350 g de farinha, 200 ml de água,
10 g de fermento biológico fresco,
Dissolva o fermento em um copo de água sementes de gergelim, sal, azeite de oliva.
e misture com 250 g de farinha peneirada. Para completar: 150 g de bacon,
Amasse os ingredientes e proceda com a 100 g de queijo parmesão ralado.
primeira fermentação conforme as instru-
ções das páginas 40 e 41. Após esse inter- Amasse os ingredientes, seguindo as ins-
valo, volte a sovar a massa, incorporando truções das páginas 40 e 41. Após a segun-
o malte, o azeite, a água e a farinha. Sove da fermentação, modele o pão e divida-o
a massa por, pelo menos, 15 minutos e, em pequenas bolas. Abra cada uma, esti-
então, forme uma bola e deixe-a crescer cando as laterais, como se fosse abrir uma
por mais 2 horas. Manipule a massa para pequena pizza de espessura uniforme.
tirar o ar e divida-a em 8 pães. Forme Aqueça bem uma panela antiaderente
rolinhos com cada pedaço, e, em seguida, e cozinhe os pães por alguns minutos,
amasse-os até transformá-los em faixas virando-os várias vezes, para dourar e
longas. Enrole cada faixa sobre si mesma, não formar muitas bolhas de ar. Esse pão
na diagonal, e forme outro rolinho com cresce bem e fica bem macio. Uma dica é
gomos. Junte uns aos outros, torcendo-os servi-lo bem quente, com fatias finas de
no centro, até formar uma espécie de mão bacon e uma pitada de queijo parmesão.

55
LEVEDURA DE CERVE-
JA (FERMENTO BIOLÓGICO)
Caracterizada por um acentua-
do (e rápido) poder fermen- e o fermento esfarelado e dissolvido em
tativo, a levedura de cerveja é 500 ml de leite morno. Misture bem até
vendida em duas formulações: obter a consistência certa, e, em seguida,
fresca, em pedaços de 20 a 25 g; forme uma bola. Coloque a massa em
e seca, em potinhos ou saquinhos uma tigela, cubra-a com filme plástico
individuais, que são mais práticos e deixe-a crescer por uma hora. Depois,
para usar e têm sabor menos mar- retome o trabalho da massa e misture
cante, além de durar meses se a farinha restante, a manteiga e o sal.
forem guardados à temperatura Trabalhe com cuidado, até a massa ficar
ambiente. Nesse caso, precisam lisa e homogênea. Então, deixe-a crescer
ser reidratadas com água e mel (ou mais uma vez e corte-a em pedaços de
açúcar) antes de usá-las. O uso da leve- cerca de 40 g. Com as palmas das mãos,
dura também é comum para preparar faça algumas bolas e coloque-as em uma
receitas para pessoas com intolerância assadeira forrada com papel-manteiga e
ao glúten. deixe descansar por mais meia hora. Bata
as gemas com o leite restante e pincele
PÃO DE LEITE essa mistura nas superfícies de cada bola.
Asse em forno preaquecido a 200°C por
1 kg de farinha de trigo, 600 ml de leite, 15 a 20 minutos.
30 g de fermento biológico,
100 g de manteiga,
30 g de sal, 30 g de açúcar, 2 gemas. PÃO CARASAU
(OU CARTA MÚSICA)
Para fazer esse pão, use a massa prévia.
Peneire 900 g de farinha e forme um mon- 1 kg de farinha de tipo 0, 500 ml de água,
tinho sobre a superfície de trabalho. No 10 g de fermento biológico, 1 colher (de
centro desse montinho, despeje o açúcar sopa) de sal.

Esfarele o fermento e dissolva-o em 400 ml


água morna. Separadamente, dilua o sal na
água que sobrou. Feito isso, em uma sur-
perfície lisa, coloque a farinha, adicione o
fermento dissolvido e, depois, a água salga-

56
Sequência de preparação do pão carasau

da. Você vai obter uma massa muito macia, lentu pode ser confeccionado o saboroso
suave, homogênea e sem grumos. Divida-a saccottini recheado. O Carasau, no entan-
em bolas com diâmetro de 10 cm e colo- to, é particularmente adequado para acom-
que-as para fermentar em um lugar quente panhar pratos com molho e ensopados.
e seco durante cerca de 5 horas. Depois,
abra cada bola de massa com a ajuda de
um rolo, para obter folhas circulares com BROA DE MILHO
espessura de 3 milímetros. Para facilitar,
mantenha a superfície enfarinhada. Asse 500 g de farinha de tipo 0,
em forno preaquecido a 250°C por, aproxi- 250 g de farinha de milho, 350 ml de água,
madamente, 20 minutos, retire do forno e 25 g de fermento biológico, 10 g de sal.
destaque delicadamente cada folha da assa-
deira. Após o primeiro tempo de cozimen- Para facilitar a fermentação do pão, apesar
to, o pão ainda estará bem macio e suave de você usar uma farinha de pouca de
e, neste estágio, é chamado de lentu. Para força, como a farinha de milho, convém
torná-lo crocante (como o carasau típico), preparar 2 massas com a dose indicada.
você deve colocá-lo no forno novamente e Misture a farinha com o sal e peneire. Em
deixar cozinhar até que fique seco. Com o seguida, prossiga com o trabalho da massa,

57
seguindo as instruções fornecidas nas pági-
nas 40 e 41. No fim, forme uma bola, colo- O MILHO
que em uma tigela, cubra com um pano e
deixe crescer em um local adequado por Muito resistente à seca, mas
mais 2 horas. Após este tempo, retome a pouco resistente ao frio, o milho é
manipular a massa para tirar o ar, divida nativo do continente americano.
cada bola em 3 porções e forme os pães. Seus grãos contêm fósforo, cálcio,
Faça cortes transversais em cada um deles vitamina A e uma boa quantidade
e asse em forno preaquecido a 210°C por de amido. O óleo feito a partir dele
cerca de 40 minutos. é rico em ácido linoléico, útil para
combater distúrbios metabólicos
e, por conseguinte, disfunções
da tireoide. Pode ser consumido
em grãos, farinha e flocos.

sovar a massa para tirar o ar e, em seguida,


forme uma bola e siga para a segunda fer-
mentação, que será da mesma forma que a
primeira.
MAN TOU Feito isso, sove a massa em uma superfície
(PÃO CHINÊS COZIDO de trabalho e forme um cilindro longo de
NO VAPOR) cerca de 5 cm de diâmetro. Corte-o em
fatias grossas e modele cada uma em suas
500 g de farinha de trigo, 250 ml de água, mãos, até formar pequenos pães redondos.
um pacote de fermento biológico seco (10 g). Em fogo alto, aqueça uma panela com
água, que tenha a cesta especial para cozi-
Peneire a farinha e forme um montinho nhar a vapor. Coloque dentro da cesta uma
em uma superfície de trabalho. Despeje no gaze de algodão e cozinhe os pães no vapor
centro o fermento dissolvido previamente por 15 a 20 minutos.
em água morna e continue a amassar por
cerca de 10 minutos, adicionando o restan-
te da água, um pouco por vez, até que a NAAN
massa adquira a consistência certa. Forme (PÃO INDIANO
uma bola com a massa, coloque em uma FERMENTADO)
tigela coberta com filme plástico e deixe
crescer por 2 horas ou, pelo menos, até 350 g farinha de trigo de grano duro,
que o volume tenha dobrado. Retome a 350 g de farinha branca, 500 ml de água,

58
30 g de fermento em pó, 50 g de manteiga
clarificada (veja página 33), 10 g de sal.

Dissolva separadamente o fermento em


pó e o sal em 150 mililitros de água. Em
seguida, misture a farinha com o restan-
te da água, o fermento, a manteiga e o
sal. Manipule por, aproximadamente, 15
minutos, até obter uma massa compacta e
elástica. Forme uma bola, unte-a com um
pouco de manteiga e deixe descansar por
algumas horas. a massa em 16 porções, e, com um rolo,
Após esse tempo, divida a massa em 20 abra cada porção e estique para obter
porções, abra e estique cada uma delas folhas bem finas. Pincele levemente cada
com um rolo para obter folhas bem finas. folha com manteiga, dobre ao meio, pin-
Salpique farinha e deixe descansar na cele e dobre ao meio novamente: você
superfície de trabalho por cerca de uma obterá um triângulo. Abra novamente a
hora. Cozinhe as folhas em uma frigidei- massa com o rolo, esticando o máximo
ra, virando para que cozinhe igualmente possível. Aqueça uma frigideira de ferro
ambos os lados. Sirva quente. no fogão e, se necessário, unte-a com a
manteiga clarificada. Cozinhe rapidamen-
te cada paratha, virando para cozinhar
ambos os lados, e sirva quente.
PARATHA
(PÃO INDIANO
TEMPERADO)
PIADINA
250 g de farinha de trigo integral,
200 g de farinha de trigo, 250 ml de água, 600 g de farinha de tipo 0, 300 ml de leite,
manteiga clarificada (veja página 33), 10 g de fermento em pó, 160 g de banha de
10 g de sal. porco, 1 colher (de chá) de sal.

Trabalhe os ingredientes listados com Peneire a farinha, o fermento em pó e mis-


cerca de 50 g de manteiga clarificada, ture-os com o sal, formado um montinho.
misturando até obter uma massa macia Amasse com a banha, adicionando o leite
e elástica. Forme uma bola, unte-a com aos poucos, até obter uma mistura lisa e
um pouco de manteiga e deixe descansar bastante dura. Divida a massa em por-
por meia hora. Após esse tempo, divida ções do tamanho de um punho fechado

59
OS FORMATOS DE PÃO ITALIANO

Trança Pão mantovano


Pão toscano

Pão ferrarese Roseta


Pão pugliese

Baguete Pão árabe

Pão integral

Pão carasau Pão siciliano

Ciabatta
Pãozinho de azeite Pãozinho de leite

60
O TIGELLE
e, com o rolo de macarrão enfarinhado, A Piadina não é o único pão típico e tra-
abra cada porção até obter uma folha bem dicional da região da Emilia-Romagna.
fina. Asse cada folha em uma frigideira de Não podemos esquecer do crescentine
barro ou, caso não tenha uma, em uma ou tigelle, pequenos pães que na tra-
chapa quente de ferro. O cozimento deve dição culinária italiana vêm recheados
ser rápido e em fogo bem alto (ou na gre- com bacon e alecrim, mas que também
lha). Para obter um cozimento uniforme, vão bem com legumes, carnes, queijos
levante a piadina e vire-a para cozinhar os ou até creme de avelã, geleias, etc.
lados. Se formar bolhas de ar durante o
cozimento, fure-as com um garfo e afunde 600 g de farinha, 60 g de fermento biológico,
150 ml de leite, 30 ml de azeite de oliva,
com uma colher.
uma colher (de chá) de sal.

Misture a farinha peneirada com o fer-


PÃO PUGLIESE mento esfarelado e dissolvido em um
pouco de leite quente; no leite restante
1 kg de farinha de trigo, 300 ml de água, dissolva o sal. Depois de misturar a fari-
25 g de fermento, 10 g de malte, 10 g de sal. nha e o fermento, continue a trabalhar
a massa despejando o leite salgado a fio,
Em um copo de água morna, dissolva o e, em seguida, adicione o azeite. Amasse
até obter uma massa macia e elástica,
fermento. Peneire a farinha com o sal,
forme uma bola e deixe descansar em
junte a água com o fermento e continue um lugar adequado por cerca de uma
misturando, adicionando a água restante. hora. Depois, divida a massa em por-
Continue a sovar a massa com ambas as ções e modele-a em uma forma redonda
mãos, até que ela fique lisa e elástica (a com diâmetro de cerca de 10 cm e com
consistência deve ser semelhante ao do espessura de 1 cm. Tradicionalmente o
lóbulo da orelha). Coloque a massa em tigelle é cozido em uma panela especí-
uma tigela enfarinhada, cubra-a com um fica (a tigelliera, ou cottola que dão à
pano e deixe crescer em um lugar quen- massa uma forma particular), mas se
te e seco por algumas horas. Após esse você não tiver, não se preocupe, use
tempo, volte a sovar a massa para tirar o uma frigideira untada e aquecida em
ar, divida-a em 3 ou 4 pães redondos e fogo médio. Cozinhe virando várias
vezes, para que o pão adquira um
coloque-os para fermentar novamente em
tom dourado uniforme. Sirva-os ainda
um lugar quente por 1 hora. Depois, colo- quentes.
que-os nas formas e deixe crescer por mais
uma hora. No final dessa fase, faça uma

61
trabalhar a massa, seguindo as instruções
das páginas 40 e 41.
No final da segunda fase de fermentação,
modele 2 pães redondos e asse-os em
forno preaquecido a 200°C, por cerca
de 20 minutos. Retire os pães e pincele
as superfícies com azeite batido com um
pouco de água quente e polvilhe com
sementes de erva-doce. Volte ao forno e
continue cozinhando por mais 20 minu-
tos. Retire do forno e deixe esfriar antes
de servir. Esse pão é ideal para ser servido
com manteiga e mel.
Lembre-se: a farinha de centeio não tem
força (contém pouco glúten), então essa
mistura fermentará menos do que se tives-
Fermentação do pão pugliese
se somente a farinha de trigo.
incisão circular sobre os pães e leve-os
para assar em forno preaquecido a 220°C,
durante 40 minutos, ou até que fiquem
dourados e crocantes. Esse tipo de pão,
se armazenado em sacos hermeticamente
fechados, podem permanecer macios por
vários dias.
O CENTEIO
É um cereal muito antigo, fácil
PÃO DE CENTEIO de cultivar mesmo em climas
frios. Para os nórdicos, o cen-
teio foi mais importante do que
350 g de farinha de tipo 0, 450 g de farinha o trigo. Tem propriedades anti-
de centeio, 360 ml de água, 30 g de fermento -escleróticos, é rico em fibras,
biológico fresco, 80 g de azeite, 30 g de semen- proteínas e fósforo, sendo ade-
tes de erva-doce, 10 g de sal, 5 g de açúcar ou quado para períodos de estresse.
mel ou malte. É consumido na forma de farinha,
grãos (também para a produção
Peneire as farinhas e misture com as de algumas bebidas alcoólicas),
brotos e flocos.
sementes de erva-doce, até obter uma
mistura homogênea. Em seguida, passe a

62
massa adquira a consistência certa. A
TORTILLAS quantidade de água a ser usada pode
(PIADINA MEXICANA) variar de acordo com a estação do ano
e a qualidade da farinha usada. Cubra a
300 g de farinha tipo 00, água (o suficiente), massa com um pano umedecido e deixe-a
½ saquinho de fermento em pó (5 g), 1 colher descansar, para crescer em local seco por,
(de chá) de sal. pelo menos, 6 horas ou durante a noite.
Após esse tempo, sove-a para tirar o ar
Peneire a farinha com o fermento em pó e e divida-a em 2 ou 3 pães redondos. No
o sal. Forme um montinho sobre a super- topo de cada um, faça duas incisões em
fície de trabalho e amasse-o, despejando cruz, deixe repousar por mais 20 minutos
a água aos poucos, até obter uma mistura e, em seguida, asse em forno preaquecido
homogênea e consistente. Forme uma por cerca de 45 minutos ou até que esteja
bola e deixe descansar por cerca de meia com uma crosta dourada e crocante.
hora em um local adequado. Depois, sove
a massa para tirar o ar e divida-a em 20
porções. Abra cada uma com um rolo,
formando folhas bem finas. Aqueça uma
frigideira e cozinhe as folhas, uma de
cada vez, primeiro de um lado por pou-
cos minutos e depois do outro lado. As
tortillas devem estar fininhas e flexíveis,
um resultado que pode ser alcançado com
a prática no uso do rolo e na técnica de
cozimento. As tortillas também podem
ser preparadas apenas com farinha de
milho, ou ainda, misturando as duas fari-
nhas ao mesmo tempo.

PÃO TOSCANO
700 g de farinha de tipo 0,
350 ml de água, 30 g de fermento.

Dissolva o fermento em um copo de água


morna. Peneire a farinha, misture-a com
o fermento, mexendo sempre até que a

63
RECEITAS SEM GLÚTEN
A doença celíaca é uma forma grave de intolerância ao glúten, substância encontrada prin-
cipalmente no trigo e em outros cereais. Portadores dessa doença devem evitar qualquer
alimento que contenha glúten e seguir um tratamento específico sob supervisão médica. A
intolerância ao glúten é anunciada por dor abdominal, diarreia e dermatite. Os sintomas
acarretam dificuldades na absorção dos alimentos e deficiências nutricionais graves. No
mercado já existem refeições especialmente preparadas e alimentos para quem tem intole-
rância ao glúten.

PANINI (SANDUÍCHE)

400 g de farinha para celíacos, 100 g de fécula


de batata permitida, 250 ml de leite integral, de 24 cm de diâmetro, fure a superfície com
200 ml de água, azeite, 10 g de sal, 15 g de os dentes de um garfo, cubra com filme
fermento biológico seco permitido. plástico e deixe crescer por cerca de meia
hora. Em seguida, asse por, aproximada-
Misture bem todos os ingredientes e prossi- mente, 20 minutos em forno preaquecido
ga para a preparação da massa, seguindo as a 220°C.
instruções fornecidas nas páginas 40 e 41.
Trabalhe novamente a massa para tirar o ar PIADA DE GRÃO-DE-BICO
e manipule-a por mais 20 ou 30 minutos.
Forme os rolos e cubra-os primeiro com um Para cada piada: 50 g de farinha de grão-de-
pano umedecido com água morna e, depois, -bico, 50 ml de água, azeite, bicarbonato de
com um saco de náilon. Deixe-os descansar sódio, alguns ramos de alecrim, sal.
em um ambiente suficientemente quente,
por cerca de 2 horas. Depois, leve-os para Em fogo baixo, aqueça uma panela de 30
assar por, aproximadamente, 40 minutos, cm de diâmetro, levemente untada com
em forno preaquecido a 220°C. azeite. Enquanto isso, prepare uma massa
bastante líquida com a farinha de grão-de-bi-
SCHIACCIATA co, água, 1 colher (de chá) de azeite, alecrim
picado, uma pitada de bicarbonato de sódio
190 g de farinha para celíacos, 110 ml de água, e uma de sal. Despeje a massa na assadeira,
20 g de fermento biológico permitido, azeite, sal. distribuíndo-a uniformemente no fundo.
Mantenha o fogo alto até a piada coalhar.
Trabalhe os ingredientes, seguindo as ins- Feito isso, vire-a e cozinhe do outro lado.
truções fornecidas nas páginas 40 e 41. Ela precisa ficar crocante e dourada. Sirva-a
Coloque a massa em uma assadeira de cerca quente.

64
Pães Temperados

PÃES TEMPERADOS
A massa de pão é uma base flexível que pode ser misturada com diferentes tipos de
condimentos. Aprendendo a dosá-los e a combiná-los, você vai obter pães saborosos e diferentes
a cada dia. Experimente!

PÃO DOCE
800 g de farinha de tipo 0, 400 ml de leite,
360 ml de água, 30 g de fermento biológico
fresco, 50 g de azeite, 30 g de mel de acácia,
10 g de sal.

Seguindo as instruções das páginas 40 e 41,


comece a manipulação da massa com 100 g
de farinha e o fermento dissolvido em 1/2
copo de leite morno. Deixe a massa crescer
por 5 horas. Depois, retome a manipula-
ção, incorporando o restante da farinha, o Subdivisão da massa em pães
azeite, o leite, o mel e o sal dissolvido em
um pouco de água. Trabalhe por bastante Para temperar: 250 g de grão-de-bico,
tempo e forme uma bola. Deixe-a crescer 3 folhas de louro
por 2 horas e, depois, divida a massa em
4 pedaços grossos, pincele a superfície Mergulhe os grãos durante 12 horas em
com um pouco de azeite e asse em forno água fria, escorra-os e ferva-os em bastante
preaquecido a 220°C, até que a superfície água aromatizada com as folhas de louro,
esteja corada uniformemente (o que deverá sem sal. Escorra o grão-de-bico, deixe
levar cerca de 30 minutos). esfriar e passe os grãos por uma peneira.
Com o grão-de-bico triturado e o restante
dos ingredientes, volte a trabalhar a massa,
seguindo as instruções das páginas 40 e 41.
PÃO DE O purê de grão-de-bico pode, eventualmen-
GRÃO-DE-BICO te, ser atenuado com algumas colheres (de
sopa) de água morna. Ao final da segunda
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água, fermentação, divida a massa em pedaços e
30 g de fermento biológico fresco, 100 ml de deixe-a crescer por 2 horas. Depois, asse os
azeite, 1 colher (de chá) de sal, pedaços por 25 minutos em forno preaque-
½ colher (de chá) de açúcar, mel ou malte. cido, a 230°C.

65
O LEITE PÃO COM FIGOS
Ele pode ser usado no lugar
da água ou em conjunto 800 g de farinha de tipo 0, 30 g de fermento
com ela. Para a panificação biológico fresco, 260 ml de água, 100 ml de
é melhor usar o leite de vaca, leite, 100 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal,
de preferência o integral fres- ½ colher (de chá) de açúcar ou de malte.
co. Na preparação do pão, o Para o tempero: 6 figos secos, 250 g de uvas
leite também deve ser usado passas, 80 g de nozes, 2 colheres
a uma temperatura morna (nem
(de sopa) de mel.
muito quente, nem muito frio),
para não afetar a fermentação.
A temperatura ideal para o uso
de todo e qualquer líquido é de Seguindo as instruções das páginas 40 e
20 a 25°C. 41, comece a preparação da primeira mis-
tura com todos os ingredientes principais.
Enquanto isso, aproveitando o período de
PÃO COM COMINHO descanso da primeira fermentação, mer-
gulhe as passas em água morna e pique os
figos secos e as nozes finamente. Quando
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água, as passas estiverem inchadas, esprema-as e
30 g de fermento biológico fresco, passe-as em um pouco de farinha. Depois
100 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal, do tempo de descanso, retome a manipula-
½ colher (de chá) de açúcar, mel ou malte. ção da massas, para tirar o ar, e incorpore
Para o tempero: as passas, os figos secos, as nozes e o mel,
3 colheres (de sopa) de sementes de cominho manuseando com cuidado e tentando
distribuir os ingredientes uniformemente.
. Com essa manipulação, a massa vai endu-
Misture todos os ingredientes, exceto o recer levemente. Em seguida, divida-a em
cominho, e comece a trabalhar a massa, pãezinhos e leve para assar por 30 minu-
seguindo as instruções das páginas 40 e tos, em forno preaquecido a 250°C.
41. Na fase da segunda massa, incorpore
o cominho, trabalhando bastante para
assegurar uma distribuição homogênea
das sementes. Divida a massa em dez
pães, deixe crescer novamente por algumas
horas e asse-os por 45 minutos, em forno
preaquecido a 250°C.

66
PÃO COM QUEIJO CEREAIS GERMINADOS
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água, Os brotos são uma incrível
30 g de fermento biológico fresco, fonte de vitaminas, enzimas,
100 ml de azeite, 1 colher (de chá) generosa de oligoelementos, aminoácidos
entre outros princípios. É um
sal, ½ colher (de chá) de açúcar ou malte. alimento fresco e fácil de prepa-
Para o tempero: 300 g de queijo parmesão rar até mesmo em casa (existem
ralado, 1 colher (de sopa) de sementes de kits especiais para a germinação)
gergelim, 1 ovo, pimenta. e não apresentam qualquer con-
traindicação. Além do trigo, tam-
bém pode-se produzir a partir de
Seguindo as instruções das páginas 40 e outras leguminosas. Para evitar
41, comece a preparar a primeira mistura o desperdício dos princípios pre-
com os ingredientes principais. No final da ciosos neles contidos, eles devem
primeira fermentação, volte a manipular a ser consumidos preferencialmente crus.
massa para tirar o ar e incorpore o queijo
ralado e o gergelim previamente tostado. PÃO COM
Misture bem para distribuir uniforme- TRIGO GERMINADO
mente os ingredientes e divida a massa
em porções. Modele cada porção até obter
800 g de farinha de trigo integral,
o formato de pãezinhos. Organize-os em
30 g de fermento biológico fresco,
uma assadeira untada com azeite e deixe
360 ml de água, 1 colher (de chá) de sal,
crescer por duas horas. Pincele a superfície
½ colher (de chá) de açúcar ou malte.
dos pães com ovo batido e polvilhe com
Para o tempero: 100 g de trigo germinado,
pimenta moída na hora, e, em seguida,
100 ml de azeite de oliva.
asse por meia hora no forno a 200°C.
.

O trigo germinado adicionado à massa


traz ao pão uma fragrância fresca, além de
aumentar o seu valor nutritivo. Seguindo
as instruções das páginas 40 e 41, comece
a preparar a primeira mistura com todos os
ingredientes principais. No final da primei-
ra fermentação, volte a trabalhar a massa,
incorporando o gérmen de trigo.
Divida a massa em pães, deixe-os crescer

67
accrescono l’apporto nutritivo. por duas horas, pincele a superfície com
O MELfornite alle pagi-
Seguendo le indicazioni azeite e leve para assar por 90 minutos, em
ne 38-39, procedete alla realizzazione del forno preaquecido a 140°C.
O melimpasto
primo é um alimento
con tutti natural que não
gli ingredienti
sofre
principali.qualquer intervenção do homem.
AlEle fornece
termine calorias
della primapara o nosso corpo
lievitazione, ripren-
prontamente disponíveis, que não pre-
dete la lavorazione incorporando anche i PÃO COM MEL
cisam ser digeridas. Não traz vitaminas,
germogli di grano.
mas enzimas, aminoácidos, proteínas
Dividete poi la 800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água,
e lipídios. Ospasta in pagnottelle,
açúcares lascia-
contidos neste
telealimento
lievitarerepresentam
per un paio 99 d’ore, spennella-
% da sua com- 30 g de fermento biológico fresco,
tene
posição, e são na sua maioria (85-95%)alla
la superficie con olio e procedete 100 ml de azeite, 1 colher (de chá) rasa de sal,
cottura
frutoseper 90 minuti
e glicose. nel forno
A presença già caldo
de frutose 1 colher (de sopa) de açúcar ou malte.
a 140 °C.
faz do mel um alimento extremamente Para o tempero: 6 colheres (de sopa) de mel.
energético. Ele também tem uma ação
antibacteriana marcante, devido à eleva- Seguindo as instruções das páginas 40 e
P
da concentraçãoane de alaçúcar
mielecombinados 41, comece a preparar a primeira mistura
a um pH ácido.
com os ingredientes principais. No final da
8 Para evitar a rápida degradação do
800 g di farina tipo 0, 360 ml d’acqua, primeira fermentação, retome a trabalhar a
produto é essencial proteger o mel da
30
luzg edido
lievito di birra
calor, fresco,
mantê-lo em100 ml di olio
recipientes massa e incorpore o mel. Deixe crescer por
d’oliva,
escuros e em1 local
cucchiaino
fresco raso di sale,
e ventilado. mais 2 horas e, então, amasse novamente
8 Para1 cucchiaio di zucchero
a panificação, o malto.o uso
é preferível para tirar o ar da massa. Depois, divida-a
de mel
Per condire: 6 cucchiai dipouco
fluido e com sabor miele.pro- em 10 pãezinhos e asse-os por 45 minutos,
nunciado. Indicamos o mel de acácia ou em forno preaquecido a 250°C.
mel de flor de laranjeira.

PÃO COM PARMESÃO


E PANCETTA
350 g de farinha de trigo, cerca de 1 xícara
(de chá) de água, 15 g de fermento biológico
fresco, 1 colher (de chá) de sal, 80 ml de azeite
de oliva.
Para o tempero: 150 g de pancetta fatiada
finamente, 100 g de parmesão ralado, sementes
de gergelim, azeite de oliva.

68
1 2

3 4
Sequência de preparação do pão com parmesão e pancetta

Dissolva o fermento em 1/2 copo de água mais de água até obter a consistência certa.
e faça o mesmo com o sal grosso. Peneire a Despeje a massa sobre uma superfície de
farinha em uma tigela grande e incorpore trabalho e amasse vigorosamente durante
a água com fermento, o azeite e o e sal dis- 10 a 15 minutos, até que se torne bem lisa
solvido. Se necessário, adicione um pouco e elástica. Faça uma bola e deixe-a crescer

69
AS NOZES
A parte comestível da noz é chamada de “núcleo”, enquanto o invólucro duro é
chamado de “casca”.
8 Fruto precioso para a saúde, é rico em gorduras insatu-
radas (as gorduras que ajudam a combater o colesterol
), minerais (sódio, zinco, fósforo, potássio, cálcio,
magnésio) e vitaminas (A, B1, B2, B12, F, PP). As nozes
também contêm carboidratos e fibras.
8 Por isso, é um suplemento alimentar valioso na
dieta para adultos e crianças e para aqueles que não
incluem o consumo de alimentos de origem animal
em seus cardápios.

por 1 hora em ambiente adequado. Volte PÃO COM NOZES


a trabalhar a massa para tirar o ar e, em
seguida, abra-a com um rolo a uma espes- 1 kg de farinha de trigo, 500 ml de água, 50 g
sura de cerca de 4 a 5 milímetros. Cubra de fermento biológico, 70 g de azeite, 25 g de
a superfície da massa com bacon cortado sal , 10 g de açúcar ou de malte.
(mantendo livre as bordas, que servirão Para o tempero: 200 g de nozes sem casca.
para fechar o rocambole) e polvilhe com
Seguindo as instruções das páginas 40 e
queijo ralado. Em seguida, enrole a massa
41, comece a preparar a primeira massa
bem apertada. Pincele a superfície com
com os ingredientes principais. No final da
água, salpique as sementes de gergelim, primeira fermentação, retome a trabalhar a
pressionando-as levemente para aderirem massa, incorporando as nozes previamente
à massa uniformemente e corte em fatias tostadas (em uma assadeira por 5 minutos)
com espessura de cerca de 2 cm. Disponha e depois picadas. Misture bem para distri-
as fatias em uma assadeira, pincele-as com buir as nozes uniformemente, e, em segui-
da, subdivida a massa em porções e forme
azeite e deixe crescer por cerca de 1 hora
bolinhas com cerca de 20 g cada. Pressione
e 30 minutos. Em seguida, leve para assar a parte de cima e coloque uma noz inteira
em forno preaquecido a 220°C por cerca no topo. Deixe crescer por mais meia hora
de 20 minutos. e leve para assar.

70
PÃO COM NOZES isso, aproveitando o período de descanso,
mergulhe as passas em água morna e toste
E UVAS-PASSAS as nozes em uma assadeira por 5 minu-
tos, picando-as grosseiramente em seguida.
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água, Feito isso, esprema as passas e passe-as
30 g de fermento biológico fresco, pela farinha: ao fazer isso, você vai evitar
100 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal, que elas se depositem na parte inferior
1 colher (de chá) de açúcar ou de malte. da massa durante o cozimento. Após a
Para o tempero: 250 g de uvas-passas, primeira fermentação, volte a trabalhar a
80 g de nozes massa, adicionando as passas e as nozes.
. Misture bem e divida a massa em pães,
Seguindo as instruções das páginas 40 e deixe-os crescer por mais 2 horas, e, em
41, comece a preparar a primeira massa seguida, cozinhe por 50 minutos em forno
com os ingredientes principais. Enquanto preaquecido a 250°C.

O pão com uva-passa e nozes pode ter as mais variadas formas

71
Para o tempero: 150 g de azeitonas verdes
sem caroço, 10 alcaparras, azeite de oliva
.

Seguindo as instruções das páginas 40 e 41,


comece a preparar a primeira massa com
todos os ingredientes principais. No final
da primeira fermentação, continue a tra-
balhar a massa, incorporando as azeitonas
previamente cortadas com as alcaparras.
Forme uma bola e deixe a massa crescer
1 por 2 horas. Depois, abra-a em uma folha,
não muito fina, e divida-a em 10 pães.
Pincele a superfície de cada pão com azeite
misturado em um pouco de água quente e
asse por, aproximadamente, 40 minutos,
em forno preaquecido a 200°C.

2
Sequência da preparação do pão com azeitonas PÃO COM ORÉGANO
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água,
PÃO COM AZEITONAS 30 g de fermento biológico fresco,
100 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal,
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água, ½ colher (de chá) de açúcar ou malte.
30 g de fermento biológico fresco, Para o tempero: 5 raminhos de orégano fresco,
90 g de azeite, 10 g de sal. 1 clara.

72
Seguindo as instruções das páginas 40 e PÃO DE BATATA
41, comece a preparar a primeira massa
com todos os ingredientes principais.
200 g de farinha de trigo, 300 g de batata fa-
No final da primeira fermentação, con-
rinhenta, água (o suficiente), 30 g de fermento,
tinue a trabalhar a massa, incorporando
10 g de sal, 80 ml de azeite.
as folhas de orégano. Sove bem para uma
distribuição homogênea dos ingredientes.
Ferva as batatas e descasque-as. Peneire
Divida a massa em 10 bolas e deixe-as
a farinha e faça um montinho sobre a
crescer por 2 horas. Bata a clara com o
superfície de trabalho. Esprema as batatas,
orégano restante e use essa mistura para
deixando o purê cair sobre a farinha, e
pincelar os pães antes de assá-los por 45
amasse tudo, adicionando o fermento dis-
minutos, em forno preaquecido a 250°C.
solvido em um pouco de água morna (não
exceda nos líquidos: a necessidade de água
vai depender da umidade das batatas).
PÃO COM ERVAS Continue amassando até obter uma massa
suave e consistente. Nesse ponto, incor-
pore gradualmente o azeite e o sal. Forme
uma bola e deixe-a descansar por cerca de
6 horas em um local adequado. Retome a
trabalhar a massa para tirar o ar e sove-a
por mais alguns minutos. Em seguida, divi-
da em porções, formando os pãezinhos, e
leve-os para assar em forno preaquecido a
250°C por, aproximadamente, 10 minu-
tos. Em seguida, vire os pães e continue a
assar por mais 10 minutos.
Para preparar um perfumado pão com
ervas aromáticas, use o mesmo proce-
dimento do pão com orégano, substi-
tuindo o orégano por ervas do tipo: PÃO APIMENTADO
estragão, manjerona, cebolinha, tomilho
etc. Investindo em sua experiência como
500 g de farinha de trigo, 250 g de fubá de
“padeiro”, tente, também, usar misturas
de diferentes aromas: você terá pães ori- milho, água, 25 g de fermento biológico fresco,
ginais e de excelente sabor, que podem 100 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal, ½
combinar com os pratos que você está colher (de chá) de açúcar ou malte.
cozinhando. Para o tempero: 4 pimentas vermelhas.

73
Seguindo as instruções das páginas 40
e 41, comece a preparar a massa com
O ALECRIM
todos os ingredientes principais (triture a
pimenta e misture-a à farinha). No final Rosmarinus officinalis, amplamen-
da primeira fermentação, sove a massa te encontrada na natureza, tem
para esvaziá-la e modele os pãezinhos propriedades antiespasmódicas e
com formas arredondadas. Coloque-os digestivas. Está entre as ervas mais
utilizadas na culinária. É muito
em uma assadeira levemente untada com
comum usá-la nas preparações de
azeite e deixe-os descansar para ativar a pães e bolos. Além disso, é um execlente
segunda fermentação. Quando terminar, condimento para sopas, molhos, legu-
asse-os por 20 minutos em forno preaque- mes, carnes e para aromatizar azeites
cido a 200°C. e vinagres.

todos os ingredientes principais. Enquanto


isso, aproveitando o período de descanso,
derreta uma colher (de sopa) de manteiga
em uma panela e doure por 2 minutos
as folhas de alecrim, a sálvia picada e
alguns grãos de pimenta esmagados – só
para liberar os sabores, sem deixar secar.
Após a fermentação, incorpore as ervas
passadas previamente em um pouco de
PÃO COM SÁLVIA farinha. Divida a massa em pães e deixe
E ALECRIM crescer por mais algumas horas. Asse-os
por 50 minutos, em forno preaquecido
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água, a 180°C.
30 g de fermento biológico fresco,
100 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal,
½ colher (de chá) de açúcar ou de malte.
Para o tempero: manteiga, 10 folhas de sálvia,
PÃO DE RAMERINO
1 raminho de alecrim, farinha de trigo,
grãos de pimenta. 800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água,
30 g de fermento biológico fresco, 1 generosa
Seguindo as instruções das páginas 40 e 41, colher (de chá) de sal, ½ colher (de chá) de
comece a preparar a primeira massa com açúcar ou de malte.

74
O pão de ramerino é um pão doce típico da Toscana, preparado com uvas-passas e aromatizado
com alecrim. É uma delícia!
um pouco de azeite quente (não deixe
Para o tempero: 100 g de uvas-passas, 1 secar, caso contrário, elas ficam amargas).
raminho de alecrim, 120 ml de azeite, farinha Ao final da primeira fermentação, volte a
de trigo (o suficiente). trabalhar a massa, incorporando as passas
e o alecrim. Sove com cuidado para dis-
Seguindo as instruções das páginas 40 e 41, tribuir os ingredientes uniformemente e,
comece a preparar a primeira massa com em seguida, divida a massa em 6 porções
todos os ingredientes principais. Enquanto e forme grandes pães redondos. Pincele a
isso, aproveitando o último minuto do superfície de cada pão com azeite e cozinhe
período de repouso, mergulhe as passas por meia hora no forno a 200°C.
em água morna, e, em seguida, esprema-
-as e passe-as em um pouco de farinha.
Assim, você evita que elas se depositem
na parte inferior da massa. Corte as folhas
de alecrim e refogue-as brevemente em

75
PÃO DE LINHAÇA
800 g de farinha de tipo 0, 360 ml de água,
30 g de fermento biológico fresco, 100 ml de
SEMENTES DE
azeite, 1 colher (de chá) de sal, ½ colher (de ERVA-DOCE
chá) de açúcar ou de malte.
Para o tempero: 60 g de semente de linhaça, Com a mesma receita sugerida para
1 clara. pão com sementes de linhaça você
também pode preparar um pão sabo-
roso com sementes de erva-doce.
Seguindo as instruções das páginas 40 e 41,
Apenas varie a dose em 50 g de
comece a preparar a primeira massa com
sementes e use a gema em vez da
todos os ingredientes principais. No final clara. As sementes de erva-doce, além
da primeira fermentação, volte a trabalhar de serem muito saborosas, têm pro-
a massa, incorporando a linhaça previa- priedades digestivas e ajudam em
mente tostada e a clara em neve. Modele caso de flatulência e fermentação
10 rolos, deixe-os crescer por mais 2 horas, intestinal.
e, em seguida, asse por 50 minutos em
forno preaquecido a 250°C.

noite: dessa forma, as sementes irão rei-


dratar e não vão roubar a água da massa
PÃO COM do pão durante o cozimento. Seguindo
as instruções das páginas 40 e 41, comece
MIX DE SEMENTES a preparar a primeira massa com todos
os ingredientes principais. No final da
500 g de farinha de trigo integral, primeira fermentação, volte a manipular a
350 ml de água, 20 g de fermento biológico massa para retirar o ar. Em seguida, com
fresco, 90 g de iogurte natural, 1 colher (de as pontas dos dedos, abra a massa sobre
chá) de sal, 1 colher (de chá) de açúcar ou a superfície e espalhe as sementes, escor-
de malte. ridas e secas em toalhas de papel. Sove
Para o tempero: 100 g de sementes misturadas bem para distribuir as sementes uniforme-
(por exemplo, girassol, linhaça, trigo sarraceno, mente, modele o pão e deixe crescer em
gergelim, semente de abóbora) uma assadeira untada com óleo por mais
. 1 hora. Em seguida, asse durante cerca de
meia hora (o tempo varia dependendo da
Lave a mistura de sementes e deixe-as forma e do tamanho do pão) em um forno
em uma tigela com água durante toda a preaquecido a 200°C.

76
KHUBZ RUBAQ
(pão fino com especiarias)
Especialidade de origem iraquiana, é um
pão perfumado e fácil de preparar. Se
PÃO COM desejar, você pode usar cominho ou um
ESPECIARIAS E mix de especiarias conforme indicado
na receita que propusemos. Uma dica:
FRUTAS SECAS moer as especiarias apenas quando for
o momento de usar, isto irá preservar os
800 g de farinha de tipo 0, 800 ml de suco de aromas.
uva, 30 g de fermento biológico fresco, 1 colher
(de chá) de sal, 1 colher (de chá) de açúcar
ou malte.
Para o tempero: 150 g de uvas-passas, 180 g de
nozes, 150 g de avelãs sem casca, 1 colher (de
sopa) de sementes de anis, 3 cravos-da-índia, 2
laranjas, geleia de laranja. 500 g de farinha de tipo 0,
1 colher (de chá) de especiarias em pó
Seguindo as instruções das páginas 40 e 41, (cominho, canela, cravo, noz-moscada),
250 ml de água,
comece a preparar a primeira massa com
1 colher (de chá) de sal.
a farinha, o açúcar, o fermento dissolvido
em um pouco de água com açúcar e o suco Peneire a farinha com as especiarias
de uva. Se necessário, adicione algumas e o sal e forme um montinho sobre a
colheres (de sopa) de água. Forme uma superfície de trabalho. Adicione a água
bola e deixe crescer por 5 horas em um a fio, sove os ingredientes até que a
mistura esteja lisa e homogênea com
local adequado. Enquanto isso, mergulhe
a qual você formará uma bola; deixe
as passas em água morna para hidratá-las, descansar por cerca de uma hora. Após
rale a casca das laranjas, triture os cravos este tempo, divida a massa em dez por-
em um pilão, rale o anis e pique as frutas ções e abra com um rolo para obter
secas. No final da primeira fermentação, folhas bem finas. Depois de enfarinhar
volte a manipular para retirar o ar da massa abundantemente cada folha, dobre-as e
deixe repousar por cerca de 10 minutos.
e incorporar a casca de laranja ralada, as
Abra as folhas em uma assadeira e leve
especiarias, algumas colheres (de sopa) de ao forno preaquecido a 220°C por apro-
geleia e uma pitada de sal. Manuseie com ximadamente 10 minutos. Deixe esfriar
cuidado, para que os ingredientes adicio- antes de servir.
nados sejam distribuídos uniformemen-

77
te, e deixe repousar durante cerca de 2
horas. Retome a manipulação, incor-
porando as passas escorridas. Feito
isso, divida a massa em 10 pãezinhos,
deixando-os descansar por mais uma
hora. Asse os pães durante 20 minutos,
em forno preaquecido a 200°C.
PANINI AO LEITE
COM UVAS-PASSAS
TRANÇA DE 800 g de farinha de tipo 0, 150 ml de leite,
UVAS- PASSAS 30 g de fermento biológico fresco, 1 colher (de
sopa) de sal, 2 colheres de açúcar ou malte.
1 kg de farinha, 400 ml de água, 50 g de Para o tempero: 170 g de uvas-passas,
levedura, 50 g de manteiga, 50 g de mel de 50 g de manteiga.
acácia, 30 g de açúcar baunilha, 20 g de sal.
Para o molho: 300 g de uvas-passas, farinha de Esfarele o fermento e dissolva-o em 1/2
trigo (o suficiente). copo de leite quente adoçado com açúcar.
Peneire a farinha com o sal em uma super-
Seguindo as instruções das páginas 40 fície de trabalho e amasse-a, despejando o
e 41, comece a preparar a primeira leite gradualmente. Sove com delicadeza,
massa com os ingredientes principais. e, em seguida, coloque a massa em uma
Aproveitando o tempo de descanso da tigela e deixe-a crescer por algumas horas
primeira fermentação, mergulhe as pas- em local adequado. Enquanto isso, mergu-
sas em água morna para hidratá-las, lhe as passas em água morna, esprema-as e
depois esprema-as, seque-as com papel passe-as em um pouco de farinha. Assim,
-absorvente e polvilhe com farinha. Ao você evita que elas se depositem no fundo
final da fermentação, volte a sovar a da massa. Após a primeira fermentação,
massa, para retirar o ar, e adicione as trabalhe a massa para tirar o ar, misture a
passas uniformemente. Divida a massa manteiga amolecida em pedaços e as pas-
em 3 porções e forme 3 rolos do mesmo sas enfarinhadas. É importante manusear
tamanho. Entrelace esses rolos e forme com cuidado, para que os ingredientes
uma trança. Coloque-a em uma forma sejam distribuídos uniformemente. Divida
untada com manteiga e deixe fermentar a massa em pãezinhos redondos ou alon-
por mais 1 hora. Em seguida, asse-a por gados, deixe-os crescer por mais 1 hora
30 minutos em forno preaquecido a e leve-os para assar por 45 minutos, em
220°C. forno preaquecido a 250°C.

78
1 2

3 4
Sequência da preparação do panini ao leite com passas

79
Receitas de Pizzas e Focaccias

RECEITAS
DE PIZZAS E
FOCACCIAS
Focaccia Salgada

FOCACCIA SALGADA
Do pão temperado à focaccia há um pequeno passo. Uma massa básica de pão fresco é
temperada e enriquecida com ingredientes simples, mas saborosos. O resultado é diferenciado
e delicioso. Pode apostar!

Nos últimos anos, cresceu muito a oferta aventure-se a tentar novos ingredientes e
de bases frescas ou congeladas de focaccia combinações, em busca da sua “focaccia
nos supermercados: basta abrir o pacote, perfeita”.
esticar a massa em uma assadeira untada, ò Naturais ou recheadas com frios e o
distribuir alguns temperos e ingredientes que mais a sua imaginação sugerir, as
simples e... voilà, está pronto! Com um focaccias são um lanche saboroso para
curto tempo de cozimento, você pode ser- as crianças. São, também, um excelente
vir uma focaccia de sabor decente. aperitivo: basta cortá-las em pequenos
Mas se você quer oferecer aos seus fami- quadradinhos.
liares e amigos algo mais saudável (e mais ò Para facilitar a sua preparação, equi-
saudável e barato) prepare-as com suas pe-se com várias assadeiras e bandejas.
próprias mãos. Vai ser fácil, divertido e Depois, delicadamente, unte-as com azei-
com um resultado infinitamente melhor te, espalhe a massa (mais ou menos gros-
do que uma preparação industrial. sa, vai depender se você gosta da focaccia
ò Cada região na Itália tem suas próprias alta e macia ou fina e crocante) e tempere
versões de focaccia: com azeite e sal, legu- com os ingredientes de sua preferência.
mes grelhados ou queijo etc.. Por isso, Dessa forma, será mais fácil gerenciar o
além das receitas das próximas páginas, processo de assar e servir.

ASSANDO NO FORNO À LENHA


Como para a pizza (e como para o pão), o ideal seria assar a focaccia no
forno à lenha. Mas esse tipo de forno não é tão comum em nossas residên-
cias, então, use o forno à gás ou elétrico. No entanto, se você possuir um forno
à lenha em sua casa, lembre-se de que o tempo de cozimento é muito mais
curto: nestes, o calor atinge facilmente 400°C contra os 240°C de um forno
de cozinha convencional.

82
Sequência de preparação da massa básica de focaccia

FOCACCIA sobre uma superfície de trabalho e amasse-a


vigorosamente durante 15 minutos, ou até
(MASSA BÁSICA) que fique lisa e elástica. Cubra-a com um
pano úmido e deixe crescer por cerca de
350 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água 1 hora em um local adequado. Retome o
morna, 60 ml de azeite e oliva, trabalho com a massa para retirar o ar e
15 g de fermento biológico fresco, sove-a por mais alguns minutos. Depois,
1 colher (de chá) de sal. polvilhe-a com um pouco de farinha e colo-
Para o tempero: 80 ml de azeite de oliva, que-a diretamente na assadeira, ajeitando
1 colher (de sopa) rasa de sal semigrosso. com os dedos até obter uma espessura com
. cerca de 1/2 centímetro. Não alise exces-
Dissolva o fermento em 1/2 copo de água sivamente a superfície, o certo é ela ficar
e faça o mesmo com o sal fino. Peneire a “rústica”. Unte a superfície da focaccia com
farinha em uma tigela grande e incorpore 2 colheres (de sopa) de azeite e polvilhe sal
o fermento dissolvido, adicionando gra- semigrosso. Asse-a em forno preaquecido a
dualmente o restante da água, em seguida, 200°C por, aproximadamente, 25 minutos,
a água salgada e o azeite. Despeje a massa ou até que a superfície esteja dourada.

83
Focaccia com manjericão

FOCACCIA COM FARINATA


MANJERICÃO
500 g de farinha de grão-de-bico,
350 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água morna, 2 litros de água fria, azeite de oliva,
15 g de fermento biológico fresco, 60 ml de azeite, ½ colher (de chá) de sal, pimenta em grãos.
½ colher (de chá) de sal grosso, sal semigrosso.
Para o tempero: 20 folhas de manjericão. Dissolva o sal em 1/2 copo de água.
Separadamente, peneire a farinha em uma
Seguindo as instruções da receita básica na tigela e incorpore a água salgada, e, em
página 83, misture e sove os ingredientes, seguida, a água restante. Continue mexen-
exceto o manjericão. Após o descanso da do até obter uma mistura líquida bem
primeira fermentação, incorpore o man- homogênea e deixe descansar por 4 horas.
jericão seco e picado à massa. Continue Durante o repouso, a mistura irá produzir
com a preparação da focaccia salgada. uma espuma que você deve eliminar com

84
uma escumadeira. Após o período de a trabalhar a massa, para tirar o ar, e
repouso, agite a mistura durante alguns incorpore as cenouras centrifugadas.
minutos, incorporando 1/2 copo de azei- Amasse com cuidado, para distribuir
te, para deixá-la bem homogênea. Despeje uniformemente os ingredientes.
esse mingau em uma assadeira e leve para Polvilhe a massa com a farinha, e, em
cozinhar no forno preaquecido a 280°C, seguida, distribua-a em uma assadei-
por cerca de 20 minutos. A farinata estará ra – ajeitando e espalhando-a com
cozida quando as bordas estiverem dou- os dedos, até obter uma espessura de
radas e a superfície, coberta de bolhas. cerca de 1/2 centímetro. Pincele a
Retire do forno e polvilhe pimenta moída superfície da focaccia com um pouco
na hora. de azeite e decore com as nozes, pres-
sionando-as um pouco para aderirem
bem à massa. Em seguida, asse por
FOCACCIA COM cerca de 25 minutos em forno preaque-
cido a 200°C.
CENOURA E NOZES
350 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água
morna, 15 g de fermento biológico fresco,
60 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal.
FOCACCIA
Para o tempero: 2 cenouras, COM CEBOLAS
10 nozes sem casca.
200 g de farinha de trigo integral, 100 g de
Comece a preparação da focaccia, farinha de centeio, 20 g de fermento biológico,
seguindo as instruções da receita bási- azeite de oliva, ½ colher (de chá) de sal.
ca na página 83. Depois, despeje a Para o tempero: 3 cebolas roxas, 1 maço de
massa sobre a superfície de trabalho cebolinha, 250 ml de creme de leite,
e amasse-a vigorosamente durante 15 páprica em pó.
minutos, ou até que esteja bem homo-
gênea e elástica. Cubra-a com um Em uma superfície de trabalho, misture
pano úmido e deixe crescer por cerca a farinha com o sal e peneire, formando
de 1 hora. Enquanto isso, descasque um montinho. No centro do montinho
e lave as cenouras e centrifugue-as em de farinha, despeje o fermento dissolvido
um processador de alimentos. Toste em água morna, juntamente a um pouco
levemente as nozes, pique-as e reserve. de farinha, e deixe repousar por alguns
Após o período de fermentação, volte minutos. Então, amasse os ingredientes vigo-

85
1 2

3 4
Sequência da preparação da focaccia com cebola

rosamente por uns 15 minutos. Em seguida, bem para distribuir os ingredientes da massa.
forme uma bola, cubra-a e deixe crescer em um Em seguida, estenda-a em uma assadeira untada
lugar adequado por 2 horas. Passado o tempo com azeite, cubra-a com as cebolas em fatias finas
de descanso e fermentação, volte a trabalhar a e deixe-a crescer novamente no forno desligado.
massa para tirar o ar, e misture a cebolinha pica- Em seguida, asse-a por 40 minutos em forno a
da, a páprica em pó e o creme de leite. Misture 180°C.

86
FOCACCIA seguida, coloque-a em uma assadeira unta-
da com azeite, ajeitando-a com os dedos.
COM TOMATES Pincele a superfície com mais azeite e dis-
tribua os tomates picados grosseiramente,
1 kg de farinha de trigo, 700 ml de água, pressionando-os levemente na massa. Asse
70 g de azeite, tomates sem pele e sem por 20 minutos em forno preaquecido a
sementes, 40 g de fermento biológico, 200°C.
20 g de malte, 20 g de sal.

Prepare a base para a focaccia, seguindo


as instruções da receita anterior. Mas,
lembre-se: essa mistura tem uma eleva-
FOCACCIA COM
da porcentagem de água. Para ter um AZEITONAS
bom rendimento, você precisa amassar
os ingredientes com muita calma, tentan- 350 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água
do incorporar gradualmente a água e só morna, 15 g de fermento biológico,
juntar o sal por último. O descanso para 60 ml de azeite, 1 colher (de chá) de sal.
a fermentação deve ser, no mínimo, de 3 Para o tempero: 70 g de azeitonas verdes sem
horas. Após esse tempo, trabalhe a massa caroço, azeite, sal semigrosso.
por alguns minutos para tirar o ar, e, em .
Esfarele o fermento em uma tigela e
Preparação da focaccia com tomates. dissolva-o em 1 copo de água morna.
Com um garfo, misture-o com 100 g de
farinha, até obter uma massa homogênea.
Cubra a tigela e deixe a massa crescer em
local aquecido por 30 minutos. Após esse
tempo, adicione o sal, o azeite e o restante
da farinha.
Trabalhe os ingredientes, primeiro com
um garfo e, depois, com as mãos. Quando
você tiver uma massa ligeiramente pegajo-
sa, transfira-a para uma superfície enfari-
nhada. Com as mãos também enfarinha-
das, trabalhe a massa por 15 minutos, ou
até que se torne lisa e elástica e com con-
sistência certa. Forme uma bola, cubra-a

87
VARIAÇÃO DA
FOCACCIA COM AZEITONAS FOCACCIA COM
Se preferir, você pode usar azeitonas BATATAS E
pretas em vez das verdes ou incorporar MANJERICÃO
parte (picadas grosseiramente) à mistura
da focaccia após a primeira fermentação.
Outra variação muito boa é a utilização 150 g de farinha de tipo 0, 250 g de batatas,
de azeitonas pretas e polpa de abacate 150 ml de água morna, 15 g de fermento
cortada em cubinhos, que devem ser biológico, 5 folhas de manjericão,
distribuídos na superfície da focaccia 60 ml de azeite, ½ colher (de chá) de sal
antes de assar. grosso, pimenta em grão.

Amasse o manjericão em um pilão e ume-


e deixe crescer por 1 hora em um local deça-o com 2 colheres (de sopa) de azeite.
adequado. Depois, espalhe a massa em Ferva as batatas, escorra-as, descasque-as
uma assadeira untada com azeite. Fure e passe-as pelo espremedor de batatas.
a superfície com os dentes de um garfo Dissolva o fermento em 1/2 copo de água
e tempere-a com um pouco de azeite, morna e faça o mesmo com o sal grosso.
sal e as azeitonas (pressione levemente Adicione o purê de batatas na mistura de
para fazê-las aderir à superfície da massa). farinha e fermento, coloque o restante da
Coloque no forno e deixe crescer por água, o azeite e a água salgada por último.
30 minutos. Em seguida, ligue o forno Despeje essa massa sobre uma superfí-
a 50°C e deixe continuar a fermentação cie de trabalho e amasse-a vigorosamente
durante 15 minutos, e aumente a tem- durante 15 minutos. É preciso sová-la,
peratura para 240°C. Quando a focaccia amassá-la e esticá-la até que fique elástica,
estiver dourada, abaixe a temperatura do firme e macia. Forme uma bola, cubra-a
forno para 180°C e deixe cozinhar por e deixe-a crescer por cerca de 2 horas.
mais 15 minutos. Verifique o ponto da Concluída a fermentação, sove a massa
focaccia, batendo com os nós dos dedos por mais alguns minutos e distribua-a em
na parte inferior. Se emitir um som seco, uma assadeira untada, ajeitando-a com os
está pronta. dedos até obter uma camada de cerca de

88
Focaccia com batata e manjericão

1/2 centímetro.
Nivele a superfície, sem deixá-la muito
FOCACCIA COM
lisa, e tempere com o azeite aromatizado TOMATE-CEREJA
com manjericão e pimenta moída na hora.
Asse por cerca de 25 minutos em forno 350 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água
preaquecido a 200°C. morna, 15 g de fermento biológico,
60 ml de azeite, ½ colher (de chá) de sal.
Para o tempero: 15 tomates cereja, 8 folhas
de manjericão, azeite de oliva.

89
Use cerca de metade da água para dissolver
separadamente o fermento e o sal. Peneire
a farinha em uma tigela e incorpore o
fermento dissolvido, adicionando gradual-
mente a água salgada, a água restante e o VARIAÇÕES DA FOCACCIA
azeite. Coloque a massa sobre uma super- DE RADICCHIO
fície de trabalho polvilhada com farinha e
amasse-a vigorosamente durante cerca de A focaccia com radicchio pode ser
15 minutos. Em seguida, forme uma bola modificada com outros sabores deli-
ciosos. Tente substituir o parmesão
e deixe descansar por, pelo menos, 2 horas por queijo fontinha ou provolone
em um ambiente adequado. Enquanto defumado, cortado em fatias finas.
isso, corte os tomates em quartos e pique Outra opção é ressaltar o sabor do
o manjericão. Passado o tempo de fer- radicchio, adicionando uma cebola
mentação, volte a manipular a massa por branca cortada bem fininha. Tente
alguns minutos. Depois, estenda-a com criar um sabor diferente! Que tal um
recheio com azeitonas pretas picadas
os dedos em uma assadeira untada com e anchovas em azeite? O resultado
azeite. Pincele a superfície com azeite e pode ser surpreendente!
asse em forno preaquecido a 200°C, por
10 minutos. Retire a focaccia do forno,
cubra-a com os tomates temperados com
manjericão e um pouco de azeite, e volte-a as instruções dadas na receita básica da
ao forno para finalizar o cozimento por página 83. Enquanto a massa descansa,
mais 10 minutos. lave e corte o radicchio em tiras, e refo-
gue-o em uma panela com um pouco de
azeite. Passado o tempo necessário para
a fermentação, retome o trabalho com a
FOCACCIA massa, e, em seguida, divida-a em duas
partes, uma um pouco maior que a outra,
COM RADICCHIO e abra em duas folhas circulares. Disponha
a primeira em uma assadeira redonda unta-
350 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água da com azeite, preencha-a com o radicchio
morna, 15 g de fermento, 60 ml de azeite, e cubra-a com o queijo parmesão. Feche
½ colher (de chá) de sal. com a massa restante, selando bem as bor-
Para o tempero: 300 g de radicchio limpo, das, fure a superfície da focaccia com um
60 g de parmesão ralado, azeite de oliva. garfo e pincele com azeite. Asse em forno
. preaquecido a 200°C, por 25 minutos. ou
Inicie a preparação da focaccia, seguindo até a superfície ficar dourada.

90
Pizzas e Calzones
PIZZAS E CALZONES
Para a sua pizza, você pode usar a massa básica de pão (mesmo a preparada com fermento
natural) ou usar a receita básica que ensinamos abaixo. Dê asas à sua imaginação: combine
vegetais, ervas e queijos e, com certeza, os resultados vão ser excelentes.

Sequência de preparação para a massa básica de pizza

Comece a misturar inicialmente utilizando


PIZZA uma colher de pau e, depois, as pontas
(MASSA BÁSICA) de seus dedos. Quando a massa estiver
consistente, transfira-a para uma superfície
250 g de farinha de tipo 0, 150 ml de água, enfarinhada e sove, usando toda a mão:
15 g de fermento biológico, 10 g de sal. estique a massa, empurrando do centro
para as bordas. Repita várias vezes esse pro-
Dissolva o fermento esfarelado em 1/2 da cedimento por cerca de 15 minutos. Assim
água e deixe repousar por 15 minutos. Em que a massa estiver consistente, bata-a sobre
1/2 copo de água morna, dissolva o sal. a superfície, para liberar o glúten. Continue
Peneire a farinha em uma tigela grande, sovando-a até que ela fique elástica e em
abra um buraco no meio e incorpore o sua superfície apareçam pequenas bolhas.
fermento. Adicione o resto da água e o sal. Coloque a massa pronta em uma tigela,

91
OS INGREDIENTES PARA A PIZZA

Berinjela
Peperone

Muçarela de búfala Cebola Cebolinha

Presunto
cru

Radicchio

Queijo parmesão

Manjericão
Salame
Pimentão

Azeitona

Queijos variados

Batata
Muçarela de búfala – bocconcino

92
cubra-a com um pano e deixe-a descansar
por 2 horas em um local adequado. Após
PIZZA COM FARINHA
esse tempo, coloque-a sobre a superfície de DE ARROZ
trabalho, amasse e sove por alguns minutos
para tirar o ar e devolver a sua firmeza. Em 200 g de amido de milho, 200
seguida, estenda-a em uma assadeira, previa- g de farinha de arroz, fermento
mente enfarinhada, untada ou forrada com natural, 30 g de manteiga , um
papel-manteiga. Para abrir a massa, o ideal é copo de leite, 8 g de sal marinho.
usar as mãos, eventualmente untadas. Você
pode dar à massa uma espessura maior ou Dissolva o fermento em um
pouco de água morna. Depois,
menor, dependendo se você gosta da pizza
com a farinha peneirada em uma
grossa e macia ou fina e crocante. A borda tigela, abra um buraco no meio e
realçada será útil para manter o molho. incorpore o fermento, o leite e a
Deixe repousar por 15 a 20 minutos em manteiga. Misture bem e adicio-
um lugar aquecido. Em seguida, tempere a ne o sal. Amasse até obter uma
pizza com o recheio escolhido e asse-a por, massa consistente, mas suave. Coloque
aproximadamente, 20 minutos em forno a massa para crescer. Após o período de
preaquecido a 220°C. fermentação, abra-a em uma assadeira
untada, tempere a pizza ao seu gosto
e asse em forno preaquecido a 250°C,
durante 15 minutos.

Pique as azeitonas sem caroço. Na metade


inferior da massa (que se encontra na forma
CALZONE clássica de disco) distribua a muçarela, o
tomate em fatias, as alcaparras e as azeito-
Massa básica (da página 91), 1 tomate fresco, nas. Tempere com pimenta, manjericão,
10 azeitonas verdes, 1 colher (de sopa) de alca- orégano e um pouco de azeite. Dobre a
parras salgadas, manjericão, orégano, 1 pedaço parte superior da massa sobre a recheada,
de muçarela, azeite, pimenta em grão. dando ao calzone uma forma de meia-lua, e
sele as bordas com cuidado. Asse em forno
Corte a muçarela. Lave os tomates, corte-os preaquecido a 250°C por 25 minutos.
e deixe-os escorrer em um prato inclinado. Retire do forno e sirva imediatamente.

93
CALZONE DE MILHO 200 g de queijo macio temperado, 2 fatias
de bacon, 1 colher (de sopa) de manteiga,
azeite de oliva, sal, pimenta-do-reino.
200 g de farinha de milho, 1 litro de leite,
2 ovos, noz-moscada, sal.
Refogue o bacon na manteiga derre-
Para o recheio: 8 fatias de presunto,
tida e espalhe sobre a base da pizza.
8 colheres (de sopa) de ricota,
Distribua o queijo cortado em fatias
40 g de queijo parmesão ralado.
finas, tempere com um pouco de azeite,
pimenta-do-reino e sal. Asse em forno
Prepare uma massa com os ovos, a fari-
preaquecido a 250°C, por 15 minutos.
nha de milho, o leite frio, uma pitada
Retire do forno e finalize com as folhas
de noz-moscada e uma de sal. Em segui-
de manjericão inteiras, as outras ervas
da, deixe descansar por 30 minutos em
picadas e um fio de azeite.
um local fresco. Aqueça uma frigideira
antiaderente grande e distribua 1/4
dessa massa (ela deve ter uma espessura
de cerca de 1/2 centímetro). Cozinhe
em fogo baixo e, quando começar a
coagular, distribua um pouco de queijo
ralado, 2 fatias de presunto picado e
2 colheres (de sopa) de ricota. Dobre PIZZA MARGHERITA
ao meio e molde o calzone, selando
as bordas com cuidado. Proceda da
Massa básica (página 91), 350 g de polpa
mesma maneira para preparar os outros
de tomate drenado, manjericão, orégano,
3 calzones. Mantenha-os aquecidos no
300 g de muçarela, azeite, sal, pimenta
forno, até que todos estejam prontos, e
vermelha em pó (opcional).
sirva-os.
Corte a muçarela, pique grosseiramente
as folhas de manjericão e o orégano,
e esmague a polpa de tomate com um
PIZZA BRANCA garfo. Cubra a base da pizza com o
AROMÁTICA tomate picado. Em seguida, coloque a
muçarela cortada, um pouco de azeite,
Massa básica (da página 89), 10 folhas de um pouco de sal e, se desejar, a pimen-
manjericão, 1 raminho de alecrim, 1 ramo ta. Asse a pizza por 15 minutos em
de tomilho, 2 raminhos de orégano, forno preaquecido a 250°C.

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Índice de Receitas

ÍNDICE DE RECEITAS

BAGUETE 50 PANINI 64
BEGHERIR (PÃO MARROQUINO) 51 PANINI AO LEITE COM UVAS-PASSAS
BROA DE MILHO 57 78
PÃO CHALLAH (PÃO DO
CALZONE 93 SÁBADO) 51
CALZONE DE MILHO 94 PÃO APIMENTADO 73
CHAPATIS PÃO ÁZIMO
(PÃO INDIANO NÃO FERMENTADO) 52 (PÃO SEM FERMENTO) 50
CHISOL PÃO ÁZIMO ARGELINO 52
(SCHIACCIATA MANTOVANA) 54 PÃO CARASAU 56
PÃO COM AZEITONAS 72
FARINATA 84 PÃO COM COMINHO 66
FOCACCIA (MASSA BÁSICA) 83 PÃO COM ESPECIARIAS
FOCACCIA COM AZEITONAS 87 E FRUTAS SECAS 77
FOCACCIA COM BATATAS PÃO COM FIGOS 66
E MANJERICÃO 88 PÃO COM MEL 68
FOCACCIA COM CEBOLAS 85 PÃO COM MIX DE SEMENTES 76
FOCACCIA COM CENOURA PÃO COM NOZES 70
E NOZES 85
PÃO COM NOZES E UVAS-PASSAS 71
FOCACCIA COM MANJERICÃO 84
PÃO COM ORÉGANO 72
FOCACCIA COM RADICCHIO 90
PÃO COM PARMESÃO
FOCACCIA COM TOMATES 87 E PANCETTA 68
FOCACCIA COM TOMATE- PÃO COM QUEIJO 67
CEREJA 89
PÃO COM SÁLVIA E ALECRIM 74
PÃO COM TRIGO GERMINADO 67
KHUBZ RUBAQ
(PÃO FINO COM ESPECIARIAS) 77
PÃO COMUM 47
PÃO DE BATATA 73
MAN TOU PÃO DE CENTEIO 62
(PÃO CHINÊS COZIDO NO VAPOR) 58 PÃO DE CEREAIS 47
PÃO DE CERVEJA 54
NAAN (PÃO INDIANO FERMENTADO) 58 PÃO DE FORMA 46

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CURIOSIDADES E DICAS
O PÃO ENTRE A SIMBOLOGIA
E O FOLCLORE 12
PÃO DE GRÃO-DE-BICO 65 CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DOS
DIFERENTES TIPOS DE PÃES 15
PÃO DE KAMUT 49 HOJE NÃO HÁ MAIS TEMPO
PARA O PÃO 17
PÃO DE LEITE 56
CEREAIS PRECIOSOS 18
PÃO DE LINHAÇA 76 CEREAIS E AFINS 19
PÃO DE RAMERINO 74 CLASSIFICAÇÃO DA FARINHA 20
O QUE CONTÉM A FARINHA 21
PÃO DOCE 65
FAZENDO PÃO COM FERMENTO NATURAL 26
PÃO FERRARESE 55 A CONSERVAÇÃO DO
FERMENTO NATURAL 27
PÃO GORDO 55
CUIDADO COM O SAL 28
PÃO INTEGRAL 47 A MANTEIGA CLARIFICADA 33
PÃO LENTU RECONHECENDO OS OVOS FRESCOS 34
(VER PÃO CARASAU) 56 CONDIMENTOS PARA O PÃO 37
PARA DAR SABOR AO PÃO 38
PÃO COM ORÉGANO 72
DE OLHO NOS INGREDIENTES 41
PÃO PUGLIESE 61 OS DEFEITOS DO COZIMENTO 43
PÃO TOSCANO 63 MÁQUINAS DE FAZER PÃO 46
O TRIGO 47
PARATHA
A AVEIA 49

(PÃO INDIANO TEMPERADO) 59
O KAMUT 49
PIADA DE GRÃO-DE-BICO 64 LEVEDURA DE CERVEJA
PIADINA 59 (FERMENTO BIOLÓGICO) 56
O MILHO 58
PIZZA (MASSA BÁSICA) 91 OS FORMATOS DE PÃO ITALIANO 60
PIZZA BRANCA AUTOMÁTICA 94 O CENTEIO 62
RECEITAS SEM GLÚTEN 64
PIZZA COM FARINHA DE ARROZ 93
O LEITE 66
PIZZA MARGHERITA 94 CEREAIS GERMINADOS 67
O MEL 68
AS NOZES 70
SCHIACCIATA 64
PÃO COM ERVAS 73
O ALECRIM 74
TIGELLE 61 SEMENTES DE ERVA-DOCE 76
ASSANDO NO FORNO À LENHA 82
TORTILLAS
(PIADINA MEXICANA) 63 VARIAÇÃO DA FOCACCIA
COM AZEITONAS 88
TORTILLAS 61 VARIAÇÕES DA FOCACCIA DE RADICCHIO 90
TRANÇA DE UVA PASSA 78 OS INGREDIENTES PARA A PIZZA 92
PIZZA COM FARINHA DE ARROZ 93

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