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GABARITO
1) Estilística é uma das disciplinas voltadas para os fenômenos da linguagem, tendo por
objeto o estilo.
2) “A palavra estilo, que hoje se aplica a tudo que possa apresentar características
particulares, das coisas mais banais e concretas às mais altas criações artísticas, têm uma
origem modesta”.
“Nils Erik Enkvist (Linguística e Estilo) as distribui em seis grupos: 1) estilo como adição,
envoltório do pensamento; 2) estilo como escolha entre alternativas de expressão; 3)
estilo como conjunto de características individuais; 4) estilo como desvio da
Norma; 5) estilo como conjunto de características coletivas (estilo de
época); 6) estilo como resultado de relações entre entidades linguísticas
formuláveis em termos de textos mais extensos que o período”.
“Pode-se observar que os critérios dos diversos grupos não são excludentes. Assim, por
exemplo, as características individuais podem incluir escolha, desvio da norma,
elaboração, conotação, o que mostra a dificuldade de tais classificações”.
3) “(...) a estilística surge nas primeiras décadas do século XX, graças sobretudo a dois
mestres que lideram duas correntes de grande importância: Charles Bally (1865-1947),
doutrinador da estilística da língua, e Leo Spitzer (1887-1960), figura exponencial da
estilística literária”.
“Bally condena o ensino da língua baseado apenas na gramática normativa e nos textos
literários, o qual dá uma visão parcial da língua, de um tipo de língua que não corresponde
ao que as pessoas usam nas múltiplas atividades de sua vida social e psíquica”.
“Os efeitos expressivos, pelos quais o ser humano manifesta seus sentimentos e atua
sobre o seu semelhante, são classificados em naturais (manifesta ções de
prazer e desprazer, de admiração e desaprovação, processos de
intensificação das ideias) e evocativos (que sugerem certo meio social ou
certa época e aparecem, por exemplo, na língua familiar, na gíria, na
língua profissional, na literária, etc)”.
- Falta a essa definição algum tipo de preocupação em relação ao acesso social à língua.
Está claro que cada falante dispõe de um repertório menos do que o repertório total da
língua ao produzir seus discursos, mas precisamos levar em conta que a aquisição desse
repertório acontece dentro de um contexto social que sempre irá agir como um limitador
dessa experiência. Ainda mais se pensarmos em como se dá, efetivamente, o ensino de
língua na maior parte das escolas brasileiras. (bertozzi, 2018)
“A sua concepção de estilística [de Mattoso Câmara Jr.] apóia-se nas três funções da
linguagem, de Karl Bühler: representação, expressão e apelo (a representação
corresponde à linguagem intelectiva, e a expressão ou manifestação psíquica e o apelo ou
atuação sobre o outro correspondem à linguagem afetiva de Bally)”.
“Aproximando a teoria de Jakobson da de Bally, podemos dizer que, enquanto para este a
estilística se concentra na função emotiva da linguagem em relação com a função
intelectiva (referencial), para Jakobson a estilística, ou poética, se concentra na relação da
função poética com as demais funções”.
“Jakobson mostra que o efeito poético repousa sobre uma combinação de duas
estruturas: a análise da mensagem não deve dispensar a análise do sistema,
do código. O efeito de um vocábulo depende não só da frase, do
contexto em que se encontra, como da tonalidade significativa que se
sente em confronto com outros vocábulos equivalentes”.
“Os signos não têm valor absoluto, mas um valor resultante de uma oposição e contato
com outros signos. Somente no contexto é que se atualiza o valor
expressivo”.
5) “Toda a sua (Samuel Levin) tentativa de descrição tem por núcleo a estrutura que ele
chama acoplamento que consiste no seguinte: duas formas equivalentes - seja pelo som,
seja pelo sentido - dispostas na cadeia falada em posições equivalentes. O acoplamento é,
pois, a convergência (ver Riffaterre) de duas equivalências, uma de posição outra de
natureza (fonética ou semântica), e constitui um modo de integração e de amplificação do
poema”.
“A rima é o exemplo mais claro de acoplamento, visto que palavras com coincidência de
sons são apresentadas em posição equivalente (conforme os esquemas rimáticos das
composições de forma física”.
“É importante saber empregar a propósito cada uma das expressões por nós assinaladas,
nomes e glosas; maior todavia é a importância do estilo metafórico. Isto só, e que não é
possível tomar de outrem, constitui a característica dum rico engenho, pois descobrir
metáforas apropriadas equivale ser capaz de perceber as relações”.
7) “A estilística tem um campo de estudo mais amplo que o da retórica: não se limitando ao
uso da linguagem com fins exclusivamente literários, interessa-se pelos usos linguísticos
correspondentes às diversas funções da linguagem, seja na investigação da poeticidade,
seja na apreensão da estrutura textual, seja na determinação das peculiaridades da
linguagem devidas a fatores psicológicos e sociais”.
“As várias teorias estilísticas, cada qual com a sua contribuição, podem ser
compreendidas em dois grupos: as que consideram o fenômeno estilístico
como objetivo de pesquisa em si mesmo, e as que o consideram como o
meio privilegiado de acesso à interioridade do escritor”.
“Como bem diz Guiraud, ‘sem ser o objeto nem o fim único da análise estilística, o estudo
dos valores expressivos e de seus efeitos é a tarefa maior do estilólogo e o ponto de
partida indispensável de toda crítica de estilo”.
8) Porque a autora afirma que o objetivo é despertar maior consciência das diversas
possibilidades de expressão da nossa língua, as quais têm sido desenvolvidas e
exploradas pelos seus milhões de usuários.
B) D
Para Mattoso estilo é “um conjunto de processos que fazem da língua representativa um
meio de exteriorização psíquica e apelo”. Nesse sentido, é apenas meia verdade que o
estilo é individual. Pelos exemplos que veremos, o estilo, assim visto, não está em toda a
parte.