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Estruturalismo

- “(...) a língua é uma estrutura, ou sistema, (...) é tarefa do linguista analisar


a organização e o funcionamento dos seus elementos constituintes.”
- Coerente: que tem nexo, lógico, racional / Coeso: ajustado, que se dispõe de
modo harmônico.

- “Saussure, o precursor do estruturalismo, enfatizou a ideia de que a língua é um


sistema, ou seja, um conjunto de unidades que obedecem a certos princípios de
funcionamento, constituindo um todo coerente. À geração seguinte coube
observar mais detalhadamente como o sistema se estrutura: daí o termo
estruturalismo para designar a nova tendência de se analisar as línguas.
O estruturalismo, portanto, compreende que a língua, uma vez formada por
elementos coesos, inter-relacionados, que funcionam a partir de um conjunto de
regras, constitui uma organização, um sistema, uma estrutura. Essa organização
dos elementos se estrutura seguindo leis internas, ou seja, estabelecidas dentro do
próprio sistema.”

- O Modelo Teórico Estruturalista: apresenta a linguagem como um sistema


articulado, uma estrutura em que, tal como no jogo de xadrez, o valor de cada
peça não é determinado por sua materialidade, ele não existe em si mesmo, mas é
instituído no interior do jogo.
- “(..) estabelecemos comunicação porque conhecemos as regras da gramática de
uma língua. Ou seja, conhecemos as peças disponíveis do jogo e suas
possibilidades de movimento, como elas se organizam e se distribuem.” Aqui não
falamos das regras normativas estabelecidas por pensadores, essas são
desconhecidas, então não haveria comunicação.
- “O que regula o funcionamento das unidades que compõem o sistema
linguístico são normas que internalizamos muito cedo e que começam a se
manifestar na fase de aquisição da linguagem.”
- “(...) estruturalismo entende que a língua é forma (estrutura), e não substância
(a matéria a partir da qual ela se manifesta). (...) a língua deve ser estudada em si
mesma e por si mesma. É o que chamamos estudos imanentes da língua (...).”

 Língua e Fala.
- “O termo dicotomia designa a divisão lógica de um conceito em dois, de modo
que se obtenha um par opositivo. Podemos assim, observar dualidades como:
língua e fala, sincronia e diacronia, paradigma e sintagma, forma e
substância, significado e significante, motivado e arbitrário. Essas são
algumas das chamadas dicotomias saussureanas.”
- “(..) a linguagem tem um lado social, a língua (...), e um lado individual, a fala,
sendo impossível conceber um sem o outro.”
- “Para Saussure, o indivíduo, sozinho, não pode criar nem modificar a língua.”
- “De acordo com Saussure, a língua é a condição da fala, uma vez que, quando
falamos, estamos submetidos ao sistema estabelecido de regras que corresponde
à língua.”
- “(...) o objeto de estudo específico da linguística estrutural é a língua, e não
a fala, sendo está última tomada como objeto secundário. (...) Isso não significa
que se possa estudar a língua independente da fala, uma vez que, entre os dois
objetos, existe uma estreita ligação: a língua é necessária para que a fala seja
compreensível e para que o falante (...) possa vir a atingir os seus propósitos
comunicativos; por outro lado, a língua só se estabelece a partir das
manifestações concretas de cada ato linguístico efetivo. Assim, a língua é, ao
mesmo tempo, o instrumento e o produto da fala.”

 Sincronia e Diacronia.
- Sincronia e Diacronia são métodos usados por linguistas em suas pesquisas.

- “A partir dos anos de 1870, a geração dos neogramáticos procurou mostrar que
a mudança das línguas possui uma regularidade, segue uma necessidade própria,
não dependendo da vontade dos homens. Com esse objetivo, desenvolveram uma
teoria das transformações linguísticas baseada em método estritamente científico,
afastando-se das especulações vagas e subjetivas que marcaram os estudos da
linguagem no início do século XIX.
De acordo com a escola dos neogramáticos, a linguística necessariamente deveria
ter um caráter histórico, já que sua tarefa seria estudar as transformações das
línguas em busca de explicações e formulações de regras de um “vir a ser” dessas
línguas. Para Hermann Paul, o grande teórico da escola, a simples descrição de
uma língua representaria, unicamente, a constatação de um fato, mas de forma
alguma uma ciência.”

- A distinção feita por Saussure entre a investigação diacrônica e a investigação


sincrônica representa duas rotas que separam a linguística estática da linguística
evolutiva. “É sincrônico tudo quanto se relacione com o aspecto estático da
nossa ciência, diacrônico tudo que diz respeito às evoluções. Do mesmo
modo, sincronia e diacronia designarão respectivamente um estado de
língua e uma fase de evolução. (Saussure, 1975)”.

- “(...) enquanto o estudo sincrônico de uma língua tem como finalidade a


descrição de um determinado estado dessa língua em um determinado momento
no tempo, o estudo diacrônico (através do tempo) busca estabelecer uma
comparação entre dois momentos da evolução histórica de uma determinada
língua.”

- O estruturalismo proposto por Saussure não apenas aponta as diferenças entre


essas duas formas de investigação, mas, sobretudo, registra a prioridade do
estudo sincrônico sobre o diacrônico.
- “Para os falantes, a realidade da língua é o seu estado sincrônico.” A
comparação feita por Saussure da língua com um jogo de xadrez é o melhor
exemplo de como a língua se comporta e como nós, falantes, interpretamos ela.
Nós aceitamos a língua agora (sincronia), mas os linguistas estudam a língua por
um todo (diacronia).

 O Signo Linguístico.
- “(...) Saussure afirma que a língua é um sistema de signos. O signo é, portanto,
a unidade constituinte do sistema linguístico. Ele é formado, por sua vez, de duas
partes absolutamente inseparáveis, sendo impossível conceber uma sem a outra,
como acontece com duas faces de uma folha de papel: um significante e um
significado.”
- Significante, imagem acústica. Significado, conceito.
- “Afirmar que o signo linguístico é arbitrário, come fez Saussure, significa
reconhecer que não existe uma relação necessária, natural, entre a sua imagem
acústica (seu significante) e o sentido a que ela nos remete (seu significado). Isso
significa dizer que o signo linguístico não é motivado, e sim cultural,
convencional, já que resulta de acordo implícito realizado entre os membros de
uma determinada comunidade. Trata-se, portanto, de uma convenção.

 A corrente norte-americana.
- O objetivo da teoria formulada por Leonard Bloomfield é a elaboração de um
sistema de conceitos aplicáveis à descrição sincrônica de qualquer língua.
Funcionalismo
- “O funcionalismo é uma corrente linguística que, em oposição ao
estruturalismo e ao gerativismo, se preocupa em estudar a relação entre a
estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em
que elas são usadas.”
- “Os funcionalistas concebem a linguagem como um instrumento de interação
social.”
- “A abordagem funcionalista procura explicar as regularidades observadas no
uso interativo da língua, analisando as condições discursivas em que se verifica
esse uso.”
- “(...) Ou seja, o funcionalismo procura essencialmente trabalhar com dados
reais de fala ou escrita retirados de contextos efetivos de comunicação, evitando
lidar com frases inventadas, dissociadas de sua função no ato da comunicação.”
- “Funcionalistas e gerativistas divergem também com relação ao processo de
aquisição da linguagem. Os funcionalistas tendem a explicá-lo em termos do
desenvolvimento das necessidades e habilidades comunicativas da criança na
sociedade. (...) Os gerativistas, por outro lado, explicam a aquisição da
linguagem em termos de uma capacidade humana específica para a aprendizagem
da língua.”
- “(...) uma importante característica do funcionalismo: a visão de que a
linguagem não constitui um conhecimento específico, como propõem os
gerativistas, mas um conjunto complexo de atividades comunicativas, sociais
e cognitivas integradas ao resto da psicologia humana. Assim, a visão
funcionalista de cognição assume que a linguagem reflete processos gerais de
pensamento que os indivíduos elaboram ao criarem significados, adaptando-
os a diferentes situações de interação com outros indivíduos. Ou seja, os
conceitos humanos associam-se à época, à cultura, e até mesmo a inclinações
individuais caracterizadas no uso da linguagem.”
Gerativismo
 A faculdade da linguagem.
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