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Processo n. 0007465-09.2019.827.

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA


COMARCA DE PORTO NACIONAL – TO.
Autos 0007465-09.2019.827.2737

MARIA DE FÁTIMA NETA REIS, brasileira, viúva, portadora do RG nº 1059831


SSP/TO, inscrita no CPF. N° 388.864.991-91, residente e domiciliada na Rua 01, QD 01, LT 11 nº
64, Na Rua da Escola Ana Macedo Maia, Bairro: Beira Rio, Porto Nacional – TO, por intermédio da
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO TOCANTINS, aqui representada pela Defensora que ao final
subscreve escudada pela Lei Complementar Federal nº. 80/94 e pela Lei Complementar Estadual
nº. 55/09 vem à presença de Vossa Excelência apresentar impugnação as primeiras declarações,
pelo que passa a aduzir:
Por oportuno, a requerente informa que um dos imóveis, objeto deste arrolamento
sumário, qual seja, casa localizada na Rua 01, Quadra 01, Lote 11, nº 64, Setor Beira Rio, nesta
urbe, está na posse do núcleo familiar da requerente há dezesseis anos, conforme faz prova
declaração de 1ª ligação e titularidade de unidade consumidora/ENERGISA, certidão de execução
fiscal atestando o pagamento do IPTU do imóvel, desde 2002, até a presente data e, a certidão de
óbito da falecida mãe da requerente, cuja data de falecimento foi 2003 e pela própria propositura
da ação de arrolamento sumário, cujo lapso temporal é de dezesseis anos após o falecimento da
mãe dos herdeiros, está na posse dos requerentes há dezesseis anos.
MARTINHA MARIA DE JESUS, mãe da Requerente, 84 (oitenta e quatro anos),
aposentada, solteira, filha de Adriano Francisco Braga e Maria Felícia da Conceição, faleceu em
2003.
Imperioso relatar que, que no ano 1983 nasceu o primeiro filho da Requerente. Este foi
criado pela falecida mãe, visto que D. Maria de Fátima se casou, em seguida mudou-se para zona
rural, deixando o filho sob os cuidados da avó materna falecida em 10 de junho de 2003, portanto
Frederico Martins Gonçalves Neto, sempre morou no imóvel suso mencionado, posto que sua avó
materna faleceu e o mesmo continuou residindo no local.
No final do ano de 2008, Maria de Fátima mudou para este imóvel para viver em
companhia dos filhos, todos, visto que estes sempre estiveram na companhia da avó materna
para estudar e, Frederico, o mais velho entre os irmãos, criado pela avó materna desde o
nascimento, portanto Frederico mora há mais de dezesseis anos no imóvel, sem a presença da
avó materna e, sem oposição dos herdeiros, inclusive um dos herdeiros reside em Porto Nacional,
visto que mora neste imóvel desde que nasceu.
Sempre foi da vontade da avó falecida doar o imóvel para seus netos, especialmente,
àquele que foi criado desde a tenra infância, Frederico, afinal, este sempre dedicou companhia e
cuidados a Martinha Maria de Jesus, já falecida.
Todos os herdeiros, que compõe a ação de arrolamento sumário, que tramita nesta
vara, têm ciência da vontade da falecida e sempre agiram pautados por essa consciência, assim,
com a aquiescência de seus irmãos, D. Maria, apoiada economicamente pelos filhos, após a morte
da proprietária deste imóvel, há aproximadamente cinco anos, com muito esforço e economia, de
todos, transformou uma casa modesta, deixada por sua mãe, em uma casa com um mínimo de
conforto, fez banheiro, colocou cerâmica, forrou dois cômodos, murou, colocou portão, três janelas

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de blindex, pintou, trocou madeiramento e telhado, renovou instalações elétricas e hidráulicas.


A casa que a falecida deixou é a mesma que está descrita na Certidão de Inteiro Teor,
portanto todas as benfeitorias e acessão (dois cômodos e área coberta a mais) foram realizadas
por este núcleo familiar.
O Núcleo familiar da Requerente é composto por seus filhos e ela própria e Fábio
Pereira Reis, Flávio Pereira Reis, Flaviane Pereira Reis, todos maiores e capazes.
A jurisprudência permite que, estando a questão relativa à propriedade do imóvel
sendo debatida em inventário, deve ser ali decidida, senão veja-se julgado exemplificativo:

Processo: Apelação Cível. 1.0024.07.762516-8/0017625168-77.2007.8.13.0024 (1). Data da


publicação da súmula: 15/10/2021. Ementa: EMENTA: EMENTA: AÇÃO DE USUCAPIÃO -
REQUISITOS - COMPROVAÇÃO AUSENTE - HERDEIRA - CO-PROPRIETÁRIA JUNTAMENTE COM
OUTROS HERDEIROS - IMÓVEL ARROLADO EM INVENTÁRIO - A posse que conduz à usucapião
deve ser exercida com animus domini, mansa e pacificamente, contínua e publicamente, pelo
prazo determinado na lei para a aquisição da propriedade. - Estando a questão relativa à
propriedade do imóvel sendo debatida em inventário dos pais da autora, deve ser ali decidida
e não em sede de ação de usucapião. Recurso Não Provido.

REQUERIMENTOS:
Isso posto requer:
a) Seja julgada PROCEDENTE a presente impugnação para determinar a exclusão do
imóvel localizado na Rua 01, Quadra 01, Lote 11, nº 64, Setor Beira Rio, nesta urbe, por não ser de
propriedade do Espólio;
b) Caso este não seja o entendimento do (a) Magistrado (a), subsidiariamente, requer
indenização e direito de retenção pelas benfeitorias e acessão realizadas no imóvel;
c) Gratuidade da Justiça, na forma do art. 98 e seguintes da Lei 13.105/2015
porquanto a autora é pessoa beneficiária da assistência jurídica gratuita prestada pela Defensoria
Pública Estadual, nos moldes do art. 5º, incisos XXXIV e XXXV e LXXVII, da Constituição da
República;
d) Que seja declarando por sentença o domínio, em caráter exclusivo, dos Autores
FREDERICO MARTINS GONÇALVES NETO, FÁBIO PEREIRA REIS, FLÁVIO PEREIRA REIS e FLAVIANE
PEREIRA REI, em face dos herdeiros, com exceção de MARIA DE FÁTIMA NETA REIS, visto que esta
herdeira mora no imóvel desde 2008;
e) Perícia prévia e certidões requisitadas pelo juízo mediante custeio do Estado, com
fundamento nos artigos 98, e 438, I, do CPC, entre as quais certidões e memorial feito por perito
nomeado por este juízo;
Espera Deferimento.
Porto Nacional - TO, 20 de abril de 2022.

ELISA MARIA P. DE S. FALCÃO QUEIROZ


DEFENSORA PÚBLICA

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