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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DA INFÂNCIA E

DA JUVENTUDE E ADOÇÃO DA COMARCA DE (__________) [1]


(_____nome_____), (____nacionalidade____), (____estado civil____), (____profissão____), portador
da identidade nº (__número da identidade civil, registro em entidade de classe, cédula de
estrangeiro, etc.___), e do CPF nº (___número do cadastro junto à Receita Federal para pessoa
física___), endereço eletrô nico (___emaildoautor@site.com. Br___), residente e domiciliado na
(____endereço completo com CEP inclusive____)[2], por seu advogado e procurador que ao
final assina, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento na Lei
nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) em seu artigo 98, II e artigo 148, §
único, a, nosartigos693 a 699 da Lei 13.105/2015 (Novo Có digo de Processo Civil) e nos
artigos 1.728 e 1.731, inciso I, do Có digo Civil[3], propor a presente
AÇÃO DE TUTELA E GUARDA DE MENOR
com PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA (artigo 303/NCPC)
em relaçã o a (____dados do réu, neste exemplo é o próprio menor que perdeu ambos os
pais___), (____endereço completo com CEP, inclusive____), pelos fatos e fundamentos que
seguem:
DOS FATOS
A requerente é avó materna do menor (_______), de XX (_____) anos de idade (documentos em
anexo).
Recentemente grande tragédia se abateu sobre a vida da criança, tendo sido assassinados o
seu pai e sua mã e na mesma ocasiã o, por indivíduos encapuzados que invadiram a
residência da família (conforme relatam as matérias jornalísticas bem como as Certidõ es de
Ó bito, em anexo)[4]. O menor presenciou todo o crime e se escondeu embaixo de uma
cama, o que acabou por lhe salvar a vida.
Ocorre que, desde o falecimento do pai e da mã e do menor, a autora tem tido dificuldades
em cuidar dos interesses da criança por ausência de formalizaçã o de sua condiçã o de
guardiã e responsá vel pelo neto.
Tem-se a presente açã o a finalidade de requerer em Juízo o deferimento da guarda e
responsabilidade legal quanto ao infante, eis que hoje se encontra consolidado o exercício
de fato pela autora, devendo, portanto, ser-lhe reconhecido também o direito, nos termos
previstos na lei específica.
A realidade apontada pode ser comprovada através dos documentos que acompanham a
presente (Ficha de Encaminhamento, Declaraçã o de Matrícula, fotos, etc.)[5], que
comprovam que o menor (__________) encontra-se residindo com a autora, razã o pela qual se
requer o deferimento do presente pedido, para fins de regularizar a situaçã o de fato
preexistente (documentos em anexo)[6].
Evidentemente a criança está sendo plenamente provida em suas necessidades afetivas,
econô micas e sociais, o que deve ser resguardado perante a lei, por constituir princípio da
proteçã o integral, consagrado pela Constituiçã o Federal.
De outro lado é sabido que a decisã o de guarda nã o possui cará ter definitivo e irretratá vel,
podendo ser modificada a qualquer tempo, face seu cará ter de relaçã o jurídica
continuativa, característica intrínseca das questõ es relativas à guarda de menores.
DO DIREITO
Consoante o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990) dispõ e em seu art. 33,
caput, a guarda de menor busca tornar efetivo o seu direito fundamental à convivência
familiar e comunitá ria:
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança o
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
Portanto, a concessã o da guarda do menor ao requerente se justifica para regularizar
situaçã o em que a guarda já está sendo exercida de fato, mas nã o de direito nos termos do
artigo 33, § 1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Assim, o interesse de agir do requerente se faz presente na necessidade de obter através do
processo, a proteçã o ao interesse substancial, que é o interesse do menor, cuja procedência
da Açã o de Tutela e Guarda torna-se medida adequada eis que consolidado o exercício de
fato pela avó materna apó s o falecimento do pai e da mã e do infante, devendo, portanto,
ser-lhe reconhecido também o direito, nos termos previstos na lei.
Ainda, conforme posto no preâ mbulo, os artigos 1.728 e 1.731, inciso I, do Có digo Civil,
determinam o exercício da guarda de acordo com o que já vem ocorrendo de fato, cabendo
sua convalidaçã o pela Justiça.
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – ART. 303 DO NOVO CPC
Diante dos fatos e do direito, impõ e-se a necessidade de antecipaçã o de tutela à Autora.
Na hipó tese em comento é perfeitamente possível a concessã o da tutela antecipada, haja
vista estarem preenchidos os requisitos do Novo Có digo de Processo Civil. Há clara
exposiçã o do direito que se busca realizar e o perigo de dano ou risco também se mostra
evidente, tendo em conta a pessoa que se visa proteger que é um menor, de idade infantil,
que acabou de passar por grave trauma familiar (nos termos do caput do artigo 303).[7]
A autora nã o pretende se valer do benefício do caput do artigo 303/NCPC (limitar-se ao
requerimento da tutela antecipada e à indicaçã o do pedido de tutela final); assim, consolida
nesta petiçã o inicial a sua argumentaçã o, os documentos cabíveis e confirma, neste mesmo
ato, seu pedido de tutela final no item seguinte “Dos Pedidos” (art. 303, § 1º, I, NCPC).
Quanto ao periculum in mora (“perigo de dano ou risco”) este se mostra de plano existente
considerando a necessidade de regularizar a situaçã o fá tica do menor, O QUAL SE
ENCONTRA SEM A PRESENÇA DOS PAIS e, assim, teoricamente em situação de risco,
autorizando-se o pleno exercício dos poderes do exercício da guarda pela avó materna, via
concessã o de guarda e tutela à autora.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) O recebimento da presente açã o, processando como de estilo para que, antecipadamente,
seja concedida a tutela e guarda do menor (____________) em favor da requerente;
b) Ato seguinte, pela nomeaçã o de Curador Especial ao menor, por este douto juízo, para
que compareça à audiência de mediaçã o e conciliaçã o (artigo 695 e §§, NCPC); caso inexista
conciliaçã o, para que responda em nome do menor aos termos da presente açã o, sob pena
de revelia (conforme o art. 697, NCPC);
c) A intimaçã o do representante do Ministério Pú blico para que atue no feito (art. 698,
NCPC);
d) A produçã o de todas as provas em direito e as moralmente admitidas, em especial oitiva
de testemunhas que serã o arroladas oportunamente, depoimento pessoal da autora e do
menor, juntada de documentos, estudo social se necessá rio for, etc.;
e) No mérito seja reconhecida e outorgada em tutela final a guarda definitiva do menor
(__________) em favor da requerente;
f) Dá à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) - (artigo 319, V e artigo 303, § 4º, NCPC).
Nestes termos, pede deferimento.
(___local e data___)
(___Advogado (a) e OAB___)

[1] Este endereçamento, obrigató rio à luz do artigo 319, I, do NCPC, se altera conforme o
Có digo de Normas local.
[2] Qualificaçã o completa exigida no inciso II do artigo 319 do NCPC.
[3] Conforme artigo 319, III, segunda parte, do NCPC.
[4] Em atendimento ao artigo 319, VI, do NCPC.
[5] Idem.
[6] Em atendimento ao artigo 319, VI, do NCPC.
[7] Da urgência que deve ser contemporânea. Ela passa a ideia de que o autor possa
sumarizar formalmente e materialmente o processo com sua estabilizaçã o. Lida a
autonomizaçã o da tutela antecipada sistematicamente, a urgência que justifica o pedido de
tutela antecipada antecedente nã o difere do perigo na demora capaz de justificar qualquer
espécie de tutela provisó ria (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz;
MITIDIERO, Daniel. Novo Có digo de Processo Civil. Sã o Paulo: Revistas dos Tribunais, 2015.
P. 312), apud Novo CPC Anotado 2015, disponível para consultae baixa integral em
http://www.oabrs.org.br/novocpcanotado/novo_cpc_anotado_2015.pdf.

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