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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE FILOSOFIA
DISCIPLINA: FILOSOFIA DA MENTE
PROF.: FRANCISCO FIANCO
ACADÊMICO: LUCAS CASTRO QUOOS

Discurso do Método, livro IV


Descartes decide rejeitar como absolutamente falso tudo em que pudesse
imaginar a menor dúvida para ver se depois disso restaria algo que fosse inteiramente
indubitável. Por isso, abriu mão de todas as verdades que vinham do sentido, pois esses
podem enganar; assim como os conhecimentos provenientes da demonstração racional e
os pensamentos, que também podem ser confundidos com sonhos. Para chegar à
conclusão de que tudo era falso através da dúvida, o filósofo percebeu que era
necessário que houvesse alguém que pensasse, concluindo portanto que existia uma
verdade indubitável: “penso, logo existo”, admitindo-a como primeiro princípio da
filosofia que buscava.

A essência do eu é o pensar, de modo que se deixasse de pensar não haveria


razão para existir; mas para existir não necessita de mais nada: lugar ou coisa material.
Ou seja, esta eu (ou alma) é de natureza diferente do corpo e existe independente dele.

O que torna o fato de pensar levar à conclusão de que se existe, é que se


pode pensar claramente sobre isso. Logo, para identificarmos se uma proposição é
verdadeira, precisamos distinguir se ela pode ser concebida clara e distintamente.

Notando que duvidava e que conseguinte o seu ser não era completamente
perfeito, pois conhecer é maior perfeição do que duvidar, Descartes pensa na existência
de um ser perfeito e que seria superior aos que duvidavam. Ele deduziu que seus
pensamentos incompletos ou errôneos sobre as coisas que estavam nele existiam porque
haviam falhas. A possibilidade de conhecer as coisas não poderia ter surgido do nada,
de modo que alguma consciência perfeita deveria tê-los colocado ali. A possibilidade de
conhecer clara e distintamente só poderia ser dada por Deus, uma consciência superior e
infinita que estivesse acima do pensamento, dos sentidos e da imaginação que por sua
vez podem nos confundir; mesmo que todas as ideias e noções hajam um fundo de
verdade, pois são colocadas em nós por Deus, elas não são perfeitas, assim como os
nossos sonhos são mais obscuros do que os pensamentos que temos durante a vigília.

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