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Instituto Federal de Pernambuco - IFPE

Campus: Garanhuns

REFERENCIAÇÃO:
CONTINUIDADE
Reafirmando o que já disse no capítulo anterior, há
certos itens na língua
que têm a função de estabelecer referência, isto é, não
são interpretados
semanticamente por seu sentido próprio, mas fazem
referência a alguma
coisa necessária a sua interpretação.
A coesão referencial pode ser obtida por substituição e por
reiteração.
A referenciação por substituição se dá quando um
componente é retomado ou precedido por
uma pro-forma (elemento gramatical representante de
uma categoria como,
por exemplo, o nome.
caracteriza-se por baixa densidade sêmica: traz as
marcas do que substitue.
As pro-formas podem ser formas pronominais,
verbais, adverbiais, numerais e elipse
Tenho um automóvel.
Ele é verde. Ele = pro-forma pronominal
Há a hipótese de terem sido os asiáticos os
primeiros habitantes da América. Essa
hipótese é bastante plausível.
Essa = pro-forma pronominal
Lúcia corre todos os dias no parque. Patrícia faz o mesmo.
faz = pro-forma verbal
Mariana e Luiz Paulo são irmãos. Ambos estudam inglês e
francês.
Ambos = pro-forma numeral
Paula não irá à Europa em janeiro. Lá faz muito
frio.
Lá = pro-forma adverbial
Além da substituição por pro-formas, pode ocorrer também a
substituição por zero (Ø) — elipse — de entidades já introduzidas no
texto.
A elipse pode aparecer substituindo qualquer elemento lingüístico, embora
costume limitar-se aos que podem ser substituídos por pro-formas.
Exemplo:
— Aonde você foi ontem?
— À casa de Paulo.
— Ø Sozinha?
— Não, Ø com amigos.
REITERAÇÃO

A reiteração (do latim reiterare = repetir) é a repetição de


expressões no texto (os elementos repetidos têm a mesma
referência)
1. Repetição do mesmo item lexical
(1) O fogo acabou com tudo. A casa estava destruída. Da
casa não sobrara
nada.

(2) Diga trinta e três.


— Trinta e três... trinta e três.., trinta e três.
Sinônimos

A criança caiu e chorou. Também o menino


não fica quieto!
Hiperônimos e hipônimos

Quando o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação todo—


parte, classe—elemento, tem-se um hiperônimo;

e, quando o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação


parte—todo, elemento— classe, tem-se o hipônimo. Diferentemente dos
hiperônimos, os hipônimos
permitem maior precisão, deixando o texto menos vago.
Exemplos:
(1) Gosto muito de doces. Cocada, então, adoro.
(hiperônimo)
(2) Os corvos ficaram à espreita. As aves aguardavam o
momento de se
lançarem sobre os animais mortos. (hipônimo)
Expressões nominais definidas

Quando há retomadas (repetições) do mesmo fenômeno


por formas
diversas, esse tipo de reiteração baseia-se no nosso
conhecimento do
mundo e não num conhecimento somente lingüístico.
(1) O cantor Sting tem lutado pela
preservação da Amazônia. O ex- líder da
banda Police chegou ontem ao Brasil. O
vocalista chegou com o cacique Raoni,
com quem escreveu um livro.

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