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10 Amor em intencao-Mackenzies10-Nathalia Marvin PDF
10 Amor em intencao-Mackenzies10-Nathalia Marvin PDF
Os Mackenzies 10
Nathalia Marvin
Amor em
Intenção
Os Mackenzies
Livro 10
NATHALIA
MARVIN
Copyright © Nathalia Marvin 2020
Todos os direitos reservados.
555-6432: É enorme
555-4328: Pois eu discordo. Isso não deve dar nem pra uma
bandeirinha
555-6432: Eu te garanto que é enorme…
Bufo, em descrença.
Que merda de outdoor é esse?
Esfrego a testa, aflita, então olho para o celular quando vibra e, bem,
posso estar desmaiada.
É uma outra foto.
Do… Lambo os lábios. Isto é…
Puta merda.
555-4328: Não estou aqui para ver seu órgão genital e sim para tra-
ba-lhar
Dou risada.
Talvez seja um pouco estranho o que eu fiz, mas, o que mais seria? Eu
não consegui definitivamente tirar aquela bunda branca e bonita da minha
cabeça por nenhum minuto. Mesmo tentando e mesmo querendo focar em
outra coisa. Não obtive êxito.
Suspiro derrotado e observo quando a garota sai pela porta de vidro e
imediatamente percebo que está cautelosa. Muito. Ela olha para os lados e
então leva os dedos à boca, parecendo roer as unhas. É o momento perfeito.
Saio da minha Ferrari e atravesso a rua, me aproximando dela.
— Procurando alguém? — pergunto e a vejo ter um sobressalto, levando
a mão ao peito.
— Meu Deus — me olha, mas logo desvia. — Não faça isso. Meu
coração pode não aguentar.
— Estava me procurando?
— Não — ela dá um sorrisinho sem graça. — Estava vendo se vinham
carros para… — gesticula. — Sabe, para eu atravessar.
— Sei — concordo, conferindo as horas. — O que prefere, uma
lanchonete ou um restaurante?
Natasha ri. É um riso incrédulo.
— Eu prefiro que você me envie as informações necessárias para o
email para eu poder fazer o meu trabalho.
— Você não está mais em expediente — lembro-a e me aproximo dois
passos. — Sua saia rasgada ficou no meu carro, a propósito.
Ela ergue os olhos para mim e parece um pouco sem reação, mas logo
pisca e balança a cabeça.
— Estou admirada que tenha ficado empinado por causa de uma saia
rasgada.
— Empinado?
— Isso — gesticula para mim. — Você sabe, erguido.
Me aproximo mais, Natasha não se movendo, o que agradeço. Talvez eu
possa tê-la agora mesmo. Seria fantástico. Estou no ponto desde cedo.
— Você quer dizer excitado — corrijo, abaixando a voz
propositalmente, gostando imediatamente do resultado quando ela engole em
seco. — Estou mesmo. Você gostou de ter me feito ficar assim?
Seus olhos piscam algumas vezes novamente e ela lambe os lábios.
Parece muito agoniada e sem reação.
— Eu não… — pigarreia. — Acho mesmo que isso é uma falta de ética.
— Agora estamos tratando como duas pessoas, somente — olho-a de
cima a baixo, vendo seu corpo ter uma tremidinha de leve. — Você é… —
volto aos seus olhos.
— Eu sou…?
— Quer mesmo saber?
— Sim, porque — sorri irônica — até mais cedo eu estava sendo a chata
e sem profundidade que você não queria que falasse, mas parece que depois
que viu minha saia rasgada, eu passei a ser importante.
— Vamos ver quão profunda você pode ser — palpito.
— Me dá licença, Sr. Mackenzie, mas eu não sou só um ser com uma
circunferência para seu órgão de vinte e dois centímetros.
Um riso escapa sem a minha permissão e tampo a boca, tentando me
recompor enquanto ela cruza os braços e me olha, incrédula.
— Falo sério — reforça.
— Eu sei — pigarreio também. — Não pensei que fosse. Sou um
cavalheiro, não pensei só na sua circunferência.
Ela sorri, mas não é verdadeiro.
— Estou excitado, mas ainda posso pensar — digo e o sorriso dela
morre. — Quer jantar? Na minha casa tem muita comida.
Natasha revira os olhos.
— Não vou para sua casa — pensa um pouco —, mas, hoje é dia de
promoção na pizzaria do meu pai. Estou indo para lá, ajudar. Você pode ir, se
realmente está com fome.
— Estou com fome, mas não de comida tradicional — enfio as mãos nos
bolsos da calça e olho bem dentro dos olhos dela, que desvia um pouco, mas
logo voltam para mim. — Você sabe como é.
— Não, eu não sei — nega, então empina o queixo, demonstrando-se
não abalada, o que é uma mentira porque o seu corpo me demonstrou que
está sim intimidada. — Eu estou indo embora agora e espero que quando o
encontrar novamente seja para acertarmos sobre o trabalho e somente.
— Você não vai me dizer se gostou da foto?
Ela sorri.
— Já vi maiores — finge desdém.
— É mesmo? — Estou quase sorrindo pela sua cara de pau.
— Sim, não me impressionou nem um pouco — me olha de cima a
baixo. — Até breve, Sr. Mackenzie.
— Você não vai querer sua saia de volta?
— Pode ficar com ela — dá um sorriso cínico. — É um incentivo para
sua carência — então vira-se e me dá as costas, saindo andando pela rua. Eu
fico parado, processando a cena.
Porém, quero imediatamente me incriminar porque estou sorrindo, e isso
é muito estranho.
Capítulo 7
……
***
Eu sorrio largamente. Ele é um safado e bem idiota se acha que vou cair
em ladainhas.
Dean: Vai me dizer que você não quer experimentar? Ele está
duro assim por você
Eu dou risada, fingindo que a mensagem não me abalou; mas, sim, algo
em mim lampejou porque me vejo voltando à galeria e analisando as fotos.
— Meu Deus... — engulo em seco. — Isso é…
Enorme. Pessoalmente, eu posso mesmo não me aguentar. Que ele não
seja louco a ponto.
É o que espero, não que quero.
Capítulo 9
Saio do elevador, tendo o não tão prazer de ver meu irmão. Passo por
ele, seguindo direto para a sala de reuniões, mas, como é de se esperar, ele
logo vem atrás.
— Vai fingir que não me viu mesmo? — questiona.
— A que devo a honra?
Ele passa na frente, até estar ao alcance dos meus olhos, então começa a
caminhar de costas.
— Eu fechei um contrato sem a sua permissão, espero que não se abale
por isso.
Paro no mesmo instante, não tendo muita certeza se ouvi certo,
resolvendo questionar.
— Você o quê?
— Ah — Brandon desvia o olhar. Ele está parcialmente culpado, mas
também orgulhoso da sua própria ação. — Eu não consegui entrar em contato
e — levanta um envelope —, de acordo com as estatísticas, é um bom
negócio. Falei com o Ethan, ele deu um beleza.
— Dane-se o Ethan — grunho. — Você contata a mim.
— Somos independentes — se defende.
— Não — nego, ainda perplexo. — Temos ligações. O que você faz
afeta a mim, o meu comando. Que merda você pensa, Brandon? Tem que
falar comigo!
— Eu não vou ficar recorrendo a você toda hora, cara. Caramba, eu
também mereço um voto. Sou bom no que faço. Nós somos. Por que você
não confia em mim?
Respiro fundo, buscando calma e controle.
Não é bem assim. Eu confio plenamente no instinto profissional do meu
irmão mais novo, porém, sou superior a ele. As decisões que ele toma, se
derem errado, caem para cima de mim. A consequência é minha. Minha
culpa.
— É uma loja de eletrônicos. Estava falindo, mas podemos dar um
jeito… Não é?
— Está com dúvida? — pergunto quase de forma sarcástica. — A
dúvida não ajuda, você sabe.
— Esquece. Eu resolvo. Desisto de tentar provar algo a você. Não
preciso.
Ele sai.
— Aquele era o Brandon? — Eu reconheço a voz imediatamente e me
viro, ficando surpreso e estático ao ver ela. Natasha. Deliciosa em um vestido
preto e colado ao corpo igualmente delicioso. Parece ser. — O cara que você
estava gritando no telefone… Pobrezinho.
— O que está fazendo aqui?
— Você é sempre tão mal humorado? — ela me olha de cima a baixo e
então levanta um notebook. — Vim pessoalmente alterar a arte com você,
assim não tem como ficar errando.
Estreito os olhos.
— É uma péssima ideia — deixo claro e torno a caminhar ao meu
destino.
— Ei, por quê? Não é, não. Eu tenho outros clientes para atender. Não
posso focar meu dia para você.
Entro na sala de reuniões, vendo minha equipe de marketing toda
reunida.
Natasha para na porta e eu gesticulo para que entre. Ela o faz, um pouco
relutante, mas acaba tomando assento em um lugar não muito destacável.
— Bom dia a todos — cumprimento, cordial. Sinceramente, eu nem sei
descrever como estou. Pesado. Cheio. Conturbado. Preciso de algo. — Acho
uma tremenda palhaçada que eu esteja tendo que organizar uma terceira
reunião com vocês no mesmo mês. Acham o quê? Que eu não tenho o que
fazer? Que não presto atenção no que acontece em cada setor? — respiro
fundo, evitando perder a cabeça. — Tempo é dinheiro. Não estou vendo
qualquer progresso mesmo depois que falamos na última vez.
Um braço levanta. O mesmo cara de sempre. Jimmy.
Suspiro e aceno com a cabeça, para que ele se pronuncie.
— Sabe, Sr. Mackenzie, eu sei que de acordo com Hezerbeg, o que nos
faz trabalhar motivados não é o dinheiro, mas, assim… — parece um pouco
acanhado. — Não estou dando isso como desculpa ou nada, mas realmente
acho que deveríamos ser melhores recompensados.
Dou um meio sorriso.
— É mesmo, Jimmy? Melhores recompensados? — me aproximo dele,
os olhos nos seus. — O que você prefere, que eu agende uma massagem ou
que lave os seus pés?
Ouço uma risada, logo sendo substituída por uma tosse.
— Não, se-senhor… — ele treme. — Apenas quis dizer que…
— Que não estamos compensando o seu serviço de merda! — bato na
mesa, alguns tendo um sobressalto. — Acha pouco o seu salário e os
benefícios que a empresa te oferece para o nada que está fazendo?
Olho ao redor, todos de cabeça baixa, menos Natasha; essa me olha de
boca aberta e olhos arregalados.
Volto minha atenção ao homem trêmulo à minha frente e me abaixo
para aproximar meu rosto do seu.
— Isso é realmente uma pena, Jimmy. Que não sejamos suficientes para
sua droga de tempo que não está nos servindo de nada.
— Não é... É...
—Você está demitido. Passa no RH — volto para frente, colocando as
mãos sobre a mesa e olhando rosto por rosto. — Não quero ter que fazer uma
nova reunião na próxima semana e, menos ainda, demitir alguém. Vão
embora e me deem resultados.
Todos levantam rapidamente e Jimmy ainda tenta se aproximar, mas
estendo a mão e ele vai embora.
Respiro fundo, passando a mão na barba baixa, então minha atenção é
atraída para Natasha.
— O que foi isso? — ela questiona, se abanando. — Achei muito
injusto, mas não posso deixar de admitir que foi muito quente.
— Injusto? — repito. — Você não sabe do que se trata, então não me
venha dizer que fui injusto.
— Foi só isso que ouviu? — levanta. Parece surpresa ou espantada. —
Qual o seu problema?
— Eu tenho muitos, Natasha. E, acredite, você não quer saber.
Ela balança a cabeça, seus passos a trazendo para perto de mim, seus
quadris se movendo em uma sincronia perfeita.
— Você parece esgotado. Quer que eu te faça uma massagem?
— Você faria? — Estou cogitando, apesar de quase ter certeza que está
de palhaçada.
— Não, eu não faria, mas sua cara foi impagável — dá risada. — Vamos
ao trabalho?
— Pega seu notebook, vou te mostrar minha sala.
— Eu já conheço.
— Não, você conhece o meu escritório — pisco para ela e saio andando.
Isso pode dar certo.
Capítulo 10
***
Dean estaciona e logo a porta ao meu lado está sendo aberta, não por
ele, mas por um daqueles caras bem vestidos e que parecem muito
profissionais. Eu sorrio, estranhando, mas logo desço do carro e em instantes
ele está ao meu lado, entregando a chave de seu carro para o senhor.
— Sr. Mackenzie, boa noite — o cumprimenta, depois de sorrir para
mim.
— Oi, Gordon — ele devolve, enquanto sinto sua mão chegar à minha
cintura e sou puxada para junto dele. — Que noite linda, não?
— Certamente — Gordon concorda e logo sobe os degraus atrás de si e
abre uma porta de vidro, me fazendo perceber que nós vamos entrar no
prédio gritantemente chique e requintado de vários andares.
Mas, é claro, o que posso esperar do dono de um Palácio? Nem deveria
estar impressionada, mas, creio que para quem tem uma vida normal com
uma casa comum, é impossível não ficar boquiaberta.
Dean me incentiva a caminhar, então se despede do homem e nos
conduz para dentro, meu queixo tentando se manter no lugar quanto vejo
interior do local. Não é um restaurante, como pensei.
— Pensei que fôssemos a um restaurante — eu viro a cabeça para falar
com ele, mas Dean apenas mantém a expressão séria e fechada enquanto nos
conduz pelo hall de recepção e logo para as portas de um elevador.
Estou um pouco agoniada, mal conseguindo enxergar as coisas por conta
do meu anseio. Eu não sei o que esperar dessa noite. Até aqui, já foi
surpreendentemente diferente. Dean enfrentou o meu pai. Novamente. Ou
melhor, o desafiou. Isso é muito estranho.
— Dean, você precisa me dizer que lugar é esse — falo olhando-o assim
que as portas se fecham, então ele aperta mais minha cintura, me fazendo dar
um resmungo, que é imediatamente substituído por um som surpreso quando
sua mão desce para minha bunda, descaradamente.
— Nós estamos indo jantar — seu rosto se vira para mim e ele dá um
meio sorriso, me olhando de cima. — Não foi o que eu falei?
— Isso aqui não parece um restaurante.
— Eu não mencionei restaurante — balança a cabeça e volta a olhar
para frente.
Eu poderia berrar ou começar a ficar preocupada, mas não é uma coisa
muito possível quando se tem Dean ao lado. Ele é seguro e essa segurança
passa para mim. É como se eu não devesse me sentir mal, porque não existe
motivo, por ele estar ao meu lado. Isso não parece fazer qualquer sentido,
principalmente porque não o conheço.
Respiro fundo e aguardo, meu corpo esquentando enquanto a mão dele
sobe de volta para minhas costas e ele começa a me acariciar. É um carinho
bom, a mão grande e quente me fazendo suspirar.
— Você está mesmo linda — troveja e as portas se abrem, nos
apresentando um corredor. — Vamos.
Eu caminho, sua mão não largando minha cintura em qualquer
momento, até que percebo que estamos indo em direção à única porta que
tem no local. Ela é bem mais larga e mais alta que as comuns e de uma
madeira maravilhosa, vinho em verniz. É uma coisa linda que só.
Quando nos aproximamos, Dean abre a porta, eu entrando de uma forma
automática.
— Nossa — minha boca também se abre logo que dou o primeiro passo.
— Nossa! — repito.
— Bem-vinda ao meu lar, deusa da noite — eu mais sinto do que ouço
sua voz bem ao lado do meu rosto.
— Isso é… — engulo em seco.
— Nossa noite — Dean me vira e imediatamente engasgo quando sua
boca se choca contra a minha, uma mão sua avançando para minha nuca
enquanto a outra agarra minha cintura e ele me inclina para trás, beijando-me
de forma quase dolorosa.
Estou nas nuvens.
Ergo as mãos, procurando seus ombros, mas logo sou afastada de novo,
ficando decepcionada.
Dean sorri. É quase um sorriso completo, mas que mostra só alguns
dentes, porém seus olhos brilhando me dizem que ele está sorrindo de
verdade.
— Estou com fome — confesso.
— Que bom, porque eu também estou — seu olhar me percorre de cima
a baixo e quase vacilo sobre os próprios pés. Dean é muito quente. — Venha,
é por aqui — gesticula com uma mão e começa a caminhar pela enorme sala.
Enorme talvez seja pouco. É gigantesca. Uma das enormes paredes —
que dá para uma aparente também enorme varanda, é de vidro. O layout das
cores é suave, em tons claros, mas também escuros, nunca sendo exagerado.
Há um conjunto de sofás em tom marfim, uma mesa de centro, uma estante
embutida que ocupa quase toda uma parede e contém vários aparelhos e
DVDs, além de porta-retratos. Um tapete também se estende pelo caminho
dos sofás à estante. É lindo.
Dean abre uma porta, é a da aparente varanda, então o vento frio logo se
espalha pelo meu rosto, me fazendo suspirar fortemente. É uma boa sensação.
Sinto sua mão espalmar novamente em minha cintura e ele me conduz
para fora, então vejo uma mesinha quadrada coberta por um pano brilhante
que vai até o chão e duas cadeiras. Estou imediatamente sorrindo. Eu não
esperava isso.
— Aqui é o restaurante — concluo, olhando-o.
— Sim — ele responde simplesmente e caminha até uma das cadeiras,
puxando-a e gesticulando para eu ir sentar.
E eu vou, muito contente pelo nosso cenário.
Um jantar abaixo do céu estrelado, como não gostar?
— Eu já volto — fala assim que estou devidamente acomodada e eu o
observo voltar para dentro, meu olhar percorrendo o lugar em volta, e tudo
fica muito óbvio. Nós estamos na cobertura. Eu gostaria de rir, mas estou
aflita.
Passo as mãos no rosto e respiro fundo, tentando manter o foco. Está
tudo bem. Um jantar e nada mais. É só uma coisinha casual com um homem
quente. Não preciso ficar assim.
Depois de alguns minutos, Dean volta. Ele traz uma bandeja grande, que
contém uma panela marrom bonita, duas taças e uma garrafa de vinho.
— Eu espero que você goste porque ainda sou um pouco novo nisso de
inventar receitas — diz, colocando tudo sobre a mesa.
— Aposto que vou gostar — tento sorrir. Eu não sei por que estou me
sentindo acanhada agora. Nem deveria.
Ele concorda e, quando desocupa a bandeja, a leva para o outro lado da
varanda, deixando sobre uma mesinha, voltando para mim. Quer dizer, para
sentar.
Engulo em seco quando olho para ele tão perto, parecendo tão
concentrado enquanto levanta a mão direita para tirar a tampa da panela.
— É algum tipo de massa com molho — me olha e sorri quando me
pega observando-o. — Parece estar gostoso e espero que esteja.
Pigarreio, desviando a vista para baixo, para a panela, então lambo os
lábios porque parece mesmo gostoso.
Dean emite um som de repente, me fazendo olhá-lo de novo.
— Eu estou achando que vamos comer com as mãos? — questiona e ri.
— Eu esqueci os pratos.
Também dou risada, enquanto ele volta para dentro, eu aproximando o
rosto da panela e inspirando fundo. Quero comer.
Balanço as pernas até ele voltar, com dois pratos quadrados e brancos,
dois garfos e uma colher grande.
— Pronto — fala —, agora podemos comer.
Eu aguardo enquanto ele corta um pedaço com a colher maior e então o
molho que é branco escorre para os lados, me fazendo salivar. Acompanho
até chegar ao meu prato e agarro o garfo, tirando um pedaço da massa e
enfiando na boca com gosto.
— Hmmmmm… — solto um gemido, fechando os olhos. Eu não sei o
que dizer.
— Hmmm — Dean me imita e o vejo lamber os lábios quando abro os
olhos. — Bom?
Mexo o garfo no ar, incapaz de me expressar.
— Bom — ele conclui com um sorriso, então começa a comer também.
Por um momento, somos só nós e o barulho dos garfos nos pratos em
meio a noite fria e escura, porém agradável ao mesmo tempo. É uma
sensação inigualável.
— Eu não gosto mesmo do seu pai e não sei o que fazer quanto a isso —
ele diz de repente, quando já estou quase acabando de comer, me fazendo
olhá-lo. — Ele não é um impedimento para mim.
— Impedimento para que, Dean? É só um encontro casual.
Ele estreita os olhos, deixando o garfo no prato, parecendo não gostar da
minha resposta.
— Você já está pensando no fim? — questiona.
— Fim de quê? — dou risada, muito nervosa. — Ao menos se teve um
início.
— O início foi quando eu te segurei contra mim, Natasha — agora ele
parece descrente. — Não acredito que você já pensa em me dispensar.
— O quê? — Estou rindo de verdade agora, também colocando o garfo
sobre o prato.
— Não acredito — Dean repete, então parece agoniado quando olha
para os lados.
— Dean? — Estou perdida. — O que você quer dizer? — pergunto
quando ele me olha de novo. — Nós não temos nada, você sabe.
— Não temos? — ele ergue as mãos. — Eu pensei que você estava se
sentindo comigo, como eu me sinto com você. Senti a reciprocidade. Não
precisa de tempo toda vez para entender alguma coisa, Natasha. Nós temos
uma ligação estranha, mas temos, e eu sei que você sente. Ao menos pareceu
sentir.
Ele parece desesperado e eu estou com a minha boca aberta. Não esperei
que ele fosse ser assim. Isso me parece tão… Sentimental. Dean Mackenzie
aparenta tudo, menos sentimental.
— Você está passando por algum problema? Quer conversar? — eu
pergunto, porque é só o que me resta.
— Conversar? — ele quase sussurra e então se levanta de repente, eu
quase ficando um pouco assustada.
Ele caminha para o meu lado e estende uma mão. Estranho muito
mesmo.
— Dean…
— Me deixa provar para você que não é só um encontro casual — olha
em meus olhos quando fala, e engulo em seco porque os seus parecem muito
penetrantes.
— Ahn... Tudo bem. — Estendo a mão e coloco na dele, que segura a
minha com firmeza, como se não fosse soltar nunca.
Que esquisito… Estou preocupada.
Mesmo assim, o deixo me conduzir de volta para dentro da casa, onde
seguimos da sala para um corredor, que leva a uma série de portas para os
dois lados. Dean nos leva até a penúltima da direita, então abre, exibindo um
quarto grande e bem iluminado.
Automaticamente, retrocedo um passo.
— Eu falei que… — tento começar.
— Por que não, Natasha? — Ele me olha. Parece duplamente
desesperado. Eu não sei o que está acontecendo com ele. — Você não quer?
Eu quero muito.
Balanço a cabeça, já aflita.
— Você tem certeza que está bem? — olho-o.
— Eu pareço não estar? — sua voz está quase um sussurro. — Vai ser
bom, eu prometo.
— Não me preparei para nada disso.
— Eu também não — ele se aproxima, então segura meu rosto entre as
mãos. — Não era o que eu tinha em mente, quero que saiba disso. Apenas
acho que não há motivos para desperdiçar a oportunidade que nos foi dada.
Dou um riso descrente. Embaraçoso.
— Por favor — seus dedos acariciam meu rosto.
Engulo em seco, fechando brevemente os olhos.
Preciso ter noção do que estou fazendo e prestes a deixar.
— Está bem — eu concordo, exalando a respiração muito presa.
Dean também suspira, em alívio, então solta meu rosto e segura minhas
mãos, beijando cada uma.
Algo está errado. Ele não é assim. Não o conheço, mas não preciso para
saber disso.
Ele nos leva para dentro do quarto e fecha a porta, meu peito começando
a subir e descer mais irregularmente quando observo o grande cômodo em
tons neutros, diferente da sala. É tão claro. Ele pode ver até meu esôfago, se
duvidar.
Oh, céus… Levo as mãos ao rosto, aflita.
Dean caminha até mim e me incentiva a andar para trás, logo minhas
coxas batendo em algo macio e caio sentada. Ele me olha de cima, seus
lábios bem juntos e a expressão fechada. É quente, porém estou ultramente
agoniada.
Desvio o olhar para baixo, quando seus dedos começam a desfazer os
botões da camisa branca e logo quero babar quando a pele dourada fica
exposta aos meus olhos pela segunda vez.
Penso em tocá-lo, mas não tenho oportunidade quando se move, as mãos
indo para o colchão, uma a cada lado do meu corpo, então sua boca vem
novamente em direção à minha, eu recebendo um beijo delicioso e calmo.
Estou derretendo, porém apreensiva.
Ele me beija com louvor, gemendo vez ou outra e é um som
maravilhoso, se não fosse minha aflição. Eu vou ter a minha primeira vez. É,
não é?
Afasto a boca para respirar fundo devido à percepção, mas isso não
parece um impedimento para ele, que desvia e me beija o pescoço, meu corpo
amolecendo tanto que caio deitada.
Preciso respirar…
— Você está ofegante — ele morde meu pescoço após o comentário.
Dou um riso baixo, de pura vergonha. É errado estar ofegante? Eu não
sei.
— Você precisa usar camisinha — as palavras simplesmente saem da
minha boca e Dean ergue a cabeça, porém não tenho coragem de olhá-lo.
— Você não toma nenhum medicamento?
Quero rir, porém me contenho.
— Hm, não. — Estou olhando o teto.
— É uma pena. Eu pensei que poderíamos não usar. Não gosto dessa
coisa — ele resmunga e se levanta, então aproveito para inspirar quase todo o
ar do quarto.
Eu não esperava mesmo que seria hoje, nem me preparei. Somente
depilei as pernas e isso é uma vergonha.
— Droga — levo as mãos ao rosto. Eu quero, mas não quero. Não sei.
— Pronto — ouço sua voz e automaticamente olho, então vejo ele me
mostrar o saquinho prateado. — É de maça. Você gosta?
Eu gargalho. Não tem outra opção. Estou nervosa, aflita, apreensiva,
envergonhada e agoniada.
É de maçã.
— Qual a graça? — pergunta, eu me esforçando a parar a cena ridícula.
— Nenhuma — pigarreio, olhando-o rapidamente. É tão… Deus,
diferente.
— Ótimo — murmura e sinto suas mãos em meu corpo inteiro. Ele está
me acariciando.
É tão bom, mas… Fecho os olhos com força e seguro o lençol com as
mãos, por reflexo.
Estou imediatamente tensa quando seu toque chega por baixo do meu
vestido e ele sabe exatamente o que quer quando procura as bordas da minha
calcinha e puxa para baixo.
— Oh, merda! — exclamo, minhas pernas se juntando uma na outra.
Dean solta uma respiração forte e sinto suas mãos em minhas coxas,
acariciando. É bom, mas, merda, parece estar indo muito rápido.
— Natasha? — É o meu nome em uma pergunta. — Abra os olhos,
boneca.
Eu abro, mas não porque ele pediu, e sim porque estou sentindo algo
quente na pele.
Viro um pouco a cabeça e vejo Dean abaixando à minha frente, seu
rosto tão próximo de onde eu deveria estar contente por ele estar.
Por que não me sinto tão corajosa como em seu escritório?
— Relaxe — ele pede.
Não... Eu não consigo relaxar.
Respiro fundo e, muito relutantemente, consigo tirar um pouco a tensão
do corpo, Dean aproveitando a oportunidade e separando minhas pernas.
Tampo o rosto, em um movimento involuntário. Droga…
Então eu grito quando sinto o aperto de seus dedos no interior das
minhas coxas e ele geme.
— Você está bem? — questiona, a voz baixa e rouca.
Tento balançar a cabeça afirmativamente, e parece que ele vê, pois logo
estou arregalando os olhos com a sua boca em mim.
A boca. Do Dean. Em mim.
Grito de desespero agora, minhas pernas de juntando novamente em um
movimento automático, mas ele as abre de novo, e me suga.
Quero me concentrar, a sensação parece esplendorosa, mas não consigo,
e é exatamente quando ouço a voz dele de novo.
— Eu não consigo esperar, Natasha. Você vai ter que me perdoar.
Observo-o se colocar de pé, lambendo os lábios, suas mãos partindo
para o cinto e ele o desafivela, logo descendo o zíper e puxando tudo para
baixo.
Eu abro a boca, perplexa e além.
Isso é… De fato uma tora. Oh, meu Deus…
Desvio o olhar, aterrorizada.
A respiração do Dean é ainda mais audível que a minha.
Ok… Vai dar tudo certo… Ele nem vai perceber…
Expiro com força quando ele, facilmente, me coloca no meio da cama e
abre minhas pernas, se colocando entre elas, então desenrola o preservativo
no seu membro enorme.
Seus olhos se erguem para mim e Dean apoia um braço ao lado da
minha cabeça ao se inclinar para a frente enquanto o outro leva para baixo e
sinto-o se esfregar em mim. É bom, mas não é ótimo, porque estou com
medo.
Ele sorri e é quando sinto a pressão forte, que me fez prender o ar,
sentindo meu nariz inflar.
Ele já está…
Suas sobrancelhas se erguem e parece estranhar qualquer coisa.
— Não fique tensa — pede.
Mas pedir não é a solução.
Assinto, tentando respirar e ele balança a cabeça, então impulsiona mais
uma vez, eu nitidamente sentindo que isso não vai entrar nem um centímetro,
o que dirá vinte e dois.
— Natasha? — é o meu nome em um questionamento novamente, então
ele tenta mais uma vez. — Que… Droga. Está doendo, é isso?
Engulo em seco novamente, então viro o rosto para o lado, não me
restando alternativa, que não confessar.
— Eu sou… — hesito um pouco. — Virgem.
Não é impressão, em um pulo Dean se afasta de mim, e eu abro os
olhos, temerosa.
É tudo tão automático que nem sei.
Me sento e abaixo o vestido, vendo-o em pé à minha frente, de boca
aberta.
— Você o quê? — questiona.
Gesticulo, tentando me manter calma.
— Sou virgem.
— Que… — ele hesita, vestindo a cueca e a calça rapidamente,
passando as mãos no rosto com força e retrocedendo um passo. — Quando
você esperava me contar?
— Não esperava — balanço a cabeça.
— Você é louca, Natasha? — Ele está perplexo e com raiva.
— Eu… Eu pesquisei e vi que algumas mulheres não sentem dor quando
estão muito... Motivadas, então achei que seria assim — explico, um pouco
agoniada.
Dean ri. É de incredulidade.
— Meu Deus — esfrega o rosto. — Veste sua calcinha. Eu vou te levar
de volta. — Então ele sai do quarto, repetindo "virgem".
Me levanto e visto a peça que ele jogou no meio do cômodo, então
resmungo.
Eu não ia mesmo contar.
Capítulo 16
***
***
***
Óbvio que sim. Para quem mais seria? Só Dean consegue me deixar
assim, mas eu não vou admitir isso a ele, é óbvio.
Natasha: Sim
Ele gosta que as coisas sejam do jeito dele, eu percebo. Mas, lamento
por ele, comigo não vai funcionar sempre assim.
Meu boy: Hmmm. Sabe de uma coisa?
Meu boy: Você acabou de me fazer infringir uma das minhas leis
Dou risada.
Natasha: Qual?
Natasha: Eu lamento
Não lamento coisa nenhuma. Aquele negócio faz maravilhas. Tem que
estar de pé sim, e por minha causa sim, é claro.
Estou agindo como uma safada mesmo, devo confessar. Isso é só porque
estou excitada me lembrando do tamanho daquele negócio delicioso.
***
***
______________________________________
slaw@corporation.com
Stephanie Lawrence
Today, 6:05 pm
Olá, Dean.
Eu sei que você lembra de mim, apesar de muito tempo. Também sei
que pode estar um
pouco chocado... É compreensível.
Me desculpe aparecer tão de repente, mas eu apenas precisava falar,
em nome do que já
tivemos um dia…
Sua filha tem 4 anos e se chama Deana. Achei que combinava com os
olhos claros que
puxaram aos seus.
Com carinho,
Steph.
_________________________________________
Mal estou respirando quando termino de ler.
Capítulo 25
Eu acho um pouco estranho que Dean esteja me... Ignorando? Não sei
dizer ao certo. Ele está em sua mesa, concentrado em algo na tela, mas já
disse que logo vai me dar atenção.
Espero que sim, porque não fiquei quase duas horas conversando com
meus pais e tentando convencer meu pai de que ele é um bom homem, para
ser ignorada no terceiro dia. É o terceiro?
Levo as mãos ao rosto e bufo. Não sou tão paciente.
Me levanto do sofá e caminho até sua mesa, então dou a volta até estar
ao lado dele, que vê uns gráficos coloridos e uma série de números no
monitor. Já está noite, ele não deveria estar tão focado no trabalho assim.
— Estou com fome... — divago, sentando na borda de sua mesa. —
Vamos jantar?
Ele me olha, quase parecendo fazer a ação exigir muito.
— Vamos.
— E nossa viagem? — mordo uma unha, agoniada pelo olhar que
recebo dele. Está opaco e sem qualquer brilho.
— Sábado — responde e levanta, então me olha de cima. — Você me
perdoa se eu for ali embaixo rapidinho?
— O que você vai fazer? Ali embaixo onde?
— No andar, falar com um funcionário — me dá um beijo na bochecha.
— Fique aqui. Eu já volto e nós jantaremos. Coisa rápida. — E sai, sem me
esperar responder.
Suspiro, profundamente triste. Quer dizer, eu não sou culpada, mas
esperava ser recebida com um beijo de tirar o fôlego e então nós nos
tocaríamos muito e iríamos para sua casa. Ou na sua própria mesa. Não
importa. Só queria carinho.
Levanto da mesa e sento na cadeira dele, então movo o mouse e a tela
do email abre. Passo o olhar, vendo um monte de nomes desconhecidos e de
empresas. Coisas que não me interessam.
Abro alguns para ler por ler. Um está escrito importante e eu resolvo
conferir.
Stephanie Lawrence. É um nome bonito.
Clico e começo a ler.
Talvez se passe um segundo. Ou um minuto. Um século, eu não sei.
Nem sei bem como termino. Isto é...
Me levanto, dando um passo para trás e engolindo em seco. Uma
enxurrada de informações, é o que parece; quando, na verdade, foi apenas
uma.
Dean tem uma filha?
Tampo a boca com uma mão e, quando ouço a maçaneta, rapidamente
volto a colocar na área de trabalho e o vejo reaparecer. Por isso ele está
estranho.
— Ele não está — diz simplesmente. — Onde você quer ir? — Dean
caminha até onde está seu paletó e veste-o, me olhando em seguida. — O que
foi, Natasha? — parece imediatamente na defensiva.
— Nada — disparo, então desvio o olhar.
Choque, agonia, torpor. Céus. Deana.
— Não... Melhor eu ir para casa — emendo.
— Por quê? Nós combinamos de jantar juntos.
— Foi, mas eu... — pigarreio. — Eu preciso dormir um pouco a mais.
Estou levantando muito cedo.
Ele se aproxima, estranhando alguma coisa, mas não olha para o
computador.
Será que não pensa em me contar?
— Você está bem? — ele agarra meu queixo e balança de levinho. —
Está pálida, boneca.
— Hm, é — eu tento sorrir. — Você pode me levar em casa?
— Claro que sim, se é o que você quer — ele abaixa o olhar, bem para
minha barriga, o que me deixa desconfortável. — Eu sei que estou me
prevenindo, mas não podemos confiar na sorte. Você acha que pode começar
a fazer o mesmo?
Me remexo, incomodada. Péssima. Afligida.
— É... Acho que posso...
— Ótimo. Posso falar com a minha irmã para você...
— Não — o interrompo. — Eu me viro.
Dean me estuda, parece entender que algo mudou, mas, se ele não
percebeu, não sou em quem vou falar.
— Está bem — diz, por fim. — Vamos indo. Eu ainda preciso passar em
um lugar hoje.
— Que lugar?
— Você não sabe onde é.
Franzo o cenho quando ele caminha até a porta e a abre, me esperando.
Tudo bem. Pode não ser tão grave e ele pode estar esperando o momento
certo para me contar. Vou lhe dar este voto. Faremos uma viagem incrível e
maravilhosa como namorados. Será perfeito e logo Dean vai me contar tudo.
Espero que sim.
***
***
Termino mais um dia de trabalho com dor no corpo. Estou péssima. Não
deveria, mas estou. Pobre Peter, ainda está com o canto da boca inchado do
sábado. Dean é um idiota. Eu não acredito que ele fez um alvoroço daqueles
e ainda se intitulou como dono da razão.
Suspiro e abro a porta, então saio para a rua. Já está quase anoitecendo e
tudo indica que vai chover, o que é ótimo, porque eu levanto com mais
preguiça. Tudo tem dado errado ultimamente.
Atravesso a pista e vejo meu amigo em pé, em frente à coluna de uma
loja. Ele saiu mais cedo hoje, então não entendo o que pode estar fazendo por
aqui.
— Natasha, oi — ele acena e me aproximo, segurando a alça da bolsa.
— Você já está indo embora?
— Estou, e você? Por que está aqui?
Ele enfia as mãos nos bolsos da bermuda e se remexe, meio sem graça.
— Você vai achar que estou te importunando se eu pedir uma coisa?
— Depende. O quê?
— Que você venha comigo ao meu apê novo. Queria que fosse a
primeira a ver… Você sabe, já que eu não tenho mais ninguém para mostrar.
— Ah… — suspiro em lamento. É verdade. Ele é sozinho e os pais
moram muito longe. — Tudo bem. Onde fica?
— Aqui perto — seu sorriso renasce, dessa vez animador. — Você vai
mesmo?
— É claro — concordo, então gesticulo para ele ir à frente. — Vamos
conhecer sua casa nova.
Peter acena com a cabeça e começa a caminhar, comigo o seguindo pela
calçada.
Tudo bem, uma visita não vai fazer mal.
***
Não sei bem como consigo dirigir até a casa de Natasha, mas dirijo e,
assim que chego, saio do carro quase antes de estacionar e vou até a porta,
batendo quando vejo que a luz da sala está acesa.
Ouço imediatamente alguns ruídos e logo depois a maçaneta se move.
Prendo a respiração, esperando encontrar o pai dela, que não vai muito com a
minha cara; mas, tudo bem, ele pode me dar uns socos, porém isso não vai
me impedir de provar à Natasha que ela é minha. E quem vai poder dizer ao
contrário?
No entanto, eu me impressiono ao ver a própria Natasha aparecer à
minha frente, vestida somente numa blusa grande branca e os cabelos
bagunçados. A saudade me invade em cheio e eu quase balanço visivelmente.
— O que está fazendo aqui? — ela questiona, a voz tão dura e afiada,
que quase me corta o coração.
— Vim conversar. Pode ser?
— Sim, porque sei que você não vai desistir tão fácil — olha para trás e
suspira, me olhando novamente. — Nós podemos ficar na sala um tempo,
então acho que tudo bem você entrar. Só um pouco, é claro, se meu pai
acordar, você é um homem morto.
— Não vou tomar muito do seu tempo — garanto e adentro o cômodo,
então a sigo para o sofá, me sentando ao seu lado. Ela está tão cheirosa que
preciso respirar fundo para não me descontrolar. — Como você está?
— Creio e imagino que não está aqui para conversar sobre como estou
— ela me olha e coloca uma almofada sobre as pernas, e eu agradeço
mentalmente.
— Tem razão. Vou direto ao ponto. Vim aqui me desculpar e dizer que,
sim, eu errei — me inclino para ela. — Porém, isso vai muito além, Natasha.
Sei bem que nada justifica e, acredite, se eu tivesse que viver de novo o que
vivemos, teria feito a mesma coisa e agido da mesma maneira. Vou ser
transparente com você, eu tenho alguns problemas em agir, sabe, lidar com o
que sinto. Eu ainda não sei o que é isso que estou sentindo, na verdade...
Você sabe o que sente por mim?
— O que você quer dizer?
Gesticulo, confuso e com medo da resposta.
— Não sei… Algum... Sentimento?
Ela ri, em uma expressão de surpresa.
— Olha, Dean, se sinto algo por você, não é absolutamente paixão. Se
estou apaixonada por você, não significa que te amo. Se te amo, não é
necessariamente um sentimento.
Me remexo.
— Não mencionei paixão — engulo em seco, alisando a nuca. — Quer
dizer, sim, houve paixão entre a gente. Quando nos falamos, nos tocamos ou
nos unimos como um. Isso é inegável e você sabe disso tão bem quanto eu.
— Que a paixão é essa que me trata daquele jeito, Dean? O que você
tem a dizer sobre sua filha?
— Se você leu email, sabe que eu não sabia sobre ela. A Stephanie
apareceu do nada e de repente. Eu nem me lembrava mais dela.
— E quanto a Irlanda?
— Você ficou estressada e eu mais ainda, se tivesse ido atrás de você,
teria dado muita confusão, eu não queria isso.
— E queria o quê? Que tivesse acontecido o que aconteceu?
— Não, você sabe que não.
Ela bufa e balança a cabeça.
— Por que não me diz exatamente o que você quer? — pergunta.
— Recomeçar, eu acho.
— Ah, você acha? — ri, parecendo incrédula.
— Acho porque não sei se você vai concordar, então não posso ter
certeza.
— Meu Deus — ela esfrega o rosto. — Você não tem noção da puta
raiva que estou de você! Não tem! Caramba! Que raiva!
— Você não é a primeira e nem será a última.
— Está bem — me olha, então levanta e gesticula para a porta. — Não
quero recomeçar e essa é a minha resposta.
— É sério isso? — também levanto. — Só isso? Vai acabar assim?
Natasha ri com vontade, então respira fundo quando para.
— Ai, ai. Sim, isso vai acabar assim.
— Você acha justo?
— Justo, Dean? O que eu posso fazer? Eu estava tentando, você foi um
idiota comigo! Desde o início, quando nos conhecemos, demonstrou ser um
sem noção! Aquilo não foi justo.
— É, mas eu também sou carinhoso e você viu. Também posso cuidar e
guardar, e amar, eu sou tudo que demonstrei, mas sou muito mais a parte boa.
Bem mais. Eu simplesmente estive perdido desde o dia que recebi essa
notícia. Você pode entender meu lado?
— Esse é o problema, Dean. Você quer que eu diga o que você quer
ouvir, mas nem por um momento pensou em como eu estaria me sentindo.
Nem ao menos questionou se nesse meio tempo, no meio de tudo o que
aconteceu, eu poderia estar ao seu lado e te ajudar. Não confiou, não é? Não
existiu mesmo confiança nenhuma. Eu não sei o que você sente por mim.
— O que este homem está fazendo na minha casa? — ouço a voz áspera
e já me preparo para realmente o pior.
Capítulo 31
***
***
Acordo com um som abafado e, assim que abro os olhos, preciso de uns
segundos para me situar; não tanto, porque o que está acontecendo me
desperta no mesmo instante.
Natasha está com os lábios entreabertos e os olhos fechados, enquanto
seu corpo se agita aos poucos e ela parece imersa em algum lugar. Essa
expressão e gestos eu reconheceria em qualquer hora e lugar.
Levanto a cabeça, só para ficar com a boca seca ao vê-la se tocando em
minha cama, ao meu lado, totalmente em meu alcance.
Ela já está completamente pelada e eu embasbacado, engolindo em seco,
tentando entender o que está mesmo acontecendo. Eu sei o que é.
— Natasha? — eu chamo, para ter certeza se não estou em um sonho
muito bom e digno de um agradecimento eterno a Deus.
Ela abre os olhos e ofega, virando a cabeça para me olhar, então me
perco completamente quando nossos olhares se encontram e, quase mínima e
imperceptivelmente, meu nome sai de seus lábios. Quase nada, só o
movimento, e eu me perco completamente.
Aproximo meu rosto do dela e junto nossas bocas, um gemido
escapando de nós pelo contato quente. Muita saudade.
Natasha imediatamente agarra meu pescoço com as mãos e minha mão
direita percorre o corpo delicioso do qual eu senti tanta e tanta falta. Tanta
que dói.
Aperto seus seios durinhos e desço pela barriga, meus dedos tocando a
carne molhadinha e quente como fogo. Grunho e enfio minha língua em sua
boca, exatamente como quero fazer com meu pau entre suas pernas.
Acaricio seu clitóris com dois dedos, só para enfiá-los na entradinha
úmida e apertada, rosnando de prazer por senti-la tão pronta.
Meus dedos estão sendo torturados por seu calor e o cheiro dela se
espalha pelos ares e sinto seu gosto na própria boca dela, o que me deixa
completamente alucinado.
Natasha se remexe, querendo que eu seja mais rápido, mas não sou, de
propósito. Quero me deliciar com cada minuto com ela, depois de tanta coisa
e problemas. Ela me acalma. Eu sabia que só ela poderia me deixar mais
tranquilo, e saber que estávamos irritados um com o outro, sem nos falar, me
deixou pior.
— Dean, por favor — ela suplica contra meus lábios, chorosa.
Afasto o rosto para observá-la, linda e de lábios inchados, os seios
expostos, ela inteira, aberta e bem aberta para mim, com meus dedos dentro
de seu corpo. É demais para eu suportar. Natasha é demais.
Puxo o edredom de cima de nós dois com força e jogo no chão, então
me sento rapidamente e tiro o short, agarrando meu pau e apertando,
enquanto observo ela se remexer sobre a cama, me querendo.
— Está com saudades? — questiono, olhando em seus olhos. — Eu
estou.
— Só... — ela está rouca, parecendo sedenta. — Me preenche, por
favor.
— Preencho, amor — me sento contra a cabeceira da cama e ergo meu
pau, alisando-o.
Ela senta, ofegante, os seios durinhos fazendo um balanço suave e me
deixando inebriado. Estou pulsando em desespero.
— Dean?
— Venha cá. Vamos fazer amor nos olhando — peço, meus olhos
descendo pelo corpo dela inteiro, onde eu vejo a parte interna de suas coxas
brilharem, então preciso umedecer os lábios.
— Eu quero que você faça rápido, não devagar — murmura.
— É mesmo? — olho seu rosto, não deixando de perceber seu peito
subir e descer profundamente. — Há quanto tempo você estava ao meu lado
daquele jeito?
— Eu não sei — balança a cabeça. — Apenas… Fiquei com vontade —
balança a cabeça novamente, parecendo desorientada enquanto intercala o
olhar entre mim e em meus movimentos.
— Deixe eu ver. Abra as pernas.
Natasha solta um gemido tão delicioso que eu preciso soltar meu pau
para não gozar, então observo atentamente enquanto ela senta direito e, num
movimento gracioso e perfeito, separa as pernas e apoia um braço para trás,
onde deposita o peso de seu corpo para não cair deitada.
Meu olhar recai para o paraíso. O lugar que quero tanto me perder por
minutos e horas. Mas, me controlo e respiro fundo. Preciso me controlar.
— Hmmm… — volto a olhá-la nos olhos. — Você está brilhosa e
molhada. Encharcada e rosadinha.
— Sim — sussurra. — Eu quero que me toque.
— E eu quero que você se toque — me ajeito e cruzo os braços,
morrendo de satisfação quando Natasha olha para o meu membro e geme,
então meu rosto e faz um biquinho lindo. — Vamos lá, querida. Eu gostaria
muito de ter esse prazer.
Ela suspira e lentamente leva os dedos até entre as pernas, abrindo-as
mais, me fazendo prender todo o ar quando, sem hesitação, coloca dois dedos
dentro de si e solta um grito, quase me fazendo tremer.
Natasha respira com força, puxando os dedos lentamente, apertando os
olhos, enquanto tento fechar a boca e estar atento em sua ação e expressões
faciais e corporais, aprendendo o que ela gosta.
É uma delícia e posso sentir meu pau liberar o indício da minha
excitação absurda.
— Assim que você gosta, Natasha? Bem fundo e devagar? — pergunto,
querendo gemer quando ela abre os olhos e assente minimamente, o brilho
deles me deixando entorpecido.
— Você quer meu pau assim? Bem fundo nessa sua bocetinha gostosa e
apertada? — sussurro, sua respiração acelerando e ficando mais difícil, então
me ergo e me aproximo dela, agarrando sua nuca e ouvindo seu gemido. —
Quer?
— Quero — geme, me fazendo perder o último senso quando leva os
próprios dedos à boca e chupa, os sugando.
— Minha vez — grunho e agarro suas pernas, a puxando para ficar
deitada, então espalmo minha mão em sua vagina, abrindo os lábios menores
e espalhando sua umidade.
— Assim? — enfio meus dedos dentro dela e ela se arqueia, revirando
os olhos. — É assim que você gosta?
Ela vira os olhos para mim, agarrando os seios, então mal consegue
manear a cabeça como resposta.
— Você é tão deliciosa — pressiono meus dedos e empurro com força
dentro dela, que grita e cai deitada, se arqueando para mim. Puxo-os e levo à
boca, chupando e grunhindo pelo seu gosto. — Deliciosa, amor. Quer gozar?
— Sim… — sussurra. — Sim, Dean...
— Hmm, sim — inclino minha cabeça e raspo nossos lábios, chupando
seu lábio inferior e depois sua língua, sentindo a corrente descer direto ao
meu pau. Meus dedos se movem ao montinho intumescido e eu acaricio uma,
duas e três vezes, então observo minha linda garota se desmanchar sob mim,
toda espalhada na minha cama, gozando por mim e para mim.
— Deaaaaaaan! — ela tampa o rosto com as mãos e seu corpo treme
inteiro, enquanto enfio meus dedos dentro dela e acaricio por dentro do seu
corpo.
Com a mão livre, eu acaricio-a, alisando sua barriga e seios, me
deliciando na pele macia e suave, toda perfeita aos meus olhos.
Natasha tenta respirar normalmente, abrindo os olhos depois de uns
segundos, focando o teto, então junta as pernas quando puxo os dedos de
volta, grunhindo por senti-la tão apertadinha.
Arrasto meus dedos por seu corpo, espalhando seu calor e lambendo os
lábios secos, até que nós nos encaramos.
— Senti muito a sua falta — declaro e me inclino, beijando seus lábios
de levinho, só para me afastar novamente. — Espere aqui, eu já volto. Quero
te mostrar uma coisa.
Ela assente, então saio e vou para a cozinha.
Quando volto ao quarto, Natasha está ainda com a respiração
entrecortada. É uma cena linda tê-la assim, espalhada na minha cama e me
desejando novamente.
Ela levanta a cabeça conforme me aproximo e me olha.
— O que é isso? — questiona e sorrio, indo novamente para seu lado.
Levanto os recipientes nas mãos, um de cada vez.
— Cobertura de chocolate e sorvete.
Ela prende a respiração, arregalando os olhos e intercalando o olhar
entre mim e os objetos.
— Pra que vai usar?
Dou um sorriso mais largo e desço meu olhar por seu corpo, vendo sua
barriga subir muito e descer, indicando uma respiração funda.
— Vou te deixar mais deliciosa, amor — declaro e abro o sorvete
pequeno, enfiando os dedos dentro e pegando uma quantidade pequena, então
os levo até a boca dela, que parece sempre muito convidativa. — Chupe —
peço.
Natasha pisca algumas vezes, como voltando de um transe, mas logo
está chupando e eu não vejo a hora de ela fazer o mesmo com o meu pau.
Posso senti-lo endurecer num nível absurdo. Ela me deixa assim. Ela que faz
isso. Tudo isso comigo.
— É gostoso? — pergunto e ela brilha os olhos para mim, afirmando
com um manear de cabeça. — Ótimo — sorrio e volto a enfiar os dedos no
recipiente, pegando uma quantidade e levando diretamente para seus mamilos
durinhos, espalhando por cima e os sentindo ficar ainda mais duros.
— Dean — balança a cabeça. — Meu Deus.
— É bom?
— Sim!
— Hmm — me inclino e aproximo nossas bocas, mordendo seu lábio
inferior de leve. — Vou comer você todinha.
— Ah, céus — ela se agita. — Eu quero te tocar.
— Bem, mas não agora — volto à posição anterior e recolho mais
sorvete, fazendo uma trilha até sua barriga. — Natasha de chocolate. O que
acha?
Ela sorri, um sorriso lindo e que me desmancha por completo, meu
coração acelerando.
— Eu acho que gosto de você ser o chef.
— Bom. Só eu sei fazer — me movo para entre suas pernas e preciso
respirar fundo quando a observo pingar de tão molhada. — Muita saudade?
— Um pouco — se remexe. — O sorvete está derretendo e estou
arrepiada.
Sorrio e pego a cobertura, então deixo cair desde sua barriga até entre
suas pernas, meu pulso acelerando pela expectativa.
Deixo tudo de lado quando a vejo recheada, e apoio meus braços ao lado
de sua cabeça, inclinando a boca e levando até um seio durinho, onde sugo
todo o sorvete para dentro da minha boca.
Natasha se arqueia, me convidando a mais, e eu obedeço, indo até o
outro e chupando, adorando a sensação da suavidade do corpo dela com a
minha sobremesa favorita.
Desço a língua por sua barriga, lambendo tudo, até sentir suas mãos em
minha cabeça e seus dedos se perdendo por entre meus cabelos. Ela puxa
quando chego entre suas pernas e dou uma chupada no interior de sua coxa.
Sem hesitação, eu caio de boca nela, chupando e sugando todo o
chocolate que se misturou ao seu gosto e me deixa fora de mim.
Natasha geme, grita, se arqueia, remexe e se contorce. Nós estamos
imersos no prazer. Talvez isso seja uma válvula para o escape dos problemas
que temos agora, entre nós e na vida. Mas, dane-se, ela está em minha cama e
se entregando para mim. Eu vou aproveitar.
— Dean! — ela puxa meus cabelos com força e treme um pouco. —
Logo, por favor!
Grunho e vou beijando sua pele, até chegar aos seios, onde demoro um
pouco, até procurar novamente sua boca e preencher com um beijo profundo
e quente, enfiando minha língua, dando a ela tudo que posso.
Natasha corresponde, se remexendo sob mim, e nós nos entendemos.
Agora, nesse momento, estamos nos entendendo.
— Eu preciso buscar uma camisinha — me esforço bravamente a
levantar, mas ela me puxa pelos os ombros, os olhos brilhando procurando os
meus. — É rápido.
— Não, estou impaciente — agarra minha nuca. — Por favor.
Grunho, incapaz de negar e me acomodo melhor, novamente beijando-a
enquanto, com um movimento fluído, eu consigo espaço dentro do seu corpo
— centímetro por centímetro, nos religando de forma indescritível, a
sensação sendo tão boa que perco um pouco as forças.
Natasha não parece diferente, posso senti-la pulsar e se estreitar ao redor
da minha ereção, parecendo tremer o corpo também.
Levanto a cabeça com dificuldade, encontrando seu olhar.
— Bom? — questiono com um sorriso e me puxo para fora, seu corpo
me prendendo, não querendo me deixar sair.
— Bom demais.
— Você vai voltar para mim? — Não sei bem de onde saiu essa
pergunta, mas a sinto retesar quando a faço.
Ela desvia o olhar.
Fico de joelhos, segurando seus joelhos enquanto mantenho as
estocadas, saindo e entrando com controle absoluto, ciente do efeito que isto
está causando nela, que parece encharcar mais a cada investida. Ela está
ficando vermelha e toda suada.
— Natasha, olhe para mim e responda — peço, suave. Talvez eu esteja
sendo um carente idiota, mas não ligo, eu preciso dela nos meus dias. Preciso
e fim.
Ela me olha, fechando os olhos por um momento e soltando um
gemidinho rouco, então assente. Minha respiração quase falha.
— Você vai, amor? — insisto, dando um movimento mais impulsivo,
com mais força, tirando um gemido de nós dois.
— Vou, Dean — sussurra e suspiro, tão alucinado e aliviado. Saio de
dentro dela e me sento contra a cabeceira da cama, segurando suas mãos e a
puxando para que sente.
— Venha, no meu colo — peço e ajudo Natasha a montar em mim, suas
mãos em meus ombros e seus olhos como em brasas nos meus.
Guio meu pau para sua entradinha e ela se move, descendo lentamente,
até que gritamos, o preenchimento total sendo absurdamente perfeito.
Natasha espera, enquanto subo as mãos por seu corpo, desde a cintura
até o rosto, onde acaricio e depois coloco as mechas de cabelos soltas atrás de
sua orelha. Ela se ergue sozinha, num movimento perfeito, então logo
estamos como dois loucos, nos encaixando de forma magnífica; os sons de
nossos corpos ecoando pelo quarto e o cheiro de sexo se espalhando.
Tudo é muito forte para eu assimilar. A sensação, os sentimentos e tudo
que acontece, então só fecho os olhos e ouço quando ela grita forte, tremendo
sobre mim e tendo um orgasmo, caindo para frente em seguida.
Não sei bem como, mas consigo me puxar para fora de seu corpo antes
de gozar dentro dela.
É tudo tão rápido e louco que só a sinto tremer e gemer, e eu também,
enquanto a abraço forte. Muito forte.
Capítulo 33
Eu sorrio, largamente.
Meu boy: Sim, porque estamos de carro. Você poderia estar aqui,
estaria sentada no
meu colo :/
***
Estou muito, muito ansiosa para ver o Dean. Ele chegou ontem de
madrugada, mas não pude vê-lo porque estava no terceiro céu do sono
quando me mandou mensagem e disse que queria me chupar até perder o
fôlego. Talvez não seja algo que eu já pensei que ouviria, mas gostei do
mesmo jeito.
Respiro fundo, seguro a alça da minha bolsa mais firmemente e
ultrapasso as portas de vidro do escritório dos Hume, só para amolecer bem
onde estou, quando encontro o homem lindo e que me tira todo o ar. Ele está
escorado em seu carro, com os braços cruzados e as pernas também, olhando
algo do lado. Lindo de viver.
Me aproximo um pouco trêmula e, conforme vou chegando perto dele,
posso sentir seu perfume me embalsamar. Não precisa de muito tempo, logo
ele nota que estou perto e seu olhar encontra o meu. Então é mesmo muito,
muito estranho que eu sinta um calor incomensurável somado à um frio na
espinha, que percorre todos os meus sentidos, e meu coração começa a bater
aceleradamente.
Dean sorri. Só o canto dos lábios se erguendo em um meio sorriso, mas
não é diferente, me paralisa do mesmo jeito. Atraente. Charmoso.
Maravilhoso.
Suspiro, minha boca se abrindo e o ar ficando preso.
Ele se desencosta do veículo e caminha os poucos passos que nos
afastam. Quando estamos bem próximos, me lembro de respirar, mas só para
o choque ser maior quando seus braços me rodeiam e ele me ergue do chão,
rodopiando comigo e me fazendo dar um grito de surpresa, seguido de uma
risada quando circundo seu pescoço com meus próprios braços.
Sou colocada no chão depois de alguns segundos, mas ele não me
liberta, do contrário, me segura firmemente em um abraço apertado contra
seu corpo quente.
Estou tão amolecida que começo a chorar, buscando uma forma de
aliviar tantas emoções misturadas, mas que sou incapaz de descrever.
Sinto seus dedos se infiltrarem por entre meus cabelos e fazerem uma
pequena pressão, em uma massagem relaxante.
— Bom te ver também, meu amor — ele sussurra e beija meu pescoço.
— Fique calma.
Mas eu estou incapaz de fazê-lo. Eu não sei, apenas me sinto
emocionada e atingida por um avalanche de sensações que só me fazem
abraçá-lo mais firmemente, desejando que nunca tenhamos que nos separar.
— Senti sua falta — declaro. — Muito.
— Eu também senti a sua — ele me balança um pouco para lá e para cá,
em um movimento suave. Suas mãos se concentram em acariciar minhas
costas e, quando para, Dean me afasta, seu olhar buscando o meu. Eu
estremeço. Seus olhos estão marejados.
Dou um passo para trás, inundada de confusão.
Ele também parece momentaneamente desconectado enquanto enfia as
mãos no bolso da calça e abaixa o olhar por uns segundos.
Volta a me olhar.
— Quer jantar comigo?
Balanço a cabeça afirmativamente e ele sorri, caminhando de volta ao
seu carro e abrindo a porta para mim. Tomo assento e respiro fundo,
colocando o cinto e tentando parar de ser tão emotiva. Seco o rosto e junto as
mãos por cima da bolsa em meu colo.
Dean logo está ao meu lado, colocando seu cinto e nos tirando da frente
de onde passo tanto tempo.
Ele liga o som baixinho em uma música suave e calma. Eu suspiro
novamente.
— Como foi o seu dia? — a voz dele retumba de repente, grave e
tranquila ao mesmo tempo.
— Bom. Eu terminei as artes dos azeites hoje. Sabe, da empresa. Eles
gostaram tanto que vão nos contratar novamente da próxima vez. Acho que
vão manter essas por um ano, mais ou menos.
— Meus parabéns. Você é ótima, a melhor — ele me olha e dá uma
piscadinha, novamente me fazendo derreter. — Vamos comemorar então. O
que você mais gosta de comer?
— O que mais gosto? — penso um pouco. — Linguiça.
Ele ri.
— É sério — sorrio simplesmente por ouvir o som de sua risada. — É
gostosa.
— Tudo bem — ele sorri. — Vamos a um restaurante que sirva
linguiças.
— Obrigada. Como foi com sua família?
— Bem legal, mas eu não conseguia parar de pensar em você.
Apoio a cabeça no banco, procurando ficar sólida e inteira até o fim da
noite.
— Seu outro irmão também levou a namorada?
— Não, eles brigaram ou algo assim. Eu falei de você para minha irmã e
ela disse que eu devo continuar com você.
— É? — Estou surpresa, mas não deveria, afinal estamos namorando. —
Aliás, quando é que vamos conhecer a sua filha?
Dean se remexe e parece incomodado, mas não se importa em me
responder.
— Amanhã. Cedo. Falei com a Stephanie hoje de manhã e já está tudo
resolvido. Vamos amanhã encontrá-la perto da clínica.
Não sei exatamente por qual motivo, mas me encho de um alívio surreal
e concordo, então nós nos silenciamos até chegar ao restaurante.
Não é tão discreto quanto o último, mas nada exorbitante demais. Parece
convidativo e relaxante. Dean estaciona e logo deixamos o carro, seguindo
para dentro do estabelecimento. Está vazio, somente algumas mesas ocupadas
com casais sorridentes.
A moça da recepção logo nos acomoda em um lugar agradável perto dos
fundos, por nossa escolha, e nos deixa com o cardápio. Tem um quê de
rústico no local, mas embalado de requinte.
— Hoje, além de ter resolvido esse problema de DNA, eu comprei uma
casa — ele revela, chamando minha atenção.
— Foi?
— Sim, eu queria fazer isso há um tempo. Ter uma casa de férias, sabe?
Ela fica em uma área isolada na Carolina do Norte. É maravilhoso. Já esteve
lá?
— Não — me encolho. — Só fui à Irlanda com você.
Dean fica desconfortável. Ficamos em silêncio por uns segundos, nos
encarando.
Ele põe as mãos por cima da mesa, abandonando o cardápio, então pede
as minhas.
Quando estão juntas, ele entrelaça nossos dedos e fica olhando,
parecendo pensativo por um instante.
— Eu sou um idiota — fala baixinho. — Mais idiota que eu, só dois de
mim.
Balanço a cabeça, concordando, mas também incomodada com seu
semblante.
— Eu peço perdão porque quando você veio embora, eu deixei e foi de
propósito — me olha. — Achei que estava tentando evitar uma coisa pior,
mas me enganei. Sei que pode soar ridículo, mas eu sinto algo forte por você,
Natasha. Estou apaixonado.
Prendo a respiração, surpresa.
— Estou mesmo, mas também sei que nunca senti nada assim por
ninguém e isso me incomoda porque não sei o que pode acontecer daqui para
frente — emenda. — Tenho sempre a sensação de que vou ser deixado em
algum momento toda vez que tento algum encontro a longo prazo, então eu
peço que, se você quiser me deixar em algum instante, me diga, está bem?
Quero que seja sempre sincera comigo porque vou fazer o mesmo por você.
— Ok — eu concordo. — Mas não penso em te deixar.
— Você não pode prever o futuro, meu amor — ele aperta nossas mãos.
— Se a garotinha for realmente minha filha, nós vamos ficar juntos mesmo
assim?
Desvio o olhar, a pergunta me causando uma inércia momentânea.
Pode ser. O que tenho a perder? Nós estamos apaixonados. Não pode
dar errado. Dean vai ajudá-la e talvez tenha que me deixar alguns dias para
ficar com ela, mas tudo bem. Eu só quero vê-lo feliz.
— Vamos, sim — assinto.
Ele sorri um pouco, levando minhas mãos aos lábios e beijando.
— Obrigado. Vamos comer. A linguiça é só para você.
— Tudo bem — rio e ele chama o garçom.
Estou feliz e está tudo bem.
Capítulo 36
Abro a porta do deck para o sol entrar com mais força, então dou um
pequeno grito quando Totó pula em minhas pernas. Meu pequeno vira-lata
agitado. Me equilibro sobre os calcanhares para não cair e começo a rir pelo
desespero do animal em chamar minha atenção, como se já não o estivesse
fazendo.
Esta é realmente a parte boa em se morar em casas e não apartamentos.
Você sente liberdade, coisa essa que não se é perceptível em locais como
prédios. Sei disso porque meus pais, atualmente, moram em um apartamento
e é horrível. Nem ao menos posso levar meu cachorro até lá, porque é
proibido. Muito lamentável, com toda certeza.
— Ei, acho que você já me arranhou o suficiente — murmuro para ele.
— Vou colocar sua comida, espera um pouco.
Totó late e se ajeita sobre as patinhas, colocando a língua para fora e
entortando a cabecinha para o lado, como se avaliasse o que acabei de dizer.
— Não acredito nisso. Logo hoje vai chover? — reclamo sozinha,
avaliando as nuvens densas surgirem de repente de algum lugar, cobrindo o
sol aos poucos. — Que droga — olho meu cachorro. — Sorte que você não
precisa sair de casa.
Ele late, balançando o rabinho e dou risada, deixando o deck para voltar
para dentro de casa e preparar meu café e colocar a comida dele.
Essa é a minha vida. Levantar às seis, abrir as janelas de casa para o sol
entrar, alimentar meu cachorro e embarcar para meu trabalho agonizante. Não
é uma reclamação, mas ser a chefe do departamento de criação da Hume's Art
tem me feito ficar sobrecarregada. Às vezes chego em casa e só quero dormir.
Resolvi vir morar sozinha há um ano, quando fui promovida e comecei a
ganhar mais.
Meu celular toca quando estou chegando ao primeiro andar, então sorrio
ao ouvir a voz que sempre tem me acalmado em tanto tempo.
— Baby! Estou te esperando aqui em frente ao…
Ele não termina porque eu apareço bem na hora, sorrindo largamente
para o meu namorado.
— Bom dia — me aproximo e o abraço com força, arrependida de não
tê-lo deixado passar a noite comigo, mas é só por medo. Ainda não consigo.
Deixar. Fazer. Isso parece doloroso agora.
— Como vai? Dormiu bem?
Eu o olho, encostando minha testa na sua.
— Dormi, e você?
— Bem, mas preocupado com você — ele acaricia meu rosto. — Tem
certeza que vai parar de ir ao psicólogo?
— Tenho, Peter — suspiro. — Não está adiantando. Não me serviu para
nada. Eu só tenho que ficar relembrando e é pior. Prefiro não ir mais.
— Tudo bem. Você que sabe. Estou aqui pra te apoiar no que decidir —
ele segura meu queixo, não me dando outra opção que não olhá-lo. —
Apenas não me afaste, tudo bem?
— Nunca — beijo seus lábios de leve, só para abraçá-lo de novo. —
Nunca.
— Eu amo você — ele alisa meus cabelos. — Estarei sempre aqui.
O Peter é lindo. Ele tem sido tudo e mais um pouco para mim desde o
acidente. Aquele dia horrível. O dia em que eu perdi a mim mesma. Uma
parte de mim. Alguém. E então nunca mais consegui ser a mesma. Nem tinha
como.
Sorrio para ele.
— Obrigada por tudo — agradeço de forma sincera. — Eu não sei o que
seria de mim sem você. — Foi ele que esteve comigo quando acordei e
quando recebi a notícia que tinha perdido o bebê. Um bebê que eu nem sabia
que existia. Um bebezinho. Eu ao menos tinha um filho ainda e ele se foi.
Simplesmente assim.
— Ei, não chore — Peter me aperta contra si. — Vai ficar tudo bem.
Vamos embora.
Eu me afasto e seco o rosto, então assinto e nós entramos em seu carro,
preparados (ou não) para mais um dia. Um dia que tem tudo para ser lindo,
porque hoje nós vamos jantar juntos em minha casa à noite. Peter e eu.
Nós merecemos. Ele merece. Eu mereço.
As coisas precisam voltar a ser como eram antes.
Capítulo 38
***
Peter está um pouco cabisbaixo enquanto dirige até minha casa. A noite
anterior não foi como eu premeditava, mas ele não pareceu tão abalado por
isso. Do contrário, ele me tranquilizou e dormimos abraçados. Ele sempre me
entende.
Mas, não sei, depois que ele voltou do almoço — que eu não pude ir
junto porque tinha muita arte para finalizar —, senti que estava estranho. E
agora não é diferente. Seu olhar está vago e ele também.
— O que você tem? — pergunto cautelosa.
— Apenas… — ele respira fundo. — Nós precisamos conversar sobre
uma coisa.
Fico preocupada de imediato, mas não demonstro, então apenas nos
calamos até chegar ao nosso destino. Eu saio do carro e aguardo meu
namorado enquanto ele estaciona do outro lado e depois vem em minha
direção.
O sorriso que ele me lança não me ajuda em nada a compreender o que
deve estar acontecendo.
— Posso entrar para gente conversar melhor?
— Tudo bem — concordo, então vamos para dentro da minha pequena
casa. Estou ansiosa e agoniada, porque não parece algo bom.
— Você vai terminar comigo por causa de ontem? — sou direta, mais
por medo do que qualquer outra coisa. Peter rapidamente nega, segurando
minha mão e me incentivando a sentar com ele no sofá, mirando qualquer
ponto.
— Hoje eu me esbarrei com uma pessoa — me olha. — O seu ex-
namorado. Ele conversou comigo.
Meu olhar escurece um pouco, e preciso respirar fundo para me
concentrar e entender do que ele está falando.
— Sei que é complicado, mas ele pediu para eu tentar ver se nós
poderíamos nos encontrar com ele — Peter parece aflito. — Ele disse que
precisa tentar obter seu perdão. Olha, não é da minha conta, isso fica por
você.
— Eu não quero vê-lo — admito, uma dor somada a uma sensação
estranha me atingindo e eu preciso tampar o rosto com as mãos. — Não
deixa, Peter.
— Me ouça — ele acaricia meus braços —, eu acho que precisa haver
mesmo perdão. Você continua fechada assim, Natasha. Precisa tentar voltar a
ser como era.
— Não tem como — o olho, estilhaçada. — Por que eu deveria vê-lo?
Isso me ajudaria em quê?
— Não é que você deva, porque eu, admito, tenho medo do que pode
acontecer. Mas acho que também te ajudaria a, não sei, viver de novo. O que
aconteceu foi péssimo, mas as coisas precisam entrar em rumo.
— Eu estou bem, Peter, mas não quero vê-lo, ele me traz más
lembranças. Não quero.
Ele suspira, então balança a cabeça.
— Tudo bem. Apenas achei que deveria passar a informação para você,
afinal, era um filho dos dois e… Acho que talvez eu não possa imaginar a dor
dele como pai de primeira viagem, mas que não chegou a ver o bebê.
Levanto e caminho para o meu quarto.
— Vou tomar banho. Você pode dormir aqui, se quiser — aviso.
Fecho a porta e caio sentada, controlando um choro inevitável. Aperto
bem os olhos, tentando esquecer ele. Eu devia. Tenho que esquecer, mas
simplesmente não consigo.
Dean foi horrível naquele dia. Foi. Mas ele também foi a única voz que
ouvi quando tudo escureceu. Ele era tudo que eu escutava.
Mas eu não posso. Não conseguiria.
Não dá mais.
Capítulo 40
***
***
Está anoitecendo, mas parece já bem mais tarde por conta do tempo
nublado. Natasha está toda sorrisos enquanto me compara com todos os
personagens que conhece e nós subimos a rua para ir até o restaurante.
— Mogli não, porque seus cabelos são claros. Tarzan — ela balança a
cabeça. — Com certeza pareceu o Tarzan. Aquele cara… O Thor. Tem
também aquele outro… O Hércules.
Sorrio, acariciando sua mão com o polegar já que nossos dedos estão
entrelaçados.
— Acabou?
— Deixa eu pensar… Tem algum outro?
— Não sei.
— Hm, deve não ter. Mas você é mais lindo que todos eles. Achei muito
masculino, te deixou selvagem — ela me olha, com um sorrisinho.
— E por que quis que eu tirasse?
— Porque gosto de você original — aperta minha mão e suspira. —
Estou com saudades.
Engulo em seco, ansioso e imediatamente desesperado. Eu também.
Mais do que posso explicar.
Puxo-a para meu lado, envolvendo seus ombros com o braço, então
beijo sua têmpora.
— Nós vamos matar a saudade — sussurro, bem no momento que
chegamos ao restaurante ao ar livre. É romântico, agradável, cálido e
tranquilo… Tudo que nós precisamos. Tem algumas poucas pessoas. Três
casais mais velhos, um mais jovem e um casal de adolescentes, que parecem
um pouco nervosos em como reagir.
Natasha e eu escolhemos uma mesa mais perto do espaço que um
tecladista está tocando. Ele sorri para nós enquanto toca algo bem suave. É
perfeito aparentemente.
Olho ao redor, todos parecem tranquilos e felizes, exceto os
adolescentes, que estão nitidamente rijos.
Sorrio para Natasha que também está olhando para eles, que estão um
pouco perto de nós.
— Acho que eles não têm intimidade um com o outro — comento.
Ela me olha e sorri.
— Acho uma gracinha. Vou quase pedir uma foto.
Dou risada.
— Deixa eles namorarem.
— Eles não estão namorando, estão envergonhados. Você acha que eu
devo ir até lá e dizer que depois do beijo fica tudo mais leve? — ela parece
pensativa.
— Não fica sempre.
— Se eles são apaixonados, fica sim.
— Você teria coragem?
— Por que não?
— Porque você vai ser intrometida.
— Se eu não tivesse sido com você, não estaríamos aqui — ela sorri
convencida. — Apoia?
— Se eles continuarem, você vai — dou risada. — Maluca.
— Sou — olha para o lado do tecladista. — Será que ele toca Mozart?
Meu riso é mais alto.
— Aposto que você quer perguntar.
— Eu perguntaria — ela assente. — Mas prefiro comer. Estou com
fome.
— Eu também — levanto a mão para o garçom da outra mesa e ele faz
um gesto com a cabeça, dando a entender que logo vem.
— Por que a Carolina do Norte, Dean? Por que tão longe? — Natasha
me chama de volta.
— Porque a distância, às vezes, é a melhor opção para apagar a dor.
Mas, não adiantou nada, eu só piorei.
— Por que você não foi atrás de mim?
— Você estava namorando — balanço a cabeça ante o pensamento
doloroso. — Queria que você fosse feliz. Achei que o Peter ia fazer isso por
você.
— Ninguém é capaz de me fazer sentir o que sinto quando estou com
você, Dean. Você é a minha felicidade — ela sorri de leve. — Ele sabia
disso. Todo mundo sabe disso.
— Eu te amo — repito, incapaz de dizer qualquer outra coisa.
— Eu sei — ela vira a cabeça e olha o casal engraçado, que agora estão
tentando conversar, mas o garoto parece muito quieto. — Ele devia ter mais
atitude.
— Ele deve ter uns dezesseis anos, coitado. Dá um desconto.
— Dessa idade aposto que você já era o garanhão — ela estreita os
olhos para mim, obviamente esperando que eu discorde.
— Era mesmo, fazer o quê.
— Safado — resmunga e olha o tecladista.
Dou risada e o garçom se aproxima, nos oferecendo o prato especial da
casa. Salmão defumado com legumes. Natasha concorda e aceitamos. Ele sai
rapidamente para buscar e nós dois nos encaramos.
— Vai levar tempo para matar a saudade — admito.
Ela dá uma risadinha graciosa.
— Nem me fale. Aliás, eu fui promovida. Agora eu sou a designer
principal, sabe? Eu comando a equipe de arte.
— Você é brilhante e eu te admiro muito.
— Obrigada — coloca o cabelo atrás da orelha. — E o Palace?
— A suíte exclusiva está fechada há um tempo. Depois que fizemos
amor nela, eu não permiti que entrasse ninguém.
Natasha arregala os olhos e engole em seco, então pigarreia.
— Está falando sério?
— Sim — afirmo. — Não tinha como. Só me vem a gente naquele
quarto, naquela cama… é um lugar nosso. Eu construo outro quarto, se for
preciso, mas lá ninguém entra se não a gente.
Eu acompanho o exato momento em que seus olhos enchem de lágrimas
e logo começam a transbordar, ela agarrando um guardanapo para, em vão,
secar.
— Você é tão… Maravilhoso.
Sorrio, cheio de saudades.
O garçom aparece novamente, já com a bandeja e então nossos pedidos
são colocados na mesa, o cheiro maravilhoso enchendo os ares.
Natasha não me espera, começa a comer entre soluços, me tirando um
riso. Ela me olha e mastiga, tentando sorrir em meio às lágrimas, não sabendo
bem o que escolher.
— Respire — eu peço.
Ela seca o rosto, então bebe água, chorando mais alto, fazendo o líquido
espirrar pelos cantos da boca. Me levanto por impulso, me abaixando ao seu
lado, puxando-a para um abraço em que ela soluça e chora alto contra mim.
— Fique calma, agora eu estou com você de novo — sussurro contra
seus cabelos. — Estamos juntos mais uma vez. Nunca devia ter sido
diferente.
— Eu preciso de você. Preciso muito.
— Tudo bem, estamos juntos. Precisamos um do outro — aperto-a um
pouco.
— Não, Dean — ela se afasta. — Preciso agora. Agora.
Levo as mãos ao seu rosto e arrasto os dedos por onde uma lágrima
desce, então sorrio.
— Tudo bem, vamos — me levanto, então pego a carteira e deixo o
dinheiro em cima da mesa, Natasha levantando também rapidamente para
sairmos.
Desespero.
Quando passamos pela mesa do casal adolescente, os vemos de mãos
dadas e isso só faz com que ela chore mais alto.
Nos conduzo para voltarmos até o carro no fim da rua, mas de repente
ela me puxa para um beco escuro entre dois prédios altos. Os soluços são
tantos que ela mal consegue falar.
— Eu não aguento mais esperar — praticamente suplica.
E eu entendo.
Capítulo 44
Eu não posso ver, mas tenho certeza que os olhos claros do Dean estão
pegando fogo tanto quanto estou. Ele preenche minha boca de repente com
um beijo quente, avassalador e desesperado enquanto me empurra contra a
parede com seu corpanzil. Não tem nada de delicado em seus movimentos
agora porque eu posso sentir.
Ofego quando suas mãos descem e empurram minha jaqueta pelos
ombros, Dean engolindo meus lábios e enfiando sua língua em minha boca.
Já estou em brasas quando de repente ele me vira contra a parede e cola o
corpo ao meu, grunhindo contra meu ouvido e mordendo minha orelha.
Me agito inteira, me encostando ao máximo contra ele, querendo que ele
nos mostre novamente como somos bons juntos. Que nos lembre.
Grito quando sou surpreendida com um tapa na bunda, olhando
automaticamente para o lado para ver se alguém entra no beco. Estamos
pouco afastados do restaurante e o lugar é todo silencioso, mas nunca se sabe.
Porém, eu não posso esperar. Estou desesperada. Foram quase dois anos.
— Dean, por favor… — tento olhar para trás e manter a respiração, mas
logo sinto suas mãos em minha calça desfazendo o botão e o zíper, e, sem
cerimônia, ele puxa tudo para baixo.
Estou quase tremendo de desespero, principalmente quando ele enche as
palmas da mão e me dá uma mordida na bunda, gemendo.
— Você gosta que eu seja selvagem com você, Natasha? — A voz dele
está gravíssima, me deixando louca.
— Gosto! — grito, nem ligando mais se estamos no meio da rua. Se
aparecer alguém, vai ver duas sombras trocando carícias e que se dane se
pensar outra coisa.
— Hmmm — Dean me dá outro tapa, me fazendo arquear toda trêmula
contra a parede. — Você deve estar uma delícia.
Apoio a cabeça contra o antebraço apoiado na parede. Estou ofegante e
quente. Em brasas.
Prendo a respiração quando sinto seus dedos apertarem o interior das
minhas coxas e logo depois chegarem ao meu sexo, onde ele não perde tempo
e logo aprofunda um dedo dentro de mim, rosnando.
— Você está ensopada, meu Deus.
Eu engasgo quando ele faz um movimento forte, começando um vaivém
que vai me relaxando aos poucos, até eu precisar de muito mais.
Me remexo, não sendo o suficiente.
— Você quer o que, hm? — ele me abre com a mão livre. — Quer o
meu pau enterrado nessa bocetinha encharcada, amor? Bem fundo e forte
para você gozar sem parar?
Fecho os olhos, tentando controlar a respiração e os gemidos.
— Quer Natasha? — outro tapa, me fazendo contrair contra seus
movimentos. — Responde pra mim.
— Quero!
— Hmmm — eu o sinto levantar, mantendo seu dedo em movimentos
suaves e mais calmos, me fazendo tremer toda. — Você está bem gulosinha,
amor. Desesperada pelo meu pau.
— Sim — minha voz é um fio. — Eu quero.
Ele dá um gemido longo e delicioso, se afastando por uns segundos e,
quando volta, já é me empurrando contra a parede de novo e eu o sinto se
colocar quase dentro de mim. Mas Dean muda de ideia e vira minha cabeça,
enfiando sua língua em minha boca e grunhindo, então sim me penetra com
força, de uma vez, me alargando inteira para o seu tamanho fenomenal.
Saudades!
Nós ficamos uns segundos sem respirar, eu o sentindo tremer, então ele
se puxa para fora com um gemido esganiçado.
— Meu Deus! — seguro firmemente na parede, já me preparando,
principalmente quando suas mãos voam para minha cintura e Dean aperta.
— Eu só vou parar quando você gozar no meu pau — ele avisa, a voz
rouca. — Então eu vou te comer de novo e de novo.
Mordo a mão, para não gritar loucamente quando ele começa a investir
contra mim, seus gemidos masculinos me atingindo em cheio e me fazendo
empinar mais ainda, quase ficando na ponta dos pés. Eu estou louca.
— Podem ver a gente, amor — ele mais geme do que fala.
— Eu não ligo!
Dean me aperta mais e me penetra mais fundo, começando uma
velocidade mais rápida e precisa, quase me fazendo perder o ar. Mas ainda
não é fundo o suficiente.
— Eu quero mais! — grito, quase babando de gemer.
Ele rapidamente passa a mão direita para frente e encontra meu clitóris,
acariciando com seus dedos mágicos e, sem me segurar, eu derreto e
estremeço, me desmanchando bem onde estou, Dean ficando imóvel de
repente atrás de mim e soltando uns sons deliciosos.
Meu corpo inteiro estremece e eu me sinto trêmula, mas não foi o
suficiente. Não, não foi.
Ele também parece entender, porque logo se afasta de novo e o sinto sair
de dentro de mim. Minha calça é puxada para o lugar e ele me vira para si,
atacando minha boca com um beijo faminto.
— Vamos para o carro. Eu quero te ter lá — ele morde meu lábio e
fecha a própria calça.
Estou um pouco desnorteada, então somente o deixo segurar minha mão
e me guiar pelo caminho.
— Minha jaqueta — lembro.
— Eu compro outra para você — ele mal está falando e estamos
praticamente correndo
Quando chegamos ao carro, Dean abre a porta e eu entro, ele logo
depois.
Estou ofegante e ele também quando volta a fechá-la e abrir a calça de
novo, seu membro me fazendo salivar quando se ergue até o abdômen.
Ele me olha, eu conseguindo ver seu rosto perfeito em um estado de
quem vai me devorar.
Dean leva uma mão para o lado e inclina o banco para trás, se colocando
ao meu dispor inteirinho.
— Vem cá, monta em mim — troveja.
Engulo em seco, então abro a calça de novo e tiro rapidamente, puxando
a blusa e abrindo o sutiã.
Ele ofega e vejo seu membro balançar sozinho, me deixando engasgada.
— Isso é difícil, eu quero te ter de todo jeito, mas estou me controlando
— seu peito sobe e desce. — Vem logo, amor.
Não penso duas vezes e subo em seu colo, ele gemendo sofregamente.
— Eu vou te chupar todinha, mas na cama — ele se ajeita e agarra o
pau, erguendo para mim. — Todo seu, só não pode machucar — dá um
sorrisinho.
Tenho vontade de chorar, mas apenas respiro fundo e apoio uma mão no
seu abdômen e a outra me abro para ele, que geme em aprovação.
Nós nos conectamos em um segundo, Dean me sentando nele e me
incentivando a me movimentar. Eu começo a subir e descer, aliviada pela
sensação de preenchimento. É muito bom e senti muita falta.
— Isso… — ele aperta minhas coxas e volta a deitar, parecendo sem
forças. — Droga, isso é muito bom. Rebola, amor.
Eu o observo de cima, ficando mais agitada por vê-lo me encarar de
volta, delicioso, masculino e me desejando.
— Você está encharcando meu pau — ele aperta os olhos e volta a
apertar minha cintura, enquanto o mantenho bem fundo e remexo em cima
dele. — Eu vou gozar.
Estremeço e rebolo mais forte, então Dean me aperta e começa a me
acompanhar, enfiando com tudo dentro de mim, me fazendo gritar que nem
uma louca por senti-lo tão delicioso de fundo.
Sinto também os jatos que começam e ele grita junto, um grito grave e
masculino, que deve ultrapassar os vidros, com certeza.
Dean me segura bem firme em cima dele, enquanto treme todo o corpo e
fica imóvel, mal respirando.
Me inclino e ele geme, então beijo sua boca, acalmando-o. Tentando.
Nós nos beijamos, ele parecendo meio instável, então correndo as pontas
dos dedos por minhas costas. Gememos na boca um do outro durante o beijo,
nos acariciando e acalmando de uma forma impossível. Eu quero mais.
— Eu amo você — ele sussurra, ofegando. — Amo demais.
— E eu te amo quando você nem sabia o que era amor — sorrio e deito
a cabeça em seu pescoço, ainda o sentindo latejar dentro de mim.
É indescritível. A sensação e tudo isso.
— Esse é o melhor dia da minha vida — ele declara, enterrando os
dedos por entre meus cabelos. — E você também.
Sorrio, completamente apaixonada.
— Acho que nós acabamos de formar o irmão do David — eu falo e
começamos a rir.
Dean me empurra para sentar de volta e então ofega enquanto me ajuda
a erguer para sair de dentro de mim.
— Eu não estou satisfeito. Vamos para minha cama — ele ofega, mas
não quero me afastar dele, então somente volto a sentar no banco e,
aproveitando quando ele ajeita o próprio assento, abaixo a cabeça e agarro
seu membro, trazendo à boca.
Dean estremece, soltando um murmúrio, agarrando meus cabelos e
apertando um pouco.
— Você quer me matar, amor? — geme, enquanto eu mesma perco a
razão. — Vai fazer isso mesmo?
— Vou — solto um gemido longo pelos nossos gostos misturados,
suspirando quando sinto o carro entrar em movimento.
Dean está duríssimo de novo e grosso. Preciso segurá-lo com as duas
mãos, ficando pirada com a saudade e o calor dele. Eu devia ter feito isso
antes. É delicioso.
Ele nos conduz de volta para sua casa, uma mão no meu cabelo e outra
no volante.
Brinco com ele, colocando na boca tanto quanto posso, ouvindo seus
grunhidos quentes e masculinos, tão graves e estrondosos, me dizendo o
quanto gosta do que estou fazendo. É de enlouquecer.
Agarro suas coxas e aperto por cima da calça, ele ofegando e
pressionando mais a mão em meu cabelo. Aliso-o com minhas mãos e deixo
só a pontinha do seu membro grosso dentro da minha boca, circulando a
glande com a língua e logo depois chupando. Dean treme um pouco e eu
sorrio, porque é realmente bom e ao mesmo tempo quente o que estou
fazendo.
— Natasha — ele está com a voz sôfrega e eu aproveito para lambê-lo
de cima a baixo. — Vou te comer a noite toda.
Me remexo sobre o assento, ansiosa.
Passo a língua pelas veias grossas e em evidência. Ele está muito duro
mesmo e isso me deixa louca. Estou praticamente babando por todos os
lados, de tanto que ele é grande e grosso.
Junto as pernas uma na outra, atrás de alguma fricção para o
formigamento em meu corpo, mas ainda preciso esperar mais de dez minutos
até Dean estacionar. Sua outra mão também avança para meu cabelo e ele
puxa um pouco, me fazendo levantar a cabeça com a boca aberta.
— Gostosa — grunhe e recebo um beijo quente e delicioso, me
deixando só a larva sobre o banco. Dean só separa a boca da minha quando
estamos ofegantes e sem fôlego, então me olha e geme. — Vamos, eu não
aguento mais esperar — confessa. Isso é bom, porque eu também não e logo
estamos deixando o veículo.
Não me importo de estar só com a blusa, porque estamos no meio do
nada.
Ele anda na frente com seu corpo escultural e destranca a porta, olhando
para trás e me observando chegar perto, enquanto demoro de propósito, só
para nos deixar mais desesperados. Dean está completamente quente vestido
com essa camisa branca e o jeans preto. Uma delícia coberta, sem dúvidas.
Ainda mais tendo feito a barba e ajeitado o cabelo. Eu estou pirada.
Me assusto porque, assim que passo a porta, sou erguida do chão e ele
nos leva ao quarto. Eu poderia rir do seu desespero, mas estou do mesmo
jeito.
Dean me coloca na cama, de barriga contra o colchão, então
imediatamente me puxa para a beirada, abrindo minhas pernas e soltando um
rosnado todo masculino. Estou em brasas.
Viro a cabeça para tentar vê-lo, e ele está se despindo.
— Você tem noção do quanto está deliciosa aberta assim pra mim?
Me remexo, respondendo com meu próprio corpo, um calor inominável
se instalando dentro de mim.
— Eu já estou pronto para você de novo — me informa, mas ele não
precisaria falar, porque eu já sei. Ele é a potência em pessoa.
— Senti sua falta — admito, rouca. — E do seu corpo.
— Eu também, amor. Eu também — ele geme e recebo um tapa na
bunda, me fazendo gritar de surpresa. Ele não perde tempo e me abre com as
mãos, seu membro se aprofundando pouco a pouco para dentro de mim. —
Você está com muito fogo hoje.
Reviro os olhos e mordo o lençol.
— Pode gritar — ele mais geme do que fala, só aumentando meu calor.
— Não tem ninguém aqui. Somos só nós. Nós e nosso amor.
Então eu grito, não sabendo bem se pelo prazer incomensurável de tê-lo
entrando e saindo de dentro de mim, ou por suas palavras. Mas, apenas me
deixo ir. Meu corpo leve e mole, totalmente para ele. Porque eu o amo, e sou
inteiramente do Dean. Nunca poderia ter mais certeza disso.
— Estou louco — ele grunhe. — Te ver assim, toda para mim, depois de
tanto tempo — suas mãos vão para minha cintura e ele me ergue para cima,
eu ficando de… — Assim. De quatro para mim.
— Minha nossa! — agarro mais firmemente o lençol com as duas mãos.
— Com força!
— Forte? — Dean grunhe, arremetendo com uma força animalesca para
dentro de mim. Sinto-o tão fundo que sou quase incapaz de respirar.
— Céus, sim! — fecho os olhos, perdendo totalmente o controle do meu
próprio corpo quando uma mão sua vem ao meu ombro e a outra persiste na
minha cintura, ele me puxando em sua direção.
Nós estamos loucos. De amor, de saudade, de paixão… Tudo arde e
queima dentro de nós. Depois de tanto tempo, é o nosso reencontro e o nosso
momento. Nós nos queremos e não há dúvida sobre isso.
— Eu vou gozar! — berro, sentindo a baba escorrer por minha boca.
Poderia ser vergonhoso, se não fosse tão bom.
— Goza, Natasha — ele ordena e choramingo quando Dean me penetra
com tanta força que minha cara desaba contra o colchão.
É alucinante.
Mal sinto meu próprio corpo quando ele continua as investidas, meu
grito de pause não sendo o suficiente. Dean sai rapidamente de dentro de
mim e me vira para cima, abrindo novamente minhas pernas com as suas e
suas mãos indo uma a cada lado da minha cabeça.
— Você está bem? — ele questiona avaliativo, porém seu olhar me diz
que sabe que estou, mas apenas quer uma confirmação porque não vai parar.
Balanço a cabeça afirmativamente tanto quanto posso.
— Ótimo — ruge, se aprofundando em mim novamente. — Eu ainda
não acabei.
— Certo — mais suspiro do que falo, então Dean sorri e inclina a
cabeça, me dando um beijo todo apaixonado e romântico, totalmente lento;
muito contrário à velocidade anterior.
Suspiro mais ainda, leve e apaixonada enquanto levo as mãos às suas
costas e acaricio até seu pescoço, meus dedos logo chegando aos cabelos
lisinhos.
— Eu te amo — ele sussurra e mordisca meu lábio inferior.
Sorrio, mas logo prendo a respiração quando ele se ergue novamente
para ficar de pé e me puxa mais ainda para a beira do colchão, colocando
minhas pernas uma em cada ombro e recomeçando o vaivém enlouquecedor.
É totalmente louco mesmo porque a força vai sendo gradativa e logo
estou gemendo muito alto, mal conseguindo respirar.
Dean ruge de repente.
— Tira a blusa — pede.
Eu tiro rapidamente, tanto quanto posso.
Ele estreita os olhos e começa a falar um monte de coisas que deveriam
parecer indecentes — e são —, mas só me deixam em brasas maiores.
Levo os dedos à boca e chupo, tamanha a pressão que é ter ele dentro de
mim, tão dentro, que parece que somos uma só pessoa.
— Chupa como se tivesse chupando meu pau — ele pede, todo grande e
delicioso, suculento, lindo e meu.
Obedeço, chupando os dedos lentamente.
Dean estreita os olhos e começa uma penetração tão forte que eu me
engasgo, tossindo; mas isso não o faz parar, muito pelo contrário. Ele separa
meus joelhos e sinto-o inchar dentro de mim.
— Eu vou te preencher toda, Natasha. Até a última gota. Tudo é pra
você — ele anuncia e eu me remexo, adorando o fato de que ele me olha nos
olhos ao falar. — Tudo vai ser sempre por você, amor.
Começo a tremer e chorar quando o sinto se derramar dentro de mim,
parecendo fazer um esforço sobre-humano para não fechar os olhos durante a
ação.
Estou muito emocionada para acompanhá-lo, então somente o abraço
quando ele desmonta sobre mim, sem forças.
E talvez estejamos os dois chorando.
Capítulo 45