Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Goiânia, GO
Fábio Venturoli
2021
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
ISBN: 978-65-00-18479-2
Bibliografia.
Inclui fotografias.
CDU 630
SUMÁRIO
Fruto Ingá..................................................................................................................13
INTRODUÇÃO
Autor: Trécul.
Nomes populares: Algodãozinho, amoreira-do-mato, apé, apê, apê-do-sertão, boilé, bureré, chiclete- do-
cerrado, conduro, conduru, fruta-de-cera, inhará, inharé, mamacadela, mamica-de-cachorra, mamica-de-
cadela, maminha-de-cachorra (BRAGA, 1960; CORREA, 1984; ALMEIDA et al., 1998; LORENZI,
1998).
Família: Moraceae.
Mamacadela é o nome mais utilizado e está associado à disposição dos frutos nos ramos, que lembram a
disposição dos mamilos de uma canídea. B. gaudichaudii se refere inicialmente a um arbusto escandente.
Contudo, à medida que cresce, atinge porte arbóreo, geralmente árvores baixas, com 4 até metros, porém
encontra-se descrito na literatura, árvores de até 10 metros de altura (CORREA, 1984; PALHARES et al.,
2007a). O desenvolvimento dessa planta é bastante peculiar. Após a germinação, ainda no primeiro ano
de vida, desenvolve-se um espessamento hipocotiledonar, que dará origem a um xilopódio no indivíduo
adulto (PALHARES; SILVEIRA, 2007). O xilopódio tem o formato de uma ‘coroa de raiz’ e emite um
ou mais caules aéreos (troncos), inibindo assim, o tronco mais velho de produzir novos caules
(PALHARES et al., 2007b) . O tronco, de casca cinza e delgada, é reto, dotado de copa ovalada e rala.
As folhas são glabras na face superior e pubescentes na face inferior, alternas, simples, com ápice
obtuso a acuminado e nervuras broquidódromas (‘lacinhos’ nas nervuras marginais). O tamanho foliar é
muito variável; um mesmo indivíduo pode produzir folhas pequenas e folhas grandes (CRUZ, 1964). As
inflorescências são glomérulos axilares, bracteados, pedunculados, cada uma com 30 a 100 flores e que
se desenvolvem ao longo dos ramos.
A flor feminina ocupa posição central, as masculinas se dispõem ao redor (ROMANIUC-NETO et al.,
2014). Os frutos são agregados bacoides, comestíveis, com até 2cm em diâmetro, alaranjados quando
maduros, globosos, de superfície verrucosa. Cada fruto contém uma semente elipsoide, achatada, de
cor esbranquiçada ou marrom claro, testa fina e lisa (SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL, 1992).
As sementes com endocarpo apresentam em média, 16mm de comprimento, 13mm de largura, 43,4%,
com peso médio de 1000 sementes de 1526g. A raiz é pivotante e cresce rapidamente. Aos oito meses
após a germinação atinge 50cm de profundidade e, quando adulta, pode alcançar mais de 4 metros. Há
poucas raízes laterais, cada qual apresentando crescimento horizontal de mais de 3 metros. Recobrindo
a raiz principal e as secundárias há várias radicelas (PALHARES et al., 2007a, b). A casca das raízes é
espessa (podendo atingir até um centímetro), lactescente, apresenta cor alaranjada e marrom, com
agradável odor aromático, mas que pode se tornar nauseante em caso de exposição prolongada
(TOURSARKISSIAN, 1980).
Usos
Habitat
Brosimum gaudichaudii é o único representante do gênero no Cerrado, ocorrendo nos domínios
fitogeográficos deste bioma e nas vegetações de transição entre o Cerrado, Caatinga, Floresta
Amazônica, Pantanal e Mata Atlântica (BRAGA, 1960; LORENZI, 1998; ROMANIUC-NETO et al.,
2014). A frequência varia de esparsa a elevada com dispersão descontínua, particularmente nos terrenos
arenosos e bem drenada (RATTER et al., 1996).
Figura 1: fruto da mamacadela Figura 2: Ritidoma da B. gaudichaudii
Família: Apocynaceae.
Autor: Gomes.
Sinonímia: Echites glaucus Roem. & Schult.; Hancornia gardneri (A.DC.) Miers; H.
pubescens Nees & Mart.; Willughbeia pubescens (Nees & Mart.) Mart. (Koch et al., 2014).
Distribuição geográfica: No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito
Federal), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe), Sudeste (Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná).
Também é encontrada em países vizinhos como Paraguai, Bolívia, Peru e Venezuela (Lederman et al.,
2000; Koch et al., 2014).
Hancornia é um gênero monotípico. De acordo com Monachino (1945), são aceitas as seis variedades
botânicas citadas abaixo. No entanto, estudos mais aprofundados devem ser realizados acerca da origem
e ocorrência dessas variedades no país e sua participação na formação das populações nativas. Em estudo
das mangabeiras nos estados de Goiás e Tocantins, com base em caracteres morfológicos, Rizzo e
Ferreira (1990) verificaram a existência de três variedades botânicas da espécie: H. speciosa var.
speciosa, H. speciosa var. pubescens e H. speciosa var. gardneri. A variedade speciosa tem folhas
glabras, com pecíolo de 9 a 15mm de comprimento e limbo foliar com até 6cm de comprimento e 2cm
de largura, e está presente na divisa com a Bahia, o Piauí e o Maranhão. A variedade gardneri também
possui folhas glabras, enquanto a pubescens tem folhas pilosas. Ambas apresentam pecíolos de 3 a 5mm
de comprimento e limbo foliar de 6 a 12cm de comprimento e 3 a 6cm de largura, frutos maiores e de
coloração verde predominante, estando presentes em todo o Estado de Goiás. A variedade speciosa
também ocorre na Costa Atlântica do Brasil, e é bastante diferente das demais quanto ao porte da planta
e seu aspecto geral, apresentando ramos finos e pendentes, folhas miúdas com pecíolo mais longo, frutos
menores e com manchas avermelhadas típicas, quando maduros. Segundo Chaves e Moura (2003), na
divisa entre o nordeste de Goiás e a Bahia existem plantas com características intermediárias, levando
à hipótese de hibridação entre as variedades que apresentam florescimento simultâneo.
Características botânicas
A mangabeira é uma árvore de porte médio, com 2 a 10 metros de altura, podendo chegar até 15 metros;
tronco tortuoso, áspero e com casca fendida (Figura 2A). Copa ampla, às vezes mais espalhada quealta
(Lederman et al., 2000), sendo que as mangabeiras do Cerrado possuem de 4 a 6m de altura e de diâmetro
da copa (Silva et al., 2001). As folhas são simples, alternas e opostas, de forma e tamanho variado, são
pilosas ou glabras e curto-pecioladas (Figura 2B). As flores são hermafroditas, brancas, em forma de
campânula alongada (tubular). A inflorescência é do tipo dicásio ou cimeira terminal com 1 a 7 flores
(Almeida et al., 1998), ocorrendo até 10 flores por ápice. Os frutos são do tipo baga, de tamanho, formato
e cores variados, normalmente, elipsoidais ou arredondados, amarelados ou esverdeados, com
pigmentação vermelha ou sem pigmentação, com peso variando de 5 a 50g no Nordeste (Aguiar-Filho
et al., 1998) e de 30 a 260g no Cerrado (Figura 4) (SILVA et al., 2001).
Habitat
A mangabeira é uma fruteira nativa de várias regiões e ecossistemas do Brasil, estendendo-se pela costa,
nos tabuleiros costeiros e nas baixadas litorâneas. Também é encontrada por toda a região de cerrado
do Brasil Central até o Pantanal. Ocorre naturalmente em solos marginais para fins agrícolas,
acidentados, pedregosos, arenosos ou arenoargilosos, pobres e ácidos, sujeitos a longos períodos de
estiagem (áreas de cerrado e semiáridas do Nordeste). A ampla dispersão comprova a eficiência
reprodutiva natural e a capacidade de adaptação da espécie a diversos ambientes, vegetando e
produzindo normalmente em latitudes de 20° sul (clima frio durante o inverno) até 10° norte (clima
quente o ano todo), desde o nível do mar (clima mais quente) até altitudes de 1500 metros no Planalto
Central (clima mais ameno com período de inverno seco).
A polpa de mangaba pode ser considerada uma boa fonte de ferro, manganês, zinco e vitamina C. A
associação do ferro com a vitamina C, ou ácido ascórbico, é uma característica importante na
composição da fruta, uma vez que esta vitamina aumenta a biodisponibilidade de ferro, ou seja, a
vitamina C aumenta a absorção de ferro pelo organismo. O teor de taninos é também considerado
elevado. A natureza química dos taninos e dos demais compostos fenólicos da mangaba ainda não foi
estudada. Na polpa da mangaba, estes ácidos graxos são representados pelo ácido linoleico e,
especialmente, pelo ácido linolênico, que são considerados essenciais para o organismo humano. O
aproveitamento da mangaba pelas indústrias de processamento é o próprio reflexo da situação em que
se encontra o seu cultivo, sendo utilizada quase que exclusivamente na fabricação de sucos
concentrados, sorvetes e da polpa congelada. Outros derivados como doces, compotas e geleias são
pouco difundidos e, praticamente, desconhecidos da maioria dos consumidores, o que ocorre em parte,
devido à escassez da matéria prima no mercado (LEDERMAN; BEZERRA, 2003). Em Goiânia (GO)
e Uberlândia (MG) existem sorveterias que processam polpas de frutas do cerrado, inclusive de
mangaba.
Na região de Cerrado a erosão genética está ocorrendo mais nos planaltos mecanizáveis, onde a
vegetação nativa vem sendo devastada para o estabelecimento de lavouras ou pastagens. Entretanto, nas
áreas acidentadas as mangabeiras nativas estão mais preservadas e menos ameaçadas. No litoral
nordestino, a erosão genética é grande e ocorre, basicamente, em razão da expansão imobiliária e das
lavouras de cana-de-açúcar e coco, entre outras.
Em função do interesse pelo seu cultivo e melhoramento e devido ao risco de erosão genética, torna-se
necessário e urgente a realização de um trabalho de coleta, conservação, avaliação e intercâmbio de
germoplasma da espécie. É importante considerar que a coleta de germoplasma deve ser bem planejada
para permitir o plantio rápido das sementes antes da perda de sua viabilidade, bem como haver local
adequado para o plantio das sementes coletadas. A coleta pode ser feita por meio de sementes ou através
de garfos ou hastes para a enxertia (por garfagem ou borbulhia de placa com janela aberta). A enxertia
apresenta pegamento superior a 90% e é, até o momento, o único método viável de clonagem da
mangabeira. Representa um atalho no melhoramento de espécies perenes, pois elimina a segregação
genética e permite a fixação de caracteres agronômicos desejáveis em qualquer etapa do melhoramento.
As coleções de clones selecionados diretamente da natureza servirão de base para o melhoramento da
espécie.
Árvores ou arvoretas, inermes, perenifólias; folhas compostas, paripinadas, raque foliar normalmente
alada; nectários foliares sésseis ou estipitados, entre cada par de folíolos. Inflorescências axilares ou
caulifloras, racemosas, espiciformes, capituliformes ou umbeliformes, solitárias ou em fascículos
axilares. Flores pentâmeras, actinomorfas, hermafroditas, gamossépalas, gamopétalas; estames mais de
10, monadelfos, formando um tubo estaminal; anteras bitecas, eglandulares; gineceu 1-6-carpelar
(dialicarpelar); estigma funiliforme. Legumes coriáceos a lenhosos, glabros, vilosos ou tomentosos,
lineares ou curvados, seção transversal cilíndrica, elíptica, quadrangular ou comprimida, faces abertas
ou cobertas pelas margens, margens lisas ou estriadas longitudinalmente. Sementes elípticas a oblongas,
recalcitrantes, envoltas pela testa que se prolifera em uma polpa branca adocicada (sarcotesta),
comestível.
Distribuição geográfica
Norte (Acre, Amazonas, Pará), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso), Sudeste (Minas
Gerais, Rio de Janeiro).
Tipo de vegetação
Área Antrópica, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta,
Estacional Semidecidual.
Usos
Um dos principais benefícios do consumo de ingá é o fato de ele fazer bem para os olhos, evitando
problemas sérios que podem surgir na região - como glaucoma e catarata, por exemplo. Isso acontece
por conta da grande concentração de vitamina A em sua composição, nutriente responsável pela
proteção da córnea - tecido transparente localizado na parte anterior do olho, que recebe e transmite luz.
Além disso, a fruta também aparece como uma aliada para o tratamento e prevenção de dores de cabeça
e enxaqueca.
Além dos nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo, a fruta também é rica em
antioxidantes. Sendo assim, ela também aparece como uma verdadeira aliada contra o câncer por
combater a ação dos radicais livres - isso sem falar no fato de também ajudar a recuperar o organismo
de quem já sofreu com possíveis danos causados pelos invasores.
Quem disse que só dá para apostar em produtos farmacêuticos para aliviar o incômodo que vem junto
com a dor de cabeça ou enxaqueca? O ingá pode funcionar como um remédio natural para resolver esses
problemas por ter ação adstringente! Para aproveitar esse benefício, é só consumir a fruta "in natura" ou
usar sua polpa para preparar um delicioso suco que vai ajudar a amenizar os sintomas.
Além de combaterem o câncer, os antioxidantes que estão presentes no ingá também contribuem parao
aumento da imunidade. Por isso, a fruta faz parte da lista de alimentos indicados para a dieta de quem
precisa tratar qualquer doença relacionada à essa sensibilidade do sistema imunológico - como é o caso
da anemia, por exemplo.
Evita problemas ligados ao sistema ósseo - como artrite, artrose e osteoporose, por causa do cálcio
presente no fruto, como uma das principais substâncias.
Autor: Trécul.
Família: Bombacaceae.
Usos: Planta muito utilizada pelas populações do Cerrado, como espécie medicinal contra
gripes e bronquites, como depurativo do sangue e em má circulação. A casca é
comercializada em bancas de raizeiros da região. A madeira, quebradiça, leve e macia,
tem aplicações na marcenaria, sendo recomendável o uso de indivíduos jovens na
confecção de papel. Tanto as folhas como os frutos integram a dieta de bovinos, o que lhe
confere bom potencial forrageiro. Deve-se evitar retirar a mama-cadela em “limpezas”
pastos, pois é ótimo complemento. Outro possível uso é o das raízes como aromatizante
de tabaco para cachimbo ou cigarro de palha, da mesma forma como os rizomas do
carapiá. É indicada para dores e inflamações e também para vitiligo. O gênero tem
destaque pela produção de furanocumarinas, substâncias utilizadas contra vitiligo, pelo
fato de promover a repigmentação da pele por sua forte ação fotossensibilizante.
Autor: (A.St.-Hil.)
Família: Bombacaceae.
Gênero: Ceiba.
Usos: A madeira da paineira é bastante leve, mole e pouco resistente, além de não ter boa
durabilidade. Pode ser utilizada na confecção de calçados, caixotaria, celulose e
artesanato. A paineira é uma planta excelente para o paisagismo de grandes áreas, como
parques e jardins públicos, devido ao seu rápido crescimento, rusticidade e beleza. A
floração é intensa e ocorre no verão e outono, com a árvore semi ou completamente
despida de sua folhagem.
Autor: Gomes.
Família: Apocynaceae.
Gênero: Hancornia.
Sinonímia: Echites glaucus Roem. & Schult.; Hancornia gardneri (A.DC.) Miers; H.
pubescens Nees & Mart.; Willughbeia pubescens (Nees & Mart.) Mart. (Koch et al.,
2014).
Distribuição geográfica: No Brasil, ocorre nas regiões Norte (Acre, Amazonas, Amapá,
Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Goiás e Distrito Federal), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), Sudeste (Espirito Santo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná). Também é encontrada em países
vizinhos como Paraguai, Bolívia, Peru e Venezuela (Lederman et al., 2000; Koch et al.,
2014).
Usos: Devido ao sabor característico e agradável, os frutos maduros são muito apreciados
in natura pelas populações locais. A polpa dos frutos pode ser armazenada congelada, a
exemplo de outras fruteiras conhecidas, e utilizada no preparo de suco, picolé, sorvete,
doce, geleia e licor. Segundo Narain e Ferreira (2003), o fruto é bastante adequado para a
fabricação de geleia, pois é pequeno e ácido. No entanto, o melhor aproveitamento da
fruta é na fabricação de sorvete, porque contém alto teor de goma que também aumenta
as propriedades funcionais de ligação, retenção de sabor e aroma e inibição da formação
de cristal. A planta é laticífera e sua borracha tem potencial de uso. De acordo com
Wisniewski e Melo (1982), as características físico- mecânicas (índice de retenção de
plasticidade - IRP, dureza Shore e deformação permanente) conferem à borracha da
mangabeira boas características tecnológicas. Entretanto, apresenta cura retardada, o que
pode onerar a vulcanização. Os autores destacam a alta resiliência (resistência à abrasão)
da borracha da mangabeira resultante do seu baixo teor de nitrogênio proteico.
Nomes populares: jatobá, jutaí, jutaí-açu, jutaí-bravo, jutaí-grande, jataí, jataí-açu, jataí-
grande, jataí-peba, jataí-uba, jataí-uva, jataíba, jataúba, jatioba, jatiúba, jupati, copal,
dentre outros.
Autor: Lindl.
Gênero: Hymenaea
O caule exsuda uma resina, rica em terpenos e conhecida como “jutaicica” ou “copal- da-
américa”, que pode ser utilizada na fabricação de vernizes. O endocarpo do fruto é
comestível, podendo ser consumido “in natura”, usado na preparação de farinhas, doces
e bebidas, ou utilizado na alimentação de animais domésticos. As sementes são
empregadas na fabricação de jóias e outros objetos artesanais; produz também uma goma
solúvel em água, menos viscosa do que a goma de Cyamopsis tetragonolobus (goma
guar). O polissacarídeo presente na goma das sementes contém galactose, glicose, xilose
e arabinose. A casca e a seiva do tronco são usadas na fitoterapia popular. A árvore pode
ser plantada em monocultura ou sistemas agroflorestais, com potencial de uso na
recuperação de áreas degradadas; devido ao seu porte e à necessidade de expansão de suas
raízes, é recomendada para arborização de parques e como quebra-vento em pastagens. O
extrato hidrocetônico de folhas de jatobá mostrou ser rico em flavonóides e foram
detectadas atividades antifúngica e anticolinesterásico.
Tipo de vegetação: Área Antrópica, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria,
Floresta de Terra Firme, Floresta Ombrófila, Restinga.
Nomes populares: cumbaru, cumaru, baru, barujo, coco feijão, cumarurana, emburana
brava, feijão coco, pau cumaru, baruzeiro, bugueiro, chuva de ouro, guaiçara, sucupira
branca.
Autor: Vogel.
Família: Fabaceae
Gênero: Dipteryx.
Usos: Há um grande interesse em sua madeira devido à densidade (1,10 g/cm3), nívelde
compactação, elevada resistência ao apodrecimento e alta durabilidade. Além de servir
como abrigo para o gado apresenta polpa carnosa, constituindo uma das poucas espécies
com produção durante a estação seca, complementando a alimentação da fauna quando
há pouca disponibilidade de alimentos, inclusive forragem para bovinos, alimentando
morcegos, macacos, roedores (cutia e paca), insetos (coleópteros), aves (tucano) e os
bovinos. A polpa e amêndoa são as partes comestíveis. A polpa é fonte importante de teor
de açúcares totais e fibra alimentar. Na culinária, já é utilizada como aperitivo para
substituir ou em associação à castanha do caju e castanha do Pará. Também já é utilizada
para substituir o cacau e amendoim para a preparação de biscoitos e chocolates, barras de
cereais, bolos, granolas e paçocas.
Tipo de vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional
Semidecidual, Savana Amazônica.
Descrição morfológica: As folhas são compostas, pinadas, alternas, são pecioladas, sem
estípulas e com raque alada. Os folíolos, em número de 7 a 12, possuem alternos ou
subpostos, subsésseis ou com pecíolo de até de 2 mm comprimento. O limbo raramente
apresenta-se suborbicular, sendo mais em formato oblongo com 4 a 13 cm de
comprimento e 2 a 6,5 cm de largura. A apresentação é cartáceo, com ápice obtuso
adrupto-acuminado, pontuações translúcidas diminutas, base arredondada desigual,
truncada ou subcordada, e na face ventral nervura mediana plana. As nervuras secundárias
são numerosas, ascendentes, salientes nas duas faces de maneira igualitária.
Figura 14: Flores do Baruzeiro em Figura 15: Ritidoma do Baruzeiro.
desenvolvimento.
Autor: Lam.
Família: Fabaceae.
Gênero: Caesalpinia.
Usos: A madeira, indicada para construção civil, naval, ripas, caibros, carpintaria,
móveis, dormentes, é pesada e dura, possui cerne de coloração alaranjada com brilho
dourado, que fica vermelho-escuro quando exposto ao ar. Hoje sua madeira é empregada
na confecção de instrumentos musicais. O corante extraído de seu tronco, a brasilina, foi
muito utilizada para tingir tecidos e fabricar tinta para escrita.
Figura 18: Ritidoma do Pau Brasil. Figura 19: Folha do Pau Brasil.
Caryocar brasiliense (Pequi)
Autor: Cambess.
Família: Caryocaraceae.
Gênero: Caryocar.
Usos: As folhas do pequizeiro são consumidas por bovinos, no Cerrado. Os frutos também
são ingeridos por bovinos, mas os espinhos do endocarpo podem causar acidentes. O fruto
(mesocarpo) do pequizeiro é muito apreciado por parte da população rural além de ser
amplamente usado como alimento no Centro-Oeste e largamente empregado na culinária
goiana. A semente do pequi é uma amêndoa oleaginosa, saborosa e comestível, são
também usadas no preparo de licores. Do pequi, além da polpa, também pode ser extraído
um óleo. A madeira dessa espécie produz carvão de excelente qualidade (poder calorífico
do carvão vegetal: 7.571 kcal.kg-1), não é adequada para a produção de celulose e papel,
é aproveitada na indústria de móveis rústicos; em caibros, em dormentes, em postes, em
esteios de curral e em mourões. Como medicinal a indicação é para uso interno, as
sementes do pequi apresentam propriedades tônicas e béquicas. As cascas têm ação
febrífuga. O óleo extraído da polpa é rico em vitamina A e E, e possui propriedades
antiabortivas e afrodisíacas. Serve também para preparar sabão caseiro. O óleo extraído
da semente e usado com mel de abelha e banha de capivara em partes iguais – é indicado
no combate a resfriados, bronquites e edema pulmonar. No interior do Piauí e do Ceará,
o óleo de pequi misturado ao mel de jandaíra (um tipo de abelha da região), é indicado,
pela medicina popular, como calmante da “tosse comprida” (coqueluche) e como anti-
inflamatório nos casos de edema pulmonar. É recomendada para arborização,
principalmente na zona rural, indicada para restauração de ambientes fluviais e ripários,
e em recuperação de áreas degradadas. A maceração da madeira fornece tanino e uma
tintura de cor castanho-escura, empregada em tingimento artesanal.
Descrição morfológica: ritdoma de cor acizentado, com fissuras e cristas; as folhas são
compostas, de filotaxia oposta, trifolioladas, os pecíolos medem de 1 cm a 21 cm de
comprimento e são velutinos, frequentemente, no último par de folhas, é subséssil;
peciólulos pulvinados, medindo de 0,1 cm a 1,9 cm de comprimento; estipulas ausentes,
limbo oval, base aguda e obtusa no folíolo central e desigual nos folíolos laterais, com
ausência de pelos e de glândulas. Os folíolos são denteados a crenados, medem de 6,5
cm a 19,5 cm de comprimento por 4,1 cm a 15,4 cm de largura, obovais, ápice obtuso, os
laterais com base desigual, pilosos, com nervuras salientes na face abaxial.
As flores são protandras, actinomorfas, de esverdeadas a brancas, vistosas, com
numerosos estames brancos. O Fruto é do tipo drupáceo de casca fina verde acinzentada,
grande; o mesocarpo é fibroso e rico em tanino; a polpa apresenta coloração de
amarelada a alaranjada, é gordurosa e comestível; o endocarpo é duro e lenhoso.
Nomes populares: copaíba, bálsamo, caobi, capaíba, capaúba, coopaíba, copaí, copaíba
preta, copaíba da várzea, copaíba vermelha, copaibeira, copaibeira de minas, copaúba,
copaúva, capiúva, oleiro, óleo, óleo amarelo, óleo capaíba, óleo copaíba, óleo pardo, óleo
vermelho, óleo de copaúba, pau óleo, pau de óleo, pau de copaíba,pau óleo do sertão,
podoi, copaibo, cupay, kupay, copaíba da várzea, cupaúva, cupiúva, óleo de copaíba, pau
d´óia, pau óleo de copaíba de copaíba.
Autor: Desf.
Família: Caesalpiniaceae.
Gênero: Copaifera.
Usos: A madeira serrada pode ser utilizada para: construção civil, peças torneadas,
coronhas de armas, cabos de ferramentas, cabos de vassoura, implementos agrícolas,
carroçarias, miolo de portas, marcenaria em geral, móveis inferiores, tabuados em geral,
revestimentos, laminação, torneados, folhas para compensados e construção naval. Para
energia, a madeira de copaíba produz lenha de qualidade irregular e, devido ao alto teor
de lignina é indicada para carvão. óleo-resina de Copaifera langsdorffii é extraído do
tronco, podendo ser utilizado, in natura como combustível para motores diesel e também
na medicina popular como anti-séptico, cicatrizante, expectorante, diurético, laxativo,
estimulante, emoliente e tônico. A óleo-resina de copaíba contém até 15% óleos voláteis
do petróleo, o restante são resinas e ácidos. Outro constituinte importante é ácido
caurenóico, um diterpeno que possui estudos comprovados nas ações antiinflamatórias,
diurética e efeitos in vivo e antimicrobianos, relaxante muscular e ações citotóxicas in
vitro. Pela presença de néctar, é indicada para produção de mel, sendo que apenas uma
flor possui cerca de 2 microlitros de néctar. Pode ser utilizada também em arborização
urbana, bem como reflorestamento para recuperação ambiental.
Autor: A.St.-Hil.
Família: Anacardiaceae
Gênero: Anacardium.
Descrição morfológica: Fuste tortuoso com base cilíndrica; ritidoma rugoso e áspero,
lenticelado de coloração acinzentada; possui folha simples, com exsudação hialina,
possuindo um odor parecido com o do fruto da manga, glabra em ambas as faces; as folhas
tem filotaxia alterna espiralada, glabras, pecioladas, de forma estreito-obovada, margem
inteira, ápice arredondado, base aguda, textura cartácea, com coloração levemente
discolor verde; a nervação é salientes nas faces adaxial e abaxial, sendo do tipo pinada
campdódroma broquidódroma.
Gênero: Sterculia.
Usos: Muito apropriada para o paisagismo pela sua beleza. Os frutos vermelhos são usados
em decoração e na confecção de utensílios domésticos. As sementes são comestíveis e
procuradas pela fauna. Existem outros tipos de Sterculia bem parecidos. Alguns deles têm
um odor muito desagradável quando em flor. A madeira é empregada em obras internas,
carpintaria, para confecção de caixas, palitos de fósforo, lápis, brinquedos e pasta
celulósica. As castanhas (sementes) são consumidas pelo homem por vários espécimes da
fauna. A árvore proporciona ótima sombra e é bastante ornamental.
Tipo de vegetação: Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou
Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (=
Floresta Pluvial).
Descrição morfológica: As folhas são simples, lobadas 3-5, um pouco ásperas, pecioladas,
caducas, glabras na face superior e tomentosas (cobertas de pelos) na face inferior.
Nervação actinódroma.
Nomes populares: Ingá cipó, ingá de macaco, ingá macarrão, ingá rabo de mico,
angá, Ingá de metro.
Autor: Martius
Família: Fabaceae
Gênero: Inga
Usos: Um dos principais benefícios do consumo de ingá é o fato de fazer bem para os
olhos, evitando problemas sérios que podem surgir na região - como glaucoma e catarata.
Além disso, a fruta também aparece como uma aliada para o tratamento e prevenção de
dores de cabeça e enxaqueca. Prevenção contra problemas na visão, fortalecimento dos
ossos e combate ao câncer também estão entre os seus principais benefícios. Os frutos são
muito apreciados e comercializados em feiras na Região Amazônica. Nesta região, são
mais compridos que na Mata Atlântica e existem registros de frutos com até 2 m de
comprimento e 6 cm de diâmetro. Madeira considerada macia, com moderada resistência
mecânica e pouco durável. É utilizada na caixotaria e para lenha e carvão. O tanino,
substância extraída da casca, pode ser utilizado para curtir couros. É também indicada para
paisagismo e arborização urbana. Às vezes são cultivadas para produção e venda de frutos.
Autor: Vell.
Família: Fabaceae
Gênero: Inga
Tipo de vegetação: Área Antrópica, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria,
Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Semidecidual.
Lista de espécies
2-
a. Folha lobada .................................................... Sterculia striata (Chichá)
b. Folha não lobada ........................................................................................ 3
3-
a. Folhas opostas ......................................... Hancornia speciosa (Mangaba)
b. Folhas alternas ........................................................................................... 4
4-
a. Espiraladas............................................. Anacardium humile (Cajuzinho)
b. Dísticas ........................................ Brosimum gaudichaudii(Mamacadela)
5-
a. Folíolos pilosos ........................................... Caryocar brasiliense (Pequi)
b. Folíolos glabros ............................................................................................ 6
6-
a. Lenticelada ............................................ Paubrasilia echinata (Pau Brasil)
b. Não lenticelada ........................................................................................... 7
7-
a. Folhas não pinadas...................................................................................... 8
b. Folhas pinadas ........................................................................................... 9
8-
a. Folhas bifolioladas.......................................Hymenaea courbaril (Jatobá)
b. Folhas digitadas ................................................. Ceiba speciosa (Paineira)
9-
a. Ritidoma avermelhado e escamoso......... Copaifera langsdorffii (Copaíba)
b. Raque alada ............................................................................................... 10
10-
a. Fuste amarelado ............................................. Dipteryx alata Vogel (Baru)
b. Fuste acizentado ........................................................................................ 11
11-
a. Nectários evidentes na raque alada ................................ Inga edulis (Ingá)
b. Raque cilíndrica com nectários .................................Inga cilíndrica (Ingá)
CONCLUSÃO
Com base nas várias pesquisas relatas neste trabalho, pode-se concluir houve grande incremento de
conhecimento botânico e dendrológico. As especies supracitadas foram representadas por meio de
exsicatas e apresentadas juntas a esta revisão. Espera-se que algumas espécies que compoe nosso
Cerrado sejam alvos de mais pesquisas, pois algumas como a Ingá cylíndrica não tem muitos estudos
relacionados com seus usos e suas ocorrências pelo pais.
Estou imensamente contente com o resultado do trabalho e com as pesquisas realizadas, que
atualemente fazem parte do meu conhecimento como futuro Engenheiro Florestal, onde irei exercer
papéis importantes.
A Brosimum gaudichaudii é alvo de bastantes pesquisas pelo país, tendo em vista a quantidade de
informação já disponivel atualemente sobre sua ocorrencia e suas diversas funcionalidades. As
diversas pesquisas em torno dessas espécies tem potencial de aumento, e espero que no futuro estas
sejam realizadas e agreguem conhecimento para diversos interessados, assim como nós estudades.
BIBILIOGRAFIA
ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. Cerrado: espécies
vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. 464 p.
MELO, Maria da Glória Gonçalves de; MENDES, Ângela Maria da Silva. Informativo
Técnico Rede de Sementes da Amazônia. Manaus: Inpa, 2005.
PATRO, Raquel. Mangaba – Hancornia speciosa. 2017. Disponível em:
<https://www.jardineiro.net/plantas/mangaba-hancornia-speciosa.html>. Acesso em:
18 nov. 2019.