Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade I – As Convenções
Pelo presente tema, tenciona-se saber o que são e quais são os requisitos ou
exigências impostas por lei, para um tratado ser concluído com validade ou aptidão.
Dito doutro modo, objectivaremos conhecer quais aspectos afiguram-se como condição
para um tratado ser considerado válido e, portanto, passar a produzir efeitos jurídicos.
Já nas lições passadas, ficou aflorada a ideia, segundo a qual um tratado para ser
válido necessita de obedecer à um certo ritualismo ou processo. Todavia, em sede desta
lição, pretendemos destacar e conhecer outros requisitos que se impõem para validar
uma convenção.
Sempre que o consentimento seja prestado fora dos termos fixados no parágrafo
anterior, e uma vez estando celebrado o tratado, a parte que se vir prejudicada possuirá
legitimidade para poder arguir a nulidade do tratado. A nulidade do tratado poderá ser
relactiva ou absoluta. Estar-se-á diante de uma nulidade relativa quando a causa que
tornou o consentimento irregular poder, simplesmente, ser arguida por uma parte do
tratado (aquela que consentiu e que, por isso se viu prejudicada). Como logicamente se
pode imaginar, são causas de nulidade relativa o erro, dolo e a corrupção. Por sua vez, a
nulidade absoluta é aquela gerada por uma causa que pode ser invocada por qualquer
parte no trado. Causa de nulidade absoluta poderá ser a coacção. Como se evidencia,
independentemente da causa a considerar para se poder arguir a nulidade de uma
convenção, não se reconhece direito à um estado terceiro para invocar a nulidade de um
tratado.
1
De salientar que nem todo o erro vale como motivo ou causa para se irregularizar o consentimento e,
portanto, como causa para se invalidar uma convenção. Somente os erros que sejam cometidos de boa-fé
(desculpáveis) e que sejam determinantes (aqueles que incidam sobre determinada matéria que sirva de
base à prestação do consentimento).
2
Cfr. Art.ºs 48.º, 49.º, 50.º, 51.º e 52.º da CV.
Referência global: SOARES, Albino de Azevedo, Lições de Direito Internacional Público, 4ª
ed., Coimbra Editora – Coimbra, 1996.
Boa leitura!