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Economia
Diretor de Infraestrutura do banco destaca que venda tende a gerar mais de 45 mil empregos
Ramona Ordoñez
08/07/2020 - 13:20
/ Atualizado em 08/07/2020 - 20:26
Diretor do BNDES afirma que banco vai atuar para privatizar a Cedae ainda em 2020 Foto: Brenno Carvalho/18-2-2020 / Agência O G
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RIO — O BNDES mantém sua previsão de privatizar a Cedae, empresa de fornecimento de água e esgoto no
Estado do Rio de Janeiro, ainda neste ano e está preparado para enfrentar o questionamento na Justiça sobre a
privatização.
A informação foi dada nesta quarta-feira pelo diretor de Infraestrutura do banco, Fábio Abrahão. O executivo
destacou que a privatização da companhia, além de gerar elevados investimentos fundamentais para o setor de
água e saneamento no Rio, tende a gerar empregos e benefícios ao consumidor.
Saneamento: Governo prevê impacto de R$ 753 bi para a economia com abertura do setor à iniciativa privada
Em transmissão on-line promovida pelo jornal Valor Econômico, Abrahão lamentou o fato de a prefeitura do Rio ter
entrado com uma ação na Justiça contra a venda da Cedae, destacando que é preciso ter foco no consumidor, que é
o pagador de impostos.
De acordo com o diretor do BNDES, a ampliação dos investimentos e dos serviços da companhia após sua
privatização aumentará a arrecadação de impostos na cidade.
— A judicialização da Cedae é péssima para os 12,5 milhões usuários dos serviços da companhia. Sabemos o que
foi passar meses com a água com aquele gosto horroroso. O município do Rio não é autossuficiente, depende da
água que vem de outros locais do Estado do Rio. A judicialização vai contra a geração de 45 mil postos de trabalho,
contra a despoluição da Bacia do Guandu, da Baía de Guanabara e das nossas praias.
Cedae: Venda da empresa corre contra o tempo para quitar dívida com a União
Abrahão acrescentou que o banco vai seguir com o processo de privatização da empresa fluminense de
saneamento:
— O próprio aumento de investimentos vai gerar impostos. Mas o banco está preparado para seguir com o processo
(de venda). A prefeitura está com uma visão um pouco mais limitada, mas estamos preparados para tocar o projeto.
A Cedae foi dada como garantia a um empréstimo de R$ 2,7 bilhões obtidos pelo governo do Estado do Rio, então
liderado por Luiz Fernando Pezão, junto ao banco francês BNP Paribas.
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Se não for privatizada até novembro, a estatal deve ser passada para a União, que terá de honrar o pagamento ao
BNP, que chega a R$ 4,5 bilhões com juros e correção.
Em um encontro com parlamentares na Assembleia do Rio, o governador Wilson Witzel afirmou que dificilmente vai
conseguir privatizar a Cedade este ano. O edital ainda está em fase de consulta pública.
Civella entrou na Justiça contra a privatização alegando que a venda da companhia que atende à Região
Metropolitana desrespeita a autonomia municipal sobre serviços de água e esgoto.
De acordo com as projeções, os cinco primeiros anos da concessão vão gerar investimentos dez vezes superiores
aos investimentos feitos pela Cedae nos últimos cinco anos.
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Investimento: Privatização do saneamento permitirá expansão do serviço; país precisa de R$ 450 bi até 2033
Mesmo com todas as incertezas na economia geradas por conta da pandemia da Covid-19, o BNDES continua com
seus planos de realizar outros dois leilões de concessões no setor de saneamento, um em Alagoas e a Parceria
Público-Privada (PPP) na cidade de Cariacica, no Espírito Santo.
A carteira atual do BNDES em projetos de saneamento, entre concessões e PPPs, totaliza cerca de R$ 50 bilhões,
atingindo uma população de cerca de 27 milhões de pessoas. Ainda há concessões ou PPPs previstas para o
próximo ano no Acre e Amapá, Porto Alegre, Ceará e Rio Grande do Sul.
— O banco já está conversando com alguns outros estados do Norte e Nordeste, e essa carteira deve se ampliar
muito em breve — garantiu o diretor.
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