Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PERDAS - Norie - SEBRAE - ISATTO Et Al. - 2000 PDF
PERDAS - Norie - SEBRAE - ISATTO Et Al. - 2000 PDF
LEAN CONSTRUCTION:
DIRETRIZES E FERRAMENTAS
PARA
O CONTROLE DE PERDAS
NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Elaboração
Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação (N ORIE /UFRG S)
CDU 69
I
EQUIPE TÉCNICA
Autores:
Eduardo Luís Isatto, Eng. Civil, M.S c., Professor e Pesquisador do
N ORIE /UFRG S
Carlos Torres Formoso, Eng. Civil, M.S c., Ph.D., Professor e Pesquisador do
N ORIE /UFRG S
Cláudia Monteiro De Cesare, Eng. Civil, M.S c., Ph.D., Pesquisadora do
N ORIE /UFRG S
Ercília Hitomi Hirota, Eng. Civil, M.S c., Doutoranda do N ORIE /UFRG S, Profes-
sora da UEL
Thaís da Costa Lago Alves, Eng. Civil, M.S c., Pesquisadora do N ORIE /UFRG S
Colaboradores:
Maurício Moreira e Silva Bernardes, Eng. Civil, Professor da UFRG S, Doutoran-
do do N ORIE /UFRG S
Tarcíso Abreu Saurin, Eng. Civil, Professor da UC S, Doutorando do
PPG EP/UFRG S
Evandro Fleck, Graduando em Eng. Civil pela UFRG S
Empresas participantes:
Arquisul Arquitetura e Construções Ltda.
BSF Engenharia Ltda.
D&M Engenharia Ltda.
Incorpore Planejamento e Construção Ltda.
Kaefe Engenharia Empreendimentos Imobiliários Ltda.
Lottici Incorporação e Construção Ltda.
Mossmann Construções Ltda.
Roberto Ferreira Comercial e Construtora Ltda.
Self Engenharia Ltda.
II
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................... 1
III
3.4.2. PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO .................................................................................... 82
3.4.3. PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO ..................................................................................... 84
3.4.4. PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO .................................................................................... 85
3.4.5. AVALIAÇÃO DO PROCESSO ................................................................................................ 87
3.5. ASPECTOS MOTIVACIONAIS DA IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ......... 88
3.5.1. BARREIRAS À IMPLANTAÇÃO DE MUDANÇAS..................................................................... 88
3.5.2. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL................................................................................... 90
3.5.3. A APRENDIZAGEM NO PLANEJAMENTO E CONTROLE ......................................................... 91
5.1.INTRODUÇÃO .....................................................................................................................128
5.2. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE E AS PERDAS NA PRODUÇÃO........................129
5.2.1. A FRAGMENTAÇÃO DO CONTROLE DA PRODUÇÃO ............................................................129
5.2.2. LIGANDO O PLANEJAMENTO E O CONTROLE .....................................................................130
5.2.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS EXEMPLOS ................................................................134
5.3. PROJETANDO UM SISTEMA DE CONTROLE DE PERDAS NA PRODUÇÃO .............................135
5.3.1. OBJETIVO E INFORMAÇÕES DESEJADAS ............................................................................135
5.3.2. DEFININDO AS FERRAMENTAS ..........................................................................................136
5.3.3. DEFININDO A PERIODICIDADE DE COLETA ........................................................................138
5.3.4. DEFININDO AS PESSOAS ENVOLVIDAS ..............................................................................139
5.3.5. DEFININDO A FORMA DE REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ..........................140
5.3.6. APRENDENDO A PARTIR DOS PROBLEMAS.........................................................................143
5.3.7. CONCLUSÕES ...................................................................................................................161
ANEXOS .................................................................................................................................163
BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................................177
IV
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
APRESENTAÇÃO
Em que pese o atraso tecnológico que caracteriza a in-
dústria da construção, um grande esforço tem sido reali-
zado nos últimos anos no sentido de modernizar este se-
tor industrial. Este esforço congrega programas institucio-
nais envolvendo entidades setoriais e governamentais,
iniciativas individuais por parte de algumas empresas de
construção, e também através de estudos e pesquisas
desenvolvidos pela comunidade acadêmica. Tais iniciati-
vas são de importância estratégica para o país, na medida
que a indústria da construção cumpre um importante pa-
pel na ampliação e manutenção da infra-estrutura neces-
sária para suprir as necessidades básicas da população
(habitação, saúde, educação, transporte, etc.) e para a re-
alização de outras atividades econômicas, além de ter um
grande impacto na geração de empregos diretos e indi-
retos e na formação bruta de capital.
A presente publicação é o resultado de mais uma iniciati-
va conjunta da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRG S) e do S EBRAE /RS, que se insere dentro
deste contexto. Estiveram envolvidos no desenvolvimento
do presente trabalho diversos pesquisadores do Núcleo
Orientado para a Inovação da Edificação (N ORIE) da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG S) e um
conjunto de empresas de construção civil de pequeno
porte do Rio Grande do Sul, nas quais foram desenvolvi-
dos diversos estudos de caso.
O objetivo principal do manual consiste em apresentar um
conjunto de diretrizes e ferramentas para o controle de
perdas no processo de produção de edificações, inserido
dentro do sistema de planejamento e controle da produ-
ção. Através da integração do controle de perdas na
gestão da produção, pretende-se que este assuma um
caráter rotineiro dentro das empresas do setor.
As diretrizes propostas estão fortemente baseadas na Te-
oria da Le an C onstruction (Construção Enxuta). Esta teo-
ria visa a adaptar conceitos e princípios da área de G es-
tão da Produção às peculiaridades do setor construção.
Assim, o conceito de perdas utilizado no método proposto
é amplo, semelhante àquele utilizado nas indústrias mais
modernas. Não se restringe às perdas de materiais, mas
considera também a eficiência na utilização de outros re-
cursos, tais como mão de obra, equipamentos e capital,
1
Apresentação
2
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS DA
CONSTRUÇÃO ENXUTA
3
Fundamentos da construção enxuta
1.1. HISTÓRICO
A indústria da construção civil brasileira tem passado por
importantes mudanças ao longo dos últimos anos. Tais
mudanças são provocadas principalmente pelo recrudes-
cimento da competição existente no setor, aumento do ní-
vel de exigência dos seus principais clientes, e reivindica-
ções por melhoria das condições de trabalho por parte da
mão de obra. Este quadro configura-se como uma ten-
dência internacional, à medida que as mesmas mudanças
são observadas, em maior ou menor grau, em outros paí-
ses e também em outros setores.
Diversos diagnósticos realizados no Brasil e no exterior
indicam que a maioria dos problemas que resultam em
baixos patamares de eficiência e qualidade na construção
civil têm origem em problemas gerenciais. Neste contexto,
consideráveis esforços por parte das empresas têm sido
direcionados no sentido de introduzir no setor modernas
filosofias gerenciais, algumas das quais desenvolvidas
inicialmente em outras indústrias.
De fato, desde meados dos anos 80 tem se observado no
país um forte movimento no setor no sentido de aplicar os
princípios e ferramentas da G estão da Q ualidade Total
(Total Quality Management – TQM). Mais recentemente,
muitas empresas do setor voltaram-se ao desenvolvi-
mento de sistemas de gestão da qualidade, tanto como
meio para alcançar um maior nível de controle sobre seus
processos produtivos, como também com o objetivo final
de obter certificação segundo as normas da série
IS O 9000.
Apesar de ter trazido importantes benefícios para o setor,
a filosofia do TQM atende apenas de forma parcial as ne-
cessidades das empresas, na medida que os seus con-
ceitos, princípios e ferramentas não contemplam, com a
devida profundidade, questões relacionadas à eficiência e
eficácia do sistema de produção. Em função destas limi-
tações e também pelo fato de que erroneamente tentou-
se disseminar o TQM na indústria como uma solução glo-
bal para toda a organização, esta filosofia vem sofrendo
um relativo desgaste entre as empresas nos últimos anos.
Ao longo dos anos 90, um novo referencial teórico vem
sendo construído para a gestão de processos na cons-
trução civil, envolvendo o esforço de um grande número
de acadêmicos tanto no país como no exterior, com o
objetivo de adaptar alguns conceitos e princípios da área
4
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
5
Fundamentos da construção enxuta
Subprocesso A Subprocesso B
6
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
7
Fundamentos da construção enxuta
8
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Retrabalhos
Rejeitos
9
Fundamentos da construção enxuta
1 Alvenaria
10
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
11
Fundamentos da construção enxuta
12
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Figura 1.4 - Exemplo de situação na qual se eliminou uma atividade que não agrega valor
13
Fundamentos da construção enxuta
14
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
15
Fundamentos da construção enxuta
17
Fundamentos da construção enxuta
18
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
(A) (B)
19
Fundamentos da construção enxuta
Exemplo:
Algumas empresas que atuam no mercado imobiliário
adiam a definição do projeto e, em alguns casos, também
da execução das divisórias internas de gesso acartonado
de algumas unidades (Figura 1.7). Esta estratégia permite
aumentar a flexibilidade do produto, dentro de determina-
dos limites, sem comprometer substancialmente a eficiên-
cia do sistema de produção.
20
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
21
Fundamentos da construção enxuta
22
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
23
Fundamentos da construção enxuta
Como aplicar:
Exemplo prático:
24
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
25
Fundamentos da construção enxuta
26
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
27
Fundamentos da construção enxuta
28
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Perda inicial
Atividades que
agregam valor
ANTES DA APÓS A
MELHORIA MELHORIA
29
Fundamentos da construção enxuta
30
CAPÍTULO 2
PERDAS DE MATERIAIS:
VISÃO SETORIAL
31
Perdas de materiais: Visão setorial
2.1. INTRODUÇÃO
O presente capítulo objetiva apresentar uma análise dos
principais resultados do projeto de pesquisa intitulado
“Alternativas para a Redução do Desperdício de Materiais
nos C anteiros de O bras”, coordenado conjuntamente pelo
Instituto Brasileiro de Tecnologia e Q ualidade da Constru-
ção (ITQ C) e pela Universidade de S ão Paulo (USP), e fi-
nanciado pelo Programa HABITARE da Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP), vinculada do Ministério da
Ciência e Tecnologia, e pelo S erviço Nacional de Apren-
dizagem (S ENAI). Q uinze universidades participaram do
estudo, entre as quais, a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRG S)1 . O objetivo principal do estudo
foi coletar indicadores de perdas de materiais em um nú-
mero significativo de empreendimentos no país e identifi-
car as causas das mesmas, de forma a apresentar diretri-
zes para a sua prevenção.
A pesquisa, realizada no período compreendido entre
outubro de 1996 e maio de 1998, é considerada pioneira
a nível nacional pelo fato de que o mesmo método de co-
leta de dados foi aplicado em aproximadamente 70 can-
teiros de obras distribuídos em 12 estados. Os resultados
do estudo apresentam, portanto, uma visão setorial das
perdas de materiais na indústria da construção civil no
Brasil.
O presente capítulo tem como objetivo apresentar alguns
valores de referência ( benchmarks) em relação aos indi-
cadores de perdas, assim como elenc ar as principais
práticas relacionadas aos melhores e piores desempe-
nhos do setor. Os dados divulgados através do relatório
geral da referida pesquisa (Agopyan et al., 1998) foram
utilizados para desenvolver as análises apresentadas no
presente manual.
1 As demais universidades que participaram do estudo foram: Universidade de Fortaleza (UNIF OR), Unive r-
sidade de Pernambuco (UPE), Universidade Estadual de Feira de S antana (UEF S), Universidade Estadual do
Maranhão (UEMA), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Univer-
sidade Federal de Minas G erais (UFMG), Universidade Federal de S anta Maria (UF SM), Universidade Fede-
ral de S ão C arlos (UF S C ar), Universidade Federal de S ergipe (UF S), Universidade Federal do C eará (UF C),
Universidade Federal do Espírito S anto (UFE S), Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (UFRN).
32
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
33
Perdas de materiais: Visão setorial
34
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
35
Perdas de materiais: Visão setorial
36
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
37
Perdas de materiais: Visão setorial
38
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
39
Perdas de materiais: Visão setorial
7
6
Número de Observações
5
4
3
2
1
0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Indicador Global de Perda [%] (Exclusão de 4 outliers)
9
8
Número de Observações
7
6
5
4
3
2
1
0
-30 0 30 60 90 120 150 180 210 240 270
Indicador Global de Perda [%] (Exclusão de 3 outliers)
4
Número de Observações
0
-20 0 20 40 60 80 100 120
Indicador Global de Perda [%] (Exclusão de 1 outlier)
40
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Concreto usinado
Pelo seu elevado custo unitário, o concreto pré-misturado
apresentou alguns índices de perdas surpreendente-
mente altos, apesar de ser o material com índices mais
baixos, entre todos os pesquisados (Figura 2.4). Aproxi-
madamente 23% das obras observadas apresentaram in-
dicadores de perda da ordem de até 5%; perdas entre 5 e
15% foram registradas em 66% dos canteiros; e perdas
superiores a 15% foram medidas em aproximadamente
11% das obras (Tabela 2.4).
41
Perdas de materiais: Visão setorial
16
14
Número de Observações
12
10
8
6
4
2
0
0 5 10 15 20 25
Indicador Global de Perda [%]
42
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Número de Observações
2
0
2 4 6 8 10 12 14 16 18
Indicador Global de Perdas [%]
40
35
Número de Observações
30
25
20
15
10
5
0
-40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60
Bitolas Individuais e exclusão de 1 outlier
Figura 2.6 - Perdas de aço para concreto armado - Índices por bitola
43
Perdas de materiais: Visão setorial
Tubulações Hidrossanitárias
Devido ao reduzido número de obras onde o insumo foi
observado, são apresentadas apenas as perdas segundo
os diâmetros individuais, incluindo todas as obras. Para a
maior parte dos diâmetros, as perdas situam-se entre zero
e 20% (Figura 2.7). Entretanto, de forma similar ao aço,
ocorreram perdas por substituição. Os indicadores parci-
ais de perda média por diâmetro sugerem uma leve ten-
dência de maior desperdício para as bitolas de maior di-
âmetro (Vide Tabela 2.7).
40
35
Número de Observações
30
25
20
15
10
5
0
-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120
Indicador de Perda [%] - (Exclusão de 2 outliers)
44
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Blocos de vedação
A Figura 2.8 apresenta os histogramas referentes aos ín-
dices de perdas observados nas alvenarias de bloco ce-
râmico e de concreto. Pode-se afirmar que para os blocos
cerâmicos e, principalmente, para os de concreto, na
maior parte das obras, as perdas registradas estão entre
zero e 10%. No caso dos blocos cerâmicos, índices de
perda entre zero e 10% foram registrados em 38% dos
canteiros; e perdas entre 10 e 20% foram identificadas em
28% das obras monitoradas. Alguns índices elevados de
perda, superiores a 35%, foram observados em 11% dos
c asos (Tabela 2.8).
Para os blocos de concreto, perdas entre zero e 10% fo-
ram observadas em aproximadamente 67% dos canteiros,
enquanto que perdas entre 10 e 25% foram verificadas
em aproximadamente 20% dos casos. Índices maiores do
que 25% foram identificados em um reduzido número de
c anteiros (Tabela 2.8).
Número de Observações
9
14
8
12 7
10 6
8 5
6 4
3
4
2
2 1
0 0
0 10 20 30 40 50 60 -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Indicador de Perda [%] (diferentes tipos de alvenaria) Indicador de Perda [%] (diferentes tipos de alvenaria)
45
Perdas de materiais: Visão setorial
Revestimentos Cerâmico
O nível de perdas encontrado nos revestimentos cerâmi-
cos foi surpreendentemente alto em algumas obras, prin-
cipalmente considerando o seu elevado custo unitário.
Nenhuma tendência muito distinta é observada no de-
sempenho dos revestimentos cerâmicos (Vide Figura 2.9).
A distribuição das perdas é relativamente uniforme no in-
tervalo de zero a 30%.
4
Número de Observações
0
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Indicador Global de Perda [%]
46
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
47
Perdas de materiais: Visão setorial
48
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
49
Perdas de materiais: Visão setorial
50
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
51
Perdas de materiais: Visão setorial
52
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
53
Perdas de materiais: Visão setorial
54
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Estocagem Uso de baias para separar as barras Barras não são separadas por bitola
conforme bitola e de barrotes de madeira
como base
Emprego de armaduras pré-cortadas e Inexistência de plano de corte
dobradas, eliminando as perdas controla-
Difícil reaproveitamento dos cortes, prin-
das no canteiro
cipalmente nas bitolas maiores
Confecção Otimização do corte, através do uso de
Otimização do corte não solucionou de
das projeto detalhado de corte das barras
forma efetiva o reaproveitamento das bito-
armaduras Reaproveitamento dos cortes das bitolas las maiores
menores para a confecção de caranguejos
Substituição por bitolas maiores princi-
e estribos, e em peças de menor dimen-
palmente no consumo do CA50-10 mm e
sões
CA50-12 mm
55
Perdas de materiais: Visão setorial
56
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
57
Perdas de materiais: Visão setorial
10
9
8
Número de Obras
7
6
5
4
3
2
1
0
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5
Juntas Horizontais: Espessura Média (cm)
58
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
9
8
7
Número de Obras
6
5
4
3
2
1
0
-0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Juntas Verticais: Espessura Média (cm)
59
Perdas de materiais: Visão setorial
60
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
61
Perdas de materiais: Visão setorial
62
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Número de Obras
2
0
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Chapisco Interno e Externo: Espessura Média (cm)
4
Número de Obras
0
1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
Emboço/M.Única Interna: Espessura Média (cm)
63
Perdas de materiais: Visão setorial
Número de Obras
1
0
2,8 3,0 3,2 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6
Emboço/M. Única Externa: Espessura Média (cm)
Figura 2.14 - Espessura média do revestimento argamassado externo
64
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
65
Perdas de materiais: Visão setorial
66
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
67
Perdas de materiais: Visão setorial
68
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
69
Perdas de materiais: Visão setorial
70
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
71
CAPÍTULO 3
PRINCÍPIOS DO PLANEJAMENTO
E CONTROLE DA PRODUÇÃO
73
Princípios do planejamento e controle da produção
74
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Preparaç ão Avaliação
Coleta Elaboraç ão Difusão
do Processo do Processo
de dos das
de de
Informa ções Planos Informa ções
Planejamento Planejamento
AÇÃO
75
Princípios do planejamento e controle da produção
Projeto
Planejamento espe cífico Planilhas de
arquitetônico
acompanhamento
DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO
Informa ções
sobre o
andamento Informa ções sobre o
Equip es PLANEJAR ACOMPANHAR Re cursos
das obras andamento das obras
de A A Humanos
Produç ã o Planejamento consolida do PRODUÇ Ã O PRODUÇ Ã O I n forma ções
sobre
mão-de-obra
Planejamento consolidado
76
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
77
Princípios do planejamento e controle da produção
78
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
79
Princípios do planejamento e controle da produção
Prepara ç ão do
Proc esso
Curto
Prazo AÇÃO
Avalia ç ão
do
Proc esso
80
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
82
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Pavimentos
Folga
Instalações
Revestimento
Estrutura
Alvenaria
Tempo Total
Figura 3.4 – Informações básicas contidas numa linha de balanço
83
Princípios do planejamento e controle da produção
84
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
85
Princípios do planejamento e controle da produção
86
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
87
Princípios do planejamento e controle da produção
88
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
89
Princípios do planejamento e controle da produção
90
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
91
Princípios do planejamento e controle da produção
92
CAPÍTULO 4
FERRAMENTAS PARA O
CONTROLE DA PRODUÇÃO
93
Ferramentas para o controle da produção
4.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo tem como objetivo apresentar as principais
ferramentas aplicáveis ao controle da produção na cons-
trução civil. A denominação “ferramenta” é adotada devi-
do às analogias possíveis entre os instrumentos de con-
trole utilizados e as ferramentas manuais - por exemplo,
uma furadeira.
Tais semelhanças começam pelo fato de que uma ferra-
menta não é capaz, por si só, de gerar um resultado. Ela
necessita de uma pessoa habilitada a manejá-la de forma
correta para que se consiga obter os resultados deseja-
dos. Igualmente, o uso inadequado de uma ferramenta
pode trazer resultados danosos.
Por outro lado, cada tipo de serviço exige uma determina-
da ferramenta, adequada para aquele caso. Assim, é ne-
cessário conhecer o objetivo de cada ferramenta e em
que situação ela deve ser utilizada. Também é importante
conhecer como as diferentes ferramentas se comple-
mentam de forma a atingir um determinado objetivo, ex-
plorando ao máximo as possibilidades de uso conjunto
das mesmas.
Todas estas analogias são plenamente aplicáveis às fer-
ramentas voltadas ao controle da produção, as quais se
cara cterizam por:
S erem voltadas cada uma para um fim específico;
Sua eficácia depende da sua adequação para resolver
o problema existente e da capacidade em usá-la cor-
retamente;
Situações complexas (como é o caso do controle da
produção) necessitam do uso simultâneo de várias
ferramentas, implicando a necessidade de se entender
como as ferramentas se complementam.
As ferramentas de controle da produção podem ser clas-
sificadas genericamente em dois grandes grupos:
a) Ferramentas voltadas ao acompanhamento da produ-
ção: As ferramentas de acompanhamento da produ-
ção caracterizam-se pelo seu uso periódico, em inter-
valos pré-definidos, permitindo a avaliação do desem-
penho ao longo do tempo, a partir da comparação en-
tre as ações e resultados planejados e ocorridos. S eu
uso permite a identificação de desvios e problemas
(resultados anormais) e a sua localização na escala de
tempo.
94
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
95
Ferramentas para o controle da produção
96
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
97
Ferramentas para o controle da produção
Por exemplo:
E Alvenaria
Arg. assentamento
D B A
98
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Material Atividades do
Num Descrição
ou Componente processo
Arg. pré-misturada A1 Estoque de argamassa pré-misturada de cal e areia
A2 Colocação da quantidade prevista na caixa
A3 Transporte da caixa até a betoneira
A4 Estoque na betoneira
Cimento B1 Estoque de cimento
B2 Transporte até a betoneira
B3 Estoque na betoneira
B4 Colocação da quantidade prevista de cimento na betoneira
Arg. assentamento C1 Mistura na betoneira
C2 Estoque após a betoneira
C3 Transporte até o posto de trabalho
C4 Estoque no posto de trabalho
Blocos D1 Estoque de blocos
D2 Transporte até o posto de trabalho
D3 Estoque no posto de trabalho
Alvenaria E1 Execução da alvenaria
E2 Inspeção para aceitação da parede
E3 Estoque (alvenaria à espera do processo de revestimento)
99
Ferramentas para o controle da produção
Situa ç ão 1 Situa ç ão 2
re corte re corte
assentamento assentamento
100
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
4.2.2. Mapofluxograma
De acordo com o exposto no C apítulo 2, a falta de plane-
jamento do canteiro é grande responsável por perdas de
materiais e, portanto, deve receber atenção especial para
que sejam eliminadas.
O mapofluxograma é uma ferramenta voltada a represen-
tar um dado processo no espaço. Ele consiste na repre-
sentação das atividades do processo diretamente sobre
plantas ou croquis, permitindo a visualização espacial do
processo (Figura 4.5). S eu uso é especialmente indicado
para estudos de layout , uma vez que informa de forma
transparente e simples a movimentação de materiais,
permitindo a visualização de restrições espaciais e cru-
zamentos entre os diferentes fluxos.
E STQ UE S SARRAF O S
CIRCULAR
DE S EN GRO S SADEIRA
EXPEDIÇ Ã O
EN Q UADRADEIRA
C OMPENSADO
E STO QUE
E STO QUE
BAN C ADA 1 DE
DE PEDA Ç O S
TRELIÇ A
E STO QUE S DE
C OMPO N E NTE S
BAN C ADA 4 BAN C ADA 5
C OMPENSADO
ARMÁRIO S E STO Q UE S DIVERS O S
101
Ferramentas para o controle da produção
102
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
103
Ferramentas para o controle da produção
104
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
105
Ferramentas para o controle da produção
? ? ? ? ? ?
tempo
sem01 sem02 sem03 sem04 sem05
medições semanais
01 03 05 07
02 04 06
tempo
sem01 sem02 sem03 sem04 sem05
107
Ferramentas para o controle da produção
108
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
109
Ferramentas para o controle da produção
Início Final
Etapa
Previsto re al previsto re al
o
Pilares 2 pavimento / bloco A 12/01 12/01 14/01 15/01
Pilares 2 o pavimento / bloco B 15/01 16/01 17/01 18/01
o
Formas e aço 2 pavimento / blocos A e B 20/01 20/01 01/02 01/02
o
Concretagem do 2 pavimento 03/02 04/02 03/02 04/02
110
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
111
Ferramentas para o controle da produção
01 03 05 07
02 04 06
tempo
sem01 sem02 sem03 sem04 sem05
Q uadro 4.5 - Tempo e quantidades: comparação da abordagem "híbrida " com relação às
demais
Abordagem do controle Quantidade Tempo decorrido para a realização
"Híbrida " Fixa, determinada previamente a partir Fixo e previamente definido (intervalo
da definição da etapa, para as etapas entre medições)
concluídas dentro do período.
Variável (estimativa do percentual exe-
cutado) somente para as etapas não
concluídas dentro do período.
Evento Fixa, determinada previamente a partir Variável (medido)
da definição da etapa.
Período Variável (medida no local ou estimada Fixo e previamente definido (intervalo
em Termos de % executado) entre medições)
112
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
113
Ferramentas para o controle da produção
1. Serviços preliminares:
1.1. Limpeza do terreno x
1.2. Locação da obra x
2. Movimento de terra:
2.1. Escavação x
2.2. Reaterro de valas / /
2.3. Reaterro de contrapiso x
3. Fundações:
3.1. Fundação direta com alvenaria de / /
pedra
3.2. Cintas de funda ção x
114
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Figura 4.13 - Exemplo de cartão de registro do consumo de mão de obra para controle por
evento
S e o controle da produção é realizado usando-se a abor-
dagem por período, a homogeneidade da produção nor-
malmente conduz a uma maior estabilidade na formação
das equipes e na atribuição do trabalho. Assim, o controle
de utilização de mão de obra é em geral facilitado, bas-
115
Ferramentas para o controle da produção
116
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
(a)
117
Ferramentas para o controle da produção
118
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
119
Ferramentas para o controle da produção
Estoque da areia
Revestimento Alvenaria
120
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
121
Ferramentas para o controle da produção
122
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Principais benefícios:
Diferentemente das ferramentas anteriores, mais relacio-
nadas à melhoria da eficiência da produção, o foco do
Last Planner está na eficácia do processo de planeja-
mento e controle da produção. A ênfase, portanto, não re-
side em otimizar o uso dos recursos, mas executar a obra
conforme o prazo e seqüência planejados, buscando au-
mentar a confiabilidade da produção. Com o aumento da
confiabilidade, consegue-se não apenas uma maior visibi-
lidade quanto ao futuro – como, por exemplo, em relação
à expectativa de conclusão da obra no prazo – mas tam-
bém evitar a ocorrência de desvios que interferem na
execução dos processos, tais como a falta de materiais,
mão de obra ou equipamentos. Assim, a previsibilidade
tende também a contribuir para o aumento da eficiência.
O aumento da previsibilidade do planejamento é obtido
através dos seguintes mecanismos:
(a) Comprometimento das equipes com as metas a serem
cumpridas: numa reunião de planejamento operacio-
nal deve ser manifestado o comprometimento dos lí-
deres de todas as equipes com o plano proposto. A
formalização deste plano através da planilha contribui
para aumentar a transparência do processo de pla-
nejamento, reforçando o compromisso assumido, e
também auxiliando a disseminação do plano por toda
a obra;
(b) Negociação entre intervenientes: caso exista conflito
de interesses entre as equipes, é feita uma negocia-
ção entre os mesmos durante a reunião, no sentido de
resolver o problema;
123
Ferramentas para o controle da produção
124
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
125
Ferramentas para o controle da produção
Outros 6
Falha de equipamentos 4
Falta de mo 7
Atraso de tarefas anteriores 10
Falta de material 12
0 2 4 6 8 10 12 14
Número de ocorrências
100
80
60
40
20
0
Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem Sem
01 02 03 04 05 06 07 08
126
CAPÍTULO 5
APLICAÇÃO DAS
FERRAMENTAS
NO CONTROLE DA PRODUÇÃO
127
Ferramentas para o controle da produção
5.1.INTRODUÇÃO
O presente capítulo tem por objetivo mostrar como as
ferramentas de controle de perdas podem ser utilizadas
de forma conjunta e integradas ao sistema de planeja-
mento e controle da produção da empresa, de forma a
monitorar e reduzir continuamente os níveis de perdas,
através do monitoramento das mesmas e da identificação
de suas causas.
S ão também apresentados exemplos de diferentes formas
de integração no uso de tais ferramentas, visando a sali-
entar que não existe uma única forma de introduzir o
controle das perdas no sistema de planejamento e con-
trole de produção que proporcione ótimos resultados a
todas as empresas. Ao contrário, cada empresa deve pro-
curar projetar a sua solução, aquela que se mostra mais
adequada às suas obras, à sua estrutura e aos seus ob-
jetivos estratégicos.
128
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
129
Ferramentas para o controle da produção
130
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
131
Ferramentas para o controle da produção
132
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
133
Ferramentas para o controle da produção
134
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
135
Ferramentas para o controle da produção
136
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
137
Ferramentas para o controle da produção
138
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
139
Ferramentas para o controle da produção
140
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
1,4 1,4
produtividade m2/HH
1,3 1,2
Valor padrão:
0,98 1 1,09 m 2 /HH
1,2 1,1
1,1
0,9
S emana S emana S emana S emana S emana
1 2 3 4 5
S emana
1134,52 450,61
Empreiteiro A
1360,92
Empreiteiro B
Empreiteiro C
Empreiteiro D
2843,94
142
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
143
Ferramentas para o controle da produção
220
200
180
160
Produç ão total por
140 período
120
100
80
60
40
20
0
02/09/98
09/09/98
16/09/98
23/09/98
30/09/98
07/10/98
Figura 5.3 - Produção diária de alvenaria por empreiteiro e total, em m 2 .
1,60
Produtividade
1,40 média global
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
02/09/98
09/09/98
16/09/98
23/09/98
30/09/98
07/10/98
144
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
13,500
13,000 12,983
12,698 12,698
12,698 12,638 12,619
12,500
12,153
cm
12,179 12,075
12,000 11,993 11,993
11,993
11,500 11,574
11,111 11,111
11,000
12/11/98
13/11/98
14/11/98
15/11/98
16/11/98
17/11/98
18/11/98
19/11/98
20/11/98
21/11/98
22/11/98
23/11/98
24/11/98
25/11/98
26/11/98
27/11/98
28/11/98
29/11/98
30/11/98
01/12/98
02/12/98
03/12/98
04/12/98
05/12/98
Figura 5.5 - Consumo médio diário de concreto por m 2 de contrapiso executado
146
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Espessuras de Contrapiso
25
21 19
20
nº de observações
17
15
9
10
5
5
0
10-11,12 11,12-12,24 12,24-13,36 13,36-14,48 14,48-15,60
espessuras ( cm )
147
Ferramentas para o controle da produção
25,00
20,00 20,71 20,43
17,71
15,00 13,29 13,57 12,14
10,00 10,29
5,71 6,71 6,14
5,00
0,00
9
9
9
7
/9
/0
/9
/9
/9
/9
/9
/9
/9
/0
06
02
07
07
07
08
08
08
06
09
5/
6-
6/
3/
0/
6/
3/
0/
8/
7-
-2
-1
-2
-3
-0
-1
-2
-1
/0
/0
21
28
12
19
26
02
09
16
14
05
Período
148
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
149
Ferramentas para o controle da produção
PPC / Subempreiteiro
70 75
80
60
33
40
20
0
A B C D E
Subempreiteiros
150
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
Problemas Subempreiteiro
A B C D E
Falta de mão-de-obra 6 1 0 0 0
Mau tempo 2 3 0 0 0
Falha no planejamento 2 0 0 0 0
Falta de material 4 0 6 0 0
Baixa produtividade 0 0 2 0 0
151
Ferramentas para o controle da produção
152
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
2
Dia Apto Peça Tipo de Nº de caixas m / Quantidade HH HH Área
material caixa enviada para (Pedr) (Serv) revest.
enviadas o posto (m 2) (m 2)
para o posto
04/10-08/10 Quantidade de peças envia das para o posto de trabalho (m2) 64,40
Quantidade de peças não utilizadas (m2) 4,29
Perda (%) 9,79
Consumo (m2/m2) 1,098
Total de horas de trabalho do pedreiro (HH) 18,50
Total horas de trabalho do servente (HH) 10,60
Total de horas da equipe (HH) 29,10
Produtividade global do pe dreiro (HH/m2) 0,34
Produtividade global do servente (HH/m2) 0,19
Produtividade global da equipe (HH/m2) 0,53
Figura 5.11: Planilha utilizada para totalização dos índices da planilha de consumo de
mão-de-obra e materiais empregados no serviço de revestimento cerâmico - piso
153
Ferramentas para o controle da produção
154
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
155
Ferramentas para o controle da produção
o local de assentamento
9. Assentamento do basalto
10. Produção de argamassa de
assentamento
6 11. Transporte da argamassa
para o carrinho com uma pá
7 (Figura 23b)
8 12. Estoque do material no
14 carrinho (próximo à betonei-
ra)
13. Transporte da argamassa
9 15
para o posto de trabalho
14. Estoque de argamassa no
Legenda:
posto de trabalho
15. Transporte da argamassa
Fluxo do material argamassa para o local de assenta-
mento
Fluxo do material basalto
156
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
(a) Estoque do material (basalto) (b) Um operário sobe a escada com basalto e
e seu transporte manual o outro transporta a argamassa para o carrinho.
157
Ferramentas para o controle da produção
1. Estoque de basalto
Stand de ven das junto ao posto de
trabalho
3 2. Transporte do
material basalto
4 para o local de as-
sentamento
3. Produção de ar-
gamassa de as-
sentamento
Áre a Imperme abilizada 4. Transporte da
(em teste) argamassa até o
posto de
trabalho
5. Descarregamento
da argamassa no
local de assenta-
mento
6. Assentamento do
basalto
Escada
Legenda:
158
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
160
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
5.3.7. Conclusões
Não se pode planejar tudo nos mínimos detalhes, princi-
palmente em se tratando da construção civil. Embora o
conhecimento das ferramentas e da sua inter-relação seja
indispensável para a implantação de um adequado siste-
ma de planejamento e controle da produção, isto não é
suficiente para garantir uma resposta rápida e adequada
a situações não previstas.
Torna-se necessário para tanto prover as pessoas que
participam do processo de planejamento e controle do
senso crítico e conhecimento necessários para que elas
sejam capazes de interpretar e entender as novas situa-
ções que surgem, adaptando as ferramentas e os instru-
mentos de coleta de forma a fornecerem aquelas respos-
tas que são necessárias à empresa e dentro do contexto
real da obra. A capacidade de aprender a aprender pro-
picia a construção do conhecimento a partir das experi-
ências vivenciadas, dentro ou fora do ambiente de traba-
lho, e a incorporação e disseminação deste conhecimento
por toda a empresa.
S e esta não é uma tarefa fácil, por outro lado ela pode em
muitas situações representar a real vantagem competitiva
de uma empresa com relação aos seus concorrentes. Em
um ambiente de negócios marcado pela incerteza, so-
mente sobrevivem aquelas empresas capazes de se
adaptar rápida e eficientemente às mudanças, e esta ca-
pacidade reside principalmente nas pessoas que a cons-
tituem.
161
162
ANEXOS
163
Anexos
A2) TAPUMES
A2.1) Existe alguma espécie de pintura decorativa e/ou logomarca da empresa
A2.2) Os tapumes são constituídos de material resistente e estão em bom esta-
do de conservação
O bs :
A3) ACESSOS
A3.1) Existe portão exclusivo para entrada de pedestres (clientes e operários)
A3.2) Há campainha no portão de entrada de pessoas
A3.3) O portão possui fechadura ou puxador, além de conter inscrição identifi-
cadora (tipo ″Entrada de pessoas ″) e o n úmero do terreno
A3.4) Existe caminho, calçado e coberto, desde o portão até a área edificada
A3.5) Há possibilidade de entrada de caminhões no canteiro
A3.6) C aso a obra localize-se em uma esquina, o acesso de caminhões é pela
rua com trânsito menos movimentado
A3.7) Junto ao portão de entrada existe cabideiro ou caixa com capacetes para
os visitantes
O bs :
164
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
A5) ALMOXARIFADO
A5.1) Está perto do ponto de descarga de caminhões
A5.2) Existem etiquetas com nomes de materiais e equipamentos
A5.3) É dividido em dois ambientes, um para armazenamento de materiais e
ferramentas e outro para sala do almoxarife com janela de expediente
A5.4) Existem planilhas para controle de estoque de materiais
O bs :
165
Anexos
B) SEGURANÇA NA OBRA
B1) ESCADAS
B1.1) Há corrimão provisório constituído de madeira ou outro material de re-
sistência equivalente (NR-18)
B1.2) Há escada ou rampa provisória para transposição de pisos com desnível
superior à 40 cm (NR-18)
B1.3) Os corrimãos são pintados e estão em bom estado de conservação
B1.4) Existem lâmpadas nos patamares das escadas (caso a alvenaria já esteja
concluída)
O bs :
166
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
167
Anexos
B8) EPI’s
B8.1) S ão fornecidos capacetes para os visitantes
B8.2) Independente da função todo trabalhador está usando botinas e capace-
tes
B8.3) O s trabalhadores estão usando uniforme cedido pela empresa (NR-18)
B8.4) Trabalhadores em andaimes externos ou qualquer outro serviço à mais
de 2,0 m de altura, usam cinto de segurança com cabo fixado na construção
(NR-18)
B12) GUINCHO
B12.1) A torre do guincho é revestida com tela (NR-18)
B12.2) As rampas de acesso à torre são dotadas de guarda-corpo e rodapé,
sendo planas ou ascendentes no sentido da torre (NR-18)
168
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
B13) GRUA
B13.1) Existe delimitação das áreas de carga e descarga de materiais (NR-18)
B13.2) A grua possui alarme sonoro que é acionado pelo operador quando há
movimentação de carga (NR-18)
O bs :
C2) ENTULHO
C2.1) S ão utilizadas caixas para desperdícios nos andares e/ou depósito ce n-
tral de desperdícios
C2.2) O entulho é transportado para o térreo através de calha ou tubo coletor
169
Anexos
C3) GUINCHO
C3.1) A comunicação com o guincheiro é feita através de botão em cada pavi-
mento que aciona lâmpada ou campainha junto ao guincheiro (NR-18)
• S e for outro sistema especifique
:__________________________________
C3.2) Há utilização de tubofone em combinação com outro sistema de comuni-
c aç ão
C3.3) Há placa com a logomarca da empresa na torre do guincho
C3.4) O guincho está na posição mais próxima possível do baricentro do pavi-
mento tipo
C3.5) A área próxima ao guincho está desobstruída, permitindo livre circulação
dos equipamentos de transporte
C3.6) As peças para acesso nos pavimentos são amplas, facilitando a car-
ga/descarga e o estoque provisório de materiais nestes locais
O bs :
AGREGADOS E ARGAMASSA
C4.6) As baias para areia/brita/argamassa tem contenção em três lados
C4.7) As baias tem fundo cimentado para evitar contaminação do estoque
C4.8) A areia é descarregada no local definitivo de armazenagem (não há duplo
manuseio)
C4.9) A argamassa é descarregada no local definitivo de armazenagem (não há
dulpo manuseio)
C4.10) As baias de areia e argamassa estão em locais protegidos da chuva ou
tem cobertura com lona
C4.11) As baias de areia e argamassa estão próximas da betoneira
170
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
AÇO
C4.18) O aço é protegido do contato com o solo, sendo colocado sobre ponta-
letes de madeira e uma camada de brita
C4.19) C aso as barras estejam em local descoberto, há cobertura com lona
C4.20) As barras de aço são separadas e identificadas de acordo com a bitola
(NR-18)
O bs :
TUBOS de PVC
C4.21) Os tubos são armazenados em camadas, com espaçadores, separados
de acordo com a bitola das peças (NR-18)
C4.22) Os tubos estão estocados em locais livres da ação direta do sol, ou tem
cobertura com lona
O bs :
171
Anexos
NOTA GLOBAL DO CANTEIRO = Nota Inst. Prov. + Nota Seg. + Nota Mov. e Arm. =
3
172
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
ANEXO 2 – GLOSSÁRIO
PRODUÇÃO, PROCESSO, OPERAÇÃO E ATIVIDADE
Na análise da produção é possível identificar dois fluxos
distintos, os quais podem ser representados em eixos
perpendiculares entre si e que se interseccionam em de-
terminados momentos :
fluxo de materiais e informações no tempo e no espa-
ço, denominando processo. Um processo é projetado
para atingir um fim específico: transformar matéria-
prima (materiais ou informações) em um produto ou
componente (material ou informação). Para efeito de
análise, um processo pode ser segmentado em partes
menores, denominadas atividades, e que podem ser
classificadas segundo sua natureza como: transporte
(movimentação), estoque (espera), inspeção e proces-
samento (alteração de forma, substância, montagem
ou desmontagem).
fluxo de mão de obra e equipamentos (trabalho) no
tempo e no espaço, denominado operação. As opera-
ções representam a aplicação do trabalho aos pro-
cessos, dando com isto origem ao fenômeno da pro-
dução. A produção, portanto, tem um aspecto ligado
ao processo (o que é feito) e à operação (como é feito,
ou como o trabalho é aplicado).
OPERAÇÕES PRINCIPAIS, DE PREPARAÇÃO, PÓS-AJUSTE E FOLGAS
Todo o trabalho que é aplicado diretamente às atividades
que compõe um processo é denominado de operação
principal. Em função disto, as pessoas e equipamentos
podem executar diferentes tipos de operações principais:
de processamento (alterando a forma ou substância,
montando ou desmontando), de transporte (transportando
materiais/informações) e de inspeção (inspecionando). A
única exceção neste caso é que não existe operação
principal de estoque (já que estoque é, por definição, a
ausência de trabalho).
Por outro lado, existem operações que não estão ligadas
diretamente aos processos (não existe contato físico com
o material ou informação), mas são necessárias à produ-
ção. Tais operações são as operações de preparação
(que antecedem a produção, como por exemplo a monta-
gem de andaimes para alvenaria) e as operações de
pós-ajustes (que ocorrem após a produção, como por
exemplo a limpeza de máquinas ou local de trabalho).
173
Anexos
174
175
176
Le an C onstruction: Diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construção civil
BIBLIOGRAFIA
AG OPYAN, V.; S OUZA, U.; PALIARI, J.C.; ANDRADE, A.C. Alternativas para a re-
dução dos desperdício de materiais nos canteiros de obras. Relatório
parcial. S ão Paulo: PC C, Universidade de S ão Paulo, 1998.
BALLARD, G.; H OWELL, G. “Shielding production: An essential step in production
control”. Journal of Construction Engineering and Management, v.124,
n.1. p.11-17. Jan-Feb, 1998.
C AMP, R.C. Benchmarking. The search for industry best practices that lead to
superior perfomance. Milwaukee, AS Q C Q uality Press, 1989. 299p.
DTI - Department of Trade and Industry. Best Practice Benchmarking - an exe-
cutive guide. Managing in the ‘90s. Londres, HMS O, 1995.
F ORMO S O, C.T.; BERNARDE S, M.M.S.; OLIVEIRA, L.F.M.; OLIVEIRA, K.A.Z. Termo
de referência para o processo de planejamento e controle da produção
em empresas construtoras. Porto Alegre: N ORIE /UFRG S, 1999.
K O S KELA, L. Application of the new production philosophy to construction.
Stanford: C entre of Integrated Facility Engineering, 1992. Technical Report
72.
LAUF ER, A.; TUC K ER, R.L. “Is construction planning really doing its job? A critical
examination of foucs, role and process.” Construction Management and
Economics. Londres: E. & F. N. Spon, 5(3): pp.243-266, maio de 1`9 87.
MC NAIR, C.J.; LEIBFRIED, K. Benchmarking: a tool for continuous improve-
ment. The Coopers & Lybrand Performance Solutions S eries, 1992.
O HN O, T. Toyota Production System. C ambridge (Massachussets) and Norwalk
(Connecticut): Productivity Press, 1988.
PINTO, T.P. Perdas de materiais em processos construtivos tradicionais. S ão
Paulo: UF S C ar, 1989.
SANTO S, A. Método de intervenção em obras de edificações enfocando o
sistema de movimentação e armazenamento de materiais: Um estudo
de caso. Porto Alegre: Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil,
UFRG S, 1995. Dissertação de mestrado.
SANTO S, A.; ISATTO, E.L.; HINK S, J. “ B enchmarking : uma ferramenta para au-
mentar a competitividade na construção civil”. In: F ORMO S O, C.T. (Ed.) Mé-
todos e ferramentas para a gestão da qualidade e produtividade na
construção civil. Porto Alegre, PQPC C /RS, 1997. pp.107-134
SHIN G O, S. Non-stock production: The Shingo System for continuous im-
provement. Productivity Press, 1988.
S OIB ELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: Sua
incidência e seu controle. Porto Alegre: Curso de Pós-graduação em En-
genharia Civil, UFRG S, 1993. Dissertação de mestrado.
ZAIRI, M. Benchmarking for best practice: continuous learning through sus-
tainable innovation. Butterworth-Heinemann, 1996.
177