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Linguas Bantu
Linguas Bantu
Linguística Bantu
Código: (P0184)
Módulo único
24 Unidades
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique, Centro de
Ensino à Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a
duplicação ou reprodução deste manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou
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Agradecimentos
A Universidade Católica de Moçambique-Centro de Ensino à Distância e o autor do
presente manual, dr. William Zona agradece a colaboração dos seguintes indivíduos
e instituições na elaboração deste manual.
Índice
Visão geral 5
Bem-vindo à Linguística Bantu .................................................................................... 5
Objectivos da cadeira .................................................................................................... 5
Quem deveria estudar este módulo ............................................................................ 5
Como está estruturado este módulo? ......................................................................... 6
Ícones de actividade ...................................................................................................... 7
Habilidades de estudo ................................................................................................... 7
Precisa de apoio? .......................................................................................................... 8
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .......................................................................... 8
Avaliação ......................................................................................................................... 9
Sumário.......................................................................................................................... 27
Exercícios ...................................................................................................................... 27
Sumário.......................................................................................................................... 50
Exercícios ...................................................................................................................... 51
Sumário.......................................................................................................................... 74
Exercícios ...................................................................................................................... 74
Visão geral
Objectivos da cadeira
Páginas introdutórias
Um índice completo.
Conteúdo da cadeira
A cadeira está estruturada em unidades de aprendizagem.
Cada unidade incluirá, o tema, uma introdução,
objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um sumário da unidade e
uma ou mais actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais,
apresentamos uma lista de recursos adicionais para você
explorar. Estes recursos podem incluir livros, artigos ou sites
na internet.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer
comentários sobre a estrutura e o conteúdo da cadeira. Os
seus comentários serão úteis para nos ajudar a avaliar e
melhorar este manual.
Ícones de actividade
Habilidades de estudo
Evite plágio.
Centro de Ensino à Distância 8
Precisa de apoio?
Caro estudante:
Avaliação
Introdução
Sumário
Exercícios
Introdução
Objectivos
Sumário
Exercícios
Introdução
Objectivos
A. Critérios Principais
B. Critérios Subsidiários
Sumário
Exercícios
Introdução
1
Fala-se também na Zambézia nos distritos de Gurúè, Alto-Molocue, Ile e
Pebane.
2
Fala-se ainda na Província da Zambézia, no distrito de Milange
Centro de Ensino à Distância 20
3
Censo de1997
Centro de Ensino à Distância 21
Sumário
Exercícios
6. Diferencie L1 da L2.
Centro de Ensino à Distância 23
Introdução
Sumário
Exercícios
Introdução
4
NGUNGA, Armindo, Introdução a Linguística Bantu, Maputo: Livraria
Universitária, 2004
NELIMO, I seminário sobre a Padronização de Línguas Moçambicanas,
Maputo: Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação/Universidade
Eduardo Mondlane, 1989
Centro de Ensino à Distância 26
Sumário
Exercícios
Introdução
Objectivos
Fonética das Línguas Bantu.
O APARELHO FONADOR
Sumário
Exercícios
Introdução
MODO DE ARTICULAÇÃO
É o conjunto dos processos articulatórios (mecanismos e
direcção do ar, comportamento e forma dos órgãos da
fala) para a produção de um determinado som.
Na produção de consoantes, o ar sofre diferentes tipos
de obstrução ao longo do seu percurso. Assim, as
consoantes podem ser:
Centro de Ensino à Distância 31
w, y.
PONTOS DE ARTICULAÇÃO
Este conceito designa ao mesmo tempo os órgãos da
fala que participam na produção dum determinado som,
assim como o lugar do canal respiratório onde isto
acontece. Assim, temos as consoantes seguintes:
Sumário
Exercícios
Introdução
CONSOANTES SIMPLES
São aquelas que ocorrem sem nenhuma combinação e
correspondem aos sons fundamentais que ocorrem na
língua.
Exemplo:
v ve Kuvata Dormir
w we Kuwa Cair
x xe Xamba Melancia
y ye Yedu Nosso
z ze Zizi Mocho
Sumário
Exercícios
Introdução
CONSOANTES COMBINADAS
As línguas moçambicanas têm várias possibilidades de
combinar sons diferentes. Algumas destas combinações
envolvem posições diferentes de articulação. Estas
combinações também variam de língua para língua.
Exemplo:
Pronun.
bh bhe Dhibha Despeja
bv be bveni Macaco
dh dhe Dhawana Javali
nʼg nʼge ng'ombe Boi
ny nye Cinyama Animal
pf pfe Kupfura Trabalhar
o metal
ps pse Kupsa Queimar-
se
sv sve Kusvasa Afugentar
as galinhas
ts tse Tsamba Carta
dz dze Sadza Massa
sh she Shamba Melancia
zv zve Zvigaro Cadeiras
Sumário
Exercícios
Introdução
VOGAIS
Os sons vocálicos são produzidos através do ar que saí dos
pulmões para o exterior através da laringe, faringe e da
cavidade bucal sem sofrer qualquer tipo de obstrução ao
longo de todo o seu percurso.
DURAÇÃO VOCÁLICA
Ex:
Ciyao: Kupátá “obter”
Kupááta “ sacudir” (vogal longa)
Em muitas línguas verifica-se um alongamento na penúltima
sílaba. Neste caso, a vogal não é marcada na escrita, isto é,
não é reduplicada, pois deve-se ao seu posicionamento na
palavra.
Centro de Ensino à Distância 42
Ex:
Xitswa
Tima “ apaga”
Nyungwe
Pakutoma “ em primeiro lugar”
Ex5:
Yao
Kupútá “ apagar” Kupúútá (bater)
Kupétá “ornamentar” kupéétá (peneirar)
Makhuwa
Omala “acabar” omaala “ calar-se”
5
NGUNGA, A Elementos da Gramática de Língua Yao, Maputo: Imprensa
Universitária, 2002.
---------------, Introdução à Linguística Bantu: Livraria Universitária, 2004.
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Ex:
Makonde
Kukomela “ pregar”
Kukamula “ pegar”
Sumário
Exercícios
Introdução
O TOM
Muitas línguas moçambicanas são tonais, isto é, a altura de
sílabas de algumas palavras pode servir para distinguir
significados diferentes. Assim, nas línguas moçambicanas
podem encontrar-se duas ou mais palavras com a mesma
sequência de segmentos (consoantes e vogais) cujos
significados diferem somente devido à variação de altura de
algumas sílabas.
Ex:
Ronga
Màvélé “seios”
màvèlé “milho”
Yao
Cìtùúndù “cesto”
Cìtúùndù “capoeira”
De acordo com a sua função na língua, o tom pode ser
lexical ou gramatical.
TOM LEXICAL
Quando este desempenha a sua função distintiva a nível do
léxico. Isto é, quando ele é portador do significado lexical, ou
seja, quando duas palavras podem ser incluídas no
dicionário (com significados diferentes).
Ex:
Changana
Kukhona “atar” Kukhònà “introduzir”
Kukhapà “transbordar” kukhàpà “acompanhar”
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Sumário
Exercícios
Introdução
TOM GRAMATICAL
O tom gramatical é aquele que aparece na gramática da
língua, e não no dicionário. Por outras palavras, o tom
gramatical é aquele que serve para exprimir aspectos
gramaticais da língua.
Por exemplo, às vezes, a diferença entre os tempos verbais
pode ser expressa através do tom, o mesmo acontecendo
com as diferenças de modos verbais, presença ou ausências
de marcas do objecto, de negação ou de afirmação na
estrutura da forma verbal.
Ex:
Makonde
Ápali “ele não está” apali “está”
Álota “ele não vai querer” alota “ele
quer”
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Yao
Citúkayíce “ iremos chegar”
citúkáyíce “que nós vamos chegar”
Sumário
Exercícios
Introdução
Ex:
Yao
Ngoongole “ dívida” ngoo-ngo-le
Mwiisi “ pau de pilar” mwii-si
Mbwá “ cão” mbwá
Sumário
Exercícios
Introdução
Objectivos
Nasal silábica
A nasal silábica resulta da aplicação de uma regra de elisão
da vogal U do mu- e I do ni- que são prefixos de classe de
alguns nomes, 1, 3, e 18, e 9, respectivamente.
Assim, em Yao depois da queda da vogal, fica apenas uma
nasal que na escrita será marcada por [mʼ] antes das
consoantes bilabiais e por [nʼ] antes de outras consoantes.
Ex:
nʼkóóno “braço”
mʼpuunga “arroz”
Em algumas línguas moçambicanas a nasal silábica deve
ser escrita:
a. Com [m] ou [n] se a elisão da vogal do prefixo da
classe é de natureza histórica (elisão diacrónica).
Ex:
Sena
Nkazi “mulher” akazi “mulheres”
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Sumário
Exercícios
Introdução
Identificar um apóstrofo;
Uso do Apóstrofo
Em muitas línguas Bantu usa-se o apóstrofo para:
Representar a nasal velar.
Ex: ngʼ/ nʼ - ngʼona/nʼona “crocodilo” Sena
Sumário
Exercícios
Introdução
Definir a morfologia;
Objectivos
Identificar o objecto de estudo da morfologia.
MORFOLOGIA
Morfologia pode ser definida como o estudo da estrutura das
palavras duma determinada língua, da formação delas e das
regras que se envolvem nesse processo. Também pode ser
definida como o estudo dos morfemas, das regras que
regem a sua combinação na formação da palavra e da sua
função no sintagma e na frase.
Sumário
Exercícios
Introdução
MORFOLOGIA DO NOME
Nome é definido como uma palavra variável que se usa para
designar seres, coisas, eventos estados, pessoas.
Nas línguas Bantu o que é característico e chama atenção é
a forma sistemática como os nomes se organizam de acordo
com os seus prefixos que indicam tanto o número como o
género (numa perspectiva) totalmente diferente da oposição
feminino Vs masculino Vs neutro.
CLASSES NOMINAIS
Relativamente à estrutura do nome, interessa realçar que
nas línguas Bantu ele (nome) é constituído por duas partes
fundamentais, nomeadamente:
Um prefixo (nominal), geralmente variável em função
da classe;
Um tema nominal que constitui a parte irredutível do
nome. Este é invariável senão em alguns casos em
que a natureza do segmento do prefixo ocasiona
Centro de Ensino à Distância 60
Foi Bleek (1862, 1869) quem notou pela primeira vez que
os nomes das línguas Bantu se organizam de forma
sistemática em grupos de acordo com os seus prefixos ou
com o tipo de padrão de concordância. Mais tarde Meinhof,
Werner e Guthrie deram continuidade aos estudos sobre
esta matéria.
Sumário
Exercícios
Introdução
Classes Prefixos
1e2 mu- e ba- seres humanos, principalmente
3e4 mu- e mi- plantas, predominantemente
5e6 i- e ma- animais e frutas, sobretudo
7e8 ki- e ba- coisas, basicamente
9 e 10 N- e N- alguns seres do reino animal e outros
11 e 10 du- e N- coisas longas principalmente
14 bu- substancias e abstractos
15 ku- nomes verbais; infinitivo verbal
Ex: Yao
Ka- mwaanace “criancinha (bonita/fofinha)”
Ci-mwaanace “criancinha gorducha (não bonita) ”
Mwaanace “criança”
Shona
Pa-musha “na aldeia”
Ku-musha “em direcção `a aldeia”
mu- musha “dentro da aldeia”
musha “aldeia”
em termos sintácticos, é este prefixo secundário que
controla a concordância de todas as palavras
sintacticamente dependentes dos nomes aos quais ele se
afixa.
Centro de Ensino à Distância 64
Ex: Yao
Mwaanace jwa-ngu “a minha criança”
Ka-mwaanace ka- ngu “ a minha criancinha”
Ci-mwaanace ca-ngu “ a minha criança ( gorducha/não
bonita)”
Sumário
Exercícios
Introdução
CRITÉRIO SEMÂNTICO
O primeiro exercício dos membros de uma comunidade
linguística falante de uma língua Bantu quando confrontados
com nomes doutras línguas é procurar saber o seu
Centro de Ensino à Distância 66
Ex:
Changana
Bixopo ( classe 1 ) ( bishop, do Inglês ) “bispo”
Vabixopo ( classe 2) bishop, do Inglês ) “bispos”
CRITÉRIO FONÉTICO
De acordo com este critério, a semelhança fonética entre o
som inicial de um nome da língua fonte e o som inicial de um
prefixo nominal de uma classe receptora, muitas vezes
determina a integração de um nome numa certa classe
nominal nesta última.
Ex: Yao
Cikoola ( classe 7) ( escola, do Português) “ escola”
Yikoola ( classe 8) (escola, do Português) “escolas”
Changana
Xipunu ( classe 7) (Spoon, do Inglês) “ colher”
Svipunu ( classe 8) (spoon, do Inglês) “colheres”
Ex: Swahili
Pumu ( classe 5 ) “pulmão”
Tatizo ( classe 5) “ problema”
Nyanja
Thuza ( classe 5) “bolha”
Bwato ( classe 5 ) “ bote”
Ex: Yao
Pompi (classe 9) (pump, do Inglês) “ bomba”
Taayala (classe 9) ( tyre, do Inglês ) “pneu”
Este critério é o mais produtivo de todos.
Sumário
Exercícios
Introdução
Objectivos
Morfologia Verbal
Estrutura do Verbo
A complexidade da estrutura verbal das línguas Bantu pode
ser apresentada de várias maneiras. Ngunga (2004: 148)
refere que esta estrutura pode adaptar-se a qualquer língua
Bantu. Não é obrigatório que toda a língua Bantu tenha
todos os elementos apresentados no esquema. Assim, nas
Centro de Ensino à Distância 69
Exemplo:
Changana
-famb- “andar”
-von- “ver”
-hlanb- “ tomar banho”
Shona
-bat- “ agarrar”
-taur- “falar”
Centro de Ensino à Distância 70
Sumário
Exercícios
Introdução
MARCAS DE SUJEITO
A marca do sujeito é a que ocorre na posição inicial da
estrutura verbal. A marca de sujeito também conhecida por
classe, desempenha a função de indicar a posição em
género nas línguas bantu, tendo em conta a percepção
segundo a qual a noção de género não se deve confundir
com a noção de sexo.
Esta marca de sujeito constitui o prefixo dependente do
prefixo do nome que a selecciona.
Centro de Ensino à Distância 72
Exemplos: Changana
Makhuwa
MARCAS DE TEMPO
As marcações de tempo são culturais, isto é, variam em
função das línguas reflexas das suas culturas. Há línguas
que distinguem três tempos ( passado, presente, futuro ),
outras distinguem os mesmos tempos, mas esses são re-
divididos em três que estabelecem entre si uma relação de
simetria , isto é, se for tempo passado podemos subdividi-lo
em três, a saber: passado recente, passado médio, passado
remoto e, se for futuro: futuro próximo, futuro médio e futuro
distante.
Nyungue
Ine ndimbatsuka ndiro “ Eu costumo lavar pratos”
MARCAS DE OBJECTO
A marca de objecto é conferente ao objecto e na estrutura
verbal vem acoplada na posição adjacente à esquerda do
radical verbal.
Ex: Changana
Juwana anyikile pawu xin’wanana. “ A Joana deu um pão à
criança”
Sumário
Exercícios
Introdução
Sumário
Exercícios
Introdução
Exemplos:
Yao:
Changana
3. Zitha ajile pawa kambe angaxurhanga.
“O Zitha comeu o pão mas não ficou saciado”.
4. Polina i jondzi kambe wageleza.
“ Polina é estudiosa, mas prostitui-se”
Nyungwe:
Yao:
Sumário
Exercícios
a. Subordinativa temporal
b. Coordenativa adversativa
c. Coordenativa copulativa
d. Subordinada causal
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BIBLIOGRAFIA
CUNHA, C. e CINTRA, L. Nova Gramática do Português
Contemporâneo, 6ª ed., Lisboa: JSC, 2000;