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O texto trata sobre os princípios estruturam os contratos e como o

Código Civil trata tanto os contratos comerciais como os civis, tal código traz
em seu artigo 421 sobre a liberdade de contratar e que nessas relações deverá
prevalecer o princípio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão
contratual. Esse mesmo artigo trata que as partes que compõe o contrato
podem determinar as medidas de interpretação das cláusulas negociais e de
seus pressupostos de revisão ou de resolução, mas esta ocorrerá de maneira
limitada e de forma excepcional.

O artigo seguinte trata sobre o princípio da boa-fé, oferecendo ao


magistrado maior abrangência para a interpretação das cláusulas do contrato,
podendo ser pela predisposição de submeter os contratos ao princípio da boa-
fé, como pela apreciação objetiva da violação dos deveres anexos contidos nos
contratos. O artigo 423 tem o intuito de evitar ambiguidades e contradições nas
condições contratuais e artigo 424 dispõe sobre a nulidade de cláusulas
estipuladoras da renúncia antecipada do aderente a direito emergente da
natureza do negócio.

O Código Civil é a norma principal de regência dos contratos, porém não


é a única matéria jurídica que trata do assunto, de acordo com Waldo Fazzio
Júnior (2020) “no direito brasileiro, presente a impossibilidade de sistematizar
com precisão matemática um quadro de subsunção normativa dos contratos
mercantis, a doutrina e a jurisprudência recomendam a adoção de algumas
diretrizes para sua interpretação, tais como a natureza do objeto e a condição
dos contratantes. Esse tem sido o cenário em que convivem os modelos ideais
do CC e a legislação contratual especial, sobretudo os preceitos do CDC”.

O contrato nada mais é do que um acordo em que duas ou mais


pessoas buscam constituir, regular ou extinguir uma relação jurídica, nele deve
constar as vontades das partes e sua validade dependerá da observância de
atos, formas e solenidades particulares e uma vez que ocorre uma celebração
contratual as partes tem o dever de cumprir o que elas ali dispuseram, havendo
o direito da parte lesada em reclamar judicialmente o adimplemento do que foi
acordado, não havendo a possibilidade de modificação unilateral, ou seja, sem
o consentimento da outra parte, dessa forma se faz presente o princípio pacta
sunt servanda, ou seja, o contrato faz lei entre as partes. Os contratos tendem
a não ser simétricos, fazendo com que uma das partes tenha uma “vantagem”
sobre a outra e suas cláusulas servem para tentar estreitar tal desigualdade e
que por algum motivo possa se utilizar o pacta sunt servanda como um
instrumento para o exercício abusivo da propriedade privada.

Os casos exceptio non adimpleti contractus- exceção de contrato não


cumprido- trata que se mesmo após o encerramento do contrato, ocorrer a um
dos contraentes diminuição patrimonial poderá comprometer a prestação pela
qual se obrigou, o outro contratante pode se recusar à prestação que lhe
compete, até o primeiro faça ou garanta o cumprimento do que foi acordado,
este será distanciado através de renúncia e pela impossibilidade de
cumprimento da prestação.

O princípio rebus sic stantibus ou princípio do equilíbrio econômico, é


tratado no artigo 487/ CC que dispõe, “nos contratos de execução continuada
ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato.
Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação”. Este
princípio traz que não deve haver prejuízo para uma das partes em casos de
valores excessivos, impedindo assim, qualquer abuso de direito. Os casos
fortuitos ou de força maior são causas que podem suspender a relação
contratual, segundo o autor “assentam-se na imprevisibilidade e na
inevitabilidade, conquanto alguma doutrina costume extremá-los com esteio na
origem ou causa, conforme esta seja externa (força maior) ou interna (caso
fortuito)”.

O contrato será extinto com o seu cumprimento ou por avença liberatória


entre as partes. A revogação é o direito de arrependimento e poderá acontecer
em casos em que haverá negócios unilaterais, a resolução se refere à causa
posterior à avença em contratos que envolvem reciprocidade na prestação, sua
eficácia será ex tunc, já nos casos de resilição sua eficácia será ex nunc,
mantendo-se a reciprocidade de prestações consumadas. A resilição se opera
mediante denúncia ou pelo distrato. Tanto a resolução como a resilição têm
natureza de direito potestativo.

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