1) O documento discute a construção do eu na modernidade e como a afirmação do eu ocorre em contraste com uma "zona de exclusão" representada pela loucura ou animalidade.
2) Analisa como no século XVII a loucura passou a gerar medo e era tratada apenas com isolamento, e como os primeiros hospitais psiquiátricos eram antigos leprosários.
3) Discutem Hobbes e como ele via o homem no "estado de natureza" como egoísta e movido apenas pelo prazer e medo da morte
1) O documento discute a construção do eu na modernidade e como a afirmação do eu ocorre em contraste com uma "zona de exclusão" representada pela loucura ou animalidade.
2) Analisa como no século XVII a loucura passou a gerar medo e era tratada apenas com isolamento, e como os primeiros hospitais psiquiátricos eram antigos leprosários.
3) Discutem Hobbes e como ele via o homem no "estado de natureza" como egoísta e movido apenas pelo prazer e medo da morte
1) O documento discute a construção do eu na modernidade e como a afirmação do eu ocorre em contraste com uma "zona de exclusão" representada pela loucura ou animalidade.
2) Analisa como no século XVII a loucura passou a gerar medo e era tratada apenas com isolamento, e como os primeiros hospitais psiquiátricos eram antigos leprosários.
3) Discutem Hobbes e como ele via o homem no "estado de natureza" como egoísta e movido apenas pelo prazer e medo da morte
A afirmação de si ocorre à custa de uma sombra projetada. Surge uma
zona de exclusão, representada pela loucura do homem ou pela animalidade. A referência fundamental sobre esse tema é a obra fundamental de Michel Foucault, da década de 1960: A História da Loucura. No mundo medieval, a garantia sobre a ordem do mundo e todas as suas certezas era dada por algo externo ao próprio homem, ou seja, por Deus. Até o século XV, a perda da razão por um homem não produzia o efeito de medo que então passou a gerar.
No século XVII não havia perspectiva de tratamento, era
simplesmente isolamento por medo de contágio. Foucault nos mostra que os primeiros hospícios foram os velhos leprosários remanescentes da Idade Média. Desde então, a única garantia e ponto de referência do homem é sua crença em um eu pensante objetivo e consciente.
O nascimento de nossa representação moderna da loucura é
contemporâneo e correlato ao momento de maior afirmação do eu. Pelo lugar de exclusão que assume, não há música que represente a loucura no século XVII. Essa referência à pintura barroca é redesenhada com o estilo claro-escuro.
Hobbes traça um perfil de como seria o homem fora da sociedade. No
estado de natureza, todo homem teria o direito de fazer e ter o que quisesse. E o que o homem buscaria naturalmente? Como vimos na citação acima, o homem busca o que lhe faz bem, evitando o que lhe faz mal.
Em Hobbes, o homem é visto como um ser egoísta, movido pela
busca do prazer e pela fuga dos perigos da morte. Isso muitas vezes o levará a ser violento e ir para a guerra, impondo-se aos outros. Alguns homens se contentariam em ter apenas o que precisavam, permitindo que outros fizessem o mesmo. Outros, movidos pela vanglória, tentariam vencer os outros.
Hobbes conclui que esse estado de coisas resultaria em uma guerra
eterna de todos contra todos. Nenhum homem poderia se sentir seguro em poder manter seu maior bem, sua vida. Há, portanto, um paradoxo fundamental entre as duas máximas da natureza humana, a sobrevivência e o desejo de tudo se apropriar pela vanglória.
Isso porque, se um homem amasse outro por natureza - isto é, como
homem -, não poderíamos encontrar nenhuma razão para que todos os homens não amassem todos os homens igualmente, porque ele é tanto homem quanto qualquer outro. (p. 3) A seguir, investigando com grande ironia o que os homens fazem quando se unem, Hobbes nos conta o que acredita serem os fundamentos dessa união. Um contrato nesse sentido pode estabelecer a paz entre algumas pessoas, mas certamente é insuficiente para garantir a paz generalizada. Também é importante dizer que esta transferência e contrato tem um limite, todo homem preserva o direito à sua sobrevivência e proteção de seu corpo. Caso ocorra alguma ameaça nesse sentido, ele terá o direito (ou a obrigação?) de quebrar o contrato, voltando ao estado de guerra.
Hobbes: Para que exista a instituição do Estado, é necessário que
uma maioria significativa ou mesmo que todos os homens transfiram seu direito natural a tudo a um soberano ou a uma assembléia. Note- se que este soberano está de alguma forma excluído do contrato social, uma vez que não abre mão de nada. Aqueles que realizaram a transferência, por sua vez, submetem-se igualmente a esse poder centralizado.
Hobbes: A lei não é para impedir as pessoas de todas as ações
voluntárias, mas para dirigi-las e mantê-las em tal movimento, que não sejam prejudicadas por seus próprios desejos impetuosos ou indiscrições. Resumindo: o homem, para Hobbes, é um ser de certa forma (menos relacionado com as leis naturais)
Hobbes: O Estado contém as vontades como as margens de um rio
contêm suas águas, impedindo-as de se dispersar. O eu será, assim, a barragem construída para conter a natureza humana, que busca a afirmação de algo que escapa ao próprio eu: uma busca de prazer sem fogo