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Seja bem-vindo!

Esse e-book foi preparado para você, profissional da


Psicologia, que se interessou pela Terapia Cognitiva
Comportamental e deseja iniciar o estudo da
abordagem e atender utilizando suas técnicas.

Trata-se dos seus primeiros passos com a TCC.

Iniciamos falando sobre os pressupostos básicos,


pois se faz necessário um conhecimento para que
você compreenda o passo a passo dos atendimentos
iniciais.

Estamos muito felizes de podermos participar dessa


sua jornada e acreditamos que irá se beneficiar com o
que iremos apresentar.

A Terapia Cognitivo Comportamental tem ganhado


muito respaldo entre os profissionais da saúde, por
se tratar de uma abordagem breve e focada,
apresentando resultados rápidos e eficientes.

Você vai se encantar por ela.


Título original: Primeiros Passos Com a TCC - Para Psicólogos
Iniciantes e Estudantes de Psicologia
Autoria: Psicólogas Kelliny Dório e Lilian Félix.
Ano: 2018
Cidade: Ipatinga, MG
Apresentação:
Revisão ortográfica: Gesilda Maria Benevenuto das Chagas
Projeto gráfico e diagramação: Lara Lopes
Capa: Lara Lopes
Adaptação para e-book: Brafil Sites para Internet
Endereço eletrônico:
www.comvocepsicologiashop.com.br

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte


deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob
quaisquer meios existentes sem autorização por
escrito das autoras.

2
Sobre as autoras

Kelliny Dório é psicóloga clínica com formação em


Terapia Cognitivo Comportamental e Especialista
em Psicologia Hospitalar.

Lilian Félix é psicóloga clínica com formação em


Terapia Cognitivo Comportamental e Coach de
Inteligência Emocional.

Atendimentos

Skype: por meio do site www.comvocepsicologia.com.br


Presencial em Ipatinga - Minas Gerais
Kelliny Dório (31) 9 8722.0610
Lilian Félix (31) 9 8506.1117

Canal no YouTube

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Dedicatória

Dedicamos esse livro aos psicólogos, nossos


supervisionandos, que nos incentivaram no desenvolvimento
desse conteúdo para facilitar a inserção deles em seus
trabalhos.

3
Ícones Usados

Com a intenção de chamar a sua atenção


para pontos importantes, colocamos alguns
ícones ao longo do texto.

Dicas são algumas ideias práticas que


podem auxiliar você durante as suas
atividades.

Esse ícone do cuidado destaca algumas


armadilhas comuns ao TOC que
consideramos importantes apontá-las.

Quando você encontrar esse ícone, pare e


anote a informação, pois certamente é
algo que você irá necessitar.

Quando você encontrar esse ícone,


coloque em prática aquilo que estamos
falando.

Quando você encontrar este ícone, tem


material para imprimir. Basta clicar nele
que será encaminhado para o arquivo.

Esse ícone indica que tem vídeo


complementar sobre o assunto em nosso
canal do YouTube.

4
Sumário
Prefácio ............................................................................... 6

Capítulo 1 Princípios fundamentais ……..……...…………....…. 9


Pensamentos automáticos …………...….……………........................... 11
Pressupostos subjacentes e crenças nucleares ......................….. 12
Distorções Cognitivas ...................................……………………………. 14

Capítulo 2 Primeiro atendimento …..……..………………………. 19


Acolhimento ………………………………………………….............................. 19
Psicoeducação do Modelo Cognitivo …......................…………………. 21
Técnica ABC e Distorções Cognitivas ……………………...................... 26
Hipótese Diagnóstica ………………………………………........................... 30
Traçando a Meta ……………………………………………............................. 38

Capítulo 3 Segundo atendimento ……..……...………………..…. 40


Aprendendo a Técnica ABC ……………………….........................………. 40
Contestando o pensamento ………………………………......................... 41
Finalizando o segundo atendimento ……………………....................... 43

Capítulo 4 Teorizando a TCC ……..……............…………………. 45


Tríade Cognitiva e Distorção Cognitiva …………………...................... 45
Sistema de Crenças ………………………………………............................. 46
Questionamento Socrático ……………………………............................. 49

Capítulo 5 Patologias específicas ……..……...……………..……. 54


Transtorno Obsessivo Compulsivo …………………………..................... 54
Ansiedade, pânico e fobia ………………………………………..................... 58
Depressão ……………………………………............................................ 63

Capítulo 6 Atendimentos subsequentes ……...…………………. 66


Atividades
RPD ………………………………………………………………………........................ 67
STOP…………………………………………………………………….......................... 69
Acalme-se ………………………………………………………………...................... 71
Identificando estado de humor ……………………………………….............. 74
Como os pensamentos criam sentimentos ………………………….......... 75
Examinando as evidências...................................................... 76
Descendente vertical …………………………………………………................... 77
Identificando crenças centrais sobre si mesmo …………………........... 78
Avaliando suposições, regras e padrões…………………………............... 79
Prefácio

No Brasil, nas últimas quatro décadas, a Terapia Cognitivo


Comportamental (TCC) vem ascendendo progressivamente quanto à utilização
e aos resultados de pesquisas que confirmam sua eficácia em diferentes
contextos e populações. Sendo assim, é notória e crescente a busca por
profissionais com interesse na teoria cognitiva, nas suas bases filosóficas e na
sua prática clínica.
Ainda existem muitas faculdades que não possuem em suas grades
curriculares disciplinas suficientes para dar conta da amplitude dos conceitos
em TCC e, por isso, muitos psicólogos se formam sem o devido conhecimento
que respalde uma prática clínica baseada nos princípios da TCC. Um fato
significativo é a constante evolução das técnicas e das estratégias terapêuticas
cognitivo-comportamentais utilizadas por psicólogos, o que por um lado aponta
para um contínuo desenvolvimento; por outro indica a necessidade de
constante atualização dos profissionais da área. Este livro foi escrito para
auxiliar esses psicólogos que desejam conhecer, ampliar ou atualizar seu
conhecimento a respeito dessa abordagem teórica.
As autoras, Kelliny Dório e Lilian Félix, conseguem, por meio de uma
linguagem clara, objetiva e de forma bastante didática, percorrer os
ensinamentos básicos para o início de uma prática baseada na abordagem
cognitivo-comportamental. Com esse material, o psicólogo iniciante terá a
oportunidade de dar os primeiros passos em sua prática clínica e oferecer um
atendimento de qualidade aos seus pacientes.
No primeiro capítulo, são expostos os pressupostos básicos da Teoria
Cognitiva de Aaron Beck, tais como os conceitos de Pensamentos automáticos,
Pressupostos subjacentes, Crenças nucleares e Distorções cognitivas. Tais
conceitos precisam estar profundamente esclarecidos para o clínico, a fim de
propiciar o devido manejo do paciente em psicoterapia. O capítulo dois é de
fundamental importância para esclarecer aspectos primordiais na conceituação
de caso e de planejamento dos atendimentos. A TCC se baseia em uma
profunda e constante conceituação cognitiva do caso para que o planejamento
das sessões esteja de acordo com as necessidades apontadas pelo paciente.
O capítulo três auxilia o profissional a conduzir a segunda sessão de
psicoterapia e identificar, junto com o paciente, os pensamentos associados aos
comportamentos disfuncionais e às emoções desagradáveis. Esse momento é
importante para que o paciente conheça seu modo de funcionamento e possa
então pensar em estratégias para a mudança. Em seguida, no capítulo quatro, o
profissional terá acesso a uma explicação completa sobre dois elementos
essenciais da TCC: a tríade cognitiva e as distorções cognitivas. Tais conceitos
sãofundamentais para que o psicólogo possa conduzir o paciente a uma
reestruturação cognitiva e ao alívio dos sintomas que trazem sofrimento.
6
Já no capítulo cinco, são disponibilizadas apresentações acerca de três
patologias específicas e que aparecem com maior frequência nos consultórios
de psicologia: o transtorno obsessivo compulsivo, os transtornos ansiosos e a
depressão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2020 a
depressão será a doença mais incapacitante em todo o mundo e aponta a
estreita relação entre depressão e os mais de 800 mil casos de suicídios que
ocorrem ao redor de todo o mundo. Já os transtornos ansiosos atingem quase
10% da população brasileira. Portanto, não resta dúvida da importância de se
conhecer bem essas dificuldades, para acolher com qualidade e com
competência quando aparecerem em nosso consultório.
Por último, o capítulo seis apresenta a estrutura básica dos atendimentos
subsequentes e um rico compilado de técnicas eficazes para serem utilizadas,
na medida do necessário, nos atendimentos. Nesse capítulo, os profissionais
aprenderão técnicas como a estratégia A.C.A.L.M.E.-S.E, a identificação de
pensamentos automáticos, a técnica de STOP do pensamento catastrófico,
entre outras diferentes técnicas utilizadas com frequência pelo terapeuta
cognitivo-comportamental.
Como psicóloga e também como paciente da terapia cognitivo
comportamental, fico entusiasmada ao acessar um material com tamanha
qualidade, que transmite o conhecimento de forma didática e com uma leitura
acessível a qualquer profissional da área. Certamente, todos que tiverem a
oportunidade de acessar esse material, terão uma ampla visão da TCC e
poderão buscar o aprofundamento necessário com maior segurança e já
desfrutando de uma base oportuna.

Flaviane Bevilaqua Felicissimo Knop


Psicóloga e Professora Universitária - Macaé - Rio de Janeiro

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Princípios
fundamentais
CAPÍTULO 1
Princípios Fundamentais

A Terapia Cognitiva Comportamental se fundamenta na racionalidade de


que o afeto e o comportamento de um indivíduo são determinados pelas suas
cognições (pensamentos).

Não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, mas sim o


que pensamos sobre o evento.

Três proposições fundamentais a definem (P. Knapp, 2004):

1 - A atividade cognitiva influencia o comportamento.


2 - A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada.
3 - O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança
cognitiva.

A Terapia Cognitiva Comportamental focaliza seu trabalho em identificar


e corrigir padrões de pensamentos e propõe que a testagem da realidade seja
dirigida ao pensamento do paciente e não ao seu comportamento. Baseia-se
na premissa de que a inter-relação entre cognição, emoção e comportamento
implica o funcionamento do indivíduo.
Os pensamentos, a maneira como processamos as informações que nos
são apresentadas, afetam a nossa emoção e o nosso comportamento, bem
como a nossa resposta fisiológica.

9
Sendo assim, o que é trazido para o atendimento pelo paciente não é
interpretado apenas pelo terapeuta, mas elaborado em conjunto com ele,
buscando identificar, examinar e corrigir os pensamentos distorcidos que
causam sofrimento.
Todos nós temos visões e crenças específicas sobre nós mesmos, sobre
os outros e sobre o futuro. Essa é a Tríade Cognitiva.

VISÃO
DOS OUTROS

VISÃO
DE SI
VISÃO DE
SI NO
FUTURO

Essas crenças podem ser consideradas funcionais ou disfuncionais.


Os pensamentos surgem a partir das nossas crenças.

É importante saber que nem tudo o que pensamos é verdadeiro.

É fundamental reconhecer as distorções do pensamento (distorções


cognitivas), pois elas podem fazer com que o indivíduo avalie erroneamente os
eventos, levando-o a conclusões equivocadas.

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Pensamentos Automáticos
Milhares de pensamentos nos ocorrem diariamente e a grande maioria
deles não é percebida por nós, conscientemente, pois eles nos acontecem de
forma rápida, involuntária e automática. Daí surge o nome de pensamentos
automáticos (PA).
Não temos controle em fazê-los aparecer ou não. Eles simplesmente
surgem ativados por eventos externos (algo que nos acontece) ou eventos
internos (uma lembrança).
PA podem surgir por meio de pensamentos ou de imagens mentais e
podem ser exagerados, distorcidos, equivocados, irrealistas ou disfuncionais.

Eles conseguem ser de três tipos (J. Beck, 1995):

1- Distorcidos, ocorrendo apesar das evidências contrárias.


“Se eu for demitida nunca mais conseguirei outro emprego.”

2 - Acurados, mas com a conclusão distorcida.


“Ela não me cumprimentou, deve estar com raiva de mim.”

3 - Acurados, mas totalmente disfuncionais.


“Com a mudança da minha amiga, nunca mais serei feliz, porque não
vou mais conseguir fazer amizades.”

Características dos pensamentos automáticos (P, Knapp. 2004):

- Coexistem com o fluxo de pensamentos manifestos;


- Aparecem espontaneamente; e não como resultado de reflexão e ou
de vontade;
- São, usualmente, aceitos como verdadeiros, sem avaliação crítica;
- Se não monitorados, passam completamente despercebidos, mas a
emoção associada é mais frequentemente reconhecida;
- São, usualmente, breves, rápidos e fugazes;
- Podem ocorrer de forma verbal ou por imagens;
- É possível aprender a identificá-los;
- Podem ser avaliados quanto à sua validade ou utilidade

Frequentemente, quem busca terapia acaba se espantando com o fato de


ter esses pensamentos automáticos. Nesse sentido, quando o psicólogo ajuda
o paciente a identificar esses pensamentos e a questioná-los ou a confrontá-los
e a contradizê-los, ele passa a aprender mais sobre si e passa a conseguir
perceber e, consequentemente, mudar seus comportamentos.

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Pressupostos subjacentes e
crenças nucleares
Também conhecidos como crenças intermediárias, os pressupostos
subjacentes são regras, padrões, normas, premissas e atitudes que adotamos
e que guiam as nossas condutas. Elas são transituacionais e presentes em
inúmeras situações existenciais.
Pressupõe-se que, se as regras, normas e atitudes forem cumpridas, o
indivíduo mantém suas respostas funcionais, mas, se por alguma circunstância
os pressupostos não forem cumpridos, o indivíduo torna-se vulnerável e as
crenças nucleares são ativadas.
Crenças nucleares são as ideias e os conceitos mais enraizados e
fundamentais acerca de nós mesmos, dos outros e do futuro. Diferentemente
das crenças intermediárias, elas são incondicionais e, independentemente das
situações que o indivíduo esteja vivenciando, ele irá pensar de acordo com suas
crenças.
Quando a crença nuclear é ativada, as informações são percebidas de
modo tendencioso no sentido de extrair da realidade apenas as informações
que confirmem a crença disfuncional, negligenciando ou minimizando as
informações que possam desconfirmar as evidências contrárias.
Funciona assim:

Evento: Apresentação de trabalho.


Pensamento automático: “Não sou capaz de apresentar o conteúdo”.
Sentimento: ansiedade ou medo.
Comportamento: deixar de apresentar (reação de ação
comportamental) ou ter sintomas de taquicardia, sudorese e outros
(reação física).

O Modelo Cognitivo corrobora a ideia de que não são os fatos que nos
atormentam. Logo, o que nos incomoda é o que pensamos sobre o fato.
Se fosse o fato em si diante de um mesmo evento, todos se comportariam
do mesmo jeito? Sabemos bem que não é assim. Então o que faz com que as
pessoas reajam de forma diferente diante de um mesmo evento? O Modelo
Cognitivo deixa claro que é aquilo que pensamos sobre o ocorrido.
Mas como surge esse pensamento?
Pensamos de acordo com o que acreditamos. E o que acreditamos é
formado pelas nossas experiências iniciais que se fortalecem ao longo da vida,
moldando a percepção e a interpretação dos eventos, modelando nosso jeito
psicológico de ser.

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Pensamento automático: “Não sou capaz de apresentar o conteúdo.”
Crenças intermediárias ou pressupostos subjacentes: “Para ser
criticado é melhor não me expor.”
Crença nuclear: “Eu não agrado as pessoas.”

A crença nuclear (experiências iniciais) ativa as crenças intermediárias


(percepção e interpretação do evento) que, por sua vez, determinam os
pensamentos automáticos (jeito psicológico de ser).

13
Distorções Cognitivas
A visão distorcida da realidade é denominada Distorção Cognitiva.
É preciso considerar os pensamentos que geram as emoções como
hipóteses, mais do que fatos.
Novamente retornaremos ao Modelo Cognitivo.
Evento que gera um pensamento, que acarreta um sentimento e então
determina o comportamento.
Vemos, por meio do Modelo Cognitivo, a importância que os pensamentos
têm na nossa vida.
Nossos pensamentos determinam como nos sentiremos, como vamos nos
comportar. Sendo assim, é melhor que tenhamos pensamentos que condizem
com a realidade.
Caso contrário, os comportamentos podem ser exagerados, inadequados,
causando reações indesejadas e que trazem transtorno para o seu dia a dia.
Abaixo vamos apresentar as Distorções Cognitivas mais comuns e que
podem ocorrer.

CATASTROFIZAÇÃO: aquele pensamento que só te leva para um futuro


horrível

“Não vai dar certo.”


“Vou me contaminar.”
“Algo ruim vai acontecer.”
“Vou errar.”

É assim... nada aconteceu , mas você já se vê em uma vivência catastrófica.


Total previsão negativa do futuro. Muito comum em pessoas que tem TOC.

LEITURA DA MENTE: você sabe exatamente o que as pessoas pensam, mesmo


sem ter evidências suficientes dos pensamentos dela. E é claro que esses
pensamentos não são favoráveis a você. São assim:

“Estão falando de mim.”


“Não gostou de mim.”
“Me acha uma idiota.”
“Não quer me falar a verdade.”

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RÓTULOS: quando você determina traços, características para si mesmo e
para os outros. Esses traços são inquestionáveis de acordo com a sua ótica.

“Eu sou um fracasso em tudo.”


“Fulano é ignorante, não tem jeito de conversar.”
“Não adianta... não consigo obter êxito em nada que faço.”
“Serei sempre essa pessoa desajeitada.”

Se você é daquele tipo de pessoa que foca quase exclusivamente no


negativo e raramente observa o positivo, você está praticando a distorção
FILTRO NEGATIVO.

Nossa vida é como um palco de teatro todo escuro. Temos em nossas


mãos um potente holofote.
Posso direcioná-lo para onde eu quiser.
Posso fazer iluminar momentos agradáveis de sucesso. Mas também
posso iluminar meus momentos desagradáveis e de fracasso. Esse tipo de
pessoa vai jogar o holofote somente nas situações desagradáveis e de
fracasso. Com isso, esquece que na vida também tem momentos agradáveis e
generalizam suas vivências como péssimas.

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O filtro negativo acaba nos direcionado para outra distorção a


GENERALIZAÇÃO. É quando você percebe um modelo global negativo com
base em um único incidente.

De repente você não executou bem um determinado trabalho, ou não se


saiu bem em uma prova, daí você pensa:

“Viu? Eu sou um fracasso. Nada do que faço dá certo.”

Seu cônjuge não quis sair com você ou não quis fazer o que você pediu:
“Você nunca faz o que eu quero”.

E, por sua vez, a generalização nos leva ao PENSAMENTO


DICOTÔMICO, quando você considera eventos ou pessoas em termos de
tudo ou nada.

“Eu sou um fracasso em tudo.”


“Tudo o que faço dá errado”.

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Há pessoas que ainda vivem como se elas fossem o centro do universo. Um
grande imã em que atrai para ela toda a responsabilidade e culpa para si do que
acontece.

Se você é alguém assim, está cometendo o erro cognitivo da


PERSONALIZAÇÃO. Quando atribui desproporcionalmente para si toda a
responsabilidade, não percebendo a responsabilidade dos outros.

Mas, há também aquela pessoa que age de forma inversa. Pratica a


CULPABILIZAÇÃO , culpando os outros e recusando a tomar a
responsabilidade por mudar.

“Eu não consigo evoluir porque meu pai não me ajuda.”


“Você é quem me faz agir dessa maneira.”

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Você pode ainda ser aquele tipo de pessoa que tende a ficar presa no
passado e acaba cometendo outra distorção cognitiva conhecida como
ORIENTAÇÃO REGRESSIVA. É quando focamos apenas no que poderia ter
feito melhor no passado, esquecendo que podemos fazer melhor no presente.

“Ahhh, eu perdi a oportunidade lá trás quando tinha 18 anos e escolhi não fazer
faculdade.”
“Se eu tivesse feito isso de outra maneira não estaria agora nessa situação.”

Quando ficamos presos no passado, perdemos a oportunidade de


transformarmos o nosso futuro.
E SE? Ai ai ai... essa perguntinha sobre “E SE?” algo acontecesse e
nenhuma resposta é satisfatória, é um grande impedidor de olharmos para o
presente e construirmos nosso futuro.

“E se eu tivesse feito outra escolha?”

Essa é uma pergunta sem resposta. Porque quando, no meu passado, que
era o meu presente, eu fiz uma determinada escolha, eu abri mão de inúmeras
possibilidades, não de realidades. Assim, nunca saberemos se as
possibilidades se concretizariam.

Vamos focar no presente? Vamos fazer escolhas no presente, usando


nosso passado como experiência ao invés de ficarmos presos nele?

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Uma outra Distorção Cognitiva muito presente em quem tem TOC é a
INABILIDADE PARA DESCONFIRMAR. É quando rejeitamos as evidências ou
argumentos que podem contradizer meus pensamentos. E mesmo diante de
tudo que desconfirma o meu pensamento distorcido eu continuo acreditando
nele.

Entendeu o que são as Distorções Cognitivas e como elas podem interferir


em nosso dia a dia?

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pRIMEIRO
aTENDIMENTO
CAPÍTULO 2
Primeiro Atendimento

Acolhimento
O paciente chega ao consultório desejando falar, relatar suas angústias,
conflitos, vivências, carências e tudo mais.

Deixe-o falar sobre os motivos que o fizeram buscar por ajuda


terapêutica.

Enquanto ele estiver falando, você deve estar atento e registrar pontos
importantes como:

- Dados relevantes da história;


- Eventos relatados;
- Pensamentos automáticos identificados;
- Sentimentos trazidos;
- Comportamentos consequentes;

Já falamos que na TCC o psicólogo e o paciente trabalham em conjunto no


processo terapêutico. O psicólogo tem um papel ativo e diretivo no tratamento e
os dois trabalham levantando hipótese e testando cada uma delas.
Enquanto o paciente relata suas vivências, você pode ir questionando
direcionando o discurso dele para o entendimento dos pontos do Modelo
Cognitivo (evento - pensamento - sentimento - comportamento). Apenas como
investigação para você usar de exemplo no momento em que for fazer a
psicoeducação do Modelo Cognitivo.
- Crenças sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o futuro.

Clique aqui e imprima


o modelo de registro inicial.

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Paciente: ______________________________________________ Idade: ___________

Diagnós co: _____________________________________________________________

Indicação: ____________________________ Início: _____ / _____ / __________

Situações:

Emoções:

Imagens:

Pensamentos:

Sensações corporais:

Comportamentos:

Meta:

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Psicoeducação do Modelo Cognitivo
A psicoeducação sobre a TCC é feita no primeiro atendimento após o
relato da demanda de atendimento.
Controle o tempo para que o paciente não ocupe todo o horário do
atendimento relatando sua história. Quando já tiver dados suficientes para
iniciar a Psicoeducação, você pode fazê-la e depois ele terá a oportunidade de
continuar seu relato, mas de uma maneira melhor estruturada.

A TCC é uma abordagem breve e focada. Você deve estar atento ao relato
do paciente para que ele não fuja muito do que veio buscar.

Chegou o momento de psicoeducá-lo.


Tenha em mãos uma prancheta e uma folha em branco.

Comece explicando que você trabalha com a Terapia Cognitiva


Comportamental.

Explique que cognição é pensamento e que comportamental,


obviamente, refere-se ao comportamento.
Vá seguindo os passos a seguir construindo, junto ao paciente, o Modelo
Cognitivo.

Inicie apresentando o Modelo Cognitivo e explicando da seguinte forma:

“Esse é o Modelo Cognitivo. É a base do nosso trabalho com a TCC. Ele nos
mostra que não é o evento em si que gera o comportamento final. Se fosse o
evento o único responsável pelo comportamento, todas as pessoas diante de
um mesmo evento iriam se comportar da mesma maneira. Sabemos que não é
assim.”

Faça uma seta ligando o pensamento ao evento.

21
E continue a explicação:

“Quando algo nos acontece, seja um evento externo ou interno ( l e m b ra n ç a ) ,


temos um pensamento a respeito desse evento”

Faça uma seta ligando o pensamento ao sentimento.

Continue a explicação:

“Dependendo do que pensamos teremos um sentimento”

Continue a explicação:

“É exatamente o que pensamos sobre o evento e o sentimento que esse


pensamento nos acarreta que irá determinar o comportamento.”

Faça agora uma seta, saindo entre as duas setas já feitas, e ligue-a a
palavra comportamento.

22
Mostre ao paciente o que foi elaborando com ele e pergunte-o se faz
sentido para ele e se já havia pensando dessa forma antes.

Continue a explicação:

“Quando falamos em comportamento, estamos nos referindo a reações


comportamentais, emocionais ou físicas."

Exemplifique cada uma dessas reações, utilizando um exemplo que ele


trouxe no relato de sua história ou criando um.

Enquanto você fala, continue escrevendo no papel.

Continue a explicação:

“Porém, nem tudo o que pensamos é verdadeiro.


Os nossos pensamentos podem estar distorcidos da
realidade.”

Enquanto você fala, continue escrevendo no papel.

23
Continue a explicação:

“Com tudo isso que falei, entendemos que o pensamento é que define as
nossas reações. Assim, o trabalho inicial da nossa terapia será identificar o
que você está pensando.”

Enquanto você fala, vá escrevendo no papel.

24
“Depois, você poderá contestar ou validar seus pensamentos.”

25
Técnica ABC e Distorções Cognitivas
Feita a psicoeducação sobre o Modelo Cognitivo, o paciente está
preparado para receber a folha com a Técnica ABC.
Você vai entregar as folhas da Técnica ABC ao paciente.
Essa é a primeira tarefa para casa que seu paciente irá utilizar para
registrar, durante a semana, seus pensamentos.
Oriente o paciente a se observar durante a semana.

“Todas as vezes que você se perceber com uma reação disfuncional ou


que o esteja incomodando, pare para se observar.”

Identifique o evento:
- Onde estava ou o que estava lhe acontecendo?

Identificado o evento se questione:


“O que eu pensei quando isso me aconteceu?
“Qual foi o sentimento que esse pensamento me acarretou?
“Qual foi o meu comportamento final?”

Clique aqui e imprima


a Técnica ABC

26
Técnica ABC

Evento ativador refere-se a um evento que precede a seus


pensamentos ou crenças.

Por exemplo, reconhecer que “a prova é amanhã” é o evento ativador


que precede o pensamento “Eu não estou preparado”, o qual pode levar a
consequência como sentir a ansiedade e preocupação e ao
comportamento de estudar muito para o exame ou desistir de fazer a
prova.

A= Evento B= C= Sentimentos C=
Ativador Pensamentos Consequentes Comportamentos
Consequentes

27
Avaliação das distorções cognitivas
Considerar esses pensamentos que geraram a ansiedade como
hipóteses, mais do que como fatos.

LEITURA DA MENTE: sabe o que as pessoas pensam sem ter evidências suficientes de
seus pensamentos.

ADIVINHAÇÃO: previsão negativa do futuro.

CATASTROFIZAÇÃO: o que acontece ou acontecerá será horrível.

RÓTULOS: determinam-se traços (características) não questionáveis para si mesmo e


para os outros.

DESCONSIDERANDO O POSITIVO: defende-se que as habilidades positivas em si


mesmo ou outros são triviais. “Ele só me ajudou porque não queria ouvir minhas
queixas”.

FILTRO NEGATIVO: foca-se quase exclusivamente no negativo e raramente observa


-se
o positivo.

GENERALIZAÇÃO: percebe-se um modelo global negativo com base em um


único incidente.

PENSAMENTO DICOTÔMICO: considera-se eventos ou pessoas em termos de tudo ou


nada. “Eu sou um fracasso em tudo.”

DEVERES: interpretam-se eventos em termos de como as coisas deveriam ser em lugar


de simplesmente focar no que é.

PERSONALIZAÇÃO: atribuição desproporcional de culpa para si, não percebendo a


responsabilidade dos outros.

CULPABILIZAÇÃO: culpa os outros e recusa-se a tomar a responsabilidade por mudar.

ORIENTAÇÃO REGRESSIVA: foca-se no que poderia ter feito melhor no passado,


esquecendo-se do que poderia fazer melhor no presente.

E SE?: faz-se uma séria de perguntas sobre “E SE?” algo acontecesse e nenhuma
resposta é satisfatória.

INABILIDADE PARA DESCONFIRMAR: rejeitam-se as evidências ou os argumentos


que poderiam contradizer seus pensamentos.

FOCO DE JULGAMENTO: vê-se a si mesmo, aos outros e eventos em termos de


evoluções em preto e branco (bom-mau ou superior-inferior)

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28
Perl Cognitivo

Oriente seu paciente a ler as distorções cognitivas e marcar aquelas que


ele conseguir identificar como estando presentes em seu dia a dia. Por
intermédio do conhecimento das distorções cognitivas, ele poderá considerar
seus pensamentos como hipóteses, mais do que como fatos.

Perfil Cognitivo dos Transtornos Psiquiátricos


P.Knapp, 2004

Depressão: visão negativa de si mesmo, dos outros e do futuro.

Ansiedade Generalizada: medo de perigo físicos ou psicológicos.

Fobia: medo de perigos em situações específicas, evitáveis.

Pânico: medo de perigo físico ou mental iminente.

Transtorno obsessive-compulsivo: pensamentos continuados sobre


segurança; atos repetitivos para precaver-se de ameaças.

Comportamento Suicida: desesperança e conceito autodesqualificador.

Hipomania ou episódios maníacos: visão inflada de si, dos outros e do


Futuro.

Estado paranóide: visão dos outros como manipuladores e mal


intencionados.

Transtorno conversivo: ideia de anormalidade motora ou sensória.

Anorexia ou bulimia: medo de ser gordo e não atraente.

Hipocondria: preocupação com doença insidiosa.

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29
Hipótese Diagnóstica
Pode ser que o paciente nos seja encaminhado por um médico com o
diagnóstico feito, mas nem sempre isso acontece e será você quem irá fazer
uma hipótese diagnóstica por meio do relato do seu paciente.
Isso é importante, porque ele também precisará ser psicoeducado sobre
o seu diagnóstico. O ideal é que a psicoeducação sobre o transtorno seja feita
de forma breve ainda no primeiro atendimento, para que o paciente comece a
entender o que se passa com ele, mas, se você não tiver tempo ou não sentir-
se seguro, ela pode ser feita no segundo atendimento.
Você também pode deixar, em seu consultório, um material impresso,
orientando o paciente sobre o transtorno com informações escritas de forma
clara e sucinta.
Preparamos alguns modelos para você. Veja, no capítulo 4, explicação
mais detalhada sobre as principais patologias que são trabalhadas por meio da
TCC.

30
Psicoeducação sobre Depressão

“Os homens são perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que
extraem delas”. Epiteto – Filósofo

As emoções humanas são embasadas em ideias.


O controle dos mais intensos sentimentos pode ser obtido por meio da
mudança de nossas ideias.
Definição:
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) se fundamenta na
racionalidade de que o afeto e o comportamento de uma pessoa são em
grande parte determinados pelo modo como ela estrutura o mundo. ( Beck,
1967,1976).
As Técnicas Terapêuticas são projetadas para identificar, testar a
realidade e corrigir as conceituações distorcidas e as crenças disfuncionais
por trás dos pensamentos.
Uma variedade de estratégias cognitivas (pensamento) e
comportamentais é utilizada na TCC:

1 – Monitorar pensamentos automáticos negativos (cognições);


2 – Reconhecer as conexões entre cognição, afeto e comportamento;
3 – Examinar as evidências a favor e contra seu pensamento automático
distorcido;
4 – Substituir essas cognições tendenciosas por interpretações mais
orientadas à realidade; e
5 – Aprender a identificar e alterar as crenças disfuncionais que o predispõem a
distorcer suas experiências.

31
O terapeuta estrutura a terapia de acordo com um padrão específico que
engaja a participação e a colaboração do paciente. Como o paciente deprimido
está inicialmente confuso, preocupado ou distraído, o terapeuta o ajuda a
organizar seu pensamento e seu comportamento, a fim de ajudá-lo a enfrentar
as exigências da vida cotidiana.

Conceito de tríade cognitiva:


Consiste em três padrões cognitivos maiores que induzem o paciente a
considerar a si mesmo, seu futuro e suas expectativas de uma forma muito
pessoal.

1 - Si mesmo: o primeiro componente da tríade gira em torno da visão negativa


que o paciente tem de si mesmo.
2 - Experiências: o segundo componente da tríade cognitiva consiste na
tendência da pessoa deprimida interpretar suas experiências atuais de forma
negativa.
3 - Futuro: o segundo componente da tríade cognitiva consiste em uma visão
negativa do futuro.

Família:
O comportamento de uma pessoa influencia outras pessoas cujas ações,
por sua vez, influenciam o indivíduo. Uma pessoa em depressão pode retrair-
se de outras pessoas significativas. Como consequência, os outros podem
responder com rejeições ou críticas que ativam ou agravam a autorrejeição e a
autocrítica do deprimido.
O tratamento do paciente deprimido é com frequência muito facilitado
com o engajamento de um familiar ou amigo próximo que seria como um
representante da realidade, para ajudar o paciente a testar a validade do seu
pensamento negativista.

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32
Psicoeducação sobre Fobia

O medo serve para nos proteger do perigo e pode adquirir um carater


desadaptativo e quantitativamente desproporcional, dando origem a uma
patologia – a Fobia.
A fobia é um medo persistente e excessivo de um objeto ou situação que
não representam um perigo de fato.
Tais medos resultam em um intenso desejo de evitar situações fóbicas,
embora os pacientes,frequentemente, reconheçam que isso não é racional.
Diferente dos outros medos, as fobias são incapacitantes e não adaptativas,
pois interferem nas atividades regulares.
A Fobia é, de uma forma geral, com ínicio predominantemente precoce,
ocorrendo por volta dos 5 anos.
Em uma considerável parte das pessoas, há remissão espontânea dos
sintomas ainda na infância.
Pode ocorrer das fobias persistirem na fase adulta. É mais frequente em
mulheres (proporção 2:1).

Tipos de Fobia:

Fobias simples: restringem-se a um único objeto ou situação.


Geralmente só apresentam o sintoma se vivenciarem ou anteciparem a
situação fóbica.
Fobias sociais: giram em torno de eventos inobserváveis, como uma
avaliação negativa, críticas ou rejeição pelas outras pessoas. Podem focalizar
determinados aspectos das interações sociais como falar, comer ou escrever
em público. Os pensamentos perturbadores, em geral associados ao medo de
se expor ao olhar ou à avaliação negativa dos outros, são os mais presentes.

33
Agorafobia: a ansiedade é determinada pelo afastamento daquilo que
oferece segurança ou pela proximidade do estímulo fóbico. Exemplo: medo de
frequentar lugares com muito movimento ou com espaços fechados e de estar
longe de casa. Alguns têm ataque de pânico. Alguns ficam menos ansiosos se
estiverem acompanhados.

Embora a causa exata das fobias não seja conhecida, elas geralmente são
vistas como medos aprendidos, adquiridos por meio do condicionamento
direto, do condicionamento indireto (ao observar o medo dos outros) ou da
transmissão de informações.

Sintomas:

Fisiológicos: batimentos cardíacos rápidos, sudorese, tremores,


respiração acelerada, tensão muscular e/ou enfraquecimento, náusea, falta de
ar, etc.
Comportamentais: fuga ou imobilidade.
Afetivos: emoções como vergonha, constrangimento, raiva, medo,
frustração, pavor.
Cognitivos: distorções cognitivas diversas.

Essas reações geram a ansiedade antecipatória e a evitação, o que gera


um círculo vicioso, impedindo que os sintomas desapareçam.

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34
Psicoeducação sobre Ansiedade e Medo

MEDO
É uma resposta a uma experiência circunscrita de ameaça. Está associado
a um objeto ameaçador externo identificável.

ANSIEDADE
É considerada uma resposta menos diferenciada a um estímulo difuso. É
um sentimento vago e desagradável de apreensão, caracterizado por tensão
e/ou desconforto, derivados de antecipação de perigo externo ou interno.

As manifestações de medo e ansiedade, entretanto, são semelhantes e


incluem tensão, hiperatividade autonômica, apreensão, vigilância e alerta.
A ansiedade é inerente à vida e as pessoas a vivenciam, em menor ou
maior grau, em diferentes
momentos.
Na ansiedade normal, a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e
relacionada ao estímulo.
Passa a ser reconhecida como patológica quando é desproporcional à
situação desencadeante e quando interfere na qualidade de vida, no conforto
emocional e no desempenho diário do indivíduo.
As distorções cognitivas mais comuns em situações de ansiedade incluem
superestimação do perigo, subestimação da capacidade de enfrentamento e da
ajuda disponível e preocupações e pensamentos catastróficos.

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35
Psicoeducação do Pânico

O ataque de pânico é caracterizado por um período discreto de medo e


desconforto intensos,quando quatro ou mais sintomas desenvolvem-se
abruptamente e alcançam um pico dentro de
dez minutos.

Sintomas:

Palpitações - Sudorese - Tremores - Naúsea - Sensação de respiraçào curta


e acelerada - Dor no peito ou desconforto - Sensação de tonteira,
instabilidade, desmaio -Medo de perder o controle ou ficar louco - Medo de
morrer - Parestesia - Resfriamento ou rubores

Considera-se Transtorno de Pânico quando:

1 – Há recorrentes ataques de pânicos.


2 – Ao menos um dos ataques é seguido de outro dentro de um mês, com
uma das características:
- Preocupação persistente sobre ter outro ataque.
- Preocupação com as consequências de um ataque : medo de perder o
controle, ter um ataque do coração, ficar louco.
- Mudança significativa no comportamento relacionado aos ataques.
Além disso, desenvolve-se a agorafobia, que é o medo de frequentar lugares
com muito movimento ou com espaços fechados e de estar longe de casa.

Esse transtorno pode ser comorbidade de doenças como Transtorno de


Ansiedade Generalizada (TAG), Depressão ou Transtorno Bipolar. Para
configurar-se Transtorno de Pânico, a pessoa tem que ter mais de quatro
ataques durante o mês.

36
Dentro do Neurônio, há a
p r o d u ç ã o d e
neurotransmissores que são
muito importantes para o bem-
estar. É lá, na fenda sináptica,
q u e s e l i b e r a u m
neurotransmissor do bem,
chamado serotonina, além da
noradrenalina, entre outros. A
serotonina faz a pessoa pensar positivo, ficar relaxado e alegre.
Porém a pessoa que tem tendência a depressão ou doenças correlatas
tem deficiência de fabricação de serotonina.
Assim, o neurônio vizinho, que fabrica a noradrenalina é acionada para
substituir o companheiro.
Com isto o neurotransmissor secretado não é a serotonina e sim a
noradrenalina.
A serotonina faz você pensar positivo, ficar relaxado e alegre.
A noradrelanina avisa o cerebro de que estamos em processo de luta ou
fuga.
Durante um ataque de pânico, os neurônios produtores de noradrenalina
no cérebro disparam de maneira muito intensa e os neurônios do cortex frontal
(onde ocorre a “consciência”) interpretam esse sinal como de perigo.
Estas emoções geram a ansiedade antecipatória e a evitação, o que gera
um ciclo vicioso, impedindo que os sintomas desapareçam.

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37
Traçando a meta

Antes do paciente ir embora, pergunte a ele o que deseja e espera


alcançar com a terapia. Registre a meta dele. Ela servirá para manter você
focado no objetivo dele.
Lembre-se de que a TCC é uma abordagem focada e breve.
Pode ser que outras demandas surjam no decorrer do tratamento e você
precise trabalhá-las, mas é importante não esquecer o objetivo principal que
trouxe seu paciente.

38
Segundo
aTENDIMENTO
CAPÍTULO 3
Segundo Atendimento

Aprendendo a Técnica ABC


No primeiro atendimento, você entregou a Técnica ABC e a folha das
Distorções Cognitivas. Será por esse material que você direcionará o
atendimento.
Comece perguntando sobre a semana e se conseguiu registrar o que lhe
aconteceu na folha da Técnica ABC.
Leia com ele. Pode ser que ele apresente dificuldade no reconhecimento e
no registro do pensamento.
É comum o paciente chegar ao atendimento com apenas o evento,
sentimento e comportamento preenchidos. Normalmente, eles têm dificuldade
na identificação dos pensamentos. Você poderá auxiliá-lo fazendo com que lhe
conte detalhadamente sobre o evento.

Mas para isso você deve ter um domínio completo da Técnica. Uma boa
forma de você aprender é fazer o registro próprio. Observe suas reações,
identifique o evento, pensamento e sentimentos vivenciado por você.

Ajude o paciente a reconhecer o que estava acontecendo com ele. Se for


necessário refaça com ele os passos de seu dia para que, juntos, possam
compreender o que pode ter causado nele os sentimentos registrados na
tarefa.
Após o reconhecimento do evento, chegou o momento de identificar o
que ele pensou quando o fato ocorreu. É comum que ele diga como ele se
sentiu.
“Fiquei com raiva”. “Fiquei preocupado”.

Faça-o compreender que o que ele trouxe são sentimentos. Esses


sentimentos aconteceram por conta de algo que ele pensou. Ajude-o a
identificar qual pensamento ele teve a respeito do fato que possa ter
acarretado tal sentimento.

Com isso, o paciente vai começar a perceber como se faz o registro da


Técnica ABC. Reconhecerá o evento, identificará o pensamento, perceberá
seu sentimento e chegará até a reação final.

Siga esses passos com todos os registros trazidos pelo paciente.

40
Contestando os pensamentos
O paciente já aprendeu a preencher a atividade da Técnica ABC, com isso
o Modelo Cognitivo ficou claro para ele. Chegou o momento de ensiná-lo a
contestar seus pensamentos.
Reforce com ele que estará utilizando o Modelo Cognitivo pelo resto de
sua vida para auxiliá-lo a compreender suas reações.
Como falamos no tópico das Distorções Cognitivas, devemos considerar
os pensamentos como hipóteses mais do que como fatos.
Para auxiliar nessa tarefa, você pode utilizar o arquivo da Reestruturação
Cognitiva.

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a Reestruturação
Cognitiva

41
A TCC visa corrigir tais distorções cognitivas, mas é preciso:

1º Treinar a identificação dos pensamentos automáticos e/ou imagens


2º Testar a validade dos pensamentos pressupostos no passado e presente
3º Identificar os erros cognitivos e as imagens provocadoras de ansiedade
4º Desenvolver formas para resolução de problemas

PENSAMENTOS VALIDADE (%) ERRO COGNITIVO RESOLUÇÃO

42
Transcreva com seu paciente os pensamentos identificados na tabela da
Reestruturação Cognitiva para auxiliar na execução da tarefa.
Feito isso, você vai orientá-lo a “olhar” para esse pensamento e testar a
validade dele. Questione sobre o que o faz acreditar que aquilo que está
pensando esteja correto, ou seja, quais as evidências ele tem de que seu
pensamento é mesmo verdade.
Busque com ele um olhar para a realidade, para o momento presente,
desfocando de seus temores, anseios e percepções internas. As experiências
anteriores serão úteis nessa validação ou contestação dos pensamentos.
Você pode perguntar a ele se, em algum outro momento da sua vida,
aconteceu de ele ter um pensamento similar a esse e depois perceber que de
fato aquilo ocorreu. Pode perguntar também se já teve pensamentos similares
e que na verdade nada aconteceu.
Continue o questionamento sobre qual a probabilidade de seu
pensamento estar de acordo com a realidade. Após esses questionamentos,
ajude seu paciente a identificar as Distorções Cognitivas presentes. Durante
todo esse processo, vá registrando as respostas na tabela.
Com esse exercício, você ajudará seu paciente nesse processo de
validação ou contestação dos pensamentos e na identificação das Distorções
Cognitivas. Com isso, ele estará pronto para ter uma resposta
(comportamento) diferente do que tem apresentado.

Finalizando o segundo atendimento


Esses são os passos iniciais na terapia utilizando a TCC como abordagem.
O paciente será capaz de identificar o pensamento bem como qual sentimento
surge a partir desse pensamento. Ao validar ou contestar o pensamento, estará
apto a perceber se há uma distorção do pensamento e a vivenciar a situação de
uma maneira mais assertiva.
O Modelo Cognitivo estará presente em todos os demais atendimentos, e
você deve estimular seu paciente a estar com ele em mente em todas as
situações que vivenciará.
Inicialmente sugerimos que o paciente registre no papel, por meio da
Técnica ABC e da Reestruturação Cognitiva, para facilitar a condução da
terapia. Posteriormente, com o decorrer do tratamento, ele poderá apenas
observar e trazer o relato para o atendimento, pois estará melhor preparado
para a resolução dos conflitos.

43
TEORIZANDO A TCC
CAPÍTULO 4
Teorizando a TCC

Tríade Cognitiva e Distorções Cognitivas


O modelo cognitivo pressupõe dois elementos básicos: a tríade cognitiva e
as distorções cognitivas.
A Tríade Cognitiva são padrões de pensamentos que nos induzem a
termos uma visão muito particular sobre nós mesmos, das nossas experiências
e do nosso futuro.
O primeiro componente da Tríade é a visão de nós mesmos, visto que
nosso espelho pode estar distorcido da realidade. E, diante dessa visão
distorcida, a pessoa pode se perceber inferior, não merecedora, incapaz, entre
outros. Assim, a visão de si própria será sempre negativa. A pessoa então tende
a se ver como inadequada ou inapta. Logo, surgem pensamentos como "Sou
uma pessoa chata.", "Sou desinteressante. ", "Sou muito triste para gostarem
de mim. "
O segundo componente da tríade consiste na tendência da pessoa
interpretar suas experiências atuais de forma negativa, incluindo relações
pessoais, de trabalho e atividades em geral. Assim, urgem pensamentos como:
“As pessoas não gostam de mim”. “Ninguém me valoriza”. Meu cônjuge não me
respeita”. “Meu trabalho não é reconhecido”.
E o terceiro componente é a visão do futuro completamente negativista e
catastrófica. Isso aparece vinculado a um grau elevado de desesperança. Desse
modo, os pensamentos mais típicos e expressões verbais sobre a visão
negativa do futuro são: "As coisas nunca vão melhorar ", "Nunca vou servir para
nada " ou "Nunca serei feliz ".
Fica bem evidente que a pessoa pode elaborar sua experiência de maneira
negativa e antecipar resultados desfavoráveis para suas vivências. Só que essa
forma de interpretar os eventos e as expectativas funcionam como uma espécie
de propulsor da Ansiedade, porque intensificam suas preocupações com o
futuro, de forma inadequada. Tudo isso é causado por pensamentos distorcidos
da realidade.

Lembra que já falamos que nem tudo o que pensamos é verdadeiro?

Essa visão distorcida da realidade recebe o nome de Distorção Cognitiva.


As pessoas com ansiedade tendem a estruturar suas experiências de
forma absoluta e inflexível. O que resulta em erros de interpretação dos
eventos, principalmente no que se refere ao desempenho pessoal e ao
julgamento das situações externas.

45
As distorções decorrem de regras e pressupostos, que são padrões
estáveis adquiridos ao longo da vida. Mais adiante, ainda neste capítulo,
falaremos sobre Sistema de Crenças e retornaremos esse assunto para que
você entenda como esses pensamentos distorcidos surgem.

Sistema de Crenças
O Sistema de Crenças é a forma como você percebe o mundo, percebe sua
vida. Você se lembra do Modelo Cognitivo que explica que nossos pensamentos
influenciam no que sentimos e como reagimos?
Pois bem, trata-se de Pensamentos Automáticos que surgem
espontaneamente diante de um evento. Muitas vezes esse processo nem
mesmo é percebido por nós.
A questão é que esses Pensamentos Automáticos, apesar de parecerem
surgir do nada, estão relacionados às nossas Crenças Centrais.

Monitorando suas suposições, regras e padrões.


Escreva no quadro abaixo os pensamentos que você tem de você mesmo,
do mundo e do futuro.
Na coluna crenças pontue o quanto você acredita que tudo isso é verdade.

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Minhas típicas suposições, regras e padrões. % Crenças

Releia as suas respostas e tente identificar quais são as distorções


cognitivas presentes em cada uma dessas afirmações. 46
Desde criança, tentamos entender o mundo em que vivemos por meio
das nossas experiências. Tentando entender essa relação que temos conosco,
com as outras pessoas e com o mundo vão surgindo suposições, regras e
padrões.
Assim, criamos as nossas “certezas”. Essas certezas são as nossas
Crenças Centrais, ou seja, o que acreditamos ser possível e o que acreditamos
não ser possível.
O que acreditamos que seja possível nos mobiliza para a realização. Já
aquilo que temos certeza que não será possível pode nos paralisar. E o pior,
podemos ainda nos autossabotar só para confirmar a nossa crença de que não
era mesmo possível. Essas certezas são, então, compreensões duradouras e
verdades absolutas.
As Crenças podem ser positivas e negativas e agem como uma lente que
afeta nossa percepção. Observamos uma situação sobre a nossa ótica, e nosso
ponto de vista pode estar distorcido da realidade, exagerado ou equivocado.
Na maioria das vezes, uma pessoa deprimida ou ansiosa observa uma situação
com essa “lente de aumento” distorcida.
O processamento das informações dá-se por meio de estruturas,
processos e produtos envolvidos na representação e na transformação do
significado de dados provenientes do ambiente externo e interno.
Assim, tomada mais amplamente, a estrutura cognitiva envolve:

- crenças, compreendidas como as ideias mais centrais da pessoa a


respeito de si própria, das outras pessoas e do mundo;
- esquemas, definidos como estruturas internas relativamente
duradouras, formadas por crenças, traços, ideias e experiências,
determinando como os fenômenos são percebidos e conceituados;
- modos, entendidos como agrupamentos de esquemas inter-
relacionados, organizados para lidar com as demandas particulares com
as quais o organismo defronta-se;
- personalidade, aqui conceituada como organização relativamente
estável de modos e esquemas responsáveis pelas respostas às demandas
normais e às situações estressantes do dia-a-dia.

As crenças centrais podem ser divididas em


três tipos: desamparo, desamor e desvalor.

As principais características da pessoa com a crença de desamparo é a


percepção de ser incompetente e que será sempre um fracasso. São
pensamentos como:

“Eu não consigo fazer.”


“Sou inadequado.”
“Sou ineficiente, incompetente.”
“Sou inferior.”
“Sou perdedor.” 47
Na crença de desamor os pensamentos são a respeito de rejeição, tais
como:

“Sou indesejável.”
“Não sou capaz de ser amado.”
“Sou feio.”
“Sempre serei rejeitado.”

Já na categoria da crença de desvalor, a pessoa acredita ser sem


importância alguma.

“Sou um nada.”
“Sou um lixo.”

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Essas crenças geram ações e resultados, e, por sua vez, os resultados


reforçam as nossas crenças.
Logo, vamos criando Estratégias Compensatórias para lidarmos com as
nossas falhas e sofrimentos. Porém, essas estratégias podem ser
desadaptativas e acarretarem desajustes emocionais, por exemplo, uma
pessoa com a crença de desvalor e que tenha o pensamento “Sou
insignificante” pode se isolar, evitando a aproximação de outras pessoas.
Lembra–se de que falamos que as crenças geram ações e resultados e
que, por sua vez, os resultados reforçam as nossas crenças?
Ao se isolar, por pensar não ser importante para ninguém, o resultado é
manter as pessoas afastadas, e, assim, a sua percepção se torna distorcida e
equivocada. Com medo da rejeição, o indivíduo se isola. Se isolando sente-se
rejeitado.
As crenças podem ainda ser classificadas em dois tipos: intermediárias e
nucleares ou centrais (Judith Beck, 1995).
Crenças intermediárias são aquelas constituídas por regras, atitudes e
suposições. As crenças nucleares são ideias de cunho absoluto, rígido e
generalizado que o paciente nutre sobre si próprio e o mundo.
Enquanto os pensamentos automáticos correspondem a expressões
verbais ou imagens que passam pela mente do paciente em resposta à situação
vivenciada, sendo, portanto, mais superficiais, as crenças são ideias ou
entendimentos mais arraigados, nem sempre articulados, que os pacientes
desenvolvem sobre si mesmos, os outros e o mundo.
Em geral, no processo terapêutico, os pensamentos automáticos são os
primeiros a serem trabalhados para, então, chegar-se às crenças
intermediárias ou nucleares.

48
Questionamento Socrático
O questionamento socrático é uma das técnicas mais utilizadas para
auxiliar o paciente a realizar descobertas sobre a estrutura do seu
pensamento, para flexibilizá-lo e mudar crenças rígidas sobre si mesmo, os
outros e o ambiente. Por intermédio de questionamentos, você terá a
possibilidade de fazer com que o paciente descubra que seus pensamentos
estão incorretos, rígidos ou não estão o ajudando. Isso é feito buscando
explorar os conceitos por meio dos quais a situação é interpretada bem como
as evidências que apoiam e desconfirmam os conteúdos dos pensamentos.
Por meio de simples questionamentos, perguntas com respostas abertas,
como era o método do filósofo Sócrates, você terá a possibilidade de
flexibilização dos pensamentos e das crenças do seu paciente. Com esse
método, o paciente irá analisar a situação, buscando uma perspectiva de
expectador, fazendo-se, de certa forma, ignorante sobre o assunto e
investigando seu próprio pensamento, como um cientista que testa e refuta
hipóteses, que pensa sobre o pensar.
Nessa técnica, o pensamento é considerado uma hipótese a ser testada.
No processo de explicação e de investigação, o paciente acabará transmitindo
pontos de vista específicos, crenças, distorções cognitivas e pensamentos
automáticos disfuncionais, podendo identificá-los e avaliá-los de maneira mais
pragmática.

Elementos básicos:

1- Questionamento sistemático;
2 - Raciocínio Indutivo;
3 - Definições universais.

1 - Questionamento sistemátio

O conteúdo das perguntas servirão aos estágios de definição do


problema, tomada de decisões e execução das decisões.

Perguntas de:

Memória: Quando isso aconteceu pela primeira vez?


Buscar informações e dados de experiência do passado.

Tradução: O que isso significa para você? Como você entende…?


Escutar a versão do paciente sobre os fatos.

Interpretação: Esta situação se parece de alguma maneira com o que


aconteceu no seu trabalho?
Ajudar a transpor uma informação para outra.
49
Aplicação: Como você pensa que poderia resolver esta questão?
Dirigir para a solução após trabalhar o pensamento e as distorções.

Análise: Que evidências você tem? Qual você pensa ser a causa de…?
Compreender as partes da questão. Trabalhar os pensamentos
automáticos e crenças intermediárias.

Síntese: O que significa para você essa vivência?


Fazer uma síntese de tudo o que analisarem.

Evolução: O que você espera?


Ajudar a planejar as possíveis alternativas de solução.

2 - Raciocínio Indutivo

O raciocínio indutivo ajuda o paciente a gerar definições universais e a


fazer inferências gerais de experiências com eventos específicos. Enfim,
aproveitar as experiências trazidas pelo paciente para ampliar a percepção e
gerar conclusões amplas e lógicas.

2.1 – Generalizações

O processo de generalização envolve três passos:

Avaliação crítica da generalização do paciente, questionando se essa


generalização é adequada ou disfuncional e se traz sofrimento.
Identificação de modelo para revisar a generalização, buscando
comparações possíveis para verificar se é adequada ou não.
Validação para testar a generalização.

2.2- Comparação analógica

Fazer analogias entre situações parecidas para buscar compreender se


tem o mesmo comportamento diante de outras vivências.

• Permite aumentar a flexibilidade cognitiva.

Subtipos:

a) intradomínio: examinar problemas parecidos do passado ou problemas


parecidos em situações diferentes.
Exemplo: Em que outro momento o paciente vivenciou esta mesma
situação e como resolveu.
b) interdomínio: examinar semelhanças abstratas em eventos claramente
diferentes.
Exemplo: Comparar processo terapêutico com a construção de uma casa
em que se coloca tijolo por tijolo. 50
3 - Definições universais

O processo de formulação de definições universais na terapia pode ajudar


os pacientes a avaliarem a eficácia dos termos que utilizam e as generalizações
que fazem.

3.1- Conteúdo: rótulos de comportamento, ou seja, o que significa para o


paciente.

Padrões de avaliação: critérios usados para classificar o próprio


desempenho: sucesso, casamento feliz, catástrofe, entre outros
Qualidades abstratas: conceitos como coragem, amor, amizade, beleza.

O processo de usar as definições universais na psicoterapia envolve o


auxílio ao paciente na identificação de suas definições, na avaliação das
limitações de sua definição inicial e na criação de uma nova definição.

3.2 - Funções das definições universais:

• Remover ambiguidades da linguagem.


• Identificar causas potenciais.
• Formular novos conceitos.
• Ampliar as perspectivas.
• Limitar excesso de generalizações imprecisas.
• Guiar mudança de comportamento.

Em resumo, o Método Socrático enfatiza o processo de aprendizagem,


permitindo o desenvolvimento de habilidades que funcionam em problemas
diferentes. É um processo complexo e abstrato que requer que o paciente seja
honesto. Nessa técnica, diferentes tipos de perguntas podem ser utilizadas nos
questionamentos, de acordo com o tipo de necessidade. Por exemplo, o
paciente pode dizer: “Sinto que não sou uma boa pessoa, pois tenho esses
pensamentos ruins”.
Por meio da técnica do questionamento socrático ele é convidado a refletir
sobre o que disse, sem julgamentos, apenas se questionando sobre as diversas
crenças que integram esse pensamento.
Você pode auxiliá-lo com perguntas como:

• O que é ser uma boa pessoa?


• Dessas características enumeradas por você, quais você possui?
• Quem você considera uma boa pessoa e porquê?
• Você acha que uma boa pessoa tem controle de TODOS os seus
pensamentos?
• Boas pessoas só pensam coisas boas a respeito de si, do mundo e das
pessoas?
• O que você acha que faz uma pessoa ter pensamentos ruins?
51
• O fato de uma pessoa pensar algo ruim, ainda que não realize esse ato
faz dela uma pessoa ruim?
• São as atitudes ou os pensamentos das pessoas que demonstram que
ela é uma boa pessoa?
• As habilidades que alguém necessita ter para ser uma boa pessoa já
nascem com ela ou podem ser aprendidas?
• Como você pode ter certeza disso?
• Há alguma outra explicação?
• Quando você fala isto, o que parece estar por trás desta afirmação?
• O que levou você a dizer isso

Muitas vezes, por meio do Questionamento Socrático, o paciente


perceberá que precisa compreender melhor a situação para formar crenças
mais ajustadas, mais adaptativas. Entenderá que as crenças que possui, que
foram formadas anteriormente, muitas vezes a partir de conceitos pré-
estabelecidos, sem conhecimento suficiente sobre o assunto ou com
julgamentos que não colaboram para uma pensamento funcional, são
responsáveis pelos sintomas.
Incentive o paciente a criar um diário de pensamentos no qual ele registra
o que pensou e relaciona questionamentos a respeito do seu pensamento que o
possibilite investigar e analisar suas crenças sobre esse assunto ou situação
percebendo se há necessidade de adaptação desse modo de pensar.

52
pATOLOGIAS ESPECÍFICAS
CAPÍTULO 5
Patologias Especícas

Transtorno Obsessivo Compulsivo


O que é Toc?
O TOC é um transtorno mental incluído no Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Psiquiátrica
Americana.
No TOC, estão presentes alterações no pensamento (obsessões), no
comportamento (compulsões ou rituais e evitações) e emocionais (medo e
ansiedade).
Existe uma crença popular de que o TOC esteja relacionado
exclusivamente à lavagem de mãos ou organização de objetos. É comum
ouvirmos pessoas dizendo “Tenho TOC” por gostar de organização e limpeza.
Nesses casos, a pessoa gosta desse seu jeito e até se beneficia disso. No TOC,
os sintomas tomam muito tempo tornando as atividades mais lentas ou causam
sofrimento significativo e prejuízo no seu funcionamento social ou profissional.
É um transtorno complexo e debilitante. De forma alguma a pessoa que
sofre do TOC acha útil ou agradável os sintomas e tendem a ter elevados níveis
de desconforto por sentirem ansiedade, medo e culpa. O TOC pode aparecer
relacionado a coisas que você valoriza, suas crenças e valores, por isso os
temores são tão diversificados e singulares.
Uma pessoa pode apresentar medo de contaminação, outra pode
apresentar pensamentos de blasfêmia contra Deus, por exemplo. O
pensamento intrusivo vai desestabilizar você naquilo que você mais teme e,
mesmo você sabendo que suas obsessões e comportamentos são sem sentido
e descabidos, não consegue interrompê-los.

Obsessões – O que são?


Sabe aqueles pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes, intrusivos,
indesejáveis e persistentes?
Eles são as obsessões.
Não se trata apenas de preocupação excessiva sobre alguma situação real
e tendem a ser o oposto aos tipos de pensamentos que você quer ter. Mesmo
que você não queira ter esses pensamentos, impulsos e imagens ou até mesmo
os considere absurdos e ilógicos, por mais que você se esforce, não consegue
ignorá-los.
As obsessões tendem a ser desagradáveis e perturbadores, causando
ansiedade, medo, desconforto, nojo ou desprazer. Obsessões mais comuns:

54
Obsessões mais comuns:

1. Medo de contaminação e preocupação com


germes e sujeiras.
A pessoa com TOC tem medo de contrair uma doença
ou se sujar ao tocar em objetos como maçanetas,
interruptores, botões de elevador. Também
apresenta um medo de levar doenças ao entrar em
casa com sapatos ou com a roupa usada na rua.

2. Dúvidas sobre a possibilidade de falhas e


necessidade de ter certeza.
Surgem incertezas se trancou a porta direto, se
fechou o gás, desligou o ferro, etc. Surgem também
dúvidas se escreveu ou falou algo inconveniente.
Situações que levam à necessidade de verificações
repetidas.

3. Pensamentos, impulsos ou imagens


indesejáveis e perturbadores de conteúdo
violento, sexual ou blasfemo.
Tem a mente invadida por imagens violentas sendo
cometidas por ele próprio, inclusive contra pessoas
queridas. Surgem também imagens sexuais
indesejáveis, impróprias e inaceitáveis com crianças,
animais, pessoas do mesmo sexo, familiares ou até
mesmo com figuras religiosas.

4. Pensamentos supersticiosos
Acredita que algo de ruim possa acontecer caso
realize uma determinada ação certo número de vezes
(3,5 ,7…) ou por ter no pensamento uma palavra
ruim, visto uma cor indesejada, etc. Necessidade de
repetir um determinado comportamento como
garantia de que nada de ruim irá acontecer.

5. Preocupação em manter os objetos


alinhados, ordenados, simétricos ou no “lugar
certo”.
Desconforto exagerado com objetos desalinhados ou
por não estarem no lugar certo, tendo a percepção de
que algo ruim pode acontecer.
55
6 . Preocupação em armazenar, poupar ou
guardar objetos sem utilidade e dificuldade em
descartá-los.
Acumular papéis, revistas, jornais, objetos estragados
ou inúteis. Obs.: Quando esse é o principal sintoma ou
é muito marcante, podemos estar diante de um
diagnóstico diferencial de Transtorno de acumulação.

Uma das principais consequências das obsessões são os


medos!

São eles que levam o portador do TOC a fazer algo para afastá-los ou
neutralizá-los. Geralmente por meio das compulsões.

Compulsões – O que são?


São comportamentos ou atos mentais voluntários e repetitivos.
A pessoa portadora do TOC as executam em resposta a obsessões e,
além disso, as compulsões aliviam momentaneamente a ansiedade que as
acompanha. Com isso, acaba por executá-las toda vez que sua mente é
invadida por uma obsessão.
As compulsões surgem para aliviar a aflição provocada pelas obsessões.
E, como de fato causa o alívio dessa aflição, a pessoa tende a repeti-las todas
as vezes que sua mente é invadida por uma obsessão. Com isso, em vez de
enfrentar seus medos, acaba alimentando-os.

As compulsões mais comuns são:

Lavagem ou limpeza;
Verificações ou controle;
Repetições ou confirmações;
Contagens;
Ordem, arranjo, simetria, sequência ou alinhamento;
Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases e números;
Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar.

Percebeu que as compulsões não são apenas a nível de comportamentos


motores?
Existem também as compulsões mentais. São aquelas realizadas
mentalmente e, por isso, não são percebidas pelas demais pessoas. Tanto a
compulsão motora quanto a mental têm a finalidade de reduzir a aflição
associada a um pensamento.
56
Os medos levam o portador do TOC a fazer algo para afastá-los ou
neutralizá-los.

Com isso, o portador do TOC repete certas palavras ou frases, reza,


relembra cenas ou imagens, conta ou repete números, faz listas, marca datas,
tenta afastar pensamentos ou palavras indesejáveis, substituindo-os por
pensamentos ou palavras de sentido contrário.
Existem alguns comportamentos associados à compulsão mental, são
eles:

> Evitação;
> Lentificação;
> Adoção de comportamentos protetores;
> Indecisão.

Esses comportamentos associados e a compulsão mental trazem


inúmeros prejuízos à vida da pessoa portadora do TOC.

Temos um e-book com técnicas muito utilizadas no tratamento do TOC.


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57
Ansiedade, pânico e fobia
O que é Ansiedade?
A ansiedade é NADA.
Nada aconteceu, mas no seu cérebro já está tudo desmoronando.
Para o tratamento é importante um diagnóstico correto e um bom
entendimento sobre a ansiedade.
Existem a ansiedade esperada e a patológica.
A ansiedade esperada é uma reação a algum fato que pode ser
considerado um sinal de alerta e que permite à pessoa permanecer atenta.
Tem como base uma ameaça ou perigo iminente, decorrente da realidade
externa.
Já a ansiedade patológica se diferencia pela intensidade, pelo caráter
repetitivo e desproporcional ao ambiente e à vivência. Apresenta-se como um
sentimento desagradável de apreensão negativa, principalmente em relação ao
futuro. Assim, essa ansiedade patológica é a encontrada nos transtornos
ansiosos.
A Terapia Cognitivo Comportamental tem se mostrado, por meio de
pesquisas, bastante eficaz. Cognitivo se refere ao pensamento. E um dos
fatores que perturbam a nossa vida é exatamente a distorção de nossos
pensamentos. Logo, diante de um evento qualquer, nós criamos um
pensamento sobre ele. E dependendo do que a gente pensa, isso nos traz um
sentimento.
É exatamente o que pensamos e o que sentimos que irá determinar o
nosso comportamento. Nos transtornos, a maioria dos pensamentos são
distorcidos. E como sempre ressaltamos aos nossos pacientes, não é porque
pensamos algo que seja necessariamente verdade.
No capítulo 2, A influência do Pensamento, abordaremos detalhadamente
o Modelo Cognitivo, a Distorção dos Pensamentos e como entender melhor suas
distorções e crenças.
O paciente com transtorno de ansiedade pode se beneficiar da combinação
da terapia e do remédio. Porém, quando o paciente faz uso apenas da
medicação, ele não aprende novas habilidades que precisa para enfrentar um
novo episódio dos sintomas de uma maneira assertiva.
Ressaltamos, novamente, que esse e-book não substitui a terapia
acompanhada por um profissional da Psicologia, mas poderá auxiliar muito o
paciente no seu dia a dia.
Os estados de ansiedade estão relacionados a pensamentos e a imagens
que sugerem a percepção de um perigo considerável (físico ou psicológico) nas
situações atuais. Esses estados de ansiedade são geralmente uma resposta a
percepções distorcidas.
A Terapia Cognitivo Comportamental procura tratar os estados de
ansiedade ao ajudar o paciente a identificar seus julgamentos de perigos
imaginários e os comportamentos que os podem estar acarretando.

58
Faremos um trabalho de Reestruturação Cognitiva no qual a ansiedade
pode ser reduzida tanto por meio da diminuição da percepção do perigo,
quanto por meio do aumento da confiança na capacidade de lidar com
ameaças.
A ansiedade pode acarretar vários transtornos.
Abordaremos, nesse e-book, a mais comum que é a Ansiedade
Generalizada, e outros Transtornos como Fobia, Pânico e TOC que se
apresentam com a ansiedade bastante acentuada.
Para ser caracterizado Transtorno de Ansiedade, faz-se necessária a
presença da ansiedade e a preocupação excessiva na maioria dos dias por pelo
menos seis meses.
Torna-se difícil controlar a preocupação que está associada a três ou mais
dos seguintes sintomas:

1. Inquietação ou sensação de estar com nervos à flor da pele;


2. Cansaço excessivo;
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente;
4. Irritabilidade;
5. Tensão muscular;
6. Perturbação do sono (dificuldades em iniciar ou manter o sono ou sono
insatisfatório e inquieto).

A ansiedade, a preocupação e os sintomas físicos causam sofrimento


clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional
ou em outras áreas importantes da sua vida.

59
Ansiedade Generalizada
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)
caracteriza o Transtorno de Ansiedade Generalizada como:

“Ansiedade ou preocupação excessiva, ocorrendo na maioria dos dias, por um


período de pelo menos seis meses, acerca de diversos eventos ou atividades. O
indivíduo considera difícil controlar a preocupação. A ansiedade e a preocupação são
acompanhadas de pelo menos três sintomas adicionais, que inclui inquietação,
cansaço excessivo, dificuldade em concentrar-se, irritabilidade, tensão muscular e
perturbação do sono.”

É muito comum que as pessoas com transtorno de ansiedade


generalizada não sejam capazes de identificar suas preocupações como
excessivas. Relatam um grande sofrimento por estarem constantemente
preocupados e por terem dificuldade em controlar a preocupação. Chegam a
experimentar um prejuízo social ou profissional.
O que se percebe claramente é que a intensidade, duração ou frequência
da ansiedade ou preocupação são desproporcionais à realidade ou ao impacto
do fato temido. Torna-se difícil evitar que as preocupações interfiram na
atenção das tarefas que precisam ser realizadas e fica difícil parar de se
preocupar. As preocupações giram em torno de vivências cotidianas e
rotineiras, tais como possíveis responsabilidades no emprego, na escola, nas
finanças, na saúde, etc.
Destacam-se, também, algumas questões menores, tais como tarefas
domésticas, consertos no automóvel ou atrasos a compromissos e situações
envolvendo filhos ou cônjuge.
O quadro clínico pode ser associado a tremores, abalos e dores
musculares, nervosismo ou irritabilidade, associados à tensão muscular.
Podem ocorrer sintomas tais como mãos frias, boca seca, sudorese, náuseas,
diarreia, frequência urinária, dores de cabeça. Sintomas depressivos podem
estar associados.
Muitas pessoas com transtorno de ansiedade generalizada afirmam que
sentiram ansiedade e nervosismo durante toda a vida. Com isso, fica claro que
o curso é crônico, mas flutuante e, frequentemente, piora durante períodos de
estresse.
Ainda dentro dos transtornos associados à Ansiedade, podemos relatar o
Pânico e a Fobia. Esses dois transtornos têm em comum, além da ansiedade, o
medo. É esperado sentirmos medo. A questão está quando esse medo é
desproporcional e acarreta o Pânico ou Fobia.

60
Pânico ou Fobia
A diferença entre eles é que a Fobia é um medo exagerado irracional que
antecede alguma situação ou contato com objetos. Diante desse estímulo
aversivo, a pessoa tende a se esquivar do objeto ou situação fóbica.
Pode ser fobia de cachorro, elevador, lugares fechados ou, ainda, de
ambientes sociais, sendo nesse caso a Fobia Social. Quando a pessoa evita tais
situações ou objetos, ela está evitando, na verdade, o confronto com a
ansiedade gerada por eles. Isso porque, quando ela é exposta às situações
citadas ou aos objetos, automaticamente vem a resposta de ansiedade. E essa
resposta pode vir por meio de pensamentos catastróficos ou até mesmo
reações físicas como a sudorese, mal-estar, tontura, taquicardia.
Como essas sensações são desagradáveis de sentir, a pessoa tende a
fugir dessa exposição. E é exatamente a fuga a essa exposição que traz uma
restrição muito grande para a vida da pessoa.
Muitas pessoas confundem a Ansiedade Generalizada, a Fobia e o Pânico.
Vimos que na Ansiedade Generalizada não tem um objeto específico.
Assim, também, é no Pânico, não tem um objeto específico e a ansiedade
está ligada a um medo de morrer ou enlouquecer. Geralmente a pessoa tem a
ideia de que o medo surgiu do nada.
Mas a Terapia Cognitivo Comportamental vem, por meio do Modelo
Cognitivo, que falaremos mais adiante, mostrar que esse medo surge por meio
do que pensamos sobre algo que nos aconteceu.

61
Fobia Social

O Transtorno de Ansiedade Social é mais conhecido como Fobia


Social. É um transtorno ansioso caracterizado por manifestações de alarme,
tensão nervosa, medo e desconforto desencadeado pela exposição à avaliação
social. Ocorre quando a pessoa precisa interagir com outras pessoas, realizar
tarefas sob observação ou participar de atividades sociais.
Tudo isso ocorre até o ponto de interferir na maneira de viver de quem
sofre de Fobia Social. É uma ansiedade intensa e persistente relacionada a uma
situação social. Pode aparecer, então, ligada a situações de desempenho em
público ou em situações de interação social.
Atos simples como cumprimentar alguém, conversar ao telefone e outros,
um pouco mais complexos, como apresentar trabalho escolar ou participar de
reunião, tornam-se um verdadeiro tormento para a pessoa. E ela pode temer,
por exemplo, que os outros percebam seu "nervosismo" pelo seu tremor, suor,
rubor na face, alteração da voz, etc.
A pessoa pode também evitar comer, beber ou escrever em público com
medo de que percebam o tremor em suas mãos. Tudo isso pode levar à
evitação de situações sociais e a um certo sofrimento antecipado.
Tudo isso se transforma em um ciclo, assim quanto mais a pessoa evita,
menos ansiosa fica e menos ela aprende a lidar com a ansiedade da exposição.
O tratamento está na identificação e na contestação dos pensamentos
ansiosos que acarretam esses comportamentos. Nesse sentido, a Psicologia,
por intermédio da Terapia Cognitivo Comportamental, pode ajudar.

O medo é um sentimento acarretado pelo pensamento. E nem tudo o que


pensamos é verdadeiro.

Temos um e-book com técnicas muito utilizadas no tratamento da


Ansiedade. Acesse o site: www.comvocepsicologiashop.com.br

62
Depressão
O modelo cognitivo propõe que experiências iniciais provêm a base para
formar conceitos negativistas sobre si mesmo, o futuro e o mundo externo.
Esses conceitos, também chamados de esquemas, podem estar latentes, mas
podem ser ativados por circunstâncias específicas análogas a experiências
inicialmente responsáveis por introjetar a atitude negativa.

Tríade Cognitiva:
O paciente deprimido tem uma visão negativa de si mesmo, vê a si próprio
como defeituoso, inadequado e acredita que, devido a seus defeitos, ele é
indesejável e sem valor.
Também interpreta suas experiências de forma negativa e vê o mundo
como fazendo exigências exorbitantes ou apresentando obstáculos
insuperáveis. Interpreta suas interações com o ambiente como representando
derrota ou privação.
Além disso, tem uma visão negativa do futuro, antecipando que seu
sofrimento ou suas dificuldades atuais continuarão indefinidamente. Espera
sempre por dificuldades, privações, frustrações e fracasso.

Sintomas afetivos:

• Tristeza gerada por cognições que nem sempre estão aparentes;


• Capacidade limitada para sentir prazer, afeto, alegria e diversão;
• Culpa por seus pensamentos, desejos e ações. Frequentemente,
assume irrealisticamente a responsabilidade por comportamentos de
outras
pessoas;
• Vergonha baseada na crença de que é julgado pelos outros;
• Ansiedade antecipatória de vivências ruins;
• Sentimentos de raiva podem estar encobertos.
• Sintomas motivacionais:
• Paralisia da vontade, desejos de fuga e evitação;
• Falta de motivação para executar, mesmo as tarefas mais simples;
• Percebe-se incapaz e desamparado, buscando ajuda de outros que
considera mais competentes e mais capazes.

Sintomas cognitivos:

• Distorções cognitivas muito presentes: generalização, catastrofização,


pensamento dicotômico, abstração seletiva, inferência arbitrária;
• É indeciso. Por ter previsões muito negativas sobre o futuro, acredita que
precisa ter certeza absoluta das escolhas;
• Dificuldade de concentração e memória por estar focado nas
ruminações;
• Autocrítica acentuada. 63
Sintomas comportamentais:

• Passividade, evitação, inércia, inabilidade social, déficits de


habilidades sociais, distúrbio de apetite e sexual.

Sintomas fisiológicos:

• Distúrbios de sono. Dificuldade em ter um sono de qualidade,


apresentando despertar precoce, insônia ou sono inquieto;
• Hipersonia;
• Apatia e baixa energia;
• Inibição psicomotora por apresentar sentimentos de inferioridade.

Temos um e-book com técnicas muito utilizadas no tratamento da


Depressão. Acesse o site: www.comvocepsicologiashop.com.br

64
Atendimentos
subsequentes
CAPÍTULO 6
Atendimentos subsequentes

Nos atendimentos subsequentes você pode utilizar o seguinte formato:

1- Breve atualização e verificação do humor.


Perguntar ao paciente como ele se sentiu durante a semana.

2 - Ponte com o atendimento anterior.


Verificar a respeito da execução das tarefas propostas no atendimento
anterior:

• O que foi importante para o paciente sobre o que falaram no


atendimento anterior.
• Se houve algo que o incomodou no último atendimento. Algo que ele
esteja relutante em dizer.
• Se aconteceu algo importante que deva ser trazido neste atendimento.
• E se fez e como fez as tarefas de casa.

3 - Estabelecer o roteiro.
Por meio do que será trazido pelo paciente, você deve estabelecer consigo
mesmo um roteiro para o atendimento.

4 - Revisar a tarefa de casa.

5 - Estabelecer novas tarefas de casa.

6 - Resumo final e feedback.

Ao término de cada atendimento fazer uma revisão breve do que foi


trabalhado no atendimento e pedir ao paciente um feedback do que ele
percebeu e como se sentiu durante o atendimento.

Atividades
Apresentaremos agora várias atividades que podem ser utilizadas como
tarefa de casa ou durante os atendimento.

66
Registro de pensamentos disfuncionais – RPD
Para a boa execução dessa técnica, certifique-se de que seu paciente
esteja com bom entendimento sobre o Modelo Cognitivo, a Tríade Cognitiva e o
que são as Distorções Cognitivas. Caso você perceba que ele ainda esteja com
alguma dificuldade de entendimento a respeito desses temas, sugerimos que o
oriente novamente e repita as técnicas apresentadas nos dois primeiros
atendimentos.
Mas, se ele consegue identificar os pensamentos que podem estar gerando
comportamentos disfuncionais, chegou o momento de reforçar o aprendizado
em contestá-los.
Para facilitar apresentamos o Registro Pensamentos Disfuncionais
(Técnica RPD)

Clique aqui e imprima

1) SITUAÇÃO 2) PENSAMENTO (S) 3) SENTIMENTO 4) PENSAMENTO 5) RESULTADO


AUTOMÁTICO (S) (S) (S) ALTERNATIVO
(S)

O que você Escreva o pensamento Especifique em Escreva os Copie o sentimento


estava fazendo? e classifique o quanto uma palavra e pensamentos da coluna 2 e
Onde estava? você acredita nele (0
- avalie a alternativos a classifique-o.
Quando? Com 100). intensidade (0
- este e classifique
quem? 100). o quanto você
acredita nele (0
100).
- 67
Para preenchê-lo o paciente deverá estar atento aos passos aprendidos a
respeito do Modelo Cognitivo.

Como fazer:
Peça a seu paciente para explicar detalhadamente as anotações feitas na
folha da Técnica ABC. Caso ele tenha dificuldade, você pode auxiliá-lo através
de questionamentos. Por exemplo, ele se depara com um comportamento que
não está lhe trazendo bons resultados ou tendo sentimentos desagradáveis de
sentir.
Pergunte a ele:
“O que estava fazendo? Onde estava? Com quem estava?”
Registre a resposta na folha (evento) e estarão prontos para passar para a
coluna 2.
Auxilie-o a se lembrar do que pensou a respeito do fato que lhe aconteceu
e a classificar o quanto acredita nele de 0 a 100.
Feito isso, peça para que especifique, em uma palavra, o sentimento que
esse pensamento acarretou nele e avalie a intensidade de 0 a 1
Registrado, podem passar para a coluna seguinte e avaliar as evidências
que ele tem que comprovam seus pensamentos.
“O que faz pensar que seu pensamento seja verdadeiro?
“Quantas vezes já pensou dessa forma em situações semelhantes a
essa?”
“Alguma vez aconteceu da forma que pensou?”
Registrado no papel, o paciente deve olhar para as suas respostas e se
perguntar se tem mesmo motivo para ter esses pensamentos.
Você pode incentivá-lo a assistir ao vídeo: Distorções Cognitivas

Clique Aqui

Caso a resposta seja negativa, após avaliar as evidências, ele deve


escrever um pensamento alternativo e classificar o quanto acredita neles de 0 a
100.
Seu paciente está pronto para a última etapa.
Copiar os sentimentos da coluna 3 e avaliar novamente a intensidade
diante do pensamento alternativo de 0 a 100.

O que pensamos a respeito de algo pode ser transformador.

68
Técnica STOP
Esta técnica é muito utilizada para ensinar o paciente a quebrar a cadeia
catastrófica que se forma a partir do pensamento automático.
É importante que tenha ficado claro para você a diferença entre o
pensamento automático e o intrusivo, pois o paciente precisará dessa clareza
também.
O pensamento automático é aquele que simplesmente pipoca em nossa
cabeça a todo instante. Não temos controle sobre ele, mas o intrusivo fica
martelando o dia inteiro na sua mente e causando prejuízo. Esse, ao contrário
do automático, podemos sim expulsar da nossa mente.
Acontece assim: diante de um evento, surge um primeiro pensamento a
respeito do ocorrido. Este é o pensamentos automático, porém ele não vem
sozinho. Surge acompanhado de um segundo, um terceiro, um quarto e, de
acordo com o surgimento deles, vai acentuando o grau de ansiedade,
depressão, medo, etc.
Você pode fazer em um papel um esquema para auxiliá-lo no
entendimento.

O primeiro pensamento, o automático, é involuntário. Não temos domínio


sobre o surgimento dele em nossa mente, mas, a partir do segundo
pensamento, temos os voluntários. Estes, ao contrário do primeiro, somos nós
quem os criamos, portanto são voluntários.
Aqui entra a Técnica STOP. Oriente seu paciente a parar tudo o que estiver
pensando. Ele deve interromper essa cadeia de pensamentos. E voltar ao
primeiro pensamento.
Este foi o causador de todo o sintoma.
Então, o paciente deve olhar para este pensamento e identificar que ele é
só um pensamento. Não é realidade. Isso não está de fato acontecendo. É
apenas um medo do que possa vir acontecer, mas não aconteceu.
Deve observar que, no seu presente, tem uma realidade diferente do seu
pensamento. No dia de hoje, nada do que imaginou aconteceu. Foi tudo
historinha que sua mente inventou e nada disso é verdade.
Utilize um esquema para auxiliá-lo no entendimento.

69
S.T.O.P
PENSAMENTO 1

interromper essa cadeia de pensamentos

observar o momento presente


Como todo esse processo geralmente causa uma aceleração na respiração,
passaremos agora para a segunda letra da Técnica. A letra “T”, que em inglês
significa Take a Breath, ou seja, respire.
O paciente deve regularizar sua respiração. Inspirar calmamente,
contando até 5. Expirar também calmamente contando até 5. Deve fazer
algumas vezes e passar para a terceira letra, que é a “O” de observe. Isso
mesmo, observar a realidade. Observar o que vivencia hoje. Qual a sua
realidade no presente, pois amanhã será outro dia.
Deve observar também o ambiente a sua volta, para que saia de dentro da
sua cabeça que está envolta em todos esses pensamentos catastróficos,
levando-o para uma vivência distante do aqui e agora.
É importante essa análise, porque o cérebro não diferencia a imagem
mental da realidade. E, como ele pensou tudo isso, seu cérebro pode acreditar
que toda essa vivência seja real. Assim, ele interrompe o pensamento, respira e
observa a sua realidade. Distraindo-se e focando no aqui e agora. E, finalmente,
a última letra “P” de se parabenizar por ter conseguido reconhecer essa cadeia
catastrófica e a ter interrompido.
Estimule o paciente a fazer isso sempre que estiver vivenciando essa
cadeia catastrófica que sua mente ansiosa cria.
Assista ao vídeo: S T O P Técnica para interromper o Pensamento
Negativo.

Clique aqui

70
Estratégia A.C.A.L.M.E.-.S.E.
A. Aceite a sua ansiedade.

Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em


receber”. Concorde em receber as suas sensações de
ansiedade, mesmo que lhe pareça absurdo no momento,
aceite as sensações em seu corpo, assim como você aceitaria
em sua casa um hóspede inesperado e desconhecido ou uma
dor incômoda. Substitua seu medo, raiva e rejeição por
aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo, você
estará prolongando e intensificando o seu desconforto. Ao
invés disso, flua com ela.

C. Contemple as coisas à sua volta.

N/ão fique olhando para dentro de você, observando tudo e cada


coisa que sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que ele
quiser, sem julgamento: nem bom nem mau.
Olhe à sua volta, observando cada detalhe da situação em que
você está. Descreva-os minuciosamente para você, como um
meio de afastar-se de sua observação interna. Lembre-se: você
não é sua ansiedade.
Quanto mais puder separar-se de sua experiência interna e
ligar-se aos acontecimentos externos, melhor se sentirá. Esteja
com ansiedade, mas não seja ela, seja apenas observador.

A. Aja com sua ansiedade.

Aja como se você não estivesse ansioso (a), isto é, funcione com
suas sensações de ansiedade. Diminua o ritmo, a velocidade
com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo (a)!
Não se desespere, interrompendo tudo para fugir. Se fugir, a sua
ansiedade diminuirá, mas o seu medo aumentará, e, na
próxima vez, a sua ansiedade será pior.
Se você ficar onde está – e continuar fazendo as suas coisas –
tanto a sua ansiedade quanto o seu medo diminuirão.
Continue agindo, bem devagar!

71
L. Libere o ar de seus pulmões, bem devagar!

Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e expirando


longa e suavemente pela boca.
Conte, até três, devagarinho, na inspiração, outra vez até três,
prendendo um pouco a respiração e até seis na expiração.
Faça o ar ir para o seu abdome, estufando-o ao inspirar e
deixando- o contrair-se ao expirar. Não encha os pulmões.
Ao exalar, não sopre, apenas deixe o ar sair lentamente pela
boca.
Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, nesse estilo e
nesse ritmo, e você descobrirá como isso é agradável.

M. Mantenha os passos anteriores.

Repita cada um, passo a passo.


Continue a: (1) aceitar sua ansiedade, (2) contemplar, (3) agir
com ela e (4) respirar calma e suavemente até que ela diminua
e atinja um nível confortável.
E ela irá se distanciar, se você continuar repetindo estes quatro
passos: aceitar, contemplar, agir e respirar.

E. Examine seus pensamentos.

Talvez você esteja antecipando coisas catastróficas, mas sabe


que elas não acontecem. Você já passou por isso muitas vezes
e sabe que nunca aconteceu nada do que pensou que
aconteceria.
Examine o que você está dizendo para si mesmo (a) e reflita
racionalmente para ver se o que pensa é verdade ou não: você
tem provas sobre se o que pensa é verdade? Há outras
maneiras de entender o que está lhe acontecendo?
Lembre-se: você está apenas ansioso (a) – isso pode ser
desagradável, mas não é perigoso.
Você está pensando que está em perigo, mas tem provas reais
e definitivas disso?

72
S. Sorria, você conseguiu!

Você merece todo o seu crédito e todo o seu reconhecimento,


visto que conseguiu sozinho (a) e com seus próprios recursos,
tranquilizar-se e superar esse momento.
Não é uma vitória, pois não havia um inimigo, apenas um
visitante de hábitos estranhos que você passou a compreender e
a aceitar melhor.
Você agora saberá como lidar com visitantes estranhos.

E. Espere o futuro com aceitação.

Livre-se do pensamento mágico de que você terá se livrado


definitivamente, para sempre, de sua ansiedade. Ela é
necessária para você viver e continuar vivo (a).
Em vez de considerar-se livre dela, surpreenda-se pelo jeito
como a conduz, como acabou de fazer agora.
Esperando a ocorrência de ansiedade no futuro, você estará em
uma boa posição para lidar com ela novamente.

Assista ao vídeo: Exercício para ansiedade .


A.C.A.L.M.E -S.E.
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73
Identicando Estados de Humor
Imprima o material para entregar ao seu paciente.

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Descreva uma situação recente na qual você teve um estado de humor


intenso. Em seguida, identifique quais estados de humor você teve durante ou
imediatamente após ter passado por essa situação. Faça isso com cinco
situações diferentes. Meça o estado de humor de 0 a 100.

1 - Situação: _______________________________________________

Estado de humor: ___________________________________________

2 - Situação: _______________________________________________

Estado de humor: ___________________________________________

3 - Situação: _______________________________________________

Estado de humor: ___________________________________________

4 - Situação: _______________________________________________

Estado de humor: ___________________________________________

5- Situação: _______________________________________________

Estado de humor: ___________________________________________

Lista de estado de humor

Deprimido • ansioso • zangado • culpado • apavorado • envergonhado •


triste • constrangido • excitado • irritado • inseguro • orgulhoso • furioso •
em pânico • frustrado • nervoso • aborrecido • alegre • magoado •
desapontado • irado • feliz • assustado • amoroso • humilhado • medo •
angústia • felicidade • raiva • nojo

Outros: ________ ____________ ________ __________ ________

74
Como os pensamentos criam sentimentos
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PENSAMENTO: SENTIMENTO:
Eu penso… Por isso, eu sinto…

75
Examinando as evidências
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Identifique o pensamento a ser avaliado. Você pode considerar verificar o


pensamento negativo testando uma versão positiva do pensamento.
Por exemplo: “Eu sou um fracasso.” x “Eu tenho tido alguns sucessos.”
Liste as evidências a favor e contra a validade do seu pensamento.
Inclua evidências emocionais e irracionais, porque isso o ajudará a
entender como você está pensando sobre essas coisas.
Pese as evidências a favor e as contra a validade de seu pensamento,
dividindo 100 pontos entre as duas. O resultado será 50/50, 60/40, 40/60, etc.

Evidências a favor… Evidências contra…

A favor (%) Contra (%)

Subtrair %contra - % favor

Conclusão

76
Descendente Vertical
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Por que isso deveria me chatear se meu pensamento for verdade?

Evento: ________________________________________________________

Pensamento

Isso me chatearia porque me faria pensar ...

77
Identicando crenças centrais sobre si mesmo
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Escolha um Registro de Pensamentos no qual você percebeu estados de


humor intensos.
Complete a folha de exercícios com base nesse Registro de Pensamentos.
Termine o exercício quando você chegar a uma afirmação absoluta sobre
sua própria pessoa.
Talvez você precise continuar se perguntando “O que isto significa ou diz a
meu respeito?”, mais vezes do que as perguntas presentes na Folha de
Exercícios.

Situação (Registro de Pensamentos)

__________________________________________________

O que isto significa ou diz a meu respeito?

__________________________________________________

__________________________________________________

O que isto significa ou diz a meu respeito?

________________________________________________

________________________________________________

O que isto significa ou diz a meu respeito?

__________________________________________________

__________________________________________________

O que isto significa ou diz a meu respeito?

________________________________________________

________________________________________________

78
Avaliando suposições, regras e padrões
(com exemplos)
Imprima o material para entregar ao seu paciente.

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Exemplos de suposições picas % Crenças

Tenho que ser perfeito em tudo o que eu faço.

Se eu falho em algo, sou um fracasso.

Não consigo suportar fracasso.

Eu tenho que receber aprovaçãode todos que gostam de mim.

Se alguém me despreza, eu me desprezo também.

Eu não suporto quando as pessoas me desprezam.

Tenho que impressionar as pessoas com minha personalidade.

Se eu não for perfeito, as pessoas não vão gostar de mim.

Algumas pessoas são melhores que as outras.

Se eu não estou certo das coisas, elas não vão funcionar.

É importante ter todas as informações para tomar uma decisão.

Eu não devo ficar depressivo, com raiva, ansioso, etc.

Se as pessoas me ofendem, preciso recuar.

Se cometo erro, devo me cri car.

As outras pessoas devem agir do meu jeito.


Outras suposições:

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Avaliando suposições, regras e padrões
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Minhas picas suposições, regras e padrões % Crenças

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Supervisão

Este é um material introdutório que, por intermédio dele, você irá


conseguir dar seus primeiros passos com o atendimento em Terapia Cognitiva
Comportamental.
Apresentamos as técnicas mais comuns que são trabalhadas nessa
abordagem.
Ressaltamos que uma supervisão individualizada pode ser um
conhecimento bastante agregador.
Nós podemos supervisionar o seu trabalho com atendimento por meio do
Skype.

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Referências bibliográcas
ARAÚJO, S.R.T et al. Transtorno de Ansiedade e Exercícios Físicos. Revista
Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 29, n.2, p.164-171. 2009.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v29n2/a15v29n2.pdf>.
Acesso em: 15 ago.2018.

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Alegre: Artmed, 2016.

BECK, Aaron.T. Terapia Cognitiva da Depressão. Porto Alegre: Artmed,


1997.

BECK, Judith.S. Terapia Cognitivo Comportamental Teoria e Prática. Porto


Alegre: Artmed, 2013.

CORDIOLI, Aristides.V. Vencendo o Transtorno Obsessivo Compulsivo.


Porto Alegre: Artmed, 2017

KNAPP, Paulo. Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica.


Porto Alegre: Artmed, 2004.

ROEMER, Lizabeth. A prática da terapia cognitivo-comportamental


baseada em mindfullness e aceitação. Porto Alegre: Artmed, 2010

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