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Renascimento
Ao longo da Idade Média (séc. V-XV), a Igreja Católica foi a força cultural
predominante na Europa, tornando a mentalidade cristã um padrão que marcou os
valores morais e, também, a produção artística do período. Ainda que muitos dos
religiosos da época fossem estudiosos e tivessem contribuído para a construção do
pensamento ocidental, foi no período posterior, iniciado em fins do século XIV na
Itália e denominado Renascimento, que a relação do homem com o mundo que o
cerca sofreu uma alteração substancial.
Renascimento
Período histórico, de origem italiana, compreendido entre os séculos XIV e XVI, de grande
desenvolvimento do espírito racionalista, do comércio ultramarino, das artes e das ciências
naturais.
Renascimento
Antropocentrismo
destaque.
Renascimento
Grandes Navegações
Racionalismo
Na arte
❖ Perfeição formal na imitação da natureza – mimese.
❖ Aplicação da perspectiva matemática na pintura – efeito de profundidade.
❖ Harmonia e equilíbrio na composição das imagens.
❖ Utilização de personagens da mitologia.
As principais transformações
Na arte
Exemplos:
Na arquitetura
❖ Grande cúpula arredondada (domo).
❖ Colunas de sustentação nos moldes da
Antiguidade.
❖ Aplicação da teoria da perspectiva.
❖ Arquitetos importantes – Filippo
Brunelleschi e Donato Bramante.
As principais transformações
Na literatura SONETO LXIV
❖ Equilíbrio – harmonia e regularidade entre os elementos; busca Quando vejo do Tempo a dura mão cassar
De rica idade antiga o orgulho sepultado;
pela perfeição formal. Quando vejo tombar torres dantes altivas
E os bronzes imortais à morte sujeitados;
❖ Sonetos – poema de forma fixa, com quatro estrofes, sendo
Quando vejo do mar as ondas pressurosas
dois quartetos e dois tercetos. Seu reino disputar às barrancas vizinhas,
O chão firme vencer o líquido elemento,
❖ Verossimilhança – imitação da natureza e de modelos Seus ganhos perdas sendo e suas perdas ganhos,
A palavra narrar vem do latim narrāre, que quer dizer contar, expor, dar a saber. A
expressão surgiu no século VII a. C., para designar o relato de ações guerreiras. Assim,
gênero narrativo é aquele que expõe um encadeamento de eventos. O gênero narrativo
pode se manifestar de maneira muito variada, por exemplo em versos como a obra Os
Lusíadas, de Luís Vaz de Camões.
Gênero narrativo
▪ Narrador
▪ Personagens
▪ Enredo
▪ Espaço
▪ Tempo
Gênero narrativo
Traços fundamentais
• Poesia épica composta de: EPOPEIA: é um poema narrativo longo em linguagem elevada
•10 cantos; que exalta as ações e os feitos memoráveis de um povo ou de
um herói nacional.
•1102 estrofes de oito versos;
• 8816 versos decassílabos;
• decassílabos heroicos: tônicas nas sílabas 6 e 10;
“Es|pe|ran|ça |de |por|to e |sal|va|men|to”
• decassílabo sáfico (menos frequente): tônicas nas sílabas 4, 8 e 10;
“No|tur|na |som|bra e |si|bi|lan|te |ven|to”
• esquema de rimas: ABABABCC
Os Lusíadas
Os Lusíadas
Canto II Canto IV
• Traição do rei de Mombaça • História dos reis de Portugal: de D. João I a D. Manuel
• Intervenção de Vênus - “Batalha de Aljubarrota” (episódio)
• Profecia de Júpiter - Conquista de Ceuta
Em Melinde: - Sonho profético de D. Manuel
• O rei de Melinde pede a Vasco da Gama que lhe conte a • Preparativos da viagem (Belém)
História de Portugal. - “O velho do Restelo” (episódio)
Os Lusíadas Canto VI
• Partida de Melinde
• 2º Concílio dos deuses
• Histórias a bordo:
- “Os Doze da Inglaterra” (episódio)
• Tempestade marítima
Canto V
• Partida de Lisboa
• Incidentes da viagem (costa ocidental da
África)
• Cabo das Tormentas: Canto VIII
- “O gigante Adamastor” (episódio) • Diálogo entre o Catual e Paulo da Gama: as
• Em Melinde bandeiras
• Baco instiga os indianos contra os portugueses
• Prisão de Vasco da Gama
• Resgate
Canto VII
• Chegada a Calicute
• Descrição da Índia Canto X
• Visita do Catual (“A ilha dos Amores” – cont.)
• O banquete das ninfas
• Profecia de uma ninfa: os futuros feitos dos
Canto IX portugueses
• Viagem de regresso: • Tétis mostra a Vasco da Gama a “Máquina do
- “A ilha dos Amores” (episódio) Mundo”
• Regresso a Portugal
Sentimento
Subjetividade
Musicalidade
(Instrumento musical que na Idade
Média acompanhava os poemas)
O que é poesia lírica?
Poesia lírica camoniana
A lírica camoniana é bastante rica e diversificada. Dela, destacam-se dois grandes conjuntos:
• Sonoridade: repetição de sons para criar uma musicalidade ao texto. Isso ocorre por meio da:
- Aliteração: repetição de consoantes.
- Assonância: repetição de vogais.
• Métrica: versos decassílabos na variante heroica (acentos tônicos nas sílabas 6 e 10) ou sáfica
(acentos tônicos nas sílabas 4, 8 e 10).
• Hipérbato: é a inversão da ordem direta das frases, e da ordem habitual das palavras. Exemplo:
“Eu cantarei de amor tão docemente”.
• Oposição: composição de imagens contrárias, com o uso de:
- Antíteses: oposição de palavras que por natureza já se opõem (Bem x Mal)
- Paradoxos: oposição de ideias : “amor é fogo que arde sem se ver”
• Hipérbole: recurso de intensificação, que confere mais vida à expressão: Exemplo:
“Ela só viu as lágrimas em fio/[...]/ se acrescentaram em grande e largo rio”.
• Reiteração vocabular: reforço expressivo, que transmite um sentimento de obsessão, com uma
grande carga dramática; e que pode ocorrer como enumeração de elementos. Exemplo: “nas lindas
faces, olhos, boca e testa / boninas, lírios, rosas debuxando”; ou ainda por meio da derivação
(repetição da palavra com modificação na flexão).
OS SONETOS CAMONIANOS
Principais temas:
▪ O amor platônico: O amor espiritualizado; a amada é idealizada, colocada em um plano superior.
▪ As contradições do amor: O poeta busca compreender racionalmente o sentimento amoroso.
▪ Ciclo Dinamene: Vários poemas relacionados a amada que supostamente morreu em um
naufrágio.
▪ Desconcerto do mundo: Mundo de ponta-cabeça (às avessas).
Exemplos de sonetos camonianos
Amor é um fogo que arde sem se ver, Alma minha gentil, que te partiste
é ferida que dói e não se sente; Tão cedo desta vida descontente,
é um contentamento descontente, Repousa lá no Céu eternamente,
é dor que desatina sem doer. E viva eu cá na terra sempre triste.
É um não querer mais que bem querer; Se lá no assento etéreo, onde subiste,
é um andar solitário entre a gente; Memória desta vida se consente,
é nunca contentar-se de contente; Não te esqueças daquele amor ardente
é um cuidar que ganha em se perder. Que já nos olhos meus tão puro viste.
É querer estar preso por vontade; E se vires que pode merecer-te
é servir a quem vence, o vencedor; Alguma causa a dor que me ficou
é ter com quem nos mata, lealdade. Da mágoa, sem remédio de perder-te,
Mas como causar pode seu favor Roga a Deus, que teus anos encurtou,
nos corações humanos amizade, Que tão cedo de cá me leve a ver-te
se tão contrário a si é o mesmo Amor? Quão cedo de meus olhos te levou.