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LITERATURA BRASILEIRA

ATIVIDADE EM SALA - ANÁLISE DOS POEMAS


Alunas: Ana Clara, Maria Clara e Maria Raquel

Introdução
No dia 30 de março de 2023, nosso grupo composto pelas alunas: Ana Clara,
Maria Clara e Maria Raquel realizou uma atividade em sala na disciplina de
literatura brasileira. Iniciamos a atividade através da leitura dos poemas, no qual
fizemos pesquisas e anotações das palavras e expressões cujo significado não
conhecíamos. Em seguida, tentamos tentamos conectar as ideias de casa poema
com a escola literária a qual ele pertencia e quais características da sua respectiva
escola o poema apresenta. Ao longo das leituras, tivemos mais facilidade na
compreensão da mensagem do poema, e mais dificuldade na interpretação da sua
estrutura, visto que ainda não estudamos esse assunto em sala.

Poema 1 - “Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem


queria bem”
Nesse poema de Gregório de Matos é possível perceber diversas
características barrocas. A primeira delas é o uso de uma linguagem extravagante,
demarcada pelo jogo de palavras muito característico do Barroco. Há a presença de
metáforas, como a comparação dos elementos (fogo e neve) com os sentimentos de
amor/ dor e com isso, o poeta faz uma crítica aos sentimentos e às suas
inconstâncias. Por fim, o poema contém diversos elementos cultistas, determinante
para a comprovação de que se trata de um poema barroco.

Poema 2 - “Uma dama dormindo junto a uma fonte”


Nesse poema, foi percebido um jogo de palavras que conduz o leitor a um
ritmo cadenciado pela sonoridade das palavras e das rimas. Percebemos também, a
incorporação de elementos mitológicos, característica comum da escola barroca. Se
analisarmos a figura da personagem Sílvia sob essa perspectiva, é possível notar
que o autor a retrata como uma Ninfa, figura mitológica que habita lagos e bosques.

Soneto XXII - Claúdio Manuel da Costa


Cláudio Manuel da Costa foi considerado o primeiro poeta árcade, sendo
assim, o poeta possui um passado barroco, ao qual renega. No entanto, esse
poema, apesar de não ser retratado no meio pastoril, possui diversas características
árcades. A primeira delas é a presença do pastor Fido além dos elementos
bucólicos (busca pelos valores da natureza) e o nativismo (referências à terra e ao
mundo natural). No poema, a angústia que Fido passa é tanta que acaba se
misturando ao ambiente em que ele se encontra.

Soneto LXXIV - Cláudio Manuel da Costa


Nesse soneto, o pastor Fido está em um ambiente silencioso e sombrio
sofrendo pela pastora Marfisa. Novamente, a característica árcade mais marcante
presente no soneto, é o fato do pastor estar sofrendo pela sua pastora. Também é
interessante comparar como o ambiente é utilizado no poema de Gregório de Matos
e Cláudio Manuel da Costa. No poema barroco, o ambiente é o mero cenário do
eu-lírico, enquanto no poema árcade, o ambiente reage com o eu-lírico.

Lira XXXVII e Lira LXXVII - Tomás Antônio Gonzaga


Nesses poemas, o pastor está preso e o seu consolo é pensar na pastora
Marília e criar um futuro para os dois. Um elemento importante nas obras de Tomás
Antônio Gonzaga é que suas obras muitas vezes refletem um pouco da situação
pela qual o poeta estava passando, e que entender isso é essencial para
compreender a complexidade das obras do poeta.

Questões sobre o artigo

1. Para o crítico Sérgio Buarque de Holanda os poetas arcades Cláudio


Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga são
considerados Pré-Românticos ou até mesmo Românticos?
Não, pois o autor descreve que o arcadismo e o romantismo possuem
semelhanças, no entanto, elas ainda não são suficientes para classificar o
Arcadismo como um pré-romantismo. Isso fica claro ao longo do seguinte
trecho: “Pode falar-se no possível romantismo, ou no pré-romantismo, na
‘modernidade’ relativa, dos nosso árcades quando, com isso, seja
reconhecida a importância dos nexos inevitáveis entre cada época e as que a
precedem e sucedem. Mas se tal reconhecimento serve para livrar-nos do
velho hábito que consiste em fragmentar-se a história da humanidade em
períodos radicalmente distintos, armados uns contra os outros, em proveito
de um senso mais agudo das continuidades históricas, cumpre não chegar-se
a um extremo tal que venham a esbater-se os traços distintivos das diversas
eras, e dissipar-se os contrastes que as escondem sob afinidades ilusórias.”

2. Ao discorrer sobre o Uraguai na segunda parte de seu artigo, Sérgio


Buarque de Holanda descreve Basílio da Gama como árcade ou
romântico?
Sérgio Buarque de Holanda descreve Basílio da Gama como árcade. Isso
fica claro no primeiro parágrafo da segunda parte do artigo (página 236),
especialmente no seguinte trecho: “Se pensarmos de Tomás Antônio
Gonzaga para outro árcade brasileiro igualmente famoso, ou seja Basílio da
Gama, em realidade o único brasileiro cujo nome está nos livros de registro
da Arcádia romana correspondentes ao Setecentos, mais se evidenciará a
falácia da existência de uma genuína sensibilidade romântica entre os poetas
da chamada Escola Mineira. Se é responsável, de algum modo, pela
introdução de um timbre novo na poesia de língua portuguesa, a verdade é
que o autor do Uraguai não foi um temperamento fortemente original. A
exigência da originalidade representa, de fato, uma preocupação, essa sim,
romântica e moderna, que o século XVIII ainda ignorava, por assim dizer.”

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