Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diferente de um romance, que é uma história longa e que traz uma grande quantidade de
detalhes, o conto é curto e traz apenas as informações imprescindíveis para o desenvolvimento
do enredo.
Este conto de Lima Barreto relata uma conversa entre dois amigos em um bar. O narrador,
Castelo, conta para seu amigo que estava com dificuldades financeiras e encontrou um anúncio
para professor de javanês. Mesmo sem conhecer o idioma, achou que seria uma boa
oportunidade.
Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas etc." Ora, disse cá comigo, está ali uma
colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-
me.
Castelo foi até uma biblioteca, consultou enciclopédias e tomou conhecimento do alfabeto e de
algumas palavras em javanês.
Candidatou-se para a vaga e foi chamado para uma visita ao Barão de Jacuecanga, que desejava
fazer as aulas para ler um livro que havia ficado de herança para a família.
- E onde aprendeu o javanês? - indagou ele, com aquela teimosia peculiar aos velhos.
Não contava com essa pergunta, mas imediatamente arquitetei uma mentira. Contei-lhe que meu
pai era javanês.
Castelo foi contratado pelo barão e ao longo do tempo foi ganhando muito prestígio pelo fato de
acreditarem que falava javanês. O barão desistiu de aprender o idioma e pediu que Castelo
apenas traduzisse o livro. Castelo inventou histórias que nunca foram desmentidas, pois ninguém
sabia javanês.
Fez-me morar em sua casa, enchia-me de presentes, aumentava-me o ordenado. Passava, enfim,
uma vida regalada.
O homem ganhou prestígio, recebeu um posto no consulado, morou em Havana e foi para a
Europa. As pessoas o admiravam pelo conhecimento que possuía, conhecimento este que nunca
foi posto à prova.
Na rua, os informados apontavam-me, dizendo aos outros: "Lá vai o sujeito que sabe javanês."
Nas livrarias, os gramáticos consultavam-me sobre a colocação dos pronomes no tal jargão das
ilhas de Sonda. Recebia cartas dos eruditos do interior, os jornais citavam o meu saber e recusei
aceitar uma turma de alunos sequiosos de entenderem o tal javanês. A convite da redação,
escrevi, no Jornal do Comércio, um artigo de quatro colunas sobre a literatura javanesa antiga
e moderna...
A moça tecelã conta a história de uma menina que passava os seus dias tecendo e tudo o que
tecia ganhava vida - o sol, as nuvens, a chuva. Se lhe dava fome, tecia um peixe e logo havia um
peixe em sua mesa, se tecia leite, o leite aparecia.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira
grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens,
escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha
cumprimentá-la à janela.
Tudo o que a moça fazia era tecer, mas um dia sentiu-se sozinha e teceu um marido. Ao terminar
de tecê-lo, o homem abriu a porta de sua casa e entrou. A moça pensava no que mais teceria para
sentir-se ainda mais feliz e teceu os filhos.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu.
Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que
ele poderia lhe dar.
O homem, então, passou a exigir que a moça trabalhasse para comprar uma casa maior e então
um palácio. A moça passou a tecer para oferecer ao marido os luxos que desejava. Sentiu-se
triste e pensou em como seria bom estar sozinha novamente.
Em uma noite, esperou o marido dormir, levantou-se e foi até seu tear. Começou a desfazer os
palácios, as carruagens e tudo o que havia nele.
A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em
volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus
pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito
aprumado, o emplumado chapéu.
Edmundo é um menino cético, que não acredita no que lhe dizem e quer descobrir suas verdades
a partir de suas próprias experiências. Quebrou um dente tentando morder um caroço de ameixa,
depois quase se afogou em uma pipa d'água.
Disseram-lhe que, mergulhando de cabeça na pipa d’água do quintal, podia morrer afogado.
Não se assustou com a idéia da morte: queria saber é se lhe diziam a verdade. E só não morreu
porque o jardineiro andava perto.
Edmundo via os adultos como adversários, como pessoas que contam mentiras. Em uma festa de
aniversário, um mágico encantava as crianças com suas apresentações, mas Edmundo não
acreditava nas mágicas, foi mexer no arsenal do artista e acabaram as mágicas.
(Edmundo estragava tudo. Edmundo não admitia a mentira. Edmundo morreu cedo. E quem
sabe, meu Deus, com que verdades?)
O que é um conto?
Contos são narrativas curtas, são histórias com início, meio e fim e geralmente apresentam um
único conflito. Por serem curtas, acontecem em um espaço e tempo limitados.
Se comparada a uma luta de boxe, o romance vence por pontos, enquanto o conto vence por
nocaute.
O conto é uma história rápida, que costuma acabar com uma reviravolta. Mas apesar de curto, é
uma história densa e que envolve o leitor. Por se tratar de uma história rápida e envolvente, o
ideal é que seja lido de uma só vez.
O Brasil tem contistas importantes, como Clarice Lispector, Machado de Assis, Lygia Fagundes
Telles, Carlos Drummond de Andrade e Álvares de Azevedo.
Personagens: por serem histórias curtas, os contos costumam ter poucos personagens;
Narrador: o narrador é aquele que conta a história. Ele pode ser em 1ª pessoa, quando
participa da história, e em 3ª pessoa, quando a observa. No caso de ser um narrador em 3ª
pessoa, ele pode ser apenas o observador, que relata o que vê, ou então um narrador
onisciente, que sabe o que os personagens pensam e conhece o passado e o futuro;
O verbo é a classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da
natureza e possui inúmeras flexões, de modo que a sua conjugação é feita mediante as variações
de pessoa, número, tempo, modo, voz e aspeto.
Estrutura do Verbo
1. Radical
2. Vogal Temática
A vogal temática se une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os verbos. O
resultado dessa união chama-se tema.
Assim, tema = radical + vogal temática.
Exemplos: DISSERTA- (disserta-r), ESCLARECE- (esclarece-r), CONTRIBUI- (contribui-r).
1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A: argumentar, dançar, sambar.
2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter, supor.
3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.
3. Desinências
As desinências são os elementos que junto com o radical promovem as conjugações. Elas podem
ser:
Exemplos:
Esclarecerei (re- desinência de tempo futuro do modo indicativo), (i- desinência de 1.ª
pessoa do singular)
Veja também: Desinências
Flexões
Tempos Verbais
Modos Verbais
Formas verbais
Formas Nominais
O infinitivo não tem valor temporal ou modal. Ele é pessoal quando tem sujeito e é impessoal
quando, por sua vez, não tem sujeito.
Exemplos:
Particípio
Exemplos: