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Testes e questões-aula

Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.° ano 4


Questão-aula 5 EQT11DP © Porto Editora

Nome da Escola: Ano letivo: Filosofia | 11.° ano


Nome do Aluno(a): Turma: N.°: Data: - -

Professor(a): Classificação:

1. Considere o seguinte excerto da entrevista ao paleontólogo Juan Luis Arsuaga e procure


responder às questões propostas:

«A Ciência é o melhor método que temos para resolver os problemas, mas, por favor, não se
comportem como crianças pequenas. […] Quando pergunto aos meus alunos como vamos resolver os
problemas das alterações climáticas, eles respondem que não vão fazer nada, que a Ciência é que vai
resolver isso tudo. Os meus alunos, que são muitas vezes alunos de Erasmus, têm amigos em Atenas,
em Berlim, em Madrid, em Lisboa… Quando se casam, convidam vários amigos de cada uma destas
cidades europeias para a cerimó- nia. Estão a ver o que isto significa? Qual vai ser a pegada carbónica
deste casamento? E, quando eu lhes digo que é preciso renunciar a este tipo de coisas, eles
respondem-me que não, que a Ciência vai resolver. Como se a Ciência fosse a nova religião. […] Sim,
é preciso fazer escolhas. E é preciso as pessoas comporta- rem-se como adultos que são. Em
Espanha, os meses em que existe maior consumo de eletricidade são os meses de verão, por causa
do ar condicionado. Cada geração consome mais energia do que a anterior. Quando proponho aos
meus alunos reduzirmos o consumo energético, eles respondem-me sempre com a crença de que a
Ciência vai resolver tudo. Não convertamos a Ciência numa nova religião. […] A Ciência fez, de facto,
as vacinas, que são o melhor que poderia acontecer-nos. Agora, pensar como se fabricam, como se
distribuem, como se administram, se devemos comprá-las em Inglaterra ou na Rússia… Isso não é a
Ciên- cia que tem de dizer. Preocupa-me que a Ciência se tenha convertido numa espécie de nova
divindade.»
Juan Luis Arsuaga (2021), em entrevista à VISÃO. Disponível em https://visao.sapo.pt/ideias/2021-07-18-a-ciencia-nao-e-uma-religiao-e-
um- metodo-para-conhecer-a-verdade-o-melhor-que-temos-mas-nao-toma-decisoes-preocupa-me-que-a-ciencia-se-tenha-

1.1. Qual é, na perspetiva do entrevistado, o valor prático da ciência?

1.2. Exponha a principal crítica do entrevistado.

1.3. Transcreva alguns dos excertos que traduzem a crítica identificada na resposta anterior.

1.4. Indique alguns dos seus comportamentos individuais que deliberadamente possa ter mudado para
contribuir para um futuro sustentável.

Cotações
1.
1.1. .............................................................................................................................................................................. 60 pontos
1.2. .............................................................................................................................................................................. 60 pontos
1.3. .............................................................................................................................................................................. 60 pontos
1.4. .............................................................................................................................................................................. 20 pontos

TOTAL........................................................................................................................................200 pontos

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


Tavares
4 Testes e questões-aula
Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.°
ano

Sugestões de resposta da questão-aula 5


1.1. Na perspetiva do entrevistado, Juan Luis Arsuaga, a ciência é «o melhor método que temos para resolver os
problemas». Tal significa que, por exemplo, é graças à ciência que temos hoje «as vacinas, que são o melhor
que poderia acontecer-nos.». A ciência, enquanto atividade e tipo de conhecimento, tem proporcionado a
compreensão do mundo na sua diversidade de fenómenos. Por exemplo, neste caso, permitiu identificar o
problema das alterações climáticas e permitiu a criação de vacinas.
1.2. Na perspetiva do entrevistado, a ciência não tem capacidade para resolver todos os problemas, pelo que
não deve ser usada para desresponsabilizar o comportamento individual e/ou as decisões políticas e
sociais. Tomando como exemplo as alterações climáticas, muitos jovens usam a confiança na ciência
como modo de desresponsabilização individual, ignorando o seu próprio contributo para o agravamento do
problema, não alterando os comportamentos que contribuem para o crescimento da «pegada carbónica».
É preciso, na perspetiva de Arsuaga, que as pessoas se comportem «como adultos que são», ou seja, que
se responsabilizem. Neste sentido, o entrevistado critica o cientismo, ou seja, a sobrevalorização da ciência
como a única forma de conhecimento fiável, seguro e rigoroso, capaz de resolver todos os problemas, e a
consequente desresponsabilização individual.
1.3. Alguns dos excertos que traduzem a crítica do entrevistado ao cientismo são:
– «E, quando eu lhes digo que é preciso renunciar a este tipo de coisas, eles respondem-me que não, que a
Ciência vai resolver. Como se a Ciência fosse a nova religião.»
– «Eles respondem-me sempre com a crença de que a Ciência vai resolver tudo. Não convertamos a Ciência
numa nova religião.»
– «Preocupa–me que a Ciência se tenha convertido numa espécie de nova divindade.»
1.4. São vários os exemplos que podem ser incluídos na resposta:
– Poupança de água.
– Poupança de energia.
– Separação do lixo.
– etc.

EQT11DP © Porto Editora

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