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Filariose Linfática por: Wuchereria bancrofti

palavras chave: nematóide, sistema linfático, elefantíase, Culex quinquefasciatus, microfilária,


linfangite, hidrocele, novelo, edema, obstrução

● conhecida como elefantíase


● verminose endêmica de regiões de pobreza e com clima tropical

o parasito
● vermes longos e delgados
● aspecto opalino, translúcido
● extremidade anterior dilata e apresenta papilas sensoriais
● boca desprovida de lábios

➔ verme fêmea: apresentam vagina musculosa


● parte distal do útero encontra os ovos embrionados e na parte mais
próxima da vagina encontram-se as larvas (microfilárias)
● pode chegar de 8 a 10 cm

➔ verme macho: extremidade posterior enrolada ventralmente


● pode chegar de 3 a 4 cm

ovo
● não possui casca uterina, apresenta apenas uma membrana ovular
● ovos nos vasos linfáticos não são possíveis observar

➔ microfilárias: larva em desenvolvimento


● apresenta membrana delicada, funciona como bainha flexível
● periodicidade: ficam nos capilares profundos (de dia) e
movimenta na corrente sanguínea (durante a noite)
➔ larvas: encontrada no vetor
● L1 → L2 → L3 infectante

habitat
● verme adulto: vive de 4 a 8 anos nos vasos e gânglios linfáticos, encontrados em novelos
(dificulta a circulação da linfa)
● normalmente podem residir na região pélvica (pernas e escroto), mamas e braços (raro)

ciclo biológico

● fêmea do Culex quinquefasciatus (mosquito vetor) realiza a hematofagia em pessoas


infectadas e ingere microfilárias (em indivíduo infectado com microfilaremia)
● microfilárias entram no estômago do inseto e perdem a bainha, atravessam a parede do
estômago e migram para o tórax
● no músculo do tórax, transformam-se em larvas (estágio L1)
● após seis a dez dias, transformam-se em L2
● novamente, após dez a quinze dias, sofre mudança e torna-se larva infectante ou L3
● L3 migra para o aparelho picador do inseto (probóscida), na região do lábio
● inseto irá realizar novo repasto sanguíneo e as larvas escapam do lábio e penetram na pele
do hospedeiro (não é inoculado)
● larvas migram para vasos linfáticos e maduram para vermes adultos, podendo invadir para
outras regiões do corpo

transmissão
● picada da fêmea C. quinquefasciatus e deposição de larvas na pele lesada
patogenia
➔ processos inflamatórios
● adenite: linfonodos axilares, inguinais, pélvico, abdominais e outros atingidos
● linfonodos hipertrofiados e dolorosos
● linfangite: inflamação e dilatação de vasos linfáticos, formando varizes, no interior (trombos
linfáticos) se encontra os vermes
● aprisionamento e estrangulamento dos vermes causa a morte e decomposição destes, quando
as filárias se degeneram, aumentam a reação granulomatosa necrosante

➔ lesões genitais
● funiculite filariana: linfangite do cordão espermático, epididimite e orquite, epidídimo
hipertrofia, torna-se mole, liso e hiperestésico
● hidrocele: manifestação crônica da filaríase genital, espessamento da túnica vaginal

➔ processos obstrutivos
● novelo de filárias: causa obstrução parcial ou total, intermitente ou permanente da circulação
linfática
● pode haver estase ou congestão da linfa
● obstrução é mais comum em região genital ou membros inferiores
● complicações: derrame de líquido através das vias urinárias (linfúria) ou dos intestinos
(linforréia)
● linfangiectasia: circulação lenta da linfa

complicações da filaríase
● abscesso: linfonodos podem evoluir para abscesso
● erisipela: processo inflamatório pode interessar extensos territórios ocupados pelo edema
linfático, mormente no tecido celular subcutâneo
● edemas: a princípio mole, mas vão tornando-se endurecidos no processo crônico
● elefantíase: localizado em uma ou duas pernas ou nos
órgãos genitais, raramente em braços ou mamas
● tecido elefantoide: gordura e linfa, pode causar
perturbações devido a dificuldade de circulação da linfa
● ocorrem alterações na pele, como perda de elasticidade e
ressecamento
● imagem:
https://www.fciencias.com/2018/02/27/elefantiase-filariose/

● eosinofilia pulmonar tropical (EPT): síndrome causada pela migração de microfilárias de W.


Bancrofti para o pulmão

sintomatologia
● período pré patente: penetração das larvas até aparecimento das microfilárias no sangue
● pode ser assintomático ou apresentar um quadro alérgico, pode ou não ocorrer linfangite
● período patente assintomático: indivíduo infectado pode passar sem apresentar
manifestações clínicas
● período agudo: processo inflamatório, linfangite e linfadenites, orquites, epididimites e
funiculites
● período crônico: esse quadro depende de diversos fatores, como, número de larvas L3 que
produzem o verme adulto, reinfecção, grau de superinfecção
● nesse período há aparecimento de quadro obstrutivo, fibrose difusa nas zonas de estase e
edema, conduz a um quadro de elefantíase e hidrocele e edema nos membros inferiores

diagnóstico
● clínico: relato de manifestações clínicas e evidências
● ultrassonografia
● laboratorial: pesquisa do verme adulto
● método de gota espessa: pesquisa de microfilárias no sangue
● filtração: filtração do sangue em membrana de policarbonato, microfilárias ficam retidas
● técnica de Knott: diluição e centrifugação do sangue, segmento é usado para gota espessa
● testes imunológicos: teste ELISA ou PCR

tratamento
● dietilcarbamazina ou DEC, é um pó branco solúvel em água e administrada via oral,
ivermectina
● cirurgia plástica reparadora

profilaxia
● combate ao vetor, uso de telas, repelentes e inseticidas, tratamento de doentes, saneamento
básico e educação sanitária

o vetor
● Culex quinquefasciatus: hospedeiro invertebrado
● pequeno de cor palha com escamas amarelas
● deposita ovos e cria-se em recipientes com água (limpa ou
poluída)
● invasão de residências ocorre preferencialmente ao entardecer
● apresenta comportamento antropofílico, ou seja, tem
preferência para picar o homem no lugar dos animais domésticos
● outros vetores podem ser Anopheles sp.

referência
REY, L. Parasitologia. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 (ebook)
Neves, DP. Parasitologia Humana, 11a ed, São Paulo, Atheneu, 2005

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