Instrumentos financeiros: redução ao valor recuperável de ativos financeiros
SÍNTESE
Valor recuperável de ativos financeiros é o
montante que se espera ser realizado por aquele ativo, ou seja, transformado em caixa ou em outro ativo da empresa.
Se a empresa tem um contas a receber de
R$ 100 mil, ela espera receber um montante de caixa de R$ 100 mil. Se a empresa esperar receber R$ 95 mil, devido ao risco de crédito de seus clientes, então o valor recuperável é R$ 95 mil e o saldo deve ser ajustado para refletir tal valor.
As empresas estimam as potenciais perdas de
cada transação de venda, independentemente se o saldo está vencido ou não.
A norma considera a aplicação de uma
abordagem geral em que a empresa avalia o risco de crédito de cada cliente. Inicialmente, ela estima a probabilidade de o cliente ficar inadimplente nos próximos 12 meses e, caso o cliente tenha ficado inadimplente, ela deve estimar a probabilidade de o cliente ficar inadimplente até o final do contrato, a fim de calcular o valor da perda, dada a inadimplência.
Como essa análise pode ser muito custosa, a
norma permite uma abordagem simplificada, em que a empresa mensura as perdas de crédito esperadas do instrumento financeiro de modo que reflita: (a) o valor imparcial e ponderado pela probabilidade de que seja determinado ao avaliar um intervalo de resultados possíveis; (b) o valor do dinheiro no tempo; e (c) informações razoáveis e sustentáveis disponíveis, sem custo ou esforço excessivo, na data do balanço sobre eventos passados, condições atuais e previsões de condições econômicas futuras.
FIQUE ATENTO
A estimativa de perda de um ativo financeiro
deve considerar as características de cada cliente ou de cada grupo de cliente. Assim, a empresa precisa classificar seus clientes por categorias, a fim de dar o devido suporte documental de seu julgamento, por exemplo, clientes que nunca atrasaram uma fatura, clientes com garantias reais, clientes que já atrasaram ou deixaram de pagar uma fatura. Aliás, a demora no recebimento gera uma perda, caso o valor a receber não seja recomposto por algum tipo de atualização monetária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – CVM.
Deliberação CVM nº 763, de 22 de dezembro de 2016. Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 48 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata de Instrumentos Financeiros, 2016. Disponível em: http://conteudo.cvm.gov.br/ legislacao/deliberacoes/deli0700/deli763.html. Acesso em: 17 jun. 2021.
IUDÍCIBUS, S. de; MARTINS, E.; GELBCKE, E.
R.; SANTOS, A. dos. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades – de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2018.