Futevolei Maior Ebook

Técnicas de ataque e de defesa
NÍVEL AVANÇADO para ganhar uma partida
SEGUIMOS JUNTOS, POR UM FUTEVÔLEI MAIOR! @FUTEVOLEIMAIOR

QUEM JOGA
N Í V E L AVA N ÇA D O
MUITAS VEZES NA
SEMANA PRECISA
TREINAR?
Muitos praticantes de futevôlei dão mais prioridade às “peladas” do
JOGANDO FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA
que aos treinos, e porque jogam várias vezes na semana pensam

que já estão “treinando” e se dedicando a evoluir o seu nível de jogo.
Ledo engano...
Jogar com frequência é muito importante, pois um jogador comple-

to precisa dominar certas habilidades que só podem ser praticadas
em situações reais de jogo.
Porém, também é imprescindível treinar, caso contrário, correremos

o risco de ficarmos eternamente estagnados.
Afinal, conseguiremos desenvolver segurança apenas dentro do uni-

verso de fundamentos que sempre utilizamos, e mais, muitas vezes,
sobre execuções tecnicamente incorretas.
Toda atividade esportiva possui técnicas específicas capazes de

melhorar o desempenho do atleta e evitar o desgaste do corpo.
Se tomarmos como exemplo a corrida, os braços e pernas precisam

se mover em ritmo uniforme, com a inclinação correta do tronco,
posicionamento específico dos pés e elevação dos calcanhares, etc.
Não basta colocar o tênis e sair correndo todos os dias para se tor-
nar um corredor de alto nível e ganhar competições.
As correções que levarão um corredor a evoluir só acontecerão com

a repetição dos movimentos, observando-se a aplicação correta das
técnicas sob a supervisão de um treinador, cujo papel é exatamente
esse.
F U T E V Ô L E I M A I O R 2
QUEM JOGA MUITAS VEZES NA SEMANA PRECISA TREINAR?
O mesmo raciocínio se aplica ao futevôlei. Enquanto jogamos dificil-

mente conseguimos observar todos os detalhes de cada movimento

e do contexto do jogo.
Mesmo um jogador profissional, se assistir à gravação do seu jogo,

certamente o enxergará com outros olhos, de uma forma muito mais
completa, identificando situações que poderiam ter sido melhor de-
sempenhadas.
Outra função importante do treino é aumentar o repertório de recur-

sos do atleta e aprimorar a execução de cada fundamento através
da repetição.
Isso porque, quando desenvolvemos determinada ação repetida-

mente e da forma correta, nosso cérebro passa a executá-la auto-
maticamente. A partir daí, teremos condições de aprimorá-la sob
outros aspectos e de aprender novos fundamentos.
O jogador habituado a dar o shark attack, por exemplo, não precisa

mais pensar com que perna ele iniciará a passada, com qual tomará
impulsão, como posicionará o braço para amortecer a queda, etc.
Após treinar o movimento através de muita repetição isso passa a

acontecer de forma automática, e a partir desse ponto torna-se pos-
sível aprimorar a potência e o direcionamento do shark.
Uma vez incorporado o fundamento ao repertório, o atleta sentirá

confiança na sua execução, “abrindo espaço” para iniciar o aprendi-
zado de outro recurso pelo mesmo processo, aumentando cada vez
mais o seu nível de jogo.
A terceira importante função do treino é corrigir os vícios de jogo,

que praticamente todo atleta amador tem. Seja na execução de um
fundamento ou no posicionamento dentro de quadra, cada pessoa
desenvolve o seu jeito de jogar.
QUEM JOGA MUITAS VEZES NA SEMANA PRECISA TREINAR?
Porém, embora isso seja natural até certo ponto, precisamos estar
atentos para observar o quanto essa personalização do jogo pode ser

prejudicial do ponto de vista técnico, tornando-se um “vício”.
Geralmente, eles acontecem sem que o jogador perceba. Ou seja, é

a execução “viciada” que está gravada no sistema automático que
comentamos acima e que precisará ser substituída pela execução
correta por meio das repetições supervisionadas que acontecem
durante o treinamento.
Então, não se engane. O futevôlei está em constante evolução e só

por meio dos treinos é possível acompanhá-la.
Por isso, se a sua intenção é evoluir no esporte, procure um treinador

de confiança e dedique-se para colher resultados cada vez melhores
e de forma mais rápida!
INTRO
DUÇÃO
Após o grande sucesso do primeiro ebook, “Jogando Futevôlei com
Inteligência - nível inciante e intermediário”, muitas pessoas pediram

por um material voltado especificamente para o nível avançado, um
conteúdo que revelasse estratégias utilizadas por jogadores expe-
rientes e habituados com as competições de alto nível.
Com muito carinho e dedicação, a equipe do Futevôlei Maior reu-

niu esforços para atender à essa demanda, buscando, inclusive, em
pessoas experientes e importantes no cenário do futevôlei nacional,
algumas das técnicas e táticas mais utilizadas na atualidade.
Abordaremos neste ebook os temas “ataque tático” e “técnicas de lei-

tura de defesa” em nível avançado, um valioso conhecimento sem o
qual tem sido cada vez mais difícil vencer uma partida de alto nível.
Mais uma vez, queremos destacar a importância do apoio de todos

vocês ao projeto didático do Futevôlei Maior. Por meio de um ebook
conseguimos transmitir uma grande quantidade de conhecimento
por um valor mais acessível do que se fosse por cursos em outros
formatos, mas para dar continuidade ao trabalho precisamos da co-
laboração de todos.
Como sempre dizemos, precisamos, juntos e de forma justa, tornar

o futevôlei um mercado rentável para que haja mais empresas se de-
senvolvendo nesse meio, favorecendo, consequentemente, o cres-
cimento do esporte como um todo em benefício de todos os seus
amantes.
Por isso lhe pedimos: NÃO PRATIQUE A PIRATARIA!
Ao adquirir o ebook, o produto será licenciado para uso exclusivo do

comprador, cujo nome e CPF constarão no rodapé do documento.
Sua distribuição ilegal é crime, de acordo com o artigo 184 do Códi-
go Penal.
SUMÁRIO
C L I Q U E N O CA P Í T U L O PA R A I N I C I A R
1
A I M P O R TÂ N C I A D O M I N D S E T
7
N O N Í V E L AVA N Ç A D O
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
2 A M E N TA L I D A D E D O ATA C A N T E V E N C E D O R 18
3 ENTENDENDO OS CONJUNTOS
D E ATA Q U E S TÁT I C O S
22
4 E S T R AT É G I A S D E ATA Q U E S TÁT I C O S 30
4.1 INICIANDO O JOGO

PELA BOLA DE MEIO
31
4.2 I N ICIAN DO O JOGO PE LAS

E X T R E M I DA D E S DA QUA D RA
37
5 P R I N C I PA I S T R E I N A M E N T O S PA R A
S E T O R N A R U M ATA C A N T E TÁT I C O
51
PARTE B
TÉCNICAS DE LEITURA DE DEFESA
6 I N T R O D U ÇÃO À LE IT U RA D E D E F E SA 54
7 C O M P O S I ÇÃO DA L E IT U RA D O A DV E RSÁ R I O 61
1A IMPORTÂNCIA
DO MINDSET NO
NÍVEL AVANÇADO
SUMÁRIO PRÓXIMO CAPÍTULO
A I M P O R TÂ N C I A D O M I N D S E T N O N Í V E L AVA N Ç A D O
No primeiro volume do ebook “Jogando Futevôlei com Inteligência”

falamos da importância do mindset para jogadores de nível iniciante

e intermediário. Agora, gostaríamos de enfatizar que no nível avan-
çado o fator psicológico passa a ser ainda mais determinante para
o rendimento do atleta.
Segundo Carol S. Dweck, uma das maiores especialistas do mundo

em psicologia do desenvolvimento, o sucesso nas mais diferentes
áreas da vida não está vinculado exclusivamente a um talento ou
habilidade especial.
Na verdade, ele está relacionado, principalmente, à forma como a

nossa mente trabalha em nosso favor em cada situação.
MINDSET NADA MAIS É QUE UM “MODELO

MENTAL”, A FORMA COMO NOSSO
CÉREBRO FOI PROGRAMADO DE ACORDO
COM A NOSSA FORMAÇÃO FAMILIAR,
ESCOLAR, EXPERIÊNCIAS, TRAUMAS,
VITÓRIAS, CONQUISTAS, ETC., DURANTE
TODA A NOSSA VIDA.
Você já deve ter ouvido falar que existe uma grande propensão dos
filhos “herdarem” velhos hábitos dos pais, inclusive aqueles que são
vistos de forma negativa.
Embora também possa haver influências genéticas nesse processo,

o fato é que esse foi o modelo mental seguido pelos filhos durante
toda a vida, ainda que de forma inconsciente.
É como se o nosso cérebro fosse um poderoso computador, mas

que, quando fabricado, com o nosso nascimento, esse computador

viesse sem nenhum software. Como não temos maturidade sufi-
ciente durante a infância para escolher a melhor programação para
as variadas situações da vida, nosso software acaba sendo formado
pela influência de outras pessoas, como os nossos pais, professo-
res, líderes religiosos, parentes, etc.
Muitas dessas configurações funcionarão satisfatoriamente e al-

gumas serão muito bem-sucedidas, mas outras podem não ter o
êxito que esperamos. Sem percebermos, nosso mindset nos dire-
ciona a determinados resultados de acordo com o funcionamento
da nossa mente.
Uma famosa fábula conta que uma empresa da área de calçados

desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia. Para
isso, a diretoria enviou dois de seus melhores consultores a pontos
diferentes do país para estudar o potencial daquele mercado.
Depois de alguns dias, o primeiro consultor enviou a seguinte men-

sagem para o diretor da empresa:
“Chefe, cancele a produção, pois aqui ninguém usa sapatos.”
Sem saber das conclusões do primeiro consultor, o segundo enviou

a seguinte mensagem:
“Chefe, o mercado é promissor, pois aqui eles ainda não usam sapatos!”
Essa história deixa muito claro que o segundo consultor tinha um

mindset positivo, voltado para o sucesso, alguém que preparou a
sua mente para identificar e explorar todas as oportunidades que o
ajudariam a atingir o objetivo traçado, focando mais na resolução
do problema do que no problema em si. Com isso, desenvolveu um
perfil de quem enfrenta os desafios com ânimo e entusiasmo.

Já o primeiro, aparenta ser o tipo de pessoa que sempre vê apenas

o lado ruim das coisas, reduzindo consideravelmente suas chances
de sucesso, afinal, ser bem-sucedido exige a habilidade de superar
obstáculos e aproveitar as oportunidades que surgirem ao seu redor.
Assim acontece em tudo o que fazemos, seja no campo dos relacio-

namentos com as pessoas, nos estudos, na nossa atividade profis-
sional, com a disciplina, autodesenvolvimento em geral, e, claro, na
prática esportiva.
PARA QUE POSSAMOS OBTER O MELHOR

RENDIMENTO EM CADA UMA DESSAS
ÁREAS, PRECISAMOS ENTENDER QUAL
É O MELHOR MODO DE PENSAR, DE
QUE FORMA A NOSSA MENTE DEVE
FUNCIONAR, OU SEJA, QUAL É O MINDSET
DE SUCESSO PARA ATINGIR ESSE
RESULTADO.
Focando na mentalidade específica para o futevôlei, dividiremos

este capítulo em duas partes, o mindset de preparação do atleta e o
mindset de jogo.
F U T E V Ô L E I M A I O R 1 0
MINDSET DE PREPARAÇÃO
DO ATLETA
No primeiro ebook, demos um exemplo da preparação mental pra-
ticada por Ayrton Senna, que através da visualização fazia todo o

percurso da corrida antes mesmo de entrar no carro. Sabendo que
toda ação do nosso corpo se inicia no cérebro, Senna começava a
corrida mentalmente preparado para atingir o nível de desempenho
que desejava.
A técnica se inicia por um exercício de relaxamento através de res-

pirações profundas e desativação da musculatura, enquanto se es-
vazia a mente de todo e qualquer pensamento para obter um nível
maior de consciência e atenção no momento presente.
Essa etapa do exercício de visualização se assemelha à meditação

mindfulness, comumente utilizada para combater a ansiedade e pro-
mover o autoconhecimento.
É imprescindível que essa preparação para o exercício de visualiza-

ção seja realizada com dedicação, pois precisamos estar conecta-
dos com a nossa mente, livre de outros pensamentos e das preocu-
pações do dia a dia, para a utilizarmos por alguns instantes somente
para o desenvolvimento da mentalidade voltada para o futevôlei.
Repetiremos o passo a passo deste exercício da forma que en-

sinamos no primeiro ebook para auxiliá-los na mentalização das
técnicas de futevôlei aprendidas, mas, dessa vez, falaremos da sua
importância para as inúmeras intercorrências de um jogo ou de
uma competição, que fogem do nosso controle e podem afetar o
nosso desempenho.
DO ATLETA
Anthony Robbins, um dos maiores coaches da Programação Neuro-
linguística - PNL, ensina em seu livro “Poder sem Limites” que pode-
mos recriar mentalmente determinada experiência, utilizando nos-
sos cinco sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato.
Essa técnica de mentalização já é utilizada em outros esportes de

alto desempenho, especialmente nos individuais, como o tênis e a
Fórmula 1, e ela é essencial para o aprendizado e melhor performance
dos atletas, porque toda ação do nosso corpo se inicia no cérebro.
Primeiramente, vamos fazer o exercício de mentalização com uma

experiência agradável que você teve recentemente.
Sente-se em uma cadeira, em um lugar silencioso. Fe-

che os olhos e respire lentamente, prestando o máximo
de atenção na sua respiração enquanto o ar entra e sai
dos seus pulmões.
Comece a observar cada músculo do seu corpo a partir

dos seus pés. Conforme o ar é expirado, relaxe o mús-
culo mentalizado, como se ele estivesse sendo “desati-
vado”. Siga com esse exercício, subindo para os outros
músculos do seu corpo: as pernas, os glúteos, o abdô-
men, os ombros, os braços, o rosto, a testa, etc., soltan-
do toda a musculatura.
Enquanto isso, foque apenas na sua respiração e ignore

qualquer outro pensamento que possa surgir.
Quando estiver se sentindo totalmente relaxado, busque

uma memória recente e agradável em sua mente. Pode
ser um momento em família, uma vitória no esporte, a
alegria de uma boa notícia, etc.
DO ATLETA
Mantenha os olhos fechados e o corpo relaxado. As instruções
que seguem foram tiradas do livro de Anthony Robbins, no capítulo

“Dominando sua mente: como dirigir seu cérebro”, e você deverá
segui-las mentalmente.
“Agora, entre dentro dessa experiência. Veja o que viu com

seus próprios olhos, os eventos, as imagens, cores, brilhos, e
assim por diante. Ouça o que ouviu: as vozes, sons, e assim
por diante. Sinta o que sentiu: emoções, a temperatura, e as-
sim por diante. Experimente como era.”
Você vai notar, é como reviver aquela experiência. As emoções e

sensações são vivas! Quanto mais relaxado e focado nos detalhes
dessa memória, mais real parecerá.
Agora, vamos propor o mesmo exercício, porém, para a situação de

jogo:
”Sinta os seus pés na areia. Olhe ao redor, repare se tem pes-

soas à sua volta, se há música, se está sol, se está calor, sin-
ta o sol na sua pele, o cheiro do protetor solar, tente lembrar
de cada detalhe dessa ocasião. A partir daí, se coloque em
jogo mentalizando a nova técnica, seja de um fundamento,
de um posicionamento de defesa ou de ataque.”
Fazendo isso, você apresentará essa opção ao seu cérebro, criando

memórias que serão utilizadas a seu favor. Com a prática da men-
talização em altos níveis de concentração, o seu aprendizado será
muito mais rápido, assim como a sua evolução no futevôlei.
DO ATLETA
O desempenho do atleta em jogos e competições depende de uma
série de fatores que podem ser divididos em dois grupos: OS FATO-

RES QUE PODEM SER CONTROLADOS, como o seu preparo físico e
a sua qualidade técnica; e OS FATORES QUE NÃO PODEM SER CON-
TROLADOS, como as condições climáticas, os erros da arbitragem,
a pressão da torcida ou a provocação do adversário.
Para os fatores que podem ser controlados, não há segredo. Preci-

samos ter disciplina para seguir os treinos, manter uma boa alimen-
tação, cuidar do descanso, etc., mas e quanto àqueles que estão
fora do nosso controle?
Essas inúmeras variáveis podem ser “simuladas” por meio das técni-
cas de mentalização que mencionamos, e através desse treinamento
podemos evitar que tais fatores externos afetem o nosso desempenho.
O fato é que todo comportamento é precedido por um pensamento, que,

por sua vez,é capaz de modificar o nosso estado e gerar resultados.
Não são raras as situações em que o atleta se prepara disciplinada-

mente durante meses, com inúmeras privações alimentares e treinos
intensos, se sentindo preparado para a vitória. Porém, na hora da
competição, se desestabiliza por um erro da arbitragem ou pela pro-
vocação do adversário e todo o trabalho desenvolvido vai pelo ralo.
Se isso acontece até no nível profissional, quem dirá com os atletas

amadores. E, de fato, todo ser humano está sujeito a isso. Um acon-
tecimento não esperado é capaz de gerar reações e sentimentos
imprevisíveis se não estivermos preparados para administrá-los.
Por isso, a mentalização pode ser utilizada tanto para a execu-

ção das técnicas de futevôlei e redução dos erros, conforme ex-
plicado no ebook de nível iniciante e intermediário, como para
treinamento da nossa mente quanto aos fatores de jogo que não
DO ATLETA
podemos controlar. Realizando o exercício, você deverá se colocar
mentalmente em jogo e visualizar todos os fatores que estão fora

do seu controle.
QUANDO SENTIR QUALQUER ALTERAÇÃO

DE HUMOR OU NERVOSISMO, NÃO TENTE
CONTÊ-LA. APENAS A OBSERVE, A
COMPREENDA E, NA SEQUÊNCIA, VOLTE
TODA A SUA ATENÇÃO E FOCO PARA
O JOGO. RETOME A SUA CONFIANÇA
LEMBRANDO DO SEU POTENCIAL E
DIRECIONE TODA A SUA ENERGIA PARA A
FAZER O QUE TREINOU: JOGAR!
Com a prática, esse processo passará a acontecer cada vez mais

rápido e com menos esforço, até o momento em que se tornará algo
natural e você será capaz de impedir que esses fatores afetem o seu
desempenho.
Lembre-se de que todos estamos sujeitos a diversas intercorrên-

cias, e sequer podemos prever todas as situações possíveis, mas
ao aprendermos a mudar o nosso estado por meio do exercício de
mentalização, desenvolvemos um controle maior da nossa mente,
evitando que nos tornemos reféns dos sentimentos gerados pelos
fatores externos.
O atleta de alto nível deve ser capaz de sobrepor as interferências

que não contribuem para o resultado desejado, focando de forma
concentrada nas ações que o levarão a ter sucesso.
MINDSET DE JOGO
Para quem é apaixonado pelo futevôlei não existe momento de la-

zer melhor do que um final de semana de torneio. As amizades, o

ambiente descontraído, a música, tudo contribui para um verdadeiro
clima de festa.
Mas, se o seu objetivo é vencer uma competição, fique atento.
SERÁ QUE TODAS ESSAS DISTRAÇÕES

PODEM ESTAR ATRAPALHANDO A SUA
META?
Quando falamos em mindset explicamos que podemos ter uma con-

figuração mental para cada situação da vida de acordo com o resul-
tado que queremos atingir.
Se você foi a um torneio de futevôlei focado na bagunça e conseguiu

ser campeão, que fique claro, ou você deu a sorte dos seus adver-
sários terem um mau desempenho ou o seu nível de jogo era muito
superior à categoria em que você se inscreveu. Seja pela primeira ou
pela segunda alternativa, esse tipo de vitória em nada contribui para
a sua evolução no esporte.
Para ter uma boa performance é imprescindível utilizar a sua mente

de maneira adequada no dia do torneio.
O primeiro passo é estar atento às características dos seus adversá-

rios, e essa leitura deve ser feita através da observação das partidas
anteriores e durante o seu próprio jogo. Só assim você terá elemen-
tos suficientes para traçar uma estratégia eficiente.
Pode parecer simples, mas, acredite, se não treinarmos o nosso cé-

rebro para enxergar cada detalhe e não nos mantivermos atentos,
deixamos de observar muitas informações importantes que fazem
toda a diferença no resultado da partida.
MINDSET DE JOGO
Além disso, enquanto deixamos as distrações de lado e focamos a

nossa mente na observação dos jogos anteriores, a estamos prepa-

rando para a tarefa a ser realizada. Por outro lado, quanto mais divi-
dirmos a nossa atenção com os inúmeros fatores externos, menos
concentração teremos na atividade principal que está sendo realiza-
da, diminuindo drasticamente a qualidade da sua execução.
O alto nível de foco e de concentração só serão obtidos pela prática.

Para iniciar esse treinamento basta ter consciência dessa necessi-
dade e começar a se manter mais concentrado nos momentos que
antecedem o jogo.
Executar o exercício de mentalização, ainda que de forma mais rá-

pida e simplificada, pode ser útil, eliminando pensamentos prejudi-
ciais e aleatórios em meio a respirações profundas.
Quanto menos informações colocadas na cabeça até ali, menor o

trabalho de desprezá-las para atingir a concentração e mais fácil al-
cançar o nível de foco necessário para um bom desempenho. Por
isso, a importância de deixar as distrações para o final do evento.
AÍ ESTÁ UM GRANDE DIFERENCIAL

DO JOGADOR INTELIGENTE. AS TÉCNICAS
E ESTRATÉGIAS PODEM CHEGAR AO
CONHECIMENTO DE TODOS, MAS APENAS
AQUELES QUE SOUBEREM DESENVOLVER
O MINDSET DE UM ATLETA CAMPEÃO
CONQUISTARÃO O LUGAR MAIS ALTO
DO PÓDIO.
Aprofundaremos as questões de mentalidade de jogo nos capítulos

específicos sobre o ataque tático e a leitura de defesa mais adiante.
2
A MENTALIDADE DO
ATACANTE VENCEDOR
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
A M E N TA L I D A D E D O ATA C A N T E V E N C E D O R
Primeiramente, vamos explicar por que o ataque tático é tão eficien-

te do ponto de vista da neurociência, destacando dois fatores muito

importantes na mentalidade do atacante vencedor: a concentração
e a observação do adversário.
CONCENTRAÇÃO
A neurociência afirma que a capacidade de processamento do cór-
tex pré-frontal, estrutura do cérebro que utilizamos para prestar
atenção e raciocinar, é restrita. Por esse motivo, trabalhar em modo
“multitarefa”, realizando muitas atividades simultâneas, comprome-
te a nossa efetividade.
Notamos esse efeito em situações corriqueiras do dia a dia. É por

esse motivo que não devemos digitar mensagens no celular enquan-
to dirigimos e a razão pela qual a sobrecarga de compromissos e
tarefas no trabalho abrem margem para pequenos e grandes erros
que não passariam desapercebidos se estivéssemos focados em
apenas uma ação por vez.
Entendendo como o nosso cérebro funciona podemos moldar o nos-

so mindset para o futevôlei, com conceitos que já buscamos aplicar
para melhorar o nosso desempenho em outras áreas da nossa vida.
O ataque tático parte deste conceito, utilizando uma sequência de

AÇÕES PREDEFINIDAS dentro de um conjunto limitado de variações,
possibilitando que o jogador já saiba previamente qual ataque irá
executar, sobre os pontos estratégicos que explicaremos no próxi-
mo capítulo.
Essa forma de ataque proporciona um nível maior de concentração na

sua execução, pois quando iniciamos a jogada, desde a recepção do
saque – tecnicamente chamada de “passe”, conscientes e focados em
apenas uma ou duas opções de ataque predefinidas, o nível de asserti-
vidade e a precisão do fundamento aumentam consideravelmente.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Esse fator será determinante para o alto rendimento do jogo avan-

çado, pois, diferentemente do intermediário, nesse nível os erros de

fundamentos básicos são raros e as bolas mal atacadas dificilmen-
te resultarão em ponto. Pelo contrário, a perda de uma oportunidade
de matar o ponto passa a ter um alto preço para a dupla, já que o
contra-ataque dos adversários pode ser fatal.
EM RESUMO, PARA DERRUBAR A BOLA

NO NÍVEL AVANÇADO VOCÊ PRECISARÁ
EXECUTAR O SEU MELHOR ATAQUE O
MAIOR NÚMERO DE VEZES POSSÍVEL,
E AS ESTRATÉGIAS DE ATAQUE TÁTICO
SERÃO IMPRESCINDÍVEIS PARA ELEVAR A
SUA CONCENTRAÇÃO E UTILIZAR TODO O
SEU POTENCIAL.
OBSERVAÇÃO DA REAÇÃO DO ADVERSÁRIO

Cada ação de ataque resultará em uma reação adversária. Da rea-
ção adversária, surgirão novas situações e espaços dentro de qua-
dra. Esses espaços se tornarão áreas com maior probabilidade de
derrubar a bola, visando explorar os pontos opostos com relação
aos defensores.
Ao executar o ataque tático você perceberá que quando utilizamos

essa estratégia induzimos os adversários a se posicionarem em
determinada região da quadra. Por exemplo, se você executar três
bons ataques na paralela de forma consecutiva, o adversário, inevi-
tavelmente, passará a priorizar a defesa desse ataque, se posicio-
nando de acordo com essa finalidade.
Isso pode acontecer até mesmo de forma inconsciente, pois esta

é a reação automática do nosso cérebro para evitar um resultado
negativo. É por isso que, às vezes, os jogadores repetem um mesmo
ataque mesmo que ele esteja sendo defendido.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Após induzir os adversários a adotar um determinado posicionamen-

to, é possível utilizar as estratégias de ataque tático para explorar os
espaços vazios e dificultar o alcance pelo defensor adversário.
Por isso, é importante observar a cada ataque qual foi a reação do

oponente, inclusive, se a defesa foi realizada individualmente ou de
forma coletiva.
É primordial entender a forma que você está sendo marcado para

definir qual a melhor estratégia ofensiva. Então, lembre-se de man-
ter essa consciência e a mentalidade de observação durante toda a
partida, realizando a leitura da reação adversária para definir a estra-
tégia de ataque.
3 ENTENDENDO
OS CONJUNTOS DE
ATAQUES TÁTICOS
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
E N T E N D E N D O O S C O N J U N T O S D E ATA Q U E S TÁT I C O S
No primeiro ebook falamos sobre a importância de se explorar as

extremidades da quadra ao executar um ataque nos níveis iniciante

e intermediário, para tirar os adversários da zona de conforto e, as-
sim, dificultar a realização da defesa.
Para esses níveis, a recomendação era buscar as extremidades de

fundo e meio fundo, visando fazer com que a dupla adversária preci-
sasse se deslocar e para deixá-la longe da rede. Com isso, aumenta-
mos as suas probabilidades de erro e dificultamos o contra-ataque.
No nível avançado vamos abordar esse conceito de forma mais sofis-

ticada, agora, buscando os pontos mais distantes da quadra, levando
em consideração o posicionamento de defesa dos adversários.
O objetivo é identificar as duas áreas mais difíceis de serem marca-

das simultaneamente por um mesmo jogador dentro da sua metade
da quadra, partindo da premissa de que é impossível defender todo
esse espaço quando o ataque é bem executado.
Para isso, vamos fixar três pontos na quadra adversária, os manten-

do o mais distante possível um do outro. Chamaremos esses pontos
de “zona de ataque”.
Como essa será a maior distância existente dentro da sua área de

defesa, sempre que o adversário priorizar uma delas deixará a outra
descoberta. Chamaremos esse ponto de “zona descoberta”.
Explicaremos mais à frente quais são as variações dos conjuntos de

ataques, mas, a título de exemplo, fixaremos abaixo as duas primeiras
zonas de ataque próximas à rede, o pingo para trás e a diagonal curta.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Feito isso, identificaremos o ponto mais distante dos dois primeiros,

o meio fundo da quadra, que será o ponto de articulação da estraté-

gia de ataque.
O MEIO SIGNIFICA “DÚVIDA”, E EM UM

JOGO DE ALTA INTENSIDADE E DINÂMICA
ACELERADA, UM SEGUNDO DE INDECISÃO
É O SUFICIENTE PARA QUE A DEFESA NÃO
SEJA BEM-SUCEDIDA. ALÉM DISSO, POR
SE TRATAR DE UMA ZONA DE ATAQUE EM
COMUM A SER DEFENDIDA PELOS DOIS
JOGADORES DA DUPLA ADVERSÁRIA,
O DESLOCAMENTO DE UM DELES PARA
DEFENDÊ-LO PASSARÁ A ABRIR O
ESPAÇO PARA DERRUBAR A BOLA.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Note que, o que torna essa estratégia tão eficiente é o fato de ex-
plorarmos a maior distância existente dentro da quadra adversária

entre as três zonas de ataque.
Considerando que a quadra de futevôlei tem 18x9m, e que as zonas

de ataque estão localizadas nas extremidades laterais e no meio,
basta utilizarmos o Teorema de Pitágoras para descobrir que a dis-
tância entre o pingo para trás ou a diagonal curta e o meio fundo é
de 10,06 metros.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Apenas a título de comparação, destacamos que a distância entre o

alvo do pingo para trás e o alvo do ataque na paralela, por exemplo, é

de 9 metros, a extensão lateral da quadra adversária. Essa diferença,
de mais de 1 metro, faz com que a variação de ataques entre o pingo
para trás e o meio fundo seja muito mais eficiente do que a variação
entre um pingo para trás e a paralela.
COM A BOLA ATACADA EM ALTA

ACELERAÇÃO, UM METRO A MAIS DE
DISTÂNCIA É DETERMINANTE PARA QUE
O ADVERSÁRIO NÃO A ALCANCE DA
FORMA ADEQUADA PARA REALIZAR A
DEFESA.
Partindo desse conceito, teremos duas configurações possíveis, re-

presentadas por dois conjuntos de ataques, que aqui chamaremos
de “seta para frente” e “seta para trás”.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
CONJUNTO DE ATAQUES “SETA PARA FRENTE”

Para fins didáticos tomaremos como base a visão do jogador que

está atacando do lado esquerdo e fixaremos as zonas de ataque na
quadra adversária.
O primeiro conjunto de ataques é composto pela bola de meio fun-

do, pelo pingo para trás e pela diagonal curta, e o chamaremos de
“seta para frente” porque a ligação desses três pontos formará um
triângulo virado para frente, como demonstra a imagem abaixo.
O mesmo raciocínio servirá para o jogador do lado direito. Neste

caso, a diagonal curta estará na extremidade do lado esquerdo da
quadra e o pingo para trás do lado direito.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
CONJUNTO DE ATAQUES “SETA PARA TRÁS”

O segundo conjunto de ataques é composto pelo pingo de meio,

pela paralela e pela diagonal longa, e o chamaremos de “seta para
trás” porque a ligação desses três pontos formará um triângulo vira-
do para trás, como demonstra a imagem abaixo.
Lembrando que estamos tomando por base a visão do jogador que

está atacando do lado esquerdo, mas o mesmo raciocínio servirá para
o jogador do lado direito. Neste caso, a diagonal longa estará na extre-
midade do lado esquerdo da quadra e a paralela do lado direito.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Por serem os pontos mais distantes dentro da área defendida pelos

adversários, esses serão os conjuntos de ataques mais incisivos e com

maior dificuldade de defesa quando executados de forma intercalada.
Se a precisão e a finta do ataque forem muito boas, podemos dizer

até que é impossível o mesmo jogador marcar mais de uma zona de
ataque simultaneamente, conforme explicaremos a seguir.
4ESTRATÉGIAS DE
ATAQUES TÁTICOS
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
E S T R AT É G I A S D E ATA Q U E S TÁT I C O S
A escolha do conjunto de ataques deverá levar em conta o perfil dos

adversários, se eles têm mais facilidade ou dificuldade em defen-

der determinada área da quadra. Além disso, nada impede que, ao
perceber a reação da defesa dificultando o ponto, o conjunto de ata-
ques seja alterado no decorrer da partida.
Porém, recomendamos dar preferência à configuração que contenha

os seus melhores ataques, iniciando pela sua bola de segurança.
4.1. INICIANDO O JOGO PELA BOLA DE MEIO

Iniciar o jogo pela bola de meio pode nos dar muitas informações
sobre a dupla adversária.
Na maioria das vezes cada jogador defende o seu lado da quadra no

início do jogo. Logo, o adversário que tomar a iniciativa de defender
a bola de meio, geralmente, será o mais proativo da dupla e o que
detém maior facilidade em defender.
A partir daí iniciamos a primeira leitura, sendo válido analisar se o

jogo será mantido no adversário que defendeu o meio ou se será
feito no outro. Alguns ataques sobre o outro adversário o ajudarão a
tomar a decisão e essa leitura inicial será importante para isso.
Caso a estratégia de ataque permaneça sobre o adversário que de-

fendeu o meio, algumas repetições desse ataque vão induzi-lo a se
posicionar mais próximo ao meio da quadra, fazendo com que a
zona de ataque oposta fique descoberta.
Vamos exemplificar tal situação pela ilustração abaixo, tomando por

base o conjunto de ataques “seta para frente” e depois a variação
“seta para trás”.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
A) INICIANDO COM A BOLA DE MEIO

NO CONJUNTO “SETA PARA FRENTE”

Considerando que estamos adotando a visão do jogador do lado
esquerdo, caso o conjunto de ataques seja o “seta para frente”, ao
induzir o posicionamento do “jogador 1” para defender o meio fundo
da quadra, a melhor opção de ataque passa a ser o pingo para trás,
na zona descoberta.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Por outro lado, se o meio fundo for defendido pelo “jogador 2”, apli-
cando-se o mesmo raciocínio, a zona descoberta passará a ser a

diagonal curta, no ponto mais distante da zona de ataque defendida.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
B) INICIANDO COM A BOLA DE MEIO

NO CONJUNTO “SETA PARA TRÁS”

Se o conjunto de ataques escolhido for o “seta para trás” a bola de
meio será rente à rede, o pingo de meio, e ao executá-lo teremos as
seguintes situações de jogo.
Quando o “jogador 1” se posicionar para defender o meio da quadra,

a zona descoberta passará a ser a paralela, por ser o ponto oposto,
o mais distante da área defendida.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Quando a defesa do pingo de meio for realizada pelo “jogador 2”,

seguindo o mesmo raciocínio, a zona descoberta passará a ser a

diagonal longa.
Faremos agora duas importantes observações.
É óbvio que o adversário não estará posicionado dentro zona de ata-

que, como indicado na ilustração.
Nas imagens acima, indicamos dessa forma apenas para facilitar a

visualização da explicação, mas, na prática, o defensor se posicio-
nará apenas um pouco mais próximo da zona de ataque priorizada,
o que já será suficiente para que não consiga alcançar a zona des-
coberta.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Isso mesmo. Meros 30 centímetros para o lado oposto são suficien-

tes para “tirar o adversário” da zona descoberta, mas, atenção! Es-

tamos tratando de uma estratégia de nível avançado, que só será
eficiente se os ataques forem muito bem executados!
QUANTO MAIOR O ESFORÇO EXIGIDO

DO ADVERSÁRIO PARA REALIZAR A
DEFESA, MAIOR A PROBABILIDADE DE
INDUZIR O SEU POSICIONAMENTO. OU
SEJA, DE NADA ADIANTARÁ UTILIZAR A
ALTERNÂNCIA DENTRO DO CONJUNTO
DE ATAQUES SE ELES PUDEREM SER
ALCANÇADOS COM FACILIDADE.
Portanto, é muito importante que os ataques sejam acelerados e

precisos para o sucesso da estratégia.
Algumas repetições bem realizadas do seu melhor ataque vão exigir

maior atenção para aquela zona de ataque, pois essa é a dinâmi-
ca do jogo. Além da reação inconsciente de priorizar essa área que
está sendo atacada, os adversários certamente optarão por fazê-lo
por uma questão de necessidade.
Assim como você e o seu parceiro, os adversários estão fazendo a

leitura do jogo e definindo a sua estratégia de defesa. Após três ou
quatro bolas difíceis do seu melhor ataque, certamente decidirão
que um deles precisará se posicionar mais próximo da zona de ata-
que que você está explorando.
Uma vez induzido o posicionamento de um dos adversários, surgirá

a zona descoberta, como explicamos acima.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
4.2. INICIANDO O JOGO PELAS EXTREMIDADES

DA QUADRA
Como falamos, iniciar o jogo com a bola de meio nos dá importan-
tes informações e deixa o adversário que se deslocou vulnerável na
extremidade da área defendida, mas, talvez, o seu melhor ataque
não seja o de meio, ou a sua estratégia seja manter um adversário
posicionado mais próximo à lateral da quadra.
Então, vamos passar a analisar a estratégia de ataque tático quando

iniciada pelas extremidades.
Induzir o posicionamento de um adversário para a extremidade da

quadra pode ser muito interessante, pois restará ao outro uma área
muito maior para defender.
Vale lembrar que nossa estratégia está baseada em 3 tipos de ata-

ques por conjuntos de variações, MAS OS ADVERSÁRIOS NÃO SA-
BEM DISSO!
ISSO SIGNIFICA QUE, AO “SEGURARMOS”

UM ADVERSÁRIO NO CANTO DA QUADRA
PARA DEFENDER DETERMINADA ZONA
DE ATAQUE, CRIAMOS PARA O OUTRO A
PREOCUPAÇÃO DE DEFENDER TODOS OS
OUTROS ATAQUES POSSÍVEIS.
Além de ser impossível defender uma área tão grande se os ata-

ques forem bem executados, a necessidade de estar atento a tantas
possibilidades pode desestabilizá-lo e certamente dificultará a sua
agilidade na tomada de decisão.
Vamos demonstrar essa situação pelas ilustrações abaixo, consi-

derando, primeiramente, o conjunto de ataques “seta para frente”,
iniciando o ataque com o pingo para trás.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
A.1) INICIANDO COM O ATAQUE NA

EXTREMIDADE (PINGO PARA TRÁS)

Quando o “jogador 1” se posicionar para defender o pingo para trás,
a zona descoberta passará a ser o meio fundo, por ser o ponto opos-
to, o mais distante da área defendida.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Acrescentaremos a seguir os pontos de preocupação gerados para

o “jogador 2” como consequência do posicionamento que essa situ-

ação provoca para o “jogador 1”: a diagonal curta, a diagonal longa,
o meio, o meio fundo e a paralela.
Podemos até considerar a possibilidade do “jogador 1” alcançar

algumas bolas de meio, mas ainda assim, a área deixada para o
“jogador 2” será muito grande.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Como consequência, ao induzir o posicionamento do “jogador

1”para a extremidade da quadra, abre-se espaço para explorar as es-

tratégias de ataques táticos sobre o “jogador 2”, utilizando o mesmo
conjunto de ataques, no caso, o “seta para frente”, com a vantagem
de deixá-lo mais vulnerável em razão do espaço defendido.
Além da limitação física para defender uma área tão grande, essa
estratégia poderá deixar o “jogador 2” em uma situação desconfor-
tável e de indecisão por ter que se preocupar com tantas possibilida-
des de ataque, e isso pode ser determinante para dificultar a defesa.
No exemplo acima, após induzir o posicionamento do “jogador 1”

para defender o pingo para trás, exploraremos a sua zona descober-
ta, o meio fundo, abrindo-se duas possibilidades.
1
APÓS ALGUMAS REPETIÇÕES DE
ATAQUES NO MEIO FUNDO, O “JOGADOR
1” SE POSICIONARIA PARA DEFENDÊ-
LO, DEIXANDO O PINGO PARA TRÁS
DESCOBERTO: NESSA HIPÓTESE
PODERÍAMOS VOLTAR A EXPLORAR O
PINGO PARA TRÁS SOBRE O MESMO
ADVERSÁRIO, NA ZONA DESCOBERTA;
2
O “JOGADOR 1” SE POSICIONARIA PARA
DEFENDER O PINGO PARA TRÁS E O MEIO
FUNDO PASSARIA A SER DEFENDIDO
PELO“JOGADOR 2”: NESSA HIPÓTESE,
PASSARÍAMOS A EXPLORAR A ZONA
DESCOBERTA DO “JOGADOR 2”, OU SEJA,
A DIAGONAL CURTA.
Por isso destacamos a importância de se observar com muita aten-

ção a reação dos adversários. Conforme eles se deslocarem para
cobrir uma zona descoberta, outra zona de ataque se abrirá.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Essa dinâmica deverá ser mantida durante todo o jogo, observando

as reações do adversário com a maior concentração possível para
garantir a eficiência da estratégia.
A.2) INICIANDO COM O ATAQUE NA

EXTREMIDADE (DIAGONAL CURTA)
Se os ataques se iniciarem pela outra extremidade da quadra, a dia-
gonal curta, induziremos o posicionamento do “jogador 2”, que ao se
movimentar para defender essa zona de ataque, também deixará o
meio fundo descoberto.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Neste caso, os pontos de preocupação gerados para o jogador 1 serão:

o pingo para trás, a diagonal longa, o meio, o meio fundo e a paralela.
Assim como na primeira situação analisada, posicionado próximo à

diagonal curta, o “jogador 2” poderia, eventualmente, alcançar algu-
mas bolas de meio, mas ainda assim são muitos os pontos de preo-
cupação que restam ao “jogador 1”, dentre eles, a zona descoberta.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Após induzir o posicionamento do “jogador 2” para defender a dia-

gonal curta, exploraremos a sua zona descoberta, o meio fundo,

abrindo-se duas possibilidades.
1
ATAQUES NO MEIO FUNDO, O “JOGADOR
2” SE POSICIONARIA PARA DEFENDÊ-
LO, DEIXANDO A DIAGONAL CURTA
DESCOBERTA: NESSA HIPÓTESE
PODERÍAMOS VOLTAR A EXPLORAR A
DIAGONAL CURTA SOBRE O MESMO
2
DEFENDER A DIAGONAL CURTA E O MEIO
FUNDO PASSARIA A SER DEFENDIDO
PELO“JOGADOR 1”: NESSA HIPÓTESE,
O PINGO PRA TRÁS.
O mesmo ocorrerá quando o conjunto de ataques for o “seta para

trás”, porém, ao invés da estratégia se iniciar pelo pingo para trás e
pela diagonal curta, esses ataques serão substituídos pela paralela
e pela diagonal longa.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
B.1) INICIANDO COM O ATAQUE NA

EXTREMIDADE (PARALELA) NO CONJUNTO

“SETA PARA TRÁS”
Quando o “jogador 1” se posicionar para defender a paralela, a zona
descoberta será o pingo de meio, por ser o ponto oposto, o mais
distante da área defendida.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Conforme já falamos no primeiro ebook, explorar a extremidade no

fundo da quadra é importante para deixar o adversário mais longe

da rede, o obrigando a ter mais precisão para trabalhar a bola e con-
seguir atacar bem posicionado.
Outra vantagem desse tipo de ataque é o desgaste físico provocado

no adversário, que terá que defender o fundo e correr para a rede.
Após várias repetições, em uma areia pesada, esse desgaste pode
afetar o seu desempenho no ataque.
Uma vez induzido o posicionamento do “jogador 1”, restará ao“joga-

dor 2” uma área maior a ser defendida e os pontos de preocupação
gerados para ele serão: a diagonal longa, a diagonal curta, o pingo
de meio, o meio e o pingo para trás.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Repare na ilustração acima que a extensão de quadra que sobra para

o “jogador 2” é muito grande, dando margem até mesmo para alterar

o conjunto de ataques caso seja interessante pelo contexto do jogo.
Uma vez induzido o posicionamento do “jogador 1”, os ataques se-

rão realizados na zona descoberta, o pingo de meio, abrindo-se duas
possibilidades.
1
ATAQUES NO PINGO DE MEIO, O
“JOGADOR 1” SE POSICIONARIA PARA
DEFENDÊ-LO, DEIXANDO A PARALELA
DESCOBERTA: NESSA HIPÓTESE
PODERÍAMOS VOLTAR A EXPLORAR
A PARALELA SOBRE O MESMO
2
DEFENDER A PARALELA E O PINGO
DE MEIO PASSARIA A SER DEFENDIDO
PELO “JOGADOR 2”: NESSA HIPÓTESE,
A DIAGONAL LONGA.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
B.2) INICIANDO COM O ATAQUE NA

EXTREMIDADE (DIAGONAL LONGA)

NO CONJUNTO “SETA PARA TRÁS”
Se a estratégia se iniciar pela outra extremidade da quadra, a dia-
gonal longa, induziremos o posicionamento do “jogador 2”, que ao
se posicionar para defender essa zona de ataque também deixará o
pingo de meio descoberto.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Então, neste caso os pontos de preocupação gerados para o “joga-

dor 1” serão: a paralela, a diagonal curta, o pingo de meio, o meio e

o pingo para trás.
O ataque executado repetidamente começará a ser defendido, pois

a reação natural dos adversários será se posicionar para priorizar
essa zona de ataque.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Neste último exemplo, o “jogador 2” se posicionaria para defender

a diagonal longa e, seguindo a estratégia, passaríamos a explorar o

pingo de meio, abrindo-se duas possibilidades.
1
ATAQUES NO PINGO DE MEIO, O
“JOGADOR 2” SE POSICIONARIA PARA
DEFENDÊ-LO, DEIXANDO A DIAGONAL
LONGA DESCOBERTA: NESSA HIPÓTESE
PODERÍAMOS VOLTAR A EXPLORAR A
DIAGONAL LONGA SOBRE O MESMO
2
DEFENDER A DIAGONAL LONGA E O PINGO
DE MEIO PASSARIA A SER DEFENDIDO
PELO “JOGADOR 1”: NESSA HIPÓTESE,
A PARALELA.
A base de toda a estratégia é, dentro do conjunto de ataques, nos

pontos mais distantes entre si, observar de que forma o posiciona-
mento dos adversários está sendo induzido para identificar a zona
descoberta e explorá-la.
Se os ataques forem bem executados, podemos dizer que a estra-

tégia de ataque tático é implacável e não pode ser anulada, pois é
fisicamente impossível marcar todos os pontos simultaneamente.
Lembrando que, para efetividade da estratégia é imprescindível que

a qualidade dos ataques seja condizente com o nível avançado, es-
condendo o movimento até o último instante e executando os funda-
mentos com precisão e potência. Daí a importância de aprimorá-los.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
Por fim, como a tática abordada explora a limitação física dos

adversários para encontrar as melhores zonas de ataque dentro de

um conjunto de variações, ressaltamos que a estratégia se torna
ainda mais eficiente quando aplicada entre ataques consecutivos
de um mesmo lance, os chamados “rallys”.
Após defender um ataque, o adversário dificilmente conseguirá re-

tomar o seu posicionamento e ter a explosão muscular suficiente
para alcançar o segundo ataque na zona descoberta. A dificuldade
aumentará nos ataques seguintes caso o “rally” continue.
5 PRINCIPAIS
TREINAMENTOS
PARA SE TORNAR UM
ATACANTE TÁTICO
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
P R I N C I PA I S T R E I N A M E N T O S PA R A S E T O R N A R
U M ATA C A N T E TÁT I C O
Para obter bons resultados com o ataque tático é necessário que o

jogador faça uma autoavaliação e compreenda qual estratégia se

encaixa melhor no seu perfil de jogo.
O primeiro passo é identificar qual é a sua melhor bola.
Muitos jogadores sequer sabem qual é o seu melhor ataque. Tentam

ser bons em todas as variações e, como resultado, acabam não atin-
gindo a excelência em nenhuma delas.
Vale repetir que no nível avançado os ataques precisam ser muito

mais incisivos para derrubar a bola e que, além disso, somente com
ataques muito bem executados é possível induzir o posicionamento
do adversário com as estratégias de ataque tático.
Identificada a sua melhor bola, você deverá se empenhar em treinar

a execução do ataque na zona oposta, ou seja, aquela que ficará
descoberta quando o adversário se posicionar para defender a pri-
meira e, o mais importante, AS DUAS BOLAS DEVERÃO SER EXECU-
TADAS COM O MESMO MOVIMENTO.
Esse é um dos grandes segredos para dificultar a leitura do adver-

sário. Quando o jogador executa mais de uma bola como o mesmo
movimento de braços e pescoço, dizemos que ele “esconde bem o
ataque”, porque fica muito difícil prever onde a bola será atacada.
A DEFINIÇÃO DO ATAQUE NO ÚLTIMO

SEGUNDO, ALIADA À MAIOR DISTÂNCIA
POSSÍVEL ENTRE AS ZONAS DE
ATAQUE, FARÁ COM QUE O DEFENSOR
NÃO CONSIGA CHEGAR NA BOLA E SE
SINTA VULNERÁVEL AO SER ATACADO,
REDUZINDO A SUA AGILIDADE NO TEMPO
DE REAÇÃO.
PARTE A
ATAQUE TÁTICO
P R I N C I PA I S T R E I N A M E N T O S PA R A S E T O R N A R
U M ATA C A N T E TÁT I C O
Outro ponto importante é procurar atacar a bola sempre “acelerada”,

a golpeando no ponto mais alto para que a sua trajetória forme uma
linha reta ou a mais reta possível.
Mais uma vez, nos valemos da física para explicar o porquê.
Quando deixamos a bola cair muito para executar o ataque, a sua

trajetória forma uma parábola, subindo primeiramente para ultrapas-
sar a rede e depois caindo em direção à quadra adversária.
Esse percurso faz com que a bola viaje por mais tempo até chegar
ao alvo, e a mudança de direção, ao subir e depois descer, reduz a
potência do ataque.
Diferentemente, quando o ataque é acelerado, essa parábola é

“achatada”. Quanto mais alto o ponto de encontro com a bola, mais
reta é a sua trajetória, reduzindo o seu percurso e aumentando a ve-
locidade com que ela atingirá o chão no alvo atacado.
É claro que, dependendo das condições físicas, cada jogador con-

seguirá atacar a bola à certa altura. Por esse motivo, é importante
que você treine para descobrir qual é a maior aceleração que você
consegue imprimir no seu ataque, se esforçando ao máximo para
utilizá-la durante o jogo.
6 INTRODUÇÃO À
LEITURA DE DEFESA
PARTE B
I N T R O D U ÇÃO À LE IT U RA D E D E F E SA
Por questões físicas, é impossível defender toda a extensão da qua-

dra. Cada jogador tem um raio de alcance e embora isso possa va-
riar de acordo com as condições de cada atleta, vamos presumir,
a título didático, que um jogador consiga cobrir, aproximadamente,
70% da sua metade da quadra.
PARTE B
É por isso que, ao induzirmos o posicionamento do adversário, ain-

da que para ele isso aconteça de forma inconsciente, o seu raio de

alcance se deslocará, gerando a zona descoberta, como vemos na
imagem abaixo.
PARTE B
No sistema de defesa individual cada jogador é responsável

por defender a sua metade da quadra e, como já explicamos, se

corretamente exploradas as zonas de ataque mais distantes entre
si, essa tarefa pode se tornar muito difícil e até impossível.
Diante disso, os defensores podem optar pela marcação coletiva,

com base na análise do contexto do jogo, das probabilidades de ata-
que do atacante e do perfil de cada adversário.
Aqui vale uma observação importante para quem está atingindo o

nível avançado. Diante da alta qualidade dos ataques, nesse nível
de jogo é muito raro se utilizar a marcação em que um defensor de-
fende todas as bolas curtas e o outro todas as bolas longas, ficando
alinhados no meio da quadra, um na frente e outro atrás.
Então, você pode se perguntar:
MAS, SE A QUADRA ADVERSÁRIA TEM

9X9 METROS E O RAIO DE ALCANCE
DOS JOGADORES É O MESMO, QUAL É
A DIFERENÇA ENTRE OS DEFENSORES
ESTAREM ALINHADOS LADO A LADO
OU ESTANDO UM NA FRENTE E OUTRO
ATRÁS?
De fato, nas duas configurações teremos aproximadamente 30% de

área fora do alcance de cada defensor, mas a questão é que, quan-
do eles estão alinhados lado a lado, a opção será deixar uma parte
maior do fundo ou da frente descoberta.
A partir do nível avançado, quando os ataques para baixo são mais

frequentes e difíceis de se defender, geralmente, os jogadores prio-
rizam essa área, se posicionando um pouco à frente da chamada
“linha dos três”, fazendo um paralelo com as linhas da quadra de
vôlei, ou seja, à frente do meio da quadra.
PARTE B
As bolas de fundo, por percorrerem uma trajetória maior, são mais fá-
ceis de serem recuperadas, desde que mantida a postura correta, com
a base do corpo de lado, conforme ensinamos no primeiro ebook.
Por outro lado, quando os defensores se posicionam alinhados um na

frente e outro atrás, os espaços vazios ficam nas laterais da quadra.
Como as variações são maiores no nível avançado, os ataques nas
extremidades laterais rente à rede e de meio de quadra serão mais
difíceis de serem defendidos, pois possuem uma trajetória curta a
percorrer, atingindo o chão com maior rapidez.
Outra razão é que o espaço em comum entre o raio de alcance dos

dois defensores, apontada na imagem abaixo como “intersecção”,
provoca dúvida entre a dupla, dando margem para que a bola seja
derrubada pela indecisão da defesa.
Quando os jogadores estão lado a lado, é possível ter uma melhor

noção da divisão da quadra, sendo mais fácil de identificar a bola de
meio e a distância entre eles.
Estando um na frente e outro atrás essa tarefa se torna mais difícil,

pois o jogador que marcou a frente fica de costas para o seu parcei-
ro, sem saber exatamente a que distância ele está do alvo do ataque.
Além disso, como um defensor correrá em direção à rede, portanto,

na direção do adversário que atacou, o seu parceiro só saberá se ele
conseguiu defender o ataque no último segundo, quando pode ser
tarde para alcançar a bola.
PARTE B
É por isso que o chamado “pingo paraguaio”, uma bola sem força, se
torna tão eficiente, pois ela é direcionada justamente para essa área
em comum entre os dois defensores, dificultando a tomada de decisão.
Note que, até o nível intermediário esse tipo de marcação pode fun-
cionar melhor porque a qualidade e a variação de ataques não são
tão altas. Já no avançado e profissional, a divisão da quadra em
“frente” e “fundo” é mais rara e, quando realizada, é com base em
um profundo conhecimento sobre o adversário, capaz de dar aos
defensores uma certa convicção do ataque que será executado.
PARTE B
Lembre-se disso e tenha cuidado ao comparar o seu jogo com o que

acontece nos torneios profissionais. O nível técnico dos ataques de

um jogador profissional é muito mais elevado e as estratégias utiliza-
das na defesa são reflexo do conhecimento profundo entre as duplas.
Depois de muitos torneios disputados, na maior parte entre os mes-

mos adversários, os atletas profissionais desenvolvem estratégias
específicas para defender cada jogador.
Sabem, inclusive, quais bolas cada um utiliza quando está atrás no

placar e não pode errar, quais utiliza quando joga solto e com tran-
quilidade, e até mesmo a diferença de postura quando está jogando
a fase classificatória ou as fases finais de um torneio.
Com o aprimoramento da leitura psicológica e intelectual do jogo, a

inteligência e o preparo mental dos atletas passam a ser cada vez
mais decisivos para a vitória e todos esses elementos compõem o
planejamento da estratégia.
AQUI, QUANDO FALAMOS DE DEFESA

COLETIVA, NOS REFERIMOS A PEQUENOS
AJUSTES DE POSICIONAMENTO DE CADA
DEFENSOR, COM BASE NA LEITURA DOS
ADVERSÁRIOS EM TODOS OS ASPECTOS,
E ESSE PROCESSO PRECISA SER
REALIZADO COLETIVAMENTE, HAVENDO
COOPERAÇÃO RECÍPROCA PARA QUE A
ESTRATÉGIA SEJA EFICIENTE.
Após identificar o perfil dos adversários pelos elementos que expli-

caremos a seguir, a dupla poderá combinar que um dos defensores
se posicione mais próximo a determinada área da quadra e o po-
sicionamento do outro defensor deverá se ajustar conforme essa
leitura para distribuir o raio de alcance de ambos, da melhor forma e
de acordo com as probabilidades do jogo.
7COMPOSIÇÃO
DA LEITURA DO
ADVERSÁRIO
SUMÁRIO
PARTE B
C O M P O S I ÇÃO DA L E IT U RA D O A DV E RSÁ R I O
Para um bom planejamento da estratégia de defesa é necessário ter

um mindset voltado para alcançar esse objetivo.
Temos falado repetidamente o quanto a mentalidade de jogo tem

ganhado espaço no futevôlei e se tornado um grande diferencial en-
tre os atletas, fazendo, inclusive, com que jogadores muito equilibra-
dos em condições físicas e técnicas obtenham diferentes resulta-
dos nas competições.
Uma vez consciente de que a estratégia de defesa será traçada com

base em várias características do perfil adversário, o jogador inteli-
gente deve focar em observá-las para colher o máximo de informa-
ções, seja nos jogos anteriores ao seu ou até mesmo na personali-
dade dos seus oponentes, demonstrada fora de quadra.
Por isso, podemos dizer que o jogador que chega para um torneio
apenas na hora do seu jogo ou que está distraído com a resenha e
comendo espetinho, não está desenvolvendo um mindset compatí-
vel com o nível avançado.
Falaremos a seguir dos principais elementos que compõem a leitura

do perfil adversário e de como podemos obter essas informações
para elaborar a melhor estratégia e estar bem preparados para o
confronto.
SUMÁRIO
PARTE B
LEITURA DE PERSONALIDADE
O perfil de personalidade pode dar alguns indícios do comportamen-

to de cada adversário durante o jogo. Embora haja raras exceções,
na maioria absoluta das vezes encontraremos coerência entre a per-
sonalidade do jogador dentro e fora de quadra.
OS TRAÇOS DE INSEGURANÇA
GERALMENTE REVELAM UM PERFIL DE
JOGADOR QUE ESTÁ A TODO MOMENTO
SE ESFORÇANDO PARA NÃO ERRAR.
O MEDO DA DERROTA, DA OPINIÃO E
DO JULGAMENTO ALHEIO FAZ COM
QUE ELE OPTE PELAS SUAS BOLAS DE
SEGURANÇA NA MAIORIA DAS VEZES,
DANDO UMA CERTA PREVISIBILIDADE DO
SEU JOGO.
Fazer o jogo no adversário com esse perfil pode ser uma boa opção.
Se ele for o jogador atacado, certamente, também será o que vai
atacar pela dupla adversária.
Diante da previsibilidade das suas ações, a chance de “encaixar”

uma estratégia que anule os seus ataques será maior. Ao criar uma
situação de desconforto para esse tipo de adversário, agravaremos
ainda mais o peso que a sua falta de confiança tem sobre o seu de-
sempenho, o desestabilizando e nos deixando em vantagem.
É por esse motivo que você deve se esforçar para desenvolver a sua
autoestima e confiança caso se identifique com essas característi-
cas.
O adversário que se mostra mais confiante, por outro lado, tende a

ter as características opostas, mas, atenção, não devemos confun-
dir insegurança com introversão.
SUMÁRIO
PARTE B
Isso porque, embora o jogador extrovertido se revele confiante na

maioria das vezes, a extroversão exagerada indica um perfil narcisis-
ta, com falta de foco e de concentração.
O jogador exageradamente extrovertido geralmente é o que fica dis-

traído com outras pessoas enquanto o introvertido observa atenta-
mente as características dos adversários e pensa no planejamento
da estratégia. Em resumo, podemos dizer que a dualidade de perfis
“inseguro” ou “confiante” é determinante para a estratégia. Já o “in-
trovertido” ou “extrovertido”, não necessariamente.
LEITURA DE ESTEREÓTIPO
O futevôlei está em constante evolução e isso tem levado os atletas
a se dedicarem cada vez mais ao seu preparo físico como forma de
se tornarem mais competitivos.
Diante disso, geralmente, evitamos fazer o jogo no jogador mais alto

e com melhor condicionamento.
Isso porque os ataques para baixo, próximos à rede, quando execu-

tados com força e bom tempo de bola são os mais difíceis de serem
defendidos. Como a trajetória da bola é mais curta, fazendo com
que ela atinja o chão com mais rapidez, o posicionamento deve ser
específico para esse perfil, como já comentamos anteriormente.
Então, ao jogar contra um adversário que não tem um bom condi-

cionamento físico, podemos optar por “fazer o jogo nele”. Como ele
receberá a primeira bola, certamente será o que irá atacar.
Se for o caso, recomendamos que sejam priorizadas as bolas de fun-

do, tanto no saque quanto no ataque, para provocar o seu desgaste
físico e, consequentemente, reduzir a qualidade dos seus ataques.
SUMÁRIO
PARTE B
NENHUM DOS FATORES DE LEITURA DO

ADVERSÁRIO DEVE SER ANALISADO

ISOLADAMENTE. HÁ JOGADORES ALTOS
QUE NÃO TÊM O ATAQUE PARA BAIXO
POR FALTA DE “TEMPO DE BOLA” E,
EM ALGUNS CASOS, O JOGADOR MAIS
BAIXO DA DUPLA PODE SER O MELHOR
ATACANTE NO CONTEXTO GERAL DE
SEUS FUNDAMENTOS.
Outro exemplo clássico: de nada adianta o jogador ser alto e forte

se ele não tiver um bom passe. Se o seu parceiro estiver sempre
consertando a segunda bola, ele dificilmente receberá uma boa le-
vantada para atacar e a sua vantagem física se tornará indiferente.
LEITURA TÁTICA
O terceiro elemento de leitura adversária deve levar em conta as ca-
racterísticas da outra dupla sob o ponto de vista tático.
Para isso, é importante observar quais são os melhores ataques dos

adversários em cada situação de jogo, considerando as suas carac-
terísticas físicas, o posicionamento deles em relação à rede e o mo-
mento da partida.
Até mesmo no nível profissional podemos perceber que alguns jo-

gadores utilizam uma variação grande de ataques durante todo o
jogo, mas nos últimos pontos, quando precisam ser mais assertivos
para fechar a partida, trabalham apenas alguns dos seus melhores
ataques.
Uma vez compreendidas essas características, a estratégia de defe-

sa poderá ser montada, de modo a direcionar o raio de alcance de
cada um dos defensores para aumentar a probabilidade de chegar
SUMÁRIO
PARTE B
nos ataques mais incisivos do adversário.

Consequentemente, deixa-se uma área mais exposta para os ataques

que, por não serem tão agressivos, há maior probabilidade de alcan-
çá-los, mesmo posicionados para priorizar as outras zonas de ataque.
Também é comum que após fazer essa leitura, os defensores per-

cebam que o adversário executou muito pouco um determinado
ataque. Nesses casos, mesmo que esse ataque seja bom, ele pode
ser desprezado se isso for necessário para possibilitar a defesa dos
ataques mais utilizados, por uma questão de probabilidade.
Pode parecer um raciocínio muito simplista, mas é exatamente o que

acontece. Se durante a partida o adversário atacou 5 paralelas, 4 pin-
gos de meio, 3 pingos para trás e nenhuma diagonal longa, a probabi-
lidade de ele tentar a diagonal longa no final do jogo é muito pequena.
ESSES NÚMEROS QUE VAMOS

COLETANDO NO DECORRER DO JOGO
NOS REVELAM MUITO SOBRE O PERFIL
DO ADVERSÁRIO, QUE EM MEIO À
ADRENALINA E AO ALTO ESFORÇO
FÍSICO, NÃO CONSEGUE MANIPULAR
TAIS INFORMAÇÕES. OU SEJA, O
COMPORTAMENTO DO ADVERSÁRIO
REVELA, VERDADEIRAMENTE, QUEM
ELE É COMO JOGADOR.
Por isso damos tanta ênfase à necessidade de nos esforçarmos

para trabalhar nossa mentalidade de jogo e focarmos na observa-
ção do adversário.
As duas duplas estarão fazendo essa leitura durante todo o tempo

para elaborar a sua estratégia. Aquela que conseguir fazer a melhor
leitura, sem que isso afete o seu desempenho na execução dos fun-
SUMÁRIO
PARTE B
damentos, terá uma chance muito maior de obter a vitória.

Uma vez aprendidos os elementos de leitura de defesa e conscien-

te dos principais conceitos que embasam as estratégias de ataque,
você começará a enxergar o jogo de outra maneira, se tornando apto a
desenvolver a sua própria estratégia de defesa, a ajustando de acordo
com o perfil de cada adversário e com o contexto de cada jogo.
GOSTOU
DESSE
CONTEÚDO?
O futevôlei é um esporte relativamente novo e que está em constan-

te evolução.
Com o passar do tempo, novas técnicas e estratégias vão se de-

senvolvendo e o nosso compromisso é continuar espalhando esse
conhecimento de forma acessível a praticantes de todos os lugares
do Brasil e do mundo.
Neste ebook abordamos conceitos pouco conhecidos pela maioria

dos jogadores amadores. Se estudados e aplicados com dedicação,
esses conceitos vão colaborar significativamente para a sua evolu-
ção no esporte.
Temos certeza de que, assim como no primeiro ebook, muitos pas-

sarão a enxergar o jogo de uma forma mais abrangente e sofisti-
cada, e que, aos poucos, essa evolução de mentalidade de forma
coletiva irá contribuir para o desenvolvimento de novas técnicas e
para o crescimento do futevôlei em geral.
Lembre-se! Para se alcançar os níveis mais altos é preciso jogar

com inteligência. Por isso, a atualização constante do conhecimen-
to é imprescindível!
O CONHECIMENTO
PRECISA SER DIVULGADO
SE VOCÊ APOIA ESSA INICIATIVA,
CONTAMOS COM A SUA
COLABORAÇÃO!
Se você gostou do ebook e deseja que o Futevôlei Maior continue
produzindo esse tipo de material, pedimos que o indique aos seus
amigos, os incentivando a comprá-lo pelo link que está na descrição
do nosso perfil no Instagram.
@FUTEVOLEIMAIOR
COMPRANDO O EBOOK VOCÊ TERÁ O
PRODUTO LICENCIADO EM SEU NOME

E CPF E AINDA NOS AJUDARÁ A
SEGUIR EM FRENTE COM O PROJETO
DIDÁTICO DO FUTEVÔLEI MAIOR!
CONTAMOS COM A
SUA COLABORAÇÃO!
NÃO COMPARTILHE
ESSE MATERIAL!
Lembramos que para a valorização do futevôlei e para que empre-

sas como a nossa consigam produzir materiais didáticos de quali-
dade, essa atividade precisa ser rentabilizada.
AO RECUSAR O ENVIO DO EBOOK AOS SEUS AMIGOS VOCÊ ESTA-

RÁ NOS INCENTIVANDO A PREPARAR O PRÓXIMO MATERIAL!
Essa é a colaboração que o esporte precisa de vocês para a divulga-

ção do conhecimento!
E VOCÊ PODE COLABORAR AINDA MAIS.

Caso tome conhecimento de um exemplar circulando de forma ile-
gal, pedimos que entre em contato com a nossa equipe pelas redes
sociais, enviando o PDF recebido para identificação do comprador
que o encaminhou indevidamente.
Agradecemos pelo apoio.
Vocês fazem parte desse projeto!
*A DISTRIBUIÇÃO DESTE PRODUTO DE FORMA ILEGAL É CRIME,

DE ACORDO COM O ARTIGO 184 DO CÓDIGO PENAL.
SE LIGA!
Se você ainda não adquiriu o primeiro volume do ebook “Jogando Futevôlei
com Inteligência”, NÃO PERCA TEMPO!
Lá você encontrará muitos conceitos sobre recepção, levantada, movimentação

conjunta, posicionamento e estratégias de defesa, além de dicas de mindset e
de mentalidade de jogo que vão aumentar a sua assertividade e melhorar o seu
rendimento dentro de quadra!
Um material inédito que tem mudado a forma como praticantes e até professo-
res enxergam a didática do futevôlei!
CONHEÇAS AS BASES DO
FUTEVÔLEI COM INTELIGÊNCIA
EM NOSSO PRIMEIRO E-BOOK
POR UM PREÇO PROMOCIONAL.
CLIQUE NO BOTÃO E APROVEITE:
APROVEITAR PROMOÇÃO
Acompanhe o nosso trabalho pelas redes sociais e fique ligado que em breve
teremos mais novidades para vocês!
S E G U I MO S J U N TO S , P O R U M F U T E VÔ L E I M AIO R !
Técnicas de ataque e de defesa

NÍVEL AVANÇADO para ganhar uma partida

Futevolei Maior Ebook

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Futevolei Maior Ebook

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Técnicas de ataque e de defesa

NÍVEL AVANÇADO para ganhar uma partida

SEGUIMOS JUNTOS, POR UM FUTEVÔLEI MAIOR! @FUTEVOLEIMAIOR

que aos treinos, e porque jogam várias vezes na semana pensam

Jogar com frequência é muito importante, pois um jogador comple-

Porém, também é imprescindível treinar, caso contrário, correremos

Afinal, conseguiremos desenvolver segurança apenas dentro do uni-

Toda atividade esportiva possui técnicas específicas capazes de

Se tomarmos como exemplo a corrida, os braços e pernas precisam

As correções que levarão um corredor a evoluir só acontecerão com

O mesmo raciocínio se aplica ao futevôlei. Enquanto jogamos dificil-

mente conseguimos observar todos os detalhes de cada movimento

Mesmo um jogador profissional, se assistir à gravação do seu jogo,

Outra função importante do treino é aumentar o repertório de recur-

Isso porque, quando desenvolvemos determinada ação repetida-

O jogador habituado a dar o shark attack, por exemplo, não precisa

Após treinar o movimento através de muita repetição isso passa a

Uma vez incorporado o fundamento ao repertório, o atleta sentirá

A terceira importante função do treino é corrigir os vícios de jogo,

atentos para observar o quanto essa personalização do jogo pode ser

Geralmente, eles acontecem sem que o jogador perceba. Ou seja, é

Então, não se engane. O futevôlei está em constante evolução e só

Por isso, se a sua intenção é evoluir no esporte, procure um treinador

Inteligência - nível inciante e intermediário”, muitas pessoas pediram

Com muito carinho e dedicação, a equipe do Futevôlei Maior reu-

Abordaremos neste ebook os temas “ataque tático” e “técnicas de lei-

Mais uma vez, queremos destacar a importância do apoio de todos

Como sempre dizemos, precisamos, juntos e de forma justa, tornar

Por isso lhe pedimos: NÃO PRATIQUE A PIRATARIA!

Ao adquirir o ebook, o produto será licenciado para uso exclusivo do

4.1 INICIANDO O JOGO

4.2 I N ICIAN DO O JOGO PE LAS

No primeiro volume do ebook “Jogando Futevôlei com Inteligência”

falamos da importância do mindset para jogadores de nível iniciante

Segundo Carol S. Dweck, uma das maiores especialistas do mundo

Na verdade, ele está relacionado, principalmente, à forma como a

MINDSET NADA MAIS É QUE UM “MODELO

Embora também possa haver influências genéticas nesse processo,

É como se o nosso cérebro fosse um poderoso computador, mas

que, quando fabricado, com o nosso nascimento, esse computador

Muitas dessas configurações funcionarão satisfatoriamente e al-

Uma famosa fábula conta que uma empresa da área de calçados

Depois de alguns dias, o primeiro consultor enviou a seguinte men-

“Chefe, cancele a produção, pois aqui ninguém usa sapatos.”

Sem saber das conclusões do primeiro consultor, o segundo enviou

Essa história deixa muito claro que o segundo consultor tinha um

perfil de quem enfrenta os desafios com ânimo e entusiasmo.

Já o primeiro, aparenta ser o tipo de pessoa que sempre vê apenas

Assim acontece em tudo o que fazemos, seja no campo dos relacio-

PARA QUE POSSAMOS OBTER O MELHOR

Focando na mentalidade específica para o futevôlei, dividiremos

ticada por Ayrton Senna, que através da visualização fazia todo o

A técnica se inicia por um exercício de relaxamento através de res-

Essa etapa do exercício de visualização se assemelha à meditação

É imprescindível que essa preparação para o exercício de visualiza-

Repetiremos o passo a passo deste exercício da forma que en-

Essa técnica de mentalização já é utilizada em outros esportes de

Primeiramente, vamos fazer o exercício de mentalização com uma

Sente-se em uma cadeira, em um lugar silencioso. Fe-

Comece a observar cada músculo do seu corpo a partir

Enquanto isso, foque apenas na sua respiração e ignore

Quando estiver se sentindo totalmente relaxado, busque

que seguem foram tiradas do livro de Anthony Robbins, no capítulo