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ESTUDO DE CASO

Denunciante: MP, Conselho Tutelar e CAPS

Instituições envolvidas no caso:

CREAS

Centro de Referência Especializada da Assistência Social, é um


dispositivo das Políticas Públicas do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) e tem como principal função o atendimento a famílias e pessoas que
estejam passando por situação de risco ou violação de direitos.

CAPS

Centro de Atenção Psicossocial, é um estabelecimento de saúde pública


ligada a Atenção Secundaria de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS),
este tem como função atender e acompanhar pessoas que estejam sofrendo
com transtornos mentais moderados e graves, bem como, pessoas que
estejam em uso de risco de álcool, crack e outras drogas.

CONSELHO TUTELAR

Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,


encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança
e do adolescente como dispõe a Lei Federal 8.069 de 13 de julho de 1990.

ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE


A Atenção Básica é a principal porta de entrada e o centro articulador do
acesso dos usuários ao Sistema Único de Saúde (SUS) e às Redes
de Atenção à Saúde, orientada pelos princípios da acessibilidade, coordenação
do cuidado, vínculo, continuidade e integralidade.

1. Quais as demandas a serem acompanhadas por cada uma dessas


equipes.
1.1. Qual a demanda a ser acompanhada pelo CREAS?

Considerando que no caso apresentado há uma nítida violação de direitos no


que diz respeito a criança recém nascida que ainda não fora atendida e/ou
acompanhada pela atenção primária do território. Deste modo os pais estariam
negligenciando e privando a criança o direito aos cuidados em saúde básica.
Um outro ponto relevante é a privação de convívio familiar e social, ou seja,
violação do direito de ir e vir, ou cárcere privado.

1.2. Qual a demanda a ser acompanhada pelo CAPS?

Considerando que o Centro de Atenção Psicossocial está para atendimentos e


acompanhamentos de pessoas que estejam em sofrimento mental ou que
tenha um diagnostico de transtorno mental moderado ou grave, o casal
envolvido na denúncia tem diagnóstico de Esquizofrenia (CID10 F20), é de total
competência deste dispositivo de saúde dar um parecer sobre o
acompanhamento dos mesmos, tendo em vista que estes já eram inseridos e
acompanhados pelo órgão supracitado.

1.3. Qual a demanda a ser acompanhada pelo Conselho Tutelar?

Considerando que o Conselho Tutelar é um órgão instituído pelo Estatuto da


Criança e do Adolescente (ECA) e no caso há uma negligencia nos cuidados a
uma criança, como a privação de cuidados básico em saúde, convívio familiar e
social, cárcere privado e nutricional, o Conselho Tutelar tem como atribuição
principal aconselhar e orientar para que os responsáveis legais hajam de forma
correta, garantindo que os direitos da criança sejam priorizados.

1.4. Qual a demanda a ser acompanhada pela Equipe de Atenção


Básica?

Considerando que a Atenção Básica é a porta de entrada para os demais


serviços de saúde da politica SUS e tem como uma de suas principais
diretrizes a integralidade, podemos dizer que diante do caso apresentado a
Estratégia Saúde da Família – ESF, tem como principal função garantir que a
promoção em saúde chegue até a família através de sua equipe
multiprofissional, ademais, houve uma gestação, há um puerperal que precisa
de cuidados básicos e preventivo.

Deste modo, podemos dizer que a rede de apoio territorial, incluindo a


família que faz parte da rede de apoio, é de extrema importância para uma
tomada de decisão precisa e que beneficie os envolvidos de forma que não
sejam violados nenhuns de seus direitos básicos, seja na assistência social,
seja na saúde, evitando uma decisão autoritária e prejudicial a ambos.

Estratégias de Acompanhamento do caso:

O caso estudado apresentou diversas peculiaridades, principalmente o


fato de ambos serem diagnosticados com esquizofrenia. A medidas tomadas
em relação ao caso foram necessárias, contudo, um tanto autoritária, a
participação de toda a rede de apoio na decisão tornaria democrática e
possivelmente mais satisfatória. Vale ressaltar que a todos os dispositivos
acionados tem sua particularidade em seu acompanhamento, o que torna ainda
mais forte a possibilidade de um acompanhamento com mais eficácia e
precisa, destaco que diante desta situação, as políticas públicas, tanto de
assistência social, quanto as de saúde, sofrem uma deficiência de recursos
tornando mais difíceis manejos em alguns casos como esse.

A democratização na tomada de decisão quanto ao que fazer com a


família seria a forma mais humanizada para amenizar tal situação, uma vez
que diversos dispositivos foram acionados, seria relevante que houvesse a
participação da família bem como o seu comprometimento em amenizar o
sofrimento do casal, bem como o da criança. Não havendo nenhuma
possibilidade de um melhoramento no quadro psíquico e social do casal é que
chegaríamos a uma internação, melhor que não fosse compulsória.

Como colocar na prática a intersetorialidade?

Quando falamos em intersetorialidade imaginamos que todos os setores


da rede de apoio andam de mãos dadas e que sempre partilham da ideia de
fazerem parte de uma única política, o direito de viver bem.

No caso apresentado percebemos que foram acionados dispositivos de


assistência social e saúde afim de solucionar uma situação familiar de violação
de direitos e negligencia em cuidados básicos de uma criança, coloca-se em
prática a intersetorialidade, Assistência Social, Saúde e Ministério Público para
garantir que os direitos sejam validados e para que isso aconteça é necessário
que haja essa ligação realmente, que ambos os setores conversem entre si,
que haja uma concessão entre ambas e assim cheguem juntas a solucionar.

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