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XI Congresso

de Administração

e Contabilidade

11 a 13 de Novembro

Rio de Janeiro, RJ

A Contabilidade Gerencial como Ferramenta de Apoio à Gestão Empresarial


Diante do Atual Cenário de Incertezas: Reflexos da Pandemia da Covid-19 nos
Negócios

Gardênia Mendes de Assunção


Mestre em Administração PPGAd –UFF
Universidade Federal Fluminense
gardeniassuncao@gmail.com

Resumo

No atual contexto econômico as empresas encontram-se em um ambiente que exige


grandes mudanças, diante do atual cenário de incertezas, isso devido à crise provocada
pela pandemia da Covid-19. O enfretamento a essa realidade, exige uma capacidade
gerencial mais dinâmica por meio de informações que possibilitem a análise e o controle
eficiente na gestão das empresas. Em meio a esse cenário, a contabilidade gerencial tem
importante função de auxiliar aos gestores das empresas em todos os seus aspectos, sendo
uma importante aliada na tomada de decisão sobre ações necessárias para a retomada dos
negócios em meio ao ambiente de imprevisibilidade. Neste sentido, o objetivo deste
estudo é de apresentar a contabilidade gerencial com instrumento de apoio aos gestores
na tomada de decisão, em meio à crise da Covid-19 diante de seus reflexos nas empresas
e os desafios a serem superados. Através de uma revisão bibliográfica, apresenta-se o
contexto da problemática, o que exige das empresas o replanejamento de seus processos
de gestão, focados na resiliência como forma de adaptação e flexibilidade às mudanças
necessárias diante da nova realidade. Como resultados têm-se que, as informações por
meio da contabilidade gerencial são importantes instrumentos na tomada de decisão,
subsidiando o planejamento dos negócios, seja no curto, médio ou longo prazos. E que o
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planejamento das ações deve ser focado nos recursos disponíveis, e na gestão das
alternativas e nos controles financeiros, no sentido de que as empresas possam retomar
suas atividades de a manter suas competências competitivas.

Palavras-chave: Contabilidade, Gestão empresarial, Covid-19, Tomada de decisão.

1 Introdução

No atual contexto econômico as empresas encontram-se em um ambiente que exige


grandes mudanças, diante do atual cenário de incertezas, isso devido à crise provocada
pela pandemia da Covid-19. As evidências dos impactos da pandemia, tem seus reflexos
em todos os setores econômicos em um contexto mundial. O impacto sobre as empresas
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e as dificuldades que seus gestores terão de enfrentar será o grande desafio para garantir
a sobrevivência de seus negócios.
De acordo com Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), o impacto na economia mundial refletirá em todos os setores econômicos,
provocando a retração com a desaceleração econômica o que levará muitas empresas a
interromperem suas atividades (OCDE, 2020). A sobrevivência das empresas nesse
cenário, implica em uma reorganização para enfrentamento às consequências da crise.
A Covid-19 é uma crise sem precedentes, e seus impactos sobre a sociedade trará
profundas consequências, entre eles às empresas em nível global (ERNST & YOUNG
BRASIL, 2020). O enfretamento a essa realidade, exige um controle gerencial mais
dinâmico por meio de informações que possibilite aos gestores, a análise e o controle
eficiente na gestão das empresas.
Nesse sentido, a contabilidade gerencial tem importante função, auxiliar aos
gestores das empresas em todos os seus aspectos, sendo, uma importante aliada na tomada
de decisão sobre ações necessárias para a retomada dos negócios em meio ao ambiente
de incertezas.
Assim, o objetivo deste estudo é apresentar a contabilidade gerencial a partir de
seus princípios globais, como uma importante ferramenta de apoio na tomada de decisão
em meio à crise provocada pela Covid-19, o que tem refletivo significativamente nos
negócios em todo o mundo, e exige o replanejamento dos processos de gestão.
O presente trabalho está estruturado em cinco partes, sendo a primeira esta
introdução, a segunda, o referencial teórico, a terceira, a metodologia utilizada na
pesquisa, a quarta, as considerações e a quinta as referências bibliográficas que serviram
de base para fundamentação teórica da pesquisa

2 Referencial Teórico

A fundamentação teórica deste trabalho está dividida em três subseções, sendo a


primeira delas sobre os princípios globais da contabilidade gerencial, a segunda sobre a
gestão empresarial em tempos de incertezas e, a terceira sobre a contabilidade e a gestão
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empresarial na perspectiva do desempenho organizacional em meio à crise provocada


pela Covid-19. Faz-se, dessa forma, uma abordagem do contexto atual sobre a temática a
partir dos principais autores e publicações.

2.1 Princípios Globais da Contabilidade Gerencial

A Contabilidade é entendida como a ciência que tem como objeto o patrimônio


das empresas. Nesse sentido, a contabilidade fornece informações para o melhor
gerenciamento das organizações (MARTINS, 2008). Entre os principais objetivos da
contabilidade estão o de auxiliar a gestão com informações na tomada de decisão, na
alocação de recursos e no planejamento do posicionamento estratégico das empresas
(CREPALDI, 2012; CARRARO, et al., 2018).
Ressalta-se que, a gestão do desempenho das empresas exige outras informações
a contabilidade financeira não é suficiente em fornecê-las. As informações que retratam
a realidade operacional da empresa são consideradas como os “elementos capazes de
nortear as decisões e as ações que delas decorrem. Essas informações são fornecidas pela
Contabilidade Gerencial” (TOSTES, 2018, p. 33).
A contabilidade gerencial como importante instrumento de apoio à gestão
empresarial se fundamente em um conjunto de princípios que norteiam suas práticas. Os
princípios (Fig.1), são um guia de orientações sobre suas práticas. Tais princípios foram
preparados pelo American Institute of CPAs (AICPA), Associação Profissional Nacional
dos Contadores Públicos Certificados dos Estados Unidos, e o Chartered Institute of
Management Accountants (CIMA), fundado em 1919 e é um importante órgão
profissional de contadores gerenciais do mundo. (CHARTERED GLOBAL
MANAGEMENT ACCOUNTANT-CGMA, 2014).

Figura 1: Os Princípios Globais de Contabilidade Gerencial


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Fonte: CGMA (2014, p. 9)

Os princípios globais de contabilidade gerencial norteiam a cadeia de valor das


empresas em seus processos alinhadas em um contexto articulado e interdependente de
informações que visam orientar a tomada de decisão. Os princípios “ligam os pontos” das
funções exercidas pela Contabilidade Gerencial, proporcionando uma conexão entre suas
práticas e os objetivos da instituição (CARRARO, et al., 2018). Nesse sentido, a
contabilidade gerencial apresenta-se como o processo de identificar, mensurar, acumular,
analisar, preparar, interpretar e comunicar informações subsidiando os gestores a atingir
objetivos organizacionais (TOSTES, 2018).
Os princípios globais direcionam as análises da qualidade das informações e seus
impactos. De acordo com CGMA, (2014), as informações com base nos princípios da
contabilidade gerencial devem refletir os seguintes aspectos:

1. A comunicação provê ideias que influenciam


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O desenvolvimento e a execução da estratégia são um diálogo; a comunicação é


feita sob medida; a comunicação facilita melhores decisões. De acordo com esse
princípio, a comunicação que possui impacto e importância oferece uma visão integrada,
global e equilibrada do desempenho da organização no passado, na posição atual, na
perspectiva futura e nas inovações planejadas (CGMA, 2014).
Nesse sentido, a forma como a organização se comunica, a busca da melhor
mensagem e os meios para estabelecer contatos com o público-alvo, visando mudar
modos de pensar, influenciar decisões, modificar os subordinados para o alcance dos
objetivos (CARDOSO, 2006).

2. A informação é relevante

A informação é a melhor disponível; a informação é confiável e acessível; a


informação é contextual. O objetivo desse princípio é de ajudar as organizações a planejar
e obter as informações necessárias para a criação de estratégias e táticas de execução.
Essas informações devem ser relevantes, íntegras e tempestivas (CARRARO, 2018)
O princípio da relevância envolve, portanto, a identificação, coleta, validação,
preparação e armazenamento de informações. Isto requer alcançar um equilíbrio
adequado entre:
• as informações relacionadas ao passado, presente e futuro
• informações internas e externas
• informações financeiras e não financeiras (incluindo as questões ambientais e
sociais) (CGMA, 2014).

De acordo com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC 00) (R1),

Informação contábil-financeira relevante é aquela capaz de fazer diferença nas


decisões que possam ser tomadas pelos usuários. A informação pode ser capaz
de fazer diferença em uma decisão mesmo no caso de alguns usuários
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decidirem não a levar em consideração, ou já tiver tomado ciência de sua


existência por outras fontes (CPC 00, 2008).

Observa-se, portanto, que a informação para ser relevante deve ser acessível e
compreensível de forma a alcançada por seu público-alvo, no sentido de que a
organização possa atingir seus objetivos.

3. O impacto no valor é analisado

Simulações fornecem visões sobre opções; as ações são priorizadas de acordo


com seus
impactos nos resultados. Esse princípio tem como objetivo simular diferentes cenários
que demonstrem a relação causa e efeito entre entradas (inputs) e resultados (outcomes),
o que implica na geração de valor para a empresa (CGMA, 2014).
A criação de valor tem na contabilidade gerencial uma importante parte no
processo de gestão, ao contribuir na efetividade da utilização dos recursos pelas
organizações e na criação de valor para as partes interessadas que são: os acionistas,
clientes e outros credores (PADOVEZE, 1999).

4. Gerenciamento dos recursos e relações (Stewardship) constrói confiança

Os elementos que fundamentam o princípio da confiança são: accountability e


credibilidade; sustentabilidade; integridade e ética. O princípio da confiança consiste em
gerenciar ativamente os relacionamentos e os recursos, e se faz necessário para que os
ativos financeiros e não financeiros, a reputação e o valor da organização sejam
protegidos (CGMA, 2014).
A confiança baseada no accountability e credibilidade remete implicitamente a
responsabilização que a organização deve assumir pelos atos praticados e que
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explicitamente exige a prestação de contas perante seus stakeholders (PINHO;


SACRAMENTO, 2009). Traduz-se na imagem da organização perante o mercado.
A sustentabilidade por sua vez, apresenta-se sob vertentes variadas e está
relacionada não somente ao aspecto econômico-financeiro, mas ainda em relação ao
social e ao ambiental. Dessa forma, o conceito específico de sustentabilidade financeira
de uma empresa pode ser definido como “a capacidade da empresa autoprover recursos
financeiros para enfrentar contratempos decorrentes da sua exploração econômica que se
articula sobre a autonomia financeira, o equilíbrio do crescimento e o fluxo adequado de
caixa” (FERNANDES, 2011, p. 39). Assim, a sustentabilidade de uma empresa está
fundamentada na forma de gerir seus recursos de forma eficiente.
Reforçando a confiança organizacional, a questão da integridade e da ética pode
se entendida como, ou composta “por um conjunto de valores, princípios e fins que
orientam o comportamento da organização e compõem a sua cultura corporativa,
influenciando as suas estratégias, estrutura, decisões e as suas mais diversas operações”
(SOBREIRA FILHO; LEITE; MARTINS, 2019). Para os autores não há como existir
uma organização sem ética empresarial, o que reforça a necessidade de atenção por parte
dos gestores com relação à essa questão.

2.2 A Gestão Empresarial em tempos de incertezas

As projeções para a economia mundial refletem a urgência de ações que


minimizem os impactos da pandemia nos negócios. De acordo com dados do Banco
Mundial os mercados emergentes e economias em desenvolvimento devem encolher
2,5% este ano, sua primeira contração como grupo em pelo menos 60 anos. A renda per
capita deve cair 3,6%, o que colocará milhões de pessoas na pobreza extrema este ano
(WORLD BANK, 2020a).
No relatório Global Economic Prospects, apresentando pelo Banco Mundial em
junho de 2020, a perspectiva para a o Brasil é de que a economia brasileira deve encolher
8% devido a bloqueios, queda nos investimentos, interrupções na cadeia de suprimentos
e preços fracos das commodities globais (WORLD BANK, 2020b).
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O novo ambiente mercadológico que se configura, mostra sinais da necessidade


de replanejamento dos processos de gestão e em seus planos de retomada, diante das
incertezas que se apresentam. A tomada de decisão deve, portanto, priorizar a gestão
estratégica no sentido de definir a melhor escolha e reduzir os conflitos que possam surgir,
minimizando seus impactos (MACHADO; RAPÉ; SOUZA, 2015).
O cenário mostra a necessidade de mudanças e coloca à prova a gestão das empresas
em todos os segmentos e mostra o que se tornará absolutamente indispensável na gestão
moderna: a resiliência. A gestão resiliente deve proporcionar às empresas a capacidade
de adaptação, agilidade, e ainda, a flexibilidade que exige o momento, que é de
transformação, principalmente em relação a se tornar mais digital, e de se replanejar para
a essa realidade (COUTINHO, 2020).
A adaptação ao novo mercado implica em avaliar os impactos seja no curto, médio
e longo prazos. Entre as ações necessárias está a otimização dos recursos disponíveis
principalmente em relação a saúde e bem-estar dos colaboradores, estes como prioridade
nesse momento, também em relação à gestão de caixa, como gerir alternativas para a
cadeia de suprimentos, os controles financeiros, e trabalhar no sentido de manter sua
competência competitiva (CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO-SC,
2020; ERNST & YOUNG BRASIL, 2020).
A competência competitiva de uma empresa se fundamenta em sua estratégia
de reação aos impactos e deve ser claramente definida. A estratégia na visão de Porter
(2009), está relacionada com “a compatibilização mútua das atividades da empresa. Seu
êxito depende do bom desempenho de muitas atividades e não apenas de umas poucas –
e da integração entre elas.” (PORTER 2009, p. 64). Consiste no planejamento integrado
de ações necessárias fundamentadas em informações confiáveis para enfrentamento da
crise atual e suas consequências.

2.3 A Contabilidade Gerencial e a Gestão Empresarial na perspectiva do


desempenho organizacional em meio à crise provocada pela Covid-19
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Diante do atual cenário, marcado pelas consequências da Covid-19 e seus


impactos nos negócios, a contabilidade com enfoque gerencial é uma importante
ferramenta de apoio à gestão frente às exigências do atual contexto de importantes
decisões operacionais (KUERZI, 2020). Frente a esse desafio, a contabilidade gerencial
deve fornecer informações confiáveis aos seus diferentes usuários de forma que cada um
com interesses diferentes nessas informações possam ter as bases para a tomada de
decisão na direção à retomada dos negócios.
A retomada dos negócios requer mais do que um retorno, mas principalmente a
capacidade de adaptação ao novo contexto, a capacidade de lidar com o período
imprevisível e duradouro que se segue a essa pandemia, e que exige mudanças
fundamentais nas atividades econômicas. A retomada significa preparar-se para superar
a incerteza e isso requer novas formas de gestão (ACCENTURE, 2020).
Nesse contexto, as empresas agora precisam avaliar a escala e a magnitude da
Covid-19 e seus impactos e reavaliar seus objetivos de curto e médio prazos, no sentido
de dar respostas ao problema, mantendo o foco em seu desempenho de longo prazo com
planos e metas que possam garantir sua recuperação a partir da gestão de seu desempenho
(DELOITTE, 2020).
A gestão do desempenho organizacional tem como objetivo desenvolver,
implantar e aperfeiçoar a execução da estratégia através de ciclos de feedback que
incorporam a melhoria contínua em todos os aspectos, entre os quais estão a elaboração
da estratégia e os planos de ação (CGMA, 2017).
Como um processo de definir qual a melhor escolha, seja acertiva ou reativa sobre
o posicionamento da empresa, a estratégia e ser entendida como “um conjunto de escolhas
(e não escolhas) claramente definidas e implementadas que gera singularidade no
mercado” (LUZIO 2010, p.45).
A estratégia consiste ainda, na comunicação e na disseminação das informações
no sentido de capacitar e envolver todas as pessoas que irão executá-la. Trata-se de um
processo que exige a cooperação para que possa ser desenvolvida (KAPLAN; NORTON,
1997).
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Isso implica em informações confiáveis que possam subsidiar aos gestores nas
decisões necessárias em meio à crise na implementação da estratégia da empresa para sua
recuperação. Dessa forma, o desempenho deve ser fundamentado nos seguintes passos
(Fig. 2):
Figura 2: Passos do Desempenho Organizacional

Fonte: CGMA (2014, p. 18)


O desempenho organizacional tem na contabilidade gerencial um instrumento de
apoio com o objetivo de orientar o processo de gestão fornecendo informações
relevantes, com visem a análise de cenários, através de uma comunicação eficaz e uma
forte gestão dos recursos e relacionamentos (stewardship) que são vitais para decisões
que continuamente aperfeiçoam a execução da estratégia (CGMA, 2014).
A estratégia se traduz, portanto, em planos de ação que se caracterizam como o
planejamento de informações relevantes e confiáveis para que sejam avaliadas e as opções
priorizadas, estabelecimento de metas, previsão de resultados e analisar a execução dos
planos (CGMA, 2014).
A empresa global de pesquisa e consultoria Gartner identificou várias estratégias
vencedoras ao analisar 20 anos de suas pesquisas sobre o sucesso o desempenho em
períodos de crise e incerteza (O'NEILL, 2020). Eles incluem:
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• Fazer apostas mais arriscadas em inovações transformacionais.


• Construir consenso sobre as iniciativas estratégicas mais importantes.
• Focando nos clientes.
• Envolvendo toda a empresa para economizar custos.
• Usando uma combinação de modelos de orçamento.

Outro ponto destacado foi em relação ao orçamento baseado em direcionadores,


que tem como proposta vincular recursos e atividades às finanças, e o orçamento baseado
em zero, que requer uma justificativa de todas as despesas em cada período, e tendem a
criar valor para o negócio (O'NEILL, 2020).
Tem-se, portanto, que a gestão do desempenho organizacional em tempos de
incertezas tem na contabilidade gerencial a reunião de todas as informações necessárias
e complementares à contabilidade financeira, o que garantem a eficácia nos processos de
gestão (PADOVEZE 2012).
Como uma ferramenta de análise e avaliação dos investimentos, a contabilidade
gerencial é balizada em dois pilares, a contabilidade financeira e a de custos, o que
garantem o controle do processo assegurando a correta alocação dos recursos disponíveis,
na produção. Outro ponto que merece destacar em relação à importância da contabilidade
gerencial para a gestão empresarial em um ambiente de incertezas, é que esta, além de
enfocar o planejamento.
É uma ferramenta de análise e avaliação dos investimentos e consolidação das
demonstrações financeiras; tem por base dois pilares (Contabilidade Financeira e
Contabilidade de Custos) responsáveis pelo controle do processo, assegurando que os
recursos utilizados na produção de bens ou serviços sejam aplicados de forma satisfatória.
Enfoca planejamento, assegura o controle auxiliando na tomada de decisão (TOSTES,
2018).

3 Metodologia
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A metodologia para a realização do estudo teve como base a pesquisa bibliográfica


de natureza qualitativa, a partir de um levantamento de bibliografia sob suas variadas
formas a respeito do tema proposto. (Marconi; Lakatos, 2009). De acordo com Gil (2008,
p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
Nessa etapa da pesquisa considerou-se ainda a pesquisa documental esta que tem
como objetivo a caracterização do estudo em seu contexto (COOPER; SCHINDLER,
2011). Dessa forma, o documento de base foi o Global Economic Prospects, apresentando
pelo Banco Mundial em junho de 2020 e os Princípios Globais da Contabilidade
Gerencial do Chartered Global Management Accountant-CGMA, 2014, e ainda, as
publicações das empresas de consultorias: Deloitte, Accenture, KPMG, e Ernst & Young
Brasil.

Considerações Finais

O objetivo deste estudo foi de a contabilidade gerencial como aliada da gestão


empresarial diante da crise do Covid-19. A partir de seus princípios globais:
comunicação, a relevância da informação, a geração de valor e a confiança, fazem da
contabilidade gerencial um importante instrumento de auxílio aos gestores na tomada de
decisão sobre as estratégias e planos para retomada dos negócios.
Frente ao desafio o qual as empresas encontram-se, e da necessidade de replanejar
os processos de gestão, informações precisas e seu controle torna-se essencial para as
empresas, no sentido de que possam apresentar desempenho organizacional favorável às
mudanças necessárias impostas pela a atual realidade econômica mundial e que afetou
profundamente e negativamente os negócios.
As implicações impostas pela crise mostra a necessidade de adaptação por parte
das empresas, a resiliência como forma adaptação ao contexto de transformações e
incertezas, o que exige novas formas de gestão e informações precisas que possam
garantir que ações sejam planejadas e implementas de forma eficiente e que possam
garantir que decisões assertivas sejam tomadas.
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Entre as ações necessárias está a otimização dos recursos disponíveis, nos


controles financeiros e trabalhar no sentido de manter sua competência competitiva. Essa
competência implica em novos modelos de gestão, da capacidade de adaptação em meio
à crise provocada pela Covid-19. A contabilidade gerencial portanto, apresenta-se como
importante aliada nesse processo.

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https://www.worldbank.org/pt/publication/global-economic-prospects. Acesso em: 15
ago. 2020.

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