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AO JUIZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA _____ DO ESTADO DO ___

JOANA, brasileira, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade nº___,


inscrita no Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº ___, portadora do título de eleitor
nº___, residente e domiciliada no (endereço completo), endereço eletrônico ___, vem
através de seu advogado, com endereço profissional localizado na (endereço
completo), que indica para os fins do artigo 77, inciso V do Código de Processo Civil,
com fundamento no artigo 5º, inciso LVXXIII da Constituição Federal e lei nº 4717/65,
propor

AÇÃO POPULAR C/C TUTELA DE URGÊNCIA

Em face do Sr. João, prefeito do Município Beta, portador de cédula de identidade nº


XXX, inscrito no CPF sob o nº ..., residente e domiciliado na Rua ..., nº ..., bairro ...,
Cidade ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ...; em face do MUNICIPIO BETA ,
pessoa jurídica de direito público, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
sob o nº ..., situada na rua ..., nº ..., bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ...,
endereço eletrônico...., Sociedade Empresária WW., pessoa jurídica de direito
privado, devidamente inscrita no CNPJ nº..., com sede na..., Bairro..., Cidade...,
Estado..., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos

I - DOS FATOS O prefeito municipal João, como parte das iniciativas de modernização
que vêm sendo adotadas no plano urbanístico do Município Beta, bem sintetizadas
no slogan “Beta rumo ao século XXII”, determinou que sua assessoria realizasse
estudos para a promoção de uma ampla reforma dos prédios em que estão instaladas
as repartições públicas municipais. Esses prédios, localizados na região central do
Município, formam um belo e importante conjunto arquitetônico do século XVIII,
tendo sua importância no processo evolutivo da humanidade reconhecida por
diversas organizações nacionais e internacionais, tanto que tombados

A partir desses estudos, foi escolhido o projeto apresentado por um renomado


arquiteto modernista, que substituiria as fachadas originais de todos os prédios, as
quais passariam a ser compostas por estruturas mesclando vidro e alumínio.
Concluída a licitação, o Município Beta, representado pelo prefeito municipal,
celebrou
contrato administrativo com a sociedade empresária WW, que seria responsável pela
realização das obras de reforma, o que foi divulgado em concorrida cerimônia
No dia seguinte à referida divulgação, Joana, cidadã brasileira, atuante líder
comunitária e com seus direitos políticos em dia, formulou requerimento
administrativo solicitando a anulação do contrato, o qual foi indeferido pelo prefeito
municipal João, no mesmo dia em que apresentado, sob o argumento de que a
modernização dos prédios indicados fora expressamente prevista na Lei municipal nº
XX/2019, que determinara o rompimento com uma tradição que, ao ver da maioria dos
mu nícipes, era responsável pelo atraso civilizatório do Município Beta. Com o
objetivo de preservar o patrimônio histórico e cultural descrito acima, para evitar
lesão a este importante conjunto arquitetônico, a autora vem em ajuizar a presente
Ação Popular.

lI - DOS FUNDAMENTOS

II.1 – DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência na Ação Popular está presente no art. 5º, § 4º, da Lei 4717/65 e
também no art. 300 do CPC/15. O fumus boni iuris decorre da flagrante ofensa à
ordem constitucional, o que acarreta a nulidade do ato, e o periculum in mora se
configura na iminência de serem causados danos ao patrimônio-histórico.

II.2 – DO CABIMENTO DA PRESENTE AÇÃO

O artigo 5º, inciso LXXXII da CF/88 menciona: Art. 5º Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXXIII - qualquer cidadão é parte
legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Com base no artigo
acima citado admite a impetração da Ação Popular, por qualquer cidadão, que visa
anular o ato lesivo ao patrimônio público, por sua vez, à moralidade administrativa ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Conforme a Lei 4.717/65 que
estabelece o rito da presente ação. Conforme redação da Constituição Federal a
celebração de contrato de concessão, sem a devida licitação, é contrato
administrativo que ofende a moralidade administrativa, já mencionada na presente
ação, inclusive seus pontos cruciais. Além de ser ato lesivo ao patrimônio. Dito isto,
o ajuizamento da presente é perfeitamente cabível.

II.3 – DA LEGITIMIDADE A Ação Popular tem previsão no artigo 5º, inciso LXXII da
Constituição Fe deral: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade”. Esse artigo garante o seu ajuizamento a todos os cidadãos no regular
gozo dos seus direitos, políticos, o que é o caso do autor, conforme comprovado pelo
Título Eleitoral e Certidão de Obrigações Eleitorais.

II.4 – DA COMPETÊNCIA

A justiça de 1º grau a competente para processar e julgar, por se tratar de ação cível,
não tendo espaço para as hipóteses de prerrogativas de foro estabelecidas na
CRFB/88, a ação será demandada no Juízo Cível (ou da Fazenda Pública) do local que
ocorreu o ato lesivo, nos termos do art. 5º da Lei 4717/65.

II.5 – DO ATO LESIVO

A presente ação visa a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, nos termos do art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 e art. 1º da Lei 4717/65.
Como o ato praticado pelo prefeito é lesivo ao patrimônio histórico, é cabível a
declaração de sua nulidade via ação popular.

III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer:

a) a citação do Réu, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20 dias,


sob pena de aplicação dos efeitos da revelia;

b) a citação do Município X em separado, na forma do art. 6º, § 3º da Lei 4.717/65;

c) a intimação do ilustre representante do Ministério Público;

d) a procedência dos pedidos para decretar a invalidade do ato lesivo ao patrimônio


público e à moralidade, condenando o Réu no pagamento das perdas e danos;

e) a condenação dos Réus no pagamento das custas e dos honorários advocatícios;

f) a isenção das custas processuais e ônus processuais, nos termos do que


prescreve o artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição Federal

g) a confirmação da liminar, nos termos em que foi requerida;

h) a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente documental;

i) a juntada dos documentos em anexo, em especial cópia do titulo de eleitor.

DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ ...

Nestes termos em que


Pede deferimento.
Local e data

Advogado
OAB/UF n.º...

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