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Trabalho de

história

A Questão Colonial
Portugal do autoritarismo à democracia

Juliana Campos Nº5


Beatriz Febra Nº2
12ºB

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março 2023
Índice
I- Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
II- A questão colonial -------------------------------------------------------------------------------------------- 4
III- Soluções sugeridas ------------------------------------------------------------------------------------------ 4
3.1. A tese do lusotropicalismo --------------------------------------------------------------------------- 4
3.2. Um Estado pluricontinental e multirracial -------------------------------------------------------- x
3.3. As primeiras discordâncias de opiniões ---------------------------------------------------------- x
IV. A luta armada e seus precedentes ---------------------------------------------------------------------- x
4.1.
V. As pressões internacionais e o isolamento de Portugal ------------------------------------------ x

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introdução

No âmbito da disciplina de História A, foi-nos proposta a realização de um trabalho dentro do


tema “Portugal do autoritarismo à democracia”, portanto decidimos abordar “A questão colonial”,
desenvolvendo-o a partir deste tema de modo a procurar compreender o que foi a Guerra
Colonial, quais as razões que levaram a esse acontecimento, qual a posição nacional e
internacional em relação ao colonialismo bem como alguns dos acontecimentos mais relevantes
da Luta Armada, bem como outros que tenham contribuído para a queda do império colonial
português, e ainda as consequências que dali surgiram.

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A Questão Colonial

As colónias eram de extrema importância na altura do Estado Novo, não só por permitirem
fontes de obtenção de matérias primas baratas e de escoamento de produtos, mas também por
servirem para consolidar este regime característico de um grande carácter ideológico
imperialista.
Após a 2ª Guerra Mundial, a aprovação da Carta das Nações Unidas levou as grandes
potências a ponderar e a negociar a independência dos seus domínios ultramarinos, 
o que vem trazer complicações para Portugal pois o simples argumento da mística imperial
torna-se inexplicável e insuficiente para responder à crescente pressão internacional.

SOLUÇÕES PRECONIZADAS
Neste contexto, o Governo Português vê-se forçado a rever os seus argumentos 
Face a esta situação, foram apontadas algumas soluções.
A perspectiva da colonização em Portugal, como já referimos, foi muito diferente. 
Portanto, numa fase inicial, a ambientação aos novos tempos desenrolou-se em dois sentidos,
que no fundo são complementares, o sentido ideológico e o sentido jurídico.

LUSOTROPICALISMO
A tese do lusotropicalismo, serviu para retirar o carácter opressivo que assumia nas colónias e
substituir a ideia da mística imperial.
Segundo esta tese, defendida pelo sociólogo Gilberto Freire, a presença de Portugal em África
era um caso muito particular pois não se podia considerar um colonialismo somente com fins
económicos, contrariamente às colónias das grandes potências europeias, mas deveria sim ser
considerada uma manifestação de extensão, a outros continentes, da histórica missão
civilizadora de Portugal, explicada, por exemplo, pela ausência de revoltas contra o domínio
português e pela existência de boas relações com as populações indígenas.
Tornava-se, assim, necessário clarificar juridicamente as relações da metrópole com os seus
espaços ultramarinos.

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A VISÃO DE SALAZAR E O ARGUMENTO JURÍDICO
Da mesma opinião partilhava Salazar, confirmando-a numa entrevista concedida a Christine
Garnier onde afirmava que o português “Entra na vida, mistura-se nela tal como a encontra e
tal qual ela se lhe oferece (...)”. 
Tornava-se, assim, necessário clarificar juridicamente as relações da metrópole com os seus
espaços ultramarinos.
Salazar, procede então à revisão institucional de 1951, na qual revoga, isto é, invalida o Ato
Colonial e exclui as expressões Colónias e Império de todos os documentos legais (tendo como
base a fig.1) Portugal deixava então de ter Colónias, legalmente, que passariam a ser
chamadas províncias ultramarinas, equiparáveis a qualquer província de Portugal.
A constituição portuguesa passou portanto, na prática, a apresentar os territórios ultramarinos
como extensões legítimas do território continental, um Estado pluricontinental e multirracial, “do
Minho a Timor”.

Fig. 1- “Colónias vs. Ultramar Português” - manual, página 101

Após esta alteração jurídica, cabia ao Estado Novo resistir à pressão e manter as províncias
ultramarinas que, a nível interno pouco contestadas foram até ao início da guerra colonial,
excepto pelo Partido Comunista ao reconhecer o direito à independência dos povos colonizados
em 1957. Já externamente, a manutenção do colonialismo português foi posta em causa.
No entanto, as forças da oposição mantiveram-se concordantes com o Governo, como por
exemplo, Norton de Matos e Humberto Delgado, que foram empenhados defensores da
integridade do território português.

AS PRIMEIRAS DIVergências
Com o início das primeiras revoltas em Angola e da invasão dos territórios da Índia, em 1961,
surgem as primeiras divergências. Confrontam-se, então, duas opiniões divergentes, a primeira
mais conservadora e a segunda mais progressivista: 

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 INTEGRACIONISMO
Esta tese defendia a política até aí seguida, continuando a disputar por um Ultramar
plenamente integrado no Estado português.
 FEDERALISMO
Já esta tese considerava não ser possível, face à pressão internacional e aos custos de uma
guerra em África, persistir na mesma via. Defendia, por isso, a progressiva autonomia das
colónias e a constituição de uma federação de Estados que salvaguardassem os interesses dos
portugueses.

A LUTA ARMADA

O ano de 1961 foi, para o regime salazarista, um ano muito perigoso, considerado o “annus
horribilis” (ano horrível, em Latim) do ditador. Diversos acontecimentos marcaram esse ano,
foram estes externos (fora da metrópole e do governo) e internos (dentro do próprio regime) e
manifestaram o final do regime português, ditador e colonialista. A negação do Governo
Português em ceder autonomia às colónias africanas, que levou ao surgimento de movimentos
de libertação na África portuguesa, nas décadas de 50 e 60 e ao levantamento das ações
propriamente ditas a partir de 1961.

Em Angola, esses movimentos começaram a surgir no início da 2ª metade do séc. XX :

UPA (União das Populações de Angola) liderada por Holden Roberto e fundada em 1954, que
mais tarde se transformou na FNLA (Frente de Libertação de Angola); - Anticomunista, com
apoio dos EUA

MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) dirigido por Agostinho Neto no ano de
1956 - Comunista, apoiado pela União Soviética e por Cuba

UNITA (União para a Independência Total de Angola) criado por Jonas Savimbi, dissidente da
FNLA, em 1966, apoiado pela China.

Em Moçambique surgiu a FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) Eduardo Mondlane


1962.

Na Guiné:

PAIGC (Partido para Independência da Guiné e Cabo Verde) , fundado por Amílcar Cabral em
1956

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As razões da Luta Armada

Enquanto outras colónias, nomeadamente a Argélia e o Congo, conseguiram a sua


independência, a primeira em 1962 e a segunda em 1960, em Portugal, o contexto político
tornava difícil as negociações para atribuir autonomia aos territórios que na sua posse estavam,
a pressão estrangeira nas Nações Unidas, contrariada pelo regime e certamente, os processos
de descolonização já feitos, inspiravam cada vez os movimentos acima referidos organizar a
luta pela sua independência. Amílcar Cabral, confirma ter-se inspirado nos seus “vizinhos” ao
dizer o seguinte: “vimos a África começar a ter estados independentes e decidimos fazer todos
os esforços para conseguirmos também o nosso direito à autodeterminação e à independência”
(página 103 do manual, documento 22A).  O então presidente da república, Américo Tomás, na
noite de passagem de ano (60/61) alerta para um ano difícil para Portugal dado o complicado
contexto político e internacional.

fatores da queda do império colonial

Logo no início do ano, no dia 4 de janeiro, assistiu-se a uma revolta que impulsionou a
conquista da independência nacional, nos campos de algodão da Baixa do Cassange, província
de Malanje. Naquele dia, os trabalhadores da Cotonang (Companhia do Algodão de Angola,
figura 2) recusaram-se a trabalhar e queimaram as sementes fornecidas pela companhia
algodoeira como forma de protestar contra as condições de trabalho numa manifestação
rapidamente reprimida pelo exército português.                  

         

                         

Fig. 2 - Campo de algodão da Baixa do Cassange

Outro importante acontecimento que continuou a dar problemas ao regime ocorreu no dia 22 de
Janeiro, quando se deu o desvio do paquete Santa Maria comandado pelo Capitão Henrique
Galvão, antigo simpatizante de Salazar e do Ministério das Colónias. A sua fé em Salazar e no
Estado Novo estava acabada devido ao terrível clima político da época e à realidade vigente

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nas colónias e, este confirma-o ao escrever relatório oficial o regime de trabalho forçado nas ex-
colónias (Figura x) onde relata por exemplo, que “os castigos corporais são ainda correntes em
Moçambique”, que “Tudo se faz o braço de negro - desde a tracção de vagoneias até ao
enxufamento de pântanos” e ainda “As extorsões praticadas pelos comerciantes sobre os
indígenas”. Com isto, o Capitão foi demitido da função pública e preso, acabando por fugir para
a Venezuela. 

Fig. 3 - Algumas passagens do relatório de Henrique Galvão

Assim, em Janeiro de 1961, o grande navio luxuoso extremamente importante na manutenção


da ligação com os EUA e Caraíbas, numa viagem supostamente normal, é assaltado e ocupado
por um grupo de 24 homens liderado por Galvão e pelo comandante Souto Maior, elementos do
Directório Revolucionário Ibérico de Libertação, com o objetivo de desvio para a Ilha de
Fernando Pó, na Guiné, e em conjunto com exilados espanhóis e portugueses, partir para
Luanda e protestar contra a falta de liberdade cívica e política que se vivia nos países ibéricos.
O paquete foi assim rebatizado com o nome Santa Liberdade (figura 4) , os revolucionários
desapareceram no Atlântico, porém foram descobertos pelos EUA, no dia 25 e o comandante
foi obrigado a dirigir-se para o Recife e a pedir exílio político no Brasil.

Fig. 4 - Navio Santa-Liberdade

Este grande feito, apesar de fracassado, foi falado internacionalmente, escapando ao controle
da censura em Portugal. Ainda assim, aquelas ações não estavam sequer perto de serem
suficientes para derrubar o regime colonialista. 

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A revolta dos colonizados voltou a ser notória, em Luanda, na madrugada de 4 de fevereiro,
quando o MPLA, armado, organiza um ataque à cadeia de São Paulo, a Casa de Reclusão
Militar e o Quartel de Companhia Móvel da Polícia de Segurança Pública. Esta ação pretendia a
libertação de presos políticos que estavam destinados a ir para o Tarrafal (campo de
concentração em Cabo Verde. Embora estes ataques não tenham sido bem sucedidos,
acabaram por marcar e simbolizar para o povo colonizado (principalmente para o MPLA) o
começo da luta anticolonial e abriram caminho para tal.

Fig. 5 - A revolta do 4 de fevereiro

Dentro do regime, era Júlio Botelho Moniz (Ministro da Defesa), consumido pela resistência de
Salazar à descolonização, quem tentava levar a cabo um golpe de estado com o objetivo de
forçar a demissão do mesmo e de reorganizar as Forças Armadas. Este foi o golpe que ficou
conhecido como a “Abrilada de 1961”, e contou também com a participação de outras figuras
militares importantes para além de Moniz, o ,Ministro do Exército, Almeida Fernandes e pelo
Subsecretário de Estado do Exército, Francisco da Costa Gomes, que exigiam a destituição de
Salazar, porém, estes acabaram por ser substituídos (figura 6) e a oposição governamental
acabara. Salazar, com o acumular das tensões, anuncia a 13 de abril, o início da Guerra
Colonial, com a célebre frase: «Para Angola, rapidamente e em força». Começavam assim os
13 longos anos de Guerra Colonial. 

Fig. 6 - Notícia sobre as mudanças no governo

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No dia 15 de março, a UPA ataca dezenas de fazendas de café no norte de Angola,
desencadeando vários ataques contra a população branca. Os ataques provocam 800 mortos
portugueses e africanos.

Em território nacional, o cenário era contado

No continente, pouco ou nada se sabia sobre a realidade que se vivia na guerra. O Diário de
Lisboa é o primeiro a referir os incidentes de 4 de fevereiro de 1961, e um dia depois, O Século
tornava-se o segundo diário a falar do assunto. 

No entanto, os acontecimentos só começaram a ser tratados como guerra nas notícias a partir
de maio do mesmo ano, pois a censura e a propaganda salazarista faziam-se sentir nas
notícias dos jornais. De um lado, as Forças Armadas e os portugueses que viviam em Angola
como heróis; do outro, os negros nativos e a comunidade internacional, que implorava a
descolonização, como vilões.

Esta ação poderá ter sido determinante para o governo português perceber que a revolta estava
em curso e a nível internacional as exigências de independência não iam cessar. Mas mais do
que isso iria contagiar os outros territórios ultramarinos.

Estudantes oriundos das colónias portuguesas em África que se encontram em Portugal


abandonam clandestinamente o país, principalmente em junho, muitos deles para se juntarem
aos movimentos de libertação.

Em setembro, procedeu-se à abolição do Estatuto do Indigenato, associado a outras reformas,


em Setembro, contudo chega demasiado tarde para travar a acção dos movimentos de
libertação das colónias, entretanto reunidos na Conferência das Organizações Nacionalistas
das Colónias Portuguesas, CONCP.

A 10 de Novembro, Hermínio da Palma Inácio comanda o desvio do Super-Constellation da TAP


Mouzinho de Albuquerque, a fim de lançar sobre Lisboa milhares de panfletos apelando à
revolta contra a ditadura.

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E, na noite de fim de ano, uma tentativa frustrada de assalto ao quartel de Infantaria 3, em Beja,
leva à morte do subsecretário de Estado do Exército, tenente-coronel Jaime Filipe da Fonseca.
Ainda que o Governo tenha feito de tudo para reprimir todas as situações, não conseguiu
impedir a expansão da guerra no resto do território. O conflito alastrou-se à Guiné, em 63, e no
ano seguinte a Moçambique.

A LUTA ANTICOLONIALISTA NA GUINÉ


Em Janeiro de 1963, o PAIGC dá início à guerra na Guiné (apesar de a sua atividade ser já
anterior a esta data) com o ataque armado ao quartel de Tite, muito perto de Bissau. 

A LUTA ANTICOLONIALISTA EM MOÇAMBIQUE


Perante a constante intolerância do regime português, a FRELIMO inicia a luta armada em
Moçambique (foto) em 25 de setembro de 1964 com o ataque a Chai, um posto de
administração em Cabo Delgado. Antes desta primeira ação armada, a guerrilha tinha já
iniciado a sua propaganda política, especialmente entre os macondes, etnia de religião animista
que ocupa aquela zona. 
A Organização da Unidade Africana (OUA) reconhece o MPLA como “único representante
legítimo do povo de Angola” e concede-lhe auxílio diplomático e logístico. No mesmo ano, é
criada em Genebra, na Suíça, a Ação Socialista Popular (ASP), que elege Mário Soares como
secretário-geral.

O CASO PARTICULAR DA ÍNDIA

No Sul da Ásia, a União Indiana, que tinha obtido a independência do Reino Unido em 1948,
reclamava a integração dos territórios asiáticos do Estado Português na União. Contudo, Salazar não
respondia às várias tentativas de negociações diplomáticas, para este, Goa, Damão e Diu eram
indiscutíveis. Por outro lado, o primeiro-ministro Jawaharlal Nehru considerava que esses
territórios eram fundamentais para a consolidação da União Indiana.

Ao contrário do que se passou em África, esta situação foi diferente e ficou resolvida em muito
menos tempo, não só pela indiferença de Salazar mas também devido à falta de recursos
materiais e humanos das tropas portuguesas no terreno que tornava improvável a vitória. Em
Dezembro de 61, Nehru ordena a invasão de Goa e dos restantes territórios colonizados por

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Portugal na Índia, assistiu-se assim ao fim do Estado da Índia quando, o general Vassalo e Silva
(último governador do Estado Português da Índia) declara a rendição no conflito que durou
menos de 24 horas e todos os militares em serviço foram considerados traidores.

GUERRA DO ULTRAMAR
Inicialmente, a guerra nas províncias ultramarinas foi descrita como uma simples ação policial
destinada a dominar a rebelião da UPA e acabou a prolongar-se por 13 longos anos,
consumindo homens e recursos.

PARTIDA DOS SOLDADOS


O transporte de tropas para a Guerra do Ultramar fez-se utilizando navios da marinha mercante
(como o Niassa, o Vera Cruz e o Uíge) que chegavam a transportar 3000 soldados em cada
viagem.

FORÇAS - COMANDOS
Devido à necessidade de uma tropa especializada, nasceram os comandos, uma força de elite
do exército português. Para fazer parte desta tropa os elementos teriam de passar por um teste
duro e ter uma vida rígida, na qual a capacidade física e psicológica era testada até ao limite. 

AS PRESSÕES INTERNACIONAIS E O ISOLAMENTO DO PAÍS

Em 1955, Portugal tornou-se membro das Nações Unidas (ONU) e o então governo autoritário
salazarista, como já referimos, ainda defendia uma política de reforço da autoridade portuguesa
sobre os territórios ultramarinos, recusando constantemente qualquer negociação que pudesse
pôr em causa essa autoridade. Era impensável ceder às crescentes pressões internacionais
que condenavam a política colonialista portuguesa. Essa resistente posição do governo
português levou a Assembleia-Geral da ONU, sob fortes pressões dos países do Terceiro
Mundo, a colocar sobre a mesa a questão colonial portuguesa. Esta questão ganha ainda mais
coerência quando Salazar transforma teoricamente as colónias em províncias, evitando assim
submeter-se às imposições da Carta das Nações Unidas no que diz respeito aos territórios não
autónomos.                                          

No entanto, a Assembleia-Geral da ONU não só não aceitou essa tese como condenou
sistematicamente a atitude colonialista portuguesa, pressionando Portugal a arrancar com um

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programa de descolonização determinante. Essa condenação foi a primeira de uma série de
derrotas que, progressivamente, levaram ao isolamento de Portugal e intensificaram-se na
década de 60, com a aprovação da Resolução 1514, na qual Portugal se absteve.

Fig. - Países que se abesteram na resolução de 1514

Já em 1961, ano em que se iniciou a guerra em Angola, Portugal esteve em foco nas Nações
Unidas, que acabou por condenar o país devido ao não cumprimento dos princípios da Carta e
das resoluções aprovadas. Essa postura conduziu ao menosprezo de Portugal, que foi excluído
de vários organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas.

Para além das dificuldades que lhe foram colocadas na ONU, Portugal também enfrentou
oposição dos Estados Unidos da América, que não apoiaram a manutenção das colónias. Os
EUA financiaram alguns grupos nacionalistas e propuseram planos de descolonização,
procurando vencer as resistências de Salazar que afirmava que Portugal não estava à venda e
que a Pátria não se discutia, encarando o fato de ficarmos orgulhosamente sós.

Mesmo tendo tentado quebrar esse isolamento através de uma intensa campanha diplomática
junto dos aliados europeus e do uso de propaganda internacional, Salazar não conseguiu
impedir as dúvidas sobre a legitimidade do conflito e o descontentamento crescente na
sociedade portuguesa. Quando foi substituído, em 1968, já estava claro que o futuro da guerra
determinaria o futuro do regime.

Já em 1961, ano em que se iniciou a guerra em Angola, Portugal esteve em foco nas Nações
Unidas, que acabou por condenar o país devido ao não cumprimento dos princípios da Carta e
das resoluções aprovadas. Essa postura conduziu ao menosprezo de Portugal, que foi excluído
de vários organismos das Nações Unidas e alvo de sanções económicas.

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Para além das dificuldades que lhe foram colocadas na ONU, Portugal também enfrentou
oposição dos Estados Unidos da América, que não apoiaram a manutenção das colónias. Os
EUA financiaram alguns grupos nacionalistas e propuseram planos de descolonização,
procurando vencer as resistências de Salazar que afirmava que Portugal não estava à venda e
que a Pátria não se discutia, encarando o fato de ficarmos “orgulhosamente sós”.

Mesmo tendo tentado quebrar esse isolamento através de uma intensa campanha diplomática
junto dos aliados europeus e do uso de propaganda internacional, Salazar não conseguiu
impedir as dúvidas sobre a legitimidade do conflito e o descontentamento crescente na
sociedade portuguesa. Quando foi substituído, em 1968, já estava claro que o futuro da guerra
determinaria o futuro do regime.

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