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Instituto Filosófico de Apucarana

Vitor Gabriel Ambrósio


2º ano de Filosofia
História da Filosofia

Baruch Spinosa

Trabalho apresentado na disciplina de


História da Filosofia

Professor: Cristiano

Apucarana – 2023
Baruch Spinosa
Nascido em 1632, sendo judeu, iniciou seus estudos por meio da Torá oral.
Esses estudos não puderam lhe satisfazer, o que fez com que Spinosa buscasse
algo a mais e se engendrasse pelo caminho da filosofia, lendo, principalmente,
Descartes, o que fez com que Spinosa se tornasse um racionalista. Isso acarretou
sua expulsão da sinagoga. Faleceu aos 44 anos em 1677 no anonimato. Sua
filosofia só viria a ser conhecida mais tarde.
Sendo filósofo, assim como aqueles que leu, Spinosa busca a verdade, mas
diferentemente de Descartes, para quem a busca da verdade deveria ser
gnosiológica, para Spinosa essa busca deve ser ética. Essa busca não é
metodológica, mas deve-se buscar algo que garanta a felicidade do homem. Deve-
se procurar o verdadeiro bem, em que o homem pode satisfazer o seu espírito.
O autor diz que há algumas coisas que podem atrapalhar essa busca,
principalmente se o homem se deter nessas coisas, sendo elas o prazer, as riquezas,
a glória. No caso do prazer, o espírito se inebria dele, mas após o prazer, vem a
tristeza (semelhante ao que se acontece no uso de drogas ilícitas). Sobre as
riquezas, quando as colocamos no lugar do sumo bem, fazemos todos os esforços
necessários para alcança-las, mas isso nunca cessa, pois quanto mais temos, mais
desejamos, tornando isso um ciclo infindável que leva o homem a perder sua vida
toda em busca de algo perecível. Devemos, então, entender que essas coisas
podem ser usadas como meios, mas nunca como fins.
Spinosa, sendo panteísta – ou seja, acreditando que tudo está permeado por
Deus, que tudo é Deus –, acredita que nossa mente faz parte do próprio intelecto
infinito de Deus. Para conhecer as coisas, devemos conhecer a Deus, pois ele é as
coisas. Logo, para Spinosa, Deus é cognoscível ao homem. Mas e os ateus? Bem,
segundo o autor, essas pessoas dão a Deus atributos que não fazem parte de sua
essência e, se o procuram, estarão procurando por algo que Deus não é, ou seja,
nunca acharão Deus nessas coisas, é como procurar um cachorro-gato.
Também fala sobre a natureza. Deus, sendo tudo, é também a natureza e o
universo. Em Spinosa há a natura naturans, que são fenômenos que movimentam
a natureza; e a natura naturata, que são as coisas que já estão estabelecidas, prontas,
criadas.
Sobre o conhecimento, Spinosa fala que existem três tipos do mesmo. As
imagens, que são opiniões supersticiosas; a razão, que é comum a todos os seres
humanos; e a intuição, que nos leva às causas e essências. O engano, para o autor,
está em fazer, por exemplo, das imagens um conhecimento racional, ou intuitivo.
O erro está, então, na sobreposição de um tipo de conhecimento sobre o outro, no
seu mau uso. A razão, por exemplo, considera as coisas necessárias, e elas o são,
pois se são Deus, e deus é necessário, tudo é necessário, o que não ocorre com as
imagens.
Spinosa também fala sobre a liberdade. Para ele, intelecto e vontade são
uma só coisa, ou seja, não existe uma vontade livre, somos condicionados a
realizar as coisas, condicionados pelo próprio Deus. A única liberdade que nos é
possível é a de reconhecer que somos condicionados.
Em sua obra-prima, Éthica, Spinosa diz que temos um corpo complexo,
formado por partículas duras e moles, que se movimentam, e esses movimentos
geram as afecções. Essas afecções podem agir elevando-nos, ou denegrindo-nos.
Pode nos elevar por meio de atividades que gostamos, como ler, comer, dormir.
Pode nos denegrir por meio de coisas que não gostamos, como um chute no saco.
Por fim, o autor fala sobre a política. Tendo sido, ele mesmo, perseguido e
expulso, não poderia defender outra coisa senão que o Estado deveria garantir a
“liberdade” de seus indivíduos. Também acreditava que havia um direito natural,
que estava presente na natureza, ou seja, no próprio Deus, em contraposição ao
direito divino, que era um pilar do monarquismo absolutista.

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