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Para Lacan (1953a), o sonho é uma imagem simbolizada (iS), que surge, na
análise, depois que o sujeito é capaz de realizar o símbolo (rS), na relação com o Sujeito
Suposto Saber, passando pela realização da imagem (rI) mais ou menos narcísica e tida
como resistência, bem como pela imaginação da imagem (iI) e da imaginação da
realidade (iR), onde se prevalece a resistência e a transferência negativa, podendo
chegar ao delírio. É interessante perceber como o psicanalista francês coloca o sonho
próximo do delírio. Ocorrendo tudo bem, tem-se os momentos interpretativos:
simbolização do símbolo (sS) e simbolização da imagem (sI). Por fim, o processo
terapêutico requer a aceitação da realidade: simbolização o real (sR) e realização do real
(rR) – o que seria o objetivo da terapêutica; reconhecer a própria realidade, o próprio
desejo.
Os sonhos são compostos como uma linguagem e se servem de linguagem, na
sala de análise, um sonho é uma parte do diálogo com o analista (LACAN, 1953a), têm
a estrutura de uma frase, ou melhor, atendo-nos à sua letra, de um rébus. Tomando o
sonho manifesto como um texto, o psicanalista francês afirma que o importante é dar
atenção a forma como ele é elaborado, isto é, sua retórica (LACAN, 1953b): como
forma de deslocamento teríamos elipse e pleonasmo, hipérbato ou silepse, regressão,
repetição, aposição; enquanto as condensações englobariam os recursos retóricos como
metáforas, catacreses, antonomásias, alegorias, metonímias e sinédoques. Fala-se em
um discurso onírico.
O grande pensador da psicanálise afirma que ao interpretamos um sonho o que
está em jogo é a subjetividade do sujeito, nos seus desejos, na sua relação com seu
meio, com os outros, com a própria vida (LACAN, 1953c).
são ainda uma maneira de se lembrar (LACAN, 1954a)
acontece no sonho fenômenos da ordem linguística (LACAN, 1954b)
BIBLIOGRAFIA
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de Janeiro: Jorge Zahar, 2015.
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Janeiro: Jorge Zahar, 1986.
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