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No segundo capítulo do livro "Capitalismo e Liberdade" Friedman (1962) trata sobre o papel do

governo em uma sociedade livre. Nesse sentido, para Friedman, as tarefas mais importantes
do Estado seriam manter a paz, defender o país, assegurar que a população tenha um local
para que aconteçam as disputas legais e impedir que os indivíduos sejam coagidos por outros.

Segundo o pensamento de Friedman, o papel de atuação do governo, tanto na economia


quanto na sociedade, deveria ser reduzido. Dessa forma, levando em consideração que os
sujeitos que constituem a sociedade sabem as regras de funcionamento, o governo atuaria
como uma espécie de árbitro, verificando se o decorrer da partida está ocorrendo conforme o
que é esperado e realizando a defesa da população, que não deve variar de um indivíduo para
outro.

No contexto da educação, por exemplo, poderia ser exigido que toda criança tivesse um nível
básico de escolaridade. Nesse sentido, o papel do governo seria investir, seja por meio de
subsídios ou vouchers, na educação básica dos menos favorecidos socialmente. Sabendo que
uma população educada gera externalidades positivas para o meio social também seria preciso
fazer escolhas sobre o que retornaria de útil para a sociedade.

"A questão da liberdade é um argumento de extrema importância no discurso neoliberal e um


dos que possuem mais aceitação." Silva (2001, p.162). Quanto aos termos liberdade e
igualdade, Friedman procura explicar se eles tem compatibilidade ou não, para tanto classifica
duas concepções geradas a partir das noções de igualdade: a igualdade de oportunidade - que
implica em gerar as mesmas oportunidades de atingir os objetivos de interesse dos respectivos
indivíduos, sendo compatível com o liberalismo -, e a igualdade de resultados, que por sua vez
vai contra a ideia de liberdade, porque para gerar níveis de vida compatíveis para todos ou
condições financeiras que se equiparam seria necessário que a intervenção do estado
aumentasse, por conseguinte as restrições na sociedade cresceriam e iriam corroborar para o
aumento do poder do governo.

Nesse sentido, é possível perceber que aumentar as medidas governamentais para gerar uma
equidade poderia resultar na restrição de liberdade dos indivíduos, restringindo seus objetivos
pessoais. Além disso, caso a ideia de igualdade de resultados fosse fomentada na sociedade
outras questões poderiam ser levantadas. Alguém teria que decidir o que seria considerado
equidade e a partir dessa noção mais conflitos seriam gerados, provocando um Estado de
terror.

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