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EXMº SR. DR. JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE JACOBINA-BAHIA.

BRUNO VINICIUS RIBEIRO DE OLIVEIRA, brasileiro, solteiro,


motorista, filho de João de Oliveira e Jandira Ribeiro de Oliveira, residente e domiciliado
na Rua Bela Vista, nº 34, Bairro Leader, nesta, RG nº 1193848768 SSP/BA, CPF nº
036.055.265-00, vem, respeitosamente, perante V. Exª, por intermédio de sua Advogada
infra firmada, constituída nos termos da procuração acostada, com endereço
profissional na A. Manoel Novaes, nº285, 2º Andar, Centro, também nesta, onde receberá
as intimações de estilo, endereço eletrônico “tereza.sapucaiaadv@gmail.com”, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de 3A PROJETOS AMBIENTAIS, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº


14.230621/0001-76, localizada na Estrada Babilônia, nº 1596, Bloco 2, Chácara São
Cristóvão, Embu das Artes-SP, CEP:06.845-400 e EMBASA – EMPRESA BAIANA DE
ÁGUA E SANEAMENTO, sociedade de economia mista, CNPJ: 13.504.675/0001-10 ,
localizada na Av Luis Viana, 420, Edif Sedur, Centro Administrativo Da Bahia, Salvador,
BA, CEP: 41745-010.

GRATUIDADE DA JUSTIÇA:

Requer lhe sejam concedidos os benefícios da gratuidade da justiça, com


amparo nos artigos 790, §3º, da CLT, além do 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, e
no artigo 98 do CPC/15, haja vista ser uma pessoa pobre e não possuir condição
financeira que lhe permita arcar com as custas decorrentes do processo e os honorários
advocatícios sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, bastando, tão-somente, a
simples afirmação de tal situação na petição inicial.

Av. Manoel Novaes, nº285, 2º Andar, Centro. Jacobina-Ba, CEP: 44.700-000 (74) 99115-6812/ 99954-5974
Dra. Tereza Cristina S. de Melo Sapucaia OAB/BA 58.642
DOS FATOS

O Reclamante fora contratado pela Reclamada em 10.06.2019, para exercer a


função de motorista (para cobrir as férias de outro colaborador). Após esse primeiro
mês passou a exercer a função de “mobilizador social”, recebendo, ela função, o valor de
um salário mínimo.

Laborava de segunda a sexta das 08:00h ás 18:00h com intervalo


intrajornada de 2 horas. Aos sábados, laborava das 08:00h às 14:00.

A empresa ora Reclamada solicitou que o Reclamante levasse sua CTPS para
que fosse assinada, porém, seu vínculo de emprego nunca fora registrado, sequer sua
CTPS devolvida. Em 14.01.2020 fora dispensado sem justa causa, não tendo recebido,
até a presente data, nenhuma das verbas rescisórias a que faz jus.

Mesmo após o recebimento de notificação extrajudicial, não houve nenhum


posicionamento acerca da situação do Reclamante, demonstrando o descaso da
Reclamada com o seu empregado.

DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

Na situação dos autos, em que a segunda acionada é quem contrata o serviço


terceirizado, deve responder subsidiariamente pelas obrigações não cumpridas pela
primeira acionada, empresa responsável pela contratação do empregado.

Essa responsabilidade se justifica, pois, apesar de não ser a segunda requerida a


contratante direta do empregado, utiliza-se da terceirização para se beneficiar da mão-de-
obra do trabalhador, devendo então arcar com os riscos de sua atividade, no que tange ao
fiel cumprimento das obrigações oriundas da Lei 8.666/93.

A Súmula nº 331 do TST traz a previsão da responsabilidade subsidiária na


terceirização da mão-de-obra, qual não se faz necessária transcrição pela clareza de
conteúdo.

Uma vez que a empresa empregadora do ora Reclamante (primeira Acionada)


deixe de adimplir com seus créditos trabalhistas, a tomadora do serviço terceirizado
(segunda Acionada), será responsabilizada subsidiariamente, de modo que se a primeira
não puder adimplir os débitos com o seu empregado, o empresa tomadora do serviço será
cobrada, posto que trata-se de uma relação de responsabilidade subsidiária.

Av. Manoel Novaes, nº285, 2º Andar, Centro. Jacobina-Ba, CEP: 44.700-000 (74) 99115-6812/ 99954-5974
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DOS REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO

A empresa ora Reclamada tentou dissimular a situação do Reclamante,


mascarando a sua condição de empregado. É nítido que o presente caso se caracteriza
como verdadeira relação de emprego e diante das diversas características inerentes à
esta situação fática.

Cabe inicialmente demonstrar a presença dos elementos caracterizadores da


relação de emprego trazidos no art. 3º da CLT, que se amoldam perfeitamente ao caso do
ora reclamante. Vejamos:

 PESSOALIDADE: não podia o reclamante ser substituído por outra pessoa


para fazer o seu trabalho, já que atuava diretamente com o público,
fardado e utilizando crachá;
 HABITUALIDADE: laborava diariamente, sempre exercendo fielmente
suas funções;
 ONEROSIDADE: recebia pelo trabalho desempenhado um salário mínimo
mensal;
 SUBORDINAÇÃO: mesmo que a empresa ora reclamada tenha tentado
disfarçar/dissimular a situação do reclamante para que parecesse uma
prestação de serviço autônoma, o empregado laborava utilizando farda,
crachá, blocos de notas com a sua (da Reclamada) logomarca. Além do
mais, o Reclamante reportava suas atividades diariamente ao seu
superior hierárquico Sr. Luciano Requião.

DA REMUNERAÇÃO

As remunerações do reclamante durante todo o vínculo foram pagas a menor,


(de acordo com a tabela de salários da Embasa, tomadora de serviços da primeira
Requerida, o valor a ser recebido deveria ser R$ 1.273,26). Vejamos:

JUNHO/2019 JULHO/2019

Salário a ser pago: R$ 1.273,26 Salário a ser pago: R$ 1.273,26


Salário recebido  R$998,00 Salário recebido  R$998,00
(função de motorista) (função de mobilizador social)
Diferença Salarial: R$275,26 Diferença Salarial: R$275,26

AGOSTO/2019 SETEMBRO/2019
Salário a ser pago: R$ 1.273,26 Salário a ser pago: R$ 1.273,26
Salário recebido  R$998,00 Salário recebido  R$998,00
(função de mobilizador social) (função de mobilizador social)
Diferença Salarial: R$275,26 Diferença Salarial: R$275,26

Av. Manoel Novaes, nº285, 2º Andar, Centro. Jacobina-Ba, CEP: 44.700-000 (74) 99115-6812/ 99954-5974
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OUTUBRO/2019 NOVEMBRO/2019

Salário a ser pago: R$ 1.273,26 Salário a ser pago: R$ 1.273,26


Salário recebido  R$998,00 Salário recebido  R$998,00
(função de mobilizador social) (função de mobilizador social)
Diferença Salarial: R$275,26 Diferença Salarial: R$275,26

DEZEMBRO/2019 JANEIRO/2020

Salário a ser pago: R$ 1.273,26 Salário a ser pago: R$ 1.273,26


Salário recebido  R$998,00 Salário recebido  R$0,00
(função de mobilizador social) (função de mobilizador social)
Diferença Salarial: R$275,26 Saldo 14 dias de salário:R$594,18

TOTAL: R$2.521,00

O reclamante tentou conversar com a empresa a respeito de possíveis


melhorias no salário, tendo em vista que na documentação referente ao cargo de
mobilizador social, o salário que deveria ser recebido pelo Reclamante devia ser maior.
Infelizmente, a empresa nunca regularizou esta situação.

O Reclamante recebeu, no decorrer da relação, salários/remunerações


mensais inferiores ao devido pela função exercida, além de não ter tido sua CTPS
assinada, nem seu FGTS depositado, bem assim também não teve a previdência
recolhida como “empregado”. Frente a tal situação, tentou o ora autor, por diversas
vezes, obter da empresa reclamada melhorias nas suas condições de trabalho (inclusive
remuneração), mas não obteve êxito, restando impossível continuar a laborar.

DOS PEDIDOS

Isso posto, vem, respeitosamente, requerer a V. Exa. digne-se a notificar/citar a


ora Acionada para comparecer à Audiência de Conciliação e Julgamento e contestar,
querendo, a presente sob pena de revelia e confissão, para, ao final, haver a sua
condenação no seguinte:

a) Antes, que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita ao Reclamante,


devido à sua difícil situação econômica, que não possui condições de custear o processo,
sem prejuízo próprio e de sua família;

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b) Julgar, após, a presente Reclamatória TOTALMENTE PROCEDENTE, condenando a
empresa Reclamada ao pagamento dos direitos e valores abaixo elencados:

I – Anotação e baixa relativa ao vínculo de emprego na CTPS do Reclamante, fazendo


constar a remuneração de R$1.273,26, como “data de início” do vínculo 10.06.2019 e
como data de sua extinção o dia 13.02.2020 com a projeção do aviso prévio;

II – Condenação das Reclamadas ao pagamento de todas as verbas rescisórias decorrentes


da dispensa imotivada sem justa causa:

a) saldo de salário (14 dias) – R$594,18;


b) aviso prévio indenizado – R$1045,00;
c) 13º salário proporcional 7/12- R$742,73
d) férias proporcionais 7/12, acrescidas de 1/3 legal – R$990,30
e) multa de 40% do saldo (que deveria haver) do FGTS – R$329,59;

III - Pagamento do FGTS não depositado durante todo o vínculo – R$823,98;

IV – Pagamento da diferença salarial R$2.521,00

V – Pagamentos das multas dos arts. 467 e 477 da CLT - R$1.045,00;

VI - Pagamento, como indenização substitutiva, pela não entrega da guia do Seguro


Desemprego, de valor equivalente a 03 (três) cotas do aludido seguro – conversão da
obrigação de fazer em pagar – R$,3.135,00

VII - Honorários Advocatícios de sucumbência – 20% (R$2.036,35);

VIII - Tudo acrescido de juros e correção monetária respectivos, até a data do efetivo
pagamento;
Finalmente protesta provar o alegado por todos os meios no Direito
permitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal, tempo em que
requer que exiba a ora acionada todos os documentos pertinentes ao ex-empregado, sob
pena de confissão.

Dá-se à causa o valor de R$12.218,13 (doze mil, duzentos e dezoito Reais e


treze centavos)

Nesses termos,

Pede deferimento.

Jacobina (BA) 19 de maio de 2020.

Av. Manoel Novaes, nº285, 2º Andar, Centro. Jacobina-Ba, CEP: 44.700-000 (74) 99115-6812/ 99954-5974
Dra. Tereza Cristina S. de Melo Sapucaia OAB/BA 58.642
TEREZA CRISTINA S. DE MELO SAPUCAIA

OAB/BA 58.642

Av. Manoel Novaes, nº285, 2º Andar, Centro. Jacobina-Ba, CEP: 44.700-000 (74) 99115-6812/ 99954-5974
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