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AUTOSSABOTAGEM: Identificar e Superar

Autossabotagem. Será algo distante de sua realidade? Por muitas vezes, podemos
observar este comportamento em outras pessoas (principalmente aquelas próximas que
acompanhamos a vida de perto). Mas podemos, talvez, nós também estar nos
autossabotando e sem perceber?
Tal comportamento está relacionado com aspectos simples da vida, como quando
você poderia ter deixando de fazer algo que sabia que era importante fazer, mas não o fez.
Também pode se manifestar quando você decide enfrentar um aspecto de sua
personalidade que esteja lhe atrasando, mas quando ele vem à tona, você joga para o
futuro seu enfrentamento.
Alguma vez disse: “Eu ainda tenho que trabalhar isso em mim…”? E porque não,
trabalhar agora?
A autossabotagem ocorre quando nós mesmos criamos problemas ou obstáculos
para a realização de alguma meta, compromissos, sonhos ou projetos. Pode ser um hábito
automático, programado no subconsciente que passaria imperceptível se não houver
atenção consciente, consciência. Um destes hábitos está relacionado com o adiamento para
o futuro de coisas que poderiam ser feitas no presente, e também com outras atitudes das
quais vamos enumerar adiante.

1 – Você carrega alguma crença limitante?


Lembre-se que a autossabotagem é algo inteiramente sutil e inconsciente, por isso
é preciso olharmos se alguma crença limitante pode estar fazendo seus projetos irem por
água abaixo. Tais crenças são proferidas como falsas verdades, mas que serão sempre
utilizadas e lançadas a mão em momentos específicos, peculiares. Vejamos a afirmação:
“Eu não consigo…”. O “não consigo” quer dizer na verdade “não quero”.
Se é possível conceber em pensamento, então é possível realizar. Exatamente por
isso é que existem os aviões, a estação espacial internacional e outras obras incríveis pelo
mundo. Por isso, quando se utiliza a expressão “eu não consigo fazer isso”, ou “nunca vou
superar aquilo outro em mim”; uma crença limitante ou falsa verdade está sendo
proferida.
Os motivos podem ser diversos, dependendo da situação específica que ela esteja
sendo dita, mas meu objetivo aqui é identificar, para que você tenha consciência de algo
automático, inconsciente. A própria identificação de um hábito automático já permite que
ele nunca mais passe despercebido, e com o tempo, desprogramado.
A crença limitante funciona como “linhas de comando”, frases-conceito que você
pode manter sobre si mesmo, e que serão sabotadoras quando você precisa ir além de seus
limites para conseguir algo que lhe trará felicidade, mas que exija um certo esforço.
Imagine que você seja uma pessoa que deseja muito amar e ser amada, e que está
diante de alguém que possa ser seu eleito. Porém, você é uma pessoa tímida, e precisa dar
o primeiro passo em direção a esse pretendente, em uma festa. Neste momento, a
autossabotagem pode lançar mão de alguma crença limitante que você tenha guardada,
como “eu não consigo conhecer uma pessoa nova”, ou “nunca consigo ser simpático de
primeira vez”.
Saiba que, quando isso ocorre, a mente racional, através dos pensamentos, está
agindo inocentemente. Não é por mal, mas impera a lei do menor esforço, porque justificar
com a crença limitante é mais fácil do que romper seu limite e abordar a pessoa. É nessa
hora que o “eu quero amar e ser amada” que exige ação e vontade, dá lugar a “eu não
consigo…” ir além do limite, pois não-ação é menos esforço.
Independentemente do que vier depois do “eu nunca…”, “não consigo…”, “não
sou capaz de…”, lembre-se que é o criador da sua realidade, a partir da postura que toma
diante da vida.
O famoso construtor de automóveis Henry Ford já dizia: “Se você acha que pode,
ou você acha que não pode, você está certo”. E ele estava certíssimo. Henry sabia pela
prática, pois foi rompendo limites e indo muito além das crenças limitantes, que se tornou
um dos homens mais bem-sucedidos de sua época.

2 – Procrastinação
A palavra grande que parece vir de um exercício para boa dicção, quer dizer:
adiar, demorar, deixar para amanhã o que poderia ser feito hoje. Quase todo mundo
conhece a procrastinação em maior ou menor grau, mas ela também poderá se tornar uma
armadilha de autossabotagem, de sua felicidade e de seus projetos, se não for percebida.
A procrastinação acaba se tornando um hábito muito negativo para qualquer
objetivo. Veja que isso pode acontecer mesmo que sua meta seja bem orgânica, dentro da
rotina diária, como: “quero aumentar minha produtividade no trabalho”.
Imagine que então, para isso, você tem que acordar cedo para ser pontual, talvez
inclusive chegar antes do horário e adiantar o serviço. Então, ao invés de acordar quando o
despertador toca, você aperta a opção “soneca” do dispositivo para dormir mais 15
minutinhos (que acidentalmente, se transformam em 30). Com isso, perde o horário da
condução, pega maior trânsito, e começa o dia correndo atrás do tempo perdido,
assustado. A crença limitante poderia “somar” aqui, neste ponto, lhe dizendo que todo o
brasileiro tem essa mania, de deixar as coisas para a última hora. O certo é que a
procrastinação é uma autossabotagem porque sabemos da importância do agir, mas
escolhemos não o fazer.
Como um hábito, a procrastinação pode ser desfeita para se adquirir um novo e
melhor. Comece a fazer tudo o que precisa ser feito, para depois ter o descanso ou
lazer. Agir imediatamente também se tornará um hábito para você, mas que,
positivamente, terá a marca da pró-atividade e engajamento.

3 – Escondendo atrás das sombras


Para aquele que está buscando o autoconhecimento, a reforma íntima, sempre
guiado pela regra de ouro (não faça ao próximo algo que não gostaria que fizesse a você),
este sabe que a vida constantemente está lhe apresentando situações onde você pode
crescer, pessoal e espiritualmente.
O autoconhecimento ajuda na meta de auto lapidação do diamante bruto; sua
alma/consciência em constante aperfeiçoamento. E é por isso que a sua sombra
(projeções), vão se apresentar também como uma autossabotagem, para não reconhecer
suas limitações.
As projeções acontecem quando você projeta a sua forma de ser na outra pessoa,
esquecendo que ela tem a sua própria visão das coisas. Pode se manifestar como uma
acusação, algo fora de você como a razão de algum infortúnio ou problema, maquiando o
motivo real (você!). São chamadas de “sombras” porque, na verdade, está escondendo um
outro aspecto seu, que sempre lhe acompanhou. Com a acusação, o aspecto não é
percebido e fica disfarçado, “por trás”.
As sombras podem adquirir várias roupas, como por exemplo: a arrogância. “Você
sabe com quem está falando? Sou melhor e preciso ser reconhecido”. A afirmação estaria
impedindo o reconhecimento de que a arrogância camufle raiva não expressada e uma dor
profunda e antiga.
As sombras estão muito presentes também em relacionamentos e famílias, onde
ficam bem fáceis de serem vistas pela convivência. Elas são relacionadas a autossabotagem
porque é óbvio que, principalmente se formos analisar um casamento ou a vida em
família, o objetivo em comum é a harmonia e a prosperidade, em conjunto.
Para isso, a cooperação mutua se faz necessária, onde as partes cedem e
contribuem, e é neste caso que a sombra pode (inconscientemente) se colocar como
sabotagem. Ela não permitiria que nossas próprias limitações fossem reconhecidas e
superadas, se transformando em acusações.
Para que suas sombras não se tornem autossabotagem, o primeiro passo é sempre
refletir sobre todas as acusações que são proferidas por você. As sombras têm um lado
muito positivo, uma verdadeira “mina de ouro” para quem busca se aprimorar através do
autoconhecimento. Nossas projeções são sempre feitas baseadas em algo que já
conhecemos. Mas é claro! Se não conhecêssemos grosseria, como poderia acusar alguém
de grosseiro?
Assim, podemos identificar em nós mesmo o aspecto da projeção, e trabalhar seu
oposto onde buscamos mudança. Exemplo: Se uma irmã acusa seu irmão
de “bruto” ou “grosso”, provavelmente é porque ele nunca conheceu ou foi tratado uma
forma gentil de ser. Ensinando a gentileza, quem pratica também aprende (porque, se não
soubesse o que é ser bruto, também não saberia reconhecer).
Não adianta corrermos de nossas próprias sombras! Elas vão nos perseguir!

Um homem é medido pelo tamanho de seus sonhos


Temos em nossa consciência o nosso maior tesouro. Daquele que “não é deste
mundo”, e que “a ferrugem nem a traça come”. Não é à toa que ficou registrado em
antigas escrituras que o ser humano é feito a imagem e semelhança de seu criador. Não
penso que tal semelhança se daria pela parte física, de carne e osso, mas sim pela
consciência e sua infinitude, amplitude. Como cocriadores de nossa realidade, podemos
criar qualquer imagem que nossa tela mental possa pintar.
É importante sabermos que autossabotagem é algo mais comum e corriqueiro do
que pensamos, e por isso se deve levar o tema com atenção. Basta que você determine para
si uma meta grandiosa, para que o brilho da realização aponte pensamentos e hábitos que
se colocarão entre você e seu triunfo. Mas isso é um natural lapidar do diamante bruto da
alma, em constante transformação.

Resumindo...
 As crenças limitantes são obviamente histórias que você conta para si mesmo de
“eu não consigo” para depois contar para quem estiver a sua volta.
 A procrastinação também são pensamentos que justificam “só mais um pouquinho”
ou “eu posso fazer isso mais tarde, tenho tempo”.
 As sombras também surgem primeiro na mente, onde há muito “monólogo
interno”, impedindo de sentir algo mais profundo.

Entre em Ação Agora!


Você está tendo acesso a um conhecimento muito importante de um processo que
acontece automaticamente, e a maioria das pessoas nem percebe. Está agora munido de
uma informação que poderá lhe fazer perceber o processo no ato que ele estiver
funcionando, desligando o hábito.
Se quer superar padrões de autossabotagem, adote a partir de agora o hábito de
entrar em ação imediatamente após definir um objetivo. Este hábito será uma vacina
contra pensamentos negativos e impedirão os “monólogos” que lhe desviam da ação, e o
faz vacilar diante do primeiro pensamento criativo.
A regra aqui é começar a agir para a motivação vir. Se você ficar esperando a
motivação chegar para começar a agir, o mais certo é você cansar de esperar, projeções e
pensamentos de procrastinação vir, o tempo passar e você nunca entrar em ação. Quando
entramos em ação, nosso corpo libera serotonina, que é o famoso hormônio do prazer. Na
inércia, isso não acontece.
Isso se tornará um ciclo positivo, que lhe fará sempre acordar com disposição e
energia. No começo, às vezes, pode ser um pouco difícil, porque exigirá o esforço contra o
primeiro impulso a lei do menor esforço, mas quando persevera e supera a fase da dor
inicial, você é recompensado por um intenso momento de prazer e bem-estar.
Conscientes da naturalidade que ocorre a autossabotagem, podemos ser mais
tolerantes conosco (ajustando nossa rota conforme vemos obstáculos e criando novos
hábitos) e também para com os outros (sempre fiel a regra de ouro: faça ao outro o que
gostaria que fizesse a ti). Continuamente colocando a “consciência Divina” em nossa
“inconsciência humana”.
Fonte: RICARDO OLIVEIRA. In:
https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/-passos-
para-identificar-e-superar-a-autossabotagem-45518.html
Outras Referências:
RAPHAELA C. MELLO. In:
https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/autossabotagem-o-medo-de-ser-feliz/
THAIANA F. BROTTO. In: https://www.psicologosberrini.com.br/clinica-de-
psicologia/autossabotagem/
STANLEY ROSNER; PATRÍCIA HERMES. O Ciclo da Autossabotagem. BestSeller, 2009.

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