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FARMACOLOGIA VETERINÁRIA
Valfredo Schlemper
SUMÁRIO
LITERATURA
AVALIAÇÕES
EMAIL DA TURMA
INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA
Definição
Histórico da Farmacologia
Farmacologia
Conceitos Básicos
Efeito do Medicamento
Droga (fármaco, princípio ativo)
Medicamento
Remédio
Substância endógena
CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS
Agonistas
Antagonistas
Agonistas Parciais
AÇÃO E EFEITO FARMACOLÓGICO
Ação
Efeito
Interação de efeito entre drogas
Sinergismo
Aditivo ou somação
Antagonismo
ÍNDICES DE AÇÃO E EFEITO FARMACOLÓGICOS
Potência
Eficácia
Curva DoseResposta
Aplicação
JANELA TERAPÊUTICA
FARMACOCINÉTICA
Principais vias de administração de medicamentos
Via oral
Via retal
Parenterais
Via intravenosa
Via subcutânea
Via intramuscular
Via intradermal
Via intraarticular
Via intracardiaca
Via intraarterial
Via raquidiana
Parenterais transmucosa
Via sublingual
Via traquiobronquica
Via genitourinária
Via ocular
Vias tópicas
Via intramamária
Via de administração e pico plasmático
ABSORÇÃO
FATORES QUE INTERFEREM NA ABSORÇÃO
Influência de alimentos na absorção de fármacos
DISTRIBUIÇÃO
Fatores que modificam a distribuição
Ligação protéica
METABOLISMO E BIOTRANSFORMAÇÃO
Metabolismo das drogas
Fase I
Fase II
Fatores que afetam a biotransformação
INDUÇÃO E INIBIÇÃO ENZIMÁTICA
Indução enzimática
Inibição enzimática
BIODISPONIBILIDADE
ELIMINAÇÃO OU EXCREÇÃO DE FÁRMACOS
Excreção
FARMACODINÂMICA
RECEPTORES
TIPOS DE RECEPTORES
Sítios de ligação do ligante ou pseurorreceptores
Grandes famílias de receptores ou receptores propriamente ditos
Famílias de receptores
Receptores para Neurotransmissores Rápidos (Ionotrópicos)
Receptores Acoplados a Proteína G (GPCRs)
Mecanismos de Transdução de Sinal
Via da Adenilato Ciclase/AMPc
Via da Guanilato ciclase/GMPc
Via da fosfolipase C/IP/DAG
3
Via do Fator Nuclear κB (NF κB)
Receptores ligados à tirosina quinase
Receptores ligados à transcrição genética
Aula Prática Interativa
DROGAS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA NERVOSO AUTONOMO
Sistema Nervoso Autônomo
Etapas Da Neurotransmissão Colinérgica E A Influencia De Fármacos
Captação, biossíntese e armazenamento
Liberação
Ocupação de receptores
Metabolização da ACh
Agonistas colinérgicos (parassimpaticomiméticos)
Agonistas colinérgicos diretos
Agonistas colinérgicos indiretos
DROGAS PARASSIMPATOLÍTICAS
Efeitos farmacológicos
Uso clínico
FÁRMACOS QUE AFETAM OS GÂNGLIOS AUTÔNOMOS
Estimulantes ganglionares
Bloqueadores ganglionares = antagonistas nicotínicos
Fármacos bloqueadores musculares
Bloqueadores musculares nãodespolarizantes
Mecanismo de ação
Uso
Interações de drogas com agentes bloqueadores neuromusculares
LITERATURA
RANG. DALE. FLOWER.
Farmacologia
.
Spinosa. Gorniag.
Farmacologia Aplicada À Medicina Veterinária
.
Barros.
Farmacologia Veterinária
.
GOODMAN. GILMAN.
The Pharmacological Basis of Therapeutics
.
INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA
Definição
A farmacologia é a ciência que estuda a ação de substâncias químicas em um
organismo vivo.
Histórico da Farmacologia
Há relatos de 1500 a.C. nos papiros de Ébers no Egito. Utilizandose terapêutica
de várias substancias químicas.
Dioscórides no século I e II a.C., foi nomeado o pai da Farmácia, onde descreveu
uma obra com 600 plantas medicinais. Hoje existe a fitoterapia.
Galeno, o pai da Fisiologia Experimenta escreveu cerca de 400 tratados sobre
Medicina, indicando o uso de extratos de plantas e outros produtos naturais. Pode se
considerar como a homeopatia.
Avicena foi filósofo e médico árabe que introduziu o uso da cânfora e da
nozvômica.
Paracelso introduziu novos medicamentos e defendendo o uso de poucos
ingredientes em suas formulações.
Hahnemann, foi um médico Alemão foi o criador da homeopatia terapia que
considera que os semelhantes curamse com semelhantes.
Magendie introduziu o conceito de investigação sistemática da ação das drogas.
Farmacologia
A farmacologia inclui o conhecimento da história, origem, propriedades
físicoquimicas, composição, absorção, distribuição, mecanismo de ação.
A farmacologia é dividida em farmacodinâmica (grego dýnamis = força) estudo
o mecanismo dos medicamentos; a farmacocinética (grego kinetós = móvel) é
responsável pelo estudo do caminho percorrido pelo fármaco no organismo animal. A
farmacotécnica esta relacionada ao preparo, purificação e conservação dos
medicamentos com a finalidade de promover um melhor aproveitamento no organismo.
A farmacognosia (grego gnôsis), que busca o conhecimento da obtenção identificação
e isolamento dos princípios ativos passiveis de uso terapêutico. A farmacologia clinica
esta relacionada com a analise clinica do medicamento. A farmacoterapêutica diz
respeito ao uso do medicamento de enfermidades.
Conceitos Básicos
Dose é quantidade do medicamento necessária para promover a resposta
terapêutica. Qualquer uso acima do recomendado poderá causar efeitos indesejáveis.
Dosagem inclui a dose, frequência de administração e duração do tratamento.
Posologia (grego pósos = quanto, mais) é o estudo das dosagens do
medicamento com fins terapêuticos.
Efeito do Medicamento
A farmacologia depende da variação biológica , onde cada indivíduo é
individual demonstrando diferentes efeitos.
A idade, fatores genéticos, estados fisiológicos, patologias e interações
medicamentosas também influenciam o comportamento dos princípios ativos.
As
reações idiossincrásicas (
idiosicrasia
) são reações inesperadas, que muitas
vezes possuem forte intensidade que podem levar o organismo ao óbito. Não há uma
explicação plausível para o fenômeno. É caracterizada por manifestações de reações
alérgicas (anafilactóides), depressão respiratória, parada cardíaca, broncoespasmo,
estado de choque, dentre outras manifestações, que ocorrem em indivíduos sem
histórico clinico deste fenômeno. Em humanos é em uma proporção de 1 para 500.000.
Na farmacologia humana, deve se considerar os componentes psíquicos e
culturais do paciente (influencia dos medicamentos e placebo).
Droga (fármaco, princípio ativo)
É qualquer substancia química de origem natural ou sintética. Poderão ser de
1
natureza molecular simples ou complexa, com estrutura química definida ou não e que
pode ou não ter efeitos terapêuticos. As drogas se apresentam na natureza como um sal
puro em forma sólida, variando suas cores, com um Peso Molecular (MW) determinado.
Quanto mais concentrada a solução, maior a sua durabilidade.
É capaz de produzir efeito farmacológico, ou seja, alterações das células e
modificar a função dos organismos vivos.
Observação 1: Os fármacos não criam eventos celulares novos, o que eles fazem
é modular as células positivamente ( up regulation ) ou negativamente (down regulation
)
que correspondem os parâmetros fisiológicos de feedback positivo ou negativo,
respectivamente. Up regulation → extimulatorio; Down regulation → inibitório.
Medicamento
É um produto manufaturado pela indústria farmacêutica. É um Principio Ativo,
com um veículo e o excipiente. O veículo é a forma em que o principio ativo é a forma
de entrada no organismo.
A estrutura química é bem definida. O medicamento possui um registro e nome
fantasia, que leva a patente. Podem ser genéricos ou similares. As finalidades podem ser
profiláticas, curativas, paliativas, diagnóstico ou evitar gravidez.
1
São as que os farmacêuticos conhecem sua estrutura.
Remédio
É um conceito da medicina e terapêutica popular. São poções.
São pletoras de substâncias animais, vegetais ou minerais. Não possuem
comprovação cientifica. Pertencem a rituais religiosos.
Um exemplo é o consumo de crista de galo para não urinar na cama. A creolina
para curar a úlcera. Cerveja preta para cólica. Creme dental para queimadura.
Substância endógena
São substâncias que o próprio corpo produz.
● Os
hormônios são substâncias excretadas por glândulas e caem na corrente
sanguínea e é levado até o órgão ou tecido alvo.
● Os
neurotransmissores transmitem os impulsos nervosos para um nervo,
neurônio, tecido muscular. São secretados pelos nervos e chegam às sinapses.
Antigamente eram erroneamente denominados como neurohormônios. Essa definição
não é valida, pois atua em todo o organismo e não somente em um órgão ou tecido alvo
como os hormônios.
● Moduladores químicos são produzidos nas células e participam de diversas
respostas no organismo. Cotransmissores e neuromoduladores. São responsáveis por
melhorar a neurotransmissão.
CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS
Agonistas
São drogas endógenas ou exógenas, capazes de ativar um determinado de
receptor. Isso decorre da sua atividade intrínseca, que é um índice de atividade
farmacológica molecular.
Exemplo: adrenalina, acetilcolina.
Antagonistas
São fármacos que impedem o acesso do agonista ao receptor ou que inibem suas
ações intracelulares, ou ainda, neutralizam a molécula antes de se ligar ao receptor.
Exemplo: propranolol (antagonista da adrenalina no receptor), atropina
(antagonista da acetilcolina).
Agonistas Parciais
Possuem uma atividade intrínseca que não alcança à máxima, assim a resposta
farmacológica também é parcial. São também conhecidos como agonistasantagonistas.
Exemplo: nalorfina (agonista parcial opióide (receptor da morfina), servindo
para o tratamento da adicção da morfina).
O agonista total ativa totalmente os receptores. O agonista parcial ativa
parcialmente os receptores. Já o antagonista não ativa os receptores, somente os
ocupando. Quanto à atividade, o antagonista é mais eficaz do que o agonista parcial.
O fármaco que estiver mais concentrado irá eliminar quem tiver menor
concentração, sendo dependente da dose.
AÇÃO E EFEITO FARMACOLÓGICO
Ação
São alterações bioquímicas e fisiológicas que a droga provoca. As ações são a
ativação de receptores, ativação canais iônicos, ativação ou inibição enzimática, síntese
proteica, ativação de transportadores.
Efeito
É a consequência macroscópica da ação. Será exteriorizado pelo animal, sendo
também somatizando. Como um exemplo, é a aplicação de um fármaco que aumente o
ptialismo [sialogoga (pilocarpina)], irá aumentar a produção de saliva no animal. No
caso de bovinos, aumenta o transporte de bicarbonato para fora da glândula, carreando a
água juntamente. Sendo o transporte de bicarbonato não visualizado, enquanto que a
água é visualizada.
Interação de efeito entre drogas
Sinergismo
O resultado final do efeito é superior ao somatório dos efeitos individuais. É
representado por um resultado exponencial.
Aditivo ou somação
O resultado final é soma dos efeitos de cada medicamento.
Antagonismo
O resultado final é a inibição de um dos fármacos.
Aula prática: Tipos de antagonismo será tratado na aula prática.
ÍNDICES DE AÇÃO E EFEITO FARMACOLÓGICOS
Potência
É dependente da quantidade de droga administrada. Quanto mais droga, menos
potente, enquanto que quanto menos droga, mais potente. É uma relação inversamente
proporcional.
Eficácia
É a capacidade de produzir uma resposta máxima. É o índice que diz respeito à
capacidade de atingir o efeito terapêutico.
Observação 2: uma droga que é potente, não significa que seja eficaz. O inverso
também é valido.
Curva DoseResposta
O principal objetivo é descrever a relação entre a quantidade do medicamento
administrado e a intensidade dos efeitos observados.
No eixo das ordenadas ( x
) é assinalado a dose ou a concentração dos fármacos,
dose é para experimentos in vivo (mg), e a concentração (mg/ml) para experimentos in
in vitro
vitro (tecidos isolados, tecidos ). Já no eixo das abcissas (y
), é indicado o tipo de
resposta ou efeito obtido (analgesia, sedação do SNC, contração de músculo liso). A
curva possui aspecto sigmoidal.
Quanto mais à esquerda, mais potente é a droga, e quanto mais para a direita,
menos potente a droga é. A curva doseresposta é um conjunto de experimentos.
A curva doseresposta serve para atingir o DI50 ou CI50. O DI50 ou CI50 é a
potência de um fármaco, calculada pela média dos experimentos e que significa que
todos os animais obtiveram 50% dos efeitos máximos da droga.
animais em estudo obtiveram uma resposta farmacológica estimulatória ou
inibitória.
Em uma curva doseresposta é possível avaliar, eficácia (efeito máximo possível
– Emax), quantidade necessária para produzir 50% do efeito máximo (DE50), calcular
o índice terapêutico, a potência, avaliar o sinergismo e o antagonismo.
Aplicação
É utilizado para avaliar a droga mais indicada.
JANELA TERAPÊUTICA
FARMACOCINÉTICA
A farmacocinética é o ramo da farmacologia que trata da introdução de um
fármaco no organismo através de uma via de administração, investiga os mecanismos
absortivos através das células, trata da distribuição das moléculas do fármaco nos
compartimentos líquidos orgânicos, estuda os processos de metabolização e depuração
sanguínea dos compostos químicos administrados. É uma verdadeira viagem do
fármaco em diferentes estações farmacocinéticas no organismo. “Significa o que o
corpo faz com a droga no organismo” .
O efeito de primeira passagem ocorre no fígado, passando a depuração e
metabolização. Após passar pelo fígado, a droga ou os metabólitos atingem a circulação
sistêmica. Após atingir a corrente sanguínea, provocará os efeitos fisiofarmacológicos.
Principais vias de administração de medicamentos
Não existe uma via de administração ideal que seja uma via que permitisse um
efeito rápido, com alta concentração no sítio alvo, de efeito local que permitisse uma
alta eficácia e produzisse os menores efeitos colaterais possíveis. Existem vários tipos,
todas com limitações. As mais utilizadas na medicina veterinária, são as abaixo citadas
na tabela.
VIA PADRÃO DE VALOR ESPECIAL LIMITAÇÕES E
ABSORÇÃO PRECAUÇÕES
Via oral Variável; depende de Mais conveniente e
muitos fatores. econômica geralmente
mais segura.
Via oral
Junto com a via retal, pertence à categoria das vias ditas digestivas, onde existem
grandes perdas de moléculas de fármacos, seja através dos sucos gástricos, microbiota
(principalmente a gran negativa) e a motilidade gastrointestinal. Cerca de 10% de um
fármaco é que escapa aos mecanismos metabolizadores de fármaco pela via oral.
Adicionalmente temse que ter em conta que pela via oral tudo é captado pelo sistema
porta, e obrigatoriamente haverá uma passagem pelo fígado (
Primeira Passagem
) o
que causa uma perda ainda maior.
Via retal
É de grande importância em substituição à via oral, as drogas serão captadas
pelo plexo pudendo e hemorroidales. Em equinos e humanos somente 50% do sangue
passa pela
Primeira Passagem
, os outros 50% desemboca na veia ázigos. Porem terá a
limitação de que a ampola retal repleta terá grandes perdas.
Parenterais
Parenteral é um nome que esta relacionada com a utilização de um fômite.
Obrigatoriamente tem que haver a produção de um punção, e a produção formar uma
solução de continuidade na pele. De qualquer maneira, todas passarão obrigatoriamente
pela
Primeira Passagem . A quantidade que chega ao sangue é maior.
Via intravenosa
Não há absorção na intravenosa, pois é depositado diretamente na corrente
sanguínea. Não há perdas por parte da absorção. Os efeitos serão potencialmente
imediatos. É uma boa forma para uso em emergências, como na ressuscitação
cardiovasculatória. Geralmente necessária para fármacos com altos pesos moleculares,
por possuírem dificuldade de absorção. É adequada para grandes quantidades de
medicamentos administrados. As limitações dessa via é o aumento das concentrações na
corrente sanguínea, podendo levar a intoxicação do organismo, poderá provocar
êmbolos ou introduzir microrganismos. Não é apropriada para soluções oleosas.
Via subcutânea
A absorção é imediata com soluções aquosas, ou lenta quando a solução é
oleosa, que são as apresentações de liberação lenta (solução de depósito). Essa via é
adequada para suspenções insolúveis. Existem ainda os pellets, que são utilizados para
deposição de hormônios para realizar a sincronização de cio nas vacas. Não é
apropriado para grandes volumes, é uma possibilidade de dor ou necrose por
substâncias irritantes.
Via intramuscular
O padrão de absorção é imediato com soluções aquosas. É interessante
administrar em massas musculares maiores que se movimentam mais. Músculos que
não se movimentam, terão uma absorção muito lenta. É ideal para volumes moderados,
em grandes animais no máximo 25 mL, para veículos oleosos ou irritantes. A sua
limitação é que deve ser evitada durante terapias anticoagulantes, pode interferir no
resultado de certos exames de diagnóstico.
Via intradermal
Visa obterse uma pápula em regiões mais superficiais da pele. Muito usado para
testes diagnóstico.
Via intraarticular
Via intracardiaca
Via intraarterial
Via raquidiana
Parenterais transmucosa
A aplicação do fármaco é diretamente sobre uma mucosa, para que haja
absorção ou não para o sangue utilizandose diferentes formas.
Via sublingual
Via traquiobronquica
Via genitourinária
Via ocular
Vias tópicas
Quando o medicamente é aplicado através da pele, ou localmente sobre uma
mucosa. Neste caso temse as apresentações sobre a forma de pomadas, géis, loções,
spray, adesivos transdérmicos. Para as apresentações spoton ou pouron utiliza se
medicamentos altamente lipossolúveis na gordura subcutânea que tem a capacidade de
se espalhar por toda a capa de gordura corporal. É muito utilizado em antiparasitários
para ectoparasitas.
Via intramamária
Utilizada usualmente para o tratamento de mastites, sendo depositada
diretamente na cisterna galactófara. É necessário para haver uma boa penetração do
fármaco, massagens no sentido da glândula de no mínimo de 10 minutos, em associação
com detergentes, ou aplicação de ar em algumas situações.
Via de administração e pico plasmático
A via intravenosa ocorre imediatamente o pico plasmático, decaindo de forma
aguda. Já na via intramuscular, a ocorre em pouco tempo o pico plasmático, decaindo
mais lentamente. A via subcutânea o pico ocorre em aproximadamente no dobro do
tempo da via intramuscular mas mantendo um decréscimo lento.
ABSORÇÃO
Referese ao movimento da droga de seu local de administração à circulação
através de barreiras celulares (MC).
1 camada → membrana celular de 1 célula (endotélio vascular).
2 camadas → 2 camadas celulares (Epitélio GastroIntestinal; Epitélio Renal).
7 camadas → pele.
A absorção poderá ser por:
Difusão simples através da bicamada lipídica: a droga deve ser altamente
lipossolúvel, estando na forma apolar com a molécula inteira (nãoionizada). A
molécula pode ser dividida em várias frações, como ativa, lipossolúvel, estrutural,
dentre outras. A fração ativa é denominada como Ponto Quiral da molécula. Quanto
mais inteira a molécula, mais facilmente irá passar pela barreira celular. Estes
prérequisitos associados a uma força motriz que é o resultado da soma do gradiente de
concentração mais o gradiente de difusibilidade (grau de agitação molecular) da
molécula. Quanto maior o gradiente de concentração, maior é a probabilidade do
choque entre as moléculas, gerando energia cinética que impulsiona as moléculas
através da bicamada lipídica.
Difusão através dos poros da membrana: canais de aquaporina, são espaços
intercelulares, principalmente em mucosas, facilitam o transporte de CO . Geralmente
2
existe uma cinética da água juntamente.
Difusão facilitada: é um tipo de transporte especializado por transportador
geralmente unidirecional, respeitando diferentes gradientes a cada lado da membrana. É
sem gasto de energia. Serve para transporte de aminoácidos, açucares,
neurotransmissores e íons metálicos. Para drogas exógenas, não é muito útil. É um
transporte não saturável, quanto mais ativo, mais eficiente ele se torna.
Transporteativo – este pode se dar por dois processos:
Carreadores: um clássico é do sódio e potássio, que pode transportar digitálicos
cardíacos. Ocorre um alto gasto de energia (ATP), sendo controlado por hormônios,
como anabolizantes (testosterona), sendo saturável.
Endocitose / Exocitose (pinocitose): epitélio pulmonar ocorre o fenômeno de
endocitose. Ocorre o englobamento da molécula, formando um corpúsculo de inclusão
entre a membrana celular e a molécula da droga. O corpúsculo de inclusão migra pela
célula através da ação de neurotransmissores, como o VEGF e o EGF. O VEGF é um
neurotransmissor que é o Fator de Crescimento do Endotélio e Epiderme, como também
o EGF é o Fator de Crescimento Epidermal. Através da ação do VEGF e EGF ocorre a
extrusão da molécula da droga da célula.
FATORES QUE INTERFEREM NA ABSORÇÃO
➢ Concentração ou dose:
quanto maior a dose, maior e mais rápida a absorção.
Influência de alimentos na absorção de fármacos
Os alimentos interferem no processo absortivo de várias maneiras: ou são
mesclados a grande quantidades de bolo alimentar, que podem acelerar a motilidade
gastrointestinal e ficar pouco tempo nas regiões absortivas, pode alterar o pH da luz
gastrointestinal, facilitar a produção e liberação de sucos digestivos metabolizantes de
fármacos. É recente a exigência em bulas pelas agencias regulamentadoras da indústria
farmacêutica (FDA, MAPA) da indicação da interação com alimentos do fármaco em
questão.
Obs 1: Alguns fármacos tem uma indicação de administração durante o
arraçoamento ou fora dos momentos de alimentação, que poderão ter sua absorção
aumentada ou diminuída dependendo do caso.
Como exemplos, o álcool associado com proteínas, glicídios e gorduras possui
diminuição na sua intensidade de absorção, com o mecanismo de retardo no
esvaziamento gástrico. Os agentes microbianos associado com sais de cálcio, ferro e
magnésio possui diminuição da absorção, com o mecanismo do complexo químico
precipitável. A griseoflulvina associada a gorduras aumenta sua absorção, através da
liposolubilidade. Ácidos fracos como o ácido acetilsalicílico e barbitúricos, associado
com dietas proteicas possuem diminuição na absorção, através do mecanismo do
aumento do pH.
DISTRIBUIÇÃO
A distribuição é uma diluição multicompartimental da droga em diferentes
compartimentos líquidos orgânicos. De uma maneira mais grosseira, a agua total do
organismo está assim dividida: a) água plasmática (5%); b) água intersticial (16%); c)
água transcelular (2%), geralmente estão em sistemas circunscritos, como o sistema
linfático, liquido peritoneal, liquido cefalorraquidiano, liquido sinovial, humor aquoso;
d) água intracelular (35%); e) gordura (20%).
Obs 1: os fármacos em maior ou menor intensidade transitam entre esses
compartimentos. Dentro deles eles se apresentarão em duas formas, as moléculas dos
fármacos estarão ligadas (sequestradas pelos chamados “Scavenger” e neutralizadas
na sua ação), ou ainda as moléculas do fármaco estarão sob a forma livre.
Os fatores dependentes são a lipossolubilidade e do grau de ionização da droga,
o tamanho da molécula ou complexo drogaproteína, o pH local, a vascularização do
tecido, grau de hidratação. Quanto mais hidratado um organismo, mais o fármaco se
dilui dentro dos compartimentos, isso atrapalha a chegada das moléculas ao órgão alvo
em concentração ideal. Em casos de hiperhidratação, são raros, mas um caso mais
clássico é a intoxicação hídrica que acontece nos ruminantes nas pradarias americanas,
durante a migração dos grandes rebanhos dos bovinos e bisões com privação de água e
o primeiro contato do animal é muito ávido e eles perdem a regulação da saciedade,
ingerindo grandes quantidades além do fisiológico que provoca uma expansão do
Fatores que modificam a distribuição
Os fatores que modificam a distribuição são relacionados com o organismo do
paciente são a estrutura da célula, via de administração, mecanismo absortivo, pH do
meio, local de absorção, tipo de transporte, ligação à proteínas plasmáticas, barreiras
celulares, propriedades e funções das membranas em torno das células e suas organelas,
grau de hidratação, metabolização, genética, idade, estados fisiológicos especiais,
estados patológicos, estresse, hormônios.
Os fatores relacionados ao medicamento são a estrutura química, propriedades
físicoquímica, estado físico (As formulações líquidas são mais rapidamente
distribuídas, por serem mais rapidamente absorvidas. Já as formulações sólidas são mais
tardiamente distribuídas, por possuírem uma absorção mais lenta. As moléculas tem que
ser primeiro dissolvidas para depois serem diluídas para se distribuírem), estabilidade,
solubilidade, difusibilidade (diz respeito ao choque entre as moléculas), grau de
ionização, interação com outros fármacos (no interior dor organismo animal, ocorrem
grandes interações medicamentosas dos mais variados tipos que vão desde interações
farmacocinéticas, interações de neutralização química, interações de depuração no
organismo onde uma molécula pode aumentar ou diminuir o efeito final de um fármaco,
como exemplo, o motivo pelo qual a aspirina intensifica os efeitos de anticoagulantes
orais ou sistêmicos), veículos adicionados ao medicamento (podem retardar ou
aumentar a distribuição).
Ligação protéica
Somente a droga livre é capaz de cruzar as membranas celulares ou ligarse aos
sítios receptores e, consequentemente, elicitar efeitos farmacológicos. As albuminas e
globulinas são as principais proteínas plasmáticas.
Lembrar: a redução da ligação proteica de uma droga em consequência de
doenças (hipoalbuminemia, uremia) ou de deslocamento por outra droga, aumenta sua
fração livre (quantidade da droga acessível aos locais de ação).
Com a caquexia ocorre um aumento da fração livre das proteínas plasmáticas.
Um exemplo é se a ligação proteica de uma droga é 98% e sofre uma redução então sua
fração livre duplicará de 2% para 4%. Podem ocorrer problemas de ataxia, pressão
ocular, pressão arterial.
METABOLISMO E BIOTRANSFORMAÇÃO
Diz respeito ao processo de metabolização de substâncias consideradas
xenobióticas ou não.
É a transformação do fármaco em outra (s) substância (s), por meio de alterações
químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre
principalmente no fígado, nos pulmões, plasma, trato gastrointestinal, no tecido nervoso
(menos). O fígado é responsável pela metabolização de até 95% dos fármacos do
organismo. O trato gastrointestinal é responsável pela metabolização através de enzimas
microbianas e também possui circulação enterrohepática. O tecido nervoso é o tecido
que menos sistema enzimático possui.
Esse metabolismo é relevante a todas as substancias exógenas. É uma grande
área de investigação/desenvolvimento. Frequente causa de falha do tratamento, como
falhas de complementação, falha sem alcançar um nível efetivo, produzir efeitos
tóxicos, interações de medicamentos. Entendese as diferentes formas de dosificação
disponíveis.
As moléculas dos fármacos são processadas por enzimas desenvolvidas para
enfrentar os compostos naturais. As ações dos fármacos podem aumentar ou diminuir
ou não sofrer alterações. A variação individual é determinada geneticamente. Pode não
terminar a ação dos fármacos/toxicante. Não é constante – pode ser trocado por outros
fármacos: é básico para muitas interações medicamentomedicamento.
Metabolismo das drogas
De um modo geral, o metabolismo é dividido em duas fases. Uma droga poderá
passar diretamente para a Fase 2, estando pronta para ser eliminada. Quando passando
pela Fase 1, poderá formar um metabólito da droga com atividade modificada, ou
metabólico inativo da droga, sendo que estas duas formas podem ser conjugados na
Fase 2, para então ser eliminados. Um terceiro metabolismo, a droga não passa pelas 2
fases e sendo eliminada intacta. A tendência é transformar algo lipofílico em
lipossolúvel.
Fase I
Na Fase I ocorre a oxidação, redução e hidrólise, formando um derivado (ativo
ou não). Na maioria das vezes ele passará pela Fase II.
Resultam em produtos, em geral, mais reativos quimicamente e, portanto,
algumas vezes mais tóxicos ou carcinogênicos do que a droga original. Preparam a
droga para sofrer a reação de Fase II.
As reações de Fase I criam um sítio para a oxidação de Fase (adicionando
oxigênio). Geralmente 1 hidroxila leva à funcionalização. Pródroga ou prédroga.
Algumas vezes já ocorre inativação da molécula nessa fase.
Fase II
Nesta fase, compreende a reações de conjugação. Resultam normalmente em
compostos inativos, mais polares, maiores e mais excretáveis. Ocorre o acoplamento de
um grupo da um sitio de conjugação existente (ou formado na Fase I). As conjugações
com ácido glicurônico, sulfato, acetil, glutamil, metil, dentre outros. Altera a atividade,
se faz menos lipossolúvel e se excreta.
A aspirina sofre a Fase I no fígado, onde ocorre a adição de uma hidroxila,
ocorrendo a sua funcionalização. A aspirina é uma prédroga, não exercendo sua
função. Após a funcionalização, a aspirina tornase Ácido Salicílico. Na Fase II ocorre a
conjugação do Ácido Salicílico com o
glicuronil
, com uma molécula pesada, que a
partir dai será eliminado pela urina.
Alguns fármacos prédrogas que produzem metabólitos ativos ou tóxicos são a
prednisona e o enalopril. Dos préativos, o diazepam, morfina, paracetamol, alotano
geram metabólicos tóxicos.
Fatores que afetam a biotransformação
A idade reduz a biotransformação em idosos e jovens. Outro fator é o sexo, onde
as mulheres são mais sensíveis ao etanol. A espécie altera a biotransformação, como nos
cães a fenilbutazona possui vida média de 3 h, enquanto que no coelho 6 h, cavalo 8 h,
macaco 18 h, rato 36 h. A rota de biotransformação também pode modificar. A raça
influencia também, como nos humanos acetiladores rápidos e lentos da isoniazida,
rápido = 95%, esquimó 50%, britânicos 13% e finlandeses 13%. A condição clinica
e/ou fisiológica também interfere.
ANIMAIS DOMÉSTICOS COM DEFEITO EM DETERMINADAS REAÇÕES DE
CONJUNÇÃO
Espécie Reações de conjugação Estado de reação de síntese
Gato Síntese de glicuronídeo Presente, porém taxa baixa
Cão Acetilação Ausente
Suíno Conjugação com sulfato Presente, porém, de pouca extensão
INDUÇÃO E INIBIÇÃO ENZIMÁTICA
Existem categorias de fármacos que tem a capacidade de estimular acima do
basal os processos metabolizantes e outras categorias capazes de inibir esses processos
enzimáticos. No caso da indução teremos um aumento na geração de metabólitos ativos
ou não. Já na teremos uma diminuição de metabólitos ativos ou não. Em ambos os casos
haverá consequências sobre a intensidade do efeito final. Solventes, anestésicos
voláteis, radiações atômicas influenciam na inibição enzimática. Os solventes
industriais, lançaperfumes aumentam a indução enzimática.
“A indução enzimática é como um despertar dos sistemas enzimáticos a partir da
síntese proteica.” A estimulação da atividade das enzimas microssomais por
medicamenteos e outras substancias representa importante problema clinico, como no
caso dos tratamentos antimicrobianso. Drogas tais como analgésicos,
anticonvulsivantes, hipoglicemiantes orais, sedativos e tranquilizantes estimulam a sua
própria biotransformação e a de outras drogas.
Indução enzimática
Aumenta a velocidade de biotransformação hepática da droga, aumentando
também a velocidade e produção dos metabólitos, como também a depuração
plasmática da droga. A indução enzimática diminuía a meiavida sérica da droga. Ao
diminuir a meia vida plasmática, as concentrações séricas da droga livre e total também
será diminuída. Os efeitos farmacológicos são também serão diminuídos caso os
metabólitos forem inativos. Um indutor pode estimular ativamente a síntese de uma
enzima ou mais enzimas. O citrocromo P450 é rapidamente induzido por muitas drogas.
Inibição enzimática
A inibição das enzimas microssomais, diminui a velocidade de produção de
metabólitos, depuração total, aumentando a meia vida da droga no soro, as
concentrações séricas da droga livre e total, aumentando assim também os efeitos
farmacológicos.
BIODISPONIBILIDADE
É a proporção de uma dose administrada que atinge ao órgão alvo, sendo a
quantidade real que escapa aos mecanismos Metabolizados/Sequestradores de fármacos.
mg
Para cada 10 mg
de aspirina, somente 1 chega a fazer o efeito.
Os fatores que interferem são a velocidade e magnitude de absorção do droga;
scavengers
ligação as proteínas plasmáticas ( ); e a fração de droga que sobrea após a
metabolização. Como um exemplo, numa administração I.V. 5
mg de Propranolol é
mg
eficaz, já na via Oral são necessários de 40 a 80 . Usualmente para administração por
via oral, se usa 10 vezes o que seria utilizado na via I.V.
Observação 1: a biodisponibilidade é calculada a partir de curvas de
biodisponibilidade em função do tempo nos diferentes líquidos orgânicos.
Observação 2: a curva de biodisponibilidade determina a meiavida de uma
droga no sangue ou de outros compartimentos líquidos.
A curva de biodisponibilidade permitem o calculo de posologia de um fármaco,
onde é possível visualizar a meiavida, a dose administrada, o intervalo entre doses e
consequentemente a duração do tratamento.
Quando aplicamos um medicamente, e são aplicados os cálculos de
biodisponibilidade, aplicando a posologia, a curva de biodisponibilidade,
apresentarseá com aspecto sigmoidal oscilatório, dentro desta faixa de oscilação está a
concentração plasmática média que deverá manter os níveis ideias de fármaco na
circulação apesar dos metabolismos metabolizadores e sequestradores.
A curva de biodisponibilidade é influenciada pela resposta clínica, a definição da
posologia, junto com os testes farmacodinâmicos, via de administração, estado geral
(nutricional e doenças) do paciente.
ELIMINAÇÃO OU EXCREÇÃO DE FÁRMACOS
A eliminação das drogas pode ser por modificação metabólica ou por excreção
(predominantemente renal).
A remoção de uma droga do organismo é quantificada como seu
clearance ou
depuração, expresso pelo volume do plasma do qual a droga é completamente eliminada
por unida de tempo (ex: mL/min). Deve se ter cuidados com interações
medicamentosas, como a bromadecida diminuía a excreção e eliminação de penicilinas.
Deve se ter cuidados com a cimetidina, propranolol e lidocaína, afetam o
clearance
renal.
Excreção
Os órgãos emunctórios são os renais (rins), biliar (através da circulação
enterrohepática, as drogas submetidas a esta circulação possuem longos intervalos
entre as administrações), pulmonar (além de possuir os sistemas enzimáticos, é um
FARMACODINÂMICA
A farmacodinâmica é o estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológico das drogas e
seus mecanismos de ação.
Os objetivos da farmacodinâmica são diversos, como:
a. Identificar efeito primário.
Envolve os estudos préclínicos com animais, levando de 5 a 10 anos. Os testes
in vivo
básicos, in vitro
, , testes de dor e inflamação, testes de órgãos /solados, controle
de células.
Descobre a categoria (analgésica)
b. Delinear interações químicas e físicas entre droga e célula.
Nesta etapa são analisados vários testes, com o Wsternblot, PCR, Transfecção
de Receptores, Biologia Molecular, dentre outros.
Qual é o sitio de ligação da droga (sítios dos receptores na medula espinhal)
c. Caracterizar a sequência proteica, campo de ação e efeitos completos.
Técnicas de DNA recombinante, microarray, proteosomal, metabólica, analise
computacional.
Descobre que a droga se liga na subunidade S4 (argmettaufe) do receptor
opióide.
Ocorre a descoberta de um fármaco de 0 a 2 anos, do ano 2 ao 6 são realizados
os testes préclinicos, do ano 6 ao 8 ocorre os testes Fase I Clínica, do ano 8 ao 10 é a
Fase II Clínica, do ano 10 ao 14 é a Fase III Clínica, do ano 14 ao 15 ocorre o Registro
FDA, e do ano 15 ao 16 ocorre o PósMarketing. Dos inicios dos estudos até a
prateleira, leva 16 anos para a elaboração dos medicamentos.
RECEPTORES
São componentes macromoleculares de origem proteica, de localização
membranal, citoplasmática, organelar ou nuclear, responsáveis pela ligação da droga à
célula.
Os receptores compreendem uma classe de proteínas especializadas no
reconhecimento de moléculas e na transdução de sinais celulares.
TIPOS DE RECEPTORES
Sítios de ligação do ligante ou pseurorreceptores
Estão localizados em qualquer local da célula. Não possuem neurotransmissor
endógeno, são descobertos ao acaso.
Alvo Exemplo Droga
2 2+ + + +
Canais iônicos ROC e Ca , Na , K, Cl
Xilocaína – Na
3 2+
VOC Verapamil – Ca
Enzimas Acetilcolinesterase Oganofosforados
Enzima conversora de Captopril
angiotensina
+ +
Carreadores Na/K ATPase Ouabaína
Receptador tipo I Cocaína
Grandes famílias de receptores ou receptores propriamente ditos
Possuem neurotransmissores que se ligam, cada subtipo originase de genes
ancestrais comuns. O desenvolvimento de fármacos é baseado na analise computacional
in silico
do neurotransmissor ( ). O maior número de medicamentos do arsenal
terapêutico se destina para esse grupo de receptores.
Famílias de receptores
Receptores para Neurotransmissores Rápidos (Ionotrópicos)
São grandes proteínas que ultrapassam os limites da membrana, tanto extra como
intracelularmente. São compostos geralmente por cinco subunidades: duas subunidades
α, as mais altas, de ligação do ligante; três subunidades β γ Δ, que são conformacionais
4
ou alostérias
. Na realidade, estes receptores são canais iônicos modificados que uma
vez ativados promovem um influxo iônico dezenas de vezes superior ao basal,
resultando numa resposta excitatória (despolarização) ou uma resposta inibitória
(hiperpolarização) na membrana póssinaptica.
As respostas fisiofarmacológicas geralmente são rápidas, questão de segundos.
Alguns exemplos são:
Receptor nicotínico da acetilcolina:
descoberto pelo Mr Henry Dale. Promove
um influxo de íons de sódio, despolarizando a póssinapse da junção muscular
esquelética.
2
3
4
São movimentações moleculares proteitas.
Receptor GABA
A do GABA: o GABA promove um influxo de cloreto para dentro
das células de vigília, resultando no inicio do sono.
Receptor NMDA do Glutamato: é um dos poucos casos de canais iônicos biíons,
causando o influxo de sódio e cálcio, atuando no sistema mesolímbico de aprendizagem
e memória a longo prazo.
Receptores Acoplados a Proteína G (GPCRs)
Esses receptores possuem a transdução de sinal que envolva a síntese de
segundos mensageiros intracelulares. Um dos segundos mensageiros são o AMPc.
Os componentes do sistema são divididos em quatro etapas.
Proteína G:
são moléculas triméricas (GαGβGγ) que se ligam ao GTP e GDP.
São inativas na membrana, quando ligadas ao GDP e sendo ativadas quando ligadas ao
GTP. Possuem atividade GTPásica. Realiza a transmissão do sinal para o interior da
célula.
Obs 1: é um trímero inativo acentado na membrana celular. É composta de uma
subunidade catalítica Gα, que quando ativada, recebe moléculas de GTP energético
substituindo o GDP do estado inativo. Ainda possui duas subunidades conformocionais
(alostéricas) Gβ e Gγ.
Existem 4 famílias da proteína G, sendo elas:
Proteína efetora/efetuadora: são enzimas de membranas que são ativadas ou
Proteina G
inibidas pela , sendo um exemplo de enzima o
Adenilato Ciclase
. São
responsáveis pela síntese do segundo mensageiro celular.
Segundo mensageiro:
Proteína G
responsável pela transmissão da mensagem da .
Proteínas quinases: são ativadas pelo segundo mensageiro, provocando a
fosforilação de substratos proteicos.
Esses receptores são compostos por um rosário de aminoácidos que serpenteiam
a membrana formando sete domínios intramembranais e sete lupins/alças, geralmente
quatro extra celulares e três intracelulares, que codificam o “sinal” droga. Existe uma
porção extracelular aminoterminal (NH) responsável pela captação e ligação da droga à
2
célula. Há uma porção carboxiterminal (COOH) na extremidade intracelular que é
responsável pela ativação das proteínas (enzimas) efetuadoras da resposta. São
denominadas também como receptor 7αhélice transmembrana.
Ciclo da Proteína G
1. A Proteína G esta inativa, pois o receptor não está acoplado a nenhuma droga.
A subunidade Gα está sob a forma defosforilada, ligada ao GDP.
2. A droga está ligada ao receptor que sofre alteração alostérica e entra em
contato com a subunidade Gα, que por sua vez recebe moléculas de GTP. A
subunidade Gα passa então para o seu estado ativado.
3. A subunidade Gα catalítica se dissocia (ribosilação da Proteína G) e a
subunidade sofre nova alosteria membranal e ativa assim as enzimas de membrana.
Após a ativação da cascata de segundo mensageiro, a Proteína G volta ao estado
inativo (defosforilado), pronta para receber novo estímulo pela droga.
Obs2: como a população de Proteínas na membrana citoplasmática, ela é
susceptível de saturação e esgotamento, reduzindo a resposta de agonistas. A este
fenômeno é chamado de taquifilaxa dos receptores.
Existem algumas toxinas que são ativadoras do ciclo da Proteína G, promovendo
a ribosilação persistente do ciclo. Alguns exemplos são a toxina colérica, é conhecida
como doença negligenciada pela indústria farmacêutica, ativando a Proteína G do
intestino. Outra toxina é a Pertussis, responsável pela coqueluche, ativando a Proteína G
das vias superiores.
Mecanismos de Transdução de Sinal
São processos pelos quais um sinal extracelular altera eventos intracelulares que
participam em respostas bioquímicas e fisiofarmacológicas. É uma amplificação do
sinal.
A amplificação de sinal serve para aumentar a resposta do animal, amenizando
os sinais clínicos ou levando a resolução da causa.
Via da Adenilato Ciclase/AMPc
Quando uma droga ativa um GPCR, este ativa a Proteína G que por sua vez ativa
Adenilato Ciclase que vai converter um pool não energético em moléculas do segundo
mensageiro Adenosina Monofosfato Ciclico (AMPc). Este segundo mensageiro se
difundo pelo citoplasma onde irá encontrar moléculas inativas de Proteína Quinase A
(PKA). A PKA começa a fosforilar nas regiões adjacentes do reticulo endoplasmático
rugoso (RER) grandes substratos proteicos inativos, que serão processados e
transformados em proteínas de resposta. As proteínas de resposta podem ser: enzimas
fosforilizantes (fosfatases), carreadores, canais iônicos, proteínas estruturais,
oncogenese, enzimas inflamatórias, dentre outras. A via se enserra através da
Fosfodiesterase do AMPc
metabolização do AMPc pela enzima . Essa fosfodiesterase é
um importante alvo farmacológico de drogas. Como o exemplo dos inibidores da
fosfodiesterase, como os antiarrítmicos cardíacos.
O AMPc é responsável por várias funções, como:
Regulação de enzimas que participam do metabolismo energético
, como da
glicose e lipídeos. É responsável por aumentar a expressão da enzima lipase no caso de
lipídeos, que é ativada pelo receptor β3, ou no caso da glicose o receptor “” que é
responsável por retirála da corrente sanguínea.
Interfere na divisão e diferenciação celular
. Como na expansão clonal da
resposta imune.
Controle de transporte de íons
, modulando carreadores iônicos. Como o caso
+ +
das células parietais no controle do HCl, na troca de KH , para o controle do ácido
clorídrico do estomago.
Modula canais iônicos 2+
, como os canais de Ca tipo L, onde o aumento de
AMPc interfere no PKA, aumentando a força de contração cardíaca.
Altera proteínas contráteis
, realizando o relaxamento da maioria dos músculos
lisos. Um exemplo é o relaxamento muscular de artérias, insuflação pulmonar.
Via da Guanilato ciclase/GMPc
Semelhante à via do AMPc, realiza a transdução de sinal através de receptores
catalíticos (não é necessário que passe por receptores 7αhélice) do tipo guanilato
ciclase. O peptidio natrulético atrial ativa os receptores 7αhélice, enquanto que o
oxido nítrico (NO) não necessita da ativação dos receptores 7αhélice.
Essa via foi descoberta a partir dos estudos feitos por Alfred Nobel durante os
seus estudos da nitroglicerina na primeira guerra mundial.
A TNT era capaz de gerar NO dentro do organismo, que ativava a via da GMPc.
A GMPc converte GTP em GMPc que se espalha pelo citoplasma e ativa moléculas
PKG, que passa a fosforilar substratos proteicos. O enceramento desta via se dá devido
Fosfodiesterases de GMPc
o metabolismo do GMPc por , que por sua vez o
transformam no metabólito inativo 5’GMP. As drogas usadas para tratamento da
disfunção erétil se dá pelo uso de drogas inibidoras da
Fosfodiesterase de GMPc
como
a Sildenafil.
Observação: o ANP (Peptídeo Natriurético Atrial) é um neurotransmissor que
ativa esta via porém usando um GPCR e Guanilato Ciclase é acoplada a membrana
(Guanilato Ciclase Particulada).
As funções fisiológicas do GMPc são:
Relaxa todo musculo liso e esquelético, como em vasos, enchimento vesical,
motilidade gastrointestinal.
Previne a agregação plaquetária.
Faz a mediação das ações tumoricidas e bactericidas dos macrófagos.
Modula fibroblastos (reparo). Não há produção de cicatrizes.
Formação da memória de longo prazo.
Nos rins e intestino leva a alterações no transporte de íons e à retenção de agua.
Mensageiro da excitação da visão, etc.
Nos dias atuais, usa se Viagra para realizar a coleta de sêmen de garanhões e
touros de alto valor genético/zootécnico. O Viagra realiza o relaxamento da musculatura
lisa do corpo cavernoso aumentando o influxo sanguíneo para o pênis, provocando a
ereção peniana.
Obs: esse também é o mecanismo das drogas coronário dilatadoras utilizadas
no infarto agudo do miocárdio, que são derivados direta e indiretamente da TNT.
Via da fosfolipase C/IP/DAG
3
Os segundos mensageiros são gerados a partir dos fosfolipídios da membrana.
Na membrana celular existe um processo de reciclagem dos fosfolipídios, que
são constantemente transformados num lipídio tronco comum, chamado
Fosfatidulinositol (PIP2). Durante a ativação de receptores e da Proteína G, a enzima
Fosfolipase C (FLC) converte esse lipídeo tronco em dois tipos de mensageiros
lipídicos gerando duas rotas alternativas: a) a rota do Diacilglicerol (DAG); b) a rota do
Inosito Trifosfato (IP3). O PIP2 possui um turnover, que reaproveita metabólitos do
PIP2.
A cascata do ácido araquidônico pode ser fisiológica ou patológica, por que as
enzimas COX e a LOX são alvos de inibição dos modernos e antigos antiinflamatórios
não esteroidais (AINES), pois essa cascata patologicamente é responsável pelos
processos de dor, febre e inflamação. AAs inibindo a via da COX; e a Zafirlukast e
Azelatine inibindo a LOX.
Rota da ciclooxigenaxe (COX)
É a via de produção dos neurotransmissores chamados prostanóides, que são
compostos pelas prostoglandinas e o Tromboxan. A COX, converte o ácido
araquidônico num metabólito lipídico instável, chamado Prostaglandina G
2 (PGG) que
2
responsáveis pela produção dos prostanóides ativos.
PGEsintetase: gera a PGE
2 ;
2
PGIsintetease: gera prostaciclina (PGI
2 );
2
PGF sintetase: gera a PGF
2α ;
2α
PGDsintetase:gera a PGD
2 ;
2
sendo próinflamatória;
Tromboxanosintetase: gera o tromboxano (TXA e TXB
2 ).
2
Os prostanóides de um modo geral possuem receptores específicos em diferentes
tecidos, e são responsáveis pelo controle de diversos eventos fisiológicos, como o
controle da pressão arterial, relaxamento de músculos lisos, controle do tônus
broncomotor, agregação plaquetária, migração de células da série branca, contração
uterina, hemodinâmica renal, aprendizagem e memória, produção de muco no
estômago. Possuem ação dual.
Observação 1: os prostanóides apesar de controlarem a homeostase dos
processos fisiológicos, elas exercem também ações próinflamatórias deletérias,
cursando com inflamação, dor e febre. E são estas ações que devem ser inibidas pelos
antiinflamatórios, sem interferir com os processos fisiológicos.
Rota da lipooxigenase (LOX)
Nessa rota a LOX converte o ácido araquidônico numa sequencia de mediadores
altamente instáveis chamados de leucotrienos (família de leucotrienos). Leucotrieno A,
4
Via do Fator Nuclear κB (NF κB)
Esta é uma rota transcricional, onde vários mediadores ativam receptores
(bradicinina, prostaglandinas, leucotrienos, substância P, dentre outros). Ao ativarem as
enzimas IKK dos receptores GPCRs, que irá fosforilar um sistema proteozomal
inibitório do Iκ, segundo mensageiro que está inativo quando associado a proteínas do
B
Receptores ligados à tirosina quinase
São grandes proteínas lineares que atravessam transversalemente a membrana.
Na extremidade extracelular existe um sitio de ligação do ligante conectado por uma
longa cadeia retilínea de aminoácidos a uma fração catalítica intracelular, rica em
ligações fosfatidicas que são responsáveis pela fosforilação de resíduos tirosina nos
substratos proteicos.
Obs 1: não há envolvimento de segundo mensageiro, as fosforilações se
processam diretamente sobre os substratos proteicos ribossomais, gerando assim uma
proteína de resposta, como proteínas estruturais canais iônicos dentre outros.
Estes receptores em alguns casos (EGF), podem ser autofosforilantes, ou seja,
muito tempo após a metabolização do neurotransmissor, o receptor permanece ativo
fosforilando substratos proteicos. Como exemplo no embrião, o EGF em humanos
aparece no 14º a 20º dia de gestação, sendo que de repente ele desaparece, sendo um
paradigma até então, porém se descobriu, que o receptor continua fosforilando as
proteínas até o 9º mês de gestação.
Receptores ligados à transcrição genética
São receptores intracelulares, sendo que os radicais dos receptores são
esteroides, dentre eles são a testosterona, progesterona, estrógeno, cortisol
(glicocorticoides), vit. D, aldosterona, dentre outros. O resultado final é a síntese de
proteínas. Os esteroides são altamente lipossolúveis e atravessam facilmente a
membrana, sendo carreado até a célula por albuminas carreadoras, difundindo se via
citoplasma até o núcleo. Na superfície da carioteca existe um sitio de ligação do ligante
que uma vez ativado, estimula um domínio catalítico intranuclear (dedos de zinco) que
é responsável pela produção de fatores inibidores de genes. O resultado é uma
exposição ou uma inibição dos genes que resultam na transcrição do DNA, gerando um
RNAm que sofre translação para o citoplasma, chegando até o RER, onde sofre
tradução, estimulando assim a síntese de proteínas especificas.
Observação: fisiologicamente esteroides atuam em baixíssimas dosagens, e
quando em excesso, eles perdem a seletividade e passam a ocupar promiscuamente os
receptores de outros esteroides, surgindo assim muitos efeitos colaterais como a
masculinisação da fêmea e feminilisação do macho, imunossupressão, dificuldade de
cicatrização, aumento da pressão arterial, dentre outros.
Aula Prática Interativa
Aula prática interativa de caracterização de receptores no íleo isolado de cobaia
in vitro
( )
Os objetivos da aula são a observação das interações moleculares droga/receptor
(excitação/acoplamento), estudar antagonismo farmacológico, caracterizar receptores.
Como materiais e métodos serão usados uma cobaia de aproximadamente 500 g,
material cirúrgico, liquido nutritivo de KrebsHenselart, banho de órgão isolado
Concentraçõe ACh ACh + ACh +
s (controle) Pirenzepina Atropina
7 7 7
(10 ) (10 ) (10 )
7
10 0,0 0,0 0,0
7
3x10 1,4 0,7 0,0
6
10 15,2 9,3 0,0
6
3x10 100,9 59,6 0,0
5
10 126,7 69,8 1,2
5
3x10 129,5 71,9 56,6
4
10 129,5 71,9 93,4
4
3x10 129,5
DROGAS QUE ATUAM SOBRE O SISTEMA NERVOSO
AUTONOMO
O sistema nervoso é dividido em dois, sendo o Sistema Nervoso Central (SNC) e
Sistema Nervoso Periférico (SNP). O SNP é subdividido em aferente somático e
visceral, eferente somático (sistema motor) e autônomo. Este último por sua vez poderá
ser simpático e parassimpático, bem como também o plexo nervoso trato
gastrointestinal. Ainda foi descoberto o sistema eferente NANC, que é um sistema não
adrenérgico e não adrenérgico.
Sistema Nervoso Autônomo
É um processo independente de controle voluntário. É responsável pelo processo
como contração e relaxamento de músculos lisos, o batimento cardíaco, secreção de
hormônios e processos metabólicos. O sistema nervoso autônomo simpático (SNAS) é
responsável pela luta e fuga. O sistema nervoso autônomo parassimpático (SNAP) é
responsável pelo repouso e digestão, realizando a assimilação.
O SNAP possui emergência na medula cranial e sacral, enquanto que o SNAS
possui emergência na medula toracolombar. O SNAS é responsável pelos sinais
descritos na tabela a seguir.
Órgão Sinais
SNAS SNAP
Midríase (dilatação de pupilas) Miose (constrição pupilas)
Olho
Relaxamento músculo ciliar Contração musculo ciliar
Diminuição da frequência
Aumenta frequência cardíaca
Coração cardíaca
Aumenta contratilidade
Diminuição da contratilidade
Dilatação – musculatura
esquelética
Vasos Broncoconstrição
Constrição – pele, mucosa,
vísceras
Pulmão Broncodilatação
Glicogenólise
Fígado Gliconeogênese
Glicólise
Aparelho Aumento da motilidade
digestivo Dilatação de esfíncteres
Aumento da secreção de
glândulas
Aumento da secreção de HCl
Os dois sistemas possuem ainda ações semelhantes ou sinérgicas, como na
glândula salivar, onde o SNAS aumenta a secreção, bem como também o SNAP. Já
quanto aos órgãos sexuais, o SNAS realiza a ejaculação e o SNAP a ereção. O SNAS é
responsável por controlar a pressão arterial, enquanto que o SNAP não possui influencia
direta na pressão arterial. Já no pulmão, a broncodilatação é realizada pelo SNAP.
Etapas Da Neurotransmissão Colinérgica E A Influencia De Fármacos
As etapas são a captação do precursor, biossíntese, armazenamento, secreção,
ação e término da ação.
Captação, biossíntese e armazenamento
A acetilcolina (ACh) é sintetizada a partir da junção da Acetil CoA junto com o
peptido aminoácido colina, mais a ação enzimática gera a ACh. A colina é obtida a
partir da alimentação e a reciclagem da própria acetilcolina. As moléculas de Acetil
CoA geradas não podem ficar libres no citoplasma, então elas são captadas por um
transportador especifico para dentro de vesículas sinápticas vazias que estão dispersas
no citoplasma. Assim a ACh estar pronta para ser liberada.
Liberação
Diante de um estimulo colinérgico, potencial de ação, é um conjunto de
comandos centrais, as vesículas contendo ACh migram para a extremidade do botão
2+
axonal terminal. Após um influxo de cálcio através de canais de Ca do tipo N sensível
a tetrodotoxina (oriundo do Baiacu), ocorre a fusão da membrana da vesícula com a
5
membrana axonal, e assim são liberados vários quanta de ACh, sendo liberado na fenda
sináptica.
As drogas que interferem com a liberação, como na fusão de membranas são: a
toxina botulínica, alguns antibióticos como os aminoglicosidios (estreptomicina,
2+
micamicina, neomicina), íons de magnésio em excesso (impedem o influxo de Ca ),
toxina tetânica.
5
).
55
Unidade infinitesimal de concentração vesicular (1 x 10
Ocupação de receptores
O sistema colinérgico funciona através de dois grandes grupos de receptores, que
foram classificados pelo uso de dois alcaloides naturais. Primeiro os receptores
muscarinicos que foram descobertos através da muscarina, oriunda do cogumelo
Ammamita uscariae
. O segundo grupo são os receptores nicotínicos, através da nicotina
que é extraída das folhas de tabaco. Os mecanismos de ação dos receptores são:
●Nicotínicos (canais ligantes): N
1 (NN) – gânglios, N
2 (NM) – músculos
esqueléticos. Estes dois receptores são responsáveis por despolarizar algum tecido.
●Muscarínicos (receptores acoplados a proteína G): M
1 (neuronal,
células
parietais gástricas), M
2 (cardíaco), M
3 (musculo
liso e glandular), M
4 (neuronal),
M
5
(neuronal).
Observação: a ativação desses receptores gera uma grande pletora de ações
fisiofarmacológicas e muitos agonistas e antagonistas colinérgicos são utilizados na
terapêutica constituindo assim diferentes grupos farmacológicos (vide adiante).
Metabolização da ACh
Após ativar seus receptores, a ACh é quebrada por hidrólise à ácido acético e
colina.
O ácido acético é armazenado sob a forma de acetato no fígado e a colina
encaminha para gerar novas moléculas de ACh. Deste modo encerrase a ação do
neurotransmissor em seus receptores nicotínicos e muscarinicos.
As drogas que interferem, é o grupo de inibidores da acetilcolinesterase,
existindo 2 grupos de inibidores da acetilcolinesterase que se complexam com os sítios
aniônicos e esterásicos da enzima. São dois tipos de inibidores, sendo os reversíveis,
Fisiotignum
descobertos da planta sp, que possui a fisiostiguinina, possui um efeito
fugas, sendo desenvolvidos após a neostiguinina e a pirodostinina. Essas drogas
ligamse de forma fugas a enzima por um breve intervalo de tempo e após a sua
metabolização a enzima retoma a sua atividade.
O segundo grupo são os inibidores da acetilcolinesterase irreversíveis, onde
essas drogas ligamse ao sitio aniônico e esterásico através de ligações covalentes de
difícil reversão. A enzima passa por um processo de acetilação e entra no estado de
envelhecimento. Serão necessárias à longo prazo a síntese de novas moléculas de
Agonistas colinérgicos (parassimpaticomiméticos)
Existem agonistas muscarínicos e nicotínicos. Pertecem em dois grupos
distintos. Os de ação direta, que ocupam e ativam os receptores, e os de ação indireta,
que inibem a acetilcolinesterase, aumentando os níveis de ACh endógena e
potencializam seus efeitos.
Agonistas colinérgicos diretos
Muscarinicos
A maioria das drogas deste grupo tem origem na molécula de ACh, que é muito
instável e sofre ação da acetilcolinesterase rapidamente. Assim foram desenvolvidos
drogas mais estáveis a partir dela, como betanecol, metacolina e carbacol, possuindo
uma maior seletividade para receptores muscarínicos. Outros são os alcaloides
parassimpaticomiméticos como a muscarina e pilocarpina, que é obtida da casca do
Pilocarpus jaborandi
. A pilocarpina é usada na terapêutica veterinária e oftalmologia
como sialagogo e diaforético, visando diminuir a pressão ocular, como o glaucoma.
Essas drogas em um modo geral são usadas ainda para ílio paralítico (paresia
intestinal em quadros de intoxicação alimentar), atonias vesicais, sobre carga digestiva
para aumentar as secreções, nas paralisias de rúmen, glaucoma. A pilocarpina é usada
para a sangria branca, ou seja, a sudorese para diminuir a pressão arterial. A arecolina
pode ser usada como tenicida.
Nocitinicos
A nicotina é usada sob a forma de adesivos para o combate de vícios de
tabagismo.
Propriedades farmacológicas
Ocorre a vasodilatação de todos os leitos vasculares mediado pelo NO. A
acetilcolina ativa receptores M
3 do musculo liso vascular, e após a ativação do sistema
2+
transducional, IP3/Ca é ativada no endotélio a enzima geradora do NO, a
NOcintetase, que por sua vez gerará NO, sendo que ele atua de forma retrograda sobre
as células da musculatura lisa, relaxandoas.
O receptor M
2 do marcapasso cardíaco é inibitório sobre a geração do potencial
de ação cardíaco. Ainda promove a redução da condução cardíaca (dronotrópico) e
redução da força de contração (inotrópico).
Agonistas colinérgicos indiretos
São fármacos responsáveis pela inibição das colinesterases, sendo fármacos que
inibem o metabolismo da acetilcolina, exercendo seu efeito primário no sitio ativo da
enzima.
Os tipos de colinesterases são a butirilcolinesterase é a plasmática, também
denominada de falsa colinesterase, sendo também inibida pelos inibidores da
colinesterase. O outro grupo é a acetilcolinesterase, se ligando nos receptores da fenda
sináptica, tendo seu papel de ligarse a membrana basal na fenda sináptica, é especifico
para ACh.
A classificação química dos anticolinesterásicos são as aminas, como o mono e
biquaternários, como o edrofônio usado para a fenda sináptica. Ainda há os carbamatos,
como os neostigmina, fisostigmina. Há os compostos organofosforados, tendo uso
variado, tanto como defensivo agrícola e veterinário. O organofosforado usado na
terapêutica é o ecotiofato, mas sendo toxicantes na maioria dos casos.
A intoxicação de organofosforados é de difícil restabelecimento, pela sua
demora de restabelecimento das enzimas dos receptores. As drogas
parassimpatomiméticas de ação indireta são anticolinesterásicos reversíveis, que
possuem complexo inibidorenzima que decompõe a enzima é reativada e causa
inativação da ACh. O outro grupo são os anticolinesterásicos irreversíveis, sendo os
compostos organofosforados e carbamatos, como o fluorofosfato de diisopropila DFP.
Os anticolinesterásicos irreversíveis são substâncias tóxicas utilizadas como
armas químicas e/ou inseticidas. São representados pelos organofosforados como o
Paration, Malation, Sarin, Soman e Tabun. Apenas o ecotiofato é utilizado na
terapêutica.
Os antídotos dos anticolinesterásicos irreversíveis são reativadores da AChE,
sendo fármacos que promovem a dissociação do complexo. A pralidoxina realiza a
DROGAS PARASSIMPATOLÍTICAS
Efeitos farmacológicos
No trato gastrointestinal, ocorre o relaxamento da musculatura lisa como do
estômago ao cólon. Na árvore brônquica ocorre a diminuição de secreções e tônus
muscular. O efeito antisecreolitico pode ser usado para evitar a falsa via. Podem ser
ainda utilizados nos efeitos oculares, com o parasimpaticolítico é usado para exame de
fundo de olho, devido à contração dos musculo esfincteriano da iries e do musculo ciliar
do cristalino.
A beladona que contem a atropina é reconhecida como importante alucinógeno.
Uso clínico
É frequentemente espasmo de musculo liso, como do aparelho digestivo com a
®
hiosiomina poderoso antipasmótico estando nas formulações do buscopan. A atropina
é usada para musculo liso e útero. A atropina ainda é usada no préanestésico, visando
suprimir os efeitos do nervo vago. Ainda pode ser usado na terapêutico para
superdosagem dos atincolinestrasicos.
FÁRMACOS QUE AFETAM OS GÂNGLIOS
AUTÔNOMOS
Estimulantes ganglionares
A maioria dos agonistas dos receptores nicotínicos afeta tanto receptores
ganglionares quando da placa motora. A nicotina, lobelina e o dimetilfenilpiperazinio
(DMPP) afetam preferencialmente os gânglios.
Possuem pouca importância na clínica, mas interferem com ambas as divisões do
sistema nervoso autônomo produzindo efeitos complexos. Na prática, os efeitos
importantes são aqueles sobre o sistema cardiovascular. Ocorre a queda da pressão
arterial devido ao bloqueio ganglionar simpático e em geral a maioria dos reflexos
cardiovasculares estão bloqueados.
Observação: a nicotina inicialmente causa despolarização póssináptica via
receptor nicotínico N
N e devido a uma estimulação repetitiva os receptores sofrem um
Bloqueadores ganglionares = antagonistas nicotínicos
Podem levar a hipotensão postural devido à ausência do reflexo venoconstritor.
São fármacos que bloqueiam os gânglios que estão obsoletos, tanto do simpático como
parassimpático.
®
Sendo usada a TRIMETAFANA (Arfonad). É um fármaco de ação muito curta.
A sua administração é por via intravenosa em certos procedimentos anestésicos.
Também pode ser utilizado para a baixa da pressão arterial em procedimentos de
emergência. Porém os efeitos clínicos observados estão relacionados com o SNAS, pois
este bloqueio nicotínico impede o funcionamento da sinapse adrenérgica bloqueando
assim seus efeitos hipertensivos e positivos para o coração. Consequentemente haverá
intensa queda da pressão arterial. Ou seja, a trimetafana é usada para produzir
hipotensão controlada, tanto em ataques de hipertensão maligna ou para diminuir o
fluxo sanguíneo em superfícies cirúrgicas muito sangrentas (cruóricas). O trimetafana é
Fármacos bloqueadores musculares
Iniciou na etnofarmacologia americana, como o uso do curare, que é um fármaco
relaxante muscular. O animal ferido por flecha ou dardo com o principio ativo fica
paralisado por alguns minutos. Provoca uma paralisia da musculatura estriada, levando
a um relaxamento periférico. O animal mantém a consciência. Com a paralisia do
diafragma, o animal morre por asfixia.
O curare não possui efeito por via oral, sendo assim os nativos poderiam
consumir a carne dos animais caçados com o uso do principio ativo. Uma das plantas
utilizadas para a extração do curare é a
Strychnos toxifera e
Chondomedron tomentosum
(menisperamaceae). A substância obtida das plantas é a ctoxiferina e tubocurarina.
São bloqueadores da transmissão neuromuscular, agindo na região présinpatica
ou na região póssinaptica. Os fármacos são subdivididos em umas categorias, sendo os
nãodespolarizantes, que bloqueiam os receptores nicotínicos da ACh, como a
tubocurarina, e os bloqueadores despolarizantes, que são agonistas dos receptores de
ACh, como a succinilcolina – suxametônio, ativando o receptor e para então o bloquear.
Bloqueadores musculares nãodespolarizantes
O curare é uma mistura de alcaloides de ocorrência natural da América do Sul,
sendo um componente mais importante é a tubocurarina. Em 1856 Bernard demonstrou
que o curare causava a paralisia devido ao bloqueio da transmissão neuromuscular.
Mecanismo de ação
~soa bloqueadores nãodespolarizantes, atuando como antagonistas competitivos
dos receptores ACh situados na placa terminal. Necessidade de bloquear cerca de 70 a
80% dos receptores para que a transmissão seja interrompida.
Observação: essas drogas só devem ser aplicadas em animais que estão
recebendo aporte ventilatório ou com O.
2
Uso
O principio geral é a necessidade de controlar com muito cuidado a magnitude e
a duração da paralisia durante a cirurgia.
Interações de drogas com agentes bloqueadores neuromusculares
Anestésicos voláteis: aumentam a duração da ação de drogas bloqueadoras
nãodespolarizantes.
Antibióticos: potencializam a ação dos agentes bloqueadores, agindo nas
sinaptobrevinas.
Balanço ácidobase: acidose potencializa a ação de alguns bloqueadoras
nãodespolarizantes (e.g. tubocurarina).
Uso terapeitico dos bloqueadores musculares
São usados para completo relaxamento muscular, redução da quantidade de
anestésico, facilita a intubação endotraqueal, necessários para a ventilação assistida,
reduz fasciculações musculares durante cirurgia, ação em alguns casos podem ser
revertida, uso no tétano, envenenamento por estricnina.
Bloqueadores musculares: agentes despolarizantes
São oriundos do estudo da molécula de acetilcolina, sendo sintético, onde o
primeiro é o succinilcolina. O decametônio promove contrações espasmódicas
transitórias (fasciculações) antes de causar bloqueio. A tubocurarina causa apenas
paralisia flácida. São agonistas nicotínicos N. O suxametônio (succinilcolina) possui
M
Comparação entre bloqueadores nãodespolarizantes de despolarizantes.
Os anticolinesterásicos são uma alternativa para suplantar os efeitos dos
bloqueadores musculares? Explique.
Fármacos anticolinesterásicos são eficazes como antídotos dos bloqueadores
nãodespolarizantes. Em contrapartida, o bloquei o por despolarização não é afetado, ou
até mesmo aumentado pelos anticolinesterasicos.
As fasciulações oservados com o ???.
Efeitos adversos e situações de risco do uso de fármacos despolarizantes
Paralisia prolongada: ocorre quando algum fator altera a atividade da
colinesterase plasmática que hidrolisa o fármaco. Como exemplo as variantes genéticas,
anticolinesterásicos, recémnascidos e pacientes com doenças hepáticas.
Hipertermia maligna: condição hereditária rara onde há mutação do canal de
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Ca do reticulo sarcoplasmático que produz espasmos musculares intensos e elevação
da temperatura quando certos fármacos são administrados. O antidoto é somente um,
® 2+
sendo o Dantrolen, que é um bloqueador de Ca do reticulo sarcoplasmático.
Usos em animais silvestres para contenção química
Os bloqueadores despolarizantes são utilizados em dardos tranquilizantes. A
galamina é usado para a centenção de suídeos selvagens, furão e grandes felinos na
dosagem de 1 a 1,25 mg/Kg, a dtubocurarina pode ser usada na dose de 1,8 mg/Kg em
Pythons e 6,0 mg/kg em
????
. A succinilcolina em quelônios na dosagem de 0,3 a 1,0
mg/Kg na forma IM.