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23/05/2011

Formas Farmacêuticas
e Biofarmácia

Prof. Dr. Edison Luis Santana Carvalho - UFRJ

Formas Farmacêuticas?

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Classificação das Formas Farmacêuticas


• Sólidas
• Semi-sólidas
Quanto ao estado físico
• Consistentes
• líquidas

Quanto a extensão de ação • Ação local (tópica)


• Ação sistêmica

• Oral
• Colônica
Quanto as vias de administração • Retal
• Gênito-urinária
• Cutanea e percutânea
• Parenteral

Quanto ao estado físico

Formas Farmacêuticas Sólidas


Pós, Granulados, Pastilhas, Cápsulas,
Comprimidos,Comprimidos peliculados e
drágeas

Formas Farmacêuticas Semi-Sólidas


Pomadas, Pastas, Emulsões, Cremes

Formas Farmacêuticas Líquidas


Soluções orais, colutórios, gargarejos,
nasais, auriculares, oculares, cutâneas,
parenterais e xaropes

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Quanto ao estado físico

Formas Farmacêuticas Consistentes


Supositórios e Óvulos

Formas Farmacêuticas Especiais


Sistema Terapêutico Transdérmico
Sistema Terapêutico Ocular
Sistema Terapêutico Uterino
Sistema Flutuantes
Sistemas Matriciais e Peliculados (com
revestimento, pH dependente, matrizes
aerosíveis, plásticas ou hidrófilas,
bioadesivas)
Comprimidos tipo bomba osmótica

Tipo de Ação

Tópica Sistêmica
Ação é circunscrita ao Ocorre absorção e
local de aplicação; distribuição pela
circulação.
Não deve ocorrer
absorção e distribuição
pela circulação.

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Vias de administração
Bucal Ocular
Nasal

Pulmonar Oral

Vaginal Parenteral

Auricular Retal

Tópica

Fármaco na Forma Farmacêutica

I Fase II Fase III Fase


biofarmacêutica farmacocinética farmacodinâmica

• liberação do PA • absorção • interação


• interação no sítio • distribuição Fármaco-receptor
de Adm. • metabolização no tecido alvo
• excreção

Fármaco disponível Fármaco disponível Efeito


para absorção para ação Farmacológico

(Adaptado de Ariens, E.J. Clin. Farmacol. Ther. 16, p. 155, 1974)

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BIOFARMÁCIA

Estudo dos fatores fisiológicos e farmacêuticos que


influenciam a liberação do fármaco da forma
farmacêutica e a sua absorção pelo organismo.

Fatores Fisiológicos – Condições do organismo para absorção


(transporte através da membrana) , distribuição, metabolização
e excreção.

Fatores Farmacêuticos – Propriedades físico-químicas dos


fármacos e excipientes e características da forma farmacêutica.

Considerações Biofarmacêuticas
Vias de administração e Formas farmacêuticas

Propriedades físico-químicas
do fármaco

Características
do Aspectos
ESCOLHA
paciente terapêuticos

Aspectos
biofarmacêuticos

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Aspectos Biofarmacêuticos

Forma desintegração Grânulos desagregação Partículas


farmacêutica finas
Solução

Estabilidade nos fluidos biológicos

Transporte pelas
Metabolismo membranas
pré-sistêmico biológicas

Considerações Biofarmacêuticas

In vitro
Parâmetros Físico-Químicos Exatidão e
Ou Forma Farmacêutica Precisão

In vivo
Estimativas Quantitativas Farmacocinética
do Fármaco

Hipóteses e modelos

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Aspectos Biofarmacêuticos
CURVA DE NIVEIS PLASMÁTICOS-TEMPO

Cmáx tolerável
IV
4
Extravasal C terapêutica

2 Cmín. eficaz

2 4 6 8 10 12 14 16

Tempo (horas)

Aspectos Biofarmacêuticos
CURVA DE NIVEIS PLASMÁTICOS-TEMPO

Fase de Fase de
absorción eliminación
4

2 4 6 8 10 12 14 16

Tempo (horas)

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Aspectos Biofarmacêuticos
CURVA DE NIVEIS PLASMÁTICOS-TEMPO
Cmax

Fase de Fase de
eliminación
4 absorción

AUC

2 4 6 8 10 12 14 16

Tiempo (horas)
tmax

Qual o problema?
???????

F
F

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Fármaco na Forma Farmacêutica

I Fase II Fase III Fase


biofarmacêutica farmacocinética farmacodinâmica

• liberação do PA • absorção • interação


• interação no sítio • distribuição Fármaco-receptor
de Adm. • metabolização no tecido alvo
• excreção

Fármaco disponível Fármaco disponível Efeito


para absorção para ação Farmacológico

(Adaptado de Ariens, E.J. Clin. Farmacol. Ther. 16, p. 155, 1974)

Liberação

F
F

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A etapa mais lenta do fármaco no organismo poderá


condicionar a velocidade com que ocorre a seguinte
etapa

Vias de administração

Intravasculares:
absorção NÃO
- Intravenosa
- Intraarterial

Extravasculares:
- Oral - Retal
- Bucal - Sublingual
- Intramuscular - Subcutânea absorção SIM
- Transdêrmica
- Nasal - Pulmonar…

Efeito Local
- Pele, ocular, pulmonar…

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Formas farmacêuticas de liberação modificada:

A: convencional
B: retardada
C: repetida
D: prolongada
E: controlada

FF de liberação retardada:

Fármaco não é liberado imediatamente:

revestimento entérico

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FF de liberação repetida:

Cada comprimido contém:

uma dose de liberação imediata

uma segunda dose liberada em


intervalo determinado

FF de liberação prolongada:

Estratégias:

alteração da velocidade de liberação do fármaco

alteração do tempo de trânsito no TGI

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CLASSIFICAÇÃO
BIOFARMACÊUTICA

CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

Classificação dos fármacos em 4 classes, de acordo com:

• Solubilidade
• Permeabilidade na mucosa

Objetivo

• Identificar produtos orais sólidos de liberação imediata


• Não necessitariam de teste de bioequivalência in vivo

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CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

O conhecimento da solubilidade e
permeabilidade gastrintestinal dos fármacos se
torna de grande valia, uma vez que estes
parâmetros controlam a taxa e a extensão da
absorção. Esta classificação assume que
nenhum outro componente da formulação
altere a permeabilidade de membrana ou o
trânsito intestinal (AMIDON, 1995).

AMIDON, G. L. et al. A theoretical basis for a biopharmaceutic drug classification: the correlation of in
vitro drug product dissolution and in vivo bioavailability. Pharmaceutical Research, v. 12, p. 413-420, 1995.

CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

A classificação biofarmacêutica pretende


correlacionar a dissolução in vitro e a
biodisponibilidade in vivo (CIVIV).

Também pode ser usada para prever problemas


de biodisponibilidade

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CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

Solubilidade

Fármaco é considerado altamente solúvel quando a


maior dose é solúvel em 250 mL ou menos de meio
aquoso, entre pH 1 e 8.

Volume esperado dentro do estômago em jejum,


após ingestão do medicamento com um copo d’água.

CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

Pode haver divergência entre a classificação


físico-química de solubilidade de determinado
material considerado não solúvel, mas que em
relação à categorização de solubilidade da
classificação biofarmacêutica, onde a dose
administrada é considerada, o mesmo seja
classificado como de alta solubilidade.

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CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA
Solubilidade das Substâncias
Termo descrito Quantidade aproximada de solvente, em mL,
para um grama de substância

Muito solúvel menos de 1


Facilmente solúvel de 1 a 10
Solúvel de 10 a 30
Ligeiramente solúvel de 30 a 100
Pouco solúvel de 100 a 1000
Muito pouco solúvel de 1000 a 10000
Praticamente insolúvel mais de 10000

Efeito do volume de água administrada


com diferentes fármacos

Aspirina
Eritromicina

Amoxicilina Teofilina

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CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

Permeabilidade
A permeabilidade é baseada indiretamente na
extensão da absorção (fração da dose absorvida, não
disponibilidade sistêmica) ou diretamente por medidas
da taxa de transferência através da membrana
intestinal humana.

Fármaco é considerado altamente permeável quando a


extensão da absorção é maior do que 90%.

CLASSIFICAÇÃO BIOFARMACÊUTICA

Classe I
Alta solubilidade
Alta permeabilidade
Classe II
Baixa solubilidade
Alta permeabilidade
Classe III
Alta solubilidade
Baixa permeabilidade
Classe IV
Baixa solubilidade
Baixa permeabilidade

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CLASSE I ALTA SOLUBILIDADE E ALTA PERMEABILIDADE

Dissolução rápida
Transporte de membrana rápido
Devem apresentar alta biodisponibilidade
Fator limitante:
Fator limitante da absorção é a dissolução do fármaco a partir
da FF ou o esvaziamento gástrico.

O que pode reduzir sua biodisponibilidade:

Formação de complexos insolúveis


Instabilidade no fluido gástrico (pH)
Depuração pré-sistêmica (extenso metabolismo de primeira passagem)

Exemplos
Beta-bloqueadores como propanolol e metoprolol

CLASSE II BAIXA SOLUBILIDADE E ALTA PERMEABILIDADE

Obtenção de correlação entre dissolução in vitro e absorção in vivo

Dissolução é a etapa limitante

Transporte de membrana rápido

Estratégias de formulação podem melhorar a dissolução e,


assim, a biodisponibilidade

Exemplos

Antiinflamatório cetoprofeno
Antiepiléticocarbamazepina

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CLASSE III ALTA SOLUBILIDADE E BAIXA PERMEABILIDADE

Dissolução rápida

Transporte de membrana lento


A absorção é a etapa limitante

A forma farmacêutica deve garantir liberação imediata


Aumento do tempo de contato com a mucosa

Exemplos
Antagonista H2 ranitidina
Beta-bloqueador atenolol

CLASSE IV BAIXA SOLUBILIDADE E BAIXA PERMEABILIDADE

Dissolução lenta: pouco solúveis


Transporte de membrana lento
Baixíssima biodisponibilidade pela via oral
Pode impedir a utilização desta via

Alternativas
Obtenção de pró-fármacos
Escolha de outras vias de administração

Exemplos

Diuréticos hidroclorotiazida
e furosemida

Sérios problemas para administração oral e, muitas vezes, não são considerados

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Dúvidas?

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