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E-mail: livia.feitosa@far.fiocruz.br
Química Farmacêutica
DEFINIÇÃO
“Segundo definição da IUPAC, é uma disciplina baseada na química, envolvendo aspectos das ciências
biológica, médica e farmacêutica, cuja missão é o planejamento, descoberta, invenção, identificação e
preparação de compostos biologicamente ativos (protótipos), o estudo do metabolismo, interpretação do
mecanismo de ação a nível molecular e a construção das relações entre a estrutura química e a atividade
farmacológica (SAR).”
Química Farmacêutica
MISSÃO
Possui missão complexa que envolve uma multiplicidade de fatores responsáveis pela resposta
terapêutica de uma substância exógena (p.ex., fármaco) que precisa apresentar elevada eficácia, reflexo
das propriedades farmacodinâmicas – aquelas que regem as interações responsáveis pelo
reconhecimento molecular do fármaco pelo biorreceptor e resultam na resposta terapêutica desejada – e
as farmacocinéticas – aquelas que governam os fatores de absorção, distribuição, metabolismo e
eliminação do fármaco, resultando no perfil de biodisponibilidade -, além de possuir reduzida toxicidade.
Química Farmacêutica
Química Farmacêutica
LIVROS
Química Farmacêutica
LIVROS
Química Farmacêutica
LIVROS
Química Farmacêutica
RELEMBRANDO CONCEITOS
• Fármaco: Princípio ativo, sendo uma substância pura, quimicamente definida, natural ou sintetizada
em laboratório, dotada de ação biológica.
• Droga: Matéria-prima de origem vegetal ou mineral, que contém um ou vários princípios ativos, e
que não sofreu manipulação.
Efeito farmacológico
Química Farmacêutica
JANELA TERAPÊUTICA
Toxicidade
Inatividade
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Química Farmacêutica
MEIA-VIDA
- O perfil de eliminação de um fármaco em humanos também pode ser avaliado pelo tempo de meia-vida (t1/2)
• O fármaco mais potente em termos de ligação ao sítio ativo ou ligante pode ser inútil clinicamente.
• Absorção do fármaco
• Distribuição do fármaco
• Metabolismo do fármaco
• Excreção do fármaco
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
• Solubilidade
• Ionização
• Lipofilicidade
Propriedades Físico-químicas
IONIZAÇÃO
Propriedades Físico-químicas
IONIZAÇÃO
• Teoria de Bronsted-Lowry
HA → H+ + A- B + H+ → BH+
Fármacos: ácidos e
– Ácidos e bases fortes – dissociação completa bases fracos
IONIZAÇÃO
Eletrólitos fortes (exemplo)
Sais de amônios quaternários
Cloreto de cetilpiridínio
Antisséptico bucal - microorganismos
Propriedades Físico-químicas
IONIZAÇÃO
Propriedades Físico-químicas
IONIZAÇÃO
Propriedades Físico-químicas
IONIZAÇÃO
Propriedades Físico-químicas
Propriedades Físico-químicas
Propriedades Físico-químicas
LIPOFILICIDADE
Coeficiente de partição: O log do coeficiente de partição pode ser determinado através da partição
de um composto entre dois líquidos imiscíveis, sendo uma fase orgânica (octanol) e uma fase
aquosa em um pH, onde as moléculas encontram-se na forma neutra.
LIPOFILICIDADE
Propriedades Físico-químicas
LIPOFILICIDADE
Propriedades Físico-químicas
LIPOFILICIDADE
Para alcançar uma melhor permeabilidade, deve-se ter um valor de log P moderado (usualmente
entre 0 e 3).
Nesta faixa, é provável que exista um bom balanço entre permeabilidade e solubilidade.
Propriedades Físico-químicas
LIPOFILICIDADE
ABSORÇÃO
Absorção de Fármacos
DEFINIÇÃO
• A velocidade e a eficiência da absorção vai depender, entre outros fatores, da via de administração.
Absorção de Fármacos
BIODISPONIBILIDADE
Biodisponibilidade significa a quantidade de fármaco e a velocidade com a qual esse atinge a corrente
circulatória.
A via de administração do fármaco, a sua forma química e certos fatores específicos do paciente como
transportadores e enzimas gastrintestinais e hepáticos combinam-se para determinar a
biodisponibilidadede um fármaco.
Absorção de Fármacos
BIODISPONIBILIDADE
Absorção de Fármacos
BIODISPONIBILIDADE
Absorção de Fármacos
Absorção de Fármacos
BIODISPONIBILIDADE
• Fármacos a serem prescritos por via oral necessitam atravessar a parede do sistema digestivo
para atigir a corrente sanguínea.
• Fármacos polares podem ser administrados por injeção. A vantagem desta forma de administração é
que a biodisponibilidadedo fármaco é muito maior.
Baseia-se em critérios físico-químicos que os compostos químicos devem apresentar para poderem ser
absorvidas pelo organismo humano por via oral.
Absorção de Fármacos
TRANSPORTE PASSIVO
TRANSPORTE ATIVO
• Absorção oral
• Difusão lipídica
• Efeito do pH
Absorção de Fármacos
Absorção de Fármacos
ABSORÇÃO ORAL
Absorção de Fármacos
ABSORÇÃO ORAL
Absorção de Fármacos
EXCEÇÕES
Pinocitose – Processo que permite a passagem de grandes moléculas polares (fármacos) para dentro
da célula sem de fato atravessar a membrana celular
Absorção de Fármacos
Absorção de Fármacos
• Após atravessar a parede do sistema digestivo, fármaco entra no sistema sanguíneo (artérias, veias
e capilares).
• Fármaco necessita entrar na célula se o alvo está dentro da célula – lipofilicidade vs hidrofilicidade.
O log do coeficiente de distribuição (logD) pode ser determinado através da partição de um composto
entre dois líquidos imiscíveis, sendo uma fase orgânica (octanol) em um pH específico.
Distribuição de Fármacos
► Log D7,4 < 1: Boa solubilidade, mas baixa absorção, devido a baixa permeabilidade. Os compostos tendem a
apresentar alta eliminação renal.
► 1 < Log D7,4 < 3: É a faixa considerada ideal. Os compostos geralmente têm boa absorção intestinal, devido a um
bom balanço entre solubilidade e permeabilidade. O metabolismo também é favorecido, devido a baixa ligação
às enzimas metabólicas.
► 3 < Log D7,4 < 5: Os compostos apresentam boa permeabilidade, mas a absorção não é significativa, devido a
baixa solubilidade. Os metabolismo é mais expressivo nesta faixa, devido a maior ligação às enzimas
metabólicas.
► Log D7,4 > 5: Nesta faixa, os compostos apresentam baixa absorção e biodisponibilidade, devido a baixa
solubilidade. O metabolismo é alto em função da alta afinidade por enzimas metabólicas.
Distribuição de Fármacos
Distribuição de Fármacos
Os órgãos e os tecidos variam acentuadamente na sua capacidade de captar diferentes fármacos, bem
como na proporção de fluxo sangüíneo sistêmico que recebem. As forças que governam a distribuição
de um fármaco entre os diversos tecidos e compartimentos afetam enormemente a concentração do
fármaco no plasma.
Distribuição de Fármacos
O fluxo sangüíneo também varia acentuadamente entre diferentes sistemas de órgãos, e os que
recebem o maior fluxo são o fígado, os rins e o cérebro (SNC). Esses fatores cinéticos determinam a
quantidade de fármaco que precisa ser administrada para atingir a concentração desejada do fármaco
dentro do compartimento vascular.
Distribuição de Fármacos
A proporção de fármaco captada pelo corpo é maior quando o fármaco distribui-se amplamente pelos
tecidos corporais. O Vd é relativamente baixo para fármacos que são principalmente retidos no
compartimento vascular e relativamente alto para aqueles que sofrem ampla distribuição no músculo,
tecido adiposo e outros compartimentos não-vasculares
Numerosos fármacos apresentam volumes de distribuição muito grandes, como: amiodarona (4.620
litros/70 kg), amitriptilina (1.050 L), amlodipina (1.120 L), azitromicina (2.170 L), cloroquina (9.240 L),
clorpromazina (1.470 L), digoxina (645 L), fluoxetina (2.450 L), gefitinibe (1.400 L), haloperidol (1.260 L),
itraconazol (980 L), ivermectina (700 L), olanzapina (1.150 L) e triantereno (940 L).
Distribuição de Fármacos
• Após a administração de uma injeção intravenosa direta, o fármaco é liberado em vários tecidos
através da circulação sistêmica. No início, a concentração do fármaco é maior no compartimento
vascular (sangue); entretanto, subseqüentemente, a concentração sangüínea cai rapidamente à
medida que o fármaco se distribui para os diferentes compartimentos teciduais.
Se a distribuição do fármaco for limitada ao volume sanguíneo, a concentração plasmática irá declinar
mais lentamente à medida que o fármaco for eliminado do corpo. Em ambos os casos, à medida que a
concentração do fármaco no plasma diminui, as forças que impulsionam a distribuição (slide anterior) e
a eliminação (figura abaixo) do fármaco diminuem, e a quantidade absoluta de fármaco distribuída ou
eliminada por unidade de tempo diminui.
Distribuição de Fármacos
• Placenta.
• Glândula mamária.
• Testículos.
Distribuição de Fármacos
Fármacos são administrados em associação para facilitar que fármacos que possuem grande afinidade
pela proteínas plasmáticas, como a albumina, possam ficar livres no sangue. Está prática pode levar a
efeitos terapeutivos e tóxicos aumentados.
METABOLISMO
Metabolismo de Fármacos
Reações Químicas
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Metabolismo de Fármacos
Pró-fármacos
• Ciclofosfamida só se torna ativa depois de metabolizado no fígado; por isso, ele pode ser administrado por via
oral sem causar danos graves ao epitélio gastrointestinal.
• Z i dovudina somente é fosforilada em seu metabólito trifosfato ativo, em células que contêm a apropriada
transcriptasereversa, conferindo, assim, toxicidade seletiva para as células infectadas com o HIV.
• Diacetilmorfina (“heroína”) é um pró-fármaco que atravessa a barreira hematoencefálica ainda mais rápido que
os seus metabólitos ativos, morfina e 6-monoacelilmofina, sendo responsável pelo aumento da excitação e,
consequentemente, do potencial abuso.
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Metabolismo de Fármacos
Fases da metabolização dos fármacos
- Reações de fase I: reações de oxidação, redução e hidrólise.
- Reações de fase II: reações de conjugação
Metabolismo de Fármacos
Estruturas de vitaminas hidrossolúveis
- Vitaminas do complexo B: B1, B2, B3, B5, B6, B7, B9 e vitamina B12. Substâncias eliminadas
sem sofrer
- Vitamina C metabolismo
Vitamina B12
Metabolismo de Fármacos
• Compostos absorvidos oralmente passam através do fígado antes de serem distribuidos no resto do
corpo.
• Um percentual do fármaco absorvido oralmente é metabolizado no fígado antes de ser distribuido pelo
corpo – Efeito de primeira passagem.
• Compostos absorvidos por outras vias evitam o efeito de primeira passagem e podem circular pelo
corpo antes de chegarem ao fígado.
Metabolismo de Fármacos
Efeito da lipofilicidade na absorção e no tempo de meia-vida
LIPOFILICIDADE METABOLISMO
• Tais intervenções nem sempre são bem-sucedidas, uma vez que grupos lipofílicos podem estar
envolvidos na ligação com o alvo terapêutico.
Metabolismo de Fármacos
Reações de fase I (oxidações, reduções e hidrólise) e fase II (conjugações)
• Reações de fase II ocorrem quase exclusivamente no fígado. Nestas reações, grupos polares são ligados
a molécula/metabólito que já sofreu modificações de fase I. Assim, as moléculas se tormam muito
polares facilitando suas excressões pelos rins ou bile.
• Importante conhecer os tipos de reações metabólicas experadas para a escolha do modelo animal
adequado a ser utilizado para ensaios de metabolismo de fármacos.
Metabolismo de Fármacos
Reações de fase I
Reações oxidativas não-microssomais
Metabolismo de Fármacos
Reações de fase I
Reações oxidativas microssomais
Responsável pelo
metabolismo da maioria
dos fármacos.
Metabolismo de Fármacos
Metabolismo de Fármacos
Reação de redução Reações de fase I
Metabolismo de Fármacos
Reações de hidrólise Reações de fase I
Metabolismo de Fármacos
Reações de fase I
Reações de hidroxilação aromáticas
Eletrófilo = afinidade por nucleófilos.
Gosta de elétrons (negativo). Ex:
espécies positivas.
Indução enzimática
Coeficiente de partição P
Fármaco Absorção gastrointestinal (%) Tempo de meia-vida (h)
[CHCl3/MeOH:H2O (16:84)]
Digitoxina 96,5 100 144
UGT – UDP-glicuroniltransferase
GST – glutationa-S-transferase
SULT – sulfotransferase
NAT – N-acetiltransferase
Metabolismo de Fármacos
Polimorfismo genético
Metabolismo de Fármacos
Polimorfismo genético
• A deficiência congênita dessa enzima no nascimento faz com que o bebê corra risco de desenvolver
icterícia neonatal.
Metabolismo de Fármacos
Polimorfismo genético
SÍNDROME DO BEBÊ CINZENTO
CIANOSE
EXCREÇÃO
Excreção de Fármacos
ROTAS DE EXCREÇÃO
• Pele (suor)
EXCREÇÃO x ELIMINAÇÃO
Excreção
Eliminação
O equilíbrio relativo das taxas de filtração, secreção e reabsorção determina a cinética de eliminação
dos fármacos pelos rins. O aumento do fluxo sangüíneo, taxa de filtração glomerular e diminuição da
ligação às proteínas plasmáticas causam uma excreção mais rápida do fármaco (aumento da filtração no
glomérulo). Embora a reabsorção possa diminuir a taxa de eliminação de um fármaco, muitos fármacos
sofrem seqüestro no túbulodistal (devido aopH ~ 6,5) sendo excretados eficientemente na urina.
Para os fármacos que dependem do rim para eliminação, o comprometimento da função renal pode
resultar em concentrações plasmáticas mais altas do fármaco, de modo que é preciso modificar suas
doses e freqüências de administração.
Excreção de Fármacos
Moléculas com MM > 300 redirecionados pelo canal da bile para o intestino. Assim, essas moléculas
ganham uma segunda chance de serem absorvidas e levadas para o sistema sanguíneo.
Excreção de Fármacos
Circulação entero-hepática
1 - Administração
2 - Absorção
3 - Conjugação com ácido glicurônico
4 - Canal biliar
5 - Retorno ao intestino
6 - Alta concentração β-glicuronidase
7 - Conjugação com ácido glicurônico
8 - Eliminação renal
Consequência:
- Aumenta o tempo de meia-vida
Excreção de Fármacos
Processos básicos:
- Filtração glomerular
- Secreção tubular ativa
- Reabsorção
Excreção de Fármacos
Filtração glomerular
- Processo passivo
- Apenas fármacos livres
- Filtra substâncias com PM < 20 kDa
- Representa 20% da eliminação
Excreção de Fármacos
Processo de Secreção tubular ativa:
- Processo ativo (saturável).
- Utiliza transportadores.
- Substâncias que não sofreram filtração.
Excreção de Fármacos
Processo de reabsorção:
- Processo passivo.
- Apenas fármacos lipofílicos.
- Influência da variação de pH.
Excreção de Fármacos
Fatores que afetam a eliminação renal de fármacos
- Idade.
- pH da urina.
- ácida ou basica
- Ligação com proteínas plasmáticas.
- Fármaco livre ou ligado
- Interações medicamentosas.
- Fármacos que aumentam a reabsorção
- Doenças
Excreção de Fármacos
Influência do pH urinário na excreção de fármacos
Fármaco Excreção
• Fenobarbital
• Salicilatos
• Fenilbutazona
•Ácido Nalidíxico
• Acetazolamida
Básicos
• Anfetaminas
• Quindina
• Imipramina
•Amitriptilina
• Nicotina
• Morfina
Excreção de Fármacos
Influência do pH urinário na excreção de fármacos
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