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UNA ITUMBIARA

CURSOS DAS ENGENHARIAS MECÂNICA E ELÉTRICA

CINTHIA DOS SANTOS BARBOSA


JOÃO GLEISON SANTOS MEDEIROS
RODRIGO SILVA OLIVEIRA
VINICIUS AUGUSTO MIRANDA PEREIRA
VALMIR BATISTA SILVA JUNIOR

RELATÓRIO ATIVIDADE PRÁTICA MECÂNICA DOS FLUÍDOS

Itumbiara
2021
CINTHIA DOS SANTOS BARBOSA
JOÃO GLEISON SANTOS MEDEIROS
RODRIGO SILVA OLIVEIRA
VINICIUS AUGUSTO MIRANDA PEREIRA
VALMIR BATISTA SILVA JUNIOR

RELATÓRIO ATIVIDADE PRÁTICA MECÂNICA DOS FLUÍDOS

Relatório da atividade prática, da disciplina de


Mecânica dos Fluídos, com objetivo de
adquirir conhecimento e obter pontuação na
atividade proposta.
Docentes: Gesmar e Guilherme Buzzo.

Itumbiara
2021
RESUMO

Com o objetivo de se entender como medir a viscosidade dos fluídos, foram feitas
experiências a partir da recriação do viscosímetro do Copo Ford com uma garrafa pet, e a
medição e observação do comportamento desses fluídos, através de um cronômetro, foi obtido
o tempo total em que o fluído levou para escoar através de um furo de diâmetro 1,90 mm
(copo Ford 1). Os valores foram analisados superficialmente, através de dispositivos de
medição, e alguns como massa específica e densidade foram obtidas através dos rótulos dos
fabricantes dos fluídos analisados, sendo eles, o álcool em gel 70%, óleo lubrificante mineral
e o detergente. Baseado nesse experimento foi possível se ter uma ideia de como os fluídos se
comportam, e de como calcular e medir sua viscosidade na prática.
Palavras-chave: Viscosidade dos fluídos; Copo Ford; Fluidos Newtonianos; Não
Newtoniano; Viscosidade Dinâmica; Viscosidade Cinemática.

INTRODUÇÃO

A importância da viscosidade, seja nas tintas, no plastisol ou qualquer outro fluído,


está diretamente ligada ao processo de aplicação destes produtos. Isto é, o processo de
aplicação é quem determina a viscosidade do produto a ser utilizado. Por exemplo, no caso
das tintas serigráficas aplicadas por quadros. Caso a viscosidade seja muito baixa, a tinta vai
escoar pelas tramas da tela, manchando desta forma o substrato.
No caso do plastisol para imersão, caso a viscosidade seja também muito baixa,
ocorrerá gotejamento em excesso e a peça obtida não ficará com uma parede uniforme. E
outros tantos exemplos podem ser dados, porém o importante é saber a primeira regra da
viscosidade, antes de escolher o processo de aplicação: Quanto mais viscoso é um líquido,
menor será a viscosidade que ele se movimenta. De acordo com Cortez (2002) a viscosidade é
o coeficiente de atrito interno entre as moléculas de um fluido qualquer em movimento
relativo.
A ciência responsável pelo estudo de como o fluído se comportará será a Reologia
essa área do conhecimento trata de estudar as propriedades que influenciam no transporte de
quantidade de movimento dos fluidos, sendo assim é a área da Física que trata da análise da
viscosidade, plasticidade, elasticidade o escoamento da matéria.
Com base nesse estudo analisamos o tempo de escoamento dos fluídos e a partir disso
calculamos a sua viscosidade, utilizando o método descrito como Copo Ford, sendo esse um
viscosímetro de fácil manuseio, que relaciona a viscosidade com o tempo de esvaziamento do
copo, através do escoamento do material analisado por um furo com diâmetro pré-
determinado.
Imagem I: Exemplo de Copo Ford.

Fonte: Researchgate

O copo Ford é um viscosímetro que é utilizado amplamente para determinação da


viscosidade de um fluído através do tempo de escoamento da amostra por meio de um orifício
padronizado. Também influenciada pela temperatura, a viscosidade é uma propriedade a qual
relaciona a movimentação de um fluído com o atrito existente. Dentro da definição de
viscosidade, salienta-se dois subgrupos de comportamentos distintos. O primeiro seriam os
fluidos newtonianos, no qual o comportamento do cisalhamento é linear à força aplicada à
substância e não newtoniano, do qual a viscosidade de um fluido pode apresentar
modificações quase nulas ou exponenciais à aplicação de força (GOMIDE, 1993).
De modo a se obter numericamente os valores da viscosidade de cada material,
utiliza-se um viscosímetro. A principal função desse tipo de equipamento é aplicar uma força
na substância ou mensurar o tempo de escoamento desta em alguma determinada condição
específica. Alguns reômetros utilizados com frequência são viscosímetro Saybolt, Redwood,
Engler, Brookfield, Stokes, Stormer, copo Ford, entre outros (HILSDORF et al,2004).
O Copo Ford é um equipamento capaz de medir de maneira rápida e prática a
viscosidade de um fluido através do tempo de escoamento do mesmo por um orifício
padronizado. Seu emprego se dá com frequência na indústria devido a necessidade de uma
alíquota pequena de amostra para se obter esta propriedade do produto (BERTOLIN et al,
2015).
A relação dos diâmetros do Copo Ford, o tempo de efluxo e a faixa de viscosidade é
dada na tabela abaixo:
Tabela 1: Relação do número do orifício do Copo Ford.

Fonte: Arquivos docentes da USP.

Sabendo disso podemos dar a equação da viscosidade através do diâmetro do furo com
a relação das informações sendo demonstrada na tabela abaixo:
Tabela 2: Equação do Copo Ford por diâmetro do furo.

Fonte: Arquivos docentes da USP.


2. OBJETIVO

O presente trabalho teve como objetivo medir a viscosidade no Copo Ford 1, na


temperatura de 23 °C, próxima da temperatura ambiente, e realizando o cálculo da
viscosidade dinâmica e cinemática.

3. QUAL A IMPORTÂNCIA DO VISCOSÍMETRO NA ANÁLISE DA


VISCOSIDADE DOS FLUÍDOS?

O viscosímetro é um equipamento utilizado em laboratórios para analisar a


viscosidade dos fluídos. Nesse sentido, a viscosidade de um fluído é dada pela capacidade que
o mesmo possui em se movimentar, que pode ser percebida através de sua grossura ou
resistência ao ser despejado. Por exemplo, quando despejamos óleo vegetal em um recipiente
podemos perceber que ele demora mais para cair do que a água, portanto o óleo é mais
“grosso” que a água, tendo viscosidade mais alta.

4. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL

Para a realização experimental foram utilizadas 3 garrafas pets, aonde se realizou um


furo com diâmetro de 1,9 mm de acordo com a tabela 1, esse Copo Ford improvisado serviu
para observar o escoamento dos fluidos selecionados pelo grupo, foi também utilizado um
cronômetro para medir o tempo de escoamento pelo furo, observando-se o início do
escoamento a partir de quando foi colocado no funil superior, até o momento em que houve a
interrupção da vazão do mesmo, foram realizados os experimentos com o óleo mineral,
detergente e álcool em gel.

4.1 MATERIAIS USADOS NO PROTÓTIPO VISCOSÍMETRO (COPO DE


FORD)

Imagem II-Corpo do protótipo (Garrafa PET) cortada na parte superior e parte inferior: Comprimento de 23 cm.

Fonte: Autores.

Imagem III-Funil: Parte superior de uma garrafa de 1,5 lts. Com capacidade de armazenamento de 150ml.

Fonte: Autores.
Imagem IV- Tampa de uma garrafa PET. Com um furo de 1,8 mm.

Fonte: Autores.

Imagem V- Tanque de armazenagem final. Parte inferior de uma garrafa PET DE 1lt. Com capacidade de
armazenagem de 250 ml.

Fonte: Autores.

Imagem VI- Copo dosador de Vidro.

Fonte: Autores.
Imagem VII- Prego 10x10 : comprimento 2,6cm e circunferência 1,8mm.

Fonte: Autores.

Imagem VIII-: Experiência com o álcool em gel.

Fonte: Autores.

Imagem IX- Experiência com o detergente.

Fonte: Autores

Imagem X- Experiência com o óleo lubrificante mineral.

Fonte: Autores.
A partir dos dados obtidos foi calculada a viscosidade cinemática com a utilização da
fórmula do Copo Ford1, vista na tabela 2:
v=0,49(t-35)

Ao ser descoberto a viscosidade cinemática calculamos a dinâmica utilizando a


própria relação dada pela definição tradicional da viscosidade cinemática já obtida:

μ
v=
ρ

A massa específica representada pela letra grega ro (ρ) é a razão dada entre a
distribuição da massa de determinado elemento pelo volume que ela ocupa no espaço em m³.

m
ρ= Multiplicando cruzado se obtém:
V

μ
v=
ρ

μ=v∗ρ

5. RESULTADOS

Em função dos orifícios apresentados, sendo eles padronizados pelos experimentos já


realizados, os dados da equação já relacionam a relação existente entre o tempo de
escoamento e a viscosidade de um líquido, para o cálculo da viscosidade cinemática será
utilizado a equação 1 dada por Ford (visto na tabela 2) de acordo com o diâmetro do orifício,
v simboliza a viscosidade cinemática, equivalente à 0,49 multiplicado pelo tempo de
escoamento menos 35 (esses valores serão dados em mm²/s ou também chamado de
centistokes c ST):

v = 0,49(t-35)
Sendo a viscosidade cinemática também relacionada como a razão entre a viscosidade
dinâmica e a massa específica, podemos também relacionar como a viscosidade dinâmica
dada pelo produto da viscosidade cinemática e a massa específica (medida em Poise - P)
Assim podemos realizar os cálculos da viscosidade cinemática e dinâmica, seguindo
abaixo:

5.1 Cálculo da viscosidade do óleo lubrificante:

A. Cinemática

Sendo o tempo de escoamento do líquido 97,02 s, a viscosidade cinemática do óleo


lubrificante será dada por:

v = 0,49(t-35)

v = 0,49 * t – 17,15

v = 0,49 * (97,02) – 17,15

v = 47,5398 – 17,15

v = 30, 3898 mm²/s

B. Dinâmica

μ=v∗ρ

μ=30,3898∗0,8723

μ=26,509 P

5.2 Cálculo da viscosidade do detergente:

A. Cinemática

Sendo o tempo de escoamento do líquido 118,06 s, a viscosidade cinemática do óleo


lubrificante será dada por:
v = 0,49(t-35)

v = 0,49 * t – 17,15

v = 0,49 * (118,06) – 17,15

v = 57,8494 – 17,15

v = 40,6994 mm²/s

B. Dinâmica

μ=v∗ρ

μ=1,02∗40,6994

μ=41,5134 P

5.3 Cálculo da viscosidade do álcool em gel:

A. Cinemática

Sendo o tempo de escoamento do líquido 156 s, a viscosidade cinemática do óleo


lubrificante será dada por:

v = 0,49(t-35)

v = 0,49 * t – 17,15

v = 0,49 * (156) – 17,15

v = 76,44 – 17,15

v = 59,29 mm²/s
B. Dinâmica

μ=v∗ρ

μ=59,29∗0,907

μ=53,77 P

Com o propósito de facilitar a visualização das coletas dos dados será demonstrado
por meio de uma tabela e um gráfico que se encontram logo abaixo:

Tabela 3: Tempo de escoamento e massa específica ( ρ ) dos materiais utilizados.

Viscosidade do Fluído Tempo de escoamento massa específica ρ


(s) (g/ml)

Óleo lubrificante 97,02 s 0,8723 g/ml


Detergente 118,06 s 1,02 g/ml
Álcool em gel 156 s 0,907 g/ml

Fonte: Autores.

Imagem XI: Gráfico

Fonte: Autores.

6. CONCLUSÃO
A viscosidade é uma propriedade que pode variar em ordem de magnitude de fluido
para fluido. Ela também é dependente da temperatura sendo que, para os líquidos, a
viscosidade diminui com a elevação desta última, uma vez que o ganho de momento é mais
acentuado uma vez que as forças coesivas se tornam mais fracas

A partir dos dados coletados e pesquisa realizada no material citado, foi realizado o
experimento, com a construção do viscosímetro, e coletado os dados exigidos para a amostra.
Assim dado pelos experimentos observados, relacionando a viscosidade pelo tempo de
escoamento, e determinada pela temperatura, conclui-se que a viscosidade é uma propriedade
que pode variar em ordem de magnitude de fluido para fluido. Ela também é dependente da
temperatura sendo que, para os líquidos, a viscosidade diminui com a elevação desta última,
uma vez que o ganho de momento é mais acentuado uma vez que as forças coesivas se tornam
mais fracas.

REFERÊNCIAS

Gonçalves, Victor; Siqueira, Marcela; Da Silva, Miranda. Influência da temperatura no


comportamento da viscosidade de um fluído pseudoplástico. CONIC/SEMESP, São Paulo-
SP, 15 jul. 2016. Disponível em: https://www.conic-semesp.org.br/anais/files/2016/trabalho-
1000023714.pdf. Acesso em: 14 abr. 2021.

Gomide, R. Fluidos na indústria - Vol II. São Paulo - SP, 19lsdorf, J.W. - Química
Tecnológica, Pioneira Thomson Learning, 2004.
CORTEZ, Gilberto Garcia. Laboratório de Engenharia Química I - Aula Prática 02:
Determinação do coeficiente de viscosidade em líquidos – Método de Stokes.. São Paulo-SP,
2002. Disponível em: http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840841/LOQ4060/AULA
%20%20PRATICA%2002.pdf. Acesso em: 14 abr. 2021.

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