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QAT CAPITAL

O QUE ESPERAR
DE 2022
Como sempre fizemos nas nossas apresentações, vamos iniciar com
nossa perspectiva sobre economia e política para o próximo ano. Sem
avaliar o ambiente de negócios que enfrentaremos à frente, fica muito
mais difícil planejar como você deverá conduzir seus investimentos. O
nosso negócio é nosso maior investimento, pois dedicamos
praticamente todo o nosso tempo a ele. O tempo é o nosso ativo mais
valioso, pois está sempre se reduzindo e não podemos comprá-lo de
volta.
Com mais de duas décadas no mercado financeiro, nunca vi tanta
disparidade entre os preços, que são formados pelo mercado e a
economia real. Arrisco a afirmar que muitos preços não estão
refletindo a realidade. O mercado não está lendo a inflação como
deveria, nem as probabilidades eleitorais.
O próximo ano será marcado pelas eleições, as quais começaram a
entrar nos preços desde março de 2021, de forma bem antecipada,
quando o Lula foi autorizado pelo STF a ser candidato às eleições
presidenciais. Ainda tenho dúvidas se realmente estará disposto a
encarar mais uma eleição.
Veremos muita incerteza e volatilidade nos mercados em função das
próximas eleições. Dependendo do desenrolar da situação, podemos
ter algo parecido com que vimos em 2002. Teremos mais um ano
perdido na questão das reformas que são tão urgentes para o nosso
país, e isso com certeza agravará o quadro econômico o qual já
estamos sentindo os efeitos hoje.
Desde a pandemia estamos alertando sobre a alta da inflação. Neste
último semestre de 2021 passamos a realmente senti-la no próprio
bolso. Estamos vivendo uma inflação parecida com a que vivemos na
década de 80. É o que chamamos de inflação de oferta, gerada por
desequilíbrio fiscal, em outras palavras, por excesso de gastos
públicos.
Nos últimos anos, quando a inflação subia, era por conta do
aquecimento da demanda (consumo). Inflação de demanda é fácil
corrigir quando temos um Banco Central responsável. Ele sobe os
juros até que o povo pare de comprar e assim os preços voltam a cair,
ou seja, reduz-se a inflação desmotivando o consumo através da alta
de juros.
Na inflação de oferta, a qual vivemos hoje, o aumento do juro é
ineficaz. Temos inflação alta, 12% de desemprego e empresas ainda se
recuperando dos lockdowns de 2020. É difícil falar de demanda

Florianópolis, 21/12/2021
aquecida com este cenário. Mas os juros têm que subir para
acompanhar essa inflação. Lembram da correção monetária? Aí,
vemos uma retração no crédito devido às incertezas sobre o valor da
moeda no futuro. O que torna a origem do problema, que é o fiscal
(descontrole de gastos públicos) ainda maior. Quanto menos a
economia cresce, menos o governo arrecada em termos reais para
cobrir esses gastos. Lembrando que os gastos do governo são
financiados pelos nossos impostos. É um ciclo vicioso.
Precisaríamos da aprovação das reformas, que não foram feitas, para
estancar parte do custo do Estado e tentar reequilibrar as finanças
públicas, a fim de interromper o ciclo desta inflação. É muito difícil
acreditar que o nosso congresso aprove as reformas propostas pelo
governo no próximo ano.
Infelizmente no Brasil, as disputas por poder político e principalmente
por dinheiro público falam mais alto que o bem comum. Desde o início
da pandemia além da crise sanitária e econômica, alertamos que
estávamos criando uma terceira, a crise política. E como disse no início
deste texto, em 2022 a crise política irá se agravar.
O crescimento do PIB que estamos vendo no Brasil este ano vem do
agronegócio, e demais comodities, como minério, petróleo etc. Esses
bens são uma proteção natural contra a inflação. A alta da carne,
combustível, soja etc., em dólar, foi exatamente o início da proteção
dos investidores à desvalorização que estamos vendo em todas as
moedas no mundo. Pense da seguinte forma, não é o preço do
petróleo que está subindo, e sim o valor da moeda que está caindo.
Estamos diante de um processo inflacionário mundial, causado por
excesso de gastos públicos no mundo inteiro, que foi agravado
brutalmente durante a pandemia. O que houve no Brasil, afetaria
somente o nosso país, mas quando falamos de rombos fiscais
gigantescos nos EUA e Europa, estamos falando de um processo que
afetará todas as economias sem exceção. A desvalorização do dólar e
de outras moedas é uma realidade. A alta de preços de comodities,
investimentos alternativos, ações, imóveis, é justamente a fuga para
proteção do poder de compra em ativos reais em detrimento das
moedas.
Os juros nos EUA deverão começar a subir em 2022, de forma gradual,
mas acredito que a inflação lá, do mesmo jeito que vimos aqui, irá
acelerar ainda mais quando isso acontecer. O FED (BC americano)
passa a mostrar para o mundo que não consegue mais se financiar
pagando pouco juros por uma moeda em franca desvalorização. Há

Florianópolis, 21/12/2021
anos que todos tiram proveito dos juros baixíssimos dos EUA,
tomando dólares emprestados a custos próximos de zero. Quando
essa situação se reverter, teremos consequências imprevisíveis na
economia mundial. Deverá ser um processo longo e doloroso.
Tenho uma tese sobre taxas de câmbio, que nada mais são do que
valores relativos de troca de uma moeda por outra. Se o problema
estivesse somente no Brasil, nossa taxa de câmbio estaria muito mais
alta do que está. Se pararem para pensar, nosso câmbio oscilou
durante este ano entre 4,90 e 5,75, o que dá algo em torno de 15%.
Muito pouco para um país emergente com graves problemas ficais e
crise política. Se formos mais a fundo, nenhuma moeda sofreu grande
valorização ou desvalorização em relação a outra este ano. Por quê?
Porque todas estão se desvalorizando. Umas mais outras menos, em
momentos distintos do tempo. Gosto de fazer uma comparação com
o jogo da batata quente. Como não vivemos numa economia de
escambo, onde mercadorias são trocadas por outras, todos nós
precisamos de moedas. Mas como não queremos ficar com elas por
muito tempo, pois se desvalorizam rápido com a inflação, temos que
trocá-las rapidamente, por bens de consumo ou investimentos que
nos protejam desta desvalorização. Como no jogo, todos tem que
segurar a batata, mas a intenção é repassá-la o mais rápido possível.
Esse movimento é o que gera as flutuações entre as taxas, mas não
vejo grandes movimentos acentuados nas taxas de câmbio em 2022.
Essa é uma dica arriscada, mas estamos aqui para isso. É nossa
opinião, não uma recomendação.
Inflação não é o fim do mundo, apenas temos que nos adaptar a ela.
Prejudica o crédito? De certa forma sim, mas há meios de contornar
mudando os indexadores. O pior da inflação é exatamente o período
de transição que vivemos, onde os preços estão se reajustando de
forma descompassada com a renda. Com o tempo, vamos nos
adaptando a ela. De inflação, nós brasileiros entendemos bem. Hoje,
nossa economia é globalizada e temos um avanço imenso e cada vez
mais acelerado em tecnologia, o que poderá ser um fator
preponderante para amenizar a inflação nos próximos poucos anos.
Não acredito que chegaremos às hiperinflações dos anos 90.
Em 2022, o Banco Central está programando o lançamento do Real
Digital, uma cripto moeda oficial. Até onde eu sei, apenas a China já
tem sua moeda em processo de digitalização. Isso é a sentença de
morte do dinheiro vivo. O PIX foi o início deste projeto, pois está
baseado na tecnologia de blockchain. Nosso sistema financeiro, está
há anos na vanguarda da tecnologia. Temos um sistema de

Florianópolis, 21/12/2021
pagamentos unificados online, somos os criadores dos chips nos
cartões, em 2021 iniciou-se o processo do Open Banking com a criação
das câmaras unificadas de meios de pagamento. Em termos de
solidez bancária, somos sem dúvida nenhuma, o país com os bancos
mais bem monitorados e sólidos do mundo.
Já que falamos em tecnologia, não podemos deixar de falar no
fenômeno dos bancos digitais. Acredito que estes estão aí para
realmente causar uma ruptura no sistema tradicional, não só em
serviços, mas também no crédito. O C6 Bank hoje é um braço do
gigante americano JP Morgan (que detém 40% do C6 Bank) e entrará
pesado no crédito no próximo ano. Os bancos tradicionais, com um
modelo de negócio baseados em tarifas altas e custos excessivos,
principalmente com agências bancárias, irão perder grande fatia do
mercado. Em se tratando de atendimento 100% digital para pessoas
jurídicas de qualquer porte, apenas o C6 Bank está operando neste
segmento, e a QAT Capital é oficialmente homologada como
representante comercial.
Para a QAT Capital, 2021 foi certamente o início e o fim do nosso
primeiro ciclo. Saímos de 2020 com uma empresa embrionária, com
uma ideia na cabeça e acreditando no que poderíamos e ainda
podemos construir. Hoje podemos afirmar que estamos mais
confiantes do que nunca no nosso negócio. Hoje sabemos que temos
nas mãos um produto único, inovador e realmente capaz de agregar
valor ao nosso cliente.
Nosso foco sempre foi em captar clientes de qualidade, que são
aqueles que entendem a filosofia e o propósito do banco. Criar uma
parceria financeira forte, duradoura baseada na confiança e
fortalecimento de relacionamento, não em tarifas ou vendas casadas.
Conseguimos chegar a um modelo de negócio o qual sempre
idealizamos, onde transformamos produtos em serviços de banking
para nossos clientes. Conseguindo adaptar nossos produtos de acordo
com a necessidade e à vontade de cada cliente, dando atendimento
de qualidade, porém sem perder capacidade de escala. Entendemos
que fortalecer nossa estrutura interna foi a chave para nosso
crescimento, pois nos dá maiores condições de capacitar
colaboradores, os tornando capazes de vender de forma responsável
e garantindo um pós-venda de qualidade. O foco no atendimento é
fundamental para nosso crescimento de forma consolidada. Cliente
satisfeito não vai embora e ainda nos indica para outros. Hoje muitos
dos nossos clientes são geradores de leads.

Florianópolis, 21/12/2021
No final de outubro, abrimos nosso escritório, saindo do Home Office
onde nascemos. Percebemos que por estar ao lado de um banco 100%
digital, atendendo empresas, temos que ser o fator humano nessa
relação. Desta forma gerarmos confiança e conforto para nossos
clientes, parceiros e colaboradores.
Batemos todas as metas as quais nos propusemos. Nos tornamos
escritório Master dentro do programa Conexão C6, o que nos permite
contribuir de forma mais ativa com a construção do banco e participar
do lançamento de novos produtos. Assim, conseguimos oferecer aos
nossos clientes, em primeira mão, todas a novidades que o banco
disponibiliza.
Nossa curva de crescimento é a prova de que estamos conseguindo
fazer nosso sonho se tornar realidade. Nosso volume financeiro vem
crescendo sempre a taxas maiores do que o crescimento da nossa
base, ou seja, a confiança do nosso cliente cresce a cada mês, com o
aumento do volume de negócios com o banco através do nosso
escritório.
O gráfico abaixo mostra nossa evolução desde agosto de 2020 até
dezembro de 2021

Mas ainda há muita coisa a ser feita. Nossa base precisa crescer muito.
Planejamos aumentá-la em no mínimo 5x no próximo ano. Para isso
contamos com novas parcerias estratégicas, e principalmente com
uma integração cada vez maior da nossa área de educação financeira
voltada para investimentos, como parte fundamental para o nosso
negócio. Nossa empresa surgiu da criação de um canal de educação

Florianópolis, 21/12/2021
financeira independente, apenas com a intenção de educar. Nunca
tivemos a intenção de vender ou recomendar produtos de
investimentos financeiros. Filosofia que adotamos até hoje.
Educação para nós é dar independência para aqueles que nos
acompanham, nunca criar amarras. Queremos ensinar nosso
seguidor, seja ele cliente ou não, a pensar de forma diferente.
Buscamos desmistificar, simplificar, mostrar a lógica e fazer com que
as pessoas aprendam a questionar. Sempre com uma linguagem
simples, pois não estamos falando com profissionais do mercado
financeiro. Acreditamos que todos, sem exceção, precisam conhecer
algo tão importante, pois todos investem de uma forma ou de outra.
Lembrem que citei o tempo como investimento no início do texto.
Tempo é dinheiro.
O mundo está passando por um grande processo de mudança.
Mudanças geram incertezas e necessidade de adaptações rápidas. É
impossível prevermos com segurança como estremos vivendo em 10
anos. O século XXI deverá ser desenhado nos próximos 10 anos e será
bem diferente do mundo que conhecemos. Mas como estamos em
constante evolução, temos que encarar as mudanças, que são
inevitáveis, como momentos em que oportunidades são geradas. O
segredo é estar atento, ter agilidade e estar preparado para
aproveitarmos o novo mundo da melhor forma.
Gostaríamos de deixar nosso muito obrigado aos nossos clientes,
colaboradores, ao time do C6 Bank, aos demais parceiros de negócio,
familiares e amigos. Todos que de uma forma ou de outra acreditaram
e nos ajudaram a nos tornar melhores como empresa e
principalmente como pessoas. Estar vivo é estar em constante
evolução, errando ou acertando, mas sempre seguindo em frente e
acreditando que amanhã seremos melhores do que somos hoje.
Estamos encerrando 2021 muito melhores do que entramos e,
principalmente, muito melhores do que sonhamos.
Desejamos a todos, um excelente 2022, repleto de conquistas e
oportunidades. Esperamos poder contribuir de forma cada vez mais
construtiva para uma sociedade melhor.

Alexandre Quirino Olavo Souza


Sócio-diretor QAT Capital | Conexão C6 Sócio-diretor QAT Capital | Conexão C6

Florianópolis, 21/12/2021

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