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Os Aspectos dos Programas de Exercício nas

Variáveis Cognitivas e Variáveis Psicossociais

Conteudista: Prof. Me. João Pedro da Silva Junior 


Revisão Textual: M.a Dalila Silva Neroni Jora

Objetivos da Unidade:

Conhecer o impacto dos programas de exercício na saúde cerebral: para


combate à doença de Parkinson, Alzheimer e demência senil;

Abordar os impactos da atividade física na depressão, ansiedade.

ʪ Material Teórico

ʪ Material Complementar

ʪ Referências
1 /3

ʪ Material Teórico

Introdução
O papel social dos idosos é um fator importante no significado do envelhecimento, pois o
mesmo depende da forma de vida que as pessoas tenham levado, como das condições atuais que
se encontram.

Aqui apresentaremos os efeitos psicossociais dos idosos que se exercitam regularmente relatam
aumento dos sentimentos de autoconfiança, otimismo, diminuição da depressão e ansiedade.
Isto tem relação não só com o efeito da resposta do organismo durante o exercício, como
também com sentimentos de realização, orgulho e autoestima ao ver o corpo se transformar,
chegar a certos padrões de referência e reparar essa conexão corpo-mente. 

O exercício regular promove melhora no sono, maior energia e sentimentos de bem-estar, tudo
o que torna a vida muito mais agradável e uma recuperação muito mais possível e suportável.

Cognição e Envelhecimento
Durante o processo de envelhecimento, ocorre um aumento do declínio das funções cognitivas
(GONÇALVES et al., 2008), o qual consiste na dificuldade de aprendizado e acaba limitando a vida
da pessoa idosa de diversas maneiras, pois esse declínio está diretamente relacionado à
capacidade mental de assimilação de informações, o que faz com que o indivíduo desenvolva
limitações intelectuais. O sistema biológico mais comprometido com o envelhecimento é o
Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas
(vida de relações) e pelas funções biológicas internas (vida vegetativa). 
“O Sistema Nervoso Central (SNC) e consequentemente a memória são atingidos pelas
degenerações e alterações decorrentes do processo de envelhecimento” (LENT, 2011
apud MANCINI et al. 2014, p. 172).

“No que se refere a sua morfologia, o cérebro do idoso tem tamanho e peso

menores do que o cérebro de um indivíduo jovem, devido à perda de tecidos


neuronais. Também apresentam giros mais finos e sulcos mais abertos, um
número maior de cavidades cerebrais e de espaço extracelular. Além disso, existe
uma queda no número de sinapses, proteínas cerebrais e enzimas que sintetizam e
degradam neurotransmissores, essenciais aos mecanismos de memória. A partir
da terceira década de vida, o SNC sofre uma diminuição da densidade tecidual nos
córtices frontal, parietal e temporal, e como consequência ocorre o declínio do
desempenho cognitivo.”

- COLCOMBE et al., 2003 apud MANCINI et al. 2014, p. 172

Figura 1 – Modificações fisiológicas cerebrais durante o


processo de envelhecimento
Reflita
O que devo saber a respeito do envelhecimento do cérebro
estrutural e fisiologicamente?

Figura 2 – Envelhecimento do cérebro


Fonte: Getty Images

Quadro 1 – Alterações das Estruturas Cerebrais e Envelhecimento 


Mudanças estruturais na redução do tamanho e peso do encéfalo (que se modifica nas
diferentes fases da vida) podem ser notadas no declínio ponderal discreto e lentamente
progressivo, de 1,4 a 1,7% por década, já a partir da segunda década de vida. O Sistema Nervoso
Central (SNC) também é modificado com efeitos deletérios importantes, regulados por diversos
fatores, são eles: fatores intrínsecos, como genética, sexo, sistema circulatório e metabólico,
radicais livres etc.; e extrínsecos, como ambiente, sedentarismo, tabagismo, drogas, radiações
etc. (CANÇADO; HORTA, 2002).

Destacamos a repercussão dessas mudanças, apresentando os Efeitos do Envelhecimento do


Cérebro (Diminuição): 

Memória;
Atenção;

Função Motora;

Velocidade de Movimento;

Tempo de Reação;

Equilíbrio.

Merecem atenção especial o estado cognitivo, a aprendizagem e a memória de curto prazo, pois
as dificuldades exemplificadas a seguir podem se tratar de um quadro inicial de déficit cognitivo,
podendo evoluir para um possível quadro de demência. São elas: dificuldade para recordar
nomes, números de telefones e objetos guardados são as recordações de memória. A presença
de demência faz com que ocorra a perda de anos de vida saudáveis (SHAH et al., 2016). Torna-se
um grande desafio para a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Avaliar os fatores de risco,
comprometimento cognitivo e estado cognitivamente saudável (MURRAY et al., 2013) é
importante durante o processo de envelhecimento. 

“A queda do desempenho da memória depende da qualidade de vida e aumenta a

possibilidade de doenças com características de demência. Estudos mostram que


idosos com declínio cognitivo, em particular aqueles com déficit de memória
episódica, apresentam maior risco de desenvolver doença de Alzheimer.”

- ABREU et al., 2005 apud MANCINI et al. 2014, p. 172

Com o envelhecimento, a perda da autonomia e independência física e funcional, é também


explicada pela combinação do efeito deletério do envelhecimento que ocorre nos diversos
sistemas combinado com o sedentarismo e/ou inatividade física que aceleram e ocasionam
processos patológicos. Assim, idosos que se mantêm ativos ao longo da vida, apresentam
ganhos na saúde, com maior autonomia e independência. Os benefícios da prática regular de
exercícios incluem o aumento da aptidão física e da densidade mineral óssea, o risco de doenças
crônico-degenerativas, diminuindo a ansiedade e depressão e melhorando o humor dos idosos.
Um estilo de vida com comportamento sedentário, aliado ao envelhecimento, pode resultar em
doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, diabetes e declínio da função cognitiva.

A memória pode ser melhorada com aumento da capacidade aeróbica. 

“A atividade física praticada por idosos de 65 anos durante a adolescência, aos 30 e

aos 50 anos, sendo que quando a atividade física era praticada com regularidade
em qualquer idade havia um menor risco de desenvolver debilidades mentais
durante a velhice.”

- MIDDLETON et al., 2010 apud MANCINI et al. 2014

Quadro 2 – Efeitos do exercício físico e Cognição

Exercício Físico & Cognição

Formação de Novos
Neurogênese
Neurônios

Fator Crescimento Regiões do Cérebro:


↑ VEGF
Endotelial Vascular

Subventricular;
Exercício Físico & Cognição

Gyrus dentado;
Fator Crescimento
↑ BFCF
Básico do Fibroblasto Hipocampo.

Fator Neurotrófico
↑ BDNF
Derivado do Cérebro

Neuroimagem, Envelhecimento e Exercício

Volume de Preservação Pré-frontal, Parietal e


↑Massa
Cerebral e Integridade da Massa Cinzenta
Cinzenta
Massa Branca Temporal

< Atrofia Total Cerebral


↑ Massa
Corpo Caloso
Branca
< Atrofia Massa Branca

Exercício e Funções Cognitivas

↑ Sinaptogênese: Efeitos significativos


Plasticidade no hipocampo região
Cerebral central da memória e
Facilita a aprendizagem
transmissão
sináptica.
Exercício Físico & Cognição

Angiogênese:

Fortalece estrutura
neuronal;

Promover
vascularização
cerebral, mudanças
funcionais na
estrutura neuronal e
resistência a lesão.

Fonte: FABEL; KEMPERMANN, 2008; AMBROSE; DONALDON, 2009; PORTUGAL et al., 2013

O cérebro é uma gigantesca rede neural e, como preconiza a fisiologia humana, a comunicação
entre esses neurônios é denominada de sinapse. Essas comunicações formam em diferentes
regiões do cérebro as redes neurais. Como qualquer tecido do corpo, todos são afetados de
acordo com diversos tipos de estímulos de aprendizado, memória etc. Esse processo, por sua
vez, é gerenciado pela capacidade de autorreparação/autoadaptação, ou mesmo uma
compensação pela perda de neurônios e interrupções na arquitetura neural. Quando ocorre um
desequilíbrio entre lesão neuronal e reparação, essa capacidade de plasticidade neuronal é
prejudicada, estabelecendo-se então o envelhecimento cerebral e a demência (BALL et al., 2002
apud ANTUNES et al., 2006. 

Sendo assim, podemos verificar que as respostas celulares adaptativas ao estresse fisiológico do
exercício resultam na Neuroproteção, na Neurogênese e na Plasticidade Sináptica, muito
explicada pela expressão de beta endorfinas (BDNF, IGF-1, HSP-70, GRP-78, UCPs, Mn-SOD,
Homocisteína) que, por sua vez, diminui a Alteração do Desempenho Cognitivo, diminui o risco
da Doença Alzheimer e confere proteção a Lesões à Massa Branca Cerebral. 
Os mecanismos que seriam responsáveis por mediar os efeitos do exercício sobre as funções
cognitivas são: a síntese de hormônios, ação e metabolismo de neurotransmissores, e o
indispensável aporte de quantidades adequadas de substratos para essas reações fisiológicas.
Abaixo as adaptações fisiológicas promovidas pelo exercício, são elas: 

Embora essas funções cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade, a partir da terceira
década de vida, ocorre perda de neurônios com concomitante declínio da performance cognitiva.
Podemos resumir da seguinte maneira o impacto do exercício na função cognitiva no quadro
abaixo: 

Aumentar o fluxo sanguíneo cerebral e, consequentemente, de


oxigênio e outros substratos energéticos, proporcionando
assim a melhora da função cognitiva;

A prática de exercício físico aeróbio poderia aumentar a atividade de enzimas


antioxidantes de forma semelhante ao que acontece em outros tecidos, como no
músculo esquelético, aumentando a capacidade de defesa contra os danos
provocados por espécies reativas de oxigênio;

O exercício físico, por si só, aumenta a liberação de diversos neurotransmissores,


tais como: 

Aumento nas concentrações de norepinefrina e seus


precursores; 

Aumento nas concentrações de serotonina;

β-endorfinas.

Todas essas neuro adaptações relacionadas ao exercício, impactam positivamente a função


cognitiva ou sistema funcional cognitivo as fases do processo de informação, como percepção,
aprendizagem, memória, atenção, vigilância, raciocínio e solução de problemas. Além disso, o
funcionamento psicomotor (tempo de reação, tempo de movimento, velocidade de
desempenho). 

Mediante esse Quadro acima elaborado das adaptações fisiológicas do exercício, nas últimas
décadas tem-se presenciado o crescimento do interesse por parte dos indivíduos e dos
profissionais da área de saúde pela atividade física regular (treinamento) como meio de atingir o
bem-estar físico e cognitivo.

Embora essas funções cognitivas sejam afetadas negativamente pela idade, já a partir da terceira
década de vida, ocorre perda de neurônios com concomitante declínio da performance cognitiva.
Podemos resumir da seguinte maneira o impacto do exercício na função cognitiva no quadro
abaixo: 

Quadro 3 – Impacto do Exercício na Função Cognitiva 

Exercício Físico e Cognição em Idosos

Funções Executivas ↑ 26%

Atenção Visual ↑ 26%

Velocidade Cognição ↑ 10%

Função Motora ↑ 17%

Atenção Auditiva ↑ 52%

Função Memória ↑ 50%

Fonte: ANGEVAREN et al., 2008


Falta de motivação, baixa autoestima, autoimagem distorcida, dificuldade de mudanças rápidas,
perdas orgânicas e afetivas, suicídios, somatizações, paranoia, hipocondria e depressão são
exemplos de mudanças psicológicas que acontecem com o envelhecimento, essas dificuldades
de adaptações a novos papéis sociais. O envelhecimento é reflexo de inter-relações sociais e
individuais, oriundas da educação, trabalho e experiência de vida. A cada idade a sociedade
determina certas funções, adequando o indivíduo a certos papéis sociais que deve desempenhar
(estudante, marido, trabalhador, aposentado etc.). 

O envelhecimento social da população modifica o status do idoso e a sua forma de se relacionar


com as pessoas. Essas modificações ocorrem em função da crise de identidade (perda da
autoestima, ocasionada pela ausência de papel social); mudanças de papéis (adequações a novos
papéis decorrentes do aumento do seu tempo de vida. Essas mudanças ocorrem no trabalho, na
família e na sociedade); aposentadoria (os idosos devem estar preparados para não ficarem
isolados, deprimidos e sem rumo; perdas diversas (perdas no campo aquisitivo, na autonomia,
na independência, no poder de decisão e na perda de parentes e amigos) e diminuição dos
contatos sociais (essa redução decorre de suas possibilidades).

Além das alterações no corpo, o envelhecimento proporciona ao ser humano uma série de
mudanças psicológicas (VECCHIA et al., 2005) pode resultar em dificuldade de se adaptar a
novos papéis, falta de motivação e dificuldade de planejar o futuro, necessidade de trabalhar as
perdas orgânicas, afetivas e sociais, dificuldade de se adaptar às mudanças rápidas, alterações
psíquicas que exigem tratamento, depressão, hipocondria, somatização, paranoia, suicídios e,
por fim, alterações em autoimagem e autoestima.

“As demandas psicossociais da população idosa são crescentes. Condições

estressoras importantes, em conjunto com a insuficiência de recursos pessoais e


sociais, constituem-se em problemas relevantes para os mais velhos. Tais como: 

Os problemas familiares; 

Os distúrbios do sono;
A dor;

As queixas de declínio cognitivo; 

A elaboração de perdas; 

O manejo de condições crônicas de saúde.

Os diversos tópicos citados afetam a qualidade de vida e o bem-estar psicológico e


podem contribuir para desfechos negativos na saúde geral. Ainda, essas demandas
psicossociais envolvem uma multiplicidade de fatores econômicos, culturais,
educacionais que estão associados a contextos de desigualdade social, exclusão e
vulnerabilidade social.”

- RABELO; NERI, 2013, p. 44

Atividades físicas regulares, além de influenciarem beneficamente as capacidades funcionais e a


qualidade de vida do indivíduo, também influenciam a saúde mental dos idosos. Programas de
exercício regular podem aumentar de 6 a 10 anos a expectativa de vida, aliada à qualidade. Assim,
o aumento da qualidade de vida refletirá também em um maior bem-estar, uma melhor
autoestima, aumento das sensações de autoeficácia, redução do risco de ansiedade e depressão.
A atividade física para o idoso é importante, pois desmobiliza as articulações, proporciona maior
disposição para o dia a dia, o bem-estar físico, autoconfiança, fortalecimento da musculatura,
além de ser uma estratégia eficaz contra a depressão circunstanciais de medo, decepções, tédio
e solidão (MATSUDO et al., 2008).

Podemos evidenciar, a partir da participação em programas de exercícios físicos, uma melhora


da autoestima, da imagem corporal, do humor, da tensão muscular e da insônia, assim como a
prevenção ou retardo do declínio das funções cognitivas, diminuindo, consequentemente, os
riscos da depressão, do estresse, da ansiedade, consumo de medicamentos e incremento na
socialização.
Quadro 4 – Exercício Físico e Benefícios Psicossociais 

Exercício x Efeitos Psicossociais

↑ Estresse

↑ Insônia

↑ Ansiedade

↑ Tensão Muscular

↑ Consumo de Medicamentos

Exercício x Socialização

↑ Auto-estima

↑ Auto-conceito

↑ Imagem Corporal

↑ Funções Cognitivas

↑ Amizade – Convívio Familiar

A principal causa de incapacidade e dependência nos idosos, mundialmente, é a demência,


comprometendo a realização das atividades diárias básicas, devido a alterações na memória,
habilidades e comportamento, com impacto significativo na vida social, não somente do doente,
mas também de seu núcleo familiar e sociedade. A demência promove alto custo aos governos,
uma vez que ocorre declínio na produtividade para a economia, e há repercussão negativa na
renda básica familiar. A promoção da autonomia é um fator importante no cuidado, a fim de
preservar os valores e a identidade do indivíduo.

A perda da capacidade de realizar atividades domésticas, como fazer compras, cozinhar,


administrar o próprio dinheiro e conviver na comunidade são consideradas as mais
significativas para as pessoas com idades avançadas e/ou com demência e isso ocorre devido à
“superproteção” por parte dos seus familiares e cuidadores, que não permitem maior
independência.

A qualidade de vida é uma percepção individual inserida no contexto da cultura e dos sistemas de
valores com os quais os indivíduos vivem em relação aos seus objetivos, expectativas, critérios e
interesses. Uma vez que o efeito negativo sobre a qualidade de vida provoca ansiedade, prejudica
o sono e impossibilita a participação em atividades em grupo e de atividades básicas da vida
diária.

Vamos refletindo na importância da participação em programas de atividade física tem se


mostrado associada a fatores intrapessoais, interpessoais e ambientais. Maior percepção de auto
eficácia e o maior fornecimento de apoio social são conseguidos com a prática de exercícios
físicos durante o processo de envelhecimento visto que este fenômeno é: 

“biopsicossocial que atinge o homem e sua existência na sociedade,

manifestando-se em todos os domínios da vida. Atualmente esse fenômeno


abrange um amplo campo de pesquisas e estudos, pois o envelhecimento tem,
sobretudo, uma dimensão existencial que se reveste de características biopsíquicas
e socioculturais, por isso, sua análise deve ser realizada com base na dimensão
biológica, sociológica e psicológica.”

- STOPPER, 2012; VARGAS, 1992 apud PEREZ, 2015, p. 1


Com o avanço da idade ocorre uma diminuição gradual na qualidade de vida, que pode ser
compreendida como um conjunto harmonioso de satisfações que o indivíduo obtém no seu
cotidiano, levando em consideração tanto os aspectos físicos quanto o psicológico e o social, ou
seja, a qualidade de vida está diretamente relacionada com o grau de satisfação que o indivíduo
possui diante da vida em seus vários aspectos.

Há um aumento da incidência de distúrbios psicológicos atualmente, sobretudo na velhice,


embora esses distúrbios possam ocorrer em qualquer idade. Vários fatores tentam justificar
esse aumento, entre eles a tecnologia, a modernidade e o progresso médico-científico, que
concedem ao homem uma maior possibilidade de obter a longevidade. No entanto, os fatores
que proporcionam qualidade de vida ficam esquecidos ou subjugados a um plano secundário.

O exercício físico pode ser usado no sentido de retardar e, até mesmo, atenuar o processo de
declínio das funções orgânicas que são observadas com o envelhecimento, pois promove
melhoras na capacidade respiratória, na reserva cardíaca, no tempo de reação, na força
muscular, na memória recente, na cognição e nas habilidades sociais. Vale salientar que os
exercícios físicos devem ser executados de forma preventiva, ou seja, antes de a doença
apresentar suas manifestações clínicas. As intervenções reabilitadoras devem ser programadas
de modo a atender às necessidades de cada indivíduo e, dessa forma, a atividade física deve ser
mantida regularmente durante toda a vida para que o indivíduo possa gozar de melhorias na
qualidade de vida e aumento na longevidade. 

O exercício físico leva o indivíduo a uma maior participação social, resultando em um bom nível
de bem-estar biopsicofísico, fatores esses que contribuem para a melhoria de sua qualidade de
vida. 

“[Idosos] praticantes de exercícios físicos regulares (com frequência, duração,

volume e intensidade previamente estabelecidos e tendo como embasamentos os


parâmetros fisiológicos de cada indivíduo tais como: VO2 pico e frequência
cardíaca alvo), diminuíram ainda mais os escores indicativos para ansiedade e
passaram da classificação de levemente deprimidos a não deprimidos. E isso
poderia ser atribuído às melhoras fisiológicas e metabólicas decorrentes do
exercício físico, como, por exemplo, maior liberação de alguns
neurotransmissores como a noradrenalina e a serotonina, uma vez que já está
estabelecido na literatura a correlação entre alterações desses neurotransmissores
e as patologias avaliadas.”

- CHEIK et al., 2003, p. 50

As diferentes dimensões negativas do estado de humor associam-se significativa e


negativamente com as diferentes capacidades físicas da aptidão física e da capacidade funcional,
ou seja, quanto maiores os níveis de força inferior, de força superior, de flexibilidade inferior, de
flexibilidade superior, de velocidade, de agilidade, de equilíbrio e de resistência aeróbica,
menores serão os valores de tensão ansiedade, de depressão, de fadiga-inércia, de irritação-
hostilidade, confusão e de perturbação total de humor. Por outro lado, em idosos, a dimensão
positiva do estado de humor, vigor-atividade, possui uma associação positiva e significativa com
as diferentes capacidades motoras acima descritas.
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Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta


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  Filmes  

Divertida Mente
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Se Enlouquecer, Não se Apaixone
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Se enlouquecer não se apaixone - Trailer Dublado

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Atividade Física tem Papel Protetor Contra o


Desenvolvimento de Alzheimer

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ACESSE
Hormônio Induzido por Exercício pode Atenuar o Alzheimer

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ACESSE
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ʪ Referências

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