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ESCRITURÁRIO

AGENTE COMERCIAL

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Matemática Financeira CONTEÚDO
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TEORIA E
EXERCÍCIOS
Banco do Brasil
Escriturário - Agente Comercial

NV-011JH-21
Cód.: 7908428800802
Obra Produção Editorial

Banco do Brasil
Carolina Gomes
Josiane Inácio

Escriturário - Agente Comercial Karolaine Assis

Organização

Arthur de Carvalho
Autores
Roberth Kairo
LÍNGUA PORTUGUESA • Monalisa Costa, Ana Cátia Collares e Saula Isabela Diniz
Giselli Neves

LÍNGUA INGLESA • Rebecca Soares Revisão de Conteúdo

Ana Cláudia Prado


MATEMÁTICA • Kairton Batista (Prof.º Kaká) e Sérgio Mendes
Fernanda Silva
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO • Sirlo Oliveira Jaíne Martins
Maciel Rigoni
MATEMÁTICA FINANCEIRA • Vinicius Nascimento, Sérgio
Nataly Ternero
Mendes e Kairton Batista (Prof.º Kaká)

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS • Ricardo Barrios, Sirlo Oliveira e Análise de Conteúdo


Ricardo Reis
Ana Beatriz Mamede
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura e João Augusto Borges
Hebert Ferreira
Diagramação
VENDAS E NEGOCIAÇÃO • Cristiano Silva, Ana Philippini e Luiz
Rezende Dayverson Ramon
Higor Moreira
Willian Lopes

Capa

Joel Ferreira dos Santos

Projeto Gráfico

Daniela Jardim & Rene Bueno

ISBN 978-65-87525-23-5

Edição:

Junho/2021

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Essa obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, esse livro
foi organizado de acordo com os itens exigidos no Edital nº
001/2021 do Banco do Brasil, cargo de Escriturário, para Agente
Comercial.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abordan-
do todos os itens do edital e reorganizando-os quando necessá-
rio, de uma maneira didática para que você realmente consiga
aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
nas provas, além de Questões Comentadas de diferentes bancas
e a seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gabaritados da
CESGRANRIO, organizadora do certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
aulas que você encontra em nossos Cursos On-line – o que será
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensando
no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Agora é
com você!

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taforma: Código de Ética do Banco do Brasil, Política de Responsa-
bilidade Socioambiental do Banco do Brasil e Noções de Marketing
Digital, além do Bônus de um Curso com 10 horas de videoaulas,
conforme os assuntos cobrados no edital. Para acessar, basta
seguir as orientações na próxima página.
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line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

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à Língua Portuguesa - Regência Nominal , Verbal e Pontuação



à Língua Inglesa - Compreendendo o Vocabulário, Tempos e Formas Verbais

Matemática - Funções: Conceitos Fundamentais, Função de 1º Grau e Porcentagem
à
à Atualidades do Mercado Financeiro - Atualidades Estruturais, Dados Econômicos,

Produtos e Serviços Financeiros
à Conhecimentos Bancários - Sistema Financeiro Nacional e Noções Introdutórias

à Redação - Dissertação

CONTEÚDO COMPLEMENTAR:

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VERSO DA APOSTILA
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
COMPREENSÃO DE TEXTOS.............................................................................................................. 13

ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 16

CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS................................................................................................. 18

EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE CRASE.............................................................................. 35

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO............................................................................................... 37

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO......................................................................................... 48

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................ 51

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................................ 56

COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS (PRÓCLISE,


MESÓCLISE E ÊNCLISE)..................................................................................................................... 58

REDAÇÃO............................................................................................................................................. 59

LÍNGUA INGLESA................................................................................................................89
CONHECIMENTO DE UM VOCABULÁRIO FUNDAMENTAL PARA A COMPREENSÃO
DE TEXTOS........................................................................................................................................... 89

CONHECIMENTO DOS ASPECTOS GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO


DE TEXTOS........................................................................................................................................... 96

MATEMÁTICA.................................................................................................................... 123
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS, REAIS E PROBLEMAS DE CONTAGEM................................123

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS.........................................................................................................129

RAZÕES E PROPORÇÕES, DIVISÃO PROPORCIONAL, REGRAS DE TRÊS SIMPLES


E COMPOSTAS, PORCENTAGENS...................................................................................................130

LÓGICA PROPOSICIONAL................................................................................................................140

NOÇÕES DE CONJUNTOS................................................................................................................146

RELAÇÕES E FUNÇÕES, FUNÇÕES POLINOMIAIS, FUNÇÕES EXPONENCIAIS


E LOGARÍTMICAS..............................................................................................................................151

MATRIZES..........................................................................................................................................168
DETERMINANTES.............................................................................................................................171

SISTEMAS LINEARES.......................................................................................................................174

SEQUÊNCIAS.....................................................................................................................................178

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.............................................180

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO........................................................ 187


INTRODUÇÃO....................................................................................................................................187

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.........................................................................................................................187

OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADES, TENDÊNCIAS E DESAFIOS................................187

INTERNET BANKING/BANCO DIGITAL...........................................................................................................188

MOBILE BANKING............................................................................................................................................188

OPEN BANKING E OS NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS..............................................................................188

SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS....................................................................................................189

ARRANJOS DE PAGAMENTOS .......................................................................................................................191

PIX - PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS............................................................................................................192

MATEMÁTICA FINANCEIRA....................................................................................... 195


CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO, CAPITAL,
JUROS, TAXAS DE JUROS, CAPITALIZAÇÃO E REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO.........................195

JUROS SIMPLES - DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO


FINANCEIRA, EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA..................................................................................................195

JUROS COMPOSTOS - CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL


E DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA....................................................................................................196

FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA..............................................................................198

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - SISTEMA PRICE, SISTEMA SAC..............................................204

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS............................................................................... 209


INTRODUÇÃO....................................................................................................................................209

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO.........................................................................................................................209

POLÍTICAS ECONÔMICAS................................................................................................................210

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.................................................................................................217

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.........................................................................................................224
MERCADO DE CRÉDITO – OPERAÇÕES ATIVAS E GARANTIAS..................................................231

PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS............................................................................................242

MERCADO DE CAPITAIS...................................................................................................................257

MERCADO DE CÂMBIO.....................................................................................................................267

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO/CAPITAIS E LEGISLAÇÕES..................................................270

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA......................................................................................................279

LEI COMPLEMENTAR 105/2001......................................................................................................280

LEI N° 13.709/2018 – LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS........................................................283

LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO.....................................................................................................289

SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO N° 4.658, DE 26 DE ABRIL DE 2018.........................298

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA


EMPRESARIAL E PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
PRIVADAS..........................................................................................................................................303

CÓDIGO DE ÉTICA E POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO BANCO


DO BRASIL (ON-LINE).......................................................................................................................308

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA................................................................... 313


NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS – WINDOWS 10 (32-64 BITS) E AMBIENTE LINUX
(SUSE SLES 15 SP2)..........................................................................................................................313

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT


OFFICE – WORD, EXCEL E POWERPOINT - VERSÃO O365)..........................................................327

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO .....................................................................................................374

FUNDAMENTOS, CONCEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO DE ESTAÇÕES


DE TRABALHO..................................................................................................................................................374

Controle de Dispostivos Usb, Hardening, Antimalware e Firewall Pessoal.................................................386

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS,


PASTAS E PROGRAMAS...................................................................................................................389

REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................403

CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET


E INTRANET.....................................................................................................................................................403

NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR),


BUSCA E PESQUISA NA WEB...........................................................................................................404

CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS..........................................407


REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK, LINKEDIN, WHATSAPP, YOUTUBE, INSTAGRAM
E TELEGRAM)....................................................................................................................................414

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIO


E FUNDAMENTOS SOBRE ANÁLISE DE DADOS.............................................................................415

CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA.....................................................................................438

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO


DE ÁUDIO E VÍDEO.............................................................................................................................440

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT TEAMS,


CISCO WEBEX, GOOGLE HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE)...................................................443

VENDAS E NEGOCIAÇÃO............................................................................................. 449


NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL.....................................................................................449

ANÁLISE DE MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E


POSICIONAMENTO..........................................................................................................................................449

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO........................................................................................................454

AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE................................................455

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE.........................................................................................456

APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL......................................................457

CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS...............................................................................................459

INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE, VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE..........................................459

GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS ........................................................................................459

TÉCNICAS DE VENDAS.....................................................................................................................460

DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS.......................................................................................................461

NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL..................................................................................................462

GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE COPYWRITING, GATILHOS MENTAIS E INBOUND MARKETING.......462

ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS .........................................................................462

PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES....................................................462

UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS.....................................................................463

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E NEGOCIAÇÃO .......464

POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE......................................................................464

RESOLUÇÃO N°. 4.539 DE 24 DE NOVEMBRO DE 2016................................................................................464


RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020..........................................................466

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E ALTERAÇÕES.......................................................................470

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA)...........................................................................................................................471

LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015.......................................................................................................471

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR..................................................................477

LEI Nº 8.078/1990)..........................................................................................................................................477
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida


desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre
interpretação de texto. Interpretar é buscar ideias,
LÍNGUA PORTUGUESA pistas do autor do texto, nas linhas apresentadas.
Apesar de, aparentemente, parecer algo subjetivo,
existem “regras” para se buscar essas pistas. A primei-
ra e mais importante delas é identificar a orientação
do pensamento do autor do texto, que fica perceptível
COMPREENSÃO DE TEXTOS quando identificamos como o raciocínio dele foi expos-
to, se de maneira mais racional, a partir da análise de
INTRODUÇÃO dados, informações com fontes confiáveis ou se de
maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das con-
A interpretação e a compreensão textual são aspec- sequências, a fim de se identificar as causas.
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida-
A seguir, apresentamos estratégias de leitura que
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos
focam nas formas de inferência sobre um texto. Inicial-
públicos. Pelo fato de as questões de provas abordarem
mente, é fundamental identificar como ocorre o pro-
conteúdos diversos, muitas vezes, possuir competência
para interpretar e compreender aquilo que leu pode ser cesso de inferência, que se dá por dedução ou por
o grande diferencial entre o “quase” e a aprovação. indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
Além disso, seja a compreensão textual, seja a
interpretação textual, ambas guardam uma relação de O marido da minha chefe parou de beber.
proximidade com um assunto pouco explorado pelos
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- Observe que é possível inferir várias informações
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enun-
linguística pode assumir. ciador é casada (informação comprovada pela expres-
Neste material, você encontrará recursos para são “marido”), a segunda é que o enunciador está
solidificar seus conhecimentos em interpretação e trabalhando (informação comprovada pela expressão
compreensão textual, associando a essas temáticas as “minha chefe”) e a terceira é que o marido da chefe do
relações semânticas que permeiam todo amontoado enunciador bebia (expressão comprovada pela expres-
de palavras. Vale lembrar que qualquer aglomeração são “parou de beber”). Note que há pistas contextuais
textual é, atualmente, considerada texto e, dessa for- do próprio texto que induzem o leitor a interpretar
ma, deve ter um sentido que precisa ser reconhecido essas informações.
por quem o lê. Tratando-se de interpretação textual, os processos
Vamos começar nosso estudo fazendo uma breve
de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
diferença entre os termos compreensão e interpreta-
tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
ção textual. Para muitos, essas palavras expressam o
interpretação construída pelas pistas oferecidas no
mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar claro,
ainda que existam relações de sinonímia entre pala- texto junto da articulação com as informações aces-
vras do nosso vocabulário, a opção do autor por um sadas pelo leitor do texto. A seguir, apresentamos um
termo ao invés de outro reflete um sentido que deve fluxograma que representa como ocorre a relação
ser interpretado no texto, uma vez que a interpreta- desses processos:
ção realiza ligações com o texto a partir das ideias que
o leitor pode concluir com a leitura. DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma INFERÊNCIA
expressão, além de apresentar mais relações semânti- INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
cas e sintáticas. A compreensão textual estipula aspectos
linguísticos essencialmente relacionados à significação
das palavras e, por isso, envolve uma forte ligação com A partir desse esquema, conseguimos visualizar
a semântica. melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
Sabendo disso, é importante separarmos os con- iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
compreensivo. Neste material, você encontrará um ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
forte conteúdo que relaciona semântica e interpreta- seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
ção, contendo questões sobre os assuntos: inferência; tivo e, ainda, como articular o nosso conhecimento de
figuras de linguagem; vícios de linguagem e intertex- mundo na interpretação de textos.
LÍNGUA PORTUGUESA

tualidade. No que se refere aos estudos que focam na


compreensão e semântica, os principais tópicos são: A INDUÇÃO
semântica dos sentidos e suas relações; coerência e
coesão; gêneros textuais (mais abordados em provas As estratégias de interpretação que observam
de concursos); tipos textuais e, ainda, as variações lin- métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
guísticas e suas consequências para o sentido. oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
Todos esses assuntos completam o estudo basilar za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
de semântica com foco em provas e concursos, sem- car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos texto e que variam conforme o tipo textual.
você a estudar com afinco e dedicação. Não se esqueça Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos iden-
de praticar seus conhecimentos realizando os exercí- tificar uma organização cronológica e espacial no desen-
cios de cada tópico, bem como, a seleção de exercícios volvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do
finais. pretérito imperfeito; na descrição, podemos organizar as 13
ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais leitura que fará em seguida. Uma outra dica impor-
sintagmas nominais; na argumentação, esse encadea- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
mento de ideias fica marcado pelo uso de conjunções e pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
elementos que expõem uma ideia/ponto de vista. um objetivo mais definido.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são O processo de interpretação por estratégias de dedu-
organizadas a partir de uma especificação para uma ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
generalização. Vejamos um exemplo:
z Conhecimento Linguístico;
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa z Conhecimento Textual;
espécie de animal. O que observei neles, no tempo em z Conhecimento de Mundo.
que estive na redação do O Globo, foi o bastante para
não os amar, nem os imitar. São em geral de uma las- O conhecimento de mundo, por se tratar de um
timável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
receitas, só capazes de colher fatos detalhados Os demais iremos abordar detalhadamente a seguir.
e impotentes para generalizar, curvados aos for-
tes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um Conhecimento Linguístico
infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos
obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. Esse é o conhecimento basilar para a compreen-
(BARRETO, 2010, p. 21) são e decodificação do texto, pois envolve o reco-
nhecimento das formas linguísticas estabelecidas
O trecho em destaque na citação do escritor Lima socialmente por uma comunidade linguística, ou seja,
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías envolve o reconhecimento das regras de uma língua.
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento É importante salientar que as regras de reconhe-
indutivo compõe a interpretação e decodificação de cimento sobre o funcionamento da língua não são,
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- necessariamente, as regras gramaticais, mas, sim, as
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, regras que estabelecem, por exemplo, no caso da lín-
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- gua portuguesa, que o feminino é marcado pela desi-
ção cronológica de um texto. nência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema
sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
A propriedade vocabular linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
leva o cérebro a aproxi- sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
PROCURE SINÔNIMOS mar as palavras que têm cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
maior associação com o o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
tema do texto Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
Os conectivos (conjunções, dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
preposições, pronomes)
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e
localizadores textuais

A DEDUÇÃO

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou
de maneira implícita no enunciado. Em questões de
concurso, as bancas costumam procurar nos enuncia-
dos implícitos do texto aspectos para abordar em suas
provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016, p. 47):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema;
ele estará também postulando uma possível estru-
tura textual; na predição ele estará ativando seu
conhecimento prévio, e na testagem ele estará enri-
quecendo, refinando, checando esse conhecimento.
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020.
Atente-se a essa informação, pois é uma das pri-
meiras estratégias de leitura para uma boa inter- Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
pretação textual: formular hipóteses, a partir da tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores
macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini- proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual e entender o que está escrito; assim, o conhecimento
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
entre outras informações que podem vir como “aces- são algumas estratégias de interpretação em que
14 sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a podemos usar métodos dedutivos.
Conhecimento Textual Indução é um processo lógico que parte do particular
para o geral, como ocorre no seguinte raciocínio:
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci-
mento linguístico e desenvolve-se pela experiência a) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de também;
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- b) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade, porque chovido durante toda a noite;
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que c) A torcida do Corinthians está presente em todos os
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê jogos; domingo não deve ser diferente;
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma d) O estacionamento do restaurante está cheio de carros;
reportagem como se lê um poema. o lucro desse restaurante deve ser alto;
Em outras palavras, esse conhecimento se relacio-
e) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o
na com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de
meu automóvel enguiçou ontem.
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.
Indução é um processo lógico que parte do particu-
Conhecimento de Mundo
lar para o geral. Se houver alguma dúvida na reso-
lução, basta realizar a exclusão das alternativas
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre a) Todos os dias.../ hoje...
importante que o candidato a cargos públicos reserve b) as ruas/ toda a noite
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes c) em todos os jogos/ domingo...
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- d) Resposta certa
tar seu conhecimento de mundo. e) Os carros.../ meu automóvel... Resposta: Letra D.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
conhecimento de mundo que é relevante para a com- 2. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Julgue o item, relativo à
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso dedução e indução.
cérebro associar informações, a fim de compreender A conclusão de um argumento dedutivo é uma con-
o novo texto que está em processo de interpretação. sequência necessária da verdade da conjunção das
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- premissas, o que significa que, sendo verdadeiras
cício para atestarmos a importância da ativação do as premissas, é impossível a conclusão ser falsa.
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- O pensamento dedutivo parte do conhecimento
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que geral, visando ao conhecimento particular, assim,
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
para a lógica dedutiva, as premissas verdadeiras não
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as podem gerar enunciados falsos. Resposta: Certo.
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen- 3. (UFPE – 2018 - Adaptada) Na temática da Lógica,
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e leia o texto a seguir sobre os tipos de inferência:
vales turbulentos (KLEIMAN, 2016, p. 24). A dedução e a indução são conhecidas com o nome
de inferência, isto é, concluir alguma coisa a partir
Agora, tente responder as seguintes perguntas de outra já conhecida. Sobre a indução e a dedu-
sobre o texto: ção, entende-se como inferências mediatas.
Quem é o herói de que trata o texto? (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1996, p. 68.)
Quem são as três irmãs? Adaptado.
Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhu- A autora acima enfatiza a singularidade dos tipos de
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- inferência no âmbito da razão discursiva. Sobre isso,
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será observe a seguinte inferência:
afetada. O texto chama-se “A descoberta da América Sócrates é homem e mortal 
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque Platão é homem e mortal 
responder às questões; certamente você não terá mais Aristóteles é homem e mortal  
as mesmas dificuldades. Logo, todos os homens são mortais.  
LÍNGUA PORTUGUESA

Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar


A inferência expressa o raciocínio:
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré-
a) Dialético.
vio que é essencial para a interpretação de questões.
b) Disjuntivo.
c) Indutivo.
d) Conjuntivo.
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) Argumentativo.

1. (FGV – 2019) “Quando se julga por indução e sem o O raciocínio é indutivo, porque parte de premissas
necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega- particulares para outras mais genéricas. Resposta:
-se a ser injusto até mesmo com os malfeitores”. Letra C. 15
USO DOS PORQUÊS
ORTOGRAFIA OFICIAL
É muito comum haver confusão com os usos das
As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos formas dos porquês, pois no contexto de uso discursi-
casos, contraproducentes, tendo em vista que a lógica vo (fala) não necessitamos distinguir foneticamente.
da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é Porém, existem quatro formas de escrita dos porquês,
derivada de processos históricos de evolução da língua.
as quais se distinguem por função sintática, morfo-
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
lógica e pela sua posição no período. Veja a tirinha a
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- seguir e como são realizadas essas distinções:
fia das palavras.
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
grande número. Neste material, iremos apresen-
tar uma forma condensada e prática de nunca mais
esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala-
vras são acentuadas.
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras Disponível em: https://bit.ly/3oIvkDs
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja:
Os tipos de porquês:
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe. � Porque: conjunção causal ou explicativa (igual a
“pois”, “uma vez que”).
Jogava vôlei porque os amigos o chamavam.
USAMOS X: USAMOS CH:
� Porquê: substantivo abstrato com propósito de
� Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se justificar. Pode ser acompanhado de artigo, prono-
a palavra não for derivada a palavra for derivada de me, adjetivo ou numeral. Pode vir no singular e no
de palavras iniciadas por palavras iniciadas por CH: plural.
CH: enxerido, enxada encher, encharcar Ex.: Não sabia o porquê de ela ter ido embora.
� Depois de ditongo: cai- � Em palavras derivadas Ele não entendeu os porquês de tantas brigas.
xa, faixa de vocábulos que são gra-
� Depois da sílaba ini- fados com CH: recauchu- � Por que: inicia perguntas diretas ou está presen-
cial me se a palavra não tar, fechadura te no interior de perguntas indiretas, podendo
for derivada de vocábulo ser substituído por “por qual razão” ou “por qual
iniciado por CH: mexer, motivo”. Pode ser também que tenha o significado
mexilhão de “pelo qual” e suas flexões.
Ex.: Quero saber por que você não visitou seu primo.
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10/10/2020. Os lugares por que passei são incríveis.

z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- � Por quê: aparecerá sempre no final de uma fra-
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem; se, podendo ser substituído por “por qual motivo”,
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, “por qual razão”.
-úgio. Ex.: sacrilégio, pedágio; Ex.: Você não me falou nada, por quê?
Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: proteger, fugir; Ela escutou tudo isso sem saber por quê.
Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou
-jer. Ex.: viajar, lisonjear;
Termos derivados do latim escritos com j.
z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente, EXERCÍCIO COMENTADO
Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
houver som de Z. Ex.: eleição; Neusa; coisa. 1. (FCC – 2012) Está correto o emprego de ambos os
z É com S ou com Z? palavras que designam nacio- elementos destacados em:
nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; a) Se o por quê da importância primitiva de Paraty estava
inglês; marquesa; duquesa. na sua localização estratégica, a importância de que
Palavras que designam qualidade, cuja termina- goza atualmente está na relevância histórica porque é
ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z: reconhecida.
Embriaguez; lucidez; acidez. b) Ninguém teria porque negar a Paraty esse duplo mereci-
mento de ser poesia e história, por que o tempo a esco-
Essas regras para correção ortográfica das pala- lheu para ser preservada e a natureza, para ser bela.
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é c) Os dissabores por que passa uma cidade turística
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu- devem ser prevenidos e evitados pela Casa Azul, por-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática. que ela nasceu para disciplinar o turismo.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da d) Porque teria a cidade passado por tão longos anos
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos de esquecimento? Criou-se uma estrada de ferro, eis
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de porque.
informação, pois além de contribuir para seu conhe- e) Não há porquê imaginar que um esquecimento é sem-
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa pre deplorável; veja-se como e por quê Paraty acabou
16 também aumentará. se tornando um atraente centro turístico.
O “por que” na sentença da alternativa C está correta- Cessão
mente empregado, pois possui sentido de “pelo qual”.
O “porque” logo em seguida também está correto, pois Tem sentido de “ceder”, “repartir”.
tem função de explicar o nascimento da Casa Azul: Ex.: O governo autorizou a cessão de livros para
para disciplinar o turismo. Resposta: Letra C. as escolas.

DEMAIS E DE MAIS AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A

Demais Ao encontro de

Advérbio de intensidade. Assume também a fun- Significa “ser favorável a” e “aproximar-se de”.
ção de pronome indefinido. Ex.: A opinião dos estudantes ia ao encontro das
Ex.: Gritamos demais no jogo, por isso estamos nossas. (sentido de “corresponder”)
roucos. (advérbio) Ele foi ao encontro dos amigos. (sentido de
Eu amo essa cantora, ela é demais! (advérbio) “encontrar-se com”)
Sabemos o motivo principal, os demais não foram
divulgados. (pronome indefinido) De encontro a

De mais Indica “oposição”, “confronto”, “colisão”.


Ex.: A sua maneira de agir veio de encontro à
minha. (sentido de “confronto”)
Locução adjetiva que manifesta quantidade. Para
O caminhão foi de encontro ao poste. (sentido de
diferenciá-la de “demais”, basta trocar pelo antônimo,
“colisão”)
“de menos”; se der certo, escreve-se “de mais”.
O que ele fez foi de encontro ao que havia dito.
Ex.: Essa sobremesa tem açúcar de mais para o (sentido de oposição”)
meu paladar.
Preparei comida de mais, vou precisar congelar. SENÃO / SE NÃO
É só uma injeção, não tem nada de mais.
Senão
A CERCA DE / ACERCA DE / HÁ CERCA DE
Significa “do contrário, caso contrário”, “mas sim,
A cerca de mas”, “a não ser, exceto, mais do que”, “mas também”,
“falha, defeito, obstáculo (como substantivo)”.
Quando se referir a algo ou alguém, com ideia de Ex.: Saio cedo, senão chego atrasado.
quantidade aproximada. Não era diamante nem rubi, senão cristal.
Ex.: Ele falou a cerca de mil ouvintes. Ninguém, senão os convidados, podia entrar na festa.
O aprendizado não depende somente do professor,
Acerca de senão do esforço do aluno.
Não encontrei um senão em seu texto. (substanti-
Equivale a “sobre”, “a respeito de”, “em relação a”. vo com sentido de “falha”)
Ex.: O professou dissertou acerca dos progressos
científicos. Se não

Há cerca de Formado de uma conjunção condicional se e do


advérbio de negação não, tem valor de “caso não”,
Quando se trata de uma média de tempo passado. “quando não”.
Ex.: Há cerca de trinta dias, foi feita essa proposta. Ex.: Se não fizer sol, não lavarei roupas.
Havia duas pessoas interessadas, se não três.
Dica Para não errar mais:
Para evitar redundância, não se deve usar o “há Se não (separado): Caso não
cerca de” com outro termo que dê ideia de pas- Ex.: Se não estudar, será reprovado.
Senão (junto): Caso contrário
sado numa mesma sentença.
Ex.: Estude, senão será reprovado.
Ex.: Há cerca de trinta dias atrás. (inadequado)
Há cerca de trinta dias. (adequado) HÁ / A (EXPRESSÃO DE TEMPO)
LÍNGUA PORTUGUESA

SEÇÃO / SESSÃO / CESSÃO Há

Seção Usa-se para espaço de tempo referente ao passado.


Ex.: Ela saiu de casa há duas horas.
Tem sentido de “parte”, “divisão”, “segmento”. Saiba que o verbo há pode ser substituído também
Ex.: A seção onde trabalho é muito requisitada. por faz, sendo invariável, sempre no singular.
Ex.: Ela saiu de casa faz meia hora. / Ela saiu de
Sessão casa faz duas horas.

Tem sentido de “reunião”, “encontro”, “espaço de A


tempo”.
Ex.: Os ingressos para a sessão de estreia estão Usa-se para espaço de tempo referente ao futuro.
disponíveis. Ex.: Ele chegará daqui a duas horas. 17
MAL / MAU
EXERCÍCIO COMENTADO
Mal
1. (TJ-SC - 2010) “As eleições vão acontecer daqui ___
três meses, mas as discussões intrapartidárias come- Conjunção ou substantivo. Como substantivo,
çaram ____ bastante tempo. Entretanto, não ___ como refere-se a uma desgraça, calamidade, dano, doença,
deixar de constatar o irrealismo da legislação eleitoral, enfermidade, pesar, aflição, sofrimento, defeito, pro-
que cria certas restrições a pretexto de proporcionar blema, maldade. O substantivo mal forma o plural
igualdade de oportunidades a todos quantos dispu- males. Como conjunção subordinativa temporal,
tem mandato eletivo mas tenham pouco ou nada _____ tem sentido de “assim que” e “logo que”.
com a dinâmica do processo político.” Ex.: Todos sabem que essa personagem é do mal.
A sequência que preenche corretamente as lacunas (substantivo)
do texto é: Não temos como fugir dos males do mundo.
(substantivo)
a) a – há – há – haver Mal ele chegou, ela saiu da sala. (conjunção)
b) há – há – a – há ver Mal você possa, venha falar comigo. (conjunção)
c) a – a – a – haver
d) a – a – há – a ver Mau
e) a – há – há – a ver
Adjetivo. Indica alguém ou alguma coisa que: faz
A lacuna “daqui a três meses” representa tempo maldades, não é de boa qualidade, faz grosserias, traz
futuro, logo o “a” é uma preposição; “há bastante infortúnio, não tem competência, é pouco produtivo,
tempo” se refere ao que já passou, então se usa o é inconveniente e impróprio, é contrário aos bons cos-
verbo “há”; “não há como deixar” tem que ser com- tumes, é travesso e desobediente.
pletado com o verbo “haver” conjugado (“há”); em Ex.: Que chato! Sempre de mau humor!
“pouco ou nada a ver com a dinâmica”, utiliza-se “a Ele seguiu por maus caminhos.
ver”, e não “haver”, pois não se pode usar o verbo Desculpa o mau jeito! Eu estava nervoso!
nessa situação. Resposta: Letra E. Você está fazendo mau uso desse equipamento.

EM VEZ DE / AO INVÉS DE Para não errar mais, faça a seguinte operação sem-
pre que em dúvida: Mal é antônimo de Bem / Mau é
Em vez de
antônimo de Bom.
Significa “substituição”, “troca”.
Ex.: Em vez de estudar, ficou brincando com os
amigos.
CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS
Ao invés de
INTRODUÇÃO
Indica “algo inverso”, “oposição”.
Ex.: Ao invés de ligar o som, desligou-o.
A palavra morfologia refere-se ao estudo das for-
TRAZ / TRÁS / ATRÁS mas; por isso, o termo é usado pelos linguistas e tam-
bém pelos médicos que estudam as formas dos órgãos
Traz e suas funções.
Analogamente, para compreender bem as funções
Do verbo “trazer”, conjugado na terceira pessoa do de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão,
singular. precisamos conhecer como essa forma se classifica
Ex.: Ele sempre me traz flores quando vem me ver. e como se organiza. Por isso, em língua portuguesa,
estudamos as formas das palavras na morfologia, que
Trás
organiza as classes das palavras em dez categorias.
Significa “na parte posterior” e é sempre precedi- A seguir, iremos estudar detalhadamente cada uma
do de preposição. delas e também acrescentamos um “bônus” para seus
Ex.: Ele estava por trás disso tudo desde o começo. estudos: as palavras denotativas, atualmente, muito
Ande mais depressa, senão ficará pra trás. cobradas por bancas exigentes.

Atrás ARTIGOS

Advérbio de lugar. Os artigos devem concordar em gênero e número


Ex.: O ponto de ônibus fica atrás do shopping. com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
minantes dos substantivos.
Dica Essa classe está dividida em artigos definidos e arti-
Na frase “Ele estava atrás de mim quando tudo gos indefinidos. Os primeiros funcionam como deter-
aconteceu”, o advérbio atrás pode apresentar minantes objetivos, individualizando a palavra e os
dois significados: no sentido literal, “estar atrás” segundos funcionam como determinantes imprecisos.
é localizar-se atrás de alguém, mas o “estar
z Artigos definidos: o, os; a, as.
atrás” também apresenta um sentido figurado
18 de “estar buscando” ou “procurando”. z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
Os artigos podem ser combinados às preposições: Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
são as chamadas contrações. Algumas contrações atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a = que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
à; de + a = da. Sobre o numeral milhão/milhares, importa desta-
Toda palavra determinada por um artigo torna-se car que sua forma é masculina, logo, o artigo que pre-
um substantivo! Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc. cede será sempre no masculino

z Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.

EXERCÍCIO COMENTADO z Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.

1. (SCT – 2020) Marque a alternativa cujo período apre- Dica


senta apenas artigos indefinidos:
A forma 14 por extenso apresenta duas for-
a) Uma das vantagens de ser garçonete é que acabo mas aceitas pela norma gramatical: catorze e
conhecendo todas as pessoas. quatorze.
b) A garota prefere lutar por ele, pois o considera uma
boa pessoa.
c) A família está em festa com a chegada do bebê.
d) Poderia me passar a colher, por favor? EXERCÍCIO COMENTADO
e) Mariana é uma mulher com um coração de ouro.
1. (CONSESP – 2018) Analise os itens a seguir:
Os artigos indefinidos são “um/uma” e suas flexões
de plural. A única opção que apresenta somente I. A quadragésima quinta Feira do Livro foi um sucesso (45ª).
artigos indefinidos é a e Resposta: Letra E. II. Pela milésima vez ele acenou positivamente (1000ª).
III. Há uma década que não o vejo (10 anos).
NUMERAIS
Os numerais entre parênteses foram grafados correta-
Palavra que se relaciona diretamente ao substanti-
mente, conforme apresentados em destaque, em:
vo, inferindo ideia de quantidade ou posição.
Os numerais podem ser:
a) 1 e 2, apenas.
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: dois b) 2 e 3, apenas.
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os c) 1 e 3, apenas.
meninos eram bons em português. d) 1, 2, e 3.

z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma Todas as frases colocam adequadamente os nume-
série. Ex.: foi o segundo colocado do concurso; che- rais nas frases, por extenso, e entre parênteses. Res-
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar.
posta: Letra D.
z Multiplicativos: indicam o aumento proporcio-
nal de uma quantidade. Ex.: Ele ganha o triplo no SUBSTANTIVOS
novo emprego.
z Fracionários: indicam a diminuição proporcio- Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
nal de uma quantidade. Ex.: Tomou um terço característica básica dessa classe é admitir um deter-
de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu minante, artigo, pronome etc. Os substantivos flexio-
metade do pagamento. nam-se em gênero, número e grau.

Um numeral ou um artigo? Tipos de Substantivos

A forma um pode assumir na língua a função de A classificação dos substantivos admite nove tipos
artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como diferentes de substantivos. São eles:
podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso. z Simples: Formados a partir de um único radical.
Durante a votação, houve um deputado que se Ex.: vento, escola;
posicionou contra o projeto.
z Composto: Formados pelo processo de justaposi-
LÍNGUA PORTUGUESA

z Durante a votação, apenas um deputado se posi- ção. Ex.: couve-flor, aguardente;


cionou contra o projeto. z Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
substantivo. Ex.: pedra, dente;
Na primeira frase, podemos substituir o termo um
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e z Derivado: Formados a partir dos primitivos. Ex.:
o sentido será mantido, pois o que se pretende defen- pedreiro, dentista;
der é que a espécie do indivíduo que se posicionou z Concreto: Designam seres com independência
contra o projeto é um deputado e não uma deputada, ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
por exemplo. pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
Já na segunda oração, a alteração do gênero não Deus, fada, carro;
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM z Abstrato: Indica estado, sentimento, ação, quali-
deputado, marcando a quantidade. dade. Ex.: coragem, Liberalismo; 19
z Comum: Designam determinados seres e lugares. Além disso, algumas palavras na língua causam
Ex.: homem, cidade; dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
das em contextos informais com gêneros diferentes, é
z Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.: o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a gênese;
Maria, Fortaleza; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formicida; o
z Coletivo: Usados no singular, designam um conjun- telefonema; o trema.
to de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca, manada. Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
É importante destacar que a classificação de um masculino quanto no feminino: O personagem / a per-
substantivo depende do contexto em que ele está inse- sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
rido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio). Flexão de Número
O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/
comum). Os substantivos flexionam-se em gênero, de manei-
ra geral, pelo acréscimo do morfema -s: Casa / casas.
Flexão de Gênero Porém, podem apresentar outras terminações: males,
reais, animais, projéteis etc. Geralmente, devemos acres-
Os gêneros do substantivo são masculinos e femi- centar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z,
ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma como: flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como
para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- mal/males.
formes. Os substantivos uniformes podem ser: Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- / corais; papel / papéis; anzol / anzóis. Mas também
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas
pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente aceitas meles e méis.
/ a cliente; o líder / a líder. Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
z Epicenos: designam animais ou plantas que apre-
Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs-
sentam distinção entre masculino e feminino; a tantivos que admitem até três formas de plural:
diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea;
girafa macho / girafa fêmea. z Ancião: anciãos, anciões, anciães.
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral que z Vilão: vilãos, vilões, vilães.
não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne-
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo. que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão /
órgãos; órfão / órfãos.
Os substantivos biformes, como o nome indi-
ca, designam os substantivos que apresentam duas Plural dos Substantivos Compostos
formas para os gêneros masculino ou feminino. Ex.:
professor/professora. Os substantivos compostos são aqueles formados
Destacamos que alguns substantivos apresentam por justaposição; o plural dessas formas obedece às
formas diferentes nas terminações para designar for- seguintes regras:
mas diferentes no masculino e no feminino:
z Variam os dois elementos:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
substantivo + substantivo:
Outros substantivos modificam o radical para
Ex.: mestre-sala / mestres-salas;
designar formas diferentes no masculino e no femini-
no, estes são chamados de substantivos heteroformes:
Substantivo + adjetivo:
Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora. Ex.: guarda-noturno / guardas - noturnos;

Gênero e Significação Adjetivo + substantivo:


Ex.: boas-vindas;
É importante salientar que alguns substantivos
uniformes podem aparecer com marcação de gênero Numeral + substantivo:
diferente, ocasionando uma modificação no sentido. Ex.: terça-feira / terças - feiras.
Veja, por exemplo:
z Varia apenas um elemento:
z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
z O testemunho: relato de experiência, associado a
Substantivo + preposição + substantivo.
religiões.
Ex.: canas-de-açúcar;
Algumas formas substantivas mantêm o radical,
mas a alteração do gênero interfere no significado: Substantivo + substantivo (com função adjetiva).
Ex.: navios-escola.
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais; Palavra invariável + palavra invariável.
20 z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão. Ex.: abaixo-assinados.
Verbo + substantivo. Terra seca árvore seca
Ex.: guarda-roupas. E a bomba de gasolina
Casa seca paiol seco
Redução + substantivo. E a bomba de gasolina
Ex.: bel-prazeres. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos A palavra “seco” no contexto mencionado não é
formados por verbo + advérbio e verbo + substan- substantivo, e sim funciona como adjetivo. Respos-
tivo plural ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os ta: Errado.
saca-rolha.
ADJETIVOS
Variação de Grau
Os adjetivos associam-se aos substantivos garan-
A flexão de grau dos adjetivos exprime a variação
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
de tamanho dos seres, indicando um aumento ou uma
diminuição. podem indicar:

z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi- z Qualidade: professor chato.


xos aos substantivos indicar um grau aumentativo. z Estado: aluno triste.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
fogaréu, boqueirão, poetastro.
Locuções Adjetivas
z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi-
xos aos substantivos indicar um grau diminutivo. As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, dos adjetivos, indicando as mesmas características
pequenina, papelucho. deles.
Elas são formadas por preposição + substantivo,
Dica referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
vras, podendo assumir um valor: importantes para seu estudo:
Afetivo: filhinha;
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. z Voo de águia / aquilino;
z Poder de aluno / discente;
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
z Cor de chumbo / plúmbeo;
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras z Bodas de cobre / cúprico;
para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso
da inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com z Sangue de baço / esplênico;
letra maiúscula as iniciais das palavras que designam: z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;

z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; z Noite de inverno / hibernal ou invernal.


Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da
Vice-presidência. É importante destacar que mais do que “decorar”
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um damental reconhecer as principais características de
nome próprio, este também deverá ser escrito com uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
inicial maiúscula. apresentar valor de posse. Ex.: Viu o crime pela aber-
tura da porta; A abertura de conta pode ser realiza-
z Nomenclatura legislativa especificada deve ser
da on-line.
escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretri-
Quando a locução adjetiva é composta pela pre-
zes e Bases da Educação (LDB).
posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan-
Vacina; Guerra Fria. te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
Em palavras com hífen, podemos optar pelo uso
de maiúsculas ou minúsculas, portanto, são aceitas as ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
formas: Vice-Presidente; Vice-presidente e vice-pre- porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
LÍNGUA PORTUGUESA

sidente, porém é preciso manter a mesma forma em zando o substantivo “abertura”.


todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas: Grã- bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
-Bretanha, Timor-Leste. ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
demonstrando seu caráter adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham fun-
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
EXERCÍCIO COMENTADO numerais, oração substantiva. Ex.: amor de mãe, café
com açúcar.
1. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Já as locuções adverbiais desempenham função
Organiza-se o sentido, nos versos 1 e 3, por meio de de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos,
sequências verbais, das quais se destaca o uso recor- orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de
rente do substantivo “seco” devidamente flexionado. fome; agiu com rapidez. 21
Adjetivo de Relação O candidato é o mais humilde dos concorren-
tes? (Superlativo relativo de superioridade).
No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar O candidato é o menos preparado entre os con-
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
relação”, muito cobrado por bancas de concursos. inferioridade).
Para identificar um adjetivo de relação, observe as
seguintes características: Ao compararmos duas qualidades de um mesmo
ser, devemos empregar a forma analítica (mais alta,
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- mais magra, mais bonito etc.).
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- Ex.: A modelo é mais alta que magra.
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
de quem o descreve.
Porém, se uma mesma característica se referir
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de a seres diferentes, empregamos a forma sintética
relação sempre são posicionados após o substanti- (melhor, pior, menor etc.).
vo. Ex.: casa paterna.
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan- Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
tivo por derivação prefixal ou sufixal.
Formação dos Adjetivos
z Não admitem variação de grau: os graus compa-
rativo e superlativo não são admitidos. Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos.
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-
te americano (não é subjetivo; posicionado após o z Primitivos: são os Adjetivos que não derivam de
substantivo; derivado de substantivo; não existe a outras palavras e, a partir deles, é possível formar
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; z Derivados: são formados a partir dos adjetivos pri-
roteiro carnavalesco. mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc.
z Simples: Os adjetivos simples apresentam um
Variação de Grau único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.
z Compostos: são formados a partir da união de
O adjetivo pode variar em dois graus: Compara-
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
sileiro, amarelo-ouro etc.
respectivas categorias.
Dica
z Grau comparativo: exprime a característica de
um ser, comparando-o com outro da mesma classe O plural dos adjetivos simples é realizado da
nos seguintes sentidos: mesma forma que o plural dos substantivos.

„ Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão Plural dos adjetivos compostos
quanto;
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
„ Superioridade: mais do que; tes regras:
„ Inferioridade: menos do que.
z Invariável: adjetivos compostos como azul-mari-
Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios
nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas
(comparativo de igualdade);
de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa,
O amor é mais suficiente do que o dinheiro cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape-
(comparativo de superioridade); tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
Homens são menos engajados do que mulhe-
res (comparativo de inferioridade). z Varia o último elemento: 1º elemento é palavra
invariável, como em mal-educados, recém-forma-
dos; adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-
z Grau superlativo: em relação ao grau superlati- -claros, cabelos castanho-escuros.
vo, é importante considerar que o valor semântico
desse grau apresenta variações, podendo indicar: Adjetivos Pátrios

„ Característica de um ser elevada ao último Os adjetivos pátrios também são conhecidos como
grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí- gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalidade
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso- dos seres.
ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo); O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de
um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama-
„ Característica de um ser relacionada com zonense, fluminense, cearense.
outros indivíduos da mesma classe: Superla- Uma outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz
tivo relativo, que pode ser de superioridade (O respeito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo
mais) ou de inferioridade (O menos) -eiro, costumeiramente usado para designar profissões.
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
absoluto analítico). origem com as pessoas que comercializavam o pau-
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto -brasil, esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”,
22 sintético). termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.
Veja abaixo alguns deles:

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (FGV – 2017) Há, em língua portuguesa, um grupo de adjetivos chamados “adjetivos de relação”, que possuem marcas
diferentes de outros adjetivos, como a de não poder ser empregado antes do substantivo a que se refere, nem receber
grau superlativo. Assinale a opção que indica o adjetivo do texto que não está incluído nessa categoria:

a) Herói nacional.
b) Guerra mundial.
c) Diferença social.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Povo cordial.
e) Traço cultural.

Como vimos, uma outra característica dos adjetivos de relação é a objetividade. Esses adjetivos não denotam
questões subjetivas, tal qual o adjetivo “cordial”, na letra D, a única sem adjetivo de relação. Resposta: Letra D

ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Em alguns
casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista exaustiva com as funções dos
advérbios. Porém, decorá-las além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões
de concurso. 23
Dessa forma, atente-se às principais funções designadas por um advérbio e, a partir delas, consiga interpretar
a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: Talvez, caso, porventura, quiçá etc.


z Intensidade: Bastante, bem, mais, pouco etc.
z Lugar: Ali, aqui, atrás, lá etc.
z Tempo: Jamais, nunca, agora etc.
z Modo: Assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Como? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo).
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).

Locuções dverbiais

As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.

Ex.: Ameaça de colapso.

Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Vejamos:

Colapso foi ameaçado: essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:

Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse, caso das locuções adjetivas. Isso torna tal estrutura agramatical, por
isso, inserimos um asterisco (*) para indicar essa característica.

Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

Com essa dica, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões; ademais, buscamos
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu valioso tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.

Exs.:
Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?

De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
24 Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU COMPARATIVO
NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE
Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
Muito Mais - -
Pouco menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

GRAU SUPERLATIVO

NORMAL ABSOLUTO SINTÉTICO ABSOLUTO ANALÍTICO RELATIVO


Bem Otimamente Muito bem Inferioridade
Mal Pessimamente Muito mal Superioridade
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele fica inva-
riável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural; caso
a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.

Ex.: A cerveja que desce redondo/ As cervejas que descem redondo.


Nesse caso, trata-se de um advérbio.

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança aos advérbios, em alguns casos são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental que você saiba identificar o sentido a elas atribuído, pois, geral-
mente, é isso que as bancas de concurso cobram.

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente compostas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas.
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada.
LÍNGUA PORTUGUESA

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (SCT – 2020) Assinale a opção em que as palavras denotativas não foram bem classificadas:

a) A palavra SE, por exemplo, pode ter muitas funções (explicação).


b) Todos saíram exceto o vigia (exclusão).
c) O pároco, isto é, o vigário da nossa paróquia, esteve aqui (de adição).
d) Mesmo eu não sabia de nada (exclusão).
e) Ele também participou da homenagem (inclusão).

A expressão “isto é” designa explicação, portanto, o item incorreto é a alternativa C. Resposta: Letra C. 25
2. (FCC – 2018) Julgue o item a seguir: Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados
O antônimo de “bem-estar” se constrói com o adjetivo com força e precedidos de preposição. Costumam ter
mau. função de complemento:

( ) CERTO  ( ) ERRADO z 1ª pessoa: Mim, comigo (singular); nós, conosco


(plural).
O contrário de “bem-estar” é “mal-estar”, admitin-
do-se apenas a forma adverbial da palavra. Respos- z 2ª pessoa: Ti, contigo (singular); vós, convosco
ta: Errado. (plural).

PRONOMES z 3ª pessoa: Si, consigo (singular ou plural); ele (s), ela (s)

Pronomes são palavras que representam ou acom- Importante lembrar que não devemos usar prono-
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
dos pronomes é substituir ou determinar uma pala- bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
vra. Os pronomes indicam: pessoas, relações de pos- Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
se, indefinição, quantidade, localização no tempo, no caso reto como complemento verbal, desde que ante-
espaço e no meio textual, entre tantas outras funções. cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
papel importante na análise sintática e também na trei apenas ela na festa.
interpretação textual, pois colaboram para a comple- Após a preposição “entre”, em estrutura de reci-
mentação de sentido de termos essenciais da oração, procidade, devemos usar os pronomes oblíquos tôni-
além de estruturar a organização textual, contribuin- cos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
do para a coesão e também para a coerência de um
texto. Pronomes de Tratamento
Pronomes Pessoais
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
curso; algumas informações relevantes sobre eles são: ticamente. As formas de pronomes de tratamento
apresentam algumas peculiaridades importantes:

PRONOMES PRONOMES z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo a


PESSOAS DO CASO DO CASO 2ª pessoa), apesar disso, os verbos relacionados a
RETO OBLÍQUO esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
do singular. Ex.: Vossa excelência deve conhecer a
1ª pessoa do Me, mim,
EU Constituição.
singular comigo
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo
2ª pessoa do a 3ª pessoa). Ex.: Sua excelência, o presidente do
TU Te, ti, contigo
singular Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje
à noite.
3ª pessoa do Se, si, consigo,
ELE/ELA
singular o, a, lhe
Como mencionamos anteriormente, os pronomes
1ª pessoa do de tratamento estabelecem uma hierarquia social na
NÓS Nos, conosco. linguagem, ou seja, a partir das formas usadas, pode-
plural
mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder
2ª pessoa do instituídos pelos falantes.
VÓS Vos, convosco
plural Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes
de tratamento só devem ser utilizados em contextos
3ª pessoa do Se, si, consigo, cujos interlocutores sejam reconhecidos socialmen-
ELES/ELAS
plural os, as, lhes te por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras. Dessa forma, apresentamos alguns pronomes
Os pronomes pessoais do caso reto costumam de tratamento com as funções sociais que designam:
substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio- z Vossa Alteza (V. A.): Príncipes, duques, arquidu-
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi ques e seus respectivos femininos;
com o namorado; Maura saiu comigo.
z Vossa Eminência (V. Ema.): Cardeais;
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto
direto são: O, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor- z Vossa Excelência (V. Exa.): Autoridades do governo
mei-o sobre todas as questões. e das Forças Armadas membros do alto escalão;

z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: z Vossa Majestade (V. M.): Reis, imperadores e seus
Lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados respectivos femininos;
por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): Sacerdotes;
a ele).
z Vossa Senhoria (V. Sa.): Funcionários públicos gra-
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
são pronomes substantivos; além disso, é importan- cerimonioso a comerciantes importantes;
te saber que eu e tu não podem ser regidos por pre-
z Vossa Santidade (V. S.): Papa;
posição e que os pronomes ele(s), ela (s), nós e vós
podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
26 que exercem. Bispos.
Os exemplos acima fazem referência a pronomes z Referência ao tempo presente. Ex.: Esta semana
de tratamento e suas respectivas designações sociais começarei a dieta; Neste mês, pagarei a última
conforme indica o Manual de Redação Oficial da Pre- prestação da casa.
sidência da República; portanto, essas designações
devem ser seguidas com atenção quando o gênero z Referência ao espaço textual. Ex.: Encontrei Joana
textual abordado for um gênero oficial. e Carla no shopping, esta procurava um presente
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata- para o marido (o pronome refere-se ao último ter-
mento, é importante destacar: mo mencionado).
O plural de algumas abreviaturas é feito com letras
dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Usamos esse, essa, isso para indicar:
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas. mento de algo de quem fala. Ex.: Essa sua gravata
O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- combinou muito com você.
tíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao Presidente
da República nunca deve ser abreviado. z Pode indicar distância que se deseja manter. Ex.:
Não me fale mais nisso; A população não confia
Pronomes Indefinidos nesses políticos.
z Referência ao tempo passado. Ex.: Nessa semana,
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de eu estava doente; Esses dias estive em São Paulo.
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
variar e podem ser invariáveis, vejamos: Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
falado sobre isso; Sinto uma energia negativa nes-
z Variáveis: Algum, Alguma / Alguns, Algumas; sa sua expressão.
Nenhum, Nenhuma / Nenhuns, Nenhumas; Todo,
Toda/ Todos, Todas; Outro, Outra / Outros, Outras; Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
Muito, Muita / Muitos, Muitas; Tanto, Tanta / Tan-
tos, Tantas; Quanto, Quanta / Quantos, Quantas; z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
Pouco, Pouca / Poucos, Poucas etc. to de quem fala e de quem ouve. Ex.: Margarete,
quem é aquele ali perto da porta?
z Invariáveis: Alguém; Ninguém; Tudo; Outrem;
Nada; Cada; Quem; Menos; Mais; Que. z Referência a um tempo muito remoto, um passado
muito distante. Ex.: Naquele tempo, podíamos dor-
As palavras certo e bastante serão pronomes mir com as portas abertas; Bons tempos aqueles!
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer- z Referência a um afastamento afetivo. Ex.: Não
to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o conheço aquela mulher.
modelo de carro certo (adjetivo). z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro
A palavra bastante frequentemente gera dúvida termo de uma relação expositiva. Ex.: Saí para lan-
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- char com Ana e Beatriz, esta preferiu beber chá,
do, por isso, fique atento: aquela, refrigerante.
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas. Dica
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente O pronome “mesmo” não pode ser usado em
ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não função demonstrativa referencial, veja:
foram bastantes para a festa. O candidato fez a prova, porém o mesmo esque-
ceu de preencher o gabarito. ERRADO.
z Bastante (Pronome indefinido): “Bastantes ban-
cos aumentaram os juros”
O candidato fez a prova, porém esqueceu de
preencher o gabarito. CORRETO.
Pronomes Demonstrativos

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e


apontam elementos a que se referem as pessoas do EXERCÍCIO COMENTADO
discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
LÍNGUA PORTUGUESA

da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço 1. (FCC – 2018) “Tratando do estado de solidão ou da
textual. necessidade de convívio, Sêneca vê no estado de soli-
dão uma contrapartida da necessidade de convívio,
z 1ª pessoa: Este, Estes / Esta, Estas. assim como vê na necessidade de convívio uma aber-
z 2ª pessoa: Esse, Esses / Essa, Essas. tura para encontrar satisfação no estado de solidão.”
z 3ª pessoa: Aquele, Aqueles / Aquela, Aquelas. Evitam-se as viciosas repetições do texto acima subs-
z Invariáveis: isto, isso, aquilo. tituindo-se os elementos grifados, na ordem dada, por:

Usamos este, esta, isto para indicar: a) naquele – desta – nesta – naquele.
b) nisso – daquilo – naquela – deste.
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- c) este – do outro – na primeira – no último.
dade de algo ao falante. Ex.: Esta caneta aqui é d) nisto – disso – naquela – desse.
minha; Entreguei-lhe isto como prova. e) na primeira – do segundo – numa – noutra. 27
Devemos lembrar das regras de proximidade e dis- z Emprego de o qual: o pronome relativo o qual e
tância que organizam o uso dos pronomes demons- suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
trativos. Resposta: Letra A. do em substituição a outros pronomes relativos,
sobretudo o que, a fim de evitar fenômenos lin-
Pronomes Relativos guísticos, como queísmo. Ex.: O Brasil tem um pas-
sado do qual (que) ninguém se lembra.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os
pronomes relativos têm função muito importante na O pronome o qual pode auxiliar na compreensão
língua, refletida em assuntos de grande relevância textual, desfazendo estruturas ambíguas.
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma,
é essencial conhecer adequadamente a função desses Pronomes Interrogativos
elementos a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo São utilizados para introduzir uma pergunta ao tex-
ou a um pronome substantivo, mencionado anterior- to e se apresentam de formas variáveis (Que? Quais?
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). Ex.:
nado anteriormente) chamamos de antecedente. O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos
São pronomes relativos: anos tem seu pai?
O ponto de exclamação só é usado nas interrogati-
z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, vas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta, interrogativa, indicada por um verbo como: pergun-
quantas. tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Os pronomes interrogativos que e quem são pro-
z Invariáveis: Que, quem, onde, como.
nomes substantivos.
z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso-
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Ex.: Encontrei Pronomes Possessivos
o homem que desapareceu; O cachorro que esta-
va doente morreu; A caneta que emprestei nunca Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
recebi de volta. discurso e indicam posse:

Em alguns casos, há a omissão do antecedente do


relativo que. Ex.: Não teve que dizer (não teve nada 1ª pessoa Meu, minha, meus, minhas
que dizer). SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa Seu, sua, seus, suas
z Emprego do relativo quem: seu antecedente deve 1ª pessoa Nosso, nossa, nossos, nossas
ser uma pessoa ou objeto personificado. Ex.: Fomos PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa, vossos, vossas
nós quem fizemos o bolo. 3ª pessoa Seu, sua, seus, suas
O pronome relativo quem pode fazer referência a algo
subentendido: Quem cala consente (aquele que cala). Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
z Emprego do relativo quanto: seu antecedente a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
deve ser um pronome indefinido ou demonstra- a uma coisa. Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ain-
tivo, pode sofrer flexões. Ex.: Esqueci-me de tudo da que o pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a
quanto foi me ensinado; Perdi tudo quanto pou- relação do pronome é com o objeto da posse.
pei a vida inteira. Outras funções dos pronomes possessivos:
z Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
z Delimitam o substantivo a que se referem;
para indicar posse e aparecer relacionando dois
termos que devem ser um possuidor e uma coisa z Concordam com o substantivo que vem depois dele;
possuída. Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua z Não concordam com o referente;
portuguesa (o relativo cuja está ligando aula (pos-
z O pronome possessivo que acompanha o substan-
suidor) a matéria (coisa possuída).
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
VERBOS
ro com a coisa possuída.
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
cujo: Cujo o, cuja a Certamente, a classe de palavras mais complexa e
Não podemos substituir cujo por outro pronome importante dentre as palavras da língua portuguesa é
relativo; o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
O pronome relativo cujo pode ser preposiciona- e os agentes desses atos, além de ser uma importante
do. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. classe sempre abordada nos editais de concursos; por
Para encontrar o possuidor faça-se a seguinte per- isso; fique atento às nossas dicas.
gunta: “de quem/do que?” Ex.: Vi o filme cujo dire- Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
tor ganhou o Óscar (diretor do que? Do filme.); Vi o em número, pessoa, modo e tempo, além da designação
rapaz cujas pernas você se referiu (pernas de quem? da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.
Do rapaz.) As flexões verbais são marcadas por desinências
que podem ser: número-pessoal, indicando se o
z Emprego do pronome relativo onde: empregado verbo está no singular ou plural, bem como em qual
para indicar locais físicos. Ex.: Conheci a cidade pessoa verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); modo-tem-
onde meu pai nasceu. poral, que indica em qual modo e tempo verbais a
Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumin- ação foi realizada; iremos apresentar estas desinên-
do as formas aonde e donde. Ex.: Irei aonde você for. cias a seguir. Antes, porém, de abordarmos as desi-
O relativo onde pode ser empregado sem antece- nências modo-temporais, precisamos explicar o que
28 dente. Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém. são o modo e o tempo verbais:
Modos
MODO MODO
TEMPO
Indica a atitude da ação/sujeito frente a uma rela- INDICATIVO SUBJUNTIVO
ção enunciada pelo verbo. Futuro -rá e -re -r
z Indicativo: exprime atitude de certeza. Ex.: Estu- Futuro do
-ria *
dei muito para ser aprovado. pretérito

z Subjuntivo: exprime atitude de dúvida, desejo ou * Nem todas as formas verbais apresentam desi-
possibilidade. Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado. nências modo-temporais.
z Imperativo: designa ordem, convite, conselho, súpli-
ca ou pedido. Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado. Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos
(Indicativo)
Tempos
z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
O tempo designa o recorte temporal em que a ação (presente do indicativo) + verbo principal particí-
verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar pio. Ex.: Tenho estudado.
o tempo dessa ação no Passado, Presente ou Futuro.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
Porém, existem ramificações específicas.
liar: TER (pretérito imperfeito do indicativo) + ver-
bo principal no particípio. Ex.: Tinha passado.
z Presente: pode expressar não apenas um fato
atual, como também uma ação habitual. Ex.: z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro do
Estudo todos os dias no mesmo horário. indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:
Uma ação passada. Terei saído.
Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
z Futuro do pretérito composto: Verbo auxiliar: TER
Uma ação futura.
(futuro do pretérito simples) + verbo principal no
Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei)
particípio. Ex.: Teria estudado.
z Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no
passado. Ex.: Estudei até ser aprovado. Flexões Modo-Temporais – Tempos Compostos
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode (Subjuntivo)
indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Ex.: Estudava todos os dias. z Pretérito perfeito composto: Verbo auxiliar: TER
Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ou- (presente o subjuntivo) + Verbo principal particí-
tra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já trans- pio. Ex.: (que eu) Tenha estudado.
bordara da banheira.
z Pretérito mais-que-perfeito composto: Verbo auxi-
z Futuro do presente: indica um fato que deve ser liar: TER (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
realizado em um momento vindouro. Ex.: Estuda- verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) Tivesse
rei bastante ano que vem. estudado
z Futuro do pretérito: expressa um fato posterior
z Futuro composto: Verbo auxiliar: TER (futuro sim-
em relação a outro fato já passado. Ex.: Estudaria
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
muito, se tivesse me planejado.
Ex.: (quando eu) tiver estudado.
A partir dessas informações, podemos também iden-
tificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
tempos compostos. Os tempos verbais simples são for-
mados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no As formas nominais do verbo são as formas infi-
presente, passado ou futuro; já os tempos compostos são nitiva, particípio e gerúndio que eles assumem em
formados por dois verbos, um auxiliar e um principal, determinados contextos. São chamadas nominais pois
nesse caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões. funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais
dos tempos simples e compostos, respectivamente: z Gerúndio: é marcado pela terminação -NDO, seu
valor indica duração de uma ação e, por vezes,
Flexões modo-temporais – tempos simples pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu.
MODO MODO
TEMPO z Particípio: é marcado pelas terminações -ado,
INDICATIVO SUBJUNTIVO
-ido, -do, -to, -go, -so, corresponde nominalmente
LÍNGUA PORTUGUESA

-e (1ª conjugação) ao adjetivo, pode flexionar-se, em alguns casos, em


e número e gênero.
Presente *
-a ( 2ª e 3ª Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
conjugações)
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
Pretérito do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-
-ra (3ª pessoa do plural) *
perfeito nado. Pode ser pessoal ou impessoal.
Pretérito -va (1ª conjugação)
-sse „ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
imperfeito -ia (2ª e 3ª conjugações)
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
Pretérito
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.:
mais-que -ra *
Comer eu; Comermos nós; É para aprenderem
-perfeito que ele ensina. 29
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
do verbo, servindo para indicar apenas a con- alterações no radical e nas desinências verbais,
jugação. Ex.: Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª consideradas anomalias morfológicas, por isso,
conjugação; Partir - 3ª conjugação. recebem essa classificação. Um exemplo bem
usual de verbos dessa categoria é o verbo ser. Na
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou língua portuguesa, apenas dois verbos são classi-
orações reduzidas. ficados dessa forma, os verbos ser e ir. Vejamos a
conjugação do verbo ser:
„ Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
bos que funcionam como um verbo. Ex.: Ter de
+ verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar PRETÉRITO PERFEITO
para pagar as contas; Haver de + verbo principal PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.
Eu sou Fui
Não confunda locuções verbais com tempos com-
Tu és Foste
postos. O particípio formador de tempo composto na
voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realiza- Ele/ você é Foi
do sua missão.
Nós somos Fomos
Classificação dos Verbos
Vós sois Fostes
Os verbos são classificados quanto a sua forma de Eles/ vocês são Foram
conjugação e podem ser divididos em: regulares, irre-
gulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronomi-
nais, reflexivos, impessoais e os auxiliares, além das Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- tam uma forma específica de irregularidade, que oca-
des de cada um a seguir: siona uma anomalia em sua conjugação, por isso, são
classificados como anômalos.
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
de compreender, pois apresentam regularidade no z Abundantes: são formas verbais abundantes os
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- verbos que apresentam mais de uma forma de
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- particípio aceitas pela norma culta gramatical.
têm o paradigma morfológico com o radical, que Geralmente, apresentam uma forma de particípio
permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar. regular e outra irregular; falaremos disso poste-
riormente, quando trataremos das formas nomi-
PRETÉRITO PERFEITO nais do verbo. Vejamos alguns verbos abundantes:
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
Eu canto Cantei PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
Tu cantas Cantaste REGULAR IRREGULAR
Ele/ você canta Cantou Acender Acendido Aceso
Nós cantamos Cantamos Afligir Afligido Aflito
Vós cantais Cantastes
Corrigir Corrigido Correto
Eles/ vocês cantam Cantaram
Encher Enchido Cheio
z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
alteração no radical e nas desinências verbais, por Fixar Fixado Fixo
isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor-
re irregularmente, seguindo um paradigma pró- � Defectivos: são verbos que não apresentam algu-
prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
uma sutil diferença na conjugação do verbo estar um defeito na conjugação, por isso o nome. São
que utilizamos como exemplo, isso é importante defectivos os verbos colorir, precaver, reaver.
para não confundir os verbos irregulares com os Esses verbos não são conjugados na primeira pes-
verbos anômalos. Ex.: Verbo estar.
soa do singular do presente do indicativo. Bem
como: Aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extor-
PRETÉRITO PERFEITO quir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir,
PRESENTE INDICATIVO computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir,
INDICATIVO
soer.
Eu estou Estive Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
nos temporais também apresentam essa caracte-
Tu estás Esteves
rística, como latir, bramir, chover.
Ele/ você está Esteve
� Pronominais: esses verbos apresentam um pro-
Nós estamos Estivemos nome oblíquo átono integrando sua forma verbal;
é importante lembrar que esses pronomes não
Vós estais Estiveste apresentam função sintática. Predominantemen-
te, os verbos pronominas apresentam transitivida-
Eles/ vocês estão Estiveram
30 de indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se
„ Particípio: terminações: -ADO, -IDO, -DO, -TO,
PRETÉRITO PERFEITO -GO, -SO. Apresenta valor adjetivo e pode ser
PRESENTE INDICATIVO
INDICATIVO
classificado em particípio regular e irregular,
Eu me sento Sentei-me sendo as formas regulares finalizadas em -ADO
e -IDO.
Tu te sentas Sentaste-te
A norma culta gramatical recomenda o uso do par-
Ele/ você se senta Sentou-se
ticípio regular com os verbos ter e haver, já com os
Nós nos sentamos Sentamo-nos verbos ser e estar, recomenda-se o uso do particípio
irregular. Ex.: Os policiais haviam expulsado os ban-
Vós vos sentais Sentastes-vos didos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR,
z Reflexivos: são os verbos que apresentam pro- PasseAR);
nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta- ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER,
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses
pÔR);
verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Par-
mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal; Nós nos cum-
tIR, SaIR)
primentamos friamente.
O verbo pôr corresponde à segunda conjuga-
z Impessoais: são verbos que designam fenômenos ção, pois origina-se do verbo poer, o mesmo
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. acontece com verbos que deste derivam.

O verbo haver com sentido de existir ou marcando Vozes verbais


tempo decorrido também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas; Há dois anos, fui As vozes verbais definem o papel do sujeito na
aprovado em concurso público. oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
Os verbos ser e estar também são verbos impes- verbal ou se ele recebe a ação verbal.
soais, quando designam fenômeno climático ou tempo.
Ex.: Está muito quente!; Era tarde quando chegamos.
z Ativa: O sujeito é o agente, praticando a ação ver-
O verbo ser para indicar hora, distância ou data
bal. Ex.: O policial deteve os bandidos.
concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, z Passiva: O sujeito é paciente, sofre a ação verbal.
quando indicar tempo decorrido ou tempo climáti- Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial – pas-
co. Ex.: Faz anos que estudo para concursos; Aqui faz siva analítica; Detiveram-se os criminosos – pas-
muito calor. siva sintética.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sin- z Reflexiva: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
taticamente, classificamos como sujeito inexistente. tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver-
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia.
Dica z Recíproca: O sujeito é agente e paciente ao mesmo
O verbo ser será impessoal quando o espaço tempo, porém percebemos que há uma ação com-
sintático ocupado pelo sujeito não estiver preen- partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos
se olharam antes do julgamento.
chido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma
do verbo fazer, podendo ser impessoal, tam-
A voz passiva é realizada a partir da troca de
bém, o verbo IR: “vai uns bons anos que não vejo
funções entre sujeito e objeto da voz ativa; falamos
Mariana” melhor desse processo no capítulo funções do SE em
verbos transitivos direto.
z Verbos Auxiliares: os verbos auxiliares são Só podemos transformar uma frase da voz ativa
empregados nas formas compostas dos verbos e para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
também nas locuções verbais. Os principais verbos transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva
auxiliares dos tempos compostos são ter e haver. com a presença do objeto direto.
A voz reflexiva indica uma ação praticada e rece-
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a bida pelo sujeito ao mesmo tempo; essa relação pode
concordância verbal, porém, o verbo principal deter- ser alcançada com apenas um indivíduo que pratica e
mina a regência estabelecida na oração.
LÍNGUA PORTUGUESA

sofre a ação. Ex.: O menino se agrediu.


Apresentam forte carga semântica que indica Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou mais
modo e aspecto da oração; tratamos mais desse assun- indivíduos que praticam e sofrem a ação. Ex.: Apesar
to no tópico verbos auxiliares no final da gramática. do ódio mútuo, os candidatos se cumprimentaram.
São importantes na formação da voz passiva No último caso, a voz reflexiva é também chamada
analítica. de recíproca, por isso, fique atento.
Não confunda os verbos pronominais com as
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos vozes verbais. Os verbos pronominais que indicam
três formas nominais dos verbos: sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-
-se, entre outros acompanham um pronome que faz
„ Gerúndio: terminação -NDO. Apresenta valor parte integrante do seu significado, diferentemente
durativo da ação e equivale a um advérbio ou das vozes verbais que acompanham o pronome SE
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando. com função sintática própria. 31
Outras funções do “SE” O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
Como vimos, o SE pode funcionar como item essen- que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
cial na voz passiva; além dessa função, esse elemento ção são, predominantemente, regulares.
também acumula outras atribuições. Vejamos:

z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é PRESENTE - INDICATIVO


feita com verbos transitivos direto (TD) ou transiti-
Eu Crio
vos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o SE
junto ao verbo, por isso o elemento SE é designado Tu Crias
partícula apassivadora, nesse contexto. Ex.: Busca-
-se a felicidade (voz passiva sintética) – SE (partícu- Ele/Você Cria
la apassivadora)
O SE exercerá essa função apenas: Nós Criamos

Vós Criais
„ Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
„ Verbos concordam com o sujeito; Eles/Vocês Criam
„ Com a voz passiva sintética.
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
Lembramos que na voz passiva nunca haverá objeto
direto (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. mente, são irregulares e apresentam alguma modi-
ficação no radical ou nas desinências. Assim como o
z Índice de indeterminação do sujeito: o SE fun- verbo passear, são derivados dessa terminação os
cionará nessa condição quando não for possível verbos:
identificar o sujeito explícito ou subentendido.
Além disso, não podemos confundir essa função PRESENTE - INDICATIVO
do SE com a de apassivador, já que para ser índi-
ce de indeterminação do sujeito a oração precisa Eu Passeio
estar na voz ativa.
Outra importante característica do SE como índi- Tu Passeias
ce de indeterminação do sujeito ocorre em verbos
transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos Ele/Você Passeia
de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar
Nós Passeamos
na 3ª pessoa do singular. Ex.: Acredita-se em Deus.
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Vós Passeais
xivo, a partícula SE indicará reflexão ou recipro-
Eles/Vocês Passeiam
cidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
cipais características são: Conjugação de Alguns Verbos
„ Sujeito recebe e pratica a ação;
Vamos, agora, conhecer algumas conjugações de
„ funcionará, sintaticamente, como objeto direto
ou indireto; verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
„ o sujeito da frase poderá estar explícito ou to de questões em concursos.
implícito. Ex.: Ele se via no espelho / Deu-se um Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo
presente de aniversário. as mesmas desinências desse verbo, as formas

z Parte integrante do verbo: nesses casos, o SE será PRESENTE - INDICATIVO


parte integrante dos verbos pronominais, acompa-
nhando-o em todas as suas flexões. Quando o SE Eu Adiro
exerce essa função, jamais terá uma função sin-
tática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar Tu Aderes
explícito ou implícito. Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da
mãe, quando olhou a filha. Ele/Você Adere
z Partícula de realce: será partícula de realce o SE Nós Aderimos
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo no
sentido e na compreensão global do texto. A partícu- Vós Aderis
la de realce não exerce função sintática, pois é desne-
cessária. Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos. Eles/Vocês Aderem
z Conjunção: o SE será conjunção condicional,
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
SE exerce função de conjunção integrante, ape- PRESENTE - INDICATIVO
nas ligando as orações e poderá ser substituída
Eu Ponho
pela conjunção caso. Ex.: Se ele estudar, irá ser
aprovado. Tu Pões
Ele/Você Põe
Conjugação de Verbos Derivados
Nós Pomos
Vamos conhecer, a seguir alguns verbos cuja con- Vós Pondes
jugação apresenta paradigma derivado, auxiliando a
Eles/Vocês Põem
32 compreensão dessas conjugações verbais.
São conjugados da mesma forma os verbos: dispor, Em vez de comer lanches gordurosos, coma frutas
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, en- = substituição. / Ao invés de chegar molhado, chegou
trepor, supor. cedo = oposição.
Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acessado em: 19/11/2020.

EXERCÍCIO COMENTADO Combinações e Contrações


1. (FCC – 2018) “Uma tendência que já coroava as edi-
ções anteriores do prêmio”. As preposições podem ser contraídas com outras
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que classes de palavras, veja:
se encontra acima está sublinhado em:
z Preposição + artigo:
a) Por meio do qual definia uma suposta obra de arte. A + a, as, o, os: à, às, ao, aos.
b) O novo prêmio atenderia o mercado. De + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do,
c) Ou o que o contraria. dos, dum, duns, duma, dumas.
d) O leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas. Por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos.
e) Ele contempla os títulos com mais chance. Em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas, no,
nos, num, nuns, numa, numas.
“Coroava”, assim como “definia”, está conjugado no
pretérito imperfeito do indicativo. Resposta: Letra A. z Preposição + pronome demonstrativo:
A + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: àque-
PREPOSIÇÕES le, àqueles, àquela, àquelas, àquilo.
Em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
Conceito essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aqui-
lo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse, nes-
São palavras invariáveis que ligam orações ou sa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela, na-
outras palavras. As preposições apresentam funções queles, naquelas, naquilo.
importantes tanto no aspecto semântico quanto no De + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses, es-
aspecto sintático, pois complementam o sentido de sas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado deste, desta, destes, destas, disto, desse, dessa,
sem a presença da preposição, modificando a transiti- desses, dessas, disso, daquele, daquela, daque-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de les, daquelas, daquilo.
sentido de palavras deverbais1.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, z Preposição + advérbio:
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- De + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém.
te, por, sem, sob, trás. z Preposição + pronomes pessoais:
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
Em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas.
chamadas pois pertencem a outras classes gramaticais,
De + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.
mas, ocasionalmente, funcionam como preposições.
Eis algumas: afora, conforme (quando equivaler a z Preposição + pronome relativo:
“de acordo com”), consoante, durante, exceto, salvo, A + onde: aonde.
segundo, senão, mediante, que, visto (quando equi-
valer a “por causa de”). z Preposição + pronomes indefinidos:
De + outro, outras: doutro, doutros, doutra, doutras.
Locuções Prepositivas
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por
São grupos de palavras que equivalem a uma pre- Preposições
posição. Ex.: Falei sobre o tema da prova; Falei acerca
do tema da prova. É importante ressaltar que as preposições podem
A locução prepositiva na segunda frase substitui apresentar valor relacional ou podem atribuir um
perfeitamente a preposição sobre. As locuções pre- valor nocional. As preposições que apresentam um
positivas sempre terminam em uma preposição, e há valor relacional cumprem uma relação sintática
apenas uma exceção: a locução prepositiva com sen- com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são
tido concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos chamados deverbais, conforme já mencionamos ante-
alguns exemplos de locuções prepositivas: riormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
com adjetivos e advérbios, os quais também apresen-
LÍNGUA PORTUGUESA

de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;


tarão função deverbal.
graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quan-
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
to a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de.
Algumas locuções prepositivas apresentam seme- pela regência do verbo concordar).
lhanças morfológicas, mas significados completamen- Tenho medo da queda (preposição exigida pelo
te diferentes, como: complemento nominal).
A opinião dos diretores vai ao encontro do pla- Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
nejamento inicial = Concordância. / As decisões do gida pelo adjetivo).
público foram de encontro à proposta do programa = Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
Discordância. advérbio).
1  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: A filmagem, O pagamento, A falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 33
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Conjunções Coordenativas
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença. As conjunções coordenativas são aquelas que
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
nal é preponderante apresentam uma modificação fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas
no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora-
componentes obrigatórios na construção da senten- ção. As conjunções coordenadas podem ser:
ça, divergindo das preposições de valor relacional.
As preposições de valor nocional estabelecem uma z Aditivas: E, nem, bem como, não só, mas também,
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.:
etc. Vejamos algumas: Não fiz os exercícios nem revisei. O gato era o pre-
ferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativa: Mas, porém, contudo, todavia, entre-
VALOR NOCIONAL DAS tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). Ex.:
SENTIDO
PREPOSIÇÕES Não tenho um filho, mas dois. A culpa não foi a
Posse Carro de Marcelo população, senão dos vereadores (equivale a “mas
sim”).
O cachorro está sob a
Lugar
mesa „ Importante: a conjunção E pode apresentar
Votar em branco, chegar valor adversativo, principalmente quando é
Modo antecedido por vírgula: Estava querendo dor-
aos gritos
mir, e o barulho não deixava.
Causa Preso por estupro
z Alternativas: Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja,
Assunto Falar sobre política
ora...ora, já...já. Ex.: Estude ou vá para a festa. Seja
Descende de família por bem, seja por mal, vou convencê-la.
Origem
simples
„ Importante: a palavra senão pode funcionar
Olhe para frente! Iremos
Destino como conjunção alternativa: Saia agora, senão
a Paris
chamarei os guardas! (podemos trocá-la por ou).

z Explicativas: Que, porque, pois, (se vier no início


da oração), porquanto. Estude, porque a caneta é
EXERCÍCIO COMENTADO mais leve que a enxada!

1. (FCC – 2018) Observe as seguintes passagens: „ Importante: Pois com sentido explicativo ini-
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois
I. Para o comitê, Brasília era um marco do desenvolvi- sinto saudades.
mento moderno.
II. Mas, para ganhar o título de patrimônio mundial, preci- Pois conclusivo fica após o verbo, deslocado entre
sava de leis... vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, pois, a
III. Criadas por Lucio Costa para organizar o sítio urbano... subir.
IV. Para muitos, o Plano Piloto lembra um avião.
z Conclusiva: Logo, portanto, então, por isso, assim,
Considerando-se o contexto, o vocábulo para exprime por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra-
ideia de finalidade em: se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
aprovado.
a) I e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas. As conjunções e, nem não devem ser empregadas
c) III e IV, apenas. juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam a
d) II e III, apenas. mesma relação aditiva o uso concomitante acarreta
e) I, II, III e IV. em redundância.

A preposição “para” indicará finalidade quando puder Conjunções Subordinativas


ser substituída pela locução “a fim de”, como ocorre
nos itens II e III. Resposta: Letra D. Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
CONJUNÇÕES apresentadas em um texto; porém, diferentemente
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
Assim como as preposições, as conjunções também subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
são invariáveis e também auxiliam na organização para terem o sentido apreendido.
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
ções. Por manterem relação direta com a organização z Causal: Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser: visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
34 coordenativas ou subordinativas. etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca se arrumava.
z Consecutiva: Que (depois de tal, tanto, tão), de Nem precisamos ler o texto mencionado pela ques-
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.: tão para sabermos que o item está errado, pois
Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. conquanto, assim como embora, é uma conjunção
concessiva. Resposta: Errado.
z Comparativa: Como, que nem, que (depois de
mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
como um touro. INTERJEIÇÕES

z Conformativa: Conforme, como, segundo, de As interjeições também fazem parte do grupo de


acordo com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu con- palavras invariáveis, tal como as preposições e as con-
forme o planejado. junções. Sua função é expressar estado de espírito e
z Concessiva: Embora, conquanto, ainda que, mes- emoções, por isso, apresenta forte conotação semânti-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que ca; ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado. a uma frase. Ex.: Tchau!
As interjeições, como mencionamos, indicam rela-
z Condicional: Se, caso, desde que, contanto que, ções de sentido diversas; a seguir, apresentamos um
a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse quadro com os sentimentos e sensações mais expres-
falar com você, teria respondido sua mensagem.
sos pelo uso de interjeições:
z Proporcional: À proporção que, à medida que,
quanto mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.:
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser
aprovado. Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
z Final: Final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- Alívio Arre! Ufa! Ah!
fessora dá exemplos para que você aprenda!
Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva!
z Temporal: Quando, enquanto, assim que, até que,
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che-
guei à cidade, fui assaltado. Repulsa Irra! Fora! Abaixo!

Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!


Os valores semânticos das conjunções não se
prendem às formas morfológicas desses elementos. Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
O valor das conjunções é construído contextualmen-
te, por isso, é fundamental estar atento aos sentidos Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
estabelecidos no texto. Ex.: Se Mariana gosta de você, Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
por que você não a procura? (SE = causal = já que);
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar
puro no campo. (quando = causal = já que). É salutar lembrar que o sentido exato de cada
interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
Conjunções Integrantes texto; por isso, em questões que abordem essa classe
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a
As conjunções integrantes fazem parte das orações interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram expresso no texto.
uma oração principal à outra, subordinada. Existem Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se. va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
como uma interjeição. Lembrem-se dos palavrões, por
z Quando é possível substituir o que pelo pronome exemplo, que são interjeições por excelência, mas, depen-
isso, estamos diante de uma conjunção integrante. dendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso. Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
z Sempre haverá conjunção integrante em orações que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
substantivas e, consequentemente, em períodos
Ora bolas! Valha-me Deus!
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa.
Perguntei = isso.
z Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que
LÍNGUA PORTUGUESA

EMPREGO DO ACENTO INDICATIVO DE


o Brasil é um país desigual (errado). Sabe-se que o
Brasil é um país desigual (certo). CRASE
Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção
EXERCÍCIO COMENTADO da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O uso da conjunção le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela
“embora” pela conjunção “conquanto” prejudicaria o marcação (`) + (a) = (à).
sentido original do texto:
Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. 35
Regra geral: haverá crase sempre que o termo � Antes de forma verbal infinitiva
antecedente exija a preposição a e o termo conse- Ex.: Os produtos começaram a chegar.
quente aceite o artigo a. “Os homens, dizendo em certos casos que vão falar
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo) com franqueza, parecem dar a entender que o
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- fazem por exceção de regra.” (MM)
ge preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + � Antes de expressão de tratamento
palavra que não aceita artigo). Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa
Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação Excelência.
no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
dam no momento de identificação: � No a (singular) antes de palavra no plural, quando
a regência do verbo exigir preposição
Casos Convencionados Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes.
z Locuções adverbiais formadas por palavras � Antes dos pronomes relativos quem e cuja
femininas: Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos
Ex.: Ela foi às pressas para o camarim. o pacote.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro. Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio.
Espero vocês à noite na estação de metrô.
Estou à beira-mar desde cedo.
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu-
z Locuções prepositivas formadas por palavras ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
femininas: Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
Ex.: Ficaram à frente do projeto. contrato.
z Locuções conjuntivas formadas por palavras Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
femininas: suspeita de fraude.
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão Eles estavam conservando a certa altura.
aumentando. Faremos a obra a qualquer custo.
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade.
� Quando indicar marcação de horário, no plural
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas. � Antes de demonstrativos
Fique atento ao seguinte: entre números teremos Ex.: Não te dirijas a essa pessoa
que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase) � Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase) personalidades históricas
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin.
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
aquilo: � Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
àquele outono. O pacote foi entregue a ti ontem.
Por favor, entregue as flores àquela moça que está
sentada. � Nas expressões tautológicas (face a face, lado a
Dedique-se àquilo que lhe faz bem. lado)
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
de: de justiça.
Ex.: Referimo-nos à que está de preto. � Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância
Referimo-nos à de preto. sem determinante
� Com o pronome relativo a qual, as quais: Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou Astronauta volta a Terra em dois meses.
de sair. Os pesquisadores chegaram a terra depois da
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de expedição marinha.
férias. Vocês o observaram a distância.
Casos Proibitivos
Crase Facultativa
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
orientação de quando não usar a crase. Nestes casos, podemos escrever as palavras das
duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
� Antes de nomes masculinos
detalhadamente, observe as seguintes dicas:
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
rial agrada a todos.” (MM)
O carro é movido a álcool. � Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem
Venda a prazo. se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara.
� Antes de palavras femininas que não aceitam
artigos � Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: Iremos a Portugal. Ex.: Iremos a/à sua residência.

Macete de crase: � Após preposição até, com ideia de limite


Se vou a; Volto da = Crase há! Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
Se vou a; Volto de = Crase pra quê? “Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
Ex.: Vou à escola / Volto da escola. às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho
36 Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza. afeto.” (CBr. 1, 67)
Casos Especiais Justificativa do erro no item II: a palavra “desde”
é uma preposição que “designa o ponto de partida
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra. de um movimento ou extensão (no espaço, no tem-
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes po ou numa série), para assinalar especialmente a
forem femininos, normalmente a crase não será utili- distância” (ROCHA LIMA, 1997). Portanto, a forma
zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para
correta é “desde as 8h”.As outras alternativas estão
evitar ambiguidades.
corretas: na I, cabe crase antes do pronome relativo;
Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto)
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de na III, há paralelismo – no primeiro termo, “a pista”
instrumento) tem artigo, no segundo, deverá ter também, além da
Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto) preposição a, originando a crase.
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
instrumento)

Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com


Nomes de Lugares SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE
Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
moro em Copacabana, passo por Copacabana) Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre
os grandes grupos de palavras existentes na língua,
� Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru-
passo pela Bahia) pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases,
nós construímos um painel morfológico.
Macetes As palavras normalmente recebem uma dupla
classificação: a morfológica, que está relacionada à
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído classe gramatical a que pertencem, e a sintática, rela-
por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra cionada à função específica que assumem em deter-
a, com a, à moda de, durante a; minada frase.
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase; Frase

z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder Frase é todo enunciado com sentido completo.
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
uma equivaler a a duas, não ocorre crase; conjunto de palavras.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui- Ex.: Fogo!
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos Silêncio!
por a este, a esta e a isto; “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
Ramos)
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
nomes de cidades quando esses termos estiverem Oração
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
tância de 200 metros do pico da montanha.
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu-
A compreensão da crase vai muito além da estética ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
gramatical, pois serve também para evitar ambigui- tá-lo completo ou incompleto.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, poluição.
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque)
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
advérbio de instrumento da ação de pintar. Período

Período é o enunciado constituído de uma ou mais


orações.
EXERCÍCIO COMENTADO Classifica-se em:

� Simples: possui apenas uma oração.


1. (TJ-SC – 2010) Quanto ao uso da crase:
Ex.: O sol surgiu radiante.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ninguém viu o acidente.


I. O anúncio foi feito por meio da rede de miniblogs Twirter, � Composto: possui duas ou mais orações.
à qual ele aderiu duas semanas atrás. Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
II. Estou esperando por você desde às 8 horas da manhã. (Chico Buarque)
III. Alguns investigadores preferiram seguir a pista do Chegou Em Casa E Tomou Banho.
dinheiro à da honra.
IV. Cabe a cada um decidir o rumo que dará à sua vida. PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

a) Somente as proposições II e IV estão corretas. Os termos que formam o período simples são dis-
b) Estão corretas somente as proposições I, III e IV. tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte-
c) Estão corretas somente as proposições II, III e IV. grantes (complemento verbal, complemento nominal
d) Estão corretas somente as proposições I, II e III. e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
e) Todas as proposições estão corretas. adjunto adverbial e aposto). 37
Termos Essenciais da Oração Tipos de Sujeito

São aqueles indispensáveis para a estrutura básica Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por Simples
exemplo. São eles: Sujeito e Predicado. Veremos a
seguir cada um deles. DETERMINADO Composto

SUJEITO Elíptico

É o elemento que faz ou sofre a ação determinada Com verbos flexionados na 3ª


pelo verbo. pessoa do singular
O sujeito pode ser: INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
se (índice de indeterminação do
� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
sujeito)
� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa
pelo verbo; Usado para fenômenos da
� o termo que pode ser substituído por um pronome INEXISTENTE natureza ou com verbos
do caso reto; impessoais
� o termo com o qual o verbo concorda.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
da COVID-19. lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:

No exemplo anterior a população é: „ Simples: quando há apenas um núcleo.


Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Núcleo: aluguel
rou pela compra da vacina); Sujeito simples: O aluguel da casa
z O elemento que pratica a ação de implorar; „ Composto: quando há dois núcleos ou mais.
z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores
z O termo que pode ser substituído por um pronome
do caso reto. „ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não
(Ele implorou pela compra da vacina da COVID-19.) aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere.
Núcleo do sujeito Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu)

O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal z Indeterminado: quando não é possível identificar
porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O o sujeito na oração, mas ainda sim está presente.
núcleo indica a palavra que realmente está exercen- Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa-
do determinada função sintática, que atua ou sofre do por um índice de indeterminação do sujeito, a
a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan- partícula “se”.
tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
pronome. „ Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural,
não se referindo a nenhuma palavra determi-
z O sujeito simples contém apenas um núcleo. nada no contexto.
Ex.: O povo pediu providências ao governador. Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.
Sujeito: O povo Entende-se que alguém passou cedo.
Núcleo do sujeito: povo
„ Colocando-se verbos sem complemento direto
z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído (intransitivos, transitivos diretos ou de ligação)
de dois ou mais termos. na 3ª pessoa do singular acompanhados do pro-
As luzes e as cores são bem visíveis. nome se, que atua como índice de indetermina-
Sujeito: As luzes e as cores ção do sujeito.
Núcleo do sujeito: luzes/cores Ex.: Não se vê com a neblina.
Entende-se que ninguém consegue ver nessa
Dica condição.
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
as expressões interrogativas quem? ou o quê?
Antes do verbo. EXERCÍCIO COMENTADO
Ex.: A população pediu uma providência ao
governador. 1. (CONSESP – 2018) Assinale a alternativa em que
quem pediu uma providência ao governador? temos sujeito indeterminado.
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o a) Levaram-me para uma casa velha.
outro. b) Era uma tarde maravilhosa.
o que iria de um lado para o outro? c) Vendem-se espetos de carne aqui.
38 Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito). d) Alguns assistiram ao filme até o final.
A construção verbal “Levaram-me”, da alternativa
A, indica que o sujeito está na 3ª pessoa do plural EXERCÍCIO COMENTADO
e é indeterminado porque não se sabe quem levou.
Resposta: Letra A. 1. (FURB – 2019) Assinale a alternativa que contém
a classificação correta do sujeito da oração “Neste
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito primeiro momento, foram entregues 30 aparelhos
auditivos”.
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração
a) Sujeito composto.
não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos
b) Oração sem sujeito.
são impessoais e normalmente representam fenôme-
c) Sujeito oculto (desinencial).
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer d) Sujeito indeterminado.
ou haver no sentido de existir. e) Sujeito simples.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
Basta de confusão. O sujeito da oração é “30 aparelhos auditivos”. Na
Há dois anos esse restaurante abriu. ordem direta, a sentença fica: “30 aparelhos audi-
tivos foram entregues neste primeiro momento”.
Como o sujeito é formado por apenas um núcleo, o
sujeito é simples. Resposta: Letra E.
EXERCÍCIO COMENTADO
PREDICADO
1. (FEPESE – 2016) Na oração “Uma partícula extrema-
mente quente e pesada começou a se ‘contorcer’”, o É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
núcleo do sujeito é a palavra: o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
a) quente. não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
b) pesada.
impossível existir uma oração sem sujeito.
c) partícula.
d) contorcer
O predicado pode ser:
e) extremamente.
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
“Partícula” corresponde ao termo central do sujei- Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
to “uma partícula extremamente quente e pesada”. (José de Alencar)
Portanto, tem função de núcleo do sujeito. Resposta: Predicado: seguem sua marcha
Letra C. z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
to (oração sem sujeito):
Classificação do Sujeito Quanto à Voz Ex.: Chove pouco nesta época do ano.
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
z Voz ativa (sujeito agente)
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Para determinar o predicado, basta separar o
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
ce a ação na frase. do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
z Voz passiva sintética (sujeito paciente) Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias)
Ex.: Corta-se cabelo.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da
oração. Classificação do Predicado

Importante notar que não há preposição entre A classificação do predicado depende do significa-
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo, do e do tipo de verbo que apresenta.
LÍNGUA PORTUGUESA

“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais


sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal. z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
Precisa-se de cabelo. nificativo se concentra em um nome (corresponde
a um predicativo do sujeito).
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal,
O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é
O predicado nominal tem por núcleo um nome
indeterminado, marcado pelo índice de indetermina- (substantivo, adjetivo ou pronome).
ção “-se”. Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo
Mendes)
z Voz passiva analítica (sujeito paciente) Predicado: são mais bonitas.
Ex.: A minha saia azul está rasgada. Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen- Bilac)
ça da partícula -se. Predicado: estão cheias de calafrios. 39
É importante não confundir: z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto
mas um estado momentâneo ou permanente que indireto (com preposição).
relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou-
o predicativo do sujeito. tras.” (Machado de Assis)
z Predicativo do sujeito; função exercida por subs- Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri- Objeto direto 1: anedotas
buem uma condição ou qualidade ao sujeito. Objeto indireto 1: lhe
Ex.: O garoto está bastante feliz. Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Verbo de ligação: está. Objeto direto 2: outras
Predicativo do sujeito: bastante feliz. Objeto indireto 2: lhe.
Ex.: Seu batom é muito forte.
Verbo de ligação: é. z Verbo intransitivo (VI): É aquele capaz de cons-
Predicativo do sujeito: muito forte. truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da
oração.
EXERCÍCIO COMENTADO Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
Verbo intransitivo: adormeciam.
1. (AMEOSC – 2019) “Elas são diferentes uma da outra,
[...]”. Na oração, os termos destacados exercem fun-
ção sintática de: EXERCÍCIO COMENTADO
a) Predicado nominal. 1. (CRESCER CONSULTORIAS – 2019) Ocorre predicado
b) Predicado verbal. verbal em:
c) Predicado verbo-nominal.
d) Predicativo do sujeito. a) “O rapaz foi condenado a dez anos de liberdade vigia-
da e terapia”.
O verbo “são” é de ligação, o que confere uma b) “Mesmo se formos todos bem intencionados”.
característica do sujeito com os termos posteriores c) “Crianças ricas são mais vulneráveis a problemas de
“diferentes uma da outra”, que são o predicativo do abuso de substâncias”.
sujeito. Portanto, a alternativa correta é a A, consi- d) “Filhos de pais ricos não estão necessariamente livres
derando que o predicado da oração é nominal. Res- de problemas de adequação”.
posta: Letra A.
O predicado “foi condenado a dez anos de liberdade
Predicado Verbal vigiada e terapia” contém um verbo intransitivo dire-
to (“foi”) e, consequentemente, um complemento de
Ocorre quando há dois núcleos significativos: um mesmo valor sintático. Resposta: Letra A
verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi-
cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do Predicado Verbo-Nominal
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os
demais termos do predicado. Ocorre quando há dois núcleos significativos:
O verbo do predicado pode ser classificado em um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. transitivo, predicativo do objeto).

z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
ge um complemento não preposicionado, o objeto Verbo intransitivo: parou
direto. Predicativo do sujeito: atento
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
Noel Rosa Repare que no primeiro exemplo o termo “atento”
Verbo Transitivo Direto: Fazer. está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. considerado predicativo do sujeito.
Verbo Transitivo Direto: trouxe.
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
vo indireto tem como necessidade o complemen- Verbo intransitivo: marchou
to acompanhado de uma preposição para fazer Predicativo do sujeito: desorientado
sentido.
Ex.: Nós acreditamos em você. No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi-
Verbo transitivo indireto: acreditamos ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei-
Preposição: em to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
Verbo transitivo indireto: obedeceu Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha-
Preposição: a (a + os) do de Assis)
Ex.: Os professores concordaram com isso. Verbo transitivo direto: achou
Verbo transitivo indireto: concordaram Objeto direto: o raciocínio
40 Preposição: com Predicativo do objeto: exato
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um Complementos Verbais
julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, que é o
objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir São termos que completam o sentido de verbos
que temos um caso de predicativo do objeto, visto que transitivos diretos e transitivos indiretos.
“exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
O que é o predicativo do objeto? z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
É o termo que confere uma característica, uma panhado de preposição.
qualidade, ao que se refere. Ex.: Examinei o relógio de pulso.
A formação do predicativo do objeto se dá por um Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
adjetivo ou por um substantivo. O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. aqueles)
Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas. Pronomes e sua relação com o objeto direto
Predicativo do objeto: vitoriosa Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
Para facilitar a identificação do predicativo do variações lo(s), la(s), no(s), na(s), “que” quase sem-
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres- pre exercem função de objeto direto, os pronomes
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí- oblíquos me, te, se, nos, vos também podem exercer
fica é relacionar o predicativo ao nome. essa função sintática.
O filme foi proveitoso. Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
Ela era vitoriosa.
quem? A minha pessoa”)
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
(= “Nunca tomeis quem? Vós”)
ligação (foi e era, respectivamente).
Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
“Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
EXERCÍCIOS COMENTADOS “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
1. (SERCTAM – 2016) Na oração “Este homem parece ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
uma criança”, o termo destacado é: pronome relativo que.
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
a) sujeito. esse algo é o objeto direto)
b) predicado verbal. Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
c) predicativo do objeto. feminino definido)
d) predicado nominal.
e) predicado verbo-nominal. z Objeto direto preposicionado
O verbo “parece” é transitivo direto, e “uma crian-
ça” tanto complementa o sentido do verbo como Mesmo que o verbo transitivo direto não exija
caracteriza o sujeito “Este homem”. Portanto, o tre- preposição no seu complemento, algumas palavras
cho “parece uma criança” corresponde a um predi- requerem o uso da preposição para não perder o sen-
cado nominal. Resposta: Letra D. tido de “alvo” do sujeito.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros
2. (FUMARC – 2012) Há oração sem sujeito em: facultativos.
a) “Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.”
b) “Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade [...]” Exemplos com ocorrência obrigatória de preposição:
c) “Com certeza, já haviam tomado café da manhã em
casa [...]” Não entendo nem a ele nem a ti.
d) “É muito grave esse processo de abstração da lingua- Respeitava-se aos mais antigos.
gem, de sentimentos [...]” Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Amavam-se um ao outro.
Oração sem sujeito acontece quando não há um ele- “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
mento ao qual se atribui o predicado. Ocorre, por feita.” (Ciro dos Anjos)
exemplo, quando temos o verbo “haver” no sentido
de existir, acontecer, pois o mesmo não tem sujei-
to. Na alternativa B, temos o verbo falar na 3º pes- Exemplos com ocorrência facultativa de preposição:
LÍNGUA PORTUGUESA

soa do singular + SE, indicando indeterminação do


sujeito. Na alternativa C, temos o verbo haver, mas Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
no sentido de ter, por isso, o mesmo encontra-se no le templo.
plural; temos, portanto, Sujeito indeterminado. Na A escultura atrai a todos os visitantes.
letra D, temos como sujeito “esse processo de abs- Não admito que coloquem a Sua Excelência num
tração da linguagem, de sentimentos”. Resposta: pedestal.
Letra A. Ao povo ninguém engana.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des-
São vocábulos que se agregam a determinadas sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
estruturas para torná-las completas. De acordo com sente para indicar parte de um todo, quando assim
a gramática da língua portuguesa, esses termos são for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
divididos em: bebeu uma porção da água, e não ela toda. 41
z Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência Agente da Passiva
dessa função sintática na mesma oração, a fim de
enfatizar um único significado. É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de raramente, da preposição de.
Andrade) Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
ser, estar, viver, andar, ficar.
z Objeto direto interno: Representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta Termos Acessórios da Oração
mesmo significado.
Ex.: Riu um riso aterrador.
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu-
Dormiu o sono dos justos.
ra básica da oração, são importantes para compreen-
são do enunciado porque trazem informações novas.
Como diferenciar objeto direto de sujeito?
Esses termos são chamados acessórios da oração.
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi- Adjunto Adnominal
va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados. São termos que acompanham o substantivo,
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
z Objeto indireto: É complemento verbal regido de especificar o elemento representado pelo substantivo.
preposição obrigatória, que se liga diretamente a Categorias morfológicas que podem funcionar
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa como adjunto adnominal:
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da z Artigos
casa 260. z Adjetivos
Gosto de ti, meu nobre. z Numerais
Não troque o certo pelo duvidoso. z Pronomes
Vamos insistir em promover o novo romance de z Locuções adjetivas
ficção.
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes
Estava conquistando o respeito dos seus.
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro-
O novo regulamento originou a revolta dos
nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
funcionários.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
indireto, já que sempre ocorrem com preposição. z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto
Ex.: Você escreveu esta carta para mim? adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes
exercem essa função sintática quando assumem
z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida valor de pronomes possessivos.
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).
uma mensagem.
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda. z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
plemento nominal?
COMPLEMENTO NOMINAL
Quando o adjunto adnominal for representado
Completa o sentido de substantivos, adjetivos e por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido
advérbios. É uma função sintática regida de preposi- com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A a dica:
presença de um complemento nominal nos contextos
de uso é fundamental para o esclarecimento do senti- „ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao
do do nome. qual se liga for concreto.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado. Ex.: A casa da idosa desapareceu.
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
Se indicar posse ou o agente daquilo que
Para melhor identificar um complemento nomi-
expressa o substantivo abstrato.
nal, siga a instrução:
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada.
Nome + preposição + quem ou quê
Como diferenciar complemento nominal de com-
plemento verbal? „ Será complemento nominal: se indicar o alvo
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. daquilo que expressa o substantivo.
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não
diretamente ao verbo “obedecia”) foi respeitada.
Naquela época, a obediência ao meu coração pre- Notava-se o amor pelo seu trabalho.
valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora- Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
42 ção” se liga diretamente ao nome “obediência”). Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
O verbo “estava” é seguido de um adjunto adverbial
EXERCÍCIO COMENTADO de lugar; neste caso, temos um adjunto adverbial.
Resposta: Letra E.
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) Identifique os adjuntos
adnominais das orações abaixo. Aposto

a) Os inscritos atrasados não puderam entrar. Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes


b) As consequências serão graves. ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
c) Os alunos calados estiveram atentos. identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon-
d) Os funcionários da recepção continuaram calados. tar algo, alguém ou um fato.
e) O romance da jovem escritora foi publicado. Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
bicicleta.
a) “atrasados”, qualificando o termo “inscritos” Aposto: filha de D. Raimunda
b) “As”, artigo relacionado do termo “consequências” Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
d) “calados”, qualificando o termo “alunos” des obras.
d) “da recepção”, indicando quais são os funcionários Aposto: Machado de Assis.
e) “da jovem escritora”, indicando de quem é o
romance. Resposta. Classifica-se nas seguintes categorias:

Adjunto Adverbial z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.


Separa-se do substantivo a que se refere por uma
Termo representado por advérbios, locuções pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- ou dois-pontos.
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
circunstâncias. ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos.
z Tempo: Quero que ele venha logo;
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida;
foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
z Modo: O dia começou alegremente; rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
z Intensidade: Almoçou pouco; Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
z Causa: Ela tremia de frio; riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
z Companhia: Venha jantar comigo;
preconceito, antipatia e arrogância.
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as z Recapitulativo ou resumidor: É o termo usado
roupas; para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; malmente, por um pronome indefinido.
z Finalidade: Vivia para o trabalho; Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; estavam empolgados com a feira.
Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste,
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; países africanos onde se fala português.
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
� Comparativo: Estabelece uma comparação implícita.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
z Origem: Descendia de nobres. rumo.

Não confunda! � Circunstancial: Exprime uma característica


Para conseguir distinguir adjunto adverbial de circunstancial.
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que apropriadas.
o sentido seja parecido. � Especificativo: É o aposto que aparece junto a um
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
é um adjunto adnominal) especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um substantivos próprios.
adjunto adverbial) Exs.: O mês de abril.
O rio Amazonas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Meu primo José.

EXERCÍCIO COMENTADO z Aposto da oração: É um comentário sobre o


fato expresso pela oração, ou uma palavra que
1. (NOVA CONCURSOS – 2021) O termo grifado em: condensa.
“Watson estava  numa sala ao lado” exerce a função Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
sintática de: preocupação.
O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
ideia que não me agrada.
a) Adjunto adnominal
b) Objeto direto � Distributivo: Dispõe os elementos equitativamente.
c) Predicativo Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
d) Complemento nominal para as perguntas.
e) Adjunto adverbial Sua presença era inesperada, o que causou surpresa. 43
Dica z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum
� O aposto pode aparecer antes do termo a que outro termo da oração.
se refere, normalmente antes do sujeito. Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen- O aposto se relaciona sintaticamente com outro
na marcou uma geração. termo da oração.
� Segundo “o gramático” Cegalla, quando o apos- A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável.
to se refere a um termo preposicionado, pode ele Sujeito: a cozinha de lufe.
vir igualmente preposicionado. Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de sujeito).
tudo ele tinha medo.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial. PERÍODO COMPOSTO
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
(adjetivos, apostos do predicativo do sujeito) Observe os exemplos a seguir:
Falou comigo deste modo: calma e maliciosa- A apostila de Português está completa.
mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial Um verbo: Uma oração = período simples
de modo). Português e Matemática são disciplinas essen-
ciais para ser aprovado em concursos.
z Diferença de aposto especificativo e adjunto Dois verbos: duas orações = período composto
adnominal: Normalmente, é possível retirar a O período composto é formado por duas ou mais
preposição que precede o aposto. Caso seja um orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura períodos simples e período compostos.
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente.
PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)
O clima de Fortaleza é quente. O povo levantou-se cedo
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?) Era dia de eleição
para evitar aglomeração
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: O
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo Para não esquecer:
adjetivo. Período simples é aquele formado por uma só
oração.
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. Período composto é aquele formado por duas ou
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- mais orações. Classifica-se nas seguintes categorias:
jetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o con-
z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;
trole.
(aposto; núcleo: homem – substantivo)
„ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
EXERCÍCIO COMENTADO z Por subordinação:
1. (CESPE-CEBRASPE – 2014) No trecho, as vírgulas iso-
lam segmento – “Sua vocação eminentemente hídrica „ Orações subordinadas substantivas: subjeti-
impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslo- vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
camento...” com função de aposto explicativo. pletivas nominais, predicativas, apositivas;
„ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
( ) CERTO  ( ) ERRADO explicativas;
„ Orações subordinadas adverbiais: causais,
O trecho “ao longo dos séculos” não é um aposto e comparativas, concessivas, condicionais, con-
não sugere explicação. Na verdade, ele é um adjunto formativas, consecutivas, finais, proporcionais,
adverbial de tempo deslocado na frase, intercalado temporais.
por vírgulas. Se trouxéssemos esse trecho para o iní-
cio do período, ficaria: “Ao longo dos séculos, sua z Por coordenação e subordinação: orações for-
vocação eminentemente hídrica impõe a necessida- madas por períodos mistos;
de do deslocamento.” Resposta: Errado. z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.

Vocativo Período Composto por Coordenação

O vocativo é um termo que não mantém relação As orações são sintaticamente independentes. Isso
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- significa que uma não possui relação sintática com
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- período.
ja se comunicar. É um termo independente, pois Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
não faz parte da estrutura da oração. (Fernando Pessoa)
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha Oração coordenada 1: Deus quer
consulta. Oração coordenada 2: o homem sonha
44 Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da Orações Subordinadas Substantivas
sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho São classificadas nas seguintes categorias:
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
porta da sala de Damasceno z Orações subordinadas substantivas conectivas:
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi são introduzidas pelas conjunções subordinativas
Conjunção adversativa: mas nada integrantes que e se.
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de
Orações Coordenadas Sindéticas impostos.
Não sei se poderei sair hoje à noite.
As orações coordenadas podem aparecer ligadas z Orações subordinadas substantivas justapos-
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra- tas: introduzidas por advérbios ou pronomes
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome interrogativos (onde, como, quando, quanto,
sindética. Veremos agora cada uma delas: quem etc.)
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou roubadas.
simultaneidade. Não sei quem lhe disse tamanha mentira.
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
bém, mas ainda, bem como, como também, se- z Orações subordinadas substantivas reduzidas:
não também, que (= e). não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos. no infinitivo.
Os convidados não compareceram nem explica- Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras.
ram o motivo. z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
exercem a função de sujeito. O verbo da oração
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con-
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe-
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, rir a nenhum termo na oração.
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs- Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)
tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso. Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. cional) (or. sub. subst. subje.)
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a z Orações subordinadas substantivas objetivas
morte.” (Laurindo Rabelo) diretas: exercem a função de objeto direto de um
z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi-
se excluem. reto da oração principal.
Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub.
ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
subst. obj. dir.)
... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado. z Orações subordinadas substantivas completi-
Você quer suco de laranja ou refrigerante? vas nominais: exercem a função de complemento
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio
z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica da oração principal.
sobre um raciocínio. Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- mento nominal)
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
de frase). plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima pl. nom.)
semana.
z Orações subordinadas substantivas predicati-
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo
vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Mendes Campos)
oração principal. Sempre figuram após o verbo de
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem ligação ser.
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
porquanto, pois. sujeito)
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
a “pois”) sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.)
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos
LÍNGUA PORTUGUESA

z Orações subordinadas substantivas apositivas:


com fome. funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
de dois-pontos ou entre vírgulas.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
Só quero uma coisa: que você volte imediata-
Formado por orações sintaticamente dependentes, mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.)
considerando a função sintática em relação a um ver- z Orações subordinadas adjetivas: desempenham
bo, nome ou pronome de outra oração. função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais
Tipos de orações subordinadas: raramente, aposto explicativo). São introduzidas
por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os
z Substantivas; quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As
z Adjetivas; orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
z Adverbiais. explicativas e restritivas. 45
z Orações subordinadas adjetivas explicativas: � Orações subordinadas adverbiais finais: indicam
não limitam o termo antecedente e, sim, acres- um objetivo a ser alcançado. São introduzidas por:
centam uma explicação sobre o termo anteceden- para que, a fim de que, porque e que (= para que).
te. São consideradas termo acessório no período, Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola- tivessem bom estudo.
das por vírgulas.
� Orações subordinadas adverbiais proporcio-
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro-
cria trinta gatos.
porção que, quanto mais, quanto menos etc.
z Orações subordinadas adjetivas restritivas: Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
especificam ou limitam a significação do termo aprecio.
antecedente, acrescentando-lhe um elemento
� Orações subordinadas adverbiais temporais:
indispensável ao sentido. Não são isoladas por
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que,
vírgulas.
depois que, assim que, sempre que, cada vez que,
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
agora que etc.
incurável.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.

Dica Para separar as orações de um período composto, é


Como diferenciar as orações subordinadas adje- necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti- tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
vas explicativas? (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
ções verbais. Exs.:
visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife. [“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que [para fixar outros] – 2ª oração
mora em Recife) [que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora-
� Orações subordinadas adverbiais: exprimem ção (M. de Assis)
uma circunstância relativa a um fato expresso em
outra oração. Têm função de adjunto adverbial. Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo
São introduzidas por conjunções subordinativas basta pertencente a 1ª (oração principal).
(exceto as integrantes) e se enquadram nos seguin- A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém
tes grupos: ambas dependentes do pronome outros da 2ª oração.
� Orações subordinadas adverbiais causais: são
introduzidas por: como, já que, uma vez que, por- Orações Reduzidas
que, visto que etc.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por- z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
que ficamos sem gasolina. nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
� Orações subordinadas adverbiais comparati- z As que são substantivas e adverbiais: nunca são
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal iniciadas por conjunções;
qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
que a importada. por pronomes relativos;

� Orações subordinadas adverbiais concessivas: z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- conectivos;
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que,
prepositiva.
por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã. Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: conjunção
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se, Quando terminou a prova, fomos ao restaurante.
contanto que, a menos que etc. (desenvolvida)
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal. O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun- Orações Reduzidas de Infinitivo
do, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos. Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
são introduzidas por: que (precedido na oração
anterior de termos intensivos como tão, tanto, z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
que, sem que. Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. direta reduzida de infinitivo)
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
46 fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva Resumindo: período composto por coordenação e
completiva nominal reduzida de infinitivo) subordinação.
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. As orações subordinadas são coordenadas entre si,
substantiva apositiva reduzida de infinitivo) ligadas ou não por conjunção.
z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
pelas mãos. z Orações subordinadas substantivas coordena-
O meu manual para fazer bolos certamente vai das entre si
agradar a todos. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, meus pais, nem que culpe meus parentes.
continua jogando bola. Oração principal: Espero
Sem estudar, não passarão. Oração coordenada 1: que você não me culpe
Ele passou mal, de tanto comer doces. Oração coordenada 2: que não culpe meus pais
Oração coordenada 3: nem que culpe meus
Orações Reduzidas de Gerúndio parentes.

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-


sitivas, adjetivas, adverbiais. Importante!
z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando O segredo para classificar as orações é per-
livre dos juros. ceber os conectivos (conjunções e pronomes
z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo relativos).
ajudando um ao outro. (subjetiva)
Agora ouvimos artistas cantando no shopping.
(objetiva direta) � Orações subordinadas adjetivas coordenadas
entre si
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o
Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
coração.
cautelosa, não faz tudo sozinha.
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
contou a verdade. Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
cautelosa
Orações Reduzidas de Particípio
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas
Podem ser adjetivas ou adverbiais. entre si
Ex.: Não só quando estou presente, mas também
� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa. quando não estou, sou discriminado.
Nosso planeta, ameaçado constantemente por Oração subordinada adverbial 1: quando estou
nós mesmos, ainda resiste. presente
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have- Oração subordinada adverbial 2: quando não
ria problemas. (condicional)
estou
Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
(causal/temporal) � Orações coordenadas ou subordinadas no mes-
Comprada a casa, a família se mudou logo. mo período
(temporal) Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram
seu papel, no entanto a realidade não é assim.
O particípio concorda em gênero e número com os
Oração principal: Presume-se
termos referentes.
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- Oração subordinada subjetiva da principal: as
quentes em provas de concurso. penitenciárias cumpram seu papel
Oração coordenada sindética adversativa da ante-
Períodos Mistos rior: no entanto a realidade não é assim.

São períodos que apresentam estruturas oracio-


nais de coordenação e subordinação.
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas EXERCÍCIOS COMENTADOS
dentro de um conjunto de orações que são subordina-
das a uma oração principal. 1. (UEPA – 2013) No trecho: “Até hoje, os prédios resi-
LÍNGUA PORTUGUESA

denciais no Brasil têm dois elevadores: o social, para


os patrões e aqueles no topo da hierarquia social, e
1ª oração 2ª oração 3ª oração
o elevador de serviço, apropriado para empregados
O homem entrou na sala e pediu que todos calassem. e pobres”. A repetição do conectivo “e” tem efeito de
marcar uma:
verbo verbo verbo
a) descontinuidade de fatos.
1ª oração: oração coordenada assindética. b) sequência cronológica dos fatos.
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em c) coordenação entre as ideias principais.
relação a 1ª oração e principal em relação a 3ª oração. d) implicação natural de consequência dos dois últimos
3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta fatos em relação ao primeiro.
em relação a 2ª oração. e) subordinação entre a sequência dos fatos. 47
O conectivo “e” junta duas ideias coordenadas “o Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem,
[elevador] social” e “o elevador de serviço”. Respos- choveu o esperado para o mês todo.
ta: Letra C. Ela acordou muito cedo. Por isso ficou com sono
durante a aula. / Ela acordou muito cedo. Por isso, ficou
2. (CEPERJ – 2013) “É razoável que as pessoas tenham com sono durante a aula.
medo de assaltos”. Abaixo estão cinco (5) formas Irei à praia amanhã se não chover. / Irei à praia
de reescrever-se essa frase. Assinale a única forma amanhã, se não chover.
errada.
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
a) É razoável as pessoas temerem assaltos.
b) É razoável que as pessoas temessem assaltos. � Entre o sujeito e o verbo
c) É razoável que as pessoas tenham medo de ser assaltadas. Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
d) É razoável que assaltos causem medo às pessoas. ram a explicação. (errado)
e) É razoável que assaltos sejam temidos pelas pessoas. Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
sertaram minha visão. (errado)
A forma “que as pessoas temessem” está também � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
no subjuntivo, mas pertence a tempo verbal diferen- dicativo do sujeito:
te da frase original, alterando o sentido. Resposta: Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
Letra B. ção. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
dem. (errado)
Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
(errado)
EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
PONTUAÇÃO ou adjunto adnominal.
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Outro tópico que gera dúvidas é a pontuação. Vere- pelos alunos. (errado)
mos a seguir as regras sobre seus usos. � Entre locução verbal de voz passiva e agente da
passiva:
Uso de Vírgula Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
professor para a feira. (errado)
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
qualquer ambiguidade.
Quando se trata de separar termos de uma mesma
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:
EXERCÍCIO COMENTADO
� Para separar os termos de mesma função
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta. 1. (TJ-SC – 2011) Indique o período que não apresenta
erro de pontuação:
z Usa-se a vírgula para separar os elementos de
enumeração. a) Morte de florestas; chuvas ácidas, e animais marinhos
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi cobertos por petróleo, são questões ambientais que
arrastado pelo tsunami. teriam suficiente relevância para alarmar a população,
e automaticamente, motivar encontros e discussões.
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que b) Ao final, conclui o autor, que todos esses elementos
já apareceu na frase) do verbo apontados são faces de uma nova abordagem meto-
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. dológica para a proteção do meio ambiente.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, c) Não é justo e razoável que o servidor tenha que des-
filmes de terror. pender recursos financeiros com o recolhimento das
� Para separar palavras ou locuções explicativas, custas judiciais – que serão destinadas ao seu deve-
retificativas dor – para obter o que lhe é devido e, depois, reclamar
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 a restituição, se julgada procedente a sua pretensão.
anos. d) Outra providência muito recomendada, é evitar polari-
zação entre os setores de planejamento e produção,
� Para separar datas e nomes de lugar privilegiando o trabalho em equipe, realizado de forma
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. coordenada.
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto e) Segundo Meirelles o ato administrativo – vinculado ou
e, nem, ou. discricionário –, há que ser praticado com a observân-
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. cia formal e ideológica da lei.

A vírgula também é facultativa quando a expres- No trecho “o que lhe é devido e, depois, reclamar a
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, restituição, se julgada procedente a sua pretensão”,
mas uma palavra só. Exemplos: as duas primeiras vírgulas isolam o advérbio de
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar. tempo “depois”, que está deslocado; a última vírgula
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço justifica-se pela condicional “se julgada procedente
48 em casa. a sua pretensão”. Resposta: Letra C.
Uso de Ponto e Vírgula Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
e vírgula (;): Parênteses

� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas Têm função semelhante à dos travessões e das
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
ficou triste. mos, expressões ou orações.
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
to, exausto. Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
jantar. (oração intercalada)
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma)
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o Ponto-final
ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
É o sinal que denota maior pausa.
sorvete.
Usa-se:
� Em enumerações, portarias, sequências
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: � Para indicar o fim de oração absoluta ou de
o Procurador-Geral da República; período.
o Colégio de Procuradores da República; Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
o Conselho Superior do Ministério Público Federal. Carlos Drummond de Andrade

Dois-pontos � Nas abreviaturas


Ex.: apart. ou apto. = apartamento
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda sec. = secretário
não foi concluída. a.C. = antes de Cristo
Servem para:
Dica
� Introduzir uma citação (discurso direto):
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
homem mais pelas suas perguntas que pelas suas tos químicos não vêm com ponto final:
respostas”. Exemplos: km, m, cm, He, K, C
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, Ponto de Interrogação
distributivo ou uma oração subordinada substan-
tiva apositiva
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes- Marca uma entonação ascendente (elevação da
sores, jornalistas, médicos. voz) em tom questionador.
Usa-se:
� Introduzir uma explicação ou enumeração após
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a � Em frase interrogativa direta:
saber, como. Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens,
Filosofia, Ciências... � Entre parênteses para indicar incerteza:
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
(relação semântica de oposição, explicação/causa que havia palavra melhor no contexto.
ou consequência)
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
surpresa:
homem culto.
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com
cautela. � E interrogações retóricas:
� Marcar invocação em correspondências Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
Ex.: Prezados senhores: que não jogaremos comida fora à toa”).
Comunico, por meio deste, que...
Ponto de Exclamação
Travessão
� É empregado para marcar o fim de uma frase com
LÍNGUA PORTUGUESA

� Usado em discursos diretos, indica a mudança de entonação exclamativa:


discurso de interlocutor: Ex.: Ex.: Que linda mulher!
– Bom dia, Maria! Coitada dessa criança!
– Bom dia, Pedro! � Aparece após uma interjeição:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
� Serve também para colocar em relevo certas
expressões, orações ou termos. Pode ser subs- � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
colchetes:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) marcar uma ênfase:
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
vamos jantar. (oração intercalada) metros em 20 segundos!!! 49
Reticências � Para indicar os sons da fala, quando se estuda
Fonologia:
São usadas para: Ex.: mel: [mɛw]; nem: [bẽy]
� Para suprimir parte de um texto (assim como
� Assinalar interrupção do pensamento:
parênteses)
Ex.: ― Estou ciente de que...
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
― Pode dizer...
desceu as escadas apressadamente. ou
� Indicar partes suprimidas de um texto: Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois ceu as escadas apressadamente. (caso não preferí-
desceu as escadas apressadamente. (Também pode vel segundo as normas da ABNT)
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e
depois desceu as escadas apressadamente.) Asterisco
� Para sugerir prolongamento da fala:
Ex.: ―O que vocês vão fazer nas férias? � É colocado à direita e no canto superior de uma
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar... palavra do trecho para se fazer uma citação ou
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
� Para indicar hesitação: de rodapé:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
vergonha. triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
mente com outras intenções: vo, o que origina um novo substantivo.
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
Uso das Aspas tuição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
São usadas em citações ou em algum termo que nhado aos responsáveis.
precisa ser destacado no texto. Pode ser substituído
por itálico ou negrito, que têm a mesma função de � Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
destaque. senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
Usam-se nos seguintes casos: é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere.
� Antes e depois de citações: � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
afirma Dad Squarisi, 64. da gramática.
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- * Edifício elaborou projeto o engenheiro.
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas: Uso da Barra
Ex.: O home, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
que desejava. A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual. � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
substituída pela conjunção “ou”:
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
às vezes com ironia ou malícia Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta.
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
sonoro. ção das conjunções e/ou.
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
� Para citar nomes de mídias, livros etc. e/ou escritos.
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
� Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-
Colchetes ção entre si.
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
Representam uma variante dos parênteses, porém (plural/singular).
tem uso mais restrito. O carro atingiu os 220 km/h.
Usam-se nos seguintes casos:
� Para separar os versos de poesias, quando escritos
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
� Para incluir num texto uma observação de nature-
barras para indicar a separação das estrofes.
za elucidativa:
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de
passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”.
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
que pareça, o texto original é assim mesmo: não foi escrita na sua totalidade:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- Ex.: a/c = aos cuidados de;
50 do.” (Machado de Assis) s/ = sem
� Para separar o numerador do denominador nos Popularmente, usa-se “do que” no lugar de “a”,
números fracionários, substituindo a barra da o que tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro
fração: natação do que futebol”. Porém, segundo a norma-pa-
Ex.: 1/3 = um terço drão, a forma correta é como consta no exemplo.

� Nas datas: Concordância Verbal com o Sujeito Simples


Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone: Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do
Ex.: 225 03 50/51/52 sujeito.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
� Nos endereços: exorbitante.
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232
Diferentes situações:
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso. z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
Ex.: /s/ multidão gritou entusiasmada.
z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
Embora não existam regras muito definidas sobre bo posterior ao pronome relativo concorda com o
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
quem resolveu a questão.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
nós quem resolvemos a questão.
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
Observe o exemplo: de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
A pequena garota andava sozinha pela cidade. viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
A: Artigo, feminino, singular; essa questão.
Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
Garota: Substantivo, feminino, singular.
zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos ver artigo definido antes de uma palavra plura-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
número (singular) do substantivo. artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân- Unidos continuam uma potência.
cia: verbal e nominal. Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
CONCORDÂNCIA VERBAL de de Santos fica em São Paulo.”)

É a adaptação em número – singular ou plural –


e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo Importante!
sujeito. Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
“De todos os povos mais plurais culturalmente, o verbo fica no singular ou no plural.
Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais
Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
insistem em desmentir que nosso país é cheio de ‘bra-
sis’ – digamos assim –, ganha disparando dos outros,
pois houve influências de todos os povos aqui: euro- z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
peus, asiáticos e africanos.” de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de
LÍNGUA PORTUGUESA

obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:


um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- Mais de um aluno compareceu à aula.
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no Mais de cinco alunos compareceram à aula.
singular.
Destrinchando o período, temos que os termos A expressão mais de um tem particularidades:
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
cado verbal. a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: Mais de um irmão se abraçaram.
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Verbo bitransitivo: Prefiro Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Objeto direto: natação Mais de um aluno, mais de um professor esta-
Objeto indireto: a futebol vam presentes. 51
z Quando o sujeito é formado por um número per- Concordância Verbal com o Sujeito Composto
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
numerador ou com o número inteiro, mas pode � Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
concordar com o especificador dele. Se o numeral ticais diferentes
vier precedido de um determinante, o verbo con- Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos.
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che-
garam ontem.
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
viver bem. � Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada
Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem. ou nenhum
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem. Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
Os 30% da população não sabem o que é viver mal. ter o espírito esportivo.
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no
EXERCÍCIO COMENTADO singular
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju-
davam. (preferencialmente no singular)
1. (FGV – 2008) “... mostram que um terço dos pagamen-
tos realizados por intermédio de instituições financei- � Gradação entre os núcleos do sujeito
ras foi tributado apenas por aquela contribuição...” Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
Assinale a alternativa em que, ao se alterar o termo me acalmar. (preferencialmente no singular)
“um terço”, não se tenha mantido a concordância em
� Núcleos do sujeito no infinitivo
conformidade com a norma culta. Desconsidere a
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde.
possibilidade de concordância atrativa.
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
a) mostram que 0,27% dos pagamentos realizados por mitivo (nada, tudo, ninguém)
intermédio de instituições financeiras foi tributado Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu.
apenas por aquela contribuição.
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro,
b) mostram que menos de 2% dos pagamentos realiza-
nem um nem outro
dos por intermédio de instituições financeiras foram
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui.
tributados apenas por aquela contribuição.
c) mostram que grande parte dos pagamentos realiza- � Núcleos do sujeito ligados por nem... nem
dos por intermédio de instituições financeiras foi tribu- Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu
tado apenas por aquela contribuição. foco nos estudos.
d) mostram que três quartos dos pagamentos realizados
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras
por intermédio de instituições financeiras foram tribu-
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões
tados apenas por aquela contribuição.
bem como, assim como, tanto quanto
e) mostram que 1,6 milhão dos pagamentos realizados
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na
por intermédio de instituições financeiras foi tributado
final.
apenas por aquela contribuição.
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas
Em “grande parte dos pagamentos realizados... aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
foi tributado”, não houve concordância adequada, como; não só... mas também etc.)
deveria ser “foi tributada”, para concordar com o Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
núcleo do sujeito, “parte”. Resposta: Letra C. popularidade em alta.
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-
� Os verbos bater, dar e soar concordam com o
co núcleo, o verbo fica no singular concordando
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a
com o núcleo único. Mas, se houver determinante
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o
chegou. (Duas horas deram...)
sujeito passa a ser composto.
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
badaladas soaram)
combustíveis aumentaram.
Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio
da escola soou dez badaladas)
Concordância Verbal do Verbo Ser
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven- � Concorda com o sujeito
dem-se casas de veraneio aqui. Ex.: Nós somos unha e carne.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
� Concorda com o sujeito (pessoa)
interessada.
Ex.: Os meninos foram ao supermercado.
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
� Em predicados nominais, quando o sujeito for
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
representado por um dos pronomes tudo, nada,
Majestade está preocupada?
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor-
Suas Excelências precisam de algo?
dará com o predicativo (preferencialmente) ou
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou com o sujeito
52 exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! Ex.: No início, tudo é/são flores.
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for � Concordância do verbo parecer
que ou quem Flexiona-se ou não o infinitivo.
Ex.: Quem foram os classificados? Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância
vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo
de acordo com o sujeito, no plural)
Ex.: São nove horas.
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,
É frio aqui.
logo o infinitivo será impessoal)
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� Concordância dos verbos impessoais
� O verbo fica no singular quando precede termos
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica
como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
sempre na 3ª pessoa do singular.
menos etc. junto a especificações de preço, peso,
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
quantidade, distância, e também quando seguido
Fazia quinze anos que ele havia se formado.
do pronome o
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
auxiliar fica no singular)
Divertimentos é o que não lhe falta.
Trata-se de problemas psicológicos.
Dez reais é nada diante do que foi gasto.
Geou muitas horas no sul.
� Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
� Concordância com sujeito oracional
ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o
ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do
verbo concordará com o termo não preposiciona-
singular.
do entre eles.
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
São eles que sempre chegam cedo.
Ficou combinado que sairíamos à tarde.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
Urge que você estude.
trução adequada)
Era preciso encontrar a verdade
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
(construção inadequada)
Casos mais frequentes em provas
CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Veja agora uma lista com os casos mais abordados
em concursos:
Concordância do Infinitivo
� Sujeito posposto distanciado
z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal: Ex.: Viviam o meio de uma grande floresta tropical
Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei- brasileira seres estranhos.
to esclarecido)
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito � Verbos impessoais (haver e fazer)
implícito “nós”) Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site. Havia problemas no setor.
(dois pronomes implícitos: eu, nós) Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
Até me encontrarem, vocês terão de procurar vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável)
muito. (preposição no início da oração)
� Verbo na voz passiva sintética
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
(verbos pronominais)
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser � Verbo concordando com o antecedente correto
indicando tempo) do pronome relativo ao qual se liga
Estudo para me considerarem capaz de aprova- Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito) tinham experiência.
Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
� Sujeito coletivo com especificador plural
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
particípio) � Sujeito oracional
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
singular)
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun-
LÍNGUA PORTUGUESA

ção verbal)
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono to ou complemento no plural
sendo sujeito do infinitivo) Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
atrito. (verbo no singular)
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o Casos Facultativos
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo estádio.
com valor genérico)
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
fizeram rir.
dido de preposição de ou para)
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de imperativo) z Fui eu quem faltou/faltei à aula. 53
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
brasileira.
língua inglesa, a francesa e a alemã.
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
ciência. (1,5% corresponde ao singular) z Com função de predicativo do sujeito
z Chegaram/Chegou João e Maria. Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram com a soma dos elementos.
aqui. Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.

z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
brasileira. jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos
z O problema do sistema é/são os impostos. quanto com o nome mais próximo.
z Hoje é/são 22 de agosto. Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
vam abandonados a casa e o quintal.
z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
a aprovação. Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun-
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os
z Deixei os rapazes falar/falarem tudo. substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados.
Silepse de Número e de Pessoa (substitui-se por “eles”)
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Conhecida também como “concordância irregular,
existem complicados”.
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
então é um adjunto adnominal.
z Silepse de número: usa-se um termo discordando
do número da palavra referente, para concordar z Com função de predicativo do objeto
com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali- Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
dade: todas as flores) tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do dância com o termo mais próximo.
processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu- Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
diversas etnias, somos multiculturais. seus subordinados.

Algumas convenções
CONCORDÂNCIA NOMINAL
� Obrigado / próprio / mesmo
Define-se como a adaptação em gênero e número Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como A própria enfermeira virá para o debate.
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, Elas mesmas conversaram conosco.
adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em Dica
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas. O termo mesmo no sentido de “realmente” será
Muro alto. / Muros altos. invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
Casos com adjetivos
z Só / sós
z Com função de adjunto adnominal: quando o Variáveis quando significarem “sozinho” /
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti- “sozinhos”.
ver após os substantivos, poderá concordar com Invariáveis quando significarem “apenas,
as somas desses ou com o elemento mais próximo. somente”.
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. / Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
Encontrei colégios e faculdades ótimos. apenas queriam ficar sozinhas.)
A locução “a sós” é invariável.
Há casos em que o adjetivo concordará apenas Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
ficar a sós.
tencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira. � Quite / anexo / incluso
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho Concordam com os elementos a que se referem.
Ex.: Estamos quites com o banco.
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Seguem anexas as certidões negativas.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
Existem complicadas regras e conceitos. � Meio
Quando houver apenas um substantivo qualifica- Quando significar “metade”: concordará com o
do por dois ou mais adjetivos pode-se: elemento referente.
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, Quando significar “um pouco”: será invariável.
54 francesa e alemã. Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
� Grama Na alternativa A, a frase enunciada pela menina
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- deveria flexionar no feminino o adjetivo “obrigada”,
do significar unidade de medida, é masculino. portanto está incorreta. Na alternativa B, o adjeti-
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. vo “inclusa” deve concordar em gênero e número,
“A grama do vizinho sempre é mais verde.” havendo a necessidade do plural, o mesmo ocorre
� É proibido entrada / É proibida a entrada em C, portanto mais duas alternativas incorretas.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do Na alternativa D a palavra “meia” é um advérbio,
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou pois modifica o adjetivo tonta, sendo, portanto,
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- invariável, acarretando o erro dessa alternativa. Já
rão com o determinante. na alternativa E termos “bastantes” corretamente
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- empregado, pois assume valor de “muitos”. Respos-
nhada está boa. ta: Letra E
É proibido entrada de crianças. / É proibida a
entrada de crianças. 2. (TJ-SC – 2010) Assinale a frase correta em termos de
Pimenta é bom? / A pimenta é boa? concordância nominal:
� Menos / pseudo
São invariáveis. a) Por essa razão se faz necessária a agilização de pro-
Ex.: Havia menos violência antigamente. cedimentos como a apuração da base de cálculos.
Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen- b) Julgo procedente em parte os pedidos promovidos
to é pseudo-objetivo. por Maria e José.
c) As duplicatas apenso não foram resgatadas.
� Muito / bastante d) O veículo estará à sua disposição no local e hora
Quando modificam o substantivo: concordam com aprazado.
ele. e) Embora meia tonta, a moça conseguiu dizer “muito
Quando modificam o verbo: invariáveis. obrigado”.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
irritados.
O trecho “[...] se faz necessária a agilização” está
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
correto porque o termo “necessária” concorda com
tante irritados.
o artigo definido feminino singular “a”. Resposta:
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi- Letra A
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis.
3. (TJ-SC – 2010) “Ao meio-dia e ____ , encontrando a
� Tal qual porta da lancheria _____ aberta, Joana entrou e pediu
Tal concorda com o substantivo anterior; qual, ____ grama de sal e _____ porção de sanduíche.” O tex-
com o substantivo posterior. to fica gramaticalmente correto com a inserção de:
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
pais. a) meia – meio – meia – meia
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
b) meio – meia – meio – meia
quais os pais.
c) meia – meia – meia – meia
Silepse (também chamada concordância figurada)
d) meia – meio – meio – meia
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
e) meio – meio – meio – meio
que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é linda!)
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos Ao meio-dia e [meia hora], [...] a porta da lancheria
com o estabelecimento aberto no final de semana.) [meio = um pouco] aberta, [...] pediu [meio = meta-
Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi- de do termo masculino grama] grama de sal e meia
leiros, estamos esperançosos.) porção [...]. Resposta: Letra D

� Possível PLURAL DE COMPOSTOS


Concordará com o artigo, em gênero e número, em
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Substantivos
Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Conheci crianças as mais belas possíveis.
O adjetivo concorda com o substantivo referen-
te em gênero e número. Se o termo que funciona
como adjetivo for originalmente um substantivo fica
EXERCÍCIOS COMENTADOS invariável.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola


1. (FAFIPA – 2020) Para que haja concordância, todos os também é um substantivo; mantém-se no singular)
elementos que compõem a oração precisam estar em Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
harmonia. A partir disso, assinale a alternativa em que um substantivo; mantém-se no singular)
NÃO há erro de concordância nominal:
Adjetivos
a) Sempre educada e prestativa, a menina olhou para
todos os convidados e disse: “Muito obrigado!” Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
b) As taxas inclusa no pacote de viagem são muito altas. mo elemento concordará com o substantivo referente.
c) Os diretores mesmo realizaram a campanha na escola. Os demais ficarão na forma masculina singular.
d) Bebi meia garrafa de vinho e fiquei meia tonta. Se um dos elementos for originalmente um subs-
e) Gosto muito de ler Clarice Lispector. Na biblioteca há tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
bastantes livros de sua autoria. Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo. 55
No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o � Nos substantivos compostos em que há repeti-
plural, pois ambos são adjetivos. ção do primeiro elemento:
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no zum-zum – zum-zuns;
singular, assim como “verde”, por ser substantivo. tico-tico – tico-ticos;
Nesse caso, o termo composto não concorda com o lufa-lufa – lufa-lufas;
plural do substantivo referente, “folhas”. reco-reco – reco-recos.
Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar. � Nos substantivos compostos grafados ligada-
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam- mente, sem hífen:
bém pode ser um substantivo. girassol – girassóis;
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma pontapé – pontapés;
lógica de “musgo” do exemplo anterior. mandachuva – mandachuvas;
fidalgo – fidalgos.
Dica � Nos substantivos compostos formados com
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- grão, grã e bel:
grão-duque – grão-duques;
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
grã-fino – grã-finos;
sempre invariáveis.
bel-prazer – bel-prazeres.
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele- Não flexão dos elementos
mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
� Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
Lista de Flexão dos dois elementos formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
re em frases substantivadas e em substantivos
compostos por um tema verbal e uma palavra
� Nos substantivos compostos formados por pala-
invariável ou outro tema verbal oposto:
vras variáveis, especialmente substantivos e
o disse me disse – os disse me disse;
adjetivos:
o leva e traz – os leva e traz;
segunda-feira – segundas-feiras; o cola-tudo – os cola-tudo.
matéria-prima – matérias-primas;
couve-flor – couves-flores;
guarda-noturno – guardas-noturnos;
primeira-dama – primeiras-damas.
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
� Nos substantivos compostos formados por
temas verbais repetidos: Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
corre-corre – corres-corres; relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
pisca-pisca – piscas-piscas; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
pula-pula – pulas-pulas. advérbio) exige complemento preposicionado, esse
Nestes substantivos também é possível a flexão nome é um termo regente, e seu complemento é um
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- termo regido, pois há uma relação de dependência
-piscas, pula-pulas. entre o nome e seu complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre ini-
Flexão apenas do primeiro elemento ciado por preposição, exceto se o complemento vier em
forma de pronome oblíquo átono.
z Nos substantivos compostos formados por subs- Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram
tantivo + substantivo em que o segundo termo leais.
limita o sentido do primeiro termo: Observação: Complemento de “lhe”: predicativo do sujei-
decreto-lei – decretos-lei; to (desprovido de preposição)
cidade-satélite – cidades-satélite; Pronome oblíquo átono: lhe
público-alvo – públicos-alvo; Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do
elemento-chave – elementos-chave. sujeito (desprovido de preposição).
Nestes substantivos também é possível a flexão
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, REGÊNCIA VERBAL
públicos-alvos, elementos-chaves.
Relação de dependência entre um verbo e seu
z Nos substantivos compostos preposicionados: complemento. As relações podem ser diretas ou indi-
cana-de-açúcar – canas-de-açúcar; retas, isto é, com ou sem preposição.
pôr do sol – pores do sol;
fim de semana – fins de semana; Há verbos que admitem mais de uma regência
pé de moleque – pés de moleque. sem que o sentido seja alterado.

Flexão apenas do segundo elemento Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
� Nos substantivos compostos formados por tema Objeto direto: os favores recebidos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
adjetivo: V. T. I.: se esquecia
bate-papo – bate-papos; Objeto indireto: dos favores recebidos.
quebra-cabeça – quebra-cabeças;
arranha-céu – arranha-céus; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos
ex-namorado – ex-namorados; que, mudando-se a regência, mudam de sentido,
56 vice-presidente – vice-presidentes. alterando seu significado.
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos. � Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
(aspiramos = sorvemos) direto e indireto
V. T. D.: aspiramos Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
Objeto direto: ar poluídos. A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
Os funcionários aspiram a um mês de férias. vo indireto)
(aspiram = almejam) O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to e indireto)
Objeto indireto: a um mês de férias � Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
predicativo do objeto
A seguir, uma lista dos principais verbos que Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
geram dúvidas quanto à regência: to com sentido de “convocar”)
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
� Abraçar: transitivo direto dicativo do objeto com sentido de “denominar,
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. qualificar”)
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço � Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto reto; intransitivo
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
to com sentido de “acariciar”) indireto com sentido de “ser difícil”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
no sentido de “ser agradável a”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto;
� Esquecer: admite três possibilidades
transitivo direto e indireto
Ex.: Esqueci os acontecimentos.
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não Esqueci-me dos acontecimentos.
personificado) Esqueceram-me os acontecimentos.
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto
personificado) � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- transitivo direto e indireto
reto: refere-se a coisas e pessoas) Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
(transitivo direto com sentido de “acarretar”)
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
preposição a, rege indiferentemente objeto direto disposição”)
e objeto indireto. Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto) direto e indireto com sentido de envolver-se”)
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo � Informar: transitivo direto e indireto
indireto) Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
rege apenas objeto direto: sobre
Ajudaram o ladrão a fugir. Informaram o réu de sua condenação.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto Informaram o réu sobre sua condenação.
direto: Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Ajudei-o muito à noite. sa: objeto indireto, com a preposição a
Informaram a condenação ao réu.
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- reto, com as preposições em e por
sitivo direto com sentido de “angustiar”) Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
como complemento) tivo direto e indireto
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-
� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto sitivo com sentido de “cortejar”)
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti- Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
vo direto com sentido de “respirar”) indireto com sentido de “desejar muito”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo “Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
LÍNGUA PORTUGUESA

indireto no sentido de “desejar”) ret) (transitivo direto e indireto com sentido de


“encantar-se”)
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de � Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
“prestar assistência” Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.
O médico assistia os acidentados. Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
O médico assistia aos acidentados. � Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-
- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” tivo direto e indireto
Não assisti ao final da série. Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio. indireto)
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
res de pessoas.” direto e indireto) 57
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; c) A pesquisa da qual foram submetidos revelou infor-
transitivo direto e indireto mações novas.
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) d) As objeções contra as quais se levantaram não tinham
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) qualquer fundamento.
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e e) As leis às quais se referem foram julgadas pela
indireto) pesquisa.
� Suceder: intransitivo; transitivo direto
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no O correto é “A pesquisa à qual foram submetidos”,
sentido de “ocorrer”) para respeitar a regência do nome “submetidos”.
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido Faz-se a pergunta: “Submetidos a quem ou a quê?”.
de “vir depois”) Resposta: Letra C.
REGÊNCIA NOMINAL
2. (TJ-SC – 201) Analise as proposições sob o aspecto
da regência verbal:
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
bios) exigem complementos preposicionados, exceto
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. I. Comunique aos candidatos de que as provas serão
realizadas em outro local.
Advérbios Terminados em “mente” II. Fundação, pilares, lajes, vigas, caixas-d’água, escadas
em concreto armado devem obedecer às normas da
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a ABNT.
regência dos adjetivos: III. Essa mudança de percepção dos riscos ambientais
implica maior influência da participação popular nos
análoga / analogicamente a projetos industriais.
contrária / contrariamente a
IV. Esperamos que cheguem logo a nossas mãos os
compatível / compativelmente com
documentos visando a instruir o processo.
diferente / diferentemente de
favorável / favoravelmente a
paralela / paralelamente a a) Estão corretas somente as proposições II, III e IV.
próxima / proximamente a/de b) Estão corretas somente as proposições I, II e III.
relativa / relativamente a c) Estão corretas somente as proposições I, III e IV.
d) Estão corretas somente as proposições I, II e IV.
Preposições Prefixos Verbais e) Todas as proposições estão corretas.
Alguns nomes regem preposições semelhantes a
A forma correta de I seria: “Comunique aos candida-
seus “prefixos”:
tos que as provas serão realizadas em outro local”.
dependente, dependência de O verbo “comunicar” é transitivo direto e indireto,
inclusão, inserção em e, no contexto, o objeto direto é a oração subordina-
inerente em/a da substantiva “que as provas serão realizadas em
descrente de/em outro local”. Resposta: Letra A.
desiludido de/com
desesperançado de
desapego de/a
convívio com
convivência com
COLOCAÇÃO PRONOMINAL DOS
demissão, demitido de PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS
encerrado em (PRÓCLISE, MESÓCLISE E ÊNCLISE)
enfiado em
imersão, imergido, imerso em
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
instalação, instalado em
interessado, interesse em Estudo da posição dos pronomes na oração.
intercalação, intercalado entre
supremacia sobre Próclise

Pronome posicionado antes do verbo.

EXERCÍCIOS COMENTADOS Casos que atraem o pronome para próclise:

1. (CEPERJ – 2013) “...não passa de uma manifestação z Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não
de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de decla- me submeto a essas condições.
rar-se isento”. Nessa oração, o emprego da forma “do z Pronomes indefinidos, demonstrativos, relati-
qual” está ligado à presença do termo “isento”, que vos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
solicita a presença da preposição de. A frase criada z Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apre-
apresenta desvio da norma culta nesse mesmo tipo de sente como um rico investidor, ele nada tem.
estrutura em: z Gerúndio precedido da preposição em. Ex: Em se
tratando de futebol, Maradona foi um ídolo.
a) Os assaltos dos quais falam são cotidianos na cidade z Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na espe-
de São Paulo. rança de sermos ouvidos, muito lhe agradecemos.
b) Os crimes contra os quais lutam os policiais oferecem z Orações interrogativas, exclamativas, optati-
58 perigo à sociedade. vas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
Mesóclise a aceitação mútua de erros e desvios da norma culta
escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito para
Pronome posicionado no meio do verbo. não ser cobrado por ele da mesma forma quando
errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abrevia-
Casos que atraem o pronome para mesóclise: ções que mais se assemelham a códigos criptografa-
Os pronomes devem ficar no meio dos verbos que dos do que à própria língua portuguesa.
estejam conjugados no futuro, caso não haja nenhum O maior problema é que isso gera um reforço nega-
motivo para uso da próclise. Ex.: “Dar-te-ei meus bei- tivo: treina-se uma escrita que não promove a prática
jos agora...” ideal da comunicação verbal normatizada. O resul-
tado é que, quando ocorre a exigência da produção
Ênclise escrita, a prática que se tem não promove a eficiência
nessa categoria de comunicação.
Pronome posicionado após o verbo.
Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da
Casos que atraem o pronome para ênclise: escrita em quem tem dificuldade de passar para o
papel o que tem na sua cabeça?
z Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito
honrada com esse título. Inicialmente, em um procedimento tradicional
z Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor. de produção de textos, começa-se pela apresentação
z Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quan- de exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua
to sou importante. estrutura, apresentam-se as partes que o compõem.
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e
Casos proibidos: Início de frase: Me dá esse cader- de como elaborá-las separadamente: como se constrói
no! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo). um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração;
Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é
de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se de nada mostrado como podem ser os parágrafos que introdu-
(correto). zem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo.
Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato E só depois de exercitar esses primeiros procedimen-
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto). tos é que se passa à produção de um trabalho comple-
to, buscando a eficiência do todo por intermédio do
agrupamento de cada uma das partes estudadas até a
formação de um bloco contínuo e completo.

REDAÇÃO
Importante!
REDAÇÃO DISCURSIVA
O truncamento desse trabalho ocorrerá certa-
Alunos, vamos trabalhar nesse material a redação mente se o aprendiz não se dispuser a praticar
discursiva. Aqui, apresentaremos a vocês um projeto esses conceitos. É aí que começa a frustração
de redação dissertativa. Você irá estudar algumas dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão
características inovadoras no conceito de produção de tentar praticar a escritura da sua redação após
textos para quem quer atingir um melhor resultado terem terminado o estudo do livro didático e
em provas que exijam do candidato a habilidade de sentem muita dificuldade no momento do agru-
produzir um texto. pamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que
Neste material serão apresentados os aspectos aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não
gerais da redação discursiva em sua estrutura textual, for satisfatório, eles simplesmente assumirão a
bem como todos os passos para a sua produção com dificuldade como uma inabilidade pessoal.
eficiência. Porém, é importante dar atenção às dúvi-
das que geralmente são apresentadas pelos alunos
para que se possa dar solução aos principais proble- Como proposta de solução para essa dificulda-
mas que eles relatam. de, vamos partir de um princípio inverso em que se
começa da materialização do texto eficiente, satisfa-
Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? zendo os anseios dos nossos alunos: começamos pelo
todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto consiste na elaboração de máscaras de redação, o que
LÍNGUA PORTUGUESA

às provas que cobram dos candidatos habilidades na proporciona a você um ponto de partida concreto na
produção de questões discursivas. Alguns dizem se produção de redações eficientes a partir de modelos
sentirem tão despreparados que terminam por desis- prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados
tir dos concursos que trazem a redação como critério para qualquer tema proposto pela banca organizado-
de classificação. ra do concurso, respeitando ainda o caráter da origi-
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não nalidade e da criatividade de cada autor.
está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e As máscaras de redação garantem a eficácia sobre
que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exerci- os principais quesitos exigidos pelas bancas organiza-
tam essa habilidade normalmente em ambientes vir- doras dos critérios de correção dos textos, tais como
tuais como sites de comunicação e na elaboração de progressão textual e sequencialização, coesão e conse-
e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de quentemente coerência, além de atender naturalmen-
“pacto da mediocridade”, sem intenção ofensiva, que te à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro
caracteriza a postura displicente de como se escreve e ponto importante é o de permitir ao candidato uma 59
projeção bem aproximada da extensão do seu texto Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr
em número de linhas. em maiúscula?
Outra finalidade dessa proposta é também a de
desenvolver uma maior agilidade na projeção e na Há duas possibilidades:
construção da redação, otimizando o tempo de sua
elaboração durante a prova. Então vamos lá! z A primeira forma convencionada diz que só a pri-
meira palavra do título deve ser iniciada por letra
maiúscula, como em:
DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA
CONCURSOS PÚBLICOS
É bom fazer redação com o Nélson!
Selecionamos dúvidas que frequentemente apare-
z A segunda forma permite que você coloque todas
cem sobre as redações para concursos públicos e que as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção
certamente pode ser a sua dúvida. Vejamos: dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem senti-
do próprio), como preposições e artigos:
Qual o peso ou a importância da redação em um
concurso público? É bom fazer Redação com o Nélson!

O peso da redação é muito grande, por isso, ela „ Nomes próprios são sempre com iniciais
faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais, maiúsculas.
a redação se tornou o passaporte para o ingresso em „ Use pontuação significativa se for necessário,
grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale como interrogação e exclamação. O ponto final
um resultado positivo na prova objetiva se não obti- é dispensável.
ver sucesso em sua redação.
É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma?
Os candidatos costumam dedicar seu tempo de
estudos à prova objetiva e deixar a redação por últi-
Como já dissemos, a letra cursiva (letra de mão)
mo. Na maioria das vezes, passam naquela e repro-
só será necessária se for uma exigência do edital. De
vam nesta. Não dá para subestimar a redação, é uma maneira geral, o que se pede é a legibilidade.
preciso exercitar sempre. Nesse caso você pode até misturar tudo:
Caligrafia / Caligrafia / CALIGRAFIA / CaliGrAfia
O que conta mais para um bom resultado: ter bons É importante sempre se lembrar de respeitar as
conhecimentos sobre o assunto apresentado na regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e
proposta ou ter bons conhecimentos em língua minúscula devem ser diferenciadas:
portuguesa? Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>.

Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em O que é texto em prosa?


importância. No que diz respeito aos conhecimentos
de língua portuguesa, estamos nos referindo à estru- Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto
em prosa é aquele que naturalmente usamos para
tura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende-
escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos
-se que quem domina estes dois aspectos não tenha
em “e-mail” etc. Ele se constrói em estrutura linear
dificuldades com a ortografia e outros aspectos gra- (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma
maticais que, em prova, inclusive, pouco peso tem. comum de escrever. É contrária ao verso, que exige
uma elaboração estrutural e demonstra preocupação
Qual é a diferença entre tema e título? com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe.
Veja um exemplo de texto em verso:
Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem
caráter geral e abrangente, e propõe questões que A rosa de Hiroxima
devem ser abordadas obrigatoriamente com objeti- Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
vidade pelo candidato. Essa objetividade é um fator
Pensem nas meninas
determinante para que sua composição fique delimita- Cegas inexatas
da àquilo que é possível desenvolver em sua redação. Pensem nas mulheres
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a Rotas alteradas
elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi- Pensem nas feridas
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
número de linhas que é proposto para se desenvolver
Da rosa da rosa
o tema é limitado. Geralmente não passa de 30 linhas, Da rosa de Hiroxima
por isso é preciso ser claro e direto no desenvolvimen- A rosa hereditária
to da argumentação. A rosa radioativa
Título é o nome que você dá a sua redação. Ele tem Estúpida e inválida
a função de apresentar e chamar a atenção sobre o A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar
Sem cor sem perfume
que são poucas as instituições que solicitam que o Sem rosa sem nada.
candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido,
60 não é para colocá-lo. (http://www.revista.agulha.nom.br/vm.html/rosa)
Agora um exemplo de texto em prosa: A introdução deve ser clara e chamar a atenção
para dois itens básicos: os objetivos do texto e o pla-
“Hiroshima ou Hiroxima (em japonês: 広島市) é no do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar
uma cidade japonesa localizada na província de alguma previsibilidade de seu projeto, você, autor,
Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis deve expor os caminhos por que percorrerá em sua
canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em tor- explanação. Lembre-se de que o leitor, corretor de seu
no de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o trabalho, é um professor experiente e é a organização
estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-gene-
que mais o impressionará nesse momento. Por isso,
ral durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6
não tenha medo de ser objetivo e previamente ilustra-
de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo
arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas
tivo quanto aos seus propósitos de trabalho.
foram mortas ou feridas.” Ex.: Parágrafo de introdução
Todos sabem o quanto a tecnologia vem imple-
mentando novos valores à vida do homem moder-
Importante! no principalmente no que diz respeito a sua vida
em sociedade (1). É notório o desenvolvimento da
Não se esqueça! Redação para concurso é em tecnologia em campos como o da educação (2) e o
prosa. dos serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda
muito além disso, atingindo vários outros espaços
(http://pt.ikipedia.org/wiki/Hiroshima/28cidade/29 do cotidiano (4) da maioria das pessoas.
(1) A tese: a tecnologia vem implementando novos
O que eu faço se errar uma palavra quando estiver valores à vida do homem moderno principalmente no
passando a limpo minha redação? que diz respeito a sua vida em sociedade;
(2), (3), (4) Os argumentos são levantados a fim
Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Porém, de sustentar a tese: o desenvolvimento da tecnologia
muitas instituições orientam os candidatos a passar um em campos como o da educação (2) / o dos serviços
traço simples sobre a palavra e continuar escrevendo sociais (3) / inovações atingindo vários outros espaços
como se nada houvesse acontecido. Geralmente, nesses do cotidiano (4).
casos, o erro não é considerado. Sendo assim, não perca
tempo sofrendo e faça como no exemplo a seguir: Desenvolvimento
Vamos começar nossa dedação redação agora.
Entendeu? O desenvolvimento é a parte em que você deve
expor os elementos que vão fundamentar sua tese que
ESTRUTURA DISSERTATIVA – COESÃO, pode vir especificada por intermédio de argumentos,
PARALELISMO E PROGRESSÃO DISCURSIVA de pormenores, de exemplos, de citações, de dados
estatísticos, de explicações, de definições, de confron-
Neste assunto trabalharemos alguns elementos tos de ideias e contra argumentações. Você poderá
importantes para iniciarmos nossa produção de textos. usar tantos parágrafos quanto achar necessário para
Começaremos com a estrutura do texto dissertativo. desenvolver suas teorias, porém em redações de cur-
Como todos sabem, a dissertação é um tipo de tex- ta extensão o ideal é que cada parágrafo apresente
to que se caracteriza pela exposição e defesa de uma objetivamente apenas um dos argumentos a serem
ideia que será analisada e discutida a partir de um desenvolvidos, ou ainda, que esses argumentos sejam
ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dis- agrupados caso vários deles devam ser apresentados
sertativo trabalha com argumentos, com fatos, com para sustentar sua tese.
dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o
desenvolvimento de suas ideias. desenvolvimento da tecnologia em campos como o
Para atender a esse propósito, a dissertação deve da educação”
apresentar uma organização estrutural que conduza Alguns argumentam que é importante reconhecer
as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto o papel das redes mundiais de informação para
ao reconhecimento da verdade proposta como tese. o favorecimento da construção do conhecimento.
Compreende-se como estrutura básica de uma disser- Hoje é possível visitar um museu, consultar uma biblio-
tação a divisão da exposição da argumentação em três teca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da
partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a internet, muito da sabedoria mundial pode ser alcança-
conclusão: da por qualquer pessoa que a deseje. Basta estar diante
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: de um computador, ou de posse de um desses modernos
aparelhos celulares para se ligar a qualquer momento
LÍNGUA PORTUGUESA

Introdução ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a


qualquer momento em um desses dispositivos.
A introdução do texto dissertativo é a apresenta- Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o
ção de seu projeto. Ela deve conter a tese de sua dis- desenvolvimento da tecnologia em campos como o
sertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento dos serviços sociais”
sobre o tema proposto pela banca. Esse momento Outro aspecto que merece destaque especial é quan-
é muito importante para o leitor, pois é aí que será to ao atendimento oferecido ao cidadão pelos
mostrada a identificação de suas ideias com o tema. É órgãos do serviço público. Já é possível registrar
um bom momento para apresentá-lo aos argumentos um boletim de ocorrências via computador ou ainda
sequencialmente ordenados de acordo com a progres- agendar a emissão de passaportes junto às agencias da
são que você dará a sua redação (progressão textual). Policia Federal em qualquer lugar do Brasil. Consultas
médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou 61
privados e os exames realizados podem ser consultados z Elementos Catafóricos: Este, esta, isto, tal como,
diretamente do banco de dados dessas entidades. a saber...
Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as
inovações em vários outros espaços do cotidiano” São palavras referentes a outras que irão aparecer
E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que no texto:
de muitas outras formas a tecnologia interfere
positivamente em nossas vidas. As relações sociais
se intensificaram depois do surgimento das várias
redes de relacionamento tendo início com o Orkut e o Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o
Facebook, permitindo que as pessoas se reencontrem xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender!
em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria mui-
to esforço coletivo para tais eventos. Programas como O pronome demonstrativo este apresenta um ele-
o Zoom e o Google Meet possibilitam que as pessoas mento do qual ainda não se falou = o xampu.
conversem e interajam em diferentes partes do mundo
sem nenhum custo além dos já dispensados com seus z Coesão lexical: são palavras ou expressões
provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos equivalentes.
filhos já pode vê-los ou aos netos, pela tela de um note-
book ou celular, sempre que sentir saudade. A repetição de palavras compromete a qualidade
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator.
Conclusão Assim, é aconselhável a utilização de sinônimos:
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase -
A conclusão é a retomada da ideia principal, que êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha
agora deve aparecer de forma muito mais convin- vida por umas poucas horas dessa alegria.
cente, uma vez que já foi fundamentada durante o Nesse caso a palavra alegria aparece como sinôni-
desenvolvimento da dissertação. Deve, pois, conter mo semântico da palavra amor, representando-a.
de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a
confirmação da hipótese ou da tese, acrescida da argu- z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a
mentação básica empregada no desenvolvimento. omissão de um termo facilmente identificável.
Ex.: considerações finais
Tendo em vista esses aspectos observados sobre
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor
esse admirável mundo de facilidades técnicas, só nos
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre-
resta comentar que não foi só o computador que
lações entre as partes:
tornou a vida do cidadão mais simples e confor-
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não
tável, mas outros campos da tecnologia também
tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também
contribuíram para isso. Os aparelhos de GPS, que
galopava.
nos orientam a qualquer direção, ou ainda diver-
A interrogação representa a omissão do sujeito
sos dispositivos médicos portáteis, garantem a
marechal que fica subentendido na oração.
melhora da qualidade de vida de todos os homens
do nosso tempo.
z Conectivos principais: preposições e suas locu-
ções: em, para, de, por, sem, com...
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS

Coesão Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para


que, mas...
Coesão pode ser considerada a “costura” textual, Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos,
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
garantir uma boa coesão no seu texto, você deve pres- muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní-
tar atenção a alguns mecanismos. Abaixo, em negrito, cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da
há exemplos de períodos que podem ser melhorados sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada
utilizando os mecanismos de coesão: do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua
propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a
z Elementos Anafóricos: Esse, essa, isso, aquilo, simpatia de grande parte da população do planeta.
isso, ele...
Coerência
São palavras referentes a outras que apareceram
no texto, a fim de retomá-las. Coerência textual é uma relação harmônica que se
estabelece entre as partes de um texto, em um contex-
to específico, e que é responsável pela percepção de
Ela = Dolores seu = Ela uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
aspectos envolvidos nessa questão são:
Ex.: Dolores era beleza única. Ela sabia do seu
poder de seduzir e o usava z Coerência semântica

Refere-se à relação entre significados dos elemen-


tos da frase (local) ou entre os elementos do texto
o = poder
62 como um todo:
Ex.: Paulo e Maria queria chegar ao centro da Ex.: Passe-me essa jarra de suco, por favor. – pediu ela
questão. - Não caberia aqui pensar em centro como ao rapaz que sentara à sua frente.
bairro de uma cidade. Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência
É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio será ao ser que está distante do falante e do ouvin-
do vocabulário. te: As duas no portão não aguentavam de curiosidade,
quem seria aquele moço na esquina?
z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáti-
cos que o autor utiliza para expressar a coerência z Indicando localização temporal:
semântica: “A felicidade, para cuja obtenção não
existem técnicas científicas, faz-se de pequenos Este (presente): Neste ano haverá Copa do Mundo.
fragmentos...” - como leitor do texto, você deve Esse (passado próximo: Nesse ano que passou, não
entender que o pronome cuja foi empregado para tivemos Copa do Mundo.
estabelecer posse entre obtenção e felicidade. Esse (passado futuro): A próxima copa será em
2014. Nesse ano poderemos ver todos os jogos aconte-
É nesse caso que entra o estudo da coesão com o cerem aqui em nosso país.
emprego dos conectivos. Aquele (passado distante ou bastante vago):
Naquela época, não havia iluminação elétrica.
z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,
à linguagem que ele emprega para redigir. O lei- z Fazendo referências contextuais (funções anafó-
tor atento a isso consegue facilmente entender a rica e catafórica):
estrutura do texto e relacionar bem as informa-
ções textuais. Além disso, percebendo se a lin- Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda
guagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio se vai falar no texto (referência catafórica). Ex.: Este
interpretativo deverá funcionar de uma determi- é o problema: estou dura. Pode também fazer uma
nada maneira, como podemos ver neste texto de referência de especificação a um elemento já expres-
Fernando Pessoa: so (ref. anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao
cinema.
Já sobre a fronte vã se me acinzenta Esse: refere-se a um elemento já mencionado no
O cabelo do jovem que perdi. texto (referência anafórica). Ex.: Comprei aspirina.
Meus olhos brilham menos. Esse remédio é ótimo.
Já não tem jus a beijos minha boca. Este: refere-se à última informação antecedente a
Se me ainda amas por amor, não ames: ele no texto;
Trairias-me comigo. Aquele: refere-se à informação mais distante dele
no texto. Ex.: Ana, João e Cris são irmãos; esta é quie-
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)
ta, esse fala pouco e aquela fala muito.
z Elementos importantes de coesão e coerência:
Período composto
para continuarmos o estudo de coesão e coerência,
devemos relembrar alguns elementos gramaticais
z Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa.
importantes:
Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li é ótimo.
z Pronome demonstrativo: indicam posição dos
z Quem – refere-se à pessoa, sempre preposiciona-
seres em relação às pessoas do discurso, situando-
do. Ex.: Esta é a aluna de quem falei.
-o no tempo e/ou no espaço (função dêitica destes
z Cujo (parecido com o possessivo): estabelece pos-
pronomes). Podem também ser empregados fazen-
se. Ex.: Este é o autor com cujas ideias concordo.
do referência aos elementos do texto (função ana-
z Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde
fórica ou catafórica). São eles:
(em que) moro é movimentada.

ESTE (A/S), ESSE (A/S), Têm função de pronome Atenção:


AQUELE (A/S) adjetivo. Observar a palavra a que se refere o pronome
ISSO, ISTO, AQUILO, O Têm função de pronome relativo para evitar erros de concordância verbal. Ex.:
(A/S) substantivo. Lemos os livros que foram indicados pelo professor
(que = os quais → livros)
MESMO, PRÓPRIO, Quando são demons- Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando
SEMELHANTE, TAL (E trativos, são pronomes a preposição exigida quando necessário. Ex.: Este é o
LÍNGUA PORTUGUESA

FLEXÕES). adjetivos. livro a que me refiro.


O verbo referir-se pede a preposição a; por isso, ela
Empregos do pronome demonstrativo aparece antes do que.
Os pronomes como, quando e quanto também
z Indicando localização no espaço: podem ser relativos.
Os relativos compõem as orações subordinadas
Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o adjetivas
emprega para referir-se ao ser que está junto dele. As orações adjetivas podem ser explicativas
Ex.: Este é meu casaco! – a moça avisou, enquanto o – cujo conteúdo é explicativo, genérico, uma infor-
segurava. mação a mais - ou restritivas – cujo conteúdo é de
Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o empre- restrição, especificação, informação importante no
ga para referir-se ao ser que está junto do seu ouvinte. contexto. 63
As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica z Conformidade: conforme, como, segundo, con-
soante. Ex.: Tudo aconteceu como eles imaginaram.
As orações adjetivas são iniciadas sempre por pro- z Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de
nomes relativos e podem ser de dois tipos: maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto lutou, que
progrediu muito na vida.
z Explicativa: O homem, que é racional, mata.  A z Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo),
oração adjetiva deste caso não tem sentido restriti- que, porque, para que, para (+ infinitivo). Ex.:
vo, pois todos os homens são racionais. Faça bem a sua parte do projeto para que não haja
z Restritiva: O homem que fuma morre mais cedo. reclamações.
 A or. adj. deste caso reporta-se apenas ao homem z Proporcionalidade: à proporção que, à medi-
fumante. da que, na medida em que, quanto mais, quanto
menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso
Emprego do cujo e do onde avança, o romantismo diminui.
z Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em
ideia de condição), enquanto, mal, logo que, assim
Este é o prédio onde
ONDE Lugares. que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal ele
fica o 1º cartório.
chegou, todas o rodearam.
Concorda com
Esta é a jovem de
o substantivo cujo pai eu lhe falei.
Paralelismo
posterior e indica
SUBS . CUJO SUBS. que esse subs- Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio da
tantivo pertence organização textual, promovendo no texto coerência
Este é o pai de cuja
POSSE a outro termo jovem eu lhe falei. em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Esse
substantivo an- mesmo equilíbrio deve assim ser entendido nos perío-
terior ao cujo. dos, pois sua redação também deve apresentar uma
sequência lógica para que ele tenha sentido claro e
Conjunções coordenativas, locuções conjuntivas, realmente dê a informação pretendida pelo seu autor.
preposições e locuções prepositivas Veja, como exemplo, o que diz o Professor Othon
Marques Garcia em seu livro Comunicação em Prosa
z Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ain- Moderna:
da, tampouco, (não só...) como também. Ex.: A água
cristalina brota da terra e busca seu caminho por “Se coordenação é, como vimos, um processo de
entre as pedras. encadeamento de valores sintáticos idênticos, é
justo presumir que quaisquer elementos da frase
z Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, toda-
– sejam orações, sejam termos dela–, coordenados
via, entretanto, no entanto, não obstante. Ex.: Este
entre si, devam – em princípio, pelo menos – apre-
candidato não estudou muito, mas foi aprovado. sentar estrutura gramatical idêntica, pois –como,
z Alternância: ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja... aliás, ensina a gramática de Chomsky – não se
seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a reprova. podem coordenar frases que não comportem cons-
z Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), tituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as
por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica pode causar ideias similares devem corresponder forma verbal
vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita. similar. Isso é o que se costuma chamar paralelis-
z Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), mo ou simetria de construção”.
porquanto. Ex.: Não se preocupe, que eu arruma-
rei toda esta bagunça. Vejamos agora alguns exemplos de construções
que apresentam erros de paralelismo:
Conjunções subordinativas adverbiais
z Paralelismo semântico: Em sua última via-
z Causa: porque, como (somente no início do perío- gem pela América Latina como representante do
governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a
do), que, já que, visto que, por (+ infinitivo), graças
República Dominicana, Washington e o Presidente
a, na medida em que, em virtude de (+ infinitivo),
Barack Obama.
em face de, desde que, uma vez que. Ex.: Como
estava muito doente, foi ao médico.
Observem que nesse caso o verbo “visitou” está sen-
z Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto...
do empregado de maneira a sugerir que se pode visitar
como, assim como, como. Ex.: Ele sempre se posi-
uma cidade da mesma forma como se visita uma pessoa,
cionou como um líder. ou seja, está empregado de forma errada, já que ocorre
z Concessão: embora, conquanto, ainda que, mesmo um duplo sentido a esse verbo com essa construção.
que, se bem que, apesar de (+ infinitivo), em que pese Uma forma correta de representar a ideia preten-
a (+ infinitivo), posto que, malgrado. Ex.: Embora não dida pelo texto é: Em sua última viagem pela Améri-
esteja me sentindo bem, assistirei à aula até o final. ca Latina como representante do governo brasileiro,
z Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa, o presidente visitou Havana, a República Dominicana,
outras vezes de tempo, ou ainda de oposição), caso, Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente
desde que, a não ser que, a menos que (a ideia Barack Obama.
pode ser desdobrada em de concessão), contanto
que, uma vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga z Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bas-
para esse ano letivo, a menos que haja alguma tante em todos os jogos, mas conseguiram se tornar
64 desistência. os campeões este ano.
Veja como a conjunção adversativa “mas” foi inde- os carboidratos no arroz com feijão, as proteínas no
vidamente empregada dando uma ideia de que ser bife com salada além da glicose no cafezinho preto
campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. com açúcar fornecem um completo abastecimento de
O correto nesse caso seria empregar uma conjunção energia somada ao prazer.
que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia
da vitória apresentada na segunda oração, como em: 2° Parágrafo
Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, por
isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conse- É de fundamental importância o consumo de
guiu se tornar o campeão este ano. alimentos ricos no fornecimento de energia para a
movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar,
Progressão textual por exemplo, o arroz com feijão que diariamente
abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em
A progressão textual é o processo pelo qual o texto carboidratos. Esse complexo alimentar nos recompõe
se constrói a partir de elementos semânticos e grama- da energia própria consumida durante o dia.
ticais. Novas informações devem ser somadas e liga-
das às informações anteriores e não apenas repetidas. 3° Parágrafo
Deve haver a continuidade e a evolução dos concei-
tos já apresentados que podem ser conquistadas por Além disso, as proteínas da carne no bife que
intermédio dos elementos de coesão. comemos servem para repor a massa muscular per-
Veja uma simulação do projeto de máscaras de dida durante o trabalho. E somando-se a isso, há as
redação e observe na prática como a progressão tex- fibras das verduras e folhas que ajudam no proces-
tual ocorre: samento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a
Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, possibilidade de reafirmarmos o valor nutricional do
blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-se que alguns conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional
fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá, e de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa
blá) são a base do desenvolvimento desse problema. As
cultura culinária.
consequências imediatas de (blá, blá, bla´) só pode-
rão ser avaliadas quando (blá, blá, blá).
4° Parágrafo
O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
Além de (blá, blá, blá), também se pode especular
Ainda convém lembrarmos outro hábito que
que (blá, blá, blá).
contribui para o sucesso do nosso bem elaborado
Ainda convém chamar a atenção para mais um
cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após
ponto determinante sobre (blá, blá, blá) que é (blá,
as refeições. Esse conjunto da cafeína mais o açúcar
blá, blá).
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e reabastece nosso cérebro de energia desviada para os
é em busca de (blá, blá, blá) que se deve (blá, blá, blá). órgãos processadores da digestão no momento em que
Sendo assim (blá, blá, blá). comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
Você pode perceber que, mesmo não abordando típica da hora do almoço nos mantendo despertos.
assunto algum, há um encadeamento lógico da estru-
tura do texto que conduz a uma eficiência argumen- 5° Parágrafo
tativa que admite a idealização uma vasta margem de
desenvolvimentos sobre variados temas. Levando-se em consideração esses aspectos
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre-
TEORIA DAS MÁSCARAS ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o
Depois de observar as dificuldades que as pessoas que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
têm de se expressarem por meio da escrita, colocamos Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
aqui soluções para esses problemas, sem a pretensão tes nos causará debilidade além de insatisfação.
de criar fórmulas mágicas, mas sim de criar um refe- Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
rencial mais concreto e imediato. tema proposto a nós fosse “A alimentação do brasileiro”
O método aqui utilizado refere-se ao método Teo- e que a partir desse tema tivéssemos que produzir uma
ria das Máscaras dissertação sobre ele. A primeira coisa a fazer seria a
Leia inicialmente o texto piloto desse projeto: delimitação do tema, ou seja, deveríamos buscar com
Projeto de dissertação: Exemplos arroz com objetividade uma tese, dentro desse tema, sobre a qual
feijão. fôssemos capazes de argumentar, como essa:
Tema: A alimentação do brasileiro. “A comida dos brasileiros é muito saudável e tem
LÍNGUA PORTUGUESA

Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável tudo de que ele necessita para seu longo dia de trabalho”.
e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia de O próximo passo seria o de levantar alguns argumen-
trabalho. tos que sustentassem a tese proposta com valor de ver-
Argumentos: carboidratos no arroz com feijão; dade. Veja como fizemos. Já que estávamos falando da
proteínas no bife com salada; glicose e cafeína do alimentação dos brasileiros, nada melhor do que falar-
cafezinho preto com açúcar. mos sobre seus pontos positivos, pontos estes reconhe-
cidos até por especialistas em alimentação mundial. O
1° Parágrafo valor nutricional que compõe o nosso prato mais popu-
lar. Isso mesmo, o “pf”, o “prato feito” que encontramos
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida em bares, pequenos restaurantes e, principalmente, na
é saudável e tem tudo de que os brasileiros necessi- maioria das mesas do povo brasileiro: o arroz com fei-
tam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que jão, bife e salada, finalizado com um cafezinho preto. 65
Decompomos esse prato e identificamos seus prin- Veja agora uma coletânea de frases que podem
cipais ingredientes, aqueles merecedores de destaque auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos iniciais:
como boa argumentação a favor de nossa tese. Marcamos
o “carboidrato”, presente no arroz e no feijão, como nosso É de conhecimento geral que ... Todos sabem que,
primeiro ponto positivo. Depois foi a vez das “proteínas” em nosso país, há tempos, observa- se...
presentes no bife com salada e chegamos, finalmente, à Cogita-se, com muita frequência, que...
“cafeína” e ao “açúcar” presentes no cafezinho. Pronto, já Muito se tem discutido, recentemente, acerca de...
temos a primeira parte de nosso projeto organizado. É de fundamental importância o (a)....
O próximo passo é juntar tudo no primeiro parágra- Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se desco-
fo, de maneira organizada, de forma que as ideias sejam brir as causas de....
Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...
apresentadas em uma sequência que deixe claro ao leitor
sobre o que será falado e também qual será a sequência
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o
de argumentos que será apresentado para dar credibili-
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto
dade a nossa tese. Veja o modelo do primeiro parágrafo:
às relações de coesão. As conjunções foram posicio-
nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de
Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________ argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res-
____________________. Verifica-se que____________________(,) pectivas estruturas vazias:
___________________ além de _____________________ forne-
cem (ou - resultam, culminam, têm como consequência...) 3o Parágrafo:
_________________________________________________________.

Além disso, ______________________________. E soman-


do-se a isso,_________________________ que _____________.
Compare agora com o parágrafo preenchido com
Daí__________________________________________________e
a tese e com os argumentos e veja a amarração que de______________________________________________________.
conseguimos:
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é
saudável e tem tudo de que os brasileiros necessitam para
o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidra- Teremos, após preencher o modelo:
tos no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada Além disso, as proteínas da carne no bife que come-
além da glicose no cafezinho preto com açúcar fornecem mos servem para repor a massa muscular perdida
um completo abastecimento de energia somada ao prazer. durante o trabalho. E somando-se a isso, há as fibras
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos das verduras e folhas que ajudam no processamento dos
seguintes, impondo a eles estruturas programadas alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
com relação lógica de coerência e coesão. Você perce- reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
berá que a continuidade e a progressão textual foram tos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
sendo procuradas e construídas para dar evolução ao hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
texto e aos argumentos.
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de 4o Parágrafo:
apresentação que valoriza o primeiro argumento, depois
fomos completando os espaços em branco que ligavam
os argumentos entre si com relações preestabelecidas Ainda convém lembrarmos_________________________
(que é): ________________________________________________
de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explicação
___________. Esse _________________________________ para
― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”. ______________________________. Essa (s) _________________
Veja que, para manter a continuidade textual recupe- _________________________________________________________.
rando sempre a ideia central do parágrafo, nos preocu-
pamos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”
fechando com uma conclusão sobre esse argumento.
Teremos, após preencher o modelo:
Ainda convém lembrarmos outro hábito que con-
É de fundamental importância o__________________ tribui para o sucesso do nosso bem elaborado cardápio
______________ para_____________________________________.
que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições.
Podemos mencionar, por exemplo, ______________que____
______________________________, por causa de _____________ Esse conjunto da cafeína mais o açúcar reabastece
___________________________. Esse ________________________ nosso cérebro de energia desviada para os órgãos pro-
_________________________________________________________. cessadores da digestão no momento em que comemos.
Essas substâncias reprimem a sonolência típica da
hora do almoço nos mantendo despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também
Observe como ficou a sequência completa do podemos relacionar frases que você poderá escolher
segundo parágrafo: para dar originalidade ao seu texto:
É de fundamental importância o consumo de ali-
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi- z Ao se examinarem alguns; verifica-se que;
mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por z Pode-se mencionar, por exemplo,
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece z Em consequência disso; vê-se; a todo instante;
a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra- z Alguns argumentam que;
tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia z Além disso;
66 própria consumida durante o dia. z Outro fator existente;
z Outra preocupação constante;
MÁSCARA 01
z Ainda convém lembrar;
z Por outro lado; 1o Parágrafo
z Porém; mas; contudo; todavia; no entanto;
entretanto. Todos sabem o quanto, em nosso país,_______________
______________Verifica-se que____________________________(,)
Lembramos que esses exemplos são apenas suges- __________________________ além de_____________________
tões e que você poderá desenvolver construções que _________ fornecem (ou - resultam, culminam, têm como
atendam sua necessidade a partir de quando você consequência)_________________________________________.
for adquirindo experiência com a produção de textos.
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdu- 2o Parágrafo
ção e para o desenvolvimento de nossas redações, também
podemos criá-los para a conclusão de nossa dissertação. É de fundamental importância o_________________
_____________________ para ______________________________.
Acompanhe a organização de nosso último parágrafo.
Podemos mencionar, por exemplo,_______________________
que_________________________, por causa de________________
_______________. Esse______________________________________.
Levando-se em consideração esses aspectos __________
________________________ somos levados a acreditar que___
3o Parágrafo
_________________________________________________________
_______________________, mas também____________________.
Sendo assim ____________________________________________ Além disso,________________________________________. E
_________________________________________________________. somando-se a isso,________________________________que_____
_____________________________. Daí_________________________
____e de__________________________________________________.

Teremos, após preencher o modelo: 4o Parágrafo


Levando-se em consideração esses aspectos
práticos do prato do brasileiro somos levados a acre- Ainda convém lembrarmos__________________ (que é):______
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu- _______________________. Esse______________________________
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o _______________________para_______________________. Essa(s)
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. __________________________________________________________.
Sendo assim a falta de qualquer um desses ingredien-
tes nos causará debilidade além de insatisfação. 5o Parágrafo
Os aspectos conclusivos presentes nesse último
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che- Levando-se em consideração esses aspectos____________
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As somos levados a acreditar que___________________________,
mas também_______________________________________ Sendo
frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
assim_____________________________________________________.
conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
ção para os problemas propostos, ou ainda, podem
gerar simples constatações das verdades idealizadas.
Você também pode contar com uma pequena lista de Muito bem, agora que vimos o processo de criação
frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. das máscaras, você poderá começar também seu traba-
lho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais
z Em virtude dos fatos mencionados; dois outros modelos de máscaras de redação que você
z Por isso tudo; poderá usar como base para suas próprias criações.
z Levando-se em consideração esses aspectos; Vá observando como as máscaras garantem o
z Dessa forma; encadeamento das ideias, a coesão entre as orações
z Em vista dos argumentos apresentados; e a coerência com as várias possibilidades argumen-
z Dado o exposto; tativas. A seguir temos mais um exemplo de máscara
z Por todos esses aspectos;
z Pela observação dos aspectos analisados; Portanto;
logo; então. MÁSCARA 02

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão 1o Parágrafo


com as seguintes frases:
Entre os aspectos referentes a _______________.
z somos levados a acreditar que; ______________________ três pontos merecem desta-
LÍNGUA PORTUGUESA

z é-se levado a acreditar que; que especial. O primeiro é __________________________;


z entendemos que; o segundo ________________ e por fim________________
z entende-se que;
z concluímos que; 2o Parágrafo
z conclui-se que;
z é necessário que; Alguns argumentam que________________________
z faz-se necessário que. ______________________ para________________________.
Isso porque _______________________________. Dessa
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e forma______________________________________________.
como se deu a criação da primeira máscara:

67
MÁSCARA 02 5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso
ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos
1o Parágrafo (mostre casos conhecidos ou dê exemplos seme-
lhantes ao seu argumento).
Entre os aspectos referentes a _______________.
6° Construa o parágrafo unindo as informa-
______________________ três pontos merecem desta-
ções anteriores ao argumento “a)”
que especial. O primeiro é __________________________;
_________________________________________________
o segundo ________________ e por fim________________
____________________________________________________.
2o Parágrafo
7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágra-
fos para os argumentos “b)” e “c)”
Alguns argumentam que________________________
_________________________________________________
______________________ para________________________.
___________________________________________________.
Isso porque _______________________________. Dessa
forma______________________________________________.
48° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese
dizendo que, se algum dos argumentos não for
3 Parágrafo
o
considerado, a ideia inicial não poderá ser sus-
tentada, ou que os resultados propostos não serão
Outra preocupação constante é _______________
atingidos).
___________________________________, pois____________
_________________________________________________
________________________. Como se isso não bastasse,
___________________________________________________.
________________________ que _______________________
____________ Daí _______________________________ que
____________e que__________________________________.

4o Parágrafo APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO


PARÁGRAFO DISSERTATIVO
Também merece destaque ______________________
o (a) qual __________________________________________ Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com
. Diante disso ________________________para que ____ a estrutura dos textos dissertativos. Para isso traba-
____________________________________________________. lharemos as várias modalidades de parágrafos que
podem ser utilizados para a elaboração de uma boa
5o Parágrafo dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nos-
so projeto de máscaras e os vários arranjos que são
Tendo em vista os aspectos observados __________ possíveis ao construí-las.
______________________ só nos resta esperar que ___
______________________________, ou quem saiba ______ z Parágrafo de introdução
____________________________________________________.
Consequentemente_________________________________. O parágrafo de introdução tem como uma de suas
funções mais importantes, a de apresentar a tese que
será defendida no decorrer da redação. É também
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações possível e bastante didático que vocês façam uma pré-
baseadas em uma das máscaras prontas, e conforme via dos argumentos que serão trabalhados na susten-
forem avançando as aulas, você poderá construir a tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado,
suas próprias máscaras personalizadas. logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento
Por fim, preparamos uma máscara de organização de vocês e a sequência das suas argumentações.
sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
organizar. z Tipos diferentes de parágrafos de introdução:

„ Declaração inicial: na declaração afirma-se


PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação) ou nega-se algo de início para em seguida justi-
ficar-se e comprovar-se a assertiva com exem-
1° Tema: _______________________________________ plos, comparações, testemunhos de autores etc.
____________________________________________________ Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo
aplicado à nossa proposta básica que é o proje-
2° Tese: ________________________________________ to arroz-com-feijão. Mais uma vez colocamos a
estrutura já construída e em seguida a disposição
a) ___________________________ vazia do parágrafo que poderá ser utilizada por
vocês sempre que desejarem.
3°Argumentos
b)____________________________
Modelo nº 1
c) ____________________________
É fato notório que _____________________________
(1º parágrafo) tese + argumentos ___________________________________________________
_________________________________________________ ______________. Sabe-se que _______________________
____________________________________________________. ________________________, além da _______________.
68
Preenchendo o modelo, teremos: Usamos aqui como representação desse mode-
lo o conceito de silogismo (Um silogismo é um
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa termo filosófico com o qual Aristóteles designou
e tem tudo de que necessitamos para suprir os desgastes a argumentação lógica perfeita, constituída de
de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do três proposições declarativas que se conectam
arroz e do feijão, as proteínas do bife e da salada, além de tal modo que a partir das primeiras duas,
da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um chamadas premissas, é possível deduzir uma
completo abastecimento de energia somada ao prazer. conclusão.) A teoria do silogismo foi exposta por
Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores.
„ Definição: o parágrafo por definição é entendi-
do como um método preferencialmente didático,
Modelo nº 3
pois busca, por intermédio de uma explicação
_____________ pode ser representado de duas
clara e breve, a exposição do significado de uma
maneiras diferentes: ___________ que é ___________
ideia, palavra ou de uma expressão.  É a forma
____________ e ___________, que é __________________
de exposição dos diversos lados pelos quais se
_______________. Enquanto a primeira ___________se
pode encarar um assunto. Pode apresentar tan-
apresenta __________________. Esta, por sua vez, rea-
to o significado que o termo carrega no uso geral
liza-se por intermédio de _________________________
quanto aquele que o falante pretende determi-
____________________________________________________.
nar para o propósito do seu discurso.

Uma definição é um enunciado que descreve um


conceito, permitindo diferenciá-lo de outros conceitos Preenchendo o modelo, teremos:
associados.
Vejam como em nosso parágrafo de exemplo O silogismo pode ser representado de duas
exploramos o conceito global e generalizado sobre o maneiras diferentes: silogismo simples que é for-
assunto. mado por um único núcleo argumentativo e silogismo
Vocês perceberão como o modelo vazio que segue composto que é formado por diversos núcleos argu-
este exemplo traz a indução do assunto a ser defini- mentativos de elaboração complexa. Enquanto a pri-
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição, meira teoria se apresenta pela estrutura filosófica
a base dessa informação deve sustentar-se em uma básica consagrada pela antiguidade. Esta, por sua
verdade consagrada, diferentemente do que vimos vez, realiza-se por intermédio de vários silogismos
no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode desenvolvidos para atender às novas perspectivas de
basear-se em uma posição pessoal a ser defendida. sedução e convencimento.
„ Alusão histórica: a elaboração de um parágra-
Modelo nº 2 fo por alusão histórica é um recurso que desperta
______________________________ é a denominação sempre a curiosidade do leitor por meio de fatos
dada a ________________________. Essa ____________ históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas
___________________, mas a hipótese mais aceita é ou a acontecimentos de que o autor tenha sido
a de que __________________________________________ participante ou testemunha (desenvolve-se geral-
______. Outra versão afirma que esse ____________ mente por meio da comparação com o presente
____________, que tem origem ____________. O que se ou retorno a ele). A vantagem desse método é o
sabe é que _______________________________________. de podermos mostrar o desenvolvimento crono-
lógico de um assunto, expondo sua evolução no
tempo. Lembrem-se de que, ao se servirem de
Preenchendo o modelo, teremos: um fato histórico para sustentar uma tese, a His-
tória é a ciência que estuda o homem e sua ação
Arroz com feijão é a denominação dada a um pra-
no tempo e no espaço, concomitante à análise
to típico da América Latina. Essa receita não tem uma
de processos e eventos ocorridos no passado - e
origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de
como ela é uma ciência, tem, por conseguinte, um
que seria fruto de uma combinação do arroz (de ori-
grande valor argumentativo.
gem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com
o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos índios. Observem como isso é simples:
Outra versão afirma que esse prato foi a união do
arroz com a feijoada, que tem origem africana ou por-
tuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos, Modelo nº 4
LÍNGUA PORTUGUESA

esse prato foi se popularizando por todo o país, passan- Desde a época da ________________ sabe-se que
do a ser uma parte quase que indispensável da refeição ___________________________________________________
dos brasileiros. para ____________________________________. Principal-
mente hoje em dia, reconhece-se que ____________
„ Divisão: o parágrafo de divisão, processo tam- _____________________________________________, além
bém quase que exclusivamente didático, por de________________________________________________
causa das suas características de objetividade ____________________________________________________.
e clareza, que consiste em apresentar o tópico
frasal (frase que introduz o parágrafo) sob a
forma de divisão ou discriminação das ideias Preenchendo o modelo, teremos:
a serem desenvolvidas (normalmente a divisão
vem precedida por uma definição, ambas no Desde a época da escravidão no Brasil sabia-se
mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos). que a alimentação dada a esses novos brasileiros era 69
boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir Preenchendo o modelo, teremos:
os desgastes de um longo dia de trabalho. Hoje em dia
principalmente, já se reconhece que os carboidratos A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba da
do arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras Serra, que fica localizada em Monte Mole, região
fornecem um completo abastecimento de energia soma- nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das
da ao prazer, justificando os hábitos do passado como mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
responsáveis pela tradição alimentar que preservamos. medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-
„ Interrogação: A ideia núcleo do parágrafo por res dessa região. Cercada por uma densa floresta
interrogação é colocada por intermédio de uma de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
pergunta a qual serve mais como recurso retó- tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
rico, uma vez que a questão levantada deve ser uma espécie de centro cultural da região por preservar
respondida pelo próprio autor. Seu desenvolvi- até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa his-
mento é feito por intermédio da confecção de tória: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
uma resposta à pergunta. reverenciada pelos devotos naobilicos.

Modelo nº 5 „ Desenvolvimento por exploração temporal:


Será possível determinar qual é ______________ nesse modelo o leitor é informado do momen-
para_____________________________? (Resposta) ______ to em que os fatos ocorreram com a indicação
____________________________________________________. de datas e outros aspectos temporais. Pode-se
recorrer nesse momento aos artifícios empre-
gados no próprio parágrafo de alusão histórica,
Preenchendo o modelo, teremos: já que este também se serve de referências cro-
nológicas como em:
Será possível determinar qual é a melhor combi-
nação de alimentos para atender às necessidades diá-
rias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá Modelo nº 1
que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e pro- A cidade (ou região) em destaque é ____________,
teínas devem compor essa alimentação e não há quase que fica localizada em ____________, região nobre de
nada mais apropriado do que nosso tradicional prato _________. É aí onde se localiza ____________________
de todos os dias. O arroz com feijão tem as proporções __________________ dessa região. Cercada por uma
perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos densa floresta ____________________, foi bem no cen-
têm de recomposição de força e de energia. tro desse ___________________________________________
____________________________________________________.
z Parágrafos de desenvolvimento

Após o primeiro parágrafo que, como já vimos, Preenchendo o modelo, teremos:


pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor- No passado, quando pensávamos em alimenta-
dar os elementos que sustentarão essas afirmações ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência
iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os era muito maior comparada à que vemos nos nos-
recursos argumentativos que articularão o convenci-
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
mento do leitor quanto à tese apresentada.
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul-
„ Tipos diferentes de parágrafos de desenvol-
tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
vimento: as possibilidades de ordenação do
um ritual de bem viver.
parágrafo são várias: exploração de aspectos
espaciais e temporais, enumeração de porme-
nores, apresentação de analogia, ou contraste, „ Desenvolvimento por exploração de porme-
citação de exemplos, apresentação de causas e nores ou de enumerações: nesse modelo de
consequências. parágrafo, vocês têm por objetivo enumerar
„ Desenvolvimento por exploração espacial: características, relacionar aspectos importan-
ao argumentar, vocês podem se servir da expo- tes sobre algum assunto. A apresentação das
sição de informações relativas ao lugar em que ideias pode ser ou não ordenada segundo uma
os fatos ocorreram. ordem de importância. A ordem depende do
que vocês pretendem enfatizar.
Modelo nº 1
A cidade (ou região) em destaque é _____________, Modelo nº 3
que fica localizada em ____________, região nobre de Entre os aspectos referentes a__________________
________ É aí onde se localiza ______________________ _______________________ três pontos merecem desta-
_____________ dessa região. Cercada por uma densa que especial. O primeiro é _________________________
floresta ___________________, foi bem no centro desse __________; o segundo________________ e por fim ____
____________________________________________________. ____________________________________________________.

70
Ao preenchermos o modelo, teremos: verduras, por sua vez, oferecem as fibras que nos auxi-
liam no processamento dos alimentos pelo nosso orga-
Entre os aspectos referentes à alimentação dos nismo ajudando na absorção dos nutrientes.
brasileiros, três pontos merecem destaque especial. O
primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz „ Desenvolvimento por exploração de causa
com feijão; o segundo diz respeito às proteínas pre- e consequência: Dentro de uma perspectiva
sentes no bife com salada e por fim a glicose somada à lógica e simples devemos compreender causa
cafeína no cafezinho preto com açúcar que fornecem um como um fator como gerador de problemas e
completo abastecimento de energia somada ao prazer. consequência como os problemas gerados pela
causa. Trabalhar com causas e consequências é
„ Desenvolvimento por exploração de contras-
apresentar os aspectos que levaram ao proble-
te de ideias: na ordenação do parágrafo por
ma discutido e as suas decorrências.
exposição de contrastes entre si, vocês podem se
servir de comparações, ideias paralelas, ideias
diferentes e ideias opostas.
Modelo nº 6
É de fundamental importância o ___________
Modelo nº 4 ___________________________________________________
Muitos acreditam que __________________________ __________ para___________________. Podemos men-
________________________________________________, por cionar, por exemplo, ____________________________
causa da _____________________________. Por outro que____________________, por causa ________________.
lado, sabe-se também que _________________________
____________________________________________________
________________, quando muitas vezes _____________ Ao preenchermos o modelo, teremos:
____________________________________________________.
É de fundamental importância o consumo de ali-
mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
Ao preenchermos o modelo, teremos: mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açúcar a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidra-
pode causar excitação e ansiedade quando consumido em tos. Esse complexo alimentar nos recompõe da energia
excesso, por causa da cafeína e da glicose presentes nele. própria consumida durante o dia.
Por outro lado, sabe-se também que essas substâncias
fornecem uma carga suplementar de energia nos deixan- z Parágrafo de conclusão
do despertos logo após o almoço, quando muitas vezes
somos acometidos por uma sonolência indesejada. A conclusão de uma dissertação é o momento de
Desenvolvimento por exploração de ideias ana- se mostrar que o objetivo proposto na introdução foi
lógicas e comparação: para organização das ideias, atingido. É de fundamental importância que não ocor-
nossos redatores valem-se de expressões que indicam ra contradição com a tese proposta no início de sua
confronto valendo-se do artifício de contrapor ideias, redação, o que descaracterizaria toda a argumenta-
seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal confronto tanto ção. Vocês, nesse momento, devem fazer uma síntese
pode ser de contrastes como de semelhanças. Analo- geral; ou retomar a ideia inicial, reforçando os pon-
gia e comparação são também espécies de confronto:
tos de partida do raciocínio. Podem também demons-
“A analogia é uma semelhança parcial que sugere
trar que uma solução a um problema foi encontrada
uma semelhança oculta, mais completa. Na compara-
ou que uma proposta de solução pode ser alcança-
ção, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma
verbal própria, em que entram normalmente os cha- da, ou ainda que uma resposta a uma pergunta foi
mados conectivos de comparação (quanto, como, do encontrada.
que, tal qual)”. – Comunicação em prosa Moderna – Esse momento pode também gerar um questio-
Othon M. Garcia. namento final, desde que não concorra com suas
Por exemplo: exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser
contemplada na conclusão para que ele não se sinta
frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
Modelo nº 5 Essa volta ao início do texto que a conclusão faz é algo
No caso das _______________________, porque cada que chamamos de circularidade. Esse caráter finaliza-
LÍNGUA PORTUGUESA

qual tem seus próprios valores __________________. dor da conclusão também colabora para a progressão
Enquanto a __________________________________, as e continuidade textual.
________, por sua vez, _____________________________.
„ Tipos diferentes de parágrafos de conclusão:
podemos enumerar alguns exemplos de con-
Ao preenchermos o modelo, teremos: clusões satisfatórias que todos poderão usar
em seus textos dissertativos.
No caso das proteínas do bife e da salada que „ Conclusão por síntese ou resumo: o primei-
comemos, seria melhor não generalizar, porque cada ro recurso com que trabalharemos será o do
qual tem seus próprios valores para a alimentação. resumo ou síntese geral. Nesse caso vocês reto-
Enquanto a carne é rica em proteínas que repõem mam, resumidamente, aquilo que exploraram
as perdas musculares pelo desgaste do dia-a-dia, as durante o texto: 71
Preenchendo o modelo, teremos:
Modelo nº 1
Levando-se em consideração esses aspectos Tendo em vista os aspectos observados sobre
__________________ somos levados a acreditar que nossa alimentação, só nos resta esperar que se
não é apenas por ____________________________, mas garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio.
também _________________________________. Sendo Ou quem saiba ainda que se divulgue o sucesso de
assim_____________________________________________. nossa combinação alimentar para que o mundo saiba
que no Brasil se come bem. Consequentemente será
possível a qualquer um balancear com eficiência e bai-
xo custo do que se põe na mesa de sua casa.
Ao preenchermos o modelo, teremos: Agora, pessoal, é começar a criar seus próprios
arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda-
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer
Levando-se em consideração esses aspectos
tipo de concurso que peça a vocês um posicionamento
práticos do prato do brasileiro, somos levados a acre-
específico sobre qualquer tema.
ditar que não é apenas por prazer que somos sedu-
zidos pela nossa culinária, mas também por tudo o Construindo as Máscaras de Redação
que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde.
Sendo assim, a falta de qualquer um desses ingredien- Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja
tes nos causará debilidade além de insatisfação. como arranjamos os modelos de maneiras diferentes.

„ Conclusão por questionamento: nesse mode- z Modelo n° 1: Introdução (declaração inicial)


lo vocês partem de um questionamento para
encerrar seu raciocínio. Mas não se esqueçam
de que vocês não devem colocar em dúvida os É fato notório que ____________________________
argumentos desenvolvidos em sua redação. __________________________________________. Sabe-se
que _____________________________________________,
além da __________________________________________.
Modelo Nº 2
O que mais há para ser tomado como _________
_________________________(?) _______________________ z Modelo n° 2: desenvolvimento (pormenores ou
acreditar que ____________________________________ de enumerações)
_______________, mas também ____________________
_______________________________(?) Certamente que
Entre os aspectos referentes a ___________________
sim, pois _________________________________________.
três pontos merecem destaque especial. O primei-
ro é ___________________________________; o segundo
_________________ e por fim ________________________.
Preenchendo o modelo, teremos:
Modelo nº 2: desenvolvimento (temporal)
O que mais há para ser tomado como positivo No passado, quando pensávamos em _______,
e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos nos notávamos que ___________________. era ____________
leva a acreditar que não é apenas por prazer que comparada à que vemos recentemente . Hoje, por
somos seduzidos pela nossa culinária, mas tam- outro lado, _______________________________ torna-
bém por tudo o que ela nos oferece para a manutenção ram-se _____________. O resultado disso é que ______,
de nossa saúde. E a falta desses ingredientes mudará a na atualidade, tornou-se _________________________.
saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade
além de insatisfação. z Modelo n° 3: desenvolvimento (contraste de
ideias)
„ Conclusão por resposta, solução ou propos-
ta: vocês levantam uma (ou mais) hipóteses ou
sugestões do que se deve fazer para transfor- Muitos acreditam que ______________________
mar a história mostrada durante o desenrolar ___________________________________________, por
do texto. causa da ____________________________. Por outro
lado, sabe-se também que_____________________
________________________, quando muitas vezes
Modelo nº 3 _____________.
Tendo em vista os aspectos observados sobre
_________________, só nos resta esperar que
z Modelo n° 4: conclusão (síntese ou resumo)
____________________________. Ou quem saiba ainda
que ____________________________________ para que
______________________ Consequentemente ________
__________________________________________________. Levando-se em consideração esses aspectos
______________ somos levados a acreditar que não é
apenas por _________________________________, mas
também____________. Sendo assim________________.
72
Nova máscara
É fato notório que _____________________________________. Sabe-se que ___________________________, além da
____________________. Entre os aspectos referentes a ______________________________ três pontos merecem desta-
que especial. O primeiro é ___________________; o segundo_____________________ e por fim ______________________
______________. No passado, quando pensávamos em __________, notávamos que ___________________________ era
____________ comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado, _________________________ tornaram-
-se _________________. O resultado disso é que ______, na atualidade, tornou-se __________________________. Muitos
acreditam que ________________________________, por causa da __________________________. Por outro lado, sabe-
-se também que _________________, quando muitas vezes _______________. Levando-se em consideração esses
aspectos _________________ somos levados a acreditar que não é apenas por _______________________________, mas
também _____________________. Sendo assim _____________________________________.

Observe que fizemos a opção por abrir nossa redação com uma declaração inicial. Como abordamos um tema
geral, sem uma relevância científica notória e que representa na verdade um conhecimento cultural somado às
observações de médicos e nutricionistas, a declaração foi a melhor alternativa, já que não se compromete com a
obrigatoriedade de recorrência a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desenvolvimento mesclando os vários modelos apresentados ante-
riormente. Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diversas alternativas para a estruturação de nosso pro-
jeto, também nos orientavam dando caminhos a seguir na argumentação. É como se montássemos realmente um
quebra-cabeça.
Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos de desenvolvimento para esse projeto. Por enumerações, o
temporal e o por contraste. Forçamos um pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só depois, completar
nossa redação. Afinal de contas, essa é a vantagem do projeto de máscaras.
Vejam como ficou:

É fato notório que a comida dos brasileiros é muito boa e tem tudo de que eles necessitam para o seu longo dia de
trabalho. Sabe-se que o arroz-com-feijão nos fornece um completo abastecimento de energia somado ao prazer.
Entre os aspectos referentes a esse par considerado completo que é o arroz com feijão, três pontos mere-
cem destaque especial. O primeiro está na riqueza de carboidratos presentes nele e que nos reabastece repondo
a energia consumida durante o dia; o segundo nos reporta ao sabor exótico e marcante que o alimento oferece,
tornando-o sempre uma escolha positiva quanto ao prazer e por fim deve-se levar em conta a vantagem do baixo
custo dessa combinação se comparado a outros alimentos também computados como importantes para a com-
posição de uma alimentação rica.
No passado, quando pensávamos em alimentação, notávamos que sua relação com sobrevivência era mui-
to maior comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado, a qualidade desses alimentos e a quali-
dade da saúde que eles proporcionam tornaram-se o foco desse pensamento. O resultado disso é que comer, na
atualidade, tornou-se um ritual de bem viver.
Muitos acreditam que a comida presente em nossas mesas é uma das mais saudáveis do mundo, por cau-
sa da sua variedade e equilíbrio. Por outro lado, sabe-se também que poderá engordar, quando muitas
vezes for consumida sem medida, com inspiração apenas no sabor e no prazer que oferece.
Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro somos levados a acreditar
que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela nos ofe-
rece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim, concluímos que a falta desse ingrediente em nossa mesa
nos causará debilidade além de insatisfação.

Com esses modelos apresentados, desejamos mostrar como é possível programar e treinar nossos trabalhos de
redação se exercitarmos essas habilidades. Porém, é de fundamental importância que você busque ou crie um
modelo de máscara com o qual você mais se identifique. Isso para que, no momento de produção de sua redação,
principalmente se ocorrer durante uma prova de concurso, você já esteja organizado. Com isso, espera-se que
vocês tenham a vantagem de partir direto para a elaboração de seu texto sem ter de ficar parados buscando ins-
piração em um momento em que todo segundo é importante.
LÍNGUA PORTUGUESA

PROJETO DE TEXTO – ANÁLISE DE PROPOSTAS E RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS

Neste assunto trabalharemos com a análise de algumas propostas de variadas instituições para mostrar as
diferenças entre elas. Veremos também como vêm sendo apresentados os temas e como agir diante das diferentes
exigências feitas nas últimas provas de concursos. Depois passaremos ao trabalho de orientação de como evitar
erros comuns e como buscar soluções para alguns problemas que venhamos a enfrentar quando estivermos
escrevendo a nossa redação durante a prova.
Vejamos então a proposta feita a seguir. Observe que, antes de iniciar a apresentação do tema, há orientações
claras da instituição aos candidatos para que não incorram em erros que possam desclassificá-los ou que ainda
não percam pontuações significativas na avaliação de seu texto.

73
Veja a proposta abaixo: Como última informação eles alertam para que
não se usem parênteses com essa finalidade. Os
Prova Discursiva
parênteses são elementos gramaticais de pontuação e
como tal devem ser usados em sua indicação correta,
z Nesta prova, faça o que se pede, usando, caso dese-
isolando termos pertinentes ao texto e é dessa forma
je, os espaço para rascunho indicado no presente
que será avaliado seu uso.
caderno.Em seguida, transcreva o texto para a folha
Observe agora os textos motivadores para essa pro-
de texto definitivo da prova discursiva, no local
posta e o tema que deve ser abordado obrigatoriamente:
apropriado, pois não será avaliado fragmento de
texto escrito em local indevido.
Direito à saúde
z Qualquer fragmento de texto além da extensão máxi-
ma de linhas disponibilizadas será desconsiderado.
O direito à saúde é parte do conjunto de direitos
z Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qual-
chamados de direitos sociais, que têm como inspira-
quer marca identificadora no espaço destinado à
ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil,
transição do texto definitivo acarretará a anulação
esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes disso,
da sua prova discursiva.
o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para
z Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00
trabalhadores com carteira assinada e suas famílias; as
pontos, dos quais até 0,60 ponto será atribuído
outras pessoas tinham acesso a esses serviços como um
ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às
margens e indicação de parágrafos) e estrutura tex- favor e não como um direito. Na Constituinte de 1988,
tual (organização das ideias em texto estruturado). as responsabilidades do Estado foram repensadas, e
promover a saúde de todos passou a ser seu dever: “A
saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
Inicialmente o candidato é orientado a usar a folha de
mediante políticas sociais e econômicas que visem à
rascunho e depois transcrevê-la para a folha definitiva.
redução do risco de doença e de outros agravos e ao
Por quê? Porque muitos candidatos deixam para
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a
fazer suas redações ao término da prova objetiva,
promoção, proteção e recuperação” (CF, art. 196).
quando a prova discursiva ocorre concomitante-
A saúde é um direito de todos porque sem ela
mente a esta, e acabam administrando mal o tempo.
não há condições de uma vida digna, e é um dever
Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
do Estado porque é financiada pelos impostos que são
diretamente na folha definitiva e têm de assumir os
pagos pela população. Dessa forma, para que o direi-
riscos de cometer erros que não podem ser revertidos.
Ou ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e to à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado
esperam que seja corrigido assim mesmo. crie condições de atendimento em postos de saúde,
É importante saber que, por determinação apresenta- hospitais, programas de prevenção, medicamentos
da geralmente nos editais, os rascunhos não serão lidos. etc., e, além disso, é preciso que esse atendimento seja
Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade universal (atingindo a todos os que precisam) e inte-
de disputar a vaga para esse concurso, pois são desclas- gral (garantindo tudo de que a pessoa precise).
sificados como se não houvessem feito sua redação. A criação do SUS está diretamente relacionada à
Como falam sobre um lugar apropriado para a tomada de responsabilidade por parte do Estado.
transcrição do texto e declaram que não considera- Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve
rão fragmentos de textos escritos em lugar indevido, promover e recuperar a saúde de todos os brasilei-
os candidatos deverão ficar atentos às margens e ao ros, independentemente de onde morem, de tra-
número de linhas disponibilizado. Ou seja, se ultrapas- balharem ou não e de quais sintomas apresentem.
sadas as trinta linhas da folha, certamente a conclusão Infelizmente, esse sistema ainda não está completa-
ficará fragmentada. Se a margem for ultrapassada, mente organizado e ainda existem muitas falhas, no
aquela parte da palavra não será lida. O resultado des- entanto seus direitos estão garantidos e devem ser
sas desatenções prejudicará toda a coerência do texto, cobrados para que sejam cumpridos. Internet: <nev.
além de comprometer a estrutura dissertativa. incubadora.fapesp.br> (com adaptações).
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de gra- A humanização é um movimento com crescente e
fia: que nem sempre aparecem nesse quadro inicial, disseminada presença, assumindo diferentes sentidos
mas que sempre servem como referência para todas as segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à
provas. Lembrem-se sempre de que o corretor não é primeira vista, como a busca de um ideal, pois, sur-
um perito do serviço de inteligência nacional, que bus- gindo em distintas frentes de atividades e com signi-
ca meios científicos e investigativos para decodificar ficados variados, segundo os seus proponentes, tem
informações relevantes de uma mensagem secreta. Por representado uma síntese de aspirações genéricas
isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, por uma perfeição moral das ações e relações entre
mais pontos serão perdidos, ou pior, serão desclassifi- os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas
cados caso não se possa ler o que foi escrito. frentes arrola e classifica um conjunto de questões
Veja como as bancas trabalham com o possível práticas, teóricas, comportamentais e afetivas que
erro na transcrição de uma palavra. Você deve apenas teriam uma resultante humanizadora.
passar um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o Nos serviços de saúde, essa intenção humanizado-
sinal gráfico e escrever em seguida o respectivo subs- ra se traduz em diferentes proposições: melhorar a
tituto. Exemplo: relação médico-paciente; organizar atividades de
convívio, amenizadas e lúdicas, como as brinquedo-
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito tecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao
felizes. teatro; garantir acompanhante na internação da crian-
ERROU? ça; implementar novos procedimentos na atenção
CORRIGIU! psiquiátrica, na realização do parto — parto humani-
74 zado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso
— programa da mãe-canguru —; amenizar as condi- „ Unificar as informações sobre o oferecimen-
ções do atendimento aos pacientes em regime de to de serviços apropriados aos pacientes, bem
terapia intensiva; denunciar a “mercantilização” da como oferecer meios de locomoção contínua
medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras aos que necessitam de buscar outras unidades
proposições. Internet: <www.scielo.br> que possam atendê-los;
„ Fiscalizar e avaliar continuamente a qua-
A NECESSIDADE DE HUMANIZAÇÃO DOS lidade dos serviços oferecidos expondo os
SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE resultados à população, além de apresentar
cronogramas dos projetos de evolução de
z Compreendendo a proposta desenvolvimento científico e tecnológico a
serem implementados em prol da saúde.
O primeiro passo, ao analisar os textos propostos,
é buscar os principais pontos de maior destaque por Feito isso, vamos usar o processo inverso com as
eles abordados. Destacamos para vocês as palavras- palavras-chave e organizar nosso projeto de texto.
-chave de cada parágrafo para construir uma síntese Observe:
sobre as principais ideias. Essa é uma atitude que tam- Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
bém pode ser tomada durante a análise das propostas, o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
pois é assim que poderá se construir a tese em sinto- como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
nia com o tema. pirassem, nem pensassem; como se fossem um núme-
O próximo passo é organizar essas informações, ro em um gráfico de estatística e não existissem. Para
relacionando-as ao tema, como se elas pudessem res- que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se
ponder a uma pergunta feita a partir do tema. Veja procurar treinar melhor os profissionais de saúde,
uma possibilidade: unificar as informações sobre o oferecimento de
serviços, além de fiscalizar e avaliar continuamen-
z Como humanizar os serviços públicos de saúde? te a qualidade dos serviços oferecidos.
Daqui para frente vocês já sabem... é o Arroz-com-
Vamos agora produzir algumas possíveis respostas -Feijão, ou seja, os modelos que apresentamos exten-
com as palavras que destacamos no texto: samente ao longo do material.
Demonstramos aqui algumas formas diferentes de
„ Cobrar dos governantes condições dignas de análise de propostas, mas que compreendem pratica-
atendimento por se tratar de um dever do esta- mente a forma básica de trabalho com todas as dife-
do reverter em benefícios à população os valo- rentes instituições e diferentes propostas, assim como
res arrecadados em impostos; dissemos que faríamos. Vamos passar agora para o aca-
„ Responsabilizar o governo pela proteção e bamento de nossa redação, pois alguns aspectos devem
recuperação da saúde de todos; ou ser observados antes que fechemos a nossa redação.

z Por que é necessário humanizar os serviços 20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS DE
públicos? GRANDE RELEVÂNCIA

„ Para garantir a todos o direito à saúde, já que se Reunimos aqui algumas informações importantes
trata de uma determinação de nossa constituição, para a organização e revisão de seu trabalho. Algumas
prestando serviços de atendimento ao público; até já foram trabalhadas anteriormente, mas as retoma-
remos para criar um procedimento de observação geral.
„ Para destacar que a humanização dos serviços
públicos não é apenas uma aspiração de perfeição
moral, mas, antes de tudo, um programa de melho- z 1° Estética: grafia / alinhamento / paragrafação /
ria nas relações de convívio com os agentes de respeito às margens;
saúde, promovendo o desenvolvimento de novos Essa serve para qualquer prova de concurso. Já
procedimentos de atendimento aos pacientes; falamos a respeito disso, mas é importante reforçar.
A maioria das bancas exige que os candidatos apre-
„ Para poder denunciar as especulações e a mer-
sentem uma escrita que permita a leitura clara do tex-
cantilização dos serviços médicos e criticar a
to sem a preocupação com o tipo de letra, respeitando
instituição em sua totalidade e rejeitar proposi-
apenas questões de caixa alta (letra grande marcan-
ções que não atendam às aspirações populares.
do o início de frases e nomes próprios) e caixa baixa
(letra pequena compondo o restante da palavra).
Agora vamos criar uma tese que se encaixe com
A segunda parte desse item aborda o respeito às
essas respostas, como por exemplo:
LÍNGUA PORTUGUESA

margens. É de fundamental importância a disposição


Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro
do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar
o valor de homem vivente e não apenas de ver esse povo
os limites impostos pelas margens direita e esquerda,
como se fosse um coletivo impessoal; como se não res-
nunca ultrapassando seus limites nem se distancian-
pirassem, nem pensassem; como se fossem um número
do demasiadamente delas:
em um gráfico de estatística e não existissem.
Agora vamos buscar, nas respostas que elabora-
mos, ações que promovam essa proposta de humani-
zação, como, por exemplo:
Margens
„ Treinar os profissionais de saúde para que
recepcionam os pacientes com um atendimen-
to mais atencioso nesse momento carência; 75
Na margem esquerda da folha definitiva de reda- z 4° A ordem direta facilita na correta pontuação;
ção, deve-se iniciar a escrita imediatamente ao lado
da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira Uma das importantes regras de pontuação que
letra e a demarcação da margem; determina o correto emprego da vírgula orienta que,
se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo +
complementos), não se deve usar vírgula para sepa-
rar termos que se complementam sintaticamente. Ou
Margens seja, se estiverem com alguma dúvida quanto ao uso
de vírgula, reorganize a oração para ver se fica mais
fácil a compreensão da estrutura.
Exemplo:

Na margem direita, a preocupação do candidato Ordem com termo deslocado:


aumenta, pois além de se preocupar com as questões
de divisão silábica e o correto emprego do hífen para
essa função, ele também deverá se preocupar em não Termo deslocado Sujeito Verbo
ultrapassar a linha demarcatória da margem;
Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo.

2 cm
Parágrafo Ordem direta:
Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã.
Margens
z 5° Colocação pronominal: qualquer palavra atrai
o pronome oblíquo, por isso não inicie orações e
períodos com verbo.

O último item desse quesito trata da paragrafação, Caso você esteja com qualquer dúvida em relação
ou seja, disposição dos parágrafos dentro da redação. à colocação pronominal, coloque uma palavra antes
O candidato deverá deixar bem clara a distância em do verbo e o pronome será atraído para trás do verbo.
que se iniciará a escritura do parágrafo para que se Assim a colocação pronominal sempre ficará correta.
faça a diferença com a escrita iniciada junto à mar-
gem. Um afastamento de aproximadamente 2 cm já Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia.
é suficiente, ou ainda recorra à velha dica da escola, (errado)
pulando dois dedos.
Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia.
z 2° O erro: apenas uma linha sobre as palavras (certo)
erradas;
Ou
Já falamos sobre isso, mas vou trazer esse item de
Muito se falaria sobre este assunto naquele dia.
volta:
(sempre certo)
Você deve apenas passar um traço sobre a palavra,
a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em segui-
z 6° Impessoalidade: as verdades gerais sempre
da o respectivo substituto.
têm maior valor.
Exemplo:
As opiniões pessoais pouco contribuem para a
Depois de hoje, iremos para nossas cag casas muito
sustentação de uma ideia. Por isso as afirmações
felizes.
apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem
representações gerais de valor coletivo:
z 3° Faça períodos curtos: + ou - 3 períodos por
Acredita-se em vez de Acredito
parágrafo.
Sabe-se em vez de Sei
Com os modelos que lhes apresentamos, vocês
Ou outras expressões generalizantes como:
puderam observar que, para cada parágrafo de apro-
É de conhecimento geral... / Muitos entendem
ximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 perío-
que... / Muito se tem discutido sobre...
dos. Com isso conseguimos algumas vantagens como
a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia
e também a de isolar um possível erro dentro de um z 7° A tese: é aí que você apresenta o seu ponto de
período sem projetá-lo para o resto do parágrafo. vista, o seu posicionamento diante do tema;
z 8° Os argumentos: é comum a cobrança de temas
(1)É de fundamental importância o ........................ próprios às funções dos cargos disputados, por isso
........................ ........................ ........................ ........................ preste sempre atenção nos assuntos recorrentes
para........................ ........................./(2) Podemos mencio- dos textos da prova;
nar, por exemplo, ................................................................
que........................ ........................, por causa .................... z 9° Não se põe título nas redações para concursos: a
.........................../ (3) Esse ........................ ........................do menos que isso seja uma exigência do edital.
que........................ ......................... z 10° Evite a repetição das palavras: use sinôni-
76 mos e outros termos de recuperação.
que = o qual / a qual; anos. Um levantamento, por meio da Lei de  Acesso
onde = em que , no qual / na qual; à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autua-
ções, com crescimento contínuo desde 2008. O avanço
z 11° Vocabulário: procure sempre a clareza na das infrações nos últimos cinco anos ficou acima do
apropriação vocabular. A linguagem simples torna aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas:
o texto mais fluente: pense em explicar seus argu- o número de motoristas flagrados bêbados continua
mentos como se falasse a uma criança de 10 anos. crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento
Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga: das punições ao longo desses anos. Internet: <g1.glo-
atualmente ou hoje em dia bo.com> (com adaptações).
z 12° Interferência positiva: se possível apresen- Nas estradas federais que cortam o estado de Per-
te propostas que dêem solução aos problemas nambuco, durante o feriadão de Natal, a PRF registrou
levantados na redação. Não fique apenas fazendo cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e
dois feridos e sete mortos. Segundo a corporação, seis
constatações óbvias. “Se é para falar bobagem, o
motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve
melhor é ficar quieto.”
oitenta e sete autuações pela Lei  Seca. Os números
z 13° Não faça críticas ao governo: essa postura é são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
pobre e pouco criativa – é o que se chama de lugar pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa aciden-
comum. É como se vocês fossem pedir emprego tes. No ano passado, a ação da polícia teve um dia a
em uma empresa e criticassem o patrão durante a menos. Internet: <g1.globo.com> (com adaptações).
entrevista. Isso é ser muito ingênuo. Considerando que os fragmentos de texto acima
z 14° O rascunho é importante: é a sua garantia de têm caráter unicamente motivador, redija um texto
poder fazer uma revisão eliminando erros, além dissertativo acerca do seguinte tema.
disso, o acabamento bem feito garante a você até O Combate às Infrações de Trânsito nas Rodo-
10 % da nota da redação se a estética for um dos vias Federais Brasileiras
critérios de pontuação. Vale sempre a pena capri- Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
char. Lembre-se de que é função de quem escreve
seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para 1. Medidas adotadas pela PRF no combate às infra-
que haja uma boa impressão; ções; [valor: 7,00 pontos]
z 15° Atente para as expressões vagas ou de signifi- 2. Ações da sociedade que auxiliem no combate às
cado amplo e sua adequada contextualização. Ex.: infrações; [valor: 6,00 pontos]
conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, 3. Atitudes individuais para a diminuição das infra-
“justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc. ções. [valor: 6,00 pontos]
z 16° Evite expressões como “belo”, “bom’, “mau”,
Tema 2
“incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc;
são juízos de valor sem carga informativa, impre-
Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF)
cisos e subjetivos.
dispõe que o Estado democrático se destina a asse-
z 17° Fuja do lugar-comum, frases feitas e expres- gurar o exercício dos direitos sociais e individuais,
sões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabe- a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvi-
doria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios mento, a igualdade e a justiça como valores supremos
da linguagem oral devem ser evitados, bem como de uma sociedade fraterna, pluralista e sem precon-
o uso de “etc” e as abreviações. ceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
z 18° Não se usam entre aspas palavras estrangei- na ordem interna e internacional, com a solução pací-
ras sem correspondência na língua portuguesa: fica das controvérsias. A missão das forças policiais
hippie, status, dark, punk, chips etc. é garantir ao cidadão o exercício dos direitos e das
garantias fundamentais previstos na CF e nos instru-
z 19° Observe se não há repetição de ideias, falta de
mentos internacionais subscritos pelo Brasil (art. 5.º,
clareza, construções sem nexo (conjunções mal
§ 2.º, da CF).
empregadas), falta de concatenação (coesão) de
O cumprimento dessa missão exige preparo dos
ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divaga-
integrantes das corporações policiais, que devem per-
ção ou fuga ao tema proposto.
seguir incansavelmente a verdade dos fatos sem se
z 20° Caso você tenha feito uma pergunta na tese afastar da estrita observância ao ordenamento jurí-
ou no corpo do texto, verifique se a argumenta- dico vigente, que deve ser observado por todos, em
ção responde à pergunta. Se você eventualmente respeito ao Estado democrático de direito. Wlamir
encerrar o texto com uma interrogação, esta pode Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado
estar corretamente empregada desde que a argu-
LÍNGUA PORTUGUESA

democrático. Internet: (com adaptações). O Brasil se


mentação responda à questão. Se o texto for vago, efetivou como um país.
a interrogação será retórica e vazia. O estado democrático de direito após a promulga-
ção da CF — também chamada de Constituição Cida-
TEMAS GERAIS DE REDAÇÃO dã, por contar com garantias e direitos fundamentais
que reforçam a ideia de um país livre e pautado na
Tema 1 valorização do ser humano. Com a ruptura do anti-
go sistema ditatorial, o Estado tinha a necessidade de
A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, resgatar a importância dos direitos humanos, negli-
por reduzir a tolerância com motoristas que  diri- genciados até então, porquanto, desde 1948, havia-se
gem embriagados, colocou o Brasil entre os países erigido a Declaração Internacional dos Direitos Huma-
com legislação mais severa sobre o tema. No  entan- nos no mundo. Já no art. 1.º da CF, afirma-se a condi-
to, a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez ção de Estado democrático de direito fundamentado 77
em cidadania e dignidade da pessoa humana. O Brasil, Tema 4
por ser signatário de tratados internacionais de direi-
tos humanos, tem como princípio, em suas relações Denominamos “cooperação descentralizada” as
internacionais, a prevalência dos direitos humanos. iniciativas de cooperação protagonizadas pelas admi-
Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial nistrações locais e regionais, especialmente governos
e os direitos humanos. Internet: (com adaptações). municipais e estaduais. Essa cooperação descentra-
A partir das ideias dos textos precedentes, que têm lizada expressa o surgimento, na América, de uma
caráter unicamente motivador, redija um texto dis- nova forma de cooperação, a partir do envolvimento
sertativo acerca do seguinte tema. da sociedade fronteiriça e de atores políticos locais.
O papel da Polícia Federal no aprimoramento
Nesse tipo de cooperação, vê-se alto nível de articu-
da democracia Brasileira
lação da comunidade fronteiriça em detrimento do
Em seu texto,
governo central.  
1. discorra sobre o papel constitucional e social da
Renata Furtado. 35 anos da lei da faixa de fronteira: avanços e
Polícia Federal e sua relação com os direitos huma-
desafios à integração sul-americana.
nos; [valor: 4,00 pontos] In: Revista Brasileira de Inteligência, n.º 9. ABIN, 2015 (com
2. cite contribuições da Polícia Federal relevantes adaptações).
para a manutenção do Estado democrático de
direito, especialmente relacionadas aos direitos
Tendo o fragmento de texto apresentado como
humanos; [valor: 4,00 pontos]
referência inicial, redija um texto dissertativo a res-
3. apresente sugestões de implantação de ações e(ou)
projetos que possam contribuir futuramente para peito do papel dos governos municipal, estadual e
o aprimoramento da democracia brasileira. [valor: federal nas relações políticas e sociais nas áreas de
4,40 pontos] fronteira do Brasil.  
Em seu texto, aborde os seguintes tópicos.
Tema 3
1. A fronteira como espaço geopolítico e espaço de
Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuelanos relações sociais. [valor: 10,00 pontos]
voltaram a acampar na rodoviária e a ficar nas ruas de 2. Distintas relações do Brasil com os países vizinhos
Manaus. A crise política, econômica e social na Vene- e principais problemas presentes nas regiões fron-
zuela, que desencadeou um fluxo migratório para o teiriças. [valor: 18,00pontos]
Brasil, continua atraindo milhares de imigrantes para o 3. Papel da área de inteligência na análise das ques-
país. Em busca de sobrevivência, indígenas venezuela-
tões relacionadas às fronteiras. [valor: 10,00 pontos]
nos da etnia Warao começaram a migrar para Manaus
desde o início de 2017. Adultos, idosos e crianças se
abrigaram na rodoviária de Manaus e debaixo de um Considerando que os fragmentos de texto apresen-
viaduto na Zona Centro-Sul. Enquanto o maior abrigo tados têm caráter unicamente motivador, redija um
foi desativado no Amazonas, a chegada dos venezue- texto dissertativo acerca da entrada de imigrantes no
lanos não indígenas só aumentou. As condições pre- Brasil, discutindo estratégias para a prevenção de cri-
cárias de vida em solo brasileiro podem favorecer a mes e de violências envolvendo imigrantes no país,
ocorrência de situações degradantes. Órgãos federais e tanto na condição de agentes quanto na de vítimas.
entidades religiosas anunciaram medidas para cobrar
ações concretas da prefeitura da cidade e dos governos Tema 5
federal e estadual. Internet: (com adaptações).
Historicamente, instruir os que não sabem, alimen-
Lei n.º 13.445/2017 Art. 3.º tar os famintos e cuidar dos doentes têm sido algumas
das missões diárias indicadas aos devotos de dife-
A política migratória brasileira rege-se pelos
rentes religiões. Em tempos modernos, a essas mis-
seguintes princípios e diretrizes:
I – universalidade, indivisibilidade e interdependên- sões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio
cia dos direitos humanos; ambiente, como revela, por exemplo, uma mensagem
II – repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades,
quaisquer formas de discriminação; independentemente de suas crenças, a tomar medidas
III – não criminalização da migração; […] urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o
VI – acolhida humanitária; […]
representante máximo do catolicismo, “o cuidado da
IX – igualdade de tratamento e de oportunidade ao
migrante e a seus familiares; casa comum requer simples gestos cotidianos, pelos
X – inclusão social, laboral e produtiva do migrante quais quebramos a lógica da violência, da exploração,
por meio de políticas públicas; do egoísmo, e manifestamos o amor em todas as ações
XI – acesso igualitário e livre do migrante a serviços, que procuram construir um mundo melhor”.
programas e benefícios sociais, bens públicos, educa-
ção, assistência jurídica integral pública, trabalho, O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações).
moradia, serviço bancário e seguridade social;
XII – promoção e difusão de direitos, liberdades, Considerando que o fragmento de texto acima tem
garantias e obrigações do migrante;
caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
XVII – proteção integral e atenção ao superior inte-
resse da criança e do adolescente migrante; sertativo acerca do seguinte tema:
Preservação do ecossistema: responsabilidade
78 (Internet – www.planalto.gov.br) do estado, da sociedade e de cada cidadão.
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos: z 2 Descreva as características do IP. [valor: 4,00
pontos]
z Relação entre os cuidados com o meio ambiente z 3 Comente sobre o valor probatório do IP. [valor:
e a preservação das condições sanitárias; [valor: 2,00 pontos]
12,00 pontos] z 4 A instauração de IP é indispensável? [valor: 2,00
z Atitudes individuais que podem reduzir os efei- pontos]
tos da ação humana sobre o planeta; [valor: 13,00 z 5 Na situação considerada, a prisão temporária de
pontos] João, nos moldes em que foi decretada — de ofício
z Formas de atuação da sociedade para que os — foi legal? [valor: 4,00 pontos]
governos cumpram compromissos relacionados à z 6 Na situação considerada, há fundamento legal
preservação ambiental. [valor: 13,00 pontos] para o direito de acesso do defensor de João aos
elementos de prova no curso do IP? Em sua respos-
Tema 6 ta, destaque o entendimento do Supremo Tribunal
Federal a respeito. [valor: 5,00 pontos]
No curso de uma investigação policial, atendendo
a representação da autoridade policial, foi autorizada Tema 8
judicialmente medida de busca e apreensão de bens
e documentos, a ser realizada em endereço determi- Discorra sobre os princípios penais da reserva
nado, conforme descrito no competente mandado. legal; da anterioridade da lei penal e da intranscen-
De posse do mandado, os agentes de polícia, acompa- dência da pena, abordando o conceito de cada um, sua
nhados da autoridade policial, chegaram ao sobredito
natureza jurídica e seus objetivos.
imóvel somente no período noturno, devido a vários
contratempos havidos no decorrer das diligências.
Tema 9
Confirmado o endereço, constatou-se a presença de
várias pessoas no interior do imóvel, entre elas, o pro-
prietário da casa, indiciado no inquérito policial que Declaração Universal dos Direitos Humanos (…)
originou o mandado de busca e apreensão. Adicional- Art. 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de
mente, constatou-se a existência de três veículos na opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de,
garagem do imóvel. sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber
Considerando a situação hipotética acima apresen- e transmitir informações e ideias por quaisquer meios
tada, redija um texto dissertativo acerca do instituto da e independentemente de fronteiras.
busca e apreensão no processo penal. Ao elaborar seu
texto, aborde, fundamentadamente, os seguintes tópicos Internet <www.unicef.org>

z 1 Natureza jurídica da busca e apreensão, seus Código Civil (…) Art. 187 Também comete ato ilí-
objetivos e suas características e normas gerais. cito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
[valor: 7,00 pontos] manifestamente os limites impostos pelo seu fim eco-
z 2 Requisitos para o cumprimento da busca e nômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
apreensão em suas modalidades domiciliar e pes-
soal. [valor: 6,00 pontos] Internet: .<www.planalto.gov.br>
z 3 Relativamente à situação hipotética apresenta-
da: possibilidade jurídica de realização da diligên- “Não podemos confundir liberdade de expressão
cia no horário noturno. [valor: 3,00 pontos] nas redes sociais com irresponsabilidade, senão o
z 4 Relativamente à situação hipotética apresenta- exercício dessa liberdade torna-se abuso de direito”,
da: possibilidade jurídica de realização de busca alerta a advogada Patrícia Peck Pinheiro, especialista
pessoal nas pessoas encontradas no interior do em direito digital. “O que mais prejudica a liberdade
imóvel, bem como no interior dos veículos estacio- de todos é o abuso de alguns, a ofensa covarde e anô-
nados na garagem. [valor: 3,00 pontos] nima, isso não é democracia”. Os chamados crimes
contra a honra na Internet — que envolvem ameaça,
Tema 7
calúnia, difamação, injúria e falsa identidade — têm
gerado cada vez mais processos judiciais. Um levan-
João foi indiciado em inquérito policial (IP), e, no
tamento divulgado pelo Superior Tribunal de Justi-
curso deste, o juiz competente, de ofício, decretou a pri-
ça lista sessenta e cinco julgamentos recentes que
são temporária do dito indiciado. Para defender seus
LÍNGUA PORTUGUESA

interesses, João constituiu um advogado que, na pri- resultaram em pagamento de indenizações, retirada
meira oportunidade, requereu ao delegado de polícia de páginas do ar, responsabilização de agressores e
responsável acesso a todos os elementos de prova no outras condenações em favor das vítimas. Na opinião
curso do IP, para permitir a ampla defesa de seu cliente, de Patrícia Peck, a falta de educação e a impunidade
de modo a se garantir, assim, o devido processo legal. contribuem para os excessos na Internet. Segundo
Acerca da situação hipotética acima apresentada ela, “Sem educação em ética e leis, corremos o risco
e do IP, redija um texto dissertativo que atenda, de de a liberdade de expressão e o anonimato digital se
modo fundamentado, às determinações e aos questio- converterem em verdadeiros entraves à evolução da
namentos seguintes. sociedade digital, pois tornarão o ambiente da Inter-
net selvagem e inseguro”.
z 1 Apresente o conceito e a finalidade do IP. [valor:
2,00 pontos] Internet< www.cartacapital.com.br> (com adaptações) 79
Considerando as ideias precedentes nos fragmen- uma finalidade ilícita, ao passo que, tratando-se de con-
tos textuais apresentados anteriormente, redija um duta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse
texto dissertativo a respeito do seguinte tema: caso, os meios escolhidos e empregados pelo agente
O anonimato digital e o abuso do direito à liber- para atingir a finalidade lícita é que são inadequa-
dade de expressão dos ou mal utilizados. Rogério Greco. Curso de direito
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de
penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).
situação em que emissão de opinião no meio digital
Considerando que o fragmento de texto acima tem
pode significar abuso de direito e discuta maneiras de
prevenir ou coibir esse tipo de comportamento. caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
sertativo acerca dos crimes culposos.
Tema 10 Seu texto deve conter, necessariamente,

Um tribunal regional eleitoral elaborou o seu pla- z 1. Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo
no estratégico junto à cúpula de juízes. Do ponto  de menos dois desses elementos; [valor: 12,00 pontos]
vista administrativo, o plano foi bem elaborado, z 2. Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente
no entanto a estratégia não está sendo alcançada.  A e dolo eventual e suas diferenças; [valor: 12,00 pontos]
maioria dos servidores não tem conhecimento da mis-
são, da visão de futuro, dos valores, nem sabe associar z 3. Os conceitos de culpa imprópria e tentativa.
ao plano estratégico as atividades que executa no dia [valor: 14,00 pontos]
a dia do órgão. O mapa estratégico passou  a ser um
mero cartaz sem significado nas paredes do tribunal. Tema 13
Considerando que o princípio constitucional da
eficiência vem ganhando cada vez mais destaque A foto de Aylan Kurdi, o menino sírio de três anos
nos processos de gestão judiciária  e administrativa de idade morto em uma praia da Turquia  quando
das cortes judiciais brasileiras; e considerando ainda sua família tentava imigrar para a Europa, comoveu
que, para o alcance da eficiência, é necessário que os o mundo todo. E serviu para vários países  europeus
órgãos do  Poder Judiciário revisem suas estruturas, ampliarem sua quota de refugiados — não todos,
sua forma de funcionamento e, sobretudo, dispo-
naturalmente — e para a opinião pública internacio-
nham de um plano bem estruturado para  executar
nal se conscientizar da magnitude do problema repre-
adequadamente a estratégia e garantir a qualidade
dos serviços prestados à população, redija um texto sentado pelas centenas de milhares, talvez  milhões,
dissertativo a respeito  do plano estratégico do tribu- de famílias que fogem da África e do Oriente Médio
nal do caso hipotético descrito. Ao elaborar seu texto, para o mundo ocidental, onde, acreditam,  encontra-
faça o que se pede a seguir: rão trabalho, segurança e uma vida digna e decente
que seus países não lhe oferecem.
z 1. Discorra sobre planejamento estratégico e sua Considerando que o fragmento de texto acima tem
finalidade. [valor: 10,00 pontos] caráter unicamente motivador, redija um texto dis-
z 2. Defina missão, visão e valores organizacionais. sertativo acerca do seguinte tema:
[valor: 10,00 pontos] As atuais correntes migratórias: o drama huma-
no que afronta a consciência universal
z 3. Explique o que são objetivos estratégicos. [valor: Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os
8,00 pontos]
seguintes aspectos:
z 4. Aponte as possíveis falhas na execução da estra-
tégia e as possíveis ações a serem adotadas para que z 1.Os fatores que levam milhares de pessoas a
a estratégia seja alcançada. [valor: 10,00 pontos] enfrentar a perigosa travessia do Mediterrâneo;
[valor: 3,50 pontos]
Tema 11
z 2. O dilema moral vivido pela Europa entre rece-
Considerando a integração da gestão da qualidade ber ou rejeitar os imigrantes; [valor: 3,00 pontos]
no cotidiano das organizações, redija um texto disser- z 3. O papel da opinião pública internacional na
tativo acerca do seguinte tema. sociedade contemporânea. [valor: 3,00 pontos]

Ciclo PDCA Tema 14

Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir. Na trajetória da administração pública brasileira,
destacam-se o modelo burocrático, associado ao poder
z 1.Conceitue o ciclo PDCA. [valor: 10,00 pontos] racional-legal, e o modelo gerencialista, representado
z 2. Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA.
pela nova administração pública. Discorra sobre os
[valor: 15,00 pontos]
seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos:
z 3. Apresente o detalhamento das etapas da primei-
ra fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
z 1. Contextos em que esses modelos surgiram;
Tema 12 [valor: 9,00 pontos]
z 2. Propósito de cada um desses modelos; [valor:
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma 9,00 pontos]3. Princípios e práticas norteadores
finalidade. A diferença entre elas reside no fato de que, (apresente, ao menos, três para cada modelo).
80 em se tratando de conduta dolosa, como regra, existe [valor: 20,00 pontos]
Tema 15 z 3. Objetivos expressos na Lei do RDC; [valor: 2,50
pontos]
O comandante de determinado quartel instaurou
inquérito policial militar para apurar desvios de mate- z 4. Diretrizes relativas às licitações e aos contratos
riais na seção do almoxarifado. No curso do procedimen- administrativos. [valor: 3,00 pontos]
to, o encarregado indiciou um tenente, um sargento, um
cabo e um soldado, imputando-lhes a autoria dos fatos. Tema 18
No indiciamento, os quatro constituíram o mesmo advo-
gado para defende-los, o qual, de imediato, solicitou ao Quando não havia um Estado organizado, a
encarregado o acesso a todos os procedimentos realiza- solução dos conflitos se dava pela atuação dos pró-
dos, tenham sido eles documentados ou não, para possi- prios  interessados: a força vencia a disputa. No
bilitar a ampla defesa e o contraditório. entanto, com a consolidação do Estado, atribuiu-se
A respeito das informações descritas na situação ao Poder  Judiciário, imparcial, a função de aplicar a
hipotética acima e com base no entendimento do lei na busca da pacificação social. Assim, a jurisdição
Supremo Tribunal Federal e na legislação e doutrina garantiu ao Estado a legitimidade para agir em nome
pertinentes, redija um texto dissertativo acerca do do interesse público e, ao jurisdicionado, a segurança
pedido do advogado. jurídica para prosperar.
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os Redija um texto dissertativo acerca do clean code.
seguintes aspectos: Seu texto deverá abordar, necessariamente,

z 1. Características do inquérito policial militar; z 1. A escolha de nomenclatura de variáveis, méto-


[valor: 14,00 pontos] dos e classes; [valor: 14,00 pontos]
z 2. Finalidade do inquérito policial militar e o cabi- z 2. A abrangência e parametrização de funções;
mento de alegações de nulidades nesse procedi- [valor: 12,00 pontos]
mento; [valor: 12,00 pontos]
z 3. A necessidade e tipos de comentários. [valor:
z 3. Possibilidade de deferimento do pedido do advo-
12,00 pontos]
gado. [valor: 12,00 pontos]

Tema 16

Nas últimas décadas, a administração pública bra- HORA DE PRATICAR!


sileira vem passando por algumas reformas, com vis-
tas ao aprimoramento do serviço público prestado e à Texto para as questões 1, 2, 3 e 4
modernização da gestão. Entre essas reformas, destaca-
-se o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado Cartilha orienta consumidor
(PDRAE), implantado no ano de 1995, sob a supervisão
do então Ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, como Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria
forma de aproximar a administração pública brasileira com o Procon-RJ, guia destaca os principais pontos do
da chamada administração gerencial. Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a
A partir dessas informações, redija um texto dis- partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebi-
sertativo, atendendo ao que se pede a seguir. das pelas duas entidades

z 1. Discorra sobre os aspectos da administração O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro


pública e da prestação dos serviços públicos que (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do Rio
culminaram na implantação do PDRAE. [valor: de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha
2,50 pontos] para orientar lojistas e consumidores sobre seus direi-
z 2. Aponte, no mínimo, três objetivos do PDRAE tos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparên-
enquanto reforma de estado. [valor: 3,00 pontos] cia e melhorar as relações de consumo, a cartilha tem
z 3. Apresente, no mínimo, quatro características apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e
da administração pública gerencial. [valor: 4,00 Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
pontos] Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prá-
tico de direitos e deveres para lojistas e consumi-
Tema 17 dores, a publicação destaca os principais pontos do
Código de Defesa do Consumidor (CDC), seleciona-
No Brasil, a legislação sobre compras públicas
dos a partir das dúvidas e reclamações mais comuns
foi inovada com a introdução da Lei n.º 12.462/2011,
LÍNGUA PORTUGUESA

recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como


conhecida como Lei do Regime Diferenciado de Con-
pelo Procon-RJ.
tratações Públicas (RDC), que foi regulamentada pelo
Decreto n.º 7.581/2011. “A partir da conscientização de consumidores e lojis-
Considerando essas informações, redija um texto tas sobre seus direitos e deveres, queremos contribuir
dissertativo sobre a introdução do RDC no ordena- para o crescimento sustentável das empresas, tendo
mento jurídico brasileiro, abordando, fundamentada- como base a ética, a qualidade dos produtos e a boa
mente, os seguintes aspectos: prestação de serviços ao consumidor”, explicou o pre-
sidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.
z 1. A motivação para sua criação; [valor: 2,00 Gonçalves destacou que as duas entidades estão
pontos] comprometidas em promover mudanças que pro-
z 2. Exigências aplicáveis ao objeto da licitação; piciem o avanço das relações de consumo, além do
[valor: 2,00 pontos] desenvolvimento do varejo carioca. 81
“O consumidor é o nosso foco. É importante informá- Texto para as questões 5, 6 e 7
-lo dos seus direitos”, disse o empresário, ressaltando
que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojis- Moeda digital deve revolucionar a sociedade
tas, mas também para seus fornecedores.
Nas sociedades primitivas, a produção de bens era limi-
Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.
tada e feita por famílias que trocavam seus produtos
de subsistência através do escambo, organizado em
1. (CESGRANRIO — 2015) No seguinte período, a palavra locais públicos, decorrendo daí a origem do termo “pre-
em destaque está grafada de acordo com a ortografia gão” da Bolsa. Com o passar do tempo, especialmente
oficial: na antiguidade, época em que os povos já dominavam
a navegação, o comércio internacional se modernizou
a) O sindicato se preocupa com o aspécto educativo da e engendrou a criação de moedas, com o intuito de
cartilha. facilitar a circulação de mercadorias, que tinham como
b) Várias entidades mantêm convênio conosco. lastro elas mesmas, geralmente alcunhadas em ouro,
c) O consumidor tem de ser consciênte de seu papel de prata ou bronze, metais preciosos desde sempre.
cidadão. A Revolução Industrial ocorrida inicialmente na Ingla-
d) O substântivo que traduz essa cartilha é “seriedade”. terra e na Holanda, por volta de 1750, viria a criar uma
e) No rítmo em que a sociedade caminha, em breve exer- quantidade de riqueza acumulada tão grande que
ceremos plena cidadania. transformaria o próprio dinheiro em mercadoria. Nas-
cia o mercado financeiro em Amsterdã, que depois se
2. (CESGRANRIO — 2015) No trecho “Batizada de Boas espalharia por toda a Europa e pelo mundo. A grande
inovação na época foi o mecanismo de compensação
Vendas, Boas Compras! - Guia prático de direitos e
nos pagamentos, mais seguro e prático, no qual um
deveres para lojistas e consumidores, a publicação
banco emitia uma ordem de pagamento para outro em
destaca os principais pontos do Código de Defesa do
favor de determinada pessoa e esta poderia sacá-la
Consumidor (CDC)”, são palavras de classes gramati- sem que uma quantidade enorme de dinheiro ou ouro
cais diferentes tivesse de ser transportada entre continentes. Essa
ordem de pagamento, hoje reconhecida no mundo
a) vendas e compras financeiro como “título cambial”, tem como instrumen-
b) prático e principais to mais conhecido o cheque, “neto” da letra de câm-
c) publicação e pontos bio, amplamente usada pela burguesia em transações
d) direitos e lojistas financeiras na alta idade média. A teoria nos ensina
e) deveres e destaca que são três as suas principais características: a car-
tularidade, a autonomia e a abstração.
3. (CESGRANRIO — 2015) De acordo com a norma-pa- Ora, o que isso tem a ver com bitcoins? Foi necessá-
drão, se fosse acrescentado ao trecho “disse o empre- ria essa pequena exegese para refletirmos que não
sário” um complemento informando a quem ele deu importa a forma como a sociedade queira se organi-
a declaração, seria empregado o acento indicativo de zar, ela é sempre motivada por um fenômeno humano.
crase no seguinte caso: Como nos ensina Platão, a necessidade é a mãe das
invenções. Considerando o dinamismo da evolução
da sociedade da informação, inicialmente revolucio-
a) a imprensa especializada
nada pela invenção do códex e da imprensa nos idos
b) a todos os presentes
de 1450, que possibilitou na Idade Média o armaze-
c) a apenas uma parte dos convidados namento e a circulação de grandes volumes de infor-
d) a suas duas assessoras de imprensa mação, e, recentemente, o fenômeno da internet, que
e) a duas de suas secretárias eliminou distâncias e barreiras culturais, transforman-
do o mundo em uma aldeia global, seria impossível
4. (CESGRANRIO — 2015) O emprego do verbo destaca- que o próprio mundo virtual não desenvolvesse sua
do no trecho “‘queremos contribuir para o crescimento moeda, não somente por questão financeira, mas
sustentável das empresas’” contribui para indicar uma sobretudo para afirmação de sua identidade cultural.
pretensão do presidente do Sindicato dos Lojistas, que Criada por um “personagem virtual”, cuja identidade
começa no presente e se estende no futuro. no mundo real é motivo de grande especulação, a bit-
Se, respeitando-se o contexto original, a frase indicas- coin, resumidamente, é uma moeda virtual que pode
se uma pretensão que começasse no passado e se ser utilizada na aquisição de produtos e serviços dos
estendesse no tempo, o verbo adequado seria o que mais diversos no mundo virtual. Trata-se de um título
se destaca em: cambial digital, sem emissor, sem cártula, e, portanto,
sem lastro, uma aberração no mundo financeiro, que,
não obstante isso, tem valor.
a) quisemos contribuir para o crescimento sustentável
No entanto, ao que tudo indica, essa questão do lastro
das empresas.
está prestes a ser resolvida. Explico. Grandes corpora-
b) quisermos contribuir para o crescimento sustentável
ções começam a acenar com a possibilidade de aceitar
das empresas. bitcoins na compra de serviços. Se a indústria pesada
c) quiséssemos contribuir para o crescimento sustentá- da tecnologia realmente adotar políticas reconhecendo
vel das empresas. e incluindo bitcoins como moeda válida, estará dado o
d) quereremos contribuir para o crescimento sustentável primeiro passo para a criação de um mercado financei-
das empresas. ro global de bitcoins. Esse assunto é de alta relevância
e) quisera poder contribuir para o crescimento sustentá- para a sociedade como um todo e poderá abrir as por-
82 vel das empresas. tas para novos serviços nas estruturas que se formarão
não somente no mercado financeiro, em todas as suas d) É preciso observar que a população interessa-se pelas
facetas — refiro-me à Bolsa de Valores, inclusive, bem formas de aprendizagem condizentes com a sua cultura.
como em novos campos do direito e na atividade esta- e) Os turistas tinham organizado-se para viajar quando
tal de regulação dessa nova moeda. as condições econômicas melhorassem.

Certamente a consolidação dos bitcoins não revogará Texto para as questões 8, 9, 10 e 11.
as outras modalidades de circulação de riqueza cria-
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
das ao longo da história, posto que ainda é possível
trocar mercadorias, emitir letras de câmbio, transacio- Na luta para melhorar a performance dos atletas […],
nar com moedas e outros títulos. Ao longo do tempo o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um
aprendemos também que os instrumentos se renova- departamento exclusivamente voltado para a Ciência
ram e se tornaram mais sofisticados, fato que consti- do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de
tui um desafio para o mundo do direito. materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma
AVANZI, Dane. UOL TV Todo Dia. Disponível em: <http://portal. só: o detalhamento personalizado das necessidades.
tododia.uol.com.br/_conteudo/2015/03/opiniao/65848-moeda- Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala.
digital-deve-revolucionar-a-sociedade.php>. Acesso em: 09 ago. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais
2015. passa por conceitos bem mais profundos. Sem distin-
Adaptado. ção entre gênios da espécie e reles mortais, a máqui-
na humana só atinge o máximo do potencial se suas
5. (CESGRANRIO — 2015) Para que a leitura de um texto características individuais forem minuciosamente
seja bem sucedida, é preciso reconhecer a sequência estudadas. Num universo olímpico em que muitas
em que os conteúdos foram apresentados. Esse texto, vezes um milésimo de segundo pode separar glória e
antes de explicar como eram realizadas as transações fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Por-
financeiras na época medieval, refere-se que grandes campeões também são moldados atra-
vés de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e
a) à importância da criação de novos serviços na área finan- modernos programas de computador.
ceira, o que é de grande relevância para a sociedade. A importância dos estudos científicos cresceu de tal
b) à possibilidade de criação de lastro para as moedas vir- forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há dois
tuais devido à adesão de grandes empresas mundiais. anos criou um departamento exclusivamente dedica-
c) à invenção de um documento financeiro para evitar o do ao tema. [...]
transporte de valores entre grandes distâncias. — Nós trabalhamos para potencializar as chances de
d) à criação de instrumento a ser utilizado na aquisição resultados. O que se define como Ciência do Esporte
de produtos e serviços por meio eletrônico. é na verdade uma quantidade ampla de informações
e) ao surgimento do fenômeno da internet, responsável que são trazidas para que técnico e atleta possam uti-
pela transformação do mundo em uma aldeia global. lizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será
sempre o treinador. Ele decide o que é melhor para
6. (CESGRANRIO — 2015) De acordo com as regras de o atleta — ressalta o responsável pela gerência de
regência verbal estabelecidas pela norma-padrão da desenvolvimento e projetos especiais, que cuida da
Língua Portuguesa, o elemento destacado está ade- área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.
quadamente empregado em: A gerência também abrange a coordenação médica do
comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do Esporte
a) Os inadimplentes infringem aos regulamentos estabe- está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica,
lecidos pelas financeiras ao deixar de cumprir os pra- nutrição, psicologia, meteorologia, treinamento espor-
zos dos empréstimos. tivo e vídeo análise.
b) Os comerciantes elogiaram aos bancos às medidas Reposição individualizada
tomadas a favor de seus empreendimentos.
c) Vários executivos procuram realizar cursos de espe- Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor
cialização porque cobiçam aos estágios mais avança- desde novos equipamentos, que o deixem em igual-
dos da carreira. dade de condições de treino com seus principais con-
d) Os funcionários mais graduados das grandes empre- correntes, até dados fisiológicos que indicam o tipo de
sas aspiram aos melhores cargos tendo em vista o reposição ideal a ser feita após a disputa.
aumento de seu poder aquisitivo. No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de
e) Algumas grandes empresas responsáveis pelas redes cada atleta e pudemos desenvolver técnicas individuais
sociais ludibriam aos princípios estabelecidos por lei de recuperação. Algumas precisam beber mais água,
ao permitir postagens agressivas. outras precisam de isotônico — explica Sidney Caval-
LÍNGUA PORTUGUESA

cante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]


7. (CESGRANRIO — 2015) A colocação do pronome des- As Olimpíadas não são laboratório para testes. É pre-
tacado atende às exigências da norma-padrão da Lín- ciso que todas as inovações, independentemente da
gua Portuguesa em: modalidade, estejam testadas e catalogadas com
antecedência. Bichara afirma que o trabalho da área
a) Os clientes mais exigentes sempre comportaram-se bem de Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida
diante das medidas favoráveis oferecidas pelos bancos. em um único conceito:
b) Efetivando-se os pagamentos com moedas virtuais, Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]
os clientes terão confiança para utilizar esse recurso CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e
financeiro. análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio 2012.
c) Os usuários constantes da internet não enganam-se a
respeito das vantagens do comércio on-line. O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6. 83
8. (CESGRANRIO — 2013) A leitura do texto indica que a uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obri-
expressão o detalhamento personalizado das neces- gada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não
sidades diz respeito ao fato de que dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?
Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que
a) cada atleta precisa que uma só pessoa faça seu também mostra, como imaginei, as cem coisas que a
acompanhamento para evitar enganos. gente precisa porque precisa fazer antes de morrer.
b) cada atleta observe suas próprias necessidades e as Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até
detalhe para a comissão técnica.
agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer
c) as necessidades comuns a todos os atletas sejam
um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer
verificadas pessoalmente por alguém.
algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visi-
d) as necessidades de cada atleta, identificadas em cada
tar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].
um deles, sejam analisadas cientificamente.
e) as necessidades de cada atleta deverão ser identifica- Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria
das coletivamente. um plano de ação esquematizado, mas quem fica com
as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
9. (CESGRANRIO — 2013) Segundo o texto, o responsá- patrocina essa brincadeira?
vel pelos projetos especiais é o Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prê-
mio está acumulado em cinquenta milhões de reais.
a) COB A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre
b) atleta o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas,
c) técnico comprar um apartamento, um carro, uma casa na
d) treinador serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e
e) Sr. Bichara guardar o resto para a velhice.
Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um con-
10. (CESGRANRIO — 2013) Abaixo estão transcritos tre-
vite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma
chos do texto, em que são propostas alterações da
dessas listas de cem coisas pra fazer e procure diver-
posição do adjetivo nas expressões em destaque.
Em qual delas a troca de posição altera o sentido? tir-se com as opções [...]. Não pense tanto em comprar
mas em viver.
a) “grandes campeões também são moldados através Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo
de análises laboratoriais” - campeões grandes com a minha lista de cem coisas a evitar antes de mor-
b) “através de análises laboratoriais, projetos acadêmi- rer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar,
cos e modernos programas de computador” - progra- nem precisa de dinheiro.
mas modernos de computador MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p.
c) “Ciência do Esporte é na verdade uma quantidade 122-123. Adaptado.
ampla de informações” - ampla quantidade
d) “Na prática, o atleta de alto rendimento” - rendimento alto No fragmento “fazer um safári, frequentar uma praia
e) “igualdade de condições de treino com seus principais de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso,
concorrentes” - concorrentes principais por exemplo), visitar um vulcão ativo”, são palavras de
classes gramaticais diferentes
11. (CESGRANRIO — 2013) Faz o plural como palavra-
-chave, com dupla possibilidade de flexão, o composto a) “praia” e “ativo”
b) “venenoso” e “exótico”
a) lugar-comum c) “baiacu” e “nudismo”
b) guarda-roupa d) “ativo” e “exótico”
c) aço-liga e) “safári” e “vulcão”
d) amor-perfeito
e) abaixo-assinado Texto para as questões: 14 e 15.

12. (CESGRANRIO — 2013) Que forma verbal está empre- Dialética da mudança
gada no mesmo tempo e modo que pudemos?
Certamente porque não é fácil compreender certas
a) Forem questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afir-
b) Cresceu
mações como verdades indiscutíveis(a) e até mesmo a
c) Será
irritar-se quando alguém insiste em discuti-las. É natu-
d) Deixem
ral que isso aconteça, quando mais não seja porque
e) Indicam
as certezas nos dão segurança e tranquilidade. Pô-las
em questão equivale a tirar o chão de sob nossos pés.
13. (CESGRANRIO — 2013)
Não necessito dizer que, para mim, não há verdades
indiscutíveis, embora acredite em determinados valo-
100 Coisas
res e princípios que me parecem consistentes. De fato,
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma
fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve certeza, sem valor algum.
conhecer antes de morrer, os cem pratos que você No passado distante, quando os valores religiosos se
deve provar antes de morrer. Primeiramente, me impunham à quase totalidade das pessoas, poucos
espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de eram os que questionavam, mesmo porque, dependen-
84 que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como do da ocasião, pagavam com a vida seu inconformismo.
Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da 15. (CESGRANRIO — 2013) No trecho do Texto “Introduzi-
ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram a ram-se as ideias não só de evolução como de revolu-
segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar ção.”, o verbo concorda em número com o substantivo
com as certezas e os valores. Questioná-los, reava- que o segue.
liá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais O verbo deverá ser flexionado no plural, caso o subs-
tornou-se frequente e inevitável, dando-se início a uma tantivo destacado que o segue esteja no plural, EXCE-
nova época da sociedade humana. Introduziram-se as TO em:
ideias não só de evolução como de revolução(b).
Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia a) Ao se implantar o uso do computador nas salas de
para a noite, nem tampouco se impuseram à maio- aula, corresponde-se à expectativa dos alunos de
ria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um pro- estarem antenados com os novos tempos.
cesso difícil e conflituado em que, pouco a pouco, a b) Com o advento dos novos tempos, reafirma-se a tese
visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que relacionada à necessidade de mudança.
isso, conquistando posições estratégicas, o que tor-
c) Defende-se a visão conservadora do mundo com o
nou possível influir na formação de novas gerações,
argumento de que a sociedade não aceita mudanças.
menos resistentes a visões questionadoras.
d) Em outras épocas, valorizava-se a pessoa que não ques-
A certa altura desse processo, os defensores das tionava os valores religiosos impostos à população.
mudanças acreditavam-se senhores de novas ver- e) No passado, questionava-se a mudança de valores e
dades, mais consistentes porque eram fundadas no
crenças para não incentivar o caos social.
conhecimento objetivo das leis que governam o mun-
do material e social. Mas esse conhecimento era ain-
Texto para as questões 16 e 17
da precário e limitado.
Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a 100 Coisas
mudança é inerente à realidade tanto material quanto
espiritual(c), e que, portanto, o conceito de imutabilida-
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve
de é destituído de fundamento.
fazer antes de morrer, os cem lugares que você deve
Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros conhecer antes de morrer, os cem pratos que você
erros: o de achar que quem defende determinados deve provar antes de morrer. Primeiramente, me
valores estabelecidos está indiscutivelmente errado.
espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de
Em outras palavras, bastaria apresentar-se como ino-
que você vai morrer. Eu prefiro encarar a morte como
vador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos
uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obri-
demonstram que tanto pode ser como não.
gada mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não
Mas também pode estar errado quem defende os valo- dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?
res consagrados e aceitos. Só que, em muitos casos,
não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que
Pela simples razão de que toda sociedade é, por defini- também mostra, como imaginei, as cem coisas que a
ção, conservadora, uma vez que, sem princípios e valo- gente precisa porque precisa fazer antes de morrer.
res estabelecidos, seria impossível o convívio social. Me deu uma angústia, pois, das cem, eu fiz onze até
Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer
a cada dia seria caótica e, por isso mesmo, inviável. um safári, frequentar uma praia de nudismo, comer
Por outro lado, como a vida muda e a mudança é ine- algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo), visi-
rente à existência, impedir a mudança é impossível(d). tar um vulcão ativo, correr uma maratona [...].
Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria
mudanças(e), mas apenas aquelas que de algum modo um plano de ação esquematizado, mas quem fica com
atendem a suas necessidades e a fazem avançar. as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem
patrocina essa brincadeira?
GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio
2012, p. E10. Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prê-
mio está acumulado em cinquenta milhões de reais.
14. (CESGRANRIO — 2013) No Texto, o verbo atender exi- A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre
ge a presença de uma preposição para introduzir o ter- o que fariam com a bolada, responde: pagar dívidas,
mo regido. comprar um apartamento, um carro, uma casa na
Essa mesma exigência ocorre na forma verbal desta- serra, outra na praia, garantir a segurança dos filhos e
cada em: guardar o resto para a velhice.
LÍNGUA PORTUGUESA

Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um con-


a) “Certamente porque não é fácil compreender certas
vite para sonhar com mais criatividade. Arranje uma
questões, as pessoas tendem a aceitar algumas afir-
mações como verdades indiscutíveis.” dessas listas de cem coisas pra fazer e procure diver-
b) “Introduziram-se as ideias não só de evolução como tir-se com as opções [...]. Não pense tanto em comprar
de revolução.” mas em viver.
c) “Inúmeras descobertas reafirmam a indiscutível tese Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo
de que a mudança é inerente à realidade tanto material com a minha lista de cem coisas a evitar antes de mor-
quanto espiritual,” rer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar,
d) “Por outro lado, como a vida muda e a mudança é ine- nem precisa de dinheiro.
rente à existência, impedir a mudança é impossível.”
e) “Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p.
mudanças,” 122-123. Adaptado. 85
16. (CESGRANRIO — 2013) O emprego do verbo obter está Quando comentassem que devia ser uma chatice tra-
adequado à norma-padrão apenas em: balhar em elevador, ele não responderia “tem altos e
baixos”, como esperavam. Responderia, “cripticamen-
a) Com as apostas, obtém-se recursos para diversas te”, que era melhor do que trabalhar em escada.
pesquisas científicas. Ou que não se importava, embora seu sonho fosse,
b) Quando o pessoal obtiverem êxito, o grupo que faz um dia, comandar alguma coisa que também andasse
aposta coletiva vai viajar pelo mundo. para os lados...
c) Caso obtenham êxito na Mega-Sena, os apostadores
E quando ele perdesse o emprego porque substituís-
farão as cem coisas possíveis antes de morrer.
sem o elevador antigo por um moderno, daqueles com
d) A procura das pessoas pelo enriquecimento rápido
música ambiental, diria:
obtêm bons recursos financeiros para o país.
e) Se obterem recursos, certamente as pessoas farão Era só me pedirem. Eu também canto!
mais de cem coisas antes de morrer. Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.
Sobe?
17. (CESGRANRIO — 2013) A seguinte frase está redigida
A ideia é essa.
com adequada grafia de palavras, correta acentuação
e pontuação de acordo com a norma-padrão: Desce?
Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.
a) A raiz, geralmente subterrânea, não abdica de com- Sobe?
postos nitrogenados e outras substâncias orgânicas.
Faremos o possível.
b) As raízes geralmente subterrâneas, não abidicam de com-
postos nitrogenados e outras substâncias orgânicas. Desce?
c) As raízes, crescem abaixo da superficie da terra, mas Pode acreditar.
não abidicam de compostos nitrogenados e outras
substâncias orgânicas. VERISSIMO, L. F. Jornal O Globo, p. 15, 28 jun. 2015.
d) A raíz é o membro das árvores que cresce abaixo da
terra, mas não abdica de compostos nitrogenados e A palavra em destaque está grafada corretamente em:
outras substâncias orgânicas.
e) A raíz é o membro das árvores que, apesar de crescer a) É preciso reavaliar o prosesso.
abaixo da terra não abdica de compostos nitrogena- b) O bancos fortalecem a estrutura finançeira do país.
dos e outras substâncias orgânicas. c) O mercado é sencível ao consumo.
d) Sempre se deve fazer esse tipo de inspeção.
18. (CESGRANRIO — 2015) e) A tacha de juros será mantida nesse percentual.

19. (CESGRANRIO — 2013)


Texto II
É preciso mudar a mentalidade sobre a Amazônia
Sobe e desce
Trabalho no projeto Saúde e Alegria, que começou
Ascensorista é uma das profissões que desapare- com o apoio do BNDES em 1987, e hoje retomamos
ceram no mundo moderno. Era certamente a mais uma parceria com o Banco na área de saneamento,
tediosa das profissões, e não apenas porque o ascen- premiada pela Cepal, em Santiago do Chile.
sorista estava condenado a passar o dia ouvindo his- O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade.
tórias pela metade, anedotas sem desenlace, brigas O Brasil começaria a entender a Amazônia não como
sem resolução, só nacos e vislumbres da vida dos um ônus, mas como um bônus. Vivemos neste exato
passageiros. momento duas crises. Uma econômica internacional,
Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham outra ambiental(a). Apesar de serem duas, a solução
tentado combater o tédio, variando a sua própria fala. para a saída de ambas é uma só: pensar um novo mode-
Dizendo “ascende”, em vez de “sobe”, por exemplo. lo de desenvolvimento que una a questão ambiental à
Ou “Eleva-se”. Ou “Para cima”. econômica. Sobretudo, que traga alegria, saúde, felici-
dade, com base não apenas no consumo desenfreado.
Para o alto.
A questão liga a Amazônia ao mundo não apenas pelo
Escalando.
aspecto da regulação climática, mas também pela
Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia motivação na busca de uma solução para aquelas duas
“A primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”, “Ruma crises. Temos uma oportunidade única — principalmen-
para baixo”. “Cai controladamente”. E se justificaria te por ser o Brasil um país que agrega a maioria do ter-
dizendo: ritório amazônico — de construir, a partir da Amazônia,
Gosto de improvisar. um modelo de desenvolvimento “2.0” capaz de ofere-
Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascenso- cer respostas em um sentido inverso ao atual. Em lugar
rista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo. de importar um modelo de desenvolvimento do Sul,
Quando perguntassem “Sobe?”, responderia “É o que construído em outras bases, deveríamos levar adiante
veremos...” Ou então, “Como a Virgem Maria”. algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replica-
das em cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo.
Ou recorreria a trocadilhos:
Esse seria o tiro ligado à mudança de mentalidade.
Desce?
Às vezes, pensamos na Amazônia como um proble-
Dei. ma, como o escândalo do desmatamento. Raramente
Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o chegam às regiões Sul e Sudeste ou a Brasília notícias
86 instigariam. boas da Amazônia.
O novo modelo de desenvolvimento — se fosse redu- c) Essa é a prática na Amazônia. / Essa, é a prática na
zido a alguns pilares — incluiria, obviamente, zerar o Amazônia.
desmatamento (já há programas para isso) e combater d) Às vezes, acho que o Brasil desconhece a Amazônia.”/
a pobreza, entendendo-se que a solução para o meio Às vezes, acho, que o Brasil desconhece a Amazônia.
ambiente passa, necessariamente, pela questão social. e) Outro ponto a ser levado em consideração é o ordena-
Se analisarmos as áreas que mais desmatam hoje no mento territorial. / Outro ponto a ser levado em consi-
mundo, constataremos que são áreas com menor Índi- deração, é o ordenamento territorial.
ce de Desenvolvimento Humano [IDH]. Portanto, há uma
necessidade premente de se criar um ambiente de negó- 20. (CESGRANRIO — 2013) A substituição do termo des-
cios sustentáveis, com uma economia ligada ao meio tacado pelo pronome oblíquo adequado está de acor-
ambiente. O investidor precisa ter segurança de investir, do com a norma-padrão em:
de gerar emprego com o mínimo de governança, para
que esses negócios se perpetuem ao longo do tempo. a) “Arranje uma dessas listas” – Arranje-lhes
Destaco outros pontos, como a política de proteção b) “fica aqui um convite” – fica-o aqui
e fiscalização. É preciso sair da cultura do ilegalismo c) “listando as cem coisas” – Listando-as
e entrar no legalismo. O normal lá é o ilegal. Vamos d) “Eu prefiro encarar a morte” – Encarar-lhe
imaginar que sou do Rio Grande do Sul, sou um cara e) “Falta muito ainda” – Falta-o ainda
do bem, quero investir em produção madeireira na
Amazônia. Faço tudo corretamente, plano de mane- 9 GABARITO
jo, obtenho as licenças necessárias, pago encargos
trabalhistas, etc. Vou enfrentar uma concorrência
desleal, e minha empresa fechará no vermelho. Como 1 B
posso concorrer com 99% dos empreendimentos, que
2 E
são ilegais?(b) Ou volto para o Rio Grande do Sul ou
mudo de lado. Essa é a prática na Amazônia(c). E essa 3 A
prática precisa acabar.
4 A
Além da necessidade de governança, de gestão públi-
ca, há a necessidade de políticas que atendam ao 5 C
fator amazônico. Às vezes, acho que o Brasil desconhece
a Amazônia(d). Lido com políticos municipais, principal- 6 D
mente nas áreas de saúde e educação. Evidentemen- 7 B
te, não podemos trabalhar com a mesma política de
municípios como Campinas ou Santarém, equivalen- 8 D
te ao tamanho da Bélgica. Na Amazônia, há comuni-
9 E
dades que ficam distantes 20 horas de barco e são
responsabilidade do gestor municipal. Imaginem um 10 A
secretário de Saúde tentando cumprir a Constituição,
o direito do cidadão, com o orçamento limitado, numa 11 C
situação amazônica, com as distâncias amazônicas.
12 B
Outro ponto a ser levado em consideração é o orde-
namento territorial(e). Também destaco os aspectos 13 A
social e de infraestrutura, as cadeias produtivas, o
14 A
crédito, o fomento e a construção de uma nova econo-
mia sobre REDD (do inglês Reducing Emissions from 15 A
Deforestation and Degradation, que significa reduzir
emissões provenientes de desflorestamento e degra- 16 C
dação) e o pagamento de serviços ambientais. 17 A
Em resumo, se começarmos a pensar na Amazônia
como uma oportunidade, acho que conseguiremos 18 D
efetivar soluções em curto espaço de tempo.
19 A
SCANNAVINO, Caetano. É preciso mudar a mentalidade sobre a
Amazônia. In: BNDES.
20 C
Amazônia em debate: oportunidades, desafios e soluções. Rio de
LÍNGUA PORTUGUESA

Janeiro: BNDES, 2010, p. 147-149. Adaptado.

A mudança de pontuação manteve o sentido original


do texto, bem como observou os preceitos da norma- ANOTAÇÕES
-padrão, em:

a) Vivemos neste exato momento duas crises. Uma


econômica internacional, outra ambiental.”/ Vivemos,
neste exato momento, duas crises: uma econômica
internacional, outra ambiental.
b) Como posso concorrer com 99% dos empreendimen-
tos, que são ilegais? / Como posso concorrer com 99%
dos empreendimentos? Que são ilegais? 87
ANOTAÇÕES

88
O objetivo, ou o propósito, do texto se encontra
em meio à leitura. Assim, para identificá-lo, é preci-
so realizar uma leitura atenta que vai além do que
está escrito. Bem como mencionado anteriormente, a

LÍNGUA INGLESA identificação de quem é o autor e o narrador, a quem


se destina o texto, o contexto nele presente, o assunto
tratado e a linguagem empregada são elementos cru-
ciais para o entendimento do serviço a que se presta
o texto.
CONHECIMENTO DE UM O propósito pode ser relatar um fato, contar novi-
VOCABULÁRIO FUNDAMENTAL PARA A dades, listar ou enumerar itens, reportar um crime,
expor uma opinião, entre muitas outras possibilida-
COMPREENSÃO DE TEXTOS des que deverão ser observadas no decorrer da lei-
tura. Alguns marcadores, como nomes, datas, locais,
Para realizar uma leitura bem-sucedida em outro
dados, estatísticas, números em geral, pronomes de
idioma, é preciso estar atento a alguns métodos e
tratamento, podem servir como indicativos do propó-
recursos capazes de auxiliar a interpretação textual.
sito do texto a partir da percepção do conteúdo pre-
sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
COMPREENSÃO

Compreender é a capacidade de assimilar, inter- Compreensão escrita


pretar e perceber o significado de algo. Compreender
um idioma significa entender a coerência das infor- Quando se trata de compreender o sentido lexical,
mações de sua comunicação. O objeto da compreensão semântico e gramatical de um texto na língua inglesa,
da língua inglesa pode estar situado em diferentes for- utilizamos recursos que partem de princípios simples:
mas de comunicação, para cada qual existem manei- identificação dos principais elementos do idioma,
ras mais apropriadas e adequadas de identificar o ainda que partindo de um panorama básico de com-
sentido, o propósito, o contexto, o estilo, a técnica e as preensão e fluência no idioma. São eles:
informações presentes na mensagem.
Ao buscar compreender o sentido e o propósito z Gramática básica (tempos verbais, adjetivos, advér-
de um texto na língua inglesa, faz-se necessário iden- bios e pronomes);
tificar elementos chave capazes de sintetizar infor- z Vocabulário básico (substantivos);
mações, decodificar signos linguísticos, entender z Expressões idiomáticas (contexto cultural);
a semântica, ou seja, o sentido do texto, bem como
seu propósito. Esses elementos podem estar presen- A partir do conhecimento dos itens mencionados,
tes nos aspectos gramaticais do texto, um dos tópicos é possível partir para uma leitura geral do que está
essenciais para o estudo da interpretação textual, mas escrito e compreender a mensagem. É, no entanto,
podem também ser percebidos no contexto, no recor- importante ler nas entrelinhas enquanto se decodi-
te, no tipo de linguagem (formal, informal, técnica fica uma mensagem escrita. Isso significa ser capaz
etc.), no vocabulário utilizado, entre outros elementos de identificar o gênero textual, o tipo do narrador, o
estratégicos para a interpretação correta do texto. objetivo da mensagem e o contexto em que ela está
Para que o leitor compreenda o sentido do texto, inserida.
antes de qualquer leitura direta, é primordial que se
faça um processo de escaneamento do texto em bus- Compreensão oral
ca de palavras-chave e informações que indiquem a
quem o texto se direciona, quem é o autor e seu nar- Além dos elementos citados anteriormente quanto
rador, a qual categoria textual ele pertence (artigo, à compreensão escrita, a compreensão oral tem suas
crônica, conto, carta, bilhete etc.) e qual o assunto tra- peculiaridades e particularidades dignas de serem enfa-
tado. A partir dessa coleta de informações, é possível tizadas, pois se diferenciam do padrão escrito. Diferente-
iniciar a leitura inicial, que irá buscar identificar o mente da comunicação escrita, a fala é uma ação fluída
sentido do texto. O sentido indica o que o interlocutor e em constante mudança. A percepção da comunicação
quer dizer com o que propôs a escrever. A capacidade oral não se dá apenas de elementos linguísticos, mas do
de identificar o sentido está intrinsecamente ligada ao contexto cultural e social do falante e do ouvinte.
conhecimento e à identificação de: O momento da fala pode sofrer interferências de
z Palavras; ruídos, sejam eles literalmente barulhos que atrapa-
z Expressões idiomáticas; lham no momento da audição, ou ruídos no sentido
z Verbos frasais; de interferências no meio transmissor da mensagem
z Tempos verbais; (telefone, áudio, rádio, televisão etc.). Tudo isso atra-
LÍNGUA INGLESA

z Contextos; palha tanto a transmissão quanto a recepção da men-


z Aspectos culturais e sociais; sagem, o que dificulta sua compreensão de modo
z Adjetivos, advérbios e pronomes; geral. A compreensão oral na língua inglesa depen-
de de diversos elementos que devem ser levados em
Entre outros elementos, os citados anteriormente consideração:
podem auxiliar o leitor a identificar o sentido do texto
com mais precisão. Esses conhecimentos são exerci- z Sotaque: ainda que a língua seja a mesma, sota-
tados a partir do estudo do idioma, seja ele de forma ques diferentes podem alterar a compreensão de
técnica e instrumental, a fim de realizar uma prova ou um idioma em diferentes países ou até diferentes
em estudos mais aprofundados que têm como objeti- estados de um mesmo país; além dos diferentes
vo promover a fluência. sotaques famosos, como o sotaque britânico e o 89
estadunidense, dentro de um mesmo país existem Em coerência:
diferenças, como por exemplo o sotaque do sul e o
sotaque do norte dos Estados Unidos, que possuem z Concordância de ideias: Quando há concordân-
distinções claras. cia entre duas ideias na mesma oração de acordo
z Dialeto: bem como a diferença de sotaques, alguns com o sentido proposto pela frase e não existem
países possuem dialetos próprios. A comunida- contradições.
de negra na Inglaterra e nos Estados Unidos, por Ex.: She is a vegetarian, that’s why she only eats
exemplo, possuem formas específicas de comuni- meat. (Ela é vegetariana, por isso ela apenas come
cação que dizem respeito ao seu contexto social carne) - nesta oração, há contradição, pois o fato do
sujeito ser vegetariano indicaria o não consumo de
e sua cultura, com raízes provindas de diversos
carne, o ideal seria “She is a vegetarian, that’s why
países africanos; comunidades latinas também
she doesn’t eat meat” (Ela é vegetariana, por isso
mesclam o idioma inglês com o espanhol e incor-
ela não come carne).
poram palavras de seu idioma nativo ao inglês, ou
até modificam palavras existentes, algo comum no
z Ordem, relevância e progressão semântica: em
meio latino. geral, ações possuem uma ordem para acontece-
z Classe social: o fator econômico pode interferir rem e cada qual tem a sua importância na constru-
na comunicação oral de maneira muito clara; um ção de uma oração, o que for relevante e coerente
indivíduo rico com um alto nível de formação edu- para com o contexto do que está expresso deve vir
cacional comunica-se de uma forma e um indiví- antes do menos importante ou daquilo que é resul-
duo sem educação formal, morador da periferia, tado de uma ação, em uma sequência lógica que
comunica-se de outra. não altere o sentido da narrativa. Observe:
Ex.: He woke up, brushed his teeth, had breakfast
Compreensão da utilização de mecanismos de and got dressed for work. (Ele acordou, escovou
coesão e coerência os dentes, tomou café da manhã e se vestiu para o
trabalho)
Coesão e coerência são dois mecanismos funda-
mentais para a produção de textos, o que os torna Contextos, aspectos sociais e culturais
igualmente importantes para a compreensão textual.
Antes de conhecer alguns elementos presentes nesses Ainda diante do tema de compreensão, seja ela
dois mecanismos, é preciso entender do que se tratam. textual ou oral, na língua inglesa, alguns aspectos
Coesão diz respeito à interligação de elementos entre que vão além da língua se fazem muito importantes
palavras e frases em uma sentença de maneira corre- para o real entendimento de um texto. Dentre eles, o
contexto e seus aspectos sociais e culturais se fazem
ta e a coerência trata-se da ligação de sentido lógico
presentes e deves ser bem analisados para que qual-
desses elementos, para que a mensagem seja coeren-
quer fragmento textual possa ser compreendido. Ter
te. Confira alguns elementos utilizados para construir
a habilidade de identificar o contexto histórico, a cul-
coesão e coerência no texto. tura da época e a forma como se davam as relações
Em coesão: sociais em uma obra literária em inglês facilita a com-
preensão da obra como um todo, pois permite que o
z Substituições: algumas expressões e substantivos leitor amplie as noções do texto que irá ler.
podem ser substituídos por outro termo para evi- As obras de William Shakespeare, grande escritor
tar repetições desnecessária, como é o caso do uso inglês, foram escritas sob o prisma de uma realida-
de nomes próprios e dos pronomes. de diferente da que vivemos atualmente. Do século
Ex.: Anna really wants to study abroad, she enjoys XVI ao século XVII, o dramaturgo escreveu romances
visiting different countries. (Anna realmente quer em que se podiam observar reflexos dos costumes
estudar no exterior, ela gosta de visitar países e usos da sociedade em que vivia à época; desde a
diferentes) própria linguagem do narrador até o curso da histó-
ria, a trajetória dos personagens, a maneira como se
z Conjugação verbal adequada: ainda que a con- comunicam, se vestem, suas configurações e relações
jugação verbal e seus respectivos pronomes sejam familiares e sociais, entre outros aspectos, todos os
muito mais simples na língua inglesa do que no elementos representados pelo autor em suas obras
português, ainda existem alguns requisitos de cor- devem ser lidos pelo leitor a partir da ótica de uma
realidade diferente da que vivemos no século XXI.
relação verbal que devem ser aplicados (principal-
Ao entender o contexto social, cultural e até eco-
mente no tempo presente).
nômico de uma produção textual, são fundamentais,
Ex.: She sleeps late every day. (Ela dorme tarde
para estabelecer as relações corretas na hora de deco-
todos os dias) – há uma créscimo da letra “s” em
dificar o seu sentido, sendo capaz de identificar o
sujeitos na terceira pessoa do singular (he, she, it) vocabulário, os aspectos gramaticais e as influências
quando no tempo presente. do período histórico em todo o processo de construção
da narrativa.
z Conectores e conjunções: alguns conectores e con-
junções ligam as sentenças de modo que elas se com- PRODUÇÃO
plementem, como é o caso das palavras and, if, so, and,
however, therefore, although, even though, entre outros. Diferentemente da leitura e compreensão escrita
Ex.: Even though they don’t read much, John’s kids e oral da língua inglesa, a produção escrita e oral do
are very smart. (Apesar de eles não lerem muito, os idioma requer mais do que apenas um conhecimen-
90 filhos do John são muito espertos) to superficial do idioma. É preciso possuir repertório
suficiente para produzir um texto em determinada Produção oral
língua, pois ele deve ter sentido para o leitor. Apesar
de existirem distintos níveis de comunicação possí- A atividade linguística oral é marcada por sua flui-
veis em qualquer tipo de produção no idioma (básico, dez. Enquanto a produção escrita segue padrões de
intermediário e avançado), alguns requisitos devem regras gramaticais e de formalidade, além de ser pen-
ser seguidos, a fim de realizar essa tarefa de maneira sada e repensada durante o processo de sua construção,
bem-sucedida. a produção oral ocorre de forma simultânea ao pensa-
mento humano. À medida em que os pensamentos são
Produção escrita formulados, a fala os reproduz sonoramente de manei-
ra que o indivíduo não tem tempo para reformular ou
Para realizar a atividade da produção escrita modificar a construção do que foi dito ou planejar cons-
em qualquer idioma, uma série de regras e padrões cientemente cada etapa desse processo de produção.
devem ser seguidos, de acordo com a intenção do A tradição oral está presente na humanidade des-
autor e o público a quem o texto se destina. Ela pode de o início dos tempos, antes mesmo da invenção da
ser formal, na norma culta da língua inglesa ou infor- escrita. Histórias dos povos antigos, contos mitoló-
mal, coloquial, a linguagem utilizada no cotidiano,
gicos e folclóricos, bem como ensinamentos religio-
segundo a vontade e intenção de quem escreve. Ain-
sos foram passados adiante em diversas sociedades,
da assim, a produção escrita deve seguir regras gra-
mesmo antes de existirem livros de história, o que
maticais e ortográficas responsáveis por organizar o
demonstra a importância da comunicação verbal
idioma de maneira que indivíduos alfabetizados neste
como uma atividade importante e relevante, presente
idioma sejam capazes de decodificar os signos linguís-
até os dias de hoje como uma forma de comunicação e
ticos e identificar a mensagem proposta.
A língua está em constante mudança e é uma partilha de conhecimentos.
ciência viva que se modifica em decorrência das Professores, palestrantes, pastores, políticos, radia-
transformações que ocorrem na sociedade. Como listas, jornalistas, entre outros profissionais, utilizam
consequência, surgem novas palavras (neologismos), o discurso falado, dialética e a didática da produção
novos termos e expressões, novos verbos, novas for- oral como recurso a fim de relatar fatos, propagar
mas de se comunicar. Antes do surgimento da escrita, conhecimentos, convencer e persuadir ou contar his-
surgiu a fala. O que significa que a escrita é fruto da tórias. Na língua inglesa não é diferente. A produção
necessidade humana de expressar-se de outra forma oral continua sendo fluida e simultânea, uma ativida-
além da comunicação oral, de documentar a comuni- de natural da comunicação humana.
cação ou de representá-la visualmente. Quando produzimos oralmente em outro idioma,
Sendo assim, a partir da fala e de um idioma já é possível que existam empecilhos que barrem a flui-
existente oralmente, a escrita passou a existir. Des- dez da comunicação, dependendo da mensagem que
te modo, a fala é responsável pelas mudanças que se pretende passar, do nível de conhecimento que se
ocorrem na escrita. Todo esse processo de mudança e possui do assunto, suas palavras e expressões adja-
adaptação do idioma indica que é preciso estar atento centes. Para que ela seja realizada de maneira correta
a alguns detalhes importantes antes de produzir um é necessário:
texto na língua inglesa. É preciso:
z Conhecer o campo, a área ou o assunto em ques-
z Estar consciente do público-leitor: toda mensagem tão — alguns assuntos podem ser mais complexos
possui um receptor. Perguntar-se a quem ela se de abordar diante do nível de conhecimento do
destina ajudará o autor a entender o tipo de lin- interlocutor; caso o indivíduo vá dar uma palestra
guagem que deverá usar e de que maneira ele se em um hospital sobre doenças infecciosas, termos
comunicará melhor com seu público. ligados à área da saúde, doenças e nomes de ins-
z Ter conhecimento técnico do idioma: saber os dife- trumentos médicos e hospitalares devem obriga-
rentes tipos de tempos verbais da língua inglesa toriamente ser de seu conhecimento para que ele
(simple present, present continuous, simple past, consiga transmitir a mensagem de sua produção
past continuous, simple future, future continuous,
oral o melhor possível.
present perfect, past perfect, past perfect conti-
z Saber pronunciar palavras e frases — a pronúncia é
nuous, future perfect, future perfect continuous
parte importante da comunicação. Quando realizada
etc.), além do uso correto dos pronomes pessoais,
de maneira errada pode confundir o ouvinte e atra-
relativos e possessivos, de conjunções, conectivos,
palhar o curso de um diálogo; diversas palavras da
advérbios, adjetivos, artigos, enfim, de gramática
em geral, além de conteúdo vocabular, auxiliará o língua inglesa possuem similaridades quando escri-
autor na construção do texto no idioma. tas, mas possuem significados totalmente diferentes
que só são identificados a partir de uma pronúncia
correta. Ex.: sheep (ovelha), ship (navio) e cheap (bara-
LÍNGUA INGLESA

Além disso, saber escrever em um idioma requer


níveis de conhecimento elevados. É, no entanto, pos- to) — são palavras de grafia semelhante, mas são pro-
sível produzir em diferentes níveis. Um indivíduo nunciadas de maneiras diferentes entre si.
com conhecimento básico do idioma será capaz de
produzir textos mais curtos e objetivos, sem muito A audição está intrinsecamente ligada à fala. Bebês,
vocabulário ou expressões idiomáticas; alguém com por exemplo, assimilam os sons emitidos pelos pais
conhecimento intermediário terá outro nível de com- desde o ventre. Quando nascem e começam a emitir
plexidade em suas produções, menos infantil, mais seus primeiros sons não verbais, estes são reflexo da
completo, bem como alguém avançado ou fluente é influência da audição, ou seja, do que ouvem a mãe
capaz de se comunicar sem ou quase sem restrições ou o pai falando. O mesmo ocorre com o aprendizado
seja de maneira oral ou escrita. de outro idioma, a audição auxilia a fala e vice-versa. 91
ADEQUAÇÃO VOCABULAR z Pronomes de tratamentos adequados – no ambien-
te escolar nos EUA, por exemplo, os alunos refe-
Em diversos momentos, na língua inglesa, será rem-se aos professores como Mr. (senhor), Mrs.
necessário adaptar o discurso, a fim de otimizar a for- (senhora) ou Ms. (senhorita) junto com os seus
ma de comunicar uma mensagem. A seleção correta sobrenomes; diferentemente do Brasil, lá a relação
de palavras e expressões que se encaixem melhor no entre alunos e professores exige certo grau de dis-
contexto da mensagem é primordial e faz parte do tanciamento que é estabelecido ao utilizar o pro-
processo de adequação vocabular. nome de tratamento adequado.
As mesmas palavras podem expressar diferentes Ex.: Is Mr. Jones in the principal’s office? (O senhor
ideias diante do contexto em que são usadas. A esco- Jones está na sala do diretor?)
lha do vocabulário deve ser definida diante do con-
texto proposto, pois cada qual tem a capacidade de z Não utilização de gírias ou expressões coloquiais:
modificar o sentido original ou usual de uma palavra algumas expressões indicam o grau de intimidade
ou expressão. Observe alguns exemplos a seguir: entre dois indivíduos; apelidos, gírias e expres-
sões coloquiais podem atrapalhar a comunicação
z “She was not doing it the right way. She was suppo- durante uma conversa cujo contexto é formal e
sed to cook the onions first” (Ela não estava fazen- requer um distanciamento. Confira a diferença:
do do jeito certo. Ela deveria cozinhas as cebolas Ex.: Hey, Luke. What’s up? How’s it going? (Ei,
primeiro) Luke. E aí? Como estão as coisas?) – informal.
z “That was the right way, you just missed the roun- Good morning, Mr Hudson. How are you? (Bom
dabout!” (Aquele era o caminho certo, você acabou dia, senhor Hudson. Como vai você?) – formal.
de ultrapassar a rotatória)
z “He had a way with kids, he loved baby-sitting” (Ele Em conversas informais, a comunicação torna-se
era bom com crianças, ele amava ficar de babá) mais próxima da fala, diferentemente da comunica-
ção formal que se aproxima mais da escrita. O uso
Observe que a palavra way, encaixada em diferen- de expressões, gírias, contrações de palavras, entre
tes contextos, ganhou diferentes significados. No pri- outros elementos, podem tornar a conversa muito
meiro trecho sobre culinária, way significa “jeito” ou
menos complexa e relaxada, pois não exigem que as
“maneira”; no segundo sobre direção e trânsito, way
regras gramaticais sejam seguidas com tanto afin-
adquire o significado de “caminho”; já na terceira ora-
co, nem mesmo sejam prioridade. As conversas que
ção, sobre crianças, a expressão to have a way with
temos com nossos amigos, família e pessoas próximas
(something/someone) significa “ser bom em algo”, “ter
é sempre marcada por certo grau de intimidade e é
aptidão pra fazer algo”.
permeada de simplicidade. Ela pode apresentar:
O correto uso vocabular para cada contexto
expressa o conhecimento do autor diante daquilo que
z Gírias e expressões: muitas delas são construções
se propõe tratar em seu texto. A interlocução preten-
do grupo social ao qual o indivíduo pertence e
dida na produção, por sua vez, trata-se da relação
podem estar muito, moderadamente ou pouco
entre o interlocutor e receptor da mensagem. O públi-
presentes na forma de comunicar uma mensagem;
co em questão, ou seja, a quem se destina a mensa-
elas surgem da oralidade e fazem parte de conver-
gem, deve ser capaz de entender o assunto recortado
pelo autor. De nada adianta ter pleno conhecimento sas cotidianas; a internet, hoje, também tem um
de um assunto e não saber adaptar o discurso em prol papel importante no surgimento e propagação de
do público-alvo da mensagem. novas gírias e expressões que são incorporadas no
Esta prática muito se assemelha ao trabalho dos vocabulário, em especial da juventude.
jornalistas que, por vezes, coletam dados completos Ex.: She was all, like, nervous about it so I told her to
sobre economia e política e precisam adaptar a comu- chill and call me asap (Ela estava toda, tipo assim,
nicação e a linguagem, modificando ou substituindo nervosa sobre isso então eu disse pra ela relaxar e
termos difíceis, a fim de transmitir uma notícia para me ligar assim que possível)
uma população leiga no assunto. Esse tipo de recur-
so faz com que o autor ou emissor da mensagem seja z Apelidos: os apelidos fazem parte da relação entre
sensato na escolha de palavras e obtenha sucesso na as pessoas e podem marcar a forma como um indi-
comunicação da mensagem que pretende passar. víduo se dirige ao outro, indicando o grau de pro-
ximidade entre eles; muito comum entre amigos e
CONVERSAS FORMAIS E INFORMAIS familiares, os apelidos são sempre informais.
Ex.: Sis was telling me all about her trip. (Minha
Uma das maiores vantagens da comunicação é sua irmã estava me contando tudo sobre sua viagem /
fluidez. Ela se adapta, se transforma e é utilizada de Sis – abreviação ou gíria provinda da palavra sister)
diferentes maneiras em cada contexto no qual é inse-
rida. Quando em ambientes mais formais, como no z Contrações: as contrações de palavras e verbos
meio acadêmico, profissional ou literário, a etiqueta são comumente utilizadas e têm até mesmo sido
exige certo grau de formalidade para que a comuni- incorporadas na linguagem formal, por serem
cação seja efetiva e as conversas devem seguir um muito recorrentes na comunicação; mas é sugeri-
padrão, o padrão da norma culta da língua. Na língua do que elas sejam aplicadas apenas em ambientes
inglesa, alguns indicadores expressam formalidade informais.
com mais clareza ou evitam que a conversa seja carac- Ex.: They would’ve loved to meet you, I’d bet on it.
92 terizada como informal, são eles: (Eles teriam amado te conhecer, eu aposto).
— Suas cuecas... Por quê? O que há de errado? —
Importante! ela estava de olhos arregalados.
— Ah, você quer dizer minhas calças? Sim, elas são
Entender o ambiente em que se está inserido é ótimas. Eu as comprei na loja no centro da cidade. —
fundamental para adequar aspectos da fala liga- ele finalmente entendeu o que ela quis dizer.
dos à norma culta ou à informalidade. No entan- — Do que você achou que eu estava falando an-
to, é cada vez mais notável a mesclagem de tes? — ela, por outro lado, ainda estava confusa com
ambas as formas de comunicação em determi- a conversa toda.
nados meios, como em igrejas contemporâneas, — Bem... minhas cuecas, aquelas que vão por de-
em reuniões de trabalho e em encontros parla- baixo de minhas calças. — ele explicou.
mentares; é, porém, necessário aprender ambas — Ah, você quer dizer sua roupa de baixo? Meu
as formas de comunicação, suas variações e ter Deus, isso é tão constrangedor. — ela corou.
bom senso para saber quando e como usar cada
uma delas. No diálogo anterior, há uma clara confusão e difi-
culdade de comunicação por causa de sinônimos que
em outros países possuem diferentes significados para
SINÔNIMOS EM INGLÊS a palavra calças. No inglês britânico, calças é trousers
e roupa íntima é pants; já no inglês americano calças é
O estudo dos sinônimos na língua inglesa requer pants, e underwear é roupa íntima. A confusão reside
muita atenção e cuidado. Por vezes, como na língua na ideia de que os sinônimos dependem inteiramente
portuguesa, os sinônimos podem ser diferentes pala- do contexto em que a palavra se encontra. Dependen-
vras que realmente possuem exatamente o mesmo do da cultura, do país, do contexto social, uma palavra
significado; em outros momentos, é possível identifi- será mais adequada para aquela situação ou não.
car diferentes intenções em palavras que se apresen-
tam como sinônimos. Alguns verbos ou phrasal verbs COGNATOS
possuem sinônimos que, se utilizados em detrimen-
to de outra palavra, são capazes de modificar a ideia Cognatos são palavras que possuem a mesma gra-
geral de uma oração. É, portanto, primordial ter muita
fia (ou grafia semelhante) e o mesmo significado em
cautela e saber como e quando utilizar esse recurso.
dois idiomas. Algumas palavras no inglês são exata-
Um dos recursos ideais para entender essas similari-
mente iguais no português e possuem o mesmo signi-
dades e diferenças é o tesauro (thesaurus), um dicio-
ficado, ainda que a sua pronúncia seja diferente. Essas
nário desenvolvido para definir a tradução e conceito
palavras podem facilitar a leitura e a interpretação de
dos sinônimos de palavras.
texto, pois são exatamente as mesmas.
Apesar de partilharem de um mesmo idioma prin-
Existem, porém, falsos cognatos, palavras que pos-
cipal, os EUA, a Inglaterra, o Canadá, a Austrália, entre
suem a mesma grafia ou grafia semelhante a palavras
outros falantes da língua inglesa, são países completa-
de outro idioma, mas que possuem significados com-
mente diferentes, com cultura, história e costumes pró-
pletamente diferentes. Sendo assim, é preciso ter mui-
prios que moldam também sua língua. Isso significa
to cuidado durante a leitura e examinar o contexto em
que o inglês de cada país possui suas peculiaridades,
que a palavra está inserida para que se possa inter-
diferentes significados, expressões, pronúncias etc.
pretar corretamente seu significado. Confira a seguir
Sendo assim, em cada um deles é possível identificar
alguns exemplos de cognatos e falsos cognatos.
palavras que são sinônimas entre si, mas que no con-
texto de cada país possuem outro significado. Confira
alguns exemplos de sinônimos no diálogo a seguir: Palavras cognatas

— Wow, I love your new pants! They are beautiful. ENGLISH PORTUGUÊS
Where did you get them? — said the American girl
— Excuse me??? — the English man replied with a Chocolate Chocolate
surprised expression on his face.
Different Diferente
— Your new pants... Why? What’s wrong? — She
had her eyes wide open. Constant Constante
— Oh, you mean my trousers? Yeah, they great. I
bought them at the shop downtown. — he finally under- Music Música
stood what she meant.
Interesting Interessante
— What did you think I was talking about first?
— she, on the other hand, was still confused with the Present Presente
whole conversation.
Important Importante
LÍNGUA INGLESA

— Well... My pants, the ones that go under my trou-


sers. — he explained
— Oh, you mean, your underwear? Gosh, that’s em- Falsos cognatos
barrasing. — she flushed.
ENGLISH PORTUGUÊS
Tradução:
Actual Verdadeiro
— Uau, eu amei suas cuecas novas! Elas são lindas.
Onde você as comprou? — disse a garota americana. Parents Pais
— O quê???? — o homem inglês respondeu com
Relatives Parentes
uma expressão de surpresa em seu rosto. 93
ENGLISH PORTUGUÊS Pessoas iguais, “farinha
Two peas in a pod
do mesmo saco”
Beef Carne bovina
The last straw O limite, “a gota d’água”
Fabric Tecido
As far as I know Até onde eu sei
Pretend Fingir
Abusar de algo, “passar
Order Pedir To be out of line
da conta”

Dica To hit the road Pegar a estrada

Por via das dúvidas quanto ao uso de uma palavra To be saved by the bell Ser “salvo pelo gongo”
e seu significado, alguns renomados dicionários “Quebrar o gelo”,
como o Oxford Dictionary e o Merriam-Webster To break the ice
descontrair
Dictionary possuem suas versões online hoje,
o que pode auxiliar o estudante a conferir rapi- Observe que na tabela apresentada, algumas
damente em seu computador ou celular se uma expressões possuem equivalentes na língua portugue-
palavra é cognata ou não.
sa e outras não. Isso ocorre devido ao fato de que tra-
duções não são suficientes para entender o contexto
EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
de um idioma. É preciso entender a cultura, a história,
o humor e até a população de um país para realmen-
Todo idioma possui uma gama de expressões idio-
máticas oriundas de sua cultura, do folclore, dos cos- te poder entender como esse idioma foi construído e
tumes e das interações entre grupos sociais em um fundamentado. Este aprofundamento permitirá um
país. As expressões idiomáticas no inglês são frases conhecimento mais amplo do idioma, o que será bené-
que não significam exatamente o que se esperaria tra- fico sempre que se fizer necessário estudar aspectos
duzindo-as ao pé da letra. Em alguns casos, as expres- linguísticos que estão intrinsecamente relacionados à
sões possuem equivalente na língua portuguesa, em cultura, aos costumes e à população de um país.
outros são tão característicos daquela cultura que
sequer possuem um equivalente direto e precisam ser ESTRATÉGIAS PARA INTERPRETAR TEXTOS
explicadas com outras palavras.
Algumas expressões são utilizadas em conversas Na hora de interpretar um texto em inglês, antes
comuns do cotidiano, cada qual com sua peculiari- mesmo de iniciar a leitura, deve-se responder a algu-
dade, sem regras que padronizem seu uso. Basta um mas perguntas que identificam pontos cruciais do tex-
conhecimento mais popular do idioma, através de to, capazes de estabelecer critérios úteis para facilitar
músicas, filmes, séries e vídeos, para ser capaz de
a interpretação no momento em que a leitura será
identificar quando uma expressão não quer dizer o
realizada. Confira a seguir:
que ela literalmente significaria ao ser traduzida. Con-
fira uma lista de expressões idiomáticas comuns na
língua inglesa: z Identificar quem é o autor;
z Identificar quem é o narrador (por vezes é o pró-
prio autor);
To make a long face Fazer cara de desgosto z Identificar a quem o texto se dirige, seu público;
To make something up Inventar uma história z Identificar o gênero textual em questão;

Recompor suas emo- Ao iniciar um breve escaneamento dessas infor-


To pull yourself together
ções, endireitar-se mações iniciais, a leitura corrente será facilitada.
Além disso, duas práticas distintas que se caracteri-
Assumir o lugar de
To fill in someone’s shoes zam como estratégias úteis para a interpretação de
alguém
textos em inglês são o scanning e o skimming.
Resolver tarefas fora de O scanning é a prática de escanear, passar os olhos
To run errands
casa pelo texto em busca de palavras-chave, dados, nomes,
Pensar e expor ideias, números, entre outros elementos que possam contex-
To come up with tualizar o texto antes mesmo que a leitura seja realiza-
soluções
da; trata-se de uma busca por informações específicas
Estar esgotado com algo e pertinentes para compreender o texto.
To be fed up with
ou alguém O skimming refere-se à leitura de trechos do texto,
To cost an arm and a leg Custar muito caro talvez parágrafos isolados, sem a necessidade de ler o
texto todo, para adquirir uma compreensão do senti-
Chicken feed Salário baixo do geral do texto de maneira rápida e eficiente. Essa
estratégia pode auxiliar aqueles que precisam ganhar
Raining cats and dogs Chuva muito forte
tempo durante a leitura de textos técnicos e extensos.
To give the could shoulder Ignorar alguém Ambas as técnicas são mais poderosas e eficazes
quando suas forças se unem, pois a leitura, ainda que
Muito fácil, “mamão com
A piece of cake rápida e sem muito aprofundamento, torna-se mais
açúcar”
94 fácil quando guiada por esses recursos.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Ao expressar uma ideia por meio de uma oração na língua inglesa, há duas possibilidades quanto ao senti-
do da frase que podem ser observadas: o denotativo e o conotativo. Ambos possuem funções distintas de igual
importância para a construção intencional de ideias em um idioma e, bem como no português, estão presentes
na comunicação.
Orações com o sentido denotativo expressam o sentido literal da mensagem, ou seja, é a representação real e
exata das palavras e ideias apresentadas na frase.
Já o sentido conotativo expressa uma ideia metafórica ou figurada a partir de comparações e expressões idio-
máticas. Observe a comparação das orações a seguir para entender melhor os conceitos de denotação e conotação:

z It’s really cold outside. (Está muito frio lá fora)


z It’s freezing out there. (Está congelando lá fora)

A primeira oração pode ser definida como uma denotação, pois expressa de forma literal o estado da tem-
peratura do lado de fora. Já a segunda oração é conotativa devido ao uso do verbo freezing (congelando) – pro-
vavelmente não esteja frio a ponto de um indivíduo ser congelado, mas a ideia é expressar que o frio do lado de
fora é intenso.
Confira mais um exemplo:

z That knockout was the highlight of the boxing match (Aquele nocaute foi o ponto alto da luta de boxe).
z Angelina Jolie was a knockout in that beautiful black dress (Angelina Jolie estava um nocaute naquele lindo
vestido preto).

Veja que, na primeira oração, o interlocutor fala de um nocaute com o sentido exato da palavra; já na segunda
oração, a ideia de “nocaute” é conotativa, pois apenas ilustra e transmite as impressões do interlocutor de forma
metafórica devido à aparência da atriz – ou seja, a beleza era tanta que “nocauteou” aqueles que a avistaram em
seu vestido preto.
Algumas expressões idiomáticas são úteis para a construção de orações no sentido conotativo, pois indicam
ideias metafóricas que apenas simbolizam o contexto real. Veja na tabela a seguir alguns exemplos de frases cono-
tativas, com suas traduções literais e também o sentido real.

ORAÇÃO CONOTATIVA TRADUÇÃO LITERAL SENTIDO REAL

It’s raining cats and dogs. Está chovendo gatos e cachorros. Está chovendo muito.

Eles saíram repentinamente bravos da


They stormed out of the room. Eles saíram tempestuosos da sala.
sala.

Eu realmente preciso contar esse


I really need to spill the beans. Eu realmente preciso cuspir os feijões.
segredo.

You didn’t see the accident, Você não viu o acidente, tenha um Você não viu o acidente, tenha piedade/
have a heart! coração. dó.

I won’t tell anyone, my lips are Eu não contarei a ninguém, meus lábios Eu não contarei a ninguém, minha boca
sealed. estão selados. é um túmulo/está fechada.

The lie you just told him won’t A mentira que você acabou de contar a A mentira que você acabou de contar a
wash. ele não vai lavar. ele não vai colar/não será acreditada.

Once in a blue moon, he visits


Uma vez a cada lua azul, ele nos visita. Raramente, ele nos visita.
us.

Break a leg, you’ll do great! Quebre uma perna, você irá bem! Boa sorte, você irá bem!

They caught me red-handed. Eles me pegaram de mão vermelha. Eles me pegaram no flagra.

We had no clue she stole the Nós não tínhamos nenhuma pista de Nós não fazíamos ideia de que ela rou-
pen. que ela roubou a caneta. bou a caneta.
LÍNGUA INGLESA

She roared like a lion because Ela rugiu como um leão porque estava Ela gritou/resmungou alto porque esta-
she was hungry. com fome. va com fome.

Os exemplos anteriores podem exemplificar de maneira clara a noção de que nem sempre as orações em
inglês poderão ser traduzidas de modo literal, pois possuem sentidos completamente diferentes da tradução ori-
ginal, afinal, sua intenção é metafórica, figurativa, configurando-se, assim, conotativa.
A simplicidade do sentido denotativo, por outro lado, pode ser observada na sua construção, pois cada palavra
expressa o próprio sentido semântico, sem que haja qualquer tipo de representação figurativa. Confira a tabela a
seguir com exemplos de orações denotativas e seus significados. 95
Tipos de substantivos
ORAÇÃO DENOTATIVA TRADUÇÃO

She was feeling dizzy be- Ela estava com tontura por PROPER NOUNS EXEMPLOS SIGNIFICADO
cause of the hot weather. causa do clima quente.
Referem-se ao nome dos
seres de modo específi- Caroline Caroline
Você estava estudando co, indicando o nome de Australia Austrália
Were you studying for the
para o exame com os pessoas, de locais, dos London Londres
exam with the boys? dias e meses, nomes Architect Arquiteto
meninos?
próprios de instituições, Friday Sexta-feira
Gabe tried to convince us Gabe tentou nos conven- marcas e organizações, Pepsi Pepsi
to go with him. cer de irmos com ele. de profissões etc..

The dogs were barking all Os cachorros estavam la-


night long. tindo a noite toda.
COMMON NOUNS
Mom warned me about Mamãe me avisou sobre Referem-se ao nome dos seres de mesma categoria
that dangerous street. aquela rua perigosa. ou família, ou seja, o nome das coisas e dos objetos,
em geral, podendo ser algo físico, subjetivo, abstrato,
Se a Julie não sair de seu
If Julie doesn’t quit her contável, incontável, composto ou não. Observe os
emprego, ela ficará ainda
job, she’ll get even sicker. exemplos em suas diferentes categorias:
mais doente.
Comuns Significado
Quinn disse que ela não
Quinn said she was not Tree Árvore
estava preparada para
ready to be a mom. Leaf Folha
ser mãe.
Flower Flor
Would you like a glass of Você gostaria de um Grass Grama
water? copo de água? Dirt Terra

Concretos Significado
Ela poderia me ajudar
Could she help me with
com a minha lição de Chair Cadeira
my homework?
casa? Fantasy Fantasia
Armor Armadura
She received a letter from Ela recebeu uma carta de Bee Abelha
her friend. sua amiga. Dream Sonho
Por que eles estavam tra- Coletivos Significado
Why were they working
balhando até tão tarde na
so late last Friday? Kennel Canil
sexta-feira?
People Pessoas
Shoal Cardume
Note que, nas orações anteriores, não há jogo de Herd Manada
palavras ou expressões incomuns que indiquem algo Grove Arvoredo
além do que as palavras de fato significam, pois a
Abstratos Significado
intenção é realmente expressar-se de modo literal,
“sem rodeios”, sem metáforas. Love Amor
Hate Ódio
Encouragement Encorajamento
Kindness Bondade
CONHECIMENTO DOS ASPECTOS Spirit Espírito
GRAMATICAIS BÁSICOS PARA A
COMPREENSÃO DE TEXTOS
COMMON NOUNS
SUBSTANTIVOS
Contáveis Significado
Os substantivos são responsáveis por nomear os
seres, isto é, nomeiam objetos, pessoas, lugares, emo- Table Mesa
ções, fenômenos da natureza, animais etc. Dentre Pencil Lápis
Pillow Travesseiro
todos os elementos importantes de serem aprendi-
Door Porta
dos em um outro idioma, os substantivos compõem
uma classe de palavras cruciais para a construção Incontáveis Significado
de um bom aprendizado na língua inglesa, pois é a
partir deles que se constitui um vasto conhecimento Bread Pão
Water Água
de vocabulário. Podemos classificar os substantivos
Advice Conselho
em dois grupos: proper nouns (substantivos próprios)
Information Informação
96 e common nouns (substantivos comuns).
COMMON NOUNS SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Compostos Significado Brother Brothers Irmão/irmãos

Kid Kids Criança/crianças


Scuba-diving Mergulho
Stepson Enteado Batch Batches Fornada/fornadas
Newsstand Banca de jornal
Matress Matresses Colchão/colchões
Train station Estação de trem

No entanto, no caso de alguns substantivos, quan-


Gênero dos substantivos
do sua terminação for em -y precedido de uma con-
Diferentemente da língua portuguesa em que as soante, é preciso retirar o -y e substituí-lo por -ies.
terminações dos substantivos podem indicar o gêne-
ro de quem se refere a oração (rico/rica; estressado/ SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO
estressada; ocupado/ocupada), em inglês, os substan-
tivos não possuem gênero gramatical. Porém, vale Story Stories História/histórias
ressaltar que existem algumas mudanças nos substan-
tivos para indicar o gênero em alguns casos. Confira: Baby Babies Bebê/bebês

City Cities Cidade/cidades


MALE MASCULINO FEMALE FEMININO Butterfly Butterflies Borboleta/borboletas
Actor Ator Actress Atriz
Quando a palavras terminadas em -f ou -fe, é neces-
Waiter Garçom Waitress Garçonete
sário tirar -f ou -fe e substituí-los pela partícula –ves.
Host Anfitrião Hostess Anfitriã

Lion Leão Linoness Leoa SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Heir Herdeiro Heirness Herdeira Leaf Leaves Folha/folhas

Wolf Wolves Lobo/lobos


Nos demais casos, são substantivos diferentes os
que serão usados para representar uma pessoa do sexo Wife Wives Esposa/esposas
feminino e uma pessoa do sexo masculino — mother
Knife Knives Faca/facas
(mãe) e father (pai); chicken (galinha) e rooster (galo);
nephew (sobrinho) e niece (sobrinha). Os demais subs-
tantivos da língua inglesa são todos neutros, ou seja, Em outros casos, os substantivos são irregulares,
podem representar qualquer sexo ou gênero — law- ou seja, tornam-se outra palavra ao serem passados
yer (advogado, advogada); doctor (médico, médica); para o plural. Veja alguns exemplos:
employee (funcionário, funcionária); teacher (profes-
sor, professora).
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO

Man Men Homem/homens


Importante!
Woman Women Mulher/Mulheres
Note que nem sempre haverá formas distintas
para cada gênero quando se trata dos substan- Child Children Criança/crianças
tivos, portanto saiba que a língua inglesa age
Mouse Mice Camundongo/Camundongos
muitas vezes de forma neutra com relação a
questões linguísticas de gênero, ou seja, não faz Lice Louce Piolho/piolhos
distinção entre gêneros (masculino, feminino
etc.). PRONOMES

O Plural dos substantivos Os pronomes são palavras que podem substituir


em orações o nome próprio de um lugar, uma pessoa,
Quanto ao plural dos substantivos em inglês, é pre- um objeto, um animal etc. Quanto aos pronomes na
ciso observar algumas regras e exceções com relação língua inglesa, temos algumas classificações específi-
LÍNGUA INGLESA

ao sufixo ou às terminações de cada palavra. Como via cas para cada grupo. Confira a seguir.
de regra, é só acrescentar o –s ou -es, no caso de pala-
vras terminadas em –s, –ss, –ch, –sh, –x, –z e –o, ao fim Pronomes pessoais
da palavra para que ela se torne plural.
São eles as palavras que indicam pessoas, lugares,
SINGULAR PLURAL TRADUÇÃO objetos, animais, entre outros. Dentro deste grupo
existem dois casos: subject pronouns, que agem como
Car Cars Carro/carros sujeitos nas orações, os que realizam a ação; e object
pronouns, os que são objetos da ação ou “sofrem” a
Bus Buses Ônibus/ônibus
ação na oração. Observe seu uso e exemplos: 97
z Subject Pronouns

I would love to visit your family.


I Eu
Eu adoraria visitar tua família.

You never call your relatives.


YOU Você, tu
Você nunca liga para seus parentes.

He should be more careful.


HE Ele
Ele deve ser mais cuidadoso.

She goes scuba-diving every year.


SHE Ela
Ela faz mergulho todo ano.

It’s going to be an amazing year.


IT Ele, ela (neutro)
Vai ser um ano incrível.

We were really tired after the game.


WE Nós
Nós estávamos muito cansados depois do jogo.

You could come to NY one day.


YOU Vocês, vós
Vocês poderiam vir a Nova Iorque um dia.

They decided to stay home for Christmas.


THEY Eles, elas
Eles decidiram ficar em casa no Natal.

z Object Pronouns

This car belongs to me.


ME Me. mim
Este carro pertence a mim.

Would she go with you?


YOU Lhe, o, a, te, ti, a você
Ela iria com você?

We should call him tomorrow.


HIM Lhe, o, a ele
Nós deveríamos o telefonar amanhã.

They decided to invite her.


HER Lhe, a, a ela
Eles decidiram convidá-la.

He fed it its food.


IT Lhe, o, a, a ele, a ela (neutro)
Eles o alimentaram com sua comida

Would they fire us?


US Nos
Eles nos demitiriam?

I’ll give you a discount.


YOU Vos, lhes, a vocês
Eu lhes darei um desconto.

Please, let them now.


THEM Lhes, os, as
Por favor, avise-os.

Pronomes possesivos

Os pronomes possessivos, também conhecidos como pronomes substantivos expressam pertencimento de


algo a alguém. No caso da língua inglesa, existem dois grupos de possessivos, os possessive adjectives e os possessi-
ve pronouns. Trataremos dos adjetivos possessivos adiante neste material, vejamos, por ora, o caso dos pronomes
possessivos, cuja função é substituir o nome próprio ao final da oração, como objeto da oração, sem qualquer
flexão de número ou grau. Confira:

These socks are mine.


MINE Meu, minha, meus, minhas
Estas meias são minhas.

Is this book yours?


YOURS Teu, tua, seu, sua
Este livro é seu?

That enormous mansion is his.


HIS Dele
Aquela mansão enorme é dele.

All those white clothes are hers.


HERS Dela
Todas aquelas roupas brancas são dela.
98
This rubber bone is its.
ITS Dele, dela (neutro)
Este osso de borracha é dele.

Keep your hands off of it, it’s ours!


OURS Nosso, nossa
Tire suas mãos daí, é nosso!

Are these records yours?


YOURS Vosso, vossa, seu, sua
Estes discos são seus?

None of the reports are theirs.


THEIRS Deles, delas
Nenhum dos relatórios são deles.

É comum ao falante de língua portuguesa confundir-se e utilizar o pronome possessivo your (seu, sua) para se
referir aos sujeitos da primeira pessoa do singular he, she e it, pois em português é possível a construção de uma
oração como “ela ama seus pais”, considerando que “seus” é pronome possessivo referente ao sujeito ela; estaria
errada, no entanto, a tradução pé da letra “she loves your parents”, pois o pronome possessivo your se refere ao
sujeito You. O correto, então, seria “she loves her parents”.

Pronomes reflexivos

Estes pronomes são utilizados para concordar com o sujeito inicial da oração e sempre aparecem logo após o
verbo. Vale ressaltar que os pronomes reflexivos são usados apenas com um grupo específico de verbos na língua
inglesa, propriamente reflexivos. Confira a seguir alguns exemplos.

I check it myself.
MYSELF A mim, a mim mesmo, -me
Eu chequei eu mesmo.

Don’t blame yourself.


YOURSELF A ti, a você mesmo, -te, -se
Não se culpe.

He taught himself how to play the guitar.


HIMSELF A si, a si mesmo, -se
Ele ensinou a si mesmo como tocar o violão.

She promised herself she wouldn’t go.


HERSELF A si, a si mesma, -se
Ela prometeu a si mesma que não iria.

The machine did it itself.


ITSELF A si, a si mesmo/a, -se
A máquina o fez por si mesma.

We can start the presentation ourselves.


OURSELVES A nós, a nós mesmos, -nos
Nós podemos começar a apresentação nós mesmos.

YOURSEL- You should take care of yourselves.


A vós, a vocês mesmos, -vos, -se
VES Vocês devem cuidar de si mesmos.

THEMSEL- They can help themselves.


A si, a eles mesmos, a elas mesmas, - se
VES Eles mesmos podem se servir.

Pronomes demonstrativos, relativos e indefinidos

Temos dois tipos especiais de pronomes, os demonstrativos ou relativos e os indefinidos. Os pronomes demons-
trativos são usados para indicar algo durante a oração, são eles: this (este, esta, isto), these (estes, estas), that (aque-
le, aquela, aquilo) e those (aqueles, aquelas). Veja alguns exemplos:

We really need this money! (Nós realmente precisamos deste dinheiro!)


They should see these flowers. (Eles deveriam ver estas flores)
LÍNGUA INGLESA

Helen will show us that beautiful painting. (Helen vai nos mostrar aquela linda pintura)
How much for those pants? (Quanto custam aquelas calças?)

Os pronomes relativos são usados para indicar relação entre partes da oração, são eles: that (que), which (o
qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns exemplos:

This is the bus which takes me home (Este é o ônibus que me leva para a casa)
Is this the girl whose house was robbed? (Esta é a garota cuja casa foi roubada?)
He is the teacher who got arrested. (Ele é o professor que foi preso)
The man whom you called is my husband. (O homem a quem você ligou é meu marido).
I never knew that sang. (Eu nunca soube que você cantava) 99
Já os pronomes indefinidos são aqueles que acompanham o substantivo de maneira imprecisa, ou seja, sem de
fato identificar quem ou o que é o pronome através de algumas palavras específicas. Observe a tabela com alguns
exemplos:

Do you have any advice?


ANY Algum, alguma, qualquer
Você tem algum conselho?

There should be some information here.


SOME Algum, alguma, alguns, algumas
Deve haver alguma informação aqui,

They have many children.


MANY Muitos, muitas
Eles têm muitos filhos

Our neighbor makes much noise.


MUCH Muito, muita
Nosso vizinho faz muito barulho.

She knows every single room.


EVERY Todo, toda, cada
Ela conhece todos os quartos.

Pronomes interrogativos

Os pronomes interrogativos são elementos linguísticos usados em perguntas para as quais as respostas são um
nome. Observe a seguir a tabela:

PRONOME INTERROGATIVO PERGUNTA RESPOSTA COM NOME

What city do you prefer? I prefer London.


What (que, o que, qual, quais)
(Que cidade você prefere?) (Eu prefiro Londres)

Where have you been? I’ve been jogging at the park. (Estive correndo no
Where (onde, aonde)
(Onde você esteve?) parque?)

Who is that boy? He is my son.


Who (quem)
(Quem é aquele garoto?) (Ele é meu filho)

When did you go there?


When (quando) I went there last week. (Eu fui lá semana passada)
(Quando você foi lá?)

A partir dos exemplos, é possível observar que, no caso dos pronomes interrogativos, a resposta é sempre um
nome, ainda que de modo oculto ou subentendido. Os pronomes interrogativos jamais se referem às circunstân-
cias ou razões.

TEMPOS E VOZES VERBAIS

O estudo dos tempos verbais na língua inglesa é um dos mais importantes tópicos a ser abordado diante da
necessidade de maior compreensão técnica do idioma. Diferentemente da língua portuguesa, o inglês possui pou-
cos tempos verbais, apresentando características e conjugações simples e semelhantes, o que facilita o estudo do
idioma. Cada qual possui usos específicos e características únicas que devem ser exploradas durante o aprofun-
damento no conhecimento sobre a língua.

Simple present

O presente simples em inglês, a caráter de estudo, possui uma divisão simples entre pronomes. Os pronomes
da terceira pessoa do singular enquadram-se em uma categoria e os demais em outra. Apesar de suas conjugações
serem simples ao expressar ações no tempo presente, em alguns casos elas se diferenciam. O padrão de conjuga-
ção no presente simples é estabelecido, retirando o “to” do verbo no infinitivo em todos os casos.

Ex.: to eat – comer // I eat bread. (Eu como pão)

Observe que o “to” foi removido para realizar a conjugação de acordo com o pronome em questão. Essa regra
se aplica à seguinte lista de pronomes (veja como exemplo a conjugação do verbo citado anteriormente):

100
I (eu) Eat I (eu) Am (sou, estou)

You (tu, você) Eat You (tu, você) Are (é, está)

He/she/it (ele, ela) Eats We (nós) Are (somos, estamos)

We (nós) Eat You (vós, vocês) Are (são, estão)

You (vós, vocês) Eat They (Eles, elas) Are (são, estão)

They (Eles, elas) Eat He (ele) Is (é, está)

She (ela) Is (é, está)


Observe que no caso dos pronomes na terceira
pessoa do singular he, she e it, a conjugação ocorrerá It (ele, ela, neutro) Is (é, está)
de modo diferenciado. Aos verbos que acompanham
estes pronomes, acrescenta-se “s”, “es” ou “ies”. Ver- Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, podendo ser
bos terminados em consoantes, de forma geral, apre- apresentado nas suas opções em contração aren’t e isn’t.
sentam terminação padrão “s”, como é o caso do verbo
to drink (beber), to play (jogar), to speak (falar). Veja:
I (eu) Am not (não sou, não estou)
z To drink
You (tu, você) Are not ou aren’t (não é, não está)

He (ele) Drinks Are not ou aren’t (não somos, não


We (nós)
estamos)
She (ela) Drinks
You (vós, vocês) Are not ou aren’t (não são, não estão)
It (ele, ela, neutro) Drinks
They (Eles, elas) Are not ou aren’t (não são, não estão)
No caso de verbos terminados em x, ch, s, ss e sh,
acrescentamos “es”, como no caso do verbo to finish He (ele) Is not ou isn’t (não é, não está)
(terminar).
She (ela) Is not ou isn’t (não é, não está)
z To finish
It (ele, ela, neutro) Is not ou isn’t (não é, não está)
He (ele) Finishes

She (ela) Finishes Já na interrogativa, inverte-se o sujeito e o verbo.


Observe:
It (ele, ela, neutro) Finishes

Am I? (Eu sou? Eu estou?)


Em alguns casos, em verbos com terminações em
y precedidos por uma consoante, como em to study Are You? (Você é? Você está?)
(estudar), to fly (voar) e to cry (chorar).
Are We? (Nós somos? Nós estamos?)
z To study
Are You? (Você é? Você está?)

He (ele) studies Are They? (Eles são? Eles estão?)


She (ela) studies Is He? (Ele é? Ele está?)
It (ele, ela, neutro) studies Is She? (Ela é? Ela está?)

Simple present continuous Is It? (Ele/ela é? Ele/ela está?)

O uso do presente contínuo é utilizado para expres- A partir do conhecimento deste tempo verbal, pode-
sar ações que se iniciam no presente e seguem con- mos explorar a estrutura do present continuous. Soma-
LÍNGUA INGLESA

tinuamente. Para se comunicar no presente simples do ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação no
contínuo, é preciso utilizar um verbo muito famoso gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo sufixo
da língua inglesa, o verbo ser e estar, o to be. Antes -ing, a fim de expressar uma ação contínua. Observe:
de entender o presente simples contínuo, devemos ter
pleno conhecimento do uso deste verbo importante Lucy is playing with the other kids. (Lucy está brin-
do idioma. Novamente, separaremos os sujeitos em cando com as outras crianças)
dois grupos para conjugarmos o verbo ser e estar no You aren’t doing your job well. (Você não está
tempo presente na afirmativa (obs.: abre-se apenas fazendo seu trabalho bem)
uma exceção para o sujeito em primeira pessoa, I, que Are they studying for the test? (Eles estão estudan-
apresenta conjugação diferenciada): do para a prova?) 101
Simple past
Did she finish high school Ela terminou o ensino
in January? médio em janeiro?
O passado simples da língua inglesa é utilizado
para expressar ações realizadas e finalizadas no tem- Did we start a new busi- Nós começamos um
po passado. Ao utilizarmos este tempo verbal deve- ness course? novo curso de negócios?
mos ter em mente dois conceitos importantes: o uso
do verbo auxiliar Did e a existência de dois grupos de Did you cry the whole Vocês choraram durante
verbos no passado (regulares e irregulares). movie? o filme todo?
Os verbos regulares no passado possuem uma ter-
Did they try to convince her Eles tentaram convencê-
minação padrão em “-ed” ou “-ied” (verbos termina-
of the truth? -la da verdade?
dos em y precedidos por uma consoante). No entanto,
existem muitas exceções e muitos verbos que não se
comportam da mesma maneira quando conjugados Quando nos referimos aos verbos irregulares do
no tempo passado, estes são chamados irregulares. passado, não podemos definir nenhuma regra espe-
A mudança nos verbos para o tempo passado a cífica para identificá-los, mas podemos memorizar as
partir de modificações na estrutura do próprio verbo exceções para melhor nos comunicarmos em inglês.
ocorre apenas em frases afirmativas. Em frases nega- Confira a seguir uma tabela de verbos irregulares
tivas e interrogativas, utilizamos o verbo auxiliar did e como exemplo:
o verbo retorna ao seu estado original (infinitivo sem
o “to”). Confira alguns exemplos com verbos regulares
na afirmativa: VERBO
VERBO NO
IRREGULAR TRADUÇÃO
INFINITIVO
NO PASSADO
I studied at a public Eu estudei em uma esco-
school! la pública. To eat Ate Comer

You worked really hard! Você trabalhou duro! To come Came Vir

She finished high school in Ela terminou o ensino To leave Left Partir, sair, deixar
January. médio em janeiro.
To understand Understood Entender
We started a new busi- Nós começamos um
ness course. novo curso de negócios. To say Said Dizer

You cried the whole Vocês choraram durante To send Sent Enviar
movie. o filme todo.
To write Wrote Escrever
They tried to convince her Eles tentaram convencê-
of the truth -la da verdade To read Read Ler

To run Ran Correr


Observe agora as mesmas frases na negativa,
quando se faz necessário o uso do verbo auxiliar do To lend Lent Emprestar
passado DID + not, costumeiramente contraído para
didn’t. Note que o verbo retorna ao seu estado original To put Put Colocar, pôr
infinitivo.
To drive Drove Dirigir

I didn’t study at a public Eu não estudei em uma To take Took Levar


school! escola pública.
To keep Kept Manter, guardar
You didn’t work really hard! Você não trabalhou duro!
To wake up Woke up Acordar
She didn’t finish high Ela não terminou o ensi-
school in January. no médio em janeiro. To get Got Pegar, conseguir

We didn’t start a new busi- Nós não começamos um To bring Brought Trazer
ness course. novo curso de negócios.
To buy Bought Comprar
You didn’t cry the whole Vocês não choraram du-
movie. rante o filme todo. To sell Sold Vender

They didn’t try to convince Eles não tentaram con-


Past continuous
her of the truth. vencê-la da verdade

O uso do passado contínuo é utilizado para expres-


O mesmo ocorre quando as frases são interrogati-
sar ações que se iniciam no passado e seguem con-
vas: iniciamos a pergunta com o uso do auxiliar DID.
tinuamente nele. Para se comunicar no passado
contínuo é preciso utilizar um verbo muito famoso da
Did I study at a public Eu estudei em uma esco- língua inglesa, o verbo ser e estar, o to be, no tempo
school? la pública? passado. Separaremos os sujeitos em dois grupos para
conjugarmos o verbo ser e estar no tempo passado na
Did you work really hard? Você trabalhou duro?
102 afirmativa:
do idioma. Porém, entender sua estrutura e propósito
I (eu) Was (era, estava) facilitam a compreensão de quem estuda inglês. Ape-
He (ele) Was (era, estava) sar de ser similar ao passado simples quando traduzi-
do literalmente, o present perfect serve para expressar
She (ela) Was (era, estava) ações no tempo passado de modo indeterminado, ou
seja, que não precisam necessariamente ter incisão de
It (ele, ela, neutro) Was (era, estava) tempo.
You (tu, você) Were (era, estava) No passado simples, as ações ocorrem e terminam
no passado e isto é comumente expresso com alguns
We (nós) Were (éramos, estávamos) advérbios de tempo e palavras e expressões de tempo
como last week (semana passada), yesterday (ontem),
You (vós, vocês) Were (eram, estavam) at 3 o’clock (às 3 horas), before lunch (antes do almo-
ço), two months ago (há dois meses), entre outros uti-
They (Eles, elas) Were (eram, estavam
lizados no simple past.
O present perfect, por outro lado, é utilizado quan-
Na negativa, acrescenta-se not ao verbo, was not e
do a ação a ser reportada é mais importante do que
were not, podendo ser apresentados nas suas opções quando ela ocorreu no passado, ou seja, sem indica-
em contração wasn’t e weren’t. ção temporal e para expressar acontecimentos passa-
dos que têm consequências ou repercussão no tempo
I (eu) Wasn’t (não era, estava) presente. Sua estrutura é baseada no verbo auxiliar
HAVE seguido de um verbo no particípio. Confira:
He (ele) Wasn’t (não era, estava)

She (ela) Wasn’t (não era, estava) SUJEITO I


It (ele, ela, neutro) Wasn’t (não era, estava) HAVE/HAS (AUX.) have
You (tu, você) Weren’t (não era, estava) VERBO NO PARTICÍPIO been
We (nós) Weren’t (não éramos, estávamos) COMPLEMENTO to Brazil
You (vós, vocês) Weren’t (não eram, estavam)
Tradução: Eu estive no Brasil
They (Eles, elas) Weren’t (não eram, estavam) No caso dos sujeitos I, you, we, they utilizamos o
verbo auxiliar HAVE e no caso dos sujeitos he, she, it
Já na interrogativa, inverte-se o sujeito e o verbo. usamos HAS, que é sua conjugação base no presente.
Observe: E é por este motivo que este tempo verbal leva o nome
de presente perfeito. Observe que o verbo no particí-
Was I? (Eu era, estava?) pio no exemplo anterior é o verbo irregular to be. Os
verbos irregulares no passado, também serão irregu-
Was He? (Ele era, estava?) lares no particípio. Os verbos regulares mantêm a sua
estrutura do passado simples mesmo quando conjuga-
Was She? (Ela era, estava?) das no particípio. Veja:
Was It? (Ele/ela era, estava?)
SUJEITO He
Were You? (Você era, estava?)
HAVE/HAS (AUX.) has
Were We? (Nós éramos, estávamos?)
VERBO NO PARTICÍPIO talked
Were You? (Vocês eram, estavam?)
COMPLEMENTO to the principal.
Were They? (Eles eram, estavam?)

A partir do conhecimento deste tempo verbal, Tradução: Ele conversou com o diretor.
podemos explorar a estrutura do past continuous.
Somado ao verbo to be, adiciona-se um verbo de ação O verbo to talk (conversar) é um verbo regular e,
no gerúndio, caracterizado na língua inglesa pelo portanto, assume sua forma no particípio de maneira
sufixo -ing, a fim de expressar uma ação contínua. idêntica a sua forma no passado simples, talked.
Observe: Em frases negativas no presente perfect, é o verbo
auxiliar que fica negativo. Soma-se o not ao have ou ao
Luke was playing with Jimmy. (Luke estava brin- has, podendo vir contraído como haven’t ou hasn’t.
LÍNGUA INGLESA

cando com Jimmy)


You weren’t doing the it correctly. (Você não estava She hasn’t called me to explain it. (Ela não me ligou
fazendo corretamente) para explicar.)
Were they working abroad? (Eles estavam traba- They haven’t started the monthly planning. (Eles
lhando no exterior?) não começaram o planejamento mensal)
It hasn’t made any sense to me. (Não fez nenhum
Present perfect sentido para mim)
Em orações interrogativas, inverte-se a posição do
O present perfect é um tempo verbal da língua verbo auxiliar e do sujeito.
inglesa que não encontra equivalente em português, Have you considered joining the army? (Você consi-
sendo assim um dos tempos verbais mais controversos derou ir para o exército?) 103
Has he lost his mind? (Ele perdeu a cabeça/ficou louco?) mais amplo, como idade, ano, mês ou alguns advér-
Has Jenna commented anything? (Jenna comentou bios de tempo e frequência (recently – recentemente;
alguma coisa?) lately – atualmente; etc.).

Alguns advérbios de frequência são utilizados jun- Past perfect


tamente ao present perfect para indicar ações que já
ocorreram ou não em algum momento na vida, sem O past perfect é utilizado para expressar a ordem
a necessidade da incidência de tempo. São eles: ever cronológica de ações ocorridas no passado. Em uma
(já), already (já), never (nunca) e yet (ainda, já). Eles linha do tempo a frase expressa neste tempo verbal
são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo pelo pode ser entendida como a primeira ação realizada
yet que deve estar no fim da oração. Observe alguns no passado, ou seja, a mais antiga. A ação em questão
exemplos: é mais importante do que o tempo exato em que ela
ocorreu no passado, ou seja, não há indicação tempo-
She has never been to another country. (Ela nunca ral específica, apenas uma indicação de uma ordem
esteve em outro país) cronológica de acontecimentos relevantes para a nar-
I have already made many mistakes. (Eu já cometi rativa do interlocutor. Sua estrutura é baseada no ver-
muitos erros) bo auxiliar had seguido de um verbo no particípio e
Have you ever had alcohol? (Você já ingeriu álcool?) seu respectivo complemento. Confira:
They haven’t decided anything yet. (Eles não decidi-
ram nada ainda)
SUJEITO The students
Present perfect continuous HAD (AUX.) Had

Quando nos referimos ao present perfect conti- VERBO NO PARTICÍPIO left


nuous da língua inglesa, falamos de um tempo ver-
COMPLEMENTO the school.
bal usado para expressar ações que se iniciaram no
tempo passado (sem incidência de tempo exata) que
continuam e repercutem até o tempo presente, tam- Tradução: Os alunos deixaram a escola
bém podendo indicar mudanças de estado e compor-
tamento. Observe a seguir: É possível que a oração no past perfect venha segui-
da de uma oração complementar no passado simples,
para indicar a ação que ocorreria a seguir, a partir da
SUJEITO She palavra “when” (quando). Por vezes, a oração no past
perfect acompanha o advérbio already (já). Confira:
VERBO AUXILIAR has

TO BE (PARTICÍPIO) been She had already eaten when we arrived home with
pizza.
VERBO GERÚNDIO working (Ela já tinha comido quando nós chegamos em
casa com pizza)
COMPLEMENTO in the company

TEMPO for a long time. Observe que na oração anterior a primeira parte,
identificada como past perfect, expressa uma ação
Tradução: Ela trabalha na empresa há muito tempo. que já havia acontecido antes da oração em present
simple. Ainda que as ações na oração estejam inver-
Note que é necessário acrescentar o verbo to be no tidas, o past perfect marca a ordem cronológica dos
particípio e complementar com um verbo no gerún- acontecimentos.
dio, que é o verbo responsável pela ideia de continui-
dade temporal na oração, marcado pelo sufixo -ing When we arrived home with pizza, she had already
(work – working). Como você pode observar, o pre- eaten,
sente perfect continuous não pode ser traduzido de (Quando nós chegamos em casa com pizza, ela já
forma literal, pois não possuímos um equivalente a tinha comido.)
ele na língua portuguesa, quando queremos dizer que
alguém ainda hoje realiza uma ação que realizava no Note que, assim como no presente perfect, alguns
passado, usamos o presente simples: advérbios de frequência são utilizados no past perfect
para indicar ações que já ocorreram ou não em algum
Ex.: Ele joga tênis desde os 12 anos. momento na vida. São eles: ever, already, never e yet.
Eles são colocados logo após o verbo auxiliar, salvo
No inglês, isto se dá de forma diferente pela com- pelo yet que deve estar no fim da oração. Observe
preensão de que a ação de jogar o esporte se inicia no alguns exemplos:
passado e segue ocorrendo até o presente como uma
ação contínua em gerúndio (ele ainda está jogando). She had never been to another country. (Ela nunca
Observe como esta mesma oração ficaria em inglês: tinha estado em outro país)
I had already made that mistakes. (Eu já tinha
Ex.: He has been playing tennis since he was 12. cometido aquele erro)
Had you ever had thai food before this? (Você já
Apesar de não existir incidência de tempo de modo tinha comido comida tailandesa antes disso?)
exato, como dia da semana ou a hora, no presente per- They hadn’t decided anything yet. (Eles não tinham
104 fect continuous há sim incidência de tempo de modo decidido nada ainda)
Past perfect continuous ação mais antiga no passado, por ser marcada pelo
past perfect em sua estrutura (had been investigating),
O past perfect continuous da língua inglesa é um e a seguinte oração, “eles finalmente o resolveram”,
tempo verbal usado para expressar ações que se ini- expressa outra ação no passado simples, o que indica
ciaram no tempo passado, antes de outra ação tam- que ela ocorreu após a mais antiga na linha cronológi-
bém no passado, e continuaram ocorrendo dentro de ca de tempo. Confira ainda mais um exemplo:
um determinado tempo de forma contínua, repercu-
tindo até um determinado momento no próprio pre- When our grandpa decided to order pizza (2), we
térito, também podendo indicar mudanças de estado had already had dinner (1).
e comportamento. Observe a seguir:

Passado
SUJEITO He (1) (2) Presente

VERBO AUXILIAR had (1). (...) we had already had dinner.


TO BE (PARTICÍPIO) been (2) (...) when they finally cracked it.
(2) Our grandpa had decided to order pizza (...)
VERBO GERÚNDIO thinking
(Quando nosso avô decidiu pedir pizza, nós já
COMPLEMENTO about the job offer tínhamos jantado.)
Observe que ainda que a ordem da oração se alte-
TEMPO for weeks. re e a oração no tempo do passado perfeito em inglês
esteja posta após a oração no passado simples, ainda
Tradução: Ela estava pensando na oferta de empre- assim, a ordem se mantém: a oração no past perfect
go há semanas. sempre irá expressar a ação mais antiga do passado.

Note que é necessário acrescentar o verbo to be Simple future


no particípio e também complementar com um verbo
no gerúndio, que é o verbo responsável pela ideia de O simple future tense em inglês é o tempo verbal
continuidade temporal na oração, marcado pelo sufi- usado para expressar ações futuras. Existem dois
xo -ing (work – working). Como você pode observar, tipos de futuro simples: o futuro próximo ou certo e o
o past perfect continuous não pode ser traduzido de futuro mais distante e incerto. O primeiro é marcado
forma literal, pois não possuímos um equivalente a pelo verbo to be + GOING TO; o segundo é marcado
ele na língua portuguesa, quando queremos dizer que pelo verbo modal de futuro WILL.
alguém estava fazendo uma ação contínua no passa- Para tratar de situações que acontecerão em um
do, usamos o passado simples: futuro próximo ou são mais prováveis de acontecer,
utilizamos:
Ex.: Ele estava investigando o caso há meses quan-
Verb to be + GOING TO + um verbo complementar +
do finalmente o resolveram.
complemento do assunto.
No inglês, isto se dá de forma diferente pela com-
preensão a ação se inicia no passado e segue ocorren- Confira a seguir alguns exemplos:
do até outra ação interferi-la no passado, como em
uma linha cronológica de ações. Observe como esta She is going to spend Christmas with her family.
mesma oração ficaria em inglês (futuro próximo/certeza)
(Ela vai passar o Natal com a família dela)
Ex.: He had been investigating the case for months They aren’t going to believe my story. (grandes chances/
when they finally cracked it. probabilidade)
(Eles não vão acreditar na minha história)
Considere as marcações apresentadas na oração Are you going to accept the job? (certeza/probabilidade)
em relação à linha do tempo a seguir: (Você vai aceitar o emprego?)

He had been investigating the case for months (1) A conjugação das orações com going to no futuro
when they finally cracked it (2). simples se dá do mesmo modo que as orações com
verb to be no presente simples.
(Ele estava investigando o caso há meses quando Em orações cuja intenção é expressar um futuro
eles finalmente o resolveram) incerto ou mais distante do presente, usa-se o WILL.
Sua estrutura é bem simples, observe um exemplo na
LÍNGUA INGLESA

afirmativa com WILL + verbo no tempo presente.


Passado
(1) (2) Presente Matthew will live in Canada in a couple of years.
Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos.
(1). He had been investigating the case for months (...)
(2) (...) when they finally cracked it. Na negativa, somamos o WILL + not, o que poderá
ser contraído para won’t.
Observe que ainda que ambas as ações estejam no
passado, há uma ordem específica na oração sobre z She won’t accept the judge’s decision / She will not
qual ação aconteceu primeiro devido uso do past per- accept the judge’s decision. (Ela não aceitará a deci-
fect. Neste caso, “ele estava investigando” refere-se à são do juiz) 105
E na interrogativa, inverte-se a posição do verbo Confira a seguir sua estrutura na afirmativa:
modal WILL e o sujeito em questão na oração; ela tam-
bém pode vir em sua forma negativa (WON’T), usada
para confirmar ou reafirmar informações através de SUJEITO She
uma pergunta. Confira:
WILL will
z Will you say yes if he proposes to you?
(Você dirá sim se ele te pedir a mão?) HAVE (AUX.) have
z Won’t you travel to Bulgaria next year?
(Você não viajará para a Bulgária no próximo ano?) TO BE (PARTICÍPIO) been

Future continuous VERB + ING running

O future continuous, como o próprio nome expres- COMPLEMENTO for 1 hour.


sa, expressa ações contínuas no tempo futuro. Ações
que se iniciam e pretendem continuar ocorrendo
mais adiante no futuro. No português, chamamos esse Tradução: Ela estará correndo por 1 hora.
recurso linguístico de redundância e temos o costume
de expressar ações futuras apenas no modo simples. Note que o complemento geralmente expressa um
Observe a oração a seguir: tempo específico no futuro através do uso de by (até),
for (por, há) ou since (desde) + expressão de tempo
Ele estará conversando com vocês sobre o assunto (next week, next month, next year, next holiday, noon,
durante a palestra. 5 o’clock, 2025 etc.). Confira alguns exemplos a seguir:

É preferível que esta oração seja substituída por “ele By – utiliza-se They will have Eles terão entre-
conversará com vocês sobre o assunto durante a pales- quando nos refe- delivered the gado o projeto
tra” na língua portuguesa. No inglês, no entanto, utili- rimos a prazos e project by noon. até o meio-dia.
za-se do presente continuous para indicar que a ação tempo limite.
será contínua e permanecerá sendo realizada por mais
tempo do que de costume. Para isso utilizamos o auxiliar For – refere-se John will have John estará es-
do futuro WILL + o verb to be no infinitivo (sem o “to”) + ao tempo total, been studying tudando há um
um verbo com ing + complemento da frase. à duração de for a whole year. ano.
uma atividade
He will be talking to you about the subject during
Since – expres- They will have Eles estarão
the lecture.
sa o tempo been together juntos desde a
inicial de uma since the party. festa.
Veja a seguir mais exemplos em diferentes modos:
possível ação
futura, marcan-
The principal will be hosting the do seu tempo.
anual party.
AFIRMATIVA
(O diretor estará sendo o anfitrião
da festa anual) Observe que, em seu uso na negativa, apenas colo-
ca-se o not depois do verbo auxiliar do futuro WILL
She won’t be calling any of the em- (também apresentado com contração – won’t):
ployees this week.
NEGATIVA
Ela não estará ligando para ne-
nhum funcionário esta semana SUJEITO They

Will she be attending prom with her WILL + NOT will not/won’t
boyfriend? HAVE (AUX.) have
INTERROGATIVA
Ela estará indo à festa de formatu-
ra com seu namorado? TO BE (PARTICÍPIO) been

Won’t they be reading a new book VERB + ING packing


NEGATIVA by next class?
INTERROGATIVA Ele não estará lendo um livro novo COMPLEMENTO by noon.
até a próxima aula?
Tradução: Eles não estarão fazendo as malas/
Future perfect continuous empacotando as coisas até meio-dia.

Este tempo verbal pode ser um pouco diferente Já na interrogativa, basta inverter a posição do
para falantes da língua portuguesa, mas quando bem sujeito e do verbo auxiliar do futuro WILL:
estudado é passível de ser completamente compreen-
dido e totalmente usual. O future perfect continuous WILL Will
expressa a continuação de ações que serão termina-
das em algum tempo no futuro, ou seja, incluem uma SUJEITO Anna
ideia de passado dentro do tempo verbal futuro em
HAVE (AUX.) have
106 sua estrutura.
Note que os verbos apresentados nos exemplos
TO BE (PARTICÍPIO) been
anteriores (recommend, suggest, demand, ask) todos
VERB + ING traveling dão a ideia de sugestões, pedidos ou requisições, exis-
tem alguns outros também que expressam a mesma
COMPLEMENTO since March. ideia, tais como: propose (propor), insist (insistir),
intend (pretender), request (solicitar), requite (exigir),
Tradução: Anna estará viajando desde março? entre outros.
Logo em seguida do pronome objeto ao qual se
Imperativo e subjuntivo refere o pedido, vem acompanhado o verbo em seu
formato infinitivo (sem o to). Observe que em outros
O imperativo trata-se de um recurso linguísti- tipos de oração o correto seria “she comes”, “the mee-
co usado quando o interlocutor pretende dar uma ting ends”, “the gates are” ou “the service starts”, no
ordem, um comando, uma proibição ou uma instru- entanto, ao se tratar do subjuntivo, é necessário apli-
ção de modo direto. Quando utilizamos o imperativo car a regra do infinitivo.
na língua inglesa, a oração não necessita vir acom- No caso de orações negativas no presente do sub-
panhada de um sujeito porque subentende-se quem juntivo, coloca-se o not (não), antes do verbo no infi-
receberá a ordem pelo contexto. nitivo. Confira:
Em alguns casos, quando a ação em questão pre-
sente na frase é afirmativa, é necessário que o verbo z We recommend that she not come early. (Nós reco-
esteja em sua forma no infinitivo, ou seja sem con- mendamos que ela não chegue cedo)
jugação, com a ausência do “to”. É observando este z The company suggests that the meeting not end by
modo verbal único que se pode identificar a presença noon. (A empresa sugere que a reunião não termi-
de uma frase imperativa em inglês. Observe a seguir ne até o meio-dia)
alguns exemplos afirmativos: z Presidency demanded that the gates not be closed.
(A presidência exigiu que os portões não estives-
z et out of the way! (Saia do caminho)
G sem fechados)
z Wait for me, please. (Espere por mim, por favor) z Our pastor asked that the service not start earlier
z Stay here, I’ll be right back. (Fique aqui, eu já volto) today. (Nosso pastor pediu que o culto não comece
z Do whatever you have to do. (Faça o que tiver que mais cedo hoje)
fazer)
Voz ativa e passiva
Já quando a ordem, sugestão, comando ou instru-
ção é algo negativo, com o sentido de proibição, usa-se A voz ativa ocorre quando o discurso é direto na
DO NOT (não) para início de frase, podendo aparecer ordem sujeito + verbo + complemento da oração/objeto,
em sua forma contraída DON’T. Observe: costuma ser a ordem “natural” das orações e é a forma
mais comum e simples de comunicar uma mensagem.
z o not feed the animals. (Não alimente os animais)
D Já a voz passiva ocorre quando o discurso é indireto e o
z Don’t talk to me like this. (Não fale comigo assim) complemento da oração, ou seu objeto, toma o lugar de
z Do not start it without me. (Não comece sem mim) sujeito; este discurso trata-se de um recurso linguístico
z Don’t cry, it’s okay. (Não chore, está tudo bem) mais complexo, muito utilizado em livros, em poemas e
também em situações em que o objeto é mais importan-
Quando falamos sobre o tema subjuntivo na língua te de ser mencionado na oração em determinado con-
inglesa, estamos nos referindo a uma forma gramati- texto. Observe a diferença na tabela a seguir:
cal usada a fim de fazer pedidos, sugestões, bem como
em orações condicionais. O presente do subjuntivo VOZ She read all the Ela leu todos os
pode ser identificado a partir de um uso específico do ATIVA books livros
verbo em orações, encontramos o verbo em questão
VOZ All the books were Todos os livros
sem a conjugação esperada, mas sim no infinitivo sem
PASSIVA read by her. foram lidos por ela.
o “to” — be (ser), see (ver), prepare (preparar), keep
(manter) etc. Além disso, as orações no presente do
subjuntivo, usadas para expressar sugestões ou pedi- Note que no primeiro exemplo a ordem direta da
dos, vêm marcadas pela conjunção that (que). Obser- voz ativa é estabelecida.
ve alguns exemplos:
COMPLEMENTO/OBJETO DA
SUJEITO VERBO
z We recommend that she come early. (Nós recomen- AÇÃO
LÍNGUA INGLESA

damos que ela chegue cedo)


She Read All the books
z The company suggests that the meeting end by
noon. (A empresa sugere que a reunião termine
até o meio-dia) Já na segunda oração é estabelecida uma outra
z Presidency demanded that the gates be closed. estrutura, a da voz passiva
(A presidência exigiu que os portões estivessem
fechados) COMPLEMENTO/ VERBO AUXILIAR +
SUJEITO
z Our pastor asked that the service start earlier OBJETO VERBO PRINCIPAL
today. (Nosso pastor pediu que o culto comece mais
All the books Were read By her
cedo hoje) 107
Na voz passiva, faz-se necessário o uso do verbo to be como verbo auxiliar da oração para que o complemento
ou objeto da oração aja como sujeito. Ele pode se referir ao passado, como no exemplo anterior, através do uso de
was (era, estava, fora), were (eram, estavam, foram), no tempo presente, através do uso de is (está, é) ou are (estão,
são), ou no tempo futuro com will be (serão, estarão). O verbo principal que acompanhará o verbo auxiliar deverá
estar conjugado no particípio. Por fim, acrescenta-se a preposição by (por) para acompanhar o pronome objeto
referente ao sujeito original da oração (she – her).
Observe exemplos para cada tempo verbal:

VOZ ATIVA VOZ PASSIVA


She shows her dolls. Her dolls are shown by her.
Presente
(Ela mostra suas bonecas) (Suas bonecas são mostradas por ela)

He left his cell phone here. His cell phone was left here.
Pretérito
(Ele deixou seu celular) (Seu celular foi deixado aqui)

My mom will study that ancient civilization. That ancient civilization will be studied by my mom.
Futuro
(Minha mãe vai estudar aquela civilização antiga) (Aquela civilização antiga será estudada por minha mãe)

Existem outros tempos verbais mais complexos como o present, past ou future perfect, entre outros, que tam-
bém apresentam orações em voz passiva. A estrutura permanece a mesma das orações em tempos verbais mais
simples, no entanto, é necessário atentar-se à estrutura original de cada tempo verbal, cujo uso de verbos no par-
ticípio (done, been, seen, known) e verbos auxiliares (have, had, will have) já é usual Veja:

VOZ ATIVA VOZ PASSIVA

He has planned the party.


Present perfect The party has been planned by him
(Ele planejou a festa)

Julie had been developing new ideas. New ideas had been developing by Julie.
Past perfect
(Julie estava desenvolvendo novas ideias) (Novas ideias estavam sendo desenvolvidas pela Julie)

We will have started the project by Monday. The project will have been started by us by Monday.
Future perfect
(Nós teremos começado o projeto até segunda) (O projeto terá sido começado por nós até segunda)

Importante
O uso da voz passiva é um dos temas mais comuns de se encontrar em provas e concursos. Recomendamos
um estudo aprofundado de seu uso, em especial quanto à interpretação de texto.

ADJETIVOS

Os adjetivos dão características aos substantivos, a fim de expressar o estado, a condição, a qualidade ou os
defeitos a eles. Em inglês, podem apresentar variação quanto ao grau, podendo estabelecer relações comparativas
ou superlativas. No entanto, não possuem variação quanto ao gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural), como ocorre na língua portuguesa. Sendo assim, um adjetivo é usado de maneira imutável para referir-se a
qualquer substantivo, seja ele no masculino ou no feminino, no singular ou no plural. Veja a seguir alguns exemplos:

Those lazy boys don’t help at home.


(Aqueles meninos preguiçosos não ajudam em casa)

Mary and John adopted three black dogs.


(Mary e John adotaram três cachorros pretos)

Which brownie do you prefer: the small chocolate-chip ones or the big chocolate ones?
(Quais brownies você prefere: os pequenos de pepitas de chocolate ou os grandes de chocolate?)

Tipos de adjetivos

Podemos classificar os diferentes tipos de adjetivos em alguns grupos específicos conforme a ideia que expres-
sam em uma oração. Observe a tabela:

TIPOS EXEMPLO

Adjetivos de tamanho big (grande), small (pequeno), huge (enorme), tiny (minúsculo).

Adjetivos de cor green (verde), Orange (laranja), blue (azul), silver (prateado).

Adjetivos de material plastic (plástico), metal (metal), cotton (algodão), wood (madeira).
108
TIPOS EXEMPLO

Adjetivos de origem Chinese (chinês), American (americano), Canadian (canadense).

Adjetivos de opinião beautiful (bonito), weird (estranho), awful (horrível), good (bom).

Adjetivos de religião atheist (ateu), catholic (católico), jewish (judeu), buddist (budista).

Adjetivos de propósito soccer-field (campo de futebol), desk (mesa), flip-flops (chinelos).

Adjetivos de idade old (velho), young (jovem), teenager (adolescente), adult (adulto)

Adjetivos de formato square (quadrado), round (redondo), triangular (triangular).

Ordem dos adjetivos

Antes de mais nada, deve-se ter bem claro que a posição e ordem dos adjetivos em inglês funciona de forma
diferente do uso comum em português. Os adjetivos em inglês devem vir antes do substantivo.

She has a blue car.


(Ela tem um carro azul)

The red-haired boy was running.


(O menino ruivo estava correndo)

Would you give me that round pillow, please?


(Você me daria aquele travesseiro redondo, por favor?)

I like the black and white sneakers better.


(Eu gosto mais do tênis preto e branco)

Além disso, quando a oração apresenta mais de um adjetivo, é preciso seguir uma ordem específica. Observe
o esquema abaixo e confira alguns exemplos:

Opinião → Tamanho → Idade → Formato → Cor → Origem → Religião → Material → Propósito → Nome
That was a pretty (1) little (2) Baptist (3) church (4). // Aquela era uma igrejinha batista pequena e bela.

(1 opinião > 2 tamanho > 3 religião > 4 nome)

Those were some really ugly-looking (1) brown (2) leather (3) horseback-riding (4) pants (5). // Aquelas
calças de couro marrons de cavalgar eram muito feias.

(1 opinião > 2 cor > 3 material > 4 propósito > 5 nome)

I lost my heart-shaped (1) yellow (2) Indian (3) cotton (4) pillow (5) on our trip to Bali! // Eu perdi minha
almofada amarela de formato de coração de algodão indiano na nossa viagem para Bali!

(1 formato > 2 cor > 3 origem > 4 material > 5 nome)

Adjetivos possessivos

Os adjetivos possessivos no inglês são parecidos com os pronomes possessivos e à maneira como os usamos.
Em uma oração, eles pedem que um substantivo os acompanhe logo após seu uso.
Observe os adjetivos possessivos juntamente com o pronome a quem se referem:

PRONOME ADJETIVO POSSESSIVO EXEMPLO TRADUÇÃO

I My I love my family Eu amo minha família.

You Your Is this your brother? Este é teu irmão?


LÍNGUA INGLESA

He His He needs his wallet. Ele precisa de sua carteira.

She Her Her mom is sick. A mãe dela está doente.

It Its Where’s its toy? Onde está o brinquedo dele/dela?

We Our We love to spend our money! Nós amamos gastar nosso dinheiro!

You Your The teacher loves your kids. A professora ama seus filhos.

They Their Their car is very noisy. O carro deles é muito barulhento.
109
Grau dos adjetivos

Quando falamos em grau de adjetivos em inglês, referimo-nos a dois tipos: aos adjetivos comparativos e aos
adjetivos superlativos. Eles se referem aos adjetivos relativos da língua inglesa.

Adjetivos relativos

z Comparativos

Usamos os adjetivos comparativos para estabelecer comparação entre dois ou mais seres (substantivos),
podendo esta comparação ser:

De igualdade (tanto... quanto):


She is as intelligent as her sister.
(Ela é tão inteligente quanto a irmã dela)

De superioridade (mais que):


They run faster than their cousins.
(Eles correm mais rápido que seus primos)
Jenna was more competitive than the rest of the group.
(Jenna era mais competititva que o resto do grupo)

De inferioridade (menos que):


My brother can read less words than I can.
(Meu irmão consegue ler menos palavras que eu)

Uma regra gramatical importante a ser estabelecida quanto aos comparativos é o uso de -er ou -ier em adje-
tivos com 3 ou menos sílabas, como em fast – faster ou busy – busier, seguidos de than (do que) para estabelecer
relação de comparação; e o uso de more ou less seguido de adjetivos com 3 ou mais sílabas, como em interesting
– more interesting/less interesting, igualmente seguido de than (do que) para estabelecer relação de comparação.

She is prettier than the other girls.


(Ela é mais bonita que as outras garotas)

She is more beautiful than the other girls.


(Ela é mais bonita que as outras garotas)

z Superlativos

Usamos os adjetivos superlativos para intensificar o grau de superioridade ou inferioridade de um ser (subs-
tantivos) em detrimento de outros.

De inferioridade (o menos, o pior):


He is my least favorite character in the movie.
(Ele é o meu herói menos favorito do filme)
Was it the worst party you’ve ever been to?
(Foi a pior festa a que você já foi?)

De superioridade (o/a mais, o melhor):

This is the busiest avenue in the city.


(Esta é a avenida mais movimentada da cidade)
They have the most profitable business in Dubai.
(Eles têm o negócio mais rentável de Dubai)
He was the best tennis player in the world.
(Ele é o melhor jogador de tênis do mundo)

Uma regra gramatical importante a ser estabelecida quanto aos superlativos é o uso de -est ou -iest (no caso de
adjetivos terminados em y) em adjetivos com 3 ou menos sílabas, como em nice – nicest ou pretty – prettiest, ante-
cedido do artigo the. Em alguns casos, quando há a sequência consoante + vogal + consoante (cvc), como no caso
do adjetivo big ou fun, deve-se dobrar a última consoante e acrescentar -est à palavra (the biggest; the funnest). No
caso de adjetivos com mais de 3 sílabas, devemos colocar the most (o/a mais) antes dele. Confira:

This is the prettiest purse in stock.


(Esta é a bolsa mais bonita do estoque)
This is the most beautiful purse in stock.
110 (Esta é a bolsa mais bonita do estoque)
Importante!
Um dos erros mais comuns do estudante de língua inglesa é confundir o superlativo com o comparativo. Para
evitar este problema, lembre-se que o comparativo sempre expressa a ideia de adjetivos que comparam dois
ou mais seres. Já o superlativo qualifica superior ou inferior apenas um ser em relação a todos os outros.

Adjetivos interrogativos

Os adjetivos interrogativos são também conhecidos na língua inglesa como Wh- questions. No entanto, não são
todos que se qualificam como adjetivos. Os adjetivos interrogativos são utilizados em perguntas acompanhando
os substantivos, ou seja, quantificando e qualificando-os de algum modo. Observe a tabela e seus respectivos
exemplos:

O quê, o que, que,


WHAT What route should we take? Que rota devemos tomar?
qual, quais

WHICH Qual, quais, que Which one do you prefer? Qual deles você prefere?

WHOSE De quem Whose book is this? De quem é este livro?

HOW
Quanta, quanto How much water did you drink today? Quanta água você bebeu hoje?
MUCH

HOW
Quantos, quantos How many years have you spent abroad? Quantos anos você passou no exterior?
MANY

Adjetivos determinantes

Quando falamos em adjetivos determinantes, referimo-nos aos adjetivos que usamos para determinar sobre
qual substantivo estamos falando em uma oração. Confira na tabela a seguir os principais adjetivos determinan-
tes e seus usos em exemplos.

This (este, esta, isto) This cake is huge Este bolo é enorme

These (estes, estas) These shoes are ugly. Estes sapatos são feios.

That (aquele, aquela) That book was old. Aquele livro era velho.

Those (aqueles, aquelas) Those kids can’t swim Aquelas crianças não sabem nadar.

All my classmates skipped class Todos os meus colegas faltaram a aula


All (todo, toda, todos, todas)
today hoje.

Neither (nenhum, nenhuma) Neither car is for sale Nenhum dos carros está à venda.

Every (cada, todo, toda) Every girl in town knows him. Toda garota da cidade o conhece.

Both (ambos, os dois) Both my parents love musicals. Ambos meus pais amam musicais.

Each (cada, cada um) Each one of you can learn. Cada um de vocês pode aprender.

Either (qualquer um, ambos,


We can chose either book. Podemos escolher qualquer livro.
nenhum)

Other (outro, outra, outros, outras) She has other problems Ela tem outros problemas

Eu poderia comer uma outra fatia de


LÍNGUA INGLESA

Another (um outro, uma outra) Can I have another slice of pie?
torta?

CONJUNÇÕES

Seja em inglês ou em português, as conjunções são responsáveis por conectar a ideia de uma oração a outra,
estabelecendo relação entre elas, podendo acrescentar informações, contrapô-las ou explicá-las. Veja a seguir a
forma como uma conjunção é capaz de unir ideias de orações separadas.

John was very frustrated. John got fired. (John estava muito frustrado. John foi demitido)
John was very frustrated because he got fired. (John estava muito frustrado porque ele foi demitido) 111
A conjunção because conectou as orações de maneira natural, organizando as ideias sem que haja quebra na
narrativa da oração. Confira a seguir algumas das conjunções mais usadas da língua inglesa e exemplos:

CONJUNÇÃO SIGNIFICADO EXEMPLO TRADUÇÃO

E: une ideias e acrescenta She went to the store and bought Ela foi ao mercado e comprou
And
informações some fruits. algumas frutas

Mas, porém: indica contraste, Ele amava conversar, mas ele


But He loved talking but he felt shy.
contraponto se sentiu tímido.

Mark estava com sede, então


Então, sendo assim: expressa Mark was thirsty, so he stopped to
So ele parou para beber um pou-
consequência ou efeito drink some water before running.
co de água antes de correr.

Embora, apesar de: indica con- Although she was tired, she went Embora ela estivesse cansa-
Although
traposição, contraste for a walk da, ela foi caminhar.

Would you rather stay home or go Você prefere ficar em casa ou


Or Ou: indica opção
to the mall? ir para o shopping?

Embora, porém: expressa contras- They were willing to start, the rain, Eles estavam dispostos a come-
However
te, contraponto (formal de but) however, poured outside. çar, a chuva, porém, caía lá fora.

Nossa aula acabou, sendo as-


Our class is over, therefore we
Therefore Sendo assim: expressa conclusão sim podemos discutir isso na
can discuss it on Monday.
segunda-feira.

Ele não me mandou mensa-


He didn’t text me because his
Because Porque: expressa motivo, razão gem porque seu celular estava
phone was broken.
quebrado.

If Se: indica condição I’ll only go if you come with me. Eu só vou se você for comigo.

Já que você está indo a cozi-


Desde, já que: expressa a causa Since you’re going to the kitchen,
Since nha, você poderia me arranjar
ou o início de uma ideia could you fetc.h me some water?
um pouco de água?

ADVÉRBIOS

Advérbios são classes de palavras responsáveis por alterar o sentido do verbo. Dependendo do tipo de sentido
que conferem à oração, os advérbios podem ser classificados em advérbios de tempo, modo, lugar, afirmação,
negação, ordem, dúvida, intensidade, frequência e advérbios interrogativos. Veja a seguir a explicação para cada
tipo e seus respectivos exemplos.

Advérbios de tempo

Expressa o tempo em que a ação é realizada.

SHORTLY We’ll be with you shortly. Estaremos com vocês brevemente.

IMMEDIATELY Put your coat on immediately. Coloque seu casaco imediatamente.

SOON The doctor will be here soon. O médico estará aqui em breve.

LATELY Why is she so upset lately? Por que ela está tão chateada ultimamente?

NOW Let’s go now. Vamos agora.

Advérbios de modo

Expressa o modo ou a maneira como a ação é realizada.

SLOWLY He kissed me slowly. Ele me beijou vagarosamente.

CAREFULLY You need to lift it carefully. Você precisa levantá-lo cuidadosamente.

GLADLY They gadly received our gift. Eles alegremente receberam nosso presente.

BEAUTIFULLY He plays the cello beautifully. Ele toca o violoncelo lindamente.

QUICKLY I’ll try to finish it quickly. Tentarei terminar rapidamente.


112
Advérbios de lugar
Expressa o lugar em que a ação é realizada.

THERE Did you see them there? Você os viu lá?

WHEREVER We can go wherever you want. Nós podemos ir a qualquer lugar que você quiser.

BEHIND The shoes were behind the door. Os sapatos estavam atrás da porta

FURTHER He can’t be further from the truth. Ele não podia estar mais longe da verdade.

NEAR There’s na excelente pizza place near here. Há uma ótima pizzaria perto daqui.

Advérbios de afirmação
Expressa certeza com relação à ação em questão.

SURELY She surely knows how to dance. Ela certamente sabe dançar.

INDEED They indeed hate you. Eles de fato te odeiam.

CERTAINLY John certainly didn’t mean no harm. John certamente não quis fazer mal algum.

EVIDENTLY The kids evidently love their parents. As crianças evidentemente amam seus pais.

OBVIOUSLY He obviously loves you. Ele obviamente te ama.

Advérbios de negação
Expressa negação quanto a ação em questão.

NO No, we can’t. Não, nós não podemos.

NOT He is not the guy for you. Ele não é cara para você.

Advérbios de ordem

Expressa a sequência ou a ordem em que as ações na oração são realizadas.

FIRST You said it first! Você disse primeiro!

SECONDLY And, secondly, I’m really bad at making friends. E, em segundo lugar, eu sou ruim em fazer amigos.

Em terceiro lugar, eles nem mesmo entenderam o que


THIRDLY Thirdly, they didn’t even understand what I said.
eu disse.

LASTLY Lastly, they played my favorite song. Por último, eles tocaram minha música favorita.

Advérbios de dúvida

Expressa dúvida ou questionamento quanto à ação.

MAYBE Maybe she doesn’t like cats. Talvez ela não goste de gatos.

POSSIBLY Anna possibly speaks Chinese. Anna possivelmente fala chinês.

PERHAPS Perhaps I should be studying math. Talvez eu deva estudar matemática.

PROBABLY They probably had too much to drink. Eles provavelmente beberam demais.

Advérbios de intensidade

Expressa a intensidade com a qual a ação é realizada.


LÍNGUA INGLESA

STRONGLY She strongly agrees with them. Ela concorda veementemente com eles.

BARELY They barely talked to me. Eles mal falaram comigo.

EXACTLY He knew exaclty what I wanted. Ele sabia exatamente o que eu queroa.

My parents gave me nearly enough money to Meus pais me deram dinheiro quase o suficiente para
NEARLY
travel. eu viajar.

QUITE I’m not quite sure. Eu não tenho completa certeza.


113
Advérbios de frequência

Expressa a frequência em que uma ação é realizada.

RARELY He rarely calls. Ele raramente liga.

NEVER Mom never says how much she cares. Mamãe nunca diz o quanto ela se importa.

USUALLY I usually wake up at 7. Eu geralmente me levanto às 7.

OFTEN Ian often visits his grandparents. Ian frequentemente visita seus avós.

ALWAYS She’s always so clever. Ela é sempre tão esperta.

Advérbios interrogativos

Mudam de forma interrogativa a maneira como a ação é realizada.

WHEN When is she coming? Quando ela vem?

WHERE Did you see where she went? Você viu onde ela foi?

HOW How much do you feed your dog? Quanto você alimenta o seu cachorro?

WHY Why didn’t they come? Por que eles não vieram?

PREPOSIÇÕES

Assim como no português, as preposições na língua inglesa são elementos que funcionam como conectivos
entre orações, ligando-as de acordo com a relação que se pretende estabelecer entre uma informação e outra,
completando o sentido de uma frase por completo. Algumas preposições são recorrentes e aparecem em quase
toda comunicação verbal na língua inglesa. Conheça a seguir algumas delas:

IN DENTRO DE; EM; DE; NO; NA.

Usamos a preposição in para indicar tempo.


She was born in July.
(Ela nasceu em julho)
Usamos a preposição in para indicar lugar.
Oliver lives in Romenia.
(Oliver mora na Romênia)
Usamos a preposição in para indicar que um objeto ou pessoa está dentro de um determinado local.
Her pencils are in her pencil case.
(Os lápis dela estão em seu estojo)
Lucas is working in his bedroom.
(Lucas está trabalhando em seu quarto)

AT À; ÀS; EM; NA; NO

Usamos a preposição at para falar as horas.


Is this meeting at 5 pm?
(Esta reunião é às 17h?)
Usamos a preposição at para falar sobre endereços completos (com número, nome da rua, entre outros
elementos).
They live at 97 Broadway Street, California.
(Eles moram na Rua Broadway, número 97, na Califórnia)
Usamos a preposição at para indicar locais específicos.
He works at the National Bank.
(Ele trabalha no Banco Nacional)
Will you be waiting for us at the airport?
(Você estará esperando por nós no aeroporto?)

114
Além destas preposições, existem diversas outras
ON SOBRE A; EM CIMA DE; ACIMA DE; EM; NO; NA.
que indicam lugar e lugar. Confira a seguir:
Usamos a preposição on para indicar tempo de
modo específico. PREPOSIÇÕES DE TEMPO SIGNIFICADO
She was born on July 17th, 1992.
(Ela nasceu em 17 de julho de 1992) Before Antes
Usamos a preposição on antes dos dias da semana.
After Depois
We have to work on the weekend.
(Nós temos que trabalhar no fim de semana) During Durante
Ron never goes jogging on Sundays.
(Ron nunca faz cooper aos domingos.) Since Desde
Usamos a preposição on para indicar que um
For Por
objeto ou pessoa sobre determinada superfície.
Her pencils are on her desk. Until/till Até
(Os lápis dela estão em sua escrivaninha)
Joseph is dancing on the stage. From Desde, da, das
(Joseph está dançando no palco)
Up to Até agora
Usamos a preposição on para indicar endere-
ços (apenas nomes). By Até
The office is on Maple Avenue.
(O escritório é na avenida Maple) At Às
Usamos a preposição on para falar de meios
Ago Atrás
onde informações estão disponíveis.
We watch the Oprah Winfrey show on TV. Past Antes (hora)
(Nós assistimos ao show da Oprah Winfrey na TV)
You can purchase our products on our website.
(Você pode adquirir nossos produtos em nosso site) PREPOSIÇÕES DE LUGAR SIGNIFICADO

On Sobre

Under Debaixo
FOR PARA; DURANTE; POR; HÁ.
In Em
Usamos a preposição for para indicar a finali-
dade de algo. Above Acima
My wife uses our porch area for painting.
(Minha esposa usa nossa área da sacada para In front Em frente à
pintar)
Across Do outro lado
Usamos a preposição for para expressar o mo-
tivo ou o propósito do objeto em questão. Below Abaixo
This store is for women only.
(Esta loja é apenas para mulheres) Along Ao longo de
Usamos a preposição for para indicar a duração
de tempo de algum evento ou acontecimento. Behind Atrás
He has been working in that company for eleven Beside Ao lado
years.
(Ele trabalha naquela empresa há onze anos) Between Entre
You’ve been in the bathroom for half an hour.
(Você está no banheiro há uma hora) Among Entre

By Ao lado de

Far from Longe de


TO PARA; A.
Near Perto
Usamos a preposição to para indicar deslo-
camento de um local ao outro, movimento ou Inside Dentro
destino.
His family is moving to Australia in a month. Outside Fora
(A família dele vai se mudar para a Austrália Next to Próximo a/ao
em um mês)
LÍNGUA INGLESA

Grandma is going to the store. Through Através


(A vovó está indo à loja)
Usamos a preposição to para indicar a duração Toward Em direção a
de tempo de um acontecimento entre seu iní-
cio e seu fim. ARTIGO
We studied together from 2011 to 2016.
No inglês, temos duas classes de artigos: artigo
(Nós estudamos juntos de 2011 a 2016)
definido e indefinido, sendo o artigo definido o the (o,
Usamos a preposição to para estabelecer
a, os, as) e os artigos indefinidos o a, an (um, uma, uns,
comparação.
umas). Algumas regras devem ser aplicadas para o
We prefer drinking juice to drinking soda.
uso correto do artigo definido the. Confira: 115
z N
ão se deve usar o artigo the antes de nomes pró- z U
sa-se o the antes de nomes de fluviais como rios,
prios, como Joana, Bianca, Vancouver, São Paulo mares, canais e oceanos. 
etc.).
The Nile is the longest river on Earth. (O Nilo é o
Incorreto: The Bianca is a very nice girl” (A Bian- rio mais longo do mundo)
ca é uma garota muito legal) They sailed through the Pacific Ocean. (Eles veleja-
Correto: Bianca is a very nice girl (Bianca é uma ram pelo Oceano Pacífico)
garota muito legal)
z Usa-se o the antes de áreas geográficas do plano
cartesiano (norte, sul, leste, oeste etc.)
Importante!
Há uma exceção para o caso de nomes próprios: The northeast of Brazil is a dry place (O nordeste do
pode-se usar o artigo the quando falamos de Brasil é um local árido)
uma família de pessoas usando seu sobrenome, They went to the south. (Eles foram para o sul)
Ex.: the Martins (os Martins), the Kennedy (os
Kennedy), the Willsons (os Willsons), etc. z U
sa- se o the antes de adjetivos que tomam forma
de substantivos no plural.

z N
ão se deve usar o the antes de substantivos que She could smell the flowers from her room. (Ela
expressam ideia de generalização, caso contrá- podia sentir o cheiro das flores de seu quarto)
rio a ideia expressa passa a ser sobre um grupo They love driving the race cars. (Eles amam dirigir
específico. os carros de corrida)

Incorreto: The monkeys eat bananas (Os macacos z U


sa-se o the antes de nomes de grupos de ilhas,
comem bananas) cadeias, montanhas e golfos.
Correto: Monkeys eat bananas (Macacos comem
bananas). They went to the Bahamas. (Eles foram para as
Bahamas)
z N
ão se deve usar o the antes de idiomas, como Ger- She visited The Maldives on her birthday. (Ela visi-
man, English, French, Italian etc. tou as Ilhas Maldivas em seu aniversário)

Incorreto: They study the Portuguese at school. z U


sa-se o the antes de países com nomes compostos
(Eles estudam o português na escola) ou que expressam plural.
Correto: They study Portuguese at school. (Eles
estudam português na escola) The USA fought against Germany. (Os Estados Uni-
dos lutaram contra a Alemanha)
Observe agora os casos em que se deve utilizar o Have you ever been to The Netherlands? (Você já
artigo the: esteve nos Países Baixos)

z Usa-se o the antes de substantivos únicos em sua z U


sa-se o the antes de nomes de jornais, bancos e
espécie ou para referir-se a um único ser de modo
instituições privadas bem como ONGs e órgãos
específico:
públicos:
The ocean is still a mystery. (O oceano ainda é um
The UNO decided to stop violence. (A Organização
mistério)
das Nações Unidas decidiu parar a violência)
The blue macaw is endangered. (A arara-azul está
The New Yorker just tweeted about it. (O New Yor-
ameaçada de extinção)
ker acabou de tuítar sobre isso)
The cat was missing (O gato estava perdido)
The National Bank was bankrupt. (O Banco Nacio-
z U
sa-se o the em orações cujo substantivo já foi nal estava falido)
mencionado anteriormente pelo interlocutor,
pressupondo-se que a pessoa a qual a mensagem z U
sa-se o the antes de nomes de instrumentos musi-
se direciona já saiba do que se está falando. cais, ritmos e danças.

The job is perfect for you! (O emprego é perfeito She loves to play the piano (Ela ama tocar piano)
para você!) They were playing the tuba. (Eles estavam tocando
They saw the damage and got worried. (Eles viram tuba)
o estrago e ficaram preocupados) The tango is an Argentinian dance (O tango é uma
dança argentina)
z Usa-se o the para falar de pontos específicos do glo- z Usa-se o the antes de nomes de construções e obras
bo terrestre. famosas.

The Equator is a pointer for countries’ weather (O We just saw the Eiffe Tower (Acabamos de ver a
Equador é um indicador para o clima dos países) Torre Eiffel)
They were discussing the Greenwich meridian sca- The Coliseum is outstanding! (O Coliseu é incrível)
les. (Eles estavam discutindo sobre as escalas do We love the Sistine Chapel (Nós amamos a Capela
116 meridiano de Greenwich) Sistina)
z U
sa-se o the para nos referirmos ao elemento gra- and vice versa. Loan clerks sort and record informa-
matical de gradação comparativa (quanto mais..., tion about loans. Statement clerks are responsible
quanto menos...) for preparing the monthly balance sheets of checking
account customers. Securities clerks record, file, and
maintain stocks, bonds, and other investment certifi-
The less we speak the better. (Quanto menos falar-
cates. They also keep track of dividends and interest
mos, melhor)
on these certificates.
The more we study the more tired we get. (Quanto
mais estudamos, mais cansadas ficamos)
Other clerks operate the business machines on which
The cheaper the clothes the worse their quality.
modern banks rely. Proof operators sort checks and
(Quanto mais barata a roupa, pior a qualidade)
record the amount of each check. Bookkeeping clerks
keep records of each customer’s account. In addition
z Usa-se o the antes de números ordinais. to these specialists, banks need general clerical help
— data entry keyers, file clerks, mail handlers, and
She lives on the 1st floor. (Ela mora no 1º andar) messengers — just as any other business does.
The party is on the 23rd of June. (A festa é no 23º dia
de junho) Education and Training Requirements

Quanto aos artigos indefinidos a e an, é válido Bank clerks usually need a high school education with
mencionar a diferença de uso entre ambas as pala- an emphasis on basic skills in typing, bookkeeping,
vras. Usamos a quando o substantivo em seguida se and business math. Knowledge of computers and
inicia com uma consoante ou com o som de consoan- business machines is also helpful. Prospective bank
te; já o an, usamos quando a palavra que o sucede se workers may be tested on their clerical skills when they
inicia com uma vogal ou com o som de uma vogal. are interviewed. Most banks provide new employees
with on-the-job training.
z S he is a teacher. (Ela é uma professora)
z She is an engineer. (Ela é uma engenheira) Getting the Job

Algumas palavras específicas da língua inglesa são Sometimes bank recruiters visit high schools to look
grafadas com letras iniciais em consoantes que não for future employees. High school placement offices
possuem som ao serem pronunciadas, nestes casos can tell students whether this is the practice at their
usamos o artigo an. Ex.: an hour (uma hora); an homa- school. If not, prospective bank workers can apply
ge (uma homenagem); an honest man (um homem directly to local banks through their personnel depart-
honesto. ments. Bank jobs may be listed with state and private
employment agencies. Candidates can also check
Internet job sites and the classified ads in local news-
papers as well.
Importante!
O uso de a e an serve apenas para o singular. Advancement Possibilities and Employment Outlook
Quando os substantivos se apresentam no plural,
deve-se utilizar elementos quantificadores, como Banks prefer to promote their employees rather than
many (muitos), much (muito), some (alguns), any hire new workers for jobs that require experience.
(algum, nenhum), a few (alguns), etc. Clerks frequently become tellers or supervisors. Many
banks encourage their employees to further their edu-
cation at night.
According to the U.S. Bureau of Labor Statistics,
employment of bank clerks was expected to decline
HORA DE PRATICAR! through the year 2014, because many banks are elec-
tronically automating their systems and eliminating
paperwork as well as many clerical tasks. Workers
Leia o texto a seguir para responder às questões de 1 a 5.
with knowledge of data processing and computers will
have the best opportunities. In addition to jobs creat-
Bank Clerk Job Description ed through expansion, openings at the clerical level
often occur as workers move up to positions of greater
Definition and Nature of the Work responsibility.

Banks simplify people’s lives, but the business of bank- Working Conditions
ing is anything but simple. Every transaction — from
cashing a check to taking out a loan — requires care- Although banks usually provide a pleasant working
LÍNGUA INGLESA

ful record keeping. Behind the scenes in every bank or atmosphere, clerks often work alone, at times per-
savings and loan association there are dozens of bank forming repetitive tasks. Bank clerks generally work
clerks, each an expert at keeping one area of he bank’s between thirty-five and forty hours per week, but they
business running smoothly. may be expected to take on evening and Saturday
shifts depending on bank hours.
New account clerks open and close accounts and
answer questions for customers. Interest clerks record Earnings and Benefits
interest due to savings account customers, as well as
the interest owed to the bank on loans and other invest- The salaries of bank clerks vary widely depending on
ments. Exchange clerks, who work on international the size and location of the bank and the clerk’s expe-
accounts, translate foreign currency values into dollars rience. According to the Bureau of Labor Statistics, 117
median salaries ranged from $23,317 to $27,310 per Leia o texto a seguir para responder às questões de 6 a 10.
year in 2004 depending on experience and title. Gen-
erally, loan clerks are on the high end of this range, Why Millennials Don’t Like Credit Cards
whereas general office clerks are on the lower end.
Banks typically offer their employees excellent ben- by Holly Johnson
efits. Besides paid vacations and more than the usu-
al number of paid holidays, employees may receive Cheap, easy credit might have been tempting to young
health and life insurance and participate in pension people in the past, but not to today’s millennials. Accord-
and profit-sharing plans. Some banks provide financial ing to a recent survey by Bankrate of over 1,161 consum-
aid so that workers can continue their education. ers, 63% of adults ages 18 to 29 live without a credit card
of any kind, and another 23% only carry one card.
Available at: <http://careers.stateuniversity.com/pages/151/ Bank-
Clerk.html>. Retrieved on: Aug. 22, 2017. Adapted.
The Impact of the Great Recession
Research shows that the environment millennials grew
1. (CESGRANRIO – 2018) In “Candidates can also check
up in might have an impact on their finances. Unlike
Internet job sites and the classified ads in local news-
other generations, millennials lived through econom-
papers as well”, the modal verb can is replaced, with-
ic hardships during a time when their adult lives were
out change in meaning, by:
beginning. According to the Bureau of Labor Statistics,
the Great Recession caused millennials to stray from
a) Should.
historic patterns when it comes to purchasing a home
b) Must.
c) Will. and having children, and a fear of credit cards could be
d) May. another symptom of the economic environment of the
e) Need. times.
And there’s much data when it comes to proving that
2. (CESGRANRIO – 2018) The main purpose of the text is to: millennials grew up on shaky economic ground. The
Pew Research Center reports that 36% of millennials
a) Introduce the many categories of bank clerks one can lived at home with their parents in 2012. Meanwhile,
find in a financial institution. the unemployment rate for people ages 16 to 24 was
b) Present an overview of the career of a bank clerk to an 14.2% (more than twice the national rate) in early
eventual future professional. 2014, according to the BLS. With those figures, it’s no
c) Denounce the disadvantages associated with the clerk wonder that millennials are skittish when it comes to
profession. credit cards. It makes sense that young people would
d) Discuss all the benefits offered to employees who be afraid to take on any new forms of debt.
work in a bank.
e) Ask for changes in the way bank recruiters select their A Generation Plagued with Student Loan Debt
future employees. But the Great Recession isn’t the only reason millenni-
als could be fearful of credit. Many experts believe that
3. (CESGRANRIO – 2018) The fragment “Banks simplify the nation’s student loan debt level might be related
people’s lives, but the business of banking is anything to it. According to the Institute for College Access &
but simple” means that banking is a(n): Success, 71% of millennials (or 1.3 million students)
who graduated from college in 2012 left school with at
a) Ordinary occupation. least some student loan debt, with the average amount
b) Elementary job. owed around $29,400.
c) Complex activity. With so much debt already under their belts, millen-
d) Trivial profession. nials are worried about adding any credit card debt to
e) Easy business. the pile. After all, many adults with student loan debt
need to make payments for years, and even decades.
4. (CESGRANRIO – 2018) In “In addition to these spe-
cialists, banks need general clerical help”, the phrase How Millennials Can Build Credit Without a Credit
these specialists refers to: Card
The fact that millennials are smart enough to avoid
a) “messengers”. credit card debt is a good thing, but that doesn’t mean
b) “mail handlers”. the decision has its drawbacks. According to Experi-
c) “proof operators” and “bookkeeping clerks”. an, most adults need a positive credit history in order
d) “data entry keyers”. to qualify for an auto loan or mortgage. Even worse,
e) “file clerks”. having no credit history is almost as bad as having a
negative credit history in some cases.
5. (CESGRANRIO – 2018) In the sentence of the text
“Generally, loan clerks are on the high end of this range, Still, there are plenty of ways millennials can build a
whereas general office clerks are on the lower end”, credit history without a credit card. A few tips:
the word whereas: � Make payments on installment loans on time. Wheth-
er it’s a car loan, student loan or personal loan, make
a) Expresses a contrast. sure to mail in those payments on time and pay at least
b) Highlights a problem. the minimum amount required.
c) Imposes a condition. � Put at least one household or utility bill in your name.
d) Introduces an example. Paying your utility or household bills on time can help
118 e) Points out a solution. you build a positive credit history.
� Get a secured credit card. Unlike traditional credit Leia o texto a seguir para responder às questões de 11
cards, the funds secured credit cards offer are backed by a 15.
money the user deposits. Signing up for a secured card is
one way to build a positive credit history without any risk. Financial System
The fact that millennials are leery of credit cards is prob-
ably a good thing in the long run. After all, not having a People have virtually unlimited needs, but the eco-
credit card is the perfect way to stay out of credit card nomic resources to supply those needs are limited.
debt. Even though it might be harder to build a credit his- Therefore, the greatest benefit of an economy is to
tory without credit cards, the vast majority of millennials provide the most desirable consumer goods and ser-
have decided that the plastic just isn’t worth it. vices in the most desirable amounts – what is known
Available at: <http://money.usnews.com/money/blogs/my- as the efficient allocation of economic resources. To
money/2014/11/04/why-millennials-dont-like-creditcards>. Retrieved produce these consumer goods and services requires
on: Nov. 10th, 2014. Adapted.
capital in the form of labor, land, capital goods used
to produce a desired product or service, and entrepre-
6. (CESGRANRIO – 2015) In the sentence of the text “Still,
neurial ability to use these resources together to the
there are plenty of ways millennials can build a credit
greatest efficiency in producing what consumers want
history without a credit card”, the quantifier plenty of
most. Real capital consists of the land, labor, tools and
can be replaced, with no change in meaning, by:
machinery, and entrepreneurial ability to produce con-
a) some. sumer goods and services, and to acquire real capital
b) few. costs money.
c) a few. The financial system of an economy provides the
d) a little. means to collect money from the people who have it
e) lots of. and distribute it to those who can use it best. Hence,
the efficient allocation of economic resources is
7. (CESGRANRIO – 2015) The main purpose of the text is to: achieved by a financial system that allocates mon-
ey to those people and for those purposes(C) that will
a) Explain the millennials’ credit card affection.
yield the greatest return(d).
b) Defend the millennials’ fear of credit card use.
c) Describe the millennials’ attitude towards the credit card. The financial system is composed of the products and
d) Present the millennials’ credit card historical background. services(e) provided by financial institutions(a), which
e) Demonstrate the millennials’ need of credit card use to include banks, insurance companies, pension funds,
build a credit history. organized exchanges, and the many other compa-
nies(b) that serve to facilitate economic transactions.
8. (CESGRANRIO – 2015) The sentence of the text “With Virtually all economic transactions are effected by
so much debt already under their belts, millennials are one or more of these financial institutions. They create
worried about adding any credit card debt to the pile” financial instruments, such as stocks and bonds, pay
conveys the idea that millenials have: interest on deposits, lend money to creditworthy bor-
rowers, and create and maintain the payment systems
a) Piles of bills to pay every month, but they can use their
of modern economies.
credit cards moderately.
These financial products and services are basedon the
b) So many bills to pay that credit card bills wouldn’t
following fundamental objectives of any modern finan-
make much difference.
cial system:
c) So many bills to pay that they have to sell their belongings.
� to provide a payment system;
d) So much debt to pay that they can’t afford another one.
e) No credit cards simply because they don’t like them. � to give money time value;
� to offer products and services to reduce financial risk
9. (CESGRANRIO – 2015) In the sentence of the text “the or to compensate risk-taking for desirableobjectives;
Great Recession caused millennials to stray from his- � to collect and disperse information that allows the
toric patterns when it comes to purchasing a home most efficient allocation of economic resources;
and having children”, the word stray can be replaced, � to create and maintain financial markets that provide
with no change in meaning, by: prices, which indicates how well investments are per-
forming, which also determines the subsequent alloca-
a) stem. tion of resources, and to maintain economic stability.
b) start.
c) range. Available at: <http://thismatter.com/money/banking/ financial-
d) follow. system.htm>. Retrieved on: July 27th, 2015. Adapted.
e) deviate.
LÍNGUA INGLESA

11. (CESGRANRIO – 2015) The relative pronoun which in


10. (CESGRANRIO – 2015) The word skittish, in the sen-
the fragment of the text “which include banks, insur-
tence of the text “With those figures, it’s no wonder
ance companies, pension funds, organized exchanges,
that millennials are skittish when it comes to credit
and the many other companies” refers to:
cards”, can be replaced, with no change in meaning, by:

a) uncertain. a) financial institutions.


b) enthusiastic. b) other companies.
c) depressed. c) purposes.
d) determined. d) return.
e) secure. e) products and services. 119
12. (CESGRANRIO – 2015) From the sentence of the text Business leaders, in particular, have argued that there
“The financial system of an economy provides the is a profound disconnect between what schools are
means to collect money from the people who have it teaching and what is actually required for a worker to
and distribute it to those who can use it best”, it can be succeed in a globalized, innovation-driven, and knowl-
inferred that people who: edge-based modern economy. “There are very talented
people in the region. All they need is a chance to devel-
a) Can use the money most efficiently are those who op,” says Felipe Vergara, co-founder of Lumni, a com-
have much money. pany that invests in students’ education in exchange
b) Operate the financial system of an economy collect for a fixed portion of the income they will go on to
and distribute money the best way. receive with their improved career path.
c) Receive the distributed money don’t know how to use it At the same time that the private sector is beginning
best. to take matters into its own hands, a new report from a
d) Have much money and know how to use it best are the team of Inter-American Development Bank education
same. researchers, led by Marina Bassi and Jaime Vargas,
e) Operate the financial system of an economy collect has shed new light on the failures of Latin American
themoney and keep it. education systems to prepare students for the job
market. Entitled “Disconnected: Skills, Education and
13. (CESGRANRIO – 2015) In the fragment of the text
Employment in Latin America”, the report uses surveys
“Hence, the efficient allocation of economic resourc-
of both students and employers across the region to
es”, the connector Hence conveys an idea of:
understand why and how this gap in skills is occurring.
a) Emphasis. The results are surprising. While access has increased,
b) Time sequence. in two other critical areas - quality and relevance - there
c) Contrast. has been little to no progress, leaving students unpre-
d) Conclusion. pared for the demands of the modern workplace. The
e) Addition. employers surveyed all pointed to the importance of
what are known as “socio-emotional skills”, in contrast
14. (CESGRANRIO – 2015) In the fragment of the text “the to traditional cognitive skills such as literacy and basic
efficient allocation of economic resources is achieved mathematics. Socio-emotional skills relate to person-
by a financial system that allocates money to those ality, and include punctuality, politeness, work ethics,
people and for those purposes that will yield the great- responsibility, empathy, and adaptability, and are espe-
est return”, the verb form yield can be replaced, without cially critical for workers and managers in a globalized
change in meaning, by: economy defined by its unpredictability and dynamism.
While high costs are certainly playing a role, it is clear
a) produce. that addressing the skills gap in Latin America will
b) slow down. require a multifaceted approach. As the authors of “Dis-
c) cut. connected” argue, schools must find ways to become
d) interrupt. more engaged with the productive economy that sur-
e) diminish. rounds them, and improve their ability to instill and eval-
uate the type of skills that the private sector is looking
15. (CESGRANRIO – 2015) According to the text, a defini-
for. This effort should go beyond increasing the access
tion for the expression “the efficient allocation of eco-
and completion of secondary school. It should involve
nomic resources” is:
more research, better teacher recruitment and evalu-
a) Provision of the most desirable consumer goods and ation, and incentives for developing socioemotional
services in limited amounts skills.
b) Provision of the most desirable consumer goods and Companies have a strong role to play, and some of
services in unlimited amounts them are just not giving up. As Juan Iramain, Vice Pres-
c) Production of economic resources in unlimited ways ident of Public Affairs and Communications in Coca
d) Production of economic resources in sufficient amounts Cola’s South Latin region, puts it, “at the Coca-Cola
e) Provision of the most desirable consumer goods and Company we understand that in order to catch up with
services in the most desirable amounts the necessary level of sustainability of the globalized
world, our business should rely on the sustainability of
Leia o texto a seguir para responder às questões de 15 the communities in which we operate. For some time
a 20. now, therefore, we have been dealing with specialized
NGOs to strengthen the work of parents and school.
Better Education Quality Needed The aim is not only for students to complete the school
year, but also that they incorporate the curiosity and
Formal education and skills aren’t connecting in Latin lifelong learning capabilities needed to work in the
America. labor market of the 21st century. We just can’t put up
with a school program that cannot prepare youngsters
By Gabriel Sanchez Zinny for a better society”.
But above all, as the authors Marina Bassi and Jaime
Education advocates in Latin America have long Vargas have argued, we must continue this dialogue
pushed for expanded access for all students. Indeed, between governments and the private sector so that
access has improved, with secondary school comple- education reform can lead to increased opportunity
tion rates climbing from 30 to 50 percent over the past and economic development across the region.
two decades. However, there is a growing realization
that greater access alone will do little good without Available at: <http://www.latinbusinesschronicle.com/app/article.
120 higher quality. aspx?id=5623>. Retrieved on: 20 May 2012. Adapted.
16. (CESGRANRIO – 2013) According to the text, in Latin
America, education advocates: 7 C

8 D
a) Have reason to suppose that secondary education
problems have all ended. 9 E
b) Have reason to suppose that secondary education
10 A
problems with quality have improved.
c) Can be happy because education quality rate has 11 A
climbed over 30 percent.
d) Could be happy concerning students’ access to sec- 12 B
ondary school and completion of the course.
13 D
e) Should be very concerned with the poor rate of access
to secondary school. 14 A

17. (CESGRANRIO – 2013) The failures of Latin American 15 E


education systems have been pointed out by:
16 D
a) Students. 17 D
b) The job market.
c) The private sector business. 18 A
d) A team of education researchers.
19 E
e) Business leaders such as Marina Bassi and Jaime Vargas.
20 C
18. (CESGRANRIO – 2013) An example of socio-emotion-
al skill is:

a) Work ethics.
b) Intelligence.
ANOTAÇÕES
c) Basic math knowledge.
d) General culture knowledge.
e) Reading and writing abilities.

19. (CESGRANRIO – 2013) In the excerpt of the text – “are


especially critical for workers and managers in a glo-
balized economy defined by its unpredictability and
dynamism.” – the possessive pronoun its refers to:

a) workers.
b) unpredictability.
c) managers.
d) dynamism.
e) economy.

20. (CESGRANRIO – 2013) What measure has not proven


sufficient in the past to address the skills gap in Latin
American Education?

a) Lowering the high costs of education.


b) Adopting a multifaceted approach.
c) Increasing the access and completion rates.
d) Incrementing school’s engagement with the produc-
tive economy.
e) Fostering incentives for developing socio-emotional
skills.

9 GABARITO
LÍNGUA INGLESA

1 D

2 B

3 C

4 C

5 A

6 E
121
ANOTAÇÕES

122
A soma ou subtração de um número par com outro
ímpar tem resultado ímpar.
Ex.: 14 + 5 = 19; 14 – 5 = 9.

MATEMÁTICA A multiplicação de números pares tem resultado par.


Ex.: 8 x 6 = 48.

A multiplicação de números ímpares tem resulta-


do ímpar:
NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS, Ex.: 3 x 7 = 21.
REAIS E PROBLEMAS DE CONTAGEM
A multiplicação de um número par por um núme-
NÚMEROS NATURAIS ro ímpar tem resultado par:
Ex.: 4 x 5 = 20.
Operações e Propriedades
NÚMEROS INTEIROS
Os números construídos com os algarismos de 0 a
9 são chamados de naturais. O símbolo desse conjun- Os números inteiros são os números naturais e
to é a letra N e podemos escrever os seus elementos seus respectivos opostos (negativos). Veja:
entre chaves: Z = {..., -7, -6, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}
N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa
17, …} importante é saber que todos os números naturais
Os três pontos, as reticências, indicam que este são inteiros, mas nem todos os números inteiros são
conjunto tem infinitos números naturais.
naturais. Logo, podemos representar através de dia-
O zero não é um número natural propriamente
gramas e afirmar que o conjunto de números naturais
dito, pois não é um número de “contagem natural”.
está contido no conjunto de números inteiros ou ain-
Por isso, se utiliza o símbolo N* para designar os
números naturais positivos, isto é, excluindo o zero. da que N é um subconjunto de Z. Observe:
Veja: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7…}
O símbolo do conjunto dos números naturais é
a letra N e podemos ter, ainda, o símbolo N*, que
representa os números naturais positivos, isto é,
excluindo o zero.
Conceitos básicos relacionados aos números
naturais:

z Sucessor: é o próximo número natural. Z N

Exemplo: o sucessor de 4 é 5 e o sucessor de 51 é


52. E o sucessor do número “n” é o número “n+1”.

z Antecessor: é o número natural anterior.

Exemplo: o antecessor de 8 é 7 e o antecessor de 77


é 76. E o antecessor do número “n” é o número “n-1”.
Podemos destacar alguns subconjuntos de núme-
z Números consecutivos: são números em sequência. ros. Veja:

Exemplo: 5, 6, 7 são números consecutivos, porém z Números Inteiros não negativos = {4,5,6...}. Veja
10, 9, 11 não são. Assim, (n-1, n e n+1) são números que são os números naturais.
consecutivos. z Números Inteiros não positivos = {… -3, -2, -1, 0}.
Veja que o zero também faz parte deste conjunto,
z Números naturais pares: é aquele que, ao ser divi- pois ele não é positivo nem negativo.
dido por 2, não deixa resto. Por isso o zero também
z Números inteiros negativos = {… -3, -2, -1}. O zero
é par. Logo, todos os números que terminam em 0,
não faz parte.
2, 4, 6 ou 8 são pares.
z Números naturais ímpares: ao serem divididos por z Números inteiros positivos = {5, 6, 7...}. Novamen-
2, deixam resto 1. Todos os números que terminam te, o zero não faz parte.
MATEMÁTICA

em 1, 3, 5, 7 ou 9 são ímpares.
Operações com números inteiros
A soma ou subtração de dois números pares tem
resultado par. Há quatro operações básicas que podemos efetuar
Ex.: 12 + 8 = 20; 12 – 8 = 4. com estes números são: adição, subtração, multiplica-
ção e divisão.
A soma ou subtração de dois números ímpares tem
resultado par. z Adição: é dada pela soma de dois números. Ou
Ex.: 13 + 7 = 20; 13 – 7 = 6. seja, a adição de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25 123
Veja mais alguns exemplos:
Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18 SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85 Operações Resultados
Principais propriedades da operação de adição: + + +

z Propriedade comutativa: a ordem dos números - - +


não altera a soma.
+ - -
Ex.: 115 + 35 é igual a 35 + 115. - + -

z Propriedade associativa: quando é feita a adição


de 3 ou mais números, podemos somar 2 deles, pri-
meiramente, e depois somar o outro, em qualquer Importante!
ordem, que vamos obter o mesmo resultado.
� A multiplicação de números de mesmo sinal
Ex.: 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 + (3 + 5) = 10 tem resultado positivo.
Ex.: 51 × 2 = 102; (-33) × (-3) = 99
z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da � A multiplicação de números de sinais diferen-
adição, pois qualquer número somado a zero é tes tem resultado negativo.
igual a ele mesmo.
Ex.: 25 × (-4) = -100; (-15) × 5 = -75
Ex.: 27 + 0 = 27; 55 + 0 = 55.
As principais propriedades da operação de
z Propriedade do fechamento: a soma de dois núme- multiplicação:
ros inteiros sempre gera outro número inteiro.
z Propriedade comutativa: A x B é igual a B x A, ou
Ex.: a soma dos números inteiros 8 e 2 gera o
número inteiro 10 (8 + 2 = 10). seja, a ordem não altera o resultado.

� Subtração: subtrair dois números é o mesmo que Ex.: 8 x 5 = 5 x 8 = 40.


diminuir, de um deles, o valor do outro. Ou seja,
subtrair 7 de 20 significa retirar 7 de 20, restando z Propriedade associativa: (A x B) x C é igual a (C x B)
13: 20 – 7 = 13. x A, que é igual a (A x C) x B.

Veja mais alguns exemplos: Ex.: (3 x 4) x 2 = 3 x (4 x 2) = (3 x 2) x 4 = 24.


Subtrair 5 de 16: 16 -5 = 11
30 subtraído de 10: 30 – 10 = 20
z Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
tro da multiplicação, pois ao multiplicar 1 por
As principais propriedades da operação de
subtração: qualquer número, este número permanecerá
inalterado.
z Propriedade comutativa: como a ordem dos núme-
ros altera o resultado, a subtração de números não Ex.: 15 x 1 = 15.
possui a propriedade comutativa.
z Propriedade do fechamento: a multiplicação de
Ex.: 250 – 120 = 130 e 120 – 250 = -130. números inteiros sempre gera um número inteiro.

z Propriedade associativa: não há essa propriedade Ex.: 9 x 5 = 45


na subtração.
z Elemento neutro: o zero é o elemento neutro da
subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer z Propriedade distributiva: essa propriedade é
número, este número permanecerá inalterado. exclusiva da multiplicação. Veja como fica: Ax(B+C)
= (AxB) + (AxC)
Ex.: 13 – 0 = 13.
Ex.: 3x(5+7) = 3x(12) = 36
z Propriedade do fechamento: a subtração de dois Usando a propriedade:
números inteiros sempre gera outro número 3x(5+7) = 3x5 + 3x7 = 15+21 = 36
inteiro.
z Divisão: quando dividimos A por B, queremos
Ex.: 33 – 10 = 23. repartir a quantidade A em partes de mesmo
valor, sendo um total de B partes.
Multiplicação: a multiplicação funciona como se
fosse uma repetição de adições. Veja:
Ex.: Ao dividirmos 50 por 10, queremos dividir 50
A multiplicação 20 x 3 é igual à soma do número 20 em 10 partes de mesmo valor. Ou seja, nesse caso tere-
três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma do número 3 vinte mos 10 partes de 5 unidades, pois se multiplicarmos 10
vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3). x 5 = 50. Ou ainda podemos somar 5 unidades 10 vezes
Algo que é muito importante e você deve lembrar consecutivas, ou seja, 5+5+5+5+5+5+5+5+5+5=50.
sempre são as regras de sinais na multiplicação de Algo que é muito importante e você deve lembrar
124 números. sempre são as regras de sinais na divisão de números.
SINAIS NA DIVISÃO
Dica
Qualquer número natural é também inteiro e todo
Operações Resultados
número inteiro é também racional.
+ + +
O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos
- - + representar por meio de diagramas a relação entre os
+ - - conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:

- + -
Q

z A multiplicação de números de mesmo sinal tem


resultado positivo.
Ex.: 60 ÷ 3 = 20; (-45) ÷ (-15) = 3
Z N
z A divisão de números de sinais diferentes tem
resultado negativo.
Ex.: 25 ÷ (-5) = -5; (-120) ÷ 5 = -24

Esquematizando:

Dividendo Representação fracionária e decimal


Divisor
Há 3 tipos de números no conjunto dos Números
30 5
Racionais:
0 6

Quociente z Frações:
Resto
8 3 7
Dividendo = Divisor × Quociente + Resto Ex.: 3 , 5 , 11 etc.
30 = 5 · 6 + 0
z Números decimais.
As principais propriedades da operação de divisão:
Ex.: 1,75
z Propriedade comutativa: a divisão não possui essa
z Dízimas periódicas.
propriedade.
z Propriedade associativa: a divisão não possui essa Ex.: 0,33333...
propriedade.
Operações e propriedades dos números racionais
„ Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento neu-
tro da divisão, pois ao dividir qualquer número z Adição de números decimais: segue a mesma lógi-
por 1, o resultado será o próprio número. ca da adição comum.
Ex.: 15 / 1 = 15.
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4
z Propriedade do fechamento: aqui chegamos em
z Subtração de números decimais: segue a mesma
uma diferença enorme dentro das operações de
lógica da subtração comum.
números inteiros, pois a divisão não possui essa
propriedade, uma vez que ao dividir números Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18
inteiros podemos obter resultados fracionários ou
decimais. z Multiplicação de números decimais: aplicamos o
mesmo procedimento da multiplicação comum.
Ex.: 2 / 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto dos
números inteiros). Ex.: 4,6 × 1,75 = 8,05

NÚMEROS RACIONAIS z Divisão de números decimais: devemos multipli-


MATEMÁTICA

car ambos os números (divisor e dividendo) por


São aqueles que podem ser escritos na forma da uma potência de 10 (10, 100, 1000, 10000 etc.) de
modo a retirar todas as casas decimais presentes.
divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja,
Após isso, é só efetuar a operação normalmente.
escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B
são números inteiros. Ex.: 5,7 ÷ 1,3
Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também, 5,7 × 100 = 570
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são 1,3 × 100 = 130
divididos pelo número 1. 570 ÷ 130 = 4,38 125
NÚMEROS REAIS Sendo “n” um número natural, observe como
desenvolver o fatorial de n:
É o conjunto que envolve todos os outros conjuntos,
ou seja, aqui encontramos os números naturais, inteiros n! = n · (n-1) · (n-2) · ... · 2 · 1, para n ≥ 2
e racionais envolvidos de uma única maneira. Dentro 1! = 1
dos números reais podemos envolver todos os outros 0! = 1
números dentro das operações matemáticas, sejam elas
de adição, subtração, multiplicação ou divisão. Exemplos:
O símbolo desse conjunto é a letra R e podemos
representar por meio de diagramas a relação entre os 3! = 3 · 2 · 1= 6
conjuntos naturais, inteiros, racionais e reais. Veja 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120

Agora, veja esse outro exemplo:


6!
Calcular 4!
Q Resolução:
6! 6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30
=
4! 4·3·2·1
Z N
Poderíamos também resolver abrindo o 6! até 4! e
depois simplificar. Veja:

6! 6·5·4! = 6 · 5 = 30
=
4! 4!
R
Princípio Fundamental da Contagem

Podemos, também, encontrar como princípio mul-


tiplicativo. Vamos esquematizar uma maneira que vai
Operações e propriedades dos números reais
ser bem simples para resolvermos problemas sobre o
tema, observe o lembrete:
z Adição de números reais: segue a mesma lógica da
adição comum. 1. Identificar as etapas do enunciado;
2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4 3. Multiplicar.
5 + 37,8 + 120 = 162,8
55 + 83 + 205 = 343 Exemplo: Para fazer uma viagem São Paulo-For-
taleza-São Paulo, você pode escolher como meio de
z Subtração de números reais: segue a mesma lógica transporte ônibus, carro, moto ou avião. De quantas
da subtração comum. maneiras posso escolher os transportes?
Resolução: Usando o lembrete acima:
Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18
25 – 63 = -38 1. Identificar as etapas do enunciado;
41 – 0,75 – 4,8 = 35,45 Escolher o meio de transporte para ida e para a
volta;
z Multiplicação de números reais: aplicamos o mes- 2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
mo procedimento da multiplicação comum. Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ôni-
bus, carro, moto ou avião) e para a volta temos 4
Ex.: 4,6 × 1,75 = 8,05 possibilidades de escolha (ônibus, carro, moto ou
3 × 55 = 165 avião);
7 × 2,85 = 19,95 3. Multiplicar.
4 · 4 = 16 maneiras.
z Divisão de números reais: aplicamos o mesmo pro-
E se o problema dissesse que você não pode voltar
cedimento da divisão comum.
no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a
resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai
Ex.: 5,7 ÷ 1,3 = 4,38 mudar na quantidade de possibilidades de escolhas
2,8 × 100 = 280 para voltar. Veja:
15 × 51 = 765 Resolução: Usando o lembrete:

PROBLEMAS DE CONTAGEM 1. Identificar as etapas do enunciado;


Escolher o meio de transporte para ida e para a
Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor- volta;
tante para o nosso estudo: Fatorial. 2. Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus,
Fatorial de um Número Natural carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi-
bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo
Serve para facilitar e acelerar resolução de ques- meio de transporte);
tões. Veja sua representação simbólica: 3. Multiplicar.
126 Fatorial de N = n! 4 · 3 = 12 maneiras.
Permutação Simples Diante do conceito de permutação, essas duas dis-
posições são iguais, ou seja, a pessoa A tem a sua direita
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem E, a sua esquerda B, e assim sucessivamente. Não pode-
ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
mos contar duas vezes a mesma disposição. Repare
possível ordenar? Para questões envolvendo permu-
ainda que, antes da primeira pessoa se sentar à mesa,
tação simples, devemos encarar de um modo geral
que temos n modos de escolhermos um objeto (livro) todas as 5 posições disponíveis são equivalentes. Isto
que ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher porque não existe uma referência espacial (ponto fixo
um objeto (um outro livro) que ocupará o segundo determinado). Nestes casos, devemos utilizar a fórmu-
lugar, ..., 1 modo de escolher o objeto (um outro livro) la da permutação circular de n pessoas, que é:
que ocupará o último lugar. Então, temos:
Modos de ordenar: n · (n-1) · ... 1 = n! Pc (n) = (n-1)!
Então, resolvendo, teremos 5! = 5·4·3·2·1 = 120
maneiras de ordenar os livros na estante. Em nosso exemplo, o número de possibilidades de
Agora, observe um outro exemplo: posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será:
Quantos são os anagramas da palavra CAJU?
Resolução: Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24
Cada anagrama de CAJU é uma ordenação das
letras que a compõem, ou seja, C, A, J, U. Arranjo Simples

CAJU CUJA ACJU AUJC Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
soas nas cadeiras de uma praça, mas temos apenas 3
CAUJ CJUA ACUJ ... cadeiras à disposição. De quantas formas poderíamos
fazer isso?
CUAJ CJAU AUCJ ... Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí-
veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei-
Desta maneira, o número de anagramas é 4! =
4·3·2·1 = 24 anagramas. ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi
ANAGRAMA é a ordenação de maneira distinta das utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira
letras que compõem uma determinada palavra. cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas
restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas
Permutação com Repetição em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de
formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada
Quantos anagramas têm na palavra ARARA? O
pela multiplicação abaixo:
problema é causado por conta da repetição de letras
na palavra ARARA. Veja que temos 3 letras A e 2 letras Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras =
R. De maneira tradicional, faríamos 5! (número de
letras na palavra), mas é preciso que descontemos as 5 · 4 · 3 = 60
letras repetidas. Assim, devemos dividir pelo número
de letras fatorial, ou seja, 3! e 2!. O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim-
ples. Sua fórmula é dada abaixo:
5! 5·4·3! 5·4
3!·2·1 = 2
= = 10
3!·2! n!
A(n, p) =
(n - p) !
Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA.
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
Dica
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde
Na permutação com repetição devemos descon- a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade
tar os anagramas iguais, por isso dividimos pelo da outra.
fatorial do número de letras repetidas. Observe a resolução do nosso exemplo usando a
fórmula:
Permutação com Repetição
5! 5!
Vamos imaginar que temos uma mesa circular com A(5, 3) = = = 5·4·3·2·1 = 60
(5 - 3) ! 2! 2·1
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras
distintas. Observe as duas disposições abaixo das pes- Uma outra informação muito importante é que
soas A, B, C, D, e E ao redor da mesa: nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem
dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente
MATEMÁTICA

E de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as


A
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme-
A ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
B D
E pessoas na praça:
MESA MESA

CADEIRA 1ª 2ª 3ª
D C C B OCUPANTE Ana Bianca Clara 127
Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé C(6, 3)= 6!
=
6 · 5 · 4 · 3! = 6 · 5 · 4 = 6 · 5 · 4 = 5 · 4 = 20.
(6 - 3) !3! 3!3! 3! 3·2·1
nessa disposição.
Resposta: Letra E.

CADEIRA 1ª 2ª 3ª 2. (IDECAN – 2016) Felipe é uma criança muito bagun-


OCUPANTE Clara Bianca Ana ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa.
Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode
A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho,
Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou 1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri-
foi a posição da Ana em relação a Clara. Assim, uma nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes
simples mudança na posição da ordem gera uma nova Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con-
junto de brinquedos já levados antes?
possibilidade de posicionamento.

Combinação a) 100 vezes.


b) 115 vezes.
Para entendermos esse tema, vamos imaginar c) 130 vezes.
que queremos fazer uma salada de frutas e precisa- d) 140 vezes.
mos usar 3 frutas das 4 que temos disponíveis: maçã,
banana, mamão e morango. Cortando as frutas maçã, Perceba que Felipe tem 7 carrinhos para escolher 1,
banana e morango e depois colocando em um prato. 5 bonecos para escolher 1 e 4 aviões para escolher
Agora cortando as frutas banana, morango e maçã 1, queremos formar grupos de 3 brinquedos, sendo
para colocar em um outro prato. um de cada tipo. O total de possibilidades será dado
Você percebeu que a ordem aqui não importou? por: 7 x 5 x 4 = 140 possibilidades (conjuntos de
É exatamente isso, a ordem não importa e estamos brinquedos diferentes). Resposta: Letra D.
diante de um problema de Combinação. Será preciso
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um aeroporto, 30
calcular quantas combinações de 4 frutas, 3 a 3, é pos-
passageiros que desembarcaram de determinado
sível formar.
voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais
Para resolvermos é necessário usar a fórmula:
ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
n! para ser examinados. Constatou-se que exatamente
C(n, p) = 25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
(n - p) !p!
em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
Substituindo na fórmula, os valores do exemplo, desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
temos: Com referência a essa situação hipotética, julgue o
4! item que segue.
C(4, 3) =
(4 - 3) !3! A quantidade de maneiras distintas de se escolher 2
4·3·2·1 dos 30 passageiros selecionados de modo que pelo
C(4, 3) = menos um deles tenha estado em C é superior a 100.
1·3·2·1
C(4, 3) = 4 ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Dica Se 25 passageiros tiveram em A ou B e nenhum deles


em C, então, C teve 5 passageiros (é o que falta para
No arranjo a ordem importa. o total de 30). Vamos escolher 2 passageiros, de
Na combinação a ordem não importa. modo que pelo menos um seja de C, teremos:
Podemos achar o total para escolha dos 2 passagei-
ros que seria:
C30,2 = 30.29/2 = 15.29 = 435
EXERCÍCIOS COMENTADOS Agora, tiramos a opção de nenhum deles ser de C,
que seria:
1. (VUNESP – 2016) Um Grupamento de Operações C25,2 = 25.24/2 = 25.12 = 300
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para Então, pelo menos um deles é de C, teremos:
investigações de campo, 6 pistas diferentes devem 435 - 300 = 135. Resposta: Certo.
ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen- 4. (IBFC – 2015) Paulo quer assistir um filme e tem dis-
ponível 5 filmes de terror, 6 filmes de aventura e 3 fil-
tes de se fazer essa distribuição é
mes de romance. O total de possibilidades de Paulo
assistir a um desses filmes é de:
a) 6.
b) 10.
a) 90.
c) 12. b) 33.
d) 18. c) 45.
e) 20. d) 14.

Vamos descobrir o número de formas de escolher 3 Paulo tem disponível 14 filmes no total, 5 de terror, 6
pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão de aventura e 3 de romance; e dentre esses 14 filmes
outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de disponíveis tem que escolher um, portanto o total
pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos de possibilidades será dado pela combinação de 14
escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem elementos, tomados um a um.
128 não é relevante, então, vamos usar a combinação: C(14,1) = 14 possibilidades. Resposta: Letra D.
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um processo de cole- Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
ta de fragmentos papilares para posterior identifica- (quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
ção de criminosos, uma equipe de 15 papiloscopistas
deverá se revezar nos horários de 8 h às 9 h e de 9 h às
10 h.
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item
a seguir.
Se dois papiloscopistas forem escolhidos, um para Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
atender no primeiro horário e outro no segundo horá-
rio, então a quantidade, distinta, de duplas que podem
:100 :100 :100 :100 :100 :100
ser formadas para fazer esses atendimentos é supe-
rior a 300.
Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2.
( ) CERTO  ( ) ERRADO Para sair do metro quadrado e chegar no cen-

Quantos servidores há para escolher que ficará no tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
1° horário? 15. (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
Agora, já para escolher o que ficará no 2° horário, centímetro quadrado. Logo,
temos apenas 14, pois um já foi escolhido para ficar
no 1° horário. Multiplicando as possibilidades =
5,3m2 = 5,3 x 10000 = 53000 cm2.
15x14 = 210. Resposta: Errado.

Medidas de Volume (Capacidade)

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS A unidade principal tomada como referência é o


metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
MÉTRICA, ÁREAS, VOLUMES, ESTIMATIVAS E diferentes que servem para medir dimensões maiores
APLICAÇÕES
ou menores. A conversão de unidades de superfície
Quando estudamos o sistema de medidas, nos segue potências de 1000. Veja o esquema abaixo:
atentamos ao fato de que ele serve quantificar dimen-
sões que podem ter uma variação gigantesca. Porém,
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
existem as conversões entre as unidades para uma (quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (mlímetro
melhor interpretação e leitura. cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

Medidas de Comprimento
×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
A unidade principal tomada como referência é o
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife- Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
rentes que servem para medir dimensões maiores ou
menores. A conversão de unidades de comprimento
segue potências de 10. Veja o esquema abaixo: :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000

Km hm dam m dm cm mm Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3.


(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (mlímetro)
Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10
pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cúbico. Logo, 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
Km hm dam m dm cm mm
Veja agora algumas relações interessantes e que
:10 :10 :10 :10 :10 :10 você precisa ter em mente para resolver diversas
questões.
Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros.
Para sair do metro e chegar no centímetro deve-
mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
casas até chegar em centímetro. Logo, 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
MATEMÁTICA

5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm.


1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
Medidas de Área (Superfície)
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
A unidade principal tomada como referência é o 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
diferentes que servem para medir dimensões maiores 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
ou menores. A conversão de unidades de superfície
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir: 129
Medidas de Tempo As conversões entre essas escalas termométricas
são dadas pelas fórmulas a seguir:
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
se faz a relação nessa unidade: De graus Celsius para Kelvin: TK = ToC + 273
Para transformar de uma unidade maior para a De graus Celsius para Fahrenheit: ToC / 5 = (ToF-32) / 9
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
Veja os exemplos abaixo:
1 hora = 60 minutos
4 h = 4 x 60 = 240 minutos
Exemplo 1: Transformar 250 K para oC:
Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja: TK = ToC + 273

20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h. 250 = ToC + 273


Para medir ângulos, a unidade básica é o grau.
ToC = 273 – 250
Temos as seguintes relações: ToC = 23°

1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’)


1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”) Exemplo 2: Transformar 85 oC para oF:

Aqui vale fazer uma observação: os minutos e os ToC / 5 = (ToF-32) / 9


segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes, 85/5 = (ToF-32) / 9
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
17 = (ToF-32) / 9
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um ins- 17 × 9 = ToF-32
tante do dia.
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. 153 + 32 = ToF

Medidas de Massa ToF = 185°

As unidades abaixo são as mais utilizadas quando Veja agora algumas relações que você precisar ter
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja
quais são: em mente para resolver diversas questões:

Tonelada (t), Quilograma (kg), Grama (g) e UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE


Miligrama (mg).
1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
Vamos tomar como base as relações abaixo para 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
converter uma unidade em outra. Observe:
1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas); 1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas).
1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
Observe o exemplo a seguir de uma conversão:

Vamos transformar 3,5 kg em gramas.


Sabemos que 1 kg equivale a 1000 gramas, logo: RAZÕES E PROPORÇÕES, DIVISÃO
1 kg — 1000 g PROPORCIONAL, REGRAS DE
3,5 Kg — x
x = 3,5 × 1000 TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS,
x = 3500 g PORCENTAGENS
Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3500 g.
RAZÕES E PROPORÇÕES
Medidas de Temperatura
A razão entre duas grandezas é igual a divisão
O instrumento para a medição de temperatura é o entre elas, veja:
termômetro, que é um tubo graduado com um líquido
em seu interior (mercúrio ou álcool). As escalas mais 2
comuns para medir temperatura são: 5
z Celsius. Medida em graus centígrados;
z Kelvin. Medido em escala Kelvin; Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se 2 está
130 z Fahrenheit. Medida em graus Fahrenheit. para 5).
Já a proporção é a igualdade entre razões, veja: Aqui cabe uma observação importante!
Esse valor 2.000, que chamamos de “Constante de
2
=
4 Proporcionalidade”, é que nos mostra o valor real das
3 6 partes dentro da proporção. Veja:

Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se 2 C


= 2.000
está para 3 assim como 4 está para 6). 3
Os problemas mais comuns que envolvem razão e
proporção é quando se aplica uma variável qualquer C = 2000 x 3
dentro da proporcionalidade e se deseja saber o valor C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
dela. Veja o exemplo: D
= 2.000
2
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6 D = 2.000 x 2
3 6
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
Para resolvermos esse tipo de problema devemos
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor- Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
ção: produto dos meios pelos extremos. ber R$4.000.
Meio: 3 e x
Extremos: 2 e 6 z Somas Internas
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe: a
=
c
=
a+b
=
c+d
b d b d
3·X=2.6
3X = 12 É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
X = 12/3 minador ao efetuar essa soma interna, desde que
X=4 o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
proporção.
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol-
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro- a c a+b c+d
= = =
priedade fundamental. Porém, algumas questões b d a c
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
útil conhecer algumas propriedades para facilitar. Vejamos um exemplo:
Vamos a elas.
x 2
Propriedade das Proporções =
14 - x 5

z Somas Externas x + 14 - x 2+5


=
x 2
a c a+c
= =
b d b+d 14 7
=
x 2
Vamos entender um pouco melhor resolvendo
uma questão:
7 . x = 2 · 14
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos 14 · 2
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- x= =4
7
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos na
fábrica. Quanto cada um vai receber? Portanto, encontramos que x = 4.
Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Diego vai receber, temos: Importante!
Vale lembrar que essa propriedade também ser-
C D
= ve para subtrações internas.
3 2

Utilizando a propriedade das somas externas: z Soma com Produto por Escalar:
MATEMÁTICA

C D C+D a c a + 2b c + 2d
= = = =
3 2 = 3+2 b d b d

Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
então podemos substituir na proporção: Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
proporcionalmente ao número de anos trabalhados.
C D C+D 10.000 São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
= = = = 2.000
3 2 3+2 5 empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos. 131
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa, porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
temos: é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor-
A
=
B cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
2 3 razão. Veja:

Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3 X Y Z


= = = constante de proporcionalidade.
funcionários na categoria B, podemos escrever que a 4 5 6
soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
Usando uma das propriedades da proporção,
2A + 3B = 13.000 somas externas, temos:

Agora multiplicando em cima e embaixo de um X+Y+Z 900.000


lado por 2 e do outro lado por 3, temos: = 60.000
4+5+6 15

2A 3B A menor dessas partes é aquela que é proporcional


=
4 9 a 4, logo:

Aplicando a propriedade das somas externas, X


podemos escrever o seguinte: = 60.000
4
X = 60.000 x 4
2A 3B 2A + 3B
= = X = 240.000
4 9 4+9
Inversamente proporcional
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-
porção, temos:
É um tipo de questão menos recorrente, mas não
menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
2A 3B 2A + 3B 13.000
= = = = 1.000 tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
4 9 4+9 13
quinhão inversamente proporcional a três números.
Vejamos um exemplo:
Logo,
Exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
2A
= 1.000 inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
4
Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
2A = 4 x 1.000 tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
2A = 4.000 pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
A = 2.000 total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
Fazendo a mesma resolução em B: cálculo, veja:
3B
= 1.000 X X X
9 + + = 740.000
4 5 6
3B = 9 x 1.000
3B = 9.000 Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
B = 3.000 tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa mos a fração.
receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
anos de casa receberão R$3.000 de bônus. 4–5–6|2
O total pago pela empresa será: 2–5–3|2
Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000 1–5–3|3
Agora vamos estudar um tipo de problema que 1–5–1|5
aparece frequentemente em provas de concursos 1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
envolvendo razão e proporção.
Assim, dividindo o M. M. C. pelo denominador e
DIVISÃO PROPORCIONAL multiplicando o resultado pelo numerador temos:

Diretamente proporcional 15x 12x


+ +
10x
60 60 60 = 740.000
Um dos tópicos mais comuns em questões de prova
é dividir uma determinada quantia em partes propor- 37x
= 740.000
cionais a determinados números. Vejamos um exemplo 60
para entendermos melhor como esse assunto é cobrado:
Exemplo: X = 1.200.000
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor Agora basta substituir o valor de X nas razões para
132 dessas partes corresponde a: achar cada parte da divisão inversa.
x 1.200.000
= 300.000 A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o
4 = 4 número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
x 1.200.000
= 240.000 I 20 4x
5 = 5 = total de 9x
I 21 5x
x 1.200.000
= 200.000 No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
6 = 6
aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
Logo, as partes dividas inversamente proporcio- a razão em questão passará a ser de 5/8.
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K, I 20 4x - 2 5
240K e 200K. = =
I 21 5x + 2 - 1 8

4x - 2 5
=
5x + 1 8
EXERCÍCIOS COMENTADOS 8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
32x – 16 = 25x + 5
1. (FAEPESUL - 2016) Em uma turma de graduação em 7x = 21
Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos x=3
que a razão entre o número de mulheres e o número Para sabermos o total de pessoas, basta substituir o
total de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de valor de X na primeira equação:
homens desta sala, sabendo que esta turma tem 120 9x = 9 x 3 = 27 é o número total de pessoas nesse
alunos. grupo. Resposta: Letra D.

a) 43 homens. 3. (IBADE - 2018) Três agentes penitenciários de um


b) 45 homens. país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem
c) 44 homens. juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que
d) 46 homens.
o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
e) 47 homens.
de cada um, em ordem crescente de valores.
A razão entre o número de mulheres e o número
a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.
total de alunos é de 5/8: b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00.
c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00.
M 5 d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00
=
T 8 e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00.

A turma tem 120 alunos, então: T = 120 D + A + W = 721


Fazendo os cálculos: A = D + 36
W = A - 44
M
=
5 Substituímos Arley em Wanderson:
T 8 W= A - 44
W= 36+D-44
M 5 W= D-8
= Substituímos na fórmula principal:
120 8
D + A + W = 721
8 x M = 5 x 120 D + 36 + D + D – 8 = 721
8M = 600 3D + 28 = 721
3D = 721 - 28
M=
600 D = 693/3
8 D = 231
Substituímos o valor de D nas outras:
M = 75 A = D + 36
A quantidade de homens da sala: A= 231+36= 267
120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B. W = A - 44
W= 267-44
W= 223
2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
Logo, os valores em ordem crescente que Wander-
com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente,
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
MATEMÁTICA

soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma 4. (CESPE-CEBRASPE - 2018) A respeito de razões, pro-
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a porções e inequações, julgue o item seguinte.
ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam
R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham,
a) 30. para ser divido entre elas, de forma inversamente propor-
b) 29. cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes-
c) 28. sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500.
d) 27.
e) 26. ( ) CERTO  ( ) ERRADO 133
6x
+
9x
+
8x
= 7.900 z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-
1 2 3 to de uma grandeza implica a redução da outra;

Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos: Vamos esquematizar para sabermos quando será
direta ou inversamente proporcional:
36x 27x 16x
6
+ 6
+ 6
= 7.900
DIRETAMENTE + / + OU - / -
PROPORCIONAL
79x
= 7.900
6 Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
x = 600 (sinais iguais)
Sendo assim, Sandra está inversamente proporcio-
nal a: PROPORCIONAL + / - OU - / +

9x
2 Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui
(sinais diferentes)
Basta substituirmos o valor de X na proporção. Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
resolver os diversos problemas:
9x 9 x 600
= = 2.700
2 2 DIRETAMENTE MULTIPLICA CRUZADO
PROPORCIONAL

(valor que Sandra irá receber é MAIOR que 2.500).


INVERSAMENTE MULTIPLICA NA HORIZONTAL
Resposta: Errado. PROPORCIONAL

5. (IESES - 2019) Uma escola possui 396 alunos matricu-


lados. Se a razão entre meninos e meninas foi de 5/7, Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco
determine o número de meninos matriculados. mais como isso tudo funciona:

a) 183 z Um muro de 12 metros foi construído utilizando 2


b) 225 160 tijolos. Caso queira construir um muro de 30
c) 165 metros nas mesmas condições do anterior, quan-
d) 154 tos tijolos serão necessários?

Total de alunos = 396 Primeiro vamos montar a relação entre as gran-


Meninos = H dezas e depois identificar se é direta ou inversamente
Meninas = M proporcional.

12 m -------- 2 160 (tijolos)


Razão: H + 5x
M 7x 30 m -------- X (tijolos)

Agora vamos somar 5x com 7x = 12x Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
12x é igual ao total que é 396 e que para fazermos um muro maior vamos precisar
12x = 396 de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
x = 33 (+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais
Portanto o número de meninos será: e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
Meninos = 5X = 5 x 33 = 165. Resposta: Letra C.
12 m -------- 2 160 (tijolos)
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTAS
30 m -------- X (tijolos)
Regra de Três Simples 12 · X = 30 . 2160
12X = 64800
A Regra de Três Simples envolve apenas duas X = 5400 tijolos
grandezas. São elas:
Assim, comprovamos que realmente são necessá-
z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se dese- rios mais tijolos.
ja calcular a partir da grandeza explicativa;
z Grandeza Explicativa ou Independente é aque- z Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para
la utilizada para calcular a variação da grandeza corrigir as provas de um vestibular. Considerando
dependente. a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pro-
fessores para corrigir as provas?
Existem dois tipos principais de proporcionalida-
des que aparecem frequentemente em provas de con- Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos
cursos públicos. Veja abaixo: montar a relação e analisar:

z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumento 5 (prof.) --------- 12 (dias)


134 de uma grandeza implica o aumento da outra; 30 (prof.) -------- X (dias)
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um Analisando isoladamente duas a duas:
aumento (+), mas como agora estamos com uma equi-
1000 (panf.) -------- 40 (min)
pe maior o trabalho será realizado mais rapidamente.
2000 (panf.) ------ -- X (min)
Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Des-
sa forma, as grandezas são inversamente proporcio- Perceba que de 1000 panfletos para 1200 panfle-
nais e vamos resolver multiplicando na horizontal. tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
Observe: aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-
mos manter a razão.
5 (prof.) 12 (dias)
30 (prof.) X (dias) 40 3 1000
= #
30 . X = 5 . 12 X 6 2000
30X = 60
X=2 Agora basta resolver a proporção para acharmos
o valor de X.
A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias
para corrigir as provas. 40 3000
X
= 12000
Regra de Três Composta 3X = 40 x 12
3X = 480
A Regra de Três Composta envolve mais de duas
X = 160
variáveis. As análises sobre se as grandezas são dire-
tamente ou inversamente proporcionais devem ser
As três impressoras produziriam 2000 panfletos em
feitas cautelosamente levando-se em conta alguns
160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40 minutos.
princípios:
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
vamos analisar mais um exemplo.
z As análises devem sempre partir da variável
dependente em relação as outras variáveis; Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas
z As análises devem ser feitas individualmente. Ou cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas, Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o núme-
mantendo as demais constantes. ro de linhas por página e para 40 o número de letras
z A variável dependente fica isolada em um dos (ou espaços) por linha. Considerando as novas condi-
lados da proporção. ções, determine o número de páginas ocupadas.
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
como isso tudo funciona:
6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)
z Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas impres- 6 ? ?
soras produziriam 2000 desses panfletos? = #
X ? ?

Da mesma forma que na regra de três simples,


Analisando isoladamente duas a duas:
vamos montar a relação entre as grandezas e analisar
cada uma delas isoladamente duas a duas.
6 (pág.) -------- 45 (linhas)
X (pág.) -- ----- 30 (linhas)
6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)
3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min)
Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor
Vamos escrever a proporcionalidade isolando a diminui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar
parte dependente de um lado e igualando às razões da ( + ). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver-
seguinte forma – se for direta vamos manter a razão, ter a razão.
agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe:
6 30 ?
= #
40 ? ? X 45 ?
= #
X ? ?
Analisando isoladamente duas a duas:
Analisando isoladamente duas a duas:
6 (pág.) -------- 80 (letras)
6 (imp.) -------- 40 (min) X (pág.) ------- 40 (letras)
MATEMÁTICA

3 (imp.) ---- ---- X (min)


Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui
o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ), ( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo,
pois agora teremos menos impressoras para realizar as grandezas são inversas e devemos inverter a razão.
a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos 6 30 40
inverter a razão. = #
X 45 80
40 3 ? 6 2 1
= # = #
X 6 ? X 3 2 135
6 2 3. (VUNESP - 2020) Uma pessoa comprou determinada
=
X 6 quantidade de guardanapos de papel. Se ela utilizar 2
guardanapos por dia, a quantidade comprada irá durar
2X = 36 15 dias a mais do que duraria se ela utilizasse 3 guar-
X = 18 danapos por dia. O número de guardanapos compra-
dos foi
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto
respeitando as novas condições é igual a 18. a) 60.
b) 70.
c) 80.
d) 90.
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) 100.

1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item seguinte apre- x = dias


senta uma situação hipotética, seguida de uma asser- 3 guardanapos por dia -------- x
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade, 2 guardanapos por dia -------- x+15
porcentagens e descontos. São valores inversamente proporcionais, quanto
No primeiro dia de abril, o casal Marcos e Paula com- mais guardanapos por dia, menos dias durarão.
prou alimentos em quantidades suficientes para que Assim, multiplicamos na horizontal:
eles e seus dois filhos consumissem durante os 30 3x = 2 . (x+15)
dias do mês. No dia 7 desse mês, um casal de amigos 3x = 30+2x
chegou de surpresa para passar o restante do mês 3x-2x = 30
com a família. x = 30
Nessa situação, se cada uma dessas seis pessoas Podemos substituir em qualquer uma das duas
consumir diariamente a mesma quantidade de ali- situações:
mentos, os alimentos comprados pelo casal acabarão 3 guardanapos x 30 dias= 90
antes do dia 20 do mesmo mês. 2 guardanapos x 45(30+15) dias = 90. Resposta: Letra D.

( ) CERTO  ( ) ERRADO 4. (FUNDATEC - 2017) Cinco mecânicos levaram 27


minutos para consertar um caminhão. Supondo que
4 Pessoas ------- 24 Dias fossem três mecânicos, com a mesma capacidade e
6 Pessoas ------- x Dias ritmo de trabalho para realizar o mesmo serviço, quan-
Temos grandezas inversas, então é só multiplicar tos minutos levariam para concluir o conserto desse
na horizontal: mesmo caminhão?
6x = 4 . 24
6x = 96 a) 20 minutos.
x = 96/6 b) 35 minutos.
x = 16 c) 45 minutos.
Como já haviam comido por 6 dias é só somar: d) 50 minutos.
6 dias (consumidos por 4) + 16 dias (consumidos por e) 55 minutos.
6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
Resposta: Errado. Mecânicos ------ Minutos
5 ---------------- 27
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O motorista de uma 3 ---------------- x
empresa transportadora de produtos hospitalares Quanto menos mecânicos, mais minutos eles gas-
deve viajar de São Paulo a Brasília para uma entrega tarão para finalizar o trabalho, logo a grande-
de mercadorias. Sabendo que irá percorrer aproxima- za é inversamente proporcional. Multiplica na
damente 1.100 km, ele estimou, para controlar as des- horizontal:
pesas com a viagem, o consumo de gasolina do seu 3x = 27.5
veículo em 10 km/L. Para efeito de cálculos, conside- 3x = 135
rou que esse consumo é constante. x = 135/3
Considerando essas informações, julgue o item que x = 45 minutos. Resposta: Letra C.
segue.
Nessa viagem, o veículo consumirá 110.000 dm3 de 5. (IESES - 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa em
gasolina. 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumentado para
sete, em quantos dias essa mesma casa ficaria pronta?
( ) CERTO  ( ) ERRADO
a) 18 dias.
Com 1 litro ele faz 10 km b) 16 dias.
Sabendo que 1 L é igual a 1dm³, então podemos c) 20 dias.
dizer que com 1dm³ ele faz 10km d) 22 dias.
Portanto,
10 km -------- 1dc³ 5 (pedreiros) ---------- 28 (dias)
1.100 km --------- x 7 (pedreiros) ------------- X (dias)
10x = 1.000 Perceba que as grandezas são inversamente propor-
x = 110dm³ (a gasolina que será consumida). cionais, então basta multiplicar na horizontal.
136 Resposta: Errado. 5 . 28=7 . X
7X = 140 Todos os caixas de uma agência bancária trabalham
X = 140/7 com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
X = 20 dias . Resposta: Letra C. clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
6. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Determinado equipamen-
to é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, fun- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
cionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa situação,
a quantidade de páginas que esse mesmo equipamen- 3 caixas - 12 clientes - 10 minutos
to é capaz de digitalizar em 3 dias, operando 4 horas e 5 caixas - 20 clientes - x minutos
30 minutos diários para esse fim, é igual a
10 5 12
= #
a) 2.666. X 3 20
b) 2.160.
c) 1.215. 5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
d) 1.500. 60x = 600
e) 1.161. X = 10.
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
Primeiro vamos passar para minutos: Não em menos de 10 como a questão afirma.
5h = 300min. Resposta: Errado.
4h30min= 270min.
min.-----Dias-----Pag. 9. (VUNESP - 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho
300 -------4-------1800 ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-
270 -------3-------X do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
Resolvendo temos: des de determinado produto. Para a fabricação de 400
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
300 (Simplifica por 30) trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima-
1800 4
X = 3
# 270 (Simplifica por 30) do para a realização do serviço é de

1800 4
#
10 a) 5 horas e 54 minutos
X = 3 9 b) 6 horas e 06 minutos.
c) 6 horas e 20 minutos.
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9 d) 6 horas e 40 minutos.
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é e) 7 horas e 06 minutos.
capaz de digitalizar. Resposta: Letra C.
Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min
7. (VUNESP - 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas 360 min ------ 5 máquinas ----- 600 unidades (cortam-se os zeros
operando com a mesma capacidade de produção, iguais)
x ------------- 3 máquinas ---- 400 unidades (cortam-se os zeros
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6 iguais)
horas por dia. O número de dias necessários para que
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri- 360 3 6
= #
quem dois lotes dessas peças é X 5 4

a) 11. x·3·6 = 360·5·4


b) 12. x·18 = 7.200
c) 13. x = 7200/18
d) 14. x = 400
e) 15. Logo, transformando minutos para horas novamen-
te temos:
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas X = 400min
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas X = 6h40min
Quanto mais dias para entrega do lote, menos Resposta: Letra D.
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui-
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para 10. (VUNESP - 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
serem entregues (direta). máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
Resolvendo: ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2) refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5 trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2) to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
8/x = 8/15 para a realização desse trabalho será de
MATEMÁTICA

8x = 120
x = 120/8 a) 6 horas e 40 minutos.
x = 15 dias. b) 6 horas e 58 minutos.
Resposta: Letra E. c) 7 horas e 12 minutos.
d) 7 horas e 20 minutos.
8. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No item a seguir é apre- e) 7 horas e 35 minutos.
sentada uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida- 3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas
de, divisão proporcional, média e porcentagem. 2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x 137
Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer Veja um exemplo:
que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são Roberto assistiu a 2 aulas de Matemática Financei-
menos máquinas trabalhando (inversa). ra. Sabendo que o curso que ele comprou possui um
total de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assisti-
4 5000 2 das por Roberto?
= #
X 6000 3 O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.
2·X·5 = 4·6·3
2 1
10X = 72 =
8 4
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
60 min = 7 horas e 12 minutos)
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
OBS: Para transformar horas em minutos, basta
vamos multiplicar a fração por 100:
multiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas
= 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min. Resposta: Letra C. 1 x 100 = 25%
4
PORCENTAGENS
Soma e Subtração de Porcentagem
A porcentagem é uma medida de razão com base
100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi- As operações de soma e subtração de porcentagem
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
como podemos representar um número porcentual. que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
30 corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
30% = (forma de fração)
100 subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
car pelo valor da grandeza.
30 Exemplo 1:
30% = = 0,3 (forma decimal)
100 Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula.
Porém, com a publicação do edital, a escola precisou
30 3 aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de
30% = = (forma de fração simplificada) horas-aula do curso ao final?
100 10
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% +
várias maneiras:
15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total
de horas-aula do curso será:
30 3
30% = = 0,3 =
100 10
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula

Também é possível fazer a conversão inversa, isto A avaliação do crescimento ou da redução percen-
é, transformar um número qualquer em porcentual. tual deve ser feita sempre em relação ao valor inicial
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: da grandeza.

25 x 100 = 2500% -
Variação percentual = Final Inicial
0,35 x 100 = 35% Inicial
0,586 x 100 = 58,6%
Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor.
Exemplo 2:
Número Relativo
Juliano percebeu que ele ainda não assistiu a 200
aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres- Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo caído 20%?
que estamos especificando. Para descobrir a quanto A variação percentual de uma grandeza corres-
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000. ponde ao índice:

10% de 1000 =
10 x 1000 = 100 Final - Inicial 180 - 200
100 Variação percentual = = =
Inicial 200

Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto que 100 é 20


– = - 0,10
a parte que corresponde a 10% de 1000. 200

Dica Como o resultado foi negativo, podemos afirmar


que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
Quando o todo varia, a porcentagem também ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
138 varia! errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
Veja que se 12% faltaram, então 88% fizeram a
EXERCÍCIOS COMENTADOS prova.
Pessoas presentes (88%) e dessas 45% eram mulhe-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja, uma res e 55% eram homens. Portanto, basta multiplicar
bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em duas o percentual dos homens pelo total:
vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma parcela de R$ 55% de 88% das pessoas que fizeram a prova; ou
920 com vencimento para o mês seguinte. Caso queira
0,55 x 0,88 = 0,484.
antecipar o crédito correspondente ao valor da parcela,
Transformando em porcentagem
a lojista paga para a financeira uma taxa de antecipa-
ção correspondente a 5% do valor da parcela. 0,484 x 100 = 48,4%. Resposta: Letra D.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan- 4. (FCC - 2018) Em uma pesquisa 60% dos entrevistados
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês. preferem suco de graviola e 50% suco de açaí. Se 15%
dos entrevistados gostam dos dois sabores, então,
( ) CERTO  ( ) ERRADO a porcentagem de entrevistados que não gostam de
nenhum dos dois é de
Valor da bicicleta =1720,00
Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela) a) 80%.
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00 b) 61%.
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00) c) 20%.
No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja d) 10%.
800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
e) 5%.
(juros) e dividir por 800,00. Resultado:
120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja, Vamos dispor as informações em forma de conjun-
está errada. Resposta: Errado. tos para facilitar nossa resolução:

2. (CESPE-CEBRASPE - 2019) Na assembleia legislati- Graviola Açai


va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
entre homens e mulheres. Em determinada sessão
plenária estavam presentes somente 20% das deputa-
das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7 60% – 15% = 15% 50% – 15% =
parlamentares presentes à sessão.
45% 35%
Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-
bleia legislativa, havia
Nenhum = X

a) 10 deputadas.
b) 14 deputadas. Vamos somar todos os valores e igualar ao total que
c) 15 deputadas. é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100%
d) 20 deputadas. 95% + X = 100%
e) 25 deputadas. X = 5%. Resposta: Letra E.

50 parlamentares 5. (FUNCAB - 2015) Adriana e Leonardo investiram R$


Deputadas = X 20.000,00, sendo o 3/5 desse valor em uma aplicação
Deputados = 50-X que gerou lucro mensal de 4% ao mês durante dez
Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7 meses. O restante foi investido em uma aplicação,
parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de que gerou um prejuízo mensal de 5% ao mês, durante
cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o o mesmo período. Ambas as aplicações foram feitas
valor de X. no sistema de juros simples.
20% x + 10% (50-x) = 7 Pode-se concluir que, no final desses dez meses, eles
20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7 tiveram:
2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC) a) prejuízo de R$2.800,00.
2x + 50 - x = 70 b) lucro de R$3.200,00.
2x - x = 70 - 50 c) lucro de R$2.800,00.
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia Legis-
d) prejuízo de R$6.000,00
lativa. Resposta: Letra D.
e) lucro de R$5.000,00.
3. (VUNESP - 2016) Um concurso recebeu 1500 ins-
crições, porém 12% dos inscritos faltaram no dia da 3/5 de 20.000,00 = 12.000,00
12.000,00 · 4% = 480,00
MATEMÁTICA

prova. Dos candidatos que fizeram a prova, 45% eram


mulheres. Em relação ao número total de inscritos, o 480 · 10 (meses) = 4.800 (juros)
número de homens que fizeram a prova corresponde a O que sobrou 20.000,00 - 12.000,00 = 8.000,00. Apli-
uma porcentagem de cação que foi investida e gerou prejuízo de 5% ao
mês, durante 10 meses:
a) 45,2%. 8.000,00 · 5% = 400,00
b) 46,5%. 400 · 10 meses= 4.000
c) 47,8%. Portanto 20.000,00 + 4.800(juros) = 24,800,00 -
d) 48,4%. 4.000= 20.800,00 /10 meses= 2.080,00 lucros.
e) 49,3%. Resposta: Letra C. 139
� Perguntas: são as orações interrogativas.
LÓGICA PROPOSICIONAL Exemplo: Que horas vamos ao cinema?
Essa pergunta não pode ser classificada como ver-
VALORES LÓGICOS dadeira ou falsa;
Na lógica temos apenas dois valores lógicos – ver- � Exclamações: são frases exclamativas.
dadeiro ou falso. Quando temos uma declaração ver- Exemplo: Que lindo cabelo!
dadeira, o seu valor lógico é Verdade (V) e quando é Essa exclamação não pode ser valorada, pois apre-
falsa, dizemos que seu valor lógico é Falso (F). sentam percepções subjetivas;
� Ordens: são orações com verbo no imperativo.
PROPOSIÇÕES LÓGICAS SIMPLES Exemplo: Pegue o livro e vá estudar.
Vamos começar nosso estudo falando sobre o que
é uma proposição lógica. Observe a frase abaixo: Uma ordem não pode ser classificada como verda-
Ex.: Paula vai à praia. deira ou falsa. Muito cuidado com esse tipo de oração,
Para saber se temos ou não uma proposição, preci- pois pode ser facilmente confundida com uma propo-
samos de três requisitos fundamentais: sição lógica.
Não são proposições – perguntas, exclamações e
z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos; ordens.
z Oração declarativa: a frase precisa estar apresen- Temos um outro caso menos cobrado em provas,
tando uma situação, um fato; mas que também não é proposição lógica, sendo o
z Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa :
paradoxo. Para ficar mais claro, veja o exemplo a
ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadeiro
ou o valor lógico falso para a declaração. seguir:

Tendo isso em vista, podemos afirmar claramen- Ex.: Esta frase é uma mentira.
te que a frase “Paula vai à praia” é uma proposição
lógica, pois temos a presença de um verbo (ir), uma Quando atribuímos um valor de verdade para
informação completa (temos o sujeito claro na oração) a frase, então na verdade ele mentiu, uma vez que
e podemos afirmar se é verdade ou falsa. a própria frase já diz isso. E se atribuirmos o valor
falso, então a frase é verdade, pois a frase diz ela é
Importante! uma mentira e já sabemos que isso é falso. Perceba
que sempre que valoramos a frase ela nos resulta um
Proposição Lógica é uma oração declarativa que valor contrário, ou seja, estamos diante de uma frase
admite apenas um valor lógico: V ou F. que é contraditória em si mesma. Isto é a definição de
um paradoxo.
Ou então podemos também esquematizar o que é
SENTENÇA ABERTA
uma proposição lógica assim:
Chama-se proposição toda sentença declarativa
que pode ser valorada ou só como verdadeira ou só Dizemos que uma sentença é aberta quando não
como falsa. A presença do verbo é obrigatória junta- conseguimos ter a informação completa que a oração
mente com o sentido completo (caráter informativo). nos mostra. Veja o exemplo abaixo:

Verdadeira Ex.: Ele é o melhor cantor de rock.

Sentença Perceba que há presença do verbo e que consegui-


OU Sentido
Declarativa mos parcialmente entender o que a frase quer dizer.
Completo
Mas logo surge a pergunta: Ele quem? Aqui nossa in-
Falsa formação não consegue ser completa e por isso temos
mais um caso que não é proposição lógica. Observe mais
alguns exemplos:
Obrigatório X + 5 = 10
Aquele carro é amarelo.
VERBO
5+5
X – Y = 20
Toda proposição pode ser representada simbolica- Todos os exemplos acima são sentenças abertas.
mente pelas letras do alfabeto, veja no exemplo: Então podemos resumir da seguinte forma:
As variáveis: Ele, aquele ou variáveis matemáti-
p: Sabino é um pintor esperto.
cas (X ou Y) tornam a sentença aberta.
r: Kate é uma mulher alta.
Sempre será uma proposição lógica na escrita
Na situação temos duas proposições sendo repre- matemática e podemos notar que há verbos nos casos
sentadas pelas letras p e r. a seguir:
Agora que já sabemos o que são proposições lógi-
cas, fica tranquilo distinguir o que não são propo- z = (é igual);
sições. Isto é fundamental, pois várias questões de z ≠ (é diferente);
prova perguntam exatamente isso – são apresentadas z > (é maior);
algumas frases e você precisa identificar qual delas z < (é menor);
não é uma proposição. Vejamos os casos que mais z ≥ (é maior ou igual);
140 aparecem: z ≤ (é menor ou igual);
Esquematizando o que não são proposições lógicas: Agora que já fomos apresentados aos conectivos
lógicos, vamos ver algumas camuflagens dos opera-
Sentenças Interrogativas(?) dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja:

� Conectivos “e” usando “mas”


Sentenças sem Verbo
NÃO SÃO Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor;
PROPOSIÇÕES
� Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
Sentenças com Verbo no Imperativo ambos”;
Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador, mas
Sentenças Abertas
não ambos;
Paradoxo
� Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”
Exemplos: Desde que faça sol, Pedrinho vai à
PRINCÍPIOS DA LÓGICA PROPOSICIONAL praia;
Caso você estude, irá passar no concurso;
É fundamental que você conheça três princípios
Basta Ana comer massas, e engordará;
para deixarmos tudo alinhado com as proposições
Quem joga bola é rápido;
lógicas. Veja:
Todos os médicos sabem operar;
z Princípio do terceiro excluído: Uma proposição Qualquer criança anda de bicicleta;
deve ser Verdadeira ou Falsa, não havendo outra Toda vez que chove, não vou à praia.
possibilidade. Não é possível que uma proposição
seja “quase verdadeira” ou “quase falsa”; É importante saber que na condicional a 1º Na con-
z Princípio da não-contradição: Dizemos que uma dicional a 1º proposição é o termo antecedente e a 2º
mesma proposição não pode ser, ao mesmo tempo, é o termo consequente.
verdadeira e falsa;
z Princípio da Identidade: Cada ser é igual a si mes- P→Q
mo, ou seja, uma proposição não assume o signifi- P = antecedente
cado de outra proposição lógica. Q = consequente

PROPOSIÇÕES COMPOSTAS

Temos proposições compostas quando há duas ou


EXERCÍCIOS COMENTADOS
mais proposições simples ligadas por meio dos conec-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2017) A respeito de proposi-
tivos lógicos. Veja os exemplos:
ções lógicas, julgue o item a seguir:
z Sabino corre e Marcos compra leite; A sentença “Soldado, cumpra suas obrigações” é uma
z O gato é azul ou o pato é preto; proposição simples.
z Se Carlinhos pegar a bola, então o jogo vai acabar.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Cada conectivo tem sua representação simbólica e
sua nomenclatura. Veja a relação de conectivos: Perceba que a frase “Soldado, cumpra suas obriga-
ções” é, na verdade, uma ordem. Observe o verbo
CONECTIVOS NOMENCLATURA SIMBOLOGIA conjugado “cumpra” (imperativo). Assim, sabemos
e Conjunção ^ que estamos diante de uma frase que NÃO é uma
proposição. Resposta: Errado.
ou Disjunção v
ou...ou Disjunção Exclusiva v 2. (VUNESP – 2014) Das alternativas apresentadas, assi-
se...então Condicional → nale a única que contém uma proposição lógica.
se e somente se Bicondicional ⟷
a) Ser um perito criminal ou não ser? Que dúvida!
b) Uma atribuição do perito criminal é analisar documen-
Exemplos:
tos em locais de crime.
c) O perito criminal também atende ocorrências com víti-
z Na linguagem natural: mas de terrorismo!
d) É verdade que o perito criminal realiza análises no
„ O macaco bebe leite e o gato come banana; âmbito da criminalística?
„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta; e) Instruções especiais para perito criminal.
„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta;
„ Se estudar, então vai passar; Veja que essa é uma boa questão para ficarmos de
„ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber olho no que é uma proposição lógica. Então vamos
MATEMÁTICA

dinheiro. analisar as alternativas:


a) e d) Erradas. As sentenças “a” e “d” contém uma
z Na linguagem simbólica: pergunta e uma exclamação, portanto não podem
ser proposições.
„ p ^ q; c) Errada. A sentença “c” também não pode ser pro-
„ p v q; posição, pois é uma sentença exclamativa.
„ p v q; e) Errada. Na letra “e” temos uma frase que não tem
„ p → q; verbo. Desta forma, também não é proposição.
„ p ⟷ q. Resposta: Letra B. 141
3. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca da lógica senten- P Q PVQ
cial, julgue o item que segue.
A lógica bivalente não obedece ao princípio da não
contradição, segundo o qual uma proposição não
assume simultaneamente valores lógicos distintos.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O nome “bivalente” quer dizer que só há 2 resultados


para uma proposição: verdadeiro ou falso. Sabendo 3º passo: Dispor os valores “V” e “F” na primeira
disso, a lógica bivalente obedece ao princípio da não coluna fazendo o agrupamento pela metade do núme-
contradição, segundo o qual uma proposição não ro de linhas da tabela.
assume simultaneamente valores lógicos distintos. Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas = (agrupamento da
Resposta: Errado. primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).

4. (FUNDATEC – 2019) A alternativa que apresenta uma P Q PVQ


proposição composta com a presença do conectivo
V
condicional é:
V
a) Paulo não está com febre, entretanto está desidratado. F
b) Algum paciente está com febre. F
c) Qual a temperatura do paciente do quarto?
d) Se Mario tem febre, então deve permanecer internado
por 48 horas. 4º passo: Preencher as demais colunas com agru-
e) Mário, você deve ser internado imediatamente! pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela meta-
de do agrupamento anterior.
Lembrando das exceções de proposições lógicas, Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima
percebemos que as letras B, C e E já podem ser des- será de 1 em 1).
consideradas. Sobrando as letras A e D. A nomencla-
tura condicional refere-se ao conectivo lógico “se..., P Q PVQ
então”. Na letra A temos uma conjunção (conectivo
e) disfarçado pela “virgula + entretanto”, portanto V V
descartamos. Resposta: Letra D. V F
F V
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que segue,
a respeito de lógica proposicional. F F
A sentença “No Livro dos Heróis da Pátria consta o
nome de Francisco José do Nascimento, o Dragão do Pronto! A nossa tabela já está montada, agora precisa-
Mar, por sua atuação como líder abolicionista no esta- mos aprender qual o resultado que teremos quando com-
do do Ceará.” é uma proposição simples. binamos os valores lógicos usando os conectivos lógico.
Número de linhas da tabela verdade:
( ) CERTO  ( ) ERRADO 2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
Vamos caminhar mais um pouco e aprender todas
“No Livro dos Heróis da Pátria consta o nome de as combinações lógicas possíveis para cada conectivo
Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar, lógico.
por sua atuação como líder abolicionista no estado
do Ceará” é uma proposição simples. Se a propo- Negação (~P)
sição possui uma única oração (único verbo) ela é
simples. Resposta: Certo. Uma proposição quando negada, recebe valores
lógicos opostos dos valores lógicos da proposição ori-
TABELA VERDADE ginal. O símbolo que iremos utilizar é ¬ p ou ~p.

Trata-se de uma tabela na qual conseguimos


apresentar todos os valores lógicos possíveis de uma P ~P
proposição. V F
F V
Números de Linhas de Tabela Verdade
Dupla Negação ~(~P)
Neste momento, vamos aprender a construir tabe-
las-verdade para proposições compostas.
A dupla negação nada mais é do que a própria pro-
1º passo: Contar a quantidade de proposições
posição. Isto é, ~(~P) = P
envolvidas no enunciado.
Exemplo: P v Q (temos duas proposições).
2º passo: Calcular a quantidade de linhas da tabela P ~P ~(~P)
usando a fórmula 2n = 2proposições (onde n é o número de V F V
proposições).
F V F
142 Exemplo: P v Q = 22 = 4 linhas.
Conectivo Conjunção “e” (^) Condicional falsa:
Vai Ficar Falsa
Só teremos uma resposta verdadeira quando todos VF=F
os valores lógicos envolvidos forem verdadeiros.
TAUTOLOGIA
P Q P^Q
É uma proposição cujo valor lógico é sempre
V V V
verdadeiro.
V F F Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautolo-
F V F gia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a
tabela-verdade.
F F F

Conectivo Disjunção “ou” (v) P ~P P V ~P


V F V
Teremos resposta verdadeira quando pelo menos
F V V
um dos valores lógicos envolvidos for verdadeiro.
Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma
P Q PVQ tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só
V V V possui V.
V F V
F V V P Q (P^Q) (PQ) (P^Q)→(PQ)
F F F V V V V V
V F F F V
Conectivo Disjunção Exclusiva “ou...ou” ( v )
F V F F V
Teremos resposta verdadeira quando os valores F F F V V
lógicos envolvidos forem diferentes.
CONTRADIÇÃO
P Q PVQ
É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
V V F Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradi-
V F V ção, pois o seu valor lógico é sempre F, conforme a
F V V tabela-verdade.
F F F
P ~P P ^ (~P)
Conectivo Bicondicional “se e somente se” () V F F
F V F
Teremos resposta verdadeira quando os valores
lógicos envolvidos forem iguais. CONTINGÊNCIA

P Q PQ Sempre que uma proposição composta recebe


valores lógicos falsos e verdadeiros, independente-
V V V
mente dos valores lógicos das proposições simples
V F F componentes, dizemos que a proposição em questão é
F V F uma contingência. Ou seja, quando a tabela-verdade
F F V apresenta, ao mesmo tempo, alguns valores verdadei-
ros e alguns falsos.
Exemplo: A proposição [P ^ (~Q)] v (P→~Q)] é uma
Conectivo Condicional “se...,então” (→)
contingência, conforme a tabela-verdade.
Especialmente nesse caso, vamos aprender quan-
do teremos o resultado falso, pois o conectivo con- P Q [P^(~Q)] (P→~Q) [P^(~Q)]V(P→~Q)
dicional só tem uma possibilidade de isso ocorrer. V V F F F
Somente teremos resposta falsa quando o valor lógico
V F V V V
MATEMÁTICA

do antecedente for verdadeiro e o consequente falso.


F V F V V
F F F V V
P Q P→Q
V V V z Tautologia: uma proposição que é sempre
V F F verdadeira;
F V V z Contradição: uma proposição que é sempre falsa;
z Contingência: uma proposição que pode assumir
F F V valores lógicos V e F, conforme o caso. 143
5. (VUNESP – 2018) Seja M a afirmação: “Marília gosta
EXERCÍCIOS COMENTADOS de dançar”. Seja J a afirmação “Jean gosta de estu-
dar”. Considere a composição dessas duas afirma-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca da lógica senten- ções: “Ou Marília gosta de dançar ou Jean gosta de
cial, julgue o item que segue. estudar”. A tabela-verdade que representa correta-
Se uma proposição na estrutura condicional — isto é, na mente os valores lógicos envolvidos nessa situação é:
forma P→Q, em que P e Q são proposições simples — for
falsa, então o precedente será, necessariamente, falso.
TABELA - VERDADE
( ) CERTO  ( ) ERRADO M J Ou M ou J
V V 1
Veja que P→Q foi considerado falso pelo enunciado V F 2
da questão. Assim na condicional para ser falso a F V 3
regra é que o Precedente (antecedente) seja verda- F F 4
deiro o seguinte (consequente) falso. Lembre-se da
dica: Vai Ficar Falso = V  F. Resposta: Errado. Os valores 1, 2, 3 e 4 da coluna “Ou M ou J” devem ser
preenchidos, correta e respectivamente, por:
2. (AOCP – 2019) Considere a proposição: “O contingen-
te de policiais aumenta ou o índice de criminalidade
a) V, F, V e F.
irá aumentar”. Nesse caso, a quantidade de linhas da
b) F, V, V e F.
tabela verdade é igual a
c) F, F, V e V.
a) 2. d) V, F, F e V.
b) 4. e) V, V, V e F.
c) 8.
d) 16. Veja que precisamos saber quando o resultado das
e) 32. combinações lógicas do conectivo “ou...ou” dá ver-
dade. Lembrando da nossa parte teórica, sempre
O número de linhas da tabela-verdade depende do que tivermos valores lógicos diferentes, o resultado
número de proposições e é calculado pela fórmula: será verdadeiro. Sabendo disso,
2ⁿ. Assim,
O contingente de policiais aumenta (1º proposição) M J Ou M ou J
O índice de criminalidade irá aumentar (2°
V V F
proposição)
22 = 4 linhas. Resposta: Letra B. V F V
F V V
3. (FUNDATEC – 2019) Trata-se de um exemplo de tauto- F F F
logia a proposição:
Resposta: Letra B.
a) Se dois é par então é verão em Gramado.
b) É verão em Gramado ou não é verão em Gramado. CONECTIVOS LÓGICOS
c) Maria é alta ou Pedro é alto.
d) É verão em Gramado se e somente se Maria é alta. Conceito
e) Maria não é alta e Pedro não é alto.
Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como
Você precisa guardar essa dica: A proposição que também podem ser chamados, servem para ligar duas
contiver uma afirmação com o conectivo ou mais a ou mais proposições simples e formar, assim, propo-
negação dessa mesma afirmação (ou vice-versa) será sições compostas.
sempre uma tautologia. Então, Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e cada
É verão em Gramado ou não é verão em Gramado. um tem sua nomenclatura e representação simbólica.
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu
Veja a tabela abaixo:
valor lógico é sempre “verdadeiro”. Resposta: Letra B.
Tabela de conectivos
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte
item, relativo à lógica proposicional e à lógica de
argumentação. CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
Se P e Q são proposições simples, então a proposição e Conjunção ^ peq
[P→Q]∧P é uma tautologia, isto é, independentemente
ou Disjunção v p ou q
dos valores lógicos V ou F atribuídos a P e Q, o valor
lógico de [P→Q]∧P será sempre V. Disjunção
ou...ou v Ou p ou q
exclusiva
( ) CERTO  ( ) ERRADO Condicional
se...,então → Se p, então q
(implicação)
Basta perceber que o conectivo em questão é o “E”
p se e
(Conjunção), que só é verdadeiro quando as duas se e Bicondicional
somente
são verdadeiras, sendo assim se P for falso, já irá somente se (bi-implicação)
se q
144 invalidar o argumento. Resposta: Errado.
z Conjunção (conectivo “e”): Sua representação z Conectivo “e” usando “mas”
simbólica é ^.
Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor;
Exemplo:
z Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
ambos”
„ Na linguagem natural: O macaco bebe leite e o
gato come banana; Exemplo: Baiano é corredor ou ele é nadador,
„ Na linguagem simbólica: p ^ q. mas não ambos;

z Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”): Sua repre- z Conectivo “Se então” usando “Desde que, Caso,
sentação simbólica é v. Basta, Quem, Todos, Qualquer, Toda vez que”

Exemplo: Exemplos:

Desde que faça sol, Pedrinho vai à praia.


„ Na linguagem natural: Maria é bailarina ou Caso você estude, irá passar no concurso.
Juliano é atleta; Basta Ana comer massas, e engordará.
„ Na linguagem simbólica: p v q. Quem joga bola é rápido.
Todos os médicos sabem operar.
z Disjunção Exclusiva (conectivo “ou...ou”): Sua Qualquer criança anda de bicicleta.
representação simbólica é: v. Toda vez que chove, não vou à praia.

Exemplo: Dica
„ Na linguagem natural: Ou o elefante corre rápi- Na condicional a 1° proposição é o termo ante-
do ou a raposa é lenta; cedente e a 2° é o termo consequente.
„ Na linguagem simbólica: p v q. PQ
P = antecedente
z Condicional (conectivos “se, então”): Sua repre- Q = consequente
sentação simbólica é →.

Exemplo:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
„ Na linguagem natural: Se estudar, então vai
passar; 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) As proposições P, Q e R a
„ Na linguagem simbólica: p → q. seguir referem-se a um ilícito penal envolvendo João,
Carlos, Paulo e Maria:
z Bicondicional (conectivo “se e somente se”): Sua P: “João e Carlos não são culpados”. Q: “Paulo não é
representação simbólica é ⟷. mentiroso”. R: “Maria é inocente”.
Considerando que ~X representa a negação da propo-
Exemplo: sição X, julgue o item a seguir.
A proposição “Se Paulo é mentiroso então Maria é
„ Na linguagem natural: Bino vai ao cinema se e culpada.” pode ser representada simbolicamente por
somente se ele receber dinheiro; (~Q)↔(~R).
„ Na linguagem simbólica: p⟷q.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
z Negação: Uma proposição quando negada, recebe
valores lógicos opostos dos valores lógicos da pro- Veja que temos uma proposição condicional (se
posição original. O símbolo que iremos utilizar é então) e a representação simbólica apresentada é de
¬p ou ~p. uma bicondional. Representação da condicional ().
Resposta: Errado.
Exemplos:
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o seguinte
p: O gato é amarelo. item, relativo à lógica proposicional e à lógica de
~p: O gato não é amarelo.
argumentação.
q: Raciocínio Lógico é difícil.
A proposição “A construção de portos deveria ser
~q: É falso que raciocínio lógico é difícil.
uma prioridade de governo, dado que o transporte
r: Maria chegou tarde em casa ontem.
~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em casa de cargas por vias marítimas é uma forma bastante
ontem. econômica de escoamento de mercadorias.” Pode ser
representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q
MATEMÁTICA

A negação além da forma convencional, pode ser são proposições simples adequadamente escolhidas.
escrita com as expressões abaixo:
( ) CERTO  ( ) ERRADO
É falso que ...
Não é verdade que... A representação simbólica apresentada para julgar-
mos é de uma conjunção. E na questão foi apresen-
Agora que já fomos apresentados aos conectivos tada uma proposição composta pela condicional na
lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera- forma “camuflada” dentro de uma relação de causa
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja: e consequência “ Dado que...”. Resposta: Errado. 145
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Considere as seguintes
proposições: P: O paciente receberá alta; Q: O paciente NOÇÕES DE CONJUNTOS
receberá medicação; R: O paciente receberá visitas.
Tendo como referência essas proposições, julgue o INTRODUÇÃO À TEORIA DE CONJUNTOS
item a seguir, considerando que a notação ~S significa
a negação da proposição S. Conjunto é uma reunião de elementos ou pessoas
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: Se que possuem a mesma característica, por exemplo,
numa festa pode haver o conjunto de pessoas que só
o paciente receber alta, então ele não receberá medi-
bebem cerveja ou o conjunto daquelas que só gostam
cação ou não receberá visitas. de músicas eletrônicas.
Representamos um conjunto da seguinte forma:
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Conjunto X
P: O paciente receberá alta;
~P: O paciente não receberá alta;
y
Q: O paciente receberá medicação;
R: O paciente receberá visitas.
A proposição ~P→[Q∨R] pode assim ser traduzida: x
Se o paciente NÃO receber alta, então ele receberá
medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado.
Podemos afirmar que no interior do círculo há
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item a seguir, a
todos os elementos que pertencem (compõem) ao con-
respeito de lógica proposicional. junto X, já na parte externa do círculo, estão todos os
A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida pelo elementos que não fazem parte de X, ou seja, “y” não
Estado é consequência da radicalização da sociedade pertence ao conjunto X.
civil em suas posições políticas.” pode ser corretamente
representada pela expressão lógica P→Q, em que P e Q
Dica
são proposições simples escolhidas adequadamente.
No gráfico acima podemos dizer que o elemento
( ) CERTO  ( ) ERRADO “x” pertence ao conjunto X e o elemento “y” não
pertence.
A vigilância dos cidadãos exercida pelo Estado é
(verbo de ligação) consequência da radicalização Matematicamente, usamos o símbolo Є para indi-
da sociedade civil em suas posições políticas. Temos car essa relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o ele-
apenas um verbo e por esse motivo é uma proposi- mento “y” não pertence ao conjunto X, onde usamos o
ção simples. símbolo ∉ para essa relação de não pertinência. Mate-
Cuidado com o uso da palavra consequência em maticamente: y ∉ X.
proposições como esta. Em determinadas situações,
de fato, teremos uma proposição condicional, senão Complemento de um conjunto
vejamos:
O complemento de X é o conjunto formado por
Passar (verbo no infinitivo) é consequência de estu-
todos os elementos do Universo e o elemento “y” faz
dar (verbo no infinitivo)
parte dele, claro que com exceção daqueles que estão
Nesse caso temos uma proposição composta pela
presentes em X. Representamos o complemento, ou
condicional. Resposta: Errado.
complementar, pelo símbolo XC. Podemos afirmar
que “y” não pertence a X, mas pertence ao conjunto
5. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Considerando os símbo- complementar de X: matematicamente: y Є XC.
los normalmente usados para representar os conecti-
vos lógicos, julgue o item seguinte, relativos a lógica Interpretando regiões e conhecendo a Interseção e
proposicional e à lógica de argumentação. Nesse sen- União de Conjuntos
tido, considere, ainda, que as proposições lógicas sim-
ples sejam representadas por letras maiúsculas. Uma outra situação é quando temos dois conjuntos
A sentença A fiscalização federal é imprescindível (X e Y), podemos representar da seguinte forma, no
para manter a qualidade tanto dos alimentos quanto geral:
dos medicamentos que a população consome pode
ser representada simbolicamente por P∧Q. X Y
( ) CERTO  ( ) ERRADO

Para ser proposição composta, haveria mais de um


verbo na frase, por isso, a frase em questão é con-
siderada uma proposição simples. Procure o verbo
na oração. a b c
A fiscalização federal é imprescindível para manter
a qualidade tanto dos alimentos quanto dos medica-
146 mentos que a população consome. Resposta: Certo. d
Interpretando os conjuntos mostrados, temos: X
O elemento “a” pertence apenas ao conjunto X,
pois ele está numa região que não tem contato com
o conjunto Y, já o elemento “c” faz parte somente ao
conjunto Y.
Perceba que o elemento “b” pertence aos dois con- Y
juntos, ou seja, faz parte da interseção entre os con-
juntos X e Y. A representação simbólica é feita por X ∩
Y. Como o elemento “b” faz parte dessa região, temos:
b Є (X ∩ Y) – o elemento “b” pertence à interseção
dos conjuntos X e Y.
Já o elemento “d” não faz parte de nenhum dos dois Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando temos
conjuntos. Logo, podemos dizer que “d” não pertence à a situação acima, podemos dizer que o conjunto Y
União entre os conjuntos X e Y. A união é a junção das está contido no conjunto X, representado matemati-
regiões dos dois conjuntos e é representada simbolica- camente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer ainda que o
mente por X ∪ Y. Assim, d ∉ (X ∪ Y) – o elemento “d” conjunto X contém o conjunto Y, representado mate-
não pertence à união entre os conjuntos X e Y. maticamente por X ⊃ Y.
Vamos analisar uma outra situação:

X Y Importante!
Entenda a diferença:
● Falamos que um elemento pertence ou não
pertence a um conjunto;
X–Y X∩Y Y–X ● Falamos que um conjunto está contido ou não
está contido em outro conjunto.

Representação de Conjunto usando Chaves


Nesta representação, podemos interpretar a região
Geralmente usamos letras maiúsculas para repre-
X – Y (diferença de conjuntos) como sendo a região
sentar os nomes de conjuntos, e minúsculas para
formada pelos elementos de X que não fazem parte do
representar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b, c,
conjunto Y. Veja o exemplo:
d} etc. Ainda podemos utilizar notações matemáticas
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} para representar os conjuntos. Veja o exemplo abaixo:
Y = {5, 6, 7, 9, 10}
A = {∀ x Є Z | x ≥ 0}
X – Y = basta tirar de X os elementos que estão nele
Podemos entender e fazer a leitura do conjunto
e também em Y, ou seja, X – Y = {2, 3, 4, 8}
acima da seguinte maneira: o conjunto A é compos-
to por todo x pertencente ao conjunto dos números
Já no caso da região Y – X, temos:
inteiros, tal que x é maior ou igual a zero.
Agora, veja um outro exemplo:
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Y = {5, 6, 7, 9, 10} B = {∃ x Є Z | x > 5}
Y – X = {9, 10}
Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto
Podemos falar, também, da região de interseção B existe x pertencente ao conjunto dos números intei-
dos conjuntos X ∩ Y. ros, tal que x é maior do que 5.
Agora vamos esquematizar todas as simbologias
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} para que você possa gravar mais facilmente e aplicar na
Y = {5, 6, 7, 9, 10} hora de resolver as questões. Observe a tabela a seguir:
X ∩ Y = {5, 6, 7}
SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO
E por fim, vamos identificar a união entre os
conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os Ex: X = {a,b,c} representa
elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os ele- {,} chaves o conjunto X composto
mentos presentes na interseção. Veja: por a, b e c
Significa que o conjunto
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} conjunto
{ } ou ∅ não tem elementos, é um
Y = {5, 6, 7, 9, 10} vazio
conjunto vazio
MATEMÁTICA

X ∪ Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
Significa “Para todo” ou
∀ para todo
“Para qualquer que seja”
Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está
Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos Indica relação de pertinên-
Є pertence
cia de elementos.
Em algumas situações, a intersecção entre os con- Indica relação de não per-
∉ não pertence
juntos X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exemplo. tinência de elementos.
Isso acontece quando todos os elementos de B são tam-
∃ existe Indica relação de existência.
bém elementos de A. Veja isso no gráfico a seguir: 147
SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO 3. Preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
Indica que não há relação
∄ não existe
de existência
Matemática Português
Indica que um conjunto
⊂ está contido está contido em outro
conjunto.
Indica que um conjunto
não está
⊄ não está contido em ou-
contido
tro conjunto
Indica que determinado 10
⊃ contém conjunto contém outro
conjunto
Indica que determinado
⊅ não contém conjunto não contém ou- 4. Preencha as demais informações no diagrama;
tro conjunto
Serve para fazer a ligação Matemática (20) Português (30)
entre a composição de um
| tal que
conjunto na “representa-
ção em chaves”
união de
A ∪ B Lê-se como “X união Y”.
conjuntos
interseção de Lê-se como “X intersec- 20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
A ∩ B
conjuntos ção Y”
diferença de Lê-se como “diferença de
A-B
conjuntos A com B”
5
Refere-se ao complemen-
XC complementar
to do conjunto X
Total = X
Diagrama de VENN 20 gostam de Matemática
30 gostam de Português
Vamos entender como se resolve questões que 10 gostam dos dois
envolvem Operações com Conjuntos se relacionan- 10 gostam apenas de Matemática
do. Acompanhe os exemplos a seguir e a maneira 20 gostam apenas de Português
como desenvolvemos suas resoluções:
5 não gostam de nenhuma
z Em uma sala de aula, 20 alunos gostam de Mate-
mática, 30 gostam de Português, e 10 gostam das 5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
duas matérias. Sabendo que 5 alunos não gostam tos envolvidos;
de nenhuma dessas duas matérias, quantos alunos
há nessa sala de aula? Matemática (20) Português (30)
Siga os passos abaixo:

1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama; 20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos.

Vamos à resolução:
5
1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas; 10+10+20+5 = X
X = 45 alunos é o total dessa sala.
Matemática Português Também seria possível resolver esse tipo de ques-
tão usando a seguinte fórmula:

n(X ∪ Y) = n(X) + n(Y) – n(X ∩ Y)

Esta fórmula nos diz que o número de elementos


da União entre os conjuntos X e Y (X ∪ Y) é dado pelo
número de elementos de X, somado ao número de ele-
mentos de Y, subtraído do número de elementos da
148 interseção (X ∩ Y). Aplicando no exemplo, temos:
Matemática (M) 4. Preencha as demais informações no diagrama;
Português (p)
André Bernardo
n(M ∪ P) = n(M) + n(P) – n(M ∩ P)
n(M ∪ P) = 20 + 30 – 10
n(M ∪ P) = 40

Temos 40 alunos que gostam de Matemática ou


Português (aqui já está incluso quem gostam das duas
matérias). Para finalizar a resolução, devemos apenas 0 12 0
somar os 5 alunos que não gostam das duas matérias.
Assim, 40 + 5 = 45 alunos no total dessa sala. 10
z Assim como nos problemas com 2 conjuntos, quando
9 4
nós tivermos 3 conjuntos será possível resolver o pro-
blema por meio de Diagramas de Venn ou por meio
de fórmula. Acompanhe a resolução do exemplo: 0 Carol

André, Bernardo e Carol ouviram certa quantida- 6


de de músicas. Nenhum deles gostou de seis músicas
e os três gostaram de dez músicas. Além disso, hou-
ve doze músicas que só André e Bernardo gostaram, Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabe-
nove músicas que só André e Carol gostaram e quatro mos que os três gostaram de dez músicas, depois
músicas que só Bernardo e Carol gostaram. Não houve preenchemos com as demais informações:
música alguma que somente um deles tenha gostado. 12 músicas que somente André e Bernardo gosta-
O número de músicas que eles ouviram foi? ram (na interseção entre os 2 apenas);
Siga os passos abaixo: 9 que somente André e Carol gostaram;
4 que somente Bernardo e Carol gostaram;
1. Identifique os conjuntos; 6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três
2. Represente em forma de diagramas; conjuntos).
3. Preencha as informações de dentro para fora (da Os “zeros” representam o fato de que não houve
interseção para as demais informações); música que somente um deles tenha gostado.
4. Preencha as demais informações no diagrama; Logo, vem a última etapa:
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos. 5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos;
Vamos à resolução:
Total = X
1. Identifique os conjuntos;
6+0+12+10+9+0+4+0=X
2. Represente em forma de diagramas;
X = 41 músicas
André Bernardo
Questões com três conjuntos podem ser resolvidos
usando a fórmula abaixo:

n(X ∪ Y ∪ Z) = n(X) + n(Y) + n(Z) – n(X ∩ Y) – n(X


∩ Z) – n(Y ∩ Z) + n(X ∩ Y ∩ Z)

Traduzindo a fórmula:
Total de elementos da união = soma dos conjuntos
– interseções dois a dois + interseção dos três
Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que
aprendemos, não é mesmo? Vamos praticar!
Carol

3. Preencha as informações de dentro para fora (da EXERCÍCIOS COMENTADOS


interseção para as demais informações);
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Determinado porto rece-
André Bernardo
beu um grande carregamento de frango congelado,
carne suína congelada e carne bovina congelada, para
exportação. Esses produtos foram distribuídos em
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
MATEMÁTICA

foi carregado com os três produtos; 300 contêineres


foram carregados com carne bovina; 450, com carne
10 suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética,
250 contêineres foram carregados somente com car-
Carol ne suína.

( ) CERTO  ( ) ERRADO 149


Vamos extrair as informações e colocar dentro dos 3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Determinado porto rece-
diagramas: beu um grande carregamento de frango congelado,
800 contêineres distribuição; carne suína congelada e carne bovina congelada, para
0 contêineres com os 3 produtos; exportação. Esses produtos foram distribuídos em
300 contêineres carne bovina; 800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
450 contêineres carne suína; foi carregado com os três produtos; 300 contêineres
100 contêineres com frango e carne bovina; foram carregados com carne bovina; 450, com carne
150 contêineres com carne suína e carne bovina; suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
100 contêineres com frango e carne suína. suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
Nessa situação hipotética,
400 contêineres continham frango congelado.
Bovina Frango
( ) CERTO  ( ) ERRADO
50 100 X
Com as informações colocadas nos diagramas na
questão anterior, podemos somar todas as informa-
ções que não possuem contato com o conjunto de
0 frango e subtrair do total. Veja:
50 (só bovinos);
150 100 150 (bovinos e suínos);
200 (só suínos).
Somando tudo isso, teremos 400 contêineres com
200 Suína
outras carnes, o que sobrou do total será a resposta
para a questão.
800-400= 400 contêineres contêm franco. (Lembre-se, a
banca não perguntou somente frango). Logo, 400 con-
Veja que apenas 200 contêineres foram carregados
têineres continham frango congelado. Resposta: Certo.
somente com carne suína. Resposta: Errado.
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um aeroporto, 30
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Determinado porto rece-
beu um grande carregamento de frango congelado, passageiros que desembarcaram de determinado
carne suína congelada e carne bovina congelada, para voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais
exportação. Esses produtos foram distribuídos em ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner para ser examinados. Constatou-se que exatamente
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres 25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
foram carregados com carne bovina; 450, com carne em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína. Com referência a essa situação hipotética, julgue os
Nessa situação hipotética, itens que se seguem
50 contêineres foram carregados somente com carne Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15
bovina. estiveram em A.

( ) CERTO  ( ) ERRADO ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Vamos extrair as informações e colocar dentro dos Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram apenas
diagramas: em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti-
800 contêineres distribuição; veram apenas em C. Veja ainda que 6 passageiros
0 contêineres com os 3 produtos; estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram
300 contêineres carne bovina; somente em um desses dois países. Logo,
450 contêineres carne suína;
100 contêineres com frango e carne bovina;
A B
150 contêineres com carne suína e carne bovina;
100 contêineres com frango e carne suína.

Bovina Frango
X 6 25 – 6 – x =
50 100 X
19 – x

150 100

200 Suína C 5

Veja que exatamente 50 contêineres foram carrega-


150 dos somente com carne bovina. Resposta: Certo.
Sabemos que o número de pessoas que estiveram em Para toda distância percorrida nesta tabela, existe
B é dado pela soma 6 + (19 – X). Ou seja, um único correspondente de valor pago por corrida.
11 = 6 + (19 – X) Um matemático diria que o valor pago na corrida de
11 = 25 – X taxi está em função da distância percorrida. Se cha-
X = 25 – 11 marmos D de distância e VP de valor pago, pode-se
X = 14 escrever então a fórmula que represente essa função:
Logo, as pessoas que estiveram em A são X + 6 = 14 VP = 2D + 5, onde as duas letras na fórmula são as
+ 6 = 20. Resposta: Certo. variáveis, tendo VP variando de acordo com a varia-
ção de D, isto é, VP está em função de D. A fórmula da
5. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Situação hipotética: A função permite escrever a sua correspondente Tabe-
ANVISA realizará inspeções em estabelecimentos la, bastando substituir os valores D e obter seus res-
comerciais que são classificados como Bar ou Res- pectivos VP. Podemos dizer ainda, que o valor fixo na
taurante e naqueles que são considerados ao mesmo fórmula (cinco) seria o valor da bandeira.
tempo Bar e Restaurante. Sabe-se que, ao todo, são 96 Definição: Uma relação 𝑓 de um conjunto A em
estabelecimentos a serem visitados, dos quais 49 são um conjunto B, ou uma função 𝑓 de A em B, que é
classificados como Bar e 60 são classificados como denotado por 𝑓: A → B, e apresenta a seguinte pro-
Restaurante. Assertiva: Nessa situação, há mais de 15 priedade: ⩝x ϵ A, existe um único y ϵ B tal que (x,
estabelecimentos que são classificados como Bar e y) ϵ 𝑓.
como Restaurante ao mesmo tempo. Na figura abaixo, observa-se que as relações 𝑓 e g
não são funções, pois para 𝑓 nem todo elemento de A
( ) CERTO  ( ) ERRADO tem um respectivo em B. Já para a relação g, não se
tem todo elemento de A com um único respectivo em
B. A relação h: esta sim é uma função, visto que para
Extraindo os dados:
todo elemento de A existe um único respectivo em B,
total: 96;
bar: 49; A f B
restaurante: 60.
Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total de
96, porque estamos contando 2x vezes os estabeleci-
mentos que estão na interseção. Logo, descontamos
o que passou do total. 109 - 96 = 13 estabelecimentos
que são classificados como Bar e como Restaurante
ao mesmo tempo. Resposta: Errado.

A g B

RELAÇÕES E FUNÇÕES, FUNÇÕES


POLINOMIAIS,FUNÇÕES
EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS
INTRODUÇÃO E DEFINIÇÕES, RELAÇÕES E
FUNÇÕES
A
O conceito de função é um dos mais importantes H B
em toda a matemática. Essa teoria aparece em mui-
tos momentos do nosso cotidiano e seu uso pode ser
encontrado em diversos assuntos, como por exemplo,
qual seria o preço a ser pago numa conta de luz que
depende da quantidade de energia consumida? Ou será
que a temperatura influencia o aumento de vendas de
sorvete? E assim, o seu estudo se torna apropriado para
que sua aplicação ajude na resolução de problemas. Geralmente existe uma expressão y = 𝑓 (x) que
Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de expressa todos os elementos da relação, assim, para
representar uma função 𝑓, de A em B, segundo uma
associação entre eles, que faça corresponder a todo
lei de formação, tem-se:
elemento do primeiro conjunto um único elemento do
segundo, ocorre uma função, ou dizemos que um está
𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 𝑓 (x)} ou
MATEMÁTICA

em função do outro. Podemos representar uma função


𝑓: A → B
de duas maneiras, tabela ou fórmula. Abaixo segue
x ↦ 𝑓(x)
uma tabela que relaciona dois conjuntos, distância per-
corrida e valor pago em uma corrida de taxi:
Por exemplo, a função 𝑓, que associa a cada núme-
ro real x ao número 2x é expressa da seguinte forma:
DISTÂNCIA PERCORRIDA
10 15 20 25
(KM) 𝑓 = {(x, y) | x ϵ A, y ϵ B e y = 2x} ou
𝑓: A → B
VALOR PAGO (R$) 25 35 45 55
x ↦ 2x 151
Domínio, Contra Domínio e Imagem da função Funções Injetoras, Sobrejetoras e Bijetoras

O domínio (D) de uma função é sempre o próprio As Funções Injetoras são funções tais que os dis-
conjunto de partida, ou seja, é formado por todos os
tintos elementos do domínio se relacionam com dis-
possíveis elementos do conjunto A (D=A) e nos gráficos
são os valores que a abscissa (eixo x) pode assumir. O tintos elementos da imagem, ou seja, dois elementos
contra domínio (CD=B) é o conjunto de chegada, for- do domínio não podem ter a mesma imagem (Figura
mado por todos os elementos do conjunto B e são for- a). Uma função 𝑓: ℝ → ℝ dada por 𝑓(x) = 4x é injetora,
mados por todos os valores que as ordenadas (eixo y)
visto que para x1 ≠ x2tem-se 4x1 ≠ 4x2, logo, 𝑓 (x1) ≠ 𝑓
podem assumir. A imagem (Im) é formada por todos os
elementos do contra domínio que se relacionam com (x2).
algum elemento do domínio. Assim, quando todo ele- a) Diagrama para funções injetoras
mento x ϵ A está associado a um elemento y ϵ B, dize-
mos que y é a imagem de x, e denotamos por y = 𝑓(x).
Seja uma função 𝑓: ℕ → ℕ, ou seja, com domínio
e contra domínio nos naturais, definida por y = 𝑓(x)
= x + 2. Seu conjunto imagem é formado por meio da
substituição dos valores de x = {0, 1, 2, 3, 4, ...}, perten-
cente aos ℕ, em y = 𝑓(x), então para x = 1 → y = 𝑓(1) = 1
+ 2 = 3, e assim sucessivamente, de modo geral, a Im(
𝑓) = x + 2.

Importante!
b) Diagrama para funções sobrejetoras
Se tivermos um elemento do conjunto de parti-
da (A) do qual não tem seu respectivo valor em
relação ao conjunto (B), então essa relação não
é função.

O domínio é um subconjunto dos ℝ no qual todas


as operações indicadas em y = 𝑓(x) são possíveis. Para
a função abaixo qual seria seu domínio?

√x – 2
𝑓(x) = c) Diagrama para funções bijetoras
√3 – x

Assim, o domínio são todos valores possíveis para


x tal que y = 𝑓(x) exista nos reais. Tem-se duas restri-
ções na função, a primeira que não existe raiz quadra-
da negativa e que o denominador não seja nulo. Para
isso faremos:
x – 2 ≥ 0 → x ≥ 2 e 3 – x > 0 → x < 3, note que a
desigualdade do denominador exclui o zero. Assim, a
intersecção dessas duas condições é 2 ≤ x < 3. Logo, o
domínio é D = {x ϵ R| 2 ≤ x < 3}.

As Funções Sobrejetoras são funções nas quais o


seu conjunto imagem (Im) é igual ao contra domínio
(CD), isto é, Im=CD=B (Figura b). Em funções que acon-
teçam as duas situações ao mesmo tempo, ou seja, a
função é Injetora e Sobrejetora, então dizemos que ela
é uma Função Bijetora (Figura c).

Funções Pares e Ímpares

Uma função é dita par se, e somente se, 𝑓(x) =


𝑓(–x), para todo x ∊ D, ou seja, valores simétricos de x
devem ter a mesma imagem em y. Por outro lado, se a
função for definida por 𝑓(–x) = – 𝑓(x), então dizemos a

Diagrama A e B, em relação ao domínio (D), contra domínio (CD) e


função é ímpar. Seja 𝑓:A→B, os diagramas para fun-
152 imagem (Im). ções par e ímpar seguem na Figura 6.
a) Diagramas para funções pares Se 𝑓(x) = 2x então, 𝑓[g(x)] = 2g(x), como temos tam-
bém que 𝑓[g(x)] = x + 3, logo:

x+3
𝑓[g(x)] = 2g(x) = x + 3 → g(x) =
2

Relações entre Funções

A igualdade entre duas funções, é uma relação


entre funções definida da seguinte forma: sejam as
funções 𝑓: A → B e g: C → D, são funções iguais se, e
somente se, A = C e B = D e 𝑓(x) = g(x) para todo x ∊ A.
Assim, sendo A = {1, 2, 3} e B = {–2, –1, 0, 1, 2} e as
funções de A em B definidas por:

x2 – 1
𝑓(x) = x – 1 e g(x) =
x+1
Assim, para o domínio A = {1, 2, 3} tem-se:

𝑓(1) = 1 – 1 = 0
𝑓(2) = 2 – 1 = 1
𝑓(3) = 3 – 1 = 2

Diagramas para funções par (a) e ímpar (b).


e

Funções de x (𝑓(x) = xn), definidas em 𝑓 : ℝ → ℝ, 12 – 1


com potências pares são funções pares e com potên- g(1) = =0
cias ímpares são funções ímpares, por exemplo, 𝑓(x) 1+1
= x2 ou 𝑓(x) = x4 são pares e 𝑓(x) = x3 ou 𝑓(x) = x5 são
ímpares, visto que, 𝑓(x) = x2 = (–x)2 = 𝑓(–x) e 𝑓(–x) = (–x)3 22 – 1
= –x3 = –𝑓(x). g(2) = =1
Observando o gráfico de uma função par notamos 2+1
que ela é simétrica em relação ao eixo das ordenadas
(eixo y). 32 – 1
Já a função ímpar é simétrica em relação a origem g(3) = =2
3+1
((x, y) = (0, 0))

Funções Periódicas e Compostas Como 𝑓(1) = g(1); 𝑓(2) = g(2); 𝑓(3) = g(3) para todo x
∊ A, temos que as funções são iguais.
Funções periódicas a grosso modo são funções Podemos ter outras relações entre funções, como
especiais de fácil identificação visual ou gráfica, nas a soma de duas funções 𝑓 e g definida por:
quais se observa uma característica de repetição do (𝑓 + g) (x) = 𝑓 (x) + g(x).
decorrer da curva em intervalos subsequentes.
Uma função 𝑓 : ℝ → ℝ é dita periódica de tempo T, A diferença entre funções, definida por:
se existe uma constante positiva T tal que 𝑓(x) = 𝑓(x + (𝑓 – g) (x) = 𝑓 (x) – g(x).
T) para todo x ϵ ℝ. Assim, se 𝑓 é periódica de período
T, então, 𝑓 também é periódica de período nT, onde O produto entre funções:
n ϵ ℕ, 𝑓(x) = 𝑓(x + T) = 𝑓(x + 2T) = ... = 𝑓(x + nT). Por (𝑓 · g) (x) = 𝑓 (x) · g(x).
exemplo, funções trigonométricas 𝑓(x) =sen(x) e g(x) =
cos(x), são funções periódicas de período T =2π.
E o quociente entre funções:
Para que uma função composta 𝑓 com g exista,
cada uma delas 𝑓 e g devem ser funções dentro do (𝑓 / g) (x) = 𝑓 (x) / g(x), g(x) ≠ 0.
domínio e contra domínio definidos, ou seja, 𝑓: A → B
e g: B → C. Então, para todo x ϵ A temos um único y ϵ Em cada uma das operações anteriores o domínio
B tal que y = 𝑓(x) e para todo y ϵ B tem-se um único z da função resultante consiste naqueles valores de x
ϵ C tal que z = 𝑓(y), logo, existe uma função h: A → C, que estão no domínio de cada uma das funções 𝑓 e g,
definida por h(x) = z. Pode-se ainda indicá-la como 𝑓οg sendo que quando tivermos o quociente existe a neces-
MATEMÁTICA

ou h(x) = 𝑓[g(x)]. sidade do denominador ser não nulo e algumas outras


Assim, sejam as funções 𝑓(x) = x2 + 2 e g(x) = 3x. A funções também podem ter restrições específicas,
composta de 𝑓οg é dada por 𝑓[g(x)] = 𝑓[3x] = (3x)2 + 2 como por exemplo, a função raiz quadrada que precisa
= 9x2 +2. ser positiva. Logo, o domínio do resultado delas deve
Já a composta de gο𝑓 seria: g[𝑓 (x) ] = g[(x2 +2)] = satisfazer as duas funções ao mesmo tempo.
3(x + 2) = 3x2 + 2.
2
Supondo duas funções 𝑓(x) = √x + 1 e g(x) = √x – 4 , os
Podemos ainda, conhecendo a composta gο𝑓, vol- domínios delas são D𝑓 = [–1, +∞[ e Dg = [4, +∞[, notem
tar para as funções individuais, 𝑓 e g. Supondo 𝑓(x) = que raiz quadrada pode assumir somente valores
2x e 𝑓[g(x)] = x + 3, qual será a função g(x)? positivos incluindo o zero. 153
Se fizermos o quociente delas, teremos: Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita fun-
ção crescente em um intervalo, se para dois valores
quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao intervalo, se x1 <
√x + 1
(𝑓/g)(x) = x2então 𝑓(x1) < 𝑓(x2). Ou seja, aumentando os valores de
√x – 4 x os valores de y também aumentam (Figura 9a).
Uma função y = 𝑓(x) = 3x é uma função crescente
nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → 3x1 < 3x2 para
O domínio da função quociente é D𝑓/g = ]4, +∞[, pois
todo {x1, x2} ∊ ℝ.
nesse caso o denominador não pode ser nulo.
Uma função 𝑓: A → B definida por y = 𝑓(x) é dita
função decrescente em um intervalo, se para dois
RAIZ DE UMA FUNÇÃO valores quaisquer de x1 e x2, pertencentes ao interva-
lo, se x1 < x2 então 𝑓(x1) > 𝑓(x2). Ou seja, aumentando
Raiz, ou raízes de uma função, são também conhe- os valores de x os valores de y diminuem (Figura 9b).
cidas como zero da função, ou seja, é quando o valor Uma função y = 𝑓(x) = –3x é uma função decres-
de x tenha imagem, y em zero ou nula, isto é, y = 𝑓(x) cente nos ℝ, visto que para qualquer x1 < x2 → –3x1 >
= 0. –3x2 para todo {x1, x2} ∊ ℝ.
Assim, para determinar a raiz da função y = 2x – 1,
basta igualar tal função a zero e isolar o valor de x, logo:

1
y = 2x – 1 = 0 → 2x = 1 → x =
2

É raiz da função y = 2x – 1 e o ponto no plano car- a) b)


tesiano será:
Figura 9. Exemplos de funções crescente (a) e decrescente (b).
1
(x, y) = ,0 FUNÇÃO DEFINIDA POR MAIS DE UMA SENTENÇA
2
Funções definidas por mais de uma sentença
FUNÇÃO CONSTANTE, CRESCENTE E são funções em que cada subdomínio tem uma função
DECRESCENTE associada a ela e a união desses subdomínios forma
o domínio da função original 𝑓(x). Com isso, conse-
Uma relação 𝑓: ℝ → ℝ recebe a denominação de guimos construir o gráfico das funções 𝑓(x) em cada
função constante quando a cada elemento de x ∊ ℝ subdomínio, Figura 10, dois exemplos de funções com
associa-se sempre o mesmo elemento c ∊ ℝ, ou seja, mais de uma sentença e diferentes subdomínios.

{
y = 𝑓(x) = c. O gráfico da função constante é uma reta
paralela ao eixo das abcissas (eixo x) passando pelo –x + 1, se x < –2
ponto (x, y) = (0, c), figura a seguir, assim o conjunto
Imagem (Im) de 𝑓 é Im = {c}. a) 𝑓(x) = x2 – 1, se – 2 ≤ x ≤ 1
–x + 1, se x > 1

(Figura 10a);

Função constante 𝑓(x) = c.


b) 𝑓(x) = { –x2 + 1, se x < 1
(x – 2)2 – 1, se x ≥ 1

Assim, temos exemplos de funções constantes (Figura 10b).


como mostra a figura a seguir.

y=4 y=–2

154 Exemplos de funções constante. (Figura 10a)


(Figura 10b)

FUNÇÃO INVERSA E SEU GRÁFICO

Uma função 𝑓: A → B, bijetora de A em B, ou seja,


distintos elementos do domínio (A) se relacionam com
distintos elementos da imagem (Im) e a Im=CD=B, a
relação inversa de 𝑓 é uma função de 𝑓: B → A, que
denominamos de função inversa e denotada por 𝑓 -1.
Seja uma função 𝑓:A→B, com A = {1, 2, 3, 4} e B = {1,
3, 5, 7}, definida por 𝑓(x) = 2x – 1, 𝑓 = {(1, 1), (2, 3), (3,
5), (4, 7)}. Temos que 𝑓 é bijetora visto que D𝑓 = A e a
Im𝑓 = B. A função inversa de 𝑓 também é uma função
bijetora, visto que para todo y ∊ B existe um único x ∊
A tal que 𝑓–1 = {(y, x) | (x, y) ∊ 𝑓}, onde 𝑓–1 = {(1, 1) | (3,
2), (5, 3), (7, 4)} D𝑓–1 = B e Im𝑓–1 = A. Logo, a sentença da
função inversa de 𝑓 é definida por:

{
y+1
𝑓(x) = y = 2x – 1 → 2x = y + 1 → x =
2
Figura 11. Funções (a) 𝑓(x) = 2x – 1, (b) 𝑓–1(x) = (x + 1)/2 e (c) as
duas funções mais a bissetriz em pontilhado.
Logo, se 𝑓 = {(x, y) ∊ A × B | y = 2x – 1}, então:
FUNÇÃO LINEAR, AFIM E QUADRÁTICA

𝑓–1 = { (y, x) ∊ B × A | x =
y+1
2
Função Linear e Afim

A Função Linear é uma aplicação de ℝ → ℝ quan-


do cada elemento x ∊ ℝ associa o elemento ax ∊ ℝ com
O domínio da f é A que é a imagem de f –1, já o a ≠ 0 e constante real, ou seja, 𝑓(x) = ax. a ≠ 0.
domínio de f–1 é B que é a imagem da f. O gráfico da função linear é uma reta que passa
Na Figura 11, vemos os gráficos das funções 𝑓 e 𝑓 -1 pela origem e liga os pontos (x, y) = (x, ax) no plano
cartesiano (Figura 12).
acima, percebemos pela Figura 11c que eles são simé-
tricos em relação a bissetriz nos quadrantes ímpares
do plano cartesiano. Para construir o gráfico basta
plotar os pontos (x, y) ou (y, x) das duas funções no
plano cartesiano e traçar uma reta.
MATEMÁTICA

Figura 12. Gráfico da Função Linear 𝑓(x) = 2x e o ponto (x, y) = (2, 4).

A aplicação de ℝ → ℝ, quando cada x ∊ ℝ estiver


associado ao elemento (ax + b) ∊ ℝ com a ≠ 0, a e b
constante real, recebe o nome de Função Afim, ou
seja, 𝑓(x) = ax + b; a ≠ 0, onde a é conhecido como coe-
ficiente angular e b como coeficiente linear. 155
O gráfico para a função afim, 𝑓(x) = ax + b, também
é uma reta, onde o coeficiente angular indica a incli-
nação da reta e o coeficiente linear indica o local em
que a reta corta o eixo das ordenadas (eixo y). Seja a
função afim, 𝑓(x) = 2x + 1, (x, y) = (0, 1) é o ponto onde a
reta corta o eixo y, com mais um ponto pode-se traçar
a reta que representa a função 𝑓(x). Assim, para x = 1
→ y = 3, ou seja, o ponto (x, y) = (1, 3), seu gráfico segue
na Figura 13.
Assim colocando esses resultados sobre o eixo x
e adicionando os sinais vemos em quais intervalos
Importante! estão os sinais positivos e negativos da função.
2º caso: a < 0 (decrescente):
Uma função afim, 𝑓(x) = ax + b, quando b = 0 ,
transforma-se na função linear, 𝑓(x) = ax, assim,
dizemos que uma função linear é um caso parti- b
cular da função afim.
üü =ℵℵ=
üüü
𝑓(x) ax + b > 0 → x < – ;
a

b
üü =ℵℵ=
üüü
𝑓(x) ax + b < 0 → x > – ;
a

Figura 13. Gráfico da Função Afim 𝑓(x) = 2x + 1 e o ponto (x, y) = (1, 3).
Seja a função 𝑓(x) = 2x + 1, sua raiz é dada por:
Uma Função Afim é crescente sempre que o coe-
ficiente angular for positivo e decrescente quando o 1
2x + 1 = 0 → x = –
mesmo for negativo. 2

Sinal da Função Afim Como o coeficiente angular é positivo (a = 2 > 0),


então o estudo de sinal de 𝑓(x) será:
O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida
1
por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos x >üü
üüü – ℵℵ=
→ 𝑓(x) > 0
2
𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, com x ∊ D𝑓 .
Inicialmente, identificamos onde a função é igual 1
x <üü
üüü – ℵℵ=
→ 𝑓(x) < 0
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x). 2
Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função afim temos
a raiz sendo:

b
𝑓(x) = ax + b = 0 → x = –
a

Agora, teremos dois casos para estudo do sinal da


função afim, um quando o coeficiente angular é posi-
tivo (a > 0) outro quando é negativo (a < 0):
1º caso: a > 0 (crescente): Inequações produto e quociente para Função Afim

Sejam as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações produ-


b to delas são dadas por:
üü= ax
üüü
𝑓(x) ℵℵ=+b>0→x>– ; 𝑓(x) · g(x) > 0 ou 𝑓(x) · g(x) < 0 ou 𝑓(x) · g(x) ≥ 0 ou
a 𝑓(x) · g(x) ≤ 0
b De acordo com a regra de sinais do produto de
üü= ax
üüü
𝑓(x) ℵℵ=+b<0→x<– ; números reais, temos que (+ × + = +); (– × – = +); (+ × –
156 a = –), assim, um conjunto solução (S) para uma dessas
inequações pode ser encontrado da seguinte forma, De acordo com a regra de sinais do quociente de
seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o produto números reais, temos que (+ ÷ + = +); (– ÷ – = +); (+
ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou ÷ – = –) e lembrando que o denominador da fração
𝑓(x) < 0 e g(x) < 0. não pode ser nulo, assim, um conjunto solução (S)
Assim, para 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
para uma dessas inequações pode ser encontrado da
ção S1 para a 𝑓(x) > 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
chegando na solução geral S1 ⌒ S2. seguinte forma, seja a inequação quociente:
Depois para 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
ção S3 para a 𝑓(x) < 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
𝑓(x)
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 . ≥0
Por fim, a solução para a inequação produto, 𝑓(x) · g(x)
g(x) > 0, é dada pela união das soluções anteriores,S =
{S1 ⌒ S2} ◡ { S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
Para o produto ser positivo temos duas situações:
inequações produto.
Tomemos como exemplo a inequação produto (x + 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0.
2) (3x – 1) > 0, ou seja, 𝑓(x) · g(x) > 0 → 𝑓(x) = x + 2 e g(x) Assim, para 𝑓(x) ≥ 0 e g(x) > 0 encontramos a solu-
= 3x – 1, seguindo os dois passos acima temos: ção S1 para a 𝑓(x) ≥ 0 e a solução S2 para a g(x) > 0,
chegando na solução geral S1 ⌒ S2.
Depois para 𝑓(x) ≤ 0 e g(x) < 0 encontramos a solu-
xüü
+ 2 ℵℵ=
üüü >0→x>–2
ção S3 para a 𝑓(x) ≤ 0 e a solução S4 para a g(x) < 0,
chegando na solução geral S3 ⌒ S4 .
1
Por fim, a solução para a inequação quociente:
3xüü
üüü– 1 ℵℵ=
>0→x>
3
𝑓(x)
≥0
g(x)

É dada pela união das soluções anteriores, S = {S1


⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4}. Raciocínio análogo para as outras
inequações quocientes.
Logo, a solução para esse primeiro caso é: Tomemos como exemplo a inequação quociente:

{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|x>
1
{ (x + 2)
≥1
3 (3X – 1)

Ou seja,
x üü
+ 2 <ℵℵ=
üüü 0→x<–2

1
(x + 2) (x + 2) (–2x + 3
3xüü
üüü 0→x<
– 1 <ℵℵ= ≥1→ –1≥0→ ≥0
3 (3x – 1) 3x – 1 (3x – 1

Assim temos:

𝑓(x)
> 0 → 𝑓(x) = – 2x + 3 e g(x) = 3x – 1
g(x)

Logo, a solução para esse segundo caso é S3 ⌒ S4 = Seguindo os dois passos acima temos:
{x ∊ ℜ | x < – 2}. Assim, o conjunto solução para inequa-
ção produto (x + 2) (3x – 1) > 0 é:
3
– üü
üüü
2x + 3ℵℵ=
≥0→x –≤

{
S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} = x ∊ ℜ | x < –2 ou x >
1
{ 1
2
MATEMÁTICA

3 3xüü
üüü– 1 >ℵℵ=
0→x>
3

Seja as funções 𝑓(x) e g(x), as inequações quocien-


tes delas são dadas por:

𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x) 𝑓(x)


> 0 ou < 0 ou ≥ 0 ou ≤0
g(x) g(x) g(x) g(x) 157
Logo, a solução para esse primeiro caso é: 3 1
(xv, yv) = ,–

{
S1 ⌒ S2= x∊ℜ|
1
<x≤
3
{ 2 4

3 2 Logo seu gráfico segue na Figura 14.

3
– üü
üüü
2x +ℵℵ=
3≤0→x –≥
2

1
üü
üüü
3x –ℵℵ=
1<0→x<
3

Logo, a solução para esse segundo caso é {S3 ⌒


S4} = {∅}. Assim, o conjunto solução para inequação
quociente: Figura 14. Gráfico da Função Quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2 com
(x v, y v = ^ 2 , – h e raízes (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
3 1
vértice: 4
(x + 2) As raízes ou zeros da função quadrática são os valores de x tal que a
≥1 𝑓(x) = ax2 + bx + c = 0.
(3x – 1)
Pela forma canônica tem-se que a função 𝑓(x) = ax2
é: + bx + c pode ser escrita da seguinte forma:

{ [ ]
2

S = {S1 ⌒ S2} ◡ {S3 ⌒ S4} =


x∊ 1
<x≤
3
{ 𝑓(x) = a x+
b

ℜ| 2a 4a2
3 2

Sendo ∆ = b2 – 4ac, o discriminante, igualando essa


Quando se está trabalhando algebricamente com função canônica a zero chegamos nos valores das
uma inequação e no momento que se tem a necessida- raízes:
de de multiplicar por -1 ambos os lados para isolar x,
(–1) · – x ≤ – 3/2 · (–1) , não esqueça de também inver-
– b ± √∆
ter o sinal da inequação, ficando nesse caso, x ≥ 3/2 . x=
2a
Funções Quadráticas
Usando essa fórmula chegamos nas raízes da fun-
A Função Quadrática ou do 2º grau é uma apli- ção quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2:
cação de ℝ → ℝ quando cada elemento x ∊ ℝ associa
o elemento (ax2 + bx + c) ∊ ℝ com a ≠ 0, ou seja, 𝑓(x) = ∆ = b2 – 4ac = (–3)2 – 4 · 1 · 2 = 9 – 8 = 1,
ax2 + bx + c; a ≠ 0 e a, b, c ∊ ℜ. Um exemplo de função
quadrática, 𝑓(x) = x2 – 3x + 2; a = 1, b = –3, c = 2. – (–3) – √1 3–1
O gráfico para a função quadrática, 𝑓(x) = ax2 + x1 = = =2
bx + c, é uma parábola, assim para sua construção é 2·1 2
necessário mais que dois pontos, diferente do visto
– (–3) + √1 3+1
anterior na construção da reta. Inicialmente encon- x2 = = =2
tra-se os zeros ou raízes da função, o vértice e o pon- 2·1 2
to de encontro com o eixo y. São três coeficientes na
função quadrática, a, b e c. O primeiro (a) indica se a Assim, as raízes para a função quadrática são: (x1,
concavidade da parábola está voltada para cima (a > y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0).
0) ou para baixo (a < 0), já o terceiro (c) indica onde a
parábola corta o eixo das ordenadas (eixo y), ou seja, Quando o valor de delta é negativo (∆ < 0) não
quando x = 0 ou y = c. Seja a função quadrática, 𝑓(x) temos raízes reais, pois raiz quadrada de um núme-
= x2 – 3x + 2, (x, y) = (0, 2) é o ponto onde a parábola ro negativo é um número complexo. Quando o delta
corta o eixo y, com mais alguns pontos pode-se traçar é igual a zero (∆ = 0) as duas raízes são iguais, ou seja,
a parábola que representa a função 𝑓(x). Assim, as raí- teremos uma função quadrática de raiz unitária. Já
zes da função são y = 0 → x1 = 1; x2 = 2, ou seja, o ponto para delta positivo (∆ > 0) teremos então a situação de
158 (x1, y) = (1, 0); (x2, y) = (2, 0) e o vértice dado pelo ponto: duas raízes reais.
Sinal da Função Quadrática

O estudo do sinal de uma função 𝑓: A → B definida


por y = 𝑓(x), é encontrar para quais valores de x temos
𝑓(x) > 0, 𝑓(x) < 0 ou 𝑓(x) = 0, x ∊ D𝑓 com.
Inicialmente, identificamos onde a função é igual
a zero, ou seja, encontramos a raiz da função y = 𝑓(x). Logo no estudo do sinal da função quadrática 𝑓(x)
Para isso fazemos y = 𝑓(x) = 0, para função quadrática = x2 – 3x + 2, temos que a = 1 > 0 e calculamos o valor
vimos que as raízes são: do delta, ∆ = 1 > 0, e das raízes, x1 1 = e x2 = 2. Assim,
concluímos para o estudo de sinal:
– b ± √∆
x=
2a üü> 0,
üüü
𝑓(x) ℵℵ={x ∊ ℜ | x < 1 ou x > 2}

Com ∆ = b2 – 4ac. a>0→


Agora, teremos os casos para estudo do sinal da üü< 0,
üüü
𝑓(x) ℵℵ={x ∊ ℜ | 1 < x < 2}
função quadrática, quando o coeficiente a é positivo
(a > 0) outro quando é negativo (a <0) e ainda quando
∆ > 0; ∆ < 0 e ∆ = 0 Inequações para Função Quadrática
Para ∆ < 0 temos:
Seja a ≠ 0 as inequações quadráticas são: ax2 + bx
a > 0 → 𝑓(x) >0, ⩝x ∊ ℜ + c > 0, ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c ≥ 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0.
a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ Resolver a inequação 𝑓(x) = ax2 + bx + c > 0 signifi-
No gráfico da função quadrática com ∆ < 0, como ca encontrar valores de x tal que 𝑓(x) seja positiva. O
não existe raiz real, logo a parábola não corta o eixo resultado para resolver essa inequação é encontrado
x (abscissa). no estudo de sinal da função 𝑓(x) . Assim dependendo
dos valores de a e de delta temos algumas combina-
ções de resultados para solução da 𝑓(x) > 0:

Para ∆ = 0 temos:

a > 0 → 𝑓(x) > 0, ⩝x ∊ ℜ


a < 0 → 𝑓(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ

No gráfico da função quadrática com ∆ = 0, as raí-


zes são iguais (raiz unitária), logo a parábola corta o
eixo x (abscissa) em apenas um ponto, nesse ponto a
𝑓(x) = 0.

Para ∆ > 0 temos: No caso de inequação produto faz-se o estudo de


sinal de cada uma das funções quadráticas e define-se
como solução de acordo com a regra de sinais do pro-
üü> 0,
üüü
𝑓(x) ℵℵ={x ∊ ℜ | x < x1 ou x > x2} duto de números reais, temos que (+ × + = +); (– × – =
a>0→ +); (+ × – = –), assim, um conjunto solução (S) para uma
dessas inequações pode ser encontrada da seguinte
üü< 0,
üüü
𝑓(x) ℵℵ={x ∊ ℜ | x1 < x < x2}
forma, seja a inequação produto 𝑓(x) · g(x) > 0, para o
produto ser positivo temos duas situações: 𝑓(x) > 0 e
MATEMÁTICA

g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.


üü> 0,
üüü
𝑓(x) ℵℵ={x ∊ ℜ | x1 < x < x2}
Então seja a inequação produto (x2 – x – 6) · (– x2
a<0→ + 2x – 1) > 0, para achar o conjunto solução primeiro
üü< 0,ℵℵ=
üüü
𝑓(x) {x ∊ ℜ | x < x1 ou x > x2} encontra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = x2 – x – 6 e
g(x) = –x2 + 2x – 1:

No gráfico da função quadrática com ∆ > 0, exis- ∆ üü


üüü
𝑓
ℵℵ=
= (–1)2
– 4(1)(–6) = 1 + 24 = 25
te as duas raízes reais, logo a parábola corta o eixo x ∆ = b2 – 4ac →
(abscissa) em dois pontos, nesses pontos a 𝑓(x) = 0. ∆ üü
üüü
g
= (2)
ℵℵ=
2
– 4(–1)(–1) =4–4=0 159
–(–1) – √25 Para g(x) = – x2 + 2x, com ∆ > 0 e a < 0:
xüü
üüü
1
= ℵℵ= = –2
2·1
𝑓(x) = 0 g(x) > 0, {x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
–(–1) + √25
xüü
üüü
2
= ℵℵ= =3 g(x) < 0, {x ∊ ℜ | x < 0 ou x > 2}
2·1
Assim, para a inequação quociente ser negativa,
üü ℵℵ= –(2) 𝑓(x)/g(x) = (2x2 + x – 1) / (–x2 + 2x) < 0, temos duas situa-
üüü ± √0
g(x) = 0 x =x = =1 ções, a primeira com 𝑓(x) > 0 e g(x) < 0. Assim, a solu-
1
üü
üüü 2
ℵℵ=
2 · (–1) ção será:

Para 𝑓(x) = x2 – x – 6, com ∆ > 0 e a > 0:


üüü =ℵℵ üü1
üü ℵℵ= ü
S1 = x ∊ ℜ | x < – 1 ou x > ⌒ {x ∊ ℜ | x < 0 ou x >2}
üü> ℵℵ=
üüü =ℵℵ üü2
üü ℵℵ=
üüü ü
𝑓(x) 0, {x ∊ ℜ | x < –2 ou x > 3}
üü< ℵℵ=
üüü 0, {x ∊ ℜ | –2 < x <3}
𝑓(x) = {x ∊ ℜ | x < –1 ou x > 2

Para g(x) = –x2 +2x – 1, com ∆ = 0 e a < 0:


A segunda para 𝑓(x) < 0 e g(x) > 0. Assim, a solução
g(x) < 0, ⩝x ∊ ℜ.
será:
Assim, para a inequação produto ser positiva, 𝑓(x)
· g(x) = (x2 – x – 6) · (–x2 + 2x – 1) > 0, sabendo que g(x) <
0, então a 𝑓 também deve ser negativa, 𝑓(x) < 0. Assim, =ℵℵ üü1
üü ℵℵ=
üüü ü
a solução será S = {x ∊ ℜ |–2 < x < 3}. S2 = x∊ℜ|–1<x< ⌒ { x ∊ ℜ | 0 < x < 2}
üü ℵℵ=
üüü =ℵℵ üü ü
No caso de inequação quociente faz-se o estudo 2
de sinal de cada uma das funções quadráticas e defi-
üüü =ℵℵ üü1
üü ℵℵ= ü
ne-se como solução de acordo com a regra de sinais
= x∊ℜ|0<x<
do quociente de números reais, temos que (+ ÷ + = üü ℵℵ=
üüü =ℵℵ üü ü
2
+);(– ÷ – = +);(+ ÷ – = –), assim, um conjunto solução (S)
para uma dessas inequações pode ser encontrada da
Logo, a solução das inequações quociente (2x2 + x
seguinte forma, seja a inequação quociente 𝑓(x) / g(x)
– 1)/(–x2 + 2x) < 0 é:
> 0, para o quociente ser positivo temos duas situa-
ções: 𝑓(x) > 0 e g(x) > 0 ou 𝑓(x) < 0 e g(x) < 0.
Então seja a inequação quociente (2x2 + x – 1)/(–x2 + üü ℵℵ=
üüü 1 ℵℵ üüü
=

2x) < 0, para achar o conjunto solução primeiro encon- S1 ◡ S2 = x ∊ ℜ | x < –1 ou 0 < x < ou x > 2
üü ℵℵ=
üüü =ℵℵ üü ü
tra-se as raízes de cada função 𝑓(x) = 2x2 + x – 1 e g(x) 2
= – x2 + 2x:
üü ℵℵ=
üüü Máximo e Mínimo para Função Quadrática

∆𝑓 = (1)2 – 4(2)(–1) = 1 + 8 = 9 Dizemos que o número yM ∊ Im(𝑓) é o valor máxi-


∆ = b2 – 4ac →
mo ou mínimo da função y = 𝑓(x) se, somente se, yM ≥
∆g = (2) – 4(–1)(0) = 4 – 0 = 4
2

üü –(1)
üüü ℵℵ= – √9
y ou yM ≤ y, respectivamente. Ao valor xM ∊ D𝑓 tal que
yM = 𝑓(xM) chamamos de ponto máximo ou mínimo da
xüü
üüü= ℵℵ= = –1 função. Esse ponto também conhecido como vértice
1
2·2 da função quadrática ou da parábola. Denotamos o
𝑓(x) = 0
vértice como:
–(1) + √9 1
xüü
üüü
= ℵℵ=
2
=
2·2 2
ℵℵ–b ℵ–∆ℵ
üü ü(xM, yℵ
üüü ) = V (xv, yv) = V ℵ , ℵ ℵ
–(2) – √4 M
ℵü2a üℵ
ü ü4a
xüü
üüü
1
= ℵℵ= =2
2 · (–1)
g(x) = 0 Para a função quadrática 𝑓(x) = x2 – 3x + 2, o vértice
–(2) + √4
xüü
üüü
2
= ℵℵ= =0 é dado por:
2 · (–1)
ℵℵ–b ℵ
–∆ℵ
Para 𝑓(x) = 2x2 + x – 1, com ∆ > 0 e a > 0: üü ü
üüü ℵ V(xv , yv) = V ℵ , üüℵ ℵ üüüüüü
ℵü2a
ü 4aℵ
1 ℵℵ
– ( –3) –((–3)2 – 4 · 1 ·ℵ
2)ℵ
𝑓(x) > 0, x ∊ ℜ | x < –1 ou x >
üü ü
üüü ℵ =V ℵ , ℵ ℵ ü
2
ℵüü2 · 1 4·1 üüℵ
=ℵℵ üü ü 1
𝑓(x) < 0, x ∊ ℜ | –1=<ℵxℵ
< ℵℵ3 ℵ1ℵ
üü ü
2 üü ü
üüü ℵ =V ℵ , – 4ℵ ℵ üüüüüü
160 ℵü2ü üüℵ
Sendo a = 1 > 0, então a concavidade da parábola –(4) – √16
está voltada para cima e o vértice será ponto de míni- xüü
üüü
= ℵℵ=
1
= –4
mo da função. 2·1
O vértice de uma função quadrática será ponto de –(4) + √16
máximo da função quando a < 0 e ponto de mínimo xüü
üüü
= ℵℵ=
2
=0
da função quando a > 0. 2·1

FUNÇÃO MODULAR As raízes são –4 e 0, como para a primeira sentença


o valor de a > 0, então a concavidade é voltada para
Definição, Gráfico, Domínio e Imagem cima, e na segunda sentença o valor de a < 0, ou seja,
concavidade voltada para baixo. Logo, a solução posi-
Uma função 𝑓: ℝ → ℝ definida pela associação de cada tiva para a função nas duas sentenças segue o interva-
x ∊ ℝ a 𝑓(x) = |x| ∊ ℝ é denominada Função Modular. lo de x abaixo:
Considerando a definição de módulo de um núme-
ro real, em que para um número x tem-se |x| = x, se x
≥ 0 ou |x| = –x, se x < 0, podemos descrever a função x2üü
üüü+ 4x,
ℵℵ=x ≤ –4 ex≥0
𝑓(x) =
modular também da seguinte forma: üü
üüü ℵℵ=
–x – 4x, –4 < x < 0
2

x,üü
üüüse xℵℵ=
≥0 Dessa forma construímos o gráfico para x2 + 4x no
𝑓(x) = intervalo abaixo de –4 e acima de 0 e para –x2 – 4x no
üü ℵℵ=
üüü
– x, se x < 0
intervalo entre –4 e 0 (Figura 16).
As raízes das sentenças definidas pela função
O gráfico para a função modular 𝑓(x) = |x| é defi- modular podem também ser chamadas de ponto (s)
nido pela junção dos dois gráficos da função de duas de inflexão da curva (funções quadráticas) ou da reta
sentenças (x e –x) e resultará em duas semi-retas de (funções lineares ou Afim). Inflexão é um ponto sobre
origem na raiz da função, (x, y) = (0,0), ou seja, essas uma curva na qual a curvatura troca o sinal, nesse
retas são bissetrizes dos primeiro e segundo quadran- caso indo para o lado positivo do eixo y, pois, Im(𝑓)
tes do plano (Figura 15). = 𝔑+.
O domínio da função modular é o conjunto dos
reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somen-
te valores positivos (reais não negativos (ℝ+)). Logo,
Im(𝑓) = ℜ+. Note, que no gráfico da função as retas
ficam acima do eixo x, onde todos valores para y são
positivos (Figura 15).

Figura 16. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = | x2 + 4x|.

Equações Modulares

Lembrando da definição de módulo de um núme-


Figura 15. Gráfico da Função Modular 𝑓(x) = |x|. ro real, em que para um número k > 0 tem-se |x| = k
⇔ x = k ou x = –k. Então a solução da equação modu-
Para funções modulares com potência quadrática lar |x + 2| = 3 é:
como 𝑓(x) = |x2 + 4x|, primeiro divida a função modu-
lar em funções definidas por duas sentenças:
MATEMÁTICA

x üü
+ 2 =ℵℵ=
üüü 3→x =1
|x + 2| = 3 ⇔
üü ℵℵ=
üüü
x + 2 = –3 → x = –5
x2üü
üüü ℵℵ=
+ 4x
𝑓(x) =
üü
–(x
üüü + 4x)
2 ℵℵ=
S = {–5, 1}

A essas duas funções encontramos as suas raízes: Caso tenhamos duas funções modulares, como a
equação |3x + 2| = |x – 1|, a solução é dada da seguin-
∆ = b2 – 4ac = 42 – 4 · 1 · 0 = 16 te forma: 161
3 Já para x < –1 temos –x –1 ≥ 7 – 2x ⇔ x ≥ 8, com
3xüü
üüü+ 2ℵℵ=
=x–1→x=– solução:
2
|3x + 2| = |x – 1| ⇔
1 S2 = {x ∊ ℜ| x < –1} ⌒ {x ∊ ℜ| x ≥ 8} = {∅}
3xüü
üüü+ 2ℵℵ=
= –x + 1 → x = –
4
Assim, a solução de |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 é dada por:
üü
üüü
= ℵ üü1
3 ℵℵℵ=ü
S= – ,– S1 ◡ S2 = {x ∊ ℜ| x ≥ 2} ◡ ∅ = {x ∊ ℜ| x ≥ 2}
üü
üüü
= ℵ üü4
2 ℵℵℵ=ü

FUNÇÃO EXPONENCIAL
E na situação de uma função modular, como a
equação |3x + 2| = 2x – 3, a solução é válida para valo- Definição, Características, Domínio, Imagem e
res de x tal que 2x – ≥ 0 → x ≥ 3/2. A solução da equa-
Gráfico
ção é dada por:

Seja a um número real, tal que seja maior que zero


3xüü
üüü+ 2ℵℵ=
= 2x – 3 → x = –5
e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓:
|3x + 2| = 2x – 3 ⇔ 1 ℝ → ℝ que associa a cada x ∊ ℝ o número 𝑓(x) = ax,
3xüü
üüü+ 2ℵℵ=
= –2x + 3 → x =
5 é conhecida como Função Exponencial. Assim fun-
ções como: 2x, (√2)x e 10x são exemplos de funções
Como a solução só é válida para valores de x ≥ 3/2, exponenciais.
então a solução para |3x + 2| = 2x – 3 é S = {∅}. Da definição de função exponencial, a partir de
algumas características, pode-se notar:
Inequações Modulares
z x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1;
Uma das propriedades de módulo para números
reais, em que para um número k > 0 tem-se |x| < k ⇔ z 𝑓(x) = ax é crescente para a > 1, ou seja, x1 < x2 →
–k < x < k e |x| > k ⇔ x < – k ou x > k. Com essa proprie- 𝑓(x1) < 𝑓(x2);
dade podemos resolver inequações modulares como z 𝑓(x) = ax é decrescente para 0 < a < 1, ou seja, x1 <
|3x – 2| < 4 e sua solução é:
x2 → 𝑓(x1) > 𝑓(x2);
z n ∊ ℤ e a > 1, então 𝑓(n) = an > 1 se, e somente se, n
2 > 0;
|3x – 2| < 4 ⇔ –4 < 3x – 2 < 4 → –2 < 3x < 6 → – <x<2
3 z a ∊ ℝ, a > 1 e r ∊ ℚ, então 𝑓(r) = ar > 1 se, e somente
üü ℵℵ=
üüü ℵℵ üüü
=2 se, r > 0;
S= x∊ℜ|– <x<2 z a ∊ ℝ, a > 1 e r, s ∊ ℚ, então as > ar se, e somente se,
üü ℵℵ=
üüü ℵℵ üüü
=3
s > r;
z a ∊ ℝ, a > 1 e α ∊ {ℝ –ℚ}, então aα > 1 se, e somente
Mas se a inequação for |5x + 4| ≥ 4, a solução é:
se, α > 0;
|5x + 4| ≥ 4 ⇔ 5x + 4 ≤ –4 ou 5x + 4 ≥ 4 ⇔ 5x ≤ –8 z a ∊ ℝ, a > 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente se, b
> 0;
ou z a ∊ ℝ, a > 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somente
se, x1 > x2;
8 z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e b ∊ ℝ, então ab > 1 se, e somente
5x ≥ 0 ⇔ x ≤ – ou x ≥ 0 se, b < 0;
5
z a ∊ ℝ, 0 < a < 1 e x1, x2 ∊ ℝ, então ax1 > ax2 se, e somen-
üü ℵℵ=
üüü =ℵℵ üüü
8 te se, x1 < x2.
S= x∊ℜ|x≤– ou x ≥ 0
üü ℵℵ=
üüü 5
=ℵℵ üüü
O domínio da função exponencial é o conjunto
Para a inequação |x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 temos: dos reais, ou seja, para todo x ∊ ℝ, existe um único y ∊
Im(𝑓), sendo que a imagem da função assume somente
|x + 1| + 2x – 7 ≥ 0 → |x + 1| ≥ 7 – 2x valores positivos não nulos (reais não negativos e não
nulo (ℝ*+)). Logo, Im(𝑓) = ℜ*+. Note, que no gráfico da
x üü
üüü
+ 1, ℵℵ=
se x ≥ – 1 função a curva de 𝑓(x) = ax está toda acima do eixo x,
|x + 1| = pois 𝑓(x) = ax > 0, ⩝ x ∊ ℜ. Além disso, temos que o pon-
–xüü
üüü– 1,ℵℵ=
se x < –1
to de encontro da curva com o eixo y, é no ponto (x, y)
= (0, 1), x = 0 → 𝑓(0) = a0 = 1. Assim, o gráfico para duas
Para x ≥ –1 temos x + 1 ≥ 7 – 2x ⇔ ≥ 2, com solução:
funções exponenciais, crescente (a > 1) e decrescente
162 S1 = {x ∊ ℜ | x ≥ – 1} ⌒ { x ∊ ℜ | x ≥ 2} = {x ∊ ℜ | x ≥ 2} (0 < a < 1), segue como na Figura 17.
üü1
üü
üüü
=ℵℵ ü
ℵℵ=
S= – 2,
=ℵℵ üü2
üü
üüü ü
ℵℵ=

Inequações Exponenciais

Inequações exponenciais são aquelas inequações


onde a incógnita x está no expoente, como: 2x > 32 e
2x – 4x < 2.
A forma de solucionar a inequação exponencial é
deixando todas as potências com a mesma base, como
a 𝑓(x) = ax é crescente com base (a > 1) e decrescen-
te com base (0 < a < 1), podemos dizer então que a
desigualdade se mantém para as potências quando a
função é crescente e inverte quando é decrescente, ou
seja:

a > 1 → ax > ay ⇔ x > y;


0 < a < 1 → ax > ay ⇔ x < y

Seja a inequação exponencial 2x < 32 (crescente),


temos a solução igual a:

2x < 32 → 2x < 25 → x < 5


S = {x ∊ ℜ | x < 5}

E na inequação exponencial (decrescente):

ℵ ℵx
ü ℵ1ℵ ≥ ü125
ℵ5ℵ
Temos duas formas:

ℵ1ℵ ℵ1ℵ
x x
Figura 17. Gráfico da Função Exponencial, (a) crescente (𝑓(x) = 2x) e
(b) decrescente (𝑓(x) = (0, 5)x ). ü ℵ5ℵ üü → ℵ ℵ
≥ 125 ü
≥ 53 → (5–1)x ≥ 53 → 5–x ≥ 53
ℵℵ ℵ5ℵ
Equações Exponenciais
5–x ≥ 53 → – x ≥ 3 → x ≤ –3
Equações exponenciais são aquelas equações nas
quais a incógnita x está no expoente, como: 2x = 32 e S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}
2x – 4x = 2.
A forma de solucionar a equação exponencial é
ℵ1 ℵx ℵ1ℵx ℵ 1ℵx ℵ 1ℵ–3
deixando todas as potências com a mesma base, como ü ℵ ℵ ≥ü125ü→ ℵ ℵ ≥ü53 →
ü ℵ ℵ ≥üü ℵ ℵ ü
a 𝑓(x) = ax é injetora, podemos dizer que potências ℵ5 ℵ ℵ 5ℵ ℵ 5ℵ ℵ 5ℵ
iguais e de mesma base têm expoentes iguais, ou seja,
ax = ay ⇔ x = y, (a ∊ ℜ*+ –{1}) x ≤ –3
Seja a equação exponencial 2x = 128, temos a solu-
ção o valor de x igual a: S = {x ∊ ℜ | x ≤ –3}

FUNÇÃO LOGARÍTMICA
2x = 128 → 2x = 27→ x = 7
S = {7} Logaritmo

Agora para a equação exponencial 52x


2+3x–2
= 1 Antes de definir a Função Logarítmica, temos que
temos x igual a: ter uma noção básica de Logaritmo. A ideia de Loga-
ritmo surgiu para solucionar problemas de equações
MATEMÁTICA

52x2+3x–2 = 1 → 52x2+3x–2 = 50 → 2x2 + 3x – 2 = 0 exponenciais do tipo 2x = 3, ou seja, exponenciais que


∆ = b2 – 4ac = 32 – 4 · 2 · (–2) = 9 + 16 = 25 não são possíveis deixar os dois membros com a mes-
ma base, assim define-se o conceito de logaritmo, seja
–b – √∆ –3 – √25 dois números reais positivos a e b, com a ≠ 1, chama-se
xüü
üüü
= ℵℵ=
1
= = –2 x o logaritmo de b na base a, onde o expoente que se
2a 2·2
deve dar à base a de modo que a potência obtida seja
–b + √∆ –3 +√25 1 igual a b, ou seja:
xüü
üüü
= ℵℵ=
2
= =
2a 2·2 2 loga b = x ⇔ ax = b 163
Em que, a é base do logaritmo; b é o logaritmando O domínio da função logarítmica é o conjunto dos
e x é o logaritmo. Assim, por exemplo, o logaritmo log2 reais positivos não nulos, ou seja, para todo x ∊ ℝ*+,
8 = 3 pois 23 = 8. existe um único y ∊ Im(𝑓), como a função 𝑓: ℝ*+ → ℝ,
Logo, dessa definição decorrem algumas proprie- 𝑓(x) = loga x, admite a inversa g: ℝ → ℝ*+, g(x) = ax, assim
dades, seja (a ∊ ℜ*+ –{1}) e b > 0: 𝑓 é bijetora e portanto a imagem da função assume
qualquer valor real. Logo, Im (𝑓) = ℜ. Note, que no grá-
z loga 1 = 0;
fico da função 𝑓(x) = loga x, a curva está toda a direita
z loga a = 1; do eixo y, pois x > 0. Além disso, temos que o ponto de
encontro da curva com o eixo x, é no ponto (x, y) = (1,
z aloga b = b; 0), x = 1 → 𝑓(1) = loga 1 = 0. Assim, o gráfico para duas
funções logarítmicas, crescente (a > 1) e decrescente (0
z loga b = loga c ⇔ b = c;
< a < 1), segue como na Figura 18.
z b > 0 e c > 0 → loga (b · c) = loga b + loga c, que pode
ser generalizada para:
ℵn ℵ n
logaüℵΠ bi ℵü= Σ loga bi, n ≥ 2;
ℵi = 1 ℵ i=1

ℵbℵ
ü a ℵ ℵ = log
z b > 0 e c > 0 → log ü a b – loga c, então loga
ℵc ℵ
ℵ1 ℵ
ü ℵ ℵ = –ü loga c;
ℵc ℵ
z α ∊ ℝ → loga bα = α · (loga b);

1
z n ∊ ℕ → loga √b = loga(b) =
*
loga b ;
n
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1:

logc b
loga b = , mudança de base com quociente;
logc a
z a, b, c ∊ ℝ+ e a ≠ 1, c ≠ 1: loga b = logc b · log a
c,
mudança de base com produto;

1
z a ≠ 1, b ≠ 1 loga b = ;
loga a

1
z β ∊ ℝ* logaβ b = loga b ;
β

Definição, Características, Domínio, Imagem e


Gráfico

Seja a um número real, tal que seja maior que zero


e diferente de 1(0 < a ≠ 1 ou a ∊ ℜ*+ –{1}), a função 𝑓: ℝ*+
→ ℝ que associa a cada x ∊ ℝ*+ o número 𝑓(x) = loga x, é
conhecida como Função Logarítmica. Assim funções
como: log2 x, log½ x e log x são exemplos de funções
logarítmicas.
Da definição de função logarítmica algumas carac-
Figura 18. Gráfico da Função Logarítmica, (a) crescente (𝑓(x) = log2
terísticas quando a ∊ ℜ*+ –{1}, pode-se notar:
x) e (b) decrescente (𝑓(x) = log½ x).

z 𝑓: ℝ*+ → ℝ e g: ℝ → ℝ*+: 𝑓(x) = loga x → 𝑓–1 (x) = g(x) =


Equações Logarítmicas
ax , relação inversa;
z 𝑓(x) = loga x é crescente para a > 1; Equações logarítmicas são aquelas equações do
z 𝑓(x) = loga x é decrescente para 0 < a < 1; tipo: loga 𝑓(x) = loga g(x) ou loga 𝑓(x) = α, α ∊ ℝ e com
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
z a > 1; 0 < x < 1 → loga x < 0; A forma de solucionar a equação logarítmica é
z a > 1; x > 1 → loga x > 0; deixando os logaritmos com a mesma base, e igualan-
do as função 𝑓(x) = g(x) > 0 ou aplicando propriedade
z 0 < a < 1; 0 < x < 1 → loga x > 0;
inversa e transformando em equação exponencial,
164 z 0 < a < 1; x > 1 → loga x < 0; loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα
Seja a equação logarítmica log4 (3x + 2) = log4 (2x + 2x2 – 5x > 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · 0 = 25
5), temos a solução o valor de x = 3, pois foi maior que
x > –2/3 e x > –5/2:
– (–5) – √25
xüü
üüü
= ℵℵ=
1
= 0
üü ℵℵ=
üüü
3x + 2 < 0 → x > –2/3 2·2

üü ℵℵ=
üüü –(–5) + √25 5
2x + 5 > 0 → x > –5/2 xüü
üüü
= ℵℵ=
1
=
2·2 2
log4 (3x + 2) = log4 (2x + 5) → (3x + 2) = (2x + 5) → x = 3
S = {3} Como para a 𝑓(x) = 2x2 – 5x temos a > 0 e ∆ > 0,
então a solução para 𝑓(x) > 0 é:
Agora para a equação logarítmica log4 (2x2 + 5x + 4)
= 2 temos x igual a:
üü ℵℵ==ℵℵ üü5
üüü ü

2x2 + 5x + 4 > 0 S1 = x ∊ ℜ | x < 0 ou x >


üü ℵℵ==ℵℵ üü2
üüü ü
∆ = b – 4ac = 25 – 32 = –7
2

logo, 𝑓(x) > 0, ⩝ x ∊ ℜ


Agora o estudo da inequação logarítmica começa
log4 (2x2 + 5x + 4) = 2 → 2x2 + 5x + 4 = 42 →2x2 + 5x + 4 na relação entre os logaritmos de mesma base. Como
= 16 → 2x2 + 5x – 12 = 0 a base é 2, então a função é crescente:

∆ = b2 – 4ac = 52 – 4 · 2 · (–12) = 25 + 96 = 121 a = 2 > 1 → log2 (2x2 – 5x) ≤ log2 3 → 2x2 – 5x ≤ 3 → 2x2
– 5x – 3 ≤ 0

– b – √∆ – 5 – √121
xüü
2x2 – 5x – 3 ≤ 0 → ∆ = (–5)2 – 4 · 2 · (–3) = 25 + 24 = 49
üüü
1
= ℵℵ= = = –4
2a 2·2
– (–5) – √49 1
xüü
üüü
= ℵℵ=
– b + √∆ – 5 +√121 3
xüü
üüü
= ℵℵ= = = 1
= –
2
2a 2·2 2 2·2 2
– (–5) + √49
xüü
üüü
1
= ℵℵ= = 3
üü
üü3
üüü
=ℵℵ ü
ℵℵ= 2·2
S= – 4,
=ℵℵ üü2
üü
üüü ü
ℵℵ=
Como para a g(x) = 2x2 – 5x – 3 temos a > 0 e ∆ > 0,
então a solução para g(x) ≤ 0 é:
Inequações Logarítmicas
üü ℵℵ=
üüü ℵℵ üüü
=1
Inequações logarítmicas são aquelas inequações
do tipo: loga 𝑓(x) >loga g(x) e loga 𝑓(x) > α, α ∊ ℝ e com S2 = x∊ℜ|– ≤x≤3
=2
üü ℵℵ=
üüü ℵℵ üüü
(a ∊ ℜ*+ –{1}).
A forma de solucionar a inequação logarítmica é
deixando os logaritmos com as mesma base, e aplican- Assim, a solução da inequação logarítmica log2
do as desigualdades em casos de bases maiores que (2x2 – 5x) ≤ log2 3 é dada pela intersecção das soluções
um ou entre zero e um, lembrando que as 𝑓(x) = g(x) acima:
> 0 ou aplicando propriedade inversa e transforman-
do em equação exponencial, loga 𝑓(x) = α → 𝑓(x) = aα. üü ℵℵ=
üüü ℵℵ üüü
=5
1
Esquematizando temos: S = S1 ⌒ S2 = x∊ℜ|– ≤ x < 0 ou <x≤3
üü ℵℵ=
üüü 2 =2
ℵℵ üüü

üü >ℵℵ=
üüü
𝑓(x) g(x) se a>1
loga 𝑓(x) > loga g(x) ⇔ E na inequação logarítmica log2 (3x + 5) > 3, temos:
0 üü
< 𝑓(x)
üüü ℵℵ=< g(x) se 0 < a < 1
a > 1 → log2 (3x + 5) > 3 → 3x + 5 > 23 → 3x + 5 > 8 → x > 1
ou
Mas, a função 𝑓(x) = 3x + 5 > 0, então:
üü >ℵℵ=
üüü
𝑓(x) ak se a >1
loga 𝑓(x) > k ⇔
MATEMÁTICA

5
0 üü
< 𝑓(x)
üüü ℵℵ=< ak se 0 < a < 1 𝑓(x) = 3x + 5 > 0 → x > –
3
0 üü
< 𝑓(x)
üüü ℵℵ=< ak se a>1
loga 𝑓(x) > k ⇔
üü ℵℵ=
üüü
𝑓(x) > a se 0 < a < 1
k Como a solução x > 1 é também maior que:

Seja a inequação logarítmica log2 (2x2 – 5x) ≤ log23, 5


para acharmos a solução primeiro fazemos o estudo x>–
do sina de 𝑓(x) = 2x2 – 5x: 3 165
Logo temos o intervalo de solução para x sendo: Mantissas
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
S = {x ∊ ℜ | x > 1}

Logaritmos Decimais 20 3010 3032 3054 3075 3096 3118 3139 3160 3181 3201
21 3222 3243 3263 3284 3304 3324 3345 3365 3385 3404
São funções logarítmicas onde a base a = 10, ou
22 3424 3444 3464 3483 3502 3522 3541 3560 3579 3598
pode ser escrita como potência de base 10, como: log10
𝑓(x) ou log10α 𝑓(x), α ∊ ℝ*. Pode-se ter também a nota- 23 3617 3636 3655 3674 3692 3711 3729 3747 3766 3784
ção: log10 𝑓(x) = log 𝑓(x), onde não há a necessidade de 24 3802 3820 3838 3856 3874 3892 3909 3927 3945 3962
escrever o valor 10 na base. Todas as características
e propriedades de logaritmos também valem para os 25 3979 3997 4014 4031 4048 4065 4082 4099 4116 4133
logaritmos decimais. 26 4150 4166 4183 4200 4216 4232 4249 4265 4281 4298
Segue algumas propriedades:
27 4314 4330 4346 4362 4378 4393 4409 4425 4440 4456

z 10c ≤ x < 10c+1 ⇔ log 10c ≤ log x < log 10c+1 → c ≤ log x 28 4472 4487 4502 4518 4533 4548 4564 4579 4594 4609
< c + 1, x > 0 e c ∊ ℤ; 29 4624 4639 4654 4669 4683 4698 4713 4728 4742 4757
z log x = c + m, onde c ∊ ℤ é característica e 0 ≤ m < 1
é a mantissa; 30 4771 4786 4800 4814 4829 4843 4857 4871 4886 4900
z x > 1 → c ≥ 0; 0 < x < 1 → c < 0; 31 4914 4928 4942 4955 4969 4983 4997 5011 5024 5038
z A mantissa (m) é um valor tabelado;
32 5051 5065 5079 5092 5105 5119 5132 5145 5159 5172
z A mantissa do decimal de x não se altera quando
multiplica-se x por potência de 10 com expoente 33 5185 5198 5211 5224 5237 5250 5263 5276 5289 5302
inteiro, ou seja a mantissa (m) de log x não muda 34 5315 5328 5340 5353 5366 5378 5391 5403 5416 5428
quando temos log10p x, p ∊ ℤ.
35 5441 5453 5465 5478 5490 5502 5514 5527 5539 5551
Valores da característica (c) são dados da seguinte
36 5563 5575 5587 5599 5611 5623 5635 5647 5658 5670
forma:
37 5882 5694 5705 5717 5729 5740 5752 5763 5775 5786
38 5798 5809 5821 5832 5843 5855 5866 5877 5888 5899
log 2,3 → c = 0
üü ℵℵ=
üüü 39 5911 5922 5933 5944 5955 5966 5977 5988 5999 6010
log 31,421 → c = 1
x>1 40 6021 6031 6042 6053 6064 6075 6085 6096 6107 6117
log 204 → c = 2
üü ℵℵ=
üüü 41 6128 6138 6149 6160 6170 6180 6191 6201 6212 6222
log 6542,3 → c = 3 42 6232 6243 6253 6263 6274 6284 6294 6304 6314 6325
43 6335 6345 6355 6365 6375 6385 6395 6405 6415 6425
log 0,2 → c = –1
üü ℵℵ=
üüü 44 6435 6444 6454 6464 6474 6484 6493 6503 6513 6522
log 0,035 → c = –2
0<x<1 45 6532 6542 6551 6561 6571 6580 6590 6599 6609 6618
log 0,00405 → c = –3
üü ℵℵ=
üüü 46 6628 6637 6646 6656 6665 6675 6684 6693 6702 6712
log 0,00053 → c = –4 47 6721 6730 6739 6749 6758 6767 6776 6785 6794 6803
48 6812 6821 6830 6839 6848 6857 6866 6875 6884 6893
Ou seja, o c é a quantidade de algarismos da parte 49 6902 6911 6920 6928 6937 6946 6955 6964 6972 6981
inteira menos 1 em caso de x > 1 e para 0 < x < 1 é o
oposto (negativo) da quantidade de zeros (inclusive o 50 6990 6998 7007 7016 7024 7033 7042 7050 7059 7067
zero antes da vírgula!) que precede o primeiro alga- 51 7075 7084 7093 7101 7110 7118 7126 7135 7143 7152
rismo significativo. 52 7160 7168 7177 7185 7193 7202 7210 7218 7226 7235
Sendo a mantissa tabelada para N = 234 (m =
53 7243 7251 7259 7267 7275 7284 7292 7300 7308 7316
0,3692), Tabela 1, c = 1, assim o valor do log 23,4 = c +
m = 1 + 0,3692 = 1,3692. 54 7324 7332 7340 7348 7356 7464 7372 7380 7388 7396

Tabela 1. Exemplo de tabela de Mantissas para valores de 100 a 549


(IEZZI; MURAKAMI, 1977).
Mantissas
N 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
EXERCÍCIOS COMENTADOS
10 0000 0043 0086 0128 0170 0212 0253 0294 0334 0374
1. (FCC – 2018) Inicialmente o domínio da função y = –
11 0414 0453 0492 0531 0569 0607 0645 0682 0719 0755
x² + 2x + 15 é o conjunto dos números reais e essa
12 0792 0828 0864 0899 0934 0969 1004 1038 1072 1106 função será chamada de função J. Uma outra função,
13 1139 1173 1206 1239 1271 1303 1335 1367 1399 1430 K, também dada por y = −x² + 2x + 15, tem como domí-
14 1461 1492 1523 1553 1584 1614 1644 1673 1703 1732 nio o conjunto {−4,−3,−2,3,4,5,6,7}. A diferença entre a
maior imagem da função J e a menor imagem da fun-
15 1761 1790 1818 1847 1875 1903 1931 1959 1987 2014 ção K, nessa ordem, é igual a:
16 2041 2068 2095 2122 2148 2175 2201 2227 2253 2279
a) 18.
17 2304 2330 2355 2380 2405 2430 2455 2480 2504 2529 b) 41.
18 2553 2577 2601 2625 2648 2672 2695 2718 2742 2765 c) 36.
19 2788 2810 2833 2856 2878 2900 2923 2945 2967 2989 d) 4.
166 e) 15.
Para saber temos que a função J: ℝ → ℝ, ou seja, D = 3 2 3 2
Im= ℝ, a função K: A → B, D = A e Im = B, logo se A = = 4log2 2 + log2 2 + log2 2 = 4 + +
{−4, −3, −2, 3, 4, 5, 6, 7} então B = {–20, –9, 0 ,7, 12}. 2 3 2 3
Assim, a menor imagem para a função K é -20, já a
maior imagem para a função J, como o coeficiente 24 + 9 + 4 37
a< 0, a concavidade está voltada para baixo e o seu = =
6 6
ponto de máximo será o:
Resposta: Letra C.
∆ 64
yvértice = – =– = 16
4a 4 · (–1) 4. (VUNESP – 2014) Uma população P cresce em fun-
ção do tempo t (em anos), segundo a sentença P =
Fazendo a diferença na ordem mencionada temos:
2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a população é de
16 – (–20) = 16 + 20 = 36. Resposta: Letra C.
2000 indivíduos. A população será de 50000 indiví-
2. (FCC – 2019) Em uma negociação salarial, o sindicato duos daqui a:
representativo dos trabalhadores de uma empresa de
alta tecnologia em manufatura de peças para compu- a) 20 anos.
tadores pediu 31,25 reais por hora de trabalho mais b) 25 anos.
uma taxa adicional por empreitada de 7,05 reais por c) 50 anos.
unidade inteira fabricada em cada hora. A empresa por d) 15 anos.
sua vez ofereceu 12,03 reais por hora trabalhada mais e) 10 anos.
12,03 reais por taxa de empreitada por unidade intei-
ra produzida por hora. Na audiência de negociação, Resolvendo deixando todos log na mesma base:
foram estabelecidas equações para o salário por hora P = 2000 · 50,1t → 50000 = 2000 · 50,1t → 50,1t
de cada uma das propostas em termos de n, o número
inteiro de peças produzidas por hora. O valor por hora 50000 50
= = = 25
trabalhada mais a taxa de empreitada que a empresa 2000 2
ofereceu só é maior que o valor solicitado pelo sindi-
cato quando: 50,1t = 25 = 52 → 0,1t = 2 →

2 2 10
a) n<2. t= = =2· = 20 anos
b) n=2. 0,1 1 1
c) n=3.
10
d) n<3.
e) n>3. Resposta: Letra A.

Inicialmente temos as seguintes funções para sindi- 5. (FAFIPA – 2016) Os valores de x que satisfazem a ine-
cato e empresa, respectivamente: quação (x2 + 2x -15 / x + 2 )≤ 0 pertencem a:
yS = 31,25t + 7,05n
yE = 12,03t + 12,03n a) (-∞-5]U[-2,3].
Para a empresa ser maior que a do sindicato temos: b) (-∞-5]U(-2,3].
yE > ys → 12,03t + 12,03n > 31,25t + 7,05n c) (-∞-5]U(-2,3).
Deixando em função de número de peças produzi- d) (-∞-5)U[-2,3].
das por hora temos:
12,03n – 7,05n > 31,25t – 12,03t → 4,98n > 19,22t → Para a razão ser negativa existem dois conjuntos de
n > 3,86t soluções possíveis:
Logo, para o valor da empresa ser maior que a do 1º) x2 + 2x – 15 ≥ 0 e x + 2 < 0:
sindicato os funcionários terão que produzir mais x < –2
que três peças por hora trabalhada, ou seja, n>3. x2 + 2x – 15 ≥ 0
Resposta: Letra E.
∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64
3. (FCC – 2016) O valor da expressão log2 16 + log4 8 + – b – √∆ –2–8
log8 4 é igual a: xüü
üüü
1
= ℵℵ= = = –5
2a 2
a) 5. – b + √∆ –2 + 8
b) 23/2. xüü
üüü
2
= ℵℵ= = =3
c) 37/6. 2a 2
d) 5/4.
MATEMÁTICA

Como ∆ > 0 e a > 0 a parábola tem duas raízes e a con-


e) 41/8. cavidade voltada para cima assim para que a função
quadrática seja positiva a solução é em S1 = {x ∊ ℜ | –
Resolvendo deixando todos log na mesma base: 5 ≤ x ou x ≥ 3} mas também deve satisfazer a solução
log2 16 + log4 8 + log8 4 = log2 24 + log 22 23 + log23 22 S2 = {x ∊ ℜ | x < –2}, assim, S1 ⌒ S2 = {x ∊ ℜ | x ≤ –5}.
3 2 2º) x2 + 2x – 15 ≤ 0 e x + 2 > 0:
= 4log2 2 + log2 2 + log2 2 x > –2
2 3 x2 + 2x – 15 ≤ 0
Como log2 2 = 1 então temos: ∆ = b2 – 4ac = 4 – 4 · 1 · (–15) = 4 + 60 = 64 167
– b – √∆ –2–8
e o
a11 a12
xüü
üüü
= ℵℵ= A=

{
1
= = –5 a21 a22
2a 2
(lê – se a um um) elemento que está na 1ª linha
– b + √∆ –2 + 8 a11
e 1ª coluna.
xüü
üüü
= ℵℵ=
2
= =3 (lê – se a um dois) elemento que está na 1ª linha
2a 2 a12
e 2ª coluna.
Como ∆ > 0 e a > 0 a parábola tem duas raízes e (lê – se a um um) elemento que está na 2ª linha
a21
a concavidade voltada para cima assim para que a e 1ª coluna.
função quadrática seja negativa a solução é em S3 (lê – se a um um) elemento que está na 2ª linha
a22
= {x ∊ ℜ | – 5 < x < 3} mas também deve satisfazer e 2ª coluna.
a solução S4 = {x ∊ ℜ | x > –2}, assim, S3 ⌒ S4 = {x ∊
Observação: Uma matriz M de ordem m ⨉ n tam-
ℜ | –2 < x ≤ 3}.
bém pode ser indicada por M = (aij) ou M = (aij) m ⨉ n.
A solução final é dada pela união das parciais:
(S1 ⌒ S2) ◡ (S3 ⌒ S4) = {x ∊ ℜ | x ≤ – 5 ou –2 < x ≤ 3} = TIPOS DE MATRIZES
(– ∞, –5] ◡ (–2, 3]. Resposta: Letra B.
Matriz Linha
REFERÊNCIAS
É toda matriz do tipo 1 ⨉ n, ou seja, é uma matriz
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e que possui apenas uma linha.
aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v. Exemplo:

IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática C = [–3 4 1] é uma matriz linha de ordem 1x3
Elementar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v. M = (–9 7 0 –√15) é uma matriz linha de ordem 1x4

IEZZI, Gelson et al. Matemática: ciência e aplica- Matriz Coluna


ções. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 3 v.
É toda matriz do tipo m ⨉ 1, ou seja, é uma matriz
que possui apenas uma coluna.
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com
Exemplo:
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3
v. RS VW
SS - 2 WW
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São SS 1 WW
Paulo: Moderna, 2010. 3 v. A= SS 7 WW é uma matriz coluna de ordem 4x1
SS 0 WW
SS- 17WW
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São
T X
Paulo: FTD, 2016. 3 v.
e o é uma matriz coluna de ordem 2x1
-6
B=
1

Matriz Nula
MATRIZES
É a matriz que possui todos os elementos iguais a
Matrizes podem ser definidas da seguinte manei-
zero.
ra: sejam dois números naturais m e n diferentes de
zero, denominamos matriz de ordem m por n (indi- Exemplo:
ca-se m x n) qualquer tabela M formada por núme-
= G
ros pertencentes ao conjunto dos reais, sendo estes 0 0 0 0
E= é uma matriz nula de ordem 2x4
números distribuídos em m linhas e n colunas. 0 0 0 0
Exemplos:

e o
0 0
> H
-2 1 0
A= é uma matriz de ordem 2x3, N= é a matriz nula de ordem 2x2
2 4 3 0 0

= G é uma matriz de ordem 2x2,


0 -1
B= Matriz Quadrada de Ordem n
3 5
JK 9 1 NO É toda matriz do tipo n ⨉ n, ou seja, em uma matriz
KK 3 OO quadrada de ordem n o número de linhas e colunas
C= KK- 8 7 OO é uma matriz de ordem 3x2. são iguais.
K 4 0 O
Exemplo:
L P
Toda matriz m x n tem os seus elementos repre-
e o é uma matriz quadrada de ordem 2x2
sentados por (aij) onde i representa a linha e j a colu- 2 -8
A=
na em que o elemento está localizado: 7 0
168 Exemplo:
RS VW RS V
SS - 7 4 2 WW SS1 0 0 0W
W
SS 2 W
B= 9 0W WW é uma matriz quadrada de
SS0 0W
WW é uma matriz identidade de ordem 4.
3 1 0
SS 2 I4 = S
S-5 - 1 22 W W ordem 3x3. SS0 0 1 0WWW
SS
T X S0 0 0 1W W
Observação: Para toda matriz quadrada, no lugar
T X
IGUALDADE DE MATRIZES
de mencionarmos que sua ordem é n ⨉ m, dizemos
apenas que ela é uma matriz de ordem n. Por exem-
Duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)m ⨉ n serão iguais
plo, ao nos referirmos a uma matriz quadrada de
quando aij = bij para todo i ∈ {1,2, ∙∙∙ , m } e todo j ∈ {1,2,
ordem 3, estamos dizendo que essa matriz possui três
linhas e três colunas. ∙∙∙ , n }. Portanto para que duas matrizes sejam iguais,
elas devem ser do mesmo tipo e apresentar todos os
elementos correspondentes iguais.
Diagonal Principal
Exemplo:
Chamamos de diagonal principal de uma matriz
quadrada de ordem n, o conjunto dos elementos que
[ ] [ ]
Seja A = X 2 e B = 7 2 , a matriz A será igual
9 –6 z y
à matriz B, se, e somente se, x = 7, y = – 6 e z = 9.
possui índices iguais.
Exemplo: ADIÇÃO DE MATRIZES

Dadas duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)m ⨉ n , cha-


e o é uma matriz quadrada de ordem 2,
2 -8
A= mamos soma de A + B a matriz C = (cij)m ⨉ n tal que cij =
7 0 aij + bij, para todo i e todo j. Isto significa que a soma
cuja diagonal principal é uma matriz composta de duas matrizes A e B do tipo m ⨉ n é uma matriz C
pelos elementos a11 = 2, e a22 = 0 do mesmo tipo, em que cada elemento é a soma dos
elementos correspondentes em A e B.
Diagonal Secundária Exemplo:

Chamamos de diagonal secundária de uma matriz


quadrada de ordem n o conjunto dos elementos que [ –14 09 27 ] + [ –31 –01 05 ] = [ –14+–31 90 +– 10 27 ++ 05 ]
possui soma dos índices igual a n + 1. = [ 4 –1 7 ]
Exemplo: –5 9 7

A = e o é uma matriz quadrada de ordem 2,


2 -8
� Propriedades da adição de matrizes
7 0
A adição de matrizes do tipo admite as seguintes
cuja diagonal secundária é composta pelos elemen- propriedades:
tos a12 = - 8, e a21 = 7
P1) Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Matriz Diagonal
P2) Comutativa: A + B = B + A
P3) Elemento Neutro: A + 0 = A, em que 0 é a matriz
É a matriz em que todos os elementos que não per-
nula
tencem à diagonal principal são iguais a zero.
P4) Elemento simétrico: A + (- A) = 0, em que -A é a
Exemplo:
matriz oposta de A.

–15 0 0 PRODUTO DE NÚMERO POR MATRIZ


B= 0 1 0
Dado um número k e uma matriz A = (aij)m ⨉ n, cha-
0 0 – √7 ma-se produto kA a matriz B = (bij)m ⨉ n tal que bij = kaij,
para todo i e todo j. Isto significa que multiplicar uma
matriz A por um número k é construir uma matriz B
Matriz Identidade de Ordem n formada por todos os elementos de A multiplicados
por k.
É toda matriz quadrada em que os elementos da

[ ][ ][ ]
diagonal principal são iguais a 1. A matriz identidade
4 –1 2 ∙ 4 2 ∙ (– 1) 8 –2
é representada pela letra maiúscula I, seguida da sua 2. 0 5 = 2 ∙ 0 2 ∙ 5 = 0 10
ordem, ou seja, In. 3 √2 2 ∙ 3 2 ∙ √2 6 2 ∙ √2
Exemplos:
MATEMÁTICA

� Propriedades do produto de um número por uma


= G
1 0 matriz
I2 = é uma matriz identidade de ordem 2
0 1
O produto de um número por uma matriz admite
as seguintes propriedades:
JK1 0 0N
O
KK OO P1) a . (b . A) = (a . b) . A
I3 = KK0 1 0 O é uma matriz identidade de ordem 3
OO P2) a . (A + B) = a . A + a . B
K0 0 1 P3) (a + b) . A = a . A + b . A
L P P4) 1 . A = A 169
PRODUTO DE MATRIZES

Dadas duas matrizes A = (aij)m ⨉ n e B = (bij)n ⨉ p , deno-


[ 01 00 ] ∙ [ 00 01 ] = [ 00 00 ]
minamos o produto AB a matriz C = (cik)m ⨉ p tal que cik =
MATRIZ TRANSPOSTA
ai1 . b1k + ai2 . b2k + ai3 . b3k + . . . + ain . bnk = ƩnJ=1 aij . bjk para
todo i ∈ {1,2, ... ,m} e k ∈ {1,2, ... ,p}.
Dada a matriz A = (aij)m ⨉ n, chamamos transposta
Observações: A definição dada garante a existên- de A a matriz At = (a´ji)n ⨉m tal que aji’ = aij para todo i
cia do produto AB somente se o número de colunas de e todo j. Isto significa que as colunas de At são ordena-
A for igual ao número de linhas de B, pois A é do tipo damente iguais às linhas de A.
m ⨉ n e B é do tipo n ⨉ p. Exemplos:
A definição dada afirma que o produto AB é uma
matriz que tem o número de linhas de A e o número
> H
de colunas de B, pois AB é do tipo m ⨉ p. 4 2 -1
Exemplos: Se A = 2 , sua transposta é
5 7 5 2x3

[ ] [ ]
1 –2
2 4 2
∙ 0 5
RS VW
–1 –3 5 4 0
SS 4 5 WW
2x3 2x3 At = SS2 7W W
SS 2 W W
[ (– 1)2 ∙∙ 11 ++ 4(–∙ 3)0 +∙ 02 +∙ 45 ∙ 4 (– 1)2∙(–(–2)2)++4(–∙ 53)+∙ 25 ∙+05 ∙ 0 ] S-1
T
5 W3x2
X
Se B = [– 1 0 ⁵√19 – 6]1x4, sua transposta é
RS V
[ 10 16
19 – 13 ]
2x2
SS - 1 WWW
SS 0 WW
SS5 WW

[ ]
Bt =
1 SS 19WW
–2 ∙ [ 3 –5 4 0 ]
1x4
SS - 6 WW
12 4x1
3x1 T X
1∙3 1 ∙ (– 5) 1∙4 1∙0 � Propriedades de uma matriz transposta

[ (– 2) ∙ 3 (– 2) ∙ (– 5)
12 ∙ 3 12 ∙ (– 5)
(– 2) ∙ 4
12 ∙ 4
(– 2)
∙0
12 ∙ 0 ] A matriz transposta admite as seguintes propriedades:

[ ]
3 –5 4 0 P1) (At)t = A
– 6 10 – 8 0 P2) (A + B)t = At + Bt
36 –60 48 0 P3) (k . A)t = k . At
3x4
P4) (A . B)t = Bt . At

[ 5 –3 1
0 3 –2 ] 3x2

[ ]
1
–1
10 3x1
MATRIZ SIMÉTRICA

Denominamos matriz simétrica toda matriz qua-


[ 5 ∙ 1 + (– 3) ∙ (– 1) + 1 ∙ 10 = 18
0 ∙ 1 + 3 ∙ (– 1) + (– 2) ∙ 10 – 23 ] [ ] 1x2
drada A, de ordem n, tal que At = A.
Exemplo:
� Propriedades do produto de matrizes Se C = [2 –1
–1 3 ]
, sua transposta é Ct =
2 –1
–1 3
. [ ]
Portanto, a matriz C é simétrica, pois C = C.
t
O produto de matrizes admite as seguintes
propriedades:
MATRIZ ANTISSIMÉTRICA
P1) Associativa: (A . B) . C = A . (B . C)
P2) Distributiva à direita em relação à adição: (A + B) . Denominamos matriz antissimétrica toda matriz
C=A.C+B.C quadrada A, de ordem n, tal que At = - A.
P3) Distributiva à esquerda: C . (A + B) = C . A + C . B
P4) (k . A) . B = A . (k . B) = k . (A . B) Se D = [ –04 04 ], sua transposta é D = [ 04 t
0 ]
–4 .

Observações: É muito importante notar que, em


Portanto, a matriz D é antissimétrica, pois Dt = -D.
geral, a multiplicação de matrizes não é comutativa,
ou seja, para duas matrizes quaisquer A e B, temos AB
≠ BA. MATRIZ INVERSA
Quando A e B são tais que AB = BA, dizemos que A
e B comutam. Notemos que uma condição necessária Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Dizemos
para A e B comutarem é que sejam matrizes quadra- que A é uma matriz invertível se existir uma matriz
das e de mesma ordem. A-1 tal que A . A-1 = A-1 . A = In, onde In é a matriz identi-
É importante observar também que a implicação dade de ordem n.
AB = 0 → A = 0 ou B = 0 não é válida para matrizes, Observações: Se A não é invertível, dizemos que A
ou seja, é possível encontrar duas matrizes não nulas é uma matriz singular.
cujo produto é a matriz nula. Se A é invertível, então é única a matriz A-1.
170 Exemplo: Exemplos:
A matriz A =
, pois
[ 1
2
3
7 ] é inversível e A = [ –72 –13 ]
–1
Determinante de matriz quadrada de ordem 2

Se M é de ordem 2, então o det M é o produto dos


elementos da diagonal principal de M, menos o produ-
A ∙ A– 1 = [ 21 73 ] ∙ [ –72 –13 ] to dos elementos da diagonal secundária de M.
Exemplo:

[ 21 ∙∙ 77 ++ 37 ∙∙ (–(– 2)2) 1 ∙ (– 3) + 3 ∙ 1
2 ∙ (– 3) + 7 ∙ 1 ] = [ 01 0
1 ] =I 2 Se M = [ 26 –1
5 ]
, então:

A ∙ A– 1 = [ –72 –3
1 ]∙[ ]1
2
3
7
det M = 2 ∙ 5 – [6 ∙ (– 1)] = 10 – (– 6) = 10 + 6 = 16

Determinante de matriz quadrada de ordem 3


[ 7 ∙ 1 + (–3) ∙ 2
–2∙1+1∙2 –2∙3+1∙7 ] [ 0
7 ∙ 3 + (– 3) ∙ 7
=
1 0
1 ] = I2
Se M é de ordem 3, então o det M é dado por:

Qual é a inversa da matriz A = [ 02 1


3 ]? det M = a11 ∙ a22 ∙ a33 + a12 ∙ a23 ∙ a31 + a13 ∙ a21 ∙ a32 – a13
∙ a22 ∙ a31 – a11 ∙ a23 ∙ a32 – a12 ∙ a21 ∙ a33

Fazendo A-1 = [ ac b
d ], temos: Podemos memorizar essa definição da seguinte
maneira:

A– 1 ∙ A = [ ac bd ] ∙ [ 02 31 ] = [ 01 01 ] z Repetimos ao lado da matriz, as duas primeiras


colunas;

[ ac ∙∙ 22 ++ db ∙∙ 00 ac ∙∙ 11 ++ db ∙∙ 33 ] = [ 01 01 ] z Os termos precedidos pelo sinal + são obtidos


multiplicando-se os elementos segundo as flechas
situadas na direção da diagonal principal;

{ a +2a3b= 1= 0
1 1 z Os termos precedidos pelo sinal – são obtidos
⇒a= eb=–
2 6 multiplicando-se os elementos segundo as flechas
situadas na direção da diagonal secundária.

{ c +2c3d= 0= 1
1 Este dispositivo apresentado acima é conhecido
⇒c=0ed= como Regra de Sarrus, e é utilizado para o cálculo de
3
determinantes de ordem 3.
Vejamos agora um exemplo numérico:

> H
1
2
- 16
RS V
Portanto, A-1 =
0
1
SS1 2 1W
W
3
SS5 W
- 2W
Seja M = 3 WW , calcule o seu determinante
SS
� Propriedades de uma matriz inversa 2 4 - 1W
T X
A matriz inversa admite as seguintes propriedades: Utilizando a regra de Sarrus, temos que:

P1) (A-1)-1 = A 1 2 1 1 2
P2) (A . B)-1 = B-1 . A-1 det M = 5 3 – 2 5 3 = 1 ∙ 3 ∙ (1) + 2 ∙ (– 2) ∙
2 4 –1 2 4
P3) (At)-1 = (A-1)t
2 + 1 ∙ 5 ∙ 4 – (1 ∙ 3 ∙ 2 + 1 ∙ (– 2) ∙ 4 + 2 ∙ 5 ∙ (– 1))

1 2 1 1 2
det M = 5 3 – 2 5 3 = – 3 – 8 + 20 – (6 – 8
DETERMINANTES 2 4 –1 2 4
– 10) = 9 – (– 12) = 9 + 12 = 21, portanto, o det de M
Determinantes podem ser definidos do seguinte = 21
modo: considere o conjunto das matrizes quadra-
das de elementos reais. Seja M uma matriz de ordem MENOR COMPLEMENTAR
n desse conjunto. Denominamos determinante da
matriz M (e indicamos por det M) o número que asso- Considere uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja aij
ciamos a matriz M, operando seus elementos confor- um elemento de M. Definimos menor complementar
do elemento aij, e indicamos por Dij, como sendo o
MATEMÁTICA

me a ordem desta matriz.


determinante da matriz que se obtém suprimindo a
Determinante de matriz quadrada de ordem 1 linha i e a coluna j de M.
Exemplo:
Se M é de ordem 1, então o det M é o único elemen- RS V
to de M. SS1 -2 3 WW
SS1 W
Exemplo: Seja M = -1 5WWW , então:
SS
S2 4 - 2WW
Se M = [4], então o det M = 4 T X 171
D11 = – 1 5 = - 18, note que suprimimos a primeira 2 – 3 + 3 ∙ (– 1)3 ∙ 5 – 3 + 4 ∙ (– 1)4 ∙ 5 2 = 1
4 –2 4 2 1 2 1 4

[ ]
1 –2 3 ∙ 1 ∙ (4 + 12) + 3 ∙ (– 1) ∙ (10 + 3) + 4 ∙ 1 ∙ (20 – 2) = 16 – 39
linha e a primeira coluna da matriz M, 1 – 1 5 , + 72 = 49
2 4 –2
calculando assim o determinante dos elementos Observações: podemos utilizar Sarrus ou Laplace
restantes. no cálculo do determinante de uma matriz qualquer,
O raciocínio é análogo para os demais termos, por- os resultados obtidos serão os mesmos. Na utilização
tanto teremos: de Laplace qualquer fila (linha ou coluna) escolhida
produzirá o mesmo valor de determinante. De prefe-
1 5 = – 12, D = 1 – 1 = 6, rência, escolha sempre a fila com a maior quantidade
D12 =
2 –2 13
2 4 de elementos iguais a zero. Este procedimento facilita
os cálculos do determinante.
D21 = – 2 3 = – 8, D22 = 1 3 = – 8,
4 –2 2 –2 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES
D23 = 1 – 2 = 8, D31 = – 2 3 = – 7,
2 4 –1 5 A definição de determinante e o teorema de Lapla-
1 3 1 – 2 = 1. ce nos permitem fazer o cálculo de qualquer deter-
D32 = = 2, D33 = minante, no entanto, é possível simplificar o cálculo
1 5 1 –1
com a aplicação de certas propriedades. Vejamos estas
COMPLEMENTO ALGÉBRICO (COFATOR) propriedades:

Consideremos uma matriz M de ordem n ≥ 2. Seja P1) Matriz transposta


aij um elemento de M. Definimos complemento algé-
brico do elemento aij, e indicamos por Aij, como sendo Se M é a matriz de ordem n e Mt sua transposta,
então det Mt = det M
o número ( - 1)i + j . Dij
Exemplo:
Exemplo: RS V
RS
SS1 -2 3W
VW S- 1 2 0 WWSS W
Seja M = S1
S 5W
WW Seja a Matriz M = SS 3 4 - 6WWW , o det M = – 10
W, então:
-1
SS SS 2 1 - 2WW
S2 4 - 2W W T V X
RS
T X SS- 1 3 2W WW
A11 = (– 1) 1+1
∙ D11 = (– 1) ∙ – 1 5 = 1 ∙ (– 18) = – 18
2
SS 2
4 –2 logo a Mt = 4 1W WW , e o det Mt = – 10
SS
A12 = (– 1)1+2 ∙ D12 = (– 1)3 ∙ 1 5 = (– 1) ∙ (– 12) = 12 S0 - 6 - 2W W
2 –2 T X
P2) Fila nula
A13 = (– 1)1+3 ∙ D13 = (– 1)4 ∙ 1 5 = 1 ∙ (6) = 6
2 –2
Se os elementos de uma fila (linha ou coluna) qual-
A21 = (– 1) 2+1
∙ D21 = (– 1) ∙ – 2 3 = (– 1) ∙ (– 8) = 8
3 quer de uma matriz M de ordem n forem todos nulos,
4 –2 então det M = 0
RS V
A22 = (– 1)2+2 ∙ D22 = (– 1)4 ∙ 1 3 = 1 ∙ (– 8) = – 8 S 3 - 1 4WW
SS W
2 –2
Seja M = SS 0 0 0W
W , o det de M = 0
1 – 2 = (– 1) ∙ (8) = – 8 SS- 3 WW
A23 = (– 1)2+3 ∙ D23 = (– 1)5 ∙ 5 2W
2 4
T X
A31 = (– 1)3+1 ∙ D31 = (– 1)4 ∙ – 2 3 = 1 ∙ (– 7) = – 7 P3) Multiplicação de uma fila por uma constante
–1 5
Se multiplicarmos uma fila qualquer de uma
A32 = (– 1)3+2 ∙ D32 = (– 1)5 ∙ 1 3 = (– 1) ∙ (2) = – 2
1 5 matriz M de ordem n por um número k, o determi-
nante da nova matriz M’ obtida será o produto de k
A33 = (– 1)3+3 ∙ D33 = (– 1)6 ∙ 1 – 2 = 1 ∙ (1) = 1 pelo determinante de M, isto é det M’ = k . det M
1 –1 Exemplo:
RS V
TEOREMA FUNDAMENTAL DE LAPLACE
SS2 - 1 3W
W
SS4 W
O determinante de uma matriz de ordem n ≥ 2, é Seja M = 5 0W
WW , o det M = – 28
SS W
a soma dos produtos dos elementos de uma fila qual- S2 -1 1W
quer (linha ou coluna) pelos respectivos cofatores. T X
Se multiplicarmos a primeira linha da matriz por
RS V 2, teremos:
SS1 3 4WWW RS V
Seja M = SS5 2 - 3WWW , então: SS4 - 1 6WWW
SS
1 4 2W M’ = S SS4 5 0WWW , o det de M’ = – 56, ou seja, det M’ = 2 .
T X SS2 - 1 1WW
1 3 4
det M = 5 2 – 3 = a11 ∙ A11 + a12 ∙ A12 + a13 ∙ A13 det M, oTdet de M’ X = – 56, ou seja, caso fosse multipli-
1 4 2 cada a primeira coluna da matriz M por 2, o determi-
nante da nova matriz M’ também seria o dobro do det
172 = 1 ∙ (– 1)1+1 ∙ D11 + 3 ∙ (– 1)1+2 ∙ D12 + 4 ∙ (– 1)1+3 ∙ D13 = 1 ∙ (– 1)2 ∙ M.
RS VW RS W V
SS4 -1 3W SS 1 2 6W
S WW SS 3 W
- 3W
M’ = S8 0W Seja M = -1 WW , o det M = 0, pois a 3ª linha
SS 5 WW , o det M’ = - 56 SS
S4 -1 1W
-2 4 12W
T X T X
é a 2ª linha multiplicada por 3.
P4) Multiplicação da matriz por uma constante
P8) Combinação linear de filas paralelas
Se A é uma matriz de ordem n, então det (ɑ . A) =
Se uma matriz quadrada M, de ordem n, tem uma
ɑn . det A linha (ou coluna) que é combinação linear de outras
Exemplo: linhas (ou colunas), então det M = 0

e o , o det A = 14
4 -1 Exemplos:
Se A =
2 3 JK 1 - 2 - 1N
O
Se quiséssemos descobrir o determinante de 3 . A, KK OO
faríamos: Seja M = KK 3 4 7O
O , o det M = 0, pois a 3ª coluna
KK- - 3O
O
det 3 . A = (3)2 . det A = 9 . 14 = 126 5 2
L P
é a soma da 1ª coluna com a 2 ª coluna.
P5) Troca de filas paralelas JK2 NO
-3
KK 5 OO
Seja M uma matriz de ordem n ≥ 2. Se trocarmos Seja N = KK1 4 0O OO , o det N = 0, pois a 3ª linha é
KK
10 O
de posição duas filas paralelas, obteremos uma nova - 10
3
matriz M’ tal que det M’ = - det M L P
Exemplo: o dobro da 2ª linha menos a 1ª linha.
RS VW
SS 1 -1 2W
W P9) Teorema de Binet
Seja M = SS 0 3 4W
WW , o det M = 13
SS W
S- 3 5 1W Se A e B são matrizes quadradas de ordem n, então
T X det (AB) = det A . det B
Exemplo:
Se trocarmos de posição a primeira coluna com a
Seja A = e o , o det A = 5 e B = e o , o det
3 2 -2 -7
segunda coluna, teremos: -1 1
B = 3, 1 2
RS V Logo, pelo Teorema de Binet, o det (A . B) = det A .
SS- 1 1 2W
W
SS 3 W det B = 5 . 3 = 15
M’ = 0 4W
WW o det M’ = - 13 Observação: decorre a seguinte relação do Teore-
SS W
S5 -3 1W ma de Binet:
T X
Portanto a conclusão que chegamos é que: det M’ 1
det A–1 =
= - det M det A
O raciocínio é análogo, caso fosse feita a troca de Exemplo:
RS V
linhas paralelas.
SS0 3 - 1W
W
SS2 W
P6) Filas paralelas iguais Seja A = -4 3WWW , o det A = 19 , logo o det A–1 =
SS
1
=
1 S1 2 - 3WW
Se uma matriz M de ordem n ≥ 2 tem duas filas det A 19 T X
paralelas formadas por elementos respectivamente
P10) Matriz triangular
iguais, então det M = 0.
Exemplo: O determinante de uma matriz triangular (aquela
cujos elementos acima ou abaixo da diagonal princi-
RS V pal são todos iguais a zero) é dado pelo produto dos
SS- 1 0 2W
W
SS 4 W elementos da diagonal principal.
Seja M = 5 7W
WW , o det de M = 0, pois a 1ª e 3ª Exemplos:
SS W
S- 1 2W RS V
0W
0
T X SS- 3 W
MATEMÁTICA

0
SS 1 W
linha são iguais. Seja A = 2 0WWW , como temos uma matriz
SS
S4 -5 - 1WW
P7) Filas paralelas proporcionais
T X
triangular superior, ou seja, todos os elementos acima
Se uma matriz de ordem n ≥ 2 tem duas filas para- da diagonal principal são nulos, logo o determinante
lelas formadas por elementos respectivamente pro- de A será dado pelo produto dos elementos da diago-
porcionais, então det M = 0. nal principal da matriz A.
Exemplo: Portanto: det A = ( - 3) . 2 . ( - 1) = 6 173
{
RS V
SS1 -2 7 W
W a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c1
SS0 W
Seja B = 4 2WWW , como temos uma matriz a21x1 + a22x2 + a23x3 + . . . + a2nxn = c2
SS
S0 0 - 3WW S a31x1 + a32x2 + a33x3 + . . . + a3nxn = c3
T X ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙
triangular inferior, ou seja, todos os elementos acima am1x1 + am2x2 + am3x3 + . . . + amnxn = cm
da diagonal principal são nulos, logo o determinante
de B será dado pelo produto dos elementos da diago-
Note que pela definição do produto de matrizes, o
nal principal da matriz B.
sistema linear genérico acima, pode ser escrito na for-
Portanto: det B = 1 . 4 . ( - 3) = - 12
ma matricial da seguinte maneira:

[ ][ ] [ ]
a11 a12 a13 ... a1n x1 c1
SISTEMAS LINEARES a21 a22 a23 ... a2n x2 c2
EQUAÇÃO LINEAR a31 a32 a33 ... a3n x3 = c3
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ ∙ ∙
Denominamos equação linear toda equação do
tipo: am1 am2 am3 ... amn xn cn

a11x1 + a12x2 + a13x3 + . . . + a1nxn = c, onde: Exemplos:


Escrevendo na forma matricial os dois exemplos
a1, a2, a3, . . . , xn : são coeficientes reais, não todos anteriores, temos:
nulos.
x1, x2, x3, . . . , xn : são as incógnitas.
{ x4x+–7yy == 21 ⇒ [ 1 ] ∙ [ y ] = [1 ]
4 –1 x 2
c : é o termo independente.
7

{ [ ][][ ]
Quando o termo independente é nulo, dizemos
que a equação linear é homogênea. – 3x + 2y – z = – 1 –3 2 –1 x –1
Exemplos: x + y – 5z = 3 ⇒ 1 1 –5 ∙ y = 3
2x – 5y + 2z = 4 2 –5 2 z 4
a) 4x + 3y – z = – 1
b) 2x – y = 3
SOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR
c) – 2x – y + 5z = 0 (Equação linear homogênea)
Seja uma sequência ou n-upla ordenada de núme-
Não são equações lineares as equações abaixo: ros reais (a1, a2, a3, . . . , an), a mesma será solução de
um sistema linear S, se for a solução de todas as equa-
a) x2 + y – z3 = 3 ções lineares de S, ou seja:
b) xy – 5z = –7
c) x – 2y + √z = 3
a11a1 + a12a2 + a13a3 + . . . + a1nan = c1 (setença verdadeira)

� Sistema linear: a21a1 + a22a2 + a23a3 + . . . + a2nan = c2 (setença verdadeira)


a31a1 + a32a2 + a33a3 + . . . + a3nan = c3 (setença verdadeira)
Denominamos sistema linear, o conjunto de duas ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙
ou mais equações lineares com n incógnitas.
am1a1 + am2a2 + am3a3 + . . . + amnan = cm (setença verdadeira)
Exemplos:

{ 4x – y = 2 Exemplo:

{
x + 7y = 1
x + 2y – 2z = – 5
Neste caso temos um sistema linear de duas incóg- 2x – 3y + z = 9
nitas, sendo elas x e y. O 2 e o 1 são os termos indepen-
3x – y + 3z = 8
dentes desse sistema.

{
O sistema acima admite como solução a tripla
– 3x + 2y – z = – 1
ordenada (1,-2,1), pois substituindo estas coordenadas
x + y – 5z = 3 em cada uma das equações lineares, temos:

{
2x – 5y + 2z = 4

{
(1) +2 (– 2) – 2 (1) = – 5 1–4–2=–5
Neste caso temos um sistema linear de três incóg-
nitas, sendo elas x, y e z. O -1, e o 4 são os termos inde- 2(1) – 3 (– 2) + (1) = 9 ⇒ 2+6+1=9
pendentes desse sistema. 3+2+3=8
3(1) – (– 2) + 3(1) = 8

{
Um sistema linear de m equações com n incógni- –5=–5
tas, indicado por m x n (lemos “m por n”), pode ser 9 = 9 .todas as sentenças são verdadeiras.
174 representado por um conjunto de equações do tipo: 8=8
SISTEMA LINEAR HOMOGÊNEO
Dx 11 Dy 22
portanto: x = = = 1, y = = = 22
Chamamos de sistema linear homogêneo, aquele D 11 D 11
possui todos os termos independentes nulos, ou seja,
iguais a zero.
Exemplo: Logo a solução do sistema é o par ordenado (1, 2)

{ {
x + y + 2z = 0 x – 2y + z = 0
b) 2x + y – 3z = – 5
3x + 4y – z = 0 4x – y – z = – 1
2x + 3y – 3z = 0
1 –2 1 0 –2 1
D = 2 1 – 3 = 10, Dx = – 5 1 – 3 = 10
Todo sistema linear homogêneo admite a solução
4 –1 –1 –1 –1 –1
nula (0, 0, ..., 0), chamada de solução trivial. Além da
solução trivial um sistema linear homogêneo pode ter
outras soluções. 1 0 1 1 –2 0
Dy = 2 – 5 – 3 = 20, Dz = 2 1 – 5 = 30
4 –1 –1 4 –1 –1
MÉTODOS PRÁTICOS PARA A RESOLUÇÃO DE UM
SISTEMA
Dx 10 Dy 20
portanto: x = = = 1, y = = =2
Regra de Cramer
D 10 D 10
Inicialmente consideremos o seguinte sistema Dz 30
z= = =3
linear:
D 10

{ aa xx ++ bb yy == cc
1
2
1
2
1
2
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, 2, 3).

CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS LINEARES

[a ]
a1 b1
é a matriz incompleta do sistema c1 e c2, Os sistemas lineares podem ser classificados con-
b2
2 forme o esquema abaixo:
são os termos independentes do sistema.
a1 b1 determinado
D= , é o determinante da matriz incompleta
a2 b2 possível
do sistema.
indeterminado
Sistema
c1 b1
Dx = , é o determinante da matriz obtida
c2 b2
impossível
por meio da troca dos coeficientes de x, pelos termos
independentes, na matriz incompleta. Sistema Possível e Determinado
a1 c1
Dy = , é o determinante da matriz obtida
a2 c2 Um sistema será possível e determinado (SPD),
quando o determinante D da matriz incompleta for
por meio da troca dos coeficientes de y, pelos termos
diferente de zero, ou seja, D ≠ 0.
independentes, na matriz incompleta.
Sistema Possível e Indeterminado
O exemplo acima é análogo para qualquer sistema
linear n x n, portanto a regra de Cramer pode ser apli-
cada para resolver qualquer sistema linear n x n, onde Um sistema será possível e indeterminado (SPI),
D ≠ 0. A solução será dada pelas seguintes razões: quando o determinante D da matriz incompleta for
igual a zero (D = 0) e os determinantes das incógnitas

( )
também: (D1 = D2 = D3 = ... = Dn = 0)
D1 D2 D3 Dn
X1 = ,X2 = ,X3 = , . . . , xn =
D D D D Sistema Impossível

Exemplos: Um sistema será impossível (SI), quando o deter-


Vamos resolver os seguintes sistemas pela Regra minante D da matriz incompleta for igual a zero (D =
0) e pelo menos um dos determinantes das incógnitas
MATEMÁTICA

de Cramer:
for diferente de zero.

{ 3x2x– +4yy == –45


Vamos classificar cada um dos sistemas lineares
a) abaixo:

D = 3 – 4 = 11, Dx = – 5 – 4 = 11, D =
2 1 4 1
3
2
– 5 = 22
4
{
a) 4x – y = 1
2x + 3y = 5

D = 4 – 1 = 14 Como D ≠ 0, o sistema é SPD


2 3 175
b)
{ x + 2y – z = 1
2x – 3y + 4z = 2
3x – y + 3z = 3
z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 2) e adicio-
nar o resultado à 2ª equação.

Substituiremos a terceira linha por uma nova,


1 2 –1 fazendo a seguinte operação:
D = 2 – 3 4 = 0, como D = 0, o sistema não é SPD,
3 –1 3 z Vamos multiplicar a 1ª equação por (- 3) e adicio-
nar o resultado à 3ª equação.

{
vamos verificar se é SPI ou SI.
x + 2y – 2z = – 5
– 7y + 5z = 19
1 2 –1 1 1 –1 1 2 1 – 7y + 9z = 23
Dx = 2 – 3 4 = 0, Dy = 2 2 4 = 0, Dz = 2 – 3 2 = 0
3 –1 3 33 3 3 –1 3 Substituiremos a terceira linha por uma nova,
fazendo a seguinte operação:
Como D = 0, Dx = 0, Dy = 0 e Dz = 0, o sistema é SPI.
z Vamos multiplicar a 2ª equação por (- 1) e adicio-

c)
{ – 2x + y – 3z = 0
x – y – 5z = 2
nar o resultado à 3ª equação.

3x – 2y + 2z = – 3

–2 1 –3
D = 1 – 1 – 5 = 0, como D = 0, o sistema não é SPD,
{ x + 2y – 2z = – 5
– 7y + 5z = 19
4z = 4

3 –2 –2 Com o sistema escalonado, podemos determinar


os valores das incógnitas da seguinte forma:
vamos verificar se é SPI ou SI. Obtendo z na 3ª equação:

4z = 4
0 1 –3
Dx = 2 – 1 – 5 = 40 , Como D ≠ 0, o sistema é SI. 4
–3 –2 –2
x
z=
4
Não é necessário analisar o determinante das incóg-
z=1
nitas y e z, uma vez que um deles já apresenta resulta-
do diferente de zero. Obtendo y na 2ª equação:
Como z = 1, vamos substituir o seu valor na 2ª
ESCALONAMENTO DE SISTEMAS LINEARES equação e encontrar o y:

Nem sempre a Regra de Cramer é um instrumento – 7y + 5z = 19


– 7y + 5(1) = 19
prático para a resolução de sistemas lineares. Para a
– 7y + 5 = 19
resolução de sistemas de três ou mais equações, pode- – 7y = 19 – 5
mos fazer a solução de uma forma escalonada, ou seja, – 7y = 14
vamos fazer o escalonamento do sistema. Um sistema
14
estará escalonado quando de equação para equação, y=
no sentido de cima para baixo, houver aumento dos –7
coeficientes nulos situados antes dos coeficientes y=–2
não-nulos.
Exemplos: Obtendo x na 1º equação:
Como y = - 2 e z = 1, vamos substituir os seus valo-

{ {
res na 1ª equação e encontrar o x:
x+y+z=3 x+y+z–t=6
S1 0x + y + z = 2 , S2 0x – y – 4z + 3t = – 13 x + 2y – 2z = – 5
0x + 0y + z = 1 0x + 0y + 12z – 6t = 20
x + 2 (– 2) – 2(1) = – 5
x–4–2=–5
Vejamos um exemplo prático de como resolver um x–6=–5
sistema linear por escalonamento: x=–5+6
x=1

{ 2x – 3y + z = 9
x + 2y – 2z = – 5
3x – y + 3z = 8
Logo a solução do sistema é a tripla ordenada (1, -2, 1).

Primeiramente vamos trocar de posição a linha 2


com a linha 1, para que a incógnita x que possui o coe-
EXERCÍCIOS COMENTADOS
ficiente 1 fique na primeira linha.
1. (ESAF – 2009) O determinante da matriz:

{ x + 2y – 2z = – 5
2x – 3y + z = 9
3x – y + 3z = 8
B=
[
2
a
4+a
1
b
2+b
0
c
c ] é:

a) 0
Substituiremos a segunda linha por uma nova, b) 2b - c
176 fazendo a seguinte operação: c) a + b + c
d) 6 + a + b + c
e) 2bc + c - a ( –11 2
–1
∙ ) ( ) = (31 –42 )
a b
c d
A matriz B é uma matriz quadrada de ordem 3, para Fazendo o produto entre as matrizes no primeiro
calcular os seus determinantes, vamos utilizar a membro, temos:
Regra de Sarrus:
2 1 0 2 1 ( (– 1)1 ∙∙ aa ++ (–2 ∙1)c ∙ c 1∙b+2∙d
) (
(– 1) ∙ b + (– 1) ∙ d
=
3 –2
1 4 )
a b c a b ,
4+a 2+b c 4+a 2+b
(–a a+ –2cc b + 2d
–b–d ) = (31 –42 )
Vamos fazer o produto das diagonais principais,
menos o produto das diagonais secundárias. Pela igualdade de matrizes geraremos o seguinte
sistema linear:

{
2 ∙ b ∙ c + 1 ∙ c ∙ (4 + a) + 0 ∙ a ∙ (2 + b) – [0 ∙ b ∙ (4 + a) +
2 ∙ c ∙ (2 + b) + 1 ∙ a ∙ c] = 2bc +4c + ac – [4c + 2bc + ac] a + 2c = 3
= 2bc + 4c + ac – 4c – 2bc – ac = 0 Resposta: Letra A. b + 2d = – 2
2. (ESAF – 2012) Dada as matrizes: –a–c=1

(21 33) e B = (21 43)


–b–d=4
A=
Trocando de posição a linha 2 com a linha 3, temos:
Calcule o determinante do produto AB:

{
a) 8 a + 2c = 3
b) 12 –a–c=1
c) 9
b + 2d = – 2
d) 15
e) 6 –b–d=4

Pelo Teorema de Binet, temos que: o det (A ∙ B) = det Vamos encontrar primeiramente os valores de a e
A ∙ det B c, fazendo a soma da linha 1 com a linha 2, temos:
Calculando separadamente cada um dos determi- c=4
nantes, teremos:
Substituindo c por 4 na primeira linha, temos:
2 3
Det A = = 2 ∙ 3 – (3 ∙ 1) = 6 – 3 = 3 a + 2c = 3
1 3
2 4 a + 2 ∙ (4) = 3
Det B = =2∙3–4∙1=6–4=2 a+8=3
1 3
a=3–8
Portanto o det (A ∙ B) = detA ∙ detB = 3 ∙ 2 = 6 Respos- a=–5
ta: Letra E.
Para encontrar os valores de b e d, faremos a soma
da linha 3 com a linha 4, obtendo:
3. (CESGRANRIO – 2011) Considere a equação matricial
AX = B, d=2
Substituindo d por 2 na linha 4, temos:
Se A = ( –11 2
–1 ) e B = (31 –42 ) , então a matriz X é: –b–d=4
– b – (2) = 4
–b–2=4
a)
( 22 –54 ) –b=4+2
–b=6
b)
( –45 –26 ) b=–6

c) (
Portanto a matriz X será igual a:
–5 –6
( )
– 1 – 4)
3 –1 4 2
Resposta: Letra B.

d) (
2 ) {3x2x ++ my
–5 –8 y = 18
4. (UNIRIO – 2009) Se o sistema: possui
3 =k

e) (
0 3)
4 0 infinitas soluções, o produto k ∙ m, vale:

a) 8
MATEMÁTICA

Para encontrar a matriz X, vamos escreve-la como


uma matriz genérica, e substituir na equação indi- b) 12
cada no enunciado: c) 15
d) 18
X= ( 40 03 ) e) 20

Substituindo as três matrizes conhecidas na equa- Se o sistema possui infinitas soluções, ele é um siste-
ção inicial, temos: ma possível indeterminado (SPI). Pela regra de Cra-
mer um sistema linear 2x2 será SPI, se e somente se,
A∙X=B D = 0, Dx = 0 e Dy = 0. 177
Para encontrar o valor de m vamos calcular o deter- 0 5 1 0 5
minante da matriz incompleta, igualando o mesmo Dx = 1 1 – 2 1 1 = 0 ∙ 1 ∙ (– 4) + 5 ∙ (– 2) ∙ (– 1)
a zero, teremos, portanto: –1 3 –4–1 3
+ 1 ∙ 1 ∙ 3 – [1 ∙ 1 ∙ (– 1) + 0 ∙ (– 2) ∙ 3 + 5 ∙ 1 ∙ (– 4)]
3 1
=0
2 m Dx = 10 + 3 – (– 1 – 20) = 13 – (– 21) = 13 + 21 = 34
3∙m–2∙1=0 Logo Dx = 34
3m – 2 = 0 Fazendo:
3m = 2 Dx 34
2 x= = = 2, portanto x = 2. Resposta: Letra B.
m= D 17
3
Para encontrar o valor de k, basta calcular o determi-
nante em relação a uma das duas incógnitas, já que
descobrimos o valor de m, porém para facilitar os
SEQUÊNCIAS
cálculos vamos calcular o determinante em relação
a y, igualando o mesmo a zero, teremos o seguinte:
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
3 18
=0
2 k Esse tema é cobrado de uma maneira que ao mes-
3 ∙ k – 2 ∙ 18 = 0 mo tempo que pode parecer fácil, pode ser bem com-
3k – 36 = 0 plicado. Descobrir a lei de formação ou padrão da
3k = 36 sequência é o seu principal objetivo, pois nas ques-
36
k= tões sobre sequências/raciocínio sequencial, você
3 será apresentado a um conjunto de dados dispostos
k = 12 de acordo com alguma “regra” implícita, alguma lógi-
Não se esqueça que o exercício não pede os valores ca de formação. O desafio é exatamente descobrir
de m e k, mas sim o produto entre eles. Fazendo o essa “regra” para, com isso, encontrar outros termos
produto entre m e k, teremos: daquela mesma sequência.
Veja o exemplo abaixo:
2 24
m∙k= ∙ 12 = =8
3 3 2, 4, 6, 8,...
Resposta: Letra A.
A primeira pergunta que podemos fazer para
5. (CESGRANRIO – 2011) Considere o sistema a seguir: achar a lei de formação é: os números estão aumen-
tando ou diminuindo?

{ x + 5y + z = 0
4x + y – 2z = 1
7x + 3y – 4z = – 1
Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
Nesse sistema o valor de x é: Veja o nosso exemplo que fora postado: 2, 4, 6, 8,.. Do
primeiro termo para o segundo, somamos o número
a) 3 dois e depois repetimos isso.
b) 2
c) 1 2+2=4
d) 0 4+2=6
e) -1 6+2=8
O exercício pede somente o valor da incógnita
Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
x, portanto podemos utilizar a regra de Cramer,
pois 8+2 = 10.
para encontrar o seu valor. Pela regra de Cramer,
D Caso os números estejam diminuindo, você pode
sabemos que: x = x . Calculando os respectivos buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
D
determinantes pela regra de Sarrus, teremos: entre os termos.
Agora, observe esta outra sequência:
1 5 1
D= 4 1 –2
7 3 –4 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...

1 5 1 1 5 Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem


D = 4 1 – 2 4 1 = 1 ∙ 1 ∙ (– 4) + 5 ∙ (– 2) ∙ 7 + 1 ∙ 4 a dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo per-
7 3 –4 7 3
cebido que o 9 não está na sequência. A nossa tendên-
∙ 3 – [1 ∙ 1 ∙ 7 + 1 ∙ (– 2) ∙ 3 + 5 ∙ 4 ∙ (– 4)]
cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor
D = – 4 – 7 + 12 – (7 – 6 – 80) = – 62 – (– 79) = – 62 + 15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encon-
79 = 17 trado deve ser capaz de explicar TODA a sequência!
Logo D = 17 Neste caso, estamos diante dos números primos! Sim,
Fazendo Dx, temos: aqueles números que só podem ser divididos por eles
0 5 1 mesmos ou então pelo número 1. No caso, o próximo
Dx = 1 1 –2 seria o 17, e não o 15. A propósito, os próximos núme-
178 –1 3 –4 ros primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS ALTERNADAS

É bem comum aparecem questões que envolvem


uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
te exemplo:

2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...


O número que substitui o símbolo “?” é:
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
dizer que temos uma sequência que, de um número a) 25.
para outro, devemos somar 2 unidades e também b) 23.
podemos notar que temos a sequência que, de um c) 32.
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas d) 20.
estão em sequências numéricas alternadas. Veja: e) 28.
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,...
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ... Note o seguinte padrão:
1 + 2 = 3 (primeiro número da segunda coluna)
SEQUÊNCIAS COM FIGURAS E DE PALAVRAS 3 + 5 = 8 (primeiro número da terceira coluna)
8 + 12 = 20 (primeiro número da quarta coluna)
Não há teoria específica para este assunto, mas res- 20 + 28 = 48 (primeiro número da quinta coluna)
ponderemos a seguir algumas questões para “pegar- Resposta: Letra E.
mos o jeito” dos exercícios que envolvem sequências
com figuras e de palavras. Esse é o modo como se 3. (ACCESS – 2020) Observe a sequência infinita a
aprende essa matéria. Mãos à obra! seguir:

LOGICALOGICALOGICALOGICA...

EXERCÍCIOS COMENTADOS A 2020ª letra dessa sequência é:

1. (FURB – 2019) Em um restaurante, usam-se mesas a) C.


que comportam 4 cadeiras. Se juntarem duas dessas b) A.
mesas, consegue-se espaço para 6 cadeiras. Se jun- c) L.
tarem três dessas mesas, o espaço fica restrito a 8 d) O.
cadeiras. A imagem a seguir ilustra essa situação: e) I.

Temos o ciclo “L O G I C A”, com 6 elementos. Agora,


basta dividir a posição 2020 pela quantidade de ele-
mentos do ciclo. Veja:
2020 / 6 = 336 + resto 4
Ou seja, temos 336 ciclos completos mais 4
elementos:
Seguindo esse padrão, pode-se afirmar que a quanti- Resto 1 = L
dade de mesas que se deve juntar para que a quanti- Resto 2 = O
dade de lugares disponíveis (cadeiras) seja igual a 22 Resto 3 = G
é: Resto 4 = I (Gabarito)
Resposta: Letra E.
a) 6.
b) 15. 4. (INSTITUTO CONSULPLAN – 2019) Observe a sequên-
c) 10. cia de palavras:
d) 12. OSSOS – NEVOEIRO – DESENHO – JANTARES –
FIBRILADOR – MILÍCIA – ABRIDOR – ? –. A palavra
e) 8.
que substitui corretamente o ponto de interrogação é:
1 mesa = 4 cadeiras
a) GARAPA.
2 mesas = 6 cadeiras
b) MAMÃO.
3 mesas = 8 cadeiras
c) JONATAS.
4 mesas = 10 cadeiras d) AGROPECUÁRIO.
5 mesas = 12 cadeiras
MATEMÁTICA

6 mesas = 14 cadeiras A sequência apresentada segue um padrão em rela-


7 mesas = 16 cadeiras ção aos meses do ano. A primeira palavra, OSSOS,
8 mesas = 18 cadeiras começa com letra “O”, mês de outubro; a segunda
9 mesas = 20 cadeiras palavra, NEVOEIRO, começa com a letra “N”, mês
10 mesas = 22 cadeiras de novembro...
Resposta: Letra C. OSSOS → Outubro
NEVOEIRO → Novembro
2. (CONTEMAX – 2020) Considere o seguinte padrão de DESENHO → Dezembro
números JANTARES → Janeiro 179
FIBRILADOR → Fevereiro z o termo que buscamos é o da décima posição, isto
MILÍCIA → Março é, a10;
ABRIDOR → Abril z a razão da PA é 2, portanto r = 2;
? → Maio z o termo inicial é 1, logo a1 = 1;
O ponto de interrogação está associado ao mês de z n, ou seja, a posição que queremos, é a de número
Maio, devendo ser substituído por uma palavra que 10: n = 10
comece com a letra “M” = MAMÃO, apresentada nas
opções. Resposta: Letra B. Logo,

5. (IBADE – 2019) A palavra MALOTE está para LOMAET, an = a1 + (n-1)r


assim como CAMILO está para: a10 = 1 + (10-1)2
a10 = 1 + 2x9
a) MIOLCA. a10 = 1 + 18
b) MICAOL. a10 = 19
c) CAOLMI.
d) MILOCA. Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
e) LOCAMI.
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
posição 200 é:
Na palavra MALOTE, foi invertida a ordem das
duas primeiras sílabas (LOMA) e invertida a ordem
an = a1 + (n-1)r
das duas últimas letras (ET). Basta seguir o mes- a200 = 1 + (200-1)2
mo raciocínio para a palavra CAMILO, que fica: a200 = 1 + 2x199
MICAOL. Resposta: Letra B. a200 = 1 + 198
a200 = 199

Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PA


PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS n # (a1 + an)
Sn =
2
Uma progressão aritmética é aquela em que os
termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons- Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
tante, normalmente representada pela letra r. lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
Termo inicial: valor do primeiro número que que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.
Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-
compõe a sequência;
te caso, o termo a7, que observando na sequência é o
Razão: regra que permite, a partir de um termo, número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,
obter o seguinte. temos:
Observe o exemplo abaixo:
n # (a1 + an)
{1,3,5,7,9,11,13, ...} Sn =
2

7 # (1 + 13)
Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9, e assim suces- S7 =
2
sivamente. Temos um exemplo nítido de uma Progres-
são Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e 7 # 14
S7 =
termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo pro- 2
gressões aritméticas, é importante você saber obter o 98
termo geral e a soma dos termos, conforme veremos S7 = = 49
2
a seguir.
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
Termo geral da PA PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
crescente.
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei- Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3
PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer
decrescente.
outro termo. Temos a seguinte fórmula:
Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1
PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão
an = a1 + (n-1)r iguais.
Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0.
Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
“n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
Dica
a posição do termo na PA.
Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir PA crescente: se r > 0;
o termo de posição 10. Já temos as informações que PA decrescente: se r < 0;
180 precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...} PA constante: se r = 0.
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o Substituindo na fórmula da média aritmética:
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé- (a1 + a2 + a3 + a4 )/4 = 310
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja: (a1+ a1 + r + a1 + 2r + a1 + 3r) / 4 = 310
4 a1 + 6r = 310 . 4
PA (a1, a2, a3)  a2 = (a1 + a3)/2 4 a1 + 6. (-24) = 1240
PA (2, 4, 6)  4 = (2+6)/2  4 = 4 4 a1 - 144 = 1240
a1 = 346
Encontrando a4:
a4= 346 + (4-1).r
EXERCÍCIOS COMENTADOS a4= 346 + 3r
a4= 346 + 3. (-24)
a4 = 274. Resposta: Letra D.
1. (IBFC – 2015) O total de múltiplos de 4 existentes
entre os números 23 e 125 é: 3. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Em cada item a seguir é
apresentada uma situação hipotética, seguida de uma
a) 25. assertiva a ser julgada, a respeito de modelos lineares,
b) 26. modelos periódicos e geometria dos sólidos.
c) 27. Manoel, candidato ao cargo de soldado combatente,
d) 28. considerado apto na avaliação médica das condições
e) 24. de saúde física e mental, foi convocado para o teste
de aptidão física, em que uma das provas consiste em
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o últi- uma corrida de 2.000 metros em até 11 minutos. Como
mo é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma Manoel não é atleta profissional, ele planeja completar
PA de razão igual a 4. Então, temos as seguintes o percurso no tempo máximo exato, aumentando de
informações: uma quantidade constante, a cada minuto, a distância
a1 = 24 percorrida no minuto anterior.
an = 124 Nesse caso, se Manoel, seguindo seu plano, correr 125
r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para metros no primeiro minuto e aumentar de 11 metros a
obter os múltiplos). distância percorrida em cada minuto anterior, ele com-
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos pletará o percurso no tempo regulamentar.
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos):
( ) CERTO  ( ) ERRADO
an = a1 + (n-1)r
124 = 24 + (n – 1)4 Veja que no primeiro minuto ele percorre 125
124 = 24 + 4n – 4 metros, no segundo 125 + 11 = 136 metros, no ter-
124 – 24 + 4 = 4n ceiro 125 + 2×11 = 147 metros, e assim por diante.
104 = 4n
Estamos diante de uma progressão aritmética (PA)
n = 26. Resposta: Letra B.
de termo inicial a1 = 125 e razão r = 11. O décimo
primeiro termo (correspondente ao 11º minuto) é:
2. (FCC – 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em an= a1 + (n-1).r
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá a11 = 125 + (11 – 1).11
em cada dia será diferente e formará uma progressão a11 = 125 + 110 = 235 metros
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme-
A soma das distâncias percorridas nos 11 primeiros
tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km.
minutos é dada pela fórmula da soma dos termos
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô-
da PA:
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último
dia de viagem será igual a n # (a1 + an)
Sn =
2
a) 334.
b) 280. 11 # (125 + 235)
S11 =
c) 322. 2
d) 274. 11 # 360
e) 310. S11 =
2
Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos S11 = 180 · 11
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para S11 = 1.980
podermos substituir na média. Usando a fórmula A distância total percorrida é menor do que 2.000
do termo geral: metros. Logo, Manoel não completará o percurso
r = -24 no tempo regulamentar de 11 minutos. Resposta:
an= a1 + (n-1).r Errado.
Achando a1:
a1 = a1 + (1-1).r
4. (FCC – 2017) Em um experimento, uma planta recebe
MATEMÁTICA

a1 = a1
a cada dia 5 gotas a mais de água do que havia recebi-
Colocando a2 em função de a1:
do no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu 374 gotas
a2= a1+ (2-1)r
a2 = a1 + r de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
Colocando a3 em função de a1:
a3= a1+ (3-1)r a) 64 gotas.
a3 = a1 + 2r b) 49 gotas.
Colocando a4 em função de a1: c) 59 gotas.
a4 = a1 + (4-1)r d) 44 gotas.
a4 = a1 + 3r e) 54 gotas. 181
Já sabemos que a razão é r = 5 e que o a65 = 374, Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
então, o a1 é dado por: soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
a65= a1 + (n-1).r 16, 32...}
374 = a1 + (65-1)5 4
2 # (2 - 1)
374 = a1 + 64 x 5 S4 =
374 = a1 + 320 2-1
a1 = 54 gotas. 2 # (16 - 1)
S4 =
Resposta: Letra E. 1
2 # 15
S4 =
5. (CESPE-CEBRASPE – 2014) Em determinado colégio, 1
todos os 215 alunos estiveram presentes no primeiro S4 = 30
dia de aula; no segundo dia letivo, 2 alunos faltaram;
no terceiro dia, 4 alunos faltaram; no quarto dia, 6 alu- Soma dos infinitos termos de uma progressão
nos faltaram, e assim sucessivamente. geométrica
Com base nessas informações, julgue os próximos
Suponha que você corra 1000 metros, depois,
itens, sabendo que o número de alunos presentes às
você corra 500 metros, depois, você corra 250 metros
aulas não pode ser negativo.
e, depois, 125 metros – sempre metade do que você
No vigésimo quinto dia de aula, faltaram 50 alunos.
correu anteriormente. Quanto você correrá no total?
Observe que o que temos é exatamente uma progres-
( ) CERTO  ( ) ERRADO são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente.
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
P.A. (215, 213, 211, 209,..., a25) 1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto
Termo Geral da P.A. maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por-
an= a1 + (n-1).r tanto, substituindo, teremos:
a25 = 215 + (25-1) · (-2)
a25 = 215 + (24· -2) a1 # (0 - 1)
S∞ =
a25 = 215 - 48 q-1
a25 = 167 alunos
a1
Logo, 215 - 167 = 48 alunos ausentes. Resposta: Errado. S∞ =
q-1
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
Dica
Observe a sequência abaixo: Em uma progressão geométrica, o quadrado do
termo do meio é igual ao produto dos extremos.
{2, 4, 8, 16, 32...}
{a1, a2, a3}  (a2)2 = a1 × a3
Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2. Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
Este é um exemplo típico de Progressão Geométrica, 82 = 4 × 16
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti- 64 = 64.
do a partir da multiplicação do anterior por um mes-
mo número, o que chamamos de razão da progressão
geométrica. A razão é simbolizada pela letra q. EXERCÍCIOS COMENTADOS
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de 1. (FUMARC – 2018) Se a sequência numérica repre-
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral sentada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão
e a soma dos termos. Geométrica crescente de razão igual a q, então, é COR-
RETO afirmar que o valor de q é igual a:
Termo geral da PG
a) 2.
A fórmula a seguir nos permite obter qualquer b) 3.
termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do c) 4.
primeiro termo (a1) e da razão (q): d) 8.

an = a1 × qn-1 Vamos substituir os valores que já temos na fórmu-


la geral da PG para acharmos a razão:
No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode an = a1 × qn-1
ser encontrado assim: a6 = a1 × q6-1
192 = 6 × q5
{2, 4, 8, 16, 32...} 192/6 = q5
a5 = 2 × 25-1 32 = q5
a5 = 2 × 24 q=
5
32
a5 = 2 × 16 q=2
a5 = 32 Resposta: Letra A.
Soma do primeiro ao n-ésimo termo da PG 2. (IBFC – 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a:
primeiros termos da progressão geométrica:
a) 324.
n
a1 # (q - 1) b) 36.
Sn = c) 108.
182 q-1 d) 216.
Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto
termos, devemos usar a fórmula do termo geral da HORA DE PRATICAR!
PG. Veja:
a4 = a2 × q4-2 1. (CESGRANRIO — 2018) Considere o conjunto A cujos
a4 = 12 × 32 5 elementos são números inteiros, e o conjunto B for-
a4 = 12 × 9 mado por todos os possíveis produtos de três elemen-
a4 = 108 tos de A.
Resposta: Letra C. Se B = {–30, –20, –12, 0, 30}, qual o valor da soma de
todos os elementos de A?
3. (IDECAN – 2014) Observe a progressão geométrica
(P.G.) e assinale o valor de y.
a) 5
P.G. = (y + 30; y; y – 60) b) 3
c) 12
a) +30. d) 8
b) +60. e) –12
c) –30.
d) –60. 2. (CESGRANRIO — 2015) Em certo concurso, a pontua-
e) –90. ção de cada candidato é obtida da seguinte forma:
Em uma progressão geométrica, o quadrado do ter- por cada acerto o candidato recebe 3 pontos e, por
mo do meio é igual ao produto dos extremos. Logo: cada erro, perde 1 ponto. Os candidatos A e B fizeram
y² = (y + 30) × (y - 60) a mesma prova, porém A acertou 5 questões a mais
y² = y² -60y +30y -1800 do que B.
y² - y² +60y -30y = -1800 Qual foi a diferença entre as pontuações obtidas pelos
30y = -1800 dois candidatos?
y = -1800/30
y = -60 a) 15
Resposta: Letra D. b) 25
c) 5
4. (FUNDATEC – 2019) A sequência (x-120; x; x+600) for-
ma uma progressão geométrica. O valor de x é: d) 10
e) 20
a) 40.
b) 120. 3. (CESGRANRIO — 2015) A mãe de João decidiu aju-
c) 150. dá-lo a pagar uma das prestações referentes a uma
d) 200. compra parcelada. Ela solicitou a antecipação do
e) 250. pagamento e, por isso, a financeira lhe concedeu um
desconto de 6,25% sobre o valor original daquela pres-
Em uma progressão geométrica, o quadrado do ter-
tação. João pagou um terço do novo valor, e sua mãe
mo do meio é igual ao produto dos extremos. Logo:
pagou o restante.
x2 = (x-120) × (x+600)
x2 = x2 + 600x – 120x -72000 A parte paga pela mãe de João corresponde a que fra-
x2 - x2 = 480x – 72000 ção do valor original da prestação?
480x = 72000
x = 72000/480 29
a)
x = 150 48
Resposta: Letra C. 1
b)
5. (IESES – 2019) Em uma progressão geométrica de 24
razão r = 3 a soma dos 5 primeiros termos é igual a 968. 15
Então, o primeiro termo dessa progressão é: c)
16
a) Maior que 18. 5
d)
b) Maior que 15 e menor que 18. 8
c) Maior que 12 e menor que 15.
4
d) Maior que 9 e menor que 12. e)
e) Menor que 9. 25

Vamos usar a fórmula da soma da PG: 4. (CESGRANRIO — 2015) Cada vez que o caixa de um
banco precisa de moedas para troco, pede ao geren-
n
a1 # (q - 1) te um saco de moedas. Em cada saco, o número de
Sn =
q-1 moedas de R$ 0,10 é o triplo do número de moedas de
R$ 0,25; o número de moedas de R$ 0,50 é a metade
MATEMÁTICA

n
a1 # (3 - 1) do número de moedas de R$ 0,10.
968 =
3-1 Para cada R$ 75,00 em moedas de R$ 0,50 no saco de
a1 # (243 - 1) moedas, quantos reais haverá em moedas de R$ 0,25?
968 = 2
a) 20
1936 = 242a1 b) 25
a1 = 1936 / 242 c) 30
a1 = 8 d) 10
Resposta: Letra E. e) 15 183
5. (CESGRANRIO — 2018) Para que seja possível admi- 9. (CESGRANRIO — 2013) Mauro precisava resolver alguns
nistrar as vendas de uma empresa, é necessário 1
exercícios de Matemática. Ele resolveu dos exercícios
estimar a demanda do mercado. Considere que uma 5
2
cidade tenha 300.000 habitantes que consomem dois no primeiro dia. No segundo dia, resolveu dos exercí-
3
sabonetes por mês e que a participação da empresa X
cios restantes e, no terceiro dia, os 12 últimos exercícios.
no mercado de sabonetes é de 30%. A demanda men-
Ao todo, quantos exercícios Mauro resolveu?
sal por sabonetes da empresa X é de
a) 30
a) 60.000 unidades b) 40
b) 90.000 unidades c) 45
c) 120.000 unidades d) 75
d) 180.000 unidades e) 90
e) 240.000 unidades
10. (CESGRANRIO — 2013) Em certa cidade, a tarifa do
metrô é R$ 2,80, e a dos ônibus, R$ 2,40. Mas os passa-
6. (CESGRANRIO — 2018) O dono de uma loja deu um
geiros que utilizam os dois meios de transporte podem
desconto de 20% sobre o preço de venda (preço ori-
optar por um bilhete único, que dá direito a uma viagem
ginal) de um de seus produtos e, ainda assim, obteve
de ônibus e uma de metrô, e custa R$ 3,80.
um lucro de 4% sobre o preço de custo desse produto. Em relação ao valor total gasto com uma viagem de
Se vendesse pelo preço original, qual seria o lucro obti- ônibus e uma de metrô pagas separadamente, o bilhe-
do sobre o preço de custo? te único oferece um desconto de, aproximadamente,

a) 40% a) 27%
b) 30% b) 30%
c) 10% c) 32%
d) 20% d) 34%
e) 25% e) 37%

11. (CESGRANRIO — 2013) Numa empresa, todos os seus


7. (CESGRANRIO — 2018) Uma empresa cria uma cam- clientes aderiram a apenas um dos seus dois planos,
panha que consiste no sorteio de cupons premiados. Alfa ou Beta. O total de clientes é de 1.260, dos quais
O sorteio será realizado em duas etapas. Primeira- apenas 15% são do Plano Beta. Se x clientes do plano
mente, o cliente lança uma moeda honesta: Beta deixarem a empresa, apenas 10% dos clientes
que nela permanecerem estarão no plano Beta.
se o resultado for “cara”, o cliente seleciona, aleatoria- O valor de x é um múltiplo de
mente, um cupom da urna 1; se o resultado for “coroa”, o
cliente seleciona, aleatoriamente, um cupom da urna 2. a) 3
b) 8
Sabe-se que 30% dos cupons da urna 1 são premia- c) 13
dos, e que 40% de todos os cupons são premiados. d) 11
e) 10
Antes de começar o sorteio, a proporção de cupons
premiados na urna 2 é de 12. (CESGRANRIO — 2013) O gráfico abaixo apresenta o
consumo médio de oxigênio, em função do tempo, de
a) 50% um atleta de 70 kg ao praticar natação.
b) 25%
c) 5%
d) 10%
e) 15%

8. (CESGRANRIO — 2015) Amanda e Belinha são amigas


e possuem assinaturas de TV a cabo de empresas
diferentes. A empresa de TV a cabo de Amanda dá
descontos de 25% na compra dos ingressos de cine-
ma de um shopping. A empresa de TV a cabo de
Belinha dá desconto de 30% na compra de ingressos
do mesmo cinema. O preço do ingresso de cinema,
sem desconto, é de R$ 20,00. Em um passeio em famí-
lia, Amanda compra 4 ingressos, e Belinha compra 5
ingressos de cinema no shopping, ambas utilizando-
-se dos descontos oferecidos por suas respectivas Considere que o consumo médio de oxigênio seja dire-
empresas de TV a cabo. tamente proporcional à massa do atleta.
Quantos reais Belinha gasta a mais que Amanda na Qual será, em litros, o consumo médio de oxigênio de
um atleta de 80 kg, durante 10 minutos de prática de
compra dos ingressos?
natação?
a) 10 a) 50,0
b) 15 b) 52,5
c) 20 c) 55,0
d) 25 d) 57,5
184 e) 30 e) 60,0
13. (CESGRANRIO — 2018) Uma sequência numérica tem 1
O número real x para o qual se tem Sx =
seu termo geral representado por an, para n ≥ 1. Sabe- 4
-se que a1 = 0 e que a sequência cujo termo geral é bn
= an+1 – an, n ≥ 1, é uma progressão aritmética cujo a) 4
primeiro termo é b1 = 9 e cuja razão é igual a 4. b) log25
O termo a1000 é igual a c) 3/2
d) 5/2
a) 2.002.991 e) log23
b) 2.002.995
c) 4.000.009 18. (CESGRANRIO — 2015) Uma sequência de números
d) 4.009.000 reais tem seu termo geral, an , dado por an = 4.23n+1,
e) 2.003.000 para n ≥ 1. Essa sequência é uma progressão

14. (CESGRANRIO — 2018) Para obter uma amostra de a) geométrica, cuja razão é igual a 2.
tamanho 1.000 dentre uma população de tamanho b) geométrica, cuja razão é igual a 32.
20.000, organizada em um cadastro em que cada ele- c) aritmética, cuja razão é igual a 3.
mento está numerado sequencialmente de 1 a 20.000, d) aritmética, cuja razão é igual a 1.
um pesquisador utilizou o seguinte procedimento: e) geométrica, cuja razão é igual a 8.

I. calculou um intervalo de seleção da amostra, dividin- 19. (CESGRANRIO — 2013) A sequência an, n ∈ N é
do o total da população pelo tamanho da amostra: uma progressão aritmética cujo primeiro termo é
20.000/1.000 = 20;
a1 = −2 e cuja razão é r = 3. Uma progressão geo-
II. sorteou aleatoriamente um número inteiro, do interva-
métrica, bn, é obtida a partir da primeira, por meio
lo [1, 20]. O número sorteado foi 15; desse modo, o
da relação bn = 3an , n ? N. Se b1 e q indicam o primeiro
primeiro elemento selecionado é o 15º;
termo e a razão dessa progressão geométrica, então
III. a partir desse ponto, aplica-se o intervalo de seleção q
da amostra: o segundo elemento selecionado é o 35º vale
b1
(15+20), o terceiro é o 55º (15+40), o quarto é o 75º
(15+60), e assim sucessivamente.
a) 243.
O último elemento selecionado nessa amostra é o b) 3.
1
a) 19.997º c)
243
b) 19.995º
2
c) 19.965º d) –
3
d) 19.975º
e) 19.980º 27
e) –
6
15. (CESGRANRIO — 2013) Progressões aritméticas são
sequências numéricas nas quais a diferença entre 20. (CESGRANRIO — 2014) Seja A3x3 uma matriz quadra-
dois termos consecutivos é constante. da de ordem 3. O elemento da matriz A3x3, que ocupa
A sequência (5, 8, 11, 14, 17, ..., 68, 71) é uma progres- a linha i e a coluna j, é representado por aij, i, j = 1, 2, 3.
são aritmética finita que possui Acerca dos elementos da matriz A3x3, sabe-se que:

a) 67 termos Quatro elementos são iguais a 0 e os cinco restantes


b) 33 termos são iguais a 1;
c) 28 termos Para todos os valores de i e j, tem-se aij = aji .
d) 23 termos
e) 21 termos Os possíveis valores da soma a11 + a22 + a33 são:

16. (CESGRANRIO — 2018) Considere a sequência numé- a) 0e1


rica cujo termo geral é dado por a n=2 1-3n, para n ≥ 1. b) 0e2
Essa sequência numérica é uma progressão c) 0e3
d) 1e3
1
a) geométrica, cuja razão é e) 2e3
8
b) geométrica, cuja razão é -6.
c) geométrica, cuja razão é -3. 9 GABARITO
d) aritmética, cuja razão é -3.
MATEMÁTICA

1
e) aritmética, cuja razão é 1 D
8
2 E
17. (CESGRANRIO — 2018) Para x > 0, seja Sx a soma
3 D

4 B

5 D
185
6 B

7 A

8 A

9 C

10 A

11 E

12 E

13 B

14 B

15 D

16 A

17 B

18 E

19 A

20 D

ANOTAÇÕES

186
ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO

INTRODUÇÃO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Nem sempre a banca organizadora do concurso dispõe o conteúdo programático do edital em uma sequência
lógica. Isso acaba dificultando a busca dos assuntos, além de prejudicar uma assimilação eficiente dos temas. Por
isso, elaboramos didaticamente o conteúdo a seguir, abordando todos os itens do edital de uma maneira que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos. Acompanhe na tabela a seguir a equivalência dos itens do
edital, reorganizados nesse material.

CONTEÚDO DO EDITAL NESTE LIVRO

Os bancos na Era Digital: Atualidade, tendências e desafios

Internet banking

Mobile banking

Open banking

Novos modelos de negócios

Fintechs, startups e Big techs

Sistema de bancos-sombra (Shadow banking)

Funções da moeda Banco na Era Digital – Atualidades do Mercado


Financeiro
O Dinheiro na Era Digital: blockchain, bitcoin e demais
criptomoedas

Marketplace

Correspondentes bancários

Arranjos de pagamentos

Sistema de pagamentos instantâneos (PIX)

Segmentação e interações digitais

Transformação digital no Sistema Financeiro

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADES, TENDÊNCIAS E DESAFIOS
HOME/OFFICE BANKING, REMOTE BANKING, BANCO VIRTUAL

A ligação entre o computador do cliente e o computador do banco é o que basicamente se define como Home
Banking.
Para que houvesse uma redução de custos de intermediação financeira, os bancos concluíram que havia
necessidade de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas agências.
Esse o motivo para o aprimoramento dos Bancos 24 horas, onde se dá o atendimento remoto – fora das agên-
cias – da clientela.
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede banco 24 horas (saques, depósitos, pagamento de contas, solicitação
de entrega de talões de cheques etc.), empresas tipo balcão eletrônico, cartões magnéticos em redes de postos de
gasolina, redes de lojas.
Pode-se, então, obter uma integração dos requisitos de conveniência, segurança, eficácia e relacionamento,
exigidos pelo conceito de remote bank.
A segurança na transmissão de dados é garantia pelo perfil que o banco, concede por meio de uma palavra-cha-
ve-password que limita o acesso às informações.
187
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ Startup significa o ato de começar algo, normal-
contabilidade/remote-banking-(banco-virtual)/24984 mente relacionado com companhias e empresas que
estão no início de suas atividades e que buscam explo-
INTERNET BANKING/BANCO DIGITAL rar atividades inovadoras no mercado.
Empresas startup são jovens e buscam a inovação
Muito além de oferecer serviços por internet ban- em qualquer área ou ramo de atividade, procurando
king ou aplicativos que auxiliem clientes a realizar desenvolver um modelo de negócio escalável e que
suas transações financeiras, o banco digital se carac- seja repetível.
teriza por apresentar uma proposta de valor onde a Um modelo de negócio é a forma como a empre-
maioria dos seus produtos e serviços sejam oferecidos sa gera valor para os clientes. Um modelo escalável
de forma digital. e repetível significa que, com o mesmo modelo eco-
É um modelo operacional com infraestrutura nômico, a empresa vai atingir um grande número de
capaz de responder às interações de seus clientes em clientes e gerar lucros em pouco tempo, sem haver um
tempo real e criar uma cultura que se adeque às ino- aumento significativo dos custos.
vações tecnológicas de forma ágil.
De acordo com a pesquisa FEBRABAN de tecnologia MOBILE BANKING
bancária 2014, o Banco digital possui um processo não
presencial no momento da abertura de contas, com cap- Banco móvel (às vezes utilizado o termo em inglês
mobile banking) são ferramentas que disponibilizam
tura digital de documentos e informações e coleta eletrô-
alguns serviços tipicamente bancários através de dis-
nica de assinatura. Com relação à consulta e resolução de
positivos móveis, como um celular.
problemas, o banco digital possui acesso a canais eletrô-
“Mobile Banking (operação bancária móvel)
nicos para todas as consultas e contratação de produtos.
refere-se à disposição e vantagem dos serviços da
A resolução de problemas é feita por múltiplos canais operação bancária e financeiros com a ajuda dos dis-
sem a necessidade da ida à agência. positivos móveis da telecomunicação.
A variedade de serviços oferecidos pode incluir
Relação entre bancos digitais e FinTechs ou Startups facilidades para realizar operações bancárias e tran-
sações do mercado acionário, para administrar clien-
Fintechs são as startups que criam inovações no tes e para ter acesso a informações personalizadas.”
setor financeiro, baseados em tecnologia. Elas têm Serviços de informação, por outro lado, pode ser
sido uma aposta dos bancos tradicionais para acele- oferecido como um módulo independente.
rar a inovação tecnológica e se inserir na era digital.
Os bancos beneficiam-se da interação com essas OPEN BANKING E OS NOVOS MODELOS DE
empresas disruptivas pela facilidade e agilidade na NEGÓCIOS
criação e aprimoramento de produtos e serviços.
Enquanto as FinTechs veem nessa parceria, uma Se fôssemos traduzir ipsis litteris, Open Banking
maneira de validar o negócio, receber investimentos significaria Banco Aberto. Mas esse é um termo que
e ganhar experiência. remete aos métodos de Inovação Aberta pensados
Além disso, os bancos possuem uma base ampla, exclusivamente para o setor bancário.
consolidada e crescente de clientes e oferecem estabi- Dentro do que chamamos de Open Banking está
lidade, confiança e experiência em atender à regula- a prática da colaboração entre instituições bancárias
mentação do Sistema Financeiro Nacional. tradicionais com startups, fintechs e empresas de tec-
No Brasil, diversas instituições financeiras têm nologia. Essas parcerias resultam em soluções e apli-
promovido programas que dialogam com as FinTechs. cações inovadoras.
O Bradesco, por exemplo, criou em 2014 o programa E isso só acontece por que as Interfaces de Progra-
InovaBra, que promove a interação do banco com mação de Aplicativos (APIs) permitem que terceiros
startups com potencial de desenvolvimento de negó- acessem informações financeiras com eficiência, o
cios e produtos relacionados a serviços financeiros. que promove o desenvolvimento de novos aplicativos
Dentro desse ecossistema, foi criado em 2017 o Ino- e serviços. Elas também facilitam a coleta e a análises
vaBra habitat, do qual a Simply é uma das empresas sofisticadas de volumes exponenciais de dados.
participantes. Um espaço onde empresas, startups, APIs abertas são ótimas oportunidades para criar
investidores, mentores e empreendedores geram novos modelos de negócios bancários, iniciando o tão
novos negócios e buscam soluções inovadoras com necessário processo de Transformação Digital, res-
base no networking e na colaboração. ponsável por tirar as instituições financeiras da área
Outro exemplo dessa interação é o Cubo, um espa- de conforto e guiá-las rumo a estratégias fundamenta-
ço de coworking lançado pelo Itaú em parceria com das em user-centric.
a Redpoint, localizado na zona sul de São Paulo. Ele O Open Banking propõe elaboração de produtos e
comporta e apoia até cinquenta startups, sendo seis serviços online, 100% digitais que geram vantagens
delas, FinTechs. para o usuário final. Sim, a ideia não é resolver o pro-
O banco digital representa uma evolução na for- blema do banco e de seus desenvolvedores, mas o do
ma de se relacionar com o cliente tendo como base seu consumidor.
a inovação tecnológica. Ou seja, busca uma relação Idealmente, uma estratégia de Open Banking deve
mais personalizada e próxima do consumidor a fim resultar em uma melhor experiência para os consumi-
de atender uma nova geração de clientes mais exigen- dores. A diferença entre o conceito e outras estratégias
tes e conectados. rotineiras no mercado é o novo cenário criado por ele,
Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor-
em que correntistas acessam serviços e funcionalida-
financeiro/ des do banco a partir de sites e aplicativos terceiros.
A instituição financeira deixa de existir apenas
188 Startup em seus próprios domínios e passa a ter contato com
seu cliente em outros espaços digitais, ampliando sua fatores como idade, profissão, hobbies, gostos cultu-
atuação, público, portfólio de serviços e tempo de rais e atividades praticadas regularmente.
contato.
A plataforma de API aberta do banco deve ser z Utilize a mídia correta
capaz de conectar o correntista, mais especificamente
os dados dele, à outras plataformas de sua escolha. O Saber quem é o seu público alvo ideal é a chave
poder de escolha é do usuário, o de conexão de dados para descobrir onde o seu cliente está e, a partir dis-
é da instituição financeira. so, estabelecer qual a mídia deve ser prioritária na
Fonte: https://www.mjvinnovation.com/pt-br/blog/open-banking/ ação. Conhecer as opções de segmentação, uso e perfis
existentes em cada ambiente é essencial para que sua
O comportamento do consumidor na relação com o campanha tenha bom desempenho.
banco
z Teste variáveis
O perfil do cliente de serviços bancários tem muda-
do nos últimos anos. Bancos tradicionais já não conse- Durante a publicação da campanha é fundamental
guem suprir as necessidades de clientes que nasceram criar variantes de público para entender a receptivida-
mergulhados na era digital, como a geração Y. de de cada um. Segmentações diferentes influenciam
Por isso, a fim de oferecer um relacionamento resultados diferentes, por isso ter públicos segmenta-
mais personalizado, é essencial compreender quais dos permite elevar seu entendimento da audiência a
são os interesses e necessidades dessa nova geração cada interação da campanha, permitindo resultados
de consumidores, assim como o que eles esperam dos cada vez melhores.
serviços financeiros.
A geração digital deseja ser localizada por seus z Mensure os resultados
interesses específicos e características peculiares e
não ser somente um número em amplos dados demo- Acompanhar os dados de demografia, renda, enga-
gráficos. Ela é composta por clientes participativos e jamento, tempo de visita e conversão, disponibilizados
que desejam ser questionados sobre os produtos e ser- ao analisar as campanhas, possibilita que a cada publi-
viços que o banco oferece. cação você conheça melhor seu público. A partir disso
São consumidores que esperam que o banco tenha é possível ajustar a nova etapa da ação e segmentar
uma visão ampla de seu relacionamento, atuando de de forma ainda mais precisa, provocando impacto na
forma antecipatória, observando possíveis problemas hora certa e na pessoa certa.
e criando soluções. Eles querem ser surpreendidos com
Fonte: https://infographya.com.br/segmentacao-de-publico-no-
serviços especiais em momentos inesperados e espe-
ambiente-digital/
ram que a instituição financeira esteja ao seu lado no
longo prazo, nos diversos momentos da sua vida.
A importância da segmentação pública
Estes clientes também esperam que o banco tenha
caráter informativo e orientador. Além de terem inte-
É difícil até hoje mensurar o quanto a internet está
resse em assuntos financeiros, querem que a institui-
transformando a humanidade em todos os aspectos:
ção os eduque através de dicas e canais on-line, assim
social, cultural, econômico, mas, algumas caracterís-
como os informe sobre o atual cenário econômico,
ticas dessa nova era digital já são bastante evidentes,
alertando-os sobre mudanças financeiras.
mensuráveis e aplicáveis em estratégias de marketing.
Desejam sentir que estão seguros e protegidos, que
Na época de ouro da TV aberta, o grande público
podem escolher os melhores canais para interagir geral era o objetivo final de qualquer campanha. Ven-
com o banco. dia mais quem tinha mais espaço publicitário, quem
Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor- conseguia anunciar nos programas de maior audiên-
financeiro/
cia. Essa realidade mudou completamente desde que
a internet se popularizou, principalmente com o uso
SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


em massa de redes sociais.

O marketing digital é essencial para a comunicação Direcionando investimento e mensagem


das atividades de uma marca, afinal neste ambiente é
possível se posicionar e garantir uma audiência quali- Hoje, a grande oportunidade de consolidação no
ficada. Neste sentido, a estratégia é ainda mais asser- mercado e fortalecimento de marca não está mais na
tiva quando as ações e campanhas de marketing são divulgação para grandes públicos, mas na identificação
personalizadas de acordo com o público e comparti- e foco em nichos de mercado onde se concentram as
lhadas no momento certo para atingir o cliente. pessoas com mais potencial de compra e fidelização.
Ao estabelecer um planejamento para a divul- A segmentação é uma forma de otimizar investi-
gação de uma campanha no Facebook é necessário mentos através de uma mensagem mais objetiva e com
selecionar, dentre os diversos filtros demográficos e escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se
perfis de interação, quem deverá ser impactado por menos com tempo de exibição em horário nobre, por
sua publicação. Saiba como começar: outro ganha-se mais relevância em campanhas dese-
nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
z Crie ‘personas’ no mundo corporativo de fazer mais com muito menos.

Definir as características da pessoa que você quer Criando uma identidade


atingir por meio da associação com seus valores e
informações facilita a seleção de interesses que con- O Marketing Digital surgiu dessa necessidade de
tribuam para uma segmentação eficaz. Selecione aproximar marca e público de forma como nunca antes 189
foi possível. O termo do momento em divulgação publi- seu público alvo. Ao aplicar técnicas de Marketing
citária é “conexão emocional”. Campanhas segmenta- Digital à mesma campanha, é possível conseguir o
das e que se apoiam em redes sociais para passar uma mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado
mensagem tornam a empresa mais próxima do público, de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas
como mais uma amiga em sua rede de relacionamentos. uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais
Dessa forma, é possível criar uma identidade bem propício ao engajamento.
definida para o negócio e seus produtos. A marca é
personificada em uma mensagem e é muito mais fácil Segmentando de forma inteligente
se relacionar afetivamente com uma persona do que
apenas um nome na tela. E a segmentação do Marketing Digital, principal-
mente utilizando Big Data, não se resume apenas ao
Aumentando taxas de conversão gosto de um público. Com a captação de mais infor-
mações sobre clientes e visitantes por meio de site e
Ou seja, a segmentação de público é hoje a fórmu- redes sociais, é possível segmentar com muito mais
la mais rápida e eficiente para aumentar a sua taxa precisão. Pode-se criar campanhas específicas, por
de conversão (a porcentagem de pessoas atingidas exemplo, para uma única cidade, uma faixa etária ou
pela mensagem que realmente fazem uma compra ou até um horário do dia.
assinam um serviço), além de necessitar de um custo
menor para manter esse cliente fidelizado. Retendo clientes através de relacionamento
Conexão emocional é barata de criar e difícil de ser
quebrada — duas características que qualquer empresa Por último, uma das grandes vantagens do Marke-
busca em suas campanhas de marketing. Segmentar seu ting Digital na segmentação de público é a capacidade
público é a forma mais eficiente de alcançar esse resultado. de separar a aquisição da fidelização de clientes.
Em campanhas de massa, não há como fazer essa
Marketing Digital e a estratégia de segmentação diferenciação — a mesma mensagem é divulgada
para clientes e não clientes. Já o Marketing Digital
Agora que a importância da segmentação de públi- possibilita campanhas específicas de remarketing e
co ficou clara, é hora de entender melhor como o relacionamento que tratem apenas sua base já con-
Marketing Digital pode fazer isso na prática. São bene- quistada, otimizando o investimento menor na manu-
fícios que vão muito além da mensagem em si e sua tenção desse público fidelizado com engajamento e a
plataforma de divulgação, mas também estratégias tão desejada conexão emocional.
de Business Intelligence para garantir que seu inves-
Fonte: https://2dcb.com.br/blog/como-o-marketing-digital-ajuda-na-
timento em divulgação seja feito de forma assertiva:
segmentacao-de-publico

Entendendo o seu público


O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN,
BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS
O primeiro passo para uma divulgação adequada
a esse novo público é entender quem são seus clientes
Moedas Virtuais
potenciais. Através de pesquisas e aplicação de téc-
nicas de prospecção, é possível identificar nichos de
mercado potenciais para divulgar e engajar. As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas cripto-
A prática de mais sucesso atualmente é a criação gráficas” são representações digitais de valor que não
de buyer personas, perfis fictícios que representam são emitidas por Banco Central ou outra autoridade
seus consumidores e ajudam a elaborar e implementar monetária. O seu valor decorre da confiança deposita-
campanhas de marketing mais segmentadas e focadas. da nas suas regras de funcionamento e na cadeia de
participantes.
Veremos agora algumas perguntas quando fala-
Criando campanhas em plataformas unificadas
mos de moedas virtuais:
Parte de entender seu público passa também por
O Banco Central do Brasil regula as “moedas
mapear seu comportamento na internet e hábitos ao
virtuais”?
consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa-
ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar
plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre- Não. As “moedas virtuais” não são emitidas, garan-
sença nesses ambientes. tidas ou reguladas pelo Banco Central. Possuem for-
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul- ma, denominação e valor próprios, ou seja, não se
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar trata de moedas oficiais, a exemplo do real.
estratégias se todos os dados coletados em diversas As “moedas virtuais” não devem ser confundidas
fontes estiverem centralizados em um bom sistema com “moedas eletrônica”, prevista na legislação. Moe-
de monitoramento. das eletrônicas se caracterizam como recursos em
reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao
Economia de dinheiro usuário realizar pagamentos.

O resultado mais relevante que o Marketing Digi- O Banco Central do Brasil autoriza o funcionamento
tal traz para a segmentação do público é otimizar a das empresas que negociam “moedas virtuais” e/
taxa de conversão — como dissemos, fazer mais com ou guardam chaves, senhas ou outras informações
menos. Ao entender os hábitos e gostos do seu públi- cadastrais dos usuários, empresas conhecidas como
co e ter um sistema integrado de monitoramento, a “exchanges”?
divulgação se torna mais barata e eficiente.
Imagine uma campanha em TV aberta que atinja Não. Essas empresas não são reguladas, autoriza-
190 um milhão de pessoas, sendo que apenas 10 mil sejam das ou supervisionadas pelo Banco Central. Não há
legislação ou regulamentação específica sobre o tema Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/bitcoin-blockchain-o-
no Brasil. que-e
O cidadão que decidir utilizar os serviços presta-
dos por essas empresas deve estar ciente dos riscos de Mineração de criptomoeda
eventuais fraudes ou outras condutas de negócio inade-
quadas, que podem resultar em perdas patrimoniais. Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa-
ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos
É possível realizar compras de bens ou serviços no quando alguém descobre um “quebra-cabeças”.
Brasil utilizando “moedas virtuais”? O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori-
thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores
A compra e venda de bens ou de serviços depende a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma
de acordo entre as partes, inclusive quanto à forma função matemática e criptográfica.
de pagamento. No caso de utilização de “moedas vir- São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois
tuais”, as partes assumem todo o risco associado. exigem uma rapidez descomunal. Assim, foram cria-
dos hardwares de mineração para solucionar esses
Qual o risco para o cidadão se as moedas virtuais cálculos.
forem utilizadas para atividades ilícitas? O objetivo desses hardwares é solucionar os algo-
ritmos matemáticos e, assim, conseguir um espaço
Se utilizada em atividades ilícitas, o cidadão pode no blockchain para registrar suas transações com as
estar sujeito à investigação por autoridades públicas. bitcoins.
Blockchains são conhecidos por serem extrema-
As “moedas virtuais” podem ser utilizadas como mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso
investimento? porque usam “mecanismos de consenso” que, basica-
mente, são regras que definem a forma (justa) em que
A compra e a guarda de “moedas virtuais” estão uma rede cripto deve funcionar.
sujeitas aos riscos de perda de todo o capital investido, Os dois principais mecanismos de consenso exis-
além da variação de seu preço. O cidadão que investir tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e
em “moedas virtuais” deve também estar ciente dos proof-of-stake (PoS).
riscos de fraudes. O algoritmo proof-of-work garante a segurança da
rede blockchain pela mineração de criptomoedas —
É permitido realizar transferência internacional processo em que poder computacional é aplicado para
utilizando “moedas virtuais”? encontrar uma solução matemática complicada que
dá o direito de transmissão de um bloco de transações.
Não. Transferências internacionais devem ser fei- Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas
tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin
operar no mercado de câmbio, que devem observar as Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a
normas cambiais. mineração cripto para garantir sua segurança.
Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/ Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine-
perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais ração mais potentes têm mais chances de encontrar
essa solução matemática mais rápido e garantir a
BlockChain segurança e confiabilidade do blockchain.
Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto
O BlockChain espécie de banco de dados, onde não é algo sustentável, já que milhares de máqui-
ficam armazenadas todas as informações sobre as nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em
transações de Bitcoins. O mais legal é que este grande uma grande competição tecnológica, a fim de obter
arquivo é acessível a todos os usuários. a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans-
Dessa forma, você pode acessar essa base de dados missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa
pelo seu computador e ver uma negociação que ocor- MUITA energia elétrica, que polui o meio ambiente.

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale- Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs-
manha, por exemplo. tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake.
Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá-
possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você tico, um nó (participante da rede) garante o direito de
sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra- transmitir o bloco de transações à rede com base na
vada na blockchain para sempre. quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou
E falamos para sempre no sentido literal. Afinal, seja, a quantia em staking de seus criptoativos.
não é possível desfazer ou alterar uma transação após Quando soluciona o quebra-cabeça da rede, recebe
ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar uma recompensa na forma do token principal da rede.
atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit- Porém, se fizer algo de errado, uma parte de seus crip-
coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain? toativos em staking pode ser “queimada”, como um
tipo de punição para maus agentes.
Dica (Fonte: moneytimes.com.br-Daniela do Nascimento)
Blockchain é uma cadeia de blocos, daí o nome,
que fazem parte de um sistema de registro coleti- ARRANJOS DE PAGAMENTO
vo. Isso quer dizer que as informações não estão
guardadas em um lugar só, pois em vez de esta- Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e
rem armazenadas em um único computador, todas procedimentos que disciplina a prestação de determi-
as informações da blockchain estão distribuídas nado serviço de pagamento ao público. As regras do
entre os diversos computadores ligados a ela. arranjo facilitam as transações financeiras que usam 191
dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com comerciante, como lojas de departamento, ou em
dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o estabelecimentos pertencentes a uma rede de
arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É franquia ou de licenciados;
o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de z Exclusivos para pagamento de serviços públicos,
cartão de crédito numa compra que só é possível por- como água, luz e transporte;
que o vendedor aceita receber daquela bandeira. z Baseados em moedas virtuais, como programas de
Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro- benefícios, como de milhagem aérea e outros pro-
cedimentos utilizados para realizar compras com car- gramas que tenham como objetivo incentivar uso
tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional e a fidelidade do cliente por meio de prêmios;
ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes- z Decorrentes de programas governamentais de
sas de recursos também são arranjos de pagamentos. benefícios, a exemplo de vale-alimentação, vale-
As pessoas jurídicas não financeiras que executam os -refeição e vale-cultura;
serviços de pagamento no arranjo são chamadas de ins- z De saque e aporte, nos quais as condições de pres-
tituições de pagamento e são responsáveis pelo relacio- tação desses serviços são estabelecidas por meio
namento com os usuários finais do serviço. Instituições de contratos comerciais entre as operadoras de
financeiras também podem operar com pagamentos. caixas eletrônicos e as instituições financeiras e de
A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo pagamento, e que, atualmente, não são submeti-
de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável dos à aprovação do BC; e
pela criação do arranjo de pagamento e pela manu- z Destinados ao recebimento de doações eleitorais.
tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de
organizar e criar regras para o funcionamento do O Banco Central (BC) supervisiona todos os arran-
arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen- jos de pagamento que não se enquadrem nas condi-
tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
ções descritas acima.
estão seguindo as regras e os procedimentos estabele-
Ainda, segundo a Lei 12.865/13, em seu artigo 7º
cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos
Os arranjos de pagamento e as instituições de paga-
de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui-
mento observarão os seguintes princípios, conforme
dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo.
parâmetros a serem estabelecidos pelo Banco Central
Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão
do Brasil, observadas as diretrizes do Conselho Mone-
sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri-
tário Nacional:
vate label – emitidos por grandes varejistas e que só
podem ser usados no estabelecimento que o emitiu
I - Interoperabilidade ao arranjo de pagamento e
ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos
entre arranjos de pagamento distintos;
à supervisão do BC os arranjos para pagamento de
II - Solidez e eficiência dos arranjos de pagamen-
serviços públicos (como provisão de água, energia
to e das instituições de pagamento, promoção da
elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos competição e previsão de transferência de saldos
de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria, em moeda eletrônica, quando couber, para outros
ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação. arranjos ou instituições de pagamento;
O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga- III - Acesso não discriminatório aos serviços e às
mento, passará a ser o padrão único para QR Codes infraestruturas necessários ao funcionamento dos
(código de barras bidimensional) a serem utilizados arranjos de pagamento;
para a iniciação de transações em arranjos de paga- IV - Atendimento às necessidades dos usuários
mento. A Resolução BCB nº10, que entrou em vigor em finais, em especial liberdade de escolha, segurança,
20/08/2020, estabelece que os arranjos de pagamentos proteção de seus interesses econômicos, tratamen-
terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR Codes ao to não discriminatório, privacidade e proteção de
BR Code. dados pessoais, transparência e acesso a informa-
Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá ções claras e completas sobre as condições de pres-
utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação tação de serviços;
em diferentes arranjos – a depender do aplicativo V - Confiabilidade, qualidade e segurança dos ser-
escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres- viços de pagamento; e
tadores de serviço de pagamento devem informar ao VI - Inclusão financeira, observados os padrões
usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili- de qualidade, segurança e transparência equivalen-
zado naquela transação. tes em todos os arranjos de pagamento.
A legislação proíbe que instituições de pagamento
prestem serviços privativos de instituições financeiras, PIX – PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS
como a concessão de empréstimos e financiamentos ou
a disponibilização de conta bancária e de poupança. RESOLUÇÃO BCB Nº 1, DE 12 DE AGOSTO DE 2020
Não são regulados e supervisionados pelo BC os
seguintes arranjos de pagamento: A participação no PIX é obrigatória para as insti-
tuições financeiras e para as instituições de pagamen-
z Que apresentem volumetria inferior a: to autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil com mais de quinhentas mil contas de clientes
„ R$500 milhões de valor total das transações, ativas, consideradas as contas de depósito à vista, as
acumulado nos últimos doze meses; e contas de depósito de poupança e as contas de paga-
„ 25 milhões de transações, acumuladas nos últi- mento pré-pagas.
mos doze meses. Consideram-se contas de clientes ativas as contas
de depósito à vista, as contas de depósito de poupança
z Cujos cartões sejam emitidos para uso exclusivo e as contas de pagamento pré-pagas não encerradas.
192 em uma rede de estabelecimento de um grande É facultada a adesão ao PIX:
I - das demais instituições financeiras e instituições z Chave aleatória
de pagamento z Pix Copia e Cola
II - da Secretaria do Tesouro Nacional, na condição
de ente governamental.
Dica
As instituições de pagamento que optarem por Eu posso ter várias chaves cadastradas na mes-
aderir ao PIX, e não se enquadrarem nos critérios ma conta, mas nunca várias contas vinculadas a
previstos na regulamentação em vigor para serem mesma chave, pois a chave só poderá abrir uma
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, conta de cliente.
serão consideradas integrantes do Sistema de Paga-
mentos Brasileiro (SPB) a partir do momento em que Shadow banking
apresentarem pedido de adesão ao PIX.
Os processos e estruturas de governança do PIX O shadow banking, também conhecido em portu-
devem garantir: guês como “sistema bancário sombra”, é um con-
junto de operações e intermediários financeiros que
I - a representatividade e a pluralidade de institui- fornecem crédito em todo o sistema financeiro glo-
ções e de segmentos participantes; bal de forma “informal”.
II - o acesso não discriminatório; e Ou seja, por meio de uma série de atividades
III - a mitigação de conflitos de interesse. paralelas ao sistema bancário, algumas instituições
O Fórum Pix é um comitê consultivo permanente e agentes conseguem realizar financiamentos de for-
que tem como objetivo subsidiar o Banco Central do ma indireta, sem passar por nenhuma supervisão ou
Brasil na definição das regras e dos procedimentos regulação.
que disciplinam o funcionamento do Pix.
Dentre os intermediários não-regulamentados que
O Fórum Pix é integrado por:
I - participantes do arranjo, individualmente ou por meio podem fazer parte do shadow banking estão os:
de associações representativas de âmbito nacional;
II - provedores e potenciais provedores de serviços z Bancos de investimento;
de tecnologia da informação, z Fundos de hedge;
III - usuários pagadores e recebedores, por meio de z Operações com derivativos e títulos securitizados;
associações representativas de âmbito nacional; e z Fundos do mercado monetário;
IV - câmaras e prestadores de serviços de compen- z Companhias de seguros;
sação e de liquidação que ofertem mecanismos de z Fundos de capital privado;
provimento de liquidez no âmbito do Pix.
z Fundos de direitos creditórios;
z Factorings e fomentadoras mercantis;
A coordenação do Fórum Pix será exercida pelo
z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer
Banco Central do Brasil.
lending).
Compete ao Coordenador do Fórum Pix:
Por que o shadow banking existe?
I - apresentar, por iniciativa própria ou a partir de
sugestão de participante, propostas de acréscimos Instituições que praticam o shadow banking geral-
ou de alterações de regras que possam ensejar a mente servem como intermediários entre credores
necessidade de alteração no Regulamento do Pix, e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
quando referentes a temas que impactem a atuação capital para investidores e corporações.
dos participantes e seus correspondentes modelos Mas como essas instituições não são bancárias, elas
de negócio; não recebem depósitos tradicionais como um banco
II - analisar e responder as contribuições dos parti- tradicional. Por isso, muitas operações feitas por essas
cipantes do Fórum Pix acerca das propostas de que instituições possuem maiores riscos de mercado, de
trata o inciso I;
crédito e de liquidez, além de não possuir uma reser-
III - definir os temas a serem discutidos pelo Fórum
va de capital para servir como garantia.

ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO


Pix;
IV - definir a periodicidade das reuniões do Fórum Mas com o desenvolvimento dos mercados glo-
Pix; bais e a estruturação de operações cada vez mais
V - decidir sobre a constituição de grupos de tra- complexas, o shadow banking passou a desempenhar
balho temáticos, com objeto delimitado, de forma um papel cada vez mais relevante em todo o sistema
permanente ou por prazo determinado, e sobre a financeiro. De acordo com estudos da área, estima-se
composição, a coordenação, os produtos, os prazos que em 2015 existiam 92 trilhões de dólares em os ati-
e as diretrizes de atuação desses grupos; vos financeiros não bancários circulando pelo mundo.
VI - decidir sobre a constituição de comitês, inclu-
sive de autorregulação, sua composição e objeto de
atuação; e
VII - coordenar a atuação das entidades envolvidas
no encaminhamento das soluções aprovadas. ANOTAÇÕES
Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre-
cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta
específica em uma ou mais instituições financeiras.
No total existem 5 chaves possíveis:

z Seu CPF ou CNPJ


z Seu número de telefone
z Seu e-mail 193
ANOTAÇÕES

194
Com o mesmo raciocínio podemos fazer a aplica-
ção de um desconto nessa mercadoria, sendo agora o
empresário fazendo uma promoção para alavancar
as vendas desse produto, assim dando um desconto

MATEMÁTICA FINANCEIRA de 10% no valor dessa mercadoria de R$500,00 reais,


temos então que o valor de referência dela continua
sendo 100%. Se vai dar desconto, então a ideia ago-
ra não é de soma, mas sim de subtração, fazendo
a diferença temos, 100%-10%=90%, então o valor
CONCEITOS GERAIS - O CONCEITO a ser pago pelo produto é 90% do valor original,
DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO, 90%=90/100=0,90, assim basta multiplicar o valor de
CAPITAL, JUROS, TAXAS DE JUROS, referência da mercadoria por 0,90 e obtenha o valor
CAPITALIZAÇÃO E REGIMES DE dela corrigida com um desconto de 10% promocional.
Logo, R$500,00*0,90=R$450,00, ou seja, um desconto
CAPITALIZAÇÃO
de R$50,00 reais.
O valor do dinheiro no tempo é um conceito que
sustenta que o dinheiro no presente vale mais do que JUROS SIMPLES - DOS JUROS, DA TAXA DE
a mesma soma de dinheiro a ser recebida no futuro. JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO
Assim, um dólar hoje vale mais que um dólar amanhã. FINANCEIRA, EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA
Analogamente, um real hoje tem mais valor do que
um real no futuro. Alguns conceitos são importantes para o bom
Perceba, que o valor do dinheiro também pode entendimento da Matemática Financeira. Assim,
ser relacionado aos conceitos de inflação e poder de tem-se o conceito de juros (J) que é a remuneração
compra. Ambos os fatores podem ser levados em con- do capital emprestado, podendo ser entendido, de
sideração, junto à qualquer taxa de retorno em que
forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo
possa ser obtida com o investimento do dinheiro. Pois,
uso do dinheiro, ou seja, é o rendimento pelo uso do
a inflação corrói o valor do dinheiro e, assim, analoga-
mente, corrói o poder de compra. capital financeiro em um determinado tempo a uma
Um exemplo é o preço da gasolina, se você rece- dada taxa. Outro conceito é o de valor presente ou
besse um vale gasolina de R$100,00 reais em 2010, capital (PV) que é qualquer valor expresso em moe-
poderia ter comprado vários galões. Agora, se você da corrente e disponível em determinada época; valor
recebesse o mesmo vale de R$100,00 reais em 2021, atual, valor de aquisição, valor na data zero, valor do
conseguiria, provavelmente, comprar bem menos empréstimo, valor financiado, capital, ou seja, valor
litros de gasolina que em 2010. do capital inicial.
Além dos juros, temos também a taxa de juros (i)
AUMENTO E DESCONTO que é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no
final de certo período de tempo e o valor inicialmente
Esse tipo de operação com porcentagens é muito
aplicado (ou emprestado). Estas se referem sempre a
usado no nosso dia a dia em muitas situações. Como
clientes, buscamos negociar preços de mercadorias uma unidade de tempo (mês, semestre, ano, etc.). As
ou produtos, com a intensão de ganhar um desconto taxas podem ser representadas percentualmente ou
no valor final. Ou ainda, como empresário, queren- em decimal (por exemplo: 10%=0,10). O tempo, núme-
do fazer um movimento no comércio de seu estabe- ro de períodos, quantidade de prestações, é chamado
lecimento você pode fazer inúmeras promoções com de prazo (n), e deverá sempre estar compatível com
desconto nos produtos oferecendo diversas taxas ou a periodicidade da taxa de juros, assim, n=0 é a data
porcentagem de desconto. Em outra situação, pode- atual (hoje) ou início do 1º período, já n=1 é o final do
-se também ter a intenção de aumento, devido algum 1º período. De modo geral, o mercado trabalha com
reajuste nos valores de insumos utilizados para pro-
o ano comercial de 360 dias e o ano civil de 365 dias.
dução de seus produtos. Essas são algumas situações
O valor futuro ou montante (FV) é um valor
possíveis para uso de métodos percentuais de corre-
ção numérica. nominal de um título, valor residual de um bem, valor
Vamos analisar as seguintes situações hipotéticas do capital acrescido de seus rendimentos, ou seja, é o
MATEMÁTICA FINANCEIRA

para melhor fixarmos a teoria: valor acumulado ao final de n períodos de capitaliza-


Supondo que você, como empresário, precisa rea- ção, à taxa de juros i. O pagamento (PMT) é o valor
justar uma mercadoria que de acordo com a inflação de cada parcela, prestação ou depósito. Normalmente
do período sofreu um reajuste de 11% e sua mercado- é utilizado quando trabalhamos com série de paga-
ria atualmente tem um custo para o cliente de R$500,00 mentos. A data focal é a data que se considera como
reais, então o custo atual tem uma referência em por- base de comparação para valores referidos a datas
centagem de 100%. Se o ajuste será para aumentar o diferentes.
valor do produto em 11%, desta forma, o novo valor
O diagrama de fluxo de caixa, Figura 19, é de
do produto corresponderá em 100%+11%=111%, onde
111%=111/100=1,11, assim basta multiplicar o valor de grande utilidade na Matemática Financeira, permitin-
referência da mercadoria por 1,11 e obtenha o valor do que se visualize no tempo o que ocorre com o capi-
dela corrigida com um aumento de 11% inflacionário. tal (PV). Fluxo de caixa são movimentos monetários
Logo, R$500,00*1,11=R$555,00, ou seja, um aumento que são identificados temporalmente através de um
de R$55,00 reais. conjunto de entradas e saídas de caixa. 195
1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
FV = PV · (1 + in)
n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 0) = 2000 · 1 = 2000
n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 1) = 2000 · 1,1 = 2200
1 n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 2) = 2000 · 1,2 = 2400
0 2 3 4 5 6 7 8 9 10
n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 3) = 2000 · 1,3 = 2600
n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 4) = 2000 · 1,4 = 2800
2000 n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 5) = 2000 · 1,5 = 3000
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 6) = 2000 · 1,6 = 3200
3000 n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 7) = 2000 · 1,7 = 3400
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 8) = 2000 · 1,8 = 3600
Figura 19. Exemplo de diagrama de fluxo de caixa.
n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 9) = 2000 · 1,9 = 3800
Os critérios de capitalização de juros, demons- n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1 · 10) = 2000 · 2 = 4000
tram como os juros são formados e sucessivamente
incorporados ao capital no decorrer do tempo. São Nos juros simples o valor de incremento mensal
referente à taxa de juro é constante, ou seja, mês a mês,
dois os regimes: simples (ou linear) e composto (ou
o valor de aumento é o mesmo, basta fazer a diferença
exponencial). Começaremos a falar do Juros Simples,
entre os montantes de um mês com o anterior, FVj – FVj-1.
e posteriormente do juros compostos. O regime de capitalização simples é muito utiliza-
No regime de capitalização simples os juros cres- do por países com baixo índice de inflação. No entan-
cem de forma linear ao longo do tempo. Neste critério, to, em países com alto índice de inflação, a exemplo do
os juros incidem somente sobre o capital inicial (PV) Brasil, a sua utilização só faz sentido para curto prazo.
da operação, não se registrando juros sobre o saldo
dos juros acumulados. Na utilização da capitalização JUROS COMPOSTOS - CÁLCULO DO MONTANTE,
simples, definimos os Juros (J) em função do valor pre- DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E
sente (PV), da taxa de juro (i) e prazo (n): DO PRAZO DA OPERAÇÃO FINANCEIRA
J = PV · i · n O regime de juros compostos considera que os
juros formados em cada período são acrescidos ao
O valor futuro ou montante (FV) a ser pago então
capital formando o montante (capital mais juros) do
é dado pela soma do valor presente com o juro no período. Este montante, por sua vez, passará a render
período: juros no período seguinte formando um novo mon-
tante (constituído do capital inicial, dos juros acumu-
FV = PV + J
lados e dos juros sobre os juros formados em períodos
Substituindo J em FV temos: anteriores), e assim por diante.
Na utilização da capitalização composta, devemos
FV = PV + J = PV + PV · i · n = PV · (1 + in) utilizar a seguinte fórmula para o valor futuro:
FV = PV · (1 + in)
FV = PV · (1 + i)n
No caso do regime de capitalização simples, o cál-
culo dos juros é feito apenas sobre o Principal. Neste 1
Sendo (1 + i)n o fator de capitalização e o
caso os juros serão sempre constantes, pois são calcu- (1 + i)n
fator de atualização.
lados sobre a mesma base de cálculo (capital inicial Neste caso, note que o crescimento da capitalização
ou Valor Presente). Assim, não há acúmulo de juros composta não é linear como na capitalização simples,
ao capital para o cálculo dos novos juros dos perío- como pode ser observado na Figura 21, o crescimento
dos seguintes, por isso, dizemos que o crescimento do é exponencial.
capital é linear (Figura 20).

Figura 20. Capitalização simples, com PV = R$2000,00 e i = 10% ao


mês, por 10 meses.

Assim, para encontrar os resultados da Figura 20,


utilizamos a fórmula do Montante (FV) anterior e
obtemos os valores mensais a serem pagos em cada
mês à taxa de juros de 10%. Figura 21. Capitalização composta, com PV=R$2000,00 e i=10% ao
196 mês, por 10 meses.
Assim, para encontrar os resultados da Figura 21, 2. (FCC – 2019) Em uma determinada data, Henrique
utilizamos a fórmula do Montante (FV) anterior e recebeu, por serviços prestados a uma empresa, o
obtemos os valores mensais a serem pagos em cada valor de R$ 20.000,00. Gastou 37,5% dessa quantia e o
mês à taxa de juro de 10%, com correção composta, restante aplicou a juros simples, a uma taxa de 18% ao
ou seja, juro do tempo j em relação ao montante j – 1. ano. Se no final do período de aplicação ele resgatou
o montante correspondente de R$ 14.000,00, significa
PV = 2000; i = 0,10; n = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} que o período dessa aplicação foi de:
FV = PV · (1 + i)n
n = 0 → FV = 2000 · (1 + 0,1)0 = 2000 · 1 = 2000 a) 1 trimestre.
n = 1 → FV = 2000 · (1 + 0,1)1 = 2000 · 1,1 = 2200 b) 10 meses.
n = 2 → FV = 2000 · (1 + 0,1)2 = 2000 · 1,21 = 2420 c) 1 semestre.
n = 3 → FV = 2000 · (1 + 0,1)3 = 2000 · 1,331 = 2662 d) 8 meses.
n = 4 → FV = 2000 · (1 + 0,1)4 = 2000 · 1,464 = 2928,2 e) 1 ano e 2 meses.
n = 5 → FV = 2000 · (1 + 0,1)5 = 2000 · 1,6105 = 3221,02
n = 6 → FV = 2000 · (1 + 0,1)6 = 2000 · 1,7716 = 3543,122 Sabe-se que o montante (FV) é de R$14000,00 reais,
n = 7 → FV = 2000 · (1 + 0,1)7 = 2000 · 1,9487 = 3897,434 o capital (PV) é de R$12500,00 reais, pois, se ele rece-
n = 8 → FV = 2000 · (1 + 0,1)8 = 2000 · 2,1463 = 4287,178 beu R$20000,00 reais e gastou 37,5%, significa que
n = 9 → FV = 2000 · (1 + 0,1)9 = 2000 · 2,3579 = 4715,895 sobrou (20000 * (1-0,375) = 20000 * 0,625 = 12500), o
n = 10 → FV = 2000 · (1 + 0,1)10 = 2000 · 2,5937 = 5187,485 juro de 18% ao ano, ao mês basta dividir por 12 e irá
dar 1,5% ao mês, o prazo (n) é dado por:
O regime de capitalização composta é amplamen-
te adotado por todo mercado financeiro e de capitais. M = FV = PV · (1 + in)
Sua importância é fundamental para o entendimento 14000 = 12500 · (1 + 0,015n)
de praticamente todas as operações financeiras que 14000 = 12500 + 12500 · 0,015n
são realizadas. Cabe destacar que, em comparação 14000 – 12500 = 187,5n
com o regime de capitalização simples, para o primei-
1500
ro período de capitalização indifere a escolha de juros n= = 8 meses
simples ou compostos, pois ambos os juros produzi- 187,5
dos se igualam. Resposta: Letra D.

CÁLCULO DO MONTANTE 3. (FCC – 2016) Uma pessoa deseja investir em um imo-


bilizado para a sua loja e o fornecedor lhe ofereceu as
Resumindo então temos a fórmula do montante seguintes condições:
para juros simples:
a. Preço à vista = R$1.800,00;
M = FV = PV · (1 + in) b. Preço a prazo = entrada de R$300,00 e R$ 1.650,00 em
60 dias.
E o montante para juros compostos:
A taxa de juros simples mensal cobrada pelo fornece-
M = FV = PV · (1 + i)n dor, na venda a prazo foi de:

a) 5,5% a.m.
b) 4,88% a.m.
EXERCÍCIOS COMENTADOS c) 4,17% a.m.
d) 5,00% a.m.
1. (FCC – 2019) Um barril, quando está 20% vazio, con- e) 8,33% a.m.
tém 48 litros a mais do que quando está 60% cheio. A
capacidade desse barril, em litros, é: Sabe-se que o montante (FV) é de R$1650,00 reais,
como empréstimo, o capital (PV) é de R$1500,00
a) 240. reais, pois, ele pagou R$300,00 reais de entrada, o
b) 180. prazo foi de 2 meses (n=2), assim, a taxa de juro (i)
c) 320. é dada por:
d) 360.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

e) 120. M = FV = PV · (1 + in)
1650 = 1500 · (1 + 2i)
Deseja-se saber o volume do barril em litros, sendo 1650 = 1500 + 3000i
que quando ele está 20% vazio significa estar 80% 1650 – 1500 = 3000i
=100%-20%=0,8 cheio, se x é o volume do tanque
100% cheio, assim temos: 150
i= = 0,05 = 5,00% a.m
3000
0,8x = 48 + 0,6x → 0,8x – 0,6x = 48 → 0,2x = 48 Resposta: Letra D.

48 4. (FCC – 2018) A Cia. Endividada tinha que liquidar uma


x= → x = 240 dívida no valor de R$ 200.000,00 em determinada
0,2 data, porém precisou negociar a prorrogação do pra-
zo de pagamento por não dispor de liquidez. O credor
Resposta: Letra A. aceitou prorrogar o pagamento por 90 dias e negociou 197
a remuneração com uma taxa de juros compostos de FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE
2% ao mês. O valor devido pela Cia. Endividada, no CAIXA
final do prazo de prorrogação, foi, em reais:
Conceitos e Objetos
a) 216.486,43.
b) 212.000,00. A estrutura e composição do Balanço Patrimonial
c) 212.241,60. é uma demonstração estática, sintética e ordenada do
d) 208.080,00. patrimônio da empresa, responsável pela evidenciação
e) 216.000,00. da composição qualitativa e quantitativa do patrimô-
nio. Ao ser elaborado, o BP evidencia quais itens fazem
Sabe-se que o capital (PV) foi de R$200.000,00 reais, parte do patrimônio (bens, direitos e obrigações), bem
o prazo foi de 90 dias, em meses é 3 (n=3), a taxa de como qual o valor monetário de cada um desses itens.
juro composto foi de 2%=0,02 ao mês, assim, o mon- A forma mais conhecida de se obter o fluxo de cai-
tante (FV) é dado por: xa a partir de um balancete que aprenderemos mais
a frente.
M = FV = PV · (1 + i)n No balanço, as contas serão classificadas segundo
FV = 200000 · (1 + 0,02)3 os elementos do patrimônio que registrem, e agrupa-
FV = 200000 · (1,02)3 das de modo a facilitar o conhecimento e a análise da
FV = 200000 · 1,06121 situação financeira da companhia.
FV = 212.241,60 Resposta: Letra C. Como você já sabe, o conjunto de bens e direitos é
classificado no ativo do balanço patrimonial. Segundo
a norma CPC 00 – Estrutura Conceitual para o Rela-
5. (FCC – 2017) Um empréstimo com juros compostos
tório Financeiro, ativo é um recurso econômico pre-
de 1,2% ao mês corresponde a uma taxa anual de:
sente controlado pela entidade como resultado de
eventos passados.
a) (1,1212 − 1) × 100%.
O ativo, dentro do balanço patrimonial, é divido
b) (1,10212 − 1) × 100%.
em dois grandes grupos: ativo circulante e ativo não
c) (1,01212 − 1) × 100%. circulante, sendo que as contas serão dispostas em
d) (1,001212 − 1) × 100%. ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
e) (1,1001212 − 1) × 100%. nelas registrados, vale dizer, o ativo que possui maior
liquidez (se “transforma” em dinheiro mais rápido)
Sabe-se que a taxa de juro mensal é de aparece primeiro.
i=1,2%=1,2/100=0,012, com prazo de 1 ano temos A Lei das S/A determina que o ativo deve ser apre-
n=12 meses. Assim sabemos que o juro é dado por J sentado nos seguintes grupos:
= FV – PV e por ser composto temos também:
z Ativo Circulante: disponibilidades; direitos rea-
FV = PV · (1 + i)n → FV = PV · (1 + 0,012)12 → FV = lizáveis no curso do exercício social subsequente;
PV · (1,012)12 aplicações de recursos em despesas do exercício
então: seguinte.
z Ativo Não Circulante: realizável a longo prazo;
J = FV – PV investimentos; imobilizado; intangível.
J = PV · (1,012)12 – PV
J = PV · (1, 01212 –1) Decore essa estrutura, isso vai auxiliar bastante
no seu estudo. Veja que há uma divisão em ativo cir-
Assim, a taxa anual é dada por (1,012 –1) · 100%.
12
culante e não circulante. Vejamos o que diz o CPC 26
Resposta: Letra C.
para diferenciar esses dois grupos.
O ativo deve ser classificado como circulante quan-
REFERÊNCIAS
do satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
DANTE, Luiz Roberto. Matemática: contexto e
z Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que
aplicações. 3. ed. São Paulo: Ática, 2016. 3 v.
seja vendido ou consumido no decurso normal do
ciclo operacional da entidade;
IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática z Está mantido essencialmente com o propósito de
Elementar. 3. ed. São Paulo: Atual, 1977. 10 v. ser negociado;
z Espera-se que seja realizado até doze meses após a
IEZZI, Gelson et al. Matemática: ciência e aplica- data do balanço; ou
ções. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 3 v. z É caixa ou equivalente de caixa (conforme defini-
do no Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demons-
LEONARDO, Fabio Martins de et al. Conexões com tração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca
a Matemática. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 3 ou uso para liquidação de passivo se encontre
v. vedada durante pelo menos doze meses após a
data do balanço.
PAIVA, Manoel Rodrigues. Matemática. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2010. 3 v. Todos os demais ativos devem ser classificados
como não circulantes.
SOUZA, Joamir Roberto de; GARCIA, Jacqueline Merece destaque o item “Espera-se que seja reali-
da Silva Ribeiro. #Contato Matemática. 1. ed. São zado até doze meses após a data do balanço”. Vejamos
198 Paulo: FTD, 2016. 3 v. um exemplo.
Caso uma entidade faça uma venda no dia 01/09/2020 Os direitos pessoais são identificados pelos crédi-
para receber a prazo em 18 parcelas, podemos afirmar tos que a entidade possui contra outras pessoas, como
que esse direito de receber (ativo) é não circulante? vendas a prazo (clientes, duplicatas a receber) ou mes-
Cuidado. O prazo de 12 meses é a contar da divul- mo adiantamentos concedidos a fornecedores.
gação do Balanço Patrimonial e não da venda propria- Já os direitos reais são identificados como bens
mente dita. Veja só esse esquema que pode facilitar o conversíveis em dinheiro da entidade, como o esto-
entendimento: que de material para venda e estoque de material de
Observe que na data da venda, a entidade rece- consumo.
berá 3 parcelas dentro do exercício de 2020, além de Por último temos os recursos aplicados em despe-
12 parcelas no exercício de 2021. Como, em regra, o sas do exercício seguinte, também conhecido como
Balanço é publicado no dia 31/12, contamos 12 meses
despesas antecipadas. Nesse caso, temos aluguéis
partir desse momento para acharmos o limite para
antecipados, prêmio de seguro a vencer (seguros ante-
identificar o que entra no ativo circulante.
cipados) e assinatura de periódicos.
Portanto, teremos 15 parcelas no ativo circulante
Bastante cuidado que esses itens são ativos circu-
(3 em 2020 + 12 em 2021), e as outras 3 restantes no
ativo não circulante realizável a longo prazo. lantes quando realizados em até 12 meses da data do
Portanto, bastante cuidado com o prazo do ativo. balanço. Caso uma despesa antecipada seja realizada
Podemos ter uma ativo a receber em 20 parcelas total- após esse prazo, será classificado no ativo não circu-
mente no ativo circulante, bastando, por exemplo, que lante realizável a longo prazo.
seja feita uma venda a prazo no mês de abril ou antes,
dessa forma teremos 8 parcelas no exercício corrente Ativo Não Circulante
da venda mais 12 parcelas no exercício seguinte.
Existe um detalhe importante na classificação do Segundo a Lei 6.404/76 e o CPC 26, o ativo não cir-
ativo circulante: o ciclo operacional. culante é divido em 4 subgrupos: realizável a longo
A regra geral é o prazo de 12 meses a contar da prazo, investimentos, imobilizados e intangível.
data do balanço. Porém, caso o ciclo operacional da
entidade seja superior a 12 meses, devemos classifi- z Ativo não circulante realizável a longo prazo:
car o ativo em circulante e não circulante levando em o ativo não circulante realizável a longo prazo é
consideração esse prazo do ciclo operacional. formado pelos direitos realizáveis após o término
O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a do exercício seguinte, assim como os derivados de
aquisição de ativos para processamento e sua realização vendas, adiantamentos ou empréstimos a socieda-
em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacio- des coligadas ou controladas, diretores, acionistas
nal normal da entidade não for claramente identificá- ou participantes no lucro da companhia, que não
vel, pressupõe-se que sua duração seja de doze meses. constituírem negócios usuais na exploração do
Por isso utilizamos o prazo de 12 a contar do balanço.
objeto da companhia.
Porém, na situação em que o ciclo operacional da
empresa tiver duração maior que o exercício social,
Observe que a regra geral é que os ativos que fo-
a classificação no circulante ou longo prazo terá por rem realizados após 12 meses do balanço sejam clas-
base o prazo desse ciclo. sificados como realizável a longo prazo. Porém, no
caso de empréstimos ou adiantamentos a empresas
COMPOSIÇÃO coligadas ou controladas, diretos, acionistas ou parti-
cipantes dos lucros, não importa o prazo, são direitos
Ativo Circulante classificáveis no ativo não circulante.
Veja um exemplo, a AMBEV fez um empréstimo ao
O primeiro item a ser incluído no ativo circulan- Diretor de Vendas para que seja pago em 6 parcelas a
te são as disponibilidades. “Disponibilidades” é uma contar de dezembro. Veja que é curto o prazo. Mesmo
classificação do ativo que envolve três itens: caixa, assim, quando o balanço for elaborado dia 31/12, esse
banco e aplicação financeira de liquidez imediata. direito de receber da AMBEV será evidenciado no ati-
Caixa é uma conta do ativo que representa o vo não circulante realizável a longo prazo.
dinheiro disponível na entidade.
Banco representa os depósitos bancários da entidade. z Investimentos: outro subgrupo do ativo não cir-
Já aplicação financeira de liquidez imediata corres- culante são os investimentos. Aqui você deve
ponde a aplicações financeira de alta liquidez, que são tomar cuidado, pois a palavra investimentos não
prontamente conversíveis em montante conhecido de
MATEMÁTICA FINANCEIRA

tem correlação com investimentos financeiros na


caixa, sujeitas a um insignificante risco de mudança
linguagem informal.
de valor e prontamente conversíveis em moeda no
prazo de até 3 meses ou 90 dias.
Para a Lei 6.404/76, investimentos são as partici-
Veja que esses itens representam, basicamente, o
próprio dinheiro da entidade, portanto sendo o ativo pações permanentes em outras sociedades e os direi-
mais líquido à disposição da entidade. Bastante cui- tos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo
dado com cheques, pois os cheques recebidos e não circulante, e que não se destinem à manutenção da
depositados em conta são classificados como equiva- atividade da companhia ou da empresa.
lentes de caixa. Cuidado com aquisição de ações. Caso a entida-
Outro item classificado no ativo circulante são os de compre as ações com a finalidade de especulação
direitos realizáveis no curso do exercício social subse- (esperar valorizar e vender), essas ações não podem
quente. Os direitos realizáveis no curso do exercício ser consideradas como participação permanente.
social representam direitos que podem ser classificados Como está disponível para a venda, devem ser classifi-
em reais ou pessoais, segundo o próprio Código Civil. cadas como ativo circulante. 199
Então você deve levar para a prova que se a aqui- Como exemplo de passivo, temos as contas a pagar,
sição de ações ou títulos representativos do capital tributos a recolher, salários a pagar, empréstimos e
social for de caráter permanente, será classificada financiamentos, aluguel a pagar, seguros a pagar,
como ativo não circulante. adiantamentos recebidos (afinal a entidade recebe
Outro exemplo de investimentos são obras de arte antes de cumprir sua parte), receita antecipadas (bas-
e ouro, desde que esses itens não estejam no objeto tante semelhante aos adiantamentos recebidos).
da entidade, ou seja, a Ambev comprar um quadro de
Monet é investimento, já um museu não irá classificar
dessa forma. Patrimônio Líquido (Passivo Não Exigível)

z Imobilizado: ativo imobilizado é outro subgrupo O patrimônio líquido (passivo não exigível) corres-
do não circulante. São classificados como “imobili- ponde ao saldo residual do ativo, depois de deduzidos
zados” os direitos que tenham por objeto bens cor- os passivos exigíveis.
póreos destinados à manutenção das atividades Segundo a Lei 6.404/76, o patrimônio líquido é
da companhia ou da empresa ou exercidos com dividido em capital social, reservas de capital, ajustes
essa finalidade, inclusive os decorrentes de ope- de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações
rações que transfiram à companhia os benefícios, em tesouraria e prejuízos acumulados.    
riscos e controle desses bens.

Entra nesse subgrupo os veículos utilizados pela PATRIMÔNIO LÍQUIDO


entidade, móveis, equipamentos, computadores, imó-
veis destinados ao uso da atividade. Cuidado com os Capital Social
imóveis, pois se forem destinados a aluguel, a depen- (-) Capital a integralizar
der do destino do aluguel, imóvel pode ser classifica-
do como propriedade para investimento e não ativo Reservas de Capital
imobilizado.
Aqui vale entender que não apenas aqueles de Reservas de lucro
propriedade da entidade, mas aqueles oriundos de
arrendamento mercantil também. (+/-) Ajuste de Avaliação Patrimonial
Sabe os aviões da EMBRAER? Eles não são de pro- (-) Ações em tesouraria
priedade da AZUL Cia Aéreas por exemplo. A AZUL faz
um contrato de arrendamento e a EMBRAER transfere (-) Prejuízo acumulado
os aviões para a AZUL. Como os riscos e benefícios da
aeronave são “transferidos” para a AZUL, quem regis-
A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial é uma
tra, do ponto de vista contábil, como ativo o avião é a
AZUL e não a EMBRAER, mesmo que, juridicamente, conta que pode ser retificadora do PL ou não.
o avião seja de propriedade da EMBRAER. Para ser
ativo, não precisa da propriedade jurídica, apenas do
controle do item. Cuidado com isso.       
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Intangível: por último, temos o ativo intangível no
ativo não circulante. São classificados como ativo 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A classificação de ativos
não circulante os direitos que tenham por obje- e passivos como circulantes ou não circulantes deve
to bens incorpóreos destinados à manutenção obedecer ao ciclo operacional da empresa.
da companhia ou exercidos com essa finalidade,
inclusive o fundo de comércio adquirido. ( ) CERTO  ( ) ERRADO

Como exemplo de ativo intangível, temos marcas, Na verdade, somente devem observar o ciclo opera-
patentes, direitos de exploração econômico (luva de
cional quando esse for maior do que 12 meses. Se o
livros, direitos de exploração de imagem de terceiros
por exemplo), softwares, fundo de comércio e goo- ciclo operacional for menor, deve-se observar o pra-
dwill (cuidado, pois ele pode ser classificado tanto zo de 12 meses a contar do balanço para classificar
como investimentos quanto intangível). Quando for os ativos e passivos em circulante e não circulante.
no balanço individual será investimentos, já no balan- Resposta: Errado.
ço consolidado será intangível.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Assinale a opção que
Passivo Exigível apresenta apenas contas integrantes do ativo do
balanço patrimonial de uma empresa.
Agora que já estudamos o grupo do ativo, vamos
passar a estudar o grupo do passivo exigível. a) estoques; contas a receber
O passivo compreende obrigações da entidade, b)  caixa; empréstimos
seja com terceiros (passivo exigível), seja com os c)  empréstimos; debêntures
sócios (passivo não exigível ou patrimônio líquido). d)  capital social; fornecedores
O passivo exigível é formado pelo passivo circu-
e)  obrigações tributárias; caixa
lante e o passivo não circulante. A distinção entre pas-
sivo circulante e não circulante leva em consideração
o prazo de pagamento do passivo. Das alternativas, apenas a letra A possui contas
Caso uma obrigação de pagamento seja paga em do ativo. Empréstimos, debêntures, fornecedores e
até 12 meses a contar da data do balanço, será classifi- obrigações tributárias fazem parte do passivo exigí-
cada como passivo circulante. Caso o prazo seja supe- vel. Já o capital social é conta do patrimônio líquido.
200 rior, será passivo não circulante. Resposta: Letra A.
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A tabela a seguir repre- de verificação. É importante destacar que o balancete
senta, em reais, o balancete de verificação de uma não é uma demonstração contábil prevista na legis-
sociedade anônima em 31/12/20x0. lação, bem como não é obrigatório. Consiste em um
demonstrativo auxiliar elaborado pela entidade para
SALDO simplesmente verificar a correção da partida dobra-
CONTAS da, ou seja, se o total de débitos corresponde ao total
DEVEDOR CREDOR de créditos.
O prazo de elaboração do balancete não está pre-
Caixa 25.300   visto em nenhuma norma. Porém, existe a recomen-
Aplicação financeira 5.700   dação da elaboração mensal do balancete.
O balancete pode ser elaborado em modelos que
Estoques 4.000   vão de 2 até 8 colunas. Vamos verificar cada um des-
ses modelos.
Móveis e utensílios 10.000  
MODELOS E TÉCNICAS DE ELABORAÇÃO
Despesa de aluguel 3.000  

Duplicadas a pagar   8.200 z Balancete de Verificação de 2 Colunas

Aluguel a pagar   3.000 Veja só:

Capital social   30.000 BALANCETE DE VERIFICAÇÃO


Receita de serviços   6.800 Saldo Atual
Conta
Saldo devedor Saldo Credor
Nessa situação hipotética, o balanço patrimonial
elaborado a partir dos dados constantes do balan-
Caixa 300,00
cete deverá apresentar um passivo de R$ 48.000.
Vamos identificar as contas do passivo:
Banco 11.900,00

Duplicadas a pagar 8.200 Móveis 3.200,00


Aluguel a pagar 3.000
Veículos 10.000,00
Total 11.200
Mercadorias 1.400,00
Resposta: Errado.
Clientes 300,00
4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O BP apresenta as contas
de resultado da entidade, correspondentes a um exer- Fornecedores 400,00
cício financeiro coincidente com o ano civil.
Financiamentos 6.500,00
( ) CERTO  ( ) ERRADO

O balanço patrimonial representa as contas patri- Capital Social 20.000,00


moniais. As contas de resultado aparecem na DRE
(Demonstração do Resultado do Exercício). Respos- Vendas 300,00
ta: Errado.
Custo da Mercadoria
50,00
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O BP permite ao usuá- Vendida
rio da informação a análise da situação financeira da
companhia em dado momento. Despesas 50,00

( ) CERTO  ( ) ERRADO Total 27.200,00 27.200,00


MATEMÁTICA FINANCEIRA

O BP possibilita a análise da situação financeira,


bem como a composição qualitativa e quantitativa Veja que ao analisarmos as contas, podemos cons-
do patrimônio da entidade. Resposta: Certo. tatar se o saldo total de débitos está igual ao saldo de
créditos. Se houver erro no saldo total, deve ser verifi-
CONCEITOS, MODELOS E TÉCNICAS DE cada a escrituração realizada para encontrar o motivo
ELABORAÇÃO do erro. Vale dizer que olhando apenas o balancete,
não é possível saber qual tipo de erro de escrituração
Balancete De Verificação foi cometido, mas apenas constatar o erro.
Outro ponto importante desse balancete de duas
Após todos os registros realizados durante o exer- colunas é que ele apresenta o saldo final de cada con-
cício social, é necessário fazer o levantamento dos ta, ou seja, não é possível saber qual era o saldo ini-
saldos contábeis de todas as contas para que seja veri- cial do caixa no exercício, por exemplo, mas apenas
ficado se houve algum erro de saldo devedor ou cre- sabemos que o saldo ao final do exercício social era
dor. Esse levantamento é feito através do balancete de 10.000. 201
z Balancete de Verificação de 4 Colunas

Vamos ver o balancete de 4 colunas:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Saldo Inicial Saldo Atual
Contas
Devedor Credor Devedor Credor
Caixa ------------ ------------ 300,00
Banco 13 mil 11,9 mil
Móveis 3 mil 3,2 mil
Veículos 10 mil 10 mil
Mercadorias 1,5 mil 1,4 mil
Clientes ------- ------ 300,00
Fornecedores 500,00 400,00
Financiamentos 7 mil 6,5 mil
Capital Social 20 mil 20 mil
Vendas ------- ------ 300,00
Custo da Mercadoria
------- ------ 50,00
Vendida
Despesas ------- ------ 50,00
Total 27,5 mil 27,5 mil 27,2 mil 27,2 mil

Veja que a diferença entre o balancete de 2 e 4 colunas está nas colunas do saldo inicial. Portanto, no balancete
de 4 colunas, além do saldo final de cada conta, temos também o saldo inicial, ou seja, no início do exercício social.
Observe que o saldo das receitas e despesas estão zerados, o que não está errado, já que no final do exercício
anterior essas contas são zeradas para a apuração do resultado do exercício passado.

z Balancete de Verificação de 6 Colunas

Agora vamos para o balancete de 6 colunas:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Saldo Inicial Movimento do Período Saldo Atual


Conta
Devedor Credor Débito Crédito Devedor Credor

Caixa ------------ ------------ 500,00 200,00 300,00


Banco 13.000,00 1.100,00 11.900,00
Móveis 3.000,00 200,00 3.200,00
Veículos 10.000,00 ------- ------- 10.000,00
Mercadorias 1.500,00 ------- ------- 1.400,00
Clientes ------- ------ 300,00 300,00
Fornecedores 500,00 100,00 400,00
Financiamen-
7.000,00 500,00 6.500,00
tos
Capital Social 20.000,00 ------- ------- 20.000,00
Vendas ------- ------ 300,00 300,00
Custo da
Mercadoria ------- ------ 50,00 50,00
Vendida
Despesas ------- ------ 50,00 50,00
Total 27.500,00 27.500,00 1.700,00 1.700,00 27.200,00 27.200,00
202
Observe que nesse modelo de balancete inclui-se o movimento contábil de cada conta no período, ou seja,
quanto foi debitado e creditado em cada conta. Dessa forma podemos verificar o saldo inicial, o quanto de débito
e crédito e o saldo final da conta. Um balancete bastante detalhado.

z Balancete de Verificação de 8 Colunas

Por último temos o balancete de 8 colunas. Vejamos com ele é elaborado:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Saldo Inicial Movimento do Período Saldo Atual
Conta Saldo do movimento
Devedor Credor Débito Crédito Devedor Credor
Débito Crédito
Caixa ------------ ------------ 500,00 200,00 300,00 ------- 300,00 -------
Banco 13 mil ------- ------- 1,1 mil ------- 1,1 mil 11,9 mil -------
Móveis 3 mil ------- 200,00 ------- 200,00 ------- 3,2 mil -------
Veículos 10 mil ------- ------- ------- ------- ------- 10 mil -------
Mercadorias 1,5 mil ------- ------- ------- ------- ------- 1,4 mil -------
Clientes ------- ------ 300,00 ------- ------- 300,00 300,00 -------
Fornecedores ------- 500,00 100,00 ------- 400,00 ------- ------- 400,00
Financiamentos ------- 7 mil 500,00 ------- 6,5 mil ------- ------- 6,5 mil
Capital Social ------- 20 mil ------- ------- 20 mil ------- ------- 20 mil
Vendas ------- ------ ------- 300,00 ------- 300,00 ------- 300,00
Custo da Merca-
------- ------ 50,00 ------- ------- 50,00 50,00 -------
doria Vendida
Despesas ------- ------ 50,00 ------- ------- 50,00 50,00 -------
Total 27.500,00 27.500,00 1.700,00 1.700,00 ------- ------- 27.200,00 27.200,00

No balancete de 8 colunas, acrescentam-se duas colunas referentes aos saldos dos movimentos, ou seja, a dife-
rença entre os débitos e créditos do período.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verificação deve ser obrigatoriamente elaborado a cada mês.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O levantamento do balancete é feito mensalmente, mas não de forma obrigatória. O que existe é uma recomen-
dação. Resposta: Errado.

2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A apresentação de determinado balancete de verificação com valores diferentes para o
total de débitos e créditos constitui evidência de inversão entre a conta credora e a conta devedora em pelo menos um
dos lançamentos contábeis.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

Se o saldo das contas devedoras for diferente do saldo das contas credoras, diversos são os erros que causaram
MATEMÁTICA FINANCEIRA

essa anomalia, não necessariamente inversão entre contas. Pode, simplesmente, ter havido erro no valor de uma
ou outra conta em um lançamento. Resposta: Errado.

3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verificação inclui as contas patrimoniais e as contas de resultado.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O balancete apresenta o rol das contas utilizadas na contabilidade da entidade, incluindo contas patrimoniais e
de resultado. Resposta: Certo.

4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verificação pode ser levantado em modelos que vão de um mínimo de
duas colunas a um máximo de seis colunas.

( ) CERTO  ( ) ERRADO 203


Os modelos de balancete podem ser feitos de 2 até 8 Consumidor Amplo) que julgar mais econômico no
colunas. Resposta: Errado. momento da assinatura do contrato do financiamento.
Contudo, é válido ressaltar que, quando se neces-
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O balancete de verifica- sita de financiamento, optar por um prazo mais curto,
ção é uma demonstração financeira obrigatória pela se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque,
legislação societária, e sua finalidade restringe-se a em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre
fornecer aos usuários internos da entidade informa- o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização hou-
ções sobre a evolução dos saldos das contas devedo- ver, menos gastos com juros terá o comprador.
ras e credoras em determinado período. Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amorti-
zação Constante) pode ser mais vantajoso que a Tabe-
( ) CERTO  ( ) ERRADO la Price, porque representa uma economia de cerca de
10%, em média. A Tabela Price possui como vantagem
Balancete de verificação não é demonstração finan- sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor.
ceira, mas apenas relatório financeiro gerencial. No entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem
Resposta: Errado. maiores no começo, há uma amortização maior da
dívida, que leva a uma economia significativa no final.
Para melhor ilustrar esse comparativo entre as
vantagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO - e Price), veja o quadro a seguir representando um
SISTEMA PRICE, SISTEMA SAC financiamento de R$ 200 mil parcelado em 20 anos,
com juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba
TABELA PRICE E SAC que a prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara,
mas o valor total pago no final é quase R$ 30 mil mais
Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que baixo.
escolher um sistema de pagamento. Para isso, existem
as seguintes opções: tabela price ou SAC. Aqui, discu- SAC PRICE
tiremos um pouco a respeito de tais sistemas, para
entendermos o que de fato eles são, se há alguma dife- Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
rença, vantagem e/ou desvantagem entre eles e se um
deles é mais barato/acessível que o outro. Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
Esses sistemas, basicamente, são formas de amor-
tização e financiamento a longo prazo, acertadas ao Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34
banco ou à construtora durante o financiamento da
compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Fran-
cês de Amortização) e o SAC (Sistema de Amortização Outra Forma de Correção Possível das Prestações de
Constante). Ambos, segundo José Mansini, planejador um Financiamento
financeiro pela Planejar: “São dois cálculos distintos
que determinam de que forma o comprador do imó- A Caixa Econômica Federal divulgou em agosto de
vel irá pagar [amortizar] o empréstimo que ele fez 2019 uma nova linha de crédito para aquisição de casa
para este fim. Nestes dois sistemas, será definido o própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao ano,
valor da parcela mensal a ser paga”. mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Disponível
somente para contratos novos, esse novo modelo pode
Diferenças entre Tabela Price e SAC ser usado para financiar até 80% do valor de imóveis
novos e usados, com prazo de até 360 meses.
Há diferenças entre esses dois sistemas de amor-
tização, mas a diferença que mais se destaca diz res-
peito à forma e rapidez de amortização (diminuição Importante!
gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até A prestação terá seu valor corrigido mensalmen-
a quantidade total de juros. No Sistema SAC, tem-se, te, o que é, geralmente, feito pelo sistema SAC. O
incialmente, prestações com valores mais altos e que valor da parcela, por sua vez, pode ou não dimi-
ficam menores no final, pois (como dito anteriormen- nuir com o decorrer do tempo, pois depende da
te) há amortização mensal do valor financiado. Ou trajetória da inflação. Ao passo que, na tabela
seja, da primeira parcela até a última, o valor vai cain- Price, a correção feita por meio do IPCA desca-
do, porque há uma diminuição progressiva dos juros. racteriza totalmente o conceito de parcelas fixas.
Na Tabela Price, no entanto, as parcelas começam
mais baixas, mas são estáticas, não sofrem alteração
durante todo o período de financiamento. A título de exemplo, leve em consideração o mesmo
valor utilizado na situação que vimos anteriormente,
Vantagens Oferecidas pela Tabela Price e pelo SAC de R$ 200 mil financiado em 20 anos, diferenciado
apenas a taxa, que passa a ser de 4,95% e uma estima-
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe a tiva de IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata
ele optar pela forma de pagamento que mais se ade- apenas de uma situação hipotética/simulada, já que
qua à realidade financeira. A escolha, notadamente, não é certo a previsão da trajetória da inflação por um
deve levar em consideração o fator de correção (TR período tão longo.
204 – Taxa Referencial ou IPCA – Índice de Preços ao
A taxa bimestral de juros realmente cobrada é de
SAC PRICE

Parcela inicial R$ 1.645,56 R$ 1.306,69 a) 20%


b) 25%
Parcela final R$ 1.833,30 R$ 2.853,77 c) 11%
d) 16%
Total pago R$ 433.014,03 R$ 475.426,66
e) 22,5%

Simulação de Financiamento 3. (CESGRANRIO — 2015) Considere que hoje é uma


segunda-feira e um carnê de pagamentos apresenta
Para fazer simulações de financiamentos com um vencimento em atraso desde a última terça-feira,
Tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar sites de para um valor de R$ 100,00, e ainda prevê multa de 2%,
bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e e mora de 12% a.m.
Santander e fazer as simulações.
O valor a pagar, em reais, é de

a) 104,40
HORA DE PRATICAR! b) 114,00
c) 104,00
d) 103,60
1. (CESGRANRIO — 2015) Um microempresário preci-
e) 104,45
sa aumentar seu capital de giro e resolve antecipar 5
cheques de 10.000 reais cada um, todos com data de
4. (CESGRANRIO — 2013) Um cliente contraiu um
vencimento para dali a 3 meses.
empréstimo, junto a um banco, no valor de R$
20.000,00, a uma taxa de juros compostos de 4% ao
DADOS mês, com prazo de 2 trimestres, contados a partir da
liberação dos recursos. O cliente quitou a dívida exa-
X X³ tamente no final do prazo determinado, não pagando
nenhum valor antes disso.
1,042 1,131

1,045 1,141 Dados


1,047 1,148 1,04² ≅ 1,082
1,049 1,154 1,04³ ≅ 1,125
1,044 ≅ 1,170
1,052 1,164 1,045 ≅ 1,217
1,046 ≅ 1,265
O gerente do banco informa que ele terá exatamente 1,047 ≅ 1,316
dois custos para realizar a antecipação, conforme des-
critos a seguir. Qual o valor dos juros pagos pelo cliente na data da
quitação dessa dívida?
Custo 1 – Um desconto sobre o valor dos cheques a
uma taxa de 4% ao mês. Esse desconto será direta- a) R$ 5.300,00
mente proporcional ao valor dos cheques, ao tempo b) R$ 2.650,00
de antecipação e à taxa de desconto anunciados. c) R$ 1.250,00
Custo 2 – Custos operacionais fixos de 500 reais para d) R$ 1.640,00
antecipações de até 100 mil reais. e) R$ 2.500,00

Assim, comparando o valor de fato recebido pelo 5. (CESGRANRIO — 2013) As capitalizações oferecidas
microempresário e o valor a ser pago após 3 meses por dois fundos de investimento foram simuladas
(valor total dos cheques), o valor mais próximo da por uma operadora financeira. A aplicação inicial em
taxa efetiva mensal cobrada pelo banco, no regime de ambos os fundos foi a mesma. Na simulação, a capi-
juros compostos, é de talização no primeiro fundo de investimento durou
48 meses e se deu a juros mensais de 1%, no regi-
MATEMÁTICA FINANCEIRA

a) 5,2% me composto. No segundo fundo de investimento, a


b) 4,5% capitalização durou 24 meses apenas. A operadora
c) 4,7% buscava determinar qual deveria ser a taxa mensal
d) 5,0% de juros oferecida pelo segundo fundo, em regime
e) 4,3% composto, para, ao final dos 24 meses, gerar o mesmo
montante gerado pelo primeiro ao final dos 48 meses.
2. (CESGRANRIO — 2015) Uma instituição financeira
efetua o desconto de um título de valor de face de R$ Essa taxa é de:
25.000,00 dois meses antes do vencimento, utilizando
taxa de desconto simples bancário (por fora) de 9% a) 2% a.m.
ao mês. A instituição exige o pagamento de 2% do b) 2,01% a.m.
valor de face do título como taxa de administração no c) 2,02% a.m.
momento de desconto do título. d) 2,1% a.m.
e) 2,2% a.m.
205
6. (CESGRANRIO — 2013) Um refrigerador custa, à vis- 10. (CESGRANRIO — 2015) Uma conta de R$ 1.000,00
ta, R$ 1.500,00. Um consumidor optou por comprá-lo foi paga com atraso de 2 meses e 10 dias. Conside-
em duas parcelas. A loja cobra uma taxa mensal de re o mês comercial, isto é, com 30 dias; considere,
juros (compostos) de 2%, atuante a partir da data da também, que foi adotado o regime de capitalização
compra. O valor da primeira parcela, paga pelo con- composta para cobrar juros relativos aos 2 meses, e
sumidor 30 dias após a compra, foi de R$ 750,00. que, em seguida, aplicou-se o regime de capitalização
Um mês após o primeiro pagamento, o consumidor simples para cobrar juros relativos aos 10 dias.
quitou sua dívida ao pagar a segunda parcela.
Se a taxa de juros é de 3% ao mês, o juro cobrado foi de
Qual foi o valor da segunda parcela?
a) R$ 64,08
a) R$750,00 b) R$ 79,17
b) R$765,00 c) R$ 40,30
c) R$780,00 d) R$ 71,51
d) R$795,60 e) R$ 61,96
e) R$810,00
11. (CESGRANRIO — 2015) Aplicaram-se R$ 2.000,00 em
7. (CESGRANRIO — 2013) Considerando-se a mesma um fundo de investimento, por um ano, que rende à
taxa de juros compostos, se é indiferente receber R$ taxa bruta de 18% ao ano. O imposto de renda é de
1.000,00 daqui a dois meses ou R$ 1.210,00 daqui a 22,5% sobre o ganho nominal. Em um ano em que a
quatro meses, hoje, esse dinheiro vale inflação foi de 7,5%, a taxa real de juros anual obtida
nesse investimento foi de:
a) R$ 909,09
b) R$ 826,45 a) 5,5%
c) R$ 466,51 b) 6,5%
d) R$ 683,01 c) 5,0%
e) R$ 790,00 d) 4,5%
e) 6,0%
8. (CESGRANRIO — 2015) Arthur contraiu um financia-
mento para a compra de um apartamento, cujo valor 12. (CESGRANRIO — 2013) Uma pessoa que vive de rendi-
à vista é de 200 mil reais, no Sistema de Amortização mentos do mercado financeiro aplicou todos os seus
Constante (SAC), a uma taxa de juros de 1% ao mês, recursos, o que lhe rendeu um retorno nominal de 20%
com um prazo de 20 anos. Para reduzir o valor a ser no ano.
financiado, ele dará uma entrada no valor de 50 mil Considerando-se que a inflação da cesta básica foi de
reais na data da assinatura do contrato. As prestações 6% nesse mesmo ano, quantas cestas básicas a mais,
começam um mês após a assinatura do contrato e em termos percentuais, ela poderá comprar após o
são compostas de amortização, juros sobre o saldo retorno da aplicação?
devedor do mês anterior, seguro especial no valor
de 75 reais mensais fixos no primeiro ano e despesa a) 12,8%
administrativa mensal fixa no valor de 25 reais. b) 13,2%
c) 14,0%
A partir dessas informações, o valor, em reais, da
d) 14,8%
segunda prestação prevista na planilha de amortiza-
e) 15,0%
ção desse financiamento, desconsiderando qualquer
outro tipo de reajuste no saldo devedor que não seja a
13. (CESGRANRIO — 2015) Um cliente foi a um banco
taxa de juros do financiamento, é igual a
tomar um empréstimo de 100 mil reais, no regime
de juros compostos, a serem pagos após 3 meses
a) 2.087,25
por meio de um único pagamento. Para conseguir o
b) 2.218,75
dinheiro, foram apresentadas as seguintes condições:
c) 2.175,25
d) 2.125,00
I - taxa de juros de 5% ao mês, incidindo sobre o saldo
e) 2.225,00
devedor acumulado do mês anterior;
II - impostos mais taxas que poderão ser financiados jun-
9. (CESGRANRIO — 2013) Um empréstimo deverá ser
tamente com os 100 mil reais.
pago em quarenta e nove prestações mensais e con-
secutivas, vencendo a primeira prestação trinta dias
Ao fazer a simulação, o gerente informou que o valor total
após a liberação do dinheiro. O financiamento foi fei-
de quitação após os 3 meses seria de 117.500 reais.
to pelo Sistema de Amortização Constante, SAC, com
taxa mensal de juros de 1%. O valor mais próximo do custo real efetivo mensal, ou
Se a vigésima quinta prestação é de R$ 5.000,00, o sal- seja, a taxa mensal equivalente desse empréstimo,
do devedor, em reais, após o pagamento da quadragé- comparando o que pegou com o que pagou, é de
sima oitava prestação é de
a) [(1,1751/3 - 1) x 100]%
a) 4.000 b) [(1,1931/3 - 1) x 100]%
b) 4.080 c) [(1,051/3 - 1) x 100]%
c) 4.800 d) [(1,1581/3 - 1) x 100]%
d) 4.880 e) [(1,1891/3 - 1) x 100]%
206 e) 5.000
14. (CESGRANRIO — 2015) Um investimento rende à taxa
de juros compostos de 12% ao ano com capitalização
trimestral. Para obter um rendimento de R$ 609,00
daqui a 6 meses, deve-se investir, hoje, em reais,

a) 6.460
b) 10.000
c) 3.138
d) 4.852
e) 7.271

15.
(CESGRANRIO — 2015) Um banco empresta R$
10.000,00, com taxa de juros de 2% ao mês, para serem
pagos em 5 pagamentos mensais consecutivos, ven-
cendo a primeira prestação um mês após o emprésti-
mo. O valor de cada prestação é de R$ 2.121,58.

O saldo devedor, após o segundo pagamento, é, em


reais, de, aproximadamente:

a) 5.696,00
b) 6.118,00
c) 5.653,00
d) 5.565,00
e) 5.897,00

9 GABARITO

1 C

2 B

3 A

4 A

5 B

6 D

7 B

8 B

9 A

10 D

11 E

12 B

13 A

14 B
MATEMÁTICA FINANCEIRA

15 B

ANOTAÇÕES

207
ANOTAÇÕES

208
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

INTRODUÇÃO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Nem sempre a banca organizadora do concurso dispõe o conteúdo programático do edital em uma sequência
lógica. Isso acaba dificultando a busca dos assuntos, além de prejudicar uma assimilação eficiente dos temas. Por
isso, elaboramos didaticamente o conteúdo a seguir, abordando todos os itens do edital de uma maneira que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos. Acompanhe na tabela a equivalência dos itens do edital,
didaticamente reorganizados neste material.

CONTEÚDO DO EDITAL NESTE LIVRO PÁGINA


Mercado financeiro e seus desdobramentos (mercados monetário, de
Políticas Econômicas 210
crédito, de capitais e cambial)
Moeda e política monetária: Políticas monetárias convencionais e
não convencionais (Quantitative Easing); Taxa SELIC e operações
Políticas Econômicas 210
compromissadas; O debate sobre os depósitos remunerados dos
bancos comerciais no Banco Central do Brasil
Orçamento público, títulos do Tesouro Nacional e dívida pública Políticas Econômicas 210
Sistema Financeiro Nacional: Estrutura do Sistema Financeiro Na- Sistema Financeiro Nacional 217
cional; Órgãos normativos e instituições supervisoras, executoras e
operadoras Instituições Financeiras 224

Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito Mercado de Crédito – Operações Ativas e Garantias 231
direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, previdên-
cia, consórcio, investimentos e seguros Produtos e Serviços Bancários 242
Dinâmica do Mercado: Operações no mercado interbancário Mercado de Crédito – Operações Ativas e Garantias 231
Mercado bancário: Operações de tesouraria, varejo bancário e recu-
Mercado de Crédito – Operações Ativas e Garantias 231
peração de crédito
Taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros no-
Mercado de Crédito – Operações Ativas e Garantias 231
minais e reais
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mer-
Mercado de Crédito – Operações Ativas e Garantias 231
cantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias
Noções de Mercado de capitais Mercado de Capitais 257
Noções de Mercado de Câmbio: Instituições autorizadas a operar e
Mercado de Câmbio 267
operações básicas
Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários
Mercado de Câmbio 267
Taxas de câmbio nominais e reais
Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações Mercado de Câmbio 267
Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxo de capi-
Mercado de Câmbio 267
tais e seus impactos sobre as taxas de câmbio
Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas; Prevenção e com-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

bate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas altera-


Crime de Lavagem de Dinheiro/Capitais e Legislações 270
ções; Circular nº 3.978, de 23 de janeiro de 2020 e Carta Circular nº
4.001, de 29 de janeiro de 2020 e suas alterações.
Autorregulação bancária Autorregulação Bancária 279
Sigilo Bancário: Lei Complementar nº 105/2001 e suas alterações Lei Complementar nº 105/2001 280
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agos-
Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 283
to de 2018 e suas alterações
Legislação anticorrupção: Lei nº 12.846/2013 e Decreto nº
Legislação anticorrupção 289
8.420/2015 e suas alterações
Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.658, de 26 de abril de Segurança cibernética: Resolução CMN nº 4.658, de
303
2018 26 de abril de 2018

209
Um dia um navio choca-se com algumas pedras per-
POLÍTICAS ECONÔMICAS to da ilha e sua carga de doces é perdida na costa.
De repente, 30 toneladas de doces estão dispostas
Dentro do contexto da nossa matéria, surgirão, na praia, e qualquer pessoa que deseja doces sim-
inevitavelmente, as políticas adotadas pelo governo plesmente caminha até a praia e pega alguns. Por-
que a oferta de doces é muito maior que a procura,
para buscar o bem-estar da população. Como agente
os seus 25 quilos de doces não têm valor algum.
de peso no sistema financeiro brasileiro, o Governo
(Fonte: Ed Grabianowski)
tem por objetivo estruturar políticas para alcançar
a macroeconomia brasileira, ou seja, criar meca- Essa simples lei é um dos fatores que mais afetam
nismos para defender os interesses dos brasileiros, a inflação, pois, por definição, inflação significa:
economicamente.
É comum ouvirmos nos jornais notícias como: Aumento generalizado e persistente dos preços dos
o governo aumentou (ou diminuiu) a taxa de juros. produtos de uma cesta de consumo
Essas notícias estão ligadas, intrinsecamente, às polí-
ticas coordenadas pelo governo para estabilizar a eco- Ou seja, para haver inflação, deve haver um
nomia e o processo inflacionário. aumento de preços, mas este aumento não pode ser
As políticas traçadas pelo governo têm um objetivo pontual, deve ser generalizado. Mesmo que alguns
simples, que é aumentar ou reduzir a quantidade de produtos não aumentem de preço, se a maioria
dinheiro circulando no país, e com isso, controlar a aumentar, já é suficiente. Mas esse aumento deve ser
inflação. persistente, ou seja, contínuo.
Como em toda pesquisa científica, deve haver um
Para tanto, o governo vale-se de manobras como:
grupo de estudos, e esse grupo chamamos de cesta de
aumentar ou diminuir taxas de juros, aumentar ou consumo, porque, ao avaliar a inflação, avaliamos a
diminuir impostos e estimular ou desestimular a libe- evolução de um grupo de produtos ou serviços, e não
ração de crédito pelas instituições financeiras. cada um isoladamente.
Desta forma, imagine que você vai ao supermer-
INFLAÇÃO OU PROCESSO INFLACIONÁRIO cado e faz uma feira. Nessa feira, terá vários produ-
tos em seu carrinho, como: água, arroz, feijão, carne,
A inflação é um fenômeno econômico que ocorre milho, trigo, frutas, verduras, legumes etc. Também
devido a vários fatores. Dentre eles, está um bastante terá na mesma cesta produtos como: dólar, euro,
conhecido por todos desde o Ensino Médio, quando os gasolina, álcool (combustível), viagens, lazer, cinema,
energia etc.
professores falavam da “lei da oferta e da procura”,
Quando você terminou a cesta e foi ao caixa, a conta
lembra-se? totalizou R$ 500,00 no primeiro mês. No segundo mês,
A lei é bem simples do ponto de vista histórico, ao repetir os mesmos produtos, a conta totalizou R$
mas do ponto de vista econômico há varias variáveis 620,00; no terceiro, R$ 750,00 e, no quarto, R$ 800,00.
que levam a uma explicação do seu comportamento, Note que os preços estão subindo de forma persistente.
por exemplo: Quando o preço de algo sobe, o nosso dinheiro
O que faria você gastar mais dinheiro? Obviamen- perde valor, uma vez que precisaremos de mais reais
te, ter mais dinheiro, correto? Então, se você possuir para comprar o mesmo produto. A esse processo de
mais dinheiro, a tendência natural é que você gaste perda de valor do dinheiro damos o nome de inflação.
mais. Com isso, empresas, produtores e prestadores O processo inflacionário tem um irmão oposto que
de serviços, percebendo que você está gastando mais, é chamado de deflação. A deflação ocorre quando os
preços dos produtos começam a cair de forma genera-
elevarão seus preços, pois sabem que você pode pagar
lizada e persistente, gerando desconforto econômico
mais pelo mesmo produto, uma vez que há excesso
para os produtores, que podem chegar a desistir de
de demanda pelo produto ou serviço. produzir algo em virtude do baixo preço de venda.
Da mesma forma, se um produto é elaborado em Ambos os fenômenos têm consequências desas-
grande quantidade e a há uma sobra deste, os seus trosas no nosso bem-estar econômico, pois a inflação
preços tendem a cair, uma vez que há um excesso de gera desvalorização do nosso poder de compra, e a
oferta de produto. deflação pode gerar desinteresse dos produtores em
fabricar, o que, em ambos os casos, pode gerar desem-
Em resumo, a lei da oferta e procura declara que prego em massa. Além de tudo, ambas podem culmi-
quando a procura é alta, os preços sobem e, quan- nar na temida recessão, que significa a estagnação
do a oferta é alta, os preços caem. Dois exemplos completa ou quase total da economia de um país.
demonstram isso. Se existe um teatro com 2 mil Tanto a inflação como a deflação são fenômenos que
lugares (uma oferta fixa), o preço dos espetáculos podem ser calculados e quantificados. Para isso, nosso
dependerá de quantas pessoas desejam ingressos. governo mantém uma autarquia a postos, pronta para
Se uma peça muito popular está sendo encenada, apurar e divulgar o valor da inflação oficial, chama-
e 10 mil pessoas querem assisti-la, o teatro pode da Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
subir os preços de forma que os 2 mil mais ricos Essa autarquia chama-se Instituto Brasileiro de Geo-
possam pagar os ingressos. Quando a procura é grafia e Estatística (IBGE). O IPCA é a inflação calcula-
muito mais alta que a oferta, os preços podem subir da do dia primeiro ao dia 30 de cada mês, considerando
terrivelmente. Nosso segundo exemplo é mais ela- como cesta de serviços a de famílias com renda de até
borado. Digamos que você viva numa ilha na qual 40 salários mínimos, ou seja, quem ganha até quarenta
todos amam doces. Porém, existe um suprimento salários mínimos entra no cálculo da inflação oficial.
limitado de doces na ilha, assim, quando as pessoas A fim de manter nosso bem-estar econômico, o
trocam doces por outros itens, o preço é razoavel- governo busca estabilizar essa inflação, uma vez que
mente estável. Com o tempo, você economiza até 25 ela, por sua vez, reduz nosso poder de compra. Para
quilos de doces, que você pode trocar por um carro padronizar os parâmetros da inflação, o governo bra-
210 novo. sileiro instituiu o regime de Metas para Inflação.
Nesse regime, a meta de inflação é constituída por POLÍTICAS/SITUAÇÕES RESTRITIVAS OU
um centro de meta, que seria o valor ideal entendido POLÍTICAS/SITUAÇÕES EXPANSIONISTAS
pelo governo como uma inflação saudável.
Esse centro tem uma margem de tolerância para As políticas restritivas são resultado de ações
mais e para menos, pois, como em qualquer nota, que de alguma forma reduzem o volume de dinhei-
temos os famosos arredondamentos. É como no colé- ro circulando na economia e, consequentemente, os
gio, quando você tirava 6,5 e o professor arredondava gastos das pessoas gerando uma desaceleração da eco-
para 7, lembra? Isso ajudava muito você na hora de nomia e do crescimento. Mas por que o governo faria
fechar a nota no fim do ano e, para o governo, é do isso? A resposta é simples: faz isso para controlar a
mesmo jeito. É uma “ajudinha” para fechar a nota. inflação, pois quando há muito dinheiro circulando
Veja como foram e como estão as principais mudanças no mercado, o que acontece com os preços dos pro-
referentes a isso no Brasil: dutos? Sobem!
Para conter essa subida, o governo restringe o con-
Meta Central sofre novo corte em 2020 sumo e os gastos para que a inflação diminua. Nesse
caso, você iria ao shopping não para comprar coisas,
6% mas apenas para ver as coisas ou “dar uma voltinha”.
Teto 5,75% Isso representa nosso cenário atual desde 2014.
Teto
5,50%
Teto
5,25% Por outro lado, as políticas expansionistas são
4,50% 4,25% 5%
Meta 4%
Teto
Teto resultado de ações do governo que estimulam os
Meta 3,75% gastos e o consumo, ou seja, em cenário de baixo
Central
Central Meta 3,50%
Meta
Central Central Meta crescimento, o governo incentiva as pessoas a gastar
Central
3% 2,75% 2,50%
e as instituições financeiras, a emprestar. Isso gera
Piso 2,25% 2% um volume maior de recursos na economia, para
Piso Piso Piso Piso que o mercado não entre em recessão. Portanto, esse
resultado faria você gastar mais, endividar-se mais e
investir mais; logo você não iria ao shopping só para
ver as coisas, mas sim para comprar, e comprar mui-
2018 2019 2020 2021 2022 to! Entretanto, devemos ter cuidado, pois com muitos
Fonte: Conselho Monetário Nacional. Infográfico elaborado em: gastos, também alimentamos um crescimento acele-
09/01/2020 rado da inflação. Tivemos esse cenário recentemente
de 2008 a 2013 e hoje sofremos a crise inflacionária
Atenção! Até 31 de dezembro de 2016, a margem devido ao crescimento excessivo do consumo.
de tolerância, ou seja, de variação do centro da meta Resumindo, as políticas econômicas podem ser:
era de 2% para mais (teto) ou para menos (piso). Já a
partir de primeiro de janeiro de 2017 até 31 de dezem- z Expansionistas, quando estimulam os gastos, em-
bro de 2018, a nova margem de tolerância passou a préstimos e endividamentos para aumentar o vo-
ser de 1,5% para mais (teto) ou para menos (piso). lume de recursos circulando no país;
Para o ano de 2019, o centro da meta para a inflação z Restritivas, quando desestimulam ou restringem
será de 4,25%, com intervalo de tolerância de menos os gastos, empréstimos e endividamentos para re-
1,50% e de mais 1,50%. Para o ano de 2020, o centro duzir o volume de recursos circulando no país.
da meta para a inflação será de 4,00%, com intervalo
de tolerância de menos 1,50% e de mais 1,50%. Para o Atenção! Muitas pessoas se questionam por que
ano de 2021, o centro da meta será 3,75% com a mar- o governo, quando busca estimular o consumo e
gem de tolerância de 1,5% para mais ou para menos. aquecer a economia, simplesmente não emite mais
Para 2022, o centro será de 3,50% e para 2023, o cen- dinheiro e, com isso, resolve o “problema da falta de
tro será de 3,25% com margens de tolerância de 1,5% dinheiro”. A resposta é simples e, pelos conhecimen-
para mais e para menos. tos que você adquiriu até aqui, será perfeitamente
Além disso, o Decreto 9.083 de junho de 2017 alte- capaz de responder. Quanto mais dinheiro em circula-
rou a periodicidade de estabelecimento da meta de ção, menor seu valor; com isso, os preços irão sempre
inflação para até 30 de junho de cada terceiro ano tender a subir mais e o “problema” da falta de dinhei-
imediatamente anterior. Parece complicado, mas é ro continuará. Logo, emitir moeda não é uma solução
simples, veja: o centro da meta de inflação do ano de fácil de aceitar, pois ela pode acarretar sérios danos à
2021 foi decidido pelo Conselho Monetário Nacional estabilidade do poder de compra.
três anos antes, ou seja, até 30 de junho de 2018, e Entretanto, existe uma forma não convencional
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

assim, sucessivamente, o de 2022 deveria ser decidido de emitir moeda para que possamos, eventualmente,
até 30 de junho de 2019, sempre respeitado o limite de suprir a falta exagerada de dinheiro. Entretanto, vale
lembrar que essa forma de emitir é restrita e peculiar,
3 anos de antecedência.
pois o dinheiro será emitido apenas de forma escri-
Todas essas medidas adotadas pelo governo bus-
tural, ou seja, eletrônica, uma vez que o ato de emitir
cam estabilizar nosso poder de compra e nosso bem- papel moeda o torna suscetível a desgastes pela infla-
-estar econômico. Para utilizar essas ferramentas, o ção, já que circula livremente em qualquer lugar do
governo utiliza as famosas políticas econômicas, que país.
nada mais são do que um conjunto de medidas que Essa forma de emissão de moeda chama-se flexi-
busca estabilizar o poder de compra da moeda nacio- bilização quantitativa, quantitative easing ou, ainda,
nal, gerando bem-estar econômico para o país. afrouxamento quantitativo.
As políticas econômicas são estabelecidas pelo Na flexibilização quantitativa, a quantidade de
Governo Federal, tendo como agentes de suporte o moeda criada é chamada de valor expandido. É uma
Conselho Monetário Nacional, como normatizador, e o criação maciça de dinheiro, ou seja, afrouxamento
Banco Central, como executor dessas políticas. As ações monetário. Usualmente, os bancos centrais só impri-
desses agentes resultam em apenas duas situações para mem papel moeda seguindo a demanda de dinheiro,
o cenário econômico, que serão expostas a seguir. ou seja, não há criação espontânea de dinheiro novo. 211
Nessa técnica, os bancos centrais usam o dinheiro precisa estimular a economia. Então, a saída é arreca-
eletronicamente criado para comprar grandes quan- dar impostos e, quando estes não forem suficientes, o
tidades de títulos e diversos ativos financeiros no governo se endivida. Quando o governo emite títulos
mercado financeiro e de capitais. Isso não representa públicos federais, ele se endivida, pois os títulos públi-
entrega de dinheiro novo para os bancos empresta- cos são acompanhados de uma remuneração, uma taxa
rem, e sim como reserva bancária – depósitos que os de juros, que recebeu o nome do sistema que adminis-
bancos têm nas contas do Banco Central. tra e registra essas operações de compra e venda. Esse
sistema chama-se Sistema Especial de Liquidação e
DIVISÃO DAS POLÍTICAS ECONÔMICAS Custódia (SELIC). Esse sistema deu o nome a taxa de
juros dos títulos, chamada de taxa SELIC.
z Política Fiscal: Arrecadações menos despesas do Essa taxa de juros é o famoso juro da dívida públi-
fluxo do orçamento do governo; ca, porque o governo deve considerá-lo como despesa
z Política Cambial: Controle indireto das taxas de e endividamento. Logo, a emissão destes títulos, bem
câmbio e da balança de pagamentos; como o aumento da taxa SELIC, devem ser cautelosos
z Política Creditícia: Influência nas taxas de juros para evitar excessos de endividamento, acarretando
do mercado, através da taxa Selic; dificuldades em fechar o caixa no fim do ano.
z Política de Rendas: Controle do salário mínimo Esse fechamento de caixa pode resultar em duas
nacional e dos preços dos produtos em geral; situações. Uma chamamos de superávit e a outra, de
z Política Monetária: Controle do volume de meio déficit.
circulante disponível no país e controle do poder Resultado fiscal primário é a diferença entre as
multiplicador do dinheiro escritural. receitas primárias e as despesas primárias durante
um determinado período. O resultado fiscal nominal,
Política Fiscal ou resultado secundário, por sua vez, é o resultado
primário acrescido do pagamento líquido de juros.
A política fiscal reflete o conjunto de medidas pelas Assim, fala-se que o governo obtém superávit fiscal
quais o governo arrecada receitas e realiza despe- quando as receitas excedem as despesas em dado
sas de modo a cumprir três funções: a estabilização período; por outro lado, há déficit quando as receitas
macroeconômica, a redistribuição da renda e a alo- são menores do que as despesas.
cação de recursos. A função estabilizadora consiste na No Brasil, a política fiscal é conduzida com alto
promoção do crescimento econômico sustentado, com grau de responsabilidade fiscal. O uso equilibrado dos
baixo desemprego e estabilidade de preços. A função recursos públicos visa a redução gradual da dívida
redistributiva visa assegurar a distribuição equitativa líquida como percentual do PIB, de forma a contri-
da renda. Por fim, a função alocativa consiste no for- buir com a estabilidade, o crescimento e o desenvol-
necimento eficiente de bens e serviços públicos, com- vimento econômico do país. Mais especificamente, a
pensando as falhas de mercado. política fiscal busca a criação de empregos, o aumento
Os resultados da política fiscal podem ser avalia- dos investimentos públicos e a ampliação da rede de
dos sob diferentes ângulos, que podem focar na men- seguridade social, com ênfase na redução da pobreza
suração da qualidade do gasto público, bem como e da desigualdade.
identificar os impactos da política fiscal no bem-estar
dos cidadãos. Política Cambial
Para tanto, o governo se utiliza de estratégias como
elevar ou reduzir impostos, pois, além de sensibilizar
É o conjunto de ações governamentais diretamen-
seus cofres públicos, busca aumentar ou reduzir o
volume de recursos no mercado quando for necessário. te relacionadas ao comportamento do mercado de
A política fiscal consiste em basicamente dois obje- câmbio, inclusive no que se refere à estabilidade rela-
tivos: primeiro, ser uma fonte de receitas ou de gastos tiva das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de
para o governo, na medida em que reduz seus impos- pagamentos.
tos para estimular ou desestimular o consumo. Segun- A política cambial busca estabilizar a balança de
do, quando o governo usa a emissão de títulos públicos pagamentos tentando manter em equilíbrio seus com-
emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional, para ponentes, que são: a conta corrente, que registra as
comercializá-los e arrecadar dinheiro para cobrir entradas e saídas devidas ao comércio de bens e ser-
seus gastos e cumprir suas metas de arrecadação. viços, bem como pagamentos de transferências; e a
O governo tem metas de arrecadação, que muitas conta capital e financeira. Também são componentes
vezes precisam de uma “forcinha” através da comercia- dessa conta os capitais compensatórios: empréstimos
lização de títulos públicos federais no mercado financei- oferecidos pelo FMI e contas atrasadas (débitos venci-
ro. Segundo o art. 164 da Constituição Federal, é vedado dos no exterior).
ao Banco Central financiar o tesouro com recursos pró- Dentro dessa balança de pagamentos, há uma
prios, este busca capitalizar o governo comercializando outra chamada Balança Comercial, que busca esta-
os títulos emitidos pela Secretaria do Tesouro. bilizar o volume de importações e exportações den-
Desta forma, o governo consegue não só arrecadar tro do Brasil. Essa política visa equilibrar o volume de
recursos como, também, enxugar ou irrigar o merca- moedas estrangeiras dentro do Brasil para que seus
do de dinheiro, pois quando o Banco Central vende valores não pesem tanto na apuração da inflação, pois
títulos públicos federais, retira dinheiro de circulação as moedas estrangeiras estão muito presentes em nos-
e entrega títulos aos investidores. Já quando o Banco so dia a dia.
Central compra títulos de volta, devolve recursos ao Como o governo não pode interferir no câmbio
sistema financeiro, além de diminuir a dívida pública brasileiro de forma direta, uma vez que o câmbio bra-
do governo. sileiro é flutuante, o governo busca estimular exporta-
Como isso funciona? O governo vive em uma que- ções e desestimular importações quando o volume de
da de braços constante, pois precisa arrecadar mais moeda estrangeira estiver menor dentro do Brasil. Da
212 do que ganha, mas não pode deixar de gastar, pois mesma forma, caso o volume de moeda estrangeira
dentro do Brasil aumente demais, causando sua des- a economia está parada e ninguém consome, produzin-
valorização exagerada, o governo busca estimular do uma estagnação completa do setor produtivo. Com
importações para reestabelecer o equilíbrio. essa medida, o governo espera estimular o consumo e
Mas por que o governo estimularia a valorização gerar mais empregos.
de uma moeda estrangeira no Brasil? Ao estimular Ao contrário, a política monetária contracionista
a valorização de uma moeda estrangeira, atraímos consiste em reduzir a oferta de moeda, aumentan-
investidores, além de tornar o cenário mais salutar do assim a taxa de juros e reduzindo os investimen-
para os exportadores, que são os que produzem rique-
tos. Essa modalidade da política monetária é aplicada
zas e empregos dentro do Brasil. Dessa forma, ao se
quando a economia está sofrendo alta inflação, visan-
utilizar da política cambial, o governo busca estabili-
do reduzir a procura por dinheiro e o consumo cau-
zar a balança de pagamentos e estimular ou desesti-
mular exportações e importações. sando, consequentemente, uma diminuição no nível
de preços dos produtos.
Política Creditícia Esta política monetária é rigorosamente elaborada
pelas autoridades monetárias brasileiras, utilizando-
Conjunto de normas ou critérios que cada insti- -se dos seguintes instrumentos, todos regulamentados
tuição financeira utiliza para financiar ou emprestar e executados pelo Banco Central do Brasil:
recursos a seus clientes, mas sobre a supervisão do
governo, que controla os estímulos a concessão de z Mercado Aberto
crédito. Cada instituição deve desenvolver uma políti-
ca de crédito coordenada, para encontrar o equilíbrio Também conhecido como Open Market, operações
entre as necessidades de vendas e, concomitantemen- com títulos públicos são mais um dos instrumentos
te, sustentar uma carteira a receber de alta qualidade. disponíveis de política monetária. Esse instrumento,
Essa política sofre constante influência do poder considerado um dos mais eficazes, consegue equili-
governamental, pois o governo se utiliza de sua taxa brar a oferta de moeda e regular a taxa de juros em
básica de referência, a taxa SELIC, para conduzir as curto prazo.
taxas de juros das instituições financeiras para cima
A compra e venda dos títulos públicos, emitidos pela
ou para baixo.
Secretaria do Tesouro Nacional, se dá pelo Banco Cen-
Se o governo eleva suas taxas de juros, é sinal de
tral através de Leilões Formais e Informais. De acordo
que os bancos em geral seguirão seu raciocínio e ele-
varão suas taxas também, gerando uma obstrução a com a necessidade de expandir ou reter a circulação de
contratação de crédito pelos clientes tomadores ou moedas do mercado, as autoridades monetárias compe-
gastadores. Já se o governo tende a diminuir a taxa tentes resgatam ou vendem esses títulos.
SELIC, os bancos em geral tendem a seguir essa dimi- Se existe a necessidade de diminuir a taxa de juros
nuição, recebendo estímulos a contratação de crédito e aumentar a circulação de moedas, o Banco Central
para os tomadores ou gastadores. compra (resgata) títulos públicos que estejam em cir-
culação. Se a necessidade for inversa, ou seja, aumen-
Política de Rendas tar a taxa de juros e diminuir a circulação de moedas,
o Banco Central vende (oferta) os títulos disponíveis.
A política de rendas consiste na interferência do Portanto, os títulos públicos são considerados
governo nos preços e salários praticados pelo mer- ativos de renda fixa, tornando-se uma boa opção de
cado. No intuito de atender a interesses sociais, o investimento para a sociedade.
governo tem a capacidade de interferir nas forças do Outra finalidade dos títulos públicos é a de captar
mercado e impedir o seu livre funcionamento. É o que recursos para o financiamento da dívida pública, bem
ocorre quando o governo realiza um tabelamento de como financiar atividades do Governo Federal, como
preços com o objetivo de controlar a inflação. por exemplo, Educação, Saúde e Infraestrutura.
Ressaltamos que, atualmente, o governo brasileiro
Os leilões dos títulos públicos são de responsabi-
interfere tabelando o valor do salário-mínimo; entre-
lidade do BACEN, que credencia Instituições Financei-
tanto, quanto aos preços dos diversos produtos no
país, não há interferência direta do governo. ras chamadas de dealers ou líderes de mercado, para
que façam efetivamente o leilão dos títulos. Nesse caso,
Política Monetária temos o leilão informal ou Go Around, pois nem todas
as instituições são classificadas como dealers.
É a atuação de autoridades monetárias sobre a Os leilões formais são aqueles em que todas as
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

quantidade de moeda em circulação, de crédito e das instituições financeiras, credenciadas pelo BACEN,
taxas de juros controlando a liquidez global do sis- podem participar do leilão dos títulos, mas sempre
tema econômico. Essa é a mais importante política sob o comando deste.
econômica traçada pelo governo. Nela, estão contidas Além dessas formas de o governo participar do
as manobras que surtem efeitos mais eficazmente na mercado de capitais, existe o Tesouro Direto, forma
economia. que o governo encontrou que aproxima as pessoas
A política monetária influencia diretamente a quan- físicas e jurídicas em geral, ou não financeiras, da
tidade de dinheiro circulando no país e, consequente- compra de títulos públicos. O tesouro direto é um sis-
mente, a quantidade de dinheiro no nosso bolso.
tema controlado pelo BACEN para que a pessoa física
Existem dois principais tipos de política monetária
ou jurídica comum possa comprar títulos do governo
a serem adotados pelo governo: a política restritiva,
ou contracionista, e a política expansionista. dentro de sua própria casa ou escritório.
A política monetária expansiva consiste em aumen- Os títulos públicos possuem, hoje, 5 tipos diferen-
tar a oferta de moeda, reduzindo a taxa de juros tes com características que lhe concedem rentabilida-
básica e estimulando investimentos. Essa política é des distintas. A seguir, vamos conhecer quais são os
adotada em épocas de recessão, ou seja, épocas em que títulos: 213
TÍTTULOS PÚBLICOS FEDERAIS

Nome Anterior Nome Atual Rentabilidade

Deságio sobre o valor nominal


LTN Tesouro Prefixado
Títulos sem CUPOM, ou seja, com (prefixado)
pagamento de juros somente no
LFT Tesouro Selic SELIC (pós-fixado)
vencimento.
NTN – B (Principal) Tesouro IPCA Juros + IPCA

Tesouro IPCA com Juros


NTN-B Juros + IPCA
Semestrais
Títulos com CUPOM
Tesouro Prefixado com Deságio sobre o valor nominal
NTN-F
Juros Semestrais (prefixado)

Os juros semestrais significam que a cada semestre o governo paga a você os juros devidos, mas apenas os
juros, o principal, que é o valor que você investiu, ele só devolve no final do prazo, belezinha?! Esse pagamento de
juros semestrais, nós chamamos de CUPOM.

z Redesconto ou Empréstimo de Liquidez

Outro instrumento de controle monetário é o Redesconto Bancário, no qual o Banco Central concede “emprés-
timos” às instituições financeiras a taxas acima das praticadas no mercado.
Os chamados empréstimos de assistência à liquidez são utilizados pelos bancos somente quando existe
uma insuficiência de caixa (fluxo de caixa), ou seja, quando a demanda de recursos depositados não cobre suas
necessidades.
Quando a intenção do Banco Central é de injetar dinheiro no mercado, ele baixa a taxa de juros para estimular
os bancos a pegar esses empréstimos. Os bancos, por sua vez, terão mais disponibilidade de crédito para oferecer
ao mercado; consequentemente, a economia aquece.
Quando o Banco Central tem por necessidade retirar dinheiro do mercado, as taxas de juros concedidas para
esses empréstimos são altas, desestimulando os bancos a pegá-los. Dessa forma, os bancos que precisam cumprir
com suas necessidades imediatas enxugam as linhas de crédito, disponibilizando menos crédito ao mercado; com
isso, a economia desacelera.
Vale ressaltar que o Banco Central é proibido, pela Constituição Brasileira, de emprestar dinheiro a qualquer
outra instituição que não seja uma instituição financeira. As operações de Redesconto do Banco Central podem
ser:

„ Intradia, destinadas a atender necessidades de liquidez das instituições financeiras ao longo do dia. É o
chamado Redesconto a juros zero;
„ De um dia útil, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de descasamento de curtíssi-
mo prazo no fluxo de caixa de instituição financeira;
„ De até quinze dias úteis, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse quarenta e
cinco dias úteis, destinadas a satisfazer necessidades de liquidez provocadas pelo descasamento de curto
prazo no fluxo de caixa de instituição financeira e que não caracterizem desequilíbrio estrutural;
„ De até noventa dias corridos, podendo ser recontratadas desde que o prazo total não ultrapasse cento e
oitenta dias corridos, destinadas a viabilizar o ajuste patrimonial de instituição financeira com desequilí-
brio estrutural.

Atenção! Entende-se por operação intradia a compra com compromisso de revenda, em que a compra e a cor-
respondente revenda ocorrem no próprio dia entre a instituição financeira tomadora e o Banco Central.
Todas as operações feitas pelo BACEN são compromissadas, ou seja, a outra parte que contrata com o BACEN
assume compromissos com ele para desfazer a operação assim que o BACEN solicitar.
Sobre a Compra com Compromisso de Revenda, temos algumas observações que aparecem nas provas. Podem
ser objeto de Redesconto do Banco Central, na modalidade de compra com compromisso de revenda, os seguintes
ativos de titularidade de instituição financeira, desde que não haja restrições a sua negociação:

„ Títulos públicos federais registrados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic, que inte-
grem a posição de custódia própria da instituição financeira;
„ Outros títulos e valores mobiliários, créditos e direitos creditórios, preferencialmente com garantia real,
e outros ativos.

Importante!
As operações intradia e de um dia útil aceitam como garantia exclusivamente os títulos públicos federais; as
demais podem ter como garantia qualquer título aceito como garantia pelo BACEN.
214
z Recolhimento Compulsório Os instrumentos de política monetária citados aci-
ma são importantes armas para execução do quantita-
Um dos instrumentos de Política Monetária utiliza- tive easing ou flexibilidade quantitativa.
do pelo governo para aquecer ou esfriar a economia.
É um depósito obrigatório feito pelos bancos junto ao QUANTITATIVE EASING
Banco Central.
Parte de todos os depósitos que são efetuados à Quantitative easing (QE) pode ser definido como
vista, ou seja, os depósitos das contas correntes, tanto
transações de compra de ativos, tanto públicos quan-
de livre movimentação como de não livre movimen-
to privados, em larga escala, executadas pelo Banco
tação pelo cliente, depósitos a prazo e demais depósi-
Central com o objetivo de estimular a demanda agre-
tos feitos pela população, junto aos bancos, vão para
gada, seja por meio da ampliação das reservas ban-
o Banco Central. O Banco Central fixa essa taxa de
cárias, seja por meio da injeção de liquidez direta no
recolhimento. Essa taxa é variável, de acordo com os
setor privado.
interesses do governo em acelerar ou não a economia.
Após a crise de 2008, o QE ganhou grande espaço
Isso porque, ao reduzir o nível do recolhimen-
na política monetária mundial.
to, sobram mais recursos nas mãos dos bancos para
O quantitative easing tem o objetivo de atuar sobre
serem emprestados aos clientes, com isso, gerando
maior volume de recursos no mercado. Já quando a taxa de juros de longo prazo. Assim, tecnicamente,
os níveis do recolhimento aumentam, as instituições o QE é a compra de títulos de longo prazo pelo Banco
financeiras reduzem seu volume de recursos, liberan- Central com o objetivo de atuar diretamente sobre a
do menos crédito e, consequentemente, reduzindo o taxa de juros de longo prazo.
volume de recursos no mercado. Isso acontece quando o Banco Central perde a
O recolhimento compulsório tem por finalidade capacidade de atuar sobre as taxas de curto prazo
aumentar ou diminuir a circulação de moeda no país. a fim de afetar as de longo prazo com o objetivo de,
Quando o governo precisa diminuir a circulação de assim, gerar algum estímulo na economia.
moedas no país, o Banco Central aumenta a taxa do
compulsório, pois, dessa forma, as instituições finan- ORÇAMENTO PÚBLICO
ceiras terão menos crédito disponível para população;
portanto, a economia acaba encolhendo. Segundo o site do Ministério da Economia:
Ocorre o inverso quando o governo precisa aumen-
tar a circulação de moedas no país. A taxa do compul- O orçamento público é o instrumento de planeja-
sório diminui e, com isso, as instituições financeiras mento que estima as receitas que o governo espe-
fazem um depósito menor junto ao Banco Central. ra arrecadar ao longo do próximo ano e, com base
Assim, os bancos comerciais ficam com mais moe- nelas, autoriza um limite de gastos a ser realizado
da disponível e, consequentemente, aumentam suas com tais recursos.
linhas de crédito. Com mais dinheiro em circulação, há Essa programação orçamentária consta na Lei
o aumento de consumo e a economia tende a crescer. Orçamentária Anual (LOA), elaborada com base
As instituições financeiras podem fazer transferên- nas metas e prioridades do Governo definidas na
cias voluntárias, de recursos oriundos de depósitos à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
vista; porém, o depósito compulsório é obrigatório, É a LDO que estabelece a ligação entre o Plano Plu-
porque os valores que são recolhidos ao Banco Cen- rianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
tral são remunerados por ele para que a instituição Ao englobar receitas e despesas, o orçamento é peça
financeira não tenha prejuízos com os recursos para- fundamental para o equilíbrio das contas públicas
dos junto ao BACEN. e indica para a sociedade as prioridades definidas
O recolhimento pode ser feito em espécie (papel pelo governo, como, por exemplo, gastos com edu-
moeda), através de transferências eletrônicas para cação, saúde e segurança pública.
contas mantidas pelas instituições financeiras junto ao
BACEN ou até mesmo através de compra e venda de títu- Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente
los públicos federais. Além disso, o Recolhimento Com- do que acontece em uma família, é necessário definir
pulsório pode variar em função das seguintes situações: o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas
prioridades.
� Regiões Geoeconômicas;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z Prioridades de aplicações, ou seja, necessidade do DÍVIDA PÚBLICA


governo;
z Natureza das instituições financeiras. Para entendermos corretamente o conceito de
Dívida Pública, temos que entender o conceito de Défi-
Redação dada pelo Del nº 1.959, de 14/09/82)
cit Público, sendo:
Os valores dos Recolhimentos Compulsórios são
estabelecidos pelo BACEN da seguinte forma: Déficit Público

DETERMINAR COMPULSÓRIO SOBRE DEPÓSITO À O governo, como toda família, possui receitas e
VISTA despesas, e, como toda família, geralmente o gover-
Até 100% no apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa
maneira tem-se:
DETERMINAR COMPULSÓRIO SOBRE DEMAIS TÍ-
TULOS CONTÁBEIS E FINANCEIROS
Até 60% Déficit = Gastos - Receitas
215
Quanto maior o gasto em relação às receitas, CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS
maior o Déficit, de maneira contrária, quanto maior
as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit. De maneira geral, os gastos públicos podem ser
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida subdivididos em quatro categorias, sendo elas:
Pública, sendo assim:
z Consumo do Governo: Salários do Funcionalis-
mo, Consumo Corrente etc;
Quanto Mais Elevado o déficit público, Maior o au-
z Investimento do Governo;
mento da dívida
z Transferências ao Setor Privado: Como Subsídios
às Empresas;
MANEIRAS DE MENSURAÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO z Juros da Dívida.

De maneira geral, existem três maneiras de se De forma geral, a Dívida Pública consiste no esto-
medir o déficit público. Vamos analisar as 3 de forma que total de recursos de terceiros utilizados para
resumida: financiar o déficit público.

Déficit Nominal TÍTULOS PÚBLICOS

Todas as despesas e receitas incorridas pelo gover- São títulos emitidos pelo próprio governo para
no em determinado período. Como o próprio nome angariar recursos, na prática é a forma do governo “te
diz, o cálculo é feito pelo valor nominal, ou seja, não pedir dinheiro emprestado”. Para que você empres-
há o cálculo da inflação. Lembre-se, o Déficit Nomi- te esse recurso ao governo é necessário que o mesmo
nal não considera a inflação do período. te garanta alguma vantagem financeira na forma de
juros.
Déficit Primário Os títulos públicos não possuem garantia do FGC,
porém são considerados muito seguros, pois o gover-
Para se medir o Déficit Primário, os pagamentos e no brasileiro costuma honrar sua dívida atualmente.
recebimentos de juros são excluídos da Medida. Lem- Lembre-se que os Títulos Públicos não contam com a
bre-se, no cálculo do Déficit Primário não se conside- Garantia do FGC.
ram as despesas com juros, amortizações da dívida Entre os títulos públicos existem duas modalida-
pública, entre outras despesas e receitas financeiras. des: os títulos sem cupom e os títulos com cupom.
O principal motivo de retirar as despesas financei- Títulos sem cupom pagam seus juros apenas no
ras é evidenciar de forma concreta a fonte primária de vencimento dos títulos; enquanto títulos com cupom
aumento da dívida pública. É necessário saber que o pagam no vencimento e juros periódicos (trimestrais,
Déficit Primário é a fonte primária da dívida pública. semestrais etc).

Déficit Operacional
Importante!
É o “Déficit Real” por assim dizer, neste cálculo, é Títulos Sem Cupom pagam juros Apenas no ven-
deduzido do déficit efeitos da inflação e do pagamento cimento dos títulos.
de juros da dívida. Lembre-se que o Déficit Operacio-
Títulos Com Cupom pagam juros Periódicos.
nal deduz a Inflação e o Pagamento de Juros de seu
cálculo.
A rentabilidade de títulos com o sem cupom costu-
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO mam ser bem parecidas, mudando apenas a frequên-
cia de pagamento.
Como uma família, o Brasil também necessita de
financiamento para suas atividades, a maneira mais Títulos sem Cupom
usual de País financiar suas atividades é por meio da
Emissão de Títulos Públicos, em resumo: São títulos públicos sem cupom:

z A maneira mais óbvia de financiar este déficit é z LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Dire-
tomando recursos emprestados do setor privado, to Selic): Pós Fixado, atrelado à SELIC. Por ser pós
por meio da venda de títulos públicos; fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
z Os títulos públicos não podem ser adquiridos dire- z LTN – Letra do Tesouro Nacional: Pré Fixado, o
tamente pelo BACEN; investidor já sabe no momento da contratação a
z Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa rentabilidade do papel;
SELIC; z NTN-B (Principal): Notas do Tesouro Nacional Série
z Quando o governo precisa de financiamento, nor- B. Título atrelado à inflação (IGPM ou IPCA) bom
malmente sobe a taxa SELIC, o que causa um maior para o investidor que quer proteger seu ganho real.
interesse por títulos públicos;
z Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Eco- Títulos com Cupom
nomia, já que os investidores tendem a preferir
comprar títulos. São títulos públicos com cupom:

Lembre-se que um aumento da taxa Selic tende a z NTN-B: Atrelada a Inflação (IPCA ou IGPM);
216 diminuir a inflação e Vice e Versa. z NTN F: Pré-Fixado.
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Uma das engrenagens mais importantes, se não a mais importante, para que o mundo seja do jeito que é, é o
dinheiro. Ele compra carros, casas, roupas, título e, segundo alguns, só não compra a felicidade. Sendo o dinheiro
carregado com toda essa importância, cada país, estado e cidade organiza-se de forma a ter seu próprio modo de
ganhar dinheiro. Essa organização, aliás, é formada de um jeito em que a maior quantidade possível de dinheiro
possa ser adquirida. Há muito tempo, o mundo funciona dessa forma. Por isso, todos os países já conhecem muitos
caminhos e atalhos para que sua organização seja elaborada para seu benefício.
Essa organização que busca o maior número possível de riquezas é definida por uma série de importantes
órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador da estratégia econômica do país é chamado de Sistema Finan-
ceiro Nacional. Ele tem, basicamente, a função de controlar todas as instituições que são ligadas às atividades
econômicas dentro do país, e muitas outras funções. Tem também muitos componentes que o formam.
Existem grupos dentro do grupo do Sistema Financeiro Nacional. O mais importante dentro desse sistema é o
Conselho Monetário Nacional. Esse conselho é essencial por tomar as decisões mais importantes para a que o
país funcione de forma eficiente e eficaz.
O Conselho Monetário Nacional tem sob seu comando muitos integrantes que são importantes, cada um na sua
função. No entanto, o mais importante desses membros é o Banco Central do Brasil.
O Banco Central do Brasil é o responsável pela emissão de papel-moeda e de moeda metálica, dinheiro que
circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho Monetário Nacional, um trabalho de fiscalização nas instituições
financeiras do país. Além disso, tem diversas utilidades, como realizar operações de empréstimos e cobrança de
créditos junto às instituições financeiras. O Banco Central é considerado o banco mais importante do Brasil, acima
de todos os outros, uma espécie de “Banco dos Bancos”.
O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma forma de várias entidades se organizarem de modo a manter
a máquina do governo funcionando. Sua utilidade é o acompanhamento e também a coordenação de todas as
atividades financeiras que acontecem no Brasil. Esse acompanhamento acontece na forma de fiscalização. Já a
coordenação está na parte em que funcionários do Banco Central agem segundo suas responsabilidades, no cená-
rio financeiro.
Esse sistema já sofreu várias mudanças ao longo dos anos. O próprio Banco Central era outra entidade, com
nome diferente: Superintendência da Moeda e do Crédito. A mudança ocorreu por meio do art. 8º da Lei nº
4.595/1964. As moedas do Brasil já mudaram várias vezes ao longo da História brasileira. A modificação de uma
moeda nacional é, em qualquer circunstância, algo que causa muitas mudanças, mas no caso da mudança para a
atual moeda (real), essa transformação foi grandiosa. Em uma época em que a inflação era um grande terror para
economia brasileira, essa mudança, chamada de plano real, conseguiu frear a inflação e normalizar os preços do
comércio interno. Isso, seguido de uma valorização da moeda nacional, resultou em uma recuperação rápida da
economia brasileira.
Quem manuseia dinheiro todos os dias, paga suas contas, recebe seu salário, nem pensa no grande sistema que
há por trás dessas operações. Na verdade, os salários são do valor que são para que a atual quantidade de dinheiro
circule no país, para que a economia brasileira seja como é. Assim, o Sistema Financeiro Nacional toma decisões
todos os dias que são refletidas na nossa realidade.
O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições, órgãos e afins que controlam, fiscalizam e fazem
as medidas que dizem respeito à circulação da moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em sua Constituição
Federal de 1988, em seu art. 192, cita qual o intuito do sistema financeiro nacional: O Sistema Financeiro Nacional,
estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade, em
todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que
disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em duas partes distintas: subsistema normativo e subsiste-
ma operativo ou operador. O de normas responsabiliza-se por fazer regras para que se definam parâmetros
para transferência de recursos entre uma parte e outra, além de supervisionar o funcionamento de instituições
que façam atividade de intermediação monetária. Já o subsistema operativo ou operador torna possível que as
regras de transferência de recursos, definidas pelo subsistema de supervisão, sejam possíveis.
O subsistema normativo é formado por: Conselho Monetário Nacional, Conselho de Recursos do Sistema
Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional de Segu-
ros Privados, Superintendência de Seguros Privados, Conselho Nacional da Previdência Complementar e Superin-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tendência da Previdência Complementar.


O outro subsistema, o operativo ou operador, é composto por: Instituições Financeiras Bancárias, Sistema
Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias, Agentes
Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As partes integrantes do subsistema operativo, citadas acima, são
grupo que compreendem instituições que são facilmente achadas em nosso dia a dia. As Instituições Financeiras
Bancárias, por exemplo, representam as Caixas Econômicas, Bancos Comerciais, Cooperativas de Crédito e Bancos
Cooperativos. As instituições Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Sociedades de Crédito ao Microem-
preendedor, Companhias Hipotecárias, Bancos de Desenvolvimento.
As autoridades do Sistema Financeiro Nacional também podem ser divididas em dois grupos: Autoridades
Monetárias e Autoridades de Apoio.
As autoridades monetárias são as responsáveis por normatizar e executar as operações de produção de moe-
da. São elas o Banco Central do Brasil (Bacen) e o Conselho Monetário Nacional (CMN).
Já as autoridades de apoio são instituições que auxiliam as autoridades monetárias na prática da política
monetária. Um exemplo desse tipo de instituição é o Banco do Brasil. Outro tipo de autoridade de apoio são ins-
tituições que têm poderes de normatização limitada a um setor específico. O exemplo desse tipo de autoridade é
a Comissão de Valores Mobiliários. 217
As instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são definidas como as pes-
soas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função principal ou secundária de guardar, intermediar
ou aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como recursos de terceiros), que sejam em
moeda de circulação nacional ou de fora do país e também a custódia de valor de propriedade de outras pessoas.
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características acima descritas também são consideradas
instituições financeiras, sendo que essa atividade pode ser de maneira permanente ou não. No entanto, exercer
essa atividade sem a prévia autorização devida do estado pode acarretar ações contra essa pessoa. Essa autorização
deve ser dada pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decreto do Presidente da Repú-
blica. Entretanto, em 2020 o presidente editou o Decreto nº 10.029 que delegou ao Bacen o poder de autorizar o
funcionamento de instituições financeiras estrangeiras; todavia, deve-se levar em consideração que se trata de uma
delegação que pode ser avocada a qualquer momento, e trata-se de um decreto, que pode ser, também, revogado.
As decisões tomadas pelo Conselho Monetário Nacional têm total ligação com o estado da economia do país.
Suas mudanças são determinantes para o funcionamento do mercado financeiro. A chamada bolsa de valores
(mercado no qual as mercadorias são ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações que
variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto valor de dinheiro investido nesse mercado, a
bolsa de valores é um espelho das grandes proporções com as quais as decisões tomadas por esse sistema podem
afetar a vida de todas as esferas da sociedade.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores
Instituições financeiras
Conselho Monetário Nacio- Banco Central do Brasil
captadoras de depósitos Bolsa de mercadorias e futuros
nal (CMN) (Bacen)
à vista
Conselho Nacional de Pre-
Superintendência de Se-
vidência Complementar Resseguradores Demais instituições financeiras
guros Privados (Susep)
(CNPC)
Superintendência Nacio-
Conselho Nacional de Se-
nal de Seguro Comple- Bancos de câmbio Bolsa de valores
guros Privados (CNSP)
mentar (Previc)
Comissão de Valores Sociedades de
Sociedades seguradoras
Mobiliários (CVM) capitalização
Intermediários e adminis-
Entidades abertas de previdên-
tradores de recursos de
cia complementar
terceiros
Fundos de pensão

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E A LEGISLAÇÃO

O Brasil, buscando a melhor forma de servir ao seu povo, conforme ordena a Carta Magna, tem por obrigação
criar um sistema que seja capaz de organizar, de forma eficiente, a circulação de dinheiro e suas formas deriva-
das, buscando a segurança e o desenvolvimento do país. Com isso, vem o art. 192 da nossa Constituição Federal:

Art. 192 O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País
e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas
de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital
estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

A Lei nº 4595/1964 dispõe sobre o sistema que será operado no Brasil, as autoridades monetárias que serão os
agentes responsáveis por garantir que essas operações aconteçam e que sejam seguras e solidas para os agentes
financeiros e seus clientes. Acompanhe o art. 1º:

Art. 1º O sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente Lei, será constituído:
I - do Conselho Monetário Nacional;
II - do Banco Central do Brasil
III - do Banco do Brasil S. A.;
IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social;
V - demais instituições financeiras públicas e privadas.

O Sistema Financeiro Nacional é ainda composto pela Comissão de Valores Mobiliários (Lei 6385/1976).

Conselho Monetário Nacional (CMN)

É o órgão normativo máximo no SFN. É ele quem dita as normas que serão seguidas pelas instituições finan-
ceiras. Além disso, o CMN é responsável por formular as políticas da moeda e crédito no país, ou seja, é responsá-
218 vel por coordenar todas as políticas econômicas do país e, principalmente, a política monetária.
Suas reuniões ordinárias, ou seja, comuns, são Compete ao Presidente do Conselho deliberar ad
mensais, e ao final de cada reunião é emitida uma referendum do colegiado, nos casos de urgência e de
resolução da qual é lavrada uma ata, cujo extrato é relevante interesse. Perceba que o Presidente não tem
publicado no Diário Oficial da União (DOU) e no Sis- o famoso “voto de minerva”, ou seja, não possui voto de
tema de Informação do Banco Central (SISBACEN), desempate, pois ele pode tomar decisões sozinho, em
excluindo-se os assuntos confidenciais discutidos na casos de urgência, e depois submeter essa decisão à vota-
reunião. ção na reunião ordinária ou extraordinária do colegiado.
O Banco Central do Brasil é a Secretaria-Execu-
DECRETO Nº 1.307, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1994 tiva do CMN e da Comissão Técnica da Moeda e do
Crédito (Comoc). Compete ao Banco Central organi-
Art. 30 As decisões de natureza normativa serão zar e assessorar as sessões deliberativas (preparar,
divulgadas mediante resoluções assinadas pelo assessorar, dar suporte durante as reuniões, elaborar
Presidente do Banco Central do Brasil, veicu- as atas e manter seu arquivo histórico).
ladas pelo Sistema de Informações Banco Central
(SisBacen) e publicadas no Diário Oficial da União. z Objetivos do CMN
Parágrafo único. As decisões de caráter confiden-
cial serão comunicadas somente aos interessados.
Agora, vamos saber o que o CMN faz de fato, qual
[...] sua missão. Para isso, a Lei deu ao CMN objetivos que
Art. 33º [...] são sua missão, o motivo de ele existir. Os objetivos do
§ 1º Após as atas terem sido assinadas por todos os CMN são 9, e as atribuições, que são as armas que o
conselheiros, extratos das atas serão publicados CMN tem para cumprir os objetivos, são 39!
no Diário Oficial da União, excluídos os assun- Você não precisa decorar todos os objetivos e atri-
tos de caráter confidencial. buições do CMN. Basta guardar 4 dos 6 objetivos, pois
são os que mais caem nas provas, e adicionar uma
Resumindo: Tanto as Resoluções quanto os extra- regrinha dos verbos, na qual veremos que tanto os
tos são publicados no DOU e no SISBACEN; entretanto, objetivos quanto as atribuições sempre serão inicia-
se houver algum assunto confidencial, este não será das com verbos de poder, mandar, autoridade.
divulgado a todos publicamente, apenas aos interes- Dos objetivos do CMN, descartamos 2, que são:
sados. Entretanto, a resolução como um todo deve ser Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos
publicada, excluindo-se as partes confidenciais. instrumentos financeiros” e
O CMN é um órgão colegiado, composto por um minis- Estabelecer, para fins da política monetária e
tro, o Presidente do Banco Central e o Secretário Especial cambial, as condições especificas para negociação
de Fazenda do Ministério da Economia, todos indicados de contratos derivativos...
pelo Presidente da República, sendo o Presidente do Bacen
submetido à aprovação do Senado Federal. Esses não são cobrados com frequência em provas,
até por não terem contexto ou conexão com assuntos
dos editais. Sendo assim, ficamos com 4 objetivos e as
Ministro da Economia
(Presidente do Conselho) atribuições. Mais à frente, faremos relações entre as
atribuições e os objetivos do CMN, o que nos ajudará
bastante a lembrar deles na hora da prova.
CMN Vejamos a seguir a sequência dos objetivos do CMN:

Secretário Especial de
Presidente do Banco Central Orientar
Fazenda do Ministério da
do Brasil
Economia

Propiciar
Importante: Em fevereiro de 2021, foi publicada a
Objetivos do CMN

Lei Complementar 179, que estabelece mandatos de qua-


tro anos para presidentes e diretores do Banco Central. Zelar
Estes mandatos são renováveis por mais quatro, para o
presidente do Banco Central e os demais diretores. Coordenar
Além disso o Presidente do Bacen e os demais dire-
tores serão, durante o período do mandato, fixos e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

estáveis, só podendo ser demitidos por processo admi- Estabelecer


nistrativo disciplinar.
É interessante saber também que, segundo o
Estabelecer
Decreto nº 1.307, de 9 de novembro de 1994:

Art. 8º O presidente do CMN poderá convidar Você percebeu algo estranho naquele que está des-
para participar das reuniões do conselho sem tacado? Ele não é um verbo de mandar, mas sim de
direito a voto outros Ministros de Estado, assim fazer, de “colocar a mão na massa”. Essa é a única
como representantes de entidades públicas ou exceção do CMN a regra dos verbos, então, atente-se
privadas. ao verbo zelar, pois ele cai muito em provas, por se
Art. 16 [...] tratar de uma exceção.
§ 1º Poderão assistir às reuniões do CMN: Agora que vimos os verbos vinculados aos objeti-
a) assessores credenciados individualmente pelos vos do CMN, você percebeu que esses verbos indicam
conselheiros; poder, mandar, autoridade. Logo, fica fácil memori-
b) convidados do presidente do conselho. zar as competências o CMN, pois elas sempre serão
§ 2º Somente aos conselheiros é dado o direito de iniciadas por um verbo que indica mandar. Então,
voto. vejamos na íntegra os objetivos: 219
„ Orientar a aplicação dos recursos das institui- O centro da meta é o que CMN entende que seria
ções financeiras públicas ou privadas, de forma a meta ideal para o cenário econômico do país. Entre-
a garantir condições favoráveis ao desenvolvi- tanto, engessar um número no mercado financeiro
mento equilibrado da economia nacional. não é bom, principalmente um índice que avalia os
preços do mercado; então, o CMN admite uma peque-
É muito importante que o CMN oriente a forma na variação para mais ou para menos. Caso o índice
como as instituições irão investir seus recursos, pois de inflação, IPCA, inflação oficial, esteja dentro des-
sa margem de variação (ou margem de tolerância),
más decisões no mercado financeiro custam mui-
entende-se que o Banco Central cumpriu a meta de
to dinheiro e até a falência de várias instituições. É
inflação estabelecida pelo CMN. O CMN diminuiu, a
importante destacar que ele orienta todas as institui-
partir de 2017, a margem de tolerância de 2% para
ções financeiras, incluindo as públicas.
1,5%, estabelecendo um novo teto e um novo piso.
Por causa dos objetivos, o CMN recebeu da Lei
„ Zelar pela liquidez e solvência das instituições 4595/64 várias atribuições, ou seja, as armas que ele
financeiras. tem para poder cumprir seus objetivos, das quais desta-
camos algumas que mais frequentes em prova. Podemos
Esse objetivo cai com muita frequência nas provas, conectá-las aos objetivos para nos ajudar a memorizar
pois se trata de uma exceção à regra dos verbos de mais, sem ter de utilizar apenas a regra dos verbos. Veja
mandar. Ele faz com que o CMN sempre tenha como a seguir os principais verbos ligados às atribuições:
preocupação buscar que as instituições financeiras
tenham recursos disponíveis em seu caixa, mantendo- Fixar diretrizes
-se líquidas e honrando seus compromissos para com
Disciplinar
seus credores, mantendo-se solventes.
Estabelecer limites
„ Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e
Determinar
dos instrumentos financeiros, de forma a tor-
nar mais eficiente o sistema de pagamentos e Regulamentar

Atribuições
Principais
mobilização de recursos;
Outorgar
„ Estabelecer, para fins da política monetária
e cambial, as condições específicas para nego- Estabelecer
ciação de contratos derivativos, estabelecendo
limites compulsórios, definindo as próprias Regular
características dos contratos existentes e crian- Expedir normas
do novos;
„ Coordenar as políticas monetária, creditícia, Disciplinar
orçamentária, fiscal e da dívida pública interna Delimitar
e externa.
OBJETIVOS ATRIBUIÇÕES CORRESPONDENTES
É importante destacar que o CMN sempre será
o responsável por formular essas políticas. Como Delimitar, com periodicidade não in-
Zelar pela
vimos, o CMN não costuma fazer coisas, mas apenas ferior a dois anos, o capital mínimo
liquidez e
mandar; então, quando o CMN formula políticas, ele das instituições financeiras privadas,
solvência das
as envia ao Bacen, que as executa. levando em conta sua natureza, bem
instituições
como a localização de suas sedes e
financeiras
„ Estabelecer a meta de inflação. agências ou filiais
Orientar a
Esse é um dos mais importantes objetivos do CMN, aplicação dos
que aparece com frequência nas provas. O CMN pas- recursos das
sa a ser o responsável por estabelecer um parâmetro instituições
para metas de inflação no Brasil. Ele, com base em financeiras
estudos e avaliações da economia, estabelece uma públicas ou
meta para a inflação oficial, que deverá ser cumpri- privadas, de Regular a constituição, o funcionamen-
da pelo Bacen dentro do ano indicado. Hoje, no Brasil, forma a garan- to e a fiscalização de todas as institui-
temos uma meta de inflação que é dividida da seguin- tir condições ções financeiras que operam no país
te forma até dezembro de 2021: favoráveis
ao desen-
volvimento
Teto de 5,25% a.a
equilibrado
da economia
Parâmetros da Meta de

Margem de tolerância nacional


de 1,5% para mais
Inflação 2021

Coordenar
as políticas
Centro de 3,75% a.a � Disciplinar o crédito e suas moda-
monetária,
lidades e as formas das operações
creditícia,
creditícias
Margem de tolerância de orçamentária,
� Estabelecer limites para a remunera-
1,5% para menos fiscal e da
ção das operações e serviços bancá-
dívida públi-
rios ou financeiros
ca interna e
Piso de 2,25% a.a
220 externa
Existem algumas atribuições do CMN que não I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no
fizemos conexões, pois são bastante independentes. dia 1º de março do primeiro ano de mandato do
Entretanto, não deixaremos de comentá-las, pois Presidente da República;
caem bastante em provas, logo, merecem nossa aten- II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no
ção. São elas: dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato do
Presidente da República;
z Expedir normas gerais de estatística e contabilida- III – O Presidente do Banco Central e 2 (dois) Direto-
de a serem apreciadas pelas instituições financei- res terão mandatos com início no dia 1º de janeiro
ras. Atente-se a esta atribuição, que costuma cair do terceiro ano de mandato do Presidente da Repú-
em questões mais elaboradas; blica; e
z Disciplinar as atividades das bolsas de valores IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início
(define o que é uma bolsa de valores e o que elas no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do
Presidente da República.
fazem);
z Fixar as diretrizes e normas da política cam-
bial, inclusive quanto a compra e venda de ouro Será admitida uma recondução para o Presiden-
e quaisquer operações em Direitos Especiais de te e para os Diretores do Banco Central do Brasil que
Saque e em moeda estrangeiras; houverem sido nomeados na forma da LC179/2021.
z Outorgar ao Banco Central da República do Bra- Além disso, no exercício dos mandatos, o presiden-
sil o monopólio das operações de câmbio quando te e os demais diretores do Bacen são fixos e estáveis.
ocorrer grave desequilíbrio no balanço de paga- Isso significa que, uma vez investidos nos cargos de
mentos ou houver sérias razões para prever a imi- diretos, eles só podem ser demitidos nas seguintes
nência de tal situação; hipóteses:
z Baixar normas que regulem as operações de câm-
bio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos Art. 5º [...]
I - a pedido;
e outras condições.
II - no caso de acometimento de enfermidade que
Atenção: Nas provas das bancas mais exigentes, incapacite o titular para o exercício do cargo;
é comum aparecer o CMN contextualizado com Con- III - quando sofrerem condenação, mediante deci-
são transitada em julgado ou proferida por órgão
gresso Nacional, Senado Federal e Câmara dos Depu-
colegiado, pela prática de ato de improbidade
tados. Então, temos uma regra básica que vai te ajudar
administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ain-
em qualquer competência do CMN que possa ser per-
da que temporariamente, a proibição de acesso a
guntada e contextualizada com o Poder Legislativo. cargos públicos;
IV - quando apresentarem comprovado e recorren-
Dica te desempenho insuficiente para o alcance dos obje-
O CMN só se relaciona com o Senado Federal, ou tivos do Banco Central do Brasil.
seja, Câmara dos Deputados, nunca!
Segundo o § 1º do art. 5º da LC, na hipótese acima,
Exceto dois casos em que aparece o Congresso compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao
Nacional na Lei 4595/64: Presidente da República a proposta de exoneração, cujo
aperfeiçoamento ficará condicionado à prévia aprova-
Art. 4º [...] ção, por maioria absoluta, do Senado Federal.
XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacio- O Bacen é a autarquia executiva central do SFN,
nal, até o último dia do mês subsequente, relatório além de Supervisora, com a missão primária de garan-
e mapas demonstrativos da aplicação dos recolhi- tir a estabilidade do poder de compra da moeda
mentos compulsórios (vetado); nacional, e secundárias de zelar pela estabilidade e
[...] eficiência do SFN, suavizar as flutuações do nível de
§ 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará atividade econômica e fomentar o pleno emprego.
ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada Realiza duas reuniões ordinárias semanalmente,
ano, relatório da evolução da situação monetária e
nas quais são lavradas circulares e as atividades de
creditícia do País no ano anterior, no qual descreve-
sua competência privativa; também podem ser emi-
rá, minudentemente as providências adotadas para
tidas resoluções. Sua sede fica em Brasília, e tem
cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta
outras 9 representações nas capitais dos estados do
lei, justificando destacadamente os montantes das
Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

emissões de papel-moeda que tenham sido feitas


para atendimento das atividades produtivas. Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
O Bacen tem ainda 4 objetivos:
Banco Central Do Brasil (Bacen)
z Zelar pela adequada liquidez da economia;
O Bacen é uma autarquia colegiada independente z Zelar pela estabilidade e promover o permanente
composta por nove diretorias, incluindo a presidên- aperfeiçoamento do sistema financeiro;
cia. Todos indicados pelo Presidente da República z Manter as reservas internacionais em nível adequado;
com aprovação do Senado Federal, sem vinculação z Estimular a formação de poupança.
a nenhum ministério.
Deverão ser nomeados o Presidente e 8 Diretores Cuidado! Lembre-se que existe um zelar que é
do Banco Central do Brasil, cujos mandatos atende- competência do CMN: Zelar pela liquidez e solvência
rão à seguinte escala, dispensando-se nova aprovação das instituições financeiras. Então, caso apareça um
pelo Senado Federal para os indicados que, na oca- verbo zelar e não for associado ao texto acima, auto-
sião, já estejam no exercício do cargo. Acompanhe os maticamente, será competência do Bacen.
incisos do § 2º do art. 4º da Lei Complementar nº 179, Dentre as várias competências do Bacen, vale
de 24 de fevereiro de 2021: ressaltar: 221
z Emitir papel-moeda e moeda metálica; Não se esqueça de que os verbos relacionados
z Executar os serviços do meio circulante; ao CMN são sempre verbos de autoridade. São ver-
z Determinar a taxa de recolhimento compulsó- bos como: regular, autorizar, estabelecer, coordenar,
rio até 100% dos depósitos à vista e 60% títulos fixar normas, disciplinar, orientar etc.
contábeis das instituições financeiras; Já os verbos empregados ao Bacen são verbos de
z Receber recolhimentos compulsórios e voluntá- ação, ou seja, verbos que indicam “botar as mãos na
rios das instituições financeiras e bancárias; massa” ou apenas supervisionar. São exemplos: execu-
tar, exercer, realizar, controlar, fiscalizar, aplicar etc.
z Realizar e regulamentar operações de redescon-
Entretanto, atente-se, pois o Bacen tem 6 exceções
to e empréstimo às instituições financeiras;
a essa regra. São: 3 regular, 1 estabelecer, 1 autori-
z Regular a execução dos serviços de compensação zar e 1 determinar.
de cheques e outros papéis;
z Regulamentar e efetuar operações de compra e z Regular a compensação de cheques e outros papéis;
venda de títulos públicos federais; z Regular o mercado de câmbio e suas operações e
z Exercer o controle do crédito sobre todas as suas flutuações;
formas; z Regular a concorrência entre as instituições financeiras;
z Exercer a fiscalização das instituições financeiras; z Estabelecer as condições para o exercício de
z Autorizar o funcionamento das instituições finan- cargos de administração/direção das instituições
ceiras no país; financeiras privadas;
z Estabelecer as condições para o exercício de quais- z Autorizar o funcionamento de instituições finan-
quer cargos de administração/direção nas institui- ceiras no país;
ções financeiras privadas; z Determinar a taxa do recolhimento compulsório.
z Vigiar a interferência de outras empresas nos
mercados financeiros e de capitais; O Bacen recebe vários apelidos, devido às várias
z Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. atividades que realiza. São eles:

Atenção! Autorizar o funcionamento de Institui- � Banco dos Bancos: Quando recebe os depósitos
compulsórios e voluntários das instituições finan-
ções Financeiras Estrangeiras no País, só por Decreto
ceiras, e estes voluntários, apenas oriundos dos
do Poder Executivo.
depósitos à vista;
Lei 4595/1964 z Banqueiro do Governo: Quando centraliza o cai-
xa do governo e administra as reservas internacio-
Art. 18 As instituições financeiras somente pode- nais, bem como as reservas em ouro do Brasil;
rão funcionar no País mediante prévia autorização z Banco Emissor: Quando emite o papel moeda
do Banco Central da República do Brasil ou decreto autorizado pelo CMN e fabricado pela Casa da
do Poder Executivo, quando forem estrangeiras. Moeda do Brasil;
z Emprestador de última Instância: Quando reali-
Conforme dito anteriormente, entretanto, em 2020 za o empréstimo de liquidez, ou redesconto, às ins-
tituições financeiras. Vale lembrar mais uma vez
o presidente editou o Decreto nº 10.029 que delegou
que o Bacen é proibido pela Constituição Federal
ao Bacen o poder de autorizar o funcionamento de
de emprestar dinheiro a qualquer entidade que
instituições financeiras estrangeiras. Reiteramos que
não seja uma instituição financeira.
deve ser levado em consideração que se trata de uma
delegação que pode ser avocada a qualquer momento,
Apenas para relembrar, esse empréstimo, que nós
e de um decreto que pode ser, também, revogado. já conhecemos pelo nome de redesconto do Banco
Não se esqueça de que o Bacen regulamenta o Central e que já explicamos no início da matéria, tem
câmbio (inciso XV do art. 10 da Lei 4595/64), a com- as seguintes modalidades, como vimos antes:
pensação de cheques e outros papéis e a concorrên-
cia entre as instituições financeiras. Acompanhe o § 2º z Intradia, destinado a atender necessidades de li-
do art. 18 da mesma lei: quidez de instituição financeira, ao longo do dia. É
o chamado redesconto a juros zero;
§ 2º O Banco Central da República do Brasil, no
z De um dia útil, destinado a satisfazer necessida-
exercício da fiscalização que lhe compete, regula-
des de liquidez decorrentes de descasamento de
rá as condições de concorrência entre instituições
curtíssimo prazo no fluxo de caixa de instituição
financeiras, coibindo-lhes os abusos com a aplica-
financeira;
ção da pena nos termos desta lei.
z De até quinze dias úteis, podendo ser recontrata-
do desde que o prazo total não ultrapasse quarenta
O CMN orienta a aplicação dos recursos das e cinco dias úteis, destinado a satisfazer necessi-
instituições financeiras. Também regulamenta a dades de liquidez provocadas pelo descasamento
constituição, o funcionamento e a fiscalização das de curto prazo no fluxo de caixa de instituição
instituições financeiras que operam no país. financeira e que não caracterizem desequilíbrio
O Bacen autoriza o funcionamento das institui- estrutural;
ções financeiras e também estabelece as condições z De até noventa dias corridos, podendo ser recon-
para exercer quaisquer cargos de direção nas insti- tratado desde que o prazo total não ultrapasse cen-
tuições financeiras privadas. to e oitenta dias corridos, destinado a viabilizar o
ajuste patrimonial de instituição financeira com
Dica desequilíbrio estrutural.

Zelar pela liquidez e solvência das instituições Entende-se por operação intradia a compra com
financeiras é do CMN. compromisso de revenda em que a compra e a corres-
222 Zelar pelo resto que aparecer é com o Bacen! pondente revenda ocorrem no próprio dia.
FORMAS DE REDESCONTO Vale ressaltar que existe também uma taxa Selic cha-
mada Selic Over, que é a taxa SELIC de um dia especí-
O Bacen só aceita redescontar Títulos Públi- fico, pois o que é traçado pelo Copom é uma meta, mas
Intradia cos Federais
o que acontece diariamente chama-se Selic Over; isso
(Juros Zero)
ocorre porque, como qualquer outro papel que vale
O Bacen só aceita redescontar Títulos Públi- dinheiro, os títulos públicos variam de preço todo dia.
1 dia útil cos Federais Até dezembro de 2017, o Copom podia divulgar
(Há cobrança de juros pelo Bacen)
essa Meta da Taxa Selic com um viés, ou seja, com uma
Qualquer título serve para ser redescontado, tendência de alta ou de baixa. Esse artifício era utili-
Até 15 dias desde que o Bacen entenda que é um título zado para casos extremos de variação econômica nos
úteis seguro e com garantia quais o Presidente do Copom poderia elevar ou abai-
(Há cobrança de juros pelo Bacen)
xar a taxa Selic sem, necessariamente, convocar uma
Qualquer título serve para ser redescontado, reunião extraordinária do colegiado do comitê. Entre-
Até 90 dias desde que o Bacen entende que é um título tanto, em 19 de dezembro de 2017, através da Circular
corridos seguro e com garantia 3868, o Bacen não mais autorizou ao Copom divulgar
(Há cobrança de juros pelo Bacen) Taxa Selic com vieses de alta ou de baixa, para evitar
quaisquer tipos de especulações no mercado.
Comitê de Política Monetária (Copom) As reuniões ordinárias do Copom ocorrem apro-
ximadamente de 45 em 45 dias e dividem-se em dois
Instituído em 20 de junho de 1996, tem como objetivo dias/sessões: geralmente, a primeira sessão às terças-
estabelecer as diretrizes da política monetária e definir -feiras e a segunda, às quartas-feiras.
a taxa de juros básica que será seguida pelos bancos.
O número de reuniões ordinárias foi reduzido para
O Copom é composto pelos membros da Diretoria
oito ao ano a partir de 2006, sendo o calendário anual
Colegiada do Banco Central do Brasil: o presiden-
divulgado até o fim de junho do ano anterior, admitidas
te, que tem o voto de qualidade; e os diretores de
modificações até o último dia do ano da divulgação.
Administração, Assuntos Internacionais e de Gestão
No primeiro dia das reuniões, os chefes de depar-
de Riscos Corporativos, Fiscalização, Organização do
Sistema Financeiro e Controle de Operações do Cré- tamento apresentam uma análise da conjuntura
dito Rural, Política Econômica, Política Monetária, doméstica abrangendo inflação, nível de atividade,
Regulação do Sistema Financeiro, e Relacionamento evolução dos agregados monetários, finanças públi-
Institucional e Cidadania. cas, balanço de pagamentos, economia internacional,
Também participam do primeiro dia da reunião os mercado de câmbio, reservas internacionais, mercado
chefes dos seguintes departamentos do Banco Central: monetário, operações de mercado aberto, avaliação
Departamento de Operações Bancárias e de Sistema prospectiva das tendências da inflação e expectati-
de Pagamentos (Deban), Departamento de Operações vas gerais para variáveis macroeconômicas.
do Mercado Aberto (Demab), Departamento Econô- No segundo dia da reunião, do qual participam
mico (Depec), Departamento de Estudos e Pesquisas apenas os membros do Comitê e o chefe do Depep,
(Depep), Departamento das Reservas Internacionais sem direito a voto, os diretores de Política Monetária
(Depin), Departamento de Assuntos Internacionais e de Política Econômica, após análise das projeções
(Derin) e Departamento de Relacionamento com In- atualizadas para a inflação, apresentam alterna-
vestidores e Estudos Especiais (Gerin). tivas para a taxa de juros de curto prazo e fazem
A primeira sessão dos trabalhos conta ainda com a recomendações acerca da política monetária. Em
presença do chefe de gabinete do presidente, do asses- seguida, os demais membros do Copom fazem suas
sor de imprensa e de outros servidores do Banco Cen- ponderações e apresentam eventuais propostas alter-
tral, quando autorizados pelo presidente. nativas. Ao final, procede-se à votação das propostas,
Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088, em 21 buscando-se, sempre que possível, o consenso. A deci-
de junho de 1999, da sistemática de metas para a são final – a meta para a Taxa Selic e o viés, se houver
inflação como diretriz de política monetária. Des- – é imediatamente divulgada à imprensa ao mesmo
de então, as decisões do Copom passaram a ter como tempo em que é expedido Comunicado através do Sis-
objetivo cumprir as metas para a inflação definidas tema de Informações do Banco Central (SisBacen).
pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo o mes- As atas em português das reuniões do Copom são
mo Decreto, se as metas não forem atingidas, cabe divulgadas às 8h30 da quinta-feira da semana posterior
ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta a cada reunião, dentro do prazo regulamentar de até
Aberta ao Ministro da Economia, os motivos do des- quatro dias úteis após o fim da segunda sessão, sen-
cumprimento, bem como as providências e prazo para
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do publicadas na página do Banco Central na internet1


o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. e para a imprensa a partir das 18h30 do dia da segunda
Formalmente, os objetivos do Copom são: sessão. Em inglês, deverão ser publicadas no 7º dia útil.
Ao final de cada trimestre civil, o Copom divulga,
z Implementar a política monetária;
através do Bacen, o documento Relatório de Infla-
z Analisar o Relatório de Inflação divulgado pelo
Banco Central ao final de cada trimestre civil; ção2, que analisa detalhadamente a conjuntura eco-
z Definir a meta para a Taxa Selic, ficando viés nômica e financeira do País, bem como apresenta suas
extinto (Circular 3868/17). projeções para a taxa de inflação. Dentro das políti-
cas monetárias, o CMN e o Bacen, buscando facilitar
A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a Meta a confecção desse relatório de inflação, criaram os
para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diá- aglomerados monetários, e dentro deles, os meios de
rios, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema pagamento, que são a forma como o dinheiro está pre-
Especial de Liquidação e Custódia – Selic), a qual vigora sente na economia, quer em dinheiro “vivinho” ou em
por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. “papel que vale dinheiro”.
1  Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/atascopom
2  Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/ri 223
Comissão De Valores Mobiliários (CVM) Atenção: Estimular a formação de poupança tarefa é
do Bacen, mas estimular a formação de poupança para
z Lei 6.385/1976 e alterações posteriores aplicação em valores mobiliários compete à CVM.
Também é tarefa da CVM promover a expansão e
Apenas em 1976, portanto, 12 anos após a criação
o funcionamento eficiente e regular do mercado de
do SFN, foi criada a CVM, uma autarquia, em regime
ações e estimular as aplicações permanentes em ações
especial, vinculada ao Ministério da Economia, cole-
do capital social das companhias abertas.
giada, independente.
É atribuição da CVM fiscalizar os seguintes valo-
Ela é composta por 5 Diretores, incluindo o pre-
res mobiliários:
sidente, todos indicados pelo Presidente da Repú-
blica e aprovados pelo Senado Federal. Todos têm
mandato fixo e estabilidade; atente-se ao fato de que z Ações (e suas distribuições públicas);
mandato é de 5 anos, proibida a recondução, ou seja, z Debêntures e suas cédulas (e suas distribuições
a “reeleição”, e a cada ano a comissão se renova em públicas);
um quinto, ou seja, sai um dos 5 e entra um novo. z Bônus de subscrição (e suas distribuições públicas)
z Cotas de Fundos de Investimentos;
Dica z Notas promissórias comerciais – commercial pa-
pers (e suas distribuições públicas);
Lembre-se de que a CVM adora o número 5! Qual- z Fundos de investimento;
quer coisa diferente de 5 está errada: z Derivativos, Contratos Futuros e de Opções (Deri-
� 5 diretores; vativos são contratos que derivam a maior parte
� Mandato de 5 anos; de seu valor de um ativo subjacente, taxa de refe-
� Renovados a cada ano e 1/5. rência ou índice).

Suas reuniões ordinárias são semanais, das quais É atribuição da CVM fiscalizar os seguintes merca-
são emitidas Instruções Normativas de vinculação dos de valores mobiliários:
Nacional. A comissão é responsável por regulamen-
tar, desenvolver, controlar e fiscalizar o Mercado de
z Mercado de balcão;
Valores Mobiliários do país. A CVM sempre vai ter
z Bolsas de valores.
suas atribuições ligadas aos termos “Valores Mobiliá-
rios” ou “Mercado de Capitais”.
Acompanhe o art. 3º da Lei 6.385/1976: Cabe ao CMN disciplinar as atividades das Bolsas
de Valores. Também compete ao CMN estabelecer,
Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional: para fins da política monetária e cambial, condições
I - definir a política a ser observada na organiza- específicas para negociação de contratos de derivati-
ção e no funcionamento do mercado de valores vos, independentemente da natureza do investidor.
mobiliários; Não são títulos de responsabilidade da CVM:
II - regular a utilização do crédito nesse mercado;
III - fixar, a orientação geral a ser observada pela z Títulos Públicos (Federais, Estaduais e Municipais);
Comissão de Valores Mobiliários no exercício de
z Títulos Cambiais.
suas atribuições;
IV - definir as atividades da Comissão de Valores
Mobiliários que devem ser exercidas em coordena- Estes são competência do Banco Central. Compete
ção com o Banco Central do Brasil. ao Bacen fiscalizar o Mercado de Capitais quando de
V - aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da títulos de valores mobiliários não contemplados pela
Comissão de Valores Mobiliários Lei 6.385/76. Logo, o BACEN fiscaliza tudo o que a CVM
VI - estabelecer, para fins da política monetária não fiscalizar no Mercado de Capitais.
e cambial, condições específicas para negociação
de contratos derivativos, independentemente da
natureza do investidor (Incluído pela Lei nº 12.543,
de 2011)
§ 1o  Ressalvado o disposto nesta Lei, a fiscaliza- INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
ção do mercado financeiro e de capitais con-
tinuará a ser exercida, nos termos da legislação SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: ESTRUTURA
em vigor, pelo Banco Central do Brasil. (Incluído DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS
pela Lei nº 12.543, de 2011) NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS,
EXECUTORAS E OPERADORAS
Ou seja, tudo que não for dado como responsabi-
lidade da CVM, será do Bacen. Assim, a CVM e o CMN
Ótimo, agora sabemos tudo sobre quem normatiza
exercem as funções de:
e quem fiscaliza as instituições financeiras, mas quem
„ Assegurar o funcionamento eficiente e regular são de fato estas instituições financeiras?
dos mercados de bolsa e de balcão;
„ Proteger os titulares de valores mobiliários; Lei 4.595/1964
„ Evitar ou coibir modalidades de fraude ou
manipulação no mercado; Art. 17 Consideram-se instituições financeiras,
„ Assegurar o acesso do público a informações para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas
sobre valores mobiliários negociados e sobre as jurídicas públicas ou privadas, que tenham
companhias que os tenham emitido; como atividade principal ou acessória a cole-
„ Assegurar a observância de práticas comerciais ta, intermediação ou aplicação de recursos
equitativas no mercado de valores mobiliários; financeiros próprios ou de terceiros, em moeda
„ Estimular a formação de poupança e sua apli- nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de
224 cação em valores mobiliários. propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legis- O resultado desta equação chama-se spread. Este
lação em vigor, equiparam-se às instituições termo nada mais é do que a diferença entre a receita
financeiras as pessoas físicas que exerçam das taxas de juros que o banco recebe, e as despesas
qualquer das atividades referidas neste arti- que o banco tem para captar os recursos que serão
go, de forma permanente ou eventual. emprestados.
Art. 18 As instituições  financeiras  somente
poderão funcionar  no País  mediante  prévia
autorização do Banco Central da República do
Juro pago ao Juro pago pelo
Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando banco por seus banco a seus
SPREAD
BANCÁRIO
forem estrangeiras. devedores credores

Basicamente, uma instituição financeira tem como


objetivo a intermediação dos recursos de clientes que
tem dinheiro sobrando (agentes superavitários), para
os clientes que precisam de dinheiro (agentes defi- Importante!
citários). Ou seja, pega-se de quem tem sobrando e Este spread não pode ser confundido com lucro
empresta-se à quem está precisando. do banco, pois se considerarmos que o spread é
Entretanto, quando a instituição busca captar di- o lucro, estamos afirmando que a única despesa
nheiro, ela oferece aos clientes uma recompensa pa- que o banco possui é o custo de captação, o que
ra que eles aceitem assumir os riscos de emprestar não é verdade!
dinheiro, essa recompensa nós chamamos de remu- O spread bancário funciona como um lucro bru-
neração por aplicação, e esta operação, para a institui-
to, do qual ainda serão deduzidas as despesas
ção, é uma operação passiva.
administrativas, as provisões de devedores duvi-
Já quando o cliente necessita de dinheiro, a insti-
dosos (inadimplência) e despesas gerais, fican-
tuição financeira busca emprestar o dinheiro capta-
do o que sobrar depois destas deduções o real
do, mas cobra do cliente uma taxa de juros, que nada
mais é do que o preço do dinheiro emprestado, mais o
lucro do banco.
seu lucro. Esta operação, para a instituição financeira,
é chamada ativa. Taxa de Juros do Mercado x Taxa Selic
Estas atividades realizadas pelas Instituições Finan-
ceiras levam ao desenvolvimento dos produtos finan- A taxa de juros chamada Selic, que é a taxa que
ceiros ou bancários, que estudaremos mais à frente. remunera os títulos públicos e que falaremos bastante
ainda no decorrer da matéria, serve como balizadora
FORMAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS das taxas de juros cobradas pelos bancos, ou seja, se a
taxa de juros Selic subir, as taxas de juros dos bancos
Muitas pessoas se perguntam: como um banco sobem também, e vice-versa.
determina uma taxa de juros? Tem-se, portanto, a formação das taxas de juros,
Para estabelecer uma taxa de juros, os bancos onde os bancos levam em consideração:
seguem o mesmo raciocínio de um vendedor de qual-
quer produto ou serviço. Para estabelecer esta taxa z Custos administrativos (salários, inadimplência,
o banco busca saber a quantidade de demanda pelo indenizações etc;
produto financeiro, bem como os custos para vendê-lo z Custo da captação (pago aos poupadores);
e a sua margem de lucro. z Tendência da taxa Selic (determinada pelo governo).
Para se construir esta taxa os bancos levam em
consideração: Desta forma, temos a taxa de juros de uma institui-
ção financeira, que será cobrada em muitas operações
z Custo da captação do dinheiro (valor que irá ser de crédito.
pago ao cliente que deposita os recursos no banco); Mais à frente entenderemos como o governo deter-
z Custos administrativos do banco como: salários, mina esta taxa Selic e como ela influencia de forma
impostos, água, luz, telefone, despesas judiciais etc; abrangente a formação das taxas de juros.
z Custos com recolhimento compulsório, pois os
valores que ficam retidos no banco central, mes- PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mo sendo remunerados, não tem o mesmo ganho FEDERAIS


que teriam se estivessem sendo emprestados aos
clientes; Caixas Econômicas
z Inadimplência do produto, uma vez que quanto
maior for a inadimplência, maior será o risco de A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
prejuízo, e este prejuízo é repassado aos clientes regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de
com aumentos de taxas e tarifas; 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
z Margem de lucro desejada. rio da Economia. Trata-se de instituição assemelha-
da aos bancos comerciais, podendo capta depósitos
Quando os bancos avaliam as taxas de juros cobra- à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
das, levam em consideração uma equação matemáti- de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
ca simples: Receita de Crédito – Custo da Captação. que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
Esta equação mostra o lucro bruto da liberação dos ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
créditos, uma vez que apenas deduziu o custo da cap- tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
tação, e como vimos ali em cima, este não é o único urbanos e esporte. Pode operar com crédito dire-
custo que o banco possui. to ao consumidor, financiando bens de consumo 225
duráveis, emprestar sob garantia de penhor indus- em empresas nacionais através da subscrição de ações
trial e caução de títulos, bem como tem o monopólio e debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de
do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con- fundamental importância, na execução de sua política
signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de de apoio, a observância de princípios ético-ambientais
loteria federal. Além de centralizar o recolhimento e assume o compromisso com os princípios do desen-
e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do volvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte- e os programas do BNDES atendem às necessidades
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo de investimentos das empresas de qualquer porte
(SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). e setor, estabelecidas no país. A parceria com ins-
tituições financeiras, com agências estabelecidas em
todo o país, permite a disseminação do crédito, pos-
Banco do Brasil S/A
sibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES.
O BB é uma S/A, Múltipla, Pública, de capital
Operações Passivas de uma Instituição Financeira
aberto, onde o Governo Federal é o acionista majori-
tário, portanto é uma Sociedade de Economia Mista,
z Depósitos à vista ou depósitos em conta corren-
onde existe capital público e privado, juntos. te ou depósitos a Custo Zero:
É o principal executor da política oficial de cré-
dito rural. São a captação de recursos junto ao público em
Tem algumas funções atípicas, pois ainda é um geral, pessoas físicas e jurídicas. Os depósitos à vis-
grande parceiro do Governo Federal, são elas: ta têm como características não são remunerados
e permanecem no banco por prazo indeterminado,
z Executar e administrar os serviços da câmara de sendo livres as suas movimentações.
compensação de cheques e outros papéis; Para o banco, geram fundos (funding) para lastrear
z Efetuar os pagamentos e suprimentos necessários operações de créditos de curto prazo, porém, uma
à execução do Orçamento Geral da União; parte deve ser recolhida ao BACEN, como depósito
z Aquisição e financiamento dos estoques de produ- compulsório, servindo portando como instrumento
ção exportável; de política monetária. Outra parte destina-se ao cré-
z Agenciamento dos pagamentos e recebimentos dito contingenciado, conforme parâmetros definidos
fora do País; pelo CMN, e o restante são os recursos livres para
z Operador dos fundos setoriais, como Pesca e aplicações, pelo banco.
Reflorestamento; A movimentação das contas correntes, cujos recur-
z Captação de depósitos de poupança, com direcio- sos são de livre movimentação pelos seus titulares,
namento para o crédito rural, e operacionalização são movimentadas por meio de depósitos, cheques,
do FCO – Fundo Constitucional do Centro-Oeste; ordens de pagamento, documentos de créditos (DOC),
transferências eletrônicas disponíveis (TED) e outros.
z Execução dos preços mínimos dos produtos
A abertura e movimentação de contas correntes
agropastoris;
são normatizadas pelo CMN, por meio das Resoluções
z Execução dos serviços da dívida pública consolidada;
n. 2025 e 2.747 e dispositivos complementares.
z Realizar, por conta própria, operações de compra De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco,
e venda de moeda estrangeira e, por conta do que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito,
BACEN, nas condições estabelecidas pelo CMN; que vale como prova de que foi feito o depósito e que
z Arrecadação dos tributos e rendas federais, a o cliente entregou tal dinheiro ao Banco.
critério do Tesouro Nacional; As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo
z Executor dos serviços bancários para o Gover- cliente ou por funcionário do Banco, constando, espe-
no Federal, e suas autarquias, bem como de todo cificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sen-
os Ministérios e órgãos acessórios. do que uma das vias da ficha será entregue ao cliente
e a outra será o documento contábil do caixa.
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento O depósito tanto pode ser feito em dinheiro cor-
Econômico e Social rente, como em cheques, que serão resgatados pelo
Banco depositário junto ao serviço de compensação
Criado em 1952 como autarquia federal, foi enqua- de cheques, ou pelo serviço de cobrança.
drado como uma empresa pública federal, com Os depósitos em dinheiro produzem o imediato
personalidade jurídica de direito privado e patri- crédito na conta corrente em que foi depositado, mas
mônio próprio, pela Lei 5.662, de 21 de junho de os depósitos em cheque só terão o crédito liberado
1971. O BNDES é uma Empresa Pública vinculada ao após seu resgate.
Ministério da Economia e tem como objetivo: Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

z Apoiar empreendimentos que contribuam para o É importante mencionar que o depósito à vista é
desenvolvimento do país. uma das principais formas que as Instituições Finan-
ceiras têm de criar moeda escritural, ou seja, moedas
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos que são dados em um computador, que não existem
de longo prazo e custos competitivos, para o desen- materialmente. Logo, só os captadores de depósito à
volvimento de projetos de investimentos e para vista criam moeda escritural.
a comercialização de máquinas e equipamentos
novos, fabricados no país, bem como para o incre- z Depósito a prazo ou depósito a prazo fixo:
mento das exportações brasileiras. Contribui, tam-
bém, para o fortalecimento da estrutura de capital das São depósitos em que o cliente dá ao banco um
empresas privadas e desenvolvimento do mercado de prazo para sacar o dinheiro, ou seja, o cliente não
226 capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe poderá sacar sem prévio aviso ao banco. Com isso, o
banco fica mais seguro para emprestar esse dinheiro Caderneta de Poupança
captado, portanto, paga uma remuneração, em forma
de taxa de juros, pelo prazo que o dinheiro permane- As instituições financeiras captadoras de poupan-
cer aplicado. ça são geralmente as que aplicam em financiamen-
Com esses valores o banco empresta-os para os tos habitacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado
deficitários e nesta ponta realiza uma operação ativa, na poupança e emprestam boa parte do valor em
pois está em posição superior, uma vez que o cliente financiamentos habitacionais. Existem, no entanto,
agora deverá devolver o dinheiro ao banco. as poupanças rurais que são captadas pelos bancos
comerciais, para empréstimos no setor rural.
As instituições que captam poupança no País são:
Importante Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), Associações
de Poupança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econômica
Se sua prova pedir para você definir se tal opera- Federal (CEF), além de outras instituições que queiram
ção é ativa ou passiva, atente para um referencial captar, mas deverão assumir o compromisso de empres-
que a questão estiver indicando, caso contrário, tar parte dos recursos em financiamentos habitacionais.
poderá se confundir. Nosso referencial acima foi A caderneta de poupança constitui um instrumen-
o BANCO. to de aplicação de recursos muito antigo, que visa,
entre outras coisas, a aplicação com uma rentabilidade
razoável para o cliente. Esta rentabilidade é composta
Os Depósitos a Prazo Mais Comuns São o CDB e o por duas parcelas sendo uma básica e a outra variá-
RDB vel. A parcela básica chamamos de TR ou Taxa de refe-
rência, que nada mais é do que a média das Letras do
O CDB e o RDB nada mais são do que, como vimos Tesouro Nacional (tipo de título público federal pré-fi-
acima, o cliente superavitário emprestando dinheiro xado) negociadas no mercado secundário e registradas
na Selic. Já a parcela Variável é a remuneração adicio-
ao banco, para que este empreste dinheiro aos defi-
nal, que pode ser de 0,5% ao mês, aproximadamente
citários. O CDB – Certificado de Depósito Bancário é
6,17% ao ano; ou 70% da Meta da taxa Selic.
materializado quando o cliente faz um depósito, em
um banco comercial e o banco entrega um certificado
de que o cliente depositou aquele dinheiro, e pagará
uma remuneração em forma de taxa de juros, geral-
mente atrelada a outro certificado de depósito, cha-
mado CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro.
A vantagem deste papel é que pode ser “passa-
do para frente”, ou seja, pode ser endossado (para
quem nunca viu este termo, nada mais é do que poder
passar para frente). O CDB possui duas modalidades:

z Pré-fixado, quando determinamos a remuneração


do cliente no momento da contratação;
z Pós-fixado quando a remuneração do cliente está
atrelada a um índice futuro.

Na modalidade pós-fixada, há uma sub modalida-


de chamada flutuante, esta modalidade permite que
a remuneração varie todo dia, ou seja, o cliente será
remunerado por período que deixar o dinheiro apli- Para que você possua direito à rentabilidade da
cado. Neste caso dizemos que o CDB possui liquidez poupança, existem algumas regrinhas que você deve
diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é pos- obedecer, conforme a Lei 8.177/91, que é a lei que
sível resgatar os valores obtendo juros proporcionais determinar remuneração da poupança e suas regras.
ao período aplicado. O RDB – Recibo de Depósito Ban-
cário é materializado quando o cliente faz uma entre- z 1ª A remuneração será calculada sobre o menor
ga de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta saldo apresentado em cada período de rendimen-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

não pode emitir um certificado, pois não capta em to. Mas o que é um período de rendimento?
contas correntes. A instituição, então, emite apenas
um recibo, um simples recibo, que diz: “este cliente I - para os depósitos de pessoas físicas e entida-
deixou comigo um valor e eu remunerarei por uma des sem fins lucrativos, o período de rendimento
taxa de juros”, geralmente, também, o CDI. é o mês corrido, a partir da data de aniversário
O problema deste papel é que, por não ser um cer- da conta de depósito de poupança;
tificado, e sim apenas um recibo, não pode ser pas- II - para os demais depósitos, o período de ren-
sado para frente, ou seja, não pode ser endossado. dimento é o trimestre corrido a partir da data
As instituições são as Sociedades de Crédito e as Coo- de aniversário da conta de depósito de poupança.
perativas de Crédito, pois só podem captar depósito
a prazo sem emissão de certificado, ou seja, apenas E essa tal data de aniversário? O que é?
RDB. O RDB possui duas modalidades: Pré-fixado e
Pós-fixado, entretanto o RDB não possui liquidez A data de aniversário da conta de depósito de
diária, visto que não pode ser resgatado, sob hipótese poupança será o dia do mês de sua abertura, consi-
alguma, enquanto não acabar o prazo acordado com derando-se a data de aniversário das contas abertas
a instituição financeira. nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. 227
z 2ª O crédito dos rendimentos será efetuado: Caixas Econômicas

I - mensalmente, na data de aniversário da conta, A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
para os depósitos de pessoa física e de entidades regulada pelo Decreto-Lei 759, de 12 de agosto de
sem fins lucrativos; e 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
II - trimestralmente, na data de aniversário no últi- rio da Economia. Trata-se de instituição assemelhada
mo mês do trimestre, para os demais depósitos. aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Resumindo, para você receber o rendimento da de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
sua poupança, é preciso deixar o recurso depositado que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
até a data de aniversário da poupança, e no aniversá- ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
rio dela quem ganha o presente (os juros) é você! Note tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
que para isso você deve deixar o valor depositado até
consumidor, financiando bens de consumo durá-
que o valor complete o aniversário, mas há, neste pon-
veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
to, uma confusão entre a interpretação da lei e ques-
e caução de títulos. Conta, também, com o monopólio
tões de prova, pois a lei é bem clara ao afirmar que a do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
data de aniversário é o dia da abertura da conta e não signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
o dia do depósito do recurso. loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
Entretanto, as bancas examinadoras de concursos de e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
bancos vêm afirmando que a conta poupança pode ter Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
28 aniversários, ou seja, um para cada dia de depósitos, gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
uma vez que posso realizar depósitos todo dia, e que os (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
depósitos nos dias 29,30 e 31 são contabilizados como
efetivamente realizados no dia 01 do mês seguinte. Cooperativas de Crédito
Desta forma, para conciliar os dois pensamen-
tos, podemos consolidar que a poupança só rende- A cooperativa de crédito é uma instituição financei-
rá se completar aniversário, e este aniversário é do ra formada por uma associação autônoma de pessoas
mês corrido para pessoas físicas e entidades sem fins unidas voluntariamente, com forma e natureza jurí-
dica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos,
lucrativos; e para os demais será o trimestre corrido.
constituída para prestar serviços a seus associados.
Para pessoas físicas e pessoas jurídicas sem
Deve Constar a expressão “cooperativa de crédito”.
fins lucrativos, não há incidência de tributação de
imposto de renda, entretanto devem ser declarados z Singulares: mínimo de 20 PF (algumas PJ podem
no imposto de renda; mas declarar é diferente de desde que sejam de atividades correlatas, pareci-
pagar imposto, ok? para as pessoas jurídicas com das, e que não tenham fins lucrativos)
fins lucrativos há incidência de imposto de renda
nos rendimentos trimestrais da poupança, a alíquo- Resolução 4.434/2015 As cooperativas de crédito
ta a ser cobrada será de 22,5% sobre os rendimen- singulares passam a ser classificadas nas seguintes
tos. categorias:

OPERADORES DO SFN I. Plenas – podem praticar todas as operações


autorizadas às cooperativas de crédito;
Instituições Financeiras Monetárias ou Bancárias II. Clássicas – vedada a realização de opera-
ções que geram exposição vendida ou comprada
em ouro, moeda estrangeira, variação cambial,
São instituições que captam basicamente depósi-
variação no preço de mercadorias, ações ou em
tos à vista, abrindo contas correntes e criando moeda instrumentos financeiros derivativos, bem como a
escritural. Relembrando, essas moedas escriturais são aplicação em títulos de securitização, empréstimos
números virtuais em computador, o dinheiro físico/ de ativos, operações compromissadas e em cotas de
material não existe. fundos de investimento; e
III. Capital e Empréstimo – vedada a capta-
Bancos Comerciais ção de depósitos e a realização de operações que
geram exposição vendida ou comprada em ouro,
moeda estrangeira, variação cambial, variação no
Os bancos comerciais são instituições financeiras preço de mercadorias, ações ou em instrumentos
privadas ou públicas que têm como objetivo princi- financeiros derivativos, bem como a aplicação em
pal proporcionar suprimento de recursos necessários títulos de securitização, empréstimos de ativos,
para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a operações compromissadas e em cotas de fundos
indústria, as empresas prestadoras de serviços, as de investimento.
pessoas físicas e terceiros em geral. Deve ser cons-
z Centrais: mínimo de 3 cooperativas singulares.
tituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão “Ban-
Características:
co”, vedado à palavra Central (Resolução CMN 2.099,
de 1994). Captam depósitos à vista, como atividade „ São equiparadas às Instituições Financeiras (Lei
típica, abrindo contas-correntes e criando moeda 7492/86);
escritural, mas, também podem captar deposito a „ Atuam principalmente no setor primário da
228 prazo fixo (CDB/RDB). economia (rural).
Operações mais comuns: INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO MONETÁRIAS
OU NÃO BANCÁRIAS
„ Captam depósitos à vista e a prazo somente de
associados, sem emissão de certificado – “RDB”, São instituições que não captam depósitos à vis-
além de poderem, desde 2020, captar Caderne- ta, ou seja, não abrem contas correntes e não criam
ta de Poupança e realizar operações de finan- moeda escritural. Estas instituições não lidam com
ciamento habitacional; dinheiro em espécie, mas sim com papéis que valem
„ Obter empréstimos ou repasses de instituições dinheiro e saldos eletrônicos, que representam valo-
financeiras nacionais ou estrangeiras, inclusive res em dinheiro.
por meio de depósitos interfinanceiros. (Reso-
lução 3.859/2010); Bancos de Investimento
„ Receber recursos de fundos oficiais;
„ Doações; Os bancos de investimento são instituições
„ Conceder empréstimos e financiamentos ape- financeiras privadas especializadas em operações
nas aos associados; de participação societária de caráter temporário, de
„ Aplica no mercado financeiro. financiamento da atividade produtiva para supri-
mento de capital fixo e de giro e de administração
Banco Cooperativo de recursos de terceiros. Devem ser constituídos
sob a forma de sociedade anônima e adotar, obri-
Banco comercial ou banco múltiplo constituído, gatoriamente, em sua denominação social, a expres-
obrigatoriamente, com carteira comercial. É uma são “Banco de Investimento”. Não possuem contas
sociedade anônima e se diferencia dos demais por ter correntes e captam recursos via depósitos a prazo,
como acionistas controladores as cooperativas CEN- repasses de recursos externos, internos e venda de
TRAIS de crédito, as quais devem deter no mínimo cotas de fundos de investimento por eles adminis-
51% das ações com direito a voto (Resolução 2.788/00). trados. As principais operações ativas são financia-
Principais características: mento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou
aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
z Captam depósitos à vista e a prazo (CDB e RDB) interfinanceiros e repasses de empréstimos externos
somente de associados; (Resolução CMN 2.624, de 1999).
z Captam recursos dentro do país e no exterior atra-
vés de empréstimos; z Podem ter Conta desde que: não remunerada e não
z Os recursos por eles captados ficam na região onde movimentada por cheque nem por meio eletrôni-
o Banco atua, e onde os recursos foram gerados; cos pelo cliente;
z Emprestam através de linhas de crédito em geral z Administra fundos de investimento;
somente aos associados; z São Agentes Underwriters e auxiliam na oferta
z Prestam serviços também aos não cooperados. pública inicial de papéis de companhias abertas.

Note que não há obrigatoriedade de a constitui- Bancos Múltiplos com Carteira de Investimentos
ção do Banco Cooperativo ser uma S/A fechada, pois a Para fixar, relembremos a definição de Bancos
Resolução cita apenas uma S/A, deixando a critério da
Múltiplos citada anteriormente: Os bancos múltiplos
instituição essa decisão.
são instituições financeiras privadas ou públicas que
realizam as operações ativas, passivas e acessórias
Bancos Múltiplos com Carteira Comercial
das diversas instituições financeiras, por intermédio
das seguintes carteiras: comercial, de investimento
Os bancos múltiplos são instituições financeiras
e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário,
privadas ou públicas que realizam as operações ati-
de arrendamento mercantil e de crédito, financia-
vas, passivas e acessórias das diversas instituições
mento e investimento.
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras:
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimen-
legais e regulamentares aplicáveis às instituições sin-
to, de crédito imobiliário, de arrendamento mer-
cantil e de crédito, financiamento e investimento. gulares correspondentes às suas carteiras. A carteira
de desenvolvimento somente poderá ser operada
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas
por banco público. O banco múltiplo deve ser cons-
legais e regulamentares aplicáveis às instituições sin-
tituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

gulares correspondentes às suas carteiras. A carteira


delas, obrigatoriamente, comercial ou de investi-
de desenvolvimento somente poderá ser operada
mento, e ser organizado sob a forma de sociedade
por banco público. O banco múltiplo deve ser cons-
anônima. As instituições com carteira comercial
tituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma
podem captar depósitos à vista. Na sua denomina-
delas, obrigatoriamente, comercial ou de investi-
ção social deve constar a expressão “Banco” (Resolu-
mento, e ser organizado sob a forma de sociedade
ção CMN 2.099, de 1994).
anônima. As instituições com carteira comercial
podem captar depósitos à vista. Na sua denomina- Bancos de Desenvolvimento
ção social deve constar a expressão “Banco” (Resolu-
ção CMN 2.099, de 1994). Constituídos sob a forma de sociedade anônima,
Como você percebe, este banco múltiplo tem tudo com sede na capital do Estado que detiver seu con-
a ver com Banco Comercial, e mais na frente você per- trole acionário, devendo adotar, obrigatória e priva-
ceberá que existe o Banco de Investimentos, que é não tivamente, em sua denominação social, a expressão
monetário, e que também forma um Banco Múltiplo, “Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome do
mas sem carteira comercial, ou seja, não poderá cap- Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de
tar depósitos à vista. 1976). 229
Empréstimos direcionados principalmente para interfinanceiros e empréstimos externos. Os deposi-
Empresas do setor Privado. Exemplos: BDMG, BRDE. tantes dessas entidades são considerados acionistas da
Bancos de desenvolvimento são exclusivamente associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas
bancos públicos. O BNDES não é um banco de desen- dividendos. Os recursos dos depositantes são, assim,
volvimento, é uma empresa pública. classificados no patrimônio líquido da associação e não
no passivo exigível (Resolução CMN 52, de 1967).
Sociedades de Crédito, Financiamento e
Investimento „ Sociedade Civil sem fins Lucrativos;
„ Os clientes que abrem poupança tornam-se asso-
Constituídas sob a forma de sociedade anônima e ciados e recebem dividendos (remuneração da
na sua denominação social deve constar a expressão poupança).
“Crédito, Financiamento e Investimento”. Tais enti-
dades captam recursos por meio de aceite e colocação z Captação: Poupança; Letra de Crédito Hipotecá-
de Letras de Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966), ria; Letra Financeira; Repasse da Caixa Econômica
Certificados de Depósitos Bancários e Recibos de Federal e de outras instituições financeiras cap-
Depósitos Bancários (Resolução CMN 3.454, de 2007). tadoras de poupança que não desejam operar no
São as famosas financeiras, geralmente ligadas SFH
a algum Banco Comercial. Têm capacidade para rea-
lizar operações até 12 vezes o seu patrimônio e prati- Sociedades de Crédito Imobiliário
ca altas taxas de juros devido à alta inadimplência de
São instituições financeiras criadas pela Lei 4.380,
suas operações. Exemplo: Fininvest, Losango.
de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento
Sociedades de Arrendamento Mercantil habitacional. Constituem operações passivas dessas
instituições os depósitos de poupança, a emissão de
Sociedade de arrendamento mercantil (SAM) rea- letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinan-
liza arrendamento de bens móveis e imóveis adquiri- ceiros. Suas operações ativas são: financiamento para
dos por ela, segundo as especificações da arrendatária construção de habitações, abertura de crédito para
(cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os con- compra ou construção de casa própria, financiamen-
tratantes deste serviço podem usufruir de determina- to de capital de giro a empresas incorporadoras, pro-
do bem sem serem proprietários dele. dutoras e distribuidoras de material de construção.
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Devem ser constituídas sob a forma de sociedade
Brasil e realizem operações com características de um anônima, adotando obrigatoriamente em sua deno-
financiamento, as sociedades de arrecadamento mer- minação social a expressão “Crédito Imobiliário”.
cantil não são consideradas instituições financeiras, mas (Resolução CMN 2.735, de 2000).
sim entidades equiparadas a instituições financeiras.
Constituídas sob a forma de sociedade anônima, AS Sociedades Corretoras de Títulos e Valores
devendo constar obrigatoriamente na sua denomina- Mobiliários (CTVM)
ção social a expressão “Arrendamento Mercantil”.
São constituídas sob a forma de sociedade anôni-
Operam na forma Ativa:
ma ou por quotas de responsabilidade limitada.
z Leasing – Locação de bens Móveis, nacionais ou Dentre seus objetivos estão: operar em bolsas
estrangeiros e Bens Imóveis adquiridos pela enti- de valores, subscrever emissões de títulos e valores
dade arrendadora para fins de uso próprio do mobiliários no mercado; comprar e vender títulos e
arrendatário; valores mobiliários por conta própria e de terceiros;
z Captação: captam através de empréstimos em outras encarregar-se da administração de carteiras e da
instituições financeiras nacionais ou estrangeiras. custódia de títulos e valores mobiliários; exercer
funções de agente fiduciário; instituir, organizar e
Como sua principal atividade ativa é o Leasing ou administrar fundos e clubes de investimento; emitir
arrendamento mercantil (aluguel), passa a ser conside- certificados de depósito de ações; intermediar opera-
rada uma prestadora de serviços, logo sobre suas opera- ções de câmbio; praticar operações no mercado de
ções não incide o Imposto sob Operações Financeiras câmbio; praticar determinadas operações de conta
(IOF), mas sim Imposto Sob prestação de Serviços. margem; realizar operações compromissadas; pra-
Dentro do SFN funciona um subsistema dos cap- ticar operações de compra e venda de metais pre-
tadores de poupança que direcionam estes recursos ciosos, no mercado físico, por conta própria e de
para financiamentos habitacionais, o SISTEMA BRA- terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futu-
SILEIRO DE POUPANÇA E EMPRESTIMOS (SBPE). Nele ros por conta própria e de terceiros. São supervisio-
operam a Caixa (CEF), as Associações de Poupança e nadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN
Empréstimo (APE) e as Sociedades de Crédito Imo- 1.655, de 1989).
biliário (SCI) e as demais instituições que desejem
captar poupança para emprestar em financiamentos As Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
habitacionais. Mobiliários (DTVM)
Associações de Poupança e Empréstimos: São constituídas sob a forma de sociedade anô-
São constituídas sob a forma de sociedade civil, nima ou por quotas de responsabilidade limitada,
sendo de propriedade comum de seus associados. devendo constar na sua denominação social a expres-
Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas são “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta
da Habitação (SFH). As operações passivas são cons- pública e distribuição de títulos e valores mobiliá-
tituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, rios no mercado; administram e custodiam as car-
230 depósitos de cadernetas de poupança, depósitos teiras de títulos e valores mobiliários; instituem,
organizam e administram fundos e clubes de inves- Por outro lado, a Política de Crédito de um banco é
timento; operam no mercado acionário, comprando, um assunto de extrema importância para o concessor
vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliá- de crédito, pois fornece instrumentos que auxiliam
rios, inclusive ouro financeiro, por conta de tercei- na hora da decisão de emprestar ou não, funcionando
ros; fazem a intermediação com as bolsas de valores como orientadores da concessão.
e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de
E como a literatura técnica define crédito?
ações; operam no mercado aberto e intermedeiam
operações de câmbio. São supervisionadas pelo Ban-
co Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986). Crédito é todo ato de vontade ou disposição de
alguém de destacar ou ceder, temporariamen-
z Fiscalizadas pelo BACEN e CVM; te, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a
z São intermediadores. (investidor – Bolsa); expectativa de que esta parcela volte a sua posse
z Intermediam operações de câmbio até o limite de integralmente, após decorrido o tempo estipula-
100 mil dólares por operação, nas operações de do. (Wolfgang Kurt Schrickel)
compra e venda de moeda à vista (cambio pronto);.
z São, juntamente com os Bancos de Investimento, Em outras palavras: “crédito é a expectativa gera-
os underwriters. da através da disponibilidade de uma quantia em
dinheiro para uma pessoa, dentro de um espaço de
Importante! tempo limitado”.
Para uma instituição financeira, a palavra crédito
O acordo BACEN CVM nº17 autorizou a DTVM a é sinônima de confiança. A atividade bancária funda-
operar no ambiente da Bolsa de Valores, acaban- menta-se nesse princípio, que envolve a instituição
do, assim, com uma grande diferença existente propriamente dita, seu universo de clientes, empre-
entre as CTVM e DTVM. gados e o público em geral. Afinal, confiança é um
sentimento, uma convicção que se constrói ao longo
do tempo, através de acontecimentos e experiências
Bolsas de Valores e Bolsas de Mercadorias e de
reais, da lisura, probidade, pontualidade, honestidade
Futuros
de propósitos, cumprimento de regulamentos e com-
As bolsas de valores são um mercado organi- promissos assumidos.
zado que pode ser constituído sob a forma de Socie- O banco, no exercício da sua função principal, que
dade Civil sem fins lucrativos, ou S/A Com fins é a de intermediar recursos de terceiros, promover a
lucrativos, estas bolsas têm por finalidade oferecer captação de riquezas e poupanças, apoia-se nos prin-
um ambiente seguro para que os investidores rea- cípios da segurança e confiança para consolidação de
lizem suas operações de compra e venda de capitais, um relacionamento construtivo.
gerando fluxo financeiro no mercado futuro. São 3 os elementos fundamentais do crédito,
As bolsas de Mercadorias e de Futuros são ins- sendo eles: Montante; Prazo e Prêmio ou Juros.
tituições que viabilizam a negociação de contratos
futuros, opções de compra, derivativos e o mer-
z Montante (é a “bufunfa” de fato, é o R$ que a ins-
cado a termo. Neste segmento operam investidores
interessados nas variações futuras de preços dos tituição vai liberar para você)
produtos e ativos.
Atualmente no Brasil, estas duas bolsas se uni- É o capital ou dinheiro do crédito. É o valor que
ram formando a BM&F Bovespa, que é uma fusão das irá receber emprestado para a satisfação das suas
atividades das duas bolsas anteriores, ou seja, hoje necessidades que, posteriormente, terá que devolver
a BM&F Bovespa, opera tanto no mercado à vista de à Entidade Financiadora, o banco.
ações ou no mercado de balcão, como no mercado a No entanto, são as necessidades ou finalidades
termo ou de futuros. que determinam o montante do crédito, pois, não
Em 2016 a BM&F Bovespa comprou todos os direi-
é aceitável, solicitar um crédito de montante elevado
tos e carteiras da maior administradora de mercado
de balcão do Brasil, a CETIP S/A, que estudaremos para comprar um carro.
mais à frente, desta forma a atual BM&F Bovespa é É igualmente aceitável que o risco que a Entidade
uma S/A com fins lucrativos, e recebe o nome de B3 Financeira está disposta a correr pela concessão de
(Bolsa, Brasil, Balcão), visando o lucro através da determinado montante seja condicionado a um cola-
prestação de serviços gerando um ambiente salutar teral ou garantia que lhe proporcionará a segurança
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

para as negociações do mercado de capitais, que pode ou conforto para disponibilização desse montante.
ser um ambiente físico onde ocorrem as negociações, Assim sendo, o montante, de grosso modo, está con-
ou um ambiente Eletrônico onde ocorrem os Pregões. dicionado pela finalidade, risco e garantias associadas.

z Prazo (é o tempo para devolver o dinheiro ao


MERCADO DE CRÉDITO – OPERAÇÕES banco acrescido dos juros da operação)
ATIVAS E GARANTIAS
Período no qual o montante terá que ser resti-
Crédito é um conceito presente no dia a dia das tuído à Entidade Financeira, este varia de acordo
pessoas e empresas, mais do que possamos imaginar com as preferências e necessidades subjacentes ao
a princípio. Todos nós estamos continuamente às vol- pedido de crédito. A título de exemplo, não é conside-
tas com o dilema de uma equação simples: a constante rado correto, proporcionar um crédito para comprar
combinação de nossos recursos finitos com o conjun- carro com um prazo demasiado alargado, pois se con-
to de nossas imaginações e necessidades infinitas, sidera que o prazo de 4 a 6 anos é um período aceitá-
gerando desta forma a procura por Crédito. vel para este tipo de crédito. 231
De igual modo, a garantia do crédito surge nova- PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO
mente como variável determinante na definição
do prazo do empréstimo, pois, oferece-se como cola- Para nossa prova consideramos mercado de crédito
teral o penhor de um depósito a prazo, então pode- tudo relacionado a crédito, entretanto vamos salientar
rá negociar o prazo do seu crédito permitindo maior os tipos que nossa banca mais gosta de cobrar. Lem-
flexibilidade. brando que quando uma instituição financeira está
Assim sendo, o prazo apresenta-se flexível e rela- liberando recursos, ela se encontra na posição Ativa,
ciona-se com a finalidade do crédito e a garantia ou seja, está liberando dinheiro para um deficitário e
associada. este deficitário deverá devolver o recurso ao banco,
acrescentando uma taxa de juros pactuada entre as
z Prêmio ou Juros (é o famoso pagamento que partes. As principais operações ativas são:
você dá à instituição para ela te emprestar o
dinheiro) z O CDC – Crédito Direto ao Consumidor

Surge como compensação pela antecipação do Esta modalidade de crédito é a mais comum, pois é
montante necessário para a satisfação das necessida- direcionada para diversas áreas, como: Automático,
des de consumo ou bem-estar. Do ponto de vista das Turismo, Salário/ Consignação (30% da renda, debi-
Entidades Financiadoras ou Bancos é considerado o tado do contracheque) e o CDC para bens de consu-
lucro, ou a variável que carrega a parte dos lucros. mo duráveis: carros, motos etc.
Regra geral, a taxa de juro pode ser fixa ou variá- Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até
vel sendo que a primeira permite maiores níveis de mesmo sem garantias. Obs.: Existe ainda o CDC-I (Cré-
segurança para o consumidor, pois permite saber dito Direto ao Consumidor com Interveniência) que é
antecipadamente o valor de todos os reembolsos. Já a realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do
segunda reflete a evolução do mercado, sendo que, o cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito
consumidor terá ganhos, se a variação for para menos ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da
e terá gastos adicionais se a variação for para mais. operação junto ao banco, para que este libere o recur-
De igual modo, a finalidade e garantia associada so parcelado ao cliente.
ao pedido de crédito define o prêmio ou juros que
terá de suportar, pois, considera-se que o crédito ao z Hot Money
consumo ou crédito de consumo, como os cartões de
crédito ou crédito pessoal, possuem maiores taxas de Inicialmente uma aplicação financeira de curto
juro que os créditos hipotecários para compra de casa, prazo, com alta rentabilidade. Trazido para o Brasil,
denominados créditos habitacionais. ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada
Assim sendo, o prêmio ou os juros surgem como a Pessoas Jurídicas.
as variáveis determinantes do valor do dinheiro no Prazo de 1 até 29 dias, mas normalmente se con-
tempo, pois permite atualizar e compensar as Enti- trata por até 10 dias.
dades financiadoras do custo em conceder o crédito Para sanar problemas momentâneos de fluxo de
em detrimento de outras opções de investimento. caixa.
O prêmio ou juros está igualmente condicionado Adaptável às mudanças bruscas nas taxas de
à finalidade e garantia da operação, pois este será tão juros por ter como principal característica o curto
elevado quanto menor a importância da necessidade, prazo.
menor o valor da garantia ou maior nível de risco da
operação. z Vendor Finance
É da conjugação destes três elementos que surge a
prestação do crédito, pois esta é a junção do capital, É uma operação de financiamento de vendas
prazo e os juros. baseadas no princípio da cessão de crédito, que per-
A prestação terá maior ou menor valor a depender mite a uma empresa vender seu produto a prazo e
da taxa de juros e o tempo do empréstimo, mantendo- receber o pagamento à vista.
-se o capital constante. A operação de Vendor supõe que a empresa com-
Em outras palavras, o reembolso do montante pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois
financiado pode ser efetuado mediante o pagamento será esta que irá assumir o risco do negócio junto ao
de prestações que serão determinadas em função do banco.
tempo e do prazo. A empresa vendedora transfere seu crédito ao
Fonte: http://www.artigonal.com/credito-artigos/3-elementos- banco e este, em troca de uma taxa de intermediação,
fundamentais-do-credito-3840068.html paga o vendedor à vista e financia o comprador.
A principal vantagem para a empresa vendedora é
Tendo por base a confiança, a concessão de crédito a de que, como a venda não é financiada diretamente
também é baseada em dois elementos fundamentais: por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos,
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de
z A vontade do devedor de liquidar suas obrigações fabricação, torna-se menor.
dentro das normas contratuais estabelecidas; É uma modalidade de financiamento de vendas
z A habilidade do devedor de assim fazê-lo, ou seja, para empresas na qual quem contrata o crédito é
de pagar. o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o
comprador. Assim, as empresas vendedoras deixam
A vontade de pagar pode ser colocada sob o título de financiar os clientes, elas próprias, e dessa forma
Caráter, enquanto que a habilidade para pagar pode param de recorrer aos empréstimos de capital de giro
ser nominada tanto como Capacidade, quanto como nos bancos ou aos seus recursos próprios para não se
232 Capital e Condições. descapitalizarem e/ou pressionarem seu caixa.
Como em todas as operações de crédito, ocorre a “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam,
incidência do IOF, sobre o valor do financiamento, de um lado, um banco ou sociedade de arrenda-
que é calculado proporcionalmente ao período do mento mercantil, o arrendador, e, de outro, o clien-
financiamento. te, o arrendatário.
A operação é formalizada com a assinatura de um
convênio, com direito de regresso entre o banco e a O objeto do contrato é a aquisição, por parte do
empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato arrendador, de bem escolhido pelo arrendatário
de Abertura de Crédito entre as três partes (empresa para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
vendedora, banco e empresa compradora). proprietário do bem, sendo que a posse e o usufruto,
durante a vigência do contrato, são do arrendatário.
z Compror Finance Residindo aí a principal vantagem do leasing, pois o
arrendatário, ou seja o cliente que irá usar o bem, o
Existe uma operação inversa ao Vendor, denomi- utilizará sem necessariamente ter sua propriedade, o
nada Compror, que ocorre quando pequenas indús- que em um financiamento comum não será possível,
trias vendem para grandes lojas comerciais. Neste pois o cliente estaria comprando o bem e não apenas
caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador alugando. Desta forma, o Leasing é um serviço e, por
do contrato, o próprio comprador é que funciona isso, não incide sobre suas operações o IOF, mas sim o
Imposto Sobre Serviço, o ISS.
como tal.
O contrato de arrendamento mercantil pode pre-
Trata-se, na verdade, de um instrumento que dila-
ver ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do
ta o prazo de pagamento de compra sem envolver o
bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve
vendedor (fornecedor).
ser indicada no momento da contratação.
O título a pagar funciona como “lastro” para o
Caso o cliente deseje/almeje ficar com o bem no final,
banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data
deverá pagar ao Arrendador o Valor Residual Garantido
futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF, sem
(VRG) que nada mais é do que um valor de mercado do
incidência imediata da CPMF no empréstimo. Como o
bem. Este VRG pode ser diluído nas parcelas do aluguel
Vendor, este produto também exige um contrato mãe
durante todo o contrato se assim for pactuado.
definido as condições básicas da operação que será Duas das principais vantagens do Leasing são:
efetivada quando do envio ao banco dos contratos-fi-
lhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que z A não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna
serão financiados. a operação mais barata;
z A possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de
z Adiantamentos ou Descontos deduzir do Imposto de Renda como despesa ope-
racional as parcelas do Leasing.
Consistem basicamente em adiantar ao cliente
ou credor, um valor referente a um crédito que este Como nos Empréstimos Normais é Possível Quitar o
receberá somente em uma data futura. Logo, aquele Leasing Antes do Prazo Definido no Contrato?
crédito já contará no caixa do cliente ou da empresa.
Sim. Caso a quitação seja realizada após os prazos
O banco, por não ser mãe do cliente, cobra uma taxa
mínimos previstos na legislação e na regulamenta-
de juros, que dimunui do valor de face do título, ou
ção (art. 8º do Regulamento anexo à Resolução CMN
valor nominal.
2.309, de 1996), o contrato não perde as caracterís-
Exemplo: Um cliente possui um título, que tem
ticas de arrendamento mercantil. Entretanto, caso
valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00. De posse
realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o
desse título o cliente vai até o banco e solicita ao ban-
contrato perde sua caracterização legal de arrenda-
co que adiante a ele o valor referente àquele título. O mento mercantil e a operação passa a ser classifica-
banco cobra uma taxa de juros que diminui do valor da como de compra e venda a prazo (art. 10 do citado
de face do título um determinado valor, exemplo: o Regulamento).
banco irá cobrar R$200,00 pela antecipação. Logo, o Nesse caso, as partes devem arcar com as conse-
banco faz o crédito na conta do cliente no valor de quências legais e contratuais que essa descaracteriza-
R$800,00. O banco fica com a custódia do papel, e ção pode acarretar.
quando o devedor pagar o título, o banco ficará com
o valor de R$1.000,00. Lucrando, assim, R$200,00 na
operação.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Bem objeto do
Esses títulos podem ser boleto, cartões de cré- leasing
dito, cheques pré-datados, duplicatas e notas
promissórias.
Quando falamos de desconto de duplicatas, che-
ques ou notas promissórias, temos alguns detalhes:
Caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o
Arrendatário
banco tem direito de regresso contra o credor, ou Arrendador (Banco)
(Cliente)
cedente. Ou seja, se o devedor não pagar o banco vai Proprietário
Usuário
atrás do cliente (credor), para que este efetue o paga-
mento ao banco.

z Leasing ou Arrendamento Mercantil – Principal Deve vender o


produto das Sociedades de Arrendamento Mercan- bem após o fim do
Pode optar por ficar
til (S.A.M), o leasing é um contrato denominado na contrato caso o
com o bem no final
legislação brasileira como “arrendamento mer- cliente não o adquira
no final
cantil”. As partes desse contrato são denominadas 233
QUADRO RESUMO
Leasing financeiro Leasing operacional
2 anos para bens com vida útil < 5 anos
Prazo mínimo de duração do leasing 90 dias
3 anos para bens com vida útil > 5 anos
Valor residual garantido - VRG Permitido Não permitido
Pactuada no início do contrato, normalmente
Opção de compra Conforme valor de mercado
igual ao VRG
Por conta do arrendatário ou da
Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora
Total dos pagamentos, incluindo o VRG, deve- O somatório de todos os paga-
rá garantir à arrendadora o retorno financeiro mentos devidos no contrato não
Pagamentos
da aplicação, incluindo juros sobre o recurso poderá exceder 90% do valor do
empregado para a aquisição do bem bem arrendado
Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)

OBS. 1: Os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os estran-
geiros é necessário que estes estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
OBS. 2: Sale and Leaseback (Apenas para bens Imóveis): tipo de Leasing em que o dono de um imóvel o
vende para uma Sociedade de Arrendamento, e no mesmo contrato a Sociedade de Arrendamento arrenda o bem
para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro e só para Pessoas Jurídicas.
OBS. 3: Os bens objetos de arrendamento mercantil – Leasing, não podem ser arrendados ao próprio fabricante do
bem, ou seja, por exemplo: A Embraer que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si.

Consórcio

Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas
previamente determinados, promovida por administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus
integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento.
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica prestadora de serviços com objeto social principal voltado
à administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima.
A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante assinatura de contrato de participação.
Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres das partes, tais como a descrição do bem a que o
contrato está referenciado e seu respectivo preço (que será adotado como referência para o valor do crédito e
para o cálculo das parcelas mensais do consorciado). No contrato deve haver, ainda, as condições para concorrer
à contemplação por sorteio, bem como as regras da contemplação por lance.
O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse individual do consorciado. Os grupos de consór-
cio caracterizam-se como sociedade não personificada com patrimônio próprio, o qual não deve ser confundido
com o patrimônio dos demais grupos nem com o da administradora. ​
Contemplação no consórcio:

z A contemplação é atribuição de crédito ao consorciado para a aquisição de bem ou serviço;


z As contemplações podem ocorrer por meio de sorteios ou lances;
z A contemplação por lance somente pode ocorrer depois de efetuadas as contemplações por sorteio ou se estas
não forem realizadas por insuficiência de recursos do grupo de consórcio;
z Uma vez contemplado, o consorciado terá a faculdade de escolher o fornecedor e o bem desde que respeitada
a categoria em que o contrato estiver referenciado;
z O fato de a administradora eventualmente ser vinculada a alguma concessionária, revendedora ou montadora
de bens não pode restringir a liberdade de escolha do consorciado.

O Banco Central (BC) é responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das atividades do
sistema de consórcios, com foco na eficiência e solidez das administradoras e cumprimento da regulamentação
específica.
As questões inerentes às relações de consumo entre clientes e usuários das instituições financeiras e das admi-
nistradoras de consórcio estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor, cabendo aos órgãos integrantes do
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) fazer a mediação dessas questões.
As administradoras de consórcio devem remeter periodicamente ao BC informações contábeis e não-contábeis
sobre as operações de consórcio.
Fonte: bcb.gov.br

CRÉDITOS ROTATIVOS

Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o valor liberado pelo
234 banco sempre que liquidar a operação anterior.
Conta Garantida

Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco ao cliente em uma conta de não livre movimentação,
onde o mesmo só pode movimentá-la por cheque ou transferência.
Resumindo, é um saldo em uma conta que, caso o cliente não tenha fundos na sua conta corrente de livre
movimentação, esta conta cobre a emissão de cheques e outros compromissos, desde que haja aviso prévio do
pedido de movimentação, além da provável exigência de garantias para a liberação do recurso solicitado.

Cheque Especial

Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir emissão de cheques de clientes PF ou PJ que não tenham
saldo disponível em sua conta. Estes valores ficam disponíveis para o cliente movimentá-los com seus cheques,
cartões, TED e DOC. Os juros são mensais e não há necessidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando
o cliente pagar os juros e IOF do período utilizado.
Para conta de depósitos à vista titulada por pessoas naturais, ou seja, pessoas físicas e por microempreen-
dedores individuais (MEI), as taxas de juros remuneratórios cobradas sobre o valor utilizado do cheque especial
estão limitadas a, no máximo, 8% (oito por cento) ao mês.
É vedado à instituição financeira impor limite superior a R$500,00 (quinhentos reais), se o cliente optar pela
contratação de limite mais baixo, ou seja, se o cliente disser que quer o menor limite possível, o banco não pode
exigir que sejam 500 reais, pode ser menor.
A alteração de limites, quando não realizada por iniciativa do cliente, deve ser feita da seguinte forma:

z No caso de redução, ser precedida de comunicação ao cliente, com no mínimo trinta dias de antecedência;
z No caso de majoração, ser condicionada à prévia autorização do cliente, obtida a cada oferta de aumento de
limite.

Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde que verificada dete-
rioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios definidos na política de gerenciamento do
risco de crédito.

Cartão de Crédito

Consistem, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, onde o cliente compra com o cartão e pode pagar
de uma só vez ou parcelado.
Conforme for pagando as faturas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode ser reutilizado.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regula-
mentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos arts.
4º e 10 da Lei 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação
de instituição financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que instituições não financei-
ras que operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos clientes. Estas instituições se submetem
a regulamentação do CMN e do Bacen.
Hoje no Brasil prevalece a Circular 3.885/2018 que exige solicitação de autorização para funcionamento de
instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de crédito, apenas se ultrapassarem o
parâmetro de 500 milhões de reais em transações comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Desta forma, não há uma regra que o Bacen autoriza funcionamento de administradoras de cartão, ficando
obrigatório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.

TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Gerencia conta de pagamento do tipo pré- Exemplo: emissores dos cartões de vale-
Emissor de moeda eletrônica -paga, na qual os recursos devem ser de- -refeição e cartões pré-pagos em moeda
positados previamente. nacional.
Gerencia conta de pagamento do tipo
Exemplo: instituições não financeiras emis-
Emissor de instrumento de pa- pós-paga, na qual os recursos são de-
soras de cartão de crédito (o cartão de cré-
gamento pós-pago positados para pagamento de débitos já
dito é o instrumento de pagamento).
assumidos.
Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam con-
Credenciador habilita estabelecimentos comerciais para trato com o estabelecimento comercial
a aceitação de instrumento de pagamento. para aceitação de cartão de pagamento.
Não gerencia conta de pagamento, mas Exemplo: instituições que assinam con-
Credenciador habilita estabelecimentos comerciais para trato com o estabelecimento comercial
a aceitação de instrumento de pagamento. para aceitação de cartão de pagamento.
Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br) 235
Tipos de Cartão de Crédito Todas essas tarifas devem estar previstas em con-
trato e são cobradas exclusivamente pela administra-
Existem duas categorias de cartão de crédito: dora do cartão.
básico e diferenciado. O cartão básico é aquele uti-
lizado somente para pagamentos de bens e servi-
ços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão Importante!
diferenciado é aquele cartão que, além de permitir
a utilização na sua função clássica de pagamentos de Atualmente não existe valor mínimo para paga-
bens e serviços, está associado a programas de bene- mento de fatura de cartão de crédito, ficando as
fício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios instituições financeiras livres para decidir qual
adicionais, como programas de milhagem, seguro de o valor mínimo para o pagamento das faturas
viagem, desconto na compra de bens e serviços, aten- pelos clientes.
dimento personalizado no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento
obrigatório pelas instituições emissoras de cartão Vale destacar que caso o cliente não pague a fatu-
de crédito, quando possuem o produto cartão de cré- ra por completo, o saldo devedor será financiado pelo
dito em seu portifólio. Esse cartão básico pode ser Banco e não pela administradora do cartão, e cabe
nacional ou internacional, mas o valor da anuidade ao Banco oferecer ao cliente opções de parcelamen-
do cartão básico deve ser menor do que o valor da to alternativas mais baratas que os juros cobrados no
anuidade do cartão diferenciado, por este motivo o rotativo do cartão. Da mesma forma, caso o cliente
cartão básico não tem direito a participar de pro- queira parcelar uma fatura, pois está incapaz de efe-
gramas de recompensas oferecidos pela instituição tuar o pagamento total, quem parcelará será o Ban-
emissora. co e não a administradora do cartão, pois estas estão
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões proibidas pelo Bacen a realizarem tal operação.
de loja que só podem ser usados na rede da loja espe-
cifica, por exemplo: Renner e Riachuelo. E os Co-Bran- Na verdade, os financiamentos são feitos por ban-
ded Cards, que são cartões de crédito que fazem cos, pois administradoras de cartão de crédito são
parcerias com outras empresas de grande nome no proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos,
mercado, exemplo: Itaú TAM fidelidade. o detentor do cartão de crédito aparecerá no SCR
Além dessas classificações, o Banco Central, atra- como cliente do banco, que é o real financiador da
vés da resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra operação intermediada pela administradora de
cartão de crédito.
classificação quanto ao pagamento dos valores das
faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito – BACEN
com rotativo não regular.
O rotativo regular: Pagamento apenas do míni- Com base nisto que aprendemos, é bom saber que
mo e não parcela o restante, situação em que adere para que o cartão funcione, é preciso uma estrutura
ao crédito rotativo regular, em que se sujeita o titu- completa de instituições financeiras, credenciadores,
lar do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos bandeiras e estabelecimentos. Mas quem é quem?
financeiros previstos em contrato, sendo vedada a Instituições Financeiras ou Emissor: É o banco
cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de ou uma instituição não bancária que fornece o car-
permanência). tão de crédito e/ou débito para o cliente (titular do
O rotativo não regular: Pagamento de valor infe- cartão). É quem se relaciona com o titular do cartão,
rior ao mínimo, sem parcelamento: cliente fica ina- estabelecendo os limites de crédito, enviando o cartão
dimplente, podendo ser aplicados os procedimentos para utilização, emitindo as faturas e aprovando as
previstos no contrato para situações de inadimple- compras realizadas nas lojas.
mento: juros do crédito rotativo (por dia de atraso Credenciador: Responsável pela filiação dos esta-
sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não belecimentos comerciais para uso de cartões nas ope-
liquidado); multa de 2% sobre o principal; e juros de rações de venda. É responsável pelo fornecimento e
mora de 1% ao mês. Atenção! O prazo máximo de uti- manutenção dos equipamentos de captura, a trans-
lização de crédito rotativo é de 30 dias, até o venci- missão dos dados das transações eletrônicas e os cré-
mento da fatura subsequente. ditos em conta corrente do estabelecimento comercial.
Estabelecimento Credenciado: Empresa de qual-
Tarifas Cobradas quer porte, incluindo o empreendedor individual ou
profissional autônomo que aceita o sistema de cartões
Os bancos só podem cobrar 5 tarifas, considera- com suas respectivas bandeiras nas vendas de bens
das prioritárias, referentes à prestação de serviços de ou serviços.
cartão de crédito: anuidade, emissão de segunda via Bandeira: É quem licencia a marca para o emissor
do cartão, tarifa para uso na função saque (nacional e para o credenciador e coordena o sistema de apro-
ou internacional), para uso do cartão no pagamento vação, compensação e liquidação dos créditos. A Visa,
de contas e no pedido de avaliação emergencial do Mastercard, Diners Club e American Express são exem-
limite de crédito. plos de bandeiras internacionais e a Hipercard, Elo,
Podem ser cobradas ainda tarifas pela contrata- Sorocred, Sicred são bandeiras nacionais ou regionais
ção de serviços de envio de mensagem automática
relativa à movimentação ou lançamento na conta Cartão BNDES
de pagamento vinculado ao cartão de crédito, pelo
fornecimento de plástico de cartão de crédito em O Cartão BNDES é um produto que, baseado no
formato personalizado, e ainda pelo fornecimen- conceito de cartão de crédito, visa financiar os inves-
to emergencial de segunda via de cartão de crédi- timentos dos Micro Empreendedores Individuais
to. Esses serviços são considerados “diferenciados” (MEI), Micro Empresas e das micro, pequenas e
236 pela regulamentação. médias empresas de controle nacional.
Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com fatu- Tarifa de Abertura de Crédito (TAC): Os bancos estão
ramento bruto anual de até R$ 300 milhões), (caso autorizados a cobrar a TAC desde que esta não exceda
a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o fatu- 2% do limite de crédito concedido. OF (Imposto sob
ramento bruto total de todas as participantes deve ser Operação Financeira) no cartão BNDES agora pode ser
somado e não pode exceder o limite de 300 milhões), cobrado, devido ao Decreto Nº 8.511 de agosto de 2015.
sediadas no País, de controle nacional, que exer-
çam atividade econômica compatíveis com as Políti- Crédito Rural
cas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam
em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais. É uma linha de crédito barata, com taxas determi-
O cartão BNDES Agro é também um produto nadas por legislação que buscam ajudar aos produ-
baseado no conceito de cartão de crédito, entretanto é tores rurais e suas cooperativas em suas atividades.
voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar Beneficiários:
investimentos em produtos rurais em seus negócios.
O portador do Cartão BNDES poderá comprar
z Produtor rural (pessoa física ou jurídica);
exclusivamente os itens expostos no Portal de Ope-
z Cooperativa de produtores rurais;
rações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo
por fornecedores previamente credenciados.
As 11 Instituições financeiras emissoras atuais do produtor rural, dedique-se a uma das seguintes
Cartão BNDES são: atividades:

„ Pesquisa ou produção de mudas ou sementes


Banco do fiscalizadas ou certificadas;
Brasil Banco
do
„ Pesquisa ou produção de sêmen para insemina-
Sicredi
Nordeste ção artificial e embriões;
„ Prestação de serviços mecanizados de nature-
za agropecuária, em imóveis rurais, inclusive
Sicoob Santander
para proteção do solo;
„ Prestação de serviços de inseminação artificial,
em imóveis rurais;
„ Medição de lavouras;
Emissores „ Atividades florestais.
Itaú Banestes
Cuidado! Sindicatos rurais estão fora, ou seja, não
podem ser beneficiários do crédito rural.
Pode ser concedido, com finalidades especiais,
crédito rural a pessoa física ou jurídica que se dedi-
Caixa Banrisul que à exploração da pesca e da aquicultura, com
fins comerciais, incluindo-se os armadores de pes-
ca. (Resolução BACEN 4.106/2012)
BRDE Bradesco O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da
Instituição Financeira.

Bandeiras de cartão de crédito: Cabal, Elo, Mas- Da origem dos Recursos


terCard e Visa.
Controlados/Obrigatórios: são controlados por
Lei, ou seja, exige-se que sejam repassados ao cré-
dito rural.
Caso os bancos descumpram esta exigência,
pagam multa e o valor desta multa será revertida
em recursos ao credito rural.
As condições financeiras em vigor são: Limite
de crédito de até R$ 2 milhões por cartão, por banco
z Os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibili-
emissor.
dade de depósito à vista);
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z Os das Operações Oficiais de Crédito sob supervi-


z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses.  são do Ministério da Economia;
z Taxa de juros pré-fixada (informada na página ini- z Os de qualquer fonte destinados ao crédito
cial do Portal). rural na forma da regulação aplicável, quando
sujeitos à subvenção da União, sob a forma de
Obs. 1: O limite de crédito de cada cliente será atri- equalização de encargos financeiros, inclusive os
buído pelo banco emissor do cartão, após a respecti- recursos administrados pelo Banco Nacional de
va análise de crédito. Uma empresa pode obter um Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
Cartão BNDES de cada bandeira por banco emissor, z Os oriundos da poupança rural, quando aplicados
podendo somar seus limites numa única transação.  segundo as condições definidas para os recursos
Obs. 2: O cliente pode obter um Cartão BNDES em obrigatórios;
quantos bancos emissores ele desejar. Caso um ban- z Os dos fundos constitucionais de financiamento
co emissor trabalhe com mais de uma bandeira de regional;
cartão de crédito, o cliente poderá ter, nesse ban- z Os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Fun-
co, um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que café).
a soma dos limites não ultrapasse R$2 milhões. z Letra de Crédito do Agro Negócio/LCA. (Novo!) 237
Não controlados: todos os demais. O banco capta Para a comercialização o valor máximo será libera-
se quiser e empresta como quiser. do de acordo com a garantia ofertada que poderá ser de
até 4,5 milhões se as garantias forem de Nota Promis-
Quais são as modalidades da operação? Resolução sória Rural ou uma Duplicata Rural, podendo chegar
a 25 milhões para Financiamento Especial de Estoca-
CMN 4.899/21
gem (FEE) de sementes, com recursos controlados.
Para o crédito de industrialização limite do cré-
Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos dito para as operações de industrialização, ao ampa-
ciclos produtivos como aquisição de bens e insumos, ro dos recursos controlados, é de R$1.500.000,00 (um
suplemento do capital de trabalho, além de atender às milhão e quinhentos mil reais) por tomador, em cada
pessoas dedicadas à extração de produtos vegetais. (é ano agrícola e em todo o SNCR, onde, no mínimo, 50%
comprar insumos para plantar grãos, vegetais, etc.). (cinquenta por cento) da produção a ser beneficiada
ou processada deve ser de produção própria do pro-
Investimentos: destina-se às aplicações em bens
dutor rural, da cooperativa de produção ou de asso-
ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários ciados; podendo chegar a 400 milhões, com recursos
períodos de produção. (Modernização) dos fundos constitucionais, se tomado por cooperati-
Comercialização: destina-se a assegurar ao pro- vas de produção agropecuárias
dutor ou cooperativas os recursos necessários à
colocação de seus produtos no mercado, podendo O que é Nota Promissória Rural?
compreender a pré-comercialização, os descontos
de Nota Promissória Rural, Duplicatas Rurais e o Título de crédito, utilizado nas vendas a prazo
Empréstimo do Governo Federal (EGF). de bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril,
Crédito de industrialização: destina-se a pro- quando efetuadas diretamente por produtores rurais
dutor rural para industrialização de produtos agro- ou por suas cooperativas; nos recebimentos, pelas
pecuários em sua propriedade rural, desde que, no cooperativas, de produtos da mesma natureza entre-
gues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de
mínimo, 50% (cinquenta por cento) da produção a ser
produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas
beneficiada ou processada seja de produção própria;
aos seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa
e a cooperativas, na forma definida no Manual do Cré- física.
dito Rural, desde que, no mínimo, 50% (cinquenta por
cento) da produção a ser beneficiada ou processada O que é Duplicata Rural?
seja de produção própria ou de associados.
Nas vendas a prazo de quaisquer bens de nature-
Taxa de Juros za agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas
diretamente por produtores rurais ou por suas coo-
A taxa de juros máxima admitida no crédito rural perativas, poderá ser utilizada também, como título
é de 6% a.a. (seis por cento), podendo ser reduzidas a do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural
critério da instituição financeira e escalonada confor- pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a
me origem dos recursos dos Fundos Constitucionais remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de
(FNE, FNO e FCO). assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.

Quais são os limites de financiamento? Como pode ser liberado o crédito rural?

De uma só vez ou em parcelas, por caixa ou em


O limite de crédito de custeio rural, por benefi-
conta de depósitos, de acordo com as necessidades do
ciário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional
empreendimento, devendo sua utilização obedecer a
de Crédito Rural (SNCR), é de R$3.000.000,00 (três
cronograma de aquisições e serviços.
milhões de reais), devendo ser considerados, na apu- Para liberação do crédito rural a instituição finan-
ração desse limite, os créditos de custeio tomados com ceira pode exigir um projeto, podendo este ser dis-
recursos controlados, exceto aqueles tomados no pensado caso haja garantias de Notas Promissórias
âmbito dos fundos constitucionais de financiamento Rurais ou Duplicatas Rurais.
regional ou aqueles cuja origem do recurso sejam as Os objetivos do crédito rural são:
Letras de Crédito do Agronegócio.
Nas operações de investimento, o limite de crédi- z Estimular os investimentos rurais efetuados pelos
to dependerá do objeto a ser adquirido e da disponibi- produtores ou por suas cooperativas;
lidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar z Favorecer o oportuno e adequado custeio da
recursos controlados/obrigatórios para operações de produção e a comercialização de produtos
investimentos, exceto se disposto em norma específi- agropecuários;
z Fortalecer o setor rural;
ca, que são as linhas que utilizam recursos da Poupan-
z Incentivar a introdução de métodos racionais
ça Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além disso
no sistema de produção, visando ao aumento de
devem ser observados os seguintes prazos: produtividade, à melhoria do padrão de vida das
populações rurais e à adequada utilização dos
z Investimento fixo: 12 (doze) anos; recursos naturais;
z Investimento semifixo: 6 (seis) anos, exceto z Propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e
quando se tratar de aquisição de animais para regularização de terras pelos pequenos produ-
reprodução ou cria, cujo prazo será de até 5 (cin- tores, posseiros e arrendatários e trabalhadores
238 co) anos, incluído até 12 (doze) meses de carência. rurais;
z Desenvolver atividades florestais e pesqueiras; z Crédito de investimento para construções, refor-
z Estimular a geração de renda e o melhor uso da mas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão
mão-de-obra na agricultura familiar. do cronograma de execução, previsto no projeto;
z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após
As garantias da operação: cada utilização, para comprovar a realização das
obras, serviços ou aquisições.
z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou
cedular; Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos
z Alienação fiduciária; recursos orçamentários, o desenvolvimento das ati-
z Hipoteca comum ou cedular; vidades financiadas e a situação das garantias, se
z Aval ou fiança; houver.
z Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garan-
tia da Atividade Agropecuária (Proagro); (Isento de FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E
IOF) IMPORTAÇÃO – BNDES
z Proteção de preço futuro da commodity agrope-
cuária, inclusive por meio de penhor de direitos, Financiamentos à importação - são linhas de
contratual ou cedular; crédito captadas no exterior para financiamento aos
z Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir. importadores por um prazo negociado com o banco.
Podem ser obtidas pelo importador com o banqueiro
A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural? no exterior ou com o banco brasileiro.
Financiamentos à exportação - são linhas de cré-
z Remuneração financeira (taxa de juros); dito que podem ser com recursos do BNDES (Banco
z Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e dos bancos nacionais e do Tesouro Nacional, já que é
Valores Mobiliários (IOF); de interesse do país que ocorra a exportação para que
z Custo de prestação de serviços; ocorra a entrada de divisas no país.
z As previstas no Programa de Garantia da Ativida- Entre as linhas de financiamento, podemos citar:
de Agropecuária (Proagro);
1. ACC – Adiantamento sobre Contrato de Câmbio - For-
O Proagro é o Programa de Garantia da Atividade ma de antecipação de receita para exportadores que
Agropecuária. É um programa do governo federal que já tenha fechado o contrato de venda e que, portan-
garante o pagamento de financiamentos rurais quan- to, já tenham uma data prevista para o embarque das
do a lavoura sofrer danos provocados por eventos cli- mercadorias e posterior ingresso das divisas.
máticos adversos ou causados por doenças e pragas
sem controle. O contrato de câmbio  será negociado com um
banco local, que adianta ao exportador os reais equi-
z Prêmio de seguro rural, observadas as normas valentes ao valor da exportação. O contrato de câmbio
divulgadas pelo Conselho Nacional de Seguros pode ser encerrado, também, sem liquidação financei-
Privados; ra. É quando o ACC vira um ACE.
z Sanções pecuniárias, as famosas MULTAS por
descumprimento de normas, que acabam virando 2. ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues -
recursos para o crédito rural. Com o embarque das mercadorias e a entrega dos
z Prêmios em contratos de opção de venda, do mes- documentos, o ACC poderá ser contabilmente trans-
mo produto agropecuário objeto do financiamento formado em ACE ou, no caso do exportador não ter
de custeio ou comercialização, em bolsas de merca- feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até 60 dias
dorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos após o embarque.
referentes a essas operações de contratos de opção.
ACE é, portanto, um financiamento após o embar-
Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuá- que das mercadorias com a entrega de documentos
rio, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua conta e depende da necessidade do exportador em esten-
pela instituição financeira ou decorrente de expressas der o prazo de pagamento para seus compradores
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

disposições legais. Cuidaso! A Alíquota do IOF é zero, (importadores).


mas existe um IOF adicional de 0,38% sobre o Cré-
dito Rural. GARANTIAS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO

Quando deve ser realizada a fiscalização do crédito As Garantias de operações de crédito existem como
rural? uma forma de proteção para os bancos e credores em
geral que querem garantir o pagamento, por parte do
Deve ser efetuada nos seguintes momentos: devedor, de compromissos assumidos por este para
com os credores. As garantias possuem dois grandes
z Crédito de custeio agrícola: antes da época previs- grupos: Fidejussórias e as Reais.
ta para colheita; As garantias Fidejussórias são relacionadas a pes-
z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso soas, ou seja, a garantia passa a ser uma pessoa física
da operação; ou jurídica. Já as garantias Reais envolvem bem ou
z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez direitos que são dados em garantia do cumprimento
no curso da operação, em época que seja possível de alguma obrigação, por exemplo: veículos, imóveis,
verificar sua correta aplicação; títulos de crédito e até direitos de crédito. 239
Garantias Fidejussórias A fiança pode ser dada por qualquer pessoa capaz
física ou jurídica. Quando o fiador, pessoa física for
Do prefixo latino “fides”, fé, sinceridade, crença, casado, é obrigatório o consentimento do cônjuge.
confiança, crédito, esse tipo de garantia está baseada Na avaliação dos bens do(s) fiador (es) não se conta
na fidelidade do garantidor em cumprir a obrigação, o bem de família – único imóvel residencial – por for-
caso o devedor não o faça e, de outro lado, na confian- ça da impenhorabilidade prevista na Lei 8.009/90 e no
ça do credor, no retorno de seu crédito, seja por parte Código Civil. Esse bem de família somente pode respon-
do devedor ou por parte do garantidor. der pela dívida se for recebido em garantia hipotecária.
Nessa garantia, a assinatura do garantidor será a Fiança Bancária: Nada mais é do que um contra-
garantia do cumprimento das obrigações assumidas to por meio do qual o banco, que é o fiador, garante
pelo devedor, ou até mesmo os bens pessoais do o cumprimento da obrigação de seus clientes (afian-
garantidor respondem pelo cumprimento da dívida çado) e poderá ser concedido em diversas modalida-
do devedor. Nesta categoria, estão o aval e a fiança. des de operações e em operações ligadas ao comércio
internacional.
A fiança nada mais é do que uma obrigação escri-
z Aval: Ato pelo qual alguém, pela aposição de sua
ta, acessória, assumida pelo banco, e que, por se tratar
assinatura no verso ou anverso de um título de
de uma garantia e não de uma operação de crédito,
crédito, declara-se responsável solidariamente
está isenta do IOF.
com o devedor pelo pagamento da quantia expres-
Os Bancos somente poderão prestar fiança que
sa no título. tenha perfeita caracterização do valor em moeda
nacional e vencimento, ou seja, o prazo de validade
Ou seja, o Aval é uma garantia dada em Títulos de da fiança.
Crédito e é solidária, ou seja, tanto o devedor como Além disso, os bancos não poderão contratar fian-
seu garantidor, o avalista, podem ser executados pelo ças que acumulem valor superior a 5 vezes o montan-
credor na ordem que este preferir. Desta forma, dize- te dos seus capitais realizados e reservas livres, bem
mos que o aval é avacalhado, ou seja, bagunçado e como as fianças não poderão, isoladamente, superar
sem ordem de execução. a metade da soma dos recursos livres e dos capitais
O novo Código Civil exige a autorização do cônju- realizados.
ge, casado sob o regime de comunhão parcial e total É vedado aos bancos:
de bens, para a prestação de aval, sob pena de invali-
dade das respectivas garantias. z A assunção de responsabilidades por aval ou
No aval, o garantidor promete pagar a dívida, caso outorga de aceite;
o devedor não o faça. Vencido o título, o credor pode z A concessão de fiança ou qualquer outra garantia
cobrar indistintamente do devedor ou do avalista. que possa, direta ou indiretamente, ensejar aos
O aval é uma garantia tipicamente cambiária, ou seja, favorecidos a obtenção de empréstimos em geral,
não vale em contrato, somente pode ser passado ou o levantamento de recursos junto ao público;
em títulos de crédito e o avalista se responsabiliza z A concessão de aval ou fiança em moeda estran-
apenas pelo valor expresso no título avalizado. geira ou que envolva risco de variação de taxas
Fiança Pessoal: É um contrato por meio do qual de câmbio, exceto quando se tratar de operações
alguém, chamado fiador, garante o cumprimento da ligadas ao comércio exterior.
obrigação do devedor, caso este não o faça, ou garante
o pagamento de uma indenização ou multa pelo não A prestação de fiança pela Caixa Econômica Fede-
cumprimento de uma obrigação de fazer ou de não ral depende de prévia e expressa autorização deste
fazer do afiançado. A fiança é uma garantia dada em Banco Central, em cada caso. As Sociedades de Crédi-
contratos, ou seja, diferentemente do aval, a fiança to, Financiamento e Investimentos não poderão pres-
exige um contrato para ser formalizada. tar fiança nem aval.
Na fiança, existem três figuras distintas: As informações anteriores não se aplicam aos ban-
cos privados de investimento ou de desenvolvimento,
os quais ficam regulados, no particular, pela Resolu-
z O Fiador: aquele que se obriga a cumprir a obriga-
ção nº 18, de 18 de fevereiro de 1966. As demais Insti-
ção, caso o devedor não o faça;
tuições Financeiras, inclusive Cooperativas de Crédito
z O Afiançado: é o devedor principal da obrigação
e Seção de Crédito das Cooperativas Mistas, não pode-
originária da fiança,
rão outorgar aceite, fiança ou aval.
z O Beneficiário: é o credor, aquele a favor do qual
a obrigação deve ser cumprida. Garantias Reais

A fiança, em relação ao crédito, representa uma Como vimos na garantia pessoal, os bens gerais do
obrigação subsidiária, ou seja, ela só existe até o garantidor asseguram o cumprimento da obrigação.
limite estabelecido e somente pode ser cobrada Já na garantia real (do latim res=coisa), o devedor ou
caso o devedor não pague a dívida afiançada. garantidor destaca um bem específico que garantirá
A fiança é subsidiária, o que permite o direito o ressarcimento do credor, na hipótese de inadim-
de ordem na execução da dívida, ou seja, o fiador, plência do devedor. Diante da hipótese de inadimple-
ou codevedor, só efetivamente será executado após mento do devedor, o credor pode oferecer à venda o
cobrança ao devedor principal. bem onerado, pagando-se com o preço obtido, devol-
Para ser solidária, ou seja, para que o fiador possa vendo ao devedor a diferença entre o valor da dívida
ser compelido a pagar, independentemente de o deve- e o preço alcançado na venda. Caso o preço da venda
dor já ter ou não sido acionado para fazê-lo, deverá não baste para a liquidação da dívida, o devedor
240 conter cláusula específica. continua obrigado ao pagamento da diferença.
O credor com garantia real não necessita habilitar- Hipoteca – Direito real de garantia, constituído
-se em concordata do devedor, visto que o bem garan- sobre imóvel do devedor ou de terceiros, sem tirá-
tidor da operação já está destacado em sua garantia. -lo da posse direta do proprietário, objetivando sujei-
Na hipótese de falência, vendido o objeto garantidor, tá-lo ao pagamento da dívida.
primeiramente o credor é pago e, restando algum Ou seja, diferentemente da alienação fiduciária,
valor, é esse distribuído entre os credores quirogra- aqui o devedor dá o bem em garantia, mas continua
fários. Se o valor da venda não for suficiente para o o dono dele, ou seja, não há transferência de pro-
ressarcimento do credor, esse deverá habilitar-se no priedade do devedor para o credor, mas apenas a
processo de falência pela diferença, na qualidade de sinalização de que aquele imóvel é uma garantia de
credor quirografário. uma operação de crédito e, caso ele seja vendido, o
valor arrecadado será voltado preferencialmente a
Penhor quitação da dívida contraída.
A hipoteca pode ser formalizada em um Instru-
Penhor Mercantil – Contrato acessório e formal, mento à parte ou por cláusula adjeta a contratos de
em que o devedor, ou outra pessoa por ele, entrega empréstimos, mas em qualquer caso é obrigatória a
ao credor um ou vários bens móveis, como garantia averbação na matrícula do imóvel junto ao Cartório
de obrigação. de Registro de Imóveis.
Quando o imóvel for de propriedade de pessoa
física casada, é obrigatório o comparecimento de seu
Importante! cônjuge na hipoteca.
Finalmente, convém salientar que toda garan-
O bem, objeto dessa garantia, obrigatoriamente
tia é acessória de uma obrigação principal e que,
fica na posse do banco ou de quem este indi-
portanto, com a extinção da obrigação principal, a
car como fiel depositário. A Propriedade é do garantia deixa de existir. Por outro lado, a garantia
devedor! se prende somente à obrigação garantida, não poden-
do, por ato unilateral do credor se estender a outra
O contrato lastreado por garantia de penhor mer- obrigação, ainda que as partes sejam as mesmas.
cantil é levado a registro no Cartório de Títulos e
Documentos, para que surta os efeitos legais contra FUNDO GARANTIDOR DO CRÉDITO
terceiros. A origem/propriedade do bem a ser penho-
rado é comprovada através de documentação hábil. Em agosto de 1995, através da Resolução 2.197,
De acordo com o Código Civil, extingue-se o penhor: de 31/08/1995, o Conselho Monetário Nacional - CMN
autoriza a “constituição de entidade privada, sem fins
z Extinguindo-se a obrigação; lucrativos, destinada a administrar mecanismos de
z Perecendo a coisa; proteção a titulares de créditos contra instituições
z Renunciando o credor; financeiras”.
z Confundindo-se na mesma pessoa as qualidades Em novembro de 1995, o Estatuto e Regulamento
de credor e de dono da coisa; da nova entidade são aprovados. Cria-se, portanto,
z Dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a o Fundo Garantidor de Créditos - FGC, associação
venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou civil sem fins lucrativos, com personalidade jurí-
por ele autorizada. dica de direito privado, através da Resolução 2.211,
de 16/11/1995.
Alienação Fiduciária: É a garantia representa- O FGC tem por objetivos prestar garantia de crédi-
da pela transferência da propriedade resolúvel tos contra instituições dele associadas, nas situações
do bem móvel para o credor fiduciante, ficando o de:
devedor fiduciário na posse direta desse bem, na
condição de fiel depositário, até o cumprimento total z Decretar da intervenção ou da liquidação extraju-
das obrigações. dicial de instituição associada;
Essa garantia veio resolver o problema das Socie- z Reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil,
dades Financeiras que, ao financiar a aquisição de do estado de insolvência de instituição associada
bens móveis, utilizava-se de institutos obsoletos para que, nos termos da legislação em vigor, não estiver
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

garantir o pagamento da obrigação. Esta garantia é sujeita aos regimes referidos no item anterior.
típica em financiamento de bens duráveis.
Para o credor, esse tipo de garantia trouxe a novi- Integra também o objeto do FGC, consideradas
dade de, caso o devedor não liquide sua obrigação as finalidades de contribuir para a manutenção da
no vencimento, poderá requerer a ação de busca e estabilidade do Sistema Financeiro Nacional e pre-
apreensão do bem alienado e, após se apossar des- venção de crise sistêmica bancária, a contratação de
se, vendê-lo a terceiros, aplicando o valor de venda operações de assistência ou de suporte financeiro,
no pagamento de seu crédito, ou seja, com a alienação incluindo operações de liquidez com as instituições
fiduciária, o bem pode ser executado sem o tramite associadas, diretamente ou por intermédio de empre-
judicial completo, bastando o devedor ser declara- sas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas
do irremediavelmente insolvente, ou seja, não vai controladores.
pagar de jeito nenhum.
No entanto, convém salientar que o credor não Critérios para Pagamento
pode ficar com o bem objeto da garantia, devendo
vendê-lo, utilizando-se do valor da venda na liquida- O pagamento é realizado por CPF/CNPJ e por insti-
ção da operação. tuição financeira ou conglomerado. 241
Limite de Cobertura Ordinária
COMO ERA
Até R$250.000,00 por CPF, por conta ou conglome- Garantia de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ e conglo-
rado financeiro. Se a conta possuir mais de um titular, merado financeiro, em depósitos cobertos pelo Fundo
o valor de 250 mil será dividido pelo número de titu- Garantidor de Créditos e emitidos por instituições as-
lares, ou seja, não são 250 mil por cada, mas sim por sociadas à entidade.
todos, ok? Não havia teto para garantia paga pelo FGC por CPF ou
CNPJ em qualquer período.
Adesão Compulsória
Investidores não-residentes não contavam com a ga-
rantia do FGC.
A adesão das instituições financeiras e as associa-
ções de poupança e empréstimo em funcionamento COMO FICOU
no País - não contemplando as cooperativas de crédito
Limite permanece inalterado.
e as seções de crédito das cooperativas, é realizada de
forma compulsória. As autorizações do Banco Central Teto de R$ 1 milhão por CPF ou CNPJ, a cada período
do Brasil para funcionamento de novas instituições de 4 anos, para a garantia paga pelo FGC.
financeiras estão condicionadas à adesão ao FGC. Investidores não-residentes passam a contar com a ga-
O FGC possui norma legal que explicita os critérios rantia, para investimentos elegíveis.
e limites de proteção ao Sistema Financeiro Nacional
- Resolução 4.222, de 23 de maio de 2013.
O FGCOOP – Fundo Garantidor do Cooperativismo
Depósitos Garantidos
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou
resolução que estabelece a forma de contribuição
z Depósitos à vista (contas correntes) das instituições associadas ao Fundo Garantidor do
z Depósitos de poupança; Cooperativismo de Crédito (FGCoop), bem como
z Depósitos a prazo CDB e RDB; aprova seu estatuto e regulamento. Conforme previs-
z Depósitos mantidos em contas não movimentáveis to na Resolução nº 4.150, de 30/10/2012, esse fundo
por cheques destinadas a salários; terá como instituições associadas todas as cooperati-
z Letras de câmbio; vas singulares de crédito do Brasil e os bancos coo-
perativos integrantes do Sistema Nacional de Crédito
z Letras hipotecárias;
Cooperativo (SNCC).
z Letras de crédito imobiliário; De acordo com seu estatuto, o FGCoop tem por
z Letras de crédito do agronegócio (LCA); objetivo prestar garantia de créditos nos casos de
z Operações compromissadas que têm como objeti- decretação de intervenção ou de liquidação extraju-
vo títulos emitidos após 8 de março de 2012 por dicial de instituição associada, até o limite de R$250
empresa ligada. mil reais por pessoa, bem como contratar operações
de assistência, de suporte financeiro e de liquidez com
Para que o fundo possua recursos, são necessárias essas instituições.
A contribuição mensal ordinária das instituições
contribuições MENSAIS das instituições que fizeram
associadas ao Fundo será de 0,01% dos saldos das
adesão ao FGC.
obrigações garantidas, que abrangem as mesmas
A contribuição ordinária é de 0,01% e as espe- modalidades protegidas pelo Fundo Garantidor de
ciais, para garantir os DPGEs (Depósitos a Prazo com Créditos dos bancos, o FGC.
Garantia Especial) de 0,02% com garantias reais e
0,03% sem garantias reais. Essas garantias reais, são
bens ofertados em garantia pela instituição financeira Importante!
para cobrir eventuais problemas de liquidez. As Cooperativas de Crédito e os Bancos Coope-
Atenção, pois as Letras Imobiliárias não são mais rativos não fazem mais parte do FGC, apenas
garantidas pelo FGC. fazem parte do FGCOOP. O FGCOOP (Fundo
A regra padrão é que o FGC garante os depósitos Garantidor do Cooperativismo) que tem as mes-
até 250 mil reais por CPF/conta ou conglomerado mas coberturas do FGC, mesmos critérios e
financeiro, entretanto para o DPGE – Depósitos a Pra- mesmos objetivos.
zo com Garantia Especial do FGC – a garantia é de até
40 milhões de reais, o que o torna especial. Vale des-
tacar que nesta modalidade de investimentos não se
PRODUTOS E SERVIÇOS BANCÁRIOS
admite conta conjunta, mas apenas individual, desta
forma não há de se falar em dividir os 40 milhões para SISTEMA DE SEGUROS PRIVADOS
2 ou mais pessoas na mesma conta.
Essa modalidade de depósitos exige valor míni- O Subsistema Normativo
mo inicial de 1 milhão de reais e prazo mínimo de 12 Dentro do sistema de seguros privados, nós temos,
meses e máximo de 24 meses. assim como no sistema financeiro que vimos anterior-
Algumas mudanças que ocorreram no FGC em mente, uma estrutura composta por órgão normativo,
242 2017. entidade supervisora e os operadores.
Neste sistema, nós temos como órgão normativo o O Subsistema Operador do Sistema de Seguros
Conselho Nacional de Seguros Privados, o CNSP, res- Privados
ponsável por fixar as diretrizes e normas da política
de seguros privados. Ele é composto pelo Ministro da As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP
Economia (Presidente), representante do Ministério e a SUSEP, que regulamentam seu funcionamento e
da Justiça, representante da Secretaria da Previdência fiscalizam suas atuações neste mercado.
Social, Superintendente da Superintendência de Segu-
ros Privados, representante do Banco Central do Brasil Sociedades de Capitalização
e representante da Comissão de Valores Mobiliários.
São atribuições do CNSP: Constituídas sob a forma de sociedades anô-
nimas, elas negociam contratos (títulos de capita-
z Fixar diretrizes e normas da política de seguros lização) que têm por objeto o depósito periódico de
privados; prestações pecuniárias pelo contratante, o qual terá,
z Regular a constituição, organização, funcionamen- depois de cumprido o prazo contratado, o direito de
to e fiscalização dos que exercem atividades subor- resgatar parte dos valores depositados corrigidos por
dinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, uma taxa de juros estabelecida contratualmente; con-
bem como a aplicação das penalidades previstas; ferindo, ainda, quando previsto, o direito de concor-
z Fixar as características gerais dos contratos de rer a sorteios de prêmios em dinheiro.
seguro, previdência privada aberta, capitalização
e resseguro; O Título de Capitalização (Circular 569/2028)
z Estabelecer as diretrizes gerais das operações de
resseguro; É um produto em que parte dos pagamentos reali-
z Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB; zados pelo subscritor (adquirente) e usado para for-
z Prescrever os critérios de constituição das Sociedades mar um capital mínimo, segundo cláusulas e regras
Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdên- aprovadas e mencionadas no próprio título (Condições
cia Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos Gerais do Título), e que, além disso, será pago em moe-
limites legais e técnicos das respectivas operações; da corrente nacional em um prazo máximo esta-
z Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão belecido no contrato, dando também ao adquirente/
de corretor. subscritor o direito a participação em sorteios.
Os prazos dos títulos de capitalização são:
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superin-
tendência de Seguros Privados) que é a autarquia z Prazo de Pagamento: é o período durante o qual o
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados Subscritor compromete-se a efetuar os pagamen-
de seguro, previdência privada aberta, capitalização tos que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra
e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da possibilidade, como colocada acima, é a de o título
Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de ser de Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento
novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os Único (PU);
mercados supervisionados, assegurando sua estabili- z Prazo de Vigência: é o período durante o qual o
dade e os direitos do consumidor. Título de Capitalização está sendo administrado pela
São atribuições da SUSEP: Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo
ao título, em geral, atualizado monetariamente pela
z Fiscalizar a constituição, organização, funciona- TR e capitalizado pela taxa de juros informada nas
mento e operação das Sociedades Seguradoras, de Condições Gerais. É o prazo que compreende o iní-
Capitalização, Entidades de Previdência Privada cio e o fim do título, ou seja, o prazo em que o cliente
Aberta e Resseguradores, na qualidade de execu- ou subscritor concorre aos sorteios;
tora da política traçada pelo CNSP; z Prazo de Carência: é o período em que o subscri-
z Atuar no sentido de proteger a captação de pou- tor (cliente) não pode solicitar o resgate da capita-
pança popular que se efetua através das operações lização, mesmo com perdas. Esse prazo é máximo
de seguro, previdência privada aberta, de capitali- de 24 meses em qualquer modalidade.
zação e resseguro; Formas de pagamento:
z Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores
dos mercados supervisionados; z Por Mês (PM)
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos


instrumentos operacionais a eles vinculados, com É um título que prevê um pagamento a cada mês
vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Segu- de vigência do título.
ros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;
z Promover a estabilidade dos mercados sob sua z Por Período (PP)
jurisdição, assegurando sua expansão e o funcio-
namento das entidades que neles operem; É um título em que não há correspondência entre
z Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que o número de pagamentos e o número de meses de
integram o mercado; vigência do título.
z Disciplinar e acompanhar os investimentos daque-
las entidades, em especial os efetuados em bens z Pagamento Único (PU)
garantidores de provisões técnicas;
z Cumprir e fazer cumprir as deliberações do É um título em que o pagamento é único (realiza-
CNSP e exercer as atividades que por este forem do uma única vez), tendo sua vigência estipulada na
delegadas; proposta. (no mínimo 12 meses). Note que nem sem-
z Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. pre os prazos de vigência e pagamento vão coincidir. 243
Modalidades: Só pode ser estruturado na forma PU (pagamento
único), vigência mínima de 60 dias e para resgate ape-
z Modalidade Tradicional: nas após 60 dias contados da aplicação.
Define-se como Modalidade Tradicional o Título de
Capitalização que tem por objetivo restituir ao titular, Categoria Instantânea
ao final do prazo de vigência, no mínimo, o valor
total dos pagamentos efetuados pelo subscritor A famosa raspadinha agora pode ser atrelada a
(cliente), desde que todos os pagamentos previstos título de capitalização. Este procedimento já era feito
tenham sido realizados nas datas programadas. há anos no Brasil, mas não era regulamentado pela
Deve possuir prazo de vigência mínimo de 12
SUSEP, o que mudou após a publicação da Circular
meses e tem carência mínima de 30 dias para resgate.
569/2018. É importante frisar que Categoria Instantâ-
z Modalidade Compra-Programada: nea não pode ser confundida com modalidade.

Define-se como Modalidade Compra-Programa- Como é estruturado um título de capitalização?


da o Título de Capitalização em que a sociedade de
capitalização garante ao titular, ao final da vigência,
Os títulos de capitalização são estruturados com
o recebimento do valor de resgate em moeda corrente
nacional, sendo disponibilizada ao titular a faculdade prazo de vigência igual ou superior a 12 meses e em
de optar, se este assim desejar e sem qualquer outro séries cujo tamanho deve ser informado no próprio
custo, pelo recebimento do bem ou serviço referen- título, sendo no mínimo de 10.000 títulos. Por exem-
ciado na ficha de cadastro, subsidiado por acordos plo, uma série de 100.000 títulos poderá ser adquirida
comerciais celebrados com indústrias, atacadistas ou por até 100.000 clientes diferentes, que são regidos
empresas comerciais. pelas mesmas condições gerais e se for o caso, concor-
Devem ser estruturados na forma PM (Por Mês) ou
rerão ao mesmo tipo de sorteio.
PP (Por Período), possuem prazo de vigência míni-
mo de 6 meses e 30 dias de carência para resgate. O título prevê pagamentos a serem realizados pelo
subscritor. Cada pagamento apresenta, em geral, três
z Modalidade Popular: componentes:

Define-se como Modalidade Popular o Título de z Cota de Capitalização: parte que é destinada a
Capitalização que tem por objetivo propiciar a partici-
acumulação do capital, corrigira monetariamente
pação do titular em sorteios, sem que haja devolução
integral dos valores pagos. Tem vigência mínima de por um índice fixado no contrato. Deve ser maior
12 meses e carência mínima de 60 dias para resgate. que as demais cotas;
A Tele Sena é um ótimo exemplo desta modalidade. z Cota de sorteio: parte destinada ao pagamento
dos prêmios aos sorteados;
z Modalidade Incentivo: z Cota de Carregamento: parte destinada as despe-
Entende-se por Modalidade Incentivo o Título de sas administrativas da sociedade de capitalização
Capitalização que está vinculado a um evento promo- com a administração do título.
cional de caráter comercial instituído pelo Subscritor
para alavancar as vendas de seus produtos ou servi- Os valores dos pagamentos são fixos?
ços ou para fidelizar seus clientes. Nos títulos com vigência igual a 12 meses, os paga-
O subscritor neste caso é a empresa que compra o mentos são obrigatoriamente fixos. Já nos títulos com
título e o cede total ou parcialmente (somente o direi- vigência superior, é facultada a atualização dos paga-
to ao sorteio) aos clientes consumidores do produto
mentos, a cada período de 12 meses, por aplicação de
utilizado no evento promocional.
Tem prazo de vigência mínimo de 60 dias e prazo um índice oficial estabelecido no próprio título.
de 60 dias de carência para resgate.
O resgate é sempre inferior ao valor total que foi
z Modalidade de instrumento de garantia: pago?
Permite que o título de capitalização seja utilizado
como uma garantia ou caução. Com isso, o título de capi- Não. Alguns títulos possuem ao final do prazo de
talização passa a ser uma alternativa ao seguro garan- vigência um percentual de resgate igual ou até mesmo
tia e à fiança à locação ou obrigação com terceiros. superior a 100%, isto é, se fosse, por exemplo 100%,
O título só poderá ser resgatado pelo terceiro, caso significaria que o titular receberia ao final do prazo
o contrato seja quebrado pelo subscritor/adquirente de vigência, tudo o que pagou, além da atualização
do título, desta forma não se fala de carência para res- monetária, que é o caso do produto Tradicional.
gate. O subscritor/ adquirente poderá resgatar o título
durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo com
ENTIDADES ABERTAS DE PREVIDÊNCIA
a anuência do terceiro.
A vigência mínima será de 6 meses. COMPLEMENTAR

z Modalidade de filantropia premiável: Entidades abertas de previdência complementar


- são entidades constituídas unicamente sob a forma
É um instrumento para que entidades beneficen-
de sociedades anônimas e têm por objetivo instituir
tes de assistência social angariem recursos. Nessa
modalidade, o direito de resgate do valor do título de e operar planos de benefícios de caráter previden-
capitalização é cedido para a entidade beneficente, ciário, concedidos em forma de renda continuada,
permanecendo o cliente apenas com o direito de par- pagamentos por período determinado ou paga-
244 ticipar de sorteios. mento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.
Os Planos de Previdência Complementar Abertos Os planos denominados PGBL E VGBL, durante o
período de diferimento, terão como critério de remu-
Os planos são comercializados por bancos e segu- neração da provisão matemática de benefícios a con-
radoras, e podem ser adquiridos por qualquer pessoa ceder, a rentabilidade da carteira de investimentos
física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e do Fundo de Investimentos Exclusivo (FIE), instituí-
dita as regras dos planos de Previdência Privada é a do para o plano, ou seja, DURANTE O PERÍODO DE
Susep (Superintendência de Seguros Privados), que é DIFERIMENTO NÃO HÁ GARANTIA DE REMUNE-
ligada ao Ministério da Economia. RAÇÃO MÍNIMA, ou seja, pode render negativo.
Os dois planos mais comuns são PGBL e VGBL. PGBL ou VGBL, como avaliar os dois tipos de pla-
PGBL significa Plano Gerador de Benefício Livre e nos de previdência.
VGBL quer dizer Vida Gerador de Benefício Livre.
São planos previdenciários que permitem que PGBL X VGBL
você acumule recursos por um prazo contratado.
Durante esse período, o dinheiro depositado vai sen- Abatimento das Tratamento Durante o período
do investido e rentabilizado pela seguradora ou banco contribuições no Fiscal de acumulação, os
escolhido. Imposto de Renda recursos aplicados
Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa (até o limite de estão isentos de
12% da Renda tributação sobre
por duas fases: o período de investimento e o período
Bruta anual) du- os rendimentos.
de benefício. O primeiro normalmente ocorre quando
rante o período de Somente no mo-
estamos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase
acumulação. So- mento do recebi-
de formação de patrimônio. Já o período de benefício
bre os valores de mento de renda ou
começa a partir da idade que você escolhe para come- resgate e rendas resgate haverá a
çar a desfrutar do dinheiro acumulado durante anos haverá a incidên- incidência de Im-
de trabalho. A maneira de recebimento dos recursos é cia de tributação posto de Renda
você quem escolhe. É possível resgatar o patrimônio
acumulado e/ou contratar um tipo de benefício (ren-
da) para passar a receber, mensalmente, da empresa Mais atraente Para quem Para quem é isento,
seguradora. para quem de- é indicado declara Imposto de
É importante lembrar que tanto o período de clara Imposto de Renda simplificado
investimento quanto o período de benefício não preci- Renda completo, ou tem previdência
sam ser contratados com a mesma seguradora. Desta podendo aprovei- complementar e/
forma, uma vez encerrado o período de investimento, tar o abatimento ou já abate o limite
o participante fica livre para contratar uma renda na da Renda Bruta máximo de 12% da
instituição que escolher. anual na fase de Renda Básica anual
contribuição
Diferença entre PGBL e VGBL

A principal distinção entre eles está na tributação.


Fonte: Conde Consultoria Atuarial
No PGBL, você pode deduzir o valor das contribuições
da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limi-
te de 12% da sua renda bruta anual. Assim, poderá Os planos de Previdência Privada cobram dois
reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua tipos de taxa que devem ser observados na hora da
restituição de IR. Vamos supor que um contribuinte contratação: a taxa de administração financeira e a
tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil. Com taxa de carregamento.
o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR A taxa de administração financeira é cobrada
sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL, só pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de
será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse investimento exclusivo, criado para o seu plano, e
benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que fazem pode variar de acordo com as condições comerciais
a declaração do Imposto de Renda pelo formulário do plano contratado. Os que têm fundos com investi-
completo e são tributados na fonte.
mentos em ações, por serem mais complexos, normal-
Para quem faz declaração simplificada ou não é
mente têm taxas um pouco maiores do que aqueles
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é ideal.


Ele é indicado também para quem deseja diversificar que investem apenas em renda fixa.
seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais É importante saber que, a taxa de administração
de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto por- financeira é cobrada diariamente sobre o valor total
que, em um VGBL, a tributação acontece apenas sobre da reserva e a rentabilidade informada é líquida, ou
o ganho de capital. seja, com o valor da taxa de administração já debitado.
A taxa de carregamento incide sobre cada depó-
É possível a portabilidade entre planos do tipo VGBL
sito que é feito no plano. Ela serve para cobrir des-
(Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano
pesas de corretagem e administração. Na maioria dos
Gerador de Benefício Livre)? Não, a portabilidade
só é permitida entre planos do mesmo segmento, casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5%, sen-
isto é, entre planos de previdência complementar do o máximo autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o
aberta (PGBL para PGBL), ou entre planos de segu- valor de cada contribuição que você fizer. No mercado
ro de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL há três formas de taxa de carregamento, dependendo
para VGBL).3 do plano contratado. São elas:

3 Fonte: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-complementar-aberta#duvidasfaq 245


z Antecipada: incide no momento do aporte. Esta A Alíquota Regressiva
taxa é decrescente em função do valor do aporte
e do montante acumulado. Ou seja, quanto maior Esta alíquota indica que o imposto será cobrado na
forma inversa a Progressiva, ou seja, começará alto,
o valor do aporte ou quanto maior o montante
em 35%, e terminará em 10% ao fim de dez anos, ou
acumulado, menor será a taxa de carregamento
seja, a alíquota reduz com o tempo. Logo, esta modali-
antecipada.
dade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no
z Postecipada: incide somente em caso de porta- plano de previdência por muito tempo, e que queiram
bilidade ou resgates. É decrescente em função do utilizar a aplicação como benefício futuro de aposenta-
tempo de permanência no plano, podendo chegar doria. Indicada para aqueles clientes que estão pensan-
a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de perma- do em muito longo prazo. Deve, também, ser escolhida
nência, menor será a taxa. com atenção, pois esta escolha entre progressiva ou
z Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no Regressiva é irretratável, ou seja, você não pode mudar.
ingresso de aportes ao plano), quanto na saída (na Tome cuidado, pois existe a possibilidade de troca
ocorrência de resgates ou portabilidades). Como de regime tributário de Progressivo para Regressivo, e
você pode ver, existem produtos que extinguem a isso encontra amparo na Lei 11.053. Embora a lei não
cobrança dessa taxa após certo tempo de aplica- seja muito clara, ela faz menção ao fato de que o clien-
ção. Outros atrelam esse percentual ao saldo inves- te que tenha uma previdência na moralidade tributária
progressiva possa migrar para a alíquota regressiva,
tido: quanto maior o volume aplicado, menor a
mas isso só pode ser feito uma única vez e é irreversível.
taxa. Nos dois casos, não deixe de pesquisar antes
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC
de escolher seu plano de previdência. assinaram um acordo em março daquele ano para
que fosse possível a migração entre previdência
Alíquotas do Imposto de Renda (IR) complementar aberta para fechada e vice-versa,
entretanto o acordo não especifica como e em que ter-
A alíquota do imposto de renda serve para tributar mo essa migração é feita, ficando clara apenas a auto-
a renda que você receberá ao final do plano, quando rização para migração.
for gozar o benefício de forma parcelada ou de uma
única vez. Claro que a receita federal não ficaria de PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA
fora desse seu dinheiro, não é? Logo, esta alíquota
Como vimos anteriormente, além das Sociedades
pode ser cobrada de duas formas de acordo com a de Capitalização, das seguradoras e das Entidades
escolha do cliente. Abertas de Previdência Complementar, existem as
Entidades Fechadas de Previdência complemen-
A Alíquota Progressiva tar. Entretanto, estas não são subordinadas ao CNSP
nem, tampouco, são fiscalizadas pela SUSEP. Vejamos:
Esta forma de tributação é ideal para quem não
declara imposto de renda ou se declara como isento, CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA
pois o imposto cobrado na previdência no momento COMPLEMENTAR
do resgate será de 15%, independente do prazo. Conselho Nacional de Previdência Complementar
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou (CNPC) é um órgão colegiado que integra a estrutura do
seja, você passe a ganhar o suficiente para pagar impos- Ministério da Economia, reunindo-se trimestralmen-
to de renda, a tributação que era 15% passa a acompa- te, e cuja competência é regular o regime de previdên-
nhar a tributação do seu salário, e quando você efetuar cia complementar operado pelas entidades fechadas de
o resgate, terá de fazer um ajuste no seu imposto de previdência complementar (fundos de pensão).
renda para mais ou para menos, a depender o valor do O CNPC é o novo órgão com a função de regular
seu salário e da alíquota cobrada, por isso o nome Pro- o regime de previdência complementar operado
gressiva, pois aumenta conforme seu salário progride. pelas entidades fechadas de previdência comple-
Por exemplo, eu ganho 10 mil reais por ano, por- mentar, nova denominação do Conselho de Gestão da
tanto não preciso declarar imposto de renda, e se eu Previdência Complementar.
declarar não preciso pagar imposto, logo minha pre- SUPERINTENDÊNCIA DE PREVIDÊNCIA
vidência está sujeita a imposto de 15% e quando você COMPLEMENTAR (PREVIC)
efetuar o resgate e for cobrado o imposto, como você
não deve pagar imposto de renda, pode receber o Lei nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009
valor cobrado de volta como restituição.
Art. 1º Fica criada a Superintendência Nacional de
Agora um outro exemplo: Ganho 70 mil reais por
Previdência Complementar - PREVIC, autarquia de
ano, logo, devo declarar imposto de renda e devo natureza especial, dotada de autonomia administra-
pagar imposto, ou esse pode ser retido no meu salá- tiva e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao
rio pelo meu empregador se eu for assalariado. Para Ministério da Economia, com sede e foro no Distri-
quem ganha 70 mil reais por ano o imposto devido é de to Federal e atuação em todo o território nacional.
27,5%, ou seja, minha previdência sairá de um imposto Parágrafo único. A Previc atuará como entidade
de 15% para um imposto de 27,5%. Desta forma você de fiscalização e de supervisão das atividades das
entidades fechadas de previdência complementar
deverá pagar imposto a mais por ela e não receberá
e de execução das políticas para o regime de pre-
nada de volta a título de restituição. vidência complementar operado pelas entidades
Por isso, essa forma de tributação deve ser escolhi- fechadas de previdência complementar, observadas
da com cuidado, e com o pensamento no fato de que as disposições constitucionais e legais aplicáveis.
246 se sua renda subir demais você pagará mais imposto. Art. 2º Compete à Previc:
I - proceder à fiscalização das atividades das enti- O Seguro
dades fechadas de previdência complementar e
de suas operações; Contrato mediante o qual uma pessoa denomina-
II - apurar e julgar infrações e aplicar as penali- da Segurador, se obriga, mediante o recebimento de
dades cabíveis; um prêmio, a indenizar outra pessoa, denominada
III - expedir instruções e estabelecer procedimen- Segurado, do prejuízo resultante de riscos futuros,
tos para a aplicação das normas relativas à sua previstos no contrato. (Circular SUSEP 354/07).
área de competência, de acordo com as diretrizes Ou seja, o Segurador assume o risco do segurado
do Conselho Nacional de Previdência Complemen- e em troca disto recebe um prêmio em dinheiro, logo,
tar, a que se refere o inciso XVIII do art. 29 da Lei no cabe ao Segurador decidir se aceita ou não o risco do
10.683, de 28 de maio de 2003; segurado.
IV - autorizar:
Para se proteger as seguradoras se valem de pes-
a) a constituição e o funcionamento das enti-
quisas e questionários sobre o segurado para buscar
dades fechadas de previdência complementar,
calcular a probabilidade de um evento acontecer ou
bem como a aplicação dos respectivos estatutos e
regulamentos de planos de benefícios; não. Estes eventos são os fatos geradores ou, simples-
mente, sinistros. Quando estes sinistros ocorrem o
Entidades Fechadas de Previdência Complementar segurador deve indenizar o segurado conquanto que
o sinistro esteja previsto no contrato firmado entre os
As entidades fechadas de previdência complemen- dois. Este contrato chamamos de apólice.
tar (fundos de pensão) são organizadas sob a forma
As partes da proposta de seguro:
de fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos
e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados z Apólice: proposta formal aceita pela seguradora;
de uma empresa ou grupo de empresas ou aos ser-
z Endosso: poder que se tem de mudar o bem em
vidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e
garantia ou características do bem garantido;
dos Municípios, entes denominados patrocinadores
z Prêmio: prestação paga periodicamente pelo
ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de
caráter profissional, classista ou setorial, denomina- segurado;
das instituidores. z Sinistro: prejuízo causado a um bem segurado;
As entidades de previdência fechada devem seguir z Indenização: valor que segurado recebe caso o
as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Mone- sinistro ocorra;
tário Nacional, por meio da Resolução 3.121, de 25 z Franquia: contribuição do segurado para libera-
de setembro de 2003, no que tange à aplicação dos ção da indenização, é a coparticipação do segura-
recursos dos planos de benefícios. do no prejuízo.

O Plano de Previdência Fechado Dentro do mercado de seguros, nós temos dois


grandes grupos de seguros:
Também conhecido como fundos de pensão, é cria-
do por empresas e voltado exclusivamente aos seus Seguros de Acumulação
funcionários, não podendo ser comercializado para
quem não é funcionário daquela empresa. Onde eu invisto um capital por um determinado pra-
A Superintendência Nacional de Previdência Com- zo e, ao final, recebo o valor de volta, corrigido por um
plementar (PREVIC) é uma autarquia vinculada ao indexador de juros. Então é chamado de acumulação
Ministério da Economia, responsável por fiscalizar porque há um acúmulo de dinheiro que ao final poderá
as atividades das entidades fechadas de previdência ser devolvido ao segurado caso o sinistro não ocorra.
complementar (fundos de pensão). Exemplo: Previdência Complementar Aberta (PGBL,
Atenção! Em ambas as entidades a aplicação dos VGBL), Títulos de Capitalização.
recursos das reservas é orientada pelo CMN.
Seguros de Risco

São os famosos fatos geradores. Esses seguros


foram criados para o segurado contribuir com um
valor, e por meio dessa contribuição ele recebe uma
indenização caso algum sinistro aconteça com o bem
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

segurado, que pode ser um bem material ou até mes-


mo a própria vida.
Neste tipo de seguro, o acúmulo de capital não é
devolvido ao segurado ao final do prazo contratado,
pois o valor pago destina-se ao prêmio pago ao Segu-
rador para assumir o risco do sinistro do segurado.
Ex: Vida, Automóveis, acidentes pessoais, saúde,
residenciais e viagem.
SOCIEDADES SEGURADORAS
O RESSEGURO OU RETROCESSÃO
São entidades, constituídas sob a forma de socie-
dades anônimas, especializadas em pactuar contrato, O Resseguro é o Seguro das Seguradoras
por meio do qual assumem a obrigação de pagar
ao contratante (segurado), ou a quem este designar, É um contrato em que o ressegurador assume o
uma indenização, no caso em que advenha o risco compromisso de indenizar a companhia segurado-
indicado e temido, recebendo, para isso, o prêmio ra (cedente) pelos danos que possam vir a ocorrer em
estabelecido. decorrência de suas apólices de seguro. 247
Para garantir com precisão um risco aceito, as próprio período (e às demais despesas da seguradora).
seguradoras usualmente repassam parte dele para Isso implica em que o prêmio cobrado é calculado de
uma resseguradora que concorda em indenizá-las por forma que corresponda à importância necessária para
eventuais prejuízos que venham a sofrer em função cobrir o valor das indenizações relativas aos sinistros
da apólice de seguro que vendeu. O contrato de resse-
esperados. Não há, assim, a possibilidade de devolu-
guro pode ser feito para cobrir um determinado risco
isoladamente ou para garantir todos os riscos assumi- ção ou resgate de prêmios e contribuições capitali-
dos por uma seguradora em relação a uma carteira ou zadas ao segurado, ao beneficiário ou ao estipulante,
ramo de seguros. O seguro dos riscos assumidos por como nos casos de planos de previdência.
uma seguradora é definido por meio de um contrato Tipicamente, esse regime se aplica aos planos pre-
de indenização. videnciários ou de seguro de vida em grupo, em situa-
Os Resseguradores fornecem proteção a varia- ções em que a massa de participantes é estacionária e
dos riscos, inclusive para aqueles de maior vulto e as despesas com pagamento de benefícios são estáveis
complexidade que são aceitos pelas seguradoras. Em e de curta duração. É usado também na previdência
contrapartida, a cedente (segurador direto) paga um
social estatal (INSS e regimes próprios do Estado),
prêmio de resseguro, comprometendo-se a fornecer
informações necessárias para análise, fixação do pre- porém, sem a condição de estabilidade mencionada.
ço e gestão dos riscos cobertos pelo contrato. É o caso também dos seguros de vida em grupo, de
Resumindo, a seguradora fica com medo de dar seguros de automóveis, de saúde etc.
um problema sério na apólice de seguro, ou o valor a Ocorrido o sinistro, o segurado recebe uma
indenizar ser alto demais, e acaba por tentar diminuir indenização pré-estabelecida independentemente
o risco, dividindo com uma resseguradora. É o seguro do valor que pagou. No mercado de seguros, entre-
do Seguro. tanto, para garantia da solvência das empresas, a
legislação impõe a formação de provisões de prêmios
O Cosseguro não ganhos, de oscilação de riscos e de sinistros, devi-
damente atestadas pelos atuários em Nota Técnica e
O cosseguro nada mais é do que pegar uma apólice
Avaliação Anual.
de seguro e distribuí-la para mais de uma seguradora,
ou seja, quando o risco é alto demais, as seguradoras O regime de repartição de capitais de cobertura é
dividem, entre elas, o risco daquela apólice, pois caso o método em que há formação de reserva apenas para
haja algum problema, o sinistro, o prejuízo é dirimido garantir os pagamentos das indenizações e benefí-
entre elas. cios iniciados no período, ou seja, arrecada-se apenas
Aqui há algumas características dos seguros: o necessário e suficiente para formação de reserva
Os seguros podem ser classificados em seguros garantidora do cumprimento dos benefícios futuros
individuais ou em grupo. que se iniciam neste período.
O seguro individual é uma relação entre uma pes-
Em outras palavras, há formação de um fundo
soa ou uma família e uma seguradora. A seguradora,
evidentemente, terá de aferir corretamente o risco correspondente ao valor atual dos benefícios de pres-
segurado e pulverizá-lo, colocando-o numa carteira tação continuada iniciados no período em questão.
onde existem diversos riscos semelhantes, mas inde- Nesse regime, há a obrigação de constituição de pro-
pendentes entre si. visão de benefícios concedidos.
O seguro em grupo é o seguro de um conjunto O regime de capitalização é o método que con-
de pessoas ligadas entre si de modo que se estabelece siste em determinar a contribuição necessária para
uma relação triangular entre a seguradora, o segura- atender determinado fluxo de pagamento de benefí-
do e o grupo a que ele pertence. cios, estabelecendo que o valor da série de contribui-
O grupo pode ser constituído por uma empresa,
ções efetuadas ao longo do tempo seja igual ao valor
por uma organização sem fins lucrativos, por uma
associação profissional, ou por uma pessoa física. Os da série de pagamentos de benefícios que se fará no
seguros contratados por empresas são chamados de futuro.
empresariais ou corporativos. É um seguro em gru- Esse modelo de financiamento constitui reservas
po, formalizado por uma única apólice que garante tanto para os participantes assistidos, como para os
coberturas estabelecidas de acordo com um critério ativos e obviamente pressupõe a aplicação das con-
objetivo e uniforme, não dependente exclusivamente tribuições nos mercados financeiros, de capitais e
da vontade do segurado. imobiliários a fim de adicionar valor à reserva que se
A seguradora, com base nos contratos de adesão ao está constituindo. A capitalização é dividida em duas
seguro, emite para cada segurado um documento que
fases distintas: a primeira denominada “fase contri-
comprova a inclusão no grupo (Certificado de Seguro).
Nesse documento constam a identificação do segura- butiva” e a segunda “fase do benefício”.
do e a designação dos seus beneficiários. A legislação vigente torna obrigatória a utilização
Os seguros diferem também segundo o regime de do regime financeiro de capitalização para os bene-
financiamento, ou seja, a técnica atuarial que deter- fícios de pagamento em prestações que sejam pro-
mina a forma de financiamento das indenizações e gramadas e continuadas. Nesse regime, obriga-se a
benefícios integrantes do contrato. empresa a constituir provisão de benefícios concedi-
Os regimes se dividem em repartição e capitali- dos, como no caso anterior, e provisão de benefícios
zação. O regime de repartição, por sua vez, se divide a conceder. Assim, no regime de capitalização, o obje-
entre repartição simples e repartição de capitais de
tivo não é apenas pagar indenização ou benefício
cobertura.
No regime de repartição simples, todos os prêmios pré-estabelecido, mas permitir ao segurado ou par-
pagos pelos segurados em determinado período for- ticipante retirar ao final do contrato uma poupança
mam um fundo que se destina ao custeio de indeniza- que, idealmente, cubra os riscos de morte, invali-
248 ções a serem pagas por todos os sinistros ocorridos no dez, aposentadoria etc.
RAMOS DE SEGUROS

GRUPOS CARACTERÍSTICAS GERAIS


Seguros contra incêndio, roubo de imóveis, bem como os seguros compreensivos re-
1 Patrimonial
sidenciais, condominiais e empresariais

2 Riscos Especiais Seguros contra riscos de petróleo, nucleares e satélites

Seguros contra indenizações por danos materiais ou lesões corporais a terceiros por
3 Responsabilidades
culpa involuntária do segurado

4 Cascos em (“run off”) Seguros contra riscos marítimos, aeronáuticos e de hangar

Seguros contra roubos e acidentes de carros, de responsabilidade civil contra tercei-


5 Automóvel
ros e DPVAT

Seguros de transporte nacional e internacional e de responsabilidade civil de cargas,


6 Transporte
do transportador e do operador

7 Riscos Financeiros Seguros diversos de garantia de contratos e de fiança locatícia

8 Crédito em (“run off”) Seguros de crédito à exportação e contra riscos comerciais e políticos

Seguros coletivos de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de so-
9 Pessoas Coletivo
brevivência, prestamista e educacional

10 Habitacional Seguros contra riscos de morte e invalidez do devedor e de danos ao imóvel financiado

11 Rural Seguros agrícola, pecuário, de florestas e penhor rural

12 Outros Seguros no exterior de sucursais e de seguradoras no exterior

Seguros individuais de vida e acidentes pessoais, vida com cobertura para risco de
13 Pessoa Individual
sobrevivência, prestamista e educacional

Seguros compreensivos para operadores portuários, responsabilidade civil facultativa


14 Marítimos
para embarcações e marítimos

Seguros de responsabilidade facultativa para aeronaves, aeronáuticos, responsabili-


15 Aeronáutico
dade civil de hangar e responsabilidade do explorador ou transportador aéreo

16 Microsseguros Microsseguros de pessoas, microsseguros de danos

17 Saúde Seguro Saúde

Fonte: Susep

ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTAÇÃO BÁSICA

Bom pessoal, muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez, para abrir, ou assistir alguém abrir uma con-
ta. A conta que abrimos no banco nada mais é do que um contrato, e como tal precisa de regras e de orientações
sobre sua forma.
Lembrando que esse contrato é composto por uma ficha-proposta e um cartão de assinatura.
A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qualificação do depositante, endereço residencial e comercial
completos, telefone com DDD, referencias pessoais, data da abertura da conta e o número dessa conta, e a assina-
tura do depositante.
Estas orientações estão contidas na Resolução CMN nº 4753/2019, que dita às regras básicas que devem nor-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tear as Instituições Financeiras quando da Abertura e manutenção de contas de depósito.


Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito sobre isso:

No caso de pessoa física:

z Documento de identificação (carteira de identificação ou equivalente, como, por exemplo, a carteira nacional
de habilitação, passaporte, CTPS, carreiras de órgão de classe);
z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF);
z Comprovante de residência.

Para que exista uma pessoa física, basta que esta nasça com vida. Ela se extingue com a morte do indivíduo.

No caso de pessoa jurídica:

z Documento de constituição da empresa (contrato social e registro na junta comercial);


z Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); 249
z Documentos que qualifiquem e autorizem os Veremos com mais detalhes mais a frente.
representantes, mandatários ou prepostos a movi- Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua
mentar a conta. conta veja: Quando se fala em serviços do Banco, lem-
z Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado bramos que são 4 categorias de serviços:
exista é necessário que o contrato social seja regis-
trado na JUNTA COMERCIAL do Estado onde a z Serviços essenciais: aqueles que não podem ser
empresa se situa. cobrados
z Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar
o estatuto no TSE – Tribunal Superior Eleitoral. „ Emissão da primeira via do cartão de débito.
(estes são pessoas jurídicas de direito privado).
(segundas vias, exceto nos casos decorrentes de
z As pessoas jurídicas podem ser também de direito
perda, roubo, furto, danificação e outros moti-
Público Interno: União, Estados, Distrito Federal e
vos não imputáveis a Instituição emitente);
Municípios; Autarquias e Fundações Públicas. (são
„ 4 saques durante o mês. (No caso de poupança
criados por Lei)
z Existem ainda as de Direito Público Externo: que são 2 saques por mês);
são os territórios e entidades governamentais no „ Até 10 folhas de cheque durante o mês;
exterior. „ 2 extratos por mês;
„ Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco
A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução deve enviar ao cliente um extrato consolida-
desta, mediante acordo entre os sócios ou por decreto do, mostrando seus rendimentos no ano ante-
judicial, exceto para as públicas, que serão por meios rior, geralmente para fins de Imposto de Renda;
específicos. „ 2 Transferências entre contas da mesma insti-
Além disso, a instituição financeira pode estabe- tuição por mês. (No caso da poupança 2 transfe-
lecer critérios próprios para abertura de conta de rências entre contas de mesma titularidade);
depósito, desde que seguidos os procedimentos pre- „ Consultas via internet;
vistos na regulamentação vigente (Resolução CMN „ Prestação de qualquer serviço por meios eletrô-
4753/2019). nicos, no caso de contas cujos contratos prevejam
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
outros documentos ou termos para abrir esta conta, „ Compensação de cheques.
mas desde que não firam a resolução acima.
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos.
z Serviços prioritários: O banco é obrigado a for-
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora.
necer um pacote básico destes serviços priori-
Esta deve conter no mínimo:
tários, que são aqueles relacionados a contas de
z Condições para fornecimento de talonário de depósitos, transferências de recursos, operações
cheques; de crédito e de arrendamento mercantil, cartão
z Necessidade de comunicação pelo depositante, de crédito básico e cadastro, somente podendo ser
por escrito, de qualquer mudança de endereço ou cobrados os serviços constantes da Lista de Servi-
número de telefone ou no cadastro; ços da Tabela I anexa à Resolução CMN 3.919, de
z Condições para inclusão do nome do depositante 2010, devendo ainda ser observados a padroni-
no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos zação, as siglas e os fatos geradores da cobrança,
(CCF); também estabelecidos por meio da citada Tabela I;
z Informação de que os cheques liquidados, uma z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e
vez microfilmados, poderão ser destruídos; regulamentação específicas definem as tarifas
(estas microfilmagens devem permanecer por no e as condições em que aplicáveis, a exemplo
mínimo 10 anos no arquivo); dos serviços referentes ao crédito rural, ao Siste-
z Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre ma Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo de
serviços que não podem ser cobrados; Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo
z Saldo médio mínimo exigido para manutenção PIS/PASEP, às chamadas “contas-salário”, bem
da conta se houver essa exigência. como às operações de microcrédito de que trata a
Resolução CMN 4.000, de 2011;
Importante! z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser
cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao
A Ficha-Proposta somente poderá ser microfil- usuário as condições de utilização e de pagamento.
mada depois de transcorridos no mínimo cinco
anos, a contar do início do relacionamento com No encerramento da conta é necessário tomar
o cliente. alguns cuidados:

É facultado à instituição financeira abrir, man- z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente ou
ter ou encerrar contas de depósito caso o cliente banco, desde de que acompanhada de aviso prévio,
esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Che- por meio de carta registrada ou meio eletrônico;
ques sem Fundos. z Informar se há cheques a serem compensados,
O cliente será incluído no CCF nas seguintes pois havendo, o banco pode ser negar encerrar
condições: a conta, sem a devida comprovação de que eles
foram liquidados;
z Devolução de cheque sem provisão de fundos na z Devolver as folhas de cheque restantes ou decla-
segunda apresentação; rar que as inutilizou;
z Devolução de cheque por conta encerrada; z Deixar depositado na conta valores para com-
z Devolução de cheque por pratica espúria. (práti- pensar débitos e compromissos assumidos na
250 cas ilegais). relação do cliente com o banco.
Atente para algumas informações: ao sacado. Caso não realize o pagamento, o banco
pode lançar o nome do sacado em protesto ou até
z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não mesmo aos órgãos de proteção ao crédito.
emancipadas, podem ter conta de depósitos, e
acesso a crédito também, desde que na abertura Ainda sobre cobrança, existe um evento chamado
ou na assinatura do contrato sejam assistidas por float, que nada mais é do que quando o banco recebe
seus responsáveis legais!; um título de cobrança (boleto) a favor do cedente X,
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos, porém só repassa a quantia correspondente depois
podem ter contas de depósitos, e devem ser repre- de 3 dias. Durante esse período (float) o Banco perma-
sentadas por seus representantes legais; nece com o recurso, a custo zero, investe a quantia.
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem Para que isso existe deve estar previsto no contrato da
ter contas de depósitos, e até firmar contratos de
prestação do serviço. Geralmente essa liberdade dada
empréstimo, desde que sejam assistidas por duas
ao banco deixa as tarifas de cobrança mais baratas.
testemunhas e que o contrato seja lido em voz alta;
z Os residentes e domiciliados no exterior podem
ter conta no Brasil, mas as movimentações ocor-
Cedente Mercadoria Sacado
ridas em tais contas caracterizam ingressos ou saí-
das de recursos no Brasil e, quando em valor igual Credor Devedor
ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprova-
ção documental, registro no sistema informatizado Aceita A
do Banco Central e identificação da proveniência
e destinação dos recursos, da natureza dos paga-
mentos e da identidade dos depositantes e dos
beneficiários das transferências efetuadas. (Lem- Banco
brando que só instituições autorizadas a operar Cobrador
com câmbio podem ter esse tipo de conta).

COBRANÇA
FUNDOS DE INVESTIMENTOS
Um dos serviços mais desenvolvidos pelos bancos
Um fundo de investimento é uma comunhão de
atualmente é a cobrança, um serviço indispensável para
recursos, captados de pessoas físicas ou jurídicas, com
qualquer banco comercial. Com este instrumento, os
o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da
bancos estreitaram seu relacionamento com os clien-
aplicação em títulos e valores mobiliários. Um fun-
tes, PF e PJ, e engordaram as aplicações com recursos
do é organizado sob a forma de condomínio, e seu
transitórios em títulos. Vamos ver como isso acontece.
patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calcu-
Quando um cliente vende algo para alguém, bem
lado diariamente por meio da divisão do patrimô-
ou serviço, emite um boleto ou bloqueto, estes pos-
nio líquido pelo número de cotas em circulação.
suem código de barras, logo podem transitar pelos
Em outras palavras é como um condomínio que reúne
serviços de compensação, sem sua movimentação físi-
recursos de um conjunto de investidores (cotistas),
ca. Vimos, inclusive, que estes boletos transitam pelo
com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da
SILOC, até o VLB 25mil. Boletos de valor igual ou supe-
aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobi-
rior ao VLB 250 mil transitam diretamente no STR.
liários. Se o gestor do fundo fizer um bom trabalho, o
Nesta história nós temos três personagens:
patrimônio do fundo aumentará, aumentando o valor
z O Credor ou cedente – cliente do banco que irá das cotas do fundo.
emitir ou contratar os serviços de emissão boletos Quando este fundo dá um bom resultado, ou seja,
de cobrança; lucro, este valor é distribuído proporcionalmente ao
z O Banco – instituição que disponibiliza o programa número de cotas de cada participante.
para emissão destes boletos, e que pode realizar a É a comunhão de recursos sob a forma de condo-
cobrança de duas formas: simples¹ ou registrada². mínio em que os cotistas têm os mesmos interesses
z O devedor ou sacado – cliente do credor que adqui- e objetivos ao investir no mercado financeiro e de
riu produto ou serviço, e pagará o boleto emitido. capitais, ou seja, todos têm os mesmos direitos, e o
valor das cotas é igual para todos.
A cobrança como falamos anteriormente, é um Funciona exatamente como um condomínio de
produto de relacionamento entre banco e cliente apartamentos, em que cada condômino é dono de
(cedente). Com isso o cedente possui conta no banco uma cota (um apartamento) e paga a um terceiro para
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

e os valores resultantes da cobrança são creditados administrar e coordenar as tarefas do prédio (o síndi-
diretamente na conta do cedente, em D+0 ou D+1, a co). Nele são estabelecidas as regras de funcionamen-
depender do que for pactuado. to (horário de funcionamento da piscina, do salão de
Graças ao sistema de compensação, o sacado festas, de música alta nas dependências dos aparta-
(devedor) pode pagar o título em qualquer praça, até mentos, entre outras). Essas regras são seguidas por
a data do vencimento. Após o vencimento, somente na todos os moradores, sem exceção.
agencia bancaria do cedente ou emissor do título. Um fundo de investimento funciona da mes-
ma forma. Os cotistas (os moradores) compram uma
z A cobrança simples é a mera emissão dos boletos. quantidade de cotas ao aplicar, e pagam uma taxa
O cedente preenche, emite, envia e especifica o ban- de administração a um terceiro (o Gestor, o síndico)
co onde deve ser pago, tudo isso sem aviso prévio ao para coordenar as tarefas do fundo e gerenciar seus
banco. Quando do pagamento, o banco envia uma recursos no mercado. Ao comprar cotas de um deter-
informação ao cliente e credita em sua conta; minado fundo, o cotista está aceitando suas regras
z A cobrança registrada é mais completa, pois o ban- de funcionamento (aplicação, resgate, horários, cus-
co vai processar a emissão dos títulos, com base em tos etc.), e passa a ter os mesmos direitos dos demais
informações previamente enviadas pelo cedente, e cotistas, independentemente da quantidade de cotas
vai processar inclusive a cobrança do pagamento que cada um possui. 251
Agora, imagine que você não mora num prédio, O formulário de informações complementares é
portanto está fora do condomínio, e precisa escolher documento de natureza virtual, que deve ser disponibi-
quem vai fazer a manutenção da piscina e da quadra lizado pelo administrador e pelo distribuidor do fundo
esportiva ou quem vai contratar os seguranças. Pro- em seus sites. Trata-se de um documento de caracterís-
vavelmente, terá mais trabalho para encontrar esses tica mais dinâmica, que fornece informações comple-
prestadores de serviços e gastará mais. Se estivesse mentares sobre o fundo, contendo, entre outras:
num condomínio, essa seria uma tarefa para o sín-
dico, com a vantagem de poder ratear com os outros z Local, meio e forma de divulgação de informações
condôminos esses custos. do fundo;
Situação semelhante poderia acontecer com você, z Local, meio e forma de solicitação de informações
caso estivesse sozinho no mercado financeiro. Cabe- pelo cotista;
ria a você escolher os ativos para compor uma car- z Exposição dos fatores de riscos inerentes à compo-
teira de investimento. Isso significa analisar com sição da carteira do fundo;
frequência riscos, nível de endividamento e expecta- z Descrição da tributação aplicável ao fundo e a seus
tiva de resultados de cada empresa da qual você com- cotistas, contemplando a política a ser adotada
prou ação ou de cada banco do qual você adquiriu um pelo administrador quanto ao tratamento tributá-
CDB. Isso daria muito trabalho, logo, você entrando rio perseguido;
em um grupo, este grupo terá um gestor, e esse gestor z Descrição da política de administração de risco;
se preocupará com isso para você. z Política de distribuição de cotas, inclusive no que
se refere à descrição da forma de remuneração
Fonte: XP Investimentos dos distribuidores.
Quando o investidor vai aderir a um fundo, ou con- Lâmina de Informações Essenciais
domínio, ele deve atestar, mediante termo apropriado, A instrução CVM 522, de 08 de maio de 2012,
que recebeu o Regulamento, e que tomou ciência da que promoveu alterações na instrução 409, trouxe
política de investimentos e dos riscos do produto, modificações na Lâmina de Informações Essenciais,
além disso deve ser disponibilizado para eletronicamen- documento já utilizado no mercado para a venda de
te o Formulário de Informações Complementares. fundos de investimento para investidores de varejo. A
Caso o investidor que comprou parte desse fun- ideia é padronizar o material utilizado, de forma que
do queira vender, ele pode? os investidores possam melhor comparar os fundos.
Nas mudanças, a lâmina passa a conter as informa-
Isso vai depender. Existem dois tipos de fundos: ções mais importantes em formato simples e sempre
Abertos e Fechados. na mesma ordem. Além das informações sobre taxas
Os Fundos Abertos permitem que o investidor res- e despesas, a lâmina traz uma tabela com os retornos
gate o valor aplicado a qualquer momento, ou seja, dos últimos cinco anos, que enfatiza a existência, caso
ele pode reaver seu dinheiro, logo, será um fundo de exista, de anos com rentabilidade negativa, além de
alta liquidez. O resgate será feito com base no valor outras mudanças, conforme disposto na instrução.
em que a cota estiver valendo no mercado. Embora A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o
existam fundos que pedem prazo de carência para res- dia 10 (dez) de cada mês com os dados relativos ao
gate, por exemplo: 30 ou 60 dias após a aplicação; os mês imediatamente anterior, e enviá-la imediatamen-
fundos são considerados como tendo alta liquidez. te à CVM. O administrador deve entregar a lâmina ao
Já os Fundos Fechados não permitem o resgate futuro cotista antes do seu ingresso no fundo e divul-
antecipado, ou seja, se você comprar vai ter de ficar gar, em lugar de destaque na sua página na internet, e
com as cotas até o fim do prazo estabelecido. Entre- sem proteção de senha, a lâmina atualizada.
tanto, como nada é eterno, você pode vender as cotas É importante saber que, todo cotista, ao ingressar
para outra pessoa, mas como elas já foram comer- no fundo, deve atestar, por meio de termo próprio,
cializadas a primeira vez com você, você terá de ven- que recebeu o regulamento e o prospecto (a partir de
dê-las no mercado secundário, ou seja, na bolsa de 1º de janeiro de 2013, a lâmina), que tomou ciência dos
valores ou no mercado de balcão. riscos envolvidos e da política de investimentos, como
também da possibilidade de ocorrência de patrimônio
ESTRUTURAS PRESENTES NOS FUNDOS DE negativo e de sua responsabilidade por contribuições
INVESTIMENTOS adicionais de recursos, quando for o caso. Por isso,
Mas o que são esse Regulamento e o Formulário de atenção ao ler esses documentos, pois neles o inves-
Informações Complementares? tidor vai encontrar informações muito importantes.
O Regulamento é o documento de constituição do Os Papéis das Pessoas
fundo. Nele estão estabelecidas todas as informações e
as regras essenciais relacionadas, entre outras estabele- z O investidor: cliente que tem recursos disponí-
cidas no capítulo IV da instrução CVM 409: (i) à adminis- veis para aplicar em fundos de investimentos,
tração; (ii) à espécie, se aberto ou fechado; (iii) ao prazo muitas vezes atraído por ganhos superiores ao de
de duração, se determinado ou indeterminado; (iv) à investimentos tradicionais como poupança, CDB e
gestão; (v) aos prestadores de serviço; (vi) à política de RDB e que foge de risco elevados como os investi-
investimento, de forma a caracterizar a classe do fun- mentos diretos em ações;
do; (vii) à taxa de administração e, se o caso, às taxas z O investidor Qualificado: pessoas físicas ou jurí-
de performance, entrada e saída; (ix) às condições de dicas que tem notório conhecimento sobre inves-
aplicação e resgate de cotas. As alterações no regula- timentos ou que tem volumes elevados aplicados
mento dependem de prévia aprovação da assembleia em investimentos e que estão dispostas a aplicar
geral de cotistas e devem ser comunicadas à CVM. É de forma diferenciada.
importante saber que as alterações feitas no regulamen-
São considerados investidores qualificados:
to do Fundo de Investimento implicam modificações
nas condições de funcionamento do Fundo. Portanto, o I – instituições financeiras;
cotista deve analisar as modificações propostas de acor- II – companhias seguradoras e sociedades de
252 do com seus interesses como investidor. capitalização;
III – entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
IV – pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio.
V – fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados;
VI – administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus
recursos próprios;
VII – regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
por Municípios. IN CVM 450.

Atenção! Existem também os investidores Profissionais, que são pessoas físicas ou jurídicas que possuam
investimentos financeiros em valor superior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) e que, adicionalmente,
atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio.

z Os Administradores dos Fundos: São Instituições Financeiras, autorizadas pela CVM, que serão os responsá-
veis legais pelo Fundo, e pode, inclusive, atuar como distribuidor das cotas do Fundo;
z O Gestor: este é o cara que põe a mão na massa, ou seja, é o profissional que acompanha o mercado financei-
ro, mede o risco do fundo diariamente, analisa e avalia o cenário econômico, toma decisão sobre quais ativos
comprar ou vender, obedecendo as diretrizes legais e a política de investimentos do fundo;
z Os distribuidores são aqueles que fazem a distribuição das cotas, como falamos anteriormente, pode ser o
próprio administrador, ou outra instituição que integre o sistema de distribuição de valores mobiliários;
z O custodiante é a instituição que irá guardar, ou seja, custodiar o título, para que o mesmo esteja disponível
quando for utilizado. Pode ser o próprio administrador, ou caso não seja credenciado pela CVM para essa atri-
buição, uma instituição contratada.

Estruturas e Responsabilidades dos Fundos de


Investimento no Brasil

Investigadores e proprietários das cotas Representação legal; Contratação de prestadores


do Fundo de Investimento, que repre-
Cotistas
de serviços; Documentação (regulamentados e
sentam frações ideais de seu patrimônio prospectos); Controle de enquadramento e com-
líquido; Confiam seus recursos aos pres- pliance; Gestão de risco; Assembleias de cotistas;
Fundos de Investimentos
tadores de serviço. Relatórios e extratos a cotistas, incluindo informes
de rendimentos; Retenção de impostos; Relatórios
a órgãos reguladores; Abertura de contas em con-
Administrador trapartes, KYC e PLD de prestadores de serviços e
cotistas.
Gestor

z Escolha dos investimentos;


z Compra e venda de ativos;
z Definição da estratégia de investimentos;
z Ajuste do portfólio, em caso de desenquadramento.

Custodiante

z Recepção de instruções de investimentos;


z Guarda e liquidação física e financeira dos ativos que compõem a carteira do Fundo;
z Reconciliação;
z Controle de eventos corporativos;
z Abertura de contas em clearings e agentes depositários.

Controlador

z Cálculo do valor da cota do fundo;


z Precificação e marcação a mercado dos ativos do fundo;
z Contabilidade;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z Geração de relatórios de posição para gestores.


Distribuidor

z Marketing e vendas das cotas do Fundo;


z Suitability de cotistas;
z KYC e PLD de cotistas;
z Serviço de atendimento a cotistas.

Escriturador

z Receber ordens de aplicação e resgate de cotistas ou distribuidores;


z Controlar e manter a posição de cotas detidas por cada um dos cotistas;
z Envio de relatórios e extratos mensais a cotistas;
z Cálculo e retenção de Impostos.

Auditor Independente

z Realizar auditoria anual do Fundo. 253


A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

É a essência do Fundo, ou seja, é através dela que o investidor ira saber como o administrador irá conduzir o
Fundo, se procura retorno de curto ou longo prazo, no que irá aplicar e qual o tipo de risco que ele está disposto
a correr na compra dos papeis.
Essa política pode ser ativa ou passiva:

z Ativa: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta ultrapassar esse índice;
z Passiva: quando o Fundo estabelece um índice de referência, exemplo CDI, e tenta acompanhar esse fundo,
mas apenas acompanhar.
z Benchmark: É o indicador de mercado usado para medir a performance do Fundos. É a referência para
saber se o fundo está rendendo bem ou não. Para os fundos de renda fixa p mais usado é o CDI e para os de
renda variável são o IBOVESPA e o IBX – Índice Brasil;
z Taxa de Administração: é a taxa cobrada pela empresa administradora pelo serviço de gerenciamento do
fundo. É um percentual fixo, calculado sobre patrimônio líquido e são cobrados diariamente. Esses recur-
sos servem para remunerar o administrador, ou seja, é o salário do administrador;
z Taxa de Performance: é a taxa cobrada por alguns fundos quando estes ultrapassam seu benchmark, ou seja,
rende mais do que o esperado. Ocorre quando o administrador faz o dever de casa muito bem, e por isso
ganha uma recompensa;
z Taxa de entrada ou de saída: É uma taxa que poderá ser cobrada do investidor quando da aquisição de cotas
do fundo (taxa de entrada ou de carregamento) ou quando o investidor solicita o resgate de suas cotas. Nesse
caso a taxa de entrada ou de saída não está computada no patrimônio do fundo, portanto o valor da cota do
fundo divulgado pelo administrador não contém essa taxa. Como todas as demais taxas, essa também deverá
estar definida no regulamento e no prospecto do fundo;

Vejamos um conceito importante.

z Chinese Wall: Embora cada fundo de investimentos tenha seu CNPJ próprio, os recursos do administrador
poderiam, eventualmente, se misturar com os recursos dos investidores, para isso, esse termo foi criado para
separar estes recursos, ou seja, o dinheiro do administrador não pode ficar junto ao dinheiro do investidor,
para evitar que o dinheiro dos investidores fosse utilizado pelo administrador em proveito próprio.

Agora que você sabe sobre quase todos os termos de Fundos de Investimentos vamos ver o que pode haver
dentro deles.

Os Tipos de Fundos Quanto a sua Rentabilidade

Dentro dos fundos nos temos papeis que valem dinheiro, e esses papeis pode ser de Renda Fixa ou de Renda
Variável.

z Renda Fixa: Rendimento pactuado no momento da emissão do título. Podem ser pré ou pós-fixados. Os pré-fi-
xados são aqueles que temos uma remuneração determinada no momento da contratação, já os pós-fixados são
aqueles em que atrelamos a um índice pactuado previamente (TR, IPCA, IGP-M etc.);
z Renda Variável: quando a taxa de rentabilidade não pode ser avaliada na emissão, podendo ao final gerar
ganhos ou prejuízos, ou seja, o mercado dirá quando aquele papel irá valer no futuro. O maior exemplo que
temos são as ações.

Os Tipos de Fundos Quanto ao seu Prazo

Curto Prazo

Os fundos de investimento de curto prazo têm por objetivo reproduzir as variações das taxas de juros e das
taxas pós-fixadas, investindo seus recursos em títulos públicos federais ou em títulos privados de baixo risco de
crédito com prazo médio de cada ativo de até 365 dias.

Longo Prazo

Os fundos de investimento classificados como de longo prazo são aqueles que têm uma carteira de títulos com
prazo médio acima de 365 dias.

A NOVA CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS – IN CVM 555

z Renda Fixa: Os fundos dessa categoria possuem a sua carteira de investimentos (80%) composta por títulos de
renda fixa pré ou pós-fixados. Principalmente títulos públicos e títulos privados de bancos de baixo risco de
crédito. Este fundo não pode ter taxa de performance, exceto se for um fundo exclusivo para investidor qua-
lificado. Na modalidade renda fixa existe um segundo nível chamada fundos simples que nada mais são do
que os antigos fundos referenciados que têm por objetivo de rentabilidade, proporcionar uma rentabilidade
254
atrelada a um indexador financeiro, e a sua carteira de investimento deverá ser composta por, no mínimo,
95% da carteira em títulos públicos e títulos de bancos com risco igual ou superior ao do governo. Os
fundos simples também têm a comunicação com os investidores feita de forma eletrônica apenas, e eles não
podem cobrar taxas de performance, o que reduz custos e aumenta seu potencial de retorno;
z Cambial: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por (80%) títulos de renda
fixa que tenham como objetivo de rentabilidade proporcionar a variação de preços de uma determinada
moeda estrangeira;
z Multimercados: Os fundos dessa categoria obtêm sua rentabilidade, fundamentalmente, a partir de várias
operações arriscadas. Os derivativos financeiros são contratos que visam a simular um conjunto de opera-
ções de modo a permitir que o gestor do fundo possa alavancar o patrimônio do fundo em uma determinada
estratégia de investimento. A alavancagem é a possibilidade que o gestor tem de poder aplicar o patrimônio
do fundo em papeis mais arriscados como ações de empresas alavancadas, derivativos, e títulos de variação
de preços elevadas;
z Ações: Os fundos dessa categoria têm a sua carteira de investimentos composta por 67% (no mínimo) em
ações de empresas negociadas em Bolsa de Valores.

Tributação (IR) – 15%, incidente no resgate, ou seja, não tem come cotas e IOF é zero.

Atenção! Os fundos de renda fixa, ações e multimercados também ganharam uma nova categoria, que entra
no segundo nível de divisão: investimento no exterior, na qual são incluídos os fundos com carteiras que têm
mais de 40% dos ativos alocados em papéis internacionais.

FRAME DA CLASSIFICAÇÃO DE FUNDOS

Regulação Regulação

Nível 1 Nível 2 Nível 3

Simples Simples

Indexados Índice

Ativos
Soberano
z Duração Baixa
Renda Fixa Grau de Investimento
z Duração Média
Crédito Livre
z Duração Alta
z Duração Livre

Investimento no Exterior
Investimento no Exterior
Dívida Externa

Balanceados
Flexível
Macro
Alocação Trading
Long and Short - Direcional
Multimercados Por Estratégia Long and Short - Neutro
Juros e Moedas
Investimento no Exterior Livre
Capital Protegido
Estratégia Específica
Investimento no Exterior

Indexados índices
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Valor/Crescimento
Setoriais
Dividendos
Ações Ativos Small cap
Sustentabilidade/Governança
índice Ativo
Livre

Investimento no Exterior Investimento no Exterior

Fundos Fechados de Ações


Específicos Fundos de Ações FMP-FGTS
Fundos de Mono Ação

Cambial Cambial Cambial

Fonte: comoinvestir.com.br 255


Outros Tipos de Fundos

z Direitos Creditórios: A carteira de investimento desses fundos é composta em sua totalidade por títulos que
representam operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de arrenda-
mento mercantil e de prestação de serviços. Esses títulos são conhecidos como recebíveis. Esses fundos pos-
suem uma regulamentação própria (Instruções CVM 356/2001 e 399/2003 e suas modificações);
z Fundos de Previdência: São fundos de investimento destinados a acolher os recursos captados pelo plano
gerador de benefícios livres (PGBL e VGBL);

z Imobiliário: São fundos de investimento fechados, cujos recursos são destinados para empreendimentos
imobiliários e possuem uma regulamentação própria (Instruções CVM 205/1994 e 206/1994 e suas modifica-
ções). (Isentos de Imposto de Renda.);

z Riscos em Fundos de Investimentos.

É a probabilidade de não se obter o que se esperava. Em se tratando de fundos de investimento temos duas
dimensões para o risco:

z Risco de Crédito: É a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do fundo não pague o
valor do título no seu vencimento;
z Risco de Estratégia ou Mercado: É a probabilidade de que a estratégia de investimento do gestor do fundo
não produza os resultados esperados, o risco de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se
isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo;
z Risco de Liquidez: Ocorre quando os fundos encontram dificuldade para liquidar as vendas de cotas dos
cotistas por desinteresse do mercado ou por deficiência de caixa do fundo.

Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção dos riscos que está cor-
rendo ao investir em um fundo de investimento.

A Marcação a Mercado

Como o próprio nome diz, marcação a mercado significa atualizar para o valor do dia o preço. Ou seja, mes-
mo que um papel (ou qualquer outro ativo de renda fixa) tenha uma taxa determinada (prefixada ou pós-fixada),
é necessário que, diariamente, seu valor seja atualizado.
O risco de crédito, essencialmente, está vinculado aos preços definidos pelo mercado, e se faz necessário, a
cada momento, definir o valor do título em função das novas taxas vigentes em relação ao rendimento definido
na sua origem.
A marcação a mercado é mais apropriada para os negócios em fundos de investimento e carteiras admi-
nistradas, que negociam frequentemente títulos de acordo com a sua necessidade de caixa ou de seleção de novas
modalidades de aplicação financeira para suas carteiras.
Para definir o valor de negociação em uma data qualquer, o mercado define a taxa do momento composta da
taxa básica (sem risco) e do spread adicional definido pelas variáveis de risco que envolvem o título negociado.
Por este fato dizemos que mesmo os fundos de renda fixa podem ter volatilidade.

A Tributação dos Fundos

A tributação nos fundos ocorre de duas formas, a primeira é o Come Cotas, evento que diminui o número de
cotas do investidor no fundo, por isso o nome; e o segundo é o imposto de renda cobrado no momento do resgate
da aplicação.
O Come Cotas ocorre em 2 meses do ano, maio e novembro, o que dá uma distancia de 6 meses entre um e
outro, então podemos afirmar que o come cotas ocorre semestralmente.
Para os fundos de curto prazo o come cotas é de 20% e para os de longo prazo será de 15%, exceto os fundos de
ações que não sofrem com o come cotas.
O imposto de renda no resgate será cobrado, obviamente, quando o cliente resgata seus valores, sendo descon-
tado o que já foi cobrado no come cotas.

No momento do resgate os fundos de Curto Prazo seguem a tebela:

PRAZO DAS APLICAÇÕES ATÉ 180 DIAS ACIMA DE 180 DIAS

Alíquota 22,5% 20%

No momento do resgate os fundos de Longo Prazo seguem a tebela:

PRAZO DAS DE 181 A 360 DE 361 A 720 ACIMA DE 720


ATÉ 180 DIAS
APLICAÇÕES DIAS DIAS DIAS

Alíquota 22,5% 20% 17,5% 15%

IOF

O IOF nas operações de fundos de investimentos começa com alíquota de 96%, chegando a zero no 30º dia após
256 a aplicação. Os fundos de ações não sofrem cobrança de IOF.
MERCADO DE CAPITAIS
O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de propor-
cionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas
bolsas de valores, sociedades corretoras distribuidoras e outras instituições financeiras autorizadas.
Anteriormente, quando falamos de autoridades monetárias, vimos uma delas como principal supervisora e
reguladora do mercado de valores mobiliários, a CVM.
A CVM é a principal autarquia responsável por garantir o adequado funcionamento do mercado de valores
mobiliários. Logo, para que qualquer companhia possa operar nesse mercado, dependerá de autorização prévia
da CVM para realizar suas atividades.
Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários?
Em alguns casos, o mercado de crédito não é capaz de suprir as necessidades de financiamento dos agentes ou
das empresas. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um determinado agente, em geral uma empresa, deseja
um volume de recursos muito superior ao que uma instituição poderia, sozinha, emprestar. Além disso, pode
acontecer de os custos dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude dos riscos assumidos pelas instituições
nas operações, serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar os investimentos pretendidos. Surgiu, com
isso, o que é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado de Valores Mobiliários.
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os investidores emprestam recursos diretamente aos agentes defi-
citários, como as empresas. Caracteriza-se por negócios de médio e longo prazo, nos quais são negociados títulos
chamados de Valores Mobiliários. Como exemplo, podemos citar as ações, que representam parcela do capital
social de sociedades anônimas, e as debêntures, que representam títulos de dívida dessas mesmas sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam, basicamente, como prestadoras de serviços, assessorando
as empresas no planejamento das emissões de valores mobiliários, ajudando na colocação deles para o público in-
vestidor, facilitando o processo de formação de preços e a liquidez, assim como criando condições adequadas pa-
ra as negociações secundárias. Elas não assumem a obrigação pelo cumprimento das obrigações estabelecidas e
formalizadas nesse mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento dos juros e principal de uma debênture,
por exemplo, é da emissora, e não da instituição financeira que a tenha assessorado ou participado do processo
de colocação dos títulos no mercado. São participantes desse mercado, como exemplo, os Bancos de Investimento,
as Corretoras e Distribuidoras de títulos e Valores Mobiliários, as entidades administradoras de mercado de bolsa
e balcão, além de diversos outros prestadores de serviços.
No mercado de capitais, os principais títulos negociados são:

z Ações – ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas;


z Debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição;
z Commercial papers ou Notas Promissórias Comerciais, que permitem a circulação de capital para custear o
desenvolvimento econômico.

O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliá-
rios, certificados de depósitos de ações e demais derivados autorizados à negociação pela CVM.
Esses títulos são papéis que valem dinheiro, ou seja, são uma forma de uma empresa ou companhia arrecadar
dinheiro, na forma de aquisição de novos sócios ou credores. Isso decorre do fato de que, muitas vezes, arrecadar
dinheiro através da emissão de títulos é mais barato para a empresa do que contratar empréstimos em institui-
ções financeiras.

EMPRESAS E COMPANHIAS

As Companhias são as empresas que são emissoras dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
empresas têm um objetivo em comum: captar recursos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para que isso
ocorra, as empresas devem solicitar à CVM autorização para emitir e comercializar seus papéis.
Essas empresas são chamadas Sociedades Anônimas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de consti-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tuição, elas passam a ter uma quantidade de sócios maior do que teriam se fossem empresas de responsabilidade
limitada – LTDA, por exemplo.
Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta ou fechada. Vejamos as diferenças:
As S/A abertas admitem negociação dos seus títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão Organizado;
já as fechadas só podem ter seus papéis negociados restritamente entre pessoas da própria empresa ou próximas
à empresa.

COMPANHIAS
Abertas Fechadas

Características
Atuam nas bolsas de valores ou mercados de bal- Nº de cotistas limitados a 20 patrimônio pequeno não operam em
cão organizados bolsas de valores ou balcões organizados 257
NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois
milhões e quatrocentos mil reais) em cada período de
Para as Companhias Abertas, que admitem nego- 12 meses, desde que observadas as condições estabe-
ciação de seus papéis no mercado público, há distri- lecidas nos §§ 4º ao 8º, do art. 5º, da instrução CVM
buição em dois tipos de mercados: o primário e o 400/03.
secundário. As ofertas públicas devem ser realizadas por inter-
Oferta pública de distribuição, primária ou médio de instituições integrantes do sistema de dis-
secundária, é o processo de colocação, junto ao públi- tribuição de valores mobiliários, como os bancos
co, de certo número de títulos e valores mobiliários de investimento, corretoras ou distribuidoras. Essas
para venda. Envolve desde o levantamento das inten- instituições poderão se organizar em consórcios com
ções do mercado em relação aos valores mobiliários o fim específico de distribuir os valores mobiliários no
ofertados até a efetiva colocação junto ao público, mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem-
incluindo a divulgação de informações, o período de pre sob a organização de uma instituição líder, que
subscrição, entre outras etapas. assume responsabilidades específicas. Para participar
As ofertas podem ser primárias ou secundárias. de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadas-
Quando a empresa vende novos títulos e os recursos trado em uma dessas instituições.
dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofer- Essas instituições integrantes do Sistema de Dis-
tas são chamadas de primárias. tribuição de Valores Mobiliários são os chamados
Por outro lado, quando não envolvem a emissão
agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses
de novos títulos, caracterizando apenas a venda de
agentes realizam a subscrição dos títulos, ou seja, assi-
ações já existentes – em geral dos sócios que querem
nam embaixo atestando a procedência dos papéis, por
“desinvestir” ou reduzir a sua participação no negócio
isso o nome underwhiting.
– e os recursos vão para os vendedores e não para o
Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
caixa da empresa, a oferta é conhecida como secun-
dária (block trade).
Além disso, quando a empresa está realizando a z Underwhiting Firme: Modalidade de lançamen-
sua primeira oferta pública, ou seja, quando está to na qual a instituição financeira, ou consórcio
abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de ofer- de instituições, subscreve a emissão total, encar-
ta pública inicial ou IPO (do termo em inglês, Inicial regando-se, por sua conta e risco, de colocá-la
Public Offer). no mercado junto aos investidores individuais
Quando a empresa já tem o capital aberto e já rea- (público) e institucionais. Nesse tipo de operação,
lizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são no caso de um eventual fracasso, a empresa já
conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo recebeu integralmente o valor correspondente às
em inglês, follow on. ações emitidas. O risco é inteiramente do under-
writer (intermediário financeiro que executa uma
z Mercado Primário operação de underwriting).

„ Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos); O fato de uma emissão ser colocada por meio de
„ Sensibilizam o caixa da empresa; underwriting firme oferece uma garantia adicional ao
„ Pode ter valor nominal ou valor de mercado. investidor, porque, se as instituições financeiras do
consórcio estão dispostas a assumir o risco da opera-
z Mercado Secundário ção, é porque confiam no êxito do lançamento, uma
„ Negociação dos títulos já emitidos anterior- vez que não há interesse de sua parte em imobilizar
mente; recursos por muito tempo;
„ Não sensibiliza o caixa da empresa;
z Underwhiting Best Efforts (Melhores Esforços):
„ Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de
Modalidade de lançamento de ações na qual a
mercado.
instituição financeira assume apenas o compro-
misso de fazer o melhor esforço para colocar o
A Lei 6385/1976, que disciplina o mercado de capi-
máximo de uma emissão junto à sua clientela, nas
tais, estabelece que nenhuma emissão pública de
melhores condições possíveis e em um determina-
valores mobiliários poderá ser distribuída no mer-
cado sem prévio registro na Comissão de Valores do período de tempo. As dificuldades de colocação
Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de das ações irão se refletir diretamente na empresa
dispensar o registro em determinados casos, e delega emissora. Nesse caso, o investidor deve proceder a
competência para a CVM disciplinar as emissões. uma avaliação mais cuidadosa, tanto das perspec-
Além disso, exemplifica algumas situações que tivas da empresa quanto das instituições financei-
caracterizam a oferta como pública, por exemplo: a ras encarregadas do lançamento;
utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou z Residual ou stand-by underwriting: Nessa for-
anúncios destinados ao público; a negociação feita em ma de subscrição pública, a instituição financeira
loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, não se responsabiliza, no momento do lançamen-
entre outros. to, pela integralização total das ações emitidas.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada Há um comprometimento, entre a instituição e a
na CVM. Porém, o registro poderá ser dispensado empresa emitente, de negociar as novas ações jun-
considerando as características específicas da ofer- to ao mercado durante certo tempo findo, no qual
ta em questão, como, por exemplo, a oferta pública poderá ocorrer a subscrição total, por parte da ins-
de valores mobiliários de emissão de empresas tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das
de pequeno porte e de microempresas, assim defi- ações que não foram absorvidas pelos investidores
258 nidas em lei, que são dispensadas automaticamente individuais e institucionais.
Aspectos Operacionais do underwriting: A Tradicionalmente, o Mercado de Balcão é um
decisão de emitir ações, seja pela oferta pública, seja mercado de títulos sem local físico definido para
para abertura ou aumento do capital, pressupõe que a realização das transações que são feitas por tele-
a sociedade ofereça certas condições de atratividade fone entre as instituições financeiras. Ele é chamado
econômica, bem como supõe um estudo da conjuntu- de Organizado quando se estrutura como um sistema
ra econômica global a fim de evitar que não obtenha de negociação de títulos e valores mobiliários, poden-
êxito por falta de senso de oportunidade. É preciso do estar organizado como um sistema eletrônico de
que se avaliem, pelo menos, os seguintes aspectos: negociação por terminais, que interliga as institui-
existência de um clima de confiança nos resultados da ções credenciadas em todo o Brasil, processando suas
economia, estudo setorial, estabilidade política, infla- ordens de compra e venda e fechando os negócios
ção controlada, mercado secundário e motivações eletronicamente.
para oferta dos novos títulos. O Mercado de Balcão Organizado é um ambien-
te administrado por instituições autorreguladoras,
MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS que propiciam sistemas informatizados e regras
para a negociação de títulos e valores mobiliários.
No mercado organizado de valores mobiliários, Essas instituições são autorizadas a funcionar pela
temos a criação de mecanismos, sistemas e regulamen- CVM e por ela são supervisionadas.
tos que propiciam a existência de um ambiente segu- Atualmente, a maior administradora de balcão
ro para que os investidores negociem seus recursos e organizado do país era a CETIP. Atualmente, ela foi
movimentem a economia do país. No Brasil, existem comprada pela BM & F Bovespa e, hoje, compõe a
dois tipos de mercado organizado, que são as Bolsas B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
de Valores e os Balcões Organizados de negociação.
Quais os Títulos Negociados no Mercado de Balcão
� Bolsas de Valores: Organizado?

„ Ambiente no qual se negociam os papéis das O Mercado de Balcão Organizado pode admitir a
S/A abertas; negociação somente as ações de companhias aber-
„ Podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos
tas com registro para negociação em mercado de
ou S/A com fins lucrativos;
balcão organizado. As debêntures de emissão de
„ Opera via pregão eletrônico, não havendo mais
companhias abertas podem ser negociadas simulta-
o pregão viva voz, que era chamado presen-
neamente em Bolsa de Valores e Mercado de Bal-
cial. Agora, as transações são feitas por telefone
cão Organizado desde que cumpram os requisitos de
através dos escritórios das instituições finan-
ambos os mercados.
ceiras autorizadas;
Conforme vimos, antes de ter seus títulos nego-
„ Registra, supervisiona e divulga as execuções
ciados no mercado primário, a companhia deverá
dos negócios e as suas liquidações.
requerer o registro de companhia aberta junto à
CVM e, neste momento, deverá especificar onde seus
Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem
títulos serão negociados no mercado secundário, se
um ambiente que pode ser físico ou eletrônico.
Nele, são realizadas negociações entre investidores e em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.
entre companhias e investidores. Entretanto, pelo fato Essa decisão é muito importante, pois, uma vez
de as empresas que operam na Bolsa serem grandes concedido o registro para negociação em mercado
demais e possuírem uma tradição, aquelas que estão de balcão organizado, este só pode ser alterado com
começando têm dificuldade para serem tão atrativas um pedido de mudança de registro junto à CVM.
quanto elas. A companhia aberta é responsável por divulgar
Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de para a entidade administradora do Mercado de Bal-
Mercados de Balcão, que são, também, ambientes cão Organizado todas as informações financeiras e
virtuais nos quais empresas menores podem nego- atos ou fatos relevantes sobre suas operações. A enti-
ciar seus títulos com mais facilidade. Vale dizer que dade administradora do Mercado de Balcão Organi-
o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não zado, por sua vez, irá disseminar essas informações
Organizado. através de seus sistemas eletrônicos ou impressos
para todo o público.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

No Mercado de Balcão Organizado, a companhia


Organizado Não Organizado aberta pode requerer a listagem de seus títulos atra-
vés de seu intermediário financeiro ou este poderá
requerer a listagem independentemente da vontade
Utiliza da companhia. Por exemplo, se o intermediário pos-
exclusivamente o Não existe sistema
padrão
suir uma grande quantidade de ações de uma deter-
Sistema Eletrônico
de Negociação minada companhia, ele poderá requerer a listagem da
mesma e negociar esses ativos no Mercado de Balcão
Supervisiona a Não existe padrão Organizado. Nesse caso, a entidade administradora do
Liquidação dos na supervisão dos Mercado de Balcão Organizado disseminará as infor-
papéis papéis
mações que a companhia aberta tiver encaminhado
à CVM.
Em resumo, o Mercado de Balcão Organizado tem Além de ações e debêntures, no mercado de balcão
normas e é bastante confiável. Já o Não Organizado é organizado, são negociados diversos outros títulos,
uma verdadeira bagunça. tais como: 259
z Bônus de subscrição; O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a
z Índices representativos de carteira de ações; finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o
z Opções de compra e venda de valores mobiliários; ressarcimento de prejuízos decorrentes de execução
z Direitos de subscrição; infiel de ordens por parte de uma corretora membro,
z Recibos de subscrição; entrega de valores mobiliários ilegítimos ao investi-
z Quotas de fundos fechados de investimento, dor, decretação de liquidação extrajudicial da corre-
incluindo os fundos imobiliários e os fundos de tora de valores, entre outras.
investimento em direitos creditórios; Uma segunda diferença refere-se aos procedi-
z Certificados de investimento audiovisual; mentos especiais que as bolsas de valores devem
z Certificados de recebíveis imobiliários. adotar no caso de variação significativa de preços
ou no caso de uma oferta, representando uma quanti-
Sistemática do Mercado Organizado dade significativa de ações. Nesses casos, as bolsas de
valores devem interromper a negociação do ativo.
1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa Para as companhias, a regra para se tornar uma
companhia aberta é a mesma, independentemente de
A empresa decide Busca autorização A empresa decide buscar uma listagem em bolsa de valores ou no mer-
tornar-se Companhia junto à CVM, para em qual mercado de
– se S/A aberta ou entrar nos mercados atuação deseja estar cado de balcão organizado.
S/A fechada de atuação

Importante!
CVM Autoriza Mercado de Balcão
Se S/A Aberta
Organizado
ou não
Não pode haver negociação simultânea de uma
mesma ação de uma mesma companhia em bol-
sa de valores e em instituições administradoras
Vale destacar que a companhia pode trocar de do Mercado de Balcão Organizado.
mercado. Todavia, como se trata de uma grande buro-
cracia que envolve recomprar todos os papéis em
circulação em um mercado para poder migrar para MERCADO DE AÇÕES
o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as
regras para a mudança de mercado de atuação. Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado
Para as ações, é proibida a comercialização em mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações.
ambos os mercados simultaneamente. Já para as Nele, são comercializados os papéis mais conhecidos
debêntures, é permitida a negociação simultânea nos no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possui-
dois mercados. dor um sócio da companhia emitente.
O mercado de ações consiste na negociação, em
Qual a diferença entre uma Bolsa de Valores e as mercado primário ou secundário, das ações geradas
entidades que administram o Mercado de Balcão por empresas que desejam captar dinheiro de uma
Organizado? forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser
entendida como a menor parcela do capital social
As Bolsas de Valores também são responsáveis por das companhias ou sociedades anônimas. É, por-
administrar o mercado secundário de ações, debêntu- tanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos
res e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade, seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deve-
ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou res de um sócio no limite das ações possuídas.
tamanho de ativos para uma companhia abrir o capi- Uma ação é um valor mobiliário expressamente
tal e listar seus valores para negociação em bolsas de previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei 6.385/1976. No
valores, em geral, as empresas listadas em bolsas de entanto, apesar de todas as companhias ou socieda-
valores são companhias de grande porte. des anônimas terem o seu capital dividido em ações,
Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de
somente as ações emitidas por companhias registra-
menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos
das na CVM, chamadas companhias abertas, podem
ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em
ser negociadas publicamente no mercado de valores
muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados
mobiliários.
segregados especializados para a negociação de ações
Atualmente, as ações são predominantemente
e outros títulos emitidos por empresas de menor porte.
escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome
Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão
Organizado é admitido um conjunto mais amplo de dos titulares, sem emissão de certificado, em instituição
intermediários do que em Bolsas de Valores, o que contratada pela companhia para a prestação desse ser-
pode aumentar o grau de exposição de companhias viço, em que a propriedade é comprovada pelo “Extra-
de médio porte ou novas empresas ao mercado. to de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre
Assim, o objetivo da regulamentação do mercado nominativas, não mais sendo permitida a emissão e a
de balcão organizado é ampliar o acesso ao mer- negociação de ações ao portador ou endossáveis.
cado para novas companhias, criando um segmento
voltado à negociação de valores emitidos por empre- Espécies de Ações
sas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo
grau de exposição e visibilidade. As ações podem ser de diferentes espécies, con-
Para os investidores, a principal diferença entre forme os direitos que concedem a seus acionistas. O
as operações realizadas em bolsas de valores e aque- Estatuto Social das Companhias, que é um conjunto de
las realizadas no mercado de balcão organizado é regras que deve ser cumprido pelos administradores
que, nesse último, não existe um fundo de garantia e acionistas, define as características de cada espécie
260 que respalde suas operações. de ações, que podem ser:
z Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)

Sua principal característica é conferir ao seu titular o direito a voto nas Assembleias de acionistas;

z Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial Nominativa)

Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapartida, concede outras
vantagens, tais como prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda,
possuir prioridades específicas se admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:

z Quando a empresa passar mais de três anos sem distribuir lucros;


z Quando houver votação para eleição dos membros do Conselho Administrativo da companhia.

ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS FRUIÇÃO OU GOZO


Voto Lucro Ex.: Ações
51% controlador � Pelo menos, 10% maior que as ordinárias Ações que foram compradas de volta pelo emi-
� Se a empresa passar mais de 3 anos sem dar tente, mas que o titular recebeu um novo títu-
lucro, essas ações adquirem o direito ao voto lo representativo do valor que é negociável e
endossável.

Características das Ações

z Quanto ao valor:

„ Nominais: o valor da ação vai descrito na escritura de emissão no momento do lançamento;


„ Não nominais: o valor da ação será dito pelo mercado, mas não pode ser inferior ao valor dado na emissão
das ações (essa manobra é mais arriscada, porém pode dar maior retorno).

z Quanto à forma:

„ Nominativas: há o registro do nome do proprietário no cartório de registro de valores mobiliários e a


emissão física do certificado;
„ Nominativas Escriturais: não há a emissão física do certificado, mas apenas o registro no Livro de Regis-
tros de Acionistas; as ações são representadas por um saldo em conta.

Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita lavagem de
dinheiro.

Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
� Blue Chips: Ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita segurança e tradição.
São ações usadas como referência para índices econômicos. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z Quanto à remuneração das ações:

Elas podem ser remuneradas de quatro formas:

„ Dividendos: compreendem a parcela do lucro líquido que, após a aprovação da Assembleia Geral Ordi-
nária, será alocada aos acionistas da companhia. O montante dos dividendos deverá ser dividido entre as
ações existentes, para sabermos quanto será devido aos acionistas a cada ação por eles detida.

Para garantir a efetividade do direito do acionista ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o sistema
do dividendo obrigatório, de acordo com o qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, destinar parte
dele aos acionistas a título de dividendo. Porém, a referida Lei confere às companhias liberdade para estabelecer,
em seus estatutos sociais, o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá ser distribuído anualmente aos
acionistas, desde que o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a determinação do seu valor ao exclusivo
arbítrio de seus administradores e acionistas controladores.
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão direito a recebimento do dividendo obrigatório equiva-
lente a 50% do lucro líquido ajustado nos termos do art. 202, da Lei das S.A; 261
„ Ganhos de Capital: Ocorrem quando um inves- Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon-
tidor compra uma ação por um preço baixo e tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em
vende a mesma ação por um preço mais alto, ou montante certo em moeda corrente, seja em percen-
seja, realiza um ganho; tual certo do capital, do valor nominal da ação ou,
„ Bônus de Subscrição: Quando alguém adquire ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa
ações, passa a ser titular de uma fração do capi- hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou
tal social de uma companhia. Todavia, quando o seja, uma vez atingido o montante determinado no
capital é aumentado e novas ações são emitidas, Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi-
as ações até então detidas por tal acionista pas- dendo fixo não participam dos lucros remanescentes,
sam a representar uma fração menor do capital, que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe-
ainda que o valor em moeda seja o mesmo. renciais de outras classes se houver.
Dividendo mínimo é aquele também previamen-
Para evitar que ocorra essa diminuição na partici- te quantificado no Estatuto, seja com base em montan-
pação percentual detida pelo acionista no capital da te certo em moeda corrente, seja em percentual certo
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do
um direito essencial, a preferência na subscrição valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con-
das novas ações que vierem a ser emitidas em um trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus
aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes-
na proporção de sua participação no capital, anterior- centes após assegurado às ordinárias dividendo igual
mente ao aumento proposto. ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo
Da mesma forma, os acionistas também terão mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias
direito de preferência nos casos de emissão de títu- caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí-
los conversíveis em ações, tais como debêntures do será partilhado entre ambas as espécies de ações
conversíveis e bônus de subscrição. em igualdade de condições.
Neste período, o acionista deverá manifestar sua O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações
intenção de subscrever as novas ações emitidas no preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo cumu-
âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver- lativo, no caso de a companhia não ter obtido lucros
síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o durante o exercício em montante suficiente para pagar
direito de preferência caducará. integralmente o valor dos dividendos fixos ou mínimos,
o valor faltante será acumulado para os exercícios poste-
Alternativamente, caso não deseje participar do
riores. Essa prerrogativa depende de expressa previsão
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe-
estatutária.
rência (art. 171, § 6º, da Lei das S.A.). Da mesma forma
No caso das companhias abertas que tenham ações
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre-
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve-
mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores;
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das
vantagens a seguir (art. 17, § 1º, da Lei 6.404/1964,
„ Bonificação: Ao longo das atividades, a Com- Lei das S/A.):
panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
para a constituição de uma conta de “Reservas”
� Direito a participar de uma parcela correspon-
(termo contábil). Caso a companhia queira, em
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
exercício social posterior, distribuir aos acio-
exercício, sendo que, desse montante, garante-
nistas o valor acumulado na conta de Reservas, -se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3%
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden- do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda,
do efetuar o pagamento em espécie ou com a o direito de participar de eventual saldo desses
distribuição de novas ações. É importante des- lucros distribuídos, em igualdade de condições
tacar que, atualmente, as empresas não mais com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a
distribuem bonificação na forma de dinheiro, elas dividendo igual ao mínimo prioritário;
pois preferem fidelizar ainda mais os sócios, z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10%
dando-lhes mais ações. maiores que os pagos às ações ordinárias;
z Direito de serem incluídas na oferta pública em
Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos decorrência de eventual alienação de controle.

A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações Com relação aos direitos dos acionistas, existem
preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi- algumas situações que as bancas de concursos gostam
do ou restrito por disposição do estatuto social da compa- de cobrar em prova e, por isso são importantes.
nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja,
vantagem econômica em relação às ações ordinárias. Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino-
Além disso, a Lei permite que as companhias aber- ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das
tas tenham várias classes de ações preferenciais, que ações. A esse evento chamamos de amortização de
conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre ações. O personagem que mais ganha nessa história é
si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com- o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações,
parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem seu poder ficará maior, já que o número de acionistas
como opinar sobre as matérias objetos de deliberação, ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
mas não poderão votar. A CVM, vendo esse aumento de poder do contro-
As vantagens econômicas a serem conferidas às lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em
ações preferenciais em troca dos direitos políticos outras palavras, diz que a recompra de ações, uma
suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consistir vez feita, finda por aumentar o poder do controlador
em prioridade de distribuição de dividendo, fixo ou da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom-
mínimo, prioridade no reembolso do capital, com prê- pradas devem permanecer em tesouraria por, no
mio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens (art. máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas
262 17, caput e incisos I a III, da Lei das S.A.). ou canceladas.
Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de poder do controlador, para evitar que os acionistas mino-
ritários percam sua participação na administração da empresa.
Quanto à mudança de controlador – o acionista majoritário, que detém 51% das ações – a CVM também edita
norma que regula essa troca, para evitar prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400 que diz que, para a
troca do controlador, o novo controlador deve garantir que, caso queira fechar o capital da S/A, deverá comprar
as ações dos minoritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas ações do controlador anterior. Fazendo
isso, a CVM garante que os acionistas minoritários não terão prejuízos, pois o novo controlador poderia comprar
as ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas do controlador anterior. É preciso dizer que, para que
isso ocorra, deve haver uma concordância mínima entre os acionistas gerais. A esse princípio chamamos de
tag along.
Existem, ainda, manobras que o mercado de capitais faz, as quais geram impacto sobre o valor das ações no
mercado e sua capacidade de comercialização. Vejamos:

z Desdobramento ou Split

É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas ações.
Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote des-
sas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quantia considerável para a maior parte dos
investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim, quem
possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja, passaria de R$
150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimento ou o valor da
empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos preços, para aumentar a liquidez das
ações. Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gastaria
apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$ 15.000,
ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as cota-
ções subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores no mercado, porém não há como prever se
isso irá ou não acontecer. A companhia também pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de
governança corporativa, para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para 2, de 1
para 3 e de 1 para 4 ações.

z Grupamento ou Inplit

Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os preços das ações
quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.

DESDOBRAMENTO OU SPLIT GRUPAMENTO OU INPLIT

� Manobra feita para tornar as ações mais baratas e atra-


tivas para novos investidores � Manobra feita para tornar as ações mais caras e, aparen-
� Diminui o valor das ações, mas mantém o valor aplicado temente, elevar seu valor
pelo investidor � Aumenta valor das ações, mas mantém o valor aplicado
� Aumenta a quantidade de ações do investidor
� Não altera o capital do investidor � Diminui a quantidade de ações
� Aumenta a liquidez das ações, pois ficam mais baratas e � Não altera o capital do investidor
fáceis de serem comercializadas
263
Mercado à Vista de Ações

O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação.
No mercado à vista de ações, temos:

� Operações imediatas ou de curto prazo;


z Operacionalizado na Bolsa de Valores;
z Sistema eletrônico de negociação;
z Câmara de liquidação de ações – antiga CBLC.

Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.

Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para
18h, em 2020, o After Market foi extinto.

Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:

z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).

DÁ A ORDEM

� Investidor

EXECUTA A ORDEM

� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos

REALIZA A ORDEM

� After Market
� Sistema de negociação eletrônico

As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
264 investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.

Lei 6.404 (art. 64) – DEBÊNTURES

O que são debêntures?

São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures.
Vejamos:

Agente fiduciário viabiliza

Companhia que emite a Debênture e Investidor do Mercado que deseja


deseja captar recursos emprestar seu dinheiro ao emissor
(Envia a Debênture) em troca de juros previamente pactuados
(Envia o Dinheiro)

Agente underwritter

Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:

z Deve constar o nome debênture com a indicação da espécie e suas garantias;


z Nº de emissão, série e ordem;
z Data da emissão;
z Vencimento (determinado ou indeterminado – perpétua – e se poderá ou não ter seu prazo de vencimento
antecipado);
z O índice que vai ser usado para corrigir o valor da debênture. (ex.: CDI, IPCA, IGP-M);
z Quantidade de debêntures que irão ser emitidas (limitada ao capital próprio da empresa);
z Valor nominal da debênture (ou valor de face);
z As condições para conversão ou permuta e seus respectivos prazos;
z Se a debênture terá garantias ou não (e, se tiver, quais serão). Tais garantias podem ser:

„ Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens determinados);
„ Flutuante: não existe um bem específico; a garantia é uma parte do patrimônio da empresa (até 70% do
valor do capital social);
„ Quirografária: nenhuma garantia ou privilégio (a garantia em caso de falência será o que sobrar e se
sobrar alguma coisa);
„ Subordinada: em caso de falência, oferece preferência apenas sobre o crédito dos acionistas.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias que
podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materializar, ou seja, transformar essa debênture
em algo que se possa ver? Existem duas formas para isso. Vejamos o esquema a seguir:

z Nominativas

„ Título físico;
„ Registrado na CETIP;
„ Emite o certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.

z Nominativas Escriturais

„ Informação Eletrônica;
„ CETIP registra e custodia;
„ Não emite certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas. 265
z Simples: Um simples direito de crédito contra a
Importante! emissora ou empresa;
z Conversíveis: podem ser trocadas por ações da
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a
empresa emitente das debêntures;
emissão do certificado é facultativa;
z Existe prazo máximo para que o debenturista
� Não é comum o debenturista solicitar o certifi-
decida se irá querer converter em ações ou não e,
cado da debênture, mas, se solicitá-lo, a empre- nesse prazo, a empresa não pode mudar nada nos
sa deve emiti-lo; seus papéis;
� As Debêntures só podem ser emitidas por ins- z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que
tituições que não sejam instituições financeiras. o debenturista tem de trocar as debêntures por
ações de outras companhias, depois de haver
passado um prazo mínimo.
Quanto aos prazos das debêntures, que devem
constar na escritura da emissão, podem ser: Já quanto à remuneração, pode-se ter:

z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture; z Juros (fixos ou variáveis);


z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
ção do emitente, a empresa; Básica Financeira;
z Antecipado: z Participação nos Lucros;
z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde-
„ Antes do resgate: deve constar na escritura o xado a TR, TBF ou TJLP.
prazo para resgate e a possibilidade de isso
ocorrer; Medição dos Riscos nas Debêntures
„ Antes do vencimento: quando ocorrer um
colapso no mercado ou o agente fiduciário vir z Alta qualidade: baixa taxa de retorno;
que o debenturista corre algum risco. z Baixa qualidade: alta taxa de retorno.

Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana;


Agente Fiduciário
quanto menos risco, menos grana.
A Lei 6.404/76 estabelece que a escritura de emis- As Ofertas das Debêntures
são, por instrumento público ou particular, de debên-
tures distribuídas ou admitidas à negociação no z Pública
mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de
agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá- „ Público em geral;
rio é quem representa a comunhão dos debenturistas „ Há registro na CVM;
perante a companhia emissora, com deveres específi- „ Assembléia Geral ou Conselho Administrativo
cos de defender os direitos e interesses dos debentu- decidem;
ristas, entre outros citados na Lei. „ Agente Fiduciário;
Para tanto, possui poderes próprios também atri-
z Privada
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência
da companhia emissora, declarar, observadas as „ Grupo restrito de investidores;
condições da escritura de emissão, antecipadamen- „ Não há registro na CVM.
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi- Os Mercados das Debêntures
rem, requerer a falência da companhia, entre outros.
Esse personagem viabiliza a operação de compra
das debêntures, por parte do debenturista, e a venda, Primário Secundário
por parte da empresa emissora, ou seja, ele interme- � Debêntures já
existentes
dia a situação. Além disso, o agente fiduciário deve, � Emissão pela 1ª vez
� Compra e venda por
acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele investidores
representa o debenturista em caso de colapso do
mercado, ou para: � Balcão Organizado
(Sistema Nacional
� Influi no caixa da
de Debêntures -
empresa
z Proteção do debenturista; administrado pela
CETIP S/A)
z Executar garantias reais da emissora;
z Requerer falência da emissora.
Commercial Papers
Vale dizer que o agente fiduciário pode reque-
rer essas situações para garantir ao debenturista o Commercial Papers são títulos, papéis que
recebimento dos créditos. valem dinheiro. São uma aplicação. Parecem muito
São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os com as debêntures e com as notas promissórias que
Bancos de Investimento, CTVM e DTVM. Quanto aos estudamos no tópico sobre Títulos de Crédito (a famo-
266 tipos ou classes de debêntures, podem ser: sa amarelinha).
São títulos de curto prazo, que têm prazo míni- Cabe destacar que apenas os Bancos e a CEF,
mo de 30 dias e máximo de 360 dias, emitidos por exceto os Bancos de Desenvolvimento, podem operar
instituições não financeiras, ou seja, as instituições livremente nele. Já algumas instituições operam com
financeiras estão fora, pois podem captar recursos restrições, ou seja, não podem fazer qualquer opera-
de outras maneiras. Então, o Commercial Paper serve ção, mas somente as especificadas pelo BACEN. São
para captar recursos no mercado interno, pois cons- elas:
titui uma promessa de pagamento na qual incidem
juros a favor do investidor. z Bancos de Desenvolvimento;
z Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
z Agências de Fomento.
Importante!
Com exceção dessas três, as demais podem reali-
As debêntures podem ser emitidas para fora
zar todas as operações do Mercado de Câmbio, embo-
do país com garantia real de bens situados no ra algumas tenham restrições de valor, mas não de
Brasil. Já os Commercial Papers não podem. operações. As sociedades corretoras de títulos e valo-
Eles podem ser emitidos apenas para dentro do res mobiliários, as sociedades distribuidoras de títu-
Brasil. los e valores mobiliários e as sociedades corretoras de
câmbio têm algumas restrições quanto ao valor das
operações:

� Operações de câmbio com clientes para liquidação


MERCADO DE CÂMBIO pronta de até US$ 300 mil ou o seu equivalente em
outras moedas;
O que é Câmbio? z Operações no mercado interbancário (arbitra-
gens no país) e por meio de banco autorizado a
Câmbio é a operação de troca de moeda de um operar no mercado de câmbio (arbitragem com o
país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando exterior).
um turista brasileiro vai viajar para o exterior e pre-
cisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo Além desses agentes, o Banco Central também con-
Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe cedia autorização para agências de turismo e meios
do turista brasileiro a moeda nacional e entrega-lhe de hospedagem de turismo para operarem no Merca-
(vende-lhe) a moeda estrangeira. Já quando um turis- do de Câmbio. Atualmente, não se concede mais auto-
ta estrangeiro quer converter moeda estrangeira em rização para esses agentes, permanecendo, ainda,
reais, o agente autorizado a operar no mercado de apenas aquelas agências de turismo cujos proprietá-
câmbio compra a moeda estrangeira do turista estran- rios pediram ao Banco Central autorização para cons-
geiro, entregando-lhe os reais correspondentes. tituírem instituição autorizada a operar em câmbio.
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente Enquanto o Banco Central está analisando tais pedi-
no qual se realizam as operações de câmbio entre dos, as agências de turismo ainda autorizadas podem
os agentes autorizados pelo Banco Central e entre continuar a realizar operações de compra e venda de
estes e seus clientes, diretamente ou por meio de moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de
seus correspondentes. Esse mercado é regulamen- viagem relativamente a viagens internacionais.
tado e fiscalizado pelo Banco Central e compreen- Em resumo:
de as operações de compra e de venda de moeda
estrangeira, as operações em moeda nacional entre z Os meios de hospedagem não podem mais operar
residentes, domiciliados ou com sede no país e resi- câmbio de jeito nenhum;
dentes, domiciliados ou com sede no exterior e as z As agências de turismo que pediram autorização
operações com ouro-instrumento cambial realiza- ao BACEN continuam até que ele decida se elas
das por intermédio das instituições autorizadas a ficam efetivamente ou não.
operar no mercado de câmbio pelo Banco Central,
diretamente ou por meio de seus correspondentes. Ainda, as Instituições Financeiras podem contratar
Incluem-se, no mercado de câmbio brasileiro, as correspondentes para operar câmbio por elas. Nesse
operações relativas aos recebimentos, pagamentos e caso, teríamos um plano B para as agências de Turis-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

transferências do e para o exterior, mediante a utili- mo que tiverem seus pedidos negados pelo BACEN,
zação de cartões de uso internacional, bem como as pois, se elas se filiarem a uma Instituição Financeira,
operações referentes às transferências financeiras não mais precisarão da autorização deste.
postais internacionais, inclusive vales postais e reem- Pela Resolução nº 4.811/20, as operações realizadas
bolsos postais internacionais. pelos correspondentes são de total responsabilidade
À margem da lei, funciona um segmento denomi- da instituição contratante, devendo ela estabelecer
nado Mercado Paralelo. São ilegais os negócios rea- as regras e condutas que os correspondentes deverão
lizados nesse mercado, bem como a posse de moeda seguir, quais sejam:
estrangeira oriunda de atividades ilícitas.
z Execução ativa ou passiva de ordem de pagamento
Quem Opera no Mercado de Câmbio? relativa à transferência unilateral (ex.: manuten-
ção de residentes, transferência de patrimônio,
Bancos Múltiplos, Comerciais, de Investimentos, prêmios em eventos culturais e esportivos) do ou
de Desenvolvimento, CEF, SCFI, CTVM, DTVM, Agên- para o exterior, limitada ao valor equivalente a
cias de Fomento e Corretoras de Câmbio são institui- U$$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, em espé-
ções habilitadas a operarem no Mercado de Câmbio. cie e 1 mil dólares por operação; 267
z Compra e venda de moeda estrangeira em espécie, É dispensado o respaldo documental das opera-
cheque ou cheque de viagem, bem como carga de ções de valor até o equivalente a US$ 10 mil, preser-
moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao vando-se, no entanto, a necessidade de identificação
valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados do cliente.
Unidos, por operação e em espécie 1 mil dólares;
z Recepção e encaminhamento de propostas de Banda Cambial no Brasil
operações de câmbio.
Uma Banda Cambial é a forma como um país defi-
ne suas taxas de câmbio, quer sejam fixas ou livres,
A ECT – Empresa de Correios e Telégrafos do Bra-
ou, até mesmo, flutuantes. Até 2005, existiam duas
sil – também é autorizada pelo Banco Central a rea-
bandas cambiais, a Livre e a Flutuante. A primeira,
lizar operações com vales postais internacionais,
por exemplo, vinha dos empréstimos e envios de
emissivos e receptivos, destinadas a atender compro-
dinheiro do Brasil para fora e vice-versa.
missos diversos, tais como: manutenção de pessoas
No entanto, operar com duas bandas cambiais era
físicas, contribuições previdenciárias, aposentadorias
muito burocrático, pois cada uma tinha suas especi-
e pensões, aquisição de medicamentos para uso parti-
ficações. Então, em 2005, ficou instituída, no Brasil, a
cular, pagamento de aluguel de veículos, multas, doa- banda cambial, que foi resultante da junção das ban-
ções. Por meio dos vales postais internacionais, a ECT das Livre e Flutuante. Aqui, vale lembrar que, como
também pode dar curso a recebimentos ou pagamen- o Governo intervém indiretamente no mercado, com-
tos conduzidos sob a sistemática de câmbio simplifi- prando e vendendo moeda, essa flutuação recebeu o
cado de exportação ou de importação, observado o nome de flutuação suja.
limite de US$ 50 mil, ou seu equivalente em outras
moedas, por operação. As Operações no Mercado de Câmbio

� Memorize os limites elencados pelo resumo a As operações mais comuns são:


seguir:
z Compra e Venda de moeda estrangeira;
z Arbitragem (operação em que há a compra de
„ CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio: 300 mil moeda estrangeira com outra moeda estrangeira);
dólares por operação; z Exportação e Importação.
„ Empresa de Correios e Telégrafos: 50 mil dóla-
res por operação; Como se Efetivam as Trocas de Moedas?
„ Correspondentes Bancários e Agências de
Turismo ainda em operação: 1 mil dólares por As trocas de moedas podem ser:
operação – em contrapartida, em espécie – e 3
mil dólares em operações escriturais (Resolu- z Manuais: em espécie;
ção nº 4.811/20). z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas,
sim, papéis que valem dinheiro.

Quando falamos de câmbio, pensamos, também,


Importante! nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que revelam
As instituições são obrigadas a informar o VET – quanto uma moeda vale em relação a outra moeda.
Valor Efetivo Total nas operações. Entre elas, as mais comuns são:
Isso deve-se ao fato de que nas operações de z Taxa Repasse ou Cobertura: feita entre os Bancos
câmbio há custos embutidos como: e o BACEN;
� Tarifa de Conversão das moedas z Dólar Pronto: para as operações com entrega em
� IOF – Imposto sobre Operações Financeiras até 48 horas ou D+2;
Vale destacar que o IOF é um imposto que incide z PTAX: Média das compras e vendas de moedas
sobre quase todas as operações financeiras. estrangeiras entre as Instituições Financeiras den-
tro do país – sempre em dólar americano. Essa é a
taxa de câmbio que é divulgada diariamente pelo
Resolução nº 3.568/2008 com Alterações Banco Central e serve de referência para várias
Posteriores pela Resolução nº 4.811/20 operações no mercado cambial.

Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem Taxa de Câmbio nominal x Taxa de Câmbio Real
comprar e vender moeda estrangeira ou realizar
A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati-
transferências internacionais em reais, de qualquer
natureza, sem limitação de valor, sendo contra-
vo financeiro, enquanto que a Taxa de Câmbio Real
parte na operação agente autorizado a operar indica o preço relativo entre duas moedas, o que per-
no mercado de cambio, observada a legalidade da mite medir a competitividade relativa entre os dois
transação, tendo como base a fundamentação eco- países em questão.
nômica e as responsabilidades definidas na respec- Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo
tiva documentação. limpo e seco, sem nenhuma interferência. Já o valor
real é o preço do ativo comparado entre duas moedas
Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa – dessa forma, é possível saber quanto aquele deter-
minado ativo vale em um país e noutro.
física ou jurídica pode comprar e vender moeda
estrangeira desde que a outra parte na operação de A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O
câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a Contrato de Câmbio
operar no Mercado de Câmbio (ou seu corresponden-
te para tais operações) e que seja observada a regu- Contrato de câmbio é o documento que forma-
lamentação em vigor, incluindo a necessidade de liza a operação de compra ou de venda de moeda
268 identificação em todas as operações. estrangeira.
Nele, são estabelecidas as características e as con- Após o embarque dos bens, o exportador entrega
dições sob as quais se realiza a operação de câmbio, os documentos da exportação e as cambiais (saques)
revelando informações relativas à moeda estrangeira da operação ao banco e celebra um contrato de câm-
que um cliente está comprando ou vendendo, à taxa bio para liquidação futura. Então, o exportador pede
contratada, ao valor correspondente em moeda nacio- ao banco o adiantamento do valor, em reais, corres-
nal e aos nomes do comprador e do vendedor. Os con- pondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter
tratos de câmbio devem ser registrados no Sistema um financiamento competitivo para conceder prazo
Câmbio pelo agente autorizado a operar no mercado de pagamento ao importador, o exportador também
de câmbio. fixa a taxa de câmbio da sua operação.
Nas operações de compra ou de venda de moeda O ACE pode ser contratado com prazo de até 390
estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu equivalente em dias após o embarque da mercadoria. A liquidação
outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a for- da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
malização do contrato de câmbio. O agente do merca- to efetuado pelo importador, acompanhado do paga-
do de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a mento dos juros devidos pelo exportador.
operação no Sistema Câmbio.
O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos
ACC ACE
legais para ter validade, devendo ser registrado no
Adiantamento Sob Contrato Adiantamento Sob Contrato
SISBACEN, constando: de Câmbio de Exportação

z Qual a moeda em questão;


z A taxa cobrada; Pré-Embarque Pós-Embarque

z O valor correspondente em moeda nacional; � Financia a mercadoria a ser � Antecipa os recursos


exportada a serem recebidos do
z Nome do comprador e do vendedor. Comprador
� Deve ser contratado até 360
dias antes do embarque da � Deve ser feito até 390 dias
mercadoria posteriores ao embarque da
Importante! mercadoria

Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato


de Câmbio. No entanto, o registro da operação é O pagamento é feito quando O pagamento da operação
no embarque da mercadoria deverá ser feito quando o
obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17). ou no ingresso do dinheiro importador enviar os recursos
pago pelo importador

Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A


seguir, listaremos os que são mais comumente cobra- Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de finan-
dos em prova. Vejamos: ciamento são de até 100% do valor das mercadorias e
não incidem IOF sobre essas operações, por se trata-
z ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio rem de incentivos à exportação.
As operações de Exportação e Importação devem
O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados meca- ser registradas em um sistema chamado SISCOMEX –
nismos de financiamento à exportação. Trata-se de Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utilizado
financiamento na fase de produção ou pré-embarque. em conjunto pela SECEX (Secretaria de Comércio Exte-
Para realizar um ACC, o exportador deve procurar rior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo BACEN,
um banco comercial autorizado a operar em câmbio. para fiscalizar a entrada e a saída de recursos do Brasil
Tendo limite de crédito com o banco, o exportador cele- para o exterior e vice-versa, trazendo vários benefícios
bra com este um contrato de câmbio no valor corres- aos processos de exportação e importação, quais sejam:
pondente às exportações que deseja financiar, ou seja, o
contrato de câmbio é celebrado antes mesmo do expor- z Harmonização de conceitos e uniformização de
códigos dos processos;
tador receber do importador o pagamento de sua venda.
z Ampliação de pontos de atendimento;
Neste sentido, o exportador pede ao banco o adian-
z Eliminação de coexistências de controles e siste-
tamento do valor, em reais, correspondente ao contra-
mas paralelos de coleta de dados;
to de câmbio. Assim, além de obter um financiamento
z Diminuição, simplificação e padronização de do-
competitivo para a produção da mercadoria a ser
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cumentos;
exportada, o exportador também fixa a taxa de câm- z Agilidade nos processos e diminuição dos custos
bio da sua operação. administrativos.
Cabe destacar que o ACC pode ser realizado em
algumas exportações de serviços e, ainda, em até 360 O SISCOMEX é um sistema e, como tal, é neces-
dias antes do embarque da mercadoria. A liquidação sário que as pessoas se cadastrem nele para ope-
da operação ocorre com o recebimento do pagamen- rar. Existem 4 (quatro) tipos de cadastros para o seu
to efetuado pelo importador, acompanhado do paga- acesso.
mento dos juros devidos pelo exportador, ou pode Vejamos:
ser feita com encadeamento com um financiamento
pós-embarque. z Habilitação ordinária: destinada à pessoa jurí-
dica que atue habitualmente no comércio exte-
z ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: O rior. Nesta modalidade, a empresa está sujeita ao
ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues – é acompanhamento da Receita Federal com base
um mecanismo similar ao ACC, só que contratado na análise prévia da sua capacidade econômica e
na fase de comercialização ou pós-embarque. financeira; 269
Obs.: essa é a modalidade mais completa de habi- pronta ou futura. Neste sentido, temos a possibilida-
litação, a qual permite aos operadores realizar qual- de de realizar operações com vencimento futuro, ou
quer tipo de operação. Quando o volume de suas seja, a operação só será finalizada em uma data pre-
operações for incompatível com a capacidade econô- viamente acordada entre as partes.
mica e financeira evidenciada, a empresa estará sujei- Ocorre que, no caso de operações interbancárias,
ta a procedimento especial de fiscalização. a termo (contrato), as partes devem observar que, nas
operações para liquidação pronta ou futura, a taxa de
z Habilitação simplificada: destinada às pessoas câmbio deve refletir exclusivamente o preço da moe-
físicas, às empresas públicas e às sociedades de da negociada para a data da contratação da operação
economia mista – entidades sem fins lucrativos; de câmbio, sendo facultada a pactuação de prêmio
z Habilitação especial: destinada aos órgãos da ou bonificação nas operações para liquidação futura.
Administração Pública direta, autarquias, fun- Esse prêmio a que o Banco Central se refere no Capí-
dações públicas, órgãos públicos autônomos e tulo 1, da série “Regulamento do Mercado de Câmbio
organismos internacionais; e Capitais Internacionais”, é o Prêmio de Risco. Ele
z Habilitação restrita: destinada à pessoa física ou nada mais é que um viés (uma tendência) entre a taxa
jurídica que tenha operado anteriormente no de câmbio no mercado futuro e a esperança do câm-
comércio exterior exclusivamente para realização bio no futuro.
de consulta ou retificação de declaração. Por fim, vale lembrar que podemos analisar o Prê-
mio de Risco, comparando a paridade coberta dos
No mercado de Câmbio temos, também, as ope- juros à paridade descoberta destes.
rações de Remessas. As remessas são operações de
envio de recursos para o exterior, por meio de ordens
de pagamento (cheque, ordem por conta, fax, internet,
cartões de crédito). Em suma, são formas de enviar CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO/
dinheiro para fora do país através de instituições.
Existem remessas do Exterior para o Brasil e vice- CAPITAIS E LEGISLAÇÕES
-versa. Elas podem ser:
LEI N° 9.613/1998 (LEI DE PREVENÇÃO À LAVAGEM
z Em espécie: por Instituição Financeira ou pelo DE DINHEIRO)
ECT; Também conhecida como Lei de Lavagem de
z Via cartão de crédito: seguem a mesma lógica da Capitais, a Lei nº 9.613/98 visa combater a ocultação
remessa em espécie, entretanto o pagamento é fei- ou dissimulação de bens ou valores que tenham sido
to por cartão de crédito. obtidos de forma ilícita (frutos de infrações penais).
O termo lavagem diz respeito à necessidade de se
O que é Posição de Câmbio? dar aparência de legalidade — “lavar” o dinheiro ili-
citamente obtido (“sujo”). A expressão tem origem no
A posição de câmbio é representada pelo saldo direito estadunidense, “money laundering”, com a des-
das operações de câmbio (compra e venda de moeda coberta de que criminosos, na década 1920, usavam
estrangeira, de títulos e documentos que os represen- lavanderias para esconder a origem criminosa de
tem e de ouro-instrumento cambial) prontas ou para bens (alguns países utilizam a expressão “branquea-
liquidação futura realizadas pelas instituições autori- mento de capitais”, mas seu uso não é muito aceito,
zadas pelo Banco Central do Brasil a operar no merca- tendo em vista a conotação racista).
do de câmbio. Um exemplo de lavagem é a compra de obras de
arte para revenda com dinheiro obtido por meio do
O que é Posição de Câmbio Comprada? tráfico ilícito de drogas.
Uma das grandes novidades trazidas pela Lei nº
A posição de câmbio comprada é o saldo em moe- 9.613/98 é que, antes dela, apenas o tráfico de drogas
da estrangeira registrado em nome de uma instituição poderia configurar um crime antecedente que pudes-
autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou se gerar a lavagem de dinheiro. Com sua entrada em
para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu- vigência, outros crimes podiam ser antecedentes da
los e documentos que as representem e de ouro-ins- lavagem. Em 2012, a Lei nº 12.683/12 alterou a Lei nº
trumento cambial em valores superiores às vendas. 9.613/98, de modo que, hoje, qualquer infração penal
(crime ou contravenção, como, por exemplo, o jogo do
O que é Posição de Câmbio Vendida? bicho) podem ser considerados crimes antecedentes
para a lavagem.
A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda
estrangeira registrado em nome de uma instituição CONCEITO E FORMAS DE LAVAGEM
autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, ori-
para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu-
gem, localização, disposição, movimentação ou
los e documentos que as representem e de ouro-ins- propriedade de bens, direitos ou valores prove-
trumento cambial em valores superiores às compras. nientes, direta ou indiretamente, de infração
penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
O que é Prêmio de Risco? Pena – reclusão, de 3 a 10 anos, e multa.
Para melhor explicar isso, retomaremos alguns O art. 1º traz o conceito de lavagem de dinheiro (ou
conceitos já estudados. capitais). De maneira simples, temos que a lavagem
Sabemos que a taxa de câmbio é livremente pactua- de dinheiro consiste no ato ou atos praticados com a
da entre os agentes autorizados a operar no mercado finalidade de dar aparência lícita a bens, direitos ou
de câmbio ou entre estes e seus clientes, podendo as valores que tenham origem na prática de uma infra-
270 operações de câmbio ser contratadas para liquidação ção penal (crime ou contravenção).
Veja que os núcleos do tipo (verbos) são ocultar e O art.1º, § 4º traz uma causa de aumento de pena
dissimular. Se o agente pratica os dois, dentro do mes- (de 1/3 a 2/3) se os crimes previstos na Lei de Lavagem
mo contexto, responde por um único crime. forem cometidos:
A lavagem é chamada de “crime parasitário”.
Observe bem que a lavagem (que é crime) tem relação z De forma reiterada; ou
com a prática de uma infração (crime ou contraven- z Por intermédio de organização criminosa.
ção) anterior. De acordo com o art. 1º, o julgamento
independe do processo e do julgamento das infrações Dica
penais antecedentes.
Neste sentido, para que seja punível a lavagem, O conceito de organização criminosa se encon-
deve haver um fato típico e ilícito anterior. No entan- tra na Lei nº 12.850/13.
to, não é necessária a condenação no crime anterior,
somente será excluída a lavagem. Ou seja, se a infra- Já vimos que existe hipótese de aumento de pena
ção penal antecedente foi atípica (fato inexistente) e, nos crimes de lavagem. E será que existe alguma hipó-
por isso, não constituir infração penal, ou, ainda, se tese de diminuição? Sim, ela se encontra prevista no
houve causa que excluísse a ilicitude, não há como o art. 1º, § 5º da Lei nº 9.613/98.
agente responder por lavagem de dinheiro.
Seguindo com o nosso estudo, incorrerá na mes- COLABORAÇÃO PREMIADA
ma, pena prevista no caput do art. 1º, quem pratica as
condutas que estão no art. 1º, § 1º: § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois
terços e ser cumprida em regime aberto ou
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-
ou dissimular a utilização de bens, direitos ou
-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena res-
valores provenientes de infração penal
tritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe
I - os converte em ativos lícitos;
colaborar espontaneamente com as autoridades,
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou
prestando esclarecimentos que conduzam à apu-
recebe em garantia, guarda, tem em depósito,
ração das infrações penais, à identificação dos
movimenta ou transfere;
autores, coautores e partícipes, ou à localização
III - importa ou exporta bens com valores não
dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
correspondentes aos verdadeiros.

O inciso I trata da hipótese de a lavagem dar-se Para ser beneficiado pela colaboração premiada, o
com a conversão dos bens, direitos ou valores em ati- indivíduo deve colaborar, a qualquer tempo (ou seja, na
vos lícitos, como, por exemplo, ações na Bolsa. Por esse fase investigatória ou processual), de uma das três formas
viés, pode-se falar na chamada “lavagem em cadeia” previstas (basta uma; os requisitos não são cumulativos):
(lavagem da lavagem), que é a ocultação ou dissimu-
I - conduzir à apuração das infrações penais;
lação de bens, dinheiro ou valores, provenientes de
II - conduzir à identificação de autores, coautores
lavagens anteriores (neste caso, o delito antecente é
e partícipes; ou
outra lavagem). Um exemplo da lavagem em cadeia III - conduzir à localização dos bens, direitos ou
seria a aplicação, na Bolsa de Valores, de rendimentos valores objeto do crime.
obtidos numa lavagem anterior.
O inciso II trata da figura do receptador dos bens, z Formas de colaboração (alternativas) (art. 1º, §
direitos ou valores. Já o inciso III cuida da hipótese espe- 5º, Lei nº 9.613/98)
cífica de lavagem por meio de operações de importação
e exportação. O parágrafo 2º do artigo 1º apresenta
outras hipóteses equiparadas à lavagem de dinheiro: Apuração de infrações

§ 2º Incorre ainda, na mesma pena quem:


Identificação de Autores, Coautores e Partícipes
I – Utiliza, na atividade econômica ou financei-
ra, bens, direitos ou valores provenientes da
infração penal; Localização dos Bens, Direitos ou Valores
II - participa de grupo, associação ou escri-
tório tendo conhecimento de que sua atividade
Colaborando, o indivíduo tem a possibilidade de
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

principal ou secundária é dirigida à prática de cri-


mes previstos nesta Lei. obter os seguintes benefícios (“prêmios”; daí se cha-
mar de colaboração premiada).
O inciso I do § 2º pune a lavagem no exercício de
atividade econômica ou financeira e o inciso II pune a z Benefícios ao colaborador na lavagem de
associação para fins de lavagem de capitais. dinheiro (art. 1º, § 5º, Lei nº 9.613/98)

§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágra-


fo único do art. 14 do Código Penal. Diminuição da pena de 1 a 2/3 e fixação
do regime inicial aberto ou semiaberto
O § 3º traz importante disposição no sentido de
que é punível a tentativa de lavagem de capitais. Substituição da pena privativa de
libertada por pena restritiva de direitos
§ 4º A pena será aumentada de um a dois ter-
ços, se os crimes definidos nesta Lei forem come-
Perdão judicial (causa extintiva
tidos de forma reiterada ou por intermédio de
de punibilidade)
organização criminosa. 271
Esses benefícios aplicam-se somente à colaboração Medidas Assecuratórias
premiada nos crimes de lavagem de dinheiro.
Existem outras formas de colaboração premiada z Sequestro:
previstas em outras leis (como a Lei de Organizações
Criminosas por exemplo), que oferecem ao colabora- É a decisão judicial, bem como a consequente
dor outros “prêmios” (como o não oferecimento de retenção por depósito da coisa litigiosa em mãos de
denúncia). terceiros estranhos à lide, com o fim de preservar o
direito sobre ela (Mirabete).
AÇÃO CONTROLADA E INFILTRAÇÃO DE AGENTES Na esfera penal, o sequestro é a retenção de bem
imóvel ou móvel, havido com os proventos da infra-
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este ção, com o fim de assegurar as obrigações civis deste
artigo, admite-se a utilização da ação controlada - (Magalhães Noronha).
e da infiltração de agentes.
z Hipoteca Legal:
A fim de efetivar a apuração do crime de lavagem
de dinheiro, a Lei admite a utilização dos meios espe- Art. 134 A hipoteca legal sobre os imóveis do indi-
ciais de investigação da ação controlada (situação ciado poderá ser requerida pelo ofendido em qual-
excepcional na qual o flagrante, que deve ser imedia- quer fase do processo, desde que haja certeza da
to, é retardado para que se consiga descobrir outros infração e indícios suficientes da autoria.
sujeitos envolvidos na prática do delito, reunindo-se
provas mais robustas ou, ainda, recuperando-se o pro- O dispositivo recai sobre os bens imóveis e serve
duto ou proveito do crime — é chamado de flagrante para assegurar a reparação do dano.
prorrogado, retardado ou diferido) e da infiltração
de agentes (prevista no art. 10 da Lei de Organiza- z Arresto:
ções Criminosas, que tem como objetivo permitir que
policiais ingressem legalmente em organizações cri- Art. 137 Se o responsável não possuir bens imó-
minosas, utilizando-se de identidades falsas, a fim de veis ou os possuir de valor insuficiente, poderão
investigar suas atividades). ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora,
Uma das formas de ação controlada é a conhecida nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos
“entrega vigiada”, prevista no Decreto nº 5.015/04, que imóveis. Recai sobre o patrimônio lícito ou ilíci-
consiste na permissão de remessas internacionais ilíci- to do sujeito e tornam indisponível. Ou seja, se o
tas ou suspeitas, feitas com o conhecimento e controle investigado com o lucro obtido por meio da prática
das autoridades com o objetivo de permitir a colheita de crime de contrabando, adquiriu um veículo, este
pode ser sequestrado.
de mais provas e a identificação dos envolvidos.

DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

A partir do art. 2º, a Lei nº 9.613/98 passa a tra- O art. 7º estabelece alguns efeitos da condenação
tar de disposições que se aplicam ao proceso criminal por crimes de lavagem, além dos que constam no
da lavagem de dinheiro. Veremos, a seguir, os pontos Código Penal:
mais relevantes.
O primeiro ponto que merece destaque diz respei- Art. 7º São efeitos da condenação, além dos
previstos no Código Penal:
to à competência. Os crimes de lavagem, via de regra,
I - a perda, em favor da União - e dos Estados,
são de competência da Justiça Estadual.
nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
Excepcionalmente, a competência será da Justiça todos os bens, direitos e valores relacionados,
Federal, nas hipóteses do inciso III do art. 2°, quais direta ou indiretamente, à prática dos crimes
sejam: previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados
para prestar a fiança, ressalvado o direito do
z Crimes praticados contra o sistema financeiro e a lesado ou de terceiro de boa-fé;
ordem econômico-financeira; II - a interdição do exercício de cargo ou fun-
z Crimes praticados em detrimento de bens, serviços ção pública de qualquer natureza e de diretor, de
ou interesses da União ou de suas entidades autár- membro de conselho de administração ou de
quicas ou empresas públicas; gerência das pessoas jurídicas referidas no art.
z Quando a infração penal antecedente for de com- 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de
petência da Justiça Federal. liberdade aplicada.
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas com-
Por sua vez, o art. 4º prevê a possibilidade de o juiz, petências, regulamentarão a forma de destinação
dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido
de ofício, a requerimento ou mediante represen-
declarada, assegurada, quanto aos processos de
tação do delegado de polícia (ouvido o Ministério
competência da Justiça Federal, a sua utilização
Público), desde que haja indícios suficientes de infra- pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
ção penal, decretar, em 24 horas, medidas assecura- do combate, da ação penal e do julgamento dos cri-
tórias de bens direitos ou valores do investigado mes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
ou acusado, ainda que estejam em nome de terceiros, competência da Justiça Estadual, a preferência dos
se constituam instrumento, produto ou proveito dos órgãos locais com idêntica função.
crimes de lavagem ou de crimes antecedentes. § 2º Os instrumentos do crime sem valor econômi-
As medidas assecuratórias são aquelas que asse- co cuja perda em favor da União ou do Estado for
guram o direito do ofendido e a responsabilização decretada serão inutilizados ou doados a museu
pecuniária do criminoso. As medidas assecuratórias criminal ou a entidade pública, se houver interesse
272 possíveis são o sequestro, a hipoteca legal e o arresto. na sua conservação.
O art. 7º estabelece, como efeito da condenação, z Resumidamente, essa política de prevenção deve
a perda de todos os bens e valores ligados direta ou contemplar, conforme disposição do art. 3º:
indiretamente aos crime de lavagem, preservando o z Diretrizes para definir responsabilidades, proce-
direito do lesado ou terceiro de boa-fé. Por exemplo, dimentos, avaliação interna do risco, promoção da
se o crime antecedente for um roubo, o bem ou valor cultura organizacional, seleção correta de funcio-
é devolvido ao legítimo dono. nários etc.;
O dispositivo estabelece, ainda, que, se os condena- z Diretrizes para implementar procedimentos de
dos forem funcionários públicos ou diretores, mem- coleta, verificação, registro, monitoramento, comu-
bros de conselho de administração ou de gerente das nicação ao Conselho de Controle de Atividades
pessoas jurídicas elencadas no art. 9º (Bolsa de Valo- Financeiras (COAF), entre outras.
res, seguradoras, administradoras de cartão de crédi-
to, empresas de leasing etc), estes ficarão interditados Segundo o inciso III do art. 3º, é necessário o com-
de exercerem seus cargos ou funções pelo dobro de prometimento da alta administração com a efetivi-
tempo da pena privativa de liberdade imposta. dade e a melhoria contínua da política.
Vamos fazer alguns exercícios agora? De acordo com o art. 4º, admite-se a adoção de polí-
tica de prevenção à lavagem de dinheiro e ao finan-
CIRCULAR 3.978/2020 ciamento do terrorismo única por conglomerado
prudencial e por sistema cooperativo de crédito. Essa
A presente circular lista procedimentos de com- política de prevenção deve ser:
pliance, ou seja, de controles internos para que se
previna o crime de lavagem de dinheiro. De maneira z Documentada, aprovada pelo Conselho ou Direto-
geral, temos que a circular: ria e mantida atualizada;
z Divulgada aos envolvidos em linguagem
Dispõe sobre a política, os procedimentos e os compreensível.
controles internos a serem adotados pelas insti-
tuições autorizadas a funcionar pelo Banco Central Nos termos literais dos arts. 6º e 7º:
do Brasil visando à prevenção da utilização do
sistema financeiro para a prática dos crimes Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divul-
de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e gada aos funcionários da instituição, parceiros e
valores de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de prestadores de serviços terceirizados, mediante lin-
1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na guagem clara e acessível, em nível de detalhamento
Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. compatível com as funções desempenhadas e com a
sensibilidade das informações.
Lembre-se de que todas as instituições autori- Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser:
zadas a funcionar pelo Banco Central devem adotar I - documentada;
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se
esta circular. Trata-se de uma circular extensa, com
inexistente, pela diretoria da instituição; e
muito detalhamento técnico. Nosso objetivo neste
III - mantida atualizada.
tópico será extrair desse documento os pontos que
mais acreditamos que possam ser cobrados em prova. DA GOVERNANÇA DA POLÍTICA DE PREVENÇÃO À
Então, vamos lá: LAVAGEM DE DINHEIRO
Art. 1º Esta circular dispõe sobre a política, os Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º devem
procedimentos e os controles internos a serem dispor de estrutura de governança visando a assegu-
adotados pelas instituições autorizadas a fun- rar o cumprimento da política referida no art. 2º e
cionar pelo Banco Central do Brasil visando à dos procedimentos e controles internos de preven-
prevenção da utilização do sistema financeiro para ção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
a prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação terrorismo previstos nesta circular.
de bens, direitos e valores, de que trata a Lei nº
9.613, de 3 de março de 1998, e de financiamento
do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260, de 16 de
Dica
março de 2016. Governança tem a ver com boas práticas
Parágrafo único. Para os fins desta circular, os cri- administrativas.
mes referidos no caput serão denominados generi-
camente “lavagem de dinheiro” e “financiamento As instituições devem indicar formalmente ao
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do terrorismo”. Banco Central do Brasil diretor responsável, nos ter-


mos do art. 9º. Esse diretor pode desempenhar outras
POLÍTICA DE PREVENÇÃO funções na instituição, contanto que isso não gere
Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º conflito de interesses.
devem implementar e manter política formulada
AVALIAÇÃO INTERNA DE RISCO
com base em princípios e diretrizes que busquem
prevenir a sua utilização para as práticas de lava- Art. 10 As instituições referidas no art. 1º devem
gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo. realizar avaliação interna com o objetivo de iden-
tificar e mensurar o risco de utilização de
A política de prevenção ao crime de lavagem de seus produtos e serviços na prática da lavagem de
dinheiro, de acordo com o parágrafo único do art. 2º dinheiro e do financiamento do terrorismo.
desta Circular, deve ser adequada ao perfil:
Sem segredos, a avaliação interna:
z Dos clientes, da instituição e dos funcionários, par-
ceiros e prestadores; z Deve considerar o perfil das operações e das pes-
z Das operações, transações, produtos e serviços. soas envolvidas; 273
z Deve ser documentada e aprovada; A qualificação do cliente deve ser reavaliada e
z As categorias de risco devem ser definidas para sempre atualizada.
maior possibilidade de mitigação;
z Pode ser realizada de forma centralizada em ins- z Pontos de Atenção na Qualificação
tituição do conglomerado prudencial e do sistema
Nos termos do art. 19, os procedimentos de qua-
cooperativo de crédito, nos termos do art. 11.
lificação devem incluir a verificação da condição do
PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER OS cliente como:
CLIENTES
„ Pessoa politicamente exposta: Detentores de
Art. 13 As instituições mencionadas no art. 1º mandato, ocupantes de cargos de natureza espe-
devem implementar procedimentos destinados a cial, tais como ministros e altas autoridades
conhecer seus clientes, incluindo procedimentos públicas;
que assegurem a devida diligência na sua identifi- „ Familiar: Parentes até o segundo grau;
cação, qualificação e classificação „ Estreito colaborador: Pessoa conhecida por
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem ser ter qualquer tipo de estreita relação com pessoa
compatíveis com: exposta politicamente.
I - o perfil de risco do cliente, contemplando medi-
das reforçadas para clientes classificados em cate- Para esses clientes, devem ser adotados procedi-
gorias de maior risco, de acordo com a avaliação mentos de qualificação compatíveis com sua condição.
interna de risco referida no art. 10;
II - a política de prevenção à lavagem de dinheiro e ao Classificação dos Clientes
financiamento do terrorismo de que trata o art. 2º; e
Art. 20 As instituições mencionadas no art. 1º
III - a avaliação interna de risco de que trata o art. 10.
devem classificar seus clientes nas categorias de
É importante notar que os procedimentos devem risco definidas na avaliação interna de risco men-
ser formalizados em manual específico, que deve ser cionada no art. 10, com base nas informações obti-
das nos procedimentos de qualificação do cliente
aprovado pela diretoria da instituição e mantido atua-
referidos no art. 18.
lizado, de acordo com os parágrafos 2º e 3º do art. 13.
Parágrafo único. A classificação mencionada no
Identificação dos Clientes caput deve ser:
I - realizada com base no perfil de risco do cliente e
Art. 16 As instituições referidas no art. 1º devem na natureza da relação de negócio;
adotar procedimentos de II - revista sempre que houver alterações no per-
identificação que permitam verificar e validar a fil de risco do cliente e na natureza da relação de
identidade do cliente. negócio.
§ 1º Os procedimentos referidos no caput devem
incluir a obtenção, a verificação As instituições devem classificar seus clientes:
e a validação da autenticidade de informações de
z Nas categorias de risco definidas na avaliação
identificação do cliente, inclusive, se
interna de risco;
necessário, mediante confrontação dessas infor-
mações com as disponíveis em bancos de dados de
z Usando como base as informações obtidas nos pro-
caráter público e privado. cedimentos de qualificação.
§ 2º No processo de identificação do cliente devem
Essa classificação deve ser revista sempre que
ser coletados, no mínimo:
houver alterações no perfil do cliente.
I - o nome completo, o endereço residencial e o
número de registro no Cadastro
Segundo o art. 23, é vedado às instituições iniciar
de Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa natu- relação de negócios sem que os procedimentos de iden-
ral; e tificação e de qualificação do cliente estejam concluídos.
II - a firma ou denominação social, o endereço Admite-se, por um período máximo de 30 dias, o
da sede e o número de registro no início da relação de negócios em caso de insuficiên-
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), cia de informações relativas à qualificação do clien-
no caso de pessoa jurídica. te, desde que não haja prejuízo aos procedimentos de
monitoramento e seleção, de acordo com o parágrafo
Se o cliente for do exterior, desobriga-se o CPF. Se a único do mesmo artigo.
empresa for com sede no exterior, desobriga-se o CNPJ.
Identificação e da Qualificação do Beneficiário Final
Qualificação dos Clientes Art. 24 Os procedimentos de qualificação do cliente
pessoa jurídica devem incluir a análise da cadeia de
Art. 18 As instituições mencionadas no art. 1º participação societária até a identificação da pes-
devem adotar procedimentos que permitam quali- soa natural caracterizada como seu beneficiário
ficar seus clientes por meio da coleta, verificação e final, observado o disposto no art. 25. [...]
validação de informações, compatíveis com o perfil
de risco do cliente e com a natureza da relação de É também considerado beneficiário final o repre-
negócio. sentante, inclusive o procurador e o preposto, que
exerça o comando sobre as atividades da pessoa jurí-
As instituições deverão avaliar sempre: dica. Esse procedimento não é necessário em relação
às pessoas jurídicas constituídas sob a forma de com-
z A capacidade financeira do cliente; panhia aberta ou entidade sem fins lucrativos e as
274 z O perfil de risco. cooperativas.
Art. 25 As instituições mencionadas no art. 1º devem IV - oficiais-generais e membros de escalões supe-
estabelecer valor mínimo de referência de participa- riores do Poder Judiciário;
ção societária para a identificação de beneficiário V - executivos de escalões superiores de empresas
final. públicas; ou
§ 1º o valor mínimo de referência de partici- VI - dirigentes de partidos políticos.
pação societária de que trata o caput deve ser
estabelecido com base no risco e não pode ser REGISTRO DE OPERAÇÕES
superior a 25% (vinte e cinco por cento), consi-
derada, em qualquer caso, a participação dire- Disposições Gerais
ta e a indireta.
§ 2º o valor de referência de que trata o caput As instituições devem manter registros de todas
deve ser justificado e documentado no manual as operações realizadas, produtos e serviços contrata-
de procedimentos referido no art. 13, § 2º. dos, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, nos ter-
Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente mos do art. 28 desta Circular:

Art. 28 [...]
Art. 27 As instituições mencionadas no art. 1º devem
implementar procedimentos que permitam qualifi- § 1º os registros referidos no caput devem conter,
car seus clientes como pessoa exposta politicamente. no mínimo, as seguintes informações sobre cada
operação:
I - tipo;
Consideram-se pessoas expostas politicamente, entre
II - valor, quando aplicável;
outros:
III - data de realização;
IV - nome e número de inscrição no cpf ou no cnpj
Art. 27 [...] do titular e do beneficiário da operação, no caso de
§ 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente: pessoa residente ou sediada no país; e
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes V - canal utilizado.
Executivo e Legislativo da União;
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da Registro de Operações Envolvendo Pessoa do
União, de: Exterior
a) Ministro de Estado ou equiparado;
b) Natureza Especial ou equivalente; Art. 28 [...]
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalen- § 2º No caso de operações envolvendo pessoa natu-
tes, de entidades da administração pública indireta; e ral residente no exterior desobrigada de inscrição
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores no cpf, na forma definida pela secretaria da receita
(DAS), nível 6, ou equivalente; federal do brasil, as instituições devem incluir no
III - os membros do Conselho Nacional de Justi- registro as seguintes informações:
ça, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais I - nome;
Superiores, dos Tribunais Regionais Federais, dos II - tipo e número do documento de viagem e respec-
Tribunais Regionais do Trabalho, dos Tribunais tivo país emissor; e
Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Jus- III - organismo internacional de que seja represen-
tiça do Trabalho e do Conselho da Justiça Federal; tante para o exercício de funções específicas no
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério país, quando for o caso.
Público, o Procurador-Geral da República, o Vice- § 3º No caso de operações envolvendo pessoa jurí-
-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral dica com domicílio ou sede no exterior desobrigada
do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, de inscrição no cnpj, na forma definida pela secre-
os Subprocuradores-Gerais da República e os Procu- taria da receita federal do brasil, as instituições
radores Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito devem incluir no registro as seguintes informações:
Federal; I - nome da empresa; e
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Pro- II - número de identificação ou de registro da
curador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Minis-
empresa no respectivo país de origem.
tério Público junto ao Tribunal de Contas da União;
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou Registro de Operações de Pagamento, Recebimento
equivalentes, de partidos políticos; e Transferência de Recursos
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

do Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Dis- Art. 30 No caso de operações relativas a pagamen-
tritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades tos, recebimentos e transferências de recursos, por
da administração pública indireta estadual e distri- meio de qualquer instrumento, as instituições refe-
tal e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribu- ridas no art. 1º devem incluir nos registros men-
nais Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes cionados no art. 28 as informações necessárias à
dos Estados e do Distrito Federal; e identificação da origem e do destino dos recursos.
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários
Municipais, os presidentes, ou equivalentes, de enti- As instituições devem incluir nos registros:
dades da administração pública indireta municipal
e os Presidentes de Tribunais de Contas ou equiva- z Identificação da origem;
lentes dos Municípios. z Identificação do destino dos recursos.
§ 2º São também consideradas expostas politica-
mente as pessoas que, no exterior, sejam: § 3º Para fins do cumprimento do disposto no caput,
I - chefes de estado ou de governo; devem ser incluídas no registro das operações, no
II - políticos de escalões superiores; mínimo, as seguintes informações, quando couber:
III - ocupantes de cargos governamentais de esca- I - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ
lões superiores; do remetente ou sacado; 275
II - nome e número de inscrição no CPF ou no CNPJ Atenção: é vedado postergar saques em espécie de
do recebedor ou beneficiário; contas de depósitos à vista de valor igual ou inferior a
III - códigos de identificação, no sistema de liquida- R$5.000,00, admitida a postergação para o expediente
ção de pagamentos ou de transferência de fundos, seguinte de saques de valor superior ao estabelecido.
das instituições envolvidas na operação; e
IV - números das dependências e das contas envol- MONITORAMENTO, SELEÇÃO E ANÁLISE DE
vidas na operação OPERAÇÕES E SITUAÇÕES SUSPEITAS

Registro das Operações em Espécie As instituições devem implementar procedimen-


tos de monitoramento, seleção e análise de operações
Art. 33 No caso de operações com utilização de e situações com o objetivo de identificar e dispensar
recursos em espécie de valor individual superior especial atenção às suspeitas de lavagem de dinhei-
a r$2.000,00 (dois mil reais), as instituições referi- ro e de financiamento do terrorismo, nos termos do
das no art. 1º devem incluir no registro, além das caput do art. 38. Lembre-se de que operações suspei-
informações previstas nos arts. 28 e 30, o nome e o tas requerem maior atenção.
respectivo número de inscrição no cpf do portador Os procedimentos devem:
dos recursos.
Art. 34 No caso de operações de depósito ou apor- Art. 38 [...]
te em espécie de valor individual igual ou superior I - ser compatíveis com a política de prevenção
a r$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições à lavagem de dinheiro e ao financiamento do
referidas no art. 1º devem incluir no registro, além terrorismo de que trata o art. 2º;
das informações previstas nos arts. 28 e 30: II - ser definidos com base na avaliação interna
I - o nome e o respectivo número de inscrição no cpf ou de risco de que trata o art. 10;
no cnpj, conforme o caso, do proprietário dos recursos; III - considerar a condição de pessoa exposta
II - o nome e o respectivo número de inscrição no politicamente, nos termos do art. 27, bem como
cpf do portador dos recursos; e a condição de representante, familiar ou estreito
colaborador da pessoa exposta politicamente, nos
III - a origem dos recursos depositados ou aportados.
termos do art. 19; e
IV - estar descritos em manual específico, apro-
Segundo o parágrafo único do art. 34, na hipótese vado pela diretoria da instituição.
de recusa do cliente ou do portador dos recursos em
prestar a informação, a instituição deve registrar o Monitoramento e Seleção de Operações e Situações
fato e utilizar essa informação nos procedimentos de Suspeitas
monitoramento.
Existem diversos procedimentos que as institui-
Art. 35 No caso de operações de saque, inclusi- ções devem implementar. Essas hipóteses estão elen-
ve as realizadas por meio de cheque ou ordem de cadas no art. 39 desta Circular. Vejamos o dispositivo
pagamento, de valor individual igual ou superior na íntegra:
a R$50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições
referidas no art. 1º devem incluir no registro, além Art. 39 As instituições referidas no art. 1º devem
das informações previstas nos arts. 28 e 30: implementar procedimentos de monitoramento e sele-
I - o nome e o respectivo número de inscrição no ção que permitam identificar operações e situações
CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do destinatário que possam indicar suspeitas de lavagem de dinheiro
dos recursos; e de financiamento do terrorismo, especialmente:
II - o nome e o respectivo número de inscrição no I - as operações realizadas e os produtos e ser-
CPF do portador dos recursos; viços contratados que, considerando as partes
III - a finalidade do saque; e envolvidas, os valores, as formas de realização, os
IV - o número do protocolo referido no art. 36, § 2º, instrumentos utilizados ou a falta de fundamento
inciso II econômico ou legal, possam configurar a existência
de indícios de lavagem de dinheiro ou de financia-
mento do terrorismo, inclusive:
Perceba que saques de grande valor podem indi- a) as operações realizadas ou os serviços presta-
car operações suspeitas, daí a necessidade de registro dos que, por sua habitualidade, valor ou forma,
das operações. Os saques de grande valor também configurem artifício que objetive burlar os proce-
não possuem a obrigatoriedade de estarem disponí- dimentos de identificação, qualificação, registro,
veis de imediato nos bancos; dessa forma, deve haver monitoramento e seleção previstos nesta Circular;
solicitação de provisionamento com, no mínimo, 3 b) as operações de depósito ou aporte em espécie,
dias úteis de antecedência, das operações de valor saque em espécie, ou pedido de provisionamento
para saque que apresentem indícios de ocultação
igual ou superior a R$ 50.000,00.
ou dissimulação da natureza, da origem, da locali-
As instituições devem: zação, da disposição, da movimentação ou da pro-
priedade de bens, direitos e valores;
Art. 36 [...] c) as operações realizadas e os produtos e serviços
I - possibilitar a solicitação de provisionamento por contratados que, considerando as partes e os valo-
meio do sítio eletrônico da instituição na internet e res envolvidos, apresentem incompatibilidade com
das agências ou Postos de Atendimento; a capacidade financeira do cliente, incluindo a ren-
II - emitir protocolo de atendimento ao cliente ou da, no caso de pessoa natural, ou o faturamento, no
ao sacador não cliente, no qual devem ser infor- caso de pessoa jurídica, e o patrimônio;
mados o valor da operação, a dependência na qual d) as operações com pessoas expostas politica-
deverá ser efetuado o saque e a data programada mente de nacionalidade brasileira e com represen-
para o saque; e tantes, familiares ou estreitos colaboradores de
III - registrar, no ato da solicitação de provisiona- pessoas expostas politicamente;
mento, as informações indicadas no art. 35, confor- e) as operações com pessoas expostas politicamen-
276 me o caso. te estrangeiras;
f) os clientes e as operações em relação aos quais I - ser fundamentada com base nas informações
não seja possível identificar o beneficiário final; contidas no dossiê mencionado no art. 43, § 2º;
g) as operações oriundas ou destinadas a países ou II - ser registrada de forma detalhada no dossiê
territórios com deficiências estratégicas na imple- mencionado no art. 43, § 2º; e
mentação das recomendações do Grupo de Ação III - ocorrer até o final do prazo de análise referido
Financeira (Gafi); no art. 43, § 1º.
h) as situações em que não seja possível manter atua- § 2º A comunicação da operação ou situação
lizadas as informações cadastrais de seus clientes; e suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia útil
II - as operações e situações que possam indicar seguinte ao da decisão de comunicação.
suspeitas de financiamento do terrorismo.
O prazo referido no inciso III do art. 48 será de
Em suma, podemos destacar que as instituições 45 dias da operação. A comunicação da operação ou
devem implementar procedimentos em operações situação suspeita ao Coaf deve ser realizada até o dia
que possam indicar suspeitas, especialmente: útil seguinte ao da decisão de comunicação.
z Operações atípicas que envolvam valor suspeito
ou forma de operacionalização suspeita, tais como Comunicação de Operações em Espécie
depósitos e saques fracionados;
z Operações de depósito ou saque em espécie que Art. 49 As instituições mencionadas no art. 1º
apresentem indícios de ocultação ou dissimulação; devem comunicar ao Coaf:
I - as operações de depósito ou aporte em espécie
z Operações com pessoas expostas politicamente
ou saque em espécie de valor igual ou superior a
de nacionalidade brasileira e estrangeira;
r$50.000,00 (cinquenta mil reais);
z Clientes e operações em relação aos quais não seja
II - as operações relativas a pagamentos, recebi-
possível identificar o beneficiário final; mentos e transferências de recursos, por meio de
z Operações oriundas ou destinadas a países ou qualquer instrumento, contra pagamento em espé-
territórios com deficiências estratégicas na imple- cie, de valor igual ou superior a r$50.000,00 (cin-
mentação das recomendações do Grupo de Ação quenta mil reais); e
Financeira (Gafi). III - a solicitação de provisionamento de saques em
espécie de valor igual ou superior a r$50.000,00
O período para a execução dos procedimentos de (cinquenta mil reais) de que trata o art. 36.
monitoramento e de seleção das operações e situações
suspeitas não pode exceder o prazo de 45 dias, contados a
partir da data de ocorrência da operação ou da situação. Dica
Todas as instituições, nos termos do art. 40, devem A Circular deixa como “gatilho” o valor de R$
assegurar que os sistemas utilizados no monitoramento 50.000,00 em variadas situações.
e na seleção de operações e situações suspeitas conte-
nham informações detalhadas das operações. As institui- A comunicação da operação ou situação suspeita
ções também devem manter documentação detalhada ao Coaf deve ser realizada até o dia útil seguinte ao da
Os procedimentos de monitoramento e seleção ocorrência da operação. As comunicações alteradas
podem ser realizados de forma centralizada em insti- ou canceladas após o quinto dia útil seguinte ao da
tuição do conglomerado prudencial e do sistema coo- sua realização devem ser acompanhadas de justifica-
perativo de crédito. tiva da ocorrência.
Procedimentos de Análise de Operações e Situações
Art. 53 As comunicações referidas nos arts. 48 e 49
Suspeitas
devem especificar, quando for o caso, se a pessoa
Art. 43 As instituições referidas no art. 1º devem objeto da comunicação:
implementar procedimentos de análise das opera- I - é pessoa exposta politicamente ou representante,
ções e situações selecionadas por meio dos proce- familiar ou estreito colaborador dessa pessoa;
dimentos de monitoramento e seleção de que trata II - é pessoa que, reconhecidamente, praticou ou
o art. 39, com o objetivo de caracterizá-las ou não tenha intentado praticar atos terroristas ou deles
como suspeitas de lavagem de dinheiro e de finan- participado ou facilitado o seu cometimento; e
ciamento do terrorismo. III - é pessoa que possui ou controla, direta ou indi-
retamente, recursos na instituição, no caso do inci-
Esquematicamente: so II.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z As instituições devem implementar procedimentos As instituições que não tiverem efetuado comu-
de análise das operações e situações selecionadas nicações ao Coaf em cada ano civil deverão prestar
por meio dos procedimentos de monitoramento e declaração, até dez dias úteis após o encerramento do
seleção. O prazo para essa análise é de 45 dias con- referido ano, atestando a não ocorrência de operações
tados da operação; ou situações passíveis de comunicação.
z É vedada a contratação de terceiros para a reali-
zação da análise. PROCEDIMENTOS DESTINADOS A CONHECER
FUNCIONÁRIOS, PARCEIROS E PRESTADORES DE
PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO AO COAF
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Art. 48 As instituições referidas no art. 1º devem
comunicar ao Coaf as operações ou situações sus- Art. 56 As instituições mencionadas no art. 1º
peitas de lavagem de dinheiro e de financiamento devem implementar procedimentos destinados a
do terrorismo. conhecer seus funcionários, parceiros e prestado-
§ 1º A decisão de comunicação da operação ou res de serviços terceirizados, incluindo procedi-
situação ao Coaf deve: mentos de identificação e qualificação. 277
Nos termos do art. 60, as instituições, na celebração z Depósitos para troca de grandes quantidades de
de contratos com terceiros não sujeitos à autorização cédulas de pequeno valor;
para funcionar do Banco Central do Brasil, participan- z Depósitos em espécie relevantes em contas de servi-
tes de arranjo de pagamento do qual a instituição tam- dores públicos ou pessoas politicamente expostas.
bém participe, devem:
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES
Art. 60 [...] EM ESPÉCIE E CARTÕES PRÉ-PAGOS EM MOEDA
I - obter informações sobre o terceiro que permitam ESTRANGEIRA
compreender a natureza de sua atividade e a sua
reputação; Essas situações são extremamente similares àque-
II - verificar se o terceiro foi objeto de investigação las em moeda nacional, sendo:
ou de ação de autoridade supervisora relacionada
z Depósitos atípicos em relação à atividade econô-
com lavagem de dinheiro ou com financiamento do
terrorismo;
mica do cliente ou incompatíveis com a sua capa-
III - certificar que o terceiro tem licença do institui- cidade financeira;
dor do arranjo para operar, quando for o caso; z Movimentações em espécie por clientes que nor-
IV - conhecer os controles adotados pelo terceiro malmente não depositam em espécie;
relativos à prevenção à lavagem de dinheiro e ao z Fragmentação de depósitos, saques em espécie,
financiamento do terrorismo; e que possam burlar o valor total da operação;
V - dar ciência do contrato ao diretor mencionado z Negociações de moeda estrangeira, realizadas por
no art. 9º. diferentes pessoas, não relacionadas entre si, que
informem os mesmos dados de origem/destino;
DISPOSIÇÕES FINAIS z Negociações envolvendo taxas de câmbio com va-
riação significativa em relação às praticadas pelo
As disposições finais estão dispostas no capítu- mercado;
lo XII desta circular nº 3.078. Podemos sintetizar as z Utilização de diversas fontes de recursos para car-
informações mais importantes nos itens seguintes: ga e recarga de cartões pré-pagos;
z Depósitos com cédulas em mal estado de conservação;
z Percebe-se que toda a circular é repetitiva no sen- z Depósitos para troca de grandes quantidades de
tido de que os procedimentos devem ser contro- cédulas de pequeno valor.
lados sempre para evitar as ocorrências que a
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM A
circular se destina a prevenir;
IDENTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DE CLIENTES
z Devem ser adotadas medidas de avaliação da efe-
tividade dos controles previstos nesta circular.
Aqui, são situações relativas ao fornecimento de
dados pelos clientes para sua identificação e qualifi-
CIRCULAR 4.001/2020
cação, tais como:
Esta é uma circular de texto repetitivo, pois trata-
-se de uma lista de operações e situações que podem z Resistência ao fornecimento de informações neces-
configurar indícios de ocorrência dos crimes de “lava- sárias para o início de relacionamento ou para a
gem” ou ocultação de bens, direitos e valores. atualização cadastral;
Esta circular possui apenas dois artigos, sendo o art. z Oferecimento de informação falsa ou de difícil
1º responsável por listar as operações e situações descri- verificação;
tas acima. Não é interessante incluir todas as disposições z Abertura, movimentação de contas ou realização
do artigo; deste modo, selecionamos as mais pertinentes de operações por detentor de procuração ou de
para sua prova e a simplificamos, sem que se perca o sen- qualquer outro tipo de mandato;
tido original e sem suprir as informações necessárias. z Cadastramento de várias contas em uma mesma
Por ser uma lista, o mais importante é compreen- data, ou em curto período, com depósitos de valo-
der sua essência, que busca citar quais operações res idênticos ou aproximados;
podem ser consideradas suspeitas, entendendo que a z Operações em que não seja possível identificar o
“relação” apresentada na circular é exemplificativa. beneficiário final;
z Incompatibilidade da atividade econômica ou fa-
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES turamento informados com o padrão apresentado
EM ESPÉCIE COM A UTILIZAÇÃO DE CONTAS DE por clientes com o mesmo perfil.
DEPÓSITOS OU PAGAMENTO
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES DE
z Depósitos atípicos em relação à atividade econô- INVESTIMENTO NO PAÍS
mica do cliente ou incompatíveis com a sua capa-
cidade financeira; z Operações ou conjunto de operações de compra ou
z Movimentações em espécie por clientes que nor- de venda de ativos financeiros a preços incompa-
malmente não depositam em espécie; tíveis com os praticados no mercado;
z Fragmentação de depósitos, saques em espécie, z Operações atípicas que resultem em elevados
que possam burlar o valor total da operação; ganhos para os agentes intermediários, em despro-
z Depósitos ou aportes em espécie em contas de clien- porção com a natureza dos serviços efetivamente
tes que exerçam atividade comercial relacionada prestados;
com negociação de bens de luxo ou alto valor; z Investimentos significativos em produtos de baixa
z Depósitos com cédulas em mal estado de rentabilidade e liquidez;
278 conservação; z Resgates de investimentos no curtíssimo prazo.
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES DE SITUAÇÕES RELACIONADAS A CAMPANHAS
CRÉDITO NO PAÍS ELEITORAIS

Operações de crédito relacionam-se a emprés- z Recebimento de doações, em contas (eleitorais ou


não) de candidatos ou partidos políticos, de valo-
timos tomados. Em geral, são atípicas as seguintes
res que desrespeitem as vedações ou extrapolem
situações:
os limites definidos na legislação em vigor;
z Uso incompatível com as exigências regulatórias
z Operações de crédito no país liquidadas com recur- do fundo eleitoral;
sos aparentemente incompatíveis com a situação z Transferências, a partir das contas de candidatos,
financeira do cliente; para pessoas naturais ou jurídicas cuja ativida-
z Operação de crédito no país seguida de remessa de de não guarde aparente relação com contas de
recursos ao exterior que demonstrem atipicidade; campanha.
z Operações de crédito no país, simultâneas ou con-
secutivas, liquidadas antecipadamente ou em pra- SITUAÇÕES RELACIONADAS A BNDU E OUTROS
zo muito curto; ATIVOS
z Concessão de garantias de operações de crédito no BNDU é a sigla para Bens Não de Uso Próprio, ou
país por terceiros não relacionados ao tomador. seja, um ativo que é adquirido apenas para venda,
sendo exemplos de situações atípicas:
SITUAÇÕES RELACIONADAS COM A
MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS ORIUNDOS DE z Negociação para pessoas naturais ou jurídicas sem
CONTRATOS COM O SETOR PÚBLICO capacidade financeira;
z Negociação mediante pagamento em espécie;
z Movimentações atípicas relacionadas a patrocí- z Negociação por preço significativamente superior
nio, propaganda, marketing, consultorias, assesso- ao de avaliação;
z Negociação de outro ativo não financeiro em bene-
rias e capacitação;
fício de terceiros.
z Movimentações atípicas de recursos por organiza-
ções sem fins lucrativos; SITUAÇÕES RELACIONADAS COM OPERAÇÕES
z Movimentações atípicas de recursos por pessoa REALIZADAS EM MUNICÍPIOS LOCALIZADOS EM
natural ou jurídica relacionadas a licitações. REGIÕES DE RISCO

SITUAÇÕES RELACIONADAS COM ATIVIDADES z Operação atípica em municípios localizados em


INTERNACIONAIS regiões de fronteira;
z Operação atípica em municípios localizados em
z Operações com pessoas que não apliquem ou apli- regiões de extração mineral;
quem insuficientemente as recomendações do z Operação atípica em municípios localizados em
Grupo de Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o outras regiões de risco.
Financiamento do Terrorismo (Gafi);
CONSIDERAÇÕES FINAIS
z Operações complexas e com custos mais ele-
vados que visem a dificultar o rastreamento dos Como visto, tratam-se de exemplos que podem
recursos;
indicar lavagem de dinheiro ou financiamento ao ter-
z Pagamentos de importação e recebimentos de expor-
rorismo. Como a lista repete-se em vários fatores, é
tação, antecipados ou não, por empresa sem tradição
importante compreender a lógica da situação.
ou cuja capacidade financeira seja incompatível;
z Transferências unilaterais atípicas;
z Exportações ou importações aparentemente fic-
tícias ou com indícios de superfaturamento ou
subfaturamento; AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA
z Pagamentos de frete ou de outros serviços que apre-
sentem indícios de atipicidade ou de incompatibilidade; z O que é o Sistema Brasileiro de Autorregulação
z Transações em uma mesma data, ou em curto Bancária?
período, de valores idênticos ou aproximados;
A auto regulação bancária é um sistema de normas
z Transferências relacionadas a investimentos não
criado pelo próprio setor bancário, com o propósito bási-
convencionais.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

co de criar um ambiente ainda mais favorável à realiza-


SITUAÇÕES RELACIONADAS COM FUNCIONÁRIOS, ção dos 4 (quatro) grandes princípios que o orientam:
PARCEIROS E PRESTADORES DE SERVIÇOS
„ Ética e Legalidade: adotar condutas benéficas
TERCEIRIZADOS
à sociedade, ao funcionamento do mercado e
Neste tópico, estão situações relacionadas aos ope- ao meio-ambiente; respeitar a livre concorrên-
radores, sendo estes funcionários, parceiros, presta- cia e a liberdade de iniciativa; atuar em con-
dores etc. São elas: formidade com a legislação vigente e com as
normas da auto regulação;
z Alteração inusitada nos padrões de vida e de com- „ Respeito ao Consumidor: tratar o consumi-
portamento do empregado, do parceiro ou de pres- dor de forma justa e transparente, com atendi-
tador de serviços terceirizados, sem causa aparente; mento cortês e digno; assistir o consumidor na
z Qualquer negócio realizado de modo diverso ao avaliação dos produtos e serviços adequados
procedimento formal da instituição por funcionário; às suas necessidades e garantir a segurança e a
z Fornecimento de auxílio ou informações, remu- confidencialidade de seus dados pessoais; con-
nerados ou não, a cliente em prejuízo do programa ceder crédito de forma responsável e incenti-
de prevenção à lavagem de dinheiro. var o uso consciente do crédito; 279
„ Comunicação Eficiente: fornecer informações z O Sistema de Autorregulação poderá ajudar a
de forma precisa, adequada, clara e oportuna, resolver algum problema pessoal/individual
proporcionando condições para o consumidor que o consumidor venha experimentando junto
tomar decisões conscientes e bem informadas; a algum dos bancos signatários?
a comunicação com o consumidor, por qual-
Sim. Caso autorizado pelo consumidor, o Sistema de
quer veículo, pessoalmente ou mediante ofer-
Autorregulação Bancária enviará a demanda ao canal
tas ou anúncios publicitários, deve ser feita de de atendimento responsável do próprio banco signatá-
modo a informá-lo sobre os aspectos relevantes rio reclamado. A Instituição reclamada será responsá-
do relacionamento com a Signatária; vel por responder diretamente o caso em até 15 dias.
„ Melhoria Contínua: aperfeiçoar padrões de con-
duta, elevar a qualidade dos produtos, níveis de z Quando eu identificar que algum banco não
segurança e a eficiência dos serviços. está cumprindo as regras, eu posso noticiar o
Sistema quanto a isso? Como me manifestar?
Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série
Sim. Você não apenas pode se manifestar como,
de compromissos de conduta que, em conjunto com as
na verdade, é esperado que você o faça. Esses regis-
diversas outras normas aplicáveis às suas atividades, con-
tros não serão individualmente respondidos, nem isso
tribuirão para que o mercado funcione de forma ainda gerará, de imediato ou necessariamente, alguma san-
mais eficaz, clara e transparente, em benefício não só do ção ao(s) banco(s) apontado(s). No entanto, eles serão
próprio setor, mas de todos os envolvidos nesse processo uma fonte preciosa de monitoramento da atuação de
– os consumidores e a sociedade como um todo. cada agente do Sistema, para que possamos melhor
conferir se, de fato, as normas da Autorregulação
z Como esse Sistema vai interferir no relaciona- estão sendo corretamente cumpridas.
mento entre bancos e consumidores? Dentre os vários normativos que a FEBRABAN
editou a respeito da Autorregulação Bancária, desta-
O propósito maior do Sistema de Autorregulação camos alguns pontos que podem ser abordados nas
Bancária é promover a melhoria contínua da qualida- suas provas.
de do relacionamento entre os bancos signatários do Vejamos:
Sistema e os consumidores (pessoa física). Assim, ao CÓDIGO DE AUTO-REGULAÇÃO BANCÁRIA
contribuir para um melhor funcionamento do setor,
os consumidores deverão ser diretamente beneficia- Art. 2º As normas da auto regulação não se
dos por esse processo. sobrepõe, mas se harmonizam à legislação vigente,
destacadamente ao código de Defesa do Consumi-
z Como será monitorada e avaliada a conduta dos dor, às leis e normas especificamente direcionadas
bancos, para que se saiba quem está, de fato, ao sistema bancário e à execução de atividades dele-
cumprindo as normas do Sistema? gadas pelo setor público a instituições financeiras.
Art. 3º As normas da auto regulação abrangem
O monitoramento das condutas dos bancos, para todos os produtos e serviços ofertados ou dispo-
que se avalie e assegure sua efetiva adequação a todas nibilizados pelas Signatárias a qualquer pessoa
as normas da autorregulação será feito pela Diretoria física, cliente ou não cliente (o “consumidor”).
de Autorregulação – criada pelo próprio Código de
Autorregulação Bancária, na estrutura da Febraban, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
para essa finalidade específica.
Para cumprir essa sua missão, a Diretoria de Autor- https://www.autorregulacaobancaria.com.br/.
regulação trabalhará com os seguintes procedimentos: Acesso em 4 de jul. 2021.

„ Relatórios de Conformidade: documento que


cada banco signatário do Sistema deverá preen-
cher a cada semestre, indicando e demonstrando
seus pontos de adequação, bem como as ações LEI COMPLEMENTAR 105/2001
que esteja tomando, ou que virá a tomar, para
completa adequação de quaisquer condutas que, A lei em estudo neste tópico é bem “pequena”. Sen-
de alguma forma, apresentem qualquer desa- do assim, listaremos os principais artigos, tecendo os
juste, em relação ao disposto nas normas do comentários necessários.
Sistema;
„ Relatório de Ouvidoria: os bancos signatários Art. 1º As instituições financeiras conservarão
deverão enviar à Diretoria de Autorregulação sigilo em suas operações ativas e passivas e ser-
os mesmos relatórios de Ouvidoria que reme- viços prestados.
tem ao Banco Central do Brasil; § 1º São consideradas instituições financeiras, para
„ Central de Atendimento: fornecer acesso à os efeitos desta Lei Complementar:
população a um sistema para registro de ocor- I - os bancos de qualquer espécie;
rências que os consumidores identifiquem II - distribuidoras de valores mobiliários;
como desajustes com as normas da Autorre- III - corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
gulação. Esse sistema, que não se volta ao tra- IV - sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
tamento ou solução de problemas individuais, V - sociedades de crédito imobiliário;
tem por finalidade específica propiciar um VI - administradoras de cartões de crédito;
monitoramento amplo do mercado por parte VII - sociedades de arrendamento mercantil;
da Diretoria de Autorregulação, no sentido de VIII - administradoras de mercado de balcão organizado;
avaliar o efetivo cumprimento das normas do IX - cooperativas de crédito;
280 Sistema sob a perspectiva do público. X - associações de poupança e empréstimo;
XI - bolsas de valores e de mercadorias e futuros; O sigilo não pode justificar que o Banco Central do
XII - entidades de liquidação e compensação; Brasil deixe de supervisionar o sistema financeiro.
XIII - outras sociedades que, em razão da natureza
de suas operações, assim venham a ser considera- § 2º As comissões encarregadas dos inquéritos a
das pelo Conselho Monetário Nacional. que se refere o inciso II do § 1º poderão examinar
quaisquer documentos relativos a bens, direi-
Perceba que este primeiro artigo apenas lista as tos e obrigações das instituições financeiras,
entidades que são definidas como instituições finan- de seus controladores, administradores, membros
ceiras, sem complicações até aqui. de conselhos estatutários, gerentes, mandatários e
É importante salientar que as empresas de fomen- prepostos, inclusive contas correntes e operações
to comercial ou factoring obedecerão às normas com outras instituições financeiras.
aplicáveis às instituições financeiras.
De acordo com o § 2º, o Banco Central tem acesso
NÃO VIOLAÇÃO DO DEVER DE SIGILO irrestrito, em regra, à supervisão do SFN.
De acordo com o § 3º do art. 1º, não constitui viola- § 3º O disposto neste artigo aplica-se à Comissão
ção do dever de sigilo: de Valores Mobiliários, quando se tratar de fis-
calização de operações e serviços no mercado
z Troca de informações entre instituições financei- de valores mobiliários, inclusive nas instituições
ras, para fins cadastrais; financeiras que sejam companhias abertas.
z Fornecimento de informações constantes de cadas-
tro de emitentes de cheques sem provisão de fun- Da mesma forma, a CVM, como entidade supervi-
dos e de devedores inadimplentes, a entidades de sora, tem as mesmas prerrogativas do Banco Central,
proteção ao crédito; relativas a sua área de atuação.
z Fornecimento das informações de identificação de
contribuintes à Receita Federal; § 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de
z Comunicação, às autoridades competentes, da prá- Valores Mobiliários, em suas áreas de competên-
tica de ilícitos penais ou administrativos; cia, poderão firmar convênios:
z Revelação de informações sigilosas com o consen- I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de
timento expresso dos interessados; instituições financeiras, objetivando a realização
z Fornecimento de dados financeiros e de pagamen- de fiscalizações conjuntas, observadas as respecti-
tos, relativos a operações de crédito e obrigações vas competências;
de pagamento adimplidas, para formação de his- II - com bancos centrais ou entidades fiscaliza-
tórico de crédito. doras de outros países, objetivando:
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de
QUEBRA DE SIGILO instituições financeiras estrangeiras, em funciona-
mento no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exte-
Art. 1º [...] rior, de instituições financeiras brasileiras;
§ 4º A quebra de sigilo poderá ser decretada, b) a cooperação mútua e o intercâmbio de
quando necessária para apuração de ocorrência informações para a investigação de atividades ou
de qualquer ilícito, em qualquer fase do inqué- operações que impliquem aplicação, negociação,
rito ou do processo judicial, e especialmente nos ocultação ou transferência de ativos financeiros e
seguintes crimes: de valores mobiliários relacionados com a prática
I - de terrorismo; de condutas ilícitas.
II - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes
ou drogas afins; Note que podem ser firmados convênios para
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições supervisão.
ou material destinado a sua produção;
IV - de extorsão mediante seqüestro;
SIGILO JUDICIAL
V - contra o sistema financeiro nacional;
VI - contra a Administração Pública;
VII - contra a ordem tributária e a previdência social; Art. 3º Serão prestadas pelo Banco Central do Bra-
sil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas
VIII - lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
instituições financeiras as informações ordena-
direitos e valores;
das pelo Poder Judiciário, preservado o seu
IX - praticado por organização criminosa.
caráter sigiloso mediante acesso restrito às
Art. 2º O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

partes, que delas não poderão servir-se para


Brasil, em relação às operações que realizar e às infor-
fins estranhos à lide.
mações que obtiver no exercício de suas atribuições.

Outras Especificações Sobre o Sigilo A “quebra de sigilo” será efetuada apenas para
assuntos relacionados à lide
Art. 2º [...]
§ 1º O sigilo, inclusive quanto a contas de depósitos, § 1º Dependem de prévia autorização do Poder
aplicações e investimentos mantidos em institui- Judiciário a prestação de informações e o for-
ções financeiras, não pode ser oposto ao Banco necimento de documentos sigilosos solicita-
Central do Brasil: dos por comissão de inquérito administrativo
I - no desempenho de suas funções de fiscalização, destinada a apurar responsabilidade de servidor
compreendendo a apuração, a qualquer tempo, de público por infração praticada no exercício de suas
ilícitos praticados por controladores, administra- atribuições, ou que tenha relação com as atribui-
dores, membros de conselhos estatutários, gerentes, ções do cargo em que se encontre investido.
mandatários e prepostos de instituições financeiras; § 2º Nas hipóteses do § 1º, o requerimento de que-
II - ao proceder a inquérito em instituição financei- bra de sigilo independe da existência de pro-
ra submetida a regime especial. cesso judicial em curso. 281
Não é necessário processo judicial em curso para XV - quaisquer outras operações de natureza seme-
que possa ser autorizada a quebra de sigilo para pro- lhante que venham a ser autorizadas pelo Banco
cesso administrativo. Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários
ou outro órgão competente.
§ 3º Além dos casos previstos neste artigo o Banco
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobi- O artigo apenas lista quais operações devem ser
liários fornecerão à Advocacia-Geral da União as disponíveis aos órgãos de Administração Tributária.
informações e os documentos necessários à defesa Não se incluem entre as informações as operações
da União nas ações em que seja parte. financeiras efetuadas pelas administrações direta e
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios.
Para inquérito administrativo, o poder judiciário
deve autorizar a prestação de informações. Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tribu-
tários da União, dos Estados, do Distrito Federal
INFORMAÇÕES AO PODER LEGISLATIVO e dos Municípios somente poderão examinar
documentos, livros e registros de instituições
Art. 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de financeiras, inclusive os referentes a contas de
Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, depósitos e aplicações financeiras, quando hou-
e as instituições financeiras fornecerão ao Poder ver processo administrativo instaurado ou
Legislativo Federal as informações e os docu- procedimento fiscal em curso e tais exames
mentos sigilosos que, fundamentadamente, se sejam considerados indispensáveis pela autoridade
fizerem necessários ao exercício de suas respecti- administrativa competente.
vas competências constitucionais e legais. Parágrafo único. O resultado dos exames, as
§ 1º As comissões parlamentares de inquérito, informações e os documentos a que se refere este
no exercício de sua competência constitucional e artigo serão conservados em sigilo, observada a
legal de ampla investigação, obterão as informa- legislação tributária.
ções e documentos sigilosos de que necessita-
rem, diretamente das instituições financeiras, ou Ou seja, a Administração Tributária necessita de
por intermédio do Banco Central do Brasil ou da um processo em curso para examinar dados financei-
Comissão de Valores Mobiliários. ros sigilosos.
§ 2º As solicitações de que trata este artigo deve-
rão ser previamente aprovadas pelo Plenário Art. 7º Sem prejuízo do disposto no § 3º do art. 2º,
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, a Comissão de Valores Mobiliários, instaura-
ou do plenário de suas respectivas comissões parla- do inquérito administrativo, poderá solicitar
mentares de inquérito. à autoridade judiciária competente o levan-
tamento do sigilo junto às instituições finan-
O poder legislativo, para suas atribuições institu- ceiras de informações e documentos relativos a
cionais, tem acesso aos dados financeiros protegidos bens, direitos e obrigações de pessoa física ou jurí-
dica submetida ao seu poder disciplinar.
por sigilo.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil e a
Comissão de Valores Mobiliários, manterão
INFORMAÇÕES À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA permanente intercâmbio de informações acer-
ca dos resultados das inspeções que realizarem, dos
Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive inquéritos que instaurarem e das penalidades que
quanto à periodicidade e aos limites de valor, os aplicarem, sempre que as informações forem neces-
critérios segundo os quais as instituições finan- sárias ao desempenho de suas atividades.
ceiras informarão à administração tributária
da União, as operações financeiras efetuadas pelos SIGILO EM CRIMES DE AÇÃO PÚBLICA
usuários de seus serviços.
§ 1º Consideram-se operações financeiras, para os Art. 9º Quando, no exercício de suas atribuições, o
efeitos deste artigo: Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores
I - depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta Mobiliários verificarem a ocorrência de crime
de poupança; definido em lei como de ação pública, ou indícios
II - pagamentos efetuados em moeda corrente ou da prática de tais crimes, informarão ao Ministé-
em cheques; rio Público, juntando à comunicação os documentos
III - emissão de ordens de crédito ou documentos necessários à apuração ou comprovação dos fatos.
assemelhados; § 1º A comunicação de que trata este artigo será efe-
IV - resgates em contas de depósitos à vista ou a tuada pelos Presidentes do Banco Central do Brasil
prazo, inclusive de poupança; e da Comissão de Valores Mobiliários, admitida
V - contratos de mútuo; delegação de competência, no prazo máximo de
VI - descontos de duplicatas, notas promissórias e quinze dias, a contar do recebimento do processo,
outros títulos de crédito; com manifestação dos respectivos serviços jurídicos.
VII - aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou
variável; Nesses casos, a comunicação ao MP será feita em
VIII - aplicações em fundos de investimentos; até 15 dias.
IX - aquisições de moeda estrangeira;
X - conversões de moeda estrangeira em moeda § 2º Independentemente do disposto no caput des-
nacional; te artigo, o Banco Central do Brasil e a Comis-
XI - transferências de moeda e outros valores para são de Valores Mobiliários comunicarão aos
o exterior; órgãos públicos competentes as irregularida-
XII - operações com ouro, ativo financeiro; des e os ilícitos administrativos de que tenham
XIII - operações com cartão de crédito; conhecimento, ou indícios de sua prática, anexan-
282 XIV - operações de arrendamento mercantil; e do os documentos pertinentes.
DISPOSIÇÕES FINAIS FUNDAMENTOS

Art. 10 A quebra de sigilo, fora das hipóteses Art. 2º a disciplina da proteção de dados pessoais
autorizadas nesta Lei Complementar, constitui tem como fundamentos:
crime e sujeita os responsáveis à pena de reclu- I - o respeito à privacidade;
são, de um a quatro anos, e multa, aplicando- II - a autodeterminação informativa;
-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo de III - a liberdade de expressão, de informação, de
comunicação e de opinião;
outras sanções cabíveis.
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da
imagem;
Lembre-se de que a quebra de sigilo, fora das hipó- V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a
teses estudadas, constitui crime, com pena de reclu- inovação;
são de 1 a 4 anos e multa. VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa
do consumidor; e
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento
omitir, retardar injustificadamente ou prestar da personalidade, a dignidade e o exercício da cida-
falsamente as informações requeridas nos ter- dania pelas pessoas naturais.
mos desta Lei Complementar.
Art. 11 O servidor público que utilizar ou viabi- Perceba que os fundamentos estão ligados aos
lizar a utilização de qualquer informação obti- direitos dos cidadãos e das empresas de manterem o
da em decorrência da quebra de sigilo de que sigilo de seus dados.
trata esta Lei Complementar responde pes-
soal e diretamente pelos danos decorrentes, sem PRINCÍPIOS
prejuízo da responsabilidade objetiva da entidade
pública, quando comprovado que o servidor agiu de Os princípios, os quais devem ser observados nas
acordo com orientação oficial. atividades de tratamento de dados pessoais, nor-
teiam-se pela boa-fé e precisam atender aos demais
princípios elencados no art. 6º. Vejamos:

Art. 6º As atividades de tratamento de dados pes-


LEI Nº 13.709/2018 – LEI GERAL DE soais deverão observar a boa-fé e os seguintes
PROTEÇÃO DE DADOS princípios:
I - finalidade: realização do tratamento para propó-
sitos legítimos, específicos, explícitos e informados
A Lei Geral de Proteção de Dados constitui uma ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior
“Lei Seca”, ou seja, não há tanta doutrina ou jurispru- de forma incompatível com essas finalidades;
dência envolvida. Para fins de prova, cabe-nos conhe- II - adequação: compatibilidade do tratamento
cer os pormenores dessa Lei, buscando os principais com as finalidades informadas ao titular, de acordo
pontos que podem vir a ser cobrados. com o contexto do tratamento;
III - necessidade: limitação do tratamento ao
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES mínimo necessário para a realização de suas fina-
lidades, com abrangência dos dados pertinentes,
proporcionais e não excessivos em relação às fina-
A Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, lidades do tratamento de dados;
inclusive nos meios digitais:
Por “necessidade” (inciso III), entende-se a limita-
z Por Pessoa Física; ção do tratamento ao mínimo necessário, de modo
z Por Pessoa Jurídica de Direito Público ou Privado. a resguardar os dados dos cidadãos e das empresas.

IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consul-


Importante! ta facilitada e gratuita sobre a forma e a duração
do tratamento, bem como sobre a integralidade de
Essa Lei tem o objetivo de proteger os direitos seus dados pessoais;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

fundamentais de liberdade e de privacidade, V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares,


além de abranger todos os Entes Federativos. de exatidão, clareza, relevância e atualização dos
dados, de acordo com a necessidade e para o cum-
primento da finalidade de seu tratamento;
Vejamos o que dispõe o art. 1º dessa Lei. VI - transparência: garantia, aos titulares, de
informações claras, precisas e facilmente acessíveis
Art. 1º Esta lei dispõe sobre o tratamento de dados sobre a realização do tratamento e os respectivos
pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa agentes de tratamento, observados os segredos
comercial e industrial;
natural ou por pessoa jurídica de direito público
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e
ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
administrativas aptas a proteger os dados pessoais
fundamentais de liberdade e de privacidade e o de acessos não autorizados e de situações aciden-
livre desenvolvimento da personalidade da pessoa tais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
natural. comunicação ou difusão;
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir
lei são de interesse nacional e devem ser observadas a ocorrência de danos em virtude do tratamento de
pela união, estados, distrito federal e municípios. dados pessoais; 283
IX - não discriminação: impossibilidade de rea- III - realizado para fins exclusivos de:
lização do tratamento para fins discriminatórios a) segurança pública;
ilícitos ou abusivos; b) defesa nacional;
X - responsabilização e prestação de contas: c) segurança do Estado; ou
demonstração, pelo agente, da adoção de medidas d) atividades de investigação e repressão de
eficazes e capazes de comprovar a observância e infrações penais; ou
o cumprimento das normas de proteção de dados IV - provenientes de fora do território nacional e
pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. que não sejam objeto de comunicação, uso compar-
tilhado de dados com agentes de tratamento brasilei-
ÁREA DE ATUAÇÃO ros ou objeto de transferência internacional de dados
com outro país que não o de proveniência, desde que o
Aplica-se a qualquer operação, independentemen- país de proveniência proporcione grau de proteção de
te do meio, do país de sua sede ou do país onde este- dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.
jam localizados os dados, desde que:

z A operação de tratamento seja realizada no terri- Importante!


tório nacional; Dados pessoais, não econômicos, ou ligados à
segurança nacional para fins de investigação
Apesar de independer do país sede da pessoa físi- não se submetem a essa lei.
ca ou jurídica, a operação deve ser feita em território
nacional, para que entre na abrangência da Lei.
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
z A atividade de tratamento tenha, por objetivo, a
oferta ou fornecimento de bens ou serviços ou o Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente
tratamento de dados de indivíduos; poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento
A Atividade tem que ter ligação com oferta ou for- pelo titular;
necimento de serviços.
O controlador de dados que obtiver consentimento
z Se consideram coletados, no território nacional, os para compartilhar com outros controladores deverá
dados pessoais cujo titular nele se encontre no obter outro consentimento. Este deverá ser fornecido
momento da coleta. por escrito ou por outro meio que demonstre a mani-
festação de vontade do titular.
Esses são os termos do art. 3º, da Lei 13.709/18.
Vejamos: II - para o cumprimento de obrigação legal ou regu-
latória pelo controlador;
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de III - pela administração pública, para o tratamento
tratamento realizada por pessoa natural ou por e uso compartilhado de dados necessários à execu-
pessoa jurídica de direito público ou privado, inde- ção de políticas públicas previstas em leis e regu-
pendentemente do meio, do país de sua sede ou do lamentos ou respaldadas em contratos, convênios
país onde estejam localizados os dados, desde que: ou instrumentos congêneres, observadas as dispo-
I - a operação de tratamento seja realizada no ter- sições do Capítulo IV desta Lei;
ritório nacional; IV - para a realização de estudos por órgão de pes-
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a quisa, garantida, sempre que possível, a anoni-
oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o mização dos dados pessoais;
tratamento de dados de indivíduos localizados no V - quando necessário para a execução de contrato
território nacional; ou (Redação dada pela Lei nº ou de procedimentos preliminares relacionados a
13.853, de 2019) Vigência contrato do qual seja parte o titular, a pedido do
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham titular dos dados;
sido coletados no território nacional. VI - para o exercício regular de direitos em pro-
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse
NÃO APLICAÇÃO DA LEI último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setem-
bro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
Atente-se às previsões do art. 4º, pois há grandes
de física do titular ou de terceiro;
chances de serem cobradas em prova. VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em
procedimento realizado por profissionais de saúde,
Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de serviços de saúde ou autoridade sanitária;
dados pessoais: IX - quando necessário para atender aos inte-
I - realizado por pessoa natural para fins exclusiva- resses legítimos do controlador ou de terceiro,
mente particulares e não econômicos; exceto no caso de prevalecerem direitos e liberda-
II - realizado para fins exclusivamente: des fundamentais do titular que exijam a proteção
a) jornalístico e artísticos; ou dos dados pessoais; ou
b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. X - para a proteção do crédito, inclusive quanto
7º e 11 desta Lei; ao disposto na legislação pertinente.
§ 1º Revogado
A partir da leitura desse dispositivo, percebe-se § 2º Revogado
que apenas os dados econômicos e financeiros rela- § 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é
cionados a fornecimento ou à oferta de serviços público deve considerar a finalidade, a boa-fé e o inte-
284 submetem-se à aplicação dessa lei. resse público que justificaram sua disponibilização.
A regra é de que os dados pessoais devem ser tra- § 1º A determinação do que seja razoável deve levar
tados apenas quando necessário. em consideração fatores objetivos, tais como cus-
to e tempo necessários para reverter o processo de
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento anonimização, de acordo com as tecnologias dispo-
previsto no caput deste artigo para os dados torna- níveis, e a utilização exclusiva de meios próprios.
dos manifestamente públicos pelo titular, resguar- § 2º Poderão ser igualmente considerados como dados
dados os direitos do titular e os princípios previstos pessoais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para
nesta Lei. formação do perfil comportamental de determinada
pessoa natural, se identificada.
É dispensada a exigência do consentimento para os
dados tornados manifestamente públicos pelo titular. Os dados anonimizados (relativos a determinado
titular que não possa ser identificado) não serão con-
§ 5º O controlador que obteve o consentimento refe-
siderados dados pessoais, salvo quando o processo de
rido no inciso I do caput deste artigo que necessitar
anonimização ao qual foram submetidos for revertido.
comunicar ou compartilhar dados pessoais com
outros controladores deverá obter consentimento
específico do titular para esse fim, ressalvadas as
TRATAMENTO DE DADOS DE CRIANÇAS E
hipóteses de dispensa do consentimento previstas ADOLESCENTES
nesta Lei.
Art. 14 O tratamento de dados pessoais de crian-
Cabe ao controlador o ônus da prova de que o ças e de adolescentes deverá ser realizado em seu
consentimento foi obtido em conformidade com o dis- melhor interesse, nos termos deste artigo e da legis-
posto dessa Lei. lação pertinente.

§ 6º A eventual dispensa da exigência do consen- O tratamento de dados pessoais de crianças deve-


timento não desobriga os agentes de tratamento rá ser realizado com o consentimento específico por,
das demais obrigações previstas nesta Lei, espe- pelo menos, um dos pais ou pelo responsável legal.
cialmente da observância dos princípios gerais e da
garantia dos direitos do titular. TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS

O titular tem direito ao acesso facilitado às infor- Art. 15 O término do tratamento de dados pessoais
mações sobre o tratamento de seus dados. ocorrerá nas seguintes hipóteses:
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de
LEGÍTIMO INTERESSE DO CONTROLADOR que os dados deixaram de ser necessários ou perti-
nentes ao alcance da finalidade específica almejada;
Art. 10 O legítimo interesse do controlador somen-
II - fim do período de tratamento;
te poderá fundamentar tratamento de dados pes-
III - comunicação do titular, inclusive no exercício
soais para finalidades legítimas, consideradas a
de seu direito de revogação do consentimento con-
partir de situações concretas, que incluem, mas não
forme disposto no § 5º do art. 8º desta lei, resguar-
se limitam a:
dado o interesse público; ou
I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
IV - determinação da autoridade nacional, quando
II - proteção, em relação ao titular, do exercício
houver violação ao disposto nesta lei.
regular de seus direitos ou prestação de serviços
que o beneficiem, respeitadas as legítimas expecta-
ELIMINAÇÃO DOS DADOS
tivas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
nos termos desta Lei.
Art. 16 Os dados pessoais serão eliminados após o
Quando o tratamento for baseado no legítimo inte- término de seu tratamento, no âmbito e nos limites
resse do controlador, somente os dados pessoais estri- técnicos das atividades, autorizada a conservação
para as seguintes finalidades:
tamente necessários para a finalidade pretendida
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória
poderão ser tratados, nos termos do § 1º, do art. 10.
pelo controlador;
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre
TRATAMENTO DE DADOS SENSÍVEIS
que possível, a anonimização dos dados pessoais;
De acordo com o art. 11, o tratamento de dados pes- III - transferência a terceiro, desde que respeitados
os requisitos de tratamento de dados dispostos nes-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

soais sensíveis somente poderá ocorrer nas seguintes


ta Lei; ou
hipóteses:
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu aces-
z Quando o titular ou seu responsável legal consen- so por terceiro, e desde que anonimizados os dados.
tir, de forma específica e destacada (I, art. 11);
z Sem fornecimento de consentimento do titular, DIREITOS DO TITULAR
apenas para situações emergenciais, tais como: pro-
teção da vida e incolumidade física (II, art. 11). Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade
de seus dados pessoais e garantidos os direitos funda-
TRATAMENTOS DE DADOS ANÔNIMOS mentais de liberdade, de intimidade e de privacidade.

Art. 12 Os dados anonimizados não serão conside- Art. 18 O titular dos dados pessoais tem direito a
rados dados pessoais para os fins desta Lei, salvo obter do controlador, em relação aos dados do titu-
quando o processo de anonimização ao qual foram lar por ele tratados, a qualquer momento e median-
submetidos for revertido, utilizando exclusivamen- te requisição:
te meios próprios, ou quando, com esforços razoá- I - confirmação da existência de tratamento;
veis, puder ser revertido. II - acesso aos dados; 285
III - correção de dados incompletos, inexatos ou Art. 23 [...]
desatualizados; I - sejam informadas as hipóteses em que, no exer-
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados cício de suas competências, realizam o tratamento
desnecessários, excessivos ou tratados em descon- de dados pessoais, fornecendo informações claras e
formidade com o disposto nesta Lei; atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de procedimentos e as práticas utilizadas para a exe-
serviço ou produto, mediante requisição expres- cução dessas atividades, em veículos de fácil aces-
sa, de acordo com a regulamentação da autorida- so, preferencialmente em seus sítios eletrônicos;
de nacional, observados os segredos comercial e III - seja indicado um encarregado quando realiza-
industrial; rem operações de tratamento de dados pessoais,
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o nos termos do art. 39 desta Lei; e
consentimento do titular, exceto nas hipóteses pre-
vistas no art. 16 desta Lei; Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mis-
VII - informação das entidades públicas e privadas ta que explorem atividade econômica terão o mes-
com as quais o controlador realizou uso comparti- mo tratamento que particulares.
lhado de dados;
Art. 26 O uso compartilhado de dados pessoais
VIII - informação sobre a possibilidade de não for-
pelo Poder Público deve atender a finalidades espe-
necer consentimento e sobre as consequências da
cíficas de execução de políticas públicas e atribui-
negativa;
ção legal pelos órgãos e pelas entidades públicas,
IX - revogação do consentimento, nos termos do §
respeitados os princípios de proteção de dados pes-
5º do art. 8º desta Lei.
soais elencados no art. 6º desta Lei.
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a enti-
dades privadas dados pessoais constantes de
Importante! bases de dados a que tenha acesso, exceto:
É garantido ao titular dos dados a portabilidade I - em casos de execução descentralizada de ativida-
de pública que exija a transferência, exclusivamente
a outro fornecedor.
para esse fim específico e determinado, observado
o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de
2011 (Lei de Acesso à Informação);
CONFIRMAÇÃO DE EXISTÊNCIA OU ACESSO AOS
II – Vetado;
DADOS
III - nos casos em que os dados forem acessíveis
Art. 19 A confirmação de existência ou o acesso publicamente, observadas as disposições desta Lei.
a dados pessoais serão providenciados, mediante IV - quando houver previsão legal ou a transferên-
requisição do titular: cia for respaldada em contratos, convênios ou ins-
I - em formato simplificado, imediatamente; ou trumentos congêneres;
V - na hipótese de a transferência dos dados obje-
Perceba que, em formato simplificado, é de forma tivar exclusivamente a prevenção de fraudes e
imediata. irregularidades, ou proteger e resguardar a segu-
rança e a integridade do titular dos dados, desde
II - por meio de declaração clara e completa, que que vedado o tratamento para outras finalidades.
indique a origem dos dados, a inexistência de
registro, os critérios utilizados e a finalidade do O Poder Público poderá transferir os dados pes-
tratamento, observados os segredos comercial e soais constantes de bases de dados a entidades priva-
industrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) das somente:
dias, contado da data do requerimento do titular.
z Em casos de execução descentralizada de ativida-
Nessa hipótese, o prazo é de 15 dias do requerimento. de pública que exija a transferência;
z Em casos em que os dados forem acessíveis publi-
OUTRAS DISPOSIÇÕES camente;
z Quando houver previsão legal ou a transferência
z O titular dos dados tem direito a solicitar a revi- for respaldada em contratos, convênios ou instru-
são de decisões tomadas unicamente com base em mentos congêneres;
tratamento automatizado de dados pessoais que z Na hipótese de a transferência dos dados obje-
afetem seus interesses (art. 20); tivar exclusivamente a prevenção de fraudes e
z Os dados pessoais referentes ao exercício regular irregularidades.
de direitos pelo titular não podem ser utilizados
em seu prejuízo (art. 21); RESPONSABILIDADE
z A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares
Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em decor-
de dados poderá ser exercida em juízo individual
rência do tratamento de dados pessoais por órgãos
ou coletivamente (art. 22).
públicos, a autoridade nacional poderá enviar infor-
me com medidas cabíveis para fazer cessar a violação.
TRATAMENTO DE DADOS PELO PODER PÚBLICO
Perceba que são citadas apenas “Medidas Cabí-
De acordo com o art. 23, o tratamento de dados
veis”, sem maiores detalhamentos.
pessoais pelas pessoas jurídicas de direito público
deverá ser realizado para o atendimento de sua fina- Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a
lidade pública, à persecução do interesse público, agentes do poder público a publicação de relatórios
com o objetivo de executar as competências legais ou de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a
cumprir as atribuições legais do serviço público, des- adoção de padrões e de boas práticas para os trata-
286 de que: mentos de dados pessoais pelo poder público.
TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS
PESSOAIS
Art. 33 A transferência internacional de dados pes-
soais somente é permitida nos seguintes casos: O controlador deverá indicar encarregado pelo tra-
I - para países ou organismos internacionais que tamento de dados pessoais. Esse encarregado terá sua
proporcionem grau de proteção de dados pessoais identidade e as informações divulgadas publicamente.
adequado ao previsto nesta lei;
II - quando o controlador oferecer e comprovar Art. 41 O controlador deverá indicar encarregado
garantias de cumprimento dos princípios, dos direi- pelo tratamento de dados pessoais.
tos do titular e do regime de proteção de dados pre- § 1º A identidade e as informações de contato do
vistos nesta lei, na forma de: encarregado deverão ser divulgadas publicamen-
a) cláusulas contratuais específicas para determi- te, de forma clara e objetiva, preferencialmente no
nada transferência; sítio eletrônico do controlador.
b) cláusulas-padrão contratuais; § 2º As atividades do encarregado consistem em:
c) normas corporativas globais; I - aceitar reclamações e comunicações dos titula-
d) selos, certificados e códigos de conduta regular- res, prestar esclarecimentos e adotar providências;
mente emitidos; II - receber comunicações da autoridade nacional e
III - quando a transferência for necessária para a adotar providências;
cooperação jurídica internacional entre órgãos III - orientar os funcionários e os contratados da
públicos de inteligência, de investigação e de per- entidade a respeito das práticas a serem tomadas
secução, de acordo com os instrumentos de direito em relação à proteção de dados pessoais; e
internacional; IV - executar as demais atribuições determina-
IV - quando a transferência for necessária para a das pelo controlador ou estabelecidas em normas
proteção da vida ou da incolumidade física do titu- complementares.
lar ou de terceiro;
V - quando a autoridade nacional autorizar a Responsabilidade e do Ressarcimento de Danos
transferência;
Art. 42 O controlador ou o operador que, em razão
do exercício de atividade de tratamento de dados
pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral,
Importante!
individual ou coletivo, em violação à legislação de
Sendo autorizada pela autoridade, a transferên- proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
cia pode ser executada. § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao
titular dos dados:
I - o operador responde solidariamente pelos
VI - quando a transferência resultar em compromis- danos causados pelo tratamento quando descum-
so assumido em acordo de cooperação internacional; prir as obrigações da legislação de proteção de
VII - quando a transferência for necessária para a dados ou quando não tiver seguido as instruções
execução de política pública ou atribuição legal do lícitas do controlador, hipótese em que o opera-
serviço público, sendo dada publicidade nos termos dor equipara-se ao controlador, salvo nos casos de
do inciso I do caput do art. 23 desta Lei; exclusão previstos no art. 43 desta lei;
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu con- II - os controladores que estiverem diretamente
sentimento específico e em destaque para a trans- envolvidos no tratamento do qual decorreram
ferência, com informação prévia sobre o caráter danos ao titular dos dados respondem solida-
internacional da operação, distinguindo claramen- riamente, salvo nos casos de exclusão previstos no
art. 43 desta lei.
te esta de outras finalidades; ou
IX - quando necessário para atender as hipóteses
previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei. NÃO RESPONSABILIZAÇÃO

AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS Art. 43 Os agentes de tratamento só não serão res-
ponsabilizados quando provarem:
I - que não realizaram o tratamento de dados pes-
Controlador e Operador soais que lhes é atribuído;
II - que, embora tenham realizado o tratamento de
Art. 37 O controlador e o operador devem manter dados pessoais que lhes é atribuído, não houve vio-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

registro das operações de tratamento de dados pes- lação à legislação de proteção de dados; ou
soais que realizarem, especialmente quando basea- III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do
do no legítimo interesse. titular dos dados ou de terceiro.

Quando em legítimo interesse, essa necessidade é O tratamento de dados pessoais será irregular
reforçada. quando deixar de observar a legislação ou quando
não fornecer a segurança que o titular deles espera.
Art. 38 A autoridade nacional poderá determinar
ao controlador que elabore relatório de impacto à SEGURANÇA E BOAS PRÁTICAS
proteção de dados pessoais, inclusive de dados sen-
síveis, referente a suas operações de tratamento de Art. 46 Os agentes de tratamento devem adotar
dados, nos termos de regulamento, observados os medidas de segurança, técnicas e administrativas
segredos comercial e industrial. aptas a proteger os dados pessoais de acessos não
autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
O Operador deverá realizar o tratamento segundo destruição, perda, alteração, comunicação ou qual-
as instruções fornecidas pelo controlador. quer forma de tratamento inadequado ou ilícito. [...] 287
Art. 47 Os agentes de tratamento ou qualquer Composição
outra pessoa que intervenha em uma das fases
do tratamento obriga-se a garantir a segurança Art. 55-C A ANPD é composta de:
da informação prevista nesta Lei em relação aos I - conselho diretor, órgão máximo de direção;
dados pessoais, mesmo após o seu término. II - conselho nacional de proteção de dados pes-
soais e da privacidade;
Art. 48 O controlador deverá comunicar à autori-
III - corregedoria;
dade nacional e ao titular a ocorrência de incidente
Iv - ouvidoria;
de segurança que possa acarretar risco ou dano
V - órgão de assessoramento jurídico próprio; e
relevante aos titulares.
VI - unidades administrativas e unidades especiali-
zadas necessárias à aplicação do disposto nesta lei.
Cabe frisar que deverão ser adotadas boas práticas
de governança na proteção dos dados. As regras de O Conselho Diretor da ANPD será composto por 5
boas práticas e de governança deverão ser publicadas (cinco) Diretores – incluindo o Diretor Presidente –,
e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhe- todos eles com mandato de 4 (quatro) anos. Os mem-
cidas e divulgadas pela autoridade nacional. bros serão escolhidos pelo Presidente da República e
por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
Competências
Art. 52 Os agentes de tratamento de dados, em Art. 55-J Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº
razão das infrações cometidas às normas previstas 13.853, de 2019)
nesta Lei, ficam sujeitos às seguintes sanções admi- I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos
nistrativas aplicáveis pela autoridade nacional: da legislação;(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Vigência) II - zelar pela observância dos segredos comercial e
I - advertência, com indicação de prazo para ado- industrial, observada a proteção de dados pessoais
ção de medidas corretivas; e do sigilo das informações quando protegido por
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do lei ou quando a quebra do sigilo violar os funda-
faturamento da pessoa jurídica de direito privado, mentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº
grupo ou conglomerado no Brasil no seu último 13.853, de 2019)
exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, III - elaborar diretrizes para a Política Nacional
a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;
infração; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de trata-
III - multa diária, observado o limite total a que se
mento de dados realizado em descumprimento à
refere o inciso II;
legislação, mediante processo administrativo que
IV - publicização da infração após devidamente
assegure o contraditório, a ampla defesa e o direito
apurada e confirmada a sua ocorrência; de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a V - apreciar petições de titular contra controlador
infração até a sua regularização; após comprovada pelo titular a apresentação de
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere reclamação ao controlador não solucionada no
a infração; prazo estabelecido em regulamentação; (Incluído
X - suspensão parcial do funcionamento do banco pela Lei nº 13.853, de 2019)
de dados a que se refere a infração pelo período VI - promover na população o conhecimento das
máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual normas e das políticas públicas sobre proteção de
período, até a regularização da atividade de trata- dados pessoais e das medidas de segurança; (Incluí-
mento pelo controlador; do pela Lei nº 13.853, de 2019)
XI - suspensão do exercício da atividade de trata- VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas
mento dos dados pessoais a que se refere a infração nacionais e internacionais de proteção de dados pes-
pelo período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável soais e privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
por igual período; VIII - estimular a adoção de padrões para serviços
XII - proibição parcial ou total do exercício de ativi- e produtos que facilitem o exercício de controle dos
titulares sobre seus dados pessoais, os quais deve-
dades relacionadas a tratamento de dados
rão levar em consideração as especificidades das
atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído
As sanções poderão ser agravadas em decorrência pela Lei nº 13.853, de 2019)
de reincidência, má-fé, entre outras situações. IX - promover ações de cooperação com autorida-
des de proteção de dados pessoais de outros paí-
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS ses, de natureza internacional ou transnacional;
(ANPD) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
X - dispor sobre as formas de publicidade das ope-
Disposições Gerais rações de tratamento de dados pessoais, respeita-
dos os segredos comercial e industrial; (Incluído
Art. 55-A Fica criada, sem aumento de despesa, a pela Lei nº 13.853, de 2019)
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD),
do poder público que realizem operações de trata-
órgão da administração pública federal, integrante
mento de dados pessoais informe específico sobre o
da Presidência da República.
âmbito, a natureza dos dados e os demais detalhes
do tratamento realizado, com a possibilidade de
z A natureza jurídica da ANPD é transitória; emitir parecer técnico complementar para garan-
z É assegurada autonomia técnica e decisória à tir o cumprimento desta Lei; (Incluído pela Lei nº
288 ANPD. 13.853, de 2019)
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de „ Promover e elaborar estudos sobre as práti-
suas atividades; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cas nacionais e internacionais de proteção de
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre dados pessoais e privacidade;
proteção de dados pessoais e privacidade, bem
„ Ouvir os agentes de tratamento e a sociedade
como sobre relatórios de impacto à proteção de
dados pessoais para os casos em que o tratamen- em matérias de interesse relevante e prestar
to representar alto risco à garantia dos princípios contas sobre suas atividades e planejamento;
gerais de proteção de dados pessoais previstos nes- „ Garantir que o tratamento de dados de idosos
ta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) seja efetuado de maneira simples, clara, acessí-
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade vel e adequada ao seu entendimento;
em matérias de interesse relevante e prestar con-
„ Comunicar aos órgãos de controle interno o
tas sobre suas atividades e planejamento; (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019)
descumprimento do disposto nessa Lei por
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no órgãos e entidades da Administração Pública
relatório de gestão a que se refere o inciso XII do Federal.
caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas
e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) É recomendável a leitura do art. 55-J, o qual dispõe
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua rea- sobre as competências da ANPD.
lização, no âmbito da atividade de fiscalização de
que trata o inciso IV e com a devida observância do
CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
disposto no inciso II do caput deste artigo, sobre o
tratamento de dados pessoais efetuado pelos agen- PESSOAIS E DA PRIVACIDADE
tes de tratamento, incluído o poder público; (Incluí-
do pela Lei nº 13.853, de 2019) Composição
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso
com agentes de tratamento para eliminar irregulari- O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais
dade, incerteza jurídica ou situação contenciosa no e da Privacidade é composto de 23 representantes.
âmbito de processos administrativos, de acordo com
o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro
de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos Importante!
simplificados e diferenciados, inclusive quanto aos pra- Acreditamos não ser necessário saber a compo-
zos, para que microempresas e empresas de pequeno
porte, bem como iniciativas empresariais de caráter sição completa para fins de prova. No entanto,
incremental ou disruptivo que se autodeclarem star- caso queira conhecê-la, ela está disposta no art.
tups ou empresas de inovação, possam adequar-se a 58-A da lei em estudo.
esta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos
seja efetuado de maneira simples, clara, acessível e Competências
adequada ao seu entendimento, nos termos desta Lei
e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto Art. 58-B Compete ao Conselho Nacional de Prote-
do Idoso); (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) ção de Dados Pessoais e da Privacidade:
XX - deliberar, na esfera administrativa, em cará-
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsí-
ter terminativo, sobre a interpretação desta Lei, as
dios para a elaboração da Política Nacional de Pro-
suas competências e os casos omissos; (Incluído
pela Lei nº 13.853, de 2019) teção de Dados Pessoais e da Privacidade e para a
XXI - comunicar às autoridades competentes as atuação da ANPD;
infrações penais das quais tiver conhecimento; II - elaborar relatórios anuais de avaliação da exe-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) cução das ações da Política Nacional de Proteção
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o de Dados Pessoais e da Privacidade;
descumprimento do disposto nesta Lei por órgãos e III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;
entidades da administração pública federal; (Incluí- IV - elaborar estudos e realizar debates e audiên-
do pela Lei nº 13.853, de 2019) cias públicas sobre a proteção de dados pessoais e
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras da privacidade; e
públicas para exercer suas competências em seto-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de


res específicos de atividades econômicas e governa-
dados pessoais e da privacidade à população.
mentais sujeitas à regulação; e (Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019)
XXIV - implementar mecanismos simplificados,
inclusive por meio eletrônico, para o registro de
reclamações sobre o tratamento de dados pessoais LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO
em desconformidade com esta Lei.
LEI N° 12.846/2013
A Lei prevê várias competências à ANPD. No en-
tanto, listaremos, a seguir, aquelas que julgamos mais
pertinentes para fins de prova. Vejamos: A Lei Anticorrupção dispõe sobre a responsabiliza-
ção administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prá-
z Compete à ANPD tica de atos contra a administração pública, em âmbito
nacional ou estrangeiro. Foi criada para combater mais
„ Zelar pela proteção dos dados pessoais, nos ter- atos lesivos praticados por empresas aos entes públi-
mos da legislação; cos, especialmente em licitações e contratos. 289
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada inde-
Importante! pendentemente da responsabilização individual
das pessoas naturais referidas no caput.
A Lei prevê a responsabilização objetiva admi-
nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática Segundo o § 2º do art. 3º, os dirigentes ou admi-
de atos contra a administração pública, nacional nistradores somente serão responsabilizados por atos
ou estrangeira, nos termos do art. 1º. ilícitos na medida da sua culpabilidade.

RESPONSABILIZAÇÃO EM FUSÃO, CISÃO E


Para um melhor esclarecimento o exposto, veja- INCORPORAÇÃO
mos a íntegra do art. 1º:
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídi-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização ca na hipótese de alteração contratual, transfor-
objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas mação, incorporação, fusão ou cisão societária.
pela prática de atos contra a administração públi- § 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a
ca, nacional ou estrangeira. responsabilidade da sucessora será restrita à
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às obrigação de pagamento de multa e reparação
sociedades empresárias e às sociedades simples, integral do dano causado, até o limite do patri-
personificadas ou não, independentemente da for- mônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as
ma de organização ou modelo societário adotado, demais sanções previstas nesta Lei decorrentes de
bem como a quaisquer fundações, associações de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou
entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, incorporação, exceto no caso de simulação ou evi-
que tenham sede, filial ou representação no terri- dente intuito de fraude, devidamente comprovados.
tório brasileiro, constituídas de fato ou de direito, § 2º As sociedades controladoras, controladas,
ainda que temporariamente. coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as
consorciadas serão solidariamente responsá-
SUJEITOS ATIVOS veis pela prática dos atos previstos nesta Lei,
restringindo-se tal responsabilidade à obrigação
O parágrafo único do art. 1º dispõe a respeito dos de pagamento de multa e reparação integral
do dano causado.
sujeitos ativos desta lei. Aplica-se o disposto nesta Lei às:
A responsabilidade subsiste caso a pessoa jurídica
z Sociedades empresárias, personificadas ou não;
que cometa o ato lesivo:
z Sociedades simples, personificadas ou não;
z Fundações ou associações de entidades ou pessoas;
z Passe por alterações no contrato;
z Sociedades estrangeiras com sede, filial ou repre-
z Passe por transformação ou incorporação;
sentação no território brasileiro.
z Passe por fusão ou cisão societária.
As sociedades que podem ser enquadradas nesta
Quando houver fusão ou incorporação, a respon-
lei independem do modelo societário adotado, sendo sabilidade da sucessora será restrita à:
enquadradas quando constituídas de fato ou de direi-
to, ainda que temporariamente. z Obrigação de pagamento de multa;
z Reparação integral do dano causado.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabili-
zadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e
Esta responsabilidade é até o limite do patrimô-
civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados
nio transferido, não sendo aplicáveis outras sanções,
em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não.
exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
fraude, devidamente comprovados.
Trata-se de uma lei “enxuta”, sendo interessante,
para fins de estudos, entender a letra da lei e “deco- RESPONSABILIDADE EM EMPRESAS
rar” alguns pontos. CONSORCIADAS

RESPONSABILIZAÇÃO DOS DIRIGENTES Serão solidariamente responsáveis ao pagamento


da multa e a reparação do dano as:
Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não
exclui a responsabilidade individual de seus diri-
z Sociedades controladoras ou controladas;
gentes ou administradores ou de qualquer pessoa
z Sociedades coligadas;
natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
z Sociedades consorciadas.
Atente-se ao fato de que qualquer pessoa, dirigen- ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
te ou não, autora, coautora ou partícipe do ato lesivo, NACIONAL/ESTRANGEIRA
será responsabilizada.
É importante ainda salientar que, independente- O art. 5º desta Lei aponta os atos lesivos à adminis-
mente da responsabilização individual, a pessoa jurí- tração. Não há segredos, pois são atos muito parecidos
dica em si também será responsabilizada, uma vez com os previstos na lei de Improbidade Administrativa.
que a responsabilidade é objetiva. É o que aponta o Constituem atos lesivos à administração pública,
290 § 1º do art. 3º: nacional ou estrangeira, aqueles que:
z Atentem contra o patrimônio público nacional ou Segundo o § 2º do art. 5º, equiparam-se à adminis-
estrangeiro; tração pública estrangeira as organizações públicas
z Atentem contra princípios da administração pública; internacionais.
z Atentem contra os compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil. AGENTE PÚBLICO ESTRANGEIRO

Dica Art. 5º [...]


§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para
Mais importante do que “decorar” todos os atos os fins desta Lei, quem, ainda que transitoriamen-
lesivos, é entender que qualquer ato que atente te ou sem remuneração, exerça cargo, emprego
contra esses três tópicos anteriores será enqua- ou função pública em órgãos, entidades estatais ou
drado para fins desta lei. em representações diplomáticas de país estrangeiro,
assim como em pessoas jurídicas controladas, direta
São exemplos de atos lesivos: ou indiretamente, pelo poder público de país estran-
geiro ou em organizações públicas internacionais.
Art. 5º [...]
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen- Nesse ponto, a Lei 12846/2013 trata das sanções
te, vantagem indevida a agente público, ou a tercei-
aplicáveis na esfera administrativa. Vejamos o art. 6º:
ra pessoa a ele relacionada;
II - comprovadamente, financiar, custear, patroci-
nar ou de qualquer modo subvencionar a prática Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às
dos atos ilícitos previstos nesta Lei; pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções:
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento)
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiá- a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
rios dos atos praticados; último exercício anterior ao da instauração do pro-
IV - no tocante a licitações e contratos: cesso administrativo, excluídos os tributos, a qual
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina- nunca será inferior à vantagem auferida, quando
ção ou qualquer outro expediente, o caráter compe- for possível sua estimação; e
titivo de procedimento licitatório público; II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de
qualquer ato de procedimento licitatório público; Esquematicamente, temos:
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
z Multa de 0,1% a 20% do faturamento bruto do
tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
último exercício anterior ao da instauração do
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa processo administrativo, excluídos os tributos.
jurídica para participar de licitação pública ou
celebrar contrato administrativo; Quando for possível estimar a vantagem auferida
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo pela empresa, decorrente do ato lesivo, a multa nunca
fraudulento, de modificações ou prorrogações de será inferior à vantagem auferida.
contratos celebrados com a administração públi- Caso não seja possível estimar o Faturamento Bru-
ca, sem autorização em lei, no ato convocatório da to da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 a R$
licitação pública ou nos respectivos instrumentos 60.000.000,00. (§ 4º do art. 6º).
contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-fi-
nanceiro dos contratos celebrados com a adminis- z Publicação extraordinária da decisão condenatória.
tração pública;
V - dificultar atividade de investigação ou fiscali- Art. 6º [...]
zação de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou § 5º A publicação extraordinária da decisão conde-
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das natória ocorrerá na forma de extrato de sentença,
agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização a expensas da pessoa jurídica, em meios de comu-
do sistema financeiro nacional. nicação de grande circulação na área da prática da
infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua
DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA falta, em publicação de circulação nacional, bem
ESTRANGEIRA como por meio de afixação de edital, pelo prazo
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabele-


Art. 5º [...] cimento ou no local de exercício da atividade, de
§ 1º Considera-se administração pública estran- modo visível ao público, e no sítio eletrônico na
geira os órgãos e entidades estatais ou representa- rede mundial de computadores.
ções diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer
nível ou esfera de governo, bem como as pessoas A intenção dessa sanção é justamente expor a pessoa
jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo jurídica infratora, para que seus negócios fiquem preju-
poder público de país estrangeiro. dicados, ações tenham queda, percam investidores etc.

Esquematicamente temos a administração pública APLICAÇÃO DAS SANÇÕES


estrangeira dividida em:
Art. 6º [...]
z Órgãos e entidades estatais de país estrangeiro; § 1º As sanções serão aplicadas fundamenta-
z Representações diplomáticas de país estrangeiro; damente, isolada ou cumulativamente, de acordo
z Pessoas jurídicas controladas pelo poder público com as peculiaridades do caso concreto e com a
de país estrangeiro. gravidade e natureza das infrações. 291
Lembre-se de que as sanções podem ser aplicadas estendidos todos os efeitos das sanções apli-
isolada ou cumulativamente. cadas à pessoa jurídica aos seus administra-
dores e sócios com poderes de administração,
Art. 6º [...] observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo
será precedida da manifestação jurídica ela- Dica
borada pela Advocacia Pública ou pelo órgão
de assistência jurídica, ou equivalente, do ente Lembre-se de que muitas “empresas alvo” des-
público. ta lei são grandes conglomerados dotados de
muita influência e poder econômico. Logo, a
Segundo o § 3º do art. 6º, a aplicação das sanções possibilidade de a personalidade jurídica ser
previstas não exclui a obrigação da reparação inte- desconsiderada, em caso de abuso de seu poder,
gral do dano causado. garante maior lisura ao processo.
AGRAVANTES E ATENUANTES DAS SANÇÕES COMISSÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO

Art. 7º Serão levados em consideração na aplica- Art. 10 O processo administrativo para apuração
ção das sanções: da responsabilidade de pessoa jurídica será con-
I - a gravidade da infração; duzido por comissão designada pela autoridade
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; instauradora e composta por 2 (dois) ou mais
servidores estáveis.
A vantagem pretendida com o ato ilícito, mesmo § 1º O ente público, por meio do seu órgão de represen-
que não tenha se efetivado, será considerada como tação judicial, ou equivalente, a pedido da comissão a
“tentativa”. que se refere o caput, poderá requerer as medidas judi-
ciais necessárias para a investigação e o processamen-
III - a consumação ou não da infração; to das infrações, inclusive de busca e apreensão.
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; § 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à
V - o efeito negativo produzido pela infração; autoridade instauradora que suspenda os efeitos do
VI - a situação econômica do infrator; ato ou processo objeto da investigação.
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apura-
ção das infrações; Em suma, para efetuar seus trabalhos, a comissão
VIII - a existência de mecanismos e procedimen- poderá:
tos internos de integridade, auditoria e incentivo
à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva z Requerer medidas judiciais necessárias para a
de códigos de ética e de conduta no âmbito da pes- investigação;
soa jurídica; z Requerer procedimentos como busca e apreensão;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa z Propor medidas cautelares que suspendam os efei-
jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; tos do ato ou processo objeto da investigação.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DE É importante destacar que a comissão, após a conclu-


RESPONSABILIZAÇÃO são do procedimento administrativo, dará conhecimento
ao Ministério Público, para apuração de eventuais delitos.
Art. 8º A instauração e o julgamento de processo
administrativo para apuração da responsabilidade de PRAZO DO PROCESSO
pessoa jurídica cabem à autoridade máxima de cada
órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo Art. 10 [...]
e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provo- § 3º A comissão deverá concluir o processo no pra-
cação, observados o contraditório e a ampla defesa. zo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data
da publicação do ato que a instituir e, ao final, apre-
Estes Poderes poderão agir de ofício ou mediante sentar relatórios sobre os fatos apurados e even-
provocação, sempre observados o contraditório e a tual responsabilidade da pessoa jurídica, sugerindo
ampla defesa. de forma motivada as sanções a serem aplicadas.

§ 1º A competência para a instauração e o julga- A comissão deverá concluir o processo no prazo de


mento do processo administrativo de apuração de 180 dias contados da data da publicação do ato que
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser a instituir, prazo que pode ser prorrogado, desde
delegada, vedada a subdelegação. que por motivo fundamentado. Ao final do prazo, a
comissão deve apresentar relatórios sobre os fatos
A instauração de processo administrativo específi- apurados e eventual responsabilidade da pessoa jurí-
co de reparação integral do dano não prejudica a apli- dica, sugerindo de forma motivada as sanções a serem
cação imediata das sanções estabelecidas nesta Lei. aplicadas.
Um ponto que merece destaque nesta legislação
diz respeito à desconsideração da personalidade jurí- DEFESA
dica, presente no art. 14 desta Lei. Vejamos:
Art. 11 No processo administrativo para apuração
Art. 14 A personalidade jurídica poderá ser de responsabilidade, será concedido à pessoa jurí-
desconsiderada sempre que utilizada com abu- dica prazo de 30 (trinta) dias para defesa, con-
so do direito para facilitar, encobrir ou dissi- tados a partir da intimação.
mular a prática dos atos ilícitos previstos nesta
292 Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo Atente-se ao prazo de 30 dias para a defesa.
COMPETÊNCIA DA CONTROLADORIA GERAL DA PAPEL DO MINISTÉRIO PÚBLICO
UNIÃO
Art. 19 [...]
Art. 8º [...] § 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Con- ou órgão de representação judicial, ou equivalente,
troladoria-Geral da União - CGU terá competência do ente público poderá requerer a indisponibili-
concorrente para instaurar processos adminis- dade de bens, direitos ou valores necessários à
trativos de responsabilização de pessoas jurí- garantia do pagamento da multa ou da repara-
dicas ou para avocar os processos instaurados ção integral do dano causado, conforme previsto
com fundamento nesta Lei, para exame de sua regu- no art. 7º, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé.
laridade ou para corrigir-lhes o andamento.
Essas previsões tratam-se de medidas cautelares
A CGU terá competência concorrente, podendo para garantir que os danos sejam reparados e a multa,
avocar os processos no âmbito do Poder Executivo paga.
Federal
Também é válido salientar que compete à Contro- DECRETO N° 8420
ladoria-Geral da União (CGU) a apuração, o processo e
o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta Lei prati- O Decreto nº 8.420/15 regulamenta a Lei Anticor-
cados contra a administração pública estrangeira. rupção, apresentando-a de modo detalhado, porém,
Nos termos do art. 9º: sem inovar no ordenamento jurídico. Trata-se de um
“decreto seco”, ou seja, não há tanta doutrina ou juris-
prudência envolvida.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União
Ademais, como decretos costumam ser técnicos e
- CGU a apuração, o processo e o julgamento dos
muito literais, é de suma importância, para um melhor
atos ilícitos previstos nesta Lei, praticados contra
aproveitamento de seus estudos, que você possua
a administração pública estrangeira, observado o
conhecimentos a respeito da Lei nº 12.846/2013.
disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Comba-
te da Corrupção de Funcionários Públicos Estran-
geiros em Transações Comerciais Internacionais, RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
promulgada pelo Decreto nº 3.678, de 30 de novem-
bro de 2000. A apuração da Responsabilidade Administrativa
será efetuada por meio de Processo Administrativo de
RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL Responsabilização (PAR) nos termos do art. 6º desse
Decreto.
Como as esferas são independentes, cabe lembrar
Competência (Art. 3º)
que a responsabilização na esfera administrativa não
afasta a possibilidade de sua responsabilização na
A competência para a instauração e julgamento
esfera judicial.
do PAR é:
São sanções da esfera judicial:
z Da autoridade máxima da entidade em face da
Art. 19 [...] qual foi praticado o ato lesivo;
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que z Em caso de órgão da administração direta, do seu
representem vantagem ou proveito direta ou indi- Ministro de Estado.
retamente obtidos da infração, ressalvado o direito
do lesado ou de terceiro de boa-fé;
A competência será exercida de ofício ou median-
te provocação e poderá ser delegada, sendo vedada a
É ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de subdelegação.
boa-fé.
Instauração
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; Art. 4º a autoridade competente para instauração
do par, ao tomar ciência da possível ocorrência de
Esta será determinada quando a pessoa jurídica, ato lesivo à administração pública federal, em sede
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de forma habitual, facilitar, promover, ocultar ou dis- de juízo de admissibilidade e mediante despacho
simular ato ilícito. fundamentado, decidirá:
I - pela abertura de investigação preliminar;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, II - pela instauração de par; ou
subvenções, doações ou empréstimos de órgãos III - pelo arquivamento da matéria.
ou entidades públicas e de instituições financeiras
públicas ou controladas pelo poder público, pelo Esquematicamente, podemos definir que a autori-
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) dade competente, ao tomar ciência, decidirá pelo(a):
anos.
z Abertura da investigação preliminar
As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada
ou cumulativa. A investigação preliminar terá caráter sigiloso e
A condenação torna certa a obrigação de reparar, não punitivo e será conduzida por comissão composta
integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor por dois ou mais servidores efetivos, ou empregados
será apurado em posterior liquidação, se não constar públicos (§ 1º, Art. 4º). O prazo da investigação será de
expressamente da sentença. 60 dias, prorrogáveis por mais 60 (§ 4º, Art. 4º); 293
z Instauração do PAR COMPETÊNCIAS DA CGU

Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autorida- Art. 13 A Controladoria-Geral da União possui,


de designará comissão, composta por dois ou mais no âmbito do Poder Executivo federal, competência:
servidores estáveis, que avaliará fatos e circunstân- I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e
cias conhecidos e intimará a pessoa jurídica para, II - exclusiva para avocar os processos instaura-
no prazo de trinta dias, apresentar defesa escrita e dos para exame de sua regularidade ou para cor-
especificar eventuais provas que pretende produzir. rigir-lhes o andamento, inclusive promovendo a
aplicação da penalidade administrativa cabível.
A comissão será composta por dois ou mais servi- § 1º A Controladoria-Geral da União poderá exer-
dores estáveis ou empregados públicos, preferencial- cer, a qualquer tempo, a competência prevista
mente, com mais de 3 anos de serviço. O prazo para no caput, se presentes quaisquer das seguintes
intimados apresentarem defesa escrita é de 30 dias, circunstâncias:
somados a estes o prazo de 10 dias para possíveis ale- I - caracterização de omissão da autoridade origi-
gações finais. nariamente competente;
II - inexistência de condições objetivas para sua
Vale ressaltar que serão recusadas provas ilíci-
realização no órgão ou entidade de origem;
tas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou
III - complexidade, repercussão e relevância da
intempestivas;
matéria;
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurí-
z Arquivamento da matéria. dica com o órgão ou entidade atingida; ou
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados
Disposições Gerais sobre o PAR a mais de um órgão ou entidade da administração
pública federal.
Art. 8º A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR § 2º Ficam os órgãos e entidades da administração
por meio de seus representantes legais ou procurado- pública obrigados a encaminhar à Controladoria-Ge-
res, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos. ral da União todos os documentos e informações que
Parágrafo único. É vedada a retirada dos autos da lhes forem solicitados, incluídos os autos originais
repartição pública, sendo autorizada a obtenção de dos processos que eventualmente estejam em curso.
cópias mediante requerimento. Art. 14 Compete à Controladoria-Geral da União
Art. 9º O prazo para a conclusão do par não exce- instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de
derá cento e oitenta dias, admitida prorrogação atos lesivos à administração pública estrangei-
por meio de solicitação do presidente da comissão ra, o qual seguirá, no que couber, o rito procedimen-
à autoridade instauradora, que decidirá de forma tal previsto neste Capítulo.
fundamentada.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS
COMPETÊNCIAS DA COMISSÃO ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS

A comissão poderá: Disposições Gerais

Art. 9º[...] Art. 15 As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguin-


§ 2º A comissão, para o devido e regular exercício tes sanções administrativas, nos termos do art. 6º da
de suas funções, poderá: lei nº 12.846, de 2013:
I - propor à autoridade instauradora a suspensão I - multa; e
cautelar dos efeitos do ato ou do processo objeto da II - publicação extraordinária da decisão adminis-
investigação; trativa sancionadora.
II - solicitar a atuação de especialistas com notório Art. 16 Caso os atos lesivos apurados envolvam
conhecimento, de órgãos e entidades públicos ou de infrações administrativas à Lei nº 8.666, de 1993,
outras organizações, para auxiliar na análise da ou a outras normas de licitações e contratos da
matéria sob exame; e administração pública e tenha ocorrido a apuração
III - solicitar ao órgão de representação judicial ou conjunta prevista no art. 12, a pessoa jurídica tam-
equivalente dos órgãos ou entidades lesados que bém estará sujeita a sanções administrativas que
requeira as medidas necessárias para a investiga- tenham como efeito restrição ao direito de partici-
ção e o processamento das infrações, inclusive de par em licitações ou de celebrar contratos com a
busca e apreensão, no País ou no exterior. administração pública, a serem aplicadas no par.

Em resumo, as pessoas jurídicas estão sujeitas às


Importante! seguintes sanções administrativas:
Da decisão administrativa sancionadora, cabe
pedido de reconsideração com efeito suspen- z Multa;
sivo, no prazo de 10 dias, contados da data de z Publicação Extraordinária da Decisão Administra-
publicação da decisão. (Art. 11) tiva Sancionadora;
z Proibição de Participar de Licitações ou Contratar com
a Administração Pública (se o ilícito tiver relação).
z O pedido de reconsideração deve ser considerado
em até 30 dias; Multa
z Caso não apresente pedido de reconsideração, o
sancionado deve cumprir as sanções também no O cálculo da multa relaciona-se com o Faturamen-
294 prazo de 30 dias. to Bruto do Último Exercício, o qual varia de 1% a 5%.
Neste sentido, caso não seja possível utilizar o cri-
Importante! tério do valor do Faturamento Bruto, será utilizado o
valor do faturamento do ano corrente caso não haja
Lembre-se de que a multa pode variar de acordo faturamento no exercício anterior:
com o valor do contrato ou da situação.
z Sobre o montante total de recursos recebidos pela
pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano em que
Da multa, serão subtraídas porcentagens no caso de:
ocorreu o ato lesivo;
z Sobre o faturamento estimável nas demais hipóteses.
Art. 18 [...]
I - um por cento no caso de não consumação da
infração;
Nessas hipóteses, o valor será limitado entre R$
II - um e meio por cento no caso de comprova- 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 60.000.000,00 (sessenta
ção de ressarcimento pela pessoa jurídica dos milhões de reais).
danos a que tenha dado causa; Com a assinatura do Acordo de Leniência, a mul-
III - um por cento a um e meio por cento para o ta aplicável será reduzida, conforme a fração nele
grau de colaboração da pessoa jurídica com a pactuada, observados os limites legais. (Art. 23)
investigação ou a apuração do ato lesivo, inde-
pendentemente do acordo de leniência; Publicação Extraordinária da Decisão Administrativa
IV - dois por cento no caso de comunicação espon- Sancionadora
tânea pela pessoa jurídica antes da instaura-
ção do PAR acerca da ocorrência do ato lesivo; e Art. 24 A pessoa jurídica sancionada administrativa-
V - um por cento a quatro por cento para compro- mente pela prática de atos lesivos contra a adminis-
vação de a pessoa jurídica possuir e aplicar tração pública, nos termos da Lei nº 12.846, de 2013,
um programa de integridade, conforme os parâ- publicará a decisão administrativa sancionadora na
metros estabelecidos no Capítulo IV. forma de extrato de sentença, cumulativamente:
I - em meio de comunicação de grande circulação
na área da prática da infração e de atuação da pes-
Na ausência de fatores ou se a subtração resultar
soa jurídica ou, na sua falta, em publicação de cir-
em 0% ou menos, mesmo assim, haverá multa, nos culação nacional;
termos do art. 19, na razão de: II - em edital afixado no próprio estabelecimento
ou no local de exercício da atividade, em localidade
z 0,1% do Faturamento Bruto do Último Exercício; que permita a visibilidade pelo público, pelo prazo
z R$ 6.000,00 caso não seja possível utilizar o Fatu- mínimo de trinta dias; e
ramento Bruto. III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo de trinta dias
e em destaque na página principal do referido sítio.
z Limites da Multa (Art. 20, § 1º)
Dica
Em qualquer hipótese, o valor final da multa terá
A sanção, aqui, é “envergonhar” a empresa, fazen-
como limite:
do-a admitir o seu ato de corrupção. A publica-
ção será feita às expensas da pessoa jurídica
z Mínimo: 0,1% ou R$ 6.000 – o que for maior;
sancionada.
z Máximo: 20% do Faturamento ou 3x o Valor da
Vantagem auferida ou pretendida.
Cobrança da Multa Aplicada
Impossibilidade de Auferir o Faturamento
A multa aplicada ao final do PAR será integralmen-
te recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo
Art. 22 Caso não seja possível utilizar o critério do
30 dias. Caso não seja paga, esta será inscrita em dívi-
valor do faturamento bruto da pessoa jurídica no ano
da ativa (Art. 25).
anterior ao da instauração ao PAR, os percentuais
dos fatores indicados nos art. 17 e art. 18 incidirão:
ACORDO DE LENIÊNCIA
I - sobre o valor do faturamento bruto da pessoa
jurídica, excluídos os tributos, no ano em que ocor-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Art. 28 O acordo de leniência será celebrado com


reu o ato lesivo, no caso de a pessoa jurídica não
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos
ter tido faturamento no ano anterior ao da instau-
atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, e dos
ração ao PAR;
ilícitos administrativos previstos na Lei nº 8.666, de
II - sobre o montante total de recursos recebidos
1993, e em outras normas de licitações e contratos,
pela pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano em
com vistas à isenção ou à atenuação das respec-
que ocorreu o ato lesivo; ou tivas sanções, desde que colaborem efetivamente
III - nas demais hipóteses, sobre o faturamento com as investigações e o processo administrati-
anual estimável da pessoa jurídica, levando em vo, devendo resultar dessa colaboração:
consideração quaisquer informações sobre a sua I - a identificação dos demais envolvidos na infra-
situação econômica ou o estado de seus negócios, ção administrativa, quando couber; e
tais como patrimônio, capital social, número de II - a obtenção célere de informações e documentos
empregados, contratos, dentre outras. que comprovem a infração sob apuração.
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas no caput, Art. 29 Compete à Controladoria-Geral da União
o valor da multa será limitado entre R$ 6.000,00 celebrar acordos de leniência no âmbito do Poder
(seis mil reais) e R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra
de reais). a administração pública estrangeira. 295
Deveres da Pessoa Jurídica A negociação do Acordo de Leniência deve ser con-
cluída em até 180 dias, prazo que pode ser prorrogado
Art. 30 A pessoa jurídica que pretenda celebrar a critério da CGU.
acordo de leniência deverá:
I - ser a primeira a manifestar interesse em coope- Art. 33 Não importará em reconhecimento da
rar para a apuração de ato lesivo específico, quan-
prática do ato lesivo investigado a proposta
do tal circunstância for relevante;
de acordo de leniência rejeitada, da qual não se
II - ter cessado completamente seu envolvimento
no ato lesivo a partir da data da propositura do fará qualquer divulgação, ressalvado o disposto no
acordo; § 1º do art. 31.
III - admitir sua participação na infração administrativa Art. 34 A pessoa jurídica proponente poderá
IV - cooperar plena e permanentemente com as desistir da proposta de acordo de leniência a
investigações e o processo administrativo e compa- qualquer momento que anteceda a assinatura
recer, sob suas expensas e sempre que solicitada, do referido acordo.
aos atos processuais, até o seu encerramento; e
V - fornecer informações, documentos e elementos Até a celebração do Acordo de Leniência pelo
que comprovem a infração administrativa.
Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da
União, a identidade da pessoa jurídica signatária do
A proposta do Acordo de Leniência poderá ser
feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no Acordo não será divulgada ao público, salvo se autori-
PAR. Vejamos a íntegra do art. 31: zada sua divulgação.

Art. 31 A proposta de celebração de acordo de Cumprimento do Acordo de Leniência


leniência poderá ser feita de forma oral ou escrita,
oportunidade em que a pessoa jurídica proponente Art. 40 Uma vez cumprido o acordo de leniência
declarará expressamente que foi orientada a respei- pela pessoa jurídica colaboradora, serão declara-
to de seus direitos, garantias e deveres legais e de que dos em favor da pessoa jurídica signatária, nos ter-
o não atendimento às determinações e solicitações mos previamente firmados no acordo, um ou mais
da Controladoria-Geral da União durante a etapa de dos seguintes efeitos:
negociação importará a desistência da proposta.
I - isenção da publicação extraordinária da
§ 1º A proposta apresentada receberá tratamento
decisão administrativa sancionadora;
sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será restrito
aos servidores especificamente designados pela II - isenção da proibição de receber incentivos,
Controladoria-Geral da União para participar da subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de
negociação do acordo de leniência, ressalvada a órgãos ou entidades públicos e de instituições finan-
possibilidade de a proponente autorizar a divulga- ceiras públicas ou controladas pelo Poder Público;
ção ou compartilhamento da existência da propos- III - redução do valor final da multa aplicável,
ta ou de seu conteúdo, desde que haja anuência da observado o disposto no art. 23; ou
Controladoria-Geral da União. IV - isenção ou atenuação das sanções adminis-
§ 2º Poderá ser firmado memorando de entendimen- trativas previstas nos art. 86 a art. 88 da Lei nº 8.666,
tos entre a pessoa jurídica proponente e a Controla- de 1993, ou de outras normas de licitações e contratos.
doria-Geral da União para formalizar a proposta e
definir os parâmetros do acordo de leniência.
§ 3º Uma vez proposto o acordo de leniência, a
Controladoria-Geral da União poderá requisitar os
Importante!
autos de processos administrativos em curso em Os efeitos do Acordo de Leniência serão estendi-
outros órgãos ou entidades da administração públi-
dos às pessoas jurídicas que integrarem o mes-
ca federal relacionados aos fatos objeto do acordo.
mo grupo econômico desde que tenham firmado
Em suma, a proposta apresentada: o Acordo em conjunto. (Parágrafo Único, Art. 40).

z Receberá tratamento sigiloso;


z O acesso ao seu conteúdo será restrito aos servido- PROGRAMA DE INTEGRIDADE
res especificamente designados pela Controlado-
ria-Geral da União para participar da negociação O Programa de Integridade consiste no conjunto
do Acordo de Leniência. de mecanismos e procedimentos internos de integri-
dade, auditoria e incentivo à denúncia de irregula-
Pode haver a divulgação desde que autorizada ridades com o objetivo de detectar e sanar desvios,
pela proponente e com anuência da CGU. fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados con-
tra a Administração pública, nacional ou estrangeira,
Art. 32 A negociação a respeito da proposta do de acordo com o art. 41.
acordo de leniência deverá ser concluída no pra-
zo de cento e oitenta dias, contado da data de
Parâmetros do Programa de Integridade
apresentação da proposta.
Parágrafo único. A critério da Controladoria-Geral
da União, poderá ser prorrogado o prazo estabele- O programa de integridade será avaliado, quanto a
cido no caput, caso presentes circunstâncias que o sua existência e aplicação, de acordo com os parâme-
296 exijam. tros elencados no artigo 42.
Vejamos: VIII - o fato de ser qualificada como microempresa
ou empresa de pequeno porte.
Art. 42 [...]
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurí- Na avaliação de microempresas e empresas de
dica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio pequeno porte, serão reduzidas as formalidades, bem
visível e inequívoco ao programa; como algumas não serão exigidas.
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e
procedimentos de integridade, aplicáveis a todos os CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS
empregados e administradores, independentemen- E SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE
te de cargo ou função exercidos; EMPRESAS PUNIDAS
III - padrões de conduta, código de ética e políticas
de integridade estendidas, quando necessário, a Art. 43 O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas
terceiros, tais como, fornecedores, prestadores de e Suspensas - CEIS conterá informações referentes
serviço, agentes intermediários e associados; às sanções administrativas impostas a pessoas físi-
IV - treinamentos periódicos sobre o programa de cas ou jurídicas que impliquem restrição ao direito
integridade; de participar de licitações ou de celebrar contratos
V - análise periódica de riscos para realizar adapta- com a administração pública de qualquer esfera
ções necessárias ao programa de integridade; federativa, entre as quais:
VI - registros contábeis que reflitam de forma com- I - suspensão temporária de participação em lici-
pleta e precisa as transações da pessoa jurídica; tação e impedimento de contratar com a adminis-
VII - controles internos que assegurem a pronta ela- tração pública, conforme disposto no inciso III do
boração e confiabilidade de relatórios e demonstra- caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 1993;
ções financeiros da pessoa jurídica; II - declaração de inidoneidade para licitar ou
VIII - procedimentos específicos para prevenir frau- contratar com a administração pública, conforme
des e ilícitos no âmbito de processos licitatórios, disposto no inciso IV do caput do art. 87 da Lei nº
na execução de contratos administrativos ou em 8.666, de 1993;
qualquer interação com o setor público, ainda que III - impedimento de licitar e contratar com União,
intermediada por terceiros, tal como pagamento de Estados, Distrito Federal ou Municípios, conforme
tributos, sujeição a fiscalizações, ou obtenção de disposto no art. 7º da Lei nº 10.520, de 17 de julho
autorizações, licenças, permissões e certidões; de 2002;
IX - independência, estrutura e autoridade da instân- IV - impedimento de licitar e contratar com a União,
cia interna responsável pela aplicação do programa Estados, Distrito Federal ou Municípios, conforme
de integridade e fiscalização de seu cumprimento; disposto no art. 47 da Lei nº 12.462, de 4 de agosto
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e de 2011;
amplamente divulgados a funcionários e terceiros, e V - suspensão temporária de participação em lici-
de mecanismos destinados à proteção de denuncian- tação e impedimento de contratar com a adminis-
tes de boa-fé; tração pública, conforme disposto no inciso IV do
XI - medidas disciplinares em caso de violação do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro
programa de integridade;
de 2011; e
XII - procedimentos que assegurem a pronta inter-
VI - declaração de inidoneidade para licitar ou
rupção de irregularidades ou infrações detectadas
contratar com a administração pública, conforme
e a tempestiva remediação dos danos gerados;
disposto no inciso V do caput do art. 33 da Lei nº
XIII - diligências apropriadas para contratação e,
12.527, de 2011.
conforme o caso, supervisão, de terceiros, tais como,
fornecedores, prestadores de serviço, agentes inter- Dos incisos do art. 43, podemos extrair as seguintes
mediários e associados;
informações:
XIV - verificação, durante os processos de fusões,
aquisições e reestruturações societárias, do cometi- z Suspensão temporária de participação em licita-
mento de irregularidades ou ilícitos ou da existência
ção e impedimento de contratar com a Adminis-
de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas envolvidas;
tração Pública;
XV - monitoramento contínuo do programa de inte-
gridade visando seu aperfeiçoamento na prevenção, z Declaração de inidoneidade para licitar ou contra-
detecção e combate à ocorrência dos atos lesivos tar com a Administração Pública;
previstos no art. 5º da lei nº 12.846, de 2013; e z Suspensão temporária ou impedimento de partici-
XVI - transparência da pessoa jurídica quanto a pação em licitação e de contratar com a Adminis-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

doações para candidatos e partidos políticos. tração Pública.


§ 1º na avaliação dos parâmetros de que trata
este artigo, serão considerados o porte e espe- CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS
cificidades da pessoa jurídica, tais como: (CNEP)
I - a quantidade de funcionários, empregados e
colaboradores; Art. 45 O Cadastro Nacional de Empresas Punidas -
II - a complexidade da hierarquia interna e a quan- CNEP conterá informações referentes:
tidade de departamentos, diretorias ou setores; I - às sanções impostas com fundamento na Lei
III - a utilização de agentes intermediários como nº 12.846, de 2013; e
consultores ou representantes comerciais; II - ao descumprimento de acordo de leniência
IV - o setor do mercado em que atua; celebrado com fundamento na Lei nº 12.846, de
V - os países em que atua, direta ou indiretamente; 2013.
VI - o grau de interação com o setor público e a Parágrafo único. As informações sobre os acordos
importância de autorizações, licenças e permissões de leniência celebrados com fundamento na Lei nº
governamentais em suas operações; 12.846, de 2013, serão registradas no CNEP após a
VII - a quantidade e a localização das pessoas jurí- celebração do acordo, exceto se causar prejuízo às
dicas que integram o grupo econômico; e investigações ou ao processo administrativo. 297
Exclusão do Cadastro II - sistema cooperativo de crédito.
§ 3º As instituições que não constituírem política de
Art. 47 A exclusão dos dados e informações cons- segurança cibernética própria em decorrência do
tantes do CEIS ou do CNEP se dará: disposto no § 2º devem formalizar a opção por essa
I - com fim do prazo do efeito limitador ou faculdade em reunião do conselho de administração
impeditivo da sanção; ou ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição.
II -mediante requerimento da pessoa jurídica
interessada, após cumpridos os seguintes requisi-
tos, quando aplicáveis: O porte, perfil de risco e modelo

CIBERNÉTICA DE DEVERÁ SER


de negócio da instituição

A POLÍTICA DE SEGURANÇA

COMPATÍVEL COM
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: A natureza das operações e a
RESOLUÇÃO Nº 4.658, DE 26 DE ABRIL complexidade dos produtos,
serviços, atividades e processos
DE 2018 da instituição
A Resolução nº 4.658/2018 dispõe sobre a política
de segurança cibernética e sobre os requisitos para
a contratação de serviços de processamento e arma- A sensibilidade dos dados
zenamento de dados e de computação em nuvem a e das informações sob
serem observados pelas instituições financeiras e responsabilidade da instituição
demais instituições autorizadas a funcionar pelo Ban-
co Central do Brasil. Em outras palavras, a Resolução
O art. 3º, por sua vez, trata dos requisitos míni-
estabelece certas exigências que as instituições finan-
mos que a política de segurança cibernética deve
ceiras e outras instituições autorizadas deverão seguir
contemplar:
quanto ao seu ambiente tecnológico e de prevenção
aos ataques cibernéticos.
O art. 1º dispõe a respeito do objeto e do âmbito de Art. 3º A política de segurança cibernética deve
aplicação desta Resolução. Vejamos: contemplar, no mínimo:
I - os objetivos de segurança cibernética da
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política de instituição;
segurança cibernética e sobre os requisitos II - os procedimentos e os controles adotados para
para a contratação de serviços de processamen- reduzir a vulnerabilidade da instituição a
to e armazenamento de dados e de computação em incidentes e atender aos demais objetivos de segu-
nuvem a serem observados pelas instituições finan- rança cibernética;
ceiras e demais instituições autorizadas a funcio- III - os controles específicos, incluindo os volta-
nar pelo Banco Central do Brasil. dos para a rastreabilidade da informação, que bus-
quem garantir a segurança das informações
sensíveis;
ESTA RESOLUÇÃO DEVERÁ SER OBSERVADA POR:
IV - o registro, a análise da causa e do impacto,
Instituições Financeiras bem como o controle dos efeitos de incidentes rele-
vantes para as atividades da instituição;
Instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central V - as diretrizes para:
do Brasil (Bacen) a) a elaboração de cenários de incidentes conside-
rados nos testes de continuidade de negócios;
As instituições mencionadas no art. 1º velarão pela b) a definição de procedimentos e de controles
implementação e manutenção das políticas de segu- voltados à prevenção e ao tratamento dos inci-
rança cibernética e deverão sempre observar os prin- dentes a serem adotados por empresas presta-
cípios e as diretrizes norteadoras. Vejamos: doras de serviços a terceiros que manuseiem
dados ou informações sensíveis ou que sejam
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem relevantes para a condução das atividades ope-
implementar e manter política de segurança ciber- racionais da instituição;
nética formulada com base em princípios e diretri- c) a classificação dos dados e das informações
zes que busquem assegurar a confidencialidade, quanto à relevância; e
a integridade e a disponibilidade dos dados e d) a definição dos parâmetros a serem utilizados na
dos sistemas de informação utilizados. avaliação da relevância dos incidentes;
§ 1º A política mencionada no caput deve ser com- VI - os mecanismos para disseminação da cul-
patível com:
tura de segurança cibernética na instituição,
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio
incluindo:
da instituição;
a) a implementação de programas de capacita-
II - a natureza das operações e a complexidade dos
produtos, serviços, atividades e processos da insti- ção e de avaliação periódica de pessoal;
tuição; e b) a prestação de informações a clientes e usuários
III - a sensibilidade dos dados e das informações sobre precauções na utilização de produtos e servi-
sob responsabilidade da instituição. ços financeiros; e
§ 2º Admite-se a adoção de política de segurança c) o comprometimento da alta administração com
cibernética única por: a melhoria contínua dos procedimentos relaciona-
298 I - conglomerado prudencial; e dos com a segurança cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de informações sobre os incidentes relevantes, mencionados no inciso IV,
com as demais instituições referidas no art. 1º.
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança cibernética referidos no inciso I do caput, deve ser contemplada a capa-
cidade da instituição para prevenir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a incidentes relacionados com o ambiente
cibernético.
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata o inciso II do caput devem abranger, no mínimo, a autenticação, a
criptografia, a prevenção e a detecção de intrusão, a prevenção de vazamento de informações, a realização periódica
de testes e varreduras para detecção de vulnerabilidades, a proteção contra softwares maliciosos, o estabelecimento
de mecanismos de rastreabilidade, os controles de acesso e de segmentação da rede de computadores e a manuten-
ção de cópias de segurança dos dados e das informações.

OS PROCEDIMENTOS E CONTROLES ADOTADOS PARA REDUZIR A VUL-


NERABILIDADE DA INSTITUIÇÃO A INCIDENTES E ATENDER AOS DEMAIS
OBJETIVOS DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA, DEVEM ABRANGER, NO
MÍNIMO

Autenticação

Criptografia

Prevenção e detecção de intrusão

Prevenção de vazamento de informações

Realização periódica de testes e varreduras para detecção de vulnerabilidades

Proteção de softwares maliciosos

Mecanismos de rastreabilidade

Controles de acesso e de segmentação da rede de computadores

Manutenção de cópias de segurança dos dados e das informações

§ 3º Os procedimentos e os controles citados no inciso II do caput devem ser aplicados, inclusive, no desenvolvimento
de sistemas de informação seguros e na adoção de novas tecnologias empregadas nas atividades da instituição.
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, bem como o controle dos efeitos de incidentes, citados no inciso IV
do caput, devem abranger inclusive informações recebidas de empresas prestadoras de serviços a terceiros.
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea «b», do caput devem contemplar procedimentos e controles em níveis
de complexidade, abrangência e precisão compatíveis com os utilizados pela própria instituição.

Os arts. 4º e 5º dizem respeito à divulgação da Política de Segurança Cibernética:

Art. 4º A política de segurança cibernética deve ser divulgada aos funcionários da instituição e às empresas presta-
doras de serviços a terceiros, mediante linguagem clara, acessível e em nível de detalhamento compatível com
as funções desempenhadas e com a sensibilidade das informações.
Art. 5º As instituições devem divulgar ao público resumo contendo as linhas gerais da política de segurança
cibernética.

As instituições deverão estabelecer um plano de ação e de resposta a incidentes; para isso, deverão observar
um mínimo de requisitos previstos no parágrafo único do art. 6º. Vejamos a íntegra dos artigos:

Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem estabelecer plano de ação e de resposta a incidentes visando à
implementação da política de segurança cibernética.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Parágrafo único. O plano mencionado no caput deve abranger, no mínimo:


I - as ações a serem desenvolvidas pela instituição para adequar suas estruturas organizacional e operacional aos
princípios e às diretrizes da política de segurança cibernética;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles e as tecnologias a serem utilizados na prevenção e na resposta a
incidentes, em conformidade com as diretrizes da política de segurança cibernética; e
III - a área responsável pelo registro e controle dos efeitos de incidentes relevantes.

Para esse plano de ação e de resposta, as instituições deverão determinar um diretor responsável pela sua
execução e pela política de segurança cibernética:

Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem designar diretor responsável pela política de segurança cibernética
e pela execução do plano de ação e de resposta a incidentes.
Parágrafo único. O diretor mencionado no caput pode desempenhar outras funções na instituição, desde que não
haja conflito de interesses.

As instituições devem, também, realizar anualmente um relatório sobre a implementação do plano menciona-
do. Esse relatório deverá incluir, no mínimo, os pontos elencados no § 1º do art. 8º: 299
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem d) a sua aderência a certificações exigidas pela
elaborar relatório anual sobre a implementação do instituição para a prestação do serviço a ser
plano de ação e de resposta a incidentes, mencio- contratado;
nado no art. 6º, com data-base de 31 de dezembro. e) o acesso da instituição contratante aos relatórios
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, elaborados por empresa de auditoria especializada
no mínimo: independente contratada pelo prestador de serviço,
I - a efetividade da implementação das ações relativos aos procedimentos e aos controles utiliza-
descritas no art. 6º, parágrafo único, inciso I; dos na prestação dos serviços a serem contratados;
II - o resumo dos resultados obtidos na imple- f) o provimento de informações e de recursos de
mentação das rotinas, dos procedimentos, dos gestão adequados ao monitoramento dos serviços
controles e das tecnologias a serem utilizados na a serem prestados;
prevenção e na resposta a incidentes descritos no g) a identificação e a segregação dos dados dos
art. 6º, parágrafo único, inciso II; clientes da instituição por meio de controles físicos
III - os incidentes relevantes relacionados com o ou lógicos; e
ambiente cibernético ocorridos no período; e h) a qualidade dos controles de acesso voltados à
IV - os resultados dos testes de continuidade de proteção dos dados e das informações dos clientes
negócios, considerando cenários de indisponibi- da instituição.
lidade ocasionada por incidentes. § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: contratado, mencionada no inciso I do caput, a
I - submetido ao comitê de risco, quando exis- instituição contratante deve considerar a cri-
tente; e ticidade do serviço e a sensibilidade dos dados e
II - apresentado ao conselho de administração das informações a serem processados, armazena-
ou, na sua inexistência, à diretoria da instituição dos e gerenciados pelo contratado, levando em con-
até 31 de março do ano seguinte ao da data-base. ta, inclusive, a classificação realizada nos termos
Art. 9º A política de segurança cibernética refe- do art. 3º, inciso V, alínea “c”.
rida no art. 2º e o plano de ação e de resposta a § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusi-
incidentes mencionado no art. 6º devem ser apro- ve as informações relativas à verificação menciona-
vados pelo conselho de administração ou, na da no inciso II, devem ser documentados.
sua inexistência, pela diretoria da instituição. § 3º No caso da execução de aplicativos por meio da
Art. 10 A política de segurança cibernética e o internet, referidos no inciso III do art. 13, a institui-
plano de ação e de resposta a incidentes devem ção deve assegurar que o potencial prestador dos
ser documentados e revisados, no mínimo, serviços adote controles que mitiguem os efeitos de
anualmente. eventuais vulnerabilidades na liberação de novas
versões do aplicativo.
Os próximos artigos trataram do foco principal da § 4º A instituição deve possuir recursos e competên-
Resolução nº 4.658/2018. O Capítulo III dessa Resolu- cias necessários para a adequada gestão dos servi-
ção traz o importante ponto da contratação de ser- ços a serem contratados, inclusive para análise de
viços de processamento e armazenamento de dados informações e uso de recursos providos nos termos
e de computação em nuvem. Usualmente, as bancas da alínea «f» do inciso II do caput.
examinadoras dos certames atrelam-se à cobrança Art. 13 Para os fins do disposto nesta Resolução,
literal dos dispositivos; deste modo, os artigos serão os serviços de computação em nuvem abran-
inseridos na íntegra, com destaques para facilitar o gem a disponibilidade à instituição contratan-
seu estudo. Acompanhe a seguir: te, sob demanda e de maneira virtual, de ao
menos um dos seguintes serviços:
Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem I - processamento de dados, armazenamento de
assegurar que suas políticas, estratégias e estrutu- dados, infraestrutura de redes e outros recursos
ras para gerenciamento de riscos previstas na regu- computacionais que permitam à instituição contra-
lamentação em vigor, especificamente no tocante tante implantar ou executar softwares, que podem
aos critérios de decisão quanto à terceirização de incluir sistemas operacionais e aplicativos desen-
serviços, contemplem a contratação de servi- volvidos pela instituição ou por ela adquiridos;
ços relevantes de processamento e armazena- II - implantação ou execução de aplicativos desen-
mento de dados e de computação em nuvem, no volvidos pela instituição contratante, ou por ela
País ou no exterior. adquiridos, utilizando recursos computacionais do
Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, pre- prestador de serviços; ou
viamente à contratação de serviços relevantes de III - execução, por meio da internet, dos aplicativos
processamento e armazenamento de dados e de implantados ou desenvolvidos pelo prestador de
computação em nuvem, devem adotar procedi- serviço, com a utilização de recursos computacio-
mentos que contemplem: nais do próprio prestador de serviços.
I - a adoção de práticas de governança corporativa Art. 14 A instituição contratante dos serviços men-
e de gestão proporcionais à relevância do serviço a cionados no art. 12 é responsável pela confiabili-
ser contratado e aos riscos a que estejam expostas; e dade, pela integridade, pela disponibilidade, pela
II - a verificação da capacidade do potencial presta- segurança e pelo sigilo em relação aos serviços
dor de serviço de assegurar: contratados, bem como pelo cumprimento da legis-
a) o cumprimento da legislação e da regulamenta- lação e da regulamentação em vigor.
ção em vigor; Art. 15 A contratação de serviços relevantes de
b) o acesso da instituição aos dados e às informa- processamento, armazenamento de dados e de
ções a serem processados ou armazenados pelo computação em nuvem deve ser previamente
prestador de serviço; comunicada pelas instituições referidas no art. 1º
c) a confidencialidade, a integridade, a disponibili- ao Banco Central do Brasil.
dade e a recuperação dos dados e das informações § 1º A comunicação de que trata o caput deve con-
processados ou armazenados pelo prestador de ter as seguintes informações:
300 serviço; I - a denominação da empresa a ser contratada;
II - os serviços relevantes a serem contratados; b) exclusão dos dados citados no inciso I pela empre-
e sa contratada substituída, após a transferência dos
III - a indicação dos países e das regiões em cada dados prevista na alínea “a” e a confirmação da inte-
país onde os serviços poderão ser prestados e os gridade e da disponibilidade dos dados recebidos;
dados poderão ser armazenados, processados V - o acesso da instituição contratante a:
e gerenciados, definida nos termos do inciso III do a) informações fornecidas pela empresa con-
art. 16, no caso de contratação no exterior. tratada, visando a verificar o cumprimento do dis-
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser posto nos incisos I a III;
realizada, no mínimo, sessenta dias antes da con- b) informações relativas às certificações e aos
tratação dos serviços. relatórios de auditoria especializada, citados no
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modifi- art. 12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e
cação das informações de que trata o § 1º devem ser c) informações e recursos de gestão adequados
comunicadas ao Banco Central do Brasil, no míni- ao monitoramento dos serviços a serem prestados,
mo, sessenta dias antes da alteração contratual. citados no art. 12, inciso II, alínea “f”;
Art. 16 A contratação de serviços relevantes de VI - a obrigação de a empresa contratada noti-
processamento, armazenamento de dados e de ficar a instituição contratante sobre a subcon-
computação em nuvem prestados no exterior tratação de serviços relevantes para a instituição;
deve observar os seguintes requisitos: VII - a permissão de acesso do Banco Central
I - a existência de convênio para troca de infor- do Brasil aos contratos e aos acordos firmados
mações entre o Banco Central do Brasil e as para a prestação de serviços, à documentação e às
autoridades supervisoras dos países onde os informações referentes aos serviços prestados, aos
serviços poderão ser prestados; dados armazenados e às informações sobre seus
II - a instituição contratante deve assegurar que a processamentos, às cópias de segurança dos dados
prestação dos serviços referidos no caput não e das informações, bem como aos códigos de acesso
cause prejuízos ao seu regular funcionamento aos dados e às informações;
nem embaraço à atuação do Banco Central do VIII - a adoção de medidas pela instituição contra-
Brasil; tante, em decorrência de determinação do Banco
III - a instituição contratante deve definir, previa- Central do Brasil; e
mente à contratação, os países e as regiões em IX - a obrigação de a empresa contratada man-
cada país onde os serviços poderão ser presta- ter a instituição contratante permanentemen-
dos e os dados poderão ser armazenados, proces- te informada sobre eventuais limitações que
sados e gerenciados; e possam afetar a prestação dos serviços ou o cum-
IV - a instituição contratante deve prever alterna- primento da legislação e da regulamentação
tivas para a continuidade dos negócios, no caso em vigor.
de impossibilidade de manutenção ou extinção do Parágrafo único. O contrato mencionado no caput
contrato de prestação de serviços. deve prever, para o caso da decretação de regime
§ 1º No caso de inexistência de convênio nos ter- de resolução da instituição contratante pelo Banco
mos do inciso I do caput, a instituição contratante Central do Brasil:
deverá solicitar autorização do Banco Central do I - a obrigação de a empresa contratada conceder
Brasil para a contratação, observando o prazo e as pleno e irrestrito acesso do responsável pelo regi-
informações requeridas nos termos do art. 15 desta me de resolução aos contratos, aos acordos, à docu-
Resolução. mentação e às informações referentes aos serviços
§ 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput, prestados, aos dados armazenados e às informa-
as instituições deverão assegurar que a legislação ções sobre seus processamentos, às cópias de segu-
e a regulamentação nos países e nas regiões em rança dos dados e das informações, bem como aos
cada país onde os serviços poderão ser prestados códigos de acesso, citados no inciso VII do caput,
não restringem nem impedem o acesso das institui- que estejam em poder da empresa contratada; e
ções contratantes e do Banco Central do Brasil aos II - a obrigação de notificação prévia do responsável
dados e às informações. pelo regime de resolução sobre a intenção de a empre-
§ 3º A comprovação do atendimento aos requisitos sa contratada interromper a prestação de serviços,
de que tratam os incisos I a IV do caput e o cumpri- com pelo menos trinta dias de antecedência da data
mento da exigência de que trata o § 2º devem ser prevista para a interrupção, observado que:
documentados. a) a empresa contratada obriga-se a aceitar even-
tual pedido de prazo adicional de trinta dias para a
Art. 17 Os contratos para prestação de serviços
interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo
relevantes de processamento, armazenamen-
regime de resolução; e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

to de dados e computação em nuvem devem


b) a notificação prévia deverá ocorrer também na
prever:
situação em que a interrupção for motivada por
I - a indicação dos países e da região em cada
inadimplência da contratante.
país onde os serviços poderão ser prestados e os
Art. 18 O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica
dados poderão ser armazenados, processados e
à contratação de sistemas operados por câmaras,
gerenciados;
por prestadores de serviços de compensação e de
II - a adoção de medidas de segurança para a
liquidação ou por entidades que exerçam ativida-
transmissão e armazenamento dos dados cita-
des de registro ou de depósito centralizado.
dos no inciso I;
III - a manutenção, enquanto o contrato estiver Quanto às disposições gerais desta Resolução, o
vigente, da segregação dos dados e dos controles de Capítulo IV aponta:
acesso para proteção das informações dos clientes;
IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem
contrato, de: assegurar que suas políticas para gerenciamen-
a) transferência dos dados citados no inciso I ao to de riscos previstas na regulamentação em
novo prestador de serviços ou à instituição contra- vigor disponham, no tocante à continuidade de
tante; e negócios, sobre: 301
I - o tratamento dos incidentes relevantes relacionados com o ambiente cibernético de que trata o art. 3º, inciso IV;
II - os procedimentos a serem seguidos no caso da interrupção de serviços relevantes de processamento e armazenamen-
to de dados e de computação em nuvem contratados, abrangendo cenários que considerem a substituição da empresa
contratada e o reestabelecimento da operação normal da instituição; e
III - os cenários de incidentes considerados nos testes de continuidade de negócios de que trata o art. 3º, inciso V,
alínea “a”.
Art. 20 Os procedimentos adotados pelas instituições para gerenciamento de riscos previstos na regulamentação
em vigor devem contemplar, no tocante à continuidade de negócios:
I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos dos incidentes relevantes de que trata o inciso IV do art. 3º e
da interrupção dos serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e de computação em nuvem
contratados;
II - o prazo estipulado para reinício ou normalização das suas atividades ou dos serviços relevantes interrompidos,
citados no inciso I; e
III - a comunicação tempestiva ao Banco Central do Brasil das ocorrências de incidentes relevantes e das interrup-
ções dos serviços relevantes, citados no inciso I, que configurem uma situação de crise pela instituição financeira,
bem como das providências para o reinício das suas atividades.
Art. 21 As instituições de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos de acompanhamento e de controle
com vistas a assegurar a implementação e a efetividade da política de segurança cibernética, do plano de
ação e de resposta a incidentes e dos requisitos para contratação de serviços de processamento e armazenamen-
to de dados e de computação em nuvem, incluindo:
I - a definição de processos, testes e trilhas de auditoria;
II - a definição de métricas e indicadores adequados; e
III - a identificação e a correção de eventuais deficiências.
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontratação de serviços relevantes descritas no art. 17, inciso VI, devem ser
consideradas na definição dos mecanismos de que trata o caput.
§ 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, quando
aplicável, compatíveis com os controles internos da instituição.

AS INSTITUIÇÕES DEVEM

A definição de processos, testes e trilhas de auditoria


Instituir mecanismos de acompanhamento
A definição de métricas e indicadores adequados
e de controle que incluem:
A identificação e a correção de eventuais deficiências

Art. 22 Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre concorrência, as instituições mencionadas no art. 1º devem desen-
volver iniciativas para o compartilhamento de informações sobre os incidentes relevantes de que trata o
art. 3º, inciso IV.
§ 1º O compartilhamento de que trata o caput deve abranger informações sobre incidentes relevantes recebidas de empresas
prestadoras de serviços a terceiros.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar disponíveis ao Banco Central do Brasil.

Os artigos seguintes, consonantes às disposições finais da Resolução 4.658/2018, tratam especificamente dos pra-
zos estabelecidos pelo Banco Central para cada etapa de implementação da Resolução em comento:

Art. 23 Devem ficar à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos:
I - o documento relativo à política de segurança cibernética, de que trata o art. 2º;
II - a ata de reunião do conselho de administração ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição, no
caso de ser formalizada a opção de que trata o art. 2º, § 2º;
III - o documento relativo ao plano de ação e de resposta a incidentes, de que trata o art. 6º;
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º;
V - a documentação sobre os procedimentos de que trata o art. 12, § 2º;
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no caso de serviços prestados no exterior;
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado o prazo referido no caput a partir da extinção do contrato; e
VIII - os dados, os registros e as informações relativas aos mecanismos de acompanhamento e de
controle de que trata o art. 21, contado o prazo referido no caput a partir da implementação dos citados
mecanismos.
Art. 24 O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias para cumprimento do disposto nesta
Resolução, bem como estabelecer:
I - os requisitos e os procedimentos para o compartilhamento de informações, nos termos do art. 22;
II - a exigência de certificações e outros requisitos técnicos a serem requeridos das empresas contratadas, pela
instituição financeira contratante, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
III - os prazos máximos, de que trata o art. 20, inciso II, para reinício ou normalização das atividades ou dos
serviços relevantes interrompidos; e
IV - os requisitos técnicos e procedimentos operacionais a serem observados pelas instituições para o
cumprimento desta Resolução.
Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, na data de entrada em vigor desta Resolução, já tiverem con-
tratado a prestação de serviços relevantes de processamento, armazenamento de dados e de computação em
nuvem devem apresentar ao Banco Central do Brasil, no prazo máximo de cento e oitenta dias, contados a
302 partir da data de entrada em vigor desta Resolução, cronograma para adequação:
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Parágrafo único. O prazo previsto no cronograma para adequação mencionado no caput não pode ultrapas-
sar 31 de dezembro 2021.
[...]
Art. 27 O Banco Central do Brasil poderá vetar ou impor restrições para a contratação de serviços de pro-
cessamento e armazenamento de dados e de computação em nuvem quando constatar, a qualquer tempo,
a inobservância do disposto nesta Resolução, bem como a limitação à atuação do Banco Central do Brasil,
estabelecendo prazo para a adequação dos referidos serviços.

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES; NOÇÕES DE ÉTICA


EMPRESARIAL E PROFISSIONAL. A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
PRIVADAS
ÉTICA E MORAL

O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa batido: a diferença de ética e
moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo são princípios
fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por sua vez, é uma construção social. Sendo assim,
está condicionada a sociedade que a cerca, que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e representa
um momento e uma cultura.
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado pois, apesar de
serem semelhantes e abordarem a “mesma coisa” por perspectivas diferentes, as bancas dos concursos estabele-
cem distinções entre esses termos.
Pronto! Temos uma distinção clara:

Princípios
Universal,
ÉTICA atemporal
fundamentais ações
do comportamento

Construção Representa um
MORAL social, ligada a momento e uma
sua sociedade cultura

A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra forma. Sua estabilida-
de é muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em algum momento espera-se que mudanças
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

em conceitos éticos ocorrerão, mas para execução de provas de concurso o conceito de universalidade e estabili-
dade é adequado.
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aproveitar o êxito e nos
aprofundar um pouco nos seus conceitos. Para fazer isso vamos usar um pouco de etimologia.
É conveniente analisar no estudo da Ética sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que vem do termo grego
ethos, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem da palavra nos remete instantaneamente para
o cerne de seu conceito que, apesar da dificuldade de estabelecer um significado único, nos envia a um conjunto
de princípios morais ou valores que dão condição a convivência humana em sociedade. Em seguida temos a origem
do termo moral, que tem origem no latim e seria “mos” que tem o mesmo significado de ethos e que deu origem à
palavra “moral”.
A Moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até o Século XIX, por exemplo, considerava-se nor-
mal que crianças trabalhassem em fábricas. Hoje, além de temos uma legislação especial (Estatuto da Criança e do
Adolescente) que protege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade de tratamento diferenciado a esse
grupo vulnerável. 303
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, vamos preparar uma tabela bastante objetiva
que vai ajudar nas revisões sobre esse ponto cobrado nas provas.

ÉTICA MORAL

Estudo filosófico, universal e atemporal, basea-


DEFINIÇÃO Sua aplicação está voltada para a prática.
do em princípios.

Não encontra limitações no tempo ou no espa- Seu alcance está condicionado ao local em que se
ALCANCE
ço. É um estudo filosófico e científico. aplica e ao período cultural em que é observada.

Fica relacionada à reflexão, com caráter


BASE A Moral Transforma a reflexão em ação.
especulativo.

As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expressões como: “bom compor-
tamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o candidato na hora de definir se estão tratando de
ética ou moral pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.

REFERÊNCIAS

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. Ática, 1995.

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 2ª tiragem. SP: Martins Fontes (2003).

OS PRINCÍPIOS

Podemos conceber os princípios como sendo alicerces, base para formação dos valores que tem sua origem
nos aspectos econômicos, políticos e sociais. Então, podemos os definir como juízos de valor.
Eles são abstratos e possuem indefinição, mas orientam a intepretação da regra. Vejamos um exemplo que a
Constituição apresenta:

Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:   

A Constituição, no caput de seu artigo 37, elenca princípios, mas não apresenta uma medida para cumpri-
mento de cada princípio. A norma, nesse momento, não define quais os limites da legalidade, impessoalidade,
publicidade ou eficiência. Por isso, os princípios são abstratos. Esse papel de definir “os limites de aplicação” dos
princípios e de apresentá-los como valores será exercido em um nível seguinte por meio das regras ou normas a
serem estabelecidas.
Nas palavras de Francisco Amaral (2017):

[...] são pensamentos diretores de uma regulamentação jurídica, critérios para a ação e para a constituição de normas e de
institutos jurídicos [...] Como diretrizes gerais e básicas, servem também para fundamentar e dar unidade a um sistema ou
a uma instituição.

Dica
Regras são prescrições de conduta claras e objetivas. Já os princípios são juízos abstratos de valor que orientam a
interpretação e a aplicação das regras.
A distinção entre princípios e regras traduz uma distinção entre dois tipos de normas.

VALORES E VIRTUDES

O Direito recepciona em nosso ordenamento jurídico os valores éticos e morais apontando-os como diretrizes impor-
tantes e como meios de aplicação das normas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das chamadas normas
jurídicas, devendo incorporar a moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico.
Os valores podem ser facilmente exemplificados, mas sua definição é mais complexa. Por exemplo, a vida é um
valor muito importante em nossa sociedade, juntamente com a liberdade e a propriedade. Se vocês repararem,
verão que existe uma relação entre os princípios e as expressões valor, direito, norma e regra.
Inicialmente estabelecemos um princípio: impessoalidade, por exemplo. Em seguida temos que impessoalidade é
a igualdade no tratamento dos cidadãos. A igualdade é um valor e vamos respeitá-lo. Nesse momento só nos faltaria
determinar uma norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa definição de valor é feita informando as pessoas
dos riscos em descumprir a impessoalidade. Ou seja, trazendo esses conceitos para a prática, desrespeitar a impes-
soalidade é uma improbidade administrativa, que configura crime e possui pena. Nesse momento temos um prin-
304 cípio consistente, um valor definido e uma norma apresentada.
Impessoalidade é um princípio.

Igualdade é um valor.

deriva uma norma de conduta.

= descumprir a impessoalidade é
improbidade administrativa. Disso

Lei de improbidade
Impessoalidade:
Administrativa:
Princípios
garantia de princípio

Princípio Regra Valor


Os princípios são
� � O papel de definir � Os princípios são
juízos de valor, ou será exercido em juízos de valor, ou
seja, são abstratos e um nível seguinte seja, são abstratos e
possuem indefinição através das regras possuem indefinição

Pronto! Definimos os conceitos de princípios e valores e relacionamos esses pontos ao Direito que é o campo
onde vamos aplicá-los.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Francisco. Direito Civil. Introdução. 5. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2017.

NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Primeiramente, vale destacar que “Ética” é uma palavra originária do grego “Ethos”, que acarreta a noção de
caráter. Para os gregos antigos, este termo carregava a noção de uma percepção individual, no qual devia ser clara
e confortável, guiando o Homem no “Bem agir”.
Já a ética empresarial, ou ainda ética das organizações, é o comportamento da empresa referente à sua condu-
ta ética, ou seja, quando ela age em conformidade aos princípios morais preconizados na sociedade.
Neste sentido, inferimos que a ética empresarial funciona como os pilares morais e de relacionamento defini-
dos dentro da organização para o seu modo de atuação no mercado, diante de seus clientes, funcionários, parcei-
ros e até mesmo concorrentes. Assim, a atuação ética empresarial é aquela na qual está de acordo com os valores
estabelecidos.
Desse modo, a orientação humanística da ética empresarial é caracterizada por um conjunto de ações, projetos e
valores tendo como valor principal a vida humana, ou seja, ao bem estar social do ser humano.
O debate da ética empresarial abrange e questiona inúmeros aspectos da administração das organizações e
de suas relações com a sociedade.
De forma didática, podemos classificar a sua abrangência em quatro categorias (ou níveis): 305
Atualmente, devido à complexidade das relações
ABRANGÊNCIA DA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO
entre as partes envolvidas, o termo Compliance, ine-
Nível Social Nível do Stakeholder rente à ética empresarial, vem ganhando destaque.
O termo compliance tem sua origem no verbo no
Na administração e políti- idioma inglês to comply, que significa agir de acor-
Nível Individual
cas internas do com as diretrizes estabelecidas, especificações ou
legislação, ou seja, a organização deve empenhar-
z Nível Social da Ética -se em cumprir e fazer cumprir as regras internas e
externas na qual regem suas atividades.
As questões éticas relacionam-se com o papel e os Na prática, cada vez mais é exigido das organiza-
efeitos das organizações na sociedade em geral. ções uma conduta ética, transparente e responsável
São exemplos das questões éticas envolvidas nesse perante toda a sociedade, não sendo mais aceitas ati-
nível:
tudes e ações sem a devida integridade.
„ É justo os altos executivos terem seus salários mui-
to maiores do que os trabalhadores operacionais?
„ Pode-se aceitar a influência das empresas pri- Importante!
vadas nos pleitos eleitorais? Estar em compliance é estar em conformidade
z Nível do Stakeholder com as leis e regulamentos (externos e inter-
nos), com o objetivo de evitar fraudes, ilícitos e
Stakeholder (ou em português, parte interessa- desvios de conduta.
da) são pessoas associadas diretamente ou indi-
retamente à organização ou que sofrem alguma
influência em suas decisões. Certamente, você aluno, deve estar se indagando
São exemplos das questões éticas envolvidas neste que esses conceitos inerentes à ética são abstratos e
nível: de difícil aplicação no dia a dia da organização. Como,
então, aplicar isso no cotidiano da empresa? A respos-
„ Quais são as obrigações da organização com rela- ta se dá por meio do famoso Código de Ética, nosso
ção ao impacto ambiental sobre as comunidades? próximo assunto!
„ Quais são as obrigações da empresa em infor-
mar os riscos de seus produtos para o consumi- A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
dor final? Ex.: tabaco. PRIVADAS
z Ética na administração e política internas
O principal mecanismo para implantar a gestão
Neste nível, a discussão sobre a ética tem seu foco da ética de modo eficiente, tanto nas empresas priva-
especialmente nas relações entre a organização e das, tanto nas empresas públicas é com a elaboração e
seus empregados. implantação do Código de Ética e/ou conduta.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste Como sabemos: documentar é preciso! Assim, o
nível: código de ética é o documento utilizado para tradu-
zir o comportamento esperado de todos os funcio-
„ Quais são as obrigações da empresa com seu nários, inclusive de dirigentes, gerentes, parceiros
funcionário? comerciais.
„ Que participação os empregados devem ter nas Aliás, o código de ética do Banco do Brasil é maté-
decisões que afetam a empresa? ria de seu concurso! Caro aluno e futuro funcionário
z Nível Individual do BB, dessa maneira, a instituição ao cobrar o código
de ética no concurso de admissão, pretende que todos
No plano individual, as questões éticas dizem respei- os aprovados já ingressem conhecendo os seus direi-
to de como as pessoas devem tratar-se uma as outras. tos, deveres e o comportamento desejado.
São exemplos das questões éticas envolvidas neste De forma simples, o código de ética estabelece
nível: regras essenciais que devem ser observados por todos,
sem exceção, além de poder prever sanções para os
„ Quais os direitos as pessoas têm como trabalha- funcionários que o infringirem.
dores e seres humanos? Em regra, inicia-se com uma mensagem da auto-
„ Que normas de conduta devem orientar as deci- ridade máxima (o presidente), e posteriormente
sões que envolvem e afetam outras pessoas? encontra-se os princípios e valores adotados pela
Afinal, todo este debate sobre a abrangência da éti- organização, além do estabelecimento de direitos,
ca na Administração, tem como objetivo a transforma- deveres, obrigações e vedações, abordando diversos
ção da empresa em uma organização íntegra. outros tópicos relevantes, tais como: responsabilidade
E o que é uma organização íntegra? social, conflito de interesses, políticas de proteção de
O professor Marcelo Coimbra nos ensina que: dados, diversidade e inclusão, etc.
“uma organização íntegra é aquela que consegue Normalmente, as organizações optam por produ-
manter, em cada uma das suas decisões, atividades zir códigos de ética sucintos e de fácil compreensão,
ou ações uma coerência com a sua identidade, nun- favorecendo assim a sua difusão, leitura e aplicação.
ca perdendo de vista os valores que a inspiram e os Na tabela abaixo, trazemos algumas característi-
objetivos que ela deve perseguir, transformando-os cas essenciais na elaboração de um código de ética e/
306 em ação concreta”. ou conduta:
SUGESTÕES PARA ELABORAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA

� Redigido de forma clara, objetiva e, se possível, coloquial


� Linguagem simples e direta, evitando dar margem a dupla interpretação
� Aprovado pela alta administração
� Revisado e alterando periodicamente com participação ativa dos funcionários

A maioria das ações inerentes à gestão da ética nas empresas privadas são compatíveis com as empresas
estatais (empresa pública e sociedade de economia mista). Dessa maneira, a principal diferença não está nas fer-
ramentas, e sim no modo como são formalizadas.
Na gestão privada é possível implantar as políticas de integridade de forma mais célere, aplicando as ações
necessárias para empresa. Já na gestão pública, respeitando o princípio da legalidade, as ações não podem ser
pautadas pela vontade da administração ou dos agentes públicos, mas sim deve-se obrigatoriamente respei-
tar a vontade da Lei.
É importante ressaltar que, o princípio da legalidade impõe que o agente público observe, fielmente, todos os
requisitos expressos na Lei.
Nessa lógica, na Administração Pública, a conduta ética é objeto de diversos dispositivos legais, por exemplo:

z Art. 37, da Constituição Federal de 1988:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

z Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

Decreto nº 1.171/1994

O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somen-
te entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas prin-
cipalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição
Federal.

z Lei das Estatais (Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista)

Lei nº 13.303/2016

Art. 9º § 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de Conduta e Integridade, que disponha sobre:
I - princípios, valores e missão da empresa pública e da sociedade de economia mista, bem como orientações sobre
a prevenção de conflito de interesses e vedação de atos de corrupção e fraude;
II - instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação do Código de Conduta e Integridade;
III - canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e externas relativas ao descumprimento
do Código de Conduta e Integridade e das demais normas internas de ética e obrigacionais;
IV - mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie de retaliação a pessoa que utilize o canal de denúncias;
V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código de Conduta e Integridade;
VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre Código de Conduta e Integridade, a empregados e
administradores, e sobre a política de gestão de riscos, a administradores.

Outro assunto que entrou para a agenda empresarial, e assim também pode ser cobrado em sua prova, é o
debate da responsabilidade social da empresa.
A responsabilidade social empresarial consiste no conjunto de iniciativas que objetiva o desenvolvimento
sustentável, tanto do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista social e ambiental.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Nesta perspectiva, é de suma importância o foco na dimensão ética de suas relações com as partes envol-
vidas, bem como a qualidade dos impactos da organização sobre a sociedade e o meio ambiente.
Para facilitar o entendimento, esquematizamos os principais pontos na figura a seguir:

Responsabilidade Social Empresarial

� Econômico
Desenvolvimento � Social
Sustentável � Ambiental
307
Outro assunto já cobrado em concursos, é sobre o modelo inicial de responsabilidade social empresarial
desenvolvido por Carroll, no qual se estabelecem as dimensões da responsabilidade social empresarial em for-
ma de uma pirâmide:

Responsabilidade
Discricionária

Responsabilidade Ética

Responsabilidade Legal

Responsabilidade
Econômica

Fonte: Elaborado pelo autor com base em Carroll apud Machado Filho (2020).

Veremos agora cada uma das etapas da pirâmide:

z Responsabilidade Econômica: Envolve as obrigações da empresa de ser produtiva e rentável;


z Responsabilidade Legal: Consiste nas expectativas que a própria sociedade tem de que as empresas cum-
pram suas obrigações de acordo com o arcabouço legal existente;
z Responsabilidade Ética: Consiste em ter um comportamento que a sociedade espera da empresa, agindo com
equidade, justiça e imparcialidade, além de respeitar os direitos individuais;
z Responsabilidade Discricionária (ou filantrópica): Vai além das funções básicas tradicionalmente esperadas
e diz respeito ao envolvimento da empresa com questões relacionadas à melhoria do ambiente social.

Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção tanto na iniciativa privada quanto na esfera pública, o com-
portamento ético tornou-se central nos debates nas organizações.
Dessa maneira, a tendência é que as organizações (públicas e privadas) mais transparentes tenham mais cre-
dibilidades em seus relacionamentos sociais e empresariais.
Com isso, a criação e a manutenção de um ambiente ético nas organizações contribuem para o fomento de
uma cultura focada na integridade, na qual permite a participação de todos os atores envolvidos, buscando elimi-
nar possíveis fraudes e corrupções.

Por fim, inferimos, que para o sucesso da organização é fundamental o alinhamento de sua estrutura organiza-
cional, a fim de atender a princípios éticos e com respeito à legislação nacional, de modo a que a função social da
organização seja efetivamente cumprida.

CÓDIGO DE ÉTICA E POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DO


BANCO DO BRASIL
Fique atento(a)! Para auxiliar nos seus estudos, disponibilizamos, na área do aluno, em nosso site, o material sobre
“Código de Ética e Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil”. O passo a passo para acessar os
materiais complementares encontra-se na página 6 desse livro. Você pode, também, acessá-los no site do Banco do Brasil.

HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO – 2013) O Banco do Brasil é considerado um agente financeiro especial do Governo Federal, devido a algu-
mas atividades que desempenha, como a(o):

a) Seguro de bens imóveis.


b) Fiança bancária para investidores em bolsa.
c) Execução da política de preços mínimos de produtos agropecuários.
d) Extensão de crédito direto ao consumidor.
308 e) Concessão de cartões de crédito ao público.
2. (CESGRANRIO – 2015) A autonomia operacional do c) Situação política corrente no Brasil.
Banco Central (BC) tem sido um tema de debate entre os d) Piora das condições macroeconômicas no Brasil.
economistas. Nesse sentido, muitos analistas conside- e) Incerteza futura e maior percepção de risco por parte
ram que a condução da política monetária, atribuição do dos investidores.
BC, pode eventualmente sofrer interferência de instân-
cias superiores do governo, em especial, no estabeleci- 5. (CESGRANRIO – 2018) Para um investidor interessado
mento da meta inflacionária. em aplicar seus recursos financeiros no mercado de
Tal conclusão deriva do fato de que o estabelecimento ações, sua rentabilidade será positivamente afetada
dessa meta é atribuição: pela tendência de valorização das ações na bolsa de
valores. O Ibovespa, índice que acompanha a variação
a) Unicamente do presidente do BC, que pode sofrer média das cotações das ações negociadas na BM&F
pressões para estimular uma meta mais elevada. Bovespa, é um dos mais importantes indicadores do
b) Do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado comportamento do mercado acionário brasileiro, sen-
pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, Orça- do utilizado como indicador do comportamento médio
mento e Gestão e pelo presidente do BC. do mercado.
c) Da equipe econômica definida pelo presidente da Considerando-se que o Ibovespa venha mostrando
República, que anualmente se reúne para fixar a meta tendência média de alta nos últimos meses, o evento
inflacionária, e o BC que deve persegui-la através da que, supondo tudo o mais constante, poderia represen-
política de juros. tar uma reversão abrupta dessa tendência e desenca-
d) Do presidente do BC e dos bancos públicos, dentre dear resultados negativos no índice nos movimentos
eles o Banco do Brasil, que definem as taxas de infla- seguintes é a(o):
ção para um prazo de dois anos.
e) Do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a) Aumento da lucratividade média das companhias bra-
sileiras de capital aberto.
a meta inflacionária anualmente e a meta da taxa de
b) Aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, para
juros a ser alcançada para que a taxa de inflação con-
níveis superiores aos esperados pelo mercado.
virja para sua meta.
c) Continuidade do processo de recuperação econômica
3. (CESGRANRIO – 2013) Nos últimos anos, observou- brasileira.
-se que o mercado bancário teve elevado crescimen- d) Redução das taxas de desemprego no Brasil.
to e forte acirramento entre as instituições bancárias e) Redução das taxas de juros reais no Brasil.
no desenvolvimento de suas atividades, aumentando,
dessa forma, a competição bancária. 6. (CESGRANRIO – 2015) Admita que um empresário
brasileiro, acionista majoritário de uma empresa em
Um dos fatores que impulsionaram essa disputa merca-
situação pré-falimentar, venha a ser acusado pelos
dológica, entre as instituições bancárias, surgiu com a:
acionistas minoritários de uso de informação privile-
a) Ausência de interesse nas compras de folhas de giada e manipulação de preços das ações negociadas
pagamento. na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São
b) Redução de taxas de juros dos Títulos Públicos Federais. Paulo (BM&F Bovespa).
O órgão responsável pelo eventual julgamento do pro-
c) Alta das taxas SELIC.
cesso administrativo contra o empresário é o(a):
d) Redução dos níveis de crédito.
e) Falta de garantia do chamado crédito consignado.
a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
4. (CESGRANRIO – 2018) A reação dos mercados de b) Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo
câmbio ontem deu uma boa sinalização de qual pode (BM&F Bovespa).
ser o caminho caso Washington intensifique o tom em c) Supremo Tribunal Federal (STF).
relação às relações comerciais dos Estados Unidos d) Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
com o restante do mundo. As moedas emergentes e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
recuaram a mínimas em dez dias, segundo dados do
Deutsche Bank, sob peso da queda de divisas corre- 7. (CESGRANRIO – 2018) Os agentes econômicos bem
informados, sejam empresas ou consumidores, estão
lacionadas às matérias-primas – como o rand sulafri-
sempre atentos às decisões do Comitê de Política
cano e o real brasileiro [...]. No Brasil, o dólar fechou
Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, com
em alta de 0,90%, para R$3,290, no maior nível desde o
respeito à fixação da taxa de juros básica de curto
último 9 de fevereiro. Na máxima, a cotação beirou os
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

prazo (a taxa Selic), porque esta influencia as demais


R$3,30 ao tocar R$3,2966. taxas de juros da economia como um todo. De agos-
CASTRO, J. Dólar deve subir no curto prazo, dizem analistas. Valor to de 2016 a março de 2018, a taxa Selic foi reduzida
Econômico, 15 mar. 2018, p.C2. Adaptado. de 14,25% a.a. para 6,50% a.a., o que, descontada a
inflação anual, significou maior convergência entre as
Em países que adotam o regime de câmbio flutuante, taxas de juros reais brasileiras e internacionais.
as mudanças diárias observadas nas taxas de câmbio Tendo em vista a determinação das taxas de juros
estão relacionadas a diversos fatores. Considerando- básicas de curto prazo num país que adota um regime
-se, no entanto, exclusivamente, a matéria jornalística, de metas de inflação, como o Brasil, os dois fatores
o principal fator que explica a desvalorização do real que justificam a contínua e significativa redução da
brasileiro no movimento diário do mercado de câmbio taxa Selic no país, desde agosto de 2016, foram a(o):
descrito no texto foi a(o):
a) Queda da inflação ao consumidor (IPCA) e o baixo
a) Aumento da oferta de divisas no mercado de câmbio. nível de desemprego no Brasil.
b) Forte intervenção do Banco Central do Brasil no mer- b) Enorme volatilidade do Ibovespa e o ambiente de
cado de câmbio. incerteza nos mercados globais. 309
c) Rápida recuperação em curso da economia brasileira 12. (CESGRANRIO – 2015) Sr. X é gerente de uma agência
e o cenário econômico externo favorável. bancária. Ele recebe o cliente, Sr. W, conhecido empre-
d) Significativo crescimento econômico doméstico e a sário do ramo da construção civil, com inúmeras aplica-
recuperação dos preços das commodities exportadas ções financeiras na agência. Com o passar do tempo,
pelo Brasil. gerente e cliente tornam-se amigos e confidentes. Em
e) Convergência das expectativas de inflação para as determinado dia, o empresário lhe confidencia ter rece-
metas de inflação anuais e os níveis elevados de capa- bido uma proposta de um conhecido para legalizar valo-
cidade ociosa da economia brasileira. res que ele recebia, sem declarar à Receita Federal, e
que adviriam de atividades não autorizadas pela lei.
8. (CESGRANRIO – 2018) No Brasil, quando o Comitê de Diante desse fato, o gerente adverte seu cliente de que,
Política Monetária do Banco Central do Brasil fixa a caso acolhesse a proposta, estaria realizando, em termos
meta anual para a taxa de juros básica de curto prazo de lavagem de dinheiro, o que caracteriza a etapa de:
da economia, tal meta é perseguida mediante compra
e venda de títulos públicos por parte da autoridade a) Ocultação.
monetária, cujo processamento é efetivado pelo (a): b) Conclusão.
c) Multiplicação.
a) Sistema de Compensação Bancária. d) Integração.
b) Sistema Brasileiro de Pagamentos. e) Manutenção.
c) Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos
13. (CESGRANRIO – 2013) Um gerente participa de pro-
Privados.
cesso de treinamento sobre títulos de créditos e
d) Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
garantias do Sistema Financeiro Nacional. Durante
e) Sistema Geral do Mercado Aberto.
a avaliação dos itens abordados no treinamento, o
gerente, que se dedicou com afinco aos estudos, res-
9. (CESGRANRIO – 2015) As instituições financeiras não
ponde, apropriadamente, que o aval, nos termos do
bancárias são aquelas que não podem criar moeda
Código Civil:
escritural, mas são relevantes no sistema financeiro
nacional. Entre elas, encontram-se as seguintes:
a) Gera direito de regresso contra o avalizado em caso de
pagamento pelo avalista.
a) Sociedade de Fomento Mercantil e Banco de Câmbio. b) É garantia típica dos contratos bancários.
b) Companhias Hipotecárias e Banco de Desenvolvimento. c) Pode ser parcial quando firmado em título de crédito.
c) Cooperativas de Crédito e Bancos de Investimentos. d) Pode ser considerado até declaração judicial quando
d) Banco de Investimento e Caixa Econômica. cancelado.
e) Sociedade de Arrendamento Mercantil e Sociedades e) Deve ser subscrito exclusivamente no anverso do
Seguradoras e de Capitalização. título.

10. (CESGRANRIO – 2013) No Brasil, a condução e a ope- 14. (CESGRANRIO – 2015) Sr. W, após longa carreira no
ração diárias da política monetária, com o objetivo de Banco Z&Z S.A., passa a chefiar uma equipe numero-
estabilizar a economia, atingindo a meta de inflação e sa de colaboradores, sendo instado pelas altas ins-
mantendo o sistema financeiro funcionando adequa- tâncias da instituição financeira a aumentar o nível
damente, são uma responsabilidade do(a): de produtividade individual. Com esse objetivo, ele
realiza pesquisas sobre as necessidades e os desejos
a) Caixa Econômica Federal. dos funcionários e realiza diversas sessões de trei-
b) Comissão de Valores Mobiliários. namento. Ao aplicar os conhecimentos nas relações
c) Banco do Brasil. concretas, resolve criar um ritual, ao final de cada
d) Banco Central do Brasil. expediente laboral, elegendo o funcionário mais pro-
e) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e dutivo e o mais improdutivo do dia. Para o vitorioso
Social. funcionário, outorga uma barra de chocolate fino; para
o outro, a inclusão em quadro de avisos, com o seu
11. (CESGRANRIO – 2015) O Pacto Global das Nações nome em letras garrafais. Sra V, após um mês sendo
Unidas (UNGC) desempenha um relevante papel para classificada em último lugar, começa a chorar, causan-
estabelecer parâmetros centrais para o desenvolvi- do comiseração nos seus colegas, que passam a cri-
mento de ações relacionadas à gestão da sustentabi- ticar o método do gerente e levam o caso à Comissão
lidade, dentre outras dimensões. de Ética do Banco.

É um princípio do UNGC, para as empresas, relaciona- Nesse caso, de acordo com o código de Ética do Ban-
do à dimensão sustentabilidade o(a): co do Brasil, tais fatos são:

a) Combate à corrupção em todas as suas formas, inclu- a) Adequados, uma vez que é assegurada às chefias
sive extorsão e propina. completa liberdade para utilização de métodos que
b) Respeito à proteção de direitos humanos reconheci- levem aos objetivos preconizados.
dos internacionalmente. b) Adequados, uma vez que propiciaram aos funcioná-
c) Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou rios treinamento e motivação, elementos que inte-
compulsório. gram o rol das atividades próprias da instituição sem
d) Apoio à liberdade de associação e de negociação limitações.
coletiva. c) Essenciais para um adequado desenvolvimento do
e) Incentivo ao desenvolvimento e à difusão de tecnolo- trabalho, uma vez que haja uma Comissão de Ética
310 gias ambientalmente amigáveis. externa.
d) Inadequados, uma vez que são repudiadas as ativida- Não sendo a instituição integrante de um conglome-
des de qualquer natureza que caracterizem assédio no rado financeiro, não poderá o diretor, nos termos da
ambiente de trabalho. citada Circular, exercer função relativa à:
e) Inadequados, uma vez que analisar os atos sob a pers-
pectiva empresarial revela-se essencial para aferir a a) Gerência de contas de pessoas jurídicas.
sua regularidade. b) Comissão governamental.
c) Avaliação de recursos humanos.
15. (CESGRANRIO – 2014) O Banco Y, motivado por pes- d) Administração de recursos de terceiros.
quisas internacionais, lança no mercado brasileiro um e) Participação em entes associativos.
produto que se destaca pelo pioneirismo em propor-
cionar lucro acima da média para a instituição finan- 19. (CESGRANRIO – 2013) O Fundo Garantidor de Cré-
ceira e, também, para o cliente que resolver aportar
dito foi criado para, dentre outras finalidades, pro-
recursos.
teger depositantes e investidores no âmbito do
sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela
Tal iniciativa estaria em conformidade com o Código
regulamentação.
de Ética do Banco do Brasil por propiciar ao cliente um
produto:
Tal fundo é pessoa jurídica caracterizada como:
a) Inovador.
b) Lucrativo. a) Sociedade por ações.
c) Gerenciado. b) Sociedade de economia mista.
d) Disputado. c) Autarquia especial.
e) Necessário. d) Associação civil.
e) Empresa financeira.
16. (CESGRANRIO – 2014) Um casal possui contas sepa-
radas em uma mesma agência bancária. A mulher, 20. (CESGRANRIO – 2015) Ao chegar à sua agência, um
curiosa quanto aos gastos do marido, segundo ela, cliente percebe que há muitas filas nos caixas. Enquan-
excessivos, procura o gerente do Banco para pedir to aguarda o gerente, ouve reclamações de outros dois
informações sobre a movimentação financeira do côn- clientes que também esperam atendimento. Ambos
juge. O gerente, no entanto, aduz que somente pode comentam que, em dias de forte movimento, o serviço
permitir-lhe o acesso aos dados bancários mediante prestado na agência fica péssimo. Ele tem a sensação
autorização do correntista titular. de que a atenção recebida não é a mesma de outras
experiências naquele banco. Um dos motivos é que, ape-
Nos termos do Código de Ética do Banco do Brasil, o sar de cortês, o gerente é direto e rápido em seu atendi-
gerente estaria: mento, sem conversar tanto como nas vezes anteriores.

a) Protegendo o direito de imagem do correntista diante A experiência desse cliente é um exemplo de como as
da curiosidade da esposa. características dos serviços influenciam o atendimen-
b) Burlando o dever de cortesia que permite o acesso to bancário, pois demonstra que a:
preconizado pela cliente.
c) Violando a lei que permite o acesso de familiares às a) Percepção do cliente é afetada pela variabilidade dos
contas de todos os membros da família. serviços, causada pela irregularidade da demanda.
d) Perdendo uma oportunidade de negócios, deixando de
b) Simultaneidade do atendimento e do recebimento dos
agradar à cliente.
serviços provoca o aumento da demanda nas agências.
e) Assegurando o sigilo da operação bancária, que deve
c) Agência foi influenciada pelo gerente, que não admi-
ser protegido no caso.
nistrou o atendimento de maneira eficaz e eficiente.
d) Intangibilidade dos serviços é um fator que dificulta o
17. (CESGRANRIO – 2015) O combate à lavagem de
dinheiro tem se disseminado no mundo, tendo o rápi- atendimento aos clientes em dias de movimento.
do desenvolvimento de sofisticadas organizações e) Perecibilidade dos serviços sempre provocará impac-
criminosas que utilizam o sistema financeiro para legi- tos negativos na visão dos clientes bancários.
timar as suas atuações originariamente ilícitas.
9 GABARITO
De acordo com a Lei Federal nº 9.613/1998, o crime
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

de lavagem, atualmente, caracteriza-se, entre outras


ações, por ocultar valores decorrentes de atos consubs- 1 C
tanciados como:
2 B
a) Infrações administrativas. 3 B
b) Infrações penais.
c) Multas mobiliárias. 4 E
d) Sanções do Banco Central.
e) Ilícitos civis. 5 B

6 E
18. (CESGRANRIO – 2015) Sr. Q é diretor executivo do
Banco LX & T, tendo sido designado para ser respon- 7 E
sável pela implementação das medidas previstas na
Circular do Bacen no 3.461/2009, bem como pelas 8 D
comunicações aos órgãos nela indicados para a pre- 9 B
venção da lavagem de dinheiro. 311
10 D

11 E

12 A

13 A

14 D

15 A

16 E

17 B

18 D

19 D

20 A

ANOTAÇÕES

312
Atualmente o Windows é oferecido na versão 10,
que possui suporte para os dispositivos apontadores
tradicionais, além de tela touch screen e câmera (para
acompanhar o movimento do usuário, como no siste-

CONHECIMENTOS DE
ma Kinect do videogame xBox).
Em concursos públicos, as novas tecnologias e supor-

INFORMÁTICA
tes avançados são raramente questionados. As questões
aplicadas nas provas envolvem os conceitos básicos e o
modo de operação do sistema operacional em um dispo-
sitivo computacional padrão (ou tradicional).
O sistema operacional Windows é um software pro-
NOÇÕES DE SISTEMAS OPERACIONAIS prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o
usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft.
– WINDOWS 10 (32-64 BITS) E
AMBIENTE LINUX (SUSE SLES 15 SP2)
Importante!
O sistema operacional proporciona a base para
execução de todos os demais softwares no computa- Algumas bancas priorizam o conhecimento bási-
dor. Ele é responsável por estabelecer o padrão para co das configurações do sistema operacional.
comunicação com o hardware (através dos drivers). Assim, as primeiras páginas do material sobre
Os computadores podem receber diferentes sistemas, Windows são importantes para a realização das
segundo a sua arquitetura de construção. provas, mas não de todas as bancas. Por isso, a
É possível termos dois ou mais sistemas operacionais
necessidade de se estudar o conteúdo pensando
instalados em um dispositivo. No caso dos computado-
res, o usuário pode criar partições (divisões lógicas) no na relevância dele para as bancas organizadoras.
disco de armazenamento e instalar cada sistema (Win-
dows e Linux) em uma delas. O usuário também poderá
Funcionamento do Sistema Operacional
executar no formato de Máquina Virtual (Virtual Machi-
ne), conforme detalhado no tópico Virtualização.
O que os sistemas operacionais têm em comum? Do momento em que ligamos o computador até o
momento em que a interface gráfica está completa-
z Plataforma para execução de programas: eles mente disponível para uso, uma série de ações e con-
oferecem recursos que são compartilhados pelos figurações são realizadas, tanto nos componentes de
programas executados, desenvolvidos para serem hardware como nos aplicativos de software. Acompa-
compatíveis com o sistema operacional; nhe a seguir estas etapas.
z Núcleo monolítico: arquitetura monobloco, onde
um único processo centraliza e executa as princi-
pais funções. No Windows, é o explorer.exe; HARDWARE SOFTWARE
z Interface gráfica: mesmo oferecendo uma inter-
Energia elétrica - botão ON/OFF POST - Power On Self Test
face de linha de comandos, a interface gráfica é
a mais utilizada e questionada em provas, com
Equipamento OK BIOS - Carregado para a
ícones que representam os itens existentes no memória RAM
dispositivo;
z Multiusuário: os sistemas permitem que vários Disco de Inicialização Gerenciador de Boot
usuários utilizem o dispositivo, cada um com sua
respectiva conta e credenciais de acesso; Memória RAM Núcleo do Sistema Speracional
z Multiprocessamento: os sistemas possibilitam a
execução de vários processos simultaneamente, Periféricos de Entrada Drivers
gerenciando os recursos oferecidos pelo processador;
z Preemptivo: o sistema operacional poderá inter- Interface Gráfica
romper processos durante a sua execução; CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z Multitarefas: os sistemas operacionais possibilitam
Aplicativos
a execução de várias tarefas de forma simultânea
e concorrentes entre si, através do gerenciamento
profundo da memória do dispositivo; Todo dispositivo possui um sistema de inicializa-
z Interface com o hardware: o sistema operacio- ção. Quando colocamos a chave no contato do carro
nal contém arquivos que atuam como tradutores, e damos a primeira mexida, todas as luzes do painel
possibilitando a comunicação do software com o se acendem e somente aquelas que estiverem ativa-
hardware. das permanecem. Quando ligamos o micro-ondas, ele
acende todo o painel e faz um beep. Quando ligamos
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS:
o nosso smartphone, ele acende a tela e faz um toque.
WINDOWS 10
Estes procedimentos são úteis para identificar que os
O sistema operacional Windows foi desenvolvido recursos do dispositivo estão disponíveis corretamen-
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em te para utilização.
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi-
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores z POST – Power On Self Teste: autoteste da inicia-
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), lização. Instruções definidas pelo fabricante para
canetas e mesas digitalizadoras. verificação dos componentes conectados; 313
z BIOS – Basic Input Output System: sistema bási- z Usuário: poderá executar os programas que foram
co de entrada e saída. Informações gravadas em instalados pelo administrador, mas não poderá
um chip CMOS (Complementary Metal Oxidy Semi- desinstalar ou alterar as configurações;
conductor) que podem ser configuradas pelo usuá- z Convidado ou Visitante: poderá acessar apenas os
rio usando o programa SETUP (executado quando itens liberados previamente pelo administrador. Esta
pressionamos DEL ou outra tecla específica no conta geralmente permanece desativada nas confi-
momento que ligamos o computador, na primeira gurações do Windows, por questões de segurança.
tela do autoteste – POST Power On Self Test);
z KERNEL – Núcleo do sistema operacional: O Windo- No Windows, as permissões NTFS podem ser atri-
ws tem o núcleo fechado e inacessível para o usuário. buídas em Propriedades, guia Segurança. Através de
O Linux tem núcleo aberto e código fonte disponível permissões como Controle Total, Modificar, Gravar,
para ser utilizado, copiado, estudado, modificado e entre outras, o usuário poderá definir o que será aces-
redistribuído sem restrição. O kernel do Linux está sado e executado por outros usuários do sistema. As
em constante desenvolvimento por uma comunidade permissões do sistema de arquivos NTFS não são compatí-
de programadores, e para garantir sua integridade e veis diretamente com o sistema operacional Linux, e caso
qualidade, as sugestões de melhorias são analisadas e tenhamos dois sistemas operacionais ou dois dispositivos
aprovadas (ou não) antes de serem disponibilizadas na rede com sistemas diferentes, um servidor Samba será
para download por todos; necessário, para realizar a ‘tradução’ das configurações.
z Gerenciador de BOOT : O Linux tem diferentes O Windows oferece a interface gráfica (a mais usa-
gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são da e questionada) e pode oferecer uma interface de
o LILO e o Grub; linha de comandos para digitação. O Prompt de Coman-
z GUI - Graphics User Interface: Interface gráfica, dos é a representação do sistema operacional MS-DOS
porque o sistema operacional oferece também a (Microsoft Disk Operation System), que era a opção
padrão de interface para o usuário antes do Windows.
interface de comandos (Prompt de Comandos ou
O Windows 10 oferece o Prompt de Comandos ‘bási-
Linha de Comandos).
co’ e tradicional, acionado pela digitação de CMD segui-
do de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta pelo
Quando o sistema Windows não consegue ini- atalho de teclado Windows+R = Run). Além dele, existe
ciar de forma correta, é possível recuperar o acesso o Windows Power Shell, que é a interface de comandos
através de ferramentas de inicialização. Para acesso programável, acessível pelo menu do botão Iniciar.
a estes recursos, pode ser necessária uma conta com Para conhecer as configurações do dispositivo, o
credenciais de administrador. usuário pode acessar as Propriedades do computa-
dor no Explorador de Arquivos, ou o item Sistema em
z Restauração do Sistema: a cada vez que o Win- Configurações (atalho de teclado Windows+I), ou pela
dows foi iniciado com sucesso, um ponto de res- Central de Ações (atalho de teclado Windows+A), ou
tauração foi criado. A cada instalação de software acionar o atalho de teclado Windows+Pause.
ou alterações significativas das configurações, um A interface gráfica do Windows é caracterizada
ponto de restauração é criado. Em caso de insta- pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do
bilidade, o usuário pode retornar o Windows para Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,
um ponto de restauração previamente criado. atalhos, Barra de Tarefas (com programas que podem
z Reparação do Sistema: se arquivos do sistema foram ser executados e programas que estão sendo executa-
seriamente modificados ou se tornaram inacessíveis, dos) e outros componentes do Windows.
o Windows não iniciará e não conseguirá recuperar
para um ponto de restauração. O Windows permite a
criação de um disco de recuperação do sistema, que Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
Lixeira
restaura o Windows para as configurações originais. Edge Chrome Thunderbird secure Co
z Histórico de Arquivos: a cada alteração, o Windo-
ws armazena cópias dos arquivos originais e grava W X
os novos dados no local. Depois, caso necessário, o Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
usuário poderá acessar o Histórico de Arquivos e Anteriores Atalhos docx e-mails p... E-book cesp.txt
retornar para uma cópia anterior do mesmo item.
z Versões anteriores (ou Cópias de Sombra): alte- Digite Aqui Para Pesquisar
rações de conteúdos de pastas são monitorados
pelo Windows. O usuário poderá acessar no menu Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.
de contexto, item Propriedades, guia Versões ante-
riores, as cópias anteriores da mesma pasta, res- Navegador padrão Windows 10 Atalhos
Itens Excluídos
taurando e descartando as alterações posteriores.

O Windows possui 3 níveis de acesso, que são as


Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
credenciais. Lixeira
Edge Chrome Thunderbird secure Co
Pasta de Arquivos
Arquivos
z Administrador: usuário que poderá instalar pro- W X

gramas e dispositivos, desinstalar ou alterar as Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
configurações. Os programas podem ser desinsta- Anteriores Atalhos docx e-mails p... E-book cesp.txt
Barra de Tarefas
lados ou reparados pelo administrador;
Digite Aqui Para Pesquisar
„ Administrador local: configurado para o
dispositivo; Cortana Área de Notificação
Visão de tarefas
„ Administrador domínio: quando o dispositivo Botão Iniciar
Central de Ações
está conectado em uma rede (domínio), o admi- Barra de acesso rápido
nistrador de redes também poderá acessar o
314 dispositivo com credenciais globais; Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.
A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem do z Bloquear o computador: com o atalho de teclado
papel de parede personalizada pelo usuário, poderá Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o com-
ter uma proteção de tela ativada. Após algum tempo putador. Poderá bloquear pelo menu de controle de
sem utilização dos periféricos de entrada (mouse e sessão, acionado pelo atalho de teclado Ctrl+Alt+Del;
teclado), uma imagem ou tela será exibida no lugar da z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
imagem padrão. tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
Na área de trabalho do Windows, o usuário pode- teclado: Ctrl+Shift+Esc;
rá armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos z Minimizar todas as janelas: com o atalho de tecla-
para itens no dispositivo, na rede ou na Internet. do Windows+M (Minimize), o usuário pode minimi-
A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou zar todas as janelas abertas, visualizando a área de
duplicada, com os recursos de projeção. Ao acionar o ata- trabalho;
lho de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá: z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece o
sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
z Tela atual: exibir somente na tela atual. dados de uma unidade de disco, protegendo contra
z Estender: ampliar a área de trabalho, usando dois acessos indevidos. Para uso no computador, uma
ou mais monitores, iniciando em uma tela e ‘conti- chave será gravada em um pendrive, e para aces-
nuando’ na outra tela. sar o Windows, ele deverá estar conectado;
z Duplicar: exibir a mesma imagem nas duas telas. z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial
z Somente projetor: desativar a tela atual (no note- ou biometria, para acesso ao computador sem a
book, por exemplo) e exibir somente no projetor necessidade de uso de senha;
ou Datashow. z Windows Defender: aplicação que integra recur-
sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
O Windows 10 apresenta algumas novidades em
e antispyware.
relação às versões anteriores. Assistente virtual, navega-
dor de Internet, locais que centralizam informações etc.
Procure conhecer os novos recursos dos softwares
constantes do edital publicado.
z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos instala-
No Windows, algumas definições sobre o que está sen-
dos no computador, com os itens recentes no início da
do executado podem variar, segundo o tipo de execução.
lista e os demais itens classificados em ordem alfabé-
Confira:
tica. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do Win-
dows 8 com a lista de programas do Windows 7;
z Aplicativos: são os programas de primeiro plano,
z Pesquisar: com novo atalho de teclado, permite
que o usuário executou.
localizar a partir da digitação de termos, itens no
z Processos: são os programas de segundo plano,
dispositivo, na rede local e na Internet. Atalho de
carregados na inicialização do sistema operacional,
teclado: Windows+S (Search);
componentes de programas instalados pelo usuário.
z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas de
z Serviços : são componentes do sistema operacio-
informações no dispositivo, na rede local e na Internet.
nal carregados durante a inicialização para auxi-
z Visão de Tarefas: permite alternar entre os pro-
gramas em execução e abre novas áreas de traba- liar na execução de vários programas e processos.
lho. Atalho de teclado: Windows+TAB;
z Microsoft Edge: navegador de Internet padrão do Os aplicativos em execução no Windows poderão
Windows 10. Ele está configurado com o buscador ser acessados de várias formas, alternando a exibição
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado; de janelas, com o uso de atalhos de teclado. Confira:
z Microsoft Loja: loja de app’s para o usuário bai-
xar novos aplicativos para Windows; z Alt + Tab: alterna entre os aplicativos em execução,
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrônico, que exibindo uma lista de miniaturas deles para o usuá-
carrega as mensagens da conta Microsoft e pode se tor- rio escolher. A cada toque em Alt+Tab, a seleção
nar um hub de e-mails com adição de outras contas; passa para o próximo item, retornando ao começo CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro- quando passar por todos;
gramas para acessar rapidamente; z Alt + Esc: alterna diretamente para o próximo apli-
z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão cativo em execução, sem exibir nenhuma janela de
direito (secundário) do mouse, será mostrado o seleção;
menu rápido, que permite fixar arquivos abertos z Ctrl + Alt + Tab: alterna entre os aplicativos em
recentemente e fixar o ícone do programa na barra execução como o Alt+Tab, mas a tela permanece em
de acesso rápido; exibição, podendo usar as setas de movimentação
z Central de Ações: centraliza as mensagens de segu- para escolha do programa;
rança e manutenção do Windows, como as atuali- z Windows + Tab: mostra a Visão de Tarefas, para
zações do sistema operacional. Atalho de teclado: escolher programas em execução ou outras áreas
Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa de trabalho abertas.
ser carregada pelo usuário, ela é carregada automa-
ticamente quando o Windows é inicializado; Vários recursos presentes no sistema operacional
z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen- Windows podem auxiliar nas tarefas do dia a dia. Pro-
te a área de trabalho, ocultando as janelas que cure praticar as combinações de atalhos de teclado, por
estejam em primeiro plano. Atalho de teclado: dois motivos: elas agilizam o seu trabalho cotidiano e
Windows+D (Desktop); elas caem em provas de concursos. 315
4 - Maximizar Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
2 - Barra ou linha de título
3 - Minimizar 5 Fechar
1 - Barra de Menus TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO

Unidade de disco de armazenamento


Disco de permanente, que possui um siste-
armazenamento ma de arquivos e mantém os dados
gravados.

Estruturas lógicas que endereçam as par-


Área de trabalho Sistema de tes físicas do disco de armazenamento.
Arquivos NTFS, FAT32, FAT são alguns exemplos
de sistemas de arquivos do Windows.

Circunferência do disco físico (como


Trilhas um hard disk HD ou unidades removí-
Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10. veis ópticas).

São ‘fatias’ do disco, que dividem as


1 . Barra de menus: são apresentados os menus com Setores
trilhas.
os respectivos serviços que podem ser executados
no aplicativo. Unidades de armazenamento no dis-
Clusters co, identificado pela trilha e setor onde
2 . Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui-
se encontra.
vo e o nome do aplicativo que está sendo execu-
tado na janela. Através dessa barra, conseguimos Estrutura lógica do sistema de arqui-
Pastas ou diretórios vos para organização dos dados na
mover a janela quando a mesma não está maximi-
unidade de disco.
zada. Para isso, clique na barra de título, mante-
nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você Arquivos Dados. Podem ter extensões.
estará movendo a janela para a posição desejada. Pode identificar o tipo de arquivo, asso-
Depois é só soltar o clique. ciando com um software que permita
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento Extensão visualização e/ou edição. As pastas
podem ter extensões como parte do
ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela
nome.
para seu tamanho e posição anteriores, clique neste
botão ou clique duas vezes na barra de títulos. Arquivos especiais, que apontam para
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de docu- outros itens computacionais, como
unidades, pastas, arquivos, dispositi-
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para Atalhos
vos, sites na Internet, locais na rede
restaurar a janela para seu tamanho e posição etc. Os ícones possuem uma seta,
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes para diferenciar dos itens originais.
na barra de títulos.
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. O disco de armazenamento de dados tem o seu
Solicita que você salve quaisquer alterações não tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e
salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
os navegadores de Internet, trabalham com guias são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
ou abas, que possui o seu próprio controle para listados na escala a seguir.
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4.
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do Exabyte
Petabyte (EB)
lado direito (e inferior de uma janela de documento). (PB)
Terabyte
Para deslocar-se para outra parte do documento, arras- Gigabyte (TB)
te a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem. Megabyte (GB) trilhão
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão
Conceito de Pastas, Diretórios, Arquivos e Atalhos Byte
(B)

No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas.


Ainda não temos discos com capacidade na ordem
E algumas pastas são especiais, coleções de arquivos, de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos
chamadas de Bibliotecas. São quatro Bibliotecas: Docu- comercialmente, mas quem sabe um dia? Hoje estas
mentos, Imagens, Músicas e Vídeos. O usuário poderá medidas muito altas são usadas para identificar gran-
criar Bibliotecas, para sua organização pessoal. Elas oti- des volumes de dados na nuvem, em servidores de
mizam a organização dos arquivos e pastas, inserindo redes, em empresas de dados etc.
apenas ligações para os itens em seus locais originais. 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbo-
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File lo. Ele é formado por 8 bits, que são sinais elétricos (que
vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam
System) armazena os dados dos arquivos em localiza-
o sistema binário para representação de informações.
ções dos discos de armazenamento. Os arquivos pos-
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
suem nome, e podem ter extensões. tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de da na memória.
armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes) A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72
316 O FAT32 suporta unidades de até 2 TB. bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um pacote
de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua residência está
operando em 150 Mbps, ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arquivo com 75 MB de tama-
nho, levará 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.
Quando os computadores pessoais foram apresentados para o público, a árvore foi usada como analogia para
explicar o armazenamento de dados, criando o termo “árvore de diretórios”.

Documentos
Imagens Folhas
Músicas Flores
Vídeos Frutos

Pastas e Subpastas Tronco e Galhos

Diretório Raiz Raiz

Figura 4. Árvore de diretórios

No Windows 10, a organização segue a seguinte definição:

Arquivos de Programas (Program Files), Usuários (Users),


Estruturas do sistema operacional Windows. A primeira pasta da unidade é chamada raiz (da ár-
vore de diretórios), representada pela barra invertida.

Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Ví-


Estruturas do Usuário
PASTAS deos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músicas) – BIBLIOTECAS

Desktop, que permite acesso a Lixeira, Barra de Tarefas, pas-


Área de Trabalho
tas, arquivos, programas e atalhos.

Armazena os arquivos de discos rígidos que foram excluídos,


Lixeira do Windows
permitindo a recuperação dos dados.

Extensão LNK, podem ser criados arrastando o item com ALT


ATALHOS Arquivos que indicam outro local
ou CTRL+SHIFT pressionado.

Extensão DLL e outras, usadas para comunicação do software


DRIVERS Arquivos de configuração
com o hardware

O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que antes era Windows Explorer) para o gerenciamento de pastas
e arquivos. Ele é usado para as operações de manipulação de informações no computador, desde o básico (formatar
discos de armazenamento) até o avançado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado para executar o Explorador de Arquivos.
Como o Windows 10 está associado a uma conta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou Outlook), o CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
usuário tem disponível um espaço de armazenamento de dados na nuvem Microsoft OneDrive. No Explorador
de Arquivos, no painel do lado direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a nuvem. Ao inserir arquivos ou
pastas no OneDrive, eles serão enviados para a nuvem e sincronizados com outros dispositivos que estejam conec-
tados na mesma conta de usuário.
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos somente leitura... os atributos dos itens podem ser definidos
pelo item Propriedades no menu de contexto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que tenham o atributo
oculto, desde que ajuste a configuração correspondente.

Extensões de Arquivos

O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão carac-
teriza o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para
ele, de acordo com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder
o acesso ao arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas
Padrão do Windows.
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos. 317
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de docu-
PDF mento portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias
plataformas.

Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser
editados pelo LibreOffice Writer.
DOCX

Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas
pelo LibreOffice calc.
XLSX

Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo Li-
PPTX breOffice Impress.

Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser
aberto por vários programas do computador.
TXT

Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este docu-
mento de texto possui alguma formatação, como estilos de fontes.
RTF

Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a


miniatura do primeiro quadro. No Windows 10, Filmes e TV reproduzem os arquivos
MP4, AVI, MPG de vídeo.

Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player
e o Groove Music, podem reproduzir o som.
MP3

Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone


BMP, GIF, JPG, a miniatura da imagem. No Windows 10, o acessório Paint visualiza e edita os arqui-
PCX, PNG, TIF vos de imagens.

Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de pro-
gramas adicionais, como o formato RAR que exige o WinRAR.
ZIP

Biblioteca de ligação dinâmica do Windows. Arquivo que contém informações que


podem ser usadas por vários programas, como uma caixa de diálogo.
DLL

Arquivos executáveis, que não necessitam de outros programas para serem


executados.
EXE, COM, BAT

Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão. Alteran-
do esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajustes do
Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exi-
bida a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
318 Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Modo Avião é uma configuração comum em smar- Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
tphones e tablets que permite desativar, de manei- estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a
ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, mentos da tela do Windows.
NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio. Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o
Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos. conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-
Como resolver? rência será inserido no local atual.
O Explorador de Arquivos possui diferentes modos As ações realizadas no Windows, em sua quase
de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Con- totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
teúdo, entre outras. O usuário poderá ativar ou desati- teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
var a exibição das extensões dos arquivos, facilitando Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pres-
a manipulação dos itens. sionar DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao (Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar sidade de acessar a Lixeira do Windows.
informações, como, por exemplo, a data de modifica- E outras ações podem ser repetidas, acionando o
ção e o tamanho de cada arquivo. atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Para obter uma imagem de alguma janela em
Modos de Exibição do Windows 10 exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade, é usar a
Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível
no Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem cap-
turada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na
pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.

Importante!
Ícones Extra Grandes Ícones Extra Grandes com nome (e extensão)
A área de transferência é um dos principais
Ícones Grandes
Ícones Grandes com nome (e extensão) recursos do Windows, que permite o uso de
Ícones médios com nome (e extensão) comandos, realização de ações e controle das
Ícones Médios
organizados da esquerda para a direita ações que serão desfeitas.
Ícones Pequenos
Ícones pequenos com nome (e extensão)
organizados da esquerda para a direita
Ícones pequenos com nome (e extensão)
Operações de Manipulação de Arquivos e Pastas
Lista
organizados de cima para baixo
Ícones pequenos com nome, data de Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre-
Detalhes
modificaçã, tipo e tamanho. cisam ser conhecidas para que a operação seja reali-
Ícones médios com nome, tipo e tamanho, zada com sucesso.
Lado a Lado
organizado da esquerda para a direita.
Ícones médios com nome, autores, data de z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distin-
Conteúdo
modificação, marcas e tamanho. ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas.
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
Área de Transferência derado igual ao nome Documento.DOCX;
z O Windows não permite que dois itens tenham o
Um dos itens mais importantes do Windows não é mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
visível como um ícone ou programa. A Área de Trans- rem armazenados no mesmo local;
ferência é um espaço da memória RAM, que armazena z O Windows não aceita determinados caracteres
uma informação de cada vez. A informação armaze- nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba para outras operações, que são proibidos na hora
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
trabalhando em praticamente todas as operações de
vos e pastas podem ser compostos por qualquer
manipulação de pastas e arquivos.
caractere disponível no teclado, exceto os carac-
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+X (Recortar),
teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
estamos movendo o item selecionado para a memória
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
RAM, para a Área de Transferência. opção), | (barra vertical, significa concatenador de
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
Windows+V (View). nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
estamos copiando o item para a memória RAM, para significa direcionador de saída);
ser inserido em outro local, mantendo o original e z Existem termos que não podem ser usados, como
criando uma cópia. CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta- nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
mos copiando uma ‘foto da tela inteira’ para a Área de referenciar itens de hardware nos comandos digi-
Transferência, para ser inserida em outro local, como tados no Prompt de Comandos. (por exemplo, para
em um documento do Microsoft Word ou edição pelo enviar para a impressora um texto através da linha
acessório Microsoft Paint. de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN). 319
As ações realizadas pelos usuários em relação à manipulação de arquivos e pastas, pode estar condicionada ao
local onde ela é efetuada, ou ao local de origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar no enunciado
da questão, geralmente no texto associado, estes detalhes que determinarão o resultado da operação.
As operações podem ser realizadas com atalhos de teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. Vale
ressaltar que algumas bancas organizadoras não costumam questionar ações práticas nas provas e, raramente,
utilizam imagens nas questões.

OPERAÇÕES COM TECLADO

Atalhos de Teclado Resultado da Operação

Não é possível recortar e colar na mesma pasta. Será exibida uma men-
Ctrl+X e Ctrl+V na mesma pasta
sagem de erro.

Ctrl+X e Ctrl+V em locais diferentes Recortar (da origem) e colar (no destino). O item será movido

Copiar e colar. O item será duplicado. A cópia receberá um sufixo (Copia)


Ctrl+C e Ctrl+V na mesma pasta
para diferenciar do original.

Copiar (da origem) e colar (no destino). O item será duplicado, mantendo
Ctrl+C e Ctrl+V em locais diferentes
o nome e extensão.

Deletar, apagar, enviar para a Lixeira do Windows, podendo recuperar de-


Tecla Delete em um item do disco rígido pois, se o item estiver em um disco rígido local interno ou externo conec-
tado na CPU.

Tecla Delete em um item do disco Será excluído definitivamente. A Lixeira do Windows não armazena itens
removível de unidades removíveis (pendrive), ópticas ou unidades remotas.

Independentemente do local onde estiver o item, ele será excluído


Shift+Delete
definitivamente

Renomear. Trocar o nome e a extensão do item. Se houver outro item


com o mesmo nome no mesmo local, um sufixo numérico será adicio-
F2
nado para diferenciar os itens. Não é permitido renomear um item que
esteja aberto na memória do computador.

Lixeira

Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla DELETE (DEL), o item é removido do local original e arma-
zenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção ‘Restaurar’, para retornar ele para o local
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens excluí-
dos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira, não poderão ser recuperados. É possível recuperar com progra-
mas de terceiros, mas isto não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar o
tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativar ela excluindo os itens diretamente, e configurar Lixeiras
individuais para cada disco conectado.

OPERAÇÕES COM MOUSE

Ação do usuário Resultado da operação

Clique simples no botão principal. Selecionar o item.

Clique simples no botão secundário. Exibir o menu de contexto do item.

Executar o item, se for executável. Abrir o item, se for edi-


tável, com o programa padrão que está associado. Nos
Duplo clique.
programas do computador, poderá abrir um item através
da opção correspondente.

Renomear o item. Se o nome já existe em outro item, será


Duplo clique pausado.
sugerido numerar o item renomeado com um sufixo.
320
OPERAÇÕES COM MOUSE

Ação do usuário Resultado da operação

Arrastar com botão principal pressionado, e soltar na


O item será movido.
mesma unidade de disco.

Arrastar com botão principal pressionado, e soltar em ou-


O item será copiado.
tra unidade de disco.

Arrastar com botão secundário do mouse pressionado, e Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
soltar na mesma unidade. onde soltar).

Arrastar com botão secundário do mouse pressionado, e Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
soltar em outra unidade de disco. onde soltar) ou “Mover aqui”.

Ação do usuário Resultado da operação

Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, in-
a tecla CTRL pressionada. dependente da origem ou do destino da ação.

Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, in-
a tecla SHIFT pressionada. dependente da origem ou do destino da ação.

Arrastar com o botão principal pressionado um item com Será criado um atalho para o item, independente da ori-
a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT). gem ou do destino da ação.

Clique em itens com o botão principal, enquanto mantém


Seleção individual de itens.
a tecla CTRL pressionada.

Seleção de vários itens. O primeiro item clicado será o iní-


Clique em itens com o botão principal, enquanto mantém
cio, e o último item será o final, de uma região contínua
a tecla SHIFT pressionada.
de seleção.

As ações envolvendo tela touchscreen foram questionadas quando o Windows 8 estava disponível. No Windo-
ws 10, apesar de ter suporte para telas sensíveis ao toque, não temos questões sobre as ações no sistema opera-
cional com esta interface.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESGRANRIO – 2018) Se um usuário tem duas pastas em uma mesma partição de um disco rígido de um compu-
tador rodando o Windows 10 em português, o que acontece se esse usuário, utilizando o botão esquerdo do mouse,
arrasta uma pasta sobre a outra?

a) Aparece uma mensagem perguntando se o usuário quer mover a pasta e todo o seu conteúdo ou somente o conteúdo
da pasta.
b) A pasta arrastada e o seu conteúdo são copiados para a outra pasta.
c) A pasta arrastada e todo o seu conteúdo são movidos para a outra pasta e deixam de existir na localização original.
d) O conteúdo da pasta arrastada é movido para a outra pasta, mas a pasta de origem, agora vazia, continua a existir na
localização original.
e) O usuário recebe uma mensagem de erro advertindo-o de que pastas não podem ser aninhadas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Ao arrastarmos um item de um local em uma unidade de disco para outro local na mesma unidade de disco, o
item será movido. Ao arrastarmos um item de um local em uma unidade de disco para outra unidade de disco, o
item será copiado. A letra A está errada, pois não aparecerá uma mensagem com confirmações parciais para a
ação. A letra B está errada, pois, estando na mesma unidade de disco, os itens são movidos (seriam copiados se
fossem unidades diferentes). A letra D está errada, pois, ao mover a pasta, ela deixa de existir no local original,
passando a existir apenas no destino da movimentação. A letra E está errada, pois não há o conceito de pastas
aninhadas – uma pasta dentro de outra pasta é uma subpasta. Resposta: Letra C.

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL GNU LINUX – CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA OPERACIONAL GNU LINUX

O sistema operacional Linux é uma opção ao sistema operacional Windows, com outras características próprias.
O sistema operacional Linux é mais utilizado em sistemas de baixo custo, e possui diferentes distribuições para
diferentes modelos de computadores. Por ser um sistema de código aberto, deu origem a outros sistemas como o
iOs (Apple) e o Android (Google).
Por ser um sistema operacional livre e licenciável, possui a licença GNU GPL para distribuição. O projeto GNU
foi lançado no começo dos anos 80 e atualmente é patrocinado pela FSF (Free Software Foundation). Muitos usuá-
rios descobrem que no contexto de softwares livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao contrário do termo 321
freeware, que identifica uma categoria de softwares Kernel (núcleo)

gratuitos para utilização, o termo free no Linux está


relacionada às liberdades de uso. Shell (interpretador)
A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberda-
des ‘essenciais’: Terminal
(linha de comandos)

z A liberdade de executar o programa, para qual-


quer propósito (liberdade nº 0); Interface gráfica
z A liberdade de estudar como o programa funciona
e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade nº 1).
O acesso ao código-fonte é um pré-requisito para
esta liberdade;
z A liberdade de redistribuir cópias de modo que
você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2);
z A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os Figura 1. Assim como no Windows, o Linux tem camadas que

seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comu- separam os recursos.

nidade beneficie deles (liberdade nº 3). O acesso ao


código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade. Distribuições Linux

Disponível em < https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html Distribuição é um conjunto de personalizações


>. Acesso em: 27 nov. 2020. que mantém o mesmo núcleo (kernel) do Linux, mas
apresentável de forma diferenciada.
Características Básicas do Sistema Linux
Puppy, Debian, Fedora, Kubuntu, Ubuntu, RedHat,
O Linux tem as seguintes características básicas: SuSe, Mandrake, Xandros (da Corel) e Kurumim são
alguns exemplos de distribuições.
z Possui um kernel (núcleo) comum em todas as
Ubuntu é a distribuição mais cobrada em con-
distribuições;
cursos públicos, baseada na distribuição Debian. O
z FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de
Ubuntu é uma versátil distribuição Linux que pode
Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas
ser instalada em várias construções computacionais,
as distribuições Linux devem seguir para organi-
zar os seus diretórios; desde que adaptadas (drivers).
z O código fonte está disponível para ser baixado, É importante citar, também, a Open SuSE, uma
estudado, modificado e distribuído gratuitamente; distribuição Linux que mantém as características
z As distribuições oferecem recursos específicos de comandos e diretórios das outras distribuições.
para cada proposta, mantendo o núcleo comum do Em suma, ao estudar o sistema Linux, você aprende-
sistema; rá sobre qualquer distribuição desse sistema, como
z Cada distribuição poderá ter uma ou mais interfa- Debian, Ubuntu ou OpenSuSE.
ces de usuário, e elas podem ser usadas em outras
distribuições; Big Linux Brasil
z Possui modo gráfico e terminal de comandos;
Gnoppix Alemanha
z Existem distribuições gratuitas e pagas;
ImpiLinux África do Sul
z As modificações realizadas pelos usuários serão
submetidas para avaliação da comunidade de Kurumim Brasil
desenvolvedores, que determinarão a importância Mint Irlanda
e relevância delas, antes de tornar as modificações DeMuDi Europa
oficiais para todo o mundo;
Finnix EUA
z Como todo sistema operacional, possui suporte
Insigne GNU Brasil
para protocolos TCP, permitindo o acesso às redes
de computadores com browsers ou navegadores; KeeP OS Brasil
z Geralmente instalado em dispositivos com Windo- Knoppix Alemanha
ws, o Linux oferece gerenciador de boot (bootloa- Linspire EUA
der) para gerenciar a inicialização, exibindo um
MeNTOPPIX Indonésia
menu para o usuário escolher qual sistema opera-
MEPIS EUA
cional será usado na sessão atual;
z LILO e GRUB são os gerenciadores de boot mais Rxart Argentina

comuns nas distribuições Linux; Satux Brasil


z O Linux é um sistema operacional do tipo case Symphony OS
sensitive, ou seja, diferencia letras maiúsculas de
letras minúsculas nos nomes de arquivos, diretó- Figura 2. Distribuição Ubuntu, derivada do Debian, é a mais
322 rios e comandos. questionada.
Diretórios Linux

Os diretórios são pastas onde armazenamos e organizamos arquivos e subpastas (subdiretórios). A represen-
tação dos diretórios segue o princípio lúdico de uma árvore. Árvore de diretórios ou folder tree é a forma como
as pastas dos sistemas Linux estão organizadas. Elas têm uma hierarquia, para facilitar a organização do sistema,
seus arquivos, bibliotecas e inclusive para melhorar a segurança do sistema.
FHS é um acrônimo para Hierarquia do Sistema de Arquivos. Basicamente, ele é um padrão que todas as dis-
tribuições Linux devem seguir para organizar os seus diretórios.
A escolha da árvore para representar a estrutura de diretórios, se mostrou adequada, dada a semelhança
entre seus componentes. Por exemplo, o diretório raiz é o primeiro diretório, assim como a raiz de uma árvore.
Encontramos diretórios principais, como /bin, /etc, /lib e /tmp, que podem ser considerados o ‘caule’ da árvore
de diretórios. Nos diretórios é possível criar subdiretórios, o que representam os galhos de uma árvore. E dentro
dos diretórios, temos arquivos (documentos, comandos, temporários) igual a árvore, como flores, folhas e frutos.
Enquanto o Windows representa com barra invertida um diretório, no Linux é usada a barra normal.
Diretórios, pastas e Bibliotecas são ‘sinônimos’. Diretórios é o nome usado no Windows XP e Linux, proveniente
do ambiente MS-DOS (interface de caracteres). Pastas é o nome usado no Windows. Bibliotecas é a estrutura de
organização criada no Windows Vista, que é utilizada no Windows 7, 8, 8.1 e 10 para organizar as informações
do usuário. Elas são usadas para organizar arquivos e subpastas (subdiretórios), mantendo-os até o momento de
serem apagados.

Importante!
Diretórios e comandos Linux são os itens mais importantes em concursos atualmente. Conceitos e caracte-
rísticas do sistema operacional Linux já foram amplamente questionados nas provas anteriores.

Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.

NOME DESCRIÇÃO CONTEÚDO

/bin binary – binário = executável Contém os comandos (arquivos binários executáveis).

Contém os drivers dos dispositivos de hardware, para comunicação do


/dev device – dispositivo = hardware
sistema operacional com o equipamento.

/home home – início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.

Contém as bibliotecas do sistema Linux, compartilhadas por vários


/lib library – biblioteca
programas.

/usr user – usuário Contém as configurações dos usuários.

Tabela – Diretórios Linux, exemplos básicos

Os comandos são grafados com letras minúsculas, assim como os nomes dos diretórios. Diretórios e comandos
são algumas letras do nome do conteúdo ou ação realizada, que é um termo em inglês.
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.

DIRETÓRIO DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS


/ raiz do sistema, o diretório que ‘’guarda’’ todos os outros diretórios. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
arquivos/comandos utilizados durante a inicialização do sistema e por usuários (após a inicializa-
/bin
ção). O termo BIN é referência ao tipo de informação, binário.

arquivos utilizados durante a inicialização do sistema. Boot é uma expressão comum a vários
/boot
sistemas para indicar a inicialização.

/dev drivers de controle de dispositivos. DEV vem de device, dispositivo.

/etc arquivos de configurações do computador.

/etc/sysconfig arquivos de configuração do sistema para os dispositivos.

/etc/passwd dados dos usuários, senhas criptografadas... PASSWORD = senha.

sistemas de arquivos montados no sistema (file system table – tabela do sistema de arquivos). O
/etc/fstab
sistema de arquivos do Linux pode ser EXT3, EXT4, entre outros.

/etc/group Grupos.

323
DIRETÓRIO DESCRIÇÃO E COMENTÁRIOS
/etc/include header para programação em C, através do comando include.

/etc/inittab Arquivo (tabela) de configuração do init.

/etc/skel Contém os arquivos e estruturas que serão copiadas para um novo usuário do sistema.

/home pasta pessoal dos usuários comuns. Equivale às bibliotecas do sistema Windows.

/lib bibliotecas compartilhadas. LIB vem de library, biblioteca.

/lib/modules módulos externos do kernel usados para inicializar o sistema...

/misc arquivos variados (misc de miscelânea).

/mnt ponto de montagem de sistemas de arquivos (CD, floppy, partições...) MNT vem de mount, montagem.

/proc sistema de arquivos virtual com dados sobre o sistema. PROC vem de procedure.

/root diretório pessoal do root. Equivalente a pasta raiz da unidade de inicialização C:

/sbin arquivos/comandos especiais (geralmente não são utilizados por usuários comuns).

/tmp arquivos temporários.

Unix System Resources. Contém arquivos de todos os programas para o uso dos usuários de
/usr
sistemas UNIX.

/usr/bin executáveis para todos os usuários.

/usr/sbin executáveis de administração do sistema.

/usr/lib bibliotecas dos executáveis encontrados no /usr/bin.

/usr/local arquivos de programas instalados localmente.

/usr/man manuais.

/usr/info informações.

/usr/X11R6 Arquivos do X Window System e seus aplicativos.

/var Contém arquivos que são modificados enquanto o sistema está rodando (variáveis).

/var/lib Bibliotecas.

Contém os arquivos que armazenam informações, mensagens de erros dos programas, relatórios
/var/log
diversos, entre outros tipos de logs.

Tabela – Diretórios Linux

Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux, para treinamento. Acesse https://bellard.org/
jslinux/ para conhecer algumas opções.

Comandos Linux

Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela
a seguir:

NOME DESCRIÇÃO AÇÃO


cp copy – copiar Copiam os arquivos listados.

ls list – listar Lista os arquivos e diretório do local atual.

mv move – mover Pode mover ou renomear um arquivo ou diretório.

rm remove – remover Apagar arquivos.

vi view – visualizar Permite visualizar e editar um arquivo.


Tabela – comandos Linux, exemplos básicos

A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras,
quando temos o item Linux no conteúdo programático.
324
COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO
cat arq1.txt >> arq2.txt O arq1.txt será concatenado com arq2.txt
Concatenar, juntar ou mostrar. Exibir
Os arq1.txt e arq2.txt serão unidos em arq3.
cat o conteúdo de arquivos ou direcioná- cat arq1.txt arq2.txt >> arq3.txt
txt
-lo para outro.
cat arq1.txt Exibirá arq1.txt

cd Mudar diretório. cd /home Muda para o diretório /home.


Copia o arquivo teste.txt para o diretório /
cp Copiar arquivos e diretórios. cp teste.txt /home
home.

Lê o conteúdo de um ou mais arqui- O comando cut pode ser usado para mostrar
cut vos e tem como saída uma coluna cut arq1.txt apenas seções específicas de um arquivo de
vertical. texto ou da saída de outros comandos.

Comparar e mostrar as diferenças


diff diff arq1.txt arq2.txt Mostra a diferença entre os dois arquivos.
entre arquivos e diretórios.

exit Sair do usuário atual. exit Sair do usuário atual.

Exibe o arq1.txt (comando cat no modo type),


Seleciona uma linha de texto que
grep cat arq1.txt | grep Nishimura com destaque para as linhas que contenham
contenha o texto pesquisado.
Nishimura.

id Informa o usuário atual. id Informa o usuário atual.

Permite listar e configurar as interfa-


Listar todas as interfaces (all)
ifconfig ces de rede (placas de rede) conecta- ifconfig -a
No Windows, o comando é ipconfig.
das no computador.

init 0 Desligar
init Desligar ou reiniciar o computador.
init 6 Reiniciar

ln Criar links de arquivos. ln texto.txt Cria um atalho para o arquivo texto.txt.

Lista os arquivos e diretórios existentes no


ls Listar arquivos e diretórios. ls
diretório atual.

kill Eliminar um processo em execução. kill 998 Eliminar o processo 998.

Cria o diretório novo, dentro do diretório /


mkdir Criar diretório. mkdir /home/novo
home.
mv texto.txt /home Move o arquivo texto.txt para o diretório /
Mover e renomear arquivos e
mv home.
diretórios.
mv texto.txt novo.txt Renomeia o arquivo texto.txt para novo.txt.

passwd Mudar a senha do usuário. passwd Mudar a senha.

Listam os processos em execução,


ps e com o número poderá eliminar ele ps Listar os processos em execução.
com o comando kill.
pwd Exibe o diretório atual. pwd Mostra onde estou.

rm Deletar arquivos. rm teste.txt Apaga o arquivo teste.txt

rmdir Remover diretórios. rmdir novo Remove o diretório novo que está no local atual. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt Ordena o conteúdo do arquivo arq1.txt

Executar comandos como superu-


sudo sudo ps Executa o comando ps como superusuário
suário. Válido por 10 min.

shutdown -r +10 Reinicia em 10 minutos


shutdown Desligar ou reiniciar o computador.
shutdown -h +5 Desliga em 5 minutos
Exibir as últimas linhas de um
tail tail arq1.txt Exibe as 10 últimas linhas de arq1.txt
arquivo.
Cria um arquivo que contém os outros, sem
tar Empacotar arquivos. tar teste1.txt
compactar.
Criar e modificar data do arquivo. Se
Criar o arquivo vazio teste.txt com a data
touch o arquivo não existe, ele é criado va- touch teste.txt
atual.
zio, com a data atual.
Cria um novo usuário ou atualiza as
Criar o usuário fernando, com os arquivos
useradd informações padrão de um usuário useradd fernando
definidos em /etc/skel
no sistema Linux.
325
COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO AÇÃO
Entra em modo de visualização e edição do
vi Visualizar um arquivo no editor vi teste.txt
arquivo teste.txt
O zypper é o gerenciador de pacotes
por linha de comando do OpenSU-
Instalar o pacote mplayer no OpenSus; Bus-
SE, funcionando como o apt-get do
car e instalar pacotes de software; gerenciar
zypper Debian, ou seja, providenciando fun- zypper install mplayer
atualizações e instalações de patches; geren-
ções, como acesso a repositórios,
ciar repositórios etc.
resolução de dependências entre pa-
cotes, instalação de pacotes etc.

Tabela – comandos Linux

Todos os sistemas operacionais possuem recursos para a realização das mesmas tarefas. Não é correto afirmar
que um sistema é melhor que outro, sendo que eles são equivalentes em funcionalidades.

Prompt de Comandos (Windows) e Console de Comandos (Linux)

A interface que não é gráfica, ou seja, de caracteres, sempre existiu nos computadores. Mas entre o Windows e Linux exis-
tem diferenças, tanto operacionais como de comandos. Confira um comparativo de comandos entre o Linux e o Windows.

LINUX WINDOWS
Ajuda man, help ou info /?
Data e Hora date, cal ou hwclock date e time
Espaço em disco df dir
Processos em execução ps
Finalizar processo kill
Qual o diretório atual? pwd cd
Subir um nível cd .. cd..
Diretório raiz cd / cd \
Voltar ao diretório anterior cd –
Diretório pessoal cd ~
Copiar arquivos cp copy
Mover arquivos mv move
Renomear mv ren
Listar arquivos ls dir
Apagar arquivos rm del
Apagar diretórios rm deltree
Criar diretórios mkdir md
Alterar atributos attrib
Alterar permissões chmod
Alterar proprietário (dono) chown
Alterar grupo chgrp
Comparar arquivos e pastas diff comp
Empacotar arquivos tar
Compactar arquivos gzip compact
Alterar a senha passwd
Concatenar, juntar e mostrar cat
Mostrar, visualizar vi type
Pausa na exibição de páginas more ou less more
Interfaces de rede ifconfig ipconfig
Caminho dos pacotes tracert route
Listar todas as conexões netstat arp -a
326
LINUX WINDOWS
Apagar a tela clear Cls
Concatenar comandos | |
Direcionar a entrada para um comando < <
Direcionar a saída de um comando > >
Localizar ocorrências dentro do arquivo grep
Exibir as últimas linhas do arquivo tail
Diretório raiz / (barra normal) \ (barra invertida)
Opção de um comando - (sinal de menos) / (barra normal)

Tabela – comparação de comandos Linux com comandos Windows

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (FCC – 2019) Um Procurador solicitou ajuda ao suporte técnico para resolver um problema de conexão com a Internet em
um computador que usa o sistema operacional Linux. O atendente do suporte solicitou a ele para informar o endereço IP
do computador na rede. Para obter este endereço, em linha de comando, ele utilizou a instrução

a) netsh -a
b) ipconfig
c) getip -a
d) ifconfig
e) ipaddress

O comando, no Linux, para consultar as informações da conexão de rede é o ifconfig. No Windows, é ipconfig.
Resposta: Letra D.

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT


OFFICE – WORD, EXCEL E POWERPOINT - VERSÃO O365)
Um pacote de aplicativos para escritório é sem dúvida, um dos mais úteis aplicativos que um computador pode
ter instalado. Independente do perfil de utilização do usuário, algum dos aplicativos disponíveis em um pacote
como o Microsoft Office, atendem a diferentes tarefas cotidianas. Das mais simples, até as mais complexas.
A Microsoft chama o pacote Office de ‘suíte de produtividade’, e tem como ‘concorrente’ o LibreOffice.
O Microsoft Office possui alguns aplicativos que trocaram de nomes ao longo do tempo. Atualmente está na
versão Office 365, que disponibiliza recursos via Internet (computação nas nuvens), com armazenamento de
arquivos no Microsoft OneDrive.
Serviços adicionais de comunicação, como o Microsoft Outlook e Microsoft Teams, fazem parte do pacote
Microsoft Office 365.

PROGRAMAS MICROSOFT OFFICE LIBREOFFICE

Editor de Textos Microsoft Word LibreOffice Writer CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Planilhas de Cálculos Microsoft Excel LibreOffice Calc


Apresentações de Slides Microsoft PowerPoint LibreOffice Impress

As extensões dos arquivos editáveis produzidos pelos pacotes de produtividade são apresentadas na tabela a seguir.

EXTENSÕES DE MICROSOFT
LIBREOFFICE
ARQUIVOS OFFICE

Editor de Textos DOCX ODT

Planilhas de Cálculos XLSX ODS

Apresentações de Slides PPTX ODP

As extensões do Microsoft Office, para arquivos editáveis, terminam em X, em referência ao conteúdo forma-
tado com XML, que foi introduzido na versão 2007. As extensões do LibreOffice iniciam com OD, em referência ao
Open Document, do Open Office. 327
Microsoft Office Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
Office 2003 Office 2007 Office 365 Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
Até a versão 2003, os arquivos produzidos pelo se um documento do Word.
Microsoft Office eram identificados com extensões de 3 O Microsoft Word pode gravar o documento no for-
letras, como DOC, XLS e PPT. Algumas questões de con- mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar
cursos ainda apresentam estas extensões nas alternati- documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
vas das questões. Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:
Na versão 2007, o padrão XML (eXtensible Markup
Language) foi implementado para oferecer portabili- z Faz a gravação automática dos dados editados en-
dade aos documentos produzidos. As extensões dos quanto o arquivo não tem um nome ou local de ar-
arquivos passaram a ser identificadas com 4 letras, mazenamento definidos. Depois, se necessário, o
como DOCX, XLSX e PPTX. usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
Com o avanço dos recursos de computação na nuvem, z Faz a gravação automática de auto recuperação
o Office foi disponibilizado na versão on-line, que poste- dos arquivos em edição que tenham nome e local
riormente se chamou 365, e é a versão atual do pacote. definidos, permitindo recuperar as alterações que
Com um novo formato de licenciamento, com assinaturas não tenham sido salvas;
mensais e anuais, ao invés da venda de licenças de uso, a z As versões do Office 365 oferecem o recurso de
instalação do Office 365 no computador disponibiliza a “Salvamento automático”, associado à conta Mi-
última versão do pacote para escritórios. crosoft, para armazenamento na nuvem Microsoft
MS-WORD 2010 OneDrive. Como na versão on-line, a cada altera-
ção, o salvamento será realizado.
Estrutura Básica dos Documentos
O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
Os documentos produzidos com o editor de textos
padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica:
e por ser portável, também poderá ser editado pelo
z Documentos – arquivos DOCX criados pelo Microsoft Microsoft Word.
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilhados Dica
com outros usuários para edição colaborativa;
z Os Modelos (Template), com extensão DOTX, con- Em questões de informática nos concursos as
tém formatações que serão aplicadas aos novos extensões dos arquivos produzidos pelo usuário
documentos criados a partir dele. O modelo é usa- costumam ser questionadas com regularidade.
do para a padronização de documentos;
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM Ao iniciar a edição de um documento, o modo
(Document Template Macros – modelo de docu- de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
mento com macros). As macros são códigos desen- Impressão”. O documento será mostrado na tela da
volvidos em Visual Basic for Applications (VBA) mesma forma que será impresso no papel.
para a automatização de tarefas; O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
z Páginas – unidades de organização do texto, segun- to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
do a orientação, o tamanho do papel e margens. As os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
principais definições estão na guia Layout, mas tam- barra de título continua sendo exibida.
bém encontrará algumas definições na guia Design; O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
z Seção – divisão de formatação do documento, visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre vesse publicado na Internet como página web.
que forem usadas configurações diferentes, como Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de
margens, colunas, tamanho da página, orientação, Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, as
dos blocos de conteúdo.
seções serão usadas;
O modo “Rascunho”, que antes era modo “Nor-
z Parágrafos – formado por palavras e marcas de
mal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem os
formatação. Finalizado com Enter, contém for-
elementos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) exis-
matação independente do parágrafo anterior e do
parágrafo seguinte; tentes nele.
z Linhas – sequência de palavras que pode ser um Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-
finalizado com Quebra de Linha, a configuração to da interface do Microsoft Office.
atual permanece na próxima linha;
Acesso Rápido Guia Atual Item com Listagem Guias ou Abas
z Palavras – formado por letras, números, símbolos,
caracteres de formatação etc.
Os arquivos produzidos nas versões anteriores do
Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa-
tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar
todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão
ser editados pelas versões antigas do Office, desde que Caixa de Diálogo do Grupo Grupo Ícone com Opções
instale um pacote de compatibilidade, disponível para
328 download no site da Microsoft. Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word
Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o atalho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão 2007 ela era
fixa e não podia ser ocultada. Atualmente ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a preferência do usuário.
A Faixa de Opções contém guias, que organizam os ícones em grupos.

GUIA GRUPO ITEM ÍCONE

Recortar

Copiar
Área de Transferência
Colar

Página Inicial Pincel de Formatação

Nome da fonte Calibri (Corp)

Tamanho da fonte
Fonte
Aumentar fonte

Diminuir fonte

Folha de Rosto

Páginas Página em Branco

Quebra de Página

Tabelas Tabela
Inserir

Imagem

Ilustrações Imagens Online

Formas

As guias possuem uma organização lógica, sequencial, das tarefas que serão realizadas no documento, desde
o início até a visualização do resultado final.

BOTÃO/GUIA DICA
Arquivo Comandos para o documento atual. Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar
Tarefas iniciais. O início do documento, acesso à Área de Transferência, formatação de fontes,
Página Inicial CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
parágrafos. Formatação do conteúdo da página
Tarefas secundárias. Adicionar um objeto que ainda não existe no documento. Tabela, Ilustra-
Inserir
ções, Instantâneos
Layout da Página Configuração da página. Formatação global do documento, formatação da página
Design Reúne formatação da página e plano de fundo
Referências Índices e acessórios. Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários etc
Correspondências Mala direta. Cartas, envelopes, etiquetas, e-mails e diretório de contatos
Correção do documento. Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de
Revisão
alterações, comentários, comparar, proteger etc
Exibir Visualização. Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?

329
EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE TEXTOS
EXERCÍCIOS COMENTADOS
A edição e formatação de textos consiste em apli-
1. (VUNESP – 2020) O arquivo modelo que sempre abre car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
quando é iniciado o programa MS Word 2010, em sua parágrafos e nas páginas.
configuração padrão, e que inclui os estilos padrão e Os estilos fornecem configurações padronizadas
as personalizações que determinam a aparência bási- para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-
ca de um documento, é o ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,
sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi-
a) Abertura.dotm ção do documento. Os índices são gerenciados através
b) Begin.docx das opções da guia Referências.
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Pági-
c) Início.dotx
na Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no
d) Padrão.docx
menu Estilos.
e) Normal.dotm
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuá-
rio poderá copiar a formatação de um local e aplicar
As configurações de fontes e parágrafos, assim em outro local no mesmo documento, ou em outro
como os estilos utilizados, estão no arquivo Normal. arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o
dotm. Resposta: Letra E. ‘modelo de formatação no texto’, clique no ícone da
guia Página Inicial e clique no local onde deseja apli-
car a formatação.
O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a
formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc
ou iniciar uma digitação.

Seleção

Através do teclado e do mouse, como no sistema


operacional, podemos selecionar palavras, linhas,
parágrafos e até o documento inteiro.
Assim como no Windows, as operações com mouse
2. (VUNESP – 2020) No Microsoft Word 2010, em sua
e teclado também são questionadas nos programas do
configuração padrão, tem-se o ícone Recortar, do gru- Microsoft Office. Entretanto, por terem conteúdos dis-
po Área de Transferência e guia Página Inicial, desta- tintos (textos, planilhas e apresentações de slides), a
cado na imagem a seguir. seleção poderá ser diferente para algumas ações.

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO


Selecionar Seleciona o
- Ctrl+T
tudo documento
Botão 1 clique na Posiciona o
-
principal palavra cursor
Botão 2 cliques na Seleciona a
-
principal palavra palavra
Assinale a alternativa que apresenta a combinação de Botão 3 cliques na Seleciona o
-
teclas com o mesmo efeito desse ícone. principal palavra parágrafo
Botão 1 clique na Selecionar a
-
a) CTRL+V principal margem linha
b) CTRL+C Botão 2 cliques na Seleciona o
-
c) CTRL+X principal margem parágrafo
d) CTRL+A Botão 3 cliques na Seleciona o
-
e) CTRL+R principal margem documento
Seleciona
Ctrl+X é para Recortar. O conteúdo selecionado Selecionar
- Shift+Home até o início
até o início
será removido do local atual e enviado para a Área da linha
de Transferência, podendo ser colado (Ctrl+V) em Seleciona
Selecionar
outro local. - Shift+End até o final
até o final
Ctrl+C é para Copiar, Ctrl+A para Abrir e Ctrl+R da linha
para Refazer. O Pincel de Formatação é um recurso Seleciona
que permite copiar a formatação de um local (Ctr- Ctrl+Shif- Selecionar até o
-
l+Shift+c) e colar a formatação em outro local (Ctr- t+Home até o início início do
330 l+Shift+V). Resposta: Letra C. documento
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO 2. (VUNESP – 2018) Em um documento editado no
MS-Word 2010 (em sua configuração padrão e em por-
Seleciona tuguês), a palavra “Casa” de um parágrafo está com os
Ctrl+Shif- Selecionar até o formatos de fonte Arial, Negrito e Sublinhado, apenas,
-
t+End até o final final do e a palavra “Mesa”, de outro parágrafo, está com os
documento formatos de fonte Calibri e Itálico, apenas. O usuário
Botão Seleção Palavra por selecionou a palavra “Casa” e, a seguir, clicou no botão
Ctrl Pincel. Após isso, clicou na palavra “Mesa”.
principal individual palavra
Seleção de É correto afirmar que, após todas essas ações, a pala-
Botão Seleção um ponto vra “Mesa” estará apenas com os formatos de fonte
Shift
principal bloco até outro
local a) Arial e Itálico.
Botão b) Calibri, Negrito e Sublinhado.
Seleção Seleção c) Calibri, Itálico e Negrito.
principal Ctrl+Alt
bloco vertical d) Arial, Negrito e Sublinhado.
pressionado
e) Calibri e Sublinhado.
Seleção
Botão vertical, O Pincel (de formatação) é para copiar a formata-
Seleção
principal Alt iniciando ção de um local e aplicar em outro local do mesmo
bloco
pressionado no local do documento ou de um arquivo aberto no Microsoft
cursor Word. A palavra “Casa” de um parágrafo está com
os formatos de fonte Arial, Negrito e Sublinhado, e
copiando a formatação para a palavra “Mesa”, ela
Dica ficará igual. Resposta: Letra D.
Teclas de atalhos e seleção com mouse são
CABEÇALHOS
importantes, tanto nos concursos como no dia
a dia. Experimente praticar no computador. No Localizado na margem superior da página, poderá
Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no ser configurado em Inserir, grupo Cabeçalho e Roda-
início de um documento em branco, ele criará um pé1. Poderá ser igual em toda a extensão do documen-
texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases to, diferente nas páginas pares e ímpares (para frente
em cada um. Agora você pode praticar à vontade. e verso), semelhante ao da seção anterior, diferente
para cada seção do documento, ser ocultado na pri-
meira página etc., como podemos observar, são várias
as opções de personalização.
Os cabeçalhos aceitam elementos gráficos, como
EXERCÍCIOS COMENTADOS tabelas e ilustrações.
A formatação de cabeçalho e rodapé, é diferente
1. (VUNESP – 2020) Tem-se a imagem parcial da guia entre os programas do Microsoft Office. No Microsoft
Página Inicial do Microsoft Word 2010, em sua confi- Word o cabeçalho tem 1 coluna. No Excel, são 3 colu-
guração original. nas. No Microsoft PowerPoint... depende. Poderá ter 2
Em um documento em branco, ao iniciar a digitação, o ou 3 colunas.
texto estará alinhado _______ e formatado ______. A numeração de páginas poderá ser inserida no
cabeçalho e/ou rodapé.
Calibri (Corp 11

Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


vamente, as lacunas do texto. Digite aqui.

a) à esquerda ... tachado


b) centralizado ... negrito e itálico Digite aqui. Digite aqui. Digite aqui.
c) justificado ... sublinhado
d) justificado ... negrito e itálico
e) à esquerda ... sublinhado

Em um documento em branco, ao iniciar a digita- EXERCÍCIOS COMENTADOS


ção, o texto estará alinhado justificado (1) e forma-
tado negrito e itálico (2). Resposta: Letra D. 1. (VUNESP – 2015) No MS-Word 2010, a partir da sua
configuração padrão, a figura ilustra um grupo cha-
mado “Cabeçalho e Rodapé”. Assinale a alternativa
correta que contém o nome da guia que contém esse
grupo.
1  O grupo Cabeçalho e Rodapé permite a inserção de um Cabeçalho (na margem superior), Rodapé (na margem inferior) e Número de Página
(no local do cursor, na margem superior, na margem inferior, na margem direita/esquerda) 331
a) Página Inicial.
b) Inserir.
c) Layout da Página.
d) Revisão.
e) Exibição.

O grupo Cabeçalho e Rodapé, para inserção de cabeçalhos, rodapés e números de páginas, está na guia Inserir.
Resposta: Letra B.

2. (VUNESP – 2018) No Microsoft Word 2010, em sua configuração original, um usuário criou um documento com 18
páginas. Posicionado na página 8, ele percebeu que precisava incluir um cabeçalho e o fez, clicando em Cabeçalho, no
grupo Cabeçalho e Rodapé, guia Inserir. Assinale a alternativa que indica quais páginas ficaram com o cabeçalho.

a) 1, apenas.
b) 8, apenas.
c) De 1 a 8, apenas.
d) De 8 a 18, apenas.
e) Todas as páginas.

Quando o documento está em edição, ele possui uma Seção. A seção é uma divisão de formatação. Ao inserir algo
no cabeçalho da página 8, o usuário está inserindo um conteúdo válido para todas as páginas da mesma seção.
Como a questão não informou sobre a existência de outras seções no documento, a inserção será válida para
todas as páginas. Resposta: Letra E.

PARÁGRAFOS

Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.


Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

z Marcadores – símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração – números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos;
� Aumentar recuo – aumentar a distância do texto em relação à margem;
� Diminuir recuo – diminuir a distância do texto em relação à margem;
� Alinhamento – posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
� Espaçamento entre linhas – distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes – distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois – distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento – preenchimento atrás do parágrafo;
z Bordas – linhas ao redor do parágrafo.

Recuo especial de primeira linha


- apenas a primeira linha será
deslocada em
relação à margem esquerda

Margem esquerda Margem direita


2 2 4 6 8 10 10 14 16

Recuo deslocamento - as
Recuo esquerda - todas as linhas serão deslocadas em
linhas serão deslocadas relação à margem esquerda, Recuo direito - todas as
em relação à margem exceto a primeira linha linhas serão deslocadas em
esquerda relação à margem direita

332 Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)


Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:

z Recuo – distância do texto em relação à margem;


z Realce – marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
z Sombreamento – preenchimento do fundo dos parágrafos;
z Folha de Rosto – primeira página do documento, capa;
z SmartArt – diagramas, representação visual de dados textuais;
z Orientação – posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras – são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário – índice principal do documento.

Dica
Fontes e Parágrafos são os itens mais questionados do edital de Microsoft Word.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar
tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD


Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Enter - Quebra de Parágrafo – muda de parágrafo e pode mudar a formatação

Shift+Enter - Quebra de Linha – muda de linha e mantém a formatação atual

Quebra de página – muda de página, no local atual do cursor. Dispo-


Ctrl+Enter ou ...Quebra de
nível na guia Inserir, grupo Páginas, ícone Quebra de Página, e na guia
Ctrl+Return páginas...
Layout, grupo Configurar Página, ícone Quebras

Quebra de coluna – indica que o texto continua na próxima coluna. ... Quebra de
Ctrl+Shift+ Enter
Disponível na guia Layout, grupo Configurar Página, ícone Quebras coluna..

Ctrl+Alt+ Enter - Separador de Estilo – usado para modificar o estilo no documento

Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se estiver no início de um


TAB
texto, aumenta o recuo

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO Espaço em branco


Ctrl+Shift+
Espaço em branco não separável
Espaço

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2020) A imagem a seguir mostra um parágrafo de um documento sendo editado por meio do MS-Word
2010, em sua configuração padrão. 333
Um parágrafo muito grande costuma
utilizar várias linhas. E a formatação do
parágrafo fica bem visível.

O alinhamento aplicado ao parágrafo exibido na imagem é:

a) Alinhado à direita.
b) Alinhado à esquerda.
c) Normal.
d) Justificado.
e) Centralizado.

O Microsoft Word é um editor de textos, integrante do pacote Microsoft Office, para edição e formatação de
documentos. Os textos digitados no documento, quando finalizados com a tecla Enter, constituem parágrafos,
que poderão ter as seguintes formatações: marcadores, numeração, recuos, espaçamento, alinhamento e classi-
ficação, entre outras opções.
Alinhamento é a posição do texto do parágrafo em relação às margens da página.
Alinhamento à esquerda - atalho Ctrl+Q - texto alinhado apenas na margem esquerda
Centralizado - atalho Ctrl+E - texto alinhado entre as margens esquerda e direita
Alinhamento à direita - atalho Ctrl+G - texto alinhado apenas na margem direita
Justificado - atalho Ctrl+J - texto alinhado nas margens esquerda e direita simultaneamente
O texto exibido na imagem da questão está alinhado entre as margens. Ele está Centralizado. Resposta: Letra E.

2. (VUNESP – 2020) O alinhamento do parágrafo do documento é:

Instituto de Previdência dos Servidores


Públicos de Avaré

a) Centralizado.
b) Justificado.
c) Normal.
d) Alinhado à esquerda.
e) Alinhado à direita.

Quando o texto está entre as margens da página, com o mesmo espaço em ambos os lados, ele está centralizado.
O alinhamento poderá ser obtido com o acionamento do atalho de teclado Ctrl+E. Resposta: Letra A.

Esquerda Direita
Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de

Avaré

FONTES

Edição e Formatação de Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
As formatações de fontes estão disponíveis no grupo Fonte, da guia Página Inicial.

Calibri 11
N I S abc x2 x2

334
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana, são os
mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)
e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-sublinha-
do, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito indepen-
dente, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem
ser individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Dica
As questões sobre Fontes são práticas. Portanto, se puder praticar no seu computador, será melhor para a
memorização do tema. As questões são independentes da versão, portanto poderá usar o Word 2007 ou
Word 2016, para testar as questões de Word 2010.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2020) Um usuário do MS-Word 2010, em sua configuração padrão, precisa aplicar o recurso de formata-
ção de Fonte sobrescrito numa palavra previamente selecionada.
O ícone usado para aplicar o recurso descrito no enunciado é:

a) A▾

b) A

c) Aa

d) X2
2
e) X
O ícone A é para Diminuir Fonte (o tamanho). A letra B é para Aumentar Fonte. A letra C é para alternar entre
Maiúsculas e minúsculas. A letra D é para Subscrito. A letra E é para Sobrescrito, e o atalho é Ctrl+Shift+igual.
Resposta: Letra E.

2. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma palavra do documento com a formatação CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
de Fonte nela aplicada.

Instituto de Previdência dos Servidores


Públicos de Avaré

a) Servidores – sobrescrito.
b) Previdência – itálico.
c) Públicos – negrito.
d) Avaré – taxado.
e) Instituto – subscrito.

A palavra Instituto está em Negrito (Ctrl+N). A palavra de está sublinhada (Ctrl+S). A palavra Previdência está
com negrito e sublinhado. A palavra dos está abaixo da linha de texto, está Subscrito (Ctrl+igual). 335
A palavra Servidores está acima da linha de texto, está Sobrescrito (Ctrl+Shift+mais). A palavra Públicos está itálico
(Ctrl+I) e sublinhado. A palavra de (entre Públicos e Avaré), está com tachado. A palavra Avaré está sublinhada.
Resposta: Letra A.

COLUNAS

O documento inicia com uma única coluna. Em Layout da Página podemos escolher outra configuração, além
de definir opções de personalização.
As colunas poderão ser definidas para a seção atual (divisão de formatação dentro do documento) ou para o
documento inteiro. Assim como os cadernos de provas de concursos, que possuem duas colunas, é possível inserir
uma ‘Linha entre colunas’, separando-as ao longo da página.

Colunas

Uma

Duas

Três

Esquerda

Direita

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2019) Um funcionário público que está elaborando um relatório no programa MS-Word 2010, em sua con-
figuração padrão, deseja que um dos parágrafos do texto editado seja apresentado em duas colunas. Para tanto, esse
funcionário deverá selecionar o parágrafo de interesse e escolher a correta opção do menu Colunas, que pertence à guia

a) Inserir Colunas.
b) Design de Página.
c) Exibir Colunas.
d) Layout de Página.
e) Revisão de Página.

Em um documento do Word, a configuração de Colunas = 1 é padrão. Ou seja, ele inicia com 1 coluna em modo
normal, e poderá ser alterada esta configuração.
As colunas do documento poderão ser configuradas na guia Layout da Página, grupo Configurar Página, ícone
Colunas. Resposta: Letra D.

2. (VUNESP – 2018) Deseja-se, no MS-Word 2016 (em português e em sua configuração padrão), configurar a página
de um documento em colunas. Na janela Colunas, acessível por meio da guia Layout da Página, algumas das opções
predefinidas de colunas são:

a) De textos, De imagens e De figuras.


b) Principal, Secundária e Oculta.
c) Larga, Normal e Estreita.
d) Uma, Duas e Três.
e) Simples, Dupla e Quádrupla.

Na guia Layout da Página, grupo Configurar Página, ícone Colunas, o usuário poderá formatar as colunas para
336 Uma, Duas, Três, Esquerda e Direita. Resposta: Letra D.
MARCADORES SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS 2. (VUNESP – 2020) Três parágrafos foram digitados em
um documento no MS-Word 2010, em sua configura-
São várias as possibilidades de marcadores que ção padrão. Após digitar os parágrafos, como se vê
podem ser utilizadas. Veremos a seguir algumas opções: na imagem ANTES, aplicou-se em cada parágrafo um
recurso de formatação, deixando o documento como
• Usados por parágrafos, apresentam símbolos no visto na imagem DEPOIS.
início de cada, do lado esquerdo;
o Podem ser círculos preenchidos (linha acima), ou ANTES
círculos vazios, como esta;
 Outra forma de apresentação são quadrados, ou Tinha uma pedra no meio do caminho.
então...; No meio do caminho tinha uma pedra.
• O desenho do Office...; Logo a pedra sumiu.
 Um símbolo neutro...; DEPOIS
 Setas...;
 Check... ou qualquer símbolo que o usuário deseja 1. Tinha pedra no meio do caminho.
personalizar. • No meio do caminho tinha um pedra.
 Logo a pedra sumiu
Ao pressionar duas vezes Enter, sairá da formata-
ção dos marcadores simbólicos, retornando ao Normal. Assinale a alternativa que apresenta, correta e respec-
Os marcadores numéricos são semelhantes aos mar- tivamente, o recurso aplicado em cada parágrafo.
cadores simbólicos, mas com números, letras ou algaris-
mos romanos. Podem ser combinados com os Recuos de a) Numeração; Marcadores; Numeração.
parágrafos, surgindo o formato Múltiplos Níveis. b) Numeração; Numeração; Marcadores.
c) Numeração; Marcadores; Marcadores.
NÚMEROS LETRAS d) Marcadores; Numeração; Numeração.
1. Exemplo. a. Exemplo. e) Marcadores; Marcadores; Numeração.
2. Exemplo. b. Exemplo.
3. Exemplo. c. Exemplo. Numeração (números, letras ou algarismos roma-
4. Exemplo. d. Exemplo. nos) e marcadores (símbolos). Resposta: Letra C.
ROMANOS MÚLTIPLOS NÍVEIS
DEPOIS
1) Exemplo.
i. Exemplo. Numeração 1. Tinha pedra no meio do caminho.
a) Exemplo.
ii. Exemplo. Marcadores • No meio do caminho tinha um pedra.
2) Exemplo. Marcadores  Logo a pedra sumiu
iii. Exemplo.
a) Exemplo.
iv. Exemplo.
i) Exemplo.
TABELAS
Para trabalhar com a formatação de marcadores
Múltiplos níveis, o digitador poderá usar a tecla TAB para As tabelas são estruturas de organização muito
aumentar o recuo, passando os itens do primeiro nível utilizadas para um layout adequado do texto, seme-
para o segundo nível. E também pelo ícone Aumentar lhante a colunas, com a vantagem que estas não criam
recuo, presente na guia Página Inicial, grupo Parágrafo. seções exclusivas de formatação.
Usando a régua, aumentando o recuo também. As tabelas seguem as mesmas definições de uma
planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é for-
Dica mada por células, e estas poderão conter também fór-
Ao teclar Enter em uma linha com marcador mulas simples.
ou numeração, mas sem conteúdo, você sai do Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um
recurso, voltando à configuração normal do pará- desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
grafo. Se forem listas numeradas, itens excluídos planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será
dela provocam a renumeração dos demais itens. apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e vol-
tar a ser um texto, se possuir os seguintes marcado-
EXERCÍCIOS COMENTADOS res de formatação: ponto e vírgula, tabulação, enter
(parágrafo) ou outro específico.
1. (VUNESP – 2019) No MS-Word 2010, em sua configu- Algumas operações são exclusivas das Tabelas,
ração padrão, os recursos Marcadores, Numeração e como Mesclar Células (para unir células adjacentes em
Lista de Vários Níveis são formatações do grupo uma única), Dividir células (para dividir uma ou mais
células em várias outras), alinhamento do texto com-
a) Estilo.
binando elementos horizontais tradicionais (esquerda,
b) Tema.
centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
c) Página.
d) Parágrafo. O editor de textos Microsoft Word oferece ferra-
e) Fonte. mentas para manipulação dos textos organizados em
tabelas.
São formatações de Parágrafo, aplicados ao conteúdo O usuário poderá organizar as células nas linhas e
do documento. Numeração, que poderá ser números, colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar),
letras ou algarismos romanos. Disponível na guia visualizar as linhas de grade, ocultar as linhas de gra-
Página Inicial, grupo Parágrafo. Resposta: Letra D. de, entre outras opções. 337
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes itens
são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.

WORD EXCEL

Somente o conteúdo da primeira célula


Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos
será mantido

Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posicio-


Tabela, Fórmulas
=SUM(ABOVe) nais =SOMA(A1:A5)

Recalcula automaticamente e manual-


Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente
mente (F9)

Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5

Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter

Copia apenas a primeira formatação da


Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
origem

Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima

Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago

Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...

Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda

F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas

F11 - Inserir gráfico

Finaliza a entrada na célula e mantém o


Ctrl+Enter Quebra de página manual
cursor na célula atual

Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual

Finaliza a entrada na célula e posiciona o


Shift+Enter Quebra de linha manual
cursor na célula acima da atual, se houver

Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (VUNESP – 2018) Tem-se a seguinte imagem do Microsoft Word 2010, em sua configuração padrão:

Inserir Tabela

Inserir Tabela...

Desenhar Tabela

Converter Texto em tabela...

Planilha do Excel

Tabelas Rápidas
338
Assinale a alternativa que indica o resultado da ação IMPRESSÃO
ao clicar em Inserir Tabela...
Disponível no menu Arquivo e pelo atalho Ctrl+P
a) Será criada uma tabela de 1 linha e 1 coluna. (e também pelo Ctrl+Alt+I, Visualizar Impressão), a
b) Será criada uma tabela de 2 linhas e 2 colunas
impressão permite o envio do arquivo em edição para
c) Será criada uma tabela de 8 linhas e 10 colunas
d) Será aberta a janela Inserir Tabela, onde o usuário a impressora. A impressora listada vem do Windows,
poderá criar tabelas desde 1 linha e 1 coluna até mais do Painel de Controle.
de 8 linhas e 10 colunas. Podemos escolher a impressora, definir como será a
e) Será reservado um espaço no documento sobre o qual impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Imprimir Sele-
uma tabela pode ser configurada com um duplo-clique ção, Imprimir Página Atual, imprimir as Propriedades),
com botão principal do mouse.
quais serão as páginas (números separados com ponto e
O usuário poderá escolher a quantidade de linhas e vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas
quantidade de colunas, digitando na caixa de diálo- por traço uma sequência de páginas, com a letra s uma
go correspondente, valores superiores aos exibidos seção específica, e com a letra p uma página específica).
na grade de tabela. Resposta: Letra D. Havendo a possibilidade, serão impressas de um
lado da página, ou frente e verso automático, ou
manual. O agrupamento das páginas permite que
várias cópias sejam impressas uma a uma, enquanto
Desagrupado, as páginas são impressas em blocos.
As configurações de Orientação (Retrato ou Paisa-
gem), Tamanho do Papel e Margens, podem ser esco-
lhidas no momento da impressão, ou antes, na guia
Layout da Página. A última opção em Imprimir pos-
sibilita a impressão de miniaturas de páginas (várias
páginas por folha) em uma única folha de papel.

2. (VUNESP – 2020) A tabela a seguir foi adicionada a


um documento do MS-Word 2010, em sua configura- Imprimir

ção padrão, utilizando-se o ícone:

EPSON8D025B(L5190 SERIES)
Pronto

Assinale a alternativa que apresenta, correta e respec-


tivamente, a guia e o grupo em que se encontra o ícone
utilizado.
Imprimir Todas as Páginas
Tudo

Imprimir

Imprimir em Um Lado CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


Apenas imprimir um lado d..

a) Inserir; Tabelas. Agrupado


b) Inserir; Objetos. 1;2;3 1;2;3; 1;2;3;
c) Página Inicial; Tabelas.
Orientação Retrato
d) Página Inicial; Objetos.
e) Exibição; Ilustrações. A4
21cm x 29,7 cm

O Microsoft Word é o editor de textos do pacote


Margens Personalizadas
Microsoft Office que permite a edição de textos com
recursos de formatação de Fontes e Parágrafos,
1 Página por Folha
além da inclusão de elementos gráficos como Tabe-
las, Ilustrações, Formas e Caixas de Textos. Configurar Página
No Microsoft Office, para adicionar um elemento
que não existe no documento, devemos acessar a
guia Inserir.
O ícone Tabela está disponível na guia Inserir, grupo
Tabelas. Resposta: Letra A. 339
EXERCÍCIOS COMENTADOS Quebras

1. (VUNESP – 2020) No MS-Word, em sua configuração


padrão para a Língua Portuguesa, tem-se diversas
opções de impressão. Ao ser selecionado o recurso
Imprimir, obtido por meio da ação Arquivo>Imprimir,
uma configuração de impressão que pode ser escolhi-
da é:

a) Imprimir Todas as Páginas, Imprimir Cabeçalhos,


Imprimir Rodapés e Imprimir Referências.
b) Imprimir Todas as Páginas, Imprimir Seleção, Imprimir
Página Atual e Impressão Personalizada.
c) Imprimir Todo o Documento, Imprimir Textos e Impri-
mir Figuras.
d) Imprimir Todo o Documento, Imprimir Colunas e Impri-
mir Tabelas.
e) Imprimir Tudo, Imprimir Seleção, Imprimir Figuras e
Imprimir Tabelas.

Imprimir Todas as Páginas, Imprimir Seleção,


Imprimir Página Atual e Impressão Personalizada.
Resposta: Letra B.

Se envolvem configurações diferentes, temos Quebras.


Cabeçalhos diferentes... quebras inseridas. Colu-
Imprimir todas as páginas
Tudo
nas diferentes... quebras inseridas. Tamanho de pági-
na diferente... quebra inserida.

Quebra
de Página

Numeração de Páginas

Disponível na guia Inserir permite que um núme-


2. (VUNESP – 2020) Na tela de impressão do MS-Word ro seja apresentado na página, informando a sua
2010, em suas configurações originais, o item de con- numeração em relação ao documento.
figuração “Orientação Retrato” indica que: Combinado com o uso das seções, a numeração de
página pode ser diferente em formatação a cada seção
a) o documento será impresso com qualidade fotográfica.
b) o documento será impresso na horizontal. do documento, como no caso de um TCC.
c) o documento será impresso na vertical.
d) apenas as imagens do documento serão impressas.
e) apenas páginas com imagens serão impressas.

Ao imprimir em orientação Retrato, o documento


será impresso na vertical. Ao imprimir em orienta-
ção Paisagem, o documento será impresso na hori-
zontal. Resposta: Letra C.

CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE


PÁGINAS

As quebras são divisões. E podem ser do tipo Pági-


na ou de Seção.
Podem ser automáticas, como quando formata- Conforme observado na imagem acima, o núme-
mos um texto em colunas. Mas também podem ser
ro de página poderá ser inserido no Início da Página
manuais, como Ctrl+Enter para quebra de página,
Shift+Enter para quebra de linha, Ctrl+Shift+Enter (cabeçalho), ou no Fim da página (rodapé), ou nas
340 para quebra de coluna, e outras. margens da página, e na posição atual do cursor.
outro local do documento. Assim, ao criar uma refe-
EXERCÍCIOS COMENTADOS rência cruzada, o usuário poderá ir para o local dese-
jado pelo autor e a seguir retornar ao ponto em que
1. (VUNESP – 2020) O MS-Word 2010, possui diversas
estava antes.
formas de quebras de páginas, incluindo quebras de
seções e colunas. Assinale a alternativa que apresen-
ta o ícone relacionado às quebras descritas no enun-
ciado, cujo nome é Coluna.
Inserir
Legenda

a)
Legenda

b) Legenda
Figura 1
Opção
Rótulo: Figura
c)
Posição: Abaixo do item selecionado

Excluir rótulo da legenda

Novo rótulo Excluir Rótulo Numeração...


d)
Auto Legenda... OK Cancelar

e)

As quebras são divisões no documento. A letra A é


para Quebra de Seção do tipo Próxima Página, a letra
EXERCÍCIOS COMENTADOS
B para Quebra de Seção do tipo Contínua. A letra D é
1. (VUNESP – 2019) “Citações e bibliografia” e “Legen-
para quebra de seção do tipo Página Par, e a letra E é
para Quebra de Página. Resposta: Letra C. das” são grupos com recursos do MS-Word 2010, em
sua configuração padrão, localizados na guia
2. (VUNESP – 2020) Em um documento em branco no
Microsoft Word 2010, em sua configuração padrão, a) Correspondências.
um usuário redigiu um texto com 3 frases, mas em b) Referências.
apenas 1 parágrafo que não ocupa a página inteira. c) Inserir.
Na sequência, decidiu melhorar a formatação e posi- d) Página Inicial.
cionou o cursor do mouse no final da primeira frase e) Revisão.
e pressionou CTRL+ENTER. Em seguida, posicionou o
cursor do mouse no final da segunda frase e pressio-
A guia Referências contém as opções relaciona-
nou CTRL+ENTER.
das com índices, como “Citações e bibliografia” e
Diante desse procedimento, é correto afirmar que:
“Legendas”. Estas opções são usadas para identi-
a) o documento ficou com 3 parágrafos em 1 página. ficação de imagens, tabelas, ilustrações, e demais
b) o documento ficou com 3 colunas. objetos gráficos. Resposta: Letra B.
c) foi criada uma tabela com 3 linhas, e as frases foram
inseridas, sequencialmente, em cada uma das linhas.
d) o documento ficou com 3 páginas.
e) o documento ficou com 1 parágrafo em 3 linhas.

O documento ficou com 3 páginas. Na primeira CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


página, a primeira frase. Ctrl+Enter inseriu uma
quebra de página e a segunda frase ficou na segunda
página. Ctrl+Enter inseriu outra quebra de página, 2. (VUNESP – 2020) Após adicionar uma imagem (por
e a terceira frase ficou na terceira página. Resposta: meio do ícone Imagem da guia Inserir) em um docu-
Letra D. mento do MS-Word, em sua configuração padrão, um
usuário clicou com o botão direito sobre a imagem e
LEGENDAS escolheu a opção Inserir Legenda.
Assinale a alternativa que apresenta o rótulo pré-se-
Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo
de um objeto para descrevê-lo. Podem ser usadas em lecionado nas opções na janela que se abre após a
Figuras (que inclui Ilustrações) ou Tabelas. escolha descrita no enunciado.
Disponível na guia Referências (índices), as legen-
das podem ser inseridas na configuração padrão ou a) Figura.
personalizadas. Depois, podemos criar um índice b) Equação.
específico para elas, que será o Índice de Ilustrações.
No final do grupo Legendas, da guia Referências, c) Tabela.
no Word 2010, encontramos o ícone “Referência Cru- d) Foto.
zada”. Em alguns textos, é preciso citar o conteúdo de e) Imagem. 341
As legendas são textos adicionados nas imagens, A guia Referências contém as opções relacionadas
tabelas e outros elementos do documento que pode- com índices, como o Sumário (índice principal do
rão ser usadas para a criação de índices. documento), notas de rodapé, notas de fim, referên-
Ao inserir uma legenda para uma imagem do docu- cias bibliográficas, entre outras. Resposta: Letra D.
mento, o texto padrão que será adicionado é “Figu-
ra”, seguido do número sequencial dela em relação INSERÇÃO DE OBJETOS
às demais existentes no documento.
Para adicionar uma legenda, deverá acionar o íco- Disponíveis na guia Inserir, os objetos que pode-
ne “Inserir legenda”, do grupo Legendas, na guia riam ser inseridos no documento estão organizados
Referências.
em categorias:
A guia Referências contém as opções para manipu-
Páginas – objetos em forma de página, como a
lação de índices no documento. Resposta: Letra A.
capa (Folha de Rosto), uma Página em Branco ou uma
ÍNDICES Quebra de Página (divisão forçada, quebra de página
manual, atalho Ctrl+Enter).
Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia
Referências. z Tabelas: conforme comentado anteriormente, or-
Os índices podem ser construídos a partir dos Esti- ganizam os textos em células, linhas e colunas.
los usados na formatação do texto, ou posteriormente z Ilustrações: Imagem (arquivos do computador),
através da adição de itens manualmente. ClipArt (imagens simples do Office), Formas (geo-
Sumário – principal índice do documento. métricas), SmartArt (diagramas), Gráfico e Instan-
Notas de Rodapé – inseridas no final de cada pági- tâneo (cópia de tela ou parte da janela).
na, não formam um índice, mas ajudam na identifica-
ção de citações e expressões.
Notas de Fim – inseridas no final do documento,
semelhante a Notas de Rodapé.
Citações e Bibliografia – permite a criação de índices
com as citações encontradas no texto, além das Refe-
rências Bibliográficas segundo os estilos padronizados.
Legendas – inseridas após os objetos gráficos (ilus- Na sequência dos objetos para serem inseridos em
trações e tabelas), podem ser usadas para criação de um documento, encontramos:
um Índice de Ilustrações.
Índice – para marcação manual das entradas do índice. z Links: indicador para acessar a Internet via nave-
Índice de Autoridades – formato próprio de cita- gador, ou acionar o programa de e-mail, ou criação
ção, disponível na guia Referências. de referência cruzada.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utili-
zados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim
Cabeçalho e Rodapé
por diante. Se não forem usados, posteriormente o
usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal
(Sumário), Marcar Entrada (para inserir um índice) e z Texto: elementos gráficos como Caixa de Texto, Par-
até remover depois de inserido. tes Rápidas (com organizador de elementos do docu-
Os índices suportam Referências Cruzadas, que mento), WordArt (que são palavras com efeitos),
permitem o usuário navegar entre os links do docu- Letra Capitular (a primeira letra de um parágrafo
mento de forma semelhante ao documento na web. Ao com destaque), Linha de Assinatura (que não é uma
clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. assinatura digital válida, dependendo de compra via
Ao clicar no local, retorna para o local de origem. Office Marketplace), Data e Hora, ou qualquer outro
Objeto, desde que instalado no computador.
Dica z Símbolos: inserção de Equações ou Símbolos espe-
ciais.
A guia Referências é uma das opções mais
questionadas em concursos públicos por dois
motivos: envolvem conceitos de formatação do
documento exclusivos do Microsoft Word e é EXERCÍCIO COMENTADO
utilizado pelos estudantes na formatação de um
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). 1. (VUNESP – 2014) No MS-Word 2010, pode-se inserir,
no documento em edição, símbolos que não constam
do teclado, como caracteres em língua estrangeira e
EXERCÍCIO COMENTADO marcas de parágrafo. Isso pode ser efetuado median-
te o seguinte botão da guia Inserir:
1. (VUNESP – 2020) Um recurso muito útil do MS-Word
2010, em sua configuração padrão, é o de Gerenciar a)
Fontes Bibliográficas, que facilita bastante a edição de
textos com muitas citações bibliográficas. b)
Assinale a alternativa que apresenta a guia em que se
localiza o recurso Gerenciar Fontes Bibliográficas.
c)
a) Página Inicial.
b) Inserir. d)
c) Revisão.
d) Referências.
e)
342 e) Correspondências.
Os símbolos poderão ser inseridos pelo ícone Símbolo, disponível na guia Inserir. A letra B é WordArt, um efeito de
texto. A letra C é Hiperlink, para criação de uma ligação com outro local ou documento. A letra D é Caixa de Texto,
um elemento gráfico com texto em seu interior. A letra E é Formas, para formas geométricas. Resposta: Letra A.

CAMPOS PREDEFINIDOS

Para essa seção, temos destaque para Linha de Assinatura e Data e Hora.
Estes campos são objetos disponíveis na guia Inserir que são predefinidos. Após a configuração inicial, são
inseridos no documento.
Além da configuração da Linha de Assinatura, existem outras opções, como ‘Data e Hora’, ‘Objeto’ e dentro do
item Partes Rápidas, no grupo Texto, da guia Inserir, a opção Campo.
Entre as categorias disponíveis, encontramos campos para: automação de documento, data e hora, equações
e fórmulas, índices, informação sobre o documento, informações sobre o usuário, mala direta, numeração e vín-
culos e referências.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa que apresenta um recurso do MS-Word 2010, em sua configuração padrão,
que permite inserir a data atual dinamicamente no cabeçalho ou rodapé de um documento.

a) AutoTexto.
b) Data e Hora.
c) Timestamp.
d) Data Atual.
e) Clip-Art.

No editor de textos Microsoft Word, o documento possui elementos configuráveis como o cabeçalho e rodapé, que
poderão ser elementos gráficos adicionados em todas as páginas do arquivo ou em uma seção específica.
A seção é uma divisão de formatação, logo, é possível ter cabeçalho e rodapé diferente ao longo das páginas do
documento, primeira página diferente etc.
Para inserir a Data e Hora, de modo que seja atualizada dinamicamente a cada abertura ou impressão do docu-
mento, o usuário deve acessar a guia Inserir, grupo Texto, ícone Data e Hora.
AutoTexto são elementos visuais para o documento, pré-formatados.
Clipart são imagens prontas e nas novas versões se chama Imagens Online. Resposta: Letra B.

CAIXAS DE TEXTO

Esta ferramenta possibilita a inserção de caixas de textos pré-formatadas, ou desenhar no documento, acei-
tando configurações de direção de texto (semelhante a uma tabela) e também configurações de bordas e sombrea-
mento, semelhante a uma Forma.
Qualquer forma geométrica composta poderá ser caixa de texto.
Uma nova guia de opções será apresentada após a última, denominada Ferramentas de Caixa de Texto, permi-
tindo Formatar os elementos de Texto e do conteúdo da Caixa de Texto.
Nas opções disponibilizadas, será possível controlar o texto (direção do texto), definir estilos de caixa de texto
(preenchimento da forma, contorno da forma, alterar forma, estilos pré-definidos), efeitos de sombra e efeitos 3D.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2018) No MS-Word 2010, em sua configuração padrão, a partir da aba ________, no grupo _________ , o
ícone que permite adicionar uma Caixa de Texto, em um documento que está sendo editado é ________ .
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto.

a) Exibição...Texto...

b) Exibição...Formas...

c) Inserir...Texto...
343
d) Inserir...Texto... MICROSOFT EXCEL 2010

e) Página Inicial...Parágrafo... INTRODUÇÃO

As Planilhas de cálculos são amplamente utilizadas


No MS-Word 2010, em sua configuração padrão, a nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde
partir da aba Inserir, no grupo Texto, o ícone que
a criação de uma agenda de compromissos, passan-
permite adicionar uma Caixa de Texto, em um docu-
do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de
mento que está sendo editado é Caixa de texto. Res-
posta: Letra D. pagamento, ao controle de estoque de produtos e base
de clientes. Diversas funções internas oferecem os
Atalhos de Teclado – Word 2010 recursos necessários para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de
ATALHO AÇÃO ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para
Abrir – carrega um arquivo da memória per-
Ctrl+A XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
manente para a memória RAM
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o
Salvar – grava o documento com o nome
Ctrl+B atual, substituindo o anterior. Caso não tenha Office 2007, e permanece até hoje.
nome, será mostrado Salvar como
Copiar – o selecionado será copiado para a
Ctrl+C
Área de Transferência Importante!
Ctrl+D Formatar Fonte As planilhas de cálculos não são banco de dados.
Centralizar – alinhamento de texto entre as Muitos usuários armazenam informações (dados)
Ctrl+E
margens em uma planilha de cálculos como
Alinhar à direita – alinhamento de texto na se fosse um banco de dados, porém o Microsoft
Ctrl+G
margem direita Access é o software do pacote Microsoft Office
Ctrl+I Estilo Itálico desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados
Justificar – alinhamento do texto em ambas
tem informações armazenadas em registros, sepa-
Ctrl+J rados em tabelas, conectados por relacionamen-
margens esquerda e direita
Localizar – procurar uma ocorrência no
tos, para a realização de consultas.
Ctrl+L
documento
Ctrl+M Estilo normal MS-EXCEL 2010
Ctrl+N Estilo Negrito
Ctrl+O Novo documento Começaremos agora a analisar ferramentas bási-
Alinhar à esquerda – alinhamento de texto na
cas disponíveis no programa Microsoft Excel 2010.
Ctrl+Q
margem esquerda
Guias – Excel 2010
Ctrl+R Refazer
Ctrl+S Estilo Sublinhado simples
LEMBRETE
Ctrl+Shift+ BOTÃO/GUIA
Aumentar o tamanho da fonte (VÁLIDO PARA EXCEL 2010/2013)
>
Comandos para o documento atual: Sal-
Pincel de Formatação - para copiar a forma- Arquivo
Ctrl+Shif- var, salvar como, imprimir, salvar e enviar.
tação de um local e aplicá-la a outro, seja no
t+C
mesmo documento ou outro aberto. Tarefas iniciais: O início do trabalho,
Ctrl+T Selecionar tudo – seleciona todos os itens acesso à Área de Transferência (Colar
Página Inicial
Especial), formatação de fontes, célu-
Substituir – procurar uma ocorrência e trocar las, estilos etc.
Ctrl+U
por outra
Tarefas secundárias: Adicionar um
Colar – o conteúdo da Área de Transferência objeto que ainda não existe. Tabela,
Ctrl+V
é inserido no local do cursor Inserir
Ilustrações, Instantâneos, Gráficos, Mi-
Recortar – o selecionado será movido para a nigráficos, Símbolos etc.
Ctrl+X
Área de Transferência
Configuração da página: Formata-
Ctrl+Z Desfazer Layout da
ção global da planilha, formatação da
Página
F1 Ajuda página.
F5 Ir para (navegador de páginas, seção etc) Funções: Permite acesso a biblioteca
de funções, gerenciamento de nomes,
Verificar ortografia e gramática – procurar Fórmulas
F7 auditoria de fórmulas e controle dos
por erros ou excesso de digitação no texto.
cálculos.
F12 Salvar como
Informações na planilha: Possibilitam
Shift+F1 Revelar formatação Dados obter dados externos, classificar e filtrar,
344 Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas além de outras ferramentas de dados.
LEMBRETE Por exemplo, se uma célula mostra o valor 5, pode-
BOTÃO/GUIA rá ser o número 5 ou uma função/fórmula que calcu-
(VÁLIDO PARA EXCEL 2010/2013)
lou e resultou em 5 (como =10/2).
Correção do documento: Ele está fi-
cando pronto... Ortografia e gramática,
Revisão
idioma, controle de alterações, comen-
tários, proteger etc.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
Visualização: Podemos ver o resultado
Exibição
de nosso trabalho. Será que ficou bom? 1. (VUNESP – 2019) Um professor solicita auxílio a um
escriturário para abrir, por meio do MS-Excel 2010,
Atalhos de teclado – Excel 2010 em sua configuração padrão, uma planilha contendo
horários de aula de todas as turmas do semestre. Para
Os atalhos de formatação (Ctrl+N para negrito, Ctr- procurar um texto contido na planilha, por exemplo o
l+I para itálico, entre outros) são os mesmos do Word nome do professor, o escriturário pode utilizar o atalho
2010. por teclado

a) Ctrl + B
ATALHO AÇÃO b) Ctrl + F
Ctrl+1 Formatar células c) Ctrl + L
d) Ctrl + A
Alterna entre guias da planilha, da direi- e) Ctrl + C
CTRL+PgDn
ta para a esquerda.
Alterna entre guias da planilha, da es- No Microsoft Office, os atalhos são em português.
CTRL+PgUp
querda para a direita. Ctrl+L é para localizar uma ocorrência de texto no
documento, planilha ou apresentação.
Repetir o conteúdo da célula que está à
Ctrl+R Ctrl+B é para salvar o documento. Ctrl+A é para
esquerda
abrir um documento ou planilha. Ctrl+C é para
Ir para, o mesmo que F5, tanto no Word copiar. Resposta: Letra C.
Ctrl+G
como Excel
Mostrar fórmulas (guia Fórmulas, grupo 2. (VUNESP – 2019) No MS-Excel 2010, em sua configu-
Ctrl+J ração padrão, o recurso “Colar Especial” permite, entre
Auditoria)
outras funcionalidades, colar os Valores ou as Fór-
F2 Edita o conteúdo da célula atual mulas. Ao copiar uma célula que tem como conteúdo
F4 Refazer uma fórmula e utilizar o recurso “Colar”, por padrão,
será feita uma cópia
F9 Calcular planilha manualmente
a) da fórmula com formatação.
ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS b) da fórmula sem formatação.
c) do valor com formatação.
d) do valor sem formatação.
e) da formatação, apenas.

O atalho para Colar Especial é Ctrl+Alt+V. Ao colar,


segundo a definição padrão, o conteúdo será colado
com a fórmula formatada. Resposta: Letra A.

colar especial
colar
Tudo Todos usando tema da origem
Fórmulas Tudo, exceto bordas
Valores Larguras da coluna
Formatos Fórmulas e formatos de número
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Comentários Valores e formatos de número
Espaço de Trabalho – um conceito muito interes- Validação Todos os formatos condicionados de mesclagem
sante do Excel 2010, que já existia antes, e no Office Operação
Nenhuma Multiplicação
2013 foi estendido para os outros aplicativos, é o espa- Adição Divisão
ço de trabalho. Assim, quando temos vários arquivos Subtração
abertos, podemos salvar o espaço de trabalho. Em Ignorar em branco Transpor
outro momento, quando abrirmos o arquivo do espa-
colar vínculo Ok Cancelar
ço de trabalho, todas as planilhas que estavam abertas
serão reabertas, posicionando o cursor na célula em
que deixamos antes. CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS, COLUNAS,
A planilha em Excel, ou folha de dados, poderá ser PASTAS E GRÁFICOS
impressa em sua totalidade, ou apenas áreas defini-
das pelo Área de Impressão, ou a seleção de uma área z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encon-
de dados, ou uma seleção de planilhas do arquivo, ou tro entre uma linha e uma coluna. A seleção indivi-
toda a pasta de trabalho. dual é com a tecla CTRL e a seleção de áreas é com
Ao contrário do Microsoft Word, o Excel trabalha a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional).
com duas informações em cada célula: dados reais e z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomea-
dados formatados. das com uma letra. 345
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números.

Barra de Acesso Rápido Coluna

Barra de Fórmulas
Faixa
de Opções

Célula

Linha

z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão atual são 65546 colunas (nomeadas de A
até XFD) e 1048576 linhas (numeradas).
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3).
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado. Mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências).
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.

Mesclar e Centralizar

Mesclar e Centralizar

Mesclar através

Mesclar Células
G H
Desfazer Mesclagem de Células

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:

z Mesclar e Centralizar – Une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célu-
la. Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas.
z Mesclar através – Mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior.
z Mesclar células – Mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar.
z Desfazer Mesclagem de Células – desfaz o procedimento realizado para a união de células.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2020) Considere a funcionalidade do MS-Excel 2010 representada pelo símbolo a seguir.


Assinale a alternativa que apresenta o nome da função representada pelo símbolo.

a) Média.
b) Soma.
c) Contar Números.
d) Máx.
346 e) Mín.
O ícone AutoSoma insere a função SOMA no local, Dica
para somar os valores numéricos adjacentes. Res-
posta: Letra B. As informações existentes nas células poderão
ser exibidas com formatos diferentes. Uma data,
ELABORAÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS por exemplo, na verdade é um número formata-
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha do como data. Por isso conseguimos calcular a
de dados, é o conjunto de valores armazenados nas diferença entre datas.
células. Estes dados poderão ser organizados (classi-
ficação), separados (filtro), manipulados (fórmulas Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre
e funções), além de apresentar em forma de gráfico si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de
(uma imagem que representa os valores informados). Moeda, o alinhamento da célula é respeitado e o sím-
Para a elaboração, poderemos: bolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o
z D igitar o conteúdo diretamente na célula. Basta alinhamento é ‘justificado’ e o símbolo de R$ fica posi-
iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido cionado na esquerda, alinhando os valores pela vírgula
na célula. decimal.
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponí-
vel na área superior do aplicativo, a linha de fór- Moeda
mulas é o conteúdo da célula. Se a célula possui um R$4,00
valor constante, além de mostrar na célula, este
aparecerá na barra de fórmulas. Se a célula possui
um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mos-
trada na barra de fórmulas.
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado
através da Alça de Preenchimento ou pelas opções
automáticas do Excel.
z Os dados inseridos nas células poderão ser forma-
tados, ou seja, continuam com o valor original (na
linha de fórmulas) mas são apresentados com uma
formatação específica. Contábil
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho R$4,00
de teclado Ctrl+1 (Formatar Células).
z Também na caixa de diálogo Formatar Células,
encontraremos o item Personalizado, para criação O ícone % é para mostrar um valor com o formato de
de máscaras de entrada de valores na célula. porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)
Formatos de números, disponível na guia Página
Inicial
FORMATO PORCENTAGEM
VALOR
Geral PORCENTAGEM E 2 CASAS
123 Sem formato especifico
1 100% 100,00%
Número
12 4,00 0,5 50% 50,00%

Moeda 2 200% 200,00%


R$4,00 100 10000% 10000,00%

Contábil 0,004 0% 0,40%


R$4,00
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Data Abreviada O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o
04/01/1900 valor da célula com um separador de milhar. Este
comando alterará o formato da célula para Contábil
Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900 sem um símbolo de moeda.

Hora SEPARADOR
00:00:00 FORMATO
VALOR DE MILHARES
CONTÁBIL
000
Porcentagem
400,00% 1500 R$1.500,00 1.500,00

1 Fração 16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00


2 4
1 R$1,00 1,00
Científico
102 4,00E+00 400 R$400,00 400,00
Texto
ab 4
27568 R$27.568,00 27.568,00
347
ß,0 ,0 0
Os ícones ,0 0 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas deci-
mais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
cima ou para baixo, de ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED,
para arredondar.

Simbologia específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS


Símbolo Significado Exemplo Comentários
+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2
- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20
* (asterisco) Multiplicação =5*4 Multiplica 5 (multiplicando) por 4 (multiplicador)
/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5
% (percentual) Percentual = 20% Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por 100
Exponenciação =3^2 Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9
^ (circunflexo)
Cálculo de raízes =8^(1/3) Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica de 8

Ordem das operações matemáticas

z ( ) → parênteses
z ^ → exponenciação (potência, um número elevado a outro número)
z * ou / → multiplicação (função MULT) ou divisão
z + ou - → adição (função SOMA) ou subtração

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?

z Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos)


z Identificar a simbologia básica do Excel (informática)
z Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática)
z Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico)

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES


Símbolo Significado Exemplo Comentários
> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 ) Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre 15, senão mostre 17
< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 ) Se o valor de A1 for menor que 3, então mostre 20, senão mostre 40.
>= (maior ou igual) Maior ou igual a = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 ) Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então mostre 5, senão mostre 1.
<= (menor ou igual) Menor ou igual a = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 ) Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então mostre 11, senão mostre 23.
<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 ) Se o valor de A1 for diferente de 1, então mostre 100, senão mostre 8.
= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 ) Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10, senão mostre 50.

Princípios dos operadores relacionais

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo.
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio.
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=

OPERADORES DE REFERÊNCIA
Símbolo Significado Exemplo Comentários
=$A1 Trava a célula na coluna A
$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1
=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará
! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3 Obtém o valor de A3 que está na planilha Planilha2.
Informa o nome de outro arquivo do Excel, onde deverá bus-
[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2
car o valor.
348
OPERADORES DE REFERÊNCIA
=’C:\FernandoNishimura\
Informa o caminho de outro arquivo do Excel, onde deverá
‘ (apóstrofe) Caminho [pasta2.xlsx]
encontrar o arquivo para buscar o valor.
Planilha1’!$A$2
; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25.
: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4) Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4, B1, B2, B3, B4.
Executa uma operação sobre as células em comum nos
Espaço Intersecção =SOMA(F4:H8 H6:K10)
intervalos.

Princípios dos operadores de referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2

Importante!
O símbolo de cifrão é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.

Observe a questão abaixo como exemplo de referências mistas.

Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas células H3
até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua configura-
ção original, exibida na figura.

a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00

A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.


O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver acom-
panhando, não mudará.
Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1
E se temos dois símbolos de cifrão, temos uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2

Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
349
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6 - G$2

Resposta: Letra B.

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

= 15 + 3 Faz a soma de 15 e 3.
Início de fórmula, função
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 ) Compara o valor de A1 com 5, e caso seja ver-
ou comparação.
=SE ( A1 = 5 ; 10 ;11 ) dadeiro, mostra 10, caso seja falso, mostra 11.

Identifica uma função ou = HOJE ( ) Retorna a data atual do computador.


( )parênteses os valores de uma opera- = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1.
ção prioritária. = (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2.

A função SE tem 3 partes, e estas estão sepa-


; (ponto e vírgula) Separador de argumentos. =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
radas por ponto e vírgula.

=SOMA(F4:H8 Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção.
H6:K10) comum nos intervalos.

As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substi-
tuirá pelo sinal de igual.

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Fernando.


“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”
Se usado em testes, é “igual a”.

Exibe os zeros não significativos, 0001 como texto


‘(apóstrofe) Número como texto. ‘0001
(ex.: placa de carro).

= “Fernando ”&” Exibe “Fernando Nishimura” (sem as aspas), o resul-


& (“E” comercial) Concatenar.
Nishimura” tado da junção dos textos individuais.

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7).

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3).

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3).

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4).

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3).

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144).


350
Erros USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, Funções Básicas


especialmente no início dos estudos, é comum apa-
recerem mensagens de erros nas células, decorren- z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas
te da falta de argumentos nas fórmulas, referências células selecionadas. No Microsoft Excel, a fun-
incorretas, erros de digitação, entre outros. Vamos ção SOMA efetua a adição dos valores numéricos
ver algumas das mensagens de erro mais comuns que informados em seus argumentos. Se existirem
ocorrem nas planilhas de cálculos. células com textos, elas serão ignoradas. Células
vazias não são somadas.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Ras-
trear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis-
de Fórmulas. Com este recurso, Com este recurso, o
tentes nas células A1, A2 e A3.
usuário poderá ver setas na planilha indicando a rela-
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
ção entre as células, e identificar a origem das mensa- tentes nas células A1 até A5
gens de erros. =SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
A seguir, os erros mais comuns que podem ocor- célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
rer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel: =SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis-
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,
z #DIV/0! – indica que a fórmula está tentando divi- operando apenas áreas quadrangulares.
dir um valor por 0. =SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1
z #NOME? – indica que a fórmula possui um texto com B1 e C1 até C3.
que o Excel 2007 não reconhece. =SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com
z #NULO! – a fórmula contém uma interseção de 3 e o valor A1 duas vezes.
duas áreas que não se interceptam.
z #NUM! – a fórmula apresenta um valor numérico z SOMASE(valores;condição): realiza a operação
inválido. de soma nas células selecionadas, se uma condi-
z #REF! – indica que na fórmula existe a referência ção for atendida. A sintaxe é =SOMASE(onde;qual
para uma célula que não existe. o critério para que seja somado)
z #VALOR! – indica que a fórmula possui um tipo
errado de argumento. =SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo-
z ##### – indica que o tamanho da coluna não é sufi- res de A1 até A5 que sejam maiores que 15
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
ciente para exibir seu valor.
res de A1 até A10 que forem iguais a 10.

z MÉDIA(valores): realiza a operação de média


EXERCÍCIO COMENTADO nas células selecionadas e exibe o valor médio
encontrado.
1. (VUNESP – 2019) Tem-se a seguinte planilha, criada
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples
no Microsoft Excel 2010, em sua configuração padrão.
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo-
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma
A B C célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células
1 Mês Qtde vazias não entram no cálculo da média.
2 Junho 2
z MED(valores): informa a mediana de uma série
3 Julho 6 de valores.
4 Agosto 8 Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência
5 Setembro 9 de valores com quantidade ímpar, eles serão ordena-
6 Outubro 7 dos e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
7 para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a
mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quan-
Assinale a alternativa com o resultado da fórmula tidade par, a mediana será a média dos valores
=SOMA(B2;B6) a ser inserida na célula B7. que estão no meio. Por exemplo, para os valores
(2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no
meio temos 4 e 8. A média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
a) 9
b) 32 z MÁXIMO(valores): exibe o maior valor das célu-
c) #ERRO las selecionadas.
d) 7
e) 2 =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
Na simbologia de planilhas, ponto e vírgula signifi- nas um será mostrado.
ca E. A função SOMA somará os valores numéricos
existentes nas células informadas. z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de
Serão somadas as células B2 e B6. uma série, segundo o argumento apresentado.
2+7=9 Resposta: Letra A. Valores iguais ocupam posições diferentes. 351
=MAIOR(A1:D6;3): Exibe o 3º maior valor nas célu- z CONT.SES - quantidade de células que atendem a
las A1 até D6. várias condições simultaneamente.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas
z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu-
as células em um intervalo, exceto as células vazias.
las selecionadas.
=CONT.VALORES(A1:A10): Informa o resultado da
=MINIMO(A1:D6):Exibe qual é o menor valor na
contagem, informando quantas células estão preen-
área de A1 até D6.
chidas com valores, quaisquer valores.
z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um
uma série, segundo o argumento apresentado.
intervalo, exceto células vazias e células com texto.
Valores iguais ocupam posições diferentes.
=CONT.NÚM(A1:A8): Informa quantas células no
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
las A1 até D6.
z CONT.SE(células;condição): Esta função conta quan-
z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e
tas vezes aparece um determinado valor (número ou
retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
outro caso seja falso.
indicar qual é o critério a ser contado)
Esta função é muito solicitada em todas as bancas.
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na
tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
do o valor 5.
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais
serão realizadas as duas operações, somente uma
z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
delas, segundo o resultado do teste.
ção2) : Esta função conta quantas vezes aparece
A função SE usa operadores relacionais (maior,
um determinado valor (número ou texto) em um
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
intervalo de células (o usuário tem que indicar
te) para construção do teste. As aspas são usadas para
qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
textos literais.
as condições especificadas.
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da
célula A1 não é 10”)
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O
gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
valor não é negativo”)
A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
células existem no intervalo de B1 até B10 contendo
não é positivo”)
o valor 7.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
z CONTAR.VAZIO (células) : conta as células vazias
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
de um intervalo.
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
=CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
vazias existem no intervalo A1 até A8.
=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é
negativo”;”Valor é positivo”))
z SOMASE(células para testar;teste;células para
somar): Efetua um teste nas células especificadas,
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
e soma as correspondentes nas células para somar.
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for
Os intervalos de teste e de soma podem ser os
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
mesmos.
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer-
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não
=SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero,
de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada.
=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é
de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
usado somente no início da digitação da célula.
menores que 3.
As funções CONT são usadas para informar a
quantidade de células, que atendem às condições
z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
especificadas.
células2; teste2): Verifica as células que atendem
aos testes e soma as células correspondentes.
z CONT.NÚM - para contar quantas células possuem
Os intervalos de teste e de soma podem ser os
números.
mesmos.
z CONT.VALORES - quantidade de células que estão
preenchidas. z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
calcular a média): Efetua um teste nas célu-
z CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não
las especificadas, e calcula a média das células
estão preenchidas.
correspondentes.
z CONT.SE - quantidade de células que atendem a Os intervalos de teste e de média podem ser os
352 uma condição específica. mesmos.
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_ z MULT(número;número;número; ... )
índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): A função Multiplica os números informados nos argumentos.
PROCV é utilizada para localizar o valor_procurado
dentro da matriz_tabela, e quando encontrar, retor- FUNÇÕES LÓGICAS
nar à enésima coluna informada em núm_índice_
coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou Retorna VERDADEIRO se
FALSO, é usada para identificar se precisa ser o valor E (Função E) todos os seus argumentos
exato (F) ou pode ser valor aproximado (V). forem VERDADEIROS

Retorna VERDADEIRO se
Por exemplo:
OU (Função OU) um dos argumentos for
VERDADEIRO
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) Inverte o valor lógico do
NÃO (Função NÃO)
argumento
A função PROCV é um membro das funções de pes-
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. Retorna o valor lógico
FALSO (Função FALSO)
Use a função TIRAR ou a função ARRUMAR para FALSO
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
VERDADEIRO (Função Retorna o valor lógico
VERDADEIRO) VERDADEIRO
z Esquerda (texto;quantidade): Extrai de uma
sequência de texto, uma quantidade de caracteres Retornará um valor que você
especificados, a partir do início (esquerda). especifica se uma fórmula
SEERRO (Função
for avaliada para um erro; do
= Esquerda (“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fernando” SEERRO)
contrário, retornará o resul-
tado da fórmula
z DIREITA (texto;quantidade): Extrai de uma sequên-
cia de texto, uma quantidade de caracteres especifi-
cados, a partir do final.
Importante!
=DIREITA (“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”. Foram apresentadas muitas funções neste mate-
rial, não é verdade? Existem milhares de funções
z CONCATENAR(texto1;texto2; ... ): Junta os textos
especificados em uma nova sequência.
no Microsoft Excel e LibreOffice Calc. Por outro
lado, em algumas bancas organizadoras, rara-
=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá- mente aparecem questões com funções, e quan-
rio”) – exibe “Escrevente Técnico Judiciário”. do aparecem, são as básicas e intermediárias.

z INT(valor): Extrai a parte inteira de um número.

=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor


3,14159 exibe 3. EXERCÍCIO COMENTADO
z TRUNCAR(valor;casas decimais): Exibe um número 1. (VUNESP – 2020) A planilha a seguir foi editada no
com a quantidade de casas decimais, sem arredondar. MS-Excel.

=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas


decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.

z ARRED(valor;casas decimais): Exibe um número


com a quantidade de casas decimais, arredondan- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
do para cima ou para baixo.

=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas


decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.
Caso a fórmula: =SOMA(A1:C3) seja inserida na célula
z HOJE() – Exibe a data atual do computador. C5, o resultado produzido nessa célula será igual a:
z AGORA() – Exibe a data e hora atuais do computador.
z DIA(data) – Extrai o número do dia de uma data. a) 3
z MÊS(data) – Extrai o número do mês de uma data.
b) 6
z ANO(data) – Extrai o número do ano de uma data.
c) 16
z DIAS(data1;data2) - Informa a diferença em dias
entre duas datas. d) 21
z DIAS360(data1;data2) – Informa a diferença em e) 45
dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias)
z POTÊNCIA(base;expoente) A função SOMA é para somar os valores numéricos
Eleva um número (base) ao expoente informado. das células. A soma de A1 até C3 (todos os valores) é
45. Na simbologia de planilhas, dois pontos significa
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16 ATÉ. Resposta: Letra E. 353
IMPRESSÃO

A impressão no Excel é semelhante ao Word. Difere ao oferecer o item Área de Impressão, que permite ao
usuário escolher uma área de uma planilha para ser impressa.
Outro item exclusivo que o Excel oferece é a possibilidade de imprimir os títulos das colunas e linhas, fazendo
com que a impressão seja muito parecida com a tela que está sendo visualizada.
Ambos estão na guia Layout da Página.
E na caixa de diálogo de impressão (Ctrl+P) temos o ajuste da impressão (zoom), permitindo ajustar para caber
em uma página, ajustar apenas as linhas, apenas as colunas, e mudar as quebras de páginas arrastando a divisão
na tela.

Arquivo

Área de
impressão
Definir área de impressão
Limpar área de impressão

Arquivo

Imprimir
Títulos

Imprimir Títulos
Especificar linhas e colunas a serem
repetidas em cada página impressa

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2018) No MS-Excel 2016 (em português e em sua configuração padrão), considere a janela Configurar
Página, aba Planilha, item Imprimir. Nessa janela, pode-se selecionar opções para a impressão de um documento.
Duas dessas opções disponíveis nessa janela são:

a) Linhas verticais somente; Cores básicas


b) Título de linha e coluna; Colorido
c) Qualidade de rascunho; Cores básicas
d) Linhas horizontais somente; Linhas de grade
e) Linhas de grade; Preto e branco

O Microsoft Excel é o editor de pastas de trabalho, que contém planilhas de cálculos.


Nas planilhas de cálculos o usuário poderá adicionar conteúdo nas células, e fórmulas ou funções para obtenção
de resultados.
A impressão de uma planilha contém opções de configurações diferentes de outros programas do pacote Micro-
soft Office.
Confira a descrição dos itens desta caixa de diálogo.
Área de impressão – com o mouse selecione o bloco de células que será impresso, ignorando as demais. A digita-
ção é possível, informando referências absolutas (com símbolo de cifrão)
Imprimir títulos
Linhas a repetir na parte superior – selecione com o mouse as linhas que serão repetidas em todas as páginas
impressas. A digitação é possível, informando referências absolutas (com símbolo de cifrão)
Colunas a repetir à esquerda – selecione com o mouse as colunas que serão repetidas em todas as páginas impres-
sas. A digitação é possível, informando referências absolutas (com símbolo de cifrão)
Imprimir
Linhas de grade – a grade que é exibida na edição em tela da planilha, também será impressa.
Preto e branco – impressão monocromática
Qualidade de rascunho – impressão rápida e com economia de tinta/toner
Títulos de linha e coluna – quando ativado, as letras das colunas e os números das linhas também são impressas
Comentários – poderão ser impressos no final da planilha ou no local onde foram inseridos
Erros de células como – exibido, <em branco>, --, #N/D (selecione um dos itens)
Ordem da página = sequência de impressão
354 Abaixo e acima, ou Acima e abaixo. Resposta: Letra E.
INSERÇÃO DE OBJETOS

A inserção de objetos contém os mesmos itens do Microsoft Word, mas o destaque são os Gráficos.

Arquivo

Tabela
dinâmica

Inserir Tabela dinâmica

Clique aqui para resumir os dados


usando uma tabela dinâmica ou para
inserir um gráfico dinâmico.
As tabelas dinâmicas tornam mais
fácil organizar e resumir dados
complicados, bem como analisar
detalhes

A tabela e o gráfico dinâmico possibilitam resumir os dados rapidamente, a partir de critérios padronizados no Excel.

Os gráficos são representações visuais de dados da planilha. De acordo com a opção escolhida, teremos uma
forma de apresentação. Alguns gráficos são indicados para situações específicas. Outros gráficos são generalistas.

Gráficos

Além da produção de planilhas de cálculos, o Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos com os
dados existentes nas células.
Gráficos são a representação visual de dados numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.
Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâmicas, são construídos com dados existentes em uma ou
várias pastas de trabalho, associando e agrupando informações para a produção de relatórios completos.

z Os gráficos de Colunas representam valores em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas: Agrupada,
Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

z Os gráficos de Linhas representam valores com linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de Linhas:
Linha, Linha Empilhada, 100% Empilhada, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, 100% Empilhada
com Marcadores, e 3D.

355
z Os gráficos de Pizza representam valores propor-
cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza, e Rosca.

z Os gráficos de Barras representam dados de forma


semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon-
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas,
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
Empilhadas, e 3D 100% Empilhadas. de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

z Os gráficos de Área representam dados de forma seme-


lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área:
Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D, z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a
Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada. evolução de itens. São exemplos de gráficos de
Radar: Radar, Radar com Marcadores, e Radar
Preenchido.

z Os gráficos de Dispersão representam duas séries


de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D. z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-
trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


z O gráfico do tipo Mapa, exibe a informação de gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa ro da série de dados.
Coroplético.

z Os gráficos do tipo Histograma são usados para


séries de valores com evolução, como idades da
z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-
população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-
jam organizados em preço na alta, preço na baixa
e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações grama: Histograma e Pareto.
serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
356 to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.
z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção de valores.

z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.

z O gráfico do tipo Funil alinha os valores em ordem decrescente.

z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados.
São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no Ei-
xo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação Perso-
nalizada.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2018) Um usuário do MS-Excel 2010, em sua configuração padrão, deseja colocar em uma planilha um dos
gráficos exibidos na imagem a seguir.

Linhas Área

Pizza Dispersão

Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, o nome da Guia e do Grupo onde se podem escolher
os gráficos exibidos na imagem. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

a) Página Inicial – Inserir.


b) Página Inicial – Gráficos
c) Inserir – Gráficos.
d) Gráficos – Inserir
e) Gráficos – Exibição.

Na guia Inserir, grupo Gráficos, o usuário poderá selecionar o tipo de gráfico, ou seguir as recomendações suge-
ridas pelo programa. Resposta: Letra C.

CAMPOS PREDEFINIDOS

Semelhante ao Word, o Excel poderá operar com os mesmos campos. Campos são variáveis inseridas na plani-
lha de dados, que serão atualizadas segundo a necessidade.
Data e Hora, Linha de Assinatura, Cabeçalho e Rodapé, entre muitos outros.
Uma das principais diferenças entre o editor de textos e o editor de planilhas é o Cabeçalho e Rodapé. Enquan-
to no editor de textos eles são únicos, no Excel estão divididos em 3 partes. 357
Lado esquerdo do cabeçalho Cabeçalho Lado direito do cabeçalho
Número da Página: 1 Número da Páginas: 3
Quantidade
São José do Campo 173

Lado esquerdo do rodapé Lado direito do rodapé


28/09/2014 - 11:05 Rodapé C:\users\FernandoNishimuta\Documents\Paasta1

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) Considere a janela de configuração de cabeçalho de uma planilha do MS-Excel 2010, na sua confi-
guração original, exibida na figura a seguir.

Para incluir o nome da planilha no cabeçalho, na seção da esquerda, deve-se clicar no ícone

a)

b)

c)

d)

e)

O primeiro ícone é para Formatar Texto. O segundo ícone é para inserção do número da página. O terceiro ícone
é para inserir número de páginas (total). Os dois ícones a seguir são data e hora. A seguir, caminho, nome e nome
da planilha. E nos dois últimos, inserir imagem e formatar imagem. Resposta: Letra D.
CONTROLE DE QUEBRAS E NUMERAÇÃO DE PÁGINAS
O Excel é mais simples em relação ao Word, quando o assunto são as Quebras.

358
E para habilitar esta visualização, basta ativar o item na guia Exibição.

Visualização da Quebra de Página


Exibir uma prévia dos lugares onde
as páginas irão quebrar quando o
documento for impresso.

A numeração de páginas está associada ao Cabeçalho e Rodapé.

Cabeçalho

(nenhum)
Página 1
Página 1de ?
Plan 1
Confidencial; 28/09/2014; Página 1
Pasta 1

OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS

O Excel poderá trabalhar com as informações inseridas pelo usuário na planilha, e com dados provenientes de
outros locais. Disponível na guia Dados, o grupo ‘Obter Dados Externos’, apesar de figurar em alguns editais, nem
sempre é questionado em provas de Noções de Informática, seja de nível médio ou seja de nível superior.

Do Access Importar dados de um banco de dados do Microsoft Access

Da Web Importar dados de uma página Web (Internet)

Importar dados de um arquivo de texto (formato TXT, ou CSV – texto separado por
De Texto
vírgulas/ponto e vírgula)

Importar dados de outras fontes. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

De Outras
Fontes

Conexões Obter dados externos usando uma conexão existente – conectar a uma fonte de dados
Existentes externa, selecionando uma opção de uma lista de fontes usadas com frequência.
359
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) Por meio do MS-Excel, em sua configuração padrão, um usuário pode acessar dados de um banco
de dados institucional como, por exemplo, o MS-SQLServer, permitindo realizar cálculos e visualizações com dados do
banco de dados ao invés de dados da própria planilha.
A guia onde se encontra o recurso para acessar dados externos é

a) Revisão.
b) Transformação.
c) Dados.
d) Fórmulas.
e) Externos.

Banco de dados SQL Server é uma base de dados de um gerenciador de banco de dados, da Microsoft. Resposta: Letra C.

CLASSIFICAÇÃO DE DADOS

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados.


Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), números (dos menores para os maiores ou dos maiores
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ou
mais colunas. Você também poderá classificar por uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por
formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de classificação
é identificada por coluna, mas você também poderá identificar por linhas.
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, a classificação poderá ser de texto, números, datas ou horas,
por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna ou linha, ou
por uma coluna sem afetar as demais.

Arquivo Página Inicial


A
Z
Classificar
e filtrar
A Classificar de A a Z
Z
Z
A
Classificar de Z a A
Classificação Personalizada
Filtro
Limpar
Reaplicar

Arquivo
Limpar
Reaplicar
Classificar Filtro
Avançado
Classificar e filtrar

CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS

A classificação de dados alfanuméricos poderá ser ‘Classificar de A a Z’


Classificar texto em ordem crescente, ou ‘Classificar de Z a A’ em ordem decrescente. É
possível diferenciar letras maiúsculas e minúsculas.

Quando a coluna possui números, podemos ‘Classificar do menor para o maior’


Classificar números
ou ‘Classificar do maior para o menor’

Se houver datas ou horas, podemos ‘Classificar da mais antiga para a mais


Classificar datas ou horas nova’ ou ‘Classificar da mais nova para a mais antiga’, resumindo,
cronologicamente.
Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de células
Classificar por cor de célula, cor de ou uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, poderá classificar
fonte ou ícones por essas cores. Também será possível classificar por um conjunto de ícones
criados ao aplicar uma formatação condicional.
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem defi-
Classificar por uma lista personalizada nida pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais
você deseja classificar, como Alta, Média e Baixa.
Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em Clas-
Classificar linhas
sificar da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK.
Classificar por mais de uma coluna ou
Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para ordenação.
linha
Classificar uma coluna em um interva- Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o item
360 lo de células sem afetar as demais “Continuar com a seleção atual”.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESGRANRIO – 2015) A célula I1 do trecho de planilha Excel 2010 (português), apresentada a seguir, foi preenchida
com a expressão matemática =$G$1+H1

Ao copiar o conteúdo da célula I1 para a célula I3, será gerado, na célula I3, o seguinte valor:

a) 12.
b) 16.
c) 22.
d) 25.
e) 61.

No Excel, o uso de cifrão é para fixar uma posição; mesmo que a fórmula seja copiada, as referências absolutas
que o cifrão estiver travando não mudarão. Portanto, em I1, temos =$G$1+H1. Ao ser copiado para I3, mudamos
para a linha 3 as referências “livres”, chamadas de referência relativa, que não possui cifrão. Em I3 teremos
=$G$1+H3. 7 + 5 = 12. Resposta: Letra A.

MICROSOFT POWERPOINT 2010


INTRODUÇÃO

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. e
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações etc.

EXTENSÃO TIPO DE ARQUIVO CARACTERÍSTICAS


PPT Apresentação editável. Versão 2003 ou anterior.

PPS Apresentação executável. Versão 2003 ou anterior.

POT Modelo de apresentação. Versão 2003 ou anterior.

PPTX Apresentação editável. Versão 2007 ou superior.

Versão 2007 ou superior, que não necessita de programas para ser


PPSX Apresentação executável.
visualizada.

POTX Modelo de apresentação. Recursos para padronização de novas apresentações.


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Modelo de apresentação com Recursos para padronização e automatização de novas
POTM
macros. apresentações.

Formato do LibreOffice Impress, que pode ser editado e salvo


ODP Open Document Presentation.
pelo Microsoft PowerPoint.

Formato de documento portável, sem alguns recursos multimídia


PDF/XPS Portable Document Format.
inseridos na apresentação de slide.

Guias – PowerPoint 2010

BOTÃO/GUIA LEMBRETE...
Arquivo Comandos para a apresentação atual - Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar

Tarefas iniciais - O início do trabalho, acesso à Área de Transferência, formatação de


Página Inicial
slides, fontes, parágrafos, desenho e edição
361
BOTÃO/GUIA LEMBRETE...
Tarefas secundárias - Adicionar um objeto que ainda não existe. Tabelas, Imagens,
Inserir
Ilustrações, Links, Textos, Símbolos e Mídia (Vídeo e/ou Áudio)

Configuração da página - Temas para toda a apresentação, ou apenas slides selecio-


Design
nados, e Plano de Fundo

Animação entre os slides - Permitem visualizar, atribuir e configurar intervalo para a


Transições
mudança de slides

Efeitos de animação para os objetos - Permitem visualizar, atribuir, configurar anima-


Animação
ção avançada e definir seus intervalos

Apresentações de Slides Iniciar apresentação de slides, configurar, definir resolução e escolha de monitores

Correção da apresentação - Ela está ficando pronta... Revisão de Texto, Idioma, Co-
Revisão
mentários, Comparar e Compartilhar

Visualização - Modos de Exibição de Apresentação, Modos de Exibição Mestres, Mos-


Exibição
trar (na janela do PowerPoint), Zoom, Cor/Escala de Cinza, Janela e Macros

Dica
As guias de opções do Microsoft PowerPoint são semelhantes às guias dos demais programas do Microsoft Offi-
ce. As guias Apresentações de Slides, Transições e Animações são as mais questionadas em provas de concursos.

Atalhos de teclado – PowerPoint 2010

Os atalhos de formatação (Ctrl+N para negrito, Ctrl+I para itálico, entre outros) são os mesmos do Word 2010.

ATALHO AÇÃO

Ctrl+M Inserir novo slide

F5 Iniciar apresentação de slides a partir do início (primeiro slide)

Shift+F5 Iniciar apresentação de slides a partir do slide atual

Durante a apresentação, esconde a apresentação, mostrando um


E ou ponto
fundo preto (escuro).

Durante a apresentação, esconde a apresentação, mostrando um


C ou vírgula
fundo branco (claro).

R ou mais ( + ) Para e reinicia uma apresentação automática.

Durante a apresentação, mostra uma caneta para anotações, e o


Ctrl+C (Caneta)
usuário poderá salvar estas anotações na apresentação ao final.

Ctrl+T (Target) Durante a apresentação, alterar o ponteiro para seta.

Ctrl+E (Erase) Durante a apresentação, alterar o ponteiro para borracha.

Durante a apresentação é para Mostrar ou Ocultar as marcações


Ctrl+M (Mostrar)
da caneta

Durante a apresentação, apaga o desenho da tela (manten-


D do o slide intacto, sem as alterações feitas durante o modo de
apresentação)

ESC, Ctrl+Break ou hífen (traço) Sair do modo de Apresentação de Slides e voltar à edição
p, clicar com o botão esquerdo, enter, page down, seta
Executar a próxima animação ou avançar para o próximo slide.
para a direita, seta para baixo ou barra de espaços

a, clicar com o botão direito, page up, seta para a


Executar a animação anterior ou voltar ao slide anterior.
esquerda, seta para cima ou backspace

ATALHO AÇÃO

Clicar com o botão direito Menu de contexto (popup) ou slide anterior (durante a apresentação)

Shift+F9 Mostrar ou ocultar a grade


362
ATALHO AÇÃO
Alt+F9 Mostrar ou ocultar as guias

número + Enter Ir para o slide número.

V Vai para o próximo slide, se oculto

Manter os botões Direito e Esquerdo do


Durante a apresentação, retorna ao primeiro slide
mouse pressionados por dois segundos

Ctrl+H ou Ctrl+U Ocultar/Mostrar seta ao mover o mouse

ESTRUTURA BÁSICA DAS APRESENTAÇÕES

As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da apresentação.


z Slide Mestre: slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual.
z Design: aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a apa-
rência tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada objeto inserido no slide.
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de título
é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um layout
diferente.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação


Seção Conteúdo

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


Legenda Legenda

Figura 2. Layout de slide

z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter “duas
apresentações” dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público; 363
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu
algum efeito de animação entre os slides (guia Tran- uma pequena mudança em relação às versões ante-
sições, grupo Transição para este slide), será disponi- riores, com a inclusão do item Modo de Exibição de
bilizada a opção para configuração do Intervalo; Estrutura de Tópicos:
z Animação: animação dentro do slide, em um obje-
1. Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas
to do slide. Um objeto poderá ter diversas anima-
dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo,
ções simultaneamente, enquanto a transição do o aparecerá no centro (sendo possível sua edição) e
slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída na área inferior da tela aparecerá a área de anota-
ou Trajetórias de Animação. ções. Ajustar à janela encaixa o slide na área.
2. Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para
EXERCÍCIO COMENTADO editar e alternar entre slides no painel de estrutura de
tópicos. Útil para a criação de uma apresentação a par-
1. (VUNESP – 2019) Um usuário deseja preparar uma apre- tir dos tópicos de um documento do Microsoft Word.
sentação no MS-PowerPoint 2010, em sua configuração 3. Classificação dos Slides: no modo de exibição Clas-
padrão, para promover a prevenção de doenças. Depois sificação de Slides, apenas miniaturas dos slides
de preparar a apresentação, um possível nome para o serão mostradas. Estas miniaturas poderão ser orga-
arquivo, com o tipo padrão do MS-PowerPoint 2010, é: nizadas, arrastando-as. As operações de slides estão
a) prevencao.docx disponíveis, como Excluir slide, Ocultar slide etc.
b) prevencao.pptx Mas não é possível editar o conteúdo. Somente após
c) prevencao.xlsx duplo clique será possível a edição do conteúdo.
d) prevencao.doc 4. Anotações: Exibir a página de anotações para edi-
e) prevencao.txt tar as anotações do orador da forma como ficarão
quando forem impressas.
PPTX é um arquivo contendo apresentação de slides 5. Modo de Exibição de Leitura: Exibir a apresenta-
do PowerPoint. DOCX e DOC são documentos de texto ção como uma apresentação de slides que cabe na
do Microsoft Word. XLSX é pasta de arquivo do Micro- janela. A barra de título do PowerPoint continuará
soft Excel. TXT é texto sem formatação do Bloco de sendo exibida.
Notas, um acessório do Windows. Resposta: Letra B.
CONCEITOS DE SLIDES
Conforme observado no item anterior, os slides são as EXERCÍCIO COMENTADO
unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as pági-
1. (VUNESP – 2019) O programa MS-PowerPoint 2010, em
nas de um documento do Microsoft Word, os slides pos-
sua configuração padrão, possui um recurso chamado
suem configurações como margens, orientação, números
Slide Mestre, que armazena informações sobre a forma-
de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés etc.
tação dos slides de uma apresentação, incluindo tela de
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais
fundo, cor, fontes, efeitos, espaços e posicionamento.
de slides: O Slide Mestre pode ser acessado para alterações por
1. Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mos- meio da guia
trado para edição de seu conteúdo;
2. Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides a) Arquivo.
mestres, alterando toda a apresentação de uma vez; b) Design.
3. Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos c) Exibição.
folhetos que serão impressos; d) Inserir.
4. Anotações Mestras: para alterar o design e layout e) Revisão.
das folhas de anotações. O Slide Mestre é um modelo de slide que será usa-
do para definir as configurações de outros slides da
Dica apresentação. Está na guia Exibição, grupo “Modos
O slide mestre é o item mais questionado entre de Exibição Mestres”.
os modos de slides, seguido de Anotações
(modo de apresentação do Narrador).

Resposta: Letra C.

ANOTAÇÕES

Durante uma apresentação de slides em um pro-


jetor, o narrador poderá acessar as suas anotações
enquanto a imagem do slide aparece para o público.
Anotações do orador poderão ser inseridas no slide
enquanto estiver em modo de edição Normal. Estará
disponível na parte inferior da janela de edição.

Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de


364 slides
O modo de exibição Anotações serve para visuali- Dica
zar como serão impressos os slides e as anotações. É
possível editar o conteúdo das anotações no modo de Anotações poderão ser adicionadas nos slides,
exibição Anotações. exibidos em tela somente para o apresentador
Para modificar o layout ou design, é preciso acessar ou impressos. Os elementos de uma anotação
Anotações Mestras (na guia Exibição), e as configura- não aparecem no slide exibido para o público.
ções aplicadas serão válidas para toda a apresentação.

z Modo de Exibição Anotações


EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2020) O MS-PowerPoint, em sua configura-
ção padrão para a Língua Portuguesa, possibilita diver-
sos modos de exibição de apresentações, entre eles:

a) Anotações e Classificação de Slides.


b) Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos e Modo de
Apresentação Compacta.
c) Modo de Exibição de Leitura e Modo de Apresentação
Mestre.
d) Modo Normal e Modo de Segurança.
e) Modo sem Áudio e Modo com Áudio.

São modos de apresentação de slides no Microsoft


Anotações do orador PowerPoint:
Normal – para edição da apresentação.
Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos – para
exibir apenas os títulos dos slides
Classificação de Slides – para exibir miniaturas e
facilitar a organização dos slides
Anotações – slide em cima e espaço para anotações
embaixo
Modo de Exibição de Leitura – para visualizar a
apresentação no formato e-book, com a barra de
títulos
Slide Mestre – modo de exibição que permite modifi-
car o slide mestre, e aplicar as alterações em todos
os slides
Folheto Mestre – modo de modificação de como os
z Anotações Mestras slides serão impressos
Anotações Mestras – modo de exibição do modo de
Cabeçalho 08/02/2021 apresentação do narrador. Resposta: Letra A.

RÉGUA E GUIAS

Clique para editar o título Mestre As réguas são exibidas na parte superior e lateral
• Clique para editar os estilos de texto Mestres no modo de edição. O atalho é Alt+Shift+F9.
• Segundo nível
• Terceiro nível As guias são exibidas no meio do slide (vertical e
• Quarto nível
• Quinto nível horizontalmente). CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Linhas de grade são exibidas ao fundo do slide,
orientando o posicionamento dos elementos.

Clique para editar os estilos de texto Mestres


Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível Réguas Guias
Quinto nível

Linhas de Grade
[Texto] [Texto]

[Texto] [Texto]

[Texto]
Rodapé < nº >
365
Dica
Todos os elementos visuais que compõe a inter-
face do programa, podem ser ativados ou desati-
vados na guia Exibição.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2015) Observe a imagem a seguir, retirada
do MS-PowerPoint 2010, em sua configuração padrão.
As linhas tracejadas foram exibidas ao se clicar em
um recurso da guia Exibição.

As Anotações e folhetos (que são impressos), pos-


suem cabeçalho e rodapé. No cabeçalho poderá ser
mostrada a Data e hora (lado direito) ou um texto
(lado esquerdo). No rodapé poderá ser mostrado o
número da página impressa (no lado direito) ou um
texto (lado esquerdo).
A Data e Hora é uma informação que pode ser adi-
cionada pelo ícone Data e Hora, do grupo Texto, da
guia Inserir, e também pelo ícone Cabeçalho e Roda-
Esse recurso é denominado
pé, pertencente ao mesmo grupo.
a) Régua.
b) Linhas de Grade.
c) Guias.
d) Escalas. EXERCÍCIO COMENTADO
e) Zoom.
1. (VUNESP – 2013) Considere as guias de configuração
As guias dividem o slide em quadrantes, a partir da de Cabeçalho e rodapé do MS-PowerPoint 2010 apre-
linha central vertical e horizontal. Resposta: Letra C. sentadas na figura:
CABEÇALHOS E RODAPÉS

O PowerPoint é diferente dos demais aplicativos


com relação ao cabeçalho e rodapé, por oferecer dife-
rentes configurações de acordo com o tipo de exibição
ou formato utilizado.

Por padrão, a data e hora são dispostos da seguinte


maneira:

a) Slide: rodapé à direita; Anotações e folhetos: cabeça-


lho à esquerda.
b) Slide: cabeçalho no centro; Anotações e folhetos:
cabeçalho no centro.
c) Slide: rodapé à esquerda; Anotações e folhetos: cabe-
çalho à direita.
d) Slide: cabeçalho à direita; Anotações e folhetos: roda-
pé no centro.
e) Slide: cabeçalho à esquerda; Anotações e folhetos:
cabeçalho à direita.

O slide não possui cabeçalho, e no rodapé temos


data e hora (esquerda), texto do rodapé (centro) e
O slide possui apenas Rodapé. Na área inferior do número do slide (direita)
slide, poderá ser apresentada a data e hora (no lado Em Anotações e Folhetos temos o cabeçalho com
esquerdo), um texto de Rodapé (na área central) e texto do cabeçalho (esquerda) e data e hora (direi-
o número do slide (no lado direito). Opcionalmente, ta), e ainda temos o rodapé com texto do rodapé
poderá não ser mostrado no primeiro slide da apresen- (esquerda) e número da página (direita). Resposta:
366 tação (que seria como uma folha de rosto, uma capa). Letra C.
NOÇÕES DE EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE APRESENTAÇÕES

A preparação de uma apresentação de slides seque uma série de recomendações, quanto a quantidade de texto,
quantidade de slides, tempo da apresentação etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. O questionamento é sobre como fazer, onde configurar,
como apresentar etc.
Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o ícone
‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar no ícone corres-
pondente na barra de status, ao lado do zoom.
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não será
mostrada.
A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou clican-
do no ícone da guia Apresentação de Slides.
Durante a apresentação de slides, as setas de direção permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão principal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na
apresentação.
Pressionar a letra C ou vírgula deixará a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final, deixa a tela preta
(escura).
A edição dos elementos textuais e parágrafos seguem os princípios do editor de textos Word. E os comandos
também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF.
De acordo com o formato escolhido, alguns recursos poderão ser desabilitados.

FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO VÍDEO HIPERLINKS


PPTX X X X X X
PPSX X X X X X
PDF - - - - X
MP4 X X X X X
JPG/PNG - - - - -
Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )

Como pode ser visto na tabela, os botões de ação, animações e transições de slides não serão gravados no arqui-
vo PDF da apresentação. Para manter os recursos multimídia, deve salvar como vídeo.

Importante!
O formato PDF é portável, e poderá ser usado em qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.

Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costumam ser questionados em provas.

Para entrar em modo de apresentação de slides do começo, devemos pressionar F5.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A outra forma de iniciar uma apresentação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando Shift+F5 ou
clicando no ícone da guia Apresentação de Slides.

Apresentar on-line: Transmitir a apresentação de slides para visualizadores remotos que possam assis-
ti-la em um navegador da Web.

Apresentação de Slides Personalizada: Criar ou executar uma apresentação de slides personalizada.


Uma apresentação de slides personalizada exibirá somente os slides selecionados. Este recurso permite
que você tenha vários conjuntos de slides diferentes (por exemplo, uma sucessão de slides de 30 minu-
tos e outra de 60 minutos) na mesma apresentação.

Configurar Apresentação de Slides: Configurar opções avançadas para a apresentação de slides, como o
modo de quiosque (em que a apresentação reinicia após o último slide, e continua em loop até pressio-
nar ESC), apresentação sem narração, vários monitores, avançar slides etc.

Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresentação. Ele não será mostrado durante a apresentação de
slides de tela inteira.
367
Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de slides em tela inteira na qual você possa testar sua
apresentação. A quantidade de tempo utilizada em cada slide é registrada e você pode salvar esses
intervalos para executar a apresentação automaticamente no futuro.

Gravar Apresentação de Slides: Gravar narrações de áudio, gestos do apontador laser ou intervalos de
slide e animação para reprodução durante a apresentação de slides.

Álbum de Fotografias: criar ou editar uma apresentação com base em uma série de imagens. Cada
imagem será colocada em um slide individual.

Ação: Adicionar uma ação ao objeto selecionado para especificar o que deve acontecer quando você
clicar nele ou passar o mouse sobre ele.

Inserir número do slide: o número do slide reflete sua posição na apresentação.

Inserir vídeo no slide: permite inserir um videoclipe no slide.

Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe de áudio no slide.

Gravação de tela: gravar o que está sendo exibido na tela e inserir no slide.

Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e
faixas, textos explicativos e botões de ação.

Dica
O slide oculto existe na apresentação, aparece na edição, mas não é mostrado em modo de apresentação de
slides para o público.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) Tem-se a seguinte apresentação criada no Microsoft PowerPoint 2010, em sua configuração origi-
nal, apresentados no modo de exibição Classificação de Slides.

Assinale a alternativa que indica o resultado correto ao se selecionar o slide 2 e pressionar a tecla DEL.

a)

b)

c)

d)

e)
368
O Microsoft PowerPoint é o editor de apresentações É possível associar um programa para ser aberto,
de slides do pacote Microsoft Office. uma macro (pequeno programa) para ser executado
O usuário poderá criar apresentações de slides edi- ou outra ação do objeto.
táveis (com extensão PPTX) ou executáveis (com É possível associar um som para ser tocado (ou
extensão PPSX). interromper o som que estiver em execução) ao clicar
A extensão PPTX exige que o usuário que pretende no objeto ou passar o mouse sobre o objeto.
abrir o arquivo tenha o Microsoft PowerPoint, ou
As ações estão disponíveis na guia “Inserir”, grupo
use a versão online do Microsoft 365.
A extensão PPSX permite executar a apresentação Links, ícone Ação.
sem ter o PowerPoint instalado em seu computador.
Ao selecionar um slide e pressionar DEL ou DELE-
TE, ele será excluído (eliminado) da apresentação.
A letra A apenas apagou os objetos do slide, sem
excluir o slide totalmente.
A letra B apenas mudou a cor do objeto do slide 2,
fazendo de conta que está desativado.
A letra D reposicionou o slide 2 no final da apresenta- E também poderemos inserir uma ação no ícone
ção, mudando a cor para simular uma desativação. “Formas”, tanto em Página Inicial, grupo Desenho,
A letra E não existe. A barra diagonal cortando um como em Inserir, Ilustrações. Apenas os ícones serão
slide é típico de slide oculto, mas não sobre o slide, apresentados. Veja a descrição de cada um a seguir.
apenas no número dele. Resposta: Letra C.

INSERÇÃO DE OBJETOS

Os objetos poderão ser inseridos no PowerPoint


de diferentes maneiras. A mais simples e óbvia é por
meio da guia “Inserir.” Mas podemos adicionar tam- Voltar ou Anterior; Avançar ou Próximo; Início;
bém no slide, na guia “Revisão (Comentários)” e até Final; Página Inicial; Informações; Retornar; Filme;
converter o que já existe na apresentação.
Documento; Som; Ajuda; Personalizar.
Dica
Inserir número do slide
Objetos comuns, presentes em todos os progra-
mas do Microsoft Office, as Ilustrações (Ima- Disponível na guia “Inserir”, grupo Texto, permite
gem, SmartArt, Caixa de Texto) são itens pouco Inserir o número do slide. O número do slide reflete
questionados em provas. Quando aparecem em sua posição na apresentação.
uma questão de PowerPoint, basta lembrar do
ícone no Word, pois são iguais.

Álbum de fotografias

Novo Álbum de Fotografias – criar ou editar uma


apresentação com base em uma série de imagens. Inserir vídeo no slide
Cada imagem será colocada em um slide individual.
Será possível selecionar fotografias de pastas, dis- Disponível na guia “Inserir”, grupo Mídia, permite
cos, inserir caixa de texto, mudar todas as fotografias inserir um videoclipe no slide. Poderá ser um vídeo do
para preto e branco, acrescentar legendas abaixo das arquivo (armazenado no computador), vídeo do site
fotografias, ajustar ao slide, ajustar a imagem (bri- ou vídeo de Clipart.
lho, contraste, rotação) e associar um tema para a
apresentação.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Inserir áudio no slide

Disponível na guia “Inserir”, grupo Mídia, per-


mite inserir um clipe de áudio no slide. Poderá ser
um áudio do arquivo (armazenado no computador),
Ação áudio de Clipart ou Gravar áudio.

Adicionar uma ação ao objeto selecionado para Inserir Formas


especificar o que deve acontecer quando você clicar
nele ou passar o mouse sobre ele. Disponível em “Página Inicial”, grupo Desenho,
É possível associar um hiperlink para o próximo assim como em Inserir, Ilustrações, em Formas pode-
slide, slide anterior, primeiro slide, último slide, último remos inserir Linhas, Retângulos, Formas Básicas,
slide exibido e finalizar a apresentação, tanto ao clicar Setas largas, Formas de Equação, Fluxograma, Estre-
como ao passar o mouse sobre o objeto. las e faixas, Textos explicativos e Botões de Ação. 369
z Girar: permite alterar a posição do objeto, rotacio-
nando em torno de seu próprio eixo;
z Painel de Seleção: mostrar o Painel de Seleção
para ajudar a selecionar objetos individuais e para
E todas as formas/objetos do slide, poderão ser orga-
alterar a ordem e a visibilidade desses objetos.
nizados, aplicados estilos rápidos, definir a cor de preen-
chimento, contorno da forma e efeitos da forma (sombra,
Dica
reflexo, brilho, bordas suaves, bisel, rotação 3d).
Os gráficos são representações visuais de dados
numéricos. Todos os programas do Microsoft
Office permitem a inserção de gráficos. É pos-
sível vincular uma planilha de cálculos do Excel
para exibição em uma apresentação de slides.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2018) Um usuário, por meio do MS-Po-
werPoint 2010, em sua configuração padrão, gera
duas versões de um gráfico para o mesmo conjunto
de dados, conforme as imagens a seguir.

Organizar

Veremos a seguir algumas funções referentes à


organização do Microsoft PowerPoint:

z Trazer para a Frente: Trazer o objeto seleciona-


do para frente de todos os outros objetos, a fim de
que nenhuma parte dele seja ocultada por outro
objeto;
z Enviar para Trás: Enviar o objeto selecionado
para trás de todos os outros objetos;
z Avançar: Trazer o objeto selecionado para a frente
para que menos objetos fiquem à frente dele;
z Recuar: Enviar o objeto selecionado para trás para
que ele fique oculto atrás dos objetos à frente dele;
z Agrupar: Unir dois ou mais objetos selecionados
para que sejam tratados como um único objeto;
z Desagrupar: Separar um conjunto de objetos
agrupados para que se tornem novamente objetos
individuais;
z Reagrupar: se executarmos o Desagrupar, o
item Reagrupar se torna disponível, voltando o
Agrupamento;
z Alinhar: posiciona o objeto em relação às margens
370 ou à grade do slide
Pelas imagens, é possível afirmar que as versões 1 e 2 A letra A permite inserir uma imagem de arqui-
são, respectivamente, de gráficos dos tipos vo, e está na guia Inserir, grupo Ilustrações, ícone
Imagem.
a) Barra e Linha.
A letra C permite inserir a data e hora atual do com-
b) Linha e Coluna.
putador, e está na guia Inserir, grupo Texto, ícone
c) Coluna e Barra.
Data e Hora.
d) Linha e Barra.
A letra D permite adicionar uma forma geométri-
e) Coluna e Linha.
ca regular, e está na guia Inserir, grupo Ilustrações,
São gráficos de colunas (vertical) e barras ícone Formas.
(horizontal). A letra E permite inserir um texto artístico no slide
O gráfico de colunas apresenta os dados em barras da apresentação, e está na guia Inserir, grupo Texto,
verticais como as colunas de uma casa, e o gráfico ícone WordArt. Resposta: Letra B.
de barras apresenta os dados em barras horizontais
como as barras fixas na academia. Resposta: Letra C. BOTÕES DE AÇÃO

NUMERAÇÃO DE PÁGINAS

Pertencente à guia “Inserir”, grupo Texto, o Inserir


Número do Slide serve para Inserir o número do slide.
O número do slide reflete sua posição na apresentação. Veremos a seguir as funções dos botões de ação
Será aberta a caixa de diálogo “Cabeçalho e Roda- (imagem acima). São elas: Voltar ou Anterior; Avan-
pé”, para que o usuário possa habilitar a sua exibição, çar ou Próximo; Início; Final; Página Inicial; Infor-
remover do slide de título, aplicar ao slide atual ou
mações; Retornar; Filme; Documento; Som; Ajuda;
aplicar a todos os slides.
Personalizar.

z Voltar ou Anterior: voltará para o slide anterior.


Se estamos no slide 5, volta para o slide 4.
z Avançar ou Próximo: avançará para o slide seguin-
te. Se estamos no slide 5, avança para o slide 6.
z Início: volta para o primeiro slide da apresenta-
ção, sempre.
Se estivermos no modo de exibição será aberta z Final: vai para o último slide da apresentação,
a caixa de diálogo para “Inserir número da página” sempre.
nas Anotações ou Folhetos. Esta opção é válida para a z Página Inicial: o mesmo que o botão de ação Iní-
impressão das miniaturas na página.
cio, mas com o ícone de Home (página inicial)
z Informações: o mesmo que o ícone Ação, mas com
o ícone de Informações.
EXERCÍCIO COMENTADO z Retornar: retorna para o último slide exibido. Em
uma apresentação de slides não sequencial, passa-
1. (VUNESP – 2015) No MS­PowerPoint 2010, na sua mos pelos slides 1, 2, 5, 7, 4 e 3. Estamos no slide 5.
configuração padrão, na guia Inserir, o ícone que per- Ao clicar em Retornar, voltará para o slide 2, por-
mite inserir “Número do Slide” é: que este foi o último a ser mostrado.
z Filme: permite adicionar uma mídia do tipo vídeo.
Poderá ser um vídeo do arquivo (armazenado no
a)
computador), vídeo do site ou vídeo de Clipart.
z Documento: permite adicionar uma ação ‘Exe-
b) CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
cutar programa’. Será mostrado um ícone de
documento.
c)
z Som: permite adicionar uma mídia do tipo som.
Poderá ser um áudio do arquivo (armazenado no
d) computador), áudio de Clipart ou Gravar áudio.
z Ajuda: o mesmo que o ícone Ação, mas com o íco-
ne de Ajuda.
e)
z Personalizar: o mesmo que o ícone Ação, mas sem
nenhum ícone.
Os ícones do Microsoft Office (Word, Excel, Power-
Point) seguem uma padronização visual. Conhecen- Dica
do esta padronização, a resolução de questões como
Os botões de Ação são elementos visuais inse-
esta, torna-se fácil. Nos ícones, o sinal # significa
número. ridos no slide, que ao serem clicados, executam
A questão solicita o ícone que permite a inserção do uma ação programada. Permite a personaliza-
número do slide. Este número será posicionado no ção da navegação entre slides, para além da
rodapé do slide, porque ele não possui cabeçalho. sequência original da apresentação. 371
z O Painel de Animação permite visualizar e orga-
EXERCÍCIO COMENTADO nizar as animações no slide, possibilitando definir
animações personalizadas;
1. (VUNESP – 2019) Um usuário do programa MS-Po- z Em Disparar podemos “Definir” uma condição
werPoint 2010, em sua configuração padrão, deseja inicial especial para uma animação. Você pode
adicionar um Botão de Ação a um slide de sua apre- definir uma animação para iniciar depois de você
sentação. Para tanto, ele deverá selecionar a guia clicar em uma forma ou quando a reprodução da
Inserir e escolher uma opção entre aquelas disponibili- mídia alcançar um indicador;
zadas depois de acionar o ícone z No Word temos o Pincel de Formatação (assim
como no PowerPoint, guia “Página Inicial”) com
a) WordArt. o objetivo de copiar a formatação de um local e
b) SmartArt. aplicar em outro. No PowerPoint temos o Pincel de
c) Imagem. Animação (Alt+Shift+c), que pode Copiar a anima-
d) Gráfico. ção de um objeto e aplicá-la a outro objeto.
e) Formas.
Todos os itens comentados neste tópico estão no
Os botões de ação permitem que o usuário insira
Painel de Animação (que apresenta a Linha do tempo
no slide um elemento clicável que executará um
avançada).
comando, seja ao clicar com o botão do mouse ou
passando sobre o elemento. Resposta: Letra E.

ANIMAÇÃO E TRANSIÇÃO ENTRE SLIDES

As animações são aplicadas aos objetos do slide.


Possuem uma guia própria, mas no Painel de Anima-
ção é que encontramos as opções de como eles estão
configurados:

z No PowerPoint temos o Pincel de Animação


(Alt+Shift+c), que pode Copiar a animação de um
objeto e aplicá-la a outro objeto;
z Ícone do mouse no Painel de Animação: a anima-
ção será executada ao clicar;
z Ícone de relógio no Painel de Animação: a anima-
ção será executada após a anterior;
z Ausência de ícones no Painel de Animação: a ani-
mação será executada com a anterior;
z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone
Iniciar. Nele definimos o Intervalo de Tempo da
Animação, que pode escolher quando uma ani-
mação iniciará a execução. As animações podem
começar após um clique do mouse, ao mesmo tem-
po em que a animação anterior ou após a conclu-
são da animação anterior;
z Em Animações, grupo Visualização, ícone “Visuali- z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone
zar”, podemos Visualizar as animações neste slide, Iniciar. Nele definimos o Intervalo de Tempo da
ou desativar a AutoVisualização das animações; Animação, que pode escolher quando uma ani-
z Em Animações, grupo Animação, encontramos as mação iniciará a execução. As animações podem
opções de efeitos de entrada, saída e ênfase, além começar após um clique do mouse, ao mesmo tem-
das trajetórias de animação. As opções de Efeito po em que a animação anterior ou após a conclu-
permitem escolher a direção que o efeito usará; são da animação anterior;
z Em Animações, grupo Animação Avançada, encon- z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone
tramos “Adicionar Animação”, esta função permi- Duração da Animação. Especificar a duração de
te que possamos Escolher um efeito de animação uma animação;
para adicionar aos objetos selecionados. A nova z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone
animação será aplicada após qualquer animação Atraso da Animação. Executar a animação após
372 já existente no slide; um determinado número de segundos;
z E, finalmente, em Reordenar animação, podemos “Mover Antes” – mover a animação atual para executá-la
mais cedo ou “Mover Depois” – mover a animação atual para executá-la mais tarde;
z Em “Opções do efeito”, o usuário pode associar um som para a animação, configurar para que um áudio seja
executado durante toda a apresentação, entre outros.

Se existe uma animação, ela aparecerá no Painel de Animação. O número na frente é para indicar a ordem da
animação. No exemplo acima, temos 7 objetos com animação de entrada, em 4 momentos de animação “ao clicar”.
Observamos que a animação antes e depois da animação 4 possuem um “relógio”, e isso quer dizer que elas
acontecem “após o anterior”. A quinta animação na lista está alinhada com o término da quarta animação. Este é
o padrão. Já a última animação na lista está “distante” do término da penúltima animação. Isto significa que ela
tem “atraso”.
A animação após a terceira não possui ícone. Isto significa que ela acontecerá “com a anterior”, simultanea-
mente à animação 3. O traço vertical nas duas últimas animações serve para mostrar que elas estão associadas
entre si.
Um traço vertical durante o comando “Visualizar” mostra em qual momento está a sequência das animações.

TRANSIÇÕES ENTRE SLIDES

De forma semelhante ao item Animações, as Transições também possuem uma guia específica. As transições
são efeitos de animação aplicados na mudança dos slides, quando avançamos a apresentação.
A principal diferença para a guia Animações é a possibilidade de criar apresentações com passagem automá-
tica de slides, após um determinado tempo. Para fazer isto, basta atribuir um valor em Após, no item “Avançar
Slide”, grupo “Intervalo”, da guia Transições.

A seguir, uma imagem com todas as opções de Transição para este slide, disponível no PowerPoint 2010.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

z Transições do grupo Sutil: Recortar, Esmaecer, Empurrão, Revelar, Dividir, Revelar, Barras Aleatórias, For-
ma, Descobrir, Cobrir, Piscar;
z Transições do grupo Empolgante: Dissolver, Xadrez, Persianas, Relógio, Ondulação, Colmeia, Brilho, Vortex,
Rasgar, Alternar, Inverter, Galeria, Cubo, Portas, Caixa, Zoom;
z Transições do grupo Conteúdo Dinâmico: Panorâmica, Roda Gigante, Transportadora, Girar, Janela, órbita,
Voar Através.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2018) Na figura a seguir, é apresentado parcialmente um slide do MS-PowerPoint 2010, em sua configu-
ração original, com o respectivo painel de animação e seus objetos animados. 373
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
FUNDAMENTOS, CONCEITOS E MECANISMOS
DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO DE ESTAÇÕES DE
TRABALHO

Uma pergunta curta, mas que tem muitas informa-


ções relacionadas para elaboração de uma resposta
completa. As informações para responder esta per-
gunta você encontrará nos tópicos deste material.
As redes de computadores se tornaram cada vez
mais interligadas e complexas. Elas integram atual-
mente muitos dispositivos, que talvez você não conhe-
ça, mas que estão ali promovendo a troca de dados
entre o seu equipamento e o servidor remoto que está
acessando. E claro, os criminosos virtuais podem aces-
sar redes de qualquer lugar do mundo.
Os profissionais de Segurança da Informação
procuram proteger os dados armazenados e trafega-
dos entre os dispositivos por meio de equipamentos,
programas e técnicas direcionadas. Treinamento dos
usuários também é importante, considerando que ele
é o elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu-
rança da Informação.

O objeto trator, identificado na figura, aparecerá no sli-


de logo após o

a) slide entrar em modo de apresentação. Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada
b) quarto clique no mouse. por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário
c) terceiro clique no mouse. final.
d) segundo clique no mouse.
e) primeiro clique no mouse. Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor-
mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
O objeto será exibido após o terceiro clique do
bridges, gateways) antes de serem apresentadas no
mouse.
dispositivo do usuário.
Picture 3 é o primeiro objeto que aparecerá na exibi- É importante saber que o paradigma cliente-ser-
ção do slide, após o primeiro clique do mouse. vidor. Nós somos clientes e acessamos informações
Picture 2 é o segundo objeto, após o segundo clique em servidores remotos. As redes de computadores,
do mouse. em concursos públicos, são abordadas seguindo este
Picture 9 aparecerá após um tempo, seguido após o paradigma. Usamos cliente web (browser ou navega-
objeto Picture 2. dor) para acessar um servidor web. Usamos cliente de
Picture 6 é o terceiro objeto, que aparece após o ter- e-mail para acessar um servidor de e-mail. Usamos
ceiro clique do mouse. um cliente FTP para acessar um servidor FTP.
Picture 7 (Trator) será exibido junto com Picture 6.
Por não possuir ícone no Painel, será ‘com anterior’.
Picture 8 é o último objeto, após o quarto clique do
mouse. Resposta: Letra C.

Figura 2. O tráfego de dados em uma conexão é um ativo


interessante para invasores, vírus de computadores e softwares
maliciosos.

Invasores tentarão acessar a conexão e capturar


os dados trafegados, vírus de computador procuram
infectar os arquivos e causar danos aos sistemas,
softwares maliciosos podem infectar dispositivos e
374 sequestrar arquivos.
Antes de estudarmos elas, vamos conhecer alguns dos
conceitos básicos das redes de computadores, de acordo
com as suas características de uso e nível de segurança.

REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Local Area Network é uma denomi-


nação relacionada ao alcance de
LAN
uma rede, restrita a um prédio ou pe-
quena região.
Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma
conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas É uma rede local (pelo seu alcance é
e recebidas. uma LAN), interna de uma organização,
Intranet
segura, com acesso restrito aos usuá-
O usuário deverá utilizar um protocolo seguro rios cadastrados no servidor da rede.
para acessar os dados, manter o seu dispositivo atua-
lizado e protegido, utilizar uma senha forte de acordo É o acesso remoto seguro, por meio
com as políticas de segurança e práticas recomenda- Extranet de um ambiente inseguro, à intranet
das, entre outras ações. da organização.
O usuário deve utilizar conexões seguras (como as
Rede mundial de computadores, de
VPN’s – Virtual Private Network) para acesso aos Ser-
acesso público e considerada inse-
viços remotos (Computação na Nuvem); proteger-se Internet
gura. A Internet é comumente repre-
das ameaças e ataques à Segurança da Informação
sentada por uma nuvem.
utilizando medidas de proteção em seu dispositivo
(como antivírus, firewall e anti-spyware).
Iniciaremos os estudos de Segurança da Informa-
ção com o tópico VPN. Elas são muito importantes
para a comunicação segura, e tornaram-se desta-
que nos últimos anos, por causa do trabalho remoto
(home office). Empresas e usuários que não utilizavam
uma conexão remota segura precisaram se adaptar
aos novos tempos. Em concursos, a tendência é que Figura 4. A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente
aumente a frequência de questões, pois se tornou um inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).
tema popular devido à pandemia.
A seguir, conheceremos como é a Computação na Dica
Nuvem. Suas características, os tipos de nuvem, os
Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é
serviços oferecidos e as vantagens e desvantagens.
Vale ressaltar que esse tópico já foi importante para
uma Intranet.
alguns concursos, em provas de diversos cargos.
Por que usar uma VPN? Porque é importante e
Vírus de computador e softwares maliciosos.
necessário.
Quem nunca foi vítima, não é mesmo? O terceiro tópi-
A Internet é a rede mundial de computadores, que
co de Segurança da Informação abordará os ataques
conecta diversos dispositivos entre si, utilizando uma
e ameaças, com destaque para os principais e mais estrutura pública e insegura, oferecida pelos governos
comuns em provas de concursos. Assim como Compu- e operadoras de telefonia. O acesso à Internet é ofereci-
tação na nuvem, o tópico “noções de vírus, worms e do para todos, e usuários mal intencionados poderiam
pragas virtuais” também é muito questionado em con- interceptar a comunicação de outros usuários, monito-
cursos públicos. rando o tráfego de dados e roubando informações.
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informa- Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o ris-
ção, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa co na transmissão é muito pequeno. Lembrando que nada
contra os ataques e ameaças. Existem equipamentos será 100% seguro em Informática, independentemente
de proteção, mas em concursos públicos são questio- da quantidade de sistemas e proteções implementadas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
nados os “aplicativos para segurança (antivírus, fire-
wall, anti-spyware etc)”.

Dica
Apesar de existirem soluções integradas e avan-
çadas para os problemas de Segurança da Infor-
mação, que até usamos em nossos dispositivos,
nos concursos públicos são questionadas as
definições oficiais e as configurações padrão
dos programas. Figura 5. Usuários mal intencionados procuram ‘escutar’ uma
conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a
NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN) privacidade do usuário ou empresa.

As redes privadas virtuais, popularmente identi- As empresas utilizam softwares de terceiros para
ficadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Net- estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de
work), são criadas pelas empresas e usuários para seus colaboradores. Existem vários softwares que pos-
estabelecer uma conexão segura entre dois pontos. sibilitam a conexão segura, como: a Área de Trabalho 375
Remota (Windows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer,
LogMeIn etc).
Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o
receptor, por meio de um ambiente vulnerável.
Os protocolos são padrões de comunicação e os protocolos seguros procuram encapsular os dados transmi-
tidos para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo se torne impossível, uma vez que os dados se
tornam criptografados.

Figura 6. Usuários mal intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA


Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente. A conexão é segura e
VPN de acesso remoto
ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet.
(VPN client to site)
Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões.
Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, um operando como cliente VPN
e o outro operando como servidor VPN. É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com
VPN site a site segurança a rede interna de uma filial com a rede interna de uma matriz.
Serão várias conexões (filial) acessando um servidor remoto que aceita várias conexões (matriz).
Também conhecida como VPN LAN to LAN.

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o cliente,
de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o cliente acessa
as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados utilizando-se de chaves e certificados digitais para garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas.

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?


GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não

SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim

TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim

Orientar o servidor para criação de uma conexão


SSH Secure Shell Sim
segura com o cliente

Extensão do protocolo IP para suprir a falta de


IPsec IP Security Protocol segurança de informações que trafegam em uma Sim
rede pública

Protocolo para facilitar a comunicação bidirecio-


Telnet nal, baseada em texto interativo (comandos), usan- Não
do uma conexão de terminal virtual.

Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de En-


L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol caminhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo Não
de Tunelamento Ponto-a-Ponto).

O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza


PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol um túnel GRE. Algumas questões o apresentam Sim
com a sigla PPP.

Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site


OpenVPN VPN de Código aberto a site (site to site), usando um protocolo personali- Sim
zado baseado no TLS e SSL.
376
Atenção! Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.

Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.

A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança (utilizando
protocolos seguros para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão).

Programas

Conhecendo as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, vem uma dúvida: quais são
os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN? Depende.
Cada dispositivo tem um sistema operacional, e de acordo com a origem (cliente) e o destino (servidor), existem
programas mais adequados para cada cenário.

ORIGEM (CLIENTE) DESTINO (SERVIDOR) EXEMPLO DE PROGRAMA PARA VPN

Windows Windows Área de Trabalho Remota

Windows Linux PuTTy

Linux Windows OpenVPN

Linux Linux Network-Manager.

A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões.

Onde a VPN será ‘iniciada’?

Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da informa-
ção. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja enviar
e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado Windows +
A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN.

Importante!
O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que deverá utilizar uma VPN para proteger os dados CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
trafegados, com o uso de criptografia, implementada por protocolos seguros.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESGRANRIO – 2018) Política de segurança da informação é a documentação que espelha as decisões da empresa
com respeito à manipulação e à proteção da informação.
O conjunto de políticas deve ser definido, aprovado pela direção, publicado e comunicado para

a) todos os funcionários e partes externas relevantes.


b) apenas os diretores da empresa.
c) apenas os diretores e gerentes da empresa.
d) apenas os diretores, gerentes e supervisores da empresa.
e) apenas os diretores, gerentes, supervisores e líderes de equipe da empresa.

A política de segurança da informação (PSI) deverá ser publicada para que todos tenham conhecimento das
regras e procedimentos, visando à continuidade do negócio e prevenção de desastres. Resposta: Letra A. 377
NOÇÕES DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM Tecnologias de Serviços na Nuvem

Computação em nuvem (em inglês, cloud compu- Existem várias opções que poderão ser contrata-
ting) refere-se ao processamento de dados remotos. O das como serviços, sendo as principais em concursos
usuário envia informações inseridas em seu dispositi- públicos: IaaS, PaaS e SaaS.
vo local, os programas na nuvem executam as opera-
ções solicitadas e devolvem para o periférico de saída z Infrastructure as a Service (IaaS) fornece recursos
do dispositivo local do usuário os resultados obtidos. de computação virtualizados pela Internet. O pro-
A expressão “nuvem” é usada para designar a Internet, vedor hospeda o hardware, o software, os servido-
mas na prática poderá estar referenciando um processa- res e os componentes de armazenamento;
mento remoto dentro da rede interna da empresa. Exis- z Platform as a Service (PaaS) proporciona acesso
tem nuvens privadas, públicas, híbridas e comunitárias. às ferramentas e aos serviços de desenvolvimento
A computação em nuvem é a evolução do princípio usados para entregar os aplicativos;
da computação em grade. Na computação em grade, z Software as a Service (SaaS) permite aos usuários
grande quantidade de clusters computacionais (servi- ter acesso a bancos de dados e software de aplica-
dores conectados entre si dentro de uma infraestrutu- tivo. Os provedores de nuvem gerenciam a infraes-
ra compartilhada), aliado a disseminação da conexão trutura. Os usuários armazenam dados nos servi-
de banda larga, facilitaram a adoção da Computação dores do provedor de nuvem.
nas Nuvens por diferentes empresas.
Dica
Novas definições são criadas por empresas,
com propósitos de marketing. Em concursos
públicos, as definições mais questionadas são
SaaS, PaaS e IaaS.

Um sistema de computação legado, ou dedicado, é


aquele que a empresa é responsável por todos os itens
do projeto, desde o fornecimento de energia para a
operação dos servidores adquiridos por ela, até a dis-
ponibilização das aplicações que licenças foram com-
pradas para utilização.
Na computação em nuvem, é possível contratar de
Figura 8. Os diferentes dispositivos acessarão os recursos uma operadora de nuvem, datacenters, rede de dados,
disponibilizados na nuvem (Internet) armazenamento, servidores e sistemas de virtualiza-
ção. Esta é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS).
Computação na Nuvem pode ser vista como a evo- Desenvolvedores podem contratar de uma opera-
lução e convergência das tecnologias de virtualização dora de nuvem, datacenters, rede de dados, armazena-
e das arquiteturas (como os clusters computacionais) mento, servidores, sistemas de virtualização, sistema
orientadas a serviços. operacional, banco de dados e segurança digital. Esta
Atualmente a Computação nas Nuvens é o ponto é uma Plataforma como um Serviço (PaaS).
de partida para o desenvolvimento de soluções com- Usuários podem contratar de uma operadora de
putacionais que necessitem de rapidez, flexibilidade nuvem tudo, desde os datacenters até as aplicações.
e acesso facilitado, oferecendo instantaneamente, a Este é um Software como um Serviço.
nível global, uma solução para problemas do dia a dia.
Quem nunca pediu uma refeição por um aplicati-
vo, ou um meio de transporte? O sistema de proces-
samento dos pedidos, distribuição das demandas,
localização dos prestadores de serviços e controle
fiscal das vendas... Tudo foi realizado na nuvem, em
servidores que estão distribuídos ao redor do mundo,
conectados em tempo real para o atendimento das
demandas.
A computação na nuvem oferecerá tudo como um
serviço. Armazenamento de dados, plataforma para
execução de aplicações, infraestrutura para o desen-
volvimento de sistemas, espaço para testes de aplicati-
vos etc. Webware, ou software baseado na Internet, é a
denominação para estes programas que operam como
serviços na rede. Figura 9. Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido
Tudo que é oferecido pela nuvem é um Serviço, pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas
escalável e personalizável. de um acesso à rede.
Armazenamento em nuvem é uma opção de arma-
zenamento remoto que usa o espaço em um provedor Como é possível observar, a computação nas
de data center e é acessível de qualquer computador nuvens é uma forma de disponibilização de recursos
com acesso à Internet. Google Drive, Microsoft OneDri- equivalente à computação local, mas remotamente.
ve, Apple iCloud e Dropbox são exemplos de serviços Na tabela a seguir, vamos comparar estes dois forma-
378 de armazenamento em nuvem. tos e suas responsabilidades.
COMPUTAÇÃO LOCAL COMPUTAÇÃO NAS NUVENS
Entrada de Dados Teclado, mouse, scanner, monitor touch screen. Enviado para um serviço na rede.
Processamento de Dados Processador do computador. Computadores remotos, distribuídos na rede.
Monitor, impressora, placa de modem, placa de Disponibilizado um link para download, visualização
Saída de Dados
rede, USB, HD etc. ou compartilhamento.
Programas (softwares) Instalados no computador. Disponíveis na Internet.
Serviços (backup) Responsabilidade do usuário. Responsabilidade da empresa.
Serviços
Responsabilidade do sistema operacional local. Responsabilidade da empresa.
(desfragmentador)
Antivírus Responsabilidade do usuário. Responsabilidade da empresa.
Firewall Responsabilidade do usuário. Responsabilidade da empresa.
Permissões de acesso Responsabilidade do usuário. Oferecido pela empresa, definido pelo usuário.
Gerenciamento da
Responsabilidade do usuário. Responsabilidade da empresa.
estrutura

Benefícios dos Serviços na Nuvem

Ao contratar Infraestrutura como um Serviço (IaaS), o usuário obtém economia de custo (não há necessidade
de comprar e manter hardwares), tempo de colocação no mercado (poderá iniciar suas operações imediatamente,
sem esperar pela instalação de um datacenter na empresa), disponibilidade em tempo integral e escalabilidade
sob demanda (expansão ou contração da empresa de acordo com o dia a dia da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o usuário uma economia de gastos (novamente, relacionada ao
hardware que não precisa ser adquirido), desenvolvimento simplificado de aplicativos (ambientes de desenvol-
vimento para diferentes plataformas), colaboração (on-line com outros desenvolvedores) e ambiente integrado
(para teste, implementação e gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá economia de gastos (menor custo das licenças de softwares), com-
partilhamento de arquivos (de forma fácil e rápida), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais, o acesso ao
serviço não será impactado com novas instalações e configurações) e independência do sistema operacional (a
troca de dados será realizada pelo protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas operacionais).

Figura 10. Os provedores, desenvolvedores e usuários finais, fornecem, suportam ou consomem recursos da nuvem.

Os softwares são desenvolvidos na Plataforma (PaaS), utilizando os recursos da estrutura na Infraestrutura CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
(IaaS), para serem utilizados pelos usuários finais como um serviço (SaaS).
Na tabela a seguir vamos associar os itens da computação local com os itens da computação na nuvem, para
entender que na Nuvem temos uma adaptação do nosso computador de casa.

COMPUTAÇÃO LOCAL COMPUTAÇÃO NA NUVEM


SOFTWARE Microsoft Office (instalado) Microsoft Office (on-line)
PLATAFORMA Microsoft Windows 10 Microsoft Windows Azure
INFRAESTRUTURA Hardware e energia elétrica do usuário Hardware e energia elétrica da empresa provedora

Vantagens da Computação em Nuvem

O usuário não precisará se preocupar com atualizações de softwares e hardware, que serão realizadas pela
empresa contratada. Elas serão automáticas e disponibilizadas em tempo real para todos.
O compartilhamento de informações será facilitado, bastando que outros usuários tenham acesso à Internet
para que possam acessar os dados compartilhados.
Os serviços serão disponibilizados 24 horas, 7 dias por semana, com sistemas de redundância e recuperação de falhas
sob responsabilidade da empresa contratada. 379
Diminui a necessidade de manutenção da infraes- Resource Pooling, ou pool de recursos, significa
trutura física da rede local, bastando para o usuário que os serviços são armazenados em servidores dis-
o fornecimento de energia elétrica e conexão de rede tribuídos globalmente e seus recursos virtuais são
para acesso aos serviços remotos. dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo clien-
Por ter menos equipamentos na infraestrutura te conforme sua demanda. É o modelo multi-inquili-
local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e no (multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos
espaço físico serão reduzidos. Indiretamente contribui clientes sem detrimento da oferta para os clientes
para preservação e uso racional dos recursos naturais. atuais. Um usuário em São Paulo poderá contratar
Flexibilidade no uso e na contratação de serviços. e acessar um serviço ofertado por uma empresa em
O usuário poderá contratar um pacote básico de servi- Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma
ços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar cidade na Índia.
parâmetros do contrato alterando de forma dinâmica Rapid Elasticy, ou elasticidade rápida, significa que
os limites de utilização. a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocor-
Elasticidade rápida, onde os recursos são provi- rerá com agilidade, provisionando e liberando elas-
sionados dinamicamente, atendendo as necessida- ticamente as demandas solicitadas pelo usuário. Ao
des pontuais da operação do cliente (uma loja virtual contratar um armazenamento de dados na nuvem, o
pode aumentar a quantidade de acessos simultâneos espaço disponível para uso será imediatamente ajus-
ao site apenas na Black Friday, por exemplo). Esta é a tado após a confirmação do pagamento.
sua característica mais marcante. Measured Service, ou serviços mensuráveis, sig-
nifica que todos os serviços são controlados e moni-
Desvantagens da Computação em Nuvem torados automaticamente pela nuvem, de maneira
transparente para o usuário, sem a necessidade de
Quanto mais aplicações forem acessadas na conhecimento técnico sobre a sua operação.
nuvem, mais velocidade de transferência de dados Transparência para o usuário, pois ele não precisa
será necessária. Portanto, a principal desvantagem da conhecer onde estão alocados os recursos computa-
nuvem é inerente ao propósito dela mesma. cionais contratados e acessa apenas a interface para
Tempo de inatividade é outra desvantagem. Quan- acesso, tornando tudo transparente.
do todos os sistemas estão em uma plataforma, se
ela ficar indisponível, a empresa e os usuários não Tipos de Nuvem
terão acesso a nada. Felizmente isto tem mudado, e
atualmente as empresas fornecedoras de serviços na Podemos classificar as nuvens de acordo com a
nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso infraestrutura ou seus usuários em: Privada, Pública,
disponível) acima de 99,9999%. Híbrida ou Comunidade (comunitária).
Dificuldade de migração, e esta é a principal desvan- No modelo de nuvem privada, a infraestrutura
tagem. Quanto mais utilizamos uma determinada empre- é proprietária ou alugada por uma única organiza-
sa fornecedora, mais nos tornamos dependente dela. ção para ser operada exclusivamente por ela mesma.
Caso exista a necessidade de migração dos dados, Poderá ser local ou remota, e a empresa aplica políti-
ela poderá ser dificultada ou até impossibilitada. Para cas de acesso aos serviços (para os usuários cadastra-
minimizar esta desvantagem, a replicação de servido- dos e autorizados).
res é uma alternativa, quando os dados são replicados A definição de nuvem pública indica que a
entre um servidor local e um servidor na nuvem. infraestrutura pertence a uma organização que vende
serviços para o público em geral e poderá ser acessa-
da por qualquer usuário que conheça a localização do
serviço, não sendo admitidas técnicas de restrição de
acesso ou autenticação.
No formato de nuvem híbrida, que tem como
característica a infraestrutura ser composta por pelo
menos duas nuvens, que preservam as características
originais do seu modelo e estão interligadas por uma
tecnologia que possibilite a portabilidade de informa-
ções e de aplicações, é o tipo mais comum encontrado
no mercado.
Na nuvem comunidade (comunitária), a infraes-
trutura é compartilhada por diversas organizações
Figura 11. Diferentes apresentações para a nuvem que normalmente possuem interesses comuns, como
requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibi-
As Principais Características da Computação em lidade e/ou compatibilidade.
Nuvem

On Demand Self Service, ou auto atendimento sob


demanda, significa que o usuário pode usar os serviços,
aumentar ou diminuir as capacidades computacionais
alocadas como: o tempo de servidor e armazenamento
de rede, sem a intervenção humana com o provedor
de serviços. O limite de crédito do seu cartão de crédito
virtual é um exemplo desta característica.
Ubiquitous Network Access, ou amplo acesso à
rede, significa que os serviços são acessíveis a partir
de qualquer plataforma. O usuário poderá acessar um
sistema desenvolvido para Windows, armazenado em
um servidor Linux, a partir de seu smartphone Apple. Figura 12. De acordo com a natureza do acesso e dos interesses
Quase todos os serviços disponíveis na nuvem são envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida
380 assim. ou Comunitária.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques
EXERCÍCIO COMENTADO são os itens mais questionados.

1. (IBFC – 2020 ) Marcos deseja migrar seu backup de Dica


arquivos pessoais, que atualmente encontra-se em
seu computador, para nuvem. Assinale a alternativa Você conhece a Cartilha de Segurança CERT?
correta para exemplos de serviços de armazenamento Disponível gratuitamente na Internet, ela é a
de arquivos em nuvem. fonte oficial de informações sobre ameaças,
ataques, defesas e segurança digital. Disponível
a) Dropbox e Google Chrome em: <https://cartilha.cert.br/>. Acesso em: 13
b) Firefox e Mozilla nov. 2020.
c) Google Arq e Team Viewer
d) Dropbox e Google Drive Ameaças
e) Google Arq e Firefox
As ameaças são identificadas como aquelas que
possuem potencial para comprometer a oferta ou
A realização de cópias de segurança na nuvem (cloud)
existência dos ativos computacionais, tais como:
é feita através de um serviço de armazenamento
informações, processos e sistemas.
(cloud storage). Várias empresas oferecem serviços,
Um ransomware, software que sequestra dados uti-
como o Microsoft Onedrive, Google Drive e Dropbox.
lizando-se de criptografia, e solicita o pagamento de
Google Chrome e Mozilla Firefox são exemplos de
resgate para a liberação das informações sequestra-
navegadores de Internet que acessam os serviços na
das, é um exemplo de ameaça. Observe que a ameaça
nuvem. TeamViewer é uma aplicação de acesso remo-
existe, entretanto, se não ocorrer uma ação delibera-
to que permite controlar dispositivos remotos conec-
da para execução ou se medidas de proteção forem
tados à rede e realizar transferência de dados entre
implementadas, a ameaça deixa de existir e não se
eles. Resposta: Letra D.
torna um ataque.
As ameaças à segurança da informação podem ser
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS
classificadas como:

Ameaças e riscos de segurança estão presentes z Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão
no mundo virtual. Assim como existem pessoas boas ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade.
e más no mundo real, existem usuários com boas ou z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
más intenções no mundo virtual. ram vulnerabilidades nos sistemas.
Os criminosos virtuais são genericamente deno- z Naturais: não intencionais, relacionadas ao am-
minados como hackers, porém o termo mais adequa- biente, como as catástrofes naturais.
do seria cracker. Um hacker é um usuário que possui
muitos conhecimentos sobre tecnologia, e podem ser As empresas precisam fazer uma avaliação das
nomeados como White Hat (hacker ético que usa suas ameaças que possam causar danos ao ambiente com-
habilidades com propósitos éticos e legais), Gray Hat putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco),
(cometem crimes, mas sem ganho pessoal, geralmente implementar sistemas de autenticação (Controlar o
para exposição de falhas nos sistemas) e Black Hat (vio- Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti-
lam a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos ca de Segurança), manter um inventário e realizar o
pessoais). rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de
Amadores ou inexperientes, profissionais ou expe- Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res-
rientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade
ao uso dos recursos computacionais. de Negócios).
São riscos de segurança digital: Falhas
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem As falhas de segurança nos sistemas de informação
ser exploradas por usuários; poderão ser propositais ou involuntárias.
z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas, Se o programador insere no código do sistema uma
sejam propositais ou acidentais; falha, que produza danos ou permita o acesso sem
z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender autenticação, temos um exemplo de falha proposital.
a operação de sistemas. Se uma falha for descoberta após a implantação do
sistema, sem que tenha sido uma falha proposital, e
Devido à crescente integração entre as redes de seja explorada por invasores, temos um exemplo de
comunicação, conexão com novos e inusitados dis- falha involuntária, inerente ao sistema.
positivos (IoT – Internet das Coisas) e criminosos Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas
com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de empresas que desenvolveram o sistema por meio da
informações se tornaram particularmente difíceis de distribuição de notificações e correções de segurança.
se proteger. Profissionais altamente qualificados são O Windows Update, serviço da Microsoft para atuali-
formados e contratados pelas empresas com a única zação do Windows, distribui mensalmente os patches
função de proteger os sistemas informatizados. (pacotes) de correções de falhas de segurança. 381
Ataques

Sem dúvida, o que tem mais destaque, tanto em


concursos como no mundo real, são os ataques. Coorde-
nados ou isolados, os ataques procuram romper as bar-
reiras de segurança definidas na Política de Segurança,
com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Os ataques podem ser classificados como:

z Baixa complexidade: exploram falhas de segu-


rança de forma isolada e são facilmente identifica-
dos e anulados;
z Média complexidade: combinam duas ou mais
ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
como a indisponibilidade;
z Alta complexidade: refinados e avançados, os
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
novos códigos maliciosos desconhecidos, distribui-
ção do ataque com redes zumbis, tornando difícil
a resolução do problema. O vírus de computador poderá entrar no disposi-
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em
Ameaças existem e podem afetar ou não os siste- uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos
mas computacionais. existentes em uma mídia removível como o pen drive,
Falhas existem e podem ser exploradas ou não recebidos por alguma rede social, baixados de sites na
pelos invasores. Internet, entre outras formas de contaminação.
Ataques são realizados todo o tempo contra todos
os tipos de sistemas. VÍRUS DE
CARACTERÍSTICAS
COMPUTADOR
Vírus de Computador
Infectam o setor de boot do disco de
O vírus de computador é a ameaça digital mais Vírus de boot inicialização. Cada vez que o sistema
popular. Todos já ouviram falar dele e ele tem uma é iniciado, o vírus é executado.
definição fácil de ser compreendida. Tem este nome
por se assemelhar a um vírus orgânico ou biológico. Armazenados em sites na Internet,
O vírus biológico é um organismo que possui um são carregados e executados quan-
Vírus de script
código viral que infecta uma célula de outro organismo. do o usuário acessa a página usando
Quando a célula infectada é acionada, o código viral é um navegador de Internet.
duplicado e se propaga para outras células saudáveis As macros são desenvolvidas em
do corpo. Quanto mais vírus existirem no organismo, linguagem Visual Basic for Applica-
menor será o seu desempenho e recursos vitais serão tions (VBA) nos arquivos do Office,
consumidos, podendo levar o hospedeiro à morte. Vírus de macro
para a automatização de tarefas.
O vírus de computador é um código malicioso que Quando desenvolvido com propósi-
infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo tos maliciosos, é um vírus de macro.
é executado, o código do vírus é duplicado e se propa-
ga para outros arquivos do computador. Quanto mais Vírus ‘mutantes’ ou ‘polimórficos’, a
vírus existirem no dispositivo, menor será o seu desem- Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo vírus
penho e recursos computacionais serão consumidos, mutante mantém traços do original, mas é di-
podendo levar o hospedeiro a uma falha catastrófica. ferente do original.
Atenção! O vírus de computador infectam arqui- São programados para agir em uma
vos e se propagam para outros arquivos.
Vírus time determinada data, causando algum
bomb tipo de dano no dia previamente
agendado.
Um vírus stealth é um código malicio-
so muito complexo, que se esconde
depois de infectar um computador.
Ele mantém cópias dos arquivos que
Vírus stealth foram infectados para si, e quando
um software antivírus realiza a detec-
ção, o vírus stealth apresenta o arqui-
vo original, enganando o mecanismo
de proteção.
O vírus Nimda explora as falhas de
segurança do sistema operacional.
Ele se propaga pelo correio eletrôni-
Vírus Nimda co, e também pela web, em diretórios
compartilhados, pelas falhas de ser-
vidor Microsoft IIS e nas trocas de
382 arquivos.
Todos os sistemas operacionais estão vulneráveis
aos vírus de computador. Quando um vírus de compu-
tador é desenvolvido por um hacker, ele procura fazer
para um software que tenha uma grande quantidade
de usuários iniciantes, o que aumenta as suas chances
de sucesso.
O Windows tem muitos usuários e a maioria deles
não tem preocupações com segurança. A maioria dos
vírus de computadores são desenvolvidos para ataca-
rem sistemas Windows.
O Linux tem poucos usuários (se comparado ao
Windows) e a maioria deles possuem muito conheci-
mento sobre Informática, tornando a ação de vírus no
Linux uma ocorrência rara.
O Android, software operacional dos smartphones
populares, é uma variação do sistema Linux original, e
apesar de possuir esta origem nobre, é alvo de milha-
res de vírus por causa dos seus usuários, que na maio-
ria das vezes não tem rotinas de proteção e segurança
de seus aparelhos.
Um vírus de computador poderá ser recebido
por e-mail, transferido de sites na Internet, compar-
tilhado em arquivos, através do uso de mídias remo-
víveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens
instantâneas.
Um vírus necessita ser executado para que entre
em ação, pois ele tem um hospedeiro definido e um
alvo estabelecido.
Se propaga inserindo cópias de si em outros Os worms infectam dispositivos e se propagam
arquivos. para outros dispositivos de forma autônoma, sem
E altera ou remove arquivos do dispositivo, para interferência do usuário.
propagação e auto proteção (não ser detectado pelo Os worms podem ser recebidos automaticamente
antivírus). pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de
outro código malicioso. Assim como vírus, ele poderá
Worms ser recebido por e-mail, transferido de sites na Inter-
net, compartilhado em arquivos, por meio do uso de
O worm é um verme, que explora de forma inde- mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi- mensagens instantâneas.
vos. Geralmente eles deixam a comunicação na rede Ele é auto executável, e procura explorar as vulne-
lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem rabilidades dos dispositivos.
cópias de seu código malicioso. Envia cópias de si mesmo para outros dispositivos
e usuários conectados.
Um verme biológico parasita um organismo con-
Por ser auto executável, costuma consumir grande
sumindo seus recursos, deixando o corpo debilitado.
quantidade de recursos computacionais, promove a CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Um verme tecnológico parasita um dispositivo consu- instalação de outros códigos maliciosos e inicia ataques
mindo seus recursos de memória e conexão de rede, na Internet, tentando alcançar outras redes remotas.
deixando o aparelho e a rede de dados lentos.
Os worms não precisam ser executados pelo usuá- Pragas Virtuais
rio como os vírus de computador e a sua propagação
z Cavalo de Troia ou Trojan: É um código malicioso
será rápida, caso não existam barreiras de proteção
que realiza operações mal-intencionadas, enquan-
que os impeçam.
to realiza uma operação desejada pelo usuário,
como um jogo on-line ou reprodução de um vídeo.

Ele é enviado com o conteúdo desejado e ao ser


executado, desativa as proteções do dispositivo para
que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados. O
nome está relacionado com a história do presente
dado pelos gregos para os troianos, que era um cava-
lo de madeira, com soldados em seu interior. Após
entrar nas fortificações de Troia, os gregos desativa-
ram as defesas e permitiram o acesso do seu exército. 383
Dica Os softwares espiões podem ser especializados na
captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cliques
Existem muitas pragas virtuais, que generica-
efetuados (screenlogger) ou para apresentação de propa-
mente são chamadas de Malwares (software
gandas alinhadas com os hábitos do usuário (adware).
malicioso), por apresentarem características Eles geralmente são instalados por outros progra-
semelhantes: oferecem alguma vantagem para mas maliciosos para aumentar a quantidade de dados
o usuário, mas realizam ações danosas que aca- capturados.
barão prejudicando-o.
z Bot: é um programa malicioso que mantém conta-
Vale dizer que algumas bancas organizadoras con- to com o invasor, permitindo que comandos sejam
sideram o trojan ou cavalo de Troia como um tipo de executados remotamente. O dispositivo controla-
vírus de computador nos enunciados de suas questões. do por um bot poderá integrar uma rede de dispo-
sitivos zumbis, a chamada botnet.

Quando o invasor deseja atacar sites para provo-


car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão
distribuídos nos dispositivos do usuário para que
façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da
identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão
continuar sua propagação através do envio de cópias
para outros contatos do usuário afetado.

z Backdoor: é um código malicioso semelhante ao


bot, mas que além de executar comandos recebi-
dos do invasor, ainda realiza ações para desativa-
ção de proteções e aberturas de portas de conexão.

O invasor, ciente das portas TCP que estão disponí-


veis, consegue acesso ao dispositivo para a instalação
de outros códigos maliciosos e roubo de informações.
Assim como os spywares, existem backdoors legí-
timos (adicionados pelo desenvolvedor do software
para funcionalidades administrativas) e ilegítimos
(para operarem independente do consentimento do
usuário).

z Rootkit: é um código malicioso especializado em


esconder e assegurar a presença de outros códigos
maliciosos para o invasor acessar o sistema. Estas
pragas virtuais podem ser incorporadas em outras
pragas, para que o código que camufla a presença,
seja executado escondendo os rastros do software
malicioso.

Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado


não se recupera dos dados apagados, sendo necessá-
rio uma cópia segura (backup) para restauração dos
arquivos.
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit
são as pragas digitais mais questionadas em concur-
sos públicos.
Confira na tabela a seguir outras pragas digitais
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci-
dade dos usuários de sistemas computacionais.

CÓDIGO MALICIOSO CARACTERÍSTICAS


Gatilho para a execução de outros
códigos maliciosos que permane-
Bomba lógica
ce inativa até que um evento acio-
nador seja executado.
Sequestrador de dados que crip-
tografa pastas, arquivos e discos
Ransomware
inteiros, solicitando o pagamento
z Spyware: é um programa malicioso que procu- de resgate para liberação.
ra monitorar as atividades do sistema e enviar Simulam janelas do sistema ope-
os dados capturados durante a espionagem para racional, induzindo o usuário para
terceiros. Existem software espiões considerados acionar um comando, fazendo a
Scareware
legítimos (instalados com consentimento do usuá- operação continuar normalmente.
rio) e maliciosos (que executa ações prejudiciais à O comando iniciará a instalação de
códigos maliciosos.
384 privacidade do usuário).
CÓDIGO MALICIOSO CARACTERÍSTICAS
Fraude que engana o usuário, indu-
zindo a informar seus dados pes-
Phishing
soais em páginas de captura de
dados falsas.
Ataque aos servidores de DNS para
Pharming alteração das tabelas de sites, direcio-
nando a navegação para sites falsos.
Ataques na rede que simulam trá-
fego acima do normal com pacotes
de dados formatados incorreta-
Negação de Serviço mente, fazendo o servidor remoto
se ocupar com os pedidos e er-
ros, negando acesso para outros
usuários.
Código que analisa ou modifica
o tráfego de dados na rede, em
busca de informações relevantes
Sniffing
como login e senha. Enquanto o
spyware não modifica o conteúdo,
o sniffing pode alterar.
Falsificando dados de identifi-
cação, seja do remetente de um
e-mail (e-mail Spoofing), do ende-
Spoofing
reço IP, dos serviços ARP e DNS.
Desta forma, é escondida a real
identidade do atacante.
Intercepta as comunicações da
Man-In-The-Midle rede para roubar os dados que tra-
fegam na conexão.
Intercepta as comunicações do Outra ação mais elaborada tecnicamente, é o
aparelho móvel, para roubar os da- Pharming.
Man-In-The-Mobile
dos que trafegam na conexão do O invasor ataca um servidor DNS, modifica as
aparelho smartphone.
tabelas que direcionam o tráfego de dados, e o usuá-
Enquanto uma falha não é corrigi- rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o
da pelo desenvolvedor do software,
Phishing, este ataque procura capturar dados bancá-
Ataque de dia zero invasores podem explorar a vulne-
rabilidade identificada antes da im- rios do usuário e roubar o seu dinheiro.
plantação da proteção.
Modificam páginas na Internet, al-
Defacement terando a sua apresentação (face)
para os usuários visitantes.
Sequestrador de navegador que
pode desde alterar a página inicial
HiJacker do browser, até mudanças do me-
canismo de pesquisas e direciona-
mento para servidores DNS falsos.

Uma das ações mais comuns que procuram compro-


meter a segurança da informação é o ataque Phishing. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O usuário recebe uma mensagem (e-mail, ou rede
social, ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em
um link malicioso. O link acessa uma página que pode
ser semelhante ao site original, induzindo o usuário
a fornecer dados pessoais como login e senha. Em
ataques mais elaborados, as páginas capturam dados
bancários e de cartões de crédito. O objetivo é simples:
roubar dinheiro das contas do usuário.

385
O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
natura do vírus.
Os programas antivírus são desenvolvidos para
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui-
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza-
do, com as últimas definições da base de assinaturas
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi-
gos maliciosos.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (Quadrix – 2021) Considere as seguintes afirmações:

I. Um vírus se propaga inserindo cópias de si mesmo e


se tornando parte de outros programas e arquivos. Se
um usuário receber um arquivo com vírus e não execu-
tar o arquivo, seu computador não será contaminado.
II. Para que possa se tornar ativo e dar continuidade ao
processo de infecção, o vírus depende da execução do
programa ou arquivo hospedeiro.

As afirmações acima referem-se a vírus, uma das cate-


gorias de malware. Considerando as duas afirmações,
assinale a alternativa correta.

a) As duas são verdadeiras e a segunda é a justificativa


correta da primeira.
b) A primeira é verdadeira e a segunda é falsa.
c) As duas são falsas.
d) A segunda é verdadeira, mas não é a justificativa cor-
reta da primeira.
e) A primeira é falsa e a segunda é verdadeira.

Os vírus de computador são códigos maliciosos que


infectam arquivos e se propagam para outros arqui-
vos, quando o hospedeiro é executado. Não é um
código malicioso autônomo, como o worm (verme),
que se propaga executando cópias de si mesmo sem
a interferência do usuário. O vírus de computador
precisa ser explicitamente executado para que entre
em ação. Resposta: Letra A.

Controle de Dispostivos Usb, Hardening, Antimalware


e Firewall Pessoal

Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes


ameaças e ataques que podem comprometer a segu-
rança da informação, expondo a privacidade do
usuário.
Para todas elas, existem mecanismos de proteção. Quando o antivírus encontra um código malicioso
Softwares ou hardwares que detectam e removem os em algum arquivo, que tenha correspondência com a
códigos maliciosos, ou impedem a sua propagação. base de assinaturas de vírus, ele poderá:
Independentemente da quantidade de sistemas de z Remover o vírus que infecta o arquivo;
proteção, o comportamento do usuário poderá levar z Criptografar o arquivo infectado e manter na pas-
à uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio- ta Quarentena, isolado;
ria deles necessita de acesso ao dispositivo do usuário z Excluir o arquivo infectado.
mediante autorização, dada pelo próprio usuário.
A autorização de acesso poderá estar camuflada O antivírus poderá proteger o dispositivo através
em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia, ou em de três métodos de detecção: assinatura dos vírus
mensagens falsas apresentadas em sites, como o ata- conhecidos, verificação heurística e comportamento
que de Phishing. Portanto, a navegação segura começa do código malicioso quando é executado.
com a atitude do usuário na rede. O que fazer quando o código malicioso do vírus
não está na base de assinaturas? A base de assinatu-
Antivírus ras é atualizada pelo fabricante do antivírus, com as
informações conhecidas dos vírus detectados. Entre-
Os vírus de computadores, como conhecemos no tanto, muitos novos vírus são criados diariamente.
tópico anterior, infecta um arquivo e se propaga para Para detecção destes novos códigos maliciosos, os pro-
386 outros arquivos quando o hospedeiro é executado. gramas oferecem a Análise Heurística.
Análise Heurística O sistema operacional disponibiliza um firewall
pré-configurado com regras úteis para a maioria dos
O software antivírus poderá analisar os arquivos do
usuários. A maioria das portas comuns estão liberadas
dispositivo através de outros parâmetros, além da base
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.
códigos maliciosos que ainda não foram identificados.
Se o código enviado para análise for comprovada-
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na
base de vírus conhecidos, e na próxima atualização
do antivírus, todos poderão reconhecer e remover o
novo código recém descoberto.

Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes.

O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-


tanto ele permite que códigos maliciosos como os
vírus de computadores infectem o computador, quan-
do chegam como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.

Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, e mensagens


com anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o
usuário.

Windows Defender O firewall impede um ataque, seja de um hacker,


de um vírus, de um worm, ou qualquer outra praga
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de digital que procure acessar a rede ou o computador
terceiros raramente são questionadas. Avast, AVG, Avi- por meio de suas portas de conexão. Apenas o conteú-
ra e Kaspersky são alguns exemplos. Usamos no nosso
do liberado, como e-mails e páginas web, não serão
dia a dia, mas em provas de concursos as bancas tra-
balham com as configurações padrões dos programas. bloqueados pelo firewall.
O Windows 10 possui uma solução integrada de
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
rus padrão do sistema operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows
Defender, para detecção e remoção de outros códi-
gos maliciosos, como os worms e Cavalos de Troia. E
o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de
conexões para impedir ataques oriundos das redes
conectadas.
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
No Windows 10, o Windows Defender faz a detec- os ataques provenientes da rede.
ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
opera o firewall do sistema operacional, impedindo
O firewall não é um antivírus e não é um antispy-
ataques e invasões.
ware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas
Firewall Pessoal portas TCP do dispositivo.
O uso do firewall não dispensa o uso de outras ferra-
O firewall é um filtro de conexões e poderá ser um mentas de segurança como o antivírus e o antispyware.
software, instalado em cada dispositivo, ou um hard- É importante saber que o firewall não é um antiví-
ware, instalado na conexão da rede, protegendo todos rus, mas ele impede um ataque de vírus. Ele impedirá
os dispositivos da rede interna. por ser um ataque, não por ser um vírus. 387
Antispyware a infecção por software malicioso, mas nem sempre
conseguirá restaurar os arquivos que foram modifica-
Da mesma forma que existe a solução antivírus con- dos ou substituídos.
tra vírus de computadores, existe uma solução que procu-
ra detectar, impedir a propagação e remover os códigos Controle de Dispositivos Usb
maliciosos que não necessitam de um hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso. Universal Serial Bus, ou simplesmente, USB, é uma
Genericamente, spyware é um software espião. Quan- espécie de dispositivo frequentemente associada a ata-
do os softwares maliciosos ganharam destaque e rele- ques por vírus. Em razão disso, atualmente existem no
vância para os usuários dos sistemas operacionais, os mercado diversos antivírus que já realizam o bloqueio
spywares se destacavam, e comercialmente se tornou desses softwares maliciosos que podem ser transferido
interessante nomear a solução como antispyware. por meio de tal periférico. Inclusive, é possível realizar
Na prática, um antispyware ou um antimalware, o bloqueio através do painel de controle, especialmen-
detecta e remove vários tipos de pragas digitais. te na aba relativa ao gerenciamento de dispositivos.

UTM

Unified Threat Management (UTM) ou “Gerencia-


mento Unificado de Ameaças”, são soluções abrangen-
tes que integram diferentes mecanismos de proteção
em apenas um programa.
Ele realiza em tempo real a filtragem de códigos
acessados, otimiza o tráfego de dados nas conexões,
controla a execução das aplicações, protege o dispo-
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no sitivo com um firewall, estabelece uma conexão VPN
dispositivo do usuário.
segura para navegação e entrega relatórios de fácil
compreensão para o usuário.
Para proteção, o usuário deverá:
Defesa Contra Ataques
z Manter o firewall ativado.
z Manter o antivírus atualizado e ativado. Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
z Manter o antispyware atualizado e ativado. gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti-
z Manter os programas atualizados com as corre- phishing atendem aos requisitos de proteção.
ções de segurança. Se o ataque chega disfarçado, medidas de preven-
z Usar uma senha forte para acesso aos sistemas, e optar ção devem ser adotadas, como nunca fornecer infor-
pela autenticação em dois fatores quando disponível. mações confidenciais ou secretas por e-mail, resistir à
tentação de cliques em links das mensagens, observar
os downloads automáticos ou não iniciados, e dentro
das políticas de segurança para os funcionários, des-
tacar que não se deve submeter à pressão de pessoas
desconhecidas.
Quando os ataques procuram atingir um servidor
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
DDos (ataque distribuído de negação de serviços)
ou spoofing (fraude de identidade), uma das formas
de proteção é o bloqueio de pacotes externos não
convencionais.
Figura 17. Para proteção, firewall ativado, antivírus atualizado e Se o usuário está utilizando um dispositivo móvel
ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares e sofre um ataque, deve aumentar o nível de proteção
instaladas e uso de senha forte. do aparelho e as senhas precisam ser redefinidas o
mais breve possível.
Hardening E por fim, os ataques contra aplicativos poderão
ser minimizados ou anulados se o usuário manter
Consiste numa técnica utilizada para blindagem os programas atualizados em seu dispositivo, apli-
de sistemas, que é executada através de um processo cando as correções de segurança tão logo elas sejam
de mapeamento de ameaças. Ela diminui os riscos por disponibilizadas.
meio de atividades de correção direcionadas à infraes-
trutura e, em resumo, torna o sistema mais preparado
para enfrentar as tentativas de ataque. Importante!
Antimalware Quando o usuário é envolvido na perpetração de
ataques digitais, ele é considerado o elo mais
Comumente, trata-se antimalware como sendo fraco da corrente de segurança da informação,
sinônimo de antivírus, contudo esta ideia é errônea, por estar sujeito a enganos e trapaças dos ata-
sobretudo porque o antivírus se encarrega exclusiva- cantes. Engenharia Social é o conjunto de téc-
mente pela proteção dos vírus, ao passo que o anti- nicas e atividades que procuram estabelecer
malware é mais abrangente e, para além dos vírus, confiança mediante dados falsos, ameaças ou
protege contra outros softwares maliciosos. Importa dissimulação.
388 dizer, no entanto, que o antimalware consegue evitar
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESGRANRIO – 2016) Para prevenir que vírus se instalem nos computadores de seus usuários, o Gmail não permite
que sejam enviados ou recebidos arquivos executáveis.
Como consequência dessa política, dentre os arquivos listados abaixo, o único que poderia ser enviado por e-mail
através do Gmail é

a) arq_a.pif
b) arq_b.exe
c) arq_c.bat
d) arq_d.jar
e) arq_e.txt

Arquivos executáveis são infectados com vírus, pois, a cada nova execução, cópias do vírus serão anexadas em
outros arquivos, propagando a infecção. Arquivos do tipo TXT não podem ser infectados, porque possuem texto
sem formatação. PIF, EXE, BAT, JAR, COM e MSI são exemplos de extensões executáveis que podem ser infectados
por vírus e, geralmente, são bloqueadas para envio pelo e-mail. Resposta: Letra E.

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES,


ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS
Aqui, relembraremos o sistema por trás dos conceitos e organizações de arquivos, pastas e programas
No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas e algumas pastas são especiais, contendo coleções de arqui-
vos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músicas e Vídeos. O
usuário poderá criar Bibliotecas para sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam a organização dos arqui-
vos e pastas, inserindo apenas ligações para os itens em seus locais originais.

Pasta com Pasta sem Pasta vazia


subpasta subpasta

O sistema de arquivos NTFS (New Technology File System) armazena os dados dos arquivos em localizações
dos discos de armazenamento. Por sua vez, os arquivos possuem nome e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes)
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.

TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO


Unidade de disco de armazenamento permanente, que possui um sistema de arquivos e
Disco de armazenamento
mantém os dados gravados
Estruturas lógicas que endereçam as partes físicas do disco de armazenamento. NTFS, CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Sistema de Arquivos
FAT32, FAT são alguns exemplos de sistemas de arquivos do Windows.
Trilhas Circunferência do disco físico (como um hard disk HD ou unidades removíveis ópticas)
Setores São ‘fatias’ do disco, que dividem as trilhas
Clusters Unidades de armazenamento no disco, identificado pela trilha e setor onde se encontra.
Pastas ou diretórios Estrutura lógica do sistema de arquivos para organização dos dados na unidade de disco
Arquivos Dados. Podem ter extensões.
Pode identificar o tipo de arquivo, associando com um software que permita visualização
Extensão
e/ou edição. As pastas podem ter extensões como parte do nome.
Arquivos especiais, que apontam para outros itens computacionais, como unidades, pas-
Atalhos tas, arquivos, dispositivos, sites na Internet, locais na rede etc. Os ícones possuem uma
seta, para diferenciar dos itens originais.

O disco de armazenamento de dados tem o seu tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e até tri-
lhões de bytes de capacidade. Os nomes usados são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão listados na
escala a seguir. 389
Exabyte
(EB)
Petabyte
(PB)
Terabyte
(TB)
Gigabyte trilhão
(GB)
Megabyte
bilhão
(MB)
Kilobyte milhão
(KB) mil
Byte
(B)
Ainda não temos discos com capacidade na ordem de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos comercial-
mente, mas quem sabe um dia... Hoje estas medidas muito altas são usadas para identificar grandes volumes de
dados na nuvem, em servidores de redes, em empresas de dados etc.
Vamos falar um pouco sobre Bytes: 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é formado por 8
bits, que são sinais elétricos (que vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema binário para repre-
sentação de informações.
A palavra “Nova”, quando armazenada no dispositivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação gravada na
memória.
A palavra “Concursos”, ocupará 9 bytes, que são 72 bits de informação.
Os bits e bytes estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Um plano de dados de celular oferece um
pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão Wi-Fi de sua
residência está operando em 150 Mbps, ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por segundo, e um arqui-
vo com 75 MB de tamanho levará 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo para o roteador wireless.

Importante!
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exibido em modo de visualização de Detalhes, nas Propriedades
(botão direito do mouse, menu de contexto) e na barra de status do Explorador de Arquivos. Poderão ter as
unidades KB, MB, GB, TB, indicando quanto espaço ocupam no disco de armazenamento.

Quando os computadores pessoais foram apresentados para o público, a árvore foi usada como analogia para
explicar o armazenamento de dados, criando o termo “árvore de diretórios”.

Documentos
Imagens Folhas
Músicas Flores
Vídeos Frutos

Pastas e subpastas Tronco e galhos

Diretório raiz Raiz

Figura 4. Árvore de diretórios

No Windows 10, a organização segue a seguinte definição:

z Pastas

„ Estruturas do sistema operacional: Arquivos de Programas (Program Files), Usuários (Users), Windows.
A primeira pasta da undiade é chamada raiz (da árvore de diretórios), representada pela barra inverti-
da: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas
Músicas) – bibliotecas
„ Estruturas do Usuário: Documentos (Meus Documentos), Imagens (Minhas Imagens), Vídeos (Meus Vídeos),
Músicas (Minhas Músicas) – bibliotecas
„ Área de Trabalho: Desktop, que permite acesso à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos, programas e
atalhos.
„ Lixeira do Windows: Armazena os arquivos de discos rígidos que foram excluídos, permitindo a recupe-
390 ração dos dados.
z Atalhos
„ Arquivos que indicam outro local: Extensão LNK, podem ser criados arrastando o item com ALT ou CTR-
L+SHIFT pressionado.
z Drivers
„ Arquivos de configuração: Extensão DLL e outras, usadas para comunicação do software com o hardware
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que antes era Windows Explorer) para o gerenciamento de pastas
e arquivos. Ele é usado para as operações de manipulação de informações no computador, desde o básico (formatar
discos de armazenamento) até o avançado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado para executar o Explorador de Arquivos.
Como o Windows 10 está associado a uma conta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou Outlook), o
usuário tem disponível um espaço de armazenamento de dados na nuvem Microsoft OneDrive. No Explorador de
Arquivos, no painel do lado direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a nuvem. Ao inserir arquivos ou
pastas no OneDrive, eles serão enviados para a nuvem e sincronizados com outros dispositivos que estejam conec-
tados na mesma conta de usuário.
Os atalhos são representados por ícones com uma seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para um
arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são independentes dos objetos que os referenciam, portanto, se
forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta ou unidade de disco que estão apontando.
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes:
z Arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado, e ao soltar, o atalho é criado;
z No menu de contexto (botão direito) escolha “Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho);
z Um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sendo exibido no Explorador de Arquivos pode ser criado na
área de trabalho arrastando o ícone da pasta, mostrado na barra de endereços e soltando-o na área de trabalho.
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos somente leitura... os atributos dos itens podem ser definidos
pelo item Propriedades no menu de contexto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que tenham o atributo
oculto, desde que ajuste a configuração correspondente.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) No sistema operacional Windows 10, em sua configuração padrão, atalhos podem ser utilizados para
várias finalidades. Os atalhos podem ser

a) identificados com facilidade, pois seus ícones possuem uma seta no canto inferior esquerdo.
b) colocados em diversos locais do Windows, como na Área de Trabalho, mas não podem ser colocados dentro de pastas.
c) utilizados para acessar arquivos e programas, mas atalhos para endereços da Internet não são permitidos.
d) utilizados para acessar pastas, mas atalhos para subpastas não são permitidos.
e) colocados em qualquer local do Windows, exceto na Barra de Tarefas.

Os ícones de atalhos possuem uma seta no canto inferior esquerdo, indicando que apontam para um item que
poderá ser um computador na rede, uma unidade de disco, uma pasta ou diretório, um arquivo, outro atalho,
sites na Internet e até dispositivos como as impressoras conectadas.
Os atalhos poderão ser armazenados em qualquer local do computador, desde a Área de Trabalho até alguma
pasta específica, e na Barra de Tarefas. Resposta: Letra A

ÁREA DE TRABALHO

A interface gráfica do Windows é caracterizada pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do Windows
exibe ícones de pastas, arquivos, programas, atalhos, barra de tarefas (com programas que podem ser executados
e programas que estão sendo executados) e outros componentes do Windows.
A área de trabalho do Windows 10, também conhecida como Desktop, é reconhecida pela presença do papel de
parede ilustrando o fundo da tela. É uma imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP), uma foto (extensão CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
JPG), além de outros formatos gráficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos que o computador está
pronto para executar tarefas.

Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox


Edge Chrome Thunderbird Secure Co..

Provas Dawnloads caragua.docx Lista de Extra - dicas


Anteriores e-mails par.. Ebook-Curs.. cespe.txt

Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10. 391


Na área de trabalho podemos encontrar Ícones e estes podem ser ocultados se o usuário escolher ‘Ocultar
ícones da área de trabalho’ no menu de contexto (botão direito do mouse, Exibir). Os ícones representam atalhos,
arquivos, pastas, unidades de discos e componentes do Windows (como Lixeira e Computador).
No canto inferior esquerdo encontraremos o botão Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou pela
combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o menu Iniciar será apresentado na interface de blocos que sur-
giu com o Windows 8, interface Metro.
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções instaladas no Windows 10, como acessar Configurações
(antigo Painel de Controle), programas instalados no computador, apps instalados no computador a partir da
Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.
Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou ditar o
nome do recurso que estamos querendo executar e o Windows 10 apresentará a lista de opções semelhantes na
área de trabalho e a possibilidade de buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar o que estamos queren-
do procurar, clicando no microfone no canto direito da caixa de pesquisa.
A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma novidade do Windows 10, que permite visualizar os dife-
rentes aplicativos abertos (como o atalho de teclado Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de Trabalho. O
atalho de teclado para Visão de Tarefas é Windows+Tab.
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias áreas de
trabalho independentes, onde os programas abertos em uma não interfere com os programas abertos em outra.
A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário, per-
mitindo o acesso rápido, tanto por clique no mouse, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro, Windows+2
para o segundo programa etc.) e também pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que mostrará minia-
turas do que está em execução, e consequente transparência das janelas).
A Área de Notificação mostrará a data, hora, mensagens da Central de Ações (de segurança e manutenção),
processos em execução (aplicativos de segundo plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B.
Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o atalho de teclado Windows+D mostrará a área de trabalho ao
primeiro clique e mostrará o programa que estava em execução ao segundo clique. Se a opção “Usar Espiar para
visualizar a área de trabalho ao posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar Área de Trabalho na extremida-
de da barra de tarefas” estiver ativado nas Configurações da Barra de Tarefas, não será necessário clicar. Bastará
apontar para visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface Metro
do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser ativar ou
desativar, pressione e segure o aplicativo (ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o bloco dinâmico
e selecione Ativar bloco dinâmico ou Desativar bloco dinâmico.

Navegador padrão
do Windows 10 Atalhos

Itens Excluídos

Lixeira Microsoft Google Mozilla Kaspersky


Pastas de Firefox Arquivos
Edge Chrome Thunderbird Secure Co..
Arquivos

Provas Downloads caragua.docx Lista de Extra - dicas


Anteriores e-mails par.. Ebook-Curs.. cespe.txt
Central de
Botão Iniciar Barra de Área de
Visão de Tarefas Ações
Cortana Acesso rápido Notificação

Barra de Tarefas

Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.

Mostrar área de trabalho agora está no canto inferior direito, ao lado do relógio, na área de notificação da
392 Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo: Win+D (Desktop)
Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones que permanecem em exibição todo o tempo.

Aplicativo que está em execução 1 vez possui um pequeno traço azul abaixo do ícone.

Aplicativo que está em execução mais de 1 vez possui um pequeno traço segmentado azul no ícone.

1 +1 não está em
execução execução execução

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) Considere um computador com o Microsoft Windows 10, em sua configuração original, sem nenhu-
ma janela aberta. Como primeira ação, o usuário abre o WordPad e maximiza a janela. Em seguida abre o Bloco de
Notas e maximiza a janela. Assinale a alternativa que indica qual(is) janela(s) aparecerá(ão) na tela do computador
quando o usuário clicar no botão indicado na imagem a seguir, na janela do Bloco de Notas, exibida parcialmente.

Minimizar
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

a) As opções do Menu Iniciar.


b) O Wordpad.
c) O Bloco de Notas.
d) A Área de Trabalho.
e) O Wordpad e o Bloco de Notas lado a lado.

Quando o aplicativo WordPad está em exibição, outro aplicativo ‘toma a frente na exibição’, com a janela do
Bloco de Notas. Ao minimizar a janela que está à frente, a janela anterior torna a ser exibida.
Para visualizar a área de trabalho, atalho Windows+D ou Windows +M. Para posicionar os aplicativos lado a
lado, Windows+seta à esquerda e escolha o segundo aplicativo para exibir do lado direito. Resposta: Letra B. 393
ÁREA DE TRANSFERÊNCIA Assinale a alternativa que preenche, correta e respecti-
vamente, as lacunas.
Um dos itens mais importantes do Windows não é
visível como um ícone ou programa. A Área de Trans- a) Ctrl + C... Ctrl + V
ferência é um espaço da memória RAM, que armazena b) Ctrl + V... Ctrl + A
uma informação de cada vez. A informação armaze- c) Ctrl + Y... Ctrl + C
nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
d) Alt + C... Alt + V
trabalhando em praticamente todas as operações de
e) Esc + Y…. Ctrl + V
manipulação de pastas e arquivos.
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado O atalho de teclado Ctrl+C é para Copiar e o atalho
Windows+V (View). Ctrl+V para colar o conteúdo existente na Área de
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), Transferência.
estamos copiando o item para a memória RAM, para No Windows, o atalho Ctrl+A é para Selecionar
ser inserido em outro local, mantendo o original e Tudo, Ctrl+Y para Refazer a última ação que tenha
criando uma cópia. sido desfeita pelo atalho Ctrl+Z (desfazer). Respos-
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta- ta: Letra A.
mos copiando uma “foto da tela inteira” para a Área
de Transferência, para ser inserida em outro local, MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS
como em um documento do Microsoft Word ou edição
pelo acessório Microsoft Paint. Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre-
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen, cisam ser conhecidas para que a operação seja reali-
estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a zada com sucesso.
Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
mentos da tela do Windows. z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distin-
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas.
conteúdo que está armazenado na Área de Transfe- Um arquivo chamado documento.docx será consi-
rência será inserido no local atual.
derado igual ao nome Documento.DOCX.
Dica z O Windows não permite que dois itens tenham o
mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
As três teclas de atalhos mais questionadas rem armazenados no mesmo local.
em questões do Windows são Ctrl+X, Ctrl+C z O Windows não aceita determinados caracteres
e Ctrl+V, que acionam os recursos da Área de nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
Transferência. para outras operações, que são proibidos na hora
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
As ações realizadas no Windows, em sua quase
vos e pastas podem ser compostos por qualquer
totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
caractere disponível no teclado, exceto os carac-
teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
Por exemplo, ao excluir um item por engano, e pres-
sionar Del ou Delete, o usuário pode acionar Ctrl+Z ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces- opção), | (barra vertical, significa concatenador de
sidade de acessar a Lixeira do Windows. comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
E outras ações podem ser repetidas, acionando o “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível. nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
Para obter uma imagem de alguma janela em fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e significa direcionador de saída).
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan- z Existem termos que não podem ser usados, como
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office. CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
Outra forma de realizar esta atividade é usar a Fer- nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
ramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível no referenciar itens de hardware nos comandos digi-
Windows. tados no Prompt de Comandos. (por exemplo, para
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem enviar para a impressora um texto através da linha
capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Win- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
dows+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo
na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens. Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais
A área de transferência é um dos principais recur- conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero
sos do Windows, que permite o uso de comandos, à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows
realização de ações e controle das ações que serão como nos sites de busca na Internet.
desfeitas. As ações realizadas pelos usuários em relação à
manipulação de arquivos e pastas pode estar condi-
cionada ao local onde ela é efetuada, ou ao local de
EXERCÍCIO COMENTADO origem e destino da ação. Portanto, é importante veri-
ficar no enunciado da questão, geralmente no texto
1. (VUNESP – 2018) No MS-Windows, a partir da sua associado, estes detalhes que determinarão o resulta-
configuração padrão, um objeto foi previamente sele- do da operação.
cionado e, por meio do conjunto de teclas ___________, As operações podem ser realizadas com atalhos
o objeto é copiado para a área de transferência, e por de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
meio do conjunto de teclas _____________, o mesmo ambos. As bancas organizadoras costumam questio-
objeto da área de transferência é colado em um local nar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes
394 previamente estabelecido. utilizam imagens nas questões.
OPERAÇÕES COM TECLADO
Atalhos de teclado Resultado da operação
Ctrl+X e Ctrl+V
Não é possível recortar e colar na mesma pasta. Será exibida uma mensagem de erro.
na mesma pasta
Ctrl+X e Ctrl+V
Recortar (da origem) e colar (no destino). O item será movido
em locais diferentes
Ctrl+C e Ctrl+V Copiar e colar. O item será duplicado. A cópia receberá um sufixo (Copia) para diferenciar do
na mesma pasta original.
Ctrl+C e Ctrl+V
Copiar (da origem) e colar (no destino). O item será duplicado, mantendo o nome e extensão.
em locais diferentes
Tecla Delete em um Deletar, apagar, enviar para a Lixeira do Windows, podendo recuperar depois, se o item estiver em
item do disco rígido um disco rígido local interno ou externo conectado na CPU.
Tecla Delete em
Será excluído definitivamente. A Lixeira do Windows não armazena itens de unidades removíveis
um item do disco
(pendrive), ópticas ou unidades remotas.
removível
Shift+Delete Independentemente do local onde estiver o item, ele será excluído definitivamente
Renomear. Trocar o nome e a extensão do item. Se houver outro item com o mesmo nome no
F2 mesmo local, um sufixo numérico será adicionado para diferenciar os itens. Não é permitido
renomear um item que esteja aberto na memória do computador.

Lixeira

Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla Delete (DEL), o item é removido do local original e arma-
zenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o local
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens
excluídos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados. É possível recuperar
com programas de terceiros, mas isto não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar o
tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativar ela excluindo os itens diretamente e configurar Lixeiras
individuais para cada disco conectado.

OPERAÇÕES COM MOUSE


AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO
Clique simples no botão principal Selecionar o item
Clique simples no botão secundário Exibir o menu de contexto do item
Executar o item, se for executável. Abrir o item, se for editável, com o programa CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Duplo clique padrão que está associado. Nos programas do computador, poderá abrir um item
através da opção correspondente.
Renomear o item. Se o nome já existe em outro item, será sugerido numerar o
Duplo clique pausado
item renomeado com um sufixo.
Arrastar com botão principal pressio-
nado e soltar na mesma unidade de O item será movido
disco
Arrastar com botão principal pres-
sionado e soltar em outra unidade O item será copiado
de disco
Arrastar com botão secundário do
mouse pressionado e soltar na mes- Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local onde soltar)
ma unidade
Arrastar com botão secundário do
Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local onde soltar) ou “Mover
mouse pressionado e soltar em ou-
aqui”
tra unidade de disco 395
Arrastar na mesma unidade, será movido. Arrastar entre unidades diferentes, será copiado.

OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE

AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO

Arrastar com o botão principal pressionado um O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, inde-
item com a tecla CTRL pressionada pendente da origem ou do destino da ação

Arrastar com o botão principal pressionado um O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, inde-
item com a tecla SHIFT pressionada pendente da origem ou do destino da ação

Arrastar com o botão principal pressiona-


Será criado um atalho para o item, independente da ori-
do um item com a tecla ALT pressionada (ou
gem ou do destino da ação
CTRL+SHIFT)

Clique em itens com o botão principal, enquan-


Seleção individual de itens
to mantém a tecla CTRL pressionada

Seleção de vários itens. O primeiro item clicado será o iní-


Clique em itens com o botão principal, enquan-
cio, e o último item será o final, de uma região contínua de
to mantém a tecla SHIFT pressionada
seleção

Extensões de arquivos

O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão carac-
teriza o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para
ele, de acordo com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder
o acesso ao arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas
Padrão do Windows.

Importante!
Existem arquivos sem extensão, como itens do sistema operacional. Ela é opcional e procura associar o
arquivo com um programa para visualização ou edição. Se o arquivo não possui extensão, o usuário não
conseguirá executar ele, por se tratar de conteúdo de uso interno do sistema operacional (que não deve ser
manipulado).

Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos.

EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de documento
PDF
portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias plataformas.

Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser editados
DOCX
pelo LibreOffice Writer.

Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas pelo Li-
XLSX
breOffice calc.

Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo LibreOffice
PPTX
Impress.

Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser aberto por
TXT
vários programas do computador.

Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este documento de
RTF
texto possui alguma formatação, como estilos de fontes.
396
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO

MP4, AVI, Formato de vídeo. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
MPG do primeiro quadro. No Windows 10, Filmes e TV reproduzem os arquivos de vídeo.

Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player e o Groo-
MP3
ve Music, podem reproduzir o som.

BMP, GIF,
Formato de imagem. Quando o Windows efetua a leitura do conteúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o acessório Paint visualiza e edita os arquivos de imagens.
PNG, TIF

Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de programas
ZIP
adicionais, como o formato RAR que exige o WinRAR.

Biblioteca de ligação dinâmica do Windows. Arquivo que contém informações que podem ser
DLL
usadas por vários programas, como uma caixa de diálogo.

EXE, COM,
Arquivos executáveis, que não necessitam de outros programas para serem executados.
BAT

Uma das extensões menos conhecidas e mais questionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text Format, uma
tentativa da Microsoft em criar um padrão de documento de texto com alguma formatação para múltiplas plata-
formas. A extensão RTF pode ser aberta pelos programas editores de textos, como o Microsoft Word e LibreOffice
Writer, e é padrão do acessório do Windows WordPad.
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão.
Alterando esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.
As Configurações do Windows e dos programas instalados estão armazenados no Registro do Windows. O
arquivo do registro do Windows pode ser editado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de diálogo “Exe-
cutar”. Entretanto, não devemos alterar suas hives (chaves de registro) sem o devido conhecimento, pois poderá
inutilizar o sistema operacional.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus-
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, acessado pela opção Configurações, localizada na lista exibi-
da a partir do botão Iniciar, é possível configurar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Modo avião/
Status da rede/ Ethernet/ Conexão discada/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Modo Avião é uma configuração comum em smartphones e tablets que permite desativar, de maneira rápida,
a comunicação sem fio do aparelho – que inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, NFC e todos os
demais tipos de uso da rede sem fio.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar informa- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ções, como, por exemplo, a data de modificação e o tamanho de cada arquivo.

Modos de Exibição do Windows 10

397
z ícones extras grandes: ícones extra grandes com nome (e extensão);
z ícones grandes: ícones grandes com nome (e extensão);
z ícones médios: ícones médios com nome (e extensão) organizados da esquerda para a direita;
z ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e extensão) organizados da esq. para a direita;
z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão) organizados de cima para baixo;
z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de modificação, tipo e tamanho;
z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho, organizados da esq. para a direita;
z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data de modificação, marcas e tamanho.

Um dos temas mais questionado em provas anteriores são os modos de exibição do Windows. Se tem um
computador com Windows 10, procure visualizar os modos de exibição no seu Explorador de Arquivos. Praticar
a disciplina no computador, ajuda na memorização dos recursos.

2. Barra ou linha de título


3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar

1. Barra de menus

Área de trabalho do aplicativo

6. Barra de Rolagem

Figura 3. Elementos de uma janela do Windows 10.

1. Barra de menus: são apresentados os menus com os respectivos serviços que podem ser executados no
aplicativo.
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arquivo e o nome do aplicativo que está sendo executado na jane-
la. Através dessa barra, conseguimos mover a janela quando a mesma não está maximizada. Para isso, clique
na barra de título, mantenha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você estará movendo a janela para a
posição desejada. Depois é só soltar o clique.
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela para
seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos.
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de documento ou aplicativo para preencher a tela. Para restaurar a
janela para seu tamanho e posição anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes na barra de títulos.
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. Solicita que você salve quaisquer alterações não salvas antes
de fechar. Alguns aplicativos, como os navegadores de Internet, trabalham com guias ou abas, que possui o seu
próprio controle para fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4.
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao longo do lado direito (e inferior de uma janela de documento).
Para deslocar-se para outra parte do documento, arraste a caixa ou clique nas setas da barra de rolagem.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (VUNESP – 2019) No Windows 10, em sua configuração padrão, os arquivos e pastas apresentam algumas caracte-
rísticas, como

a) poder ter nomes de qualquer tamanho.


b) os arquivos marcados como favoritos, que só podem ser apagados mediante o fornecimento de senha.
c) os seus nomes não aceitarem caracteres especiais, como ? e *.
d) não mais permitir arquivos ocultos.
e) ao contrário de outras versões do Windows, não mais possuem extensão.

Quando as informações são armazenadas no computador, elas precisam ser nomeadas. Os nomes dos arquivos
que contém os dados armazenados, e das pastas onde os arquivos estão organizados, segue a mesma regra desde
os primeiros computadores PC no final dos anos 70.
Os nomes poderão ter até 255 caracteres, que somados aos caracteres de unidade de disco e diretório raiz, totalizará
260 caracteres no caminho de pasta. As extensões são opcionais, porém não foram eliminadas na versão do sistema
398 operacional Windows 10.
Os nomes de arquivos e pastas podem ser compos- Ao clicar com o botão direito sobre o ícone da Lixei-
tos por qualquer caractere disponível no teclado, à ra, será mostrado o menu de contexto, e escolhendo
exceção dos caracteres * (asterisco, usado em bus- ‘Esvaziar Lixeira’, os itens serão removidos definiti-
cas), ? (interrogação, usado em buscas), / (barra vamente. Pelo Windows não haverá como recuperar...
normal, significa opção), | (barra vertical, significa
concatenador de comandos), \ (barra invertida, indi-
ca um caminho), “ (aspas, abrange textos literais), :
(dois pontos, significa unidade de disco), < (sinal de
EXERCÍCIO COMENTADO
menor, significa direcionador de entrada) e > (sinal 1. (VUNESP – 2020) Em um computador com Microsoft Win-
de maior, significa direcionador de saída). Resposta: dows instalado, em sua configuração original, um usuário
Letra C. clicou com o botão invertido do mouse sobre um ponto
vazio da Área de Trabalho e obteve o seguinte menu de
USO DOS MENUS contexto, exibido parcialmente na imagem a seguir.

No Windows 10, tanto pelo Explorador de Arquivos Exibir


como pelo menu Iniciar, encontramos as opções para
Classificar por
gerenciamento de arquivos, pastas e configurações.
O Windows 10 disponibiliza listas de atalho como Atualizar
recurso que permite o acesso direto a sítios, músicas,
documentos ou fotos. O conteúdo dessas listas está Colar
diretamente relacionado com o programa ao qual Colar atalho
elas estão associadas. O recurso de Lista de Atalhos,
Desfazer Mover Ctrl+z
novidade do Windows 7 que foi mantida nas versões
seguintes, possibilita organizar os arquivos abertos Novo
por um aplicativo ao ícone do aplicativo, com a possi-
bilidade ainda de fixar o item na lista. Configurações de exibição
No Explorador de Arquivos do Windows 10, os
Personalizar
menus foram trocados por guias, semelhante ao
Microsoft Office. Ao pressionar ALT, nenhum menu
escondido será mostrado (como no Windows 7), mas A opção Novo permite que se crie um(a) novo(a)
os atalhos de teclado para as guias Arquivo, Início, a) Usuário
Compartilhar e Exibir. b) Atalho
c) Papel de parede
d) Barra de ferramentas
e) Pesquisa por arquivos

A opção “Novo”, disponível no menu de contexto,


permite a criação de uma Pasta (vazia) ou um ata-
lho (para um item).
Ao efetuar um clique com o botão invertido (secundário
ou botão direito, no mouse configurado para pessoas
O botão direito do mouse exibe a janela pop-up
destras), em algum local vazio da área de trabalho, será
chamada “Menu de Contexto”. Em cada local que for
exibido o menu de contexto. Nele existem as opções para
clicado, uma janela diferente será mostrada. configuração da visualização, do monitor e as ações de
As opções exibidas no menu de contexto contém manipulação de arquivos e pastas do Windows.
as ações permitidas para o item clicado naquele local.
Através do menu de contexto da área de trabalho, Novo
podemos criar nova pasta (Ctrl+Shift+N), novo Atalho,
ou novos arquivos (Imagem de bitmap [BMP Paint], CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Documento do Microsoft Word [DOCX Microsoft
Word], Formato Rich Text [RTF WordPad], Documen-
to de Texto [TXT Bloco de Notas], Planilha do Micro-
soft Excel [XLSX Microsoft Excel], Pasta Compactada
[extensão ZIP], entre outros).

Dica
Arquivos de imagens são editados pelo acessó-
rio do Windows Microsoft Paint, que no Windo-
ws 10 oferece a versão Paint 3D.

Cada item (pasta ou arquivo) armazena uma série


de informações relacionadas a si próprio. Estas infor- Atalho é um link, uma ligação, e será representa-
mações podem ser consultadas em Propriedades, do pelo ícone com seta, que poderá apontar para
acessado no menu de contexto, exibido quando clicar outros arquivos, pastas, unidades, dispositivos e
com o botão direito do mouse sobre o item. sites na Internet. Resposta: Letra B 399
PROGRAMAS E APLICATIVOS No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas
do Windows, encontraremos os outros programas,
Os programas associados ao Windows 10 podem
como por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerencia-
ser classificados em:
mento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na par-
te de segurança encontramos o Firewall do Windows,
z Componentes do sistema operacional;
z Aplicativos e Acessórios; um filtro das portas TCP do computador, que autoriza
z Ferramentas de Manutenção e Segurança. ou bloqueia o acesso para a rede de computadores, e
z App’s – aplicativos disponíveis na Loja (Windows de acesso externo ao computador.
Store) para instalação no computador do usuário.

Dica Firewall do Windows


Painel de controle
Os acessórios do Windows são aplicativos nati-
vos do sistema operacional, que estão dispo-
níveis para utilização mesmo que não existam A tabela a seguir procura resumir os recursos e
outros programas instalados no computador. Os novidades do Windows 10. Confira.
acessórios oferecem recursos básicos para ano-
tações, edição de imagens e edição de textos. WINDOWS 10 O QUE
Gerenciamento de arquivos e
Na primeira categoria encontramos o Configura- Explorador de Arquivos
pastas do computador.
ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
as configurações de software (programas) e hardware Referência ao local no gerencia-
dor de arquivos e pastas para
(dispositivos), permite alterar o comportamento do Este Computador
unidades de discos e pastas
sistema operacional, personalizando a experiência no
Favoritas.
Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho Ferramenta de sistema para or-
Desfragmentar e Otimi- ganizar os arquivos e pastas do
de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-
zar Unidades computador, melhorando o tem-
tamente pelo atalho de teclado Windows+I. po de leitura dos dados.
Na segunda categoria, temos programas que reali-
zam atividades e outros que produzem mais arquivos. Win+S Pesquisar
Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo- Pressionar DEL em um item
Envia imediatamente
ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às selecionado.
versões anteriores, como o cálculo de datas e conver- Permite configurar software e
Configurações
são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas hardware do computador.
(como pequenos post its na tela do computador). Home, Pro, Enterprise,
Outros acessórios são o WordPad (para edição Edições do Windows
Education.
de documentos com alguma formatação), Bloco de Integração com xBox, modo
Notas (para edição de arquivos de textos), MSPaint xBox (Games, músicas
multiplayer gratuito, streaming
(para edição de imagens) e Visualizador de Imagens = Groove)
de jogos do xBox One.
(que permite ver uma imagem e chamar o editor
Com blocos dinâmicos
correspondente). Menu Iniciar
(live tiles)
E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida
mentar e Otimizar Unidades2 (antigo Desfragmenta-
dor de Discos, para organizar clusters3), Verificação de Menu Iniciar, Barra
Erros (para procurar por erros de alocação), Backup de Tarefas e Blocos Fixar aplicativos
Dinâmicos
do Windows (para cópia de segurança dos dados do
usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre Autenticação biométrica permi-
no disco). Windows Hello te logar no sistema sem preci-
sar de senhas.
Acessar os documentos do
Desfragmentar e Otimizar Unidades OneDrive diretamente do Win-
OneDrive integrado
Aplicativo da área de trabalho dows Explorer e Explorador de
Arquivos
Permite alternar de maneira fá-
Otimizar e desfragmentar unidade cil entre os modos de desktop e
Continuum
tablet, sendo ideal para disposi-
A otimização das unidades do computador pode tivos conversíveis.
ajudá-lo a funcionar com mais eficiência.
O novo navegador da Micro-
Otimizar Microsoft Edge soft está disponível somente no
Windows 10.

2  Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
400 3  Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster.
WINDOWS 10 O QUE O Bloco de Notas (notepad.exe): é um acessório do
Com funcionamento análogo Windows para edição de arquivos de texto sem forma-
à Google Play Store e à Apple tação, com extensão TXT.
Windows Store Store, o ambiente permite com-
prar jogos, apps, filmes, músi-
cas e programas de TV.
O recurso permite visualizar da-
Desktops virtuais dos de vários computadores em
uma única tela.
Windows Update,
Fornecimento do Windows
Windows Update for
como um serviço, para manter o
Business, Current Bran-
Windows atualizado
ch for Business e Long
Windows as a Service – WaaS O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Win-
Term Servicing Branch
Intregração com Win- dows para edição de arquivos de texto com alguma
Aplicativos Fotos aprimorado formatação, com extensão RTF e DOCX.
dows Phone
O WordPad se assemelha ao Microsoft Word, com
O modo tablet deixa o Windo-
recursos simplificados.
ws mais fácil e intuitivo de usar
Modo tablet
com touch em dispositivos tipo
conversíveis.
Email, Calendário,
Notícias, entre ou- Executar aplicativos Metro
tros – também foram (Windows 8 e 8.1) em janelas
melhorados.
Compartilhar sua rede Wi-Fi
Compartilhar Wi-Fi com os amigos sem revelar a
senha
Sincronizar dados entre seu PC
Complemento para
e smartphone ou tablete, seja O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows
Telefone
iOs ou Android. para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
Configurações > Siste- Analisar o espaço de armazena-
ma > Armazenamento mento em seu PC
Usar o comando Ctrl + V no
Prompt de Comandos
prompt de comando
Assistente pessoal semelhante
Cortana a Siri da Apple, que já está dis-
ponível em português.
Na área de notificações do Win-
dows 10, a Central de Notificações
Central de Notificações reúne as mensagens do e-mail, do
computador, de segurança e ma- A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área
nutenção, entre outras. de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte
de alguma tela em exibição.
Quando você clica duas vezes em um arquivo,
como por exemplo, uma imagem ou documento, o
arquivo é aberto no programa que está definido como
o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Windows 10. Porém, se você gosta de usar outro pro-
grama para abrir o arquivo, você pode defini-lo como
padrão. Disponível em Configurações, Sistema, Aplica-
tivos Padrão.

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick


Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a
inserção de pequenas notas de texto na área de traba-
lho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft
Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um
endereço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de
voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para
visualização de vídeos, assim como o “Windows Media
Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para
digitar comandos em um terminal de comandos. 401
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão z As pastas de trabalho do tipo modelo, possuem a
do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, extensão XLTX.
como o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google z As pastas de trabalho do tipo modelo habilitadas
Chrome , Apple Safari, Opera Browser, etc. para macros possuem a extensão XLTM.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é z O arquivo do Excel que contém os dados de uma
o recurso do Windows para manter ele sempre atua- planilha que não foi salva, que pode ser recupera-
lizado. Está em Configurações (atalho de teclado Win- da pelo usuário, possui a extensão XLSB. (binário)
dows+I), Atualização e segurança. z O arquivo com extensão CSV (Comma Separated
Values) contém textos separados por vírgula, que
podem ser importados pelo Excel, podem ser usa-
dos em mala direta do Word, incorporados a um
banco de dados, etc.
z Um arquivo com a extensão. contact é um contato,
que pode ser usado no Outlook 2016
z Arquivos compactados com extensão ZIP podem
armazenar outros arquivos e pastas.
z Os arquivos compactados podem ser criados pelo menu
de contexto, opção Enviar para, Pasta Compactada.
z Os arquivos de Internet, como páginas salvas, rece-
bem a extensão HTML e uma pasta será criada
para os arquivos auxiliares (imagens, vídeos, etc.).
EXERCÍCIO COMENTADO z O conteúdo de arquivos do Office pode ser transfe-
rido para outros arquivos do próprio Office através
1. (VUNESP – 2019) Assinale a alternativa correta sobre da Área de Transferência do Windows.
o Bloco de Notas do Microsoft Windows 10, em sua z O conteúdo formatado do Office poderá ser trans-
configuração padrão. ferido para outros arquivos do Windows, mas a
formatação poderá ser perdida.
a) Existe um recurso de criação de tabelas, igual ao
Microsoft Word 2016.
b) É possível trocar a fonte de letra de um texto digitado. EXERCÍCIO COMENTADO
c) Imagens podem ser incluídas em um texto criado no
Bloco de Notas, porém apenas copiando a partir da 2. (VUNESP – 2020) Um usuário do MS-Windows com
Área de Transferência. MS-Office 2010, em suas configurações originais,
d) É possível alterar a cor das letras de um texto digitado. acessou uma pasta em seu computador e viu a lista
e) O Bloco de Notas tem um recurso de corretor ortográ- de arquivos exibida a seguir.
fico, mas não corretor gramatical.

O Bloco de Notas é um editor de anotações simples, arq.pptx


que trabalha com o formato .TXT (Texto sem Forma-
tação), que não permite a criação de tabelas, alte- bbc.docx
ração das cores de fontes ou inserção de imagens,
pois são elementos gráficos de formatação não otr.txt
suportados. O Bloco de Notas não possui recursos
de correção do texto como o corretor ortográfico e slc.xlsx
gramatical, função disponível em editores de textos
como o Microsoft Word, integrante do pacote de
wpa.zip
aplicativos Microsoft Office. Resposta: Letra B.

INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS A quantidade de arquivos na imagem cuja extensão


MS-OFFICE 2010 corresponde a editores de texto é

z Os documentos de texto produzidos pelo Microsoft a) 1.


Word 2010 possuem a extensão DOCX.
b) 2.
z Os documentos de texto habilitados para macros4,
c) 3.
possuem a extensão DOCM.
d) 4.
z Um modelo5 de documento é um arquivo que pode
ser usado para criar novos arquivos a partir de uma e) 5.
formatação pré-estabelecida. A extensão é DOTX.
z Um modelo de documento habilitado para macros São dois arquivos. “bbc.docx” é um documento do
contém além da formatação básica para criação de Microsoft Word e “otr.txt” é um arquivo de texto
outros documentos, comandos programados para sem formatação do acessório do Windows Bloco
automatização de tarefas. A extensão é DOTM. de Notas. “arq.pptx” é uma apresentação de slides
z As pastas de trabalho produzidas pelo Microsoft do Microsoft PowerPoint, “slc.xlsx” é uma pasta de
Excel 2010 possuem a extensão XLSX. trabalho do Microsoft Excel e “wpa.zip” é uma pasta
z As pastas de trabalho habilitadas para macros pos- compactada, um arquivo que contém outros arqui-
suem a extensão XLSM. vos e/ou pastas compactados. Resposta: Letra B.
4  Macros são pequenos programas desenvolvidos dentro de arquivos do Office, para automatização de tarefas. Os códigos dos programas são
escritos em linguagem VBA – Visual Basic for Applications. Arquivos com macros podem conter vírus, e no momento da abertura, o programa
perguntará se o usuário deseja ativar ou não as macros.
402 5  Template = modelo de documento, planilha ou apresentação, com a formatação básica a ser usada no novo arquivo.
Atalhos de teclado – Windows 10
ATALHO AÇÃO
Dica Acessa o segundo programa da barra
Win+2
Os atalhos de teclado do Windows são de termos de tarefas
originais em inglês. Por serem atalhos de teclado do Win+B Acessa a Área de Notificação
sistema operacional, são válidos para os programas
que estiverem sendo executados no Windows. Win+D Mostra o desktop (área de trabalho)

Win+E Abre o Explorador de Arquivos.


ATALHO AÇÃO
Feedback – hub para comentários so-
Alterna para o próximo aplicativo em Win+F
Alt+Esc bre o Windows.
execução
Win+I Configurações (Painel de Controle)
Exibe a lista dos aplicativos em
Alt+Tab Win+L Bloquear o Windows (Lock, bloquear)
execução

Volta para a pasta anterior, que es- Minimiza todas as janelas e mostra a
Backspace tava sendo exibida no Explorador de Win+M área de trabalho, retornando como esta-
Arquivos. vam antes.

Ctrl+A Selecionar tudo Selecionar o monitor/projetor que será


Win+P usado para exibir a imagem, podendo
Copia o item (os itens) para a Área de repetir, estender ou escolher
Ctrl+C
Transferência
Search, para pesquisas (substitui o
Ctrl+Esc Botão Início Win+S
Win+F)
Ctrl+E / Exibe a lista dos aplicativos em execu-
Pesquisar Win+Tab
Ctrl+F ção em 3D (Visão de Tarefas)
Ctrl+Shif- Menu de acesso rápido, exibido ao lado
Gerenciador de Tarefas Win+X
t+Esc do botão Iniciar
Cola o item (os itens) da Área de Trans-
Ctrl+V
ferência no local do cursor

Move o item (os itens) para a Área de


Ctrl+X
Transferência
REDES DE COMPUTADORES
Ctrl+Y Refazer CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS,
APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E
Desfaz a última ação. Se acabou de INTRANET
renomear um arquivo, ele volta ao nome
Ctrl+Z original. Se acabou de apagar um arqui- A Internet é a rede mundial de computadores que
vo, ele restaura para o local onde estava surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares,
antes de ser deletado. para proteger os sistemas de comunicação em caso de
ataque nuclear, durante a Guerra Fria.
Del Move o item para a Lixeira do Windows Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Esta-
dos Unidos e União Soviética lançavam projetos que
F1 Exibe a ajuda procuravam proteger as informações secretas de
F11 Tela Inteira ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced
Renomear, trocar o nome: dois arquivos Research Projects Agency, era um modelo de troca e
com mesmo nome e mesma extensão compartilhamento de informações que permitisse a CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
não podem estar na mesma pasta, se descentralização das mesmas, sem um ‘nó central’,
F2 já existir outro arquivo com o mesmo garantindo a continuidade da rede mesmo que um nó
nome, o Windows espera confirmação, fosse desligado.
símbolos especiais não podem ser usa- A troca de mensagens começou antes da própria
dos, como / | \ ? * “ < > : Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio
a Internet como conhecemos e usamos.
Pesquisar, quando acionado no Explora- Ela passou a ser usada também pelo meio educa-
F3
dor de Arquivos. Win+S fora dele. cional (universidades) para fomentar a pesquisa aca-
dêmica. No início dos anos 90 ela se tornou aberta e
F5 Atualizar comercial, permitindo o acesso de todos.
Exclui definitivamente, sem armazenar
Shift+Del
na Lixeira

Win Abre o menu Início


Usuário Modem
Acessa o primeiro programa da barra de Internet
Win+1 Provedor de Acesso
tarefas
Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se
conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica 403
A navegação na Internet é possível através da com-
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan-
NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5 VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX
camadas ou 4 camadas). VERSÃO 78 ESR), BUSCA E PESQUISA
A Internet conecta diversos países e grandes cen- NA WEB
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas Os navegadores de Internet reconhecem os protoco-
de backbones. São conexões de alta velocidade que los da família TCP/IP, que permite a comunicação entre
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. os dispositivos nas redes de computadores. São exem-
plos de protocolos de transferência de dados: HTTP
O usuário não consegue se conectar diretamente no
(hipertextos), HTTPS (hipertextos de forma segura), FTP
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou (arquivos), SMTP (mensagens de correio eletrônico),
uma operadora de telefonia através de um modem, e NNTP (grupos de discussão e notícias), entre outros.
a empresa se conecta na ‘espinha dorsal’. Ao navegar na Internet com um navegador ou bro-
wser, o usuário está em uma sessão de navegação.
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve A sessão de navegação poderá ser em janelas ou
utilizar programas específicos para realizar a navega- em guias dentro das janelas.
ção e acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. As guias ou abas podem ser iniciadas com o cli-
que em links das páginas visitadas, ou clique no link
enquanto mantém a tecla CTRL pressionada, ou ata-
CONCEITO USO COMENTÁRIOS lho de teclado Ctrl+T para nova guia em branco, ou cli-
Conhecido como nuvem, e tam- que no link com o botão direito do mouse para acessar
bém como World Wide Web, ou o menu de contexto e escolher a opção “Abrir link em
Conexão entre WWW, a Internet é um ambiente in- nova guia”. As guias ou abas podem ser fechadas com
Internet o atalho de teclado Ctrl+W ou Ctrl+F4.
computadores seguro, que utiliza o protocolo TCP
para conexão em conjunto a outros A janela de navegação ‘normal’ é aberta com o
para aplicações específicas. atalho de teclado Ctrl+N, ou clique no link enquanto
mantém a tecla SHIFT pressionada, ou clique no link
Ambiente seguro que exige iden- com o botão direito do mouse para acessar o menu de
tificação, podendo estar restrito
contexto e escolher a opção “Abrir link em nova jane-
a um local, que poderá acessar
Intranet
Conexão com
a Internet ou não. A Intranet uti-
la”. A janela poderá ser fechada com o atalho de tecla-
autenticação do Alt+F4. Se houver várias guias abertas na janela,
liza o mesmo protocolo da Inter-
net, o TCP, podendo usar o UDP com o atalho de teclado Alt+F4, todas serão fechadas.
também. Para reabrir uma guia ou janela que foi fechada,
pressione o atalho de teclado Ctrl+Shift+T.
Conexão remota segura, prote- Os navegadores de Internet permitem a continua-
Conexão entre gida com criptografia, entre dois ção da navegação nas guias que estavam abertas na
Extranet d i s p o s i t i v o s dispositivos, ou duas redes. O última sessão. Alterando as configurações do navega-
ou redes acesso remoto é geralmente su- dor, na próxima vez que ele for executado, exibirá as
portado por uma VPN.
últimas guias que foram acessadas na última sessão.
Os navegadores de Internet não permitem a edição
de arquivos PDF de forma nativa. O formato PDF é o
Os editais costumam explicitar Internet e Intranet, mais popular para distribuição de conteúdo na Inter-
mas também questionam Extranet. A conexão remota net, e pode ser editado por aplicativos específicos
segura que conecta Intranet’s através de um ambiente como o Microsoft Word.
Os navegadores de Internet possuem mecanismos
inseguro que é a Internet, é naturalmente um resulta-
internos que procuram proteger a navegação do usuá-
do das redes de computadores. rio por sites, alertando sobre sites que tenham con-
teúdo malicioso, download automático de códigos,
arquivos que são potencialmente perigosos se execu-
Internet, Intranet e Extranet tados, entre outras medidas.
Redes de
computadores
Importante!
Os navegadores possuem mais recursos em
Internet Intranet Extranet
comum do que diferenças. As bancas costumam
Rede mundial de Rede local de Acesso remoto perguntar os itens que são diferentes ou exclusivos.
computadores acesso restrito seguro

Microsoft Edge
Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Internet Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
Padrão de
Família TCP/IP
Criptografia em no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre
comunicação VPN
o kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma
série de itens semelhantes ao Google Chrome.
A Internet é transparente para o usuário. Qualquer Integrado com o filtro Microsoft Defender SmartS-
creen, permite o bloqueio de sites que contenham
usuário poderá acessar a Internet sem ter conheci-
phishing (códigos maliciosos que procuram enganar o
mento técnico dos equipamentos que existem para usuário, como páginas que pedem login/senha do car-
404 possibilitar a conexão. tão de crédito).
Outro recurso de proteção é usado para combater Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles
vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que oferecem pequenas dicas para que você possa apro-
favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar- veitar ao máximo o Firefox. Também pode aparecer
tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. novidades sobre produtos Firefox, missão e ativismo
Ele substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o da Mozilla, notícias sobre integridade da internet e
visualizador padrão de arquivos PDFs no Windows muito mais.
10. Foram adicionados recursos que permitem ‘Dese-
nhar’ sobre o conteúdo do PDF. Google Chrome
Mantém as características dos outros navegado-
res de Internet, como a possibilidade de instalação de O navegador mais utilizado pelos usuários da
extensões ou complementos, também chamados de Internet é oferecido pela Google, que mantém serviços
plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), entre
específicos para a navegação em determinados sites. muitos outros.
As páginas acessadas poderão ser salvas para aces- Uma das pequenas diferenças do navegador em
sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos, relação aos outros navegadores é a tecla de atalho
consultadas no Histórico de Navegação ou salvas para acesso à Barra de Endereços, que nos demais é
como PDF no dispositivo do usuário. F4 e nele é F6. Outra diferença é o acesso ao site de
Coleções no Microsoft Edge, é um recurso exclusivo pesquisas Google, que oferece a pesquisa por voz se
para permitir que a navegação inicie em um dispositi- você acessar pelo Google Chrome.
vo e continue em outro dispositivo logado na mesma Outro recurso especialmente útil do Chrome é o
conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla-
nomeado como Coleções no Edge, permite adicionar do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador
sugestões do Pinterest. não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas
Outro recurso específico do navegador é a repro- poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site Alguns recursos do navegador são ‘emprestados’
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). do site de buscas, como a tradução automática de
páginas pelo Google Tradutor.
Internet Explorer É possível compartilhar o uso do navegador com
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que
Foi o navegador padrão dos sistemas Windows, cada uma tenha suas próprias configurações e arqui-
e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o vos. O navegador Google Chrome possui níveis dife-
questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no rentes de acessos, que podem ser definidos quando o
Microsoft Edge, por questões de compatibilidade. usuário conecta ou não em sua conta Google.
A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
mento de substitutos para os programas, que deter- z Modo Normal – sem estar conectado na conta Goo-
mina que a nova versão ou novo produto, terá os gle, o navegador armazena localmente as informa-
recursos e irá operar como as versões anteriores ou ções da navegação para o perfil atual do sistema
produtos de origem. operacional. Todos os usuários do perfil, poderão
O atalho de teclado para abrir uma nova janela de consultar as informações armazenadas.
navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P. z Modo Normal conectado na conta Google – o nave-
As Opções de Internet, disponível no menu Fer- gador armazena localmente as informações da
ramentas, também poderá ser acessado pelo Painel navegação e sincroniza com outros dispositivos
de Controle do Windows, devido à alta integração do conectados na mesma conta Google.
navegador com o sistema operacional. z Modo Visitante – o navegador acessa a Internet,
mas não acessa as informações da conta Google
Mozilla Firefox registrada.
z Modo de Navegação Anônima – o navegador aces-
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, sa a Internet e apaga os dados acessados quando a
como os demais browsers, possibilita o acesso ao con- janela é fechada.
teúdo armazenado em servidores remotos, tanto na
Internet como na Intranet. O navegador Google Chrome, quando conectado em
É um navegador com código aberto, software livre, uma conta Google, permite que a exclusão do histórico
de navegação seja realizada em todos os dispositivos CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
que permite download para estudo e modificações.
Possui suporte ao uso de applets (complementos de conectados. Esta funcionalidade não estará disponível,
terceiros), que são instalados por outros programas caso não esteja conectado na conta Google.
no computador do usuário, como o Java. Um dos atalhos de teclado diferente no Google
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização Chrome em comparação aos demais navegadores é F6.
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con- Para acessar a barra de endereços nos outros nave-
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- gadores, pressione F4. No Google Chrome o atalho de
to, caso utilize o modo de navegação privativa, estes teclado é F6.
dados não serão sincronizados. Para verificar a versão atualmente instalada do
Assim como nos outros navegadores, é possível Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois
definir uma página inicial padrão, uma página inicial “Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram
a navegação das guias abertas na última sessão. instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
permite copiar para a Área de Transferência do com- mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
putador, parte da imagem da janela que está sendo com as mesmas credenciais de login.
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário O Google Chrome permite a personalização com
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta- temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
mente pelo navegador. das para alterar a visualização da janela do aplicativo. 405
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
EXERCÍCIO COMENTADO
de concursos públicos, esta parte você consegue prati-
1. (CESGRANRIO – 2018) Qual atalho de teclado pode car, até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
ser usado nos navegadores Mozilla Firefox e Micro- e comandos nas suas pesquisas na Internet, e visualize
soft Edge para trazer de volta a última guia fechada, os resultados obtidos.
no sistema operacional Windows?
SÍMBOLO USO EXEMPLO
a) Alt F4
Pesquisa exata, na mes-
b) Ctrl + o Aspas “Nova
ma ordem que forem digi-
duplas Concursos”
c) Ctrl + Shift + q tados os termos.
d) Ctrl + Shift + t Menos ou concursos
Excluir termo da pesquisa.
e) Ctrl + w traço –militares
Til concursos
Pesquisar sinônimos.
O atalho de teclado Ctrl+Shift+T é para reabrir a (acento) ~públicos
última guia fechada. Alt+F4 é para fechar a janela Substituir termos na pes-
do navegador. Ctrl+O é para abrir um arquivo no quisa, para pesquisar ‘ins-
Asterisco crições encerradas’, e ‘ins- inscrições *
dispositivo do usuário. Ctrl+Shift+Q é para encerrar
crições abertas’, e ‘inscri-
a janela do navegador (como Alt+F4). Ctrl+W é para ções suspensas’, etc.
fechar apenas a aba atual (como Ctrl+F4). Resposta:
Cifrão Pesquisar por preço. celulares $1000
Letra D.
Dois Intervalo de datas ou campeão
pontos preço. 1980..1990
Sites de busca e pesquisa
Pesquisar em redes
Arroba @novaconcursos
sociais.
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm
como finalidade apresentar os resultados de endere- Pesquisar nas marcações
Hashtags #informática
ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário. de postagens.

Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft


Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
COMANDO USO EXEMPLO
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a Resultados de ape- livro site:www.uol.
site:
acessibilidade das informações existentes na Internet, nas um site. com.br
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis. Somente um tipo apostila
Os sites de pesquisas foram incorporados aos filetype:
de arquivo. filetype:pdf
navegadores de Internet, e na configuração dos bro-
Definição de um
wsers temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que define: define:smtp
termo.
permite a busca dos termos digitados diretamente na
barra de endereços do cliente web. Esta funcionalida- intitle: No título da página. intitle:concursos
de transforma a nossa barra de endereços em uma
No endereço URL
omnibox (caixa de pesquisa inteligente), que preenche inurl: inurl:nova
da página.
com os termos pesquisados anteriormente e oferece
sugestões de termos para completar a pesquisa. Pesquisa o horário
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como busca- time: em determinado time:japan
local.
dor padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm
o Google Buscas como buscador padrão. As configura- related: Sites relacionados. related:uol.com.br
ções podem ser personalizadas pelo usuário.
Versão anterior do
Os sites de pesquisas incorporam recursos para cache: cache:uol.com.br
site.
operações cotidianas, como pesquisa por textos,
imagens, notícias, mapas, produtos para comprar Páginas que con-
link:
em lojas on-line, efetua cálculos matemáticos, tra- link: tenham link para
novaconcursos
duz textos de um idioma para outro, entre inúmeras outras.
funcionalidades. Informações de um location: méxico
location:
Os sites de pesquisas ignoram pontuação, acen- determinado local. terremoto
tuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras
minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas.
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
E além de todas estas características, os sites de
suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
bolos) para refinar os resultados e comandos para O site de pesquisas Google também oferece respos-
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con- tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe-
406 cursos públicos, estes são os itens mais questionados. rece mecanismos similares.
As possibilidades são quase infinitas, pois os assistentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana) permi-
tem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.

PEDIDO USO EXEMPLO

traduzir ... para ... Google Tradutor. traduzir maçã para japonês

lista telefônica:número Páginas com o telefone. Lista telefônica:99999-9999

código da ação Cotação da bolsa de valores. GOOG

clima localidade Previsão do tempo. clima são paulo

código do voo Status de um voo (viagens). ba247

Os resultados apresentados pelas pesquisas do site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura filtrar os
resultados com conteúdo adulto, evitando a sua exibição. Quando desativado, os resultados de conteúdo adulto
serão exibidos normalmente.
No Microsoft Bing, na página do buscador www.bing.com, acesse o menu no canto superior direito e escolha
o item Pesquisa Segura.
No Google, na página do site do buscador www.google.com, acesse o menu Configurações no canto inferior
direito e escolha o item Configurações de Pesquisa.

Importante!
As bancas costumam questionar funcionalidades do Microsoft Bing que são idênticas às funcionalidades do
Google Buscas. Ao inserir o nome do navegador da Microsoft na questão, a banca procura desestabilizar o
candidato com a dúvida acerca do recurso questionado.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em uma pesquisa por meio do Google, o uso da expressão “concurso fub” -“nível médio”,
incluindo as aspas duplas, permite encontrar informações somente dos concursos de nível médio da FUB que estiverem
disponíveis na Internet.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

O sinal de menos usado nas pesquisas é para excluir o termo ou termos informados entre aspas. Na pesquisa com
o uso da expressão “concurso fub” -“nível médio”, serão apresentados resultados contendo exatamente “concurso
fub”, mas sem “nível médio”. Retirando o sinal de menos, a expressão retornará informações somente dos concur-
sos de nível médio da FUB que estiverem disponíveis na Internet. Resposta: Errado.

CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o conteúdo
disponível na Internet.
As informações armazenadas em servidores, sejam páginas web ou softwares como um serviço (SaaS – cama-
da mais alta da Computação na Nuvem), são acessadas por programas instalados em nossos dispositivos. São eles:

z Navegadores de Internet ou browsers, para conteúdo em servidores web.


z Softwares de correio eletrônico, para mensagens em servidores de e-mail.
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por empresas e usuários.
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft Bing, para encontrar informações na rede mundial.
z Grupos de Discussão, tanto no contexto de WhatsApp e Telegram, como no formato clássico do Facebook e
Yahoo Grupos.

Este tópico é muito prático, e nos concursos públicos são questionados os termos usados nos diferentes softwa-
res, como ‘Histórico’, para nomear a lista de informações acessadas por um navegador de Internet.

Ao navegar na Internet, comece a observar os detalhes do seu navegador e as mensagens que são exibidas.
Estes são os itens questionados em concursos públicos. 407
Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação

As informações armazenadas em servidores web são arquivos (recursos), identificados por um endereço
padronizado e único (endereço URL), exibidas em um browser ou navegador de Internet.
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da
Internet.
Confira a seguir, os principais navegadores de Internet disponíveis no mercado.

NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS


Edge
Navegador padrão do Windows 10, que substituiu o Microsoft Internet
Microsoft
Explorer.

Internet Explorer
Navegador padrão do Windows 7, um dos mais questionados em con-
Microsoft
cursos públicos, por ser integrante do sistema operacional

Firefox
Software livre e multiplataforma que é leve, intuitivo e altamente
Mozilla
expansível.

Chrome
Um dos mais populares navegadores do mercado, multiplataforma e
Google
de fácil utilização.

Safari
Desenvolvido originalmente para aparelhos da Apple, atualmente está
Apple
disponível para outros sistemas operacionais.

Opera
Navegador leve com proteções extras contra rastreamento e minera-
Opera
ção de moedas virtuais.

Na Internet, as informações (dados) são armazenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os servidores
são computadores, que utilizam pastas ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao acessarmos uma
informação na Internet, estamos acessando um arquivo. Mas como é a identificação deste arquivo? Como acessa-
mos estas informações? Através de um endereço URL.
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que define o endereço de um recurso na rede. Na sua tradução
literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe:
protocolo://máquina/caminho/recurso
‘Protocolo’ é a especificação do padrão de comunicação que será usado na transferência de dados. Poderá
ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text Transfer
Protocol Secure – protocolo seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocolo – protocolo de
transferência de arquivos), entre outros.
‘://’ faz parte do endereço URL, para identificar que é um endereço na rede, e não um endereço local como ‘/’
no Linux ou ‘:\’ no Windows.
‘Máquina’ é o nome do servidor que armazena a informação que desejamos acessar.
‘Caminho’ são as pastas e diretórios onde o arquivo está armazenado.
‘Recurso’ é o nome do arquivo que desejamos acessar.
Vamos conferir os endereços URL a seguir, e suas características.

ENDEREÇO URL FICTÍCIO CARACTERÍSTICAS


Usando o protocolo http, acessaremos o servidor abc, que é comercial (.com),
no Brasil (.br). Acessaremos a divisão multimídia (www) com arquivos tex-
http://www.abc.com.br/ tuais, vídeos, áudios e imagens. O recurso acessado é o index.html, entendido
automaticamente pelo navegador, por não ter nenhuma especificação de re-
curso no fim.
408
ENDEREÇO URL FICTÍCIO CARACTERÍSTICAS
Usando o protocolo https, acessaremos o servidor abc, que é comercial (.com)
https://mail.abc.com/caixas/inbox/ e pode estar registrado nos Estados Unidos. Acessaremos o diretório caixas,
subdiretório inbox. Acessaremos o serviço mail no servidor.

Usando o protocolo de transferência de arquivos ftp, acessaremos o servidor


ftp://ftp.abc.gov.br/edital.pdf ftp da instituição governamental (gov) brasileira (br) chamada abc, que dispo-
nibiliza o recurso edital.pdf.

Outra forma de analisar um endereço URL é na sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites na Inter-
net, nos deparamos com aquelas combinações de símbolos que não parecem legíveis. Mas como tudo na Internet
está padronizado, vamos ver as partes de um endereço URL ‘completão’.
Confira:
esquema://domínio:porta/caminho/recurso? querystring#fragmento
Onde ‘esquema’ é o protocolo que será usado na transferência.
‘Domínio’ é o nome da máquina, o nome do site.
‘:’ e ‘porta’, indica qual, entre as 65536 portas TCP será usada na transferência.
‘Caminho’ indica as pastas no servidor, que é um computador com muitos arquivos em pastas.
‘Recurso’ é o nome do arquivo que está sendo acessado.
‘?’ é para transferir um parâmetro de pesquisa, usado especialmente em sites seguros.
‘#’ é para especificar qual é a localização da informação dentro do recurso acessado (marcas)
Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm ail?path=/mail/inbox#open
esquema: https://
domínio: outlook.live.com
porta: 5012
caminho: /owa/
recurso: hotmail
querystring: path=/mail/inbox
fragmento: open
Quando o usuário digita um endereço URL no seu navegador, um servidor DNS (Domain Name Server – servi-
dor de nomes de domínios) será contactado para traduzir o endereço URL em número de IP. A informação será
localizada e transferida para o navegador que solicitou o recurso.

Servidor DNS

Internet
Endereço URL
Usuário
Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas os dados são armazenados em servidores web com números de IP. O
servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a navegação na Internet.

Conceitos e funções válidas para todos os navegadores

z Modo normal de navegação – as informações serão registradas e mantidas pelo navegador. Histórico de Nave-
gação, Cookies, Arquivos Temporários, Formulários, Favoritos e Downloads.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

z Modo de navegação anônima – as informações de navegação serão apagadas quando a janela for fechada.
Apenas os Favoritos e Downloads serão mantidos.

z Dados de formulários – informações preenchidas em campos de formulários nos sites de Internet.


z Favoritos – endereços URL salvos pelo usuário para acesso posterior. Os sites preferidos do usuário poderão
ser exportados do navegador atual e importados em outro navegador de Internet. 409
z Downloads – arquivos transferidos de um servidor z clique + CTRL - abre o link em uma nova guia
remoto para o computador local. Os gerenciadores z clique + SHIFT - abre o link em uma nova janela
de downloads permitem pausar uma transferência z clique + ALT - faz download do arquivo indicado
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja pelo link.
mais disponível.
z Uploads – arquivos enviados do computador local
para um servidor remoto.
z Histórico de navegação – são os endereços URL aces- EXERCÍCIO COMENTADO
sados pelo navegador em modo normal de navegação.
z Cache ou arquivos temporários – cópia local dos 1. (CESGRANRIO – 2016) Utilizando um computador da
arquivos acessados durante a navegação. universidade, certo usuário deseja realizar uma transa-
z Pop-up – janela exibida durante a navegação para ção bancária pela internet. Um procedimento para que
funcionalidades adicionais ou propaganda. esse usuário identifique, apenas visualmente, se o site
z Atualizar página – acessar as informações armaze- acessado é um site seguro para este tipo de transação
nadas na cópia local (cache). é verificar se:
z Recarregar página – acessar novamente as infor-
mações no servidor, ignorando as informações a) a URL começa com FTP.
armazenadas nos arquivos temporários. b) a URL começa com HTTP.
z Formato PDF – os arquivos disponíveis na Internet c) a URL começa com HTTPS.
no formato PDF podem ser visualizados direta-
d) a URL está com o nome correto da instituição.
mente no navegador de Internet, sem a necessida-
de de programas adicionais. e) os campos digitáveis de agência e conta possuem o
tamanho correto.
Recursos de sites, combinados com os navegadores
de Internet O endereço URL é formado por quatro partes: proto-
colo://máquina/caminho/recurso. O protocolo define
z Cookies – arquivos de texto transferidos do ser- a forma de troca de dados entre o cliente e o ser-
vidor para o navegador, com informações sobre vidor. Quando acessamos um endereço começando
as preferências do usuário. Eles não são vírus de com HTTP, a comunicação não está sendo criptogra-
computador, pois códigos maliciosos não podem fada e poderá ser monitorada por outras pessoas.
infectar arquivos de texto sem formatação. Quando acessamos com HTTPS, a comunicação é
z Feeds RSS – quando o site oferece o recurso RSS, protegida por criptografia. Resposta: Letra C.
o navegador receberá atualizações para a página
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre Ferramentas e aplicativos de correio eletrônico
sites para troca de conteúdo.
z Certificado digital – os navegadores podem utilizar O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo
aceitam certificados digitais para validação de cone- que o usuário não esteja on-line, a mensagem será
xões e transferências com criptografia e segurança. armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo
z Corretor ortográfico – permite a correção dos tex- disponível até ela ser acessada novamente.
tos digitados em campos de formulários, a par- O correio eletrônico (popularmente conhecido
tir de dicionários on-line disponibilizados pelos como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
desenvolvedores dos navegadores. um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,
e se mantém usual até os dias de hoje.
Atalhos de teclado
PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
z Para acessar a barra de endereços do navegador,
pressione F4 ou Ctrl+E.
z Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N. O Mozilla Thunderbird é um cliente de
z Para abrir uma nova janela anônima, pressione e-mail gratuito com código aberto que po-
Ctrl+Shift+N. No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P. derá ser usado em diferentes plataformas.
z Para fechar uma janela, pressione Alt+F4.
z Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T. O eM Client é um cliente de e-mail gratuito
z Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W. para uso pessoal no ambiente Windows e
z Para reabrir uma guia fechada, pressione Ctrl+ Shift+T. Mac. Facilmente configurável. Tem a versão
z Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar Pro, para clientes corporativos.
Ctrl + = (igual)
z Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar O Microsoft Outlook, integrante do pacote
Ctrl + - (menos) Microsoft Office, é um cliente de e-mail que
z Definir zoom em 100% – Ctrl+0 (zero) permite a integração de várias contas em
uma caixa de entrada combinada.
z Para acessar a página inicial do navegador – Alt+
Home O Microsoft Outlook Express foi o cliente
z Para visualizar os downloads em andamento ou de e-mail padrão das antigas versões do
concluídos – Ctrl+J. Windows. Ainda aparece listado nos editais
z Localizar um texto no conteúdo textual da página de concursos, porém não pode ser utilizado
– Ctrl+F. nas versões atuais do sistema operacional.
z Atualizar a página – F5
z Recarregar a página – Ctrl+F5 Webmail. Quando o usuário utiliza um na-
vegador de Internet qualquer para acessar
Nos navegadores de Internet, os links poderão ser sua caixa de mensagens no servidor de
abertos de 4 formas diferentes. e-mails, ele está acessando pela modalida-
de webmail.
410 z clique - abre o link na guia atual
O Microsoft Outlook possui recursos que permitem Os protocolos de e-mails são usados para a troca
o acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização de mensagens entre os envolvidos na comunicação.
das mensagens em pastas, sinalizadores, acompanha- O usuário pode personalizar a sua configuração, mas
mento, e também recursos relacionados a reuniões e em concursos públicos o que vale é a configuração
compromissos. padrão, apresentada neste material.
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco-
Os eventos adicionados ao calendário poderão ser
lo para Transferência Simples de E-mails. Usado pelo
enviados na forma de notificação por e-mail para os cliente de e-mail para enviar para o servidor de men-
participantes. sagens, e entre os servidores de mensagens do reme-
O Outlook possui o programa para instalação no tente e do destinatário.
computador do usuário e a versão on-line. A versão POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o
on-line poderá ser gratuita (Outlook.com, antigo Hot- Protocolo de Correio Eletrônico, usado pelo cliente de
mail) ou corporativa (Outlook Web Access – OWA, inte- e-mail para receber as mensagens do servidor remoto,
grante do Microsoft Office 365). removendo-as da caixa de entrada remota.
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol)
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet é
usado pelo navegador de Internet (sobre os protoco-
los HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso webmail,
Usuário transferindo cópias das mensagens para a janela do
navegador e mantendo as originais na caixa de men-
sagens do servidor remoto.
@

Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor


de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail
de Internet SMTP

Enviar – SMTP
Formas de acesso ao correio eletrônico
Enviar e Receber
Receber – POP3 IMAP4
Podemos usar um programa instalado em nosso
dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador
de Internet para acessarmos as mensagens recebi- Remetente Destinatário
Cliente
das. A escolha por uma ou por outra opção vai além Webmail

da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
suas características e protocolos. Confira.
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail,
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder
FORMA DE os e-mails recebidos.
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
Protocolo SMTP para enviar mensagens Uso do correio eletrônico
e POP3 para receber. As mensagens são
Cliente de E-mail transferidas do servidor para o cliente e Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o
são apagadas da caixa de mensagens usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
remota.
de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
Protocolo IMAP4 para enviar e para re- mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
ceber mensagens. As mensagens são zada na RFC5322.
Webmail copiadas do servidor para a janela do
RFC é Request for Comments, um documento de
navegador e são mantidas na caixa de
mensagens remota.
texto colaborativo que descreve os padrões de cada
protocolo, linguagem e serviço para ser usado nas
redes de computadores.
De forma semelhante ao endereço URL para recur-
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
também possui o seu formato.
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails Existem bancas organizadoras que consideram o
formato reduzido usuário@provedor no enunciado
das questões, ao invés do formato detalhado usuá-
rio@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.
Receber – POP3 Receber IMAP4

CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@


PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS

Usuário COMPONENTE CARACTERÍSTICAS


Usuário

Antes do símbolo de @, identifica um


Usuário
único usuário no serviço de e-mail.
Cliente de e-mail Navegador de Internet Significa AT (lê-se ‘em’ ou ‘no’), e separa
a parte esquerda que identifica o usuá-
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para @ rio, da parte à sua direita, que identifica
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando o provedor do serviço de mensagens
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de eletrônicas.
Internet e mantida no servidor de e-mails. 411
CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – USUÁRIO@ CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
CAMPO CARACTERÍSTICAS
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
Identifica os destinatários da men-
Imediatamente após o símbolo de @, sagem que receberão uma cópia do
identifica a empresa ou provedor que BCC (CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind
Nome do domínio armazena o serviço de e-mail (o servidor cópia oculta ou cópia Carbon Copy (cópia carbono oculta).
de e-mail executa softwares como o Mi- carbono oculta) Todos que receberem a mensagem
crosoft Exchange Server, por exemplo). não conhecerão os destinatários in-
formados neste campo.
Identifica o tipo de provedor, por exem-
plo, COM (comercial), .EDU (educa- Identifica o conteúdo ou título da
SUBJECT (assunto)
cional), REC (entretenimento), GOV mensagem. É um campo opcional.
Categoria do
(governo), ORG (organização não-gover-
domínio Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui-
namental), etc., de acordo com as defi-
nições de Domínios de Primeiro Nível vo(s) que estão sendo enviados junto
(DPN) na Internet. com a mensagem. Existem restrições
ATTACH (anexo)
quanto ao tamanho do anexo e tipo
Informação que poderá ser omitida, quan- (executáveis são bloqueados pelos
do o serviço está registrado nos Estados webmails). Não são enviadas pastas.
País Unidos. O país é informado por duas letras,
como: BR, Brasil, AR, Argentina, JP, Japão, O conteúdo da mensagem de e-mail,
CN, China, CO, Colômbia, etc. Mensagem poderá ter uma assinatura associada
inserida no final.

Dica
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
Quando o símbolo @ é usado no início, antes salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele-
do nome do usuário, identifica uma conta em trônico, nominadas como ‘caixas de mensagens’.
rede social. Para o endereço URL do Instagram A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens
https://www.instagram.com/novaconcursos/, o recebidas, lidas e não lidas.
nome do usuário é @novaconcursos. A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe-
tivamente enviadas.
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen- A pasta Itens Excluídos contém as mensagens
cher os campos disponíveis para destinatário(s), título apagadas.
da mensagem, entre outros. A pasta Rascunhos contém as mensagens salvas e
Para enviar a mensagem, é preciso que exista não enviadas.
um destinatário informado em um dos campos de A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que
destinatários. o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe-
Se um destinatário informado não existir no servi- ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida.
ocorre quando enviamos uma mensagem no app
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece-
WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se
A mensagem permanece com um ícone de relógio,
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,
a mensagem tentará ser entregue depois. enquanto não for enviada.
Conheça estes elementos na criação de uma nova Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde
mensagem de e-mail. são direcionadas as mensagens sinalizadas como
lixo. Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL não solicitados, que geralmente são enviados para
um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
CAMPO CARACTERÍSTICAS
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem
Identifica o usuário que está en- é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial
viando a mensagem eletrônica, o E-mail – e-mail comercial não solicitado). Estas men-
FROM (De)
remetente. É preenchido automatica- sagens são marcadas pelo filtro AntiSpam, e procuram
mente pelo sistema.
identificar mensagens enviadas para muitos destina-
Identifica o (primeiro) destinatário da tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para
mensagem. Poderão ser especifica- o usuário.
dos vários endereços de destinatários
neste campo, e serão separados por
TO (Para) Outras operações com o correio eletrônico
vírgula ou ponto-e-vírgula (segundo o
serviço). Todos que receberem a men-
sagem, conhecerão os outros destina- O usuário poderá sinalizar a mensagem, tanto as
tários informados neste campo. mensagens recebidas como as mensagens enviadas.
Identifica os destinatários da men- Ele poderá solicitar confirmação de entrega e confir-
sagem que receberão uma cópia do mação de leitura. A mensagem recebida poderá ser
e-mail. CC é o acrônimo de Carbon impressa, visualizar o código fonte ou ignorar mensa-
CC (com cópia ou
Copy (cópia carbono). gens de um remetente.
cópia carbono)
Todos que receberem a mensagem,
conhecerão os outros destinatários Confira a seguir as operações ‘extras’ para o uso do
informados neste campo. correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
412 lismo, facilitando a organização do usuário.
Ação e características Enviar e-mail

z Alta prioridade – Quando marca a mensagem Servidor Exchange Servidor Gmail


como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon- Enviar e-mail
com confirmação O destinatário
to de exclamação vermelho no destaque do título. de leitura confirma a leitura
da mensagem
z Baixa prioridade – Quando o remetente marca a Recebendo a
confirmação de leitura
mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
Remetente Destinatário
taque do título. Cliente
Webmail
z Imprimir mensagem – O programa de e-mail ou Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de
navegador de Internet prepara a mensagem para Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza- conteúdo do e-mail.
ção do e-mail.
z Ver código fonte da mensagem – As mensagens
possuem um cabeçalho com informações técnicas
sobre o e-mail, e o usuário poderá visualizar elas.
EXERCÍCIO COMENTADO
z Ignorar – Disponível no cliente de e-mail e em 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) O símbolo @ em endereços
alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as de email tem o sentido da preposição no, sendo utilizado
próximas mensagens recebidas do mesmo reme- para separar o nome do usuário do nome do provedor.
tente serão excluídas imediatamente ao serem
( ) CERTO  ( ) ERRADO
armazenadas na Caixa de Entrada.
z Lixo Eletrônico – Sinalizador que move a mensa- Em um endereço eletrônico padrão usuário@prove-
gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio dor, o símbolo @ indica que é o usuário ‘no’ prove-
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas dor de e-mails. Resposta: Certo.
mensagens recebidas daquele remetente. Grupos de discussão
z Tentativa de Phishing – Sinalizador que move a
mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o Existem serviços na Internet que possibilitam a
serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem troca de mensagens entre os assinantes de uma lista
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço
estar enviando links maliciosos que tentam captu-
em atividade, segundo o formato original.
rar dados dos usuários. Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro
z Confirmação de Entrega – O servidor de e-mails do de 2019, e os membros não poderão mais enviar ou
destinatário envia uma confirmação de entrega, receber e-mails do Yahoo Grupos.
informando que a mensagem foi entregue na Cai- Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou
xa de Entrada dele com sucesso. Fórum de Discussão são denominações equivalentes
para um serviço que centraliza as mensagens recebi-
z Confirmação de Leitura – O destinatário pode
das que foram enviadas pelos membros e redistribui
confirmar ou não a leitura da mensagem que foi para os demais participantes.
enviada para ele. Os grupos de discussão do Facebook surgiram den-
tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente
A confirmação de entrega é independente da con- pela facilidade de acesso, associação e participação.
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo-
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar ITEM CARACTERÍSTICAS
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções Privacidade O grupo poderá ser público e visível,
forem marcadas, o remetente poderá receber duas ou restrito e visível (qualquer um pode
confirmações para a mensagem que enviou, sendo pedir para participar), ou secreto e in-
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do visível (somente convidados podem
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
próprio destinatário. ingressar).

Proprietário Criador do grupo.

Gerentes ou Participantes convidados pelo pro-


Servidor Exchange Servidor Gmail Moderadores prietário para auxiliar na moderação
Enviar e-mail das mensagens e gerenciamento do
O servidor confirma a
com confirmação
entrega do e-mail na caixa
grupo.
de entrega
de entreda do destinatário

Recebendo a
Administrador Em grupos no Facebook, pode ser o
confirmação de entrega criador ou gerente/moderador convi-
dado pelo dono do grupo.
Destinatário

Remetente
Webmail Assinatura Como receberá as mensagens. Pode-
Cliente
rá ser uma por uma, ou resumo das
mensagens por e-mail, ou e-mail de
Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de resumos (com os tópicos recebidos
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails
no grupo), ou nenhum e-mail (para
do destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na
leitura na página do grupo).
Caixa de Entrada do e-mail do destinatário. 413
Quais são as vantagens de um grupo? Dica
Os Grupos de Discussão (com as características
z Os participantes podem enviar uma mensagem, e funcionalidades originais) desapareceram ao
que será enviada para todos os participantes. longo do tempo, sendo substituídos pelos gru-
z Permite reunir pessoas com os mesmos interesses. pos nas redes sociais (com novos recursos e
z Organizar reuniões, eventos e conferências. integração com os perfis delas). Este é um tópi-
z Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com co que deverá ser questionado cada vez menos,
possibilidade de acesso aos conteúdos que foram assim como Redes Sociais.
enviados antes do seu ingresso no grupo.
Wikis
Neste momento você irá se perguntar: “mas isto o
Facebook, WhatsApp e até o Telegram já fazem, não é Em suma, podemos conceituar um wiki como
mesmo?”. sendo uma espécie de website cuja principal caracte-
Verdade. rística é ser uma enciclopédia aberta, na qual todos
Os antigos grupos de discussão foram o modelo os usuários participam e colaboram na criação e
a ser seguido para o desenvolvimento dos grupos do manutenção dos conteúdos ali contidos. Exemplo:
Facebook, dos grupos no comunicador WhatsApp e Wikipedia.
no Telegram. Nos grupos de Facebook o participante
envia um post, ou anúncio, ou arquivo, e todos podem
consultar na página o que foi compartilhado. Nos gru-
pos de WhatsApp e Telegram também, e todos podem
EXERCÍCIO COMENTADO
consultar o grupo no aplicativo. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2013) Lista de discussão é uma
Como funcionam os grupos de discussão? ferramenta de comunicação limitada a uma intranet, ao
O usuário envia um e-mail para um endereço defi- passo que grupo de discussão é uma ferramenta geren-
nido e faz a assinatura. Outras formas de associação ciável pela Internet que permite a um grupo de pessoas
incluem o pedido diretamente na página do grupo ou a troca de mensagens via email entre todos os membros
o link recebido em um convite por e-mail. do grupo.
Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem. ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem- As listas de discussão e os grupos de discussão são
brando que nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama- serviços disponíveis na Internet, que podem ser usa-
dos na Intranet, porém sem limitações como sugeri-
nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
do na questão. Assinamos um grupo de discussão, e
O envio para um endereço único permite a distribui- toda mensagem enviada para o grupo, os assinantes
ção para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia recebem cópia em seu e-mail ou aviso de resumo das
da mensagem e anexos se houverem, será disponibiliza- mensagens. Resposta: Errado.
da no mural da página do grupo, para consultas futuras.

Mensagem
enviada para
Grupos de todos os REDES SOCIAIS (TWITTER, FACEBOOK,
discussão participantes

Mensagem enviada
inscritos no LINKEDIN, WHATSAPP, YOUTUBE,
grupo
para o endereço de
e-mail do grupo
de discussão INSTAGRAM E TELEGRAM)
Usuários da Internet
Quem não é inscrito
REDES SOCIAIS
no grupo, não recebe
Usuário participante a mensagem
As redes sociais se tornaram populares entre os
Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam usuários, ao oferecerem os pilares dos relacionamen-
mensagens através de um hub que centraliza e distribui para os tos em formato digital: curtir, comentar e compartilhar.
demais participantes. Teoricamente, elas se dividem em duas catego-
rias: sites de relacionamento (redes sociais) e mídias
A qualquer momento o usuário poderá desistir e sociais.
sair do grupo, tanto pela página como por um endere- Na prática, estes conceitos acabam sendo sobre-
ço de e-mail próprio (unsubscribe). postos nas novas redes.
A principal diferença entre um grupo de discussão O modelo pode ser centralizado, descentralizado
e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada ou distribuído.
com a exibição do endereço dos participantes. Em um No modelo centralizado, as informações são exi-
grupo de discussão, cada membro tem acesso a um bidas para os usuários a partir de servidores de uma
empresa, de acordo com os parâmetros de cada usuá-
endereço que enviará cópia para todos os participan-
rio. Localização, idade, sexo, preferências políticas, e
tes do grupo, e nas mensagens respondidas, aparece o
todas as demais informações dadas pelos usuários no
endereço original do remetente. perfil da rede social, serão usadas para a apresentação
Apesar do tópico aparecer em diversos editais dos resultados na linha do tempo dele. O Twitter é um
de concursos, faz vários anos que não são aplicadas exemplo centralizado, com distribuição de conteúdo
questões sobre o tema, em todos os concursos, inde- semelhante à topologia Estrela, das redes de computa-
414 pendente da banca organizadora. dores, com um nó centralizador.
As redes sociais ou mídias descentralizadas são CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
aquelas que, apesar de existirem nós maiores e prin- Wordpress é um portal de
cipais, os usuários acessam apenas parte das informa- Usuários de Internet com foco
blogs que permite o armaze-
ções disponíveis. Critérios informados nos perfis dos em produção de conteúdo.
namento de websites.
usuários, postagens que ele curtiu, postagens que ele
O Youtube é um portal de ví-
ocultou para não ver mais nada relacionado, grupos Produtores de conteúdo mul-
deos com recursos de redes
dentro das redes sociais, etc. O Facebook é um exem- timídia e consumidores.
sociais.
plo de rede descentralizada, onde as conexões pes-
soais são expandidas para o grupo. O Wikipedia é um site para Usuários colaboradores e vo-
As redes sociais distribuídas são aquelas que publicação de conhecimento luntários que contribuem com
no formato colaborativo. novos conteúdos e revisões.
dependem das conexões de um usuário para ter aces-
so a outras conexões. O LinkedIn é um exemplo, que
prioriza as conexões conhecidas e as conexões rela- Saiba:
cionadas, independente dos grupos onde o usuário Redes sociais é um tópico pouco questionado em
está participando no momento. concursos públicos, devido às atualizações que elas
Em todas as redes sociais, a super exposição de oferecem quase diariamente em seus recursos e ope-
dados de usuários pode comprometer a segurança ração de algoritmos. Se comparar o Facebook de hoje
da informação. Técnicas de Engenharia Social podem com as regras e recursos do Facebook do ano passa-
ser usadas para vasculhar as informações publicadas do, poderá ver a quantidade de funcionalidades que
pelos usuários, à procura de conexões, relacionamen- foram alteradas.
tos, senhas, dados de documentos e outras informa-
ções que poderão ser usadas contra o usuário.

CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO


EXERCÍCIO COMENTADO
O Facebook é a maior rede so- Todos os usuários de Inter- 1. (CESGRANRIO – 2018) As redes sociais utilizam recur-
cial da atualidade. net e empresas. sos que têm o humor como principal característica e já
O Twitter é uma rede social para Ativistas, artistas, empresas e fazem parte da cultura da internet. Entre os mais usa-
publicações curtas e rápidas. políticos. dos estão os:
O LinkedIn é uma rede social Empresas, empregados, em-
para conexões entre empresas pregadores e candidatos. a) Memes.
e empregados. b) Hiperlinks.
c) Fotolog.
Facebook Workplace, usado Empresas que contratem o
por empresas para conectar serviço e seus colaboradores.
d) Crowfounding.
seus colaboradores. e) Bugs.
O Instagram é uma rede social Todos os usuários de Internet Nas redes sociais, memes são imagens de desenhos
para compartilhamento de fo- e empresas. ou fotomontagens que procuram, através do humor,
tos, vídeos e venda de produtos.
passar uma mensagem, geralmente sarcástica ou
O WhatsApp é um aplicativo Todos os usuários de Internet humorística. Hiperlinks são as ligações entre pági-
multiplataforma de mensa- e empresas. nas na web. Fotolog foi um serviço de armazenamen-
gens instantâneas e chama-
to de imagens na Internet para compartilhamento de
das de voz para smartphones.
É um aplicativo multifuncional fotos. Crowfounding é financiamento online e coleti-
que permite aos usuários o vo em que vários usuários colaboram com dinheiro
compartilhamento de mensa- para a realização de projetos de produtos/serviços.
gens de texto, imagens, vídeos, Bugs são erros em softwares. Resposta: Letra A.
autocolantes (figurinhas), gifs,
documentos em PDF, além
de permitir fazer ligações de
voz e vídeo grátis por meio de VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE
uma conexão com a internet
e, mais recentemente, transa-
SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ções financeiras, como efetuar DE NEGÓCIO E FUNDAMENTOS SOBRE
e solicitar pagamentos.
ANÁLISE DE DADOS
O Telegram é um serviço de Todos os usuários de Internet
mensagens instantâneas ba- e empresas. INTRODUÇÃO
seado em nuvem, estando dis-
ponível para uso em diversos Este capítulo tem como objetivo apresentar a vocês
terminais, tais como: compu-
tadores, tablets, smartphones
os conceitos iniciais sobre bancos de dados. Vocês
e ainda como aplicação web. O aprenderão que existe diferença entre dados e infor-
serviço permite o envio e com- mação e que, a partir deles, é possível gerar conhe-
partilhamento de mensagens cimento. Entender isto é importantíssimo para a
em massa, além da troca de resolução de várias questões em provas de concursos.
fotos, autocolantes (figurinhas)
e arquivos de qualquer tipo.
DADO, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
O Tumblr é uma rede social Todos os usuários de Internet
para compartilhamento de e empresas. Para entendermos melhor o que é um banco de
conteúdo como blogs (textos, dados, é necessário compreender antes a diferença
imagens, vídeos, links etc.)
que existe entre dado, informação e conhecimento. 415
SABADIN (2020) define que o dado é um conteúdo grupo de programas de aplicação, como um Siste-
que ainda não foi processado para gerar um significado. ma Gerenciador de Banco de Dados – SGBD, é um
Também pode-se dizer que dado é a menor unidade de exemplo de automatizado ou computadorizado.
conteúdo que tem significado no mundo real. Para gerar
alguma informação, é necessário, então, realizar uma SISTEMA GERENCIADOR DE BANCO DE DADOS
análise nestes dados e formatá-los de uma forma mais (SGBD)
resumida e de fácil entendimento. A partir da informa- Bancos de dados existem normalmente para
ção, pode-se gerar conhecimento. Assim, quando conse- serem utilizados por aplicações. São elas que realizam
guimos compreender informações e relacioná-las a um as consultas e fazem alterações em cima destes dados.
contexto, estamos obtendo conhecimento. Para tornar este processo mais simples, existe o Siste-
ma Gerenciador de Banco de Dados (SGBD).
DADO INFORMAÇÃO CONHECIMENTO
Definição de SGBD

A partir dos conceitos do que são dados, infor- ELMASRI E NAVATHE (2011) definem um SGBD
mações e conhecimento e qual a diferença entre am- como uma coleção de programas que permite aos
bos, precisamos definir agora onde os dados ficam usuários criar e manter um banco de dados. Fique
armazenados. atento que este conceito é bastante cobrado em pro-
vas de concursos!
CONCEITO DE BANCO DE DADOS Já o autor SILBERSCHATZ (2006) define um SGBD
como uma coleção de dados interrelacionados e um
ELMASRI E NAVATHE (2011) definem Banco de
conjunto de programas para acessar esses dados. O
Dados (ou Base de Dados) como “uma coleção de
dados, que representam algo do mundo real, se relacio- objetivo principal de um SGBD é prover formas de
nam entre si e são projetados, construídos e populados armazenar e recuperar informação em um banco de
para atender a um grupo de usuários interessados, com dados de maneira conveniente e eficiente.
um fim específico”. É interessante mencionarmos tam- Ainda segundo SILBERRSCHATZ (2006), uma das
bém a definição dada por C. J. DATE (2003), no qual principais razões para se usar um SGBD é ter um con-
“um banco de dados é uma coleção de dados persisten- trole central dos dados e dos programas que acessam
tes que é usada pelos sistemas de uma organização”. esses dados. ELMASRI E NAVATHE (2011) enumeram
A partir destas definições, ELMASRI E NAVATHE várias vantagens na utilização de SGBDs, tais como:
(2011) destacam que existem algumas propriedades
implícitas de um banco de dados, são elas: z Controle de redundância;
z Restrição de acesso não autorizado;
z Representação do mundo real: um banco de z Armazenamento persistente;
dados representa algum aspecto do mundo real, z Armazenamento de estruturas para o processa-
algumas vezes chamado de “minimundo”. Mudan- mento eficiente de consultas;
ças no minimundo provocam mudanças na base de z Backup e restauração;
dados. Por exemplo, se quisermos construir uma z Múltiplas interfaces para os usuários;
aplicação para uma Universidade, o nosso “mini- z Representação de relacionamentos complexos
mundo” deveria ser representado por dados refe- entre os dados;
rentes à professores, alunos, cursos, disciplinas etc. z Garantia de restrições de integridade.
Sempre que uma nova informação fosse adicionada
(ingresso de novos alunos) ou modificada (mudan- De forma resumida, temos, então, que o SGBD é
ça de professor para uma disciplina), seria necessá- um sistema de software de uso geral que facilita o
rio atualizar essas informações na base de dados. processo de definição, construção, manipulação e
z Dados com significado inerente: um banco de compartilhamento de dados entre diversos usuários
dados é uma coleção logicamente coerente de e aplicações. Ele também tem a função de proteção
dados com algum significado inerente. Uma varie- (contra falhas de hardware e software) e de seguran-
dade aleatória de dados não pode ser corretamente ça (acessos não autorizados ou maliciosos) dos dados
chamada de banco de dados. Por exemplo, não faria nele armazenados, ao mesmo tempo em que permite
sentido uma base de dados com informações sobre o compartilhamento desses dados entre vários usuá-
um cadastro de pessoas (nome, sobrenome, data rios e aplicações.
de nascimento etc.) no mesmo local (ou na mesma Antes da criação do conceito de SGBD, os bancos
tabela para casos de bancos de dados relacionais) de dados utilizavam apenas sistemas de arquivos,
do cadastro de carros (modelo, cor, placa, chassi). não existindo muita integração entre sistemas distin-
z Dados com finalidade específica: um banco de tos. Isso gerava diversos problemas, tais como, redun-
dados é projetado, construído e populado por dância de dados, concorrência de acessos, além de
dados atendendo a uma proposta específica. Ele que toda a organização dos dados ficava armazenada
possui um grupo definido de usuários e algumas no programa que fazia a sua utilização. Com isso, se
aplicações previamente concebidas nos quais esses a estrutura de dados de um arquivo fosse alterada,
usuários estão interessados. Um banco de dados de
todos os programas que utilizassem esse arquivo pre-
uma loja de varejo é diferente em tamanho e com-
cisariam ser atualizados, pois deixariam de funcionar.
plexidade se comparado ao mantido pela Receita
Federal com dados fiscais de toda a população bra- Cenário impossível atualmente, não é mesmo?
sileira, por exemplo.
z Geração e manutenção dos dados: um banco de Características de um SGBD
dados pode ser gerado e mantido manualmen-
te ou de forma automatizada. Por exemplo, um Os dados podem ser armazenados em arquivos
catálogo de cartão de biblioteca é um banco de no formato texto, planilhas ou em bancos de dados.
dados que pode ser criado e mantido manualmen- ELMASRI E NAVATHE (2011) destacam as principais
416 te. Já um banco de dados criado e mantido por um características da abordagem de banco de dados que
diferem do armazenamento de dados em sistemas de C. J. DATE (2003) e ELMASRI E NAVATHE (2011) des-
arquivos, são elas: crevem alguns tipos de profissionais e suas atividades:

z Natureza de autodescrição de um banco de dados; z Administrador de Dados (AD):


z Isolamento entre programas e dados;
z Abstração de dados; „ Pessoa que toma as decisões estratégicas e de
z Suporte para múltiplas visões de dados; normas com relação aos dados da empresa.
z Compartilhamento de dados; Decisões, estas, das quais informações devem
z Processamento de transação multiusuário. ser mantidas no banco de dados.

Arquitetura de um SGBD z Administrador de Banco de Dados (DBA):

Conforme vimos anteriormente, uma das princi- „ É a pessoa que fornece o suporte técnico para
pais características de um SGBD é retirar da aplicação implementar essas decisões. Define e imple-
a preocupação de realizar a estruturação dos dados, menta um sistema de controle de danos ao ban-
deixando de forma transparente o acesso a eles. co de dados, em geral envolvendo a carga e a
De forma simplificada, um SGBD faz a interfa- descarga de banco de dados. Também define as
ce entre a camada física de armazenamento dos restrições de segurança e integridade do banco
dados (discos, storage, métodos de acesso, clustering de dados. Assim, o DBA é responsável pelo con-
de dados etc.) e a sua organização lógica através de trole geral do sistema em um nível técnico (C. J.
um determinado modelo de organização. Dessa for- Date, 2003).
ma, o SGBD elimina grande parte da complexidade
do gerenciamento dos dados, fazendo com que os z Projetistas de Banco de Dados:
usuários e programadores tenham um foco maior na
construção da lógica de suas aplicações e consultas ao „ São responsáveis por identificar os dados a
invés do armazenamento dos dados. serem armazenados e escolher estruturas apro-
Assim, SGBDs são construídos, de forma geral, por priadas para representar e armazenar esses
módulos com funcionalidades bem definidas. Cada dados. Também é responsabilidade dos pro-
módulo possui uma responsabilidade no processo de jetistas de banco de dados se comunicar com
gerenciamento dos dados. Usuários e programado- todos os potenciais usuários a fim de entender
res interagem com estes módulos a fim de obter seus suas necessidades e criar um projeto que as
resultados. A figura a seguir detalha essa estrutura: atenda (Elmasri e Navathe, 2011).

z Usuários Finais:

„ São pessoas cujas funções exigem acesso ao


banco para consultas, atualizações e geração
de relatórios (Elmasri e Navathe, 2011).

z Analistas de Sistemas:

„ Determinam os requisitos de usuários finais,


especialmente dos usuários comuns, e desenvol-
vem especificações das transações para atender
a estes requisitos (Elmasri e Navathe, 2011).

z Programadores de Aplicações:

„ Implementam especificações produzindo pro-


gramas e, então, testam, depuram, documen- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
tam e mantêm estes programas. Analistas e
programadores devem estar familiarizados
com todas as capacidades fornecidas pelo SGBD
para desempenhar estas tarefas (Elmasri e
Navathe, 2011).

Exemplos de SGBD

Atualmente existem vários fornecedores de ban-


Fonte: Adaptado de ELMASRI e NAVATHE (2011, p. 4)
cos de dados. Cada um deles possui características e
algumas peculiaridades no qual são necessárias análi-
ses antes de decidir qual banco utilizar, sendo alguns
Profissionais de Banco de Dados destinados a projetos menores, enquanto outros não.
Dessa forma, o custo para realizar a implantação do
Existem vários tipos de profissionais que estão SGBD deve ser levado em conta antes da contratação.
envolvidos em um SGBD. Alguns têm um foco mais A seguir são descritos os principais SGBDs dispo-
gerencial, enquanto outros apenas se concentram na níveis no mercado e que estão sempre presentes nas
manipulação dos dados. questões de provas de concursos. 417
z MySQL é um dos SGBDs de código aberto mais Nível interno (ou esquema interno):
populares do mundo. Com seu desempenho com-
provado, confiabilidade e facilidade de uso, o z Também conhecido como nível de armazenamen-
MySQL se tornou a principal escolha de banco de to, descreve a estrutura de armazenamento físico
dados para aplicativos baseados na web, usados​​ do banco de dados. O esquema interno usa um
por Facebook, Twitter, YouTube, Yahoo! e muitos modelo de dados físico e descreve os detalhes com-
mais. O site oficial é o < https://www.mysql.com/>. pletos do armazenamento de dados e caminhos de
z ORACLE é um dos bancos de dados mais robustos e acesso para o banco de dados.
confiáveis do mundo corporativo. Possui uma vas-
ta lista de recursos e tem a linguagem PL/SQL para Para uma melhor visualização, acompanhe o
desenvolvimento de funcionalidades internas. esquema abaixo:
Integra-se com várias linguagens de programação
como Java, C, C++, entre outras, como também,
pode ser executado em várias plataformas como Usuário finais
Windows e Linux, por exemplo. O site oficial é o
<http://www.oracle.com>. Visão Visão
Nível esterno
z PostgreSQL é um poderoso SGBD de código aber- externa externa
to que usa e estende a linguagem SQL combinada
com muitos recursos que armazenam e escalam Mapeamento
com segurança as cargas de trabalho de dados mais externo / conceitual
complicadas. As origens do PostgreSQL remontam
a 1986 como parte do projeto POSTGRES na Univer- Nível conceitual Esquema conceitual
sidade da Califórnia em Berkeley e tem mais de 30 Mapeamento
anos de desenvolvimento ativo na plataforma cen- conceitual / interno
tral. O seu site oficial é <http://www.postgresql.org>.
z SQL Server é um SGBD desenvolvido e comercia- Nível interno Esquema interno
lizado pela Microsoft. Ele é construído sobre SQL,
uma linguagem de programação padrão para inte-
ragir com os bancos de dados relacionais. O SQL
Server está vinculado ao Transact-SQL, ou T-SQL, a
implementação do SQL da Microsoft que adiciona Banco de dados
um conjunto de construções de programação pro- armazenados
prietárias. Seu site oficial é o < https://www.micro-
Fonte: Adaptado de ELMASRI e NAVATHE (2011, p. 22)
soft.com/en-us/sql-server/>.
Arquitetura de Três Esquemas (ANSI/SPARC) É importante destacar que nessa arquitetura, os
três esquemas são apenas descrições dos dados. O
A divisão em diversos componentes (software dado, propriamente dito, existe somente no nível
de aplicação, SGBDs, etc) é o principal objetivo dos físico e um usuário interage somente ao seu próprio
sistemas de banco de dados, proporcionando uma esquema externo.
independência entre as estruturas subjacentes. A INDEPENDÊNCIA DE DADOS
arquitetura de três esquemas foi criada como sendo
uma estratégia para formalizar essa independência. ELMASRI e NAVATHE (2011) definem a indepen-
ELMASRI e NAVATHE (2011) define que o objetivo dência de dados como a capacidade de modificar
da arquitetura de três esquemas é separar o usuário ou alterar a definição dos esquemas em determina-
da aplicação do banco de dados físico. Nessa arquite- do nível, sem afetar o esquema do nível superior. A
tura, os esquemas são organizados em três níveis, são arquitetura de três esquemas auxilia na independên-
eles: cia de dados.
Existem dois tipos de independência de dados, são
eles:
Nível externo (ou visão externa):
Independência Lógica de Dados:
z Inclui uma série de esquemas externos ou visões
do usuário. Cada esquema externo descreve a par- z É a capacidade de alterar o esquema conceitual sem
te do banco de dados em que um grupo de usuários mudar o esquema externo ou os programas. A inde-
em particular está interessado e oculta o restante pendência lógica é mais difícil de ser alcançada que
a independência física porque os programas são
do banco de dados do grupo de usuários.
dependentes da estrutura lógica dos dados.
Nível conceitual (ou esquema conceitual): Independência Física de Dados:

z Descreve a estrutura do banco de dados inteiro z É a capacidade de mudar o esquema interno sem
para a comunidade de usuários, ocultando deta- ter de alterar o esquema conceitual. Consequente-
lhes das estruturas de armazenamento físico e mente, o esquema externo também não precisa ser
modificado.
concentrando-se na descrição de:
MODELOS DE DADOS
„ Entidades;
„ Tipos de Dados; Após estudarmos os principais conceitos de banco
„ Relacionamentos; de dados, vamos nos concentrar nos diferentes tipos
„ Operações de usuários; de modelos de dados que possibilitam diferentes tipos
418 „ Restrições. de visões dos usuários.
Para C. J. DATE (2003) os modelos de dados servem A figura a seguir ilustra um exemplo de um mode-
para descrever a estrutura de um banco de dados, lo lógico seguindo a abordagem de Bando de Dados
fornecendo significado necessário para permitir a Relacional.
abstração de dados, uma das características funda-
mentais dos bancos de dados. Produto Categoria
A abstração de dados em um SGBD tem o intuito código: inteiro código: inteiro
de retirar da visão do usuário final informações a res- descrição: Texto (30) nome: Texto (30)
peito da forma física de armazenamento dos dados, (1, n)
quantidade: real (1, 1)
simplificando a interação do usuário com o sistema.
A abstração de dados, então, refere-se à supressão de preço: real
detalhes da organização e armazenamento dos dados. códigoCat: inteiro
A representação dos dados pode estar submetida a dife-
rentes níveis de abstração. ELMASRI E NAVATHE (2011)
dividem estes níveis em modelos conceituais, modelos Modelo Físico
lógicos ou representacionais e modelos físicos. Os modelos físicos são modelos de baixo nível que
descrevem os detalhes de como os dados serão arma-
Modelo Conceitual
zenados no computador. Geralmente, estes modelos
O modelo conceitual é um modelo de dados de alto são voltados para especialistas. Assim, o modelo físico
é construído com base no modelo definido anterior-
nível, mais próximo ao modo como o usuário vê os dados.
mente (modelo lógico), com o objetivo de ser aplicado
HEUSER (2009) também define que este é um modelo de
sobre um SGBD específico.
dados abstrato, que descreve a estrutura de um banco de Na construção do modelo físico, são definidas
dados de forma independente de um SGBD. características como tipo e tamanho do campo, rela-
Assim, o modelo conceitual não se refere a caracte- cionamento, indexação e restrições.
rísticas físicas ou de baixo nível como forma de acesso Dessa forma, este modelo se importa em descrever
e armazenamento dos dados. Ele está focado em ilus- as estruturas físicas dos bancos de dados, tais como
trar a realidade existente a partir de uma representa- tabelas (tables), índices (index), gatilhos (triggers), fun-
ção gráfica. ções (functions), visões (views) etc.
Assim, o modelo conceitual não estabelece caracte- A caixa a seguir ilustra um script de banco de
rísticas físicas ou de baixo nível dos bancos de dados dados em SQL representando a criação dos detalhes
como forma de acesso ou armazenamento dos dados. dos dados internamente ao banco de dados (campo,
Ele está focado em ilustrar uma realidade existente tipo/domínio, restrições).
em um contexto de negócio a partir de uma represen-
tação gráfica. CREATE TABLE PRODUTO (
Neste modelo, são utilizados conceitos como enti- codigo INTEGER PRIMARY KEY,
dades, atributos e relacionamentos. quantidade REAL,
Um dos modelos de dados conceituais mais conhe- preco REAL,
cidos e utilizados na modelagem de banco de dados descricao VARCHAR(30),
codigocat INTEGER
é o Modelo Entidade-Relacionamento (MER). Nele,
);
além dos conceitos vistos anteriormente como enti- CREATE TABLE CATEGORIA (
dade, atributos e relacionamento, são representados codigo INTEGER PRIMARY KEY,
também conceitos centrais como generalização/ nome VARCHAR(30)
especialização e entidade associativa. Este modelo é );
o mais cobrado em provas de concursos e no próximo ALTER TABLE PRODUTO ADD FOREIGN KEY(codigocat)
capítulo iremos detalhar mais sobre ele. REFERENCES
CATEGORIA (codigo);
A figura a seguir ilustra um exemplo de um Diagra-
ma de Entidade-Relacionamento.
Arquitetura de Três Esquemas
Código
Descrição Código z Visão Externa (Nível Externo)
Quantidade z Esquema Conceitual (Nível Conceitual) CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Preço Nome z Esquema Interno (Nível Interno)
(1,n) (1, 1)
Produto Tem Categoria Independência de Dados

z Lógica
Modelo Lógico (Representativos ou de z Física
Implementação)
Modelo de Dados
O modelo lógico tem por objetivo representar as
estruturas que irão armazenar os dados dentro de um z Conceitual (alto nível)
banco de dados. Este modelo inclui a estrutura das z Lógico (ou representativos)
tabelas, domínios, chaves e restrições. z Físico
É importante destacar que o modelo lógico é ini-
ciado somente a partir da estruturação do modelo PROJETO DE BANCO DE DADOS
conceitual. Dessa forma, o modelo lógico é dependen-
te do tipo ou modelo de SGBD que será utilizado, ou Segundo ELMASRI E NAVATHE (2011), para se ter
seja, é levada em consideração qual abordagem será uma visão mais completa dos modelos de dados, é
utilizada referente ao banco de dados, se Relacional, importante ter conhecimento das principais fases do
Hierárquico ou de Rede. projeto de banco de dados. 419
A figura a seguir ilustra o esquema geral das dife- são projetados e implementados como transações
rentes etapas que serão percorridas ao longo do desen- de banco de dados correspondentes às especifica-
volvimento de um novo banco de dados no contexto ções da transação de alto nível. O projeto físico é
do desenvolvimento de um novo sistema ou aplicação. um processo contínuo, que ocorre mesmo depois
de o banco de dados já estar implementado e em
funcionamento, este processo é chamado de sinto-
Minimundo nia (tunning) de banco de dados. Aqui o modelo
físico é dependente do SGBD que será implantado,
podendo ser o MySQL, Oracle, PostgreSQL ou SQL
LEVANTAMENTO
Server, por exemplo.
E ANÁLISE DE
REQUISITOS Para fixar um pouco do que vimos neste capítulo,
Requisitos funcionais
observe o exercício a seguir, que exemplifica como
Requisitos de dados bancos de dados podem ser cobrados em concurso.
ANÁLISE FUNCIONAL
PROJETO CONCEITUAL

EXERCÍCIO COMENTADO
Especificação da Esquema conceitual
transação de alto nível (em um modelo de dados de alto nível)

Independente do SGBD
PROJETO LÓGICO 1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de bancos de
(MAPEAMENTO DO MODELO DE DADOS)
Específico do SGBD
dados, julgue o item a seguir.
PROJETO DO PROGRAMA Esquema lógico (conceitual) Um banco de dados é uma coleção de dados que
DE APLICAÇÃO (no modelo de um SGDB são organizados de forma randômica, sem significa-
específico)
do implícito e de tamanho variável, e projetados para
PROJETO FÍSICO
atender a uma proposta específica de alta complexi-
IMPLEMENTAÇÃO
DA TRANSAÇÃO dade, de acordo com o interesse dos usuários.
Esquema interno
Programas de aplicação ( ) CERTO  ( ) ERRADO
Fonte: Adaptado de ELMASRI e NAVATHE (2011, p. 133)
Ao contrário do que diz a questão, vimos anterior-
Levantamento e Análise de Requisitos: mente que um banco de dados é uma coleção lógica
e coerente de dados com algum significado inerente
z Nesta etapa, os projetistas de banco de dados e que uma variedade aleatória (ou randômica) de
entrevistam os usuários esperados para entende- dados não pode ser corretamente chamada de ban-
rem e documentarem seus requisitos de dados. O co de dados. Reposta: Errado.
resultado desta etapa é um conjunto de requisitos
dos usuários escrito de forma concisa. Esses requi- MODELAGEM CONCEITUAL
sitos devem ser especificados da forma mais deta-
lhada e completa possível. HEUSER (2009) define que o objetivo da modela-
gem conceitual é obter uma descrição abstrata, inde-
Modelagem Conceitual: pendente de implementação em computador e dos
dados que serão armazenados no banco de dados.
z Baseado na análise de requisitos é construído um Temos que a abordagem Entidade-Relacionamen-
modelo de dados conceitual de alto nível na forma to (ER) é a técnica de modelagem mais utilizada na
de um Modelo de Entidade-Relacionamento (MER). modelagem conceitual, o Modelo Entidade-Relacio-
Aqui são descritos as entidades, atributos, relacio- namento (MER) é modelo de dados conceitual mais
namentos, além de possíveis restrições. Esta fase é popular de alto nível e os Diagramas Entidade-Rela-
independente de SGBD. cionamento (DER) são a notação diagramática asso-
ciada ao MER.
Projeto Lógico:
ENTIDADE
z Nesta etapa, o modelo conceitual é convertido em
modelo de dados lógicos. O modelo lógico define HEUSER (2009) define uma entidade como um con-
como o banco de dados será implementado por um junto de objetos da realidade modelada sobre os quais
SGBD específico, podendo ser do tipo Relacional, se deseja manter informações no banco de dados. Por
Hierárquico ou Rede. Como vimos anteriormente, exemplo:
o modelo lógico descreve as estruturas que estarão
contidas no banco de dados, mas sem considerar z Existência Física: Pessoa, Carro, Casa, Empregado etc.
ainda nenhuma característica específica de SGBD, z Existência Conceitual: Empresa, Departamento,
resultando em um esquema lógico de dados. Trabalho, Cargo, Curso etc.

Projeto Físico: Cada entidade possui um conjunto de atributos,


z Na última etapa, são especificadas as estruturas que são as características que descrevem uma enti-
de armazenamento internas, organizações de dade em particular. Por exemplo, a partir de uma
arquivo, índices, caminhos de acesso e parâme- entidade que representa uma pessoa, os atributos
tros físicos do projeto para os arquivos de banco pertencentes a ela poderiam ser peso, altura, idade ou
420 de dados. Em paralelo, os programas de aplicação CPF.
Em um Diagrama ER, uma entidade é representa- Marido
da através de um retângulo que contém o nome da PESSOA eCasadaCom
entidade. A figura a seguir ilustra dois exemplos de Esposa
entidades:
É importante destacar que no relacionamento
entre entidades diferentes não é necessário indicar os
papéis das entidades.

Cardinalidade de Relacionamentos
Tipos de Entidades:
É importante estabelecer a quantidade de ocorrên-
z Normal; cias de cada um dos relacionamentos. Esta proprieda-
z Fraca (mais detalhes a seguir); de é chamada de cardinalidade, que se desdobra em
z Associativa (mais detalhes a seguir). cardinalidade máxima e cardinalidade mínima,
revelando diferentes características:
Dica
Para se referir a um objeto em particular, fala- z Máxima: razão de cardinalidade.
-se em “instância” ou “ocorrência da entidade”. z Mínima: participação ou dependência de existência.
Assim, uma instância se refere ao estado atual
de uma relação em um determinado momento. A cardinalidade máxima, informa o número de
Ela reflete apenas aos valores válidos que repre- ocorrências de instâncias de uma entidade com a
sentam um estado em particular do mundo real, outra. Para fins práticos, apenas duas cardinalidades
máximas são representadas de cada lado dos losangos
distinguindo-a assim de qualquer outra instân-
do relacionamento, as:
cia. Por exemplo, uma entidade do tipo Pessoa
possui os seguintes atributos: nome, cargo, ida-
z De valor 1;
de e estado civil.
z E as de valor N.
Uma instância dessa entidade poderia ser “João,
analista, 45 anos, casado”. Ou seja, a instância é
A cardinalidade máxima é usada para classificar
um exemplo de Pessoa, com os atributos preen- os relacionamentos binários, aqueles nos quais os
chidos com seus determinados valores (HEU- relacionamentos se dão entre duas entidades. São
SER, 2009). tipos de relacionamentos:

RELACIONAMENTO z 1:1 (um-para-um) – cada instancia de uma entida-


de se relaciona apenas com uma e somente uma
HEUSER (2009) define que um relacionamento é a instancia da outra entidade.
representação de um conjunto de associações entre as
„ Por exemplo: Na imagem abaixo temos o rela-
ocorrências de entidades. Dessa forma, pode-se repre-
cionamento que um Empregado gerencia um
sentar as interações que foram identificadas no pro-
Departamento, assim como, um Departamen-
cesso de análise entre as entidades. No Diagrama ER
to é gerenciado por apenas um Empregado
um relacionamento é representado por um losango
(Gerente).
que faz a interligação de suas respectivas entidades.
O nome do relacionamento aparece dentro do losan-
EMPREGADO DEPARTAMENTO
go. A figura a seguir apresenta um exemplo contendo
duas entidades, DEPARTAMENTO e PROJETO ligados 1 1
ao relacionamento CONTROLA. GERENCIA

z 1:N (um-para-muitos) – uma instância se relaciona


com várias na outra entidade, mas cada instância
da outra entidade só pode estar relacionada a uma CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
única ocorrência da primeira entidade.
„ Por exemplo: Na imagem abaixo, um Departamen-
to controla vários Projetos, assim como, um Proje-
to é controlado apenas por um Departamento.

DEPARTAMENTO
Autorrelacionamento ou Relacionamento Recursivo
1

Normalmente um relacionamento associa entida-


CONTROLA
des diferentes. Porém, há um caso especial no qual
existe um relacionamento entre a mesma entidade.
Nesta situação, surge o conceito de papel que identifi-
cará o relacionamento. N

PROJETO
Por exemplo, no relacionamento eCasadaCom (“é
casada com”), ilustrado na figura a seguir, uma ocor-
rência da entidade PESSOA exerce o papel de marido z N:N (muitos-para-muitos) – uma instância se relaciona
e a outra ocorrência exerce o papel de esposa. com várias ocorrências na outra entidade e vice-versa. 421
„ Por exemplo: Na imagem abaixo, um Compositor De forma resumida, temos que os graus dos rela-
compõe várias Composições, assim como, uma cionamentos podem ser:
Composição é composta por vários Compositores.
z Unário (grau 1): Relacionamento com a própria
N N
entidade. Conforme vimos anteriormente, são cha-
COMPOSITOR COMPÕE COMPOSIÇÃO mados de autorrelacionamento ou relacionamen-
to recursivo.
z Binário (grau 2): Mais comum. É o relacionamento
Já a cardinalidade mínima se refere ao número entre duas entidades.
mínimo de instâncias de uma entidade associadas a uma z Ternário (grau 3): Relacionamento entre três enti-
outra entidade através do relacionamento. De forma prá- dades. Este possui uma maior complexidade.
tica, consideram-se apenas duas cardinalidades mínimas: z Ou mais...

z 1 (um): se uma ocorrência de entidade sempre tiver ATRIBUTO


de participar do relacionamento para que ela exis-
ta, então a associação é obrigatória. Essa associa- HEUSER (2009) define que os atributos são dados
ção é indicada pelo número 1 (um) no diagrama ER. ou informações associadas a cada ocorrência de uma
entidade ou de um relacionamento.
z 0 (zero): se a ocorrência de uma entidade nem
Por exemplo, nome, idade, endereço, salário ou
sempre precisar participar do relacionamento, ela
cargo do funcionário. Para cada entidade em particu-
é considerada uma associação opcional. Esta asso- lar, ela terá um valor para cada um de seus atributos.
ciação é considerada opcional quando é indicada No Diagrama ER, os atributos são representados
pelo número 0 (zero) no diagrama ER. graficamente por círculos brancos, conforme ilustra-
do nas figuras a seguir:
EMPREGADO

(0, 1)

Alocação

(1, 1)

MESA

A partir da imagem anterior, podemos concluir


que cada Empregado deve ter a ele alocada obrigato-
riamente uma Mesa (cardinalidade mínima 1) e que HEUSER (2009) destaca que, na prática, muitas
uma Mesa pode existir sem que a ela esteja alocado vezes os atributos não são representados graficamente
um Empregado (cardinalidade mínima 0). para não sobrecarregar os diagramas, já que entidades
podem possuir um grande número de atributos. Nesses
Grau de Relacionamento casos é preferível o uso de representação textual.
É importante destacar também que cada atributo pos-
A maioria dos exemplos até aqui mostrados são de sui um conjunto de valores possíveis denominado domí-
relacionamentos binários. A abordagem ER permite nio, que veremos em mais detalhes no próximo capítulo.
que sejam definidos relacionamentos de grau menor
ou maior do que dois. Classificação dos Atributos
O grau de um relacionamento corresponde ao
número de entidades que participam do relaciona- Atributos Descritivos:
mento. Assim, podemos ter relacionamentos unários,
binários, ternários e assim por diante, apesar de não z Os atributos descritivos são capazes de represen-
ser muito comum encontrar diagramas com relacio- tar características formadoras ou pertencentes a
namentos com mais de três entidades envolvidas. uma entidade.
A figura a seguir ilustra um exemplo de relacio-
namento ternário, ou seja, com 3 (três) entidades „ Por exemplo: para a entidade Pessoa, podemos
ter os atributos que a descrevem como: nome,
(CIDADE, DISTRIBUIDOR e PRODUTO) participando do
idade, nascimento e sexo.
relacionamento DISTRIBUIÇÃO.
Atributos Nominativos:
CIDADE DISTRIBUIDOR

N 1 z Os atributos nominativos, podem cumprir a fun-


ção de descritivos, como também, serve para defi-
nir nomes ou rótulos de identificação às entidades
DISTRIBUIÇÃO
aos quais pertencem.

N „ Por exemplo: “código do...” (código do setor,


código do curso), “número...” (número total),
“matrícula” (matrícula do aluno, matrícula do
PRODUTO
422 funcionário) etc.
Atributos Referenciais: É importante ficar muito atento na diferença entre
os atributos compostos e os multivalorados, pois eles
z Os atributos referenciais, como o próprio nome são bastante cobrados em provas de concursos.
diz, fazem referência a uma outra entidade. O
exemplo mais comum são as chaves estrangeiras. z Atributo Composto: a informação é formada por
„ Por exemplo, na entidade chamada Aluno, há várias partes, com a informação completa sen-
um atributo denominado “código do curso”, do formada por todas as partes. O exemplo mais
no qual faz referência ao código que identifica comum é o atributo ENDEREÇO.
uma instância da entidade Curso. z Atributo Multivalorado: podem possuir vários
valores em um mesmo atributo. Um exemplo que
Tipos de Atributos cai bastante em prova é o TELEFONE, no qual a
pessoa pode registrar vários telefones (fixo, celu-
Existem diferentes tipos de atributos em uma enti-
lar, comercial) no mesmo atributo.
dade. São eles:

Atributos Simples (Atômicos): Identificando Entidades (Atributos-Chave)

z São atributos unitários ou não divisíveis, ou seja, Para a maioria das entidades, estas devem possuir
não podem ser divididos em outros atributos. um identificador. Segundo HEUSER (2009), um identi-
ficador de entidade é um conjunto de um ou mais atri-
Atributos Compostos: butos e relacionamentos cujos valores servem para
distinguir uma ocorrência da entidade das demais
z Podem ser divididos em subpartes menores (em ocorrências da mesma entidade. Eles podem ser
outros atributos), representando, assim, atributos representados por círculos pretos no Diagrama ER.
mais básicos com significados independentes. Para HEUSER (2009), um identificador simples (úni-
„ Por exemplo: o atributo ENDEREÇO pode ser co atributo) é suficiente para distinguir uma ocorrência
dividido em nome da RUA, CIDADE, ESTADO da entidade das demais ocorrências da mesma entidade.
e CEP. Além do mais, o atributo RUA pode ser
subdividido em outros três mais simples como
RUA, NÚMERO e NÚMERO_APARTAMENTO.

Atributos de Valores Únicos (ou Monovalorados):


Já para um identificador composto, HEUSER
z Possuem valor único para uma entidade em
(2009) menciona que dois ou mais atributos podem
particular.
ser necessários para distinguir uma ocorrência da
„ Por exemplo, para uma entidade do tipo Pes- entidade das demais ocorrências da mesma entidade.
soa, o atributo IDADE é um atributo único, pois HEUSER (2009) destaca também que há casos em
toda pessoa só possui uma idade. que o identificador de uma entidade é composto não
Atributos Multivalorados: somente por seus atributos, mas também, através de
relacionamentos em que ela participa (relaciona-
z Podem possuir vários valores para uma mesma enti- mento identificador).
dade. Por exemplo, FORMACAO_ACADEMICA é um No Diagrama ER, o relacionamento usado como iden-
atributo de uma entidade do tipo Pessoa que pode não tificador é indicado por uma linha dupla ou mais densa.
ter nenhuma formação, uma ou várias formações.
„ Um atributo multivalorado pode ter um limite
mínimo e um máximo para restringir o número de
valores permitidos para cada entidade individual.

Atributos Derivados:

z Os valores destes atributos podem ser derivados de


outros atributos ou entidades e eles relacionados.
„ Por exemplo, os atributos IDADE e DATA_NASCI- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
MENTO. O atributo IDADE é derivado de DATA_
NASCIMENTO, ou seja, o banco de dados pode
calcular o valor do atributo IDADE a partir do
valor que se encontra no atributo DATA_NASCI-
MENTO. Por fim, o atributo DATA_NASCIMEN-
TO é chamado de atributo armazenado.

Atributos Identificadores:

z Quando o atributo permite distinguir uma ocor-


rência das demais ocorrências de uma mesma
entidade, ele é considerado um atributo identifica-
dor de entidade.
„ Por exemplo, o atributo CPF pode ser conside-
rado um atributo identificador de uma entida-
de do tipo Pessoa, pois, para cada pessoa, existe
um número de CPF único. Contudo, um atributo
identificador pode corresponder a um conjunto
de um ou mais atributos ou relacionamentos. 423
Na figura acima, a entidade DEPENDENTE é identi- GENERALIZAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO
ficada por seu atributo “nome” e pelo relacionamento
“dependeDe” com a entidade EMPREGADO. Por meio deste conceito é possível atribuir proprie-
dades particulares a um subconjunto das ocorrências
Identificando Relacionamentos especializadas de uma entidade genérica.
Generalização: HEUSER (2009) define que a gene-
Um relacionamento é identificado pelas entidades ralização é processo inverso à especialização. Ela é
dele participantes, bem como pelos seus próprios atri- resultado da união de dois ou mais tipos entidade de
butos identificadores se porventura existirem. nível mais baixo (subclasse), produzindo um tipo-enti-
dade de nível mais alto (superclasse). Assim, ela é uma
(0, n) (0, n) abstração de um conjunto de entidades.
MÉDICO CONSULTA PACIENTE
Especialização: Já a especialização, HEUSER
CRM nome data
código nome (2009) define como o resultado da separação de um
hora
tipo-entidade de nível mais alto (superclasse), for-
mando vários tipos-entidade de nível mais baixo (sub-
Na figura acima, os atributos identificadores de classe). No Diagrama ER, o símbolo para representar
relacionamento (data e hora) distinguem uma CON- generalização/especialização é um triângulo isósceles.
SULTA entre um MÉDICO e seu PACIENTE dentre as
demais consultas deste médico com os seus demais (1, 1) (0, n) codigo
FILIAL CLIENTE
pacientes. nome

Cardinalidade de Atributos

cpf CNPJ
HEUSER (2009) destaca que um atributo pode pos- sexo
PESSOA PESSOA
tipoOrganizacao
FÍSICA JURÍDICA
suir uma cardinalidade, de maneira análoga a uma
entidade em um relacionamento. Esta cardinalidade
define quantos valores deste atributo podem estar Na figura acima, a entidade PESSOA FÍSICA possui,
associados com uma ocorrência da entidade ou rela- além de seus atributos CPF e sexo, os atributos herdados
cionamento ao qual ele pertence. Por exemplo, pode- da entidade CLIENTE (que são os atributos código e nome),
mos ter as seguintes cardinalidades: bem como o relacionamento com a entidade FILIAL.

z Cardinalidade (1,1): obrigatória (não precisa repre- Níveis de Generalização e Especialização


sentar a cardinalidade no diagrama);
z Cardinalidade (0,1): opcional; Não há limites no número de níveis hierárquicos
z Cardinalidade (0,n): opcional e multivalorada; da generalização/especialização. Admite-se até que
z Cardinalidade (1,n): obrigatória e multivalorada. uma mesma entidade seja a especialização de diversas
entidades genéricas, é a chamada Herança Múltipla.
número
nome
FILIAL numEmpregados VEÍCULO Identificador
localização (1,n) de veículo
definido aqui

ENTIDADE FRACA

HEUSER (2009) define que entidade fraca é uma VEÍCULO TERRESTRE VEÍCULO AQUÁTICO
entidade que não possui atributos suficientes para
formar uma chave primária. A chave primária da
entidade fraca é formada pela chave primária do con-
junto de entidades fortes da relação mais o identifica-
dor do conjunto de entidades fracas.
Por exemplo, a entidade DEPENDENTE é uma enti- AUTOMÓVEL ANFÍBIO BARCO
dade fraca, pois a entidade somente existe quando
relacionada a outra entidade e usa, como parte de ser
identificador, entidades relacionadas.
A entidade fraca é representada por um retângulo com Herança
linha dupla conforme demonstrado na figura a seguir. múltipla

ENTIDADE ASSOCIATIVA

HEUSER (2009) destaca que por definição, um rela-


cionamento é uma associação entre entidades. Em
certas oportunidades, durante a modelagem, surgem
situações nas quais é desejável permitir uma associa-
Na figura anterior, podemos visualizar também ção entre uma entidade e um relacionamento. A ideia
outra forma de especificar os atributos de uma rela- da entidade associativa trata um relacionamento
424 ção, muitas vezes utilizadas em provas de concursos. como se ele fosse uma entidade.
Por exemplo, deseja-se modelar a prescrição de Os tipos de relacionamento que preenchem correta-
medicamentos receitados aos pacientes, com a cria- mente as lacunas acima são, respectivamente:
ção da entidade Medicamentos. A solução, então,
seria transformar o relacionamento entre MÉDICO e a) N:M, N:1, 1:1, N:M
b) 1:N, 1:1, 1:1, N:M
PACIENTE em uma entidade associativa e relacioná-la
c) N:M, N:1, 1:N, N:M
com a entidade MEDICAMENTO.
d) N:M, 1:1, 1:1, N:M
A notação utilizada para tanto é colocar um retân-
e) N:M, N:1, 1:1, 1:N
gulo em torno do relacionamento (losango), conforme
pode ser visto na figura a seguir. A partir do texto inserido na questão, construímos
o nosso Diagrama de Entidade-Relacionamento a
(1, n) (1, n)
MÉDICO CONSULTA PACIENTE seguir:
Entidade
associativa M N 1 1
ALUNO ENSINA MATÉRIA
PROFESSOR MINISTRA
prescrição
N M

1 N RECEBE
MEDICAMENTO PERTENCE TURMA AULA

A seguir, temos uma imagem com um resumo dos Onde:


símbolos de todos os conceitos que vimos sobre o • Relacionamento entre professor e aluno: Um pro-
modelo conceitual mais cobrado em provas de concur- fessor pode ensinar para vários alunos, assim como,
sos, chamado de Modelo Entidade-Relacionamento. cada Aluno é ensinado por vários Professores. Des-
sa forma, temos que o tipo de relacionamento entre
CONCEITO SÍMBOLO Professor e Aluno é N:M.
• Relacionamento entre aluno e turma: Cada aluno
Entidade pertence a somente uma Turma, como também, cada
Turma possui vários Alunos. Dessa forma, temos o
Relacionamento relacionamento do tipo N:1 entre Aluno e Turma.
• Relacionamento entre matéria e professor: Em
cada Matéria só há um Professor, como também,
Atributo cada Professor ministra apenas uma Matéria.
Assim, o relacionamento entre Matéria e Professor
Atributo Identificador
é só tipo 1:1.
• Relacionamento entre turma e matéria: Cada
Relacionamento Turma recebe aula de várias Matérias, assim como,
Identificador cada Matéria é lecionada em várias Turmas. Des-
sa forma, temos que o tipo de relacionamento entre
Turma e Matéria é N:M. Resposta: Letra A.
Generalização/
especialização
MODELO RELACIONAL

Entidade Associativa A seguir vamos apresentar os conceitos sobre um


dos modelos de dados mais utilizados atualmente nos
sistemas de gerenciamento de banco de dados (SGBD),
Fonte: Adaptado de HEUSER (2009, p. 63) o modelo relacional. O objetivo é dar condições para
que vocês compreendam os conceitos básicos e resol-
vam o maior número de questões nas provas de con-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
cursos públicos.
EXERCÍCIO COMENTADO
INTRODUÇÃO
2. (FCC – 2005) Analise o quadro abaixo.
O modelo relacional foi introduzido por Edgar
Entidade Entidade Tipo de Relacionamento Frank “Ted” Codd, da IMB Research, em 1970. O
modelo utiliza o conceito de relação matemática que
Professor Aluno ...... se parece com uma tabela de valores. As primeiras
Aluno Turma ...... implementações são início da década de 1980. O mode-
Matéria Professor ...... lo revelou-se o mais flexível e adequado ao solucionar
os vários problemas que se colocaram no nível de con-
Turma Matéria ...... cepção e implementação em um banco de dados.
A estrutura fundamental do modelo relacional é
Levando em conta que as turmas são grupos de alu- a relação (tabela). Uma relação é constituída por um
nos e cada aluno pertence a somente uma turma, cada ou mais atributos (colunas) que traduzem o tipo de
professor ministra a mesma matéria em uma ou mais dados a serem armazenados. Cada instância do esque-
turmas, só há um professor por matéria e uma turma ma é chamada de tupla (linha). A seguir, veremos em
recebe aulas de várias matérias. mais detalhes cada um destes conceitos. 425
CONCEITOS DO MODELO RELACIONAL

De acordo com HEUSER (2009), o modelo relacional representa o banco de dados como uma coleção de rela-
ções. Uma relação é semelhante a uma tabela de valores ou arquivo plano de registros.
Fazendo uma comparação da relação com uma tabela de valores, temos que cada linha da tabela representa
uma coleção de valores de dados relacionados. Além disso, uma linha em particular representa um fato que nor-
malmente corresponde a uma entidade ou relacionamento do mundo real.
A tabela a seguir relaciona o que contém em uma tabela de valores com os conceitos do modelo relacional.

INFORMAÇÕES DE UMA TABELA CONCEITOS DO MODELO RELACIONAL


Tabela Relação
Linha Tupla
Coluna Atributo
Tipo Do Dado Domínio

De forma resumida, HEUSER (2009) descreve que uma tabela (relação) é um conjunto não ordenado de linhas
(tuplas), onde cada linha é composta por uma série de colunas ou campos (atributos). Cada campo é identificado
por um nome de campo (nome do atributo), o conjunto de campos homônimos de todas as linhas de uma tabela
forma uma coluna.
A imagem a seguir ilustra as informações presentes em uma relação do modelo relacional de banco de dados.

Fonte: Adaptado de ELSMARI e NAVATHE (2011, p. 40)

Outros dois conceitos muito importantes da modelagem relacional é o grau da relação que diz respeito ao
número de atributos de uma relação e a cardinalidade da relação que indica o número de tuplas (linhas)
existentes na relação.

Chaves

As chaves correspondem aos atributos identificadores que vimos anteriormente no capítulo de modelagem
conceitual. Elas permitem dar uma identificação única a cada ocorrência de instância em uma tabela.
Basicamente existem 3 (três) tipos de chaves em um banco de dados relacional, a chave primária, a chave
estrangeira e a chave alternativa. A seguir, vamos detalhar estes tipos com suas respectivas características.

Chave Primária (ou Primary Key – PK)

z É um conjunto de atributos que identifica unicamente uma tupla em uma relação.


z Pode ser simples ou composta.
„ Simples: é formada por apenas um campo da tabela.
„ Composta: é formada por mais de um campo na tabela.

z Um exemplo de chave primária pode ser o CPF que identifica unicamente cada pessoa. O conjunto {Nome,
CPF} também pode ser uma super chave, mesmo o atributo Nome não sendo uma chave primária.
z Os campos que pertencem à chave primária são obrigatórios, não admitindo valor vazio ou NULL.

Chave Estrangeira (Foreign Key – FK)

z É uma coluna ou conjunto de colunas que se referem necessariamente a uma chave primária de outra tabela
(ou dela mesma no caso de recursividade), estabelecendo um relacionamento entre as tabelas.
z Segundo HEUSER (2009), a existência de uma chave estrangeira impõe restrições que devem ser garantidas ao
426 executar operações de alterações no banco de dados.
z Um exemplo de chave estrangeira pode ser o “Códi- RESTRIÇÕES DO MODELO RELACIONAL
go do curso” que se encontra em uma das colunas
ELMASRI e NAVATHE (2011) definem que restri-
da tabela de Aluno e que referencia a chave primá-
ções do modelo relacional são regras que devem ser
ria da tabela de Cursos.
obedecidas em todos os estados válidos da base de
dados. Elas devem ser especificadas no esquema de
Chave Alternativa (ou Chave Candidata) banco de dados relacional para garantirem que os
dados reflitam corretamente a realidade modelada.
z Uma coluna ou grupo de colunas da tabela que São tipos de restrições:
servem para identificar unicamente um registro.
Assim, além da chave primária criada, uma outra z Domínio
(alternativa) também é utilizada para identificar o z Chave
registro. Também chamada de Chave Única (Uni- z Valores Vazios (NULL)
que Key – UK). z Integridade
z Como exemplo, podemos criar uma tabela com „ Entidade
dados de Pessoas, tendo como chave primária um „ Referencial
número inteiro autoincrementado (valor diferente „ Semântica
para cada pessoa inserida na tabela) e como chave
única o CPF de cada pessoa. Restrições de Domínio

Domínio As restrições de domínio especificam que, dentro


de cada tupla, o valor de cada atributo deve ser um
valor indivisível do domínio. São tipos de domínios os
Um domínio é um conjunto de valores atômicos,
exemplos a seguir:
ou seja, cada valor do domínio é indivisível e possui
uma descrição física e outra semântica. Por exemplo:
z Tipos de dados numéricos para inteiros (short,
integer e long)
z Descrição física
z Números reais (float e double)
„ Identifica o tipo e o formato dos valores que z Caracteres
compõem o domínio z Booleanos
„ Exemplo: VARCHAR(13), “(99)9999-9999” z Cadeias de caracteres de tamanho fixo e variável
z Data
z Descrição semântica z Hora
z Moeda
„ Ajuda na interpretação de seus valores z Entre outros.
„ Exemplo: “Números de telefone válidos no Brasil”

A seguir temos alguns exemplos de domínios para Restrições de Chave (Unicidade)


alguns atributos:
No modelo relacional formal, uma relação é defi-
z CPF (VARCHAR(20)) – o atributo CPF deverá ser nida como um conjunto de tuplas. Todos os elementos
do tipo VARCHAR (string) com um tamanho máxi- de um conjunto são distintos. Logo, todas as tuplas em
ma de 20 caracteres. uma relação também precisam ser distintas. Assim,
z NOME (VARCHAR(40)) – o atributo NOME deve- não pode haver chaves com o mesmo valor.
rá ser do tipo VARCHAR (string) com um tamanho As restrições de chave garantem a unicidade do
máximo de 40 caracteres. valor da chave primária em cada uma das tuplas de
z MEDIA_NOTA (DOUBLE) – o atributo MEDIA_ uma relação. Isso significa que duas tuplas não podem
NOTA deverá ser do tipo DOUBLE (número de pon- ter a mesma combinação de valores para todos os
to flutuante) seus atributos.
Conceitos do Modelo Relacional:
Restrições sobre Valores Vazios (NULL)
z Relação: Tabela de dados. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z Atributo: Nome de cada coluna da tabela. ELMASRI e NAVATHE (2011) definem que restri-
z Tupla: Linha da tabela. ções sobre valores vazios especificam se valores NULL
z Instância: Conjunto de tuplas. são permitidos ou não. Por exemplo, se cada tupla de
z Domínio: Conjunto de valores permitidos. uma entidade do tipo ALUNO precisar ter um valor
z Grau: Número de atributos da relação. válido, diferente de NULL, para o atributo Nome,
z Cardinalidade: Indica o número de tuplas (linhas) então Nome de ALUNO é restrito a ser NOT NULL
existentes na relação. (“não nulo” ou “não vazio”).
Chaves:
Restrições de Integridade
z Chave Primária: Conjunto de atributos (colunas)
que identifica unicamente uma tupla em uma ELMASRI e NAVATHE (2011) definem que um
relação. estado que satisfaz a todas as restrições no conjunto
z Chave Estrangeira: Uma coluna ou conjunto de definido de restrições de integridade é chamado de
colunas que se referem necessariamente a uma estado válido. Além disso, um estado de banco de
chave primária de outra tabela. dados que não obedece a todas as restrições de inte-
z Chave Alternativa: Uma coluna ou grupo de colu- gridade é chamado de estado inválido.
nas da tabela que servem para identificar unica- Dessa forma, ELMASRI e NAVATHE (2011) classifi-
mente um registro. cam os tipos de restrições de integridade: 427
Restrição de Integridade de Entidade NOÇÕES DE BIG DATA

Com o uso extensivo de serviços online por meio


z Nenhum valor de chave primária pode ser NULL;
da Internet, os hábitos adotados por empresas, organi-
z As Restrições de Chave e as Restrições de Integri-
zações, economias e por diferentes nações acabaram
dade de Entidade são atribuídas sobre relações
mudando a maneira como as pessoas vivem e usam
individuais.
a tecnologia. Dessa forma, mais do que nunca, há um
aumento crescente da quantidade de informações e,
Restrição de Integridade Referencial
consequentemente, do armazenamento dos dados
que surgem diariamente.
z Restrição de Integridade Referencial é atribuída Tudo isso é relativamente novo. Pois, agora, cada
entre duas relações e usada para manter a consis-
usuário e organização pode armazenar as informa-
tência entre tuplas nas duas relações;
ções em formato digital, diferentemente de como
z Esta utiliza o conceito de Chave Estrangeira (FK)
acontecia algumas décadas atrás. Portanto, para lidar
visto anteriormente.
com esse aumento exponencial de dados, foi criado
um mecanismo e abordagem para lidar com tudo isso,
Restrições de Integridade Semântica
o chamado Big Data.
Neste capítulo, iremos apresentar os conceitos
z Restrições de Integridade Semântica são especifi- sobre Big Data, tecnologias e ferramentas. Ao final,
cadas e impostas em um banco de dados relacional; resolveremos algumas questões de concursos públi-
z Por exemplo: cos sobre este assunto.
„ Salário de um funcionário não deve ser supe-
rior ao salário de seu supervisor; CONCEITO DE BIG DATA
„ Número máximo de horas que um funcionário
pode trabalhar em todos os projetos por sema- Como um dos termos mais “badalados” do merca-
na é 56h. do hoje, não há consenso sobre como definir Big Data.
O termo é frequentemente usado como sinônimo de
A seguir, selecionamos algumas questões sobre os conceitos relacionados como Business Intelligence (BI)
conceitos que acabamos de aprender. e Mineração de Dados (Data Mining). É verdade que
todos os três termos se referem à análise de dados,
mas o conceito de Big Data difere dos demais quando
volumes de dados, número de transações e o núme-
EXERCÍCIO COMENTADO ro de fontes de dados são tão grandes e complexos
que exigem métodos e tecnologias especiais a fim de
extrair uma visão dos dados.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018)
O Big Data pode ser definido como um concei-
CPF to utilizado para descrever um grande volume de
NOME dados, tanto estruturados quanto não estruturados,
DATA DE NASCIMENTO e que aumentam dia após dia em qualquer sistema
ou negócio. No entanto, não é a quantidade de dados
NOME DO PAI
que é essencial. A parte mais importante é o que as
NOME DA MAE
empresas ou organizações podem fazer com esses
TELEFONE
dados. Milhares de análises podem ser executadas
CEP sobre eles, no qual é possível realizar previsões, ins-
NUMERO pirar novas ideias ou levar a uma melhor tomada de
decisão estratégica.
As informações anteriormente apresentadas corres-
Uma definição exata de Big Data é difícil de definir,
pondem aos campos de uma tabela de um banco de
pois projetos, empresas e profissionais de negócios a
dados, a qual é acessada por mais de um sistema
usam de maneira bem diferente. Com isso em mente,
de informação e também por outras tabelas. Esses de modo geral, Big Data é:
dados são utilizados para simples cadastros, desde a
consulta até sua alteração, e também para prevenção z Grande volume de dados;
à fraude, por meio de verificação dos dados da tabela z Uma categoria de estratégias e tecnologias da com-
e de outros dados em diferentes bases de dados ou putação usadas para lidar com grandes conjuntos
outros meios de informação. de dados.
Considerando essas informações, julgue o item que
segue. QUAIS SÃO OS 5VS DO BIG DATA?
A referida tabela faz parte de um banco de dados
Inicialmente, o conceito de Big Data foi contempla-
relacional.
do por 3 V’s. que são volume, velocidade e varieda-
( ) CERTO  ( ) ERRADO de. Valor e veracidade são outras duas dimensões “V”
que foram adicionadas à literatura recentemente.
Os V’s adicionais são frequentemente propos-
Como estudamos anteriormente, a estrutura fun-
tos, mas estes 5V’s são os que mais são cobrados em
damental do modelo relacional é a tabela, também
provas de concursos. Vamos a uma breve explicação
chamada de relação. Uma relação é constituída por
sobre cada um a seguir:
um ou mais atributos (colunas) e cada instância é
chamada de tupla (linha). Assim, a tabela que cons- � Volume
ta no corpo da questão realmente faz parte de um
banco de dados relacional que poderá ser usada „ Refere-se à enorme quantidade de dados dispo-
para o cadastro de pessoas em uma aplicação com- nível, desde conjuntos de dados com tamanhos
428 putacional, por exemplo. Resposta: Certo. de terabytes a zetabytes;
z Velocidade
„ Refere-se a grandes quantidades de transações
com alta taxa de atualização, resultando em flu-
xos de dados chegando em grande velocidade;

z Variedade
„ Os dados vêm de diferentes fontes de dados.
Além disso, os dados podem vir em vários for-
matos, sendo dados estruturados como uma
tabela de banco de dados, dados semiestrutura-
dos como um arquivo XML ou dados não estru- FONTE: Disponível em: <https://www.google.com/search?q=dados
turados como texto, imagens, streams de vídeo, +estruturados&client=opera&hs=Qbg&sxsrf=ALeKk000TpXUa6k3m
áudio, entre outros. lx87snF0lE866HYNQ:1624911016946&source=lnms&tbm=isch&sa
=X&ved=2ahUKEwjg-dKfkbvxAhX5r5UCHRp-BF4Q_AUoAXoECAEQA
w&biw=770&bih=741#imgrc=-n3SzEFTQkAqoM&imgdii=yRL2emS7
Vale destacar que estes são os três principais V’s de B4ZdVM>.
Big Data. Porém, ainda há os seguintes V’s:
Dados Estruturados
z Veracidade
Uma base de dados é estruturada quando os dados
„ Refere-se à qualidade, precisão ou confiabilida- estão armazenados em campos fixos em um arquivo –
de dos dados. Está ligada diretamente ao quan- por exemplo, uma tabela, uma planilha ou um banco de
to uma informação é verdadeira. dados. Assim, os dados estruturados dependem da cria-
ção de um modelo de dados, incluindo a descrição dos
z Valor objetos juntamente com suas propriedades e relações.
O modelo descreve todos os tipos de dados que serão
„ Refere-se ao valor dos dados ou o valor que eles
armazenados, acessados e processados, o que inclui
possuem. É importante entender o contexto e
definir quais campos de dados serão utilizados (por
a necessidade para gerar a informação certa exemplo, nome, idade, gênero, endereço, escolaridade,
para as pessoas certas. estado civil etc.), os tipos dos dados (por exemplo, numé-
ricos, nominais, alfabéticos, monetários, endereço etc.) e
todas as restrições a eles associadas. Uma das vantagens
Importante!
dos dados estruturados é a facilidade de armazenagem,
Compreender os V’s de Big Data é fundamental acesso e análise (CASTRO e FERRARI, 2016).
para a resolução de diversas questões de provas de
Dados Semiestruturados
concursos, pois este assunto é o mais recorrente.
� Volume: grande quantidade de informação a O dado semiestruturado é um tipo de dado que
ser processada; não possui a estrutura completa de um modelo de
� Variedade: os diferentes tipos de dados analisados; dados, mas também não é totalmente desestrutura-
� Velocidade: tempo hábil para recuperar e pro- do. Nos dados semiestruturados em geral são usados
cessar a informação; marcadores (por exemplo, tags) para identificar cer-
tos elementos dos dados, mas a estrutura não é rígida.
� Veracidade: o quão confiável é o dado;
Exemplos conhecidos de dados semiestruturados são
� Valor: o grau de importância deste dado para arquivos XML ou HTML, que definem um conjunto
compor uma informação. de regras para codificar documentos em um formato
que pode ser lido por humanos e máquinas, e também CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ESTRUTURAÇÃO DOS DADOS e-mails, que possuem campos de remetente, destina-
tário, data, hora e outros adicionados aos dados não
Os dados que alimentam a ideia de Big Data podem estruturados do corpo da mensagem e seus anexos
provir de diversas fontes. Na Internet, encontramos (CASTRO e FERRARI, 2016).
um grande volume de dados com conteúdos relacio-
nados a educação, ciência, entretenimento, governo, Dados Não Estruturados
finanças, saúde, entre outros. Todos esses dados são
fontes de Big Data. Dado não estruturado é aquele que não possui um
modelo de dados, que não está organizado de uma
Empresas e organizações se concentram muito na
maneira predefinida ou que não reside em locais
coleta de dados para garantir que possam obter infor-
definidos. Essa terminologia normalmente se refere
mações valiosas a partir deles. Compreender a estru-
a textos livres, imagens, vídeos, sons, páginas web,
tura de dados é a chave para descobrir seu valor. arquivos PDF, entre outros. Os dados não estrutura-
CASTRO e FERRARI (2016) destacam que, de forma dos costumam ser de difícil indexação, acesso e análi-
simplificada, dados são valores quantitativos ou qua- se (CASTRO e FERRARI, 2016).
litativos associados a alguns atributos. Com relação à De forma resumida, temos a tabela a seguir que
estrutura, eles podem ser: diferencia os três tipos de dados: 429
DADOS DADOS
DADOS NÃO ESTRUTURADOS
ESTRUTURADOS SEMIESTRUTURADOS
Ex.: Textos, Documentos, Imagens,
Ex.: Banco de Dados, Tabela, Planilhas. Ex.: XML, HTML, JSON, RDF.
Vídeos, Áudios, Redes Sociais.
Estrutura rígida, projetada previa- Estrutura flexível, representação Sem estrutura (ou com estrutura
mente, representação homogênea. heterogênea. mínima de arquivo).
Cada campo de dados tem um for- Cada campo de dados tem uma estrutura, Mais de 80% dos dados gerados no
mato bem definido. mas não existe uma imposição de formato. mundo é deste tipo.
O esquema é criado com a definição de ele-
Dados de um mesmo registro pos-
mentos internos dos arquivos (nós), legíveis
suem relação entre eles.
para seres humanos.
Fonte: Adaptado de <https://bit.ly/332OR9z>. Acesso em: 26 set. 2020.

Big Data Analytics

Para a maioria das organizações, o objetivo principal de lançar uma iniciativa de Big Data é analisar os dados
para melhorar os resultados de negócios.
A maneira como as organizações geram esses insights é por meio do uso de software analítico. Os fornecedores
usam muitos termos diferentes, como mineração de dados (data mining), inteligência de negócios (business intelli-
gence), computação cognitiva, aprendizado de máquina (machine learing) e análise preditiva, para descrever suas
soluções de análise de Big Data.
Em geral, no entanto, essas soluções podem ser separadas em quatro categorias amplas:

Análise Descritiva

Esta é a forma mais básica de análise de dados. Ela responde à pergunta: “O que aconteceu?”. Quase todas as
organizações realizam algum tipo de análise descritiva ao reunir seus relatórios regulares semanais, mensais,
trimestrais e anuais.

Análise de Diagnóstico

Depois que uma organização entende o que aconteceu, a próxima grande questão é “Por quê?”. É aqui que
entram as ferramentas de análise de diagnóstico. Elas ajudam os analistas de negócios a entender as razões por
trás de um determinado fenômeno, como uma queda nas vendas ou um aumento nos custos.

Análise Preditiva

As organizações não querem apenas aprender lições do passado, elas também precisam saber o que vai acon-
tecer a seguir. Esse é o escopo da análise preditiva. As soluções de análise preditiva geralmente usam inteligência
artificial ou tecnologia de aprendizado de máquina para prever eventos futuros com base em dados históricos.
Muitas organizações estão investigando a análise preditiva e começando a colocá-la em produção.

Análise Prescritiva

As ferramentas de análise mais avançadas não apenas informam às organizações o que acontecerá a seguir,
mas também oferecem conselhos sobre o que fazer a respeito. Eles usam modelos sofisticados e algoritmos de
aprendizado de máquina para antecipar os resultados de várias ações. Os fornecedores ainda estão em processo
de desenvolvimento dessa tecnologia, e a maioria das empresas ainda não começaram a usar esse nível de análise
de Big Data em suas operações.

TECNOLOGIAS DE BIG DATA

Ferramentas

Uma vez que os requisitos de computação, armazenamento e rede para trabalhar com grandes conjuntos de
dados estão além dos limites de um único computador, há uma necessidade de ferramentas para processar os
dados por meio de computadores de maneira distribuída, os chamados clusters.
Cada vez mais potência de computação e infraestrutura de armazenamento massivo são necessários para pro-
cessar esses dados localmente ou, mais tipicamente, nos centros de dados de provedores de serviços na nuvem
(cloud).
Além da infraestrutura necessária, várias ferramentas e componentes devem ser reunidos para resolver pro-
blemas de Big Data. O ecossistema Hadoop é apenas uma das plataformas que ajudam a trabalhar com grandes
quantidades de dados e descobrir padrões úteis para as empresas.
Abaixo está uma lista de algumas das ferramentas disponíveis e uma descrição resumida de suas funções no
430 processamento de Big Data:
z Apache Kafka „ Surgiu com este único escopo e foi adotada ini-
„ Sistema de mensagens escalonável que permi- cialmente por acadêmicos e depois por empre-
te aos usuários publicar e consumir um gran- sas e público no geral. Além disso, tem uma
de número de mensagens em tempo real por sintaxe orientada a funções.
assinatura.
z Python
z HBase
„ Inspirado na linguagem C, foi lançada em 1991
„ Armazenamento de dados de chave/valor e possui um foco generalista.
orientado por coluna que é executado no „ Serve desde para fazer aplicações web, como
Hadoop Distributed File System.
também, fazer análises de dados.
„ Possui foco na produtividade, possuindo uma
z Hive
sintaxe orientada a objetos.
„ Sistema de data warehouse de código aberto
para análise de conjuntos de dados em arqui-
z XPath
vos Hadoop.
„ Essa é uma linguagem de consulta que selecio-
z MapReduce na os nós em um documento XML.
„ Estrutura de software para processar grandes „ Também pode ser usada para calcular valores
quantidades de dados não estruturados em como strings, números ou valores booleanos do
paralelo em um cluster distribuído. conteúdo de um documento XML.
„ Além de ser uma recomendação do W3C.
z Pig
„ Tecnologia de código aberto para programa- Infraestrutura
ção paralela de jobs MapReduce em clusters
Hadoop. TAURION (2013) destaca que as tecnologias atuais
de tratamento de dados não são mais adequadas.
z Spark Utilizando como exemplo um dos modelos mais
„ Estrutura de código aberto e processamento usados até hoje, o modelo relacional, ele foi criado
paralelo para executar aplicativos de análise para acessar dados estruturados dos sistemas inter-
de dados em grande escala em sistemas em nos das organizações. Não sendo possível tratar dados
cluster. não estruturados ou pentabytes de dados.
Para tratar dados na escala de volume, variedade e
z YARN velocidade do Big Data, precisa-se de outros modelos,
„ Tecnologia de gerenciamento de cluster no como os softwares de banco de dados NoSQL, dese-
Hadoop de segunda geração. nhados para tratar imensos volumes de dados estru-
turados e não estruturados (TAURION, 2013).
Alguns dos mecanismos de análise de Big Data Segundo MACHADO (2018), nos bancos de dados
mais usados, são: NoSQL, as tabelas são conhecidas como tabelas de
hash distribuídas, uma vez que armazenam objetos
z Apache Hive / Hadoop indexados por chaves, o que possibilita a busca desses
„ Solução de preparação de dados para fornecer objetos a partir apenas de suas chaves, diferente dos
informações a muitos ambientes analíticos ou bancos de dados estruturados.
armazenamentos de dados. Desenvolvido por O banco de dados NoSQL é desenhado para aumen-
Yahoo, Google e Facebook. tar a sua escala em sentido horizontal, isso significa
por meio de clusters distribuídos em hardwares de
z Apache Spark baixo custo.
„ Usado em conjunto com tarefas de computação
pesadas e tecnologias Apache Kafka. Desenvol-
vido na University of California, Berkeley. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
EXERCÍCIO COMENTADO
z Presto
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que se
„ Motor SQL desenvolvido pelo Facebook para
segue, relativo à noção de mineração de dados, big
análises ad-hoc e relatórios rápidos.
data e aprendizado de máquina.
Big data refere-se a uma nova geração de tecnologias
Linguagens de Dados
e arquiteturas projetadas para processar volumes mui-
to grandes e com grande variedade de dados, permi-
Não se poderia deixar de comentar que, além das tindo alta velocidade de captura, descoberta e análise.
ferramentas, há como tecnologias de Big Data, as lin-
guagens de dados, sendo as mais conhecidas: ( ) CERTO  ( ) ERRADO

z Linguagem R Apesar de não existir uma definição exata, a ques-


„ É uma implementação da Linguagem S. tão definiu Big Data mencionando diversas carac-
„ Lançada em 1995, surgiu com um propósito terísticas do contexto do Big Data que estudamos
bem específico de facilitar as análises estatísti- anteriormente, principalmente se referindo aos 3Vs
cas e visualização de dados de forma que fosse mais importantes: volume, velocidade e variedade.
mais amigável para os usuários. Resposta: Certo. 431
NOÇÕES DE MINERAÇÃO DE DADOS z Previsão: Mostrar como certos atributos dos dados
se comportarão no futuro.
A mineração de dados ou, do inglês, data mining, z Identificação: Padrões de dados podem ser usa-
refere-se ao desenvolvimento do suporte à tomada dos para identificar a existência de um item, um
de decisão a partir de dados coletados, organizados e evento ou uma atividade.
processados por uma empresa ou uma organização.
z Classificação: Particionar os dados de modo que
Técnicas de mineração de dados estão sendo usadas
diferentes classes ou categorias possam ser identi-
por empresas e organizações em todo o mundo para
ficadas com base em combinações de parâmetros.
obter um melhor entendimento dos seus clientes, par-
z Otimização: Otimizar o uso de recursos limitados,
ceiros e de suas próprias operações.
como tempo, espaço, dinheiro ou materiais e maxi-
Neste capítulo, iremos estudar o conceito, aplica-
mizar variáveis de saída como vendas ou lucros
ções e algumas das principais técnicas de mineração
sob determinado conjunto de restrições.
de dados. Ao final, resolveremos algumas questões
cobradas em concursos públicos sobre este assunto
PROCESSOS DO PROJETO DE MINERAÇÃO DE
INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO DE DADOS DADOS

Atualmente, grandes empresas e organizações têm z Processo de Descoberta do Conhecimento em


buscado entender melhor seus clientes para otimizar Bases de Dados (KDD)
seus serviços e maximizar o retorno sobre seus inves-
timentos. Um grande componente desse entendimen- CASTRO e FERRARI (2016) destacam que a mine-
to vem da análise de dados. O custo de armazená-los ração de dados é parte integrante de um processo
e processá-los diminuiu consideravelmente nos últi- mais amplo, conhecido como Descoberta de Conhe-
mos anos e, como resultado, a quantidade de dados cimento em Bases de Dados ou, do inglês, Knowled-
armazenados em formatos eletrônicos cresceu em ge Discovery in Databases (KDD). GOLDSCHMIDT e
uma velocidade assustadora. Assim, com a criação de PASSOS (2005) definem que ela é caracterizada como
grandes bancos de dados, surgiu, então, a possibilida- um processo composto por três etapas operacionais
de de analisá-los de uma forma mais detalhada. básicas: Pré-Processamento, Mineração de Dados e
TURBAN et. al (2009) mencionam que, inicialmen- Pós-Processamento.
te, o termo “mineração de dados” era utilizado para A etapa de Pré-Processamento compreende
descrever o processo no qual padrões anteriormente todas as funções relacionadas à captação, organiza-
desconhecidos eram identificados nos dados. Porém, ção e ao tratamento dos dados. O objetivo principal
essa definição tem sido expandida para além desses dela é preparar os dados para os algoritmos da eta-
limites e, atualmente, o termo é mais usado para des- pa de Mineração de Dados. GOLDSCHMIDT e PASSOS
crever a descoberta de informações em bancos de (2005) elencam as principais funções desta etapa:
dados.
z Seleção de Dados: Refere-se à identificação das
Conceito de Mineração de Dados informações que devem ser efetivamente conside-
radas durante o processo de KDD. Sendo dois enfo-
TURBAN et. al (2009) definem a mineração de ques distintos: a escolha de atributos ou a escolha
dados como um processo que usa técnicas estatís- de registros que devem ser considerados no pro-
ticas, matemáticas, de inteligência artificial e de cesso de KDD.
aprendizagem de máquina (ou automática) para z Limpeza de Dados: Refere-se a qualquer trata-
extrair e identificar informações úteis e conheci- mento realizado sobre os dados selecionados de
mento em banco de dados. CASTRO e FERRARI (2016) forma a garantir a qualidade (completude, vera-
definem também a mineração de dados como um pro- cidade e integridade) dos fatos por eles repre-
cesso sistemático, interativo e iterativo, de prepara- sentados. Informações faltantes, erradas ou
ção e extração de conhecimentos a partir de grandes inconsistentes devem ser corrigidas de forma a
bases de dados. não comprometer a qualidade dos modelos de
A mineração de dados tem sua base na ciência da conhecimento a serem extraídos ao final do pro-
computação juntamente com a estatística, utilizando cesso de KDD.
avanços nas duas disciplinas para progredir na extra- z Codificação dos Dados: Nesta etapa, os dados
ção de informações de grandes bancos de dados. São devem ser codificados para ficarem em uma forma
utilizadas tarefas como extração de conhecimento, que possam ser usados como entrada dos algorit-
arqueologia de dados, exploração de dados, pro- mos de Mineração de Dados.
cessamento de padrões de dados, limpeza de dados z Enriquecimento dos Dado: Consiste em conse-
e colheita de informação. Todas essas atividades são guir mais informação que possa ser adicionada
gerenciadas e administradas automaticamente e per- aos registros existentes, melhorando os dados,
mitem uma descoberta rápida até mesmo por pessoas para que estes forneçam mais informações para o
não-especialistas. processo de descoberta de conhecimento.

Objetivos da Mineração de Dados Na segunda etapa, a Mineração de Dados realiza


a busca efetiva por conhecimentos úteis no contexto
ELMASRI e NAVATHE (2011) definem que os obje- da aplicação de KDD. Nela, são definidos as técnicas
tivos da mineração de dados estão diretamente rela- e os algoritmos a serem utilizados no problema em
cionados com a descoberta do conhecimento. Eles questão. A escolha da técnica depende, muitas vezes,
classificam que a mineração de dados costuma ser do tipo de tarefa de KDD a ser realizada. Veremos
executada com objetivos finais ou aplicações de uma mais detalhes destas técnicas e algoritmos nos tópicos
432 perspectiva geral. Os objetivos são classificados, como: seguintes.
Business Understanding (Entendimento dos Negócios)
Importante!
z Nessa fase, deve ser identificado os problemas de
É importante ficar atento em algumas questões negócio a serem resolvidos, buscando os detalhes e
de concursos, pois algumas bancas se referem à o impacto dele no negócio. O foco é entender qual
Mineração de Dados e à Descoberta de Conhe- o objetivo que se deseja atingir com a mineração
cimento em Bancos de Dados como sinônimos. de dados. O entendimento do negócio irá ajudar
nas próximas etapas.

Data Understanding (Entendimento dos Dados)


A etapa de Pós-Processamento abrange o tratamen-
to do conhecimento objetivo na Mineração de Dados. z Nessa fase, o objetivo é estudar, organizar e docu-
Tal tratamento tem como objetivo facilitar a inter- mentar os dados que se encontram disponíveis. Os
pretação e a avaliação da utilidade do conhecimento dados mapeados são explorados e analisados em
descoberto. Dentre as principais funções desta etapa busca de melhor entendimento sobre os dados e
estão: elaboração e organização, podendo incluir a avaliação de sua qualidade.
simplificação, de gráficos, diagramas, ou relatórios
demonstrativos; além da conversão da forma de Data Preparation (Prepração dos Dados)
representação do conhecimento obtido.
A figura a seguir apresenta um resumo das etapas z Nessa fase, ocorre a preparação dos dados para
operacionais executadas em processos de KDD. modelagem. Esse processo consiste, principalmen-
te, de quatro tarefas: Data Selection (Seleção dos
Dados), Data Cleaning (Limpeza dos Dados), Cons-
truct Data (Construção dos Dados) e Integrating
Data (Integração dos Dados).

Modeling (Modelagem)
ETAPAS OPERACIONAIS DO PROCESSO DE KDD
PRÉ- MINERAÇÃO DE PÓS-
z É nesse momento que ocorre a construção do seu
PROCESSAMENTO DADOS PROCESSAMENTO modelo. Essa fase consiste na aplicação de fato
das técnicas de mineração de dados, tendo como
base os objetivos definidos no primeiro passo. O
Fonte: Adaptado de GOLDSCHMIDT e PASSOS (2005, p. 3) algoritmo é selecionado, o modelo construído e os
parâmetros são refinados. É interessante que seja
Processo CRISP-DM criado diferentes modelos para avaliação na pró-
xima fase.
Muitos processos têm o objetivo de definir e padro- Evaluation (Avaliação)
nizar as fases e atividades da Mineração de Dados.
Porém, apesar das particularidades, no geral, todos z É nessa fase que ocorre a avaliação dos resultados
possuem a mesma estrutura. com base nos critérios estabelecidos no início do
Em meados dos anos 90, foi proposto o Processo projeto. Considerada uma fase crítica do processo,
CRISP-DM, do inglês Cross-Industry Standard Process nesta fase é necessária a participação de especia-
of Data Mining por um conjunto de empresas euro- listas nos dados, conhecedores do negócio e toma-
peias para atuar como um modelo de processo padrão, dores de decisão. Diversas ferramentas gráficas
são utilizadas para a visualização e análise dos
mas não patenteado.
resultados (modelos).
A figura a seguir ilustra, de maneira cíclica, as seis
fases do processo CRISP-DM. Deployment (Distribuição ou Execução)

z Nessa fase, o modelo é colocado em produção para


que possa ser utilizado pelo cliente.

TAREFAS, TÉCNICAS E ALGORITMOS DE CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


MINERAÇÃO DE DADOS

A mineração de dados compreende a aplicação


de algoritmos sobre os dados procurando abstrair
conhecimento. Estes algoritmos são fundamentados
em técnicas que procuram explorar os dados de for-
ma a produzir modelos de conhecimento. A forma de
representação do conhecimento depende diretamen-
te do algoritmo de mineração de dados utilizado.
TURBAN et. al (2009) destacam que um sistema
de mineração de dados inteligente consegue desco-
brir informações em grandes bases de dados na qual
consultas e relatórios não conseguem revelar algo
efetivamente.
Com isso, ferramentas de mineração de dados
encontram padrões em dados e podem até deduzir
regras a partir deles. Esses padrões e regras podem
ser utilizados para direcionar a tomada de decisão e
Fonte: Adaptado de OLSON e DELEN (2008, p. 10) prever as consequências das decisões. 433
A mineração de dados é normalmente organizada destacam que elas tendem a ser mais eficien-
pela sua capacidade de realizar determinadas tare- tes onde o número de variáveis envolvido é
fas. Elas consistem na especificação do que queremos maior e as relações entre elas é mais complexa
buscar nos dados. CASTRO e FERRARI (2016) destacam e imprecisa. As redes neurais têm vantagens e
que, em geral, essas tarefas podem ser classificadas desvantagens. Como desvantagem, por exem-
em duas categorias: (1) descritivas: caracterizam as plo, é muito difícil fornecer uma boa justificati-
propriedades gerais dos dados; e (2) preditivas: fazem va para as previsões feitas por uma rede neural.
inferência a partir dos dados objetivando predições. Além disso, redes neurais tendem a necessitar
Nas descritivas, têm como principais as tarefas de de muito treinamento. Dessa forma, o tempo
associação, clusterização e sumarização. Já as prediti- necessário para treinamento tende a aumentar
vas, por sua vez, são compostas pelas tarefas de classi- com o aumento do volume de dados. Assim, as
ficação e regressão. redes neurais, em geral, não podem ser treina-
A seguir, são descritas, sucintamente, as principais das em bancos de dados muito grandes.
tarefas, técnicas e algoritmos de mineração de dados:
z Estimação (Estimation) ou Regressão (Regres-
z Classificação (Classification) – Uma das tarefas sion): Semelhante à tarefa de classificação, no
mais comuns da mineração de dados, a classifi- entanto, a estimação ou regressão é utilizada quan-
cação, tem o objetivo de identificar a qual classe do o dado é identificado por um valor numérico e
um determinado dado pertence. O modelo anali- não por uma classe. Assim, muitas vezes, esta tare-
sa o conjunto de dados fornecidos, com cada dado fa está relacionada com a identificação de métricas
já contendo a indicação à qual classe pertence, a e a avaliação de um item específico (por exemplo,
fim de aprender como classificar um novo dado um cliente) junto às métricas através da especifi-
(aprendizado supervisionado). Técnicas comuns cação de pontuações. Um outro exemplo de utili-
utilizadas para classificação são Redes Neurais e zação que também podem ser realizadas são as
Árvores de Decisão. previsões de venda de um determinado produto.
„ Árvores de Decisão (Decision Tree): TURBAN z Análise Descritiva (Description) ou Sumarização
et. al (2009) definem que as Árvores de Deci- de Dados: Esta análise permite medir, explorar e
são classificam dados em um número finito de descrever características intrínsecas aos dados.
classes, com base nos valores das variáveis de Também permitem uma sumarização e compreen-
entrada. Elas são compostas basicamente de são dos objetos base e seus atributos. Técnicas de
uma hierarquia de declarações “se-então” e, visualização também são empregadas para um
portanto, são significativamente mais rápidas melhor entendimento da natureza e distribuição
do que as Redes Neurais. Também são mais dos dados. Como exemplo, podemos ter uma base
adequadas para dados categorizados e inter- de dados com informações sobre assinantes de
valares, pois incorporar variáveis contínuas uma determinada revista. A tarefa de sumariza-
em uma estrutura de árvore de decisão pode ção poderia realizar uma busca por características
ser difícil. Uma árvore de decisão pode ser defi- comuns à maioria dos assinantes. Por exemplo, os
assinantes da revista sobre negócios, são homens
nida como uma raiz seguida de nós internos.
na faixa etária de 35 a 65 anos, com nível superior
Cada nó (incluindo a raiz) é rotulado com uma
completo e que trabalham na área de finanças. Estas
questão. Os arcos associados a cada nó abran-
informações poderiam ser utilizadas pela equipe
gem todas as respostas possíveis. Cada resposta
de marketing da revista para direcionar as ofertas
representa um resultado provável. Um exem- de assinaturas para novos clientes com as mesmas
plo de árvore de decisão pode ser visto na figu- características encontradas anteriormente.
ra a seguir.
z Agrupamento ou Segmentação (Clustering): Tare-
fa que tem como objetivo separar (particionar ou
segmentar) um conjunto de objetos em grupos (do
inglês clusters) de objetos similares. TURBAN et. al
(2009) definem que o agrupamento divide um banco
de dados em segmentos cujos membros comparti-
lham qualidades semelhantes. Esta tarefa diferencia
da classificação pois não há a necessidade de que os
registros sejam categorizados previamente. Além do
mais, o agrupamento não tem o objetivo de classifi-
car, estimar ou predizer o valor de uma variável, ele
apenas tenta identificar os grupos de dados simila-
res. Algumas das técnicas usadas para classificação,
como redes neurais, referem-se em parte a situações
que envolvem agrupamento. Algumas áreas onde as
tarefas de agrupamento são aplicadas, podem ser a
pesquisa de mercado, o reconhecimento de padrões,
o processamento de imagens, as pesquisas geográfi-
cas, a detecção de fraudes, entre outras.
z Associação (Association): TURBAN et. al (2009)
„ Redes Neurais (Neural Networks): As redes definem que as associações estabelecem relações
neurais estão relacionadas com o desenvolvi- entre itens que ocorrem juntos em um determina-
mento de estruturas matemáticas que têm a do registro. Algumas vezes, é chamada também de
434 capacidade de aprender. TURBAN et. al (2009) análise de cesta de supermercado (market basket)
porque uma das aplicações dessa técnica é a análise das operações de venda para determinar um padrão do
que os clientes ou consumidores costumam comprar. CASTRO e FERRARI (2016) exemplificam da seguinte for-
ma: os gerentes de marketing gostam muito de frases como “90% dos clientes que compram um smartphone
assinam um plano de dados para seu aparelho”. Nesse caso, a regra encontrada pela ferramenta de análise de
dados e que está refletida nessa afirmação é aquele que associa smartphone ao plano de dados. Regras dessa
natureza são chamadas de Regras de Associação ou, do inglês Association Rules, ou seja, é a identificação de
grupos de dados que apresentam concorrência entre si (ocorrência simultânea de dois eventos). Na tabela a
seguir, há alguns exemplos de regras de associação.

Regra 1: SE idade = jovem E estudante = não ENTÃO compra computadores = não


Regra 2: SE idade = jovem E estudante = sim ENTÃO compra computadores = sim
Regra 3: SE idade = média ENTÃO compra computadores = sim
Regra 4: SE idade = adulto E avaliação de crédito = excelente ENTÃO compra computadores = sim
Regra 5: SE idade = adulto E avaliação de crédito = ruim ENTÃO compra computadores = não

z Detecção de Anomalias ou Análise de Outliers: CASTRO e FERRARI (2016) destacam que os dados conhe-
cidos como anomalias ou valores discrepantes (outliers) não seguem o comportamento ou não possuem a
característica comum dos dados ou de um modelo que os represente. Em algumas aplicações, como na detec-
ção de fraudes, os eventos raros ou anomalias podem ser mais informativos do que aqueles que ocorrem
regularmente.

APLICAÇÕES DE MINERAÇÃO DE DADOS

A mineração de dados pode ser muito útil em diversos setores com o objetivo de identificar oportunidades de
negócios e criar vantagens competitivas. A seguir, estão listados alguns setores e como a mineração de dados pode
ajudá-los na análise de seus dados:

z Comércio Eletrônico (E-commerce): Os sites de comércio eletrônico usam mineração de dados para oferecer
vendas cruzadas por meio de seus sites. Por exemplo, diversos sites de compras mostram frases como “As
pessoas também viram”, “Compram juntos com frequência” para os clientes que estão interagindo com o site.
z Bancário: A mineração de dados ajuda o setor financeiro a obter uma visão dos riscos de mercado e a geren-
ciar a conformidade regulatória. Ajuda os bancos a identificar prováveis ​​inadimplentes para decidir se emi-
tem cartões de crédito ou empréstimos, por exemplo.
z Varejo e Vendas: A mineração de dados ajuda os proprietários do setor de vendas e varejo a saber as escolhas
dos clientes. Olhando para o histórico de compras dos clientes, as ferramentas de mineração de dados mos-
tram as preferências de compra de cada um deles.
z Fabricação e Produção: Com a ajuda da mineração de dados, os fabricantes podem prever o desgaste dos
ativos de produção. Eles podem antecipar a manutenção, o que os ajuda a reduzi-los para minimizar o tempo
de inatividade.
z Seguros: A mineração de dados ajuda as seguradoras a estabelecer preços lucrativos para seus produtos e a
promover novas ofertas para clientes novos ou existentes.
z Educação: A mineração de dados beneficia os educadores para acessar os dados dos alunos, prever os níveis
de desempenho e encontrar alunos ou grupos de alunos que precisam de atenção extra. Por exemplo, alunos
que são fracos na disciplina de matemática.
z Investigação Criminal: A mineração de dados pode detectar anomalias em uma grande quantidade de dados.
Os dados criminais, por exemplo, incluem todos os detalhes de um crime. Para a polícia, a mineração de dados
é útil para estudar os padrões e tendências e prevê eventos futuros com melhor precisão.

A partir do que foi estudado anteriormente, vamos resumir alguns conceitos fazendo uma comparação entre CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Mitos versus Realidade sobre a mineração de dados.

MITO REALIDADE
A mineração de dados fornece predições imediatas como A mineração de dados é um processo com várias etapas
bola de cristal. que exige projeto e uso de técnicas proativas e calculadas.
A mineração de dados não é viável para aplicações de A tecnologia atual está pronta para ajudar qualquer negó-
negócios. cio, seja pequeno, médio ou grande.
Os bancos de dados estão cada vez mais modernos e ro-
A mineração de dados exige um banco de dados dedicado
bustos, permitindo, assim, a utilização em mais aplicações
e distinto.
de forma paralela.
Ferramentas baseadas na Web mais recentes permitem
Somente aqueles com formação avançada podem fazer a
que pessoas de todos os níveis educacionais realizem a
mineração de dados.
mineração de dados.
Se os dados refletem exatamente o negócio ou os clientes,
A mineração de dados é apenas para grandes empresas
uma empresa pode usar a mineração de dados indepen-
que possuem milhares de dados de clientes.
dentemente da quantidade de dados que ela armazena. 435
COMO FUNCIONA O APRENDIZADO DE MÁQUINA
EXERCÍCIO COMENTADO
A programação tradicional difere significativa-
1. (CESPE-CEBRASPE – 2008) Com referência a arquitetura mente do aprendizado de máquina, pois, nela, um
e tecnologias de sistemas de informações, julgue o item.
programador codifica todas as regras ou algoritmos.
Data mining (mineração de dados) consiste na análise
de grandes quantidades de dados a fim de encontrar Cada regra é baseada em uma base lógica e a máquina
padrões e regras que possam, por exemplo, ser usa- executará uma saída seguindo esta instrução.
dos para orientar a tomada de decisões. É o processo Quando o sistema se torna muito complexo, mais
de explorar grandes quantidades de dados à procura regras precisam ser escritas. Dependendo da comple-
de padrões consistentes, como regras de associação xidade do problema, a manutenção pode se tornar
ou sequências temporais, para detectar relacionamen- insustentável pelo programador.
tos sistemáticos entre variáveis, detectando assim Já o aprendizado de máquina é o cérebro onde
novos subconjuntos de dados. Utiliza várias técnicas
ocorre todo o aprendizado. A forma como a máquina
da estatística, recuperação de informação, inteligên-
cia artificial e reconhecimento de padrões. aprende é semelhante à do ser humano. Por exem-
plo, os humanos aprendem com a experiência, corre-
( ) CERTO  ( ) ERRADO to? Quanto mais sabemos, mais facilmente podemos
prever sobre algo. Por analogia, quando enfrentamos
Definição correta sobre Mineração de Dados (Data uma situação desconhecida, a probabilidade de suces-
Mining), no qual refere-se, de forma resumida, a um so é inferior a uma situação conhecida.
processo que usa técnicas estatísticas, matemáti- As máquinas são treinadas da mesma forma. Para
cas, de inteligência artificial e de aprendizagem realizar uma previsão, a máquina necessita enxergar
de máquina (ou automática) para extrair e iden-
um exemplo conhecido previamente. Assim, quan-
tificar informações úteis e conhecimento em banco
de dados. Resposta: Certo. do oferecemos à máquina um conjunto de exemplos
semelhantes, ela pode descobrir um resultado de for-
NOÇÕES DE APRENDIZADO DE MÁQUINA ma mais consistente.
O objetivo central do aprendizado de máquina é
O aprendizado de máquina é uma das tendências o aprendizado e a inferência. Em primeiro lugar, a
mais recentes da tecnologia atualmente. Do inglês máquina aprende por meio da descoberta de padrões.
Machine Learning, este é um ramo da inteligência Essa descoberta é feita graças aos dados. Uma parte
artificial (IA) que já está revolucionando o softwa- crucial do cientista de dados é escolher cuidadosa-
re moderno e mudando a forma como as empresas mente quais dados serão fornecidos à máquina. A lista
fazem negócios. de atributos usada para resolver um problema é cha-
Neste capítulo, iremos aprender alguns conceitos mada de vetor de recursos.
básicos sobre aprendizado de máquina e, ao final,
A máquina usa alguns algoritmos sofisticados para
resolveremos algumas questões de concursos públi-
simplificar a realidade e transformar essa descoberta em
cos sobre este tema.
um modelo. Portanto, o estágio de aprendizagem é usa-
CONCEITO DE APRENDIZADO DE MÁQUINA do para descrever os dados e resumi-los em um modelo.
Por exemplo, uma máquina poderia tentar entender a
O aprendizado de máquina é focado na construção relação entre o salário de um indivíduo e a probabilidade
de aplicativos que aprendem com os dados e melhoram de ele ir a um restaurante mais refinado. O modelo então
sua precisão ao longo do tempo, sem serem programa- seria a máquina encontrar uma relação positiva entre o
dos para isso. Em ciência de dados, um algoritmo é salário e o indivíduo ir a um restaurante sofisticado.
uma sequência de etapas de processamento estatístico. Quando o modelo é construído, é possível testar
No aprendizado de máquina, os algoritmos são “trei- o quão poderoso ele é em dados nunca vistos antes.
nados” para encontrar padrões e recursos em grandes Os novos dados são transformados em um vetor de
quantidades de dados, a fim de tomar decisões e fazer
recursos que passam pelo modelo e dão uma previsão.
previsões com base em novos dados. Quanto melhor
Essa é a “mágica” do aprendizado de máquina. Não
for o algoritmo, mais precisas serão as decisões e previ-
sões à medida que ele processa mais dados. há necessidade de atualizar as regras ou treinar nova-
O aprendizado de máquina também está intima- mente o modelo. Pode-se usar o modelo previamente
mente relacionado à mineração de dados, pois um treinado para fazer inferências sobre novos dados.
computador recebe dados como entrada e utiliza um
algoritmo para formular suas respostas. ABORDAGENS DE APRENDIZADO DE MÁQUINA
Uma tarefa típica do aprendizado de máquina é
fornecer uma recomendação. Para quem tem conta O aprendizado de máquina pode ser agrupado em
na Netflix, por exemplo, todas as recomendações de algumas categorias, são elas:
filmes ou séries são baseadas nos dados históricos do
usuário. Assim, as empresas de tecnologia utilizam o
Aprendizagem Supervisionada
aprendizado de máquina para melhorar a experiên-
cia do usuário com recomendações personalizadas.
Um algoritmo utiliza dados de treinamento para
O aprendizado de máquina também é usado para
uma variedade de outras tarefas, como detecção de aprender a relação de determinadas entradas com uma
fraude, manutenção preditiva, automatização de tare- determinada saída. Pode-se usar o aprendizado super-
fas e assim por diante. Veremos mais aplicações do visionado quando os dados de saída forem conhecidos.
436 aprendizado de máquina em um tópico posterior. Assim, o algoritmo irá prever novos dados.
Por exemplo, se quisermos usar o aprendizado Uma categoria de algoritmos de aprendizagem não
supervisionado para ensinar um computador a reco- supervisionada que processa um conjunto de dados
nhecer fotos de gatos, forneceríamos a ele um con- para encontrar um padrão interno, sem consultar
junto de imagens, algumas rotuladas como “gatos” e dados prévios é o Agrupamento ou Clustering.
outras como “não são gatos”. Os algoritmos de apren-
dizado de máquina ajudariam o sistema a aprender a Aprendizagem Semissupervisionada
generalizar os conceitos para que pudesse identificar
gatos em imagens que não havia encontrado antes. O aprendizado semissupervisionado oferece um
Há duas categorias de algoritmos de aprendiza- meio-termo entre o aprendizado supervisionado e o
gem supervisionada que processam um conjunto de não supervisionado. Durante o treinamento, ele usa
dados previamente rotulado para extrapolar os com- um menor conjunto de dados rotulados para orientar
portamentos dos dados não rotulados, são os: a classificação e a extração de recursos de um conjun-
to de dados maior e não rotulado.
z Algoritmos de Classificação A aprendizagem semissupervisionada pode
resolver o problema de não haver dados rotulados
„ Como vimos no capítulo de Mineração de suficientes (ou não ser capaz de rotular dados sufi-
Dados, os algoritmos de Classificação têm o cientes) para treinar um algoritmo de aprendizagem
objetivo de identificar a qual classe um deter- supervisionada.
minado dado pertence. Voltando ao exemplo do gato, imagine que você
„ Por exemplo, imagine que se deseja prever tenha um grande número de imagens, algumas das
o gênero de um determinado cliente em uma quais foram rotuladas como “gato” e “não é gato” e
loja online de varejo. Primeiro, será necessário outras não. Um sistema de aprendizagem semissu-
coletar dados do cliente sobre altura, peso, tra- pervisionado usaria as imagens rotuladas para fazer
balho, salário, compras realizadas etc. Sabendo algumas suposições sobre quais das imagens não
que o gênero dos clientes só poderá ser mas- rotuladas incluem gatos. As melhores suposições
culino ou feminino, o objetivo dos algoritmos seriam então realimentadas no sistema para ajudá-lo
a melhorar suas capacidades e o ciclo continuaria.
de Classificação será atribuir uma probabilida-
de de ser homem ou mulher (ou seja, o rótulo)
Aprendizado por Reforço
com base nas informações (dados que foram
coletados). Quando o modelo aprender a reco-
O aprendizado por reforço é um modelo de apren-
nhecer homem ou mulher, ele poderá ser utili- dizado de máquina comportamental semelhante ao
zado para fazer uma previsão a partir de dados aprendizado supervisionado, mas o algoritmo não
coletados de novos clientes. Por exemplo, se o é treinado usando dados de amostra. Este modelo
modelo prediz “masculino = 70%”, significa que aprende à medida que avança por meio de tentativa
o algoritmo tem 70% de certeza de que o novo e erro. Uma sequência de resultados bem-sucedidos
cliente é do gênero masculino e 30% é do gêne- será reforçada para desenvolver a melhor recomen-
ro feminino. Assim, a loja poderá exibir pro- dação ou política para um determinado problema.
dutos relacionados ao gênero com uma maior Por exemplo, se a tarefa for sugerir um artigo de
probabilidade do cliente se interessar. notícias a um usuário, um algoritmo de aprendiza-
do por reforço obterá feedback constante do usuário,
z Algoritmos de Regressão sugerindo alguns artigos de notícias e, em seguida,
construirá um “gráfico de conhecimento” de quais
„ Semelhante aos algoritmos de Classificação, a artigos a pessoa gostará.
Regressão é utilizada quando o dado é identi-
ficado por um valor numérico e não por uma APLICAÇÕES DE APRENDIZADO DE MÁQUINA
classe.
„ Por exemplo, um analista financeiro pode que- z Automação
rer prever o valor de uma ação com base em
„ O aprendizado de máquina funciona de forma
uma variedade de características como desem- totalmente autônoma em qualquer área sem a
penhos anteriores da ação, índices macroeco- necessidade de qualquer intervenção huma-
nômicos etc. Assim, a partir destas informações, na. Por exemplo, robôs executando as etapas CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
os algoritmos irão ser treinados para estimar o essenciais do processo de uma fábrica.
preço das ações com o menor erro possível.
z Indústria Financeira
Aprendizagem Não Supervisionada „ O aprendizado de máquina está se tornando
cada vez mais popular no setor financeiro.
Na aprendizagem não supervisionada, um algo- Os bancos estão usando principalmente para
ritmo explora dados de entrada sem receber uma encontrar padrões de dados entre os clientes,
variável de saída explícita. Ou seja, o objetivo é que o mas também para evitar fraudes.
sistema desenvolva suas próprias conclusões a partir
de um determinado conjunto de dados. z Governo
Por exemplo, se um gerente de uma loja de varejo „ O governo usa o aprendizado de máquina para
tivesse um grande conjunto de dados de vendas onli- gerenciar a segurança pública e os serviços
ne, ele poderia usar o aprendizado não supervisiona- públicos.
do para encontrar associações entre esses dados que
poderiam ajudá-lo a melhorar o marketing dos produ- z Saúde
tos. O resultado dos algoritmos poderia informar algo „ A saúde foi uma das primeiras áreas a utilizar
como “As vendas de home theater estão relacionadas o aprendizado de máquina com a detecção de
às vendas de aparelhos de televisão.”. imagem. 437
z Marketing do seu foco no desenvolvimento de competências
„ Antes da era dos dados de massa (o chamado gerenciais, técnicas e profissionais. Essas competên-
Big Data), os pesquisadores desenvolveram cias são consideradas essenciais para o mercado de
ferramentas matemáticas avançadas, como trabalho. Além disso, as universidades corporativas
análise bayesiana, para estimar o valor de um buscam, por meio do conhecimento, agregar valor às
cliente. Com o crescimento dos dados, o depar- empresas ao mesmo tempo em que valoriza e fortale-
tamento de marketing utiliza a inteligência arti- ce os recursos humanos.
ficial, como o aprendizado de máquina, para A educação corporativa é uma prática da área de
otimizar o relacionamento com o cliente e os RH, que juntamente com a gestão do conhecimento é
anúncios dos produtos, por exemplo. desenvolvida para atender aos objetivos e estratégias
de longo prazo da organização6. A educação corpora-
Dica tiva vai além do treinamento ou qualificação da mão
de obra, mas está totalmente associada à estratégia
Nos últimos anos, a empresa Google tem desen-
organizacional. Logo, a organização deve realizar
volvido um carro autônomo que utiliza inteligên-
um planejamento estratégico sobre como a educa-
cia artificial com algoritmos de aprendizado de
ção corporativa será desenvolvida entre os trabalha-
máquina para se locomover. O automóvel é cheio dores, escolhendo a opção que apresenta o melhor
de câmeras e lasers em seu teto que indicam a custo-benefício.
localização que ele está em relação à sua volta. Chiavenato afirma que o treinamento é uma for-
Ele também possui um radar na parte da frente ma de lucratividade, pois permite que os trabalhado-
do automóvel que informa a velocidade e o movi- res aprimorem suas habilidades para desempenhar
mento de todos os demais carros ao seu redor. melhor suas atividades e, consequentemente, contri-
Esses equipamentos geram dados para descobrir buir para os resultados da empresa. Segundo o autor,
não apenas como dirigir o carro, mas também a partir do treinamento diversas mudanças de com-
para descobrir e prever movimentos dos motoris- portamento podem ocorrer, tais como:
tas ao seu redor, processando quase um gigabyte
por segundo de dados. Impressionante, não? z Aumento do conhecimento: após o treinamento,
os trabalhadores têm mais conhecimento sobre a
organização, suas políticas e práticas, bem como os
produtos/serviços vendidos.
EXERCÍCIO COMENTADO z Melhora das habilidades e destrezas: o funcio-
nário pode habilitar-se para executar e operar
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Julgue o item que segue,
relativo a noções de mineração de dados, big data e tarefas, máquinas e ferramentas necessárias para
aprendizado de máquina. o seu trabalho.
Situação hipotética: Na ação de obtenção de informa- z Desenvolvimento ou modificação do comporta-
ções por meio de aprendizado de máquina, verificou-se mento: com o treinamento, é possível que os traba-
que o processo que estava sendo realizado consistia
lhadores tenham novos comportamentos e sejam
em examinar as características de determinado objeto
mais atenciosos e prestativos com os colegas de
e atribuir-lhe uma ou mais classes; verificou-se tam-
bém que os algoritmos utilizados eram embasados trabalho, clientes e outras pessoas da organização.
em algoritmos de aprendizagem supervisionados. z Elevação do nível de abstração: os funcionários
Assertiva: Nessa situação, a ação em realização está podem adquirir a capacidade de pensar de forma
relacionada ao processo de classificação. holística, prever cenários futuros e considerar a
situação atual para a tomada de decisão.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
z Criação de competências individuais: os tra-
Conforme vimos, uma das categorias de algoritmos balhadores podem desenvolver competên-
de aprendizagem de máquina supervisionada é a cias individuais compatíveis com os objetivos
classificação que processa um conjunto de dados organizacionais.
previamente rotulado para extrapolar os compor-
tamentos dos dados não rotulados. Resposta: Certo. As universidades corporativas podem ser caracte-
rizadas de acordo com três gerações, sendo que as três
existem ainda hoje7:

CONCEITOS DE EDUCAÇÃO A z Primeira geração: ênfase na aquisição de valores


corporativos. Vai um pouco além das atividades
DISTÂNCIA de Treinamento e Desenvolvimento. O ensino é
presencial e foca especificamente nos interesses
EDUCAÇÃO CORPORATIVA
organizacionais.
A evolução das tecnologias de informação permi- z Segunda geração: trata-se de uma orientação
tiu a criação de um ambiente virtual para a educação estratégica mais abrangente, cujo foco está no
corporativa, chamada de universidade corporativa. aprendizado organizacional. O local de oferta do
De acordo com Munhoz (2015) a universidade corpo- ensino tende a ser aquele designado antecipada-
rativa se difere da universidade tradicional em razão mente, seja organizacional ou acadêmico.
6  Carvalho (2016)
438 7  Walton (1997 apud Tarapanoff, 2004)
z Terceira geração: o processo de aprendizado z Possibilidade de personalização, ou seja, é possível
inclui elementos virtuais e diferentes estratégias que os materiais e os cursos sejam personalizados
para que o capital intelectual deseja desenvolvido. de acordo com os objetivos e características da
empresa;
Munhoz apresenta algumas orientações sobre a
educação corporativa. Ao optar pela educação corpo- z Relatórios completos, já que no ambiente virtual
rativa, as organizações devem: de aprendizado é possível gerar diversos relató-
rios sobre a participação nos cursos e notas, se for
z Entender que a educação corporativa é uma forma o caso;
de contribuir para a integração dos colaboradores
e para a estratégia organizacional; z Agilidade;

z Adquirir fundamentação teórica suficiente para z Menor burocracia, especialmente de aquela asso-
que o planejamento ocorra de forma adequada; ciada a processos complexos e grande volume de
papéis.
z Considerar que a educação corporativa é resulta-
do de uma necessidade da organização e não um
modismo;
z Conscientizar-se da necessidade de um roteiro EXERCÍCIO COMENTADO
adequado às demandas de trabalho, para que a
educação proporcionada seja realmente útil e 1. (CESPE-CEBRASPE – 2011) Com relação a recursos
desencadeie melhorias para a organização; humanos, julgue o item seguinte.
z Levar em consideração as experiências positivas e A educação corporativa, um processo de ensino e
negativas das organizações que efetivaram a edu- aprendizagem que se molda às necessidades organi-
cação corporativa. zacionais, centra-se, fundamentalmente, no condutor
da ação educacional e objetiva o alcance de resulta-
Carvalho considera que algumas questões ajudam dos operacionais e financeiros da organização.
a definir o planejamento para a educação corporativa,
tais como: (1) qual o objetivo da educação corporati- ( ) CERTO  ( ) ERRADO
va, isto é, o que se pretende alcançar? (2) Quem fará
parte desse tipo de educação? Quem serão os estudan- A educação corporativa tem caráter estratégico e
tes e quais suas características? (3) Como a empresa não operacional. Além disso, a partir da educação
espera que os trabalhadores se comportem? (4) Quais corporativa busca-se desenvolver competências crí-
dificuldades de aprendizado existentes entre os futu- ticas nos trabalhadores, com vistas ao aumento da
ros estudantes? (5) Quais as opções para o processo de competitividade organizacional. Resposta: Errado
ensino-aprendizagem? (6) Quais canais serão utiliza-
REFERÊNCIAS
dos para a educação corporativa?
A educação corporativa é vantajosa para a organi- ALMEIDA, A. V. Planejamento estratégico em re-
zação e para o funcionário. Os benefícios envolvem, cursos humanos. 1. ed. São Paulo: Pearson Educa-
entre outros, aumento da produtividade, melhora na
tion do Brasil, 2015.
qualificação dos trabalhadores, incentivo à inovação,
melhoria no ambiente corporativo e diminuição do BERGUE, S. T. Gestão de pessoas em organiza-
turnover8. ções públicas. 3. ed. Caxias do Sul: Educs, 2010.
Não existe uma melhor forma de promover a edu-
cação corporativa. No entanto, muitas empresas têm BOXALL, P; PURCELL, J. Strategy and Human Re-
optado pela educação a distância pelas facilidades source Management. 3. ed. Palgrave Macmillan,
associadas a essa modalidade de ensino. 2011. p. 39-96.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CARVALHO, R. Educação corporativa nas empre-


sas. Edools, 2016. Disponível em: <https://www.
De acordo com o Ministério da Educação, “educa- edools.com/educacao-corporativa-nas-empresas/>.
ção a distância é a modalidade educacional na qual Acesso em: 19 dez. 2020.
alunos e professores estão separados, física ou tempo-
ralmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas o novo papel CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
meios e tecnologias de informação e comunicação”. dos recursos humanos nas organizações. 4. ed.
Dentre as vantagens associadas a esse tipo de ensino, Barueri: Manole, 2014.
destacam-se27: CONVENIA. Tipos de demissão: 5 formas e suas
z A flexibilidade de horários, permitindo que os regras + Guia Gratuito. 2019. Disponível em: <ht-
estudantes assistam as aulas e façam as atividades tps://blog.convenia.com.br/conheca-agora-5-tipos-
no momento mais apropriado; -de-demissao/>. Acesso em: 15 dez. 2020.

z Autonomia do estudante; GOUVEIA, V. V.; MARTÍNEZ, E.; MEIRA, M.; MIL-


FONT, T. L. A estrutura e o conteúdo universais dos
z Desterritorialização, o que significa que o estudan- valores humanos: análise fatorial confirmatória
te pode estar em qualquer outra cidade, estado ou da tipologia de Schwartz. Estudos de Psicologia,
até mesmo país e ainda assim terá acesso às aulas
v. 6, n. 2, p. 133-142, 2001.
e aos conteúdos;
z Melhor custo-benefício; MAGAZINE LUIZA. Nossa cultura, missão, valores.
Disponível em: <https://ri.magazineluiza.com.br/
z Possibilidade de atingir um maior número de ShowCanal/Nossa-Cultura--Missao-e-Valores?=+Cr
estudantes; wIdegGsV6bHjz6j8IdA==&partner_id=39866&gclid
8  Carvalho (2016) 439
=Cj0KCQiA5vb-BRCRARIsAJBKc6LDat_eiCPck_ Protocolo seguro
jJ 9VhWv J f Z 7 f 8 z E 8 l - dO Z I k N y 4 l i S 2 6 Z C u 9T1-
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MARQUES, F. Gestão de pessoas: fundamentos e


tendências. Brasília: DDG/ENAP, 2015. Usuário final Servidor remoto

McINTYRE, S. E. Como as pessoas gerem o con- O acesso à distância a computadores deverá ser
flito nas organizações: Estratégias individuais realizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual
negociais. Análise psicológica, v. 2, n. XXV, p. 295
Private Network), que implementa protocolos seguros
305, 2007.
na conexão, evitando monitoramento dos dados por
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. O que é educação a terceiros.
distância? Disponível em: <http://portal.mec.gov.
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Protocolo seguro Extranet Intranet
guntas-frequentes-911936531/educacao-a-distan- Conexão
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borais. Psicologia: Teoria e Prática, v. 23, n. 1, p. arquivos, para endereçamento das informações arma-
63-70, 2007. zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente,
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. não é possível a comunicação ou leitura destes dados.
11. ed. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2005. A família de protocolos TCP/IP procura normatizar
o envio e recebimento das informações entre disposi-
SCHEIN, E. H. Coming to a New Awareness of tivos conectados em rede, através dos protocolos de
Organizational Culture. Sloan Management transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
Review, v. 25, n. 2, p. 3-16, 1984. cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos
SOBRAL, F. Administração: teoria e prática no envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe-
contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo: Pearson rência de dados.
Education do Brasil, 2013. Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são:
SOUZA, C. P. S. Cultura e clima organizacional:
compreendendo a essência das organizações.
Curitiba: InterSaberes, 2014. z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de
transferência de hipertextos.
TARAPANOFF, K. Educação corporativa: contri- z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro-
buição para a competitividade. Brasília: Petró- tocolo seguro de transferência de hipertextos.
leo Brasileiro e CNI, 2004. z FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe-
XERPAY. [GUIA] Planejamento Estratégico de rência de arquivos.
RH: como e porque implantar. 2018. Disponível z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo
em: <https://www.xerpa.com.br/blog/planejamen- simples de transferência de e-mail.
to-estrategico-de-rh/>. Acesso em: 17 dez. 2020.
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter-
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que
envolvem as redes de computadores. Mensagens de
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble-
CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E mas de segurança da informação se tornam mais claros
FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE para quem conhece os protocolos e seu funcionamento.
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de
REPRODUÇÃO DE ÁUDIO E VÍDEO transferência de hipertextos.
Opera pela porta TCP 80
Nas redes de computadores, os dados são arquivos Transfere arquivos HTML (Hyper Text Markup
disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servi- Language – linguagem de marcação de hipertextos).
dores web, com páginas web para serem acessadas por Protocolo mais utilizado para navegação, tanto na
um navegador (browser) web. Ou ainda servidores de Internet como na Intranet.
arquivos FTP, para serem acessados por um cliente FTP. As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo
O acesso à distância a computadores será realiza- navegador de Internet, que exibe o conteúdo.
do utilizando o paradigma cliente servidor, onde um Arquivos HTML podem ser produzidos em editores
será o servidor que fornecerá o acesso ou arquivos e de textos sem formatação (como o Bloco de Notas) ou em
440 outro dispositivo será o cliente que estiver acessando. editores de textos completos (como o Microsoft Word).
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos
Porta TCP 80
Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou 2525.
A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é bloquea-
HTTP – request (requisição) da pela maioria dos servidores, para evitar spam.
A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS
HTTP – response (resposta)
(camada adicional de segurança).
Cliente Servidor
Web Web
A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP sobre
SSL), mas foi reatribuída e depreciada.
HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro- A porta 2525 não é uma porta oficial, mas muito
tocolo seguro de transferência de hipertextos. usada por provedores para substituir a porta 587,
Opera pela porta TCP 443 quando ela estiver bloqueada.
Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML, etc. Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o
Protocolo mais utilizado para navegação segura, servidor, e de um servidor para outro servidor.
tanto na Internet como na Intranet.
SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência Simples de
As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos- E-mail – Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525
suem comandos adicionais (scripts) que complemen-
tam a exibição de conteúdo específico.
SMTP – enviar SMTP – enviar
Utiliza criptografia, acionando camadas adicionais e-mail e-mail
como SSL e TLS na conexão.
Cliente
E-mail Servidor Servidor
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro E-mail E-mail
de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443

Aplicativos de áudio, vídeo e multimídia.


HTTPS – request (requisição)
Cliente Os softwares instalados no computador, podem
Web
HTTPS – certificado digital ser classificados de formas diferentes, de acordo com
o ponto de vista e sua utilização.
Identidade confirmada
Vamos conhecer algumas delas.
Servidor
HTTPS – response (resposta) Web
CATEGORIA CARACTERÍSTICA EXEMPLO

O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro- Sistemas Operacio- Windows e Linux.


nais, que oferecem
vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
Básico uma plataforma para
Intranet, como em Transferência de dados e arquivos, execução de outros
como em Segurança da Informação. softwares.
FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe-
Programas que per- Microsoft Office e
rência de arquivos. mitem ao usuário LibreOffice, reprodu-
Opera com duas portas TCP, uma para dados (20) e Aplicativo
criar e manipular tores de mídias.
outra para comandos (21). seus arquivos.
Transfere qualquer tipo de informação.
Softwares que reali- Compactador de
Pode transferir em modo byte a byte (arquivos de zam uma tarefa para arquivos, Desfrag-
textos) ou bit a bit (arquivos executáveis). Utilitários a qual fora projetado. mentador de Discos,
Os navegadores de Internet possuem suporte para Gerenciadores de
acesso aos servidores FTP. Arquivos.
O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado Software malicioso, Vírus de computa-
ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma mais que realiza ações dor, worms, cavalo
rápida que nos navegadores de Internet. Malware que comprometem de Troia, spywares,
Pode utilizar criptografia. a segurança da phishing, pharming,
O modo anônimo caiu em desuso, e poucos servi- informação. ransomware, etc.
dores FTP ainda aceitam conexão anônima.
Os softwares que reproduzem conteúdo multimí- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos
Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle) dia, como o Windows Media Player e o Groove Music
(além de opções de terceiros como o VNC Player), reco-
FTP – Comando OPEN (iniciar nhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a
transferência)
partir da extensão dele.
FTP – Comando PUT (para upload,
adicionar arquivos) EXTENSÃO COMENTÁRIOS

FTP – Comando GET (para download, Audio Video Interleave. Formato de vídeo pa-
.avi
baixar arquivos) drão do Windows.
Servidor
Cliente FTP – dados transferidos para a Formato de vídeo popular entre aparelhos
solicitação GET Web .3gp
Web smartphones

FTP – comando CLOSE Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo


.flv
(finalizar transferência) Adobe Flash, com baixa qualidade.

Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e le-


SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo .mkv gendas são encapsuladas em um único con-
simples de transferência de e-mail. têiner, suportando diversos formatos.
441
EXTENSÃO COMENTÁRIOS

QuickTime File Format é um formato de ar-


.mov quivo de computador usado nativamente pela
estrutura do QuickTime. Internet

Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Forma-


to de áudio que aceita compressão em vários
.mp3
níveis. Pode utilizar o Windows Media Player
Fluxo contínuo – os dados são enviados na forma de um fluxo de caracteres
ou Groove Music para reprodução.

Moving Picture Experts Group. Arquivo de ví-


No modo blocado, o arquivo é transferido como
deo comprimido, visível em quase qualquer
.mpg reprodutor, por exemplo, o Real One ou o Win- uma série de blocos precedidos por um cabeçalho
dows Media Player. É o formato para gravar especial. Este cabeçalho é constituído por um conta-
filmes em formato VCD. dor (2 bytes) e um descritor (1 byte).

Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo


.rmvb com taxa variável de qualidade, desenvolvido
pela Real Networks.

Formato de áudio Wave, sem compactação


.wav
com baixa amostragem. Internet

Windows Media Audio, formato de áudio pa-


.wma
drão do Windows.

Windows Media Video, formato de vídeo pa-


.wmv 00 A 01 C 02 B
drão do Windows.
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor

As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados


No modo comprimido, a técnica de compressão
com áudio, vídeo e metadados.
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência
Os metadados são usados para diferentes funções, de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os
como identificação da fonte, dados sobre duração da dados comprimidos e as informações de controle são
transmissão, verificação da qualidade etc. os parâmetros desta transferência.
Quando usados separadamente, o usuário pode
baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os
metadados do MP3 para exibir as informações edita-
das sobre autor, disco, nome da música etc.
Internet
Os fluxos de dados devem ser analisados na forma Cliente
de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar
a qualidade e quantidade de dados trafegados. Dados únicos

Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo Dados repetidos

e áudio transferidos de um servidor remoto para o Informações de


controle
dispositivo local. Popularizado pelo serviço Netflix
de filmes e séries, o formato stream fragmenta o con- Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor

teúdo em pacotes de dados para serem enviados pelo


canal com protocolos TCP. Estes pacotes de dados são Este foi um dos temas das questões do último con-
curso da Polícia Federal. A transferência de dados e
os contêineres.
arquivos pelas redes de computadores deve ser ques-
tionado ainda mais nas próximas provas.

Internet
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESGRANRIO – 2018) A exploração da internet exige
o uso de inúmeros protocolos, dentre os quais o proto-
A transferência de arquivos poderá ser realizada colo FTP. Esse protocolo tem como objetivo:
de três formas: a) Transferir arquivos entre cliente e servidor.
b) Confirmar a identidade de um servidor.
z Fluxo contínuo; c) Prover serviço de datagrama não confiável.
z Modo blocado; d) Manipular caixas postais remotas como se fossem locais.
z Modo comprimido. e) Gerenciar correio eletrônico.

FTP é a sigla para File Transfer Protocol, um ter-


Na transferência por fluxo contínuo, os dados são mo que, traduzido para o português, significa Pro-
442 transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres. tocolo de Transferência de Arquivos. Através dele,
o usuário poderá enviar (upload) e receber (down- A plataforma encontra-se disponível para acesso
load) arquivos de um servidor de arquivos. Respos- nos seguintes terminais: computadores, smart-
ta: Letra A. phones (Android e IOS), tablets e Ipads. Além disso,
ela integra diversos serviços da Google, tais como
o Google Docs, Planilhas, Apresentações, entre
outros;
z Skype: Plataforma que permite a comunicação
FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E através de videoconferência e voz, assim como
TRABALHO A DISTÂNCIA (MICROSOFT o envio e compartilhamento de mensagem. Foi
TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE desenvolvido por Janus Friis e Niklas Zennstrom e
vendido para empresa E-bay. Contudo, atualmente
HANGOUT, GOOGLE DRIVE E SKYPE) o software pertence à Microsoft. O serviço pode ser
acessado por meio do download do aplicativo ou
A produtividade é a capacidade de produzir ou
até mesmo diretamente pelo navegador.
condição do que é produtivo. Em outras palavras, tra-
ta-se do quanto se produz em um determinado perío-
do de tempo, considerando os recursos e ferramentas
disponíveis. Atualmente, a produtividade é um dos
objetivos mais buscados pelos órgãos públicos e priva- HORA DE PRATICAR!
dos, especialmente na era digital, na qual os meios de
comunicação e as ferramentas de trabalho estão cada 1. (CESGRANRIO – 2015) O Facebook e o Twitter pos-
vez mais céleres, rápidos e efetivos. suem muitas características em comum. Dentre essas
Tornar as atividades mais produtivas, no sentido características, inclui-se a(o):
de poupar tempo, é uma busca constante de empresas,
sobretudo porque possibilitam o trabalho otimizado, a) Possibilidade de um usuário adicionar amigos à sua
além de permitir que ele seja realizado de maneira conta.
remota e com equipes reduzidas. b) Capacidade de um usuário visualizar os assuntos do
Na contemporaneidade, nota-se que está cada vez momento (trending topics).
mais frequente o investimento em capital tecnológico c) Número máximo de caracteres que uma publicação
por empresas que buscam ferramentas para alavan- (post) pode conter.
car os seus lucros, acelerar a mão de obra e diminuir d) Possibilidade de um usuário modificar o texto de suas
custos. As ferramentas possibilitam ainda:
publicações (posts).
e) Capacidade de um usuário seguir outros usuários.
z Diluição dos processos;
z Prevenção de retrabalhos;
2. (CESGRANRIO – 2013) O Facebook é uma rede social
z Planejamento;
z Treinamento e capacitação da equipe; em que pessoas interagem postando conteúdo na for-
z Trabalho a distância. ma de “status”, interagindo com o conteúdo postado
por outras pessoas por meio de três ações.
Um dos grandes avanços das ferramentas de pro- Disponibilizadas por meio de links, logo após o con-
dutividade é possibilitar o trabalho remoto. Partire- teúdo original, essas três ações aparecem na seguinte
mos, então, ao estudo de algumas delas: ordem:

z Microsoft Teams: Esta ferramenta consiste em a) Cutucar, Curtir e Comentar.


uma plataforma unificada de comunicação e cola- b) Curtir, Comentar e Repostar.
boração que permite aos seus usuários a realiza- c) Comentar, Compartilhar e Gostar.
ção de videoconferências e o armazenamento de d) Convidar, Curtir e Divulgar.
arquivos. Além disso, a plataforma integra e per- e) Curtir, Comentar e Compartilhar.
mite o uso das ferramentas de escritório do Pacote
Microsoft Office; 3. (CESGRANRIO – 2013) O sistema operacional cujas carac-
z Cisco Webex: Esta plataforma, também conhecida terísticas são utilizar código aberto e interface por linha de
por WebEx Meetings ou Cisco Web Teams, destina- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
comando é o:
-se ao corporativismo e possibilita aos seus usuá-
rios a realização de reuniões, tanto por meio de a) Mac OS.
áudio quanto por videoconferência. Pode ser aces- b) iOS.
sada pelos seguintes terminais: computadores,
c) Linux.
smartphones (Android ou IOS), através do down-
d) Windows.
load do seu aplicativo ou direto pelo navegador;
e) Android.
z Google Hangout: Plataforma de comunicação
desenvolvida pela Google que possibilita o envio
e compartilhamento de mensagens, ligações por 4. (CESGRANRIO – 2015) Para analisar um relatório finan-
videoconferência e também integra alguns servi- ceiro, um funcionário montou uma planilha Excel. Cópia
ços da Google. Contudo, desde meados de 2020 a de um trecho dessa planilha é mostrada a seguir.
empresa vem migrando as suas funcionalidades
para Google Chat;
z Google Drive: Serviço de armazenamento e sin- Q R S
cronização de documentos em nuvem disponí-
vel tanto na modalidade gratuita (15 GB) quanto 1 Taxa de juro Valor atual Valor com juros
remunerada, por meio de assinatura, modalidade 2 0,4% R$ 100.000,00
esta que oferece mais opções de armazenamento. 443
Qual tipo de risco está relacionado com a permissão
3 1,2% R$ 75.000,00
para a instalação de cookies no computador do usuário?
4 1,5% R$ 50.000,00
a) Possibilitar a apresentação de links que podem redi-
5 2% R$ 45.000,00 recionar a navegação para páginas falsas ou induzir o
usuário a instalar código malicioso.
b) Possibilitar a instalação de programas especificamen-
O funcionário deseja calcular cada Valor com juros, cor-
te criados para executar atividades maliciosas.
respondente ao Valor atual das células R2, R3, R4 e R5,
c) Permitir a exibição de mensagens indesejadas, con-
e lançá-lo, respectivamente, nas células S2, S3, S4 e S5.
tendo propagandas ou conteúdos impróprios.
d) Permitir a coleta de hábitos de navegação por parte da
Cada Valor com juros é calculado através de empresa responsável pelo site visitado.
e) Permitir que um possível invasor tenha acesso a arqui-
Valor com juros = Valor atual + Valor atual x Taxa de juro vos importantes localizados no disco rígido do com-
putador do usuário.
Qual é a fórmula que deve ser lançada pelo funcionário
na célula S2 para calcular corretamente o Valor com 9. (CESGRANRIO – 2014) Um usuário entrou em um site
juros, correspondente ao Valor atual de R$100.000,00, da Internet e, ao digitar seu login e senha, recebeu
e que pode ser copiada para as células S3, S4 e S5, a informação de que a partir daquele momento ele
usando sempre a mesma taxa de juro de 0,4% (contida começaria a navegar em um site seguro. Ao lado da
na célula Q2)? mensagem o seguinte ícone foi exibido:

a) =R2+$Q2$%*R2
b) =R2+(Q2%)+R2
c) =R2+Q2*R2
d) =R2+$Q$2*R2
e) =R2+(1+$Q$2)*R2 Nessas condições, o protocolo exibido na barra de
endereços do navegador desse usuário foi o:
5. (CESGRANRIO – 2014) Qual programa é comumente
usado para se navegar por aplicações Web? a) ftp
b) http
a) Twitter. c) https
b) Facebook. d) ssl
e) tcp/ip
c) Microsoft Word.
d) Google Chrome.
10. (CESGRANRIO – 2014) Ao digitar a URL http://170.66.11.
e) Windows Explorer.
10:50 na barra de endereços de um navegador, um usuá-
rio está tentando conectar-se a um servidor Web utilizan-
6. (CESGRANRIO – 2014) Seja a seguinte URL, em que do a porta (do servidor).
abcd.com.br é um host fictício:
a) 10.
ftp://abcd.com.br b) 11.
c) 50.
O primeiro componente desse URL, ftp, indica que o d) 66.
usuário deseja: e) 170.

a) Enviar um e-mail para outro usuário. 11. (CESGRANRIO – 2018) Considere a Figura a seguir
b) Enviar uma mensagem de texto, usando um terminal virtual. extraída do MS Word 2016 em português:
c) Acessar arquivos de um grupo de discussão.
d) Acessar dados no formato de hipertexto.
e) Fazer download ou upload de arquivos.

7. (CESGRANRIO – 2014) Para usar a aplicação WWW, um


usuário deve dispor de um aplicativo conhecido por:
O número ao lado da palavra Arial significa a(o):
a) IP.
b) Twitter. a) Quantidade de letras.
c) Torrent. b) Quantidade de linhas.
c) Versão do texto.
d) Servidor multimídia.
d) Número de páginas.
e) Navegador ou browser.
e) Tamanho da letra.
8. (CESGRANRIO – 2013) Novos recursos de navegação 12. (CESGRANRIO – 2014) Qual arquivo que, por questões
vêm sendo incorporados às aplicações disponibili- de segurança, não pode ser enviado para terceiros
zadas na Web como resposta à crescente demanda através do Gmail diretamente anexado ao email?
por aprimoramento visual das páginas e pela dispo-
nibilização de funcionalidades mais sofisticadas. Tais a) prog.exe
recursos, entretanto, podem incorporar novos riscos à b) relatorio.xlsx
444 atividade de navegação pelos sites da Web. c) carta.docx
d) foto.jpg
e) incio.html

13. (CESGRANRIO – 2015) O canto inferior direito da janela do Microsoft Powerpoint tem a seguinte aparência:

O botão da interface indicado pela seta tem a função de:

a) Iniciar uma apresentação, a partir do slide atual selecionado.


b) Iniciar uma apresentação, a partir do primeiro slide do arquivo.
c) Colocar o powerpoint em “modo de leitura”.
d) Colocar o powerpoint em “modo normal de edição”.
e) Colocar o powerpoint em um modo de exibição de pequenas amostras dos slides lado a lado.

14. (CESGRANRIO – 2015) O gerente de uma agência recebeu um e-mail, supostamente reenviado por um cliente, com o
seguinte conteúdo:

COMPRASRAPIDO – PROMOÇÃO

Prezado Amigo, você acaba de ser contemplado(a) na promoção Compra Premiada COMPRASRAPIDO e ganhou R$ 1.000,00
(Mil Reais) em vale compras em qualquer estabelecimento que tenha as máquinas COMPRASRAPIDO.

Clique no botão abaixo e cadastre-se.

Cadastre-se

Qual deve ser a providência do gerente?

a) Clicar no botão e candidatar-se ao prêmio.


b) Contatar o cliente e perguntar do que se trata.
c) Devolver o e-mail ao cliente, solicitando informações suplementares.
d) Encaminhar o e-mail aos amigos, celebrando o fato e incentivando-os a participar da promoção.
e) Contatar o órgão responsável pela segurança da informação, relatar o fato e perguntar como proceder.

15. (CESGRANRIO – 2013) Há características importantes que distinguem os códigos maliciosos denominados worm
daqueles denominados trojan. Uma dessas características é a:

a) Autorreplicação automática pela rede.


b) Instalação por execução de arquivo infectado.
c) Contaminação através de redes sociais.
d) Contaminação por compartilhamento de arquivos. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
e) Instalação por execução explícita do código malicioso.

16. (CESGRANRIO – 2014) Informações importantes de uma pessoa que teve seu computador invadido foram coletadas e
enviadas para terceiros. Um amigo, especialista em informática, sugere-lhe a instalação de um programa que bloqueie
o acesso de outros computadores que estejam tentando se conectar a programas instalados em seu computador.
Esse tipo de programa é chamado de:

a) Bloqueador de pop-ups.
b) Antivírus.
c) Filtro antispam.
d) Filtro antiphishing.
e) Firewall.

17. (CESGRANRIO – 2018) Determinado funcionário de uma empresa deseja substituir cálculos de verificação de rotinas
financeiras que realiza manualmente pelo uso de uma planilha Excel. Durante sua primeira experiência, preencheu um
trecho de planilha com diversos valores, como mostrado a seguir. 445
A B C D

1 SALDO
CONTA RESULTADO DA
CORRENTE ÚLTIMO MÊS MÊS CORRENTE PESQUISA
2

3 100201 1600,00 1715,00

4 100202 1440,00 1550,00

5 100203 1756,00 1620,00

6 100204 1415,00 1950,00

7 100205 1550,00 1360,00

8 100206 1810,00 1900,00

9 100207 1870,00 1490,00

10 100208 1250,00 1630,00

11 100209 1475,00 1700,00

12 1002010 1612,00 1770,00

Seu objetivo final é que as células da coluna D, correspondentes às contas correntes, sejam preenchidas com o texto
SIM, caso os dois saldos da mesma conta corrente (último mês e mês corrente) sejam simultaneamente superiores
a R$ 1500,00, ou, se isso não for verdade, se pelo menos um deles for superior a R$ 1800,00. Caso nenhuma dessas
hipóteses ocorra, a célula correspondente deve ser preenchida com o texto NÃO.
Para isso, deve iniciar seu processo final de criação da planilha, preenchendo a célula D3 com determinada fórmula
para depois copiá-la para as células de D4 a D12. A fórmula que faz acontecer o que o funcionário deseja é:

a) =SE(E(B3>1500; C3>1500); (OU(B3>1800; C3>1800)))


b) =SE(E(B3>1500; C3>1500);”SIM”; (OU(B3>1800; C3>1800)))
c) =SE(E(B3>1500;C3>1500);”SIM”; SE(B3>1800;C3>1800))
d) =SE(E(B3>1500;C3>1500);”SIM”;SE(OU(B3>1800;C3>1800);”SIM”;”NÃO”))
e) =SE(E(B3>1800;C3>1500);”SIM”;SE(OU(B3>1800;C3>1500);”SIM”;”NÃO”))

18. (CESGRANRIO – 2014) A Intranet da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Intrans, é ganhadora da quinta
edição do Prêmio Intranet Portal, na categoria Colaboração. A ferramenta inovou em colaboração, integrando, desde
o ano passado, servidores e colaboradores da ANS. Por intermédio da Intrans, sugestões, críticas, notícias, eventos,
notas técnicas e normas, entre outros itens, são disponibilizados dia a dia dentro da ANS.

Disponível em: <http://www.ans.gov.br/a-ans/sala-de-noticias-ans/a-ans /2213- intranet-da-ans-ganha-premio-de-abrangencia-nacional>. Acesso


em: 22 ago. 2013.

Intranets podem ser utilizadas para uma grande diversidade de serviços, que podem ser acessados por colaboradores
ou associados.
Para que um usuário tenha acesso a uma Intranet de uma empresa ou instituição, com um acesso seguro às informa-
ções críticas da instituição ou empresa, é necessário que esse usuário utilize:

a) Somente máquinas que estejam fisicamente localizadas dentro da mesma rede local da empresa.
b) Somente máquinas específicas que estejam fisicamente localizadas dentro da mesma rede local da empresa.
c) Somente máquinas que estejam dentro da mesma rede local ou dentro de uma rede diretamente conectada à rede
local da matriz da empresa.
d) Qualquer máquina localizada dentro do data center da empresa.
e) Qualquer máquina com acesso à Internet, fornecendo credenciais que permitam sua autenticação e acesso à Intranet
por uma conexão segura.

19. (CESGRANRIO – 2014) A figura a seguir exibe a caixa de diálogo Opções existente no Mozilla Firefox 27.0.1.

446
Em qual caixa de diálogo se encontra a opção que per-
mite limpar todos os dados de navegação?
ANOTAÇÕES
a) Avançado.
b) Conteúdo.
c) Geral.
d) Privacidade.
e) Sync.

20. (CESGRANRIO – 2018) Se um usuário tem duas pas-


tas em uma mesma partição de um disco rígido de um
computador rodando o Windows 10 em português,
o que acontece se esse usuário, utilizando o botão
esquerdo do mouse, arrasta uma pasta sobre a outra?

a) Aparece uma mensagem perguntando se o usuário


quer mover a pasta e todo o seu conteúdo ou somente
o conteúdo da pasta.
b) A pasta arrastada e o seu conteúdo são copiados para
a outra pasta.
c) A pasta arrastada e todo o seu conteúdo são movidos para
a outra pasta e deixam de existir na localização original.
d) O conteúdo da pasta arrastada é movido para a outra
pasta, mas a pasta de origem, agora vazia, continua a
existir na localização original.
e) O usuário recebe uma mensagem de erro advertindo-o
de que pastas não podem ser aninhadas.

9 GABARITO

1 E

2 E

3 C

4 D

5 D

6 E

7 E

8 D

9 C

10 C

11 E CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
12 A

13 A

14 E

15 A

16 E

17 D

18 E

19 D

20 C

447
ANOTAÇÕES

448
z Nível Operacional: Nível de execução da organi-
zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A
figura encontrada é a do executor; procure guar-
dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e

VENDAS E NEGOCIAÇÃO assim ficará mais fácil resolver as questões rela-


cionadas ao tema.

Agora que já expusemos os níveis organizacionais,


podemos avançar no tema e compreender os tipos de
NOÇÕES DE ESTRATÉGIA planejamento.
EMPRESARIAL
TIPOS DE PLANEJAMENTO
ANÁLISE DE MERCADO, FORÇAS COMPETITIVAS,
IMAGEM INSTITUCIONAL, IDENTIDADE E
POSICIONAMENTO
Estratégico
Este é um assunto que merece destaque em nos-
so estudo e requer atenção por parte do candidato
que almeja a aprovação no concurso, pois trata-se do Tático
planejamento estratégico das organizações. Primeira-
mente, explicaremos alguns conceitos relacionados
ao tema. Iniciaremos falando a respeito dos níveis Operacional
organizacionais.

NÍVEIS ORGANIZACIONAIS

Observe no fluxograma a seguir os níveis organi- z Planejamento Estratégico: O mais importante


zacionais. para seu estudo – aliás, os títulos deste capítulo
são voltados a ele. O planejamento estratégico tem
como escopo a análise da organização como um
Estratégico Institucional “todo”, pois visa compreender o ambiente interno
e externo, o que significa fazer análises para alcan-
ce dos objetivos organizacionais. O planejamento
é a longo prazo e sua abordagem é geral/global,
Tático Departamental Gerencial
realizado no nível institucional e pelos executivos/
diretores da organização.

Operacional Execução
Não- Cuidado! Apesar de ser realizado pelo nível ins-
Administrativo
titucional, todos da organização estarão envolvidos.
Reflita sobre o seguinte: como ele é um planejamen-
to que se inicia lá no “topo”, ele vai descendo para
Agora, precisamos entender cada um deles:
os demais níveis e, por isso, há um envolvimento de
z Nível Estratégico: É o nível institucional, pois en- todos. É interessante, pois é aqui que tudo acontece:
globa toda a organização e, consequentemente, te- as decisões gerais da organização, escolhas das estra-
rá uma abordagem ampla no intuito de analisar tégias, a definição da missão, visão e dos valores ins-
a organização como um todo. O nível estratégico titucionais. Perceba como todos de uma certa forma
também pode ser chamado de alto ou global e, nes- acabam se envolvendo.
se nível, estão os altos executivos, diretores da or- Veja um exemplo de questão que abordou o assunto:
ganização. O tipo de planejamento é o estratégico,
que veremos mais para frente; (CESPE-CEBRASPE – 2011) Acerca de planejamento
estratégico, julgue o item a seguir.
Dica O planejamento deve sempre visar aos objetivos máxi-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

mos da empresa.
Algumas palavras-chave para ter em mente
quando uma questão se referir ao nível estraté-
( ) CERTO  ( ) ERRADO
gico: global, geral, todo, amplo, ambientes, inter-
no e externo, diretores, executivos, alto escalão,
A questão está certa porque o planejamento estra-
cúpula.
tégico é o geral/todo da organização e, portanto,
z Nível Tático: É o nível departamental ou setorial os objetivos também serão estratégicos. A banca
que se preocupa com o planejamento a médio pra- examinadora usou o termo “máximo”, tudo certo
zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni- e sem problemas, já que a ideia de ser um objetivo
dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é amplo foi alcançado. Por enquanto, estamos trazen-
o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas do ideias relacionadas aos tipos de planejamento.
sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun- Mais para frente, trataremos de maneira específica
cionar o departamento da organização; do planejamento estratégico. 449
z Planejamento Tático: Visa criar plano a médio prazo e a sua abordagem é setorial ou departamental. Como
verificamos anteriormente, o nível intermediário é que se preocupa com o planejamento tático. Aqui, você
sempre avaliará da seguinte forma: o planejamento é feito por gerentes e coordenadores visando objetivos de
médio prazo, pois a abordagem é por unidade e setorial ou departamental;
z Planejamento Operacional: Já aqui, a abordagem é de execução, pois visa realizar as tarefas que ocorrem
na organização. Nesse caso, teremos a figura dos supervisores/executores estabelecendo os objetivos e metas
operacionais; vale lembrar que elas são mais minuciosas e detalhadas porque estão voltadas para uma tarefa
específica.

Novamente, mais um exemplo para entendermos como o tema já foi abordado em provas de concursos:

(CESPE-CEBRASPE – 2008) Um plano que abranja o procedimento de recepção de segurados do INSS e as programa-
ções de tempo de espera para cada caso, visando à melhoria da qualidade do serviço de atendimento, é exemplo de
planejamento estratégico.

( ) CERTO  ( ) ERRADO

A questão está errada. Veja só, o enunciado menciona “procedimento”, recepcionar segurados, preocupação com
tempo de espera e atendimento. Fica nítida a ideia de execução de uma tarefa e, portanto, o planejamento é ope-
racional. A questão não serve para fecharmos o bloco, nem para ilustrar sua banca examinadora, mas ajuda
para fixarmos melhor os conceitos relacionados aos temas abordados até aqui. Vamos seguindo em frente.

TIPO DE CONTEÚDO DO ESCOPO E


TEMPO FOCO
PLANEJAMENTO PLANO ABRANGÊNCIA
Estratégico Longo Prazo Amplo e Genérico Toda Organização Efetividade
Tático Médio Prazo Pouco Detalhado Setor ou Área Eficácia
Operacional Curto Prazo Detalhado Atividades / Tarefas Eficiência
Fonte: Planejamento Governamental, Atlas, 2011, Ampliado.

Agora que já temos uma noção dos tipos de planejamento, precisamos compreender as funções administra-
tivas. Se estamos tratando de noções de estratégia empresarial, devemos compreender como ocorre o processo
organizacional.

Dica
Processo Organizacional / Processo Administrativo (Administração): o mesmo que funções administrativas.

FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS

As funções da Administração são quatro: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Vejamos a seguir
detalhadamente cada uma delas:

Planejamento

Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão do
futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é possível
ter todas as informações e dados. Lembre-se de que quando tratamos de planejamento, é preciso coletar dados e
informações, pois são eles que dão sustentação para um bom planejamento.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para compreender
melhor o planejamento:

z Objetivo: Tudo aquilo que se pretende alcançar ou onde se deseja chegar. Um bom exemplo de objetivo é “ser
aprovado no concurso público do Banco do Brasil”. O objetivo deve ser claro, concreto e necessita de prazo,
não importando se esse prazo será curto, médio ou longo;
z Meta: Também pode ser entendida como algo que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa e detalhada em
comparação ao objetivo. Exemplo de meta: ser aprovado em primeiro lugar no concurso do Banco do Brasil.
Reparou em uma mudança aí? O termo “primeiro lugar” qualificou nosso objetivo. Essa é a ideia da meta, ser
mais minuciosa ou detalhada, trazer quantificação e qualificação do objetivo;
z Estratégias: São os caminhos, meios, métodos, para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a organização
necessitará fazer uma análise antes e aí sim escolher a melhor estratégia.

Agora que compreendemos alguns conceitos a respeito do planejamento, continuemos com outras funções
administrativas.

Organização

Essa função visa implementar, implantar e alocar os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi plane-
450 jado precisa ser implantado e, para isso, a função organização tem como foco a distribuição e divisão do trabalho.
Direção ANÁLISE DE MERCADO

É a parte da coordenação da organização no intuito É chegado o momento de nos envolvermos de vez


de harmonizar o planejamento com a execução, o que nos conceitos ligados às estratégias empresariais.
levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para Queremos relembrar um assunto abordado anterior-
que realmente as coisas aconteçam. Aqui também mente, tratando do planejamento estratégico, lembra-
-se? O planejamento estratégico é o mais abrangente
ocorrerá a liderança e motivação, afinal de contas as
e, consequentemente, tudo que for decidido será rele-
pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem
vante para toda a organização. Estamos retornando a
ser motivadas a cumprir o planejamento. A figura do esse assunto para compreendermos que é no planeja-
líder faz-se importante nesse momento. mento estratégico que ocorre a análise de mercado.
Interessante perceber o seguinte: para escolha do
Controle melhor caminho, primeiro faz-se uma análise e então,
posteriormente, define-se o plano.
Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de Tudo se inicia com o diagnóstico estratégico (aliás,
quatro etapas: atente-se ao uso do termo “diagnóstico” utilizado nes-
sa situação, pois nos remete a ir ao médico e, antes
z Definir um padrão de desempenho: Para seguir e de ele receitar qualquer “remédio”, primeiro pedirá
alcançar um determinado objetivo, é preciso estar exames/diagnósticos). Assim, o intuito do diagnósti-
co é compreender as potencialidades e deficiências
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
da organização, ou seja, identificar quais são os pon-
z Acompanhar o desempenho: Essa etapa conta
tos fortes e fracos da organização e também analisar
com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo as oportunidades e ameaças. Pontos fortes e fracos
está sendo feito conforme foi definido; fazem parte das variáveis internas e oportunidades e
z Avaliação de desempenho: Já esta é uma etapa ameaças, das variáveis externas.
voltada a um processo “posteriori”, pois leva em Para isso, a organização utilizará uma ferramenta
consideração avaliar os resultados obtidos; chamada SWOT. O termo SWOT é um acrônimo/asso-
z Ação corretiva: Etapa necessária quando se veri- ciação vindo da língua inglesa que significa Strengths,
fica que há certos desvios, gaps ou lacunas no Weaknesses, Opportunities e Threats.
processo. Claro que vamos traduzir para facilitar a nossa
vida. SWOT = FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas
(Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Amea-
Mais uma vez, trazemos uma questão de exemplo
ças (Threats).
para compreendermos como o assunto já foi aborda-
Dividimos a análise em duas partes:
do em provas. Acompanhe a seguir:
z Análise interna: Forças e Fraquezas (são controláveis);
(CCV-UFC – 2013) Sobre as funções de Planejamento, z Análise externa: Oportunidades e Ameaças (não
Organização, Direção e Controle, assinale a alternativa são controláveis).
correta.

a) O planejamento é a função que faz a distribuição de tare- Importante!


fas e dos recursos entre os membros da organização.
Variáveis internas são controláveis por fazerem
b) O controle relaciona-se com as atividades de liderar,
parte do escopo da organização, estão próxi-
motivar e coordenar as pessoas em uma organização.
mas e, por isso, é mais fácil fazer alterações ou
c) A direção é a função que assegura que as tarefas
mudanças.
estão sendo desenvolvidas através do monitoramento Variáveis externas não são controláveis, pois
e avaliação das atividades estão “fora” da organização e não tem como a
d) Essas funções da administração foram primeiramente instituição fazer alterações, podendo somente
definidas por Henry Likert, na sua obra “Princípios de monitorar para se aproveitar das oportunidades e
Administração Científica”. minimizar os problemas advindos das ameaças.
e) A função de planejamento consiste na especificação
de objetivos a serem atingidos e na definição de estra-
tégias para alcançá-los. � Forças � Oportunidades
� Pontos Fortes � Variável
� Fortalezas externa
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Essa é uma questão típica que inverte os conceitos � Variável


� Variável
das funções administrativas. Na alternativa A, é interna
mencionado o planejamento, mas a função correta é
a função organização. A alternativa B também está
F O
errada, pois a função de liderar, motivar e coorde-
nar é a direção. Já a alternativa C trata de monitorar
e avaliar e o correto nesse caso é o controle, e não
a direção. A alternativa D menciona um autor, mas
na verdade o autor que trouxe conceitos de processo � Fraquezas
F A � Ameaças
� Ponto Fraco � Variável
organizacional foi Henry Fayol na obra “14 Princí- � Variável externa
pios da Administração”. Finalmente, a alternativa E interna

está correta, pois realmente o planejamento define


objetivos, metas e estratégias. Resposta: Letra E. 451
Pense em situações que ocorrem dentro de uma Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene
organização. Exemplo: A empresa X comprou um Porter)
novo equipamento (ponto forte), porém os colabo-
radores não foram treinados para usufruir da nova As estratégias genéricas de Porter visam a escolha
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que da estratégia dentro de 3 possibilidades.
momento é complicado, porque os clientes não têm
poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea- z Estratégia de Custo: A organização escolhe ter
gindo com o anúncio do governo de redução das taxas um baixo custo e repassa para o cliente a um va-
de impostos (oportunidade). lor acessível;
Viu só as situações que trouxemos como exemplo? z Estratégia de Diferenciação: A ideia é agregar
Pode acontecer isso em uma questão, ou seja, a neces- valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
sidade de analisar a situação para conseguir marcar a cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
alternativa correta. Aproveitando, que tal ver na prá- conveniência e outros;
tica como isso já foi abordado? z Estratégia do Enfoque: A organização dará enfo-
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
(CESPE-CEBRASPE – 2008) Um exemplo de ameaça
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
no âmbito do INSS, de acordo com a análise SWOT,
roupas tamanho EXGG.
seria o caso em que os técnicos que realizam os cál-
culos e projeções atuariais não tivessem formação
Matriz de Ansoff
necessária para realizar corretamente essa atividade.
Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
( ) CERTO  ( ) ERRADO nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
duto/serviço e mercado.
Analisando o enunciado, chegamos à conclusão
de que a falta de formação é um ponto fraco e não z Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra-
uma ameaça, como afirmado. Por isso, o item está tégia de Penetração;
errado. z Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia
de Desenvolvimento de Produto;
Outra ferramenta que pode ser utilizada para z Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto- de Desenvolvimento de Mercado;
dologia desenvolvida para medição do desempenho z Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
de aspectos financeiros e não financeiros. versificação.
A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta-
dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias Produtos/Serviços
perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá
fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
internos, aprendizado e crescimento e clientes.

Desenvolvimento
Penetração
de Produto
Recursos

Desenvolvimento
Diversificação
de Mercado
Visão e
Clientes Processos
Estratégia

Estratégias de Acordo com as Variáveis


Aprendizado
A organização escolherá as suas estratégias con-
forme as variáveis internas e externas. Em algum
momento, podemos ter mais oportunidades em rela-
ção às ameaças ou mais ameaças que oportunidades;
Partimos do princípio de que não adianta somente também poderá acontecer de ter mais pontos fortes
medir o aspecto financeiro, é preciso também anali- que pontos fracos ou mais pontos fracos que pontos
sar outras perspectivas. Por isso, a organização deve fortes.
compreender como andam seus processos internos A junção das variáveis será determinante para
(conjunto de ações/atividades) e o quanto está apren- escolha das estratégias. Predominância das variáveis:
dendo com o mercado (inclusive concorrentes) e tam-
bém com seus clientes. z Oportunidades e Pontos Fortes: Estratégia de
Após a organização examinar seus pontos fortes, Desenvolvimento;
fracos, suas oportunidades e ameaças, o passo seguin- z Oportunidades e Pontos Fracos: Estratégia de
452 te é fazer o prognóstico, ou seja, escolher a estratégia. Crescimento;
z Ameaças e Pontos Fortes: Estratégia de Manutenção; Veja a imagem a seguir, exemplo de missão, visão
z Ameaças e Pontos Fracos: Estratégia de Sobrevivência. e valores:

� Oportunidades � Oportunidades +
+ Fortalezas Fraquezas

Desenvolvimento Crescimento

Manutenção Sobrevivência
� Ameaças � Ameaças +
+ Fortalezas Fraquezas

Fonte: https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/sobre-nos/quem-
somos#/

IMAGEM INSTITUCIONAL IDENTIDADE E POSICIONAMENTO

Se tem algo importante para uma organização é A identidade tem como propósito dar uma per-
criar uma imagem institucional e fazer com que os sonalidade que seja única à organização e isso passa
stakeholders ao seu redor entendam o seu propósito. também pela sua missão, visão e seus valores. Mas vai
Stakeholder significa partes interessadas, ou seja, além, pois requer que o público seja capaz de guardar
todos que de alguma forma estão ligados ou relacio- facilmente as suas características, como logomarca,
nados com a organização. Exemplos: colaboradores, cores, produtos e serviços oferecidos.
gestores, acionistas, gerentes, consumidores, fornece- Se te perguntarmos qual é a cor predominante do
dores, governo e outros. Banco do Brasil, temos certeza absoluta de que você
já respondeu e até já lembrou da marca. Essa é a ideia
Dica de identidade e posicionamento. A organização visa
com isso ter características marcantes e personaliza-
Provavelmente, um sinônimo para stakeholder
das, assim as pessoas lembrarão facilmente quando
em uma prova de concurso seja atores ou clien-
precisarem de um produto ou serviço.
tes. Vale ressaltar o seguinte: o termo “cliente”
O Banco do Brasil já fez e continua fazendo gran-
é abrangente, pois entende-se como cliente o
des publicidades para se posicionar no mercado. Um
público externo e interno. exemplo é o marketing de 2007, no qual o Banco tro-
� Cliente interno: colaboradores, gerentes;
cou o nome da fachada “Banco do Brasil” por nome
� Cliente externo: consumidores, fornecedores.
de brasileiros, fazendo uma alusão interessante de
Talvez seja estranho pensar colaborador e for- que o banco é seu, meu e de todos nós. Essa estratégia
necedor como clientes, mas veja que a ideia é que deu o que falar, pois imagine passar em frente à
satisfazer as necessidades de todos, por isso agência e ver o seu nome lá estampado, por exemplo,
a concepção de que todos são clientes. Aliás, “Banco do Cristiano”.
quando uma organização compreende isso,
sem sombra de dúvidas estará conquistando a
excelência.

Retornando para o assunto imagem institucional.


A organização, por meio do seu planejamento estraté-
gico, definirá sua missão, visão e seus valores.

z Missão: Razão de existência, razão de ser da orga-


nização, o seu propósito. A missão institucional
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

é atemporal, logo, não está atrelada ao futuro e,


sim, ao presente. Todos os dias a organização deve
cumprir a sua missão;
z Visão: Onde a organização deseja chegar, alcan-
çar, ser ou estar. Diferentemente da missão, a
visão é temporal. Estipula-se um prazo para que
seja alcançado o desejável. Não confunda visão
com objetivo, apesar de fazerem menção ao que
se espera alcançar. A visão tem como parâmetro o
reconhecimento, ser reconhecida pelo seu público.
Já o objetivo é voltado para si;
z Valores: Princípios norteadores da organização,
aquilo que tem importância ou significado e se
visa demonstrar para os stakeholders. 453
Quando uma organização investe na sua identida- z Marketing Local: a preocupação está voltada às
de e no seu posicionamento, a tendência é que em um necessidades regionais, as quais, por sua vez, são
determinado momento as pessoas conseguirão identi- diferentes das de outros locais. Consequentemen-
ficar facilmente e isso a levará a outros patamares de te, a organização precisará rever seus produtos
desempenho. Para tanto, é preciso ter um diferencial e serviços, para oferecer melhores produtos aos
competitivo; aliás, competitividade é a alma do negó- seus possíveis clientes. Como exemplo, imagine
cio bem sucedido. Para que uma organização seja uma rede de lanches, atuando em um mercado no
competitiva no mercado, será preciso exatamente ter qual as pessoas não consomem carne bovina. Será
um diferencial. necessário, então, que a organização se adapte,
Uma das atuações do Banco do Brasil dentro do
para oferecer o produto certo;
seu planejamento estratégico é atuar mais fortemente
z Marketing Individual: é o tipo de marketing dire-
em criar laços e vínculos com seus stakeholders. Em
se tratando de produtos, podemos observar a crescen- cionado aos consumidores de maneira individual.
te no mercado da área digital; portanto, a instituição A ideia é trabalhar de modo personalizado para
percebe a necessidade de cada vez mais melhorar seu cada cliente. Pode ser chamado de “marketing one
posicionamento nesse sentido. by one” ou marketing um a um.
Devemos mencionar também que o tema passa
também pela cultura organizacional. Cultura é um
Massa
conjunto de hábitos e costumes que são compartilha-

Níveis de Segmentação
dos pelos membros da organização. A cultura também
pode ser entendida como conjunto de crenças e valores. Segmento

Nicho

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Local


A meta da segmentação de mercado é escolher um
determinado grupo de consumidores que possuam Individual
necessidades iguais ou, pelo menos, parecidas. A orga-
nização fará uma oferta para o público segmentado,
visando melhor assertividade. Modalidades de Segmentação
Neste sentido, o intuito é dividir em grupos poten-
z Geográfica: o mercado é segmentado por região.
ciais clientes com desejos e comportamento de com-
Cada localidade tem a sua cultura e seus valores,
pras semelhantes. Segundo Philip Kotler (1998):
fazendo-se importante verificar como será feito o
“através da segmentação a empresa poderá fazer
melhores trabalhos frente à concorrência, dedicando- marketing, a fim de que tais valores não sejam afe-
-se a fatias de mercado que tenham melhores condi- tados. Neste sentido, a organização buscará uma
ções de atender”. forma de trabalhar com o marketing, estudando o
Para isso, é preciso estudar a participação que a acesso para se chegar no local, bem como o trans-
organização tem no mercado e entender os seus con- porte. O intuito é descobrir a acessibilidade.
correntes. A prática do “benchmarking” pode ser uma
excelente ferramenta para esse processo. Outra situação que podemos elencar é o centro
O benchmarking competitivo é muito utilizado de compras. Imagine, por exemplo, você montar um
para entender as estratégias dos concorrentes. Por negócio em um local onde as pessoas não têm aces-
meio dele, compara-se os resultados e apropria-se das so. Normalmente, as pessoas vão para um “centro de
melhores práticas, buscando melhorá-las. compras” e, mesmo que os custos sejam altos, ainda
Depois de compreender o mercado, é preciso sepa- vale a pena;
rar os clientes por grupos. Dessa maneira, a organiza-
ção saberá como atuar e obter resultados satisfatórios. z Demográfica: são situações ligadas à idade e, nes-
te sentido, o marketing verifica o público idade.
Níveis de Segmentação Leva-se em consideração o ciclo de vida, o domi-
cílio e o sexo;
z Marketing de Massa: o objetivo desse tipo de seg- z Comportamental: leva-se em consideração a fre-
mentação é ofertar algo que seja possível para um quência de compra, quando as pessoas compram
grande público. Os produtos estarão em todos os e onde compram. Também se verifica a lealdade
lugares, desde em uma conveniência, em um bair- do consumidor e o que ele costuma comprar com
ro de classe alta, até em uma mercearia ou pon- mais frequência.
to de vendas na periferia. Exemplo: produtos de
higiene, refrigerantes e outros; Uma outra análise feita é a expectativa de vida das
z Marketing de Segmento: Visa ter um grupo ainda pessoas e o estilo de vida (psicográfica). Lembre-se de
grande de consumidores, porém um pouco mais que expectativa de vida é diferente de ciclo de vida.
específico se compararmos com o marketing de No comportamento, também se estuda o interesse, o
massa. Vale lembrar que as pessoas/clientes são uso do dinheiro, as amizades e os relacionamentos;
diferentes, pois suas necessidades e desejos dizem
respeito aos seus hábitos; z Socioeconômica: o critério utilizado é a renda.
z Marketing de Nicho: Ainda mais restrito ao ser Um ótimo exemplo que podemos citar é o marke-
comparado aos dois tipos anteriores. Nele, os seg- ting digital. Uma organização que fará uma cam-
mentos são divididos em subsegmentos. A orga- panha no Facebook, Instagram ou Google, com
nização torna-se especialista numa determinada certeza, descobrirá a faixa de quanto o seu público
454 necessidade do cliente; ganha e, assim, encontrará o cliente certo para o
seu produto. Vale destacar que o grau de instrução das pessoas também é verificado nessa modalidade, assim
como o seu status, nível de ocupação e migração;
z Benefícios: é aquilo que os clientes procuram. Um bom exemplo a ser citado é quando o cliente se preocupa
com a qualidade do produto ou serviço, bem como se o produto oferece prestígio a ele e um atendimento de
qualidade, demonstrando o grau de satisfação;
z Personalidade: aqui, são verificadas as suas bases culturais, atitudes e valores. Podemos dizer que, nessa
modalidade, é verificado o conjunto de crenças do cliente;
z Caracterização Econômica: a variação de mercado, o tamanho da empresa, o tamanho do mercado e a
demanda são fatores importantes para se levar em consideração no momento da segmentação.

GEOGRÁFICA DEMOGRÁFICA COMPORTAMENTAL SOCIOECONÔMICA BENEFÍCIOS


Local Idade Frequência Renda Qualidade
Região Sexo Lealdade Instrução Satisfação
Transporte Domicílio Expectativa Status Atendimento
Concentração Ciclo de Vida Estilo de Vida Ocupação Serviço

AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE


Inicialmente, é preciso entender a respeito do significado de valor percebido pelo cliente, o que, talvez, para
muitos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
em comparação aos custos ou quantia real paga. Neste sentido, pode-se compreender que a quantia real paga não
corresponde somente ao custo em termos de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo, energia psíquica e
física despendidos para adquirir um produto ou serviço.

Importante!
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte equação:
VEC = VT – CT
Em que VEC corresponde ao valor entregue ao cliente;
VT corresponde ao valor total;
CT corresponde ao custo total.

O valor entregue ao cliente é igual ao valor total para o cliente menos o custo total para o cliente. O valor total
para o cliente pode ser entendido como o conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja, a imagem, o valor
pessoal, o valor dos serviços, o próprio valor do produto e quaisquer outros benefícios que agreguem valor sob a
ótica do cliente.

Valor do Produto

Valor dos Serviços


Valor Total

Valor do Pessoal
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Valor da Imagem

Já o custo total vai além do monetário, como é o caso do custo de tempo. Quando necessitamos de adquirir um
bem ou serviço, calculamos o tempo que será gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é quando você fica na
fila do caixa do banco para pagar uma conta – situação na qual cinco minutos parecem uma eternidade. Agora,
se você tiver que aguardar duas horas ou mais para que o gerente do banco o(a) atenda, para que consiga um
financiamento imobiliário, você nem perceberá o tempo passar.
Outros custos levados em consideração são as energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao gasto psi-
cológico para a tomada de decisão numa situação conflitante de escolhas e a segunda diz respeito ao gasto físico
para encontrar o produto/marca ideal, para suprir a sua necessidade. 455
É de suma importância fazer o que estiver ao
Monetário alcance, visando solucionar problemas sejam corri-
queiros ou inusitados.
O atendimento também procura ajudar o cliente
Tempo nos mais variados momentos de maneira sempre res-
Custo Total
peitosa com educação e cortesia. É preciso ter uma
escuta ativa, pois o cliente deseja, entre outras coisas,
atenção.
Energia Física Existem certos fatores que influenciam tanto na
expectativa do cliente como na experiência com a
organização. Vejamos:
Energia Psíquica
z Qualidade no local: Veja como o item é importan-
te, você chegar no destino/local e reparar como
Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possí- todas as coisas estão no seu devido lugar. A orga-
vel aumentar o valor percebido pelo cliente? nização é um fator determinante, assim como
Pode-se, por exemplo: a limpeza e o ambiente arejado. É um fator tão
importante que podemos pegar como exemplo as
z Melhorar os benefícios do produto ou serviço: des- agências bancárias, normalmente bem organiza-
sa maneira, aumentará o valor total; das, arejadas e limpas. Isso fará com que você se
z Reduzir os cursos não monetários (tempo, ener- sinta bem no ambiente;
gias psíquica e física); z Experiência dos colaboradores: é outro fator
z Reduzir os custos monetários. importante dento dos aspectos que influenciam os
clientes, reparamos muito e é perceptível também;
É fato que a organização necessita de obter a z Desempenho: Nem sempre o colaborador terá a
satisfação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal experiência, mas você perceberá se ele está procu-
satisfação: rando ter o melhor desempenho possível e assim
entregar um atendimento de qualidade;
É alcançada quando suas percepções satisfazem ou z Organização no atendimento: Não tem coisa pior
excedem suas expectativas. A satisfação, propiciada você se deparar com um atendimento desorgani-
por um produto, serviço ou sentimento é função dire-
zado. Imagine a situação de chegar a uma agência
ta do desempenho percebido e das expectativas. Se o
bancária e não saber ao certo quando será atendi-
desempenho ficar distante das expectativas, o cliente
do ou simplesmente perceber situações de pessoas
ficará insatisfeito. Se atender às suas expectativas,
sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham
ficará satisfeito. Se exceder às expectativas ficará
altamente satisfeito ou encantado. (2001, p. 28) chegado à agência depois de você;
z Opinião de outros clientes – Este é o item mais
Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal relevante sobre a experiência que o cliente terá
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos com a organização. Normalmente, compramos ou
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco que os outros têm a dizer sobre a organização.
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa-
ção do cliente.

Qualidade no Local Experiência

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE


O cliente avaliará a todo momento a experiência
para com a organização que lhe presta o serviço ou
oferece o produto e muito provavelmente as duas
situações de maneira simultânea, pois quando se
adquire um produto você também terá um serviço,
nem que seja somente no momento da compra, como
é o caso do atendimento.
E então, inicia-se uma gestão voltada à melhoria
da experiência do cliente perante a empresa. Para
melhor entendimento, faz-se necessário conceituar o
atendimento.
Atendimento: é um serviço oferecido com ou sem
produto.
Por exemplo, ao adquirir o curso preparatório para
o banco do brasil você recebeu os dados de acesso e se
por algum motivo ficou com alguma dúvida, poderá
entrar em contato com o nosso setor de suporte para
resolução do problema. O que o cliente espera? Espera Além dos fatores, algumas competências são
que o seu problema seja resolvido e quando isso ocor- necessárias quando se trata de atendimento ao públi-
456 re, acontece o atendimento com excelência/qualidade. co para que a experiência do cliente melhore.
z Confiança: É preciso criar um laço de confiança Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen-
e isso claro não se consegue da noite para o dia, o to do trabalho que exercemos, mas também resolver
estreitamento ocorre à medida que a organização uma gava variada de problemas, por isso é necessá-
soluciona os problemas do cliente, sejam corri- rio participar de eventos como treinamentos e pales-
queiros ou inusitados; tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para
z Fidelidade: Como consequência, o cliente se torna melhorar as habilidades ou desenvolver novas.
fiel e sempre procurará fazer negócios com a orga- Imagine que você conheça o trabalho dos outros
nização. Um bom exemplo disso é quando você vai departamentos e inicia no seu setor, ao conhecer as
ao shopping e normalmente acaba escolhendo o outras etapas ou estágios, poderá repassar as informa-
mesmo local para almoçar; ções ao cliente, informando-o como será daqui para fren-
z Comunicação: Deve ser clara e precisa, utilizar te, o cliente ficará satisfeito e não será “pego de surpresa”.
termos que sejam entendidos por todos. A empatia Outro requisito importante é apresentar-se de
(colocar-se no lugar do outro) contribuirá para o forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de
sucesso no momento de se comunicar com o cliente; acordo com a função. As organizações, principalmen-
z Organização: Mais uma vez este assunto, pois a te a rede bancária, vêm se modernizando de maneira
ordem levará à organização e consequentemente muito rápida no uso da tecnologia e seus colaboradores
melhorará a experiência do cliente; necessitam também ter conhecimento das novas tecno-
z Atenção: Imagine chegar a um local para ser aten- logias para uma melhor fluidez de dados e informações.
dido e simplesmente ser ignorado pelo pessoal da
linha de frente, sem sombra de dúvidas deixará
o cliente insatisfeito e irritado. Dar atenção é pri-
mordial para melhorar a experiência do cliente
e requer uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir. APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE
Aliás, é mais importante ouvir do que falar; ORGANIZACIONAL
z Agilidade: Ninguém gosta de passar minutos ou
horas, dependendo do que está sendo entregue, APRENDIZAGEM
aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
ção para o problema. Pense em quando você vai A aprendizagem é um processo contínuo que
até uma agência bancária e pega uma fila na inten- envolve tanto a organização quanto os colaboradores.
ção de pagar uma conta, cada minuto ali será uma O colaborador precisa ser treinado para que este-
eternidade. Por isso o atendimento deve ser ágil, ja capacitado no exercício de suas tarefas diárias. Esse
perfeito e eficaz. treinamento consiste em um processo de aprendi-
zagem a curto prazo. Isso porque ele é conduzido a
executar uma tarefa, seja ela complexa ou não. Ao ser
Confiança Fidelidade Comunicação treinado, adquirirá conhecimento (o saber), desen-
volverá uma habilidade ou a melhorará caso já tenha
uma (o saber fazer), além de mudar de atitude, ou
seja, mudará a ação para fazer algo (querer fazer).
Idalberto Chiavenato afirma que o treinamento
pelo qual o colaborador passa
Agilidade Atenção Organização
É o processo educacional de curto prazo aplicado de
maneira sistemática e organizada através do qual
as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e
Portanto, para melhoria da experiência do clien- competências em função de objetivos definidos. O
te é preciso desenvolver a confiança do cliente, criar treinamento envolve a transmissão de conhecimen-
meios para ele se sentir seguro na hora de fechar negó- tos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente
cios e para isso, a organização ou a pessoa que está a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente
atendendo ao cliente deverá atender às suas expecta- e desenvolvimento de habilidades e competências.
tivas/necessidades. Saber se comunicar, ser articulado Qualquer tarefa, seja complexa ou simples, é neces-
e ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se sário treinamento. (2006)
entender e tome cuidado para não confundir com
ser comunicativo, pois nem sempre ser comunicati- O treinamento tem, como foco, o desempenho e
vo fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser visa transferir competências. Na verdade, o indivíduo,
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma normalmente, já possui certas competências, mas pre-
informação conseguir ser clara e objetiva. cisa adquirir outras (competências necessárias) para
o preenchimento de lacunas (gaps).
É relevante mencionar o desenvolvimento, que
Dica
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

também faz parte da aprendizagem. No entanto, este


Para não confundir: servirá a médio e a longo prazo. Pode-se dizer que o
Comunicabilidade: Fazer com que as pessoas desenvolvimento está voltado para as carreiras e, não,
entendam a mensagem de forma clara e precisa. para as tarefas.
A organização, de igual modo, está em constante
Comunicativo: Gostar de conversar, de se comu-
processo de aprendizagem, pois seus métodos entram
nicar com as pessoas. em entropia (envelhecimento), algo que é normal. O
que não pode ser normal é a organização continuar
É preciso estar sempre em alerta em relação às na “mesmice”, pois vivem em um sistema aberto
demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor- e, por isso, necessitam de interagir com o ambiente
mações que chegam e por muitas vezes dominar a em busca de transformações e melhorias. O ambien-
tensão dos problemas que inevitavelmente acontece- te ao qual a organização pertence está em constante
rão, ou seja, ter paciência e tolerância para domar as mudança e isso requer uma atitude rápida e dinâmica
emoções. por parte dos gestores. 457
Ademais, é importante destacar que a gestão de Para Gro Harlem Brundlant, Primeira-Ministra da
negócios depende de outras ciências para melhorar Noruega, a sustentabilidade é o
o seu desempenho. O termo “sistema”, por exemplo,
vem da Biologia. Entende-se, nessa ciência, que os desenvolvimento que satisfaz as necessidades pre-
sistemas envelhecem e, quando estão prestes a desa- sentes, sem comprometer a capacidade das gera-
parecer (morrer), eles se transformam. Neste sentido, ções futuras de suprir suas próprias necessidades”.
as organizações, que são, também, consideradas sis- (Relatório de Brundlant ,1987)
temas, passam por um processo de transformação, em
busca da entropia negativa (renovação, rejuvenesci- O Relatório de Brundtland é um documento no
mento), para continuarem sobrevivendo no mundo qual se tinha como objetivo disseminar o desenvolvi-
dos negócios. mento sustentável. Aliás, o nome propriamente dito
do documento é “Our Common Future” – “Nosso Futu-
Dica ro Comum”.
Entropia: envelhecimento;
Entropia negativa: revitalização, renovação,
Social
rejuvenescimento.

É possível que a organização aprenda, inclusive,


com o seu concorrente. Aliás, o concorrente deve ser
uma fonte inspiradora de aprendizagem para qualquer Tripé da
organização. Chamamos esse processo de benchmar- Sustentabilidade
king. O benchmarking é uma forma de aprendizagem,
pois visa comparar os resultados e imitar as melho-
rias práticas. Sendo assim, se a organização calculou
que o concorrente tem melhores resultados, deverá Financeiro Ambiental
compreender como alcançar ou mesmo ultrapassar
esses resultados. A comparação entre uma organiza-
ção e outra (concorrente) chamamos de Benchmarking
Competitivo. É importante dizer que as organizações podem
melhorar a gestão voltada à sustentabilidade fazendo
SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL uso dos 5R´S. Vejamos:

Há a necessidade – e, não, a obrigatoriedade – de a z Repensar: é analisar como está o consumo da


organização desenvolver-se no campo da sustentabi- organização, se realmente todos os insumos, mate-
lidade. Isso significa melhorar os meios de produção, riais e produtos são essenciais;
levando-se em conta as possíveis maneiras reduzir a z Reduzir: é verificar o que comprar, quando comprar e
produção de resíduos. A forma da qual as organiza- que quantidade, visando sempre conseguir a redução;
ções tratam da gestão dos recursos servirá como con- z Reaproveitar: não descartar nada sem, antes,
dutor rumo à sustentabilidade. analisar a sua possível reutilização;
Logo no planejamento estratégico da organização, z Reciclar: antes da reciclagem, há o reaproveita-
deve-se inserir a sustentabilidade, buscando um com- mento – memorize essa ordem. No caso da recicla-
portamento socioeconômico alinhado às ideias de outros gem, é de suma importância separar de maneira
atores, como o governo, parceiros de negócios, clientes, correta, para uma melhor eficiência. As organiza-
fornecedores e o público interno. Sem contar que o ções costumam possuir lugares específicos para
envolvimento da organização com o tema em questão cada item reciclado;
melhorará a sua imagem perante à sociedade, sendo, z Recusar: é a recusa de produtos danosos ao meio
portanto, uma forma de oportunidade de negócios.
ambiente e de fazer negócios com fornecedores
No entanto, é bom frisar que a sustentabilidade
que não se preocupam com o tipo de produto que
vai além do pensamento voltado às oportunidades
de negócio, pois deve ser uma preocupação genuína comercializam.
por parte da organização, com o intuito de melhorar,
a cada dia, a vida das pessoas que, direta ou indireta-
mente, tenham ligação com ela. Estas podem ser cha-
madas de “stakeholders” ou, simplesmente, “partes
interessadas”.
Essa relação com os públicos interno e externo pas- Reduzir Reutilizar
sa por muitos desafios. A organização precisa saber
lidar com a população (comunidade), com grupos
ambientalistas e órgãos de controle (governamentais). 5R
A sustentabilidade tem, como base, o tripé social,
ambiental e financeiro. A organização precisa ser
socialmente desejável, mas sem deixar de obter lucros Recusar Reciclar
e de se preocupar, ao mesmo tempo, com o meio
ambiente. Não é uma tarefa tão simples, pois requer
uma boa estratégia e nada acontece de maneira ime-
diata. Imagine, por exemplo, uma organização que Repensar
atuará na melhoria ambiental. Pode ser que, no início,
haja mais gastos que economia, pois novas tecnolo- Fonte: https://www.ecoplasticossp.com.br/posts/?dt=5-rs-mudar-os-
gias serão necessárias, gerando custos. Neste sentido, habitos-e-pensar-no-meio-ambiente-b29SMFUyLzV1YUhPK2k3ckNE
458 a economia virá com o tempo. VUpJdz09
No Brasil, tivemos a Rio-92, que juntou os países INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE,
numa Conferência Mundial sobre meio ambiente e VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE
desenvolvimento sustentável dos países. A reunião,
que ficou conhecida como Eco-92, ocorreu 20 (vinte) z Intangibilidade: Não são vistos ou provados antes
anos depois da reunião em Estocolmo, quando os paí- de serem adquiridos, pois a experimentação é difí-
ses se reuniram, entendendo a importância de políti- cil de ocorrer. Aliás, usamos outras maneiras de
cas voltadas à sustentabilidade. experimentar, como o visual do local ou a deco-
Na Rio-92, foi lançado o documento “Agenda 21”, ração, mas, ainda assim, é complicado de experi-
que trata de um plano que objetiva o alcance do mentar antes. Vamos pensar, como exemplo, em
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 faz alusão, um corte de cabelo. Você nunca cortou o cabelo na
justamente, ao século 21, no intuito de entregar um “Barbearia do Manuel” e foi até lá pela primeira
mundo sustentável para as próximas gerações. vez. Você só vai ter certeza de que o corte de cabelo
Em 2012, tivemos o Rio + 20, mais uma reunião que é bom depois de cortar, não é mesmo? O que pro-
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro e visava verificar vavelmente você faria é ficar atento ao redor, bus-
os avanços relacionados aos 20 (vinte) anos depois da cando a sensação de experimentação.
primeira reunião ocorrida em 1992.
Atualmente, temos a Agenda 2030 que tem, como Os serviços podem ser ideias ou conceitos e, por
foco principal, a erradicação da pobreza. O nome do isso, são intangíveis. Por muitas vezes, compramos ou
documento é “Transformando o nosso mundo”. A adquirimos algo pela reputação da organização. Veja
Agenda 2030 foi concebida em 2015 no encontro em a importância de um atendimento personalizado;
Nova Iorque.
Como podemos perceber, há uma real preocupa- z Inseparabilidade: Serviços, diferentemente de
ção relacionada à sustentabilidade, mesmo que seja produtos, são consumidos no momento em que são
difícil de obter resultados satisfatórios em todos os criados, portanto de maneira simultânea e não são
setores da sociedade. Deste modo, as organizações separados no instante em que é oferecido. Podemos
têm um papel importantíssimo para a concretização dizer que é indissociável. Tomemos, como exem-
dos objetivos. plo, uma aula presencial. Caso você acabe perden-
do a aula, não terá como voltar. Mesmo que você
combine com o professor de repetir essa aula, ela
nunca será a mesma, pois são muitas variáveis que
influenciam o momento de realização de uma aula;
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS z Variabilidade: Diferentemente dos produtos, que
são homogêneos, os serviços são heterogêneos,
Para tratar do tema, precisarei, primeiro, comen- pois não têm uma certa uniformidade. O serviço
tar sobre o setor bancário, pois, nele, há muita com- é único e, cada vez que é feito, a entrega será dife-
petitividade, não é mesmo? Basicamente, os bancos rente. Aqui, serve o exemplo da aula também: por
oferecem produtos e serviços bem semelhantes, sen- mais que a organização se esforce para entregar
do o marketing bancário algo necessário. um serviço igual, nunca será. A variabilidade ocor-
Nesse momento, você deve estar se perguntando o re da combinação tanto de quem está entregando
que isso tem a ver com as características do serviço. Ini- o serviço quanto do cliente. É um resultado da
cialmente, é preciso que saiba que, em termos comuns interação das partes;
de comparação, os termos produto e serviço consti- z Perecibilidade: Os serviços devem ser consumi-
tuem coisas diferentes. Os bancos, apesar de oferece- dos assim que são criados/produzidos, simples-
rem produtos, necessitam de um ótimo serviço, para mente pelo fato de não ser mais possível a sua
persuadir (influenciar) o cliente. Neste sentido, o mar- utilização. Não é estocável/armazenável e não será
keting bancário é bem diferente dos de outros setores. feito de maneira antecipada.
O marketing diferencial dos bancos é a imateriali-
dade de seus produtos. Como exemplo, imagine uma Imateriais
venda de seguros. O cliente, normalmente, fecha o
seguro, por causa do contato personalizado que terá
Bancários Inseparáveis
com a empresa, ou seja, pelo contato pessoal. Eviden-
temente, outros aspectos são também importantes, Produtos
como: o layout, o ambiente, os recursos físicos e tudo Prestação de
Variáveis
o que se possa ter uma noção de tangibilidade. Aliás, Serviços
esse é o “tchan” do diferencial no serviço: pegar algo
que é intangível e deixá-lo mais tangível. Perecíveis
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Após essa breve introdução, vamos ao tema!

z O que é produto?

Produto é algo material, tangível, estocável, dura- GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS


douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade,
isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu Quando se fala em qualidade em serviços, precisa-
desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita mos pensar, primeiramente, no cliente. Ele é o foco de
o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro- tudo, e as organizações devem identificar o que o satisfaz
duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, e também o que possa ser capaz de gerar insatisfação.
o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen- Partindo desse pressuposto, fica mais fácil imagi-
tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os nar como as organizações procuram agir no seu dia a
produtos são mais facilmente experimentados, dife- dia para continuar se relacionando com os já clientes
rentemente dos serviços. e atrair novos. 459
Nessa situação, algumas ferramentas voltadas à „ Execução: Realização de uma tarefa. Assume
qualidade podem ser usadas no intuito de melhorar papel importante medir o índice de execução
a qualidade em serviços. Acompanhe algumas delas de um determinado processo da organização;
a seguir: „ Economicidade: Refere-se ao fato de se conse-
guir realmente economia. Exemplo: adquirir
z Ciclo PDCA: Ferramenta de gestão também conhe- matéria-prima ou determinado produto pelo
cida como Ciclo de Deming, pois faz alusão ao teó- menor ônus possível dentro do padrão de qua-
rico William Edwards Deming, estatístico que fez lidade esperado;
muito sucesso após a Segunda Guerra Mundial no „ Excelência: Um dos pontos chaves, pois a exce-
Japão por ter contribuído com a retomada daquele lência está atrelada à qualidade. Entregar algo
país em vários sentidos. Deming frisava a neces- que, do ponto de vista do cliente, consiga satis-
sidade de produção de alta qualidade. Esse pen- fazer as suas necessidades e expectativas.
samento estava em consonância com a filosofia
japonesa; aliás, faz jus à filosofia Kaizen, que bus- Definir se o produto ou serviço é de qualidade, no
ca a melhoria constante – sendo o PDCA um ciclo, final das contas, é tarefa do cliente. Algo será entendi-
logo, ele também é contínuo/constante. do como qualidade, do ponto de vista do cliente, quan-
do satisfaz à necessidade de quem está adquirindo.
PDCA: Plan, Do, Check e Act z Vantagem Competitiva: As organizações estão
em constante competitividade e a tendência é que
„ Plan (Planejar): Primeira fase do ciclo e visa ela só aumente com o passar do tempo. Para ser
estabelecer objetivos e metas. É preciso tam- competitivo no mercado, é preciso entregar algo,
bém escolher os métodos adequados para o sempre do ponto de vista do cliente, de valor. Des-
alcance dos resultados; sa maneira, a organização se diferenciará dos seus
„ Do (Executar): A ideia é colocar em prática os concorrentes e, assim, conseguirá destaque no
planos traçados. A implementação ou implan- mercado que atua. Logo, ser competitivo é visar
tação do plano necessita oferecer treinamento ser “único”, ter um diferencial, algo que seja difí-
aos funcionários nas atividades que deverão cil de copiar e sustentável ao longo do tempo. Se a
executar; organização faz algo que é de fácil imitação, deixa
„ Check (Avaliação): Checagem dos resultados de ser um diferencial;
ou processo de avaliar resultados tendo em vis- z Os 5 R’s da Gestão da Qualidade em Serviços:
ta a melhoria relacionada à eficiência, eficácia
e efetividade; „ Relevância: O quanto o produto ou serviço é
„ Act (Ação): Depois do processo de avaliação, importante para o cliente. O agente comercial
é hora de tomar uma decisão. Se estiver tudo entra no conceito crucial de ser um consultor
funcionando conforme o planejado, pode-se para o cliente ao demonstrar o quanto deter-
padronizar o processo; caso contrário, haverá minado produto ou serviço será benéfico e
ações corretivas. vantajoso;
„ Reconhecimento: Tem como critério ser esti-
mado, único, diferente. Imagine um atendi-
mento diferenciado, personalizado. O cliente
Plan se sentirá valorizado e único;
„ Receptividade: Nada como uma boa recepção,
receber o cliente da melhor maneira possível,
com educação, cortesia, gentileza e ofertando o
melhor atendimento possível;
Act Do „ Responsividade: Repassar informações de
todas as fases do processo gerando, assim, con-
fiabilidade. Os clientes esperam isso, pois que-
rem se manter informados de todas as etapas.
Check
„ Relacionamento: Interação contínua e dura-
doura. A ideia crucial é não vender produtos
ou prestar ser serviço “somente uma vez” e sim
obter a fidelidade do cliente para que consiga
fazer negócios sucessivas vezes.
z Os 6 E’s do Desempenho: Eficiência, eficácia, efe-
tividade, execução, economicidade e excelência.

„ Eficiência: Utilização dos recursos da maneia


certa. É fazer mais com menos. Está ligado aos TÉCNICAS DE VENDAS
meios e métodos utilizados pela organização;
„ Eficácia: Alcance de resultados, objetivos da Tratar sobre vendas é pensar em como ofere-
organização. Imagine que o banco tem como cer um produto ou serviço para o cliente; portanto,
objetivo conquistar 1000 novos clientes no pró- haverá necessidade de negociação. Aliás, a ideia de
ximo mês. No final do processo, verificará se o negociar passa pela situação de ganha-ganha, pois,
resultado foi alcançado; as partes (cliente e empresa) devem se beneficiar. No
„ Efetividade: Ações que causam impacto; tam- caso da negociação, observamos um conjunto de ações
bém podem ser entendidas como alcance de (etapas) que vão desde o planejamento até o controle,
resultados, mas é outra concepção ao comparar- auxiliando no processo geral de vendas.
mos com a eficácia. Os resultados, nesse caso, são Vejamos então as etapas:
os dos clientes. A ação da organização conseguiu
satisfazer o seu público e os objetivos do cliente z Planejamento: Preparação para o processo de ven-
460 foram alcançados; das. Estabelecer objetivos e metas;
z Organização: Compreende a abertura do processo Pré-Abordagem
da venda, a apresentação do produto/serviço (de-
monstração), o tratamento das objeções e o fecha- Esta é a etapa da busca de informações possíveis:
mento da venda; quem são as pessoas que tomam decisões e quais as
z Controle: Avaliação dos resultados e pós-vendas. suas características, e dos estudos focados em com-
preender a melhor maneira de abordagem.
Dentro do contexto de técnicas de vendas, encon-
tramos os elementos que as compõem, que são: pré- Abordagem
-venda, venda e pós-vendas. Pode-se dizer que são
três grandes fases, pois dentro delas existem certas Indica como será feita a abordagem ao cliente: de
etapas que, de acordo com Kotler, são: prospecção, maneira pessoal (visita), por telefonema, contato pela
pré-abordagem, abordagem, demonstração, fecha- internet ou via redes sociais (Messenger, WhatsApp e
outros). Ainda podemos pensar em outra hipótese –
mento e acompanhamento.
mala direta – encaminhar uma mensagem persuasiva
para o cliente, podendo ser por e-mail (mais usual na
Prospecção ou Qualificação
atualidade) ou via correio (cada vez mais raro).
7 Etapas de Venda Kotler

Pré-abordagem VENDA

Abordagem Fase em que haverá a apresentação, propriamente


dita, do produto ou serviço ao cliente. É aqui que ocor-
Demonstração do Produto ou Serviço re a necessidade de se descobrir os aspectos e fato-
res determinantes que podem levar o cliente a fechar
negócio.
Fechamento
Existem certos pontos que visam estimular o
cliente a comprar. É o caso do custo, dos serviços que
Acompanhamento ou Avaliação serão prestados, do resultado esperado, da tecnolo-
gia, segurança e até mesmo responsabilidade social e
ambiental.
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten-
dermos melhor as três grandes fases:
z Demonstração
DA PRÉ-ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto
Pré-Venda
de impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à muito cuidado para não colocar tudo a perder, como
direção da venda, que pode ser compreendida como fazer comparações com concorrentes de maneira
uma maneira de preparação, como observamos ante- depreciativa.
riormente na etapa de planejamento. Lembre-se de que a apresentação é o momento de
valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior
levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,
potencial, suas necessidades e motivações, estuda-se o
desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
comportamento de compra, a melhor forma de chegar
mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-
até ele (abordagem) e quais são os concorrentes que
zir a esses estágios é o negociador (vendedor).
atuam.
Olhando para as 7 etapas de acordo com Kotler, „ Atenção: Saber, conhecer ou ter noção de que
chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das o produto ou serviço existe;
três primeiras. „ Interesse: Importante passo no qual se faz com
que o possível cliente se concentre nos benefí-
Prospecção cios do produto/serviço;
„ Desejo: Despertar a vontade de obter os benefí-
A prospecção visa identificar possíveis clientes cios agora já conhecidos;
e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles, „ Ação: Atitude de comprar o bem ou serviço.
encontrá-los.
É bom saliente que nem toda pessoa (lead) é um z Tratamento das Objeções
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

cliente potencial. Para ser entendido como cliente


potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces- Para lidar com as objeções, é preciso manter a
sidade de comprar, autoridade de comprar e poder tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
aquisitivo. de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
Dica z Fechamento
Lead: Termo utilizado no mundo do marketing
O negociador deve conduzir o cliente a fechar
digital que indica um possível cliente. É alguém negócio e uma das melhores formas para fazer isso
que forneceu informações de contato – pode ser é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
nome e telefone, nome e e-mail ou até mesmo pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
as três informações. Normalmente, as pessoas to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
deixam seu contato em troca de algo. encorajar o cliente a fechar o negócio. 461
PÓS-VENDAS orientar o agente público. Por exemplo, o Código de Ética
da Administração Pública Federal – Decreto 1.171/94 – tra-
É chegado o momento de cumprir aquilo que foi ta de regras, deveres e vedações, com o intuito de demons-
prometido na apresentação do produto ou serviço. trar ao agente público como deve ser a sua conduta, tanto
O acompanhamento faz-se importante e inclui fazer no exercício da função como também fora dela.
pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim, O Banco do Brasil possui o próprio Código de Ética, que
melhorar todo o processo. Lembre-se de que esse é visa trazer informações relacionadas à crença da institui-
um processo cíclico, contínuo e dinâmico. ção, missão, visão e valores. No quesito da ética, o Código
menciona o seguinte: Ética é inspiração e condição de nosso
comportamento pessoal e institucional. Vale ressaltar que
tal documento trata, também, de normas de conduta.
NOÇÕES DE MARKETING O Banco do Brasil tem a ética como compromisso e
DIGITAL o respeito como atitude nos relacionamentos.
O Código de Ética do BB traduz os valores que devem
GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE COPYWRITING, ser observados e cultivados por todos os escalões da
GATILHOS MENTAIS E INBOUND MARKETING empresa no relacionamento com os diversos seg-
mentos da sociedade, seja no Brasil, ou no exterior,
Este tópico você encontra disponível em formato pois nos empenhamos em construir relacionamen-
digital (PDF), na área do aluno, em nosso site. O pas- tos duradouros, baseados no respeito às necessida-
so a passo para acessar os materiais complementares des e às expectativas de nossos diferentes públicos.
encontra-se na página 6 desse livro. Fonte: https://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/
PortuguesCodEtica.pdf

Obs.: Vale a pena a leitura na íntegra do Código de


Ética e Norma de Conduta do BB.
ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM A boa conduta passa pela importância da etiqueta
VENDAS empresarial, definindo qual deve ser a postura ade-
quada mediante tantas situações que podem ocorrer.
Para adentrarmos no assunto, em primeiro lugar, Por sua vez, etiqueta empresarial passa pelo bom
é necessário compreender o termo ética. A Ética é comportamento e educação, cerimoniais importantes
uma ciência oriunda da Filosofia. Ética vem do termo no trato entre as pessoas. A pontualidade, o comporta-
“ethos”, que significa usos ou costumes, compreen- mento, a forma de vestir, o jogo de cintura e o respeito
dendo, também, conduta, caráter e atitude. Não se são instrumentos que devem ser levados em conside-
confunde, portanto, com a moral, a qual está mais ração pelos profissionais de vendas.
relacionada à prática, que, por sua vez, é influenciada Não podemos esquecer que você se tornará um nego-
pelo meio. Ética, pois, é adquirida pelo estudo. ciador e, como tal, não poderá deixar-se levar por condutas
contrárias à ética, como corrupção, propinas, benesses ou
favores imorais. Ainda, há que se levar em consideração o
Ética Moral complience da organização – termo em inglês que pode
ser traduzido como “estar em conformidade com as regras
e diretrizes da organização”, o qual visa dar segurança,
minimizando riscos inerentes. A busca é pela garantia do
+ Ampla e cumprimento das regras estabelecidas, sejam de normas
+ Restrita
Abrangente internas ou de leis que regem a conduta das organizações.

Pontualidade
Universal Princípios e
Etiqueta Empresarial

Cultural e Costumes
Valores Comportamento

Prática, Mutável e
Teórica, Duradoura e
Influenciada pelo
Adquirida pelo estudo Vestimenta
meio

Jogo de Cintura e Respeito


O indivíduo é um ser muito complexo. Cada um de
nós tem uma forma de pensar e agir que, em algum
momento, pode ser certa ou errada. Essa complexi-
dade passa a ser crucial, para que tenhamos um con-
junto de regras (escritas ou não escritas) no intuito de
mantermo-nos no caminho.
PADRÕES DE QUALIDADE NO
Neste sentido, pode-se dizer que necessitamos de ATENDIMENTO AOS CLIENTES
normas e imperativos morais, para que nossas deci-
sões sejam pautadas de maneira mais sólida. Ainda, Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci-
o que é certo para mim, pode ser errado para você. sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces-
Cada um de nós possui uma linha de pensamento, a sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
qual pode ser convergente ou divergente em algum das organizações. Como observamos anteriormente,
momento. Portanto, as regras são importantes para o cliente terá uma determinada experiência e a sua
criar uma linha de padrão na conduta tida como ideal. percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
As organizações tendem a possuir um conjunto de maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua
regras, a fim de nortear o colaborador no dia a dia. Na fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje
462 Administração Pública, temos leis e códigos capazes de é o relacionamento.
Existem certos pontos interessantes que serão z Apego às normas: Atendimento sem flexibilidade;
benéficos para se manter um padrão de qualidade, z Jogo de Responsabilidade: Quando o atendente
claro que sem “engessar” o atendimento, já que ele não assume a responsabilidade e “joga” para os
é um serviço e você já conhece as características que demais ou outros setores.
norteiam o serviço.
O atendimento tem certas utilidades, a começar:

z Recepcionar: É o primeiro momento com o cliente


e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS
quesito, é importante o cumprimento adequado, PARA VENDAS
como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
(independente da idade); AUTOATENDIMENTO PELA INTERNET
z Informar: Todos nós esperamos receber informa-
ções compreensíveis e concisas de forma correta. Observe o conteúdo do site do Banco do Brasil.
Se você não souber uma determinada informação,
peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente; “Que tal um ambiente completo para acessar os
z Orientação: Um dos papéis da linha de atendi- produtos e serviços do Banco do Brasil? A resposta é
mento é orientar o cliente, seja nos próximos pas- simples: o autoatendimento BB pela internet. Por lá,
sos ou nas situações do momento; você consegue fazer muito do que faria em uma agên-
z Amenizar: É de responsabilidade também do pes- cia, mas com a vantagem de não sair de casa. Tudo
soal da linha de frente acalmar o cliente em um o que você precisa é de um computador conectado à
momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar rede.
com uma situação de conflito e “destempero”; Se quiser entrar em contato, dá. Precisa realizar
z Agilidade: O cliente tem pressa e, a depender do
uma transação básica, como consultar saldos, extratos
tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
ou realizar pagamentos? Dá também. E quando aper-
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
imprescindível; tar o orçamento, que tal simular ou até mesmo contra-
z Comunicação: É o elo entre as partes, por isso, é tar um empréstimo de um jeito bem mais prático? É só
preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja acessar a sua conta pela internet no autoatendimento.
entendimento no que está sendo repassado. Além de apostar nas facilidades do digital, esta-
mos sempre atentos à segurança dos nossos clientes.
Você percebeu a necessidade de certos padrões para Por isso, investimos na proteção dos seus dados por
manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a organiza- meio de diferentes fatores de autenticação, como as
ção conseguirá alcançar os objetivos do atendimento e senhas, os códigos e a biometria, que são usados em
do relacionamento interpessoal, como: a satisfação dos canais específicos. Também fazemos questão de asse-
clientes, a diferenciação, o aumento de clientes, a boa gurar que os nossos clientes recebam orientações de
interação e, claro, a qualidade no atendimento.
confiança quando for necessário. Durante a sua nave-
gação, é possível acessar as diversas soluções de segu-
MARKETING DE RELACIONAMENTO
rança dos canais de autoatendimento.”
O foco do marketing de relacionamento está nos
clientes já existentes. É claro que toda organização APP BB
deseja conquistar novos clientes, mas apostar em
uma relação permanente e duradoura fará até mes- “O Banco do Brasil tem várias formas de estar sem-
mo com que a organização consiga uma economia nos pre ao seu lado, e uma delas é o App BB. Considerado
seus gastos de marketing e publicidade de maneira o melhor do segmento financeiro, ele foi criado para
surpreendente. oferecer um banco completo na palma da sua mão,
Para que uma empresa possa ter seu foco nos seja para realizar transferências, seja para consultas
clientes já existentes e não somente na angariação de diversas de saldos e extratos, pagamento de contas,
novos, conseguir apostar no marketing relacional e
recarga de celular, financiamento da casa própria ou
fidelizar seus clientes, deverá ter em atenção alguns
pra tudo que você imaginar.
pontos: conhecer bem o cliente, saber comunicar
e escutar as suas necessidades e reconhecer a sua E não acaba aí! Que tal investir sem precisar ir a
fidelidade. uma agência? Ou, ainda, que tal uma sugestão de port-
Problemas com relacionamento e atendimento fólio de investimento mais adequado ao seu perfil? É
existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem possível fazer a gestão do seu dinheiro de um jeito
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

potencializar a perda de clientes, que normalmente bem mais prático. Afinal, no app do BB, você encontra
ocorrem por negligência em alguma área. essas e outras funcionalidades que não se limitam ao
No atendimento, as negligências são conhecidas básico do dia a dia.
como sete pecados capitais: Além de apostar nas facilidades do digital, estamos
sempre atentos à segurança dos nossos clientes. Por
z Apatia: Relacionada à indiferença no tratamento, isso, investimos na proteção dos seus dados por meio
sem demonstração de interesse;
de diferentes fatores de autenticação, como senhas,
z Má vontade: Falta de ação ou atitude por parte do
atendente; códigos e biometria, que são usados em canais espe-
z Frieza: Atendimento entendido como distante, cíficos. No caso do aplicativo, reforçamos a segurança
sem observar os desejos do cliente; incluindo a liberação e autenticação do aparelho no
z Desdém: Quando o atendente demonstra um “ar” de qual o app será instalado e utilizado. Também faze-
superioridade e trata o cliente com certo desprezo; mos questão de manter os nossos clientes orientados
z Robotismo: Atendimento engessado; para que façam a instalação do programa correto.” 463
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E Relacionamento Negociação Venda

NEGOCIAÇÃO
O comportamento do consumidor pode ser com-
preendido como um estudo que tem como objetivo
analisar os sentimentos e as percepções que direcio-
nam o possível cliente a comprar. As decisões toma- POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM
das pelo cliente baseiam-se nessas duas situações
(sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a
O CLIENTE
organização seja efetiva e saiba lidar com as dificul- RESOLUÇÃO N° 4.539 DE 24 DE NOVEMBRO DE
dades do dia a dia. Podemos entender esse processo 2016
como uma jornada, avançando um passo de cada vez
para fazer com que o cliente tome a decisão de adqui- Inicialmente, cabe destacar que o Banco Central do
rir o produto ou o serviço. Brasil – BACEN –, de acordo com o seu endereço ele-
Os gestores devem, por meio da gestão estratégica trônico institucional, é o guardião dos valores do Bra-
e do marketing, estudar o comportamento dos clien- sil. Ele constitui uma autarquia de natureza especial
tes ou potenciais clientes. O propósito é compreender criada pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabe-
possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as lecida pela Lei Complementar nº 179/2021.
ações de vendas para que o cliente continue compran- Como o BACEN é uma autarquia, pode-se dizer que
do da organização. ela possui autonomia nas suas funções, não sendo
subordinada a nenhum outro órgão público. Ela pos-
O comportamento de compra complexo envolve sui diversas atribuições, como a de responsabilidade
um processo de três etapas. Primeiro, o comprador pela estabilidade da economia brasileira e a de regula-
desenvolve crenças sobre o produto. Segundo, ele mentação do sistema financeiro brasileiro1.
desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele A Resolução em estudo dispõe acerca dos prin-
faz uma escolha refletida. (KOTLER, 2000, p. 199). cípios e da política institucional de relacionamento
entre clientes e usuários de produtos e de serviços
Há todo um processo envolvido e, para garantir o financeiros, sendo, por isso, de suma importância
sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com para o concurso almejado. Para o estudo da mesma, é
que o cliente crie uma relação com o processo de ven- bom que o leitor tenha contato com a legislação pura,
das e negociação. pois as bancas costumam cobrar a literalidade da lei.
Deve-se, primeiramente, fazer com que o clien- O art. 1º, da Resolução nº 4.539/2016, dispõe sobre
te perceba a existência de um problema (às vezes, o relacionamento entre clientes e usuários. Vejamos:
o cliente desconhece o seu próprio problema). Após
o reconhecimento, é preciso que a área de vendas e Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios
a serem observados no relacionamento com
negociação desenvolva um trabalho capaz de mostrar
clientes e usuários e sobre a elaboração e imple-
que a organização solucionará o problema. Quando já
mentação de política institucional de relaciona-
se tem a consideração da solução, entra-se na fase de
mento com clientes e usuários de produtos e de
ativar gatilhos mentais, como urgência e exclusivida- serviços pelas instituições financeiras e demais ins-
de. Por fim, vem a decisão de compra, pois o cliente já tituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
compreende o seu próprio problema e também que tral do Brasil.
existe uma solução; agora, cabe às vendas e à negocia- § 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às
ção oferecer o produto ou serviço que atenda a essa administradoras de consórcio e às instituições de
necessidade. pagamento, que devem seguir as normas editadas
O que fará um cliente fechar com uma organiza- pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua
ção ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo competência legal.
que realmente agregue valor, buscando sempre o § 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento
dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento com clientes e usuários abrange as fases de pré-
interpessoal entre vendedores e clientes. -contratação, de contratação e de pós-contratação
de produtos e de serviços.
Vínculos sociais e a amizade recíproca entre com-
pradores e vendedores têm um resultado favorável Pela leitura do dispositivo, podemos identificar
para as empresas de venda, tanto no lado financeiro, que a Resolução estipula que a relação entre clientes e
quanto na confiança com cliente, no compromisso e usuários deve ser pautada em princípios norteadores.
na cooperação nos negócios, sendo importante um Esses princípios estão dispostos no art. 2º dessa Reso-
bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98). lução. Vejamos:
Podemos perceber que a venda vai depender do Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no rela-
relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e cionamento com clientes e usuários de produtos e
vendedor); por isso, o vendedor deve demonstrar de serviços, devem conduzir suas atividades com
empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se rela- observância de princípios de ética, responsabili-
cionar com as pessoas, aparentar-se bem e possuir dade, transparência e diligência, propiciando
excelente capacidade de negociação. Além disso, pre- a convergência de interesses e a consolidação de
cisa conhecer bem o produto ou serviço que negocia e imagem institucional de credibilidade, segurança
saber lidar com todos os tipos de emoções. e competência.

1 BONA, André. BACEN: o que é e o que faz o Banco Central do Brasil? Disponível em: https://andrebona.com.br/bacen-o-que-e-e-o-que-faz-o-
464 banco-central-do-brasil/. Acesso em: 24 jun. 2021.
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou,
Ética
na sua ausência, pela diretoria da instituição;
II - ser objeto de avaliação periódica;
Responsabilidade III - definir papéis e responsabilidades no âmbito da
instituição;
IV - ser compatível com a natureza da instituição e
Transparência com o perfil de clientes e usuários, bem como com

Princípios
as demais políticas instituídas;
Diligência V - prever programa de treinamento de empregados e
prestadores de serviços que desempenhem atividades
afetas ao relacionamento com clientes e usuários;
Segurança VI - prever a disseminação interna de suas disposições; e
VII - ser formalizada em documento específico.
§ 2º Admite-se que a política de que trata o caput
Competência
seja unificada por:
I - conglomerado; ou
II - sistema cooperativo de crédito.
Não obstante a necessidade de observação dos § 3º As instituições que não constituírem política
princípios presentes no art. 2º, o art. 3º aponta outras própria em decorrência da faculdade prevista no §
providências que devem ser observadas e garantidas. 2º devem formalizar a decisão em reunião do con-
Vejamos: selho de administração ou da diretoria.
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º deve
Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer, ser mantido à disposição do Banco Central do Brasil.
entre outras, as seguintes providências:
I - promover cultura organizacional que incenti- Por sua vez, o art. 5º dispõe sobre o gerenciamento
ve relacionamento cooperativo e equilibrado da Política Institucional mencionada no artigo anterior.
com clientes e usuários;
II - dispensar tratamento justo e equitativo a Art. 5º As instituições devem assegurar a consis-
clientes e usuários; e tência de rotinas e de procedimentos operacionais
III - assegurar a conformidade e a legitimidade afetos ao relacionamento com clientes e usuários,
de produtos e de serviços. bem como sua adequação à política institucional
Parágrafo único. O tratamento justo e equitativo a de relacionamento de que trata o art. 4º, inclusive
clientes e usuários de que trata o inciso II do caput quanto aos seguintes aspectos:
abrange, inclusive: I - concepção de produtos e de serviços;
I - a prestação de informações a clientes e II - oferta, recomendação, contratação ou distribui-
usuários de forma clara e precisa, a respeito de ção de produtos ou serviços;
produtos e serviços; III - requisitos de segurança afetos a produtos e a
II - o atendimento a demandas de clientes e usuá- serviços;
rios de forma tempestiva; e IV - cobrança de tarifas em decorrência da presta-
III - a inexistência de barreiras, critérios ou proce- ção de serviços;
dimentos desarrazoados para a extinção da rela- V - divulgação e publicidade de produtos e de serviços;
ção contratual relativa a produtos e serviços, bem VI - coleta, tratamento e manutenção de informa-
como para a transferência de relacionamento para ções dos clientes em bases de dados;
outra instituição, a pedido do cliente. VII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuá-
rios, inclusive o registro e o tratamento de demandas;
VIII - mediação de conflitos;
IX - sistemática de cobrança em caso de inadimple-
mento de obrigações contratadas;
Importante! X - extinção da relação contratual relativa a produ-
O inciso II, do art. 3º, aponta que as demandas tos e serviços;
de clientes e usuários deverão ser atendidas XI - liquidação antecipada de dívidas ou de obrigações;
de forma tempestiva. Esse tema é polêmico XII - transferência de relacionamento para outra
instituição, a pedido do cliente; e
e está relacionado à “Lei da fila” (Lei Estadual
XIII - eventuais sistemas de metas e incentivos
7.878/99), a qual regulamenta o tempo de espe- ao desempenho de empregados e de terceiros que
ra pelos atendimentos. A Resolução em estudo atuem em seu nome.
não faz menção ao horário e tempo de atendi- § 1º Com relação ao disposto nos incisos I e II do
mento, mas dispõe que ele deve ser realizado de caput, e em observância ao art. 3º, parágrafo único,
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

forma tempestiva. inciso I, as instituições devem estabelecer o perfil


dos clientes que compõem o público-alvo para os
produtos e serviços disponibilizados, considerando
O art. 4º dispõe sobre a elaboração e implementa- suas características e complexidade.
ção da Política Institucional de Relacionamento com § 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informa-
Clientes e Usuários. Vejamos: ções relevantes para cada produto ou serviço.
Art. 6º Em relação à política institucional de rela-
Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem cionamento com clientes e usuários, as instituições
elaborar e implementar política institucional de rela- de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos
cionamento com clientes e usuários que consolide de acompanhamento, de controle e de mitigação de
diretrizes, objetivos estratégicos e valores organiza- riscos com vistas a assegurar:
cionais, de forma a nortear a condução de suas ati- I - a implementação das suas disposições;
vidades em conformidade com o disposto no art. 2º. II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive
§ 1º A política de que trata o caput deve: por meio de métricas e indicadores adequados; 465
III - a avaliação da sua efetividade; e De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
IV - a identificação e a correção de eventuais rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
deficiências. seguir:
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria interna,
consistentes com os controles internos da instituição. Instituições autorizadas a
§ 2º Os dados, os registros e as informações relati- Funcionar pelo Banco Central
vas aos mecanismos de controle, processos, testes e do Brasil, que Tenha como
trilhas de auditoria devem ser mantidos à disposi- Clientes
ção do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo
de cinco anos.

Para que haja fiscalização do cumprimento das


normas e diretrizes principiológicas estabelecidas por Pessoas
Pessoas
essa Resolução, o art. 7º destaca que deverá ser indica- Naturais
Jurídicas
do um diretor responsável pela observância dos dis-
positivos dessa Resolução.

Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem


indicar diretor responsável pela observância do z Microempresas de Incluindo os
disposto nesta Resolução. pequeno porte empresários
Art. 8º Fica o Banco Central do Brasil autoriza- z Microempresas individuais
do a baixar as normas e a adotar as medidas jul-
gadas necessárias à execução do disposto nesta
Resolução. Logo em seguida, temos o importantíssimo Capítu-
lo II desta Resolução, “Da finalidade”, que aponta as
Chegamos ao fim da Resolução nº 4.539/16. Refor- finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido-
çamos que é de suma importância que você, futuro(a) ria. Vejamos:
escriturário(a) do Banco do Brasil, tenha em mente a
disposição literal dos artigos mencionados aqui, uma Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade:
vez que a banca examinadora costuma misturar a I - atender em última instância as demandas dos
redação dos artigos de modo a confundir e a induzir o clientes e usuários de produtos e serviços que não
candidato ao erro. tiverem sido solucionadas nos canais de aten-
dimento primário da instituição; e
II - atuar como canal de comunicação entre a
instituição e os clientes e usuários de produtos
e serviços, inclusive na mediação de conflitos.
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con-
sidera-se primário o atendimento habitual realiza-
OUTUBRO DE 2020 do em quaisquer pontos ou canais de atendimento,
incluídos os correspondentes no País e o Serviço de
A presente Resolução CMN nº 4.860/2020 dispõe Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o
sobre a constituição e o funcionamento de componente Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
organizacional de ouvidoria pelas instituições autoriza-
das a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen). A Perceba que o inciso I do art. 3º aponta que as ouvi-
intenção da Resolução é explicitada no art. 1º: dorias somente irão atender as demandas em última
instância, o que quer dizer que as demandas deverão
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e passar primeiramente por outros meios e canais de
o funcionamento de componente organizacional de atendimento primário da instituição e, somente caso
ouvidoria pelas instituições que especifica. estas não puderem ser solucionadas, então serão des-
tinadas às ouvidorias.
O art. 2º aponta quais instituições devem consti- Já o capítulo III desta Resolução trata da organiza-
ção e estrutura da ouvidoria:
tuir as ouvidorias:
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí-
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria vel com a natureza e a complexidade dos produtos,
deve ser constituído pelas instituições autoriza- serviços, atividades, processos e sistemas de cada
das a funcionar pelo Banco Central do Brasil que instituição.
tenham clientes pessoas naturais, inclusive empre- Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
sários individuais, ou pessoas jurídicas classifica- culada a componente organizacional da insti-
das como microempresas e empresas de pequeno tuição que configure conflito de interesses ou de
porte, nos termos da Lei Complementar nº 123, de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis
14 de dezembro de 2006. por negociação de produtos e serviços, gestão de ris-
Parágrafo único. Ficam dispensados de consti- cos, auditoria interna e conformidade (compliance).
tuir ouvidoria os bancos comerciais sob con- Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvi-
trole societário de bolsas de valores, de bolsas doria pelas instituições, observadas as seguintes
de mercadorias e futuros ou de bolsas de valo- situações e regras:
res e de mercadorias e futuros que desempenhem I - a instituição integrante de conglomerado com-
exclusivamente funções de liquidante e custodiante posto por pelo menos duas instituições autorizadas
central, prestando serviços às bolsas e aos agen- a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-
tes econômicos responsáveis pelas operações partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das
466 nelas cursadas. instituições autorizadas a funcionar;
II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso Dentre as atividades realizadas pela ouvidoria está
I do caput pode compartilhar a ouvidoria constituída: o atendimento adequado às demandas dos clientes e
a) em empresa ligada, conforme definição de que usuários de produtos e serviços. Esse atendimento
trata o § 1º; ou deverá atender os critérios expostos a seguir:
b) na associação de classe a que seja filiada ou na
bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros Art. 6º [...]
ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
quais realize operações; I - deve ser identificado por meio de número de
III - a cooperativa singular de crédito filiada a coo- protocolo, o qual deve ser fornecido ao demandante;
perativa central pode compartilhar a ouvidoria II - deve ser gravado, quando realizado por tele-
constituída na respectiva cooperativa central, con- fone, e, quando realizado por meio de documento
federação de cooperativas de crédito ou banco do escrito ou por meio eletrônico, arquivada a res-
sistema cooperativo; e pectiva documentação; e
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a III - pode abranger:
cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria a) excepcionalmente, as demandas não recepciona-
constituída em cooperativa central, federação de das inicialmente pelos canais de atendimento pri-
cooperativas de crédito, confederação de cooperati- mário; e
vas de crédito ou associação de classe da categoria. b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea «a», do Brasil, por órgãos públicos ou por outras entida-
do caput, consideram-se ligadas entre si as institui- des públicas ou privadas.
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
pode ultrapassar dez dias úteis, podendo ser pror-
Brasil e as empresas não autorizadas a funcionar
rogado, excepcionalmente e de forma justificada,
pelo Banco Central do Brasil:
uma única vez, por igual período, limitado o núme-
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou
ro de prorrogações a 10% (dez por cento) do total
mais do capital da outra, direta ou indiretamente; e
de demandas no mês, devendo o demandante ser
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou informado sobre os motivos da prorrogação.
mais do capital de uma participem com 10% (dez
por cento) ou mais do capital da outra, direta ou
Já o art. 7º refere-se às outras instituições que
indiretamente.
devem atender aos critérios elencados. São essas ins-
§ 2º O disposto no inciso II, alínea «b», do caput,
tituições aquelas autorizadas a funcionar pelo Banco
não se aplica a bancos comerciais, bancos múl-
Central do Brasil que tenham clientes pessoas natu-
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
rais, inclusive empresários individuais, ou pessoas
financiamento e investimento, associações de pou-
jurídicas classificadas como microempresas e empre-
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento
sas de pequeno porte, vide art. 2º desta Resolução.
mercantil que realizem operações de arrendamento
mercantil financeiro.
Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea «b», e IV, do
I - manter sistema de informações e de controle
caput, somente se aplica a associação de classe ou
das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a:
bolsa que possuir código de ética ou de autorregu-
a) registrar o histórico de atendimentos, as infor-
lação efetivamente implantado, ao qual a institui-
mações utilizadas na análise e as providências ado-
ção tenha aderido. tadas; e
b) controlar o prazo de resposta;
O capítulo IV da Resolução trata especificamen-
II - dar ampla divulgação sobre a existência da
te do funcionamento das ouvidorias, incluindo suas ouvidoria, sua finalidade, suas atribuições e for-
atribuições, formas de funcionamento, seus deveres, mas de acesso, inclusive nos canais de comunica-
entre outras atribuições. Inicialmente, de acordo com ção utilizados para difundir os produtos e serviços;
o disposto no art. 6º, a ouvidoria deverá abranger as III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos
seguintes atividades: usuários ao atendimento da ouvidoria, por meio
de canais ágeis e eficazes, inclusive por telefone,
cujo número deve ser:
ATIVIDADES DAS OUVIDORIAS (ART. 6º) a) divulgado e mantido atualizado em local
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento visível ao público no recinto das suas dependên-
formal e adequado às demandas dos clientes e usuá- cias e nas dependências dos correspondentes no
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

rios de produtos e serviços País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos
na internet, acessível pela sua página inicial;
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive
do andamento das demandas, informando o prazo pre- eletrônicos, contratos, materiais de propaganda e
visto para resposta de publicidade e demais documentos que se desti-
nem aos clientes e usuários; e
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda c) inserido e mantido permanentemente atua-
no prazo previsto lizado em sistema de registro de informações
do Banco Central do Brasil.
IV - manter o conselho de administração, ou, na sua
Parágrafo único. As informações relativas às
ausência, a diretoria da instituição, informado sobre os
demandas recebidas pela ouvidoria devem perma-
problemas e deficiências detectados no cumprimento
necer registradas no sistema mencionado no inci-
de suas atribuições e sobre o resultado das medidas
so I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da
adotadas pelos administradores para solucioná-los
data da protocolização da ocorrência. 467
O capítulo V trata das exigências formais que ver- § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra
sam sobre as ouvidorias e engloba pontos específi- atividade na instituição, essa atividade não pode con-
cos, como formulação do estatuto ou contrato social, figurar conflito de interesses ou de atribuições.
designação de responsáveis, designação de nomes do Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I,
ouvidor, entre outras disposições. Neste momento, é III e IV, o ouvidor deve:
importante o contato com a legislação pura, vez que, I - responder por todas as instituições que compar-
usualmente, as bancas cobram a literalidade da lei. tilharem a ouvidoria; e
II - integrar os quadros da instituição que constituir
Realizamos destaques na legislação para que tornem
a ouvidoria.
a leitura mais fluida e de fácil memorização:
Para auxiliar seu entendimento, vejamos esque-
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a maticamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos
natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for- do art. 5º mencionados:
ma expressa, sobre os seguintes aspectos:
I - a finalidade, as atribuições e as atividades Ouvidor deve:
da ouvidoria;
II - os critérios de designação e de destituição do z I - a instituição integrante de conglomerado com-
ouvidor; posto por pelo menos duas instituições autoriza-
III - o tempo de duração do mandato do ouvi- das a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode
dor, fixado em meses; e compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer
IV - o compromisso formal no sentido de: das instituições;
a) criar condições adequadas para o funcionamen- z III - a cooperativa singular de crédito filiada à coo-
to da ouvidoria, bem como para que sua atuação perativa central pode compartilhar a ouvidoria
seja pautada pela transparência, independên- constituída na respectiva cooperativa central, con-
cia, imparcialidade e isenção; e federação de cooperativas de crédito ou branco do
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa- sistema cooperativo;
ções necessárias para a elaboração de resposta z IV - a cooperativa singular de credito não filiada
adequada às demandas recebidas, com total apoio z à cooperativa central pode compartilhar a ouvi-
administrativo, podendo requisitar informações e doria constituída em cooperativa central, federa-
documentos para o exercício de suas atividades no ção de cooperativas de crédito, confederação de
cumprimento de suas atribuições. cooperativas de crédito ou associação de classe da
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser categoria:
incluídos no estatuto ou no contrato social na pri-
meira alteração que ocorrer após a constituição da „ I - responder por todas as instituições que com-
ouvidoria. partilharem a ouvidoria;
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi- „ II - integrar os quadros da instituição que cons-
das por esta Resolução relativas às instituições que tituir a ouvidoria.
optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do
I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II,
ção que constituir a ouvidoria.
as instituições referidas no art. 2º devem:
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
própria em decorrência da faculdade prevista no
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
art. 5º, incisos II e IV, devem ratificar a decisão na
ouvidoria; e
primeira assembleia geral ou na primeira reunião
de diretoria realizada após tal decisão. II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
ouvidor da associação de classe, da bolsa de valo-
res, da bolsa de mercadorias e futuros ou da bolsa
Retomando novamente o conceito e as instituições de valores e de mercadorias e futuros, ou da entida-
referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio- de ou empresa que constituir a ouvidoria.
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, Por fim, o capítulo VI trata da prestação de informa-
ou pessoas jurídicas classificadas como microempre- ções e formas de divulgação das atividades desenvolvidas:
sas e empresas de pequeno porte), o art. 9º dita que
essas instituições deverão designar os nomes do ouvi- Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve
dor e do direito responsável pela ouvidoria: elaborar relatório semestral quantitativo e
qualitativo referente às atividades desenvolvidas
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig- pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31
nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do de dezembro.
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria. Parágrafo único. O relatório de que trata o caput
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode deve ser encaminhado à auditoria interna, ao comi-
desempenhar outras funções na instituição, tê de auditoria, quando constituído, e ao conselho
inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi- de administração ou, na sua ausência, à diretoria
nistração de recursos de terceiros. da instituição.
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múl- Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito, divulgar semestralmente, nos respectivos sítios
financiamento e investimento, associações de pou- eletrônicos na internet, as informações relativas às
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento atividades desenvolvidas pela ouvidoria, inclusi-
mercantil que realizem operações de arrendamento ve os dados relativos à avaliação direta da quali-
mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obri- dade do atendimento de que trata o art. 16.
gatoriedade de constituição de comitê de audito- Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabele-
ria, na forma da regulamentação, o ouvidor não cer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo
poderá desempenhar outra função, exceto a de de remessa de dados e de informações relativos às
468 diretor responsável pela ouvidoria. atividades da ouvidoria.
A avaliação direta da qualidade do atendimento mencionada no art. 13 é uma ferramenta de satisfação dos
usuários e clientes, que avaliam o atendimento prestado pela ouvidoria.
Seguindo o estudo da Resolução CMN nº 4.860/2020, o capítulo VII trata da certificação, ou seja, ocorrerá um exa-
me de certificação para que os integrantes da ouvidoria que realizam as atividades do art. 6º desta Resolução sejam
considerados aptos. Acompanhe a seguir:

Art. 15 As instituições referidas no art. 2º devem adotar providências para que os integrantes da ouvidoria que
realizem as atividades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por
entidade de reconhecida capacidade técnica.
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas relativos à ética, aos direitos do consumidor e à
mediação de conflitos.
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no caput fica condicionada à comprovação de aptidão no
exame de certificação, além do atendimento às demais exigências desta Resolução.
§ 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a capacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em rela-
ção aos temas mencionados no § 1º.
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formalidade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor.
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da
associação de classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas no art. 6º.

O capítulo VIII, por sua vez, traz a necessidade de avaliação direta da qualidade do atendimento prestado pela
ouvidoria. Esse assunto já foi brevemente abordado quando tratamos do art. 13. Observe como será realizada a
avaliação direta de qualidade:

Art. 16 As instituições referidas no art. 2º devem implementar instrumento de avaliação direta da qualidade do
atendimento prestado pela ouvidoria a clientes e usuários.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investi-
mento, caixas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investimento.

Bancos
comerciais

Bancos
Múltiplos

Bancos de
investimento

Avaliação de Quali-
dade do Atendimento Caixa
Prestado pela Ouvido- econômicas
ria Aplica-se a

Sociedades
de crédito

Sociedades de
Financiamento
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Sociedades de
Investimento

Art. 17 A avaliação direta da qualidade do atendimento de que trata o art. 16 deve ser:
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação
mais alto;
II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após o encaminhamento da resposta conclusiva
de que trata o art. 6º, inciso III, e § 2º; e
III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata o inciso II.
Art. 18 Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16 devem ser:
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica, permanecendo à disposição do Banco Central do Bra-
sil pelo prazo de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente ou usuário; e
469
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na depósitos ou de conta de pagamento, deve ser forne-
forma por ele definida. cido também prospecto de informações essenciais,
explicitando, no mínimo, as regras básicas, os ris-
As disposições finais da Resolução CMN nº cos existentes, os procedimentos para contratação
4.860/2020 estão inseridas no capítulo IX. Podemos des- e para rescisão, as medidas de segurança, inclusive
tacar as seguintes informações: em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e
a periodicidade e forma de atualização pelo cliente
z O relatório e a documentação, bem como a gra-
de seus dados cadastrais.
vação telefônica do atendimento realizado pelas
ouvidorias, deverão permanecer à disposição do IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuá-
Bacen pelo prazo mínimo de 5 anos; rio de contratos, recibos, extratos, comprovantes e
z O número de telefone da ouvidoria, os dados do outros documentos relativos a operações e a serviços;
diretor responsável e os dados do ouvidor deve- V - a utilização de redação clara, objetiva e ade-
rão ser inseridos e mantidos permanentemente quada à natureza e à complexidade da opera-
atualizados em sistema de registro de informa- ção ou do serviço, em contratos, recibos, extratos,
ções do Banco Central do Brasil. comprovantes e documentos destinados ao público,
de forma a permitir o entendimento do conteúdo e
Art. 20 O número do telefone para acesso gratuito a identificação de prazos, valores, encargos, multas,
à ouvidoria e os dados relativos ao diretor respon- datas, locais e demais condições;
sável pela ouvidoria e ao ouvidor devem ser inseri- VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de
dos e mantidos permanentemente atualizados em contratos;
sistema de registro de informações do Banco Cen- VII - a formalização de título adequado estipulan-
tral do Brasil. do direitos e obrigações para abertura, utilização e
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser manutenção de conta de pagamento pós-paga;
observado, inclusive, pela instituição que não cons- VIII - o encaminhamento de instrumento de
tituir componente de ouvidoria próprio em decor- pagamento ao domicílio do cliente ou usuário
rência da faculdade prevista no art. 5º. ou a sua habilitação somente em decorrência de
Art. 21 O Banco Central do Brasil poderá adotar as sua expressa solicitação ou autorização;
medidas necessárias à execução do disposto nesta IX - a identificação dos usuários finais benefi-
Resolução.
ciários de pagamento ou transferência em demons-
trativos e faturas do pagador, inclusive nas situações
em que o serviço de pagamento envolver instituições
participantes de diferentes arranjos de pagamento.
RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E
O art. 2º trata da regularização da publicidade das
ALTERAÇÕES
informações prestadas pelas instituições financeiras e
Por se tratar de um ato normativo extremamente instituições autorizadas a funcionar segundo o Bacen.
reduzido e com uma alta probabilidade de – se inci- Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem
dente em sua prova – ser cobrada a letra seca do texto, divulgar, em suas dependências e nas dependên-
abordaremos em sua totalidade os dispositivos expos-
cias dos estabelecimentos onde seus produtos são
tos para um estudo completo.
ofertados, em local visível e em formato legível,
Esta resolução disporá sobre a prevenção de riscos
informações relativas a situações que impliquem
na contratação de operações e na prestação de serviços
recusa à realização de pagamentos ou à recep-
por parte de instituições financeiras e demais instituições
ção de cheques, fichas de compensação, docu-
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil.
mentos, inclusive de cobrança, contas e outros.
As instituições financeiras, bem como as autoriza-
das a funcionar pelo Bacen, deverão assegurar algu- Por fim, o art. 3º traz a sistemática quanto às veda-
mas garantias, as quais encontram-se elencadas nos ções impostas a essas instituições. Vejamos:
incisos do art. 1º:
Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º
I - a adequação dos produtos e serviços oferta- recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de
dos ou recomendados às necessidades, interesses e seus produtos e serviços, o acesso aos canais de
objetivos dos clientes e usuários; atendimento convencionais, inclusive guichês de
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento
sigilo das transações realizadas, bem como a legi-
alternativo ou eletrônico.
timidade das operações contratadas e dos serviços
§ 1º O disposto no caput não se aplica às depen-
prestados;
III - a prestação das informações necessárias dências exclusivamente eletrônicas nem à pres-
à livre escolha e à tomada de decisões por par- tação de serviços de cobrança e de recebimento
te de clientes e usuários, explicitando, inclusive, decorrentes de contratos ou convênios que preve-
direitos e deveres, responsabilidades, custos ou jam canais de atendimento específicos.
ônus, penalidades e eventuais riscos existentes na § 2º A opção pela prestação de serviços por meios
execução de operações e na prestação de serviços; alternativos aos convencionais é admitida des-
de que adotadas as medidas necessárias para
É importante ressaltar que, a relação do inciso preservar a integridade, a confiabilidade, a seguran-
supracitado com o § único do art. 1º: ça e o sigilo das transações realizadas, assim como
a legitimidade dos serviços prestados, em face dos
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do dis- direitos dos clientes e dos usuários, devendo as insti-
470 posto no inciso III, no caso de abertura de conta de tuições informá-los dos riscos existentes.
Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em men-
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA te que, para melhor compreender a Lei nº 13.146/2015,
PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO é primordial entender sua estrutura e identificar as
ideias mais importantes da legislação, uma vez que as
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA) bancas tendem a cobrar o que se denomina “literalidade
das ideias”, ou seja, os pontos principais de cada artigo
LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015 com base em sua estrutura, não havendo, para tanto, a
necessidade de decorá-los. Considerando os concursos
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- anteriores, o estudo deve ter especial atenção à parte
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- relativa aos crimes e infrações administrativas por ser
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa esse o ponto mais cobrado pelas bancas examinadoras.
parcela da população faz parte de um discurso atual, Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
resultado da forma como essas pessoas passaram a
ser percebidas. NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
É possível visualizar, ao longo da história, que as pes- DEFICIÊNCIA
soas com deficiência foram encaradas de quatro modos A Lei nº 13.146/2015 é dividida em duas partes:
diferentes, conforme cada período temporal. A primeira geral e especial. A parte geral tem, como base, os
fase foi a de intolerância em relação às pessoas com defi- princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes-
ciência, pois simbolizavam a impureza, o pecado, ou, até soas com Deficiência, disciplinando, além desses, os
mesmo, o castigo divino. A segunda foi a fase marcada direitos fundamentais das pessoas com deficiência.
pela invisibilidade das pessoas com deficiência. Dela, Já a parte especial é composta dos meios de proteção,
decorreu a terceira fase, marcada pelo assistencialismo quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
e pautada na perspectiva médica e biológica de que a perante à lei e aos crimes e infrações administrativas.
deficiência era uma patologia e, como tal, deveria ser
curada. Por fim, a quarta fase voltou-se para os direitos
humanos, despontando os direitos à inclusão social, com Lei nº 13.146/2015
ênfase na relação da pessoa com deficiência e do meio
em que ela está inserida.
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993,
a nomenclatura mudou para portadores de necessi- Parte geral
Parte especial
dades especiais, pessoas com necessidades especiais,
princípios e direitos
pessoas especiais, portadores de direitos especiais ou meio de proteção
fundamentais
pessoas com deficiência.
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever Iniciando pela parte geral, os artigos de 1º a 3º da
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o mencionada Lei introduzem o tema, estabelecendo
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili- suas disposições gerais. De acordo com o artigo 1º, o
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com objetivo da legislação é assegurar e promover o exer-
autonomia e participação. cício dos direitos e das liberdades fundamentais da
Neste contexto, iniciou-se um sistema de proteção pessoa com deficiência em iguais condições com os
internacional, exigindo dos Estados um tratamento demais, de modo a garantir sua inclusão social e cida-
especializado para proteção aos direitos das pessoas dania. Seu parágrafo único deixa claro que a Lei nº
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção 13.146/2015 decorre da Convenção (juntamente com
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direi- seus protocolos), sendo incorporada no ordenamento
tos das Pessoas com Deficiência de 2006. O texto desta jurídico brasileiro com status de Emenda Constitucio-
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorporado nal, conforme explanado.
ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009 O artigo 2º preocupou-se em dar o conceito de pes-
pelo Decreto nº 6.949. soa com deficiência. Em termos gerais, considera-se
A importância do Decreto nº 6.949/2009 é imensa, pessoa com deficiência aquela que possui impedi-
uma vez que ele foi o primeiro tratado internacional mento de longo prazo, sendo este de natureza física,
de direitos humanos a adotar a norma do artigo 5º, § mental, intelectual ou sensorial, que pode, de algu-
3º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o mesmo ma forma, causar barreiras ou obstruir sua partici-
rito de aprovação cabível para as emendas constitu- pação plena e efetiva na sociedade em igualdades
cionais (aprovação em cada Casa do Congresso Nacio- de condições com as demais pessoas.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

nal, em dois turnos, por três quintos dos votos dos


respectivos membros). Impedimento de longo prazo
Como resultado, tal decreto passou a ter status de
norma constitucional (mesmo valor normativo das
normas colocadas na Constituição Federal mesmo Pessoa com Natureza física, mental,
sem fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessi- Deficiência intelectual ou sensorial
tou promover alterações legislativas para “assegurar e
promover o pleno exercício de todos os direitos huma-
Causar barreiras ou obstruir
nos e liberdades fundamentais por todas as pessoas
sua participação plena e
com deficiência”, em conformidade com o item 1 da
efetiva na sociedade em
Convenção.
igualdades de condições com
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei nº
as demais pessoas.
13.146, com o objetivo de dar cumprimento à Convenção. 471
Além de conceituar pessoas com deficiência, o artigo com deficiência, para que possa exercê-lo de forma
2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como deve autônoma.
ser procedida a avaliação para caracterizar essas
pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que a avalia- z Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
ção será realizada por uma equipe multiprofissional comportamento que limite ou impeça a participa-
e interdisciplinar, de modo a considerar os aspectos ção social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o
que permeiam o indivíduo (todo o contexto social). Para exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberda-
determinar ou não a deficiência, a equipe analisará de de movimento e de expressão, à comunicação,
três enfoques: biológico, psicológico e social, conside- ao acesso à informação, à compreensão, à circula-
rando, para tanto, os impedimentos nas funções e nas ção com segurança, entre outros, classificadas em:
estruturas do corpo; os fatores socioambientais, psi-
cológicos e pessoais; a limitação no desempenho de a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
atividades e a restrição de participação. O parágrafo espaços públicos e privados abertos ao público ou
segundo, por sua vez, estabelece que compete ao Poder de uso coletivo;
Executivo a criação dos instrumentos normativos para a b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
verificação da deficiência. cios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
mas e meios de transportes;
Importante! d) barreiras nas comunicações e na informação:
A competência é do Poder Executivo e não do qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
Poder Legislativo. tamento que dificulte ou impossibilite a expressão
ou o recebimento de mensagens e de informações
por intermédio de sistemas de comunicação e de
O artigo 3º apresenta outros conceitos para aplica- tecnologia da informação;
ção e entendimento da legislação. São eles: acessibili- e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
dade; desenho universal; tecnologia assistiva ou ajuda tos que impeçam ou prejudiquem a participação
técnica; barreiras; comunicação; adaptações razoá- social da pessoa com deficiência em igualdade de
veis; elemento de urbanização; mobiliário urbano; condições e oportunidades com as demais pessoas;
pessoa com mobilidade reduzida; residências inclusi- f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem
vas; moradia para a vida independente da pessoa com o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.
deficiência; atendente pessoal; profissional de apoio
Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que
escolar; acompanhante.
impeça ou limite a participação social da pessoa com
z Acessibilidade: possibilidade e condição de alcan- deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
ce para utilização, com segurança e autonomia, de públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi- nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
ficações, transportes, informação e comunicação, comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de dade de acesso às tecnologias (tecnológicas).
outros serviços e instalações abertos ao público, de z Comunicação: forma de interação dos cidadãos que
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a
zona urbana como na rural, por pessoa com defi- Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização
ciência ou com mobilidade reduzida. de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de
comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
Observe que a palavra-chave para entender o con-
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples,
ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu-
escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
lar com autonomia em espaços públicos e privados
digitalizados e os modos, meios e formatos aumen-
de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia
tativos e alternativos de comunicação, incluindo as
para utilizar a tecnologia).
tecnologias da informação e das comunicações.
z Desenho universal: concepção de produtos, z Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e
ambientes, programas e serviços a serem usados ajustes necessários e adequados que não acarretem
por todas as pessoas, sem necessidade de adapta- ônus desproporcional e indevido, quando requeri-
ção ou de projeto específico, incluindo os recursos dos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa
com deficiência possa gozar ou exercer, em igualda-
de tecnologia assistiva.
de de condições e oportunidades com as demais pes-
Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve soas, todos os direitos e liberdades fundamentais.
ser utilizado por todas as pessoas, independentemen- z Elemento de urbanização: quaisquer componentes
te de ter ou não alguma deficiência. de obras de urbanização, tais como os referentes a
pavimentação, saneamento, encanamento para esgo-
z Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, tos, distribuição de energia elétrica e de gás, ilumina-
equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, ção pública, serviços de comunicação, abastecimento
estratégias, práticas e serviços que objetivem pro- e distribuição de água, paisagismo e os que materia-
mover a funcionalidade, relacionada à atividade e lizam as indicações do planejamento urbanístico.
à participação da pessoa com deficiência ou com z Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, vias e nos espaços públicos, superpostos ou adiciona-
independência, qualidade de vida e inclusão social. dos aos elementos de urbanização ou de edificação, de
forma que sua modificação ou seu traslado não pro-
Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter- voque alterações substanciais nesses elementos, tais
472 minado produto ou serviço às necessidades da pessoa como semáforos, postes de sinalização e similares,
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques
e quaisquer outros de natureza análoga.
z Pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, per-
manente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso.
z Residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com
apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com
deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos
familiares fragilizados ou rompidos.

As residências inclusivas têm caráter de assistência para aquelas pessoas com deficiência que são dependen-
tes, porém não possuem vínculos familiares capazes de lhes dar suporte.

z Moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens
e adultos com deficiência.

Diferentemente da residência inclusiva, a moradia proporciona serviços de apoio ao deficiente que ampliarão
o seu grau de autonomia.

z Atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuida-
dos básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou
os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas.
z Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante
com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modali-
dades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com
profissões legalmente estabelecidas.
z Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de
atendente pessoal.

Os artigos 4º a 9º tratam do tema igualdade e não discriminação, consubstanciados no princípio da promoção


da igualdade presente na Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o § 1º do artigo 4º preo-
cupou-se em definir discriminação em razão da deficiência como toda forma de distinção, restrição ou exclusão,
quer por ação quer por omissão, com o objetivo de impedir, prejudicar ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência. Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a
recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como pelo
particular.
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos esquematizá-lo para você:

Distinção em razão da deficiência

Distinção
Restrição
Exclusão

Ação Omissão VENDAS E NEGOCIAÇÃO

impedir, prejudicar ou anular o


reconhecimento ou o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais
de pessoa com deficiência

Importante esclarecer que a igualdade trazida pela Lei nº 13.146/2015 não é impositiva, ou seja, as ações afirma-
tivas constante da Lei não são obrigatórias às pessoas com deficiência, pois, se elas não quiserem se beneficiar dos
direitos elencados, não serão obrigadas. Por exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se inscrever para
as vagas reservadas, podendo concorrer às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
O artigo 5º, por vez, trata da proteção da pessoa com deficiência, de modo a afastar toda forma de tortura ou
outro mecanismo de redução da dignidade da pessoa humana ao assegurar a proteção contra negligência, discri-
minação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Seu parágra-
fo único traz um importante conceito: especialmente vulneráveis. Considerando que a pessoa com deficiência
473
já é vulnerável e, por esta razão, merece a proteção Os artigos 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com
especial, maior deve ser a proteção das crianças, deficiência e são eles que vamos estudar neste momento:
adolescentes, mulheres e idosos quando estes pos-
suem deficiência.
Importante é, também, o artigo 6º da Lei, que con- Vida
cedeu às pessoas com deficiência plena capacidade Habitação e
para o exercício de seus direitos, inclusive para: Reabilitação
z casar ou constituir união estável; Saúde
z exercer direitos sexuais e reprodutivos;
z exercer o direito de decidir sobre o número de
Educação
filhos e de ter acesso a informações adequadas
sobre reprodução e planejamento familiar;
z conservar sua fertilidade, sendo proibida a esteri- Moradia
lização compulsória;
z exercer o direito à família e à convivência familiar Direitos Trabalho
Fundamentais
e comunitária;
z exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à Assistência Social
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade
de oportunidades com as demais pessoas.
Previdência Social
Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146/2015, as Cultura, esporte,
pessoas com deficiência eram tidas, em regra, como turismo e lazer
absoluta ou relativamente incapazes pelo Código
Civil. Atualmente, a regra é que elas são plenamente Transporte
capazes, só sendo consideradas relativamente inca-
pazes se, por causa transitória ou permanente, não
Mobilidade
puderem exprimir sua vontade.
O artigo 7º trouxe o dever de vigilância geral apli-
cável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem O direito à vida encontra-se previsto nos arti-
comunicar às autoridades qualquer tipo de ameaça gos 10 ao 13 da Lei nº 13.146/2015 e dele decorrem
ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. os demais direitos, pois, sem a vida, não existiria
Ressalta-se que seu parágrafo único dispõe que, uma nenhum outro. O direito à vida é inviolável, sendo,
vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o inclusive, garantido constitucionalmente a todas as
Ministério Público deve ser informado para que adote pessoas. Por conseguinte, a pessoa com deficiência
as providências para o devido cumprimento da Lei, tem o direito de lutar pela sua vida, competindo ao
inclusive na forma penal. Estado o dever de adotar toda e qualquer medida para
O artigo 8º estabelece que é dever Estado, da assegurar seu pleno exercício.
sociedade e da família assegurar a efetivação dos Importante assinalar que a pessoa com deficiência
direitos das pessoas com deficiência. não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie
Encerrando a parte relativa à igualdade, o 9º dis- de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que
põe sobre o atendimento prioritário, com as finali- é indispensável seu livre consentimento para a rea-
dades de: lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
de atendimento de emergência em saúde e risco de
z proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; morte e nos casos em que se encontra impossibilitada
z atendimento em todas as instituições e serviços de de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este
atendimento ao público; supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes-
z disponibilização de recursos, tanto humanos soas submetidas ao instituto da Curatela).
quanto tecnológicos, que garantam atendimento Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público
em igualdade de condições com as demais pessoas; a proteção das pessoas com deficiência em situações
z disponibilização de pontos de parada, estações e de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações
terminais acessíveis de transporte coletivo de pas- de risco, como nos casos de estado de emergência ou
sageiros e garantia de segurança no embarque e calamidade pública.
no desembarque; O direito à habilitação e reabilitação está dis-
z acesso a informações e disponibilização de recur- ciplinado nos artigos 14 ao 17, dizendo respeito à
sos de comunicação acessíveis; garantia de se adotar medidas que promovam a recu-
z recebimento de restituição de imposto de renda; peração física, cognitiva e psicológica, bem como a
z tramitação processual e procedimentos judiciais e proteção, à reabilitação e a reinserção social das pes-
administrativos em que for parte ou interessada, soas com deficiência.
em todos os atos e diligências. Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques-
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste-
ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento
Importante! do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos
Com exceção da restituição de imposto de renda responsáveis por prestar informações e orientações
e da tramitação processual prioritária, todos os adequadas com relação às políticas públicas dispo-
demais itens relativos ao atendimento prioritá- níveis, de modo a favorecer a plena participação das
pessoas com deficiência.
rio são extensivos ao acompanhante da pessoa O direito à saúde encontra-se estabelecido nos
com deficiência ou ao seu atendente pessoal. artigos 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois
Como consequência, o acompanhante tem direi- estabelece garantias às pessoas de modo geral, estan-
to à preferência de atendimento, ao socorro, do, também, arrolado na Constituição Federal como
474 entre outros. um direito social.
Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
deficiência contempla o acesso a um atendimento plinado nos artigos 46 ao 52. Tal direito objetiva com-
integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade, bater, de modo concreto, a manifestação de barreiras
seja de caráter preventivo ou para fins de tratamen- na vida da pessoa com deficiência.
to, sem qualquer discriminação ou custos adicionais, O direito à acessibilidade encontra-se previsto
com direito ao acompanhante, em ambientes acessí- nos artigos 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualda-
veis, sem se submeter a qualquer tipo de discrimina- de de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-
ção ou violência, estabelecendo, portanto, o acesso pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
igualitário. Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
O direito à educação está previsto nos arti- ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
gos 27 ao 30, além de fazer parte do rol dos direitos a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
sociais, previstos no artigo 6º da Constituição Federal barreiras impostas a elas.
de 1988. Na Lei nº 13.146/2015, o direito à educação
O direito ao acesso à informação e à comunica-
deve ser garantido por meio de um sistema educa-
ção está disposto nos artigos 63 ao 73 da Lei. Trata-se
cional inclusivo, que deve atender, com qualidade
de dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessi-
e de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O
objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação bilidade à informação, de maneira a contemplar qual-
dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que quer serviço ou produto.
advenham dessa condição e favorecer a sua integra- Os artigos 74 e 75 referem-se à tecnologia assis-
ção na comunidade. tiva, conceituando-a como qualquer forma de apoio
necessário à promoção da autonomia e independên-
cia da pessoa com deficiência. Cabe ao Poder Público
Dica a responsabilidade de desenvolver um plano específi-
É a escola que deve se adaptar ao aluno, buscan- co de medidas, a ser renovado no período de quatro
do compreender suas necessidades e caracterí- anos, para facilitar a criação e promoção dessas tec-
sitcas e não o contrário. nologias. Além disso, tais procedimentos deverão ser
avaliados, pelo menos, a cada dois anos.
O direito à moradia, cuja previsão encontra-se O direito à participação na vida pública e políti-
nos artigos 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o ca, previsto no artigo 76, guarda relação com o exer-
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi- cício da cidadania das pessoas com deficiência. A elas
são garantidos os direitos inerentes a sua capacida-
ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla-
de eleitoral ativa e passiva. Para a promoção de tais
ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
medidas de acessibilidade, a competência cabe aos
Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
Tribunais Regionais Eleitorais.
O direito ao trabalho, disciplinado nos artigos 34
Por último, também é estabelecido, na Lei nº
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso.
13.146/2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele está
Como consequência, permite-se que a pessoa com
previsto nos artigos 77 e 78 e tem, como escopo, esti-
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto
mular a criação de cursos de pós-graduação na área
à profissão ou ao trabalho que deseje desempenhar.
de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen-
O direito à assistência social encontra-se con-
to de outras ações com o objetivo de formar recursos
templado nos artigos 39 ao 40, além de fazer parte humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
do rol dos direitos sociais previstos no artigo 6º da área de conhecimento.
Constituição Federal de 1988. A assistência social faz A partir do artigo 78, inicia-se a parte especial.
parte do subsistema da Seguridade Social, juntamen- Nela, constam disposições acerca do direito de acesso
te com a saúde e a previdência social. Por assistência à Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e
social entende-se o conjunto de medidas instituciona- a tipificação de determinadas condutas, como crimes
lizadas de assistência gratuita a ser prestada a quem ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
dela necessitar. São seus objetivos: habilitar e reabi- te ao Poder Público realizar as adaptações e propor-
litar as pessoas com deficiência; reintegrá-las à vida cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários
comunitária; garantir um benefício mensal àque- para a plena participação da pessoa com deficiência
les que não têm meios de prover a sua manutenção no âmbito do Poder Judiciário.
(hipossuficiente). Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
O direito à previdência social, também integran- lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons-
te do subsistema da Seguridade Social, encontra-se tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146/2015
previsto no artigo 41. Trata de garantir à pessoa com visa garantir à pessoa com deficiência o pleno exercí-
deficiência segurada do Regime Geral de Previdência cio de suas capacidades.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Social (RGPS) o direito à aposentadoria nos termos


da Lei Complementar nº 142 de 8 de maio de 2013 — CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
redução de até́ 10 (dez) anos de contribuição, confor-
me o grau da deficiência aferido em avaliação médica Os crimes e as infrações administrativas estão dis-
e social. postos nos artigo 88 a 91. Dos crimes elencados, ape-
O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao nas o do artigo 91 tem, como pena, a detenção. Todos
lazer está estabelecido nos artigos 42 ao 45, tendo, os demais apresentam pena de reclusão.
como um de seus principais objetivos, a promoção Detenção e reclusão são modalidades de penas pri-
isonômica à inclusão e participação da pessoa com vativas de liberdade.
deficiência na vida em sociedade em todos os seus A pena de reclusão é aplicada a condenações mais
aspectos. severas, por ser a única a admitir o regime inicial de
Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor cumprimento fechado. Essa modalidade admite os
maior pelo ingresso de pessoas com deficiência. três regimes de cumprimento: fechado, semiaberto 475
e aberto. Já a pena de detenção é aplicada a conde- O parágrafo segundo é uma qualificadora do crime.
nações mais leves, uma vez que o regime inicial de Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática da con-
cumprimento será o semiaberto. A detenção admite duta, pois, ao ser cometido por intermédio de meios
os regimes de cumprimento semiaberto e aberto, não de comunicação social ou de publicação de qualquer
admitindo o fechado. natureza, a conduta atinge mais visibilidade, chegando
Vamos ao estudo dos crimes: ao conhecimento de um número maior de pessoas.

Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina-


ção de pessoa em razão de sua deficiência: Importante!
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
A qualificadora altera o patamar da pena (penas
O crime do artigo 88 pode ser praticado de três modos: mínima e máxima constantes do tipo penal —
preceito secundário) em razão de novas elemen-
I. Participação direta do agente na conduta deli- tares acrescentadas, o que faz com que ele seja
tuosa: Aqui, o agende age de modo a discriminar a um tipo derivado autônomo ou independente.
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está Por outro lado, a causa de aumento (majorante)
no verbo praticar; é apenas uma hipótese para que a pena possa
II. Participação indireta do agente na conduta deli- ser aumentada.
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia
de que ela pratique a discriminação: Aqui, temos
dois agentes, um que desperta a atenção de outro § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
para a prática do crime e outro que, efetivamente, determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir; do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
III. Participação indireta do agente na conduta de desobediência:
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes- I – recolhimento ou busca e apreensão dos exempla-
soa a praticar a discriminação: Diferentemente res do material discriminatório;
da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já II – interdição das respectivas mensagens ou pági-
tinha a intenção de discriminar, havendo apenas nas de informação na internet.
um reforço/encorajamento. Temos, também, dois
agentes, um que reforça e outro que pratica. A con- O parágrafo terceiro dispõe a consequência do
duta está no verbo instigar. crime cometido por intermédio de meios de comu-
nicação social ou de publicação de qualquer nature-
Direta - praticar za. Trata-se de medida para evitar a propagação da
discriminação, uma vez que, verificada a ocorrência
Art. 88 - Condutas

de discriminação da pessoa com deficiência por estes


meios, é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério
Indireta - induzir Público ou a pedido deste, determinar o recolhimento
de todo o material em que está descrita a discrimina-
ção. No caso de divulgação em site de internet, pode-se
determinar a retirada do ar da página ou do conteúdo.
Indireta - instigar
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
da condenação, após o trânsito em julgado da deci-
Outro ponto importante neste dispositivo é rela- são, a destruição do material apreendido.
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
discriminação toda distinção, exclusão ou restrição Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá
baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs- acontecer com o material apreendido ou bloqueado.
tar o exercício pleno de direitos. Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo-
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti- cabível), todo o material apreendido será destruído.
ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
do agente. Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven-
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de causa de outro rendimento de pessoa com deficiência:
aumento de pena. Trata-se do fato de o agente, que pra- Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
ticou uma das condutas elencadas, ser o responsável multa.
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação. O
aumento de 1/3 da pena decorre da proximidade e do O crime tipificado no artigo 89 pode ser praticado
dever de cuidado para com a pessoa com deficiência. de dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten-
São exemplos: pais, tutores, curadores, guardiões, pro- de-se por apropriação quando o agente faz da coisa
fessores, médicos, cuidadores, entre outros. alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem,
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren-
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des- dimento da pessoa com deficiência. Já no desvio, o
te artigo é cometido por intermédio de meios de agente dá um destino diferente ao bem, proventos,
comunicação social ou de publicação de qual- pensões, benefícios ou qualquer outro rendimento da
quer natureza: pessoa com deficiência. As duas condutas são punidas
476 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. com pena de reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou
terço) se o crime é cometido: deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ambulatorial à pessoa com deficiência;
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
II – por aquele que se apropriou em razão de ofício ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
ou de profissão. alude esta Lei;
VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- indispensáveis à propositura da ação civil pública
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que objeto desta Lei, quando requisitados.
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
agravada em 1/3 (um terço).
fissão para o cometimento do crime.
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
subjetivos para indeferimento de inscrição, de
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em
aprovação e de cumprimento de estágio probatório
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen-
em concursos públicos não exclui a responsabilida-
to ou congêneres:
de patrimonial pessoal do administrador público
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e
pelos danos causados.
multa.
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não
dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
prover as necessidades básicas de pessoa com defi-
planos privados de assistência à saúde, inclusive
ciência quando obrigado por lei ou mandado.
com cobrança de valores diferenciados.
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de
O artigo 90 tipifica o crime de abandono de pes- urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3
soa com deficiência, de modo a dar amparo e pro- (um terço).
teção a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar
por sua vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de A nova redação dada ao artigo acrescentou ao inci-
prestar assistência, mesmo quando possui o dever de so I a conduta de cobrar valores adicionais por parte
cuidado e proteção. da instituição de ensino. Exemplos clássicos são as
mensalidades diferenciadas para alunos autistas
Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual- (com valores a mais). O inciso II refere-se à discrimi-
quer meio eletrônico ou documento de pessoa com nação com relação a emprego, trabalho ou promoção.
deficiência destinados ao recebimento de benefícios, O inciso III ao atendimento médico e ambulatorial. O
proventos, pensões ou remuneração ou à realiza- inciso IV à omissão de dados quando estes são essen-
ção de operações financeiras, com o fim de obter ciais à propositura de ação civil pública ou quando
vantagem indevida para si ou para outrem: houver requisição.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, A Lei nº 13.146/2015 acrescentou parágrafos ao
e multa. artigo 8º da Lei nº 7.853/89, estabelecendo causas de
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um aumento de pena ao crime.
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador. Por fim, importante mencionar que todos os cri-
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de
O crime do artigo 91 pode ser praticado por duas Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete
condutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o ao Ministério Público promover a ação independente-
agente fica na posse ou utiliza-se de cartão magnéti- mente da vontade da vítima.
co ou meio eletrônico ou documento pessoal, com a
finalidade de obter vantagem indevida para si ou para
outrem. Exemplo: utilização de carteira de passe livre
em transporte coletivo com a intenção de não pagar CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO
a passagem. Trata-se de crime mais brando do que o CONSUMIDOR
do artigo 89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a
pessoa com deficiência, mas aferir vantagem com a LEI Nº 8.078/1990
sua situação.
O Direito do Consumidor é o ramo do Direito res-
Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
ponsável por cuidar dos casos relacionados ao con-
13.146/2015 alterou o crime previsto no artigo 8º da
sumo e a defesa dos direitos que a pessoa possui em
Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre o apoio às pessoas
relação a um determinado produto, bem ou serviço.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

com deficiência. Vejamos:


Produto é considerado qualquer bem, móvel ou
Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 imóvel, material ou imaterial.
(dois) a 5 (cinco) anos e multa: Serviço é qualquer atividade fornecida no merca-
I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, do de consumo, mediante remuneração, inclusive as
procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de de natureza bancária, financeira, de crédito e securi-
aluno em estabelecimento de ensino de qualquer tária, salvo as decorrentes das relações de caráter
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua trabalhista.
deficiência;
II – obstar inscrição em concurso público ou acesso Art. 1° O presente código estabelece normas de
de alguém a qualquer cargo ou emprego público, proteção e defesa do consumidor, de ordem públi-
em razão de sua deficiência; ca e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso
III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promo- XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
ção à pessoa em razão de sua deficiência; 48 de suas Disposições Transitórias. 477
Conforme o artigo 2º do Código de Defesa do Con- z A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive
sumidor (CDC), consumidor é quem adquire o produ- com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
to ou serviço como destinatário final, seja ele pessoa processo civil, quando, a critério do juiz, for veros-
física ou uma empresa. O Código equipara a consumi- símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
dor a quem de qualquer forma possa ser atingido pela segundo as regras ordinárias de experiências;
relação de consumo. Adota-se a teoria finalista mitiga- z A adequada e eficaz prestação dos serviços públi-
cos em geral.
da, uma vez que mesmo sem ter adquirido o produ-
to ou contratado o serviço como destinatária final, a Perceba que a proteção consumerista é maior
pessoa pode ser equiparada à condição de consumi- quando comparada a uma mera relação comercial
dora, por apresentar frente ao fornecedor alguma regulada pelo Código Civil (CC). A diferenciação no
vulnerabilidade. uso do CDC ou do CC baseia-se no fato de que a pri-
No artigo 3º do mesmo diploma legal está expressa meira opção (CDC) exige uma relação de consumo, já
a definição de quem é considerado como fornecedor na segunda (CC), há uma mera negociação entre par-
de produtos ou serviços. A definição é bem ampla, ticulares, sem que haja vulnerabilidades nem pé de
atingindo todos os envolvidos na cadeia de produção desigualdade entre eles.
e comercialização. Segundo o mencionado artigo, for- Por exemplo, a jurisprudência determinou recen-
necedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou temente que contrato de conta corrente mantida
entre corretora de Bitcoin e instituição financeira
privada, nacional ou estrangeira, que produz, monta,
não se aplica o CDC, pois não se trata de relação de
cria, constrói, transforma, importa, exporta, distribui
consumo. Também não se aplica o CDC em contratos
ou comercializa produtos ou serviços. de franquia, pois se trata de um contrato de natureza
empresarial. Inaplicável o CDC, inclusive, nos casos
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídi- de contrato de fiança bancária acessório a contrato
ca que adquire ou utiliza produto ou serviço como administrativo, sob o argumento que a Administração
destinatário final. Pública goza de prerrogativas asseguradas em lei.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a cole- Outras discussões também já se encontram pacifi-
tividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que cadas sobre a inaplicabilidade do CDC:
haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, z Não se aplica o CDC no caso de DPVAT;
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem z Não se aplica o CDC a contratos de transporte de
como os entes despersonalizados, que desenvolvem insumos;
atividade de produção, montagem, criação, cons- z Não se aplica o CDC no transporte aéreo inter-
trução, transformação, importação, exportação, nacional (aplica-se a Convenção de Varsóvia e
distribuição ou comercialização de produtos ou Montreal).
prestação de serviços.
Por outro lado, aplica-se o CDC ao condomínio de
O Código traz os direitos básicos do consumidor, adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses
dentre eles: em que atua na defesa dos interesses dos seus condô-
minos frente a construtora/incorporadora.
z A proteção da vida, saúde e segurança contra os
riscos provocados por práticas no fornecimento
de produtos e serviços considerados perigosos ou
Importante!
nocivos; Conforme a súmula 602 do STJ “O Código de
z A educação e divulgação sobre o consumo adequa- Defesa do Consumidor é aplicável aos empreen-
do dos produtos e serviços, asseguradas a liberda- dimentos habitacionais promovidos pelas socie-
de de escolha e a igualdade nas contratações; dades cooperativas”.
z A informação adequada e clara sobre os diferentes
produtos e serviços, com especificação correta de
Quanto a responsabilidade pelo fato do produto/
quantidade, características, composição, qualida-
serviço e a responsabilidade por vício do produto/ser-
de, tributos incidentes e preço, bem como sobre os
viço, é importante fazer a distinção:
riscos que apresentem;
z A proteção contra a publicidade enganosa e abu-
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO/
siva, métodos comerciais coercitivos ou desleais,
SERVIÇO
bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços; Vício grave a ponto de ocasionar dano indenizável ao
z A modificação das cláusulas contratuais que patrimônio material ou imaterial do consumidor.
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua Ocorre um evento, no qual o defeito do produto ou ser-
revisão em razão de fatos supervenientes que as viço causa dano ao consumidor
tornem excessivamente onerosas;
z A efetiva prevenção e reparação de danos patri- Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repa-
moniais e morais, individuais, coletivos e difusos; ração pelos danos causados por fato do produto ou do
z O acesso aos órgãos judiciários e administrativos serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-
com vistas à prevenção ou reparação de danos -se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou dano e de sua autoria
difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-
478 trativa e técnica aos necessitados;
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO/ VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
SERVIÇO orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
O dano se restringe ao próprio produto ou serviço entre as partes;
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
de fácil constatação caduca em: praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
de produtos não duráveis produto ou serviço em desacordo com as normas
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi- expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
ço e de produtos duráveis normas específicas não existirem, pela Associação
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
da entrega efetiva do produto ou do término da execu- credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
ção dos serviços Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
§ 2° Obstam a decadência IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con-
mediante pronto pagamento, ressalvados os casos
sumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até
de intermediação regulados em leis especiais;
a resposta negativa correspondente, que deve ser trans-
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
mitida de forma inequívoca;
serviços.
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini- de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito inicial a seu exclusivo critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
Ademais, é importante diferenciar publicidade do legal ou contratualmente estabelecido.
enganosa de publicidade abusiva, bem como cláusula XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
abusiva de prática abusiva: comerciais ou de serviços de um número maior de
consumidores que o fixado pela autoridade admi-
Publicidade Enganosa (Falsa) nistrativa como máximo.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produ-
Ex.: a publicidade é enganosa por omissão, quan-
tos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipó-
do deixar de informar sobre dado essencial do produ-
tese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras
to ou serviço.
grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
É enganosa qualquer modalidade de informação
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou Cláusula contratual abusiva
parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mes-
mo por omissão, capaz de induzir em erro o consumi- Estabelece obrigações consideradas iníquas, abusi-
dor a respeito da natureza, características, qualidade, vas, que coloque o consumidor em desvantagem exagera-
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer da, ou que seja incompatível com a boa-fé ou a equidade.
outros dados sobre produtos e serviços. Diz-se que uma vantagem é exagerada quando: (I) ofende
os princípios fundamentais do sistema jurídico a que per-
Publicidade Abusiva
tence; (II) restringe direitos ou obrigações fundamentais
É abusiva, dentre outras a publicidade discrimi- inerentes à natureza do contrato, de modo a ameaçar seu
natória de qualquer natureza, a que incite à violên- objeto ou o equilíbrio contratual; (III) mostra-se excessi-
cia, explore o medo ou a superstição, se aproveite da vamente onerosa para o consumidor, considerando-se a
deficiência de julgamento e experiência da criança, natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes
desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de e outras circunstâncias peculiares ao caso.
induzir o consumidor a se comportar de forma preju-
dicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-
bilidade do fornecedor por vícios de qualquer nature-
Práticas abusivas za dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou
Ex.: cancelamento de voo sem nenhuma razão téc- disposição de direitos. Nas relações de consumo entre
nica ou de segurança. o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeni-
Ex.: cancelar o voo de volta em razão de não apa- zação poderá ser limitada, em situações justificáveis;
recimento do passageiro na ida. II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso
da quantia já paga, nos casos previstos neste código;
I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser- III - transfiram responsabilidades a terceiros;
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

viço ao fornecimento de outro produto ou serviço, IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,


bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
II - recusar atendimento às demandas dos consumido- tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto- boa-fé ou a equidade;
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre-
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita- juízo do consumidor;
ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer VII - determinem a utilização compulsória de
serviço; arbitragem;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con- VIII - imponham representante para concluir ou
sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci- realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
mento ou condição social, para impingir-lhe seus IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
produtos ou serviços; não o contrato, embora obrigando o consumidor;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen-
excessiva; te, variação do preço de maneira unilateral; 479
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato III - harmonização dos interesses dos participan-
unilateralmente, sem que igual direito seja conferi- tes das relações de consumo e compatibilização
do ao consumidor; da proteção do consumidor com a necessidade
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de desenvolvimento econômico e tecnológico, de
de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito modo a viabilizar os princípios nos quais se funda
lhe seja conferido contra o fornecedor; a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fede-
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateral- ral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas
mente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após relações entre consumidores e fornecedores;
sua celebração; IV - educação e informação de fornecedores e con-
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de nor- sumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com
mas ambientais; vistas à melhoria do mercado de consumo;
XV - estejam em desacordo com o sistema de prote- V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios
ção ao consumidor; eficientes de controle de qualidade e segurança de
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indeniza- produtos e serviços, assim como de mecanismos
ção por benfeitorias necessárias. alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abu-
A lei 8.078/1990 (“Código de Defesa do Consumidor sos praticados no mercado de consumo, inclusive
– CDC”) elenca as infrações penais nos artigos 62 a 74. a concorrência desleal e utilização indevida de
No entanto, antes de discorrer acerca destes artigos, inventos e criações industriais das marcas e nomes
vale observar alguns aspectos gerais acerca dos cri- comerciais e signos distintivos, que possam causar
prejuízos aos consumidores;
mes da relação de consumo.
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
A primeira observação a ser feita é de que o CDC não
VIII - estudo constante das modificações do merca-
regula de maneira exaustiva os crimes cometidos contra do de consumo.
o consumidor ou relações de consumo. Há outras leis,
em especial a Lei 8.137/1990, que tratam do tema, além O art. 4º estabelece os objetivos da Política Nacio-
do próprio Código Penal prevê crimes contra o consumi- nal e enumera os princípios aplicáveis a sua elabo-
dor. Por este motivo, dispõe o artigo 61 do CDC: ração e planejamento. Em síntese, os objetivos da
Política Nacional das Relações de Consumo são cinco:
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de
consumo previstas neste código, sem prejuízo do z Atendimento das necessidades dos consumidores;
disposto no Código Penal e leis especiais, as condu- z Respeito a sua dignidade, saúde e segurança;
tas tipificadas nos artigos seguintes. z Proteção de seus interesses econômicos;
z Melhoria da sua qualidade de vida;
Já a segunda observação é que a maioria dos crimes z Transparência e harmonia das relações de consumo.
previstos no CDC são de perigo abstrato, ou seja, não se
exige a lesão do bem jurídico tutelado – neste caso, o con- Com relação aos princípios elencados no dispo-
sitivo, o primeiro deles é o Princípio do Reconhe-
sumidor – ou a colocação deste em risco real e concreto.
cimento da Vulnerabilidade e da Proteção do
Todavia, o STJ já exigiu perícia para a configura-
Consumidor. Explicando melhor: o consumidor é
ção do delito. Segundo o entendimento do Tribunal
a parte mais frágil da relação de consumo, pois, em
Superior, é imprescindível a realização de perícia, a
regra, o fornecedor possui situação econômica supe-
fim de atestar se as mercadorias apreendidas estão
rior, além de deter conhecimentos científicos, técnicas
em condições impróprias para o consumo, não sendo
de elaboração do produto e execução do serviço, entre
suficiente a comprovação da materialidade delitiva
outros. Por essa razão, o consumidor ocupa posição de
em outra prova.
vulnerabilidade, de modo que, para equilibrar a rela-
Com isso, passamos aos crimes em espécie. ção jurídica de consumo, o CDC trata de forma desi-
gual fornecedor e consumidor.
Política Nacional das Relações de Consumo

A Política Nacional das Relações de Consumo é tra- Importante!


tada nos arts. 4º e 5º, do CDC. Vejamos os dispositivos:
A vulnerabilidade pode ocorrer por fatores fáti-
cos, técnicos ou jurídicos. A vulnerabilidade fáti-
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consu-
mo tem por objetivo o atendimento das necessida-
ca refere-se à própria situação socioeconômica
des dos consumidores, o respeito à sua dignidade, do consumidor face ao fornecedor, ou seja, em
saúde e segurança, a proteção de seus interesses razão do poder econômico do fornecedor ou do
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, monopólio ou essencialidade do produto ofere-
bem como a transparência e harmonia das relações cido. A vulnerabilidade técnica está relacionada
de consumo, atendidos os seguintes princípios: ao processo de elaboração, fabricação ou pres-
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumi- tação, uma vez que o consumidor, por não fazer
dor no mercado de consumo; parte desse processo, não detém conhecimento
II - ação governamental no sentido de proteger efe- pleno sobre o produto ou serviço. Por fim, a vul-
tivamente o consumidor: nerabilidade jurídica está ligada ao desconheci-
a) por iniciativa direta; mento do consumidor com relação aos efeitos
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de da obrigação que contrai junto ao fornecedor ou
associações representativas; aos casos de contratos de adesão, que, por ser
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; produzido unilateralmente pelo fornecedor, não
d) pela garantia dos produtos e serviços com há possibilidade de discussão de suas cláusulas
padrões adequados de qualidade, segurança, dura- pelo consumidor.
480 bilidade e desempenho.
O segundo princípio é o Princípio da Intervenção I - manutenção de assistência jurídica, integral e
Estatal, que impõe a atuação do Estado no sentido de gratuita para o consumidor carente;
proteger o consumidor. Tal proteção pode ser feita II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa
por iniciativa direta, como, por exemplo, no caso de do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
criação dos Serviços de Proteção ao Consumidor (Pro- III - criação de delegacias de polícia especializadas
con); por incentivos à criação e ao desenvolvimento no atendimento de consumidores vítimas de infra-
de associações representativas, de modo a oportuni- ções penais de consumo;
zar a organização dos consumidores; por meio da pre- IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau-
sença do Estado no mercado de consumo, como nos sas e Varas Especializadas para a solução de lití-
gios de consumo;
casos das atividades essenciais ou que digam respeito
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvi-
ao interesse público; pela garantia dos produtos e ser-
mento das Associações de Defesa do Consumidor.
viços com padrões adequados de qualidade, seguran-
VI - instituição de mecanismos de prevenção e tra-
ça, durabilidade e desempenho, de maneira a atender tamento extrajudicial e judicial do superendivida-
não só às necessidades dos consumidores, como a pró- mento e de proteção do consumidor pessoa natural;
pria viabilidade de inserção de produtos e serviços no (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
mercado em razão dos padrões de exigência. VII - instituição de núcleos de conciliação e media-
O terceiro princípio tratado no art. 4º do CDC é o ção de conflitos oriundos de superendividamento.
Princípio da Harmonização dos Interesses. Tal prin- (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
cípio busca equacionar os interesses dos participantes
das relações de consumo, de modo a compatibilizar a Pode-se dizer que se trata de um rol meramente
proteção do consumidor com a necessidade de desen- exemplificativo.
volvimento econômico e tecnológico do fornecedor.
Em síntese, busca viabilizar os princípios nos quais se Dos Direitos Básicos do Consumidor
funda a ordem econômica com o equilíbrio nas rela-
ções entre consumidor e fornecedor. Os arts. 6º e 7º, do CDC, trazem os direitos funda-
O quarto princípio é o Princípio da Conscientiza- mentais do consumidor. Trata-se, portanto, dos prin-
ção, ou seja, o CDC impõe, como diretrizes da Políti- cípios que regem as relações de consumo, tais como
ca Nacional das Relações de Consumo, a educação e proteção à vida, saúde e segurança, educação e infor-
a informação tanto do fornecedor, como do consu- mação, não abusividade, equilíbrio contratual, pre-
midor. Por conscientização, entende-se a busca tan- venção e reparação integral, entre outros.
to pela educação formal, como, por exemplo, com a
inclusão do tema nas grades curriculares das escolas, Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
como na educação informal, como, por exemplo, nas I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os
ações dos Procons ou das associações civis. riscos provocados por práticas no fornecimento
O quinto princípio estabelecido no art. 4º, do CDC, de produtos e serviços considerados perigosos ou
é o Princípio do Incentivo à Autoiniciativa. Trata-se nocivos;
do incentivo à criação de meios eficientes de contro- II - a educação e divulgação sobre o consumo ade-
le de qualidade e segurança de produtos e serviços quado dos produtos e serviços, asseguradas a liber-
pelos fornecedores, além do incentivo aos mecanis- dade de escolha e a igualdade nas contratações;
mos alternativos de solução de conflitos, tais como os III - a informação adequada e clara sobre os dife-
métodos extrajudiciais de solução de controvérsias, rentes produtos e serviços, com especificação cor-
como a arbitragem, mediação e conciliação. reta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
O sexto princípio é o Princípio da Coibição do
sobre os riscos que apresentem;
Abuso, que se refere à obrigação do Estado de coibir
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
e reprimir os abusos praticados no mercado de consu- abusiva, métodos comerciais coercitivos ou des-
mo, como, por exemplo, a concorrência desleal e a uti- leais, bem como contra práticas e cláusulas abu-
lização indevida de inventos e criações industriais de sivas ou impostas no fornecimento de produtos e
marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que serviços;
possam causar prejuízos aos consumidores. V - a modificação das cláusulas contratuais que
O sétimo princípio previsto é o Princípio da Racio- estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
nalização e Melhoria dos Serviços Públicos, ou seja, revisão em razão de fatos supervenientes que as
os serviços devem ser prestados de modo adequado tornem excessivamente onerosas;
e racional. Esse princípio será retomado quando for VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-
analisado o art. 22, do CDC, que trata da obrigatorieda- moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
de de os serviços serem fornecidos de forma adequa- VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrati-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

da, eficiente, segura e, no caso de serviço essencial, de vos com vistas à prevenção ou reparação de danos
modo contínuo por parte dos órgãos públicos ou por patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
intermédio de suas concessionárias. difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-
trativa e técnica aos necessitados;
O oitavo e último princípio disposto no art. 4º, do
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusi-
CDC, é o Princípio do Estudo Constante das Modifi-
ve com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
cações do Mercado de Consumo, ou seja, a necessi- processo civil, quando, a critério do juiz, for veros-
dade de constante averiguação da evolução de oferta símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
de produtos e serviços no mercado de consumo em segundo as regras ordinárias de experiências;
decorrência do desenvolvimento de novas tecnologias IX - (Vetado);
ou de novos hábitos. X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
Por outro lado, o art. 5º, do CDC, estabelece os ins- públicos em geral.
trumentos a serem utilizados na sua execução da polí- XI - a garantia de práticas de crédito responsável,
tica Nacional das Relações de Consumo. São eles: de educação financeira e de prevenção e tratamento 481
de situações de superendividamento, preservado o
O inciso VI, do art. 6º, do CDC trata do direito à
mínimo existencial, nos termos da regulamentação,
prevenção e reparação integral, de modo a impor a
por meio da revisão e da repactuação da dívida,
completa reparação de danos patrimoniais e morais,
entre outras medidas;
quer individuais, coletivos ou difusos. Por esse direito,
XII - a preservação do mínimo existencial, nos ter-
depreende-se que o CDC veda o tarifamento de inde-
mos da regulamentação, na repactuação de dívidas
e na concessão de crédito;
nização por dano moral nos contratos de consumo,
XIII - a informação acerca dos preços dos produ- ou seja, cabe ao juiz, no caso concreto, estabelecer os
tos por unidade de medida, tal como por quilo, por valores indenizatórios com base nas características.
litro, por metro ou por outra unidade, conforme o O inciso VII estabelece o direito ao acesso à Jus-
caso. tiça. Portanto, ao consumidor é assegurado o acesso
Parágrafo único. A informação de que trata o inci- aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
so III do caput deste artigo deve ser acessível à prevenção ou reparação de danos.
pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento. Dica
O inciso I, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito Esse princípio deve ser conjugado com o art.
de proteção à vida, saúde e segurança como direito 5º, do CDC, que prevê, como instrumentos de
fundamental contra os riscos provocados por práticas execução da Política Nacional das Relações
no fornecimento de produtos e serviços considerados de Consumo, a instituição ou a manutenção
perigosos ou nocivos. Conforme será visto a seguir, de assistência jurídica, integral e gratuita para
os arts. 8º a 11 são destinados à proteção à saúde e o consumidor carente, a instituição de Promo-
à segurança do consumidor e à responsabilização do torias de Justiça de Defesa do Consumidor e a
fornecedor pelos acidentes de consumo. criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau-
O inciso II, do art. 6º, do CDC, trata do direito à sas e Varas Especializadas para a solução de lití-
educação e divulgação sobre consumo adequado, gios de consumo.
uma vez que é direito do consumidor a educação e
a divulgação sobre consumo adequado dos produtos O inciso VIII, do art. 6º, do CDC, dispõe sobre o
e serviços, visando que as escolhas sejam realizadas direito à facilitação da defesa dos direitos, mani-
de modo correto e sem artimanhas. O dispositivo festada por diversos mecanismos, tais como a soli-
engloba, ainda, o dever de assegurar a liberdade de dariedade passiva na reparação de danos (Art. 7º), a
decidir e o acesso em igualdade de condições a outros responsabilização objetiva por fato do produto ou ser-
consumidores. viço (Arts. 12 e 14), a vedação à denunciação da lide
O inciso III estabelece o direito à informação, de (Art. 88), a prerrogativa da propositura da ação no
modo a garantir ao consumidor que sejam prestadas domicílio do consumidor-autor (Art. 101, inciso I, do
as informações adequadas e claras sobre os diferentes CDC) e a possibilidade de inversão do ônus da prova.
produtos e serviços, sendo dever do fornecedor a sua Por fim, o inciso X estabelece o direito à adequa-
prestação. O dever de informação refere-se à especifi- da e eficaz prestação dos serviços públicos.
cação correta de quantidade, característica, composi- Já nos termos do art. 7º, do CDC, os direitos estabe-
ção, qualidade, tributos incidentes e preço, além dos lecidos pela norma não excluem outros decorrentes
riscos que podem apresentar o produto ou serviço. de tratados ou convenções internacionais, da legis-
lação interna ordinária, de regulamentos expedidos
São desdobramentos do direito à informação a pelas autoridades administrativas competentes, bem
garantia da cognoscibilidade prevista no art. 46, do como dos que derivem dos princípios gerais do direi-
CDC, e as regras de redação dos contratos de adesão to, analogia, costumes e equidade.
trazidas no art. 54, § 3º e 4º do CDC.
Art. 7º Os direitos previstos neste código não
O inciso IV trata do direito a não abusividade, ou excluem outros decorrentes de tratados ou conven-
seja, a proteção contra a publicidade enganosa e abu- ções internacionais de que o Brasil seja signatário,
siva, contra métodos comerciais coercitivos ou des- da legislação interna ordinária, de regulamentos
leais, assim como contra práticas e cláusulas abusivas expedidos pelas autoridades administrativas com-
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. petentes, bem como dos que derivem dos princípios
Os conceitos de publicidade enganosa e abusiva, gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
inclusive por omissão, estão previstos no art. 37, do Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa,
CDC. O elenco das práticas abusivas foi exemplifica- todos responderão solidariamente pela reparação
do no art. 39. Por fim, a garantia de não exposição a dos danos previstos nas normas de consumo.
qualquer tipo de situação vexatória, constrangimento
ou ameaça no caso de inadimplência encontra-se dis- Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
ciplinada no art. 42 e o rol das cláusulas contratuais e da Reparação dos Danos
consideradas abusivas no art. 51, do CDC.
O inciso V do art. 6º, do CDC, estabelece o direito Com relação à qualidade do produto e serviço, à
ao equilíbrio contratual. Por equilíbrio contratual prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra-
entende-se a garantia de modificação de cláusulas tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo
contratuais que estabeleçam prestações despropor- as regras preventivas.
cionais ou sua revisão em razão de fatos superve-
nientes que as tornem excessivamente onerosas. Esse Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer-
direito também é denominado de princípio da modi- cado de consumo não acarretarão riscos à saúde
ficação das prestações desproporcionais ou princípio ou segurança dos consumidores, exceto os conside-
482 da preservação. rados normais e previsíveis em decorrência de sua
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, consumo, tiver conhecimento da periculosidade
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- que apresentem, deverá comunicar o fato imediata-
sárias e adequadas a seu respeito. mente às autoridades competentes e aos consumi-
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri- dores, mediante anúncios publicitários.
cante cabe prestar as informações a que se refere § 2º Os anúncios publicitários a que se refere o §
este artigo, através de impressos apropriados que anterior serão veiculados na imprensa, rádio e
devam acompanhar o produto. televisão, às expensas do fornecedor do produto ou
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipa- serviço.
mentos e utensílios utilizados no fornecimento de § 3º Sempre que tiverem conhecimento de pericu-
produtos ou serviços, ou colocados à disposição losidade de produtos ou serviços à saúde ou segu-
do consumidor, e informar, de maneira ostensiva rança dos consumidores, a União, os Estados, o
e adequada, quando for o caso, sobre o risco de Distrito Federal e os Municípios deverão informá-
contaminação. -los a respeito.

Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro- Trata-se do chamado recall.
duto ou o serviço da relação de consumo não devem Se por um lado o CDC busca privilegiar a prevenção,
acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi- por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por esse
dores. No entanto, existem riscos considerados nor- motivo que um dos direitos fundamentais do consumi-
mais e previsíveis, que são da própria natureza de dor é a reparação integral, sendo que a responsabilida-
determinados produtos ou serviços, como, por exem- de é solidária, conforme estudado no inciso VI, do art.
plo, uma serra ou um processador de alimentos, que 6º e Parágrafo Único, do art. 7º, respectivamente. Assim
podem trazer determinado risco no seu manuseio. sendo, o CDC dedicou seção própria para disciplinar a
Existe, também, produto ou serviço cujo grau de responsabilidade civil do fornecedor/prestador.
periculosidade ou de nocividade é mais acentuada,
tais como no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de
dedetização. Nesses casos, face à utilidade gerada com Importante!
sua colocação no mercado, é necessário que o produto
ou serviço seja acompanhado de informações ostensi-
A responsabilidade pode ser apurada em três
vas e adequadas sobre sua nocividade e periculosida- esferas: civil, penal e administrativa. O CDC tra-
de, sem prejuízo de outras medidas no caso concreto, ta, nos arts. 12 a 25, da responsabilidade civil,
nos termos do art. 9º. ou seja, da responsabilidade de indenizar caso a
conduta gere um dano ao consumidor.
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten-
cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-
rança deverá informar, de maneira ostensiva e Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilidade
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculo- civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e o fato do
sidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas produto ou serviço. Vício refere-se a uma improprieda-
cabíveis em cada caso concreto. de ou inadequação do objeto de consumo quanto a sua
qualidade ou quantidade, atingindo a esfera econômi-
A Lei nº 13.486/17 inseriu os dois parágrafos cons- ca do consumidor, como, por exemplo, um aparelho ele-
tantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata da obriga- trônico que não liga ou não funciona adequadamente
ção do fabricante de produto industrial de prestar ou um alimento embalado como 1 (um) quilo, mas que
as informações relativas à segurança por meio de contém somente 900 (novecentos) gramas. Fato diz res-
impressos apropriados que o acompanhem. Já o peito ao denominado acidente de consumo, ou seja,
segundo trata da exigência de higienização dos equi- um defeito no produto ou serviço que vai atingir a saú-
pamentos e utensílios utilizados no fornecimento de de ou a segurança do consumidor, como, por exemplo,
produtos ou serviços, informando ostensiva e adequa- um aparelho eletrônico montado de forma errada e que
damente sobre eventual risco de contaminação. pode explodir ou um alimento contaminado.
Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade
O art. 10 trata da hipótese de a periculosidade ou civil pelo fato do produto ou serviço:
nocividade do produto ou serviço extrapolar o razoá-
vel. Nesse caso, o CDC veda expressamente a sua colo- Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor,
cação no mercado, como, por exemplo, nos casos de nacional ou estrangeiro, e o importador respon-
medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais dem, independentemente da existência de culpa,
pela reparação dos danos causados aos consumido-
superam os benefícios trazidos.
res por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

No entanto, existem casos em que esse risco só


construção, montagem, fórmulas, manipulação,
é detectado após a colocação do produto ou serviço apresentação ou acondicionamento de seus pro-
no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga- dutos, bem como por informações insuficientes ou
do a comunicar o fato imediatamente às autoridades inadequadas sobre sua utilização e riscos.
competentes e aos consumidores, mediante anúncios § 1º O produto é defeituoso quando não oferece a
publicitários, veiculados na imprensa, rádio e televi- segurança que dele legitimamente se espera, levan-
são, às suas expensas. do-se em consideração as circunstâncias relevan-
tes, entre as quais:
Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer- I - sua apresentação;
cado de consumo produto ou serviço que sabe ou II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
deveria saber apresentar alto grau de nocividade III - a época em que foi colocado em circulação.
ou periculosidade à saúde ou segurança. § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado
posteriormente à sua introdução no mercado de no mercado. 483
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou impor- apenas quando o fabricante, o construtor, o produtor
tador só não será responsabilizado quando provar: ou o importador não puderem ser identificados ou,
I - que não colocou o produto no mercado; podendo, não o são de fato.
II - que, embora haja colocado o produto no merca- Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto
do, o defeito inexiste; é, aqueles colocados no mercado sem processos indus-
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. triais ou de transformação, como uma refeição servi-
da em restaurante ou a venda de cereais a granel no
z Tipos de Responsabilidade Civil no CDC: varejo. Também há responsabilidade do comerciante
no caso de o produto fornecido sem identificação cla-
„ Responsabilidade objetiva (3 elementos): ra do seu fabricante, produtor, construtor ou impor-
Conduta (ação ou omissão) + Dano (resulta- tador. Por fim, há a responsabilidade no caso de má
do) + Nexo de Causalidade (a conduta gerou o conservação do produto, como nas hipóteses de pro-
resultado); duto com lacre violado ou mau acondicionado.
„ Responsabilidade subjetiva (4 elementos):
Conduta (ação ou omissão) + Dano (resultado) + Art. 13 O comerciante é igualmente responsável,
Nexo de Causalidade (a conduta gerou o resul- nos termos do artigo anterior, quando:
tado) + Culpa em sentido amplo (dolo ou culpa). I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o impor-
tador não puderem ser identificados;
O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri- II - o produto for fornecido sem identificação cla-
buir a responsabilidade objetiva do fabricante, ra do seu fabricante, produtor, construtor ou
produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou importador;
importador pelos danos causados aos consumidores III - não conservar adequadamente os produtos
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons- perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
contra os demais responsáveis, segundo sua parti-
como por informações insuficientes ou inadequadas cipação na causação do evento danoso.
sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto,
de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde-
pende da existência de culpa.
Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
Importante!
vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é, Em decorrência da dificuldade de prova, o Pará-
desde a concepção do produto até a sua divulgação. grafo Único, do art. 13, estabelece a possibilidade
Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo. de o consumidor ingressar com a demanda em
Complementando o caput do art. 12, o § 1º concei- face de todos os integrantes da cadeia de produ-
tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede ção/fornecimento por meio de ação regressiva,
ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam de modo a resolver entre si a questão em confor-
os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris-
midade com sua participação no evento danoso.
cos decorrentes da própria natureza do produto, ten-
do em consideração sua apresentação, uso e riscos
razoáveis e a época em que foi colocado em circula- Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen-
ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com dentemente da existência de culpa, pela reparação
a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou dos danos causados aos consumidores por defeitos
automóvel cujo airbag não funciona adequadamente. relativos à prestação dos serviços, bem como por
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de informações insuficientes ou inadequadas sobre
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer- sua fruição e riscos.
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli- § 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
cando melhor: o fato de existirem computadores ou segurança que o consumidor dele pode esperar,
telefones celulares com novas tecnologias não torna levando-se em consideração as circunstâncias rele-
os produtos anteriores defeituosos. vantes, entre as quais:
O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden- I - o modo de seu fornecimento;
te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri- II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que: se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
z Não colocou o produto no mercado, como, por adoção de novas técnicas.
exemplo, nos casos decorrentes de falsificação do § 3º O fornecedor de serviços só não será responsa-
produto; bilizado quando provar:
z Embora tenha colocado o produto no mercado, o I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
defeito inexiste, ou seja, que o produto foi devida- II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
mente fabricado ou o serviço regularmente prestado; § 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais
z A culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei- liberais será apurada mediante a verificação de
ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili- culpa.
zado em voltagem incorreta e pega fogo.
O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje-
O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre
comerciante. Como regra, o acidente de consumo com o produto, o acidente de consumo decorrente
ocorre por um defeito no processo de fabricação do de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon-
produto. Deste modo, quando se trata de fato do pro- sabilização do fornecedor, independentemente da
duto, diferente do que ocorre com o vício, a responsa- existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
bilidade principal é sempre do fabricante, construtor, dos aos consumidores pela existência de defeito ou
484 produtor ou importador, respondendo o comerciante informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo:
serviço de dedetização com aplicação de veneno em III - o abatimento proporcional do preço.
dosagem acima do recomendado, de modo a causar § 2º Poderão as partes convencionar a redução
intoxicação ao consumidor. ou ampliação do prazo previsto no § anterior, não
O § 1º, do art. 14, que traz o conceito de serviço podendo ser inferior a sete nem superior a cento e
defeituoso, ou seja, aquele que não fornece a segu- oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula
rança esperada ao consumidor, tendo em vista as cir- de prazo deverá ser convencionada em separado,
cunstâncias relevantes, entre as quais o modo do seu por meio de manifestação expressa do consumidor.
fornecimento, o resultado e risco que dele são espera- § 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das
alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em
dos e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência
razão da extensão do vício, a substituição das par-
de informação adequada sobre a profundidade de
tes viciadas puder comprometer a qualidade ou
uma piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede características do produto, diminuir-lhe o valor ou
que mergulhou no local. se tratar de produto essencial.
O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13. § 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível
evolução das técnicas de execução de um serviço. a substituição do bem, poderá haver substituição
Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço por outro de espécie, marca ou modelo diversos,
somente pelo fato de existirem técnicas mais moder- mediante complementação ou restituição de even-
nas para sua execução. tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto
Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu- nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
dentes de responsabilidade. De acordo com o § 5º No caso de fornecimento de produtos in natura,
dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon- será responsável perante o consumidor o fornece-
sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o dor imediato, exceto quando identificado claramen-
defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor te seu produtor.
ou de terceiro. § 6º São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam
O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje-
vencidos;
tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi-
II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-
lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto,
dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-
deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço aqueles em desacordo com as normas regulamen-
prestado por um médico em seu consultório, a res- tares de fabricação, distribuição ou apresentação;
ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve-
negligência, imprudência ou imperícia. lem inadequados ao fim a que se destinam.
Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente
para proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
denominado consumidor bystander, ou seja, aque- respeitadas as variações decorrentes de sua natu-
la vítima que não participou diretamente do negócio, reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
mas sofreu as consequências do evento danoso. São constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
exemplos: ou de mensagem publicitária, podendo o consumi-
dor exigir, alternativamente e à sua escolha:
z Aparelho celular que explode com terceiro que I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
não aquele que comprou o aparelho;
III - a substituição do produto por outro da mesma
z Avião que cai em uma residência e mata, além de
espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
seus passageiros, os moradores do local. IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se perdas e danos.
aos consumidores todas as vítimas do evento. § 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do
artigo anterior.
Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil § 2º O fornecedor imediato será responsável quan-
pelo vício do produto ou serviço. Vejamos: do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento
utilizado não estiver aferido segundo os padrões
Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo oficiais.
duráveis ou não duráveis respondem solidariamen-
te pelos vícios de qualidade ou quantidade que os Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e
tornem impróprios ou inadequados ao consumo a 19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos
que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim que, em razão da qualidade ou quantidade, se tornem
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

como por aqueles decorrentes da disparidade, com impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes dimi-
a indicações constantes do recipiente, da embala- nuam o valor, assim como por aqueles decorrentes de
gem, rotulagem ou mensagem publicitária, respei-
disparidade. Exemplo: computador cuja memória ou
tadas as variações decorrentes de sua natureza,
processador é inferior ao informado nas suas especi-
podendo o consumidor exigir a substituição das
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior
partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de ao especificado na embalagem. Semelhante ao fato do
trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa- produto, a responsabilidade civil por vício do produ-
mente e à sua escolha: to também é objetiva, recaindo tanto sobre produtos
I - a substituição do produto por outro da mesma duráveis como não duráveis.
espécie, em perfeitas condições de uso; A durabilidade do produto ou serviço está relacio-
II - a restituição imediata da quantia paga, mone- nada à expectativa de sua utilidade para com o consu-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais midor. Assim, considera-se produto durável aquele
perdas e danos; que não se consuma imediatamente, possuindo vida 485
útil com duração razoável, tais como, automóveis, z Substituição do produto por outro da mesma espé-
celulares, computadores; já os serviços duráveis são cie, ou por produto diverso, mediante comple-
aqueles cujos efeitos são por prazo também razoáveis, mentação ou restituição de eventual diferença de
tais como reforma ou pintura de imóvel ou assistência preço;
técnica de eletrodoméstico, entre outros. z Restituição imediata da quantia paga.
Em contrapartida, produtos não duráveis são
aqueles cujo consumo importa em destruição imedia- O art. 20 do CDC disciplina a responsabilida-
ta da substância ou em lapso temporal muito peque- de pelos serviços com vício de qualidade, ou seja,
no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de aquele vício que o torne impróprio ao consumo ou
higiene pessoal; serviços não duráveis são aqueles que lhe diminua o valor, como, por exemplo, aque-
que perduram por um prazo bem curto, tais como ser- les decorrentes de disparidade com relação à oferta
viços de transporte, lavagem de automóvel, manicure, publicitária. Disciplina, ainda, a responsabilidade
entre outros. pelos serviços impróprios, isto é, aqueles que se mos-
De acordo com o caput do art. 18, complementado tram inadequados para o fim que dele se espera, assim
por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e como aquele que não atende às normas regulamenta-
consumo os produtos cujos prazos de validade este- res de prestabilidade, tais como serviço de funilaria
jam vencidos; os produtos deteriorados, alterados, de automóvel que descasca na semana seguinte à rea-
adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, lização; planos de prestadoras de telefonia móvel com
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, serviço indisponível; planos de saúde sem cobertura
ainda, aqueles em desacordo com as normas regula- prevista, entre outros. Nesses casos, pode o consumi-
mentares de fabricação, distribuição ou apresentação; dor optar pelas seguintes alternativas: reexecução dos
os produtos que, por qualquer motivo, se revelem ina- serviços, sem custo adicional ou realização deste por
terceiro capacitado, por conta e risco do fornecedor;
dequados ao fim a que se destinam. São exemplos: os
restituição imediata da quantia paga; abatimento pro-
produtos perecíveis, tais como alimentos, cujo prazo
porcional do preço.
se encontra fora da validade ou brinquedo falsificado
ou que não atenda às normas técnicas de fabricação
Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos
ou segurança.
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para aqueles decorrentes da disparidade com as indica-
sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma ções constantes da oferta ou mensagem publicitá-
destas possibilidades: ria, podendo o consumidor exigir, alternativamente
e à sua escolha:
z Pedir a substituição do produto por outro da mes- I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por quando cabível;
produto diverso mediante complementação ou II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
restituição de eventual diferença de preço; tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
z Pedir a restituição imediata da quantia paga, perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
monetariamente atualizada, sem prejuízo de even-
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada
tuais perdas e danos;
a terceiros devidamente capacitados, por conta e
z Pedir o abatimento proporcional do preço. risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem
Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o res- inadequados para os fins que razoavelmente deles
sarcimento do valor pago ou a diminuição do seu se esperam, bem como aqueles que não atendam as
preço. normas regulamentares de prestabilidade.

Não há, no CDC, previsão expressa de vício de


Importante! quantidade do serviço. No entanto, aplica-se, por
analogia, o artigo do CDC que trata do vício de quanti-
O consumidor não precisa aguardar o prazo legal
dade do produto.
para fazer uso dessas alternativas se, em razão O art. 22 trata dos serviços públicos, sejam estes
da extensão do vício, a substituição das partes prestados pelos órgãos públicos diretamente ou indi-
viciadas puder comprometer a qualidade ou retamente pelas empresas concessionárias, permis-
características do produto, diminuir-lhe o valor sionárias ou autorizadas.
ou tratar-se de produto essencial. A responsabilidade pelos serviços públicos é obje-
tiva e deve o serviço ser fornecido de modo adequado,
eficiente, seguro e, no caso de serviço essencial, como
O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do serviço de água, iluminação e segurança pública, por
produto, ou seja, aquele decorrente de variação não exemplo, de forma contínua.
tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício concessionárias, permissionárias ou sob qualquer
cujo peso não atinja ao informado na embalagem. outra forma de empreendimento, são obrigados a
Ao consumidor, cabe optar por uma destas fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
alternativas: quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
z Abatimento proporcional do preço; total ou parcial, das obrigações referidas neste
486 z Complementação do peso ou medida; artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
cumpri-las e a reparar os danos causados, na for- § 2º Sendo o dano causado por componente ou peça
ma prevista neste código. incorporada ao produto ou serviço, são responsá-
veis solidários seu fabricante, construtor ou impor-
Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne- tador e o que realizou a incorporação.
cedor desconhecer o vício de qualidade por inade-
quação dos produtos e serviços não o exime de sua Os arts. 26 e 27 do CDC estabelecem as regras sobre
responsabilidade. decadência e prescrição. Assim:

Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes
de qualidade por inadequação dos produtos e servi- ou de fácil constatação caduca em:
ços não o exime de responsabilidade. I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser-
viço e de produtos não duráveis;
O art. 24 trata da garantia legal de adequação do II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia serviço e de produtos duráveis.
decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja, § 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término
ela é assegurada ao consumidor independentemente
da execução dos serviços.
de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
§ 2º Obstam a decadência:
por vício no serviço ou produto.
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e ser-
Art. 24 A garantia legal de adequação do produto viços até a resposta negativa correspondente, que
ou serviço independe de termo expresso, vedada a deve ser transmitida de forma inequívoca;
exoneração contratual do fornecedor. II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu
São modalidades de garantia: encerramento.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decaden-
z Garantia legal cial inicia-se no momento em que ficar evidenciado
o defeito.
„ É obrigatória; Art. 27 Prescreve em cinco anos a pretensão à
„ Independe de termo expresso; reparação pelos danos causados por fato do pro-
„ Vedada exoneração do fornecedor; duto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
„ 30 dias produtos e serviços não duráveis; tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
„ 90 dias produtos e serviços duráveis. conhecimento do dano e de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).
z Garantia contratual
Inicialmente, cumpre mencionar que o CDC traz
„ Não é obrigatória; a responsabilidade do fornecedor para os casos de
„ Depende de termo expresso; vícios aparentes ou de fácil constatação e não
„ É complementar à garantia legal. somente para os vícios ocultos. Para tanto, o prazo
decadencial é de 30 (trinta) dias para bens não durá-
Portanto, quem fixa a garantia legal é o CDC. Já as veis ou 90 (noventa) dias para bens duráveis. Assim,
partes podem fixar a garantia contratual, que é com- o consumidor possui 30 dias para reclamar de um
plementar a legal. Deste modo, este prazo começa a alimento ou medicamento e 90 dias para reclamar de
valer após expirado o prazo da garantia legal. Exem- um eletrodoméstico ou eletrônico.
plo: se para determinado produto a garantia legal é de Nos termos do art. 26, § 1º, o prazo decadencial
30 (trinta) dias, mas o fornecedor concede 7 (sete) dias tem início com a entrega efetiva do produto ou do tér-
de garantia contratual. Na realidade, serão 37 (trinta mino da execução do serviço. Isto significa dizer que
e sete) dias no total. se um objeto, por exemplo, é comprado como presen-
te, o prazo só começa a fluir com a entrega ao presen-
O prazo de garantia legal não está no art. 24. Ele é teado e não com a data da compra.
expresso no art. 26.

Complementando o art. 24, o art. 25 do CDC veda a


Importante!
exoneração ou atenuação da garantia legal por meio Este dispositivo é aplicado no caso de vício apa-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

de contrato, ou seja, o fato de não estar previsto em rente ou de fácil constatação, ou seja, aquele que
contrato não retira a garantia do produto. Exemplo, o pode ser facilmente detectado. Caso se trate de
fato de um estacionamento fixar placas dizendo que vício oculto, o prazo decadencial terá início no
não se responsabiliza pelo veículo não o exime de sua momento em que ficar evidenciado o defeito,
responsabilidade. com conformidade com o § 3º.

Art. 25 É vedada a estipulação contratual de cláu-


sula que impossibilite, exonere ou atenue a obri- O § 2º do art. 26 traz as hipóteses de obstaculização
gação de indenizar prevista nesta e nas seções da decadência. São elas: reclamação formulada pelo
anteriores. consumidor até a resposta negativa do fornecedor e
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação a instauração de inquérito civil a cargo do Ministério
do dano, todos responderão solidariamente pela Público, até seu encerramento. Portanto, nestas hipó-
reparação prevista nesta e nas seções anteriores. teses não computa o prazo. 487
Se a decadência tem por efeito extinguir o direito, O art. 29 trata das disposições gerais e traz o con-
a prescrição visa extinguir a ação. A prescrição para ceito de consumidor em sentido amplo, exposto ou
o fato do produto ou serviço encontra-se disciplina- virtual. Assim:
da no art. 27 do CDC. Assim, o prazo para que o consu-
midor ingresse com a ação para reparação dos danos
Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
causados por fato do produto ou do serviço prescreve
equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
em 5 (cinco) anos, contados a partir do conhecimento
do dano e de sua autoria. determináveis ou não, expostas às práticas nele
previstas.
VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO –
INADEQUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das
30 produtos e serviços não hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra-
duráveis ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º a todas
Decadência as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas
90 para produtos e servi-
ços duráveis previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten-
cial que, embora não tenham concretizado a relação
Fato do produto ou do serviço – acidente de consumo
de consumo, encontram-se exposto às práticas do
Prescrição 5 anos mercado, tais como oferta e publicidade.
As regras acerca da oferta são tratadas nos arts. 30
O art. 28 do CDC trata da Desconsideração da Per- a 35 do CDC. Vejamos os dispositivos:
sonalidade Jurídica:
Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficien-
Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personali-
dade jurídica da sociedade quando, em detrimento temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
do consumidor, houver abuso de direito, excesso meio de comunicação com relação a produtos e ser-
de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou vio- viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece-
lação dos estatutos ou contrato social. A descon- dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra
sideração também será efetivada quando houver o contrato que vier a ser celebrado.
falência, estado de insolvência, encerramento ou
inatividade da pessoa jurídica provocados por má O princípio da vinculação da oferta está previsto
administração.
no art. 30 do CDC. Por oferta, entende-se toda e qual-
§ 1º(Vetado).
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societá- quer manifestação de vontade do fornecedor com o
rios e as sociedades controladas, são subsidiaria- objetivo de externar sua intenção de contratar e as
mente responsáveis pelas obrigações decorrentes condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
deste código. espécie de informação pré-contratual.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamen- A oferta possui as seguintes características:
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste
código.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por z Deve abranger toda informação ou publicidade,
culpa. desde que suficientemente precisa, de modo a
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa identificar o produto ou serviço ofertado pelo for-
jurídica sempre que sua personalidade for, de algu- necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio
ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
causados aos consumidores.
são, folheto, cartaz, entre outros;
Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio z A oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
particular das pessoas que compõem o quadro socie- mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produ-
tário de determinada empresa, sempre que haja des- to a R$ 100,00 (cem reais), mesmo que alegue que
vio de finalidade ou abuso de direito em relação à o valor correto seria R$ 130,00 (cento e trinta), é
autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica. obrigado a cumprir intregalmente a oferta, pouco
Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do con-
importando a alegação de que o anúncio saiu com
sumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, quer
abusivos quer fraudulentos quer ilícitos. erro.
Além disso, resguarda o consumidor no caso de
atos culposos graves, tais como a má administração, Fornecedor fez a oferta e vinculou, sua responsabi-
que levem à falência, insolvência ou extinção da pes- lidade é objetiva, ou seja, independe de culpa/dolo na
soa jurídica, permitindo também a desconsideração oferta errada, salvo no caso de a oferta possuir erro
da pessoa jurídica. grosseiro, patente e identificável, como, por exemplo,
A desconsideração da personalidade jurídica pre- vinculou o produto por R$ 100,00 (cem reais), mas ele
vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil.
custa R$ 1.000,00 (um mil).
A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é
maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi-
dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de z A oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
direito, fraude ou confusão patrimonial. mesmo que não constante expressamente do teor
das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento
Das Práticas Comerciais da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na
As práticas comerciais estão disciplinadas nos aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a
arts. 29 a 45, de modo a envolver a oferta, a publici- concessionária se compromete a entregá-lo com o
dade, as práticas abusivas, as regras para cobrança de tanque de combustível completo, mesmo que isso
488 dívidas e o tratamento dos dados dos consumidores. não conste do contrato a ser celebrado.
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser
composição, preço, garantia, prazos de validade utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura-
e origem, entre outros dados, bem como sobre os bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos,
riscos que apresentam à saúde e segurança dos ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi-
consumidores. ção por este prazo.
Parágrafo único. As informações de que trata este O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transpa-
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
rência nas relações de consumo, de modo que haja a
correta identificação do fabricante e do seu domicí-
O art. 31, por sua vez, trata das características da lio empresarial tanto na embalagem, publicidade ou
oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser- em todos os seus impressos. Já o seu Parágrafo Único
viços. São característica da oferta: proíbe a publicidade de bens e serviços por telefone,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a
z Informação correta, ou seja, verdadeira, não origina. Exemplo: operadora de celular que liga para
podendo ser engnosa; oferecer um determinado produto ao cliente quando
este se encontra fora da área de cobertura gratuita,
Puffing é uma técnica admitida no ordenamento de modo a pagar pela chamada realizada pela própria
juridico em que há um exagero publicitário, denomi- operadora.
nado dolus bônus. Exemplo: “melhor hamburger do
mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto, Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
esta técnica só é permitida se a informação que cons- reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser os impressos utilizados na transação comercial.
melhor hamburger do mundo para Fulano e não ser Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
para Beltrano. serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina.
z Informação clara e de entendimento de imediato;
z Informação precisa e exata. Exemplo: pacote com O art. 34 do CDC trata da responsabilidade pelos
20kg; atos dos prepostos ou representantes autônomos.
z Informação ostensiva, sendo fácil percepção e ca- Assim, o fornecedor é solidariamente responsável
pitação; pelos atos de seus agentes.
z Informação em língua portuguesa;
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
tos ou representantes autônomos.
Importante!
É possível a utilização de Língua Estrangeira Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o
para produtos e serviços importados, porém de consumidor diante da recusa do fornecedor em cum-
forma excepcional. prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha, optar por
exigir o cumprimento forçado da oferta; aceitar outro
z Informação indelével, ou seja, que não se apaga com produto/serviço equivalente; rescindir o contrato.
o tempo;
z Informação legível (visível). Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
Quanto ao modo de apresentação, os produtos publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
ou serviços devem conter as características, qualida- te e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos
termos da oferta, apresentação ou publicidade;
de validade e origem, entre outros dados, tais como
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran- equivalente;
ça do consumidor. III - rescindir o contrato, com direito à restituição
O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado-
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

de quantia eventualmente antecipada, monetaria-


res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo: mente atualizada, e a perdas e danos.
o fabricante disponibiliza um determinado equipa-
mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize Uma das espécies de oferta é a publicidade. Ofer-
tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as ta é gênero do qual comporta toda e qualquer decla-
peças para reposição deste na versão antiga. ração de vontade voltada à celebração da relação de
consumo, ao passo que publicidade é a informação
Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão que promove comercialmente o produto ou serviço.
assegurar a oferta de componentes e peças de repo- As normas que disciplinam a publicidade são trata-
sição enquanto não cessar a fabricação ou impor- das nos arts. 36 a 38 do CDC. Vejamos os dispositivos:
tação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa- Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for-
ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá- ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden-
vel de tempo, na forma da lei. tifique como tal. 489
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da
para informação dos legítimos interessados, os publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici-
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten- dade não é enganosa ou abusiva.
tação à mensagem.
Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou Das Práticas abusivas
abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informa- As regras sobre as práticas abusivas encontram-
ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
-se nos arts. 39 a 41 do CDC. Vejamos os dispositivos:
ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser-
erro o consumidor a respeito da natureza, carac-
viços, dentre outras práticas abusivas:
terísticas, qualidade, quantidade, propriedades,
I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser-
origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
viço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
dutos e serviços. bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis- II - recusar atendimento às demandas dos consu-
criminatória de qualquer natureza, a que incite à midores, na exata medida de suas disponibilidades
violência, explore o medo ou a superstição, se apro- de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos
veite da deficiência de julgamento e experiência da e costumes;
criança, desrespeita valores ambientais, ou que III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicita-
seja capaz de induzir o consumidor a se compor- ção prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde serviço;
ou segurança. IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con-
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci-
enganosa por omissão quando deixar de informar mento ou condição social, para impingir-lhe seus
sobre dado essencial do produto ou serviço. produtos ou serviços;
§ 4º (Vetado). V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção excessiva;
da informação ou comunicação publicitária cabe a VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
quem as patrocina. orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
Assim, a publicidade é a prática utilizada para a entre as partes;
promoção de bens e serviços colocados no mercado, VII - repassar informação depreciativa, referente a
com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
da sua existência e convencê-lo a adquiri-lo. Nos ter- direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
mos do art. 37, a publicidade deve se pautar pelo prin-
produto ou serviço em desacordo com as normas
cípio da boa-fé, sendo proibida publicidade enganosa
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor deve ter normas específicas não existirem, pela Associação
consciência do que se trata a publicidade ao ser expos- Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
to a ela, sendo vedada a publicidade subliminar, isto credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
é, aquela oculta. Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
Importante! mediante pronto pagamento, ressalvados os casos
de intermediação regulados em leis especiais;
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí- X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
pio da identificação da publicidade. serviços.
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando
O § 1º do art. 37 traz o conceito de publicidade da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
enganosa. Por publicidade enganosa entende-se aque- XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
la que induz o consumidor a erro, independentemen- de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
te de ter sido a intenção do fornecedor de enganar ou inicial a seu exclusivo critério.
não o consumidor. XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
Portanto, a responsabilidade do fornecedor por do legal ou contratualmente estabelecido.
uma publicidade enganosa é objetiva. Exemplos de XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
comerciais ou de serviços de um número maior de
publicidade enganosa: pacote turístico que afirma
consumidores que o fixado pela autoridade admi-
contemplar o aéreo e a hospedagem e, no momento nistrativa como máximo.
da estadia, o consumidor é surpreendido com a infor- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produ-
mação de que a hospedagem não está contemplada ou tos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipó-
o fornecedor que não informa na embalagem que o tese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras
produto contém glúten e lactose e o consumidor que o grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
adquiriu é alergico e acaba sofendo danos.
Já o § 2º do art. 37 traz um rol exemplificativo O art. 39 do CDC traz, em seus incisos, rol exempli-
do que considera como publicidade abusiva, tais ficativo das práticas abusivas na relação de consumo.
como a publicidade discriminatória; a exploradora No inciso I trata do condicionamento no forneci-
do medo ou superstição; a incitadora de violência; a mento do produto ou serviço ao fornecimento de
antiambiental; a indutora de insegurança; a dirigida outro produto ou serviço, ou seja, a denominada
490 a crianças. venda casada. Exemplo: concessão de empréstimo
bancário condicionado a aquisição de seguro de vida, O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser-
consulta oftalmológica condicionada à compra dos vação das normas técnicas, ou seja, se há norma
óculos, entre outros. técnica expedida pelos órgãos oficiais competentes
O inciso I do art. 39 também impede o fornecedor regulamentando o fornecimento de produto/serviço,
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade compete ao fornecedor respeitá-la, sob pena de carac-
mínima ou máxima de um determinado produto. Por terização de prática abusiva.
esta razão, as promoções de aquisição de mais de um O inciso IX trata do intermediário obrigatório,
produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2 isto é, a recusa à venda de bens/serviços diretamen-
pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri- te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
pagamento, ressalvando nos casos em que a interme-
gatório, pois é permitido ao consumidor a alternati-
diação é regulamentada por lei. Portanto, o disposi-
va de efetuar a aquisição de apenas um produto da
tivo afasta a figura do intermediário obrigatório em
espécie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o
casos em que a lei não faz tal exigência.
caso. Quanto a limitação máxima de quantidades de O inciso X trata da elevação de preço sem justa
produtos, esta só é possível em situações justificá- causa, isto é, a elevação de preços sem justificativa,
veis, como, por exemplo, nos casos de adversida- como, por exemplo, no caso do álcool em gel no início
des climáticas ou em hipótese de racionamento de da pandemia da COVID-19.
determinado produto. O inciso XII trata do prazo para cumprimento de
O inciso II do art. 39 trata da recusa imotivada ao obrigação, de modo a vedar que o fornecedor deixe
atendimento de demanda do consumidor, ou seja, de estipular prazo para o cumprimento de sua obriga-
recusar o fornecimento de um determinado produ- ção ou fixe tal prazo a seu critério exclusivo. Exemplo,
to/serviço quer em relação aos consumidores de um construtoras que deixam de fixar prazo para conclu-
modo geral, quer em relação a um consumidor espe- são das obras.
cífico. Exemplo: ter um determinado produto em esto- O inciso XIII dispõe sobre o reajuste, de forma a
que, mas recusar vendê-lo a um consumidor por ter proibir o reajuste contratual por meio da aplicação de
com ele problemas de ordem pessoal. fórmula ou índice diverso do legal ou contratualmen-
O inciso III trata do fornecimento não solicita- te estabelecido. Exemplo: reajuste de planos de saúde
do do produto ou serviço, como, por exemplo, ban- fora do pactuado ou do permitido pela lei.
co que disponibiliza crédito em conta do correntista Por fim, o inciso XIV trata do ingresso em estabe-
como forma de ofertar empréstimo ou produto que é lecimentos comerciais. De acordo com o dispositivo,
constitui prática abusiva permitir o ingresso de um
enviado ou entregue ao consumidor, sem solicitação
número maior ao máximo permitido de consumido-
prévia.
res em estabelecimentos comerciais ou de serviços.
O fornecimento não solicitado não se confunde
Portanto, a fixação de lotação máxima fixada pela
com amostras grátis, uma vez que neste caso, o con- autoridade está relacionada à segurança.
sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto
ou serviço. Art. 40 O fornecedor de serviço será obrigado a
O inciso IV trata do abuso da condição de espe- entregar ao consumidor orçamento prévio discri-
cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o for- minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
necedor prevaleça da vulnerabilidade ou ignorância equipamentos a serem empregados, as condições
do consumidor para forçar a aquisição do produto ou de pagamento, bem como as datas de início e tér-
serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili- mino dos serviços.
dade para o mercado de consumo, como nos casos de § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado
idade, conhecimento, condição social, entre outros. terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu
O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta- recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-
gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor
mento obriga os contraentes e somente pode ser
exigir vantagem manifestamente excessiva do consu- alterado mediante livre negociação das partes.
midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de § 3º O consumidor não responde por quaisquer
categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera ônus ou acréscimos decorrentes da contratação de
exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti- serviços de terceiros não previstos no orçamento
zação da vantagem pleiteada. prévio.
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí- O art. 40 do CDC estabelece as regras acerca do
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré- orçamento prévio que deve ser entregue pelo forne-
via elaboração de orçamento e autorização expressa cedor. Neste, devem estar discriminandos: valor da
do consumido. mão-de-obra, valor dos materiais e equipamentos a
serem utilizados, as condições para pagamento e as
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

datas de início e término.


Importante! O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamento
é válido pelo prazo de 10 (dez) dias, contados do rece-
O inciso VI é complementado pelo art. 40 do bimento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível
CDC, que trata do conteúdo, validade e efeitos do a estipulação de forma diversa.
orçamento prévio elaborado pelo fornecedor. O § 2º do art. 40 estabelece que, no caso de aprova-
ção do orçamento prévio pelo consumidor, este vincu-
O inciso VII trata do repasse de informações lará fornecedor e consumidor, podendo ser alterado
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra- apenas pela vontade das partes.
ticado por este no exercício de seus direitos, com o O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da
objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de contratação de serviços de terceiros não previstos no
dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for-
uma lista de “maus pagadores”. necedor e não do consumidor. 491
Finalizando a parte atinente as práticas abusivas, escrito ao consumidor, quando não solicitada por
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for- ele.
necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati-
do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
de responder pela restituição da quantia recebida em
de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó- tuais destinatários das informações incorretas.
cio desfeito pelo consumidor. § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con-
sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê-
Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de neres são considerados entidades de caráter público.
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe- § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de
lamento de preços, os fornecedores deverão respei- débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
tar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
responderem pela restituição da quantia recebida quer informações que possam impedir ou dificultar
em excesso, monetariamente atualizada, podendo o novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do § 6o Todas as informações de que trata o caput des-
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
mediante solicitação do consumidor.
As normas acerca da cobrança de dívida estão
disciplinadas nos arts. 42 e 42-A do CDC. Vejamos os
O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido-
dispositivos:
res, que são:
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina-
z Direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
dimplente não será exposto a ridículo, nem será
informações existentes em cadastros, fichas e
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
registo de dados pessoais e de consumo, além de
ameaça.
acesso às fontes que originaram tais informações;
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan-
z Direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
tia indevida tem direito à repetição do indébito,
não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos;
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
z Direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado
acrescido de correção monetária e juros legais, sal-
incorreto constante dos arquivos de consumo;
vo hipótese de engano justificável.
z Direito à comunicação, isto é, de ser comunicado
Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de
quando seus dados forem inseridos nos arquivos
débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
de consumo.
tar o nome, o endereço e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor O art. 44 do CDC disciplina acerca do chamado
do produto ou serviço correspondente. cadastro de reclamações fundamentadas, que é uma
espécie de banco de dados de maus fornecedores.
O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De
Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor
acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá manterão cadastros atualizados de reclamações
ser submetido a qualquer tipo de constrangimento fundamentadas contra fornecedores de produtos e
ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina- A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança ou não pelo fornecedor.
efetuada em local indevido ou por meio que possibili- § 1º É facultado o acesso às informações lá cons-
te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de tantes para orientação e consulta por qualquer
publicação em rede social, por exemplo). interessado.
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
Semelhante ao art. 940 do Código Civil, o Parágrafo
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do
Único do art. 42 impõe a restituição em dobro daqui- Parágrafo Único do art. 22 deste código.
lo que o consumidor pagou em excesso em razão da
cobrança indevida, acrescido de correção monetária Da Proteção Contratual
e juros legais, exceto nos casos de engano justificável.
Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
deve ser procedida a cobrança. sobre a Proteção Contratual no Código de Defesa do
Com relação aos bancos de dados e cadastro de Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi-
consumidores, suas regras estão dispostas nos arts. deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os
43 a 44 do CDC. Vejamos os dispositivos: requisitos para a validade e eficácia dos contratos de
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no
art. 86, terá acesso às informações existentes em Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo não obrigarão os consumidores, se não
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-
suas respectivas fontes. mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem instrumentos forem redigidos de modo a dificultar
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem a compreensão de seu sentido e alcance.
de fácil compreensão, não podendo conter infor-
mações negativas referentes a período superior a As normas gerais de proteção contratual têm iní-
cinco anos. cio no art. 46 do CDC, que traz a denominada garan-
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
492 pessoais e de consumo deverá ser comunicada por do direito à informação disciplinado no inciso III do
art. 6º do CDC. Como consequência, o contrato não exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
de vontade, este não possuir conhecimento prévio do fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato duto em linguagem didática, com ilustrações.
obrigará apenas o fornecedor.
O art. 47 trata da interpretação mais favorável O art. 50 do CDC trata da garantia contratual, ou
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser seja, aquela que complementa a garantia legal discipli-
a parte vulnerável da relação de consumo. nada no art. 26, sendo facultativa e conferida median-
te termo escrito, observados os seguintes requisitos:
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor. z Ser padronizada;
z Esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o
O art. 48 do CDC disciplina as declarações de von- prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os
tade constantes de escritos particulares, recibos e ônus a cargo do consumidor;
pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou decla- z Ser entregue ao consumidor devidamente preen-
ração constante desses escritos particulares obriga- chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento;
rão os fornecedores. Assim sendo, caso o fornecedor z Estar acompanhada de manual de instrução, de
entregue um orçamento prévio ao consumidor, ele instalação e uso do produto em linguagem didáti-
estará obrigado a prestar o serviço pelo modo e pelo ca, com ilustrações.
preço orçado.
Ainda com relação à proteção contratual, os arts.
Art. 48 As declarações de vontade constantes de 51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
escritos particulares, recibos e pré-contratos rela- abusivas. Vejamos os dispositivos:
tivos às relações de consumo vinculam o fornece-
dor, ensejando inclusive execução específica, nos Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
termos do art. 84 e parágrafos. cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no produtos e serviços que:
prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
que a contratação de fornecimento de produtos e natureza dos produtos e serviços ou impliquem
serviços ocorrer fora do estabelecimento comer- renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
cial, especialmente por telefone ou a domicílio. consumo entre o fornecedor e o consumidor pes-
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi- soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
to de arrependimento previsto neste artigo, os valo- situações justificáveis;
res eventualmente pagos, a qualquer título, durante II - subtraiam ao consumidor a opção de reembol-
o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, so da quantia já paga, nos casos previstos neste
monetariamente atualizados. código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre-
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com-
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
pras realizadas fora do estabelecimento comercial.
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
Seus requisitos são:
boa-fé ou a eqüidade;
V - (Vetado);
z Exercício do direito potestativo2 dentro do prazo
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre-
legal;
juízo do consumidor;
z Contratação ocorrida fora do estabelecimento
VII - determinem a utilização compulsória de
comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo-
arbitragem;
gos, entre outros.
VIII - imponham representante para concluir ou
realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
O prazo legal para arrependimento é de 7 dias, IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
contados da assinatura do contrato ou do ato de rece- não o contrato, embora obrigando o consumidor;
bimento do produto ou serviço. X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen-
te, variação do preço de maneira unilateral;
Dica XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
Não se trata de qualquer inadequação por vício do do ao consumidor;
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

produto ou serviço, mas do direito do consumidor XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos
de desistir da relação contratual. Não se deman- de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
da motivos ou explicações, desde que obedecido lhe seja conferido contra o fornecedor;
o prazo legal e a condição de ter sido a aquisição XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilate-
realizada fora do estabelecimento comercial. ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
após sua celebração;
Art. 50 A garantia contratual é complementar à XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de nor-
legal e será conferida mediante termo escrito. mas ambientais;
Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva- XV - estejam em desacordo com o sistema de prote-
lente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira ção ao consumidor;
adequada em que consiste a mesma garantia, bem XVI - possibilitem a renúncia do direito de indeniza-
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser ção por benfeitorias necessárias.

2  Direito incontroverso e que não cabe discussões. 493


§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno
vantagem que: direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo
I - ofende os princípios fundamentais do sistema em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se
jurídico a que pertence; a Súmula nº 381 do Superior Tribunal de Justiça: “Nos
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ofício, da abusividade das cláusulas”.
ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de
III - se mostra excessivamente onerosa para o con-
adesão:
sumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do
contrato, o interesse das partes e outras circuns-
Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas
tâncias peculiares ao caso.
tenham sido aprovadas pela autoridade competen-
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusi-
te ou estabelecidas unilateralmente pelo fornece-
va não invalida o contrato, exceto quando de sua
dor de produtos ou serviços, sem que o consumidor
ausência, apesar dos esforços de integração, decor-
possa discutir ou modificar substancialmente seu
rer ônus excessivo a qualquer das partes.
conteúdo.
§ 3º (Vetado).
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfi-
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entida-
gura a natureza de adesão do contrato.
de que o represente requerer ao Ministério Público
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu-
que ajuíze a competente ação para ser declarada
la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
a nulidade de cláusula contratual que contrarie o
escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
disposto neste código ou de qualquer forma não
no § 2º do artigo anterior.
assegure o justo equilíbrio entre direitos e obriga-
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi-
ções das partes.
dos em termos claros e com caracteres ostensivos e
Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços
legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao
que envolva outorga de crédito ou concessão de
corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão
financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
pelo consumidor.
entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequa-
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi-
damente sobre:
to do consumidor deverão ser redigidas com desta-
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente
que, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
nacional;
§ 5º (Vetado)
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva
anual de juros;
III - acréscimos legalmente previstos; O contrato de adesão é uma das modalidades de
IV - número e periodicidade das prestações; comercialização e comunicação em massa. Trata-se
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimple- para conferir agilidade às transações comerciais, ou
mento de obrigações no seu termo não poderão ser seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de
superiores a dois por cento do valor da prestação. estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego-
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação ciação por parte do consumidor, como, por exemplo,
antecipada do débito, total ou parcialmente, nos contratos bancários, contratos de seguro, contra-
mediante redução proporcional dos juros e demais tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade-
acréscimos. são é trazido no art. 54 do CDC.
§ 3º (Vetado). Características do contrato de adesão:
Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis
ou imóveis mediante pagamento em prestações,
z Predeterminação: O consumidor não participa
bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
da composição das cláusulas do contrato, pois são
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas
que estabeleçam a perda total das prestações pagas previamente estabelecidas pelo fornecedor ou
em benefício do credor que, em razão do inadimple- pela autoridade competente;
mento, pleitear a resolução do contrato e a retoma- z Uniformidade: Não possui variação significativa
da do produto alienado. de um contrato para outro;
§ 1º (Vetado). z Rigidez contratual: É estável.
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro-
dutos duráveis, a compensação ou a restituição Cumpre salientar que, nos termos do § 1º do art.
das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá 54, a mera inserção de cláusula não tem o condão de
descontada, além da vantagem econômica auferida descaracterizar o contrato de adesão. Assim sendo,
com a fruição, os prejuízos que o desistente ou ina- pequenas modificações não são capazes de retirar seu
dimplente causar ao grupo. caráter de adesão.
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo O § 2º, por sua vez, estabelece a possibilidade de
serão expressos em moeda corrente nacional. cláusula resolutória no contrato de adesão, desde que
alternativa e a escolha seja do consumidor.
Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque- O § 3º trata das regras aplicadas aos contratos
las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa de adesão, que são redação em termos claros e com
razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli- caracteres ostensivos e legíveis e tamanho da fonte
ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é não inferior ao corpo 12.
a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi- Por fim, é possível nos contratos de adesão a pre-
co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela- visão de cláusulas restritivas de direitos do consu-
ção contratual e garantindo a manutenção dos demais midor. No entanto, estas devem constar de maneira
termos, salvo impossibilidade. compreensível e de fácil percepção ao consumidor.

494
Das Sanções Administrativas é preservar os direitos básicos do consumidor, ou seja,
sua vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle
seja, da função administrativa para promover o inte- do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo
resse comum por meio da atividade estatal de disci- estabelece que os entes da federação deverão manter
plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os comissões permanentes para elaboração, revisão
dispositivos: e atualização das normas regulatórias. No entanto,
para que essa atividade seja efetiva, estabelece, ainda,
Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em
a composição de tais comissões. Assim, será obriga-
caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
atuação administrativa, baixarão normas relativas
tória a participação tanto dos consumidores quanto
à produção, industrialização, distribuição e consu- dos fornecedores, para que os dois lados da relação de
mo de produtos e serviços. consumo possam tratar de seus interesses.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Por fim, o § 4º do art. 55 dispõe acerca da possibili-
Municípios fiscalizarão e controlarão a produção, dade de notificação dos fornecedores, para que estes
industrialização, distribuição, a publicidade de pro- prestem informações sobre questões de interesse do
dutos e serviços e o mercado de consumo, no interes- consumidor, resguardado o segredo industrial.
se da preservação da vida, da saúde, da segurança,
da informação e do bem-estar do consumidor, bai- Art. 56 As infrações das normas de defesa do con-
xando as normas que se fizerem necessárias. sumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguin-
§ 2º (Vetado). tes sanções administrativas, sem prejuízo das de
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito natureza civil, penal e das definidas em normas
Federal e municipais com atribuições para fiscali- específicas:
zar e controlar o mercado de consumo manterão I - multa;
comissões permanentes para elaboração, revisão II - apreensão do produto;
e atualização das normas referidas no § 1º, sen- III - inutilização do produto;
do obrigatória a participação dos consumidores e IV - cassação do registro do produto junto ao órgão
fornecedores. competente;
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notifica- V - proibição de fabricação do produto;
ções aos fornecedores para que, sob pena de deso- VI - suspensão de fornecimento de produtos ou
bediência, prestem informações sobre questões de serviço;
interesse do consumidor, resguardado o segredo VII - suspensão temporária de atividade;
industrial. VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de
O art. 55 trata do poder de regulamentação e atividade;
fiscalização. De acordo com o caput do dispositivo, X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento,
compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, de obra ou de atividade;
de modo concorrente, elaborar as normas relativas XI - intervenção administrativa;
à produção, industrialização, distribuição e ao con- XII - imposição de contrapropaganda.
sumo de produtos e serviços. Por se tratar de compe- Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo
tência “conjunta”, a União deve cuidar das normas de serão aplicadas pela autoridade administrativa,
caráter geral, isto é, aplicadas a todo o país, reservan- no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-
do aos Estados e ao Distrito Federal as normas de inte- das cumulativamente, inclusive por medida cau-
resse regional. telar, antecedente ou incidente de procedimento
administrativo.

Importante! O art., 56, por sua vez, trata das sanções admi-
nistrativas. Observa-se que são três as espécies de
O Brasil é uma federação, o que significa dizer sanções:
que existe uma divisão interna do poder. A
CF/88 estabeleceu como seus entes federativos z Sanções pecuniárias: Multas que decorrem do não
a União Federal, os Estados-Membros, o Distrito adimplemento dos deveres relativos ao consumo;
Federal e os Municípios, cada qual com autono- z Sanções objetivas ou reais (incidem no produ-
mia e discricionariedade, além de possibilidade to ou serviço): Apreensão, inutilização do pro-
de se organizarem e legislarem. Deste modo, duto, cassação do registro do produto, proibição
compete à União estabelecer as regras do Esta- de fabricação e suspensão de fornecimento de
do brasileiro como um todo, tendo como parâ- produtos/serviços;
z Sanções subjetivas (vinculadas à atividade):
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

metro a CF/88. Se à União cabem as diretrizes


de âmbito nacional, aos Estados compete traçar Interdição, total ou parcial, de estabelecimento,
as normas regionais; ao Distrito Federal, regras de obra ou atividade; suspensão temporária da
distritais e os Municípios, as regras locais. atividade; revogação de concessão ou permissão
de uso; cassação de licença do estabelecimento ou
de atividade; intervenção administrativa; imposi-
Já o § 1º do art. 55 estabelece que os entes da fede- ção de contrapropaganda, entre outros.
ração, além de criar normas sobre as relações de
consumo, exercerão seu poder de polícia para fis- O parágrafo único do art. 56 trata da responsabi-
calização e controle da produção, industrialização, lidade administrativa do fornecedor. Ele estabelece
distribuição, publicidade de produtos e serviços e que tais sanções serão aplicadas pela autoridade admi-
mercado de consumo. O objetivo da atividade estatal nistrativa em conformidade com sua atribuição. Essas
sanções podem ser aplicadas cumulativamente ou
495
não. Podem, também, ser aplicadas de maneira ante- Objetividade Jurídica
cedente ou incidente no procedimento administrativo.
Além da responsabilidade administrativa, o forne- O tipo penal visa proteger/reforçar a obrigatorie-
cedor poderá responder tanto civilmente como penal- dade que os fornecedores têm quanto a informar, de
mente por seus atos. maneira ostensiva e adequada, a respeito da nocivida-
Quanto aos arts. 57 a 60, eles estabelecem a forma de e/ou periculosidade de seus produtos, nos termos
de aplicação de cada uma das sanções administrativas: dos artigos 8o e 9o do CDC.

Art. 57 A pena de multa, graduada de acordo com Sujeito Ativo e Passivo


a gravidade da infração, a vantagem auferida e a
condição econômica do fornecedor, será aplicada Fornecedor é o sujeito ativo e o consumidor/qual-
mediante procedimento administrativo, revertendo quer pessoa são considerados como sujeitos passivos
para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de (vítima). Também incorrerá no crime, na qualidade
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para de autor, quem deixar alertar acerca da periculosida-
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao de dos serviços.
consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não Elementos Normativos do Tipo
inferior a duzentas e não superior a três milhões de
vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
Omitir acerca da nocividade e periculosidade
ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
do produto posto ao consumo. Inversamente, ausen-
Art. 58 As penas de apreensão, de inutilização de
te a nocividade e periculosidade, inexiste fato penal
produtos, de proibição de fabricação de produtos,
relevante.
de suspensão do fornecimento de produto ou servi-
ço, de cassação do registro do produto e revogação
da concessão ou permissão de uso serão aplicadas Prevê Modalidade Culposa?
pela administração, mediante procedimento admi-
nistrativo, assegurada ampla defesa, quando forem Sim.
constatados vícios de quantidade ou de qualidade Exemplo: não conter a lista de ingredientes
por inadequação ou insegurança do produto ou completa de um alimento, omitindo dado impor-
serviço. tante para quem tem alguma restrição alimentar.
Art. 59 As penas de cassação de alvará de licença,
de interdição e de suspensão temporária da ativi- ARTIGO 64
dade, bem como a de intervenção administrativa,
serão aplicadas mediante procedimento adminis- Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade com-
trativo, assegurada ampla defesa, quando o forne- petente e aos consumidores a nocividade ou peri-
cedor reincidir na prática das infrações de maior culosidade de produtos cujo conhecimento seja
gravidade previstas neste código e na legislação de posterior à sua colocação no mercado:
consumo. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem
à concessionária de serviço público, quando violar deixar de retirar do mercado, imediatamente quando
obrigação legal ou contratual. determinado pela autoridade competente, os produ-
§ 2º A pena de intervenção administrativa será tos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-
conselharem a cassação de licença, a interdição ou Objetividade Jurídica
suspensão da atividade.
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta O tipo penal visa impedir a omissão de informa-
a imposição de penalidade administrativa, não ções acerca de riscos conhecidos posteriormente à
haverá reincidência até o trânsito em julgado da introdução no mercado do produto ou serviço.
sentença.
Art. 60 A imposição de contrapropaganda será Sujeito Ativo e Passivo
cominada quando o fornecedor incorrer na prática
de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do Fornecedor ou Prestador de Serviço são sujeitos
art. 36 e seus §, sempre às expensas do infrator. ativos e o consumidor é o sujeito passivo, ou seja,
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res- quem sofre com a omissão.
ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão
e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espa- Elementos Normativos do Tipo
ço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício
da publicidade enganosa ou abusiva. Omitir informações ao consumidor e/ou informações
acerca dos riscos antes desconhecidos quanto ao respecti-
ARTIGO 63 vo produto ou serviço ou, ainda, deixar de retirar os mes-
mos quando solicitado pela respectiva autoridade. Para
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a a doutrina majoritária, basta o fornecedor informar ou a
nocividade ou periculosidade de produtos, nas emba- autoridade ou o consumidor que não haverá crime.
lagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Prevê Modalidade Culposa?
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de
alertar, mediante recomendações escritas ostensi- Não, pois o fornecedor tem que saber da nocivida-
vas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. de e, mesmo assim, não informar (crime omissivo pró-
§ 2° Se o crime é culposo: prio). Logo, ele deve agir com dolo, a culpa não basta
496 Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. para configurar o crime.
Exemplo: ausência de recall de automóvel quando a Sujeito Ativo e Passivo
empresa sabe da necessidade do recolhimento para
reparos. Fornecedor ou Prestador de Serviço ou patrocina-
dor de oferta (sujeito ativo) e o consumidor (sujeito
ARTIGO 65 passivo). Inclusive, é possível que o responsável da
entidade se torne autor deste crime, nos termos do
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculo- artigo 75 do CDC.
sidade, contrariando determinação de autoridade
competente: Exemplo: Oferecer falsa informação sobre a
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. durabilidade de um produto.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí-
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para
zo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
os crimes referidos neste código, incide as penas
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39
a esses cominadas na medida de sua culpabilida-
desta Lei também caracteriza o crime previsto no
de, bem como o diretor, administrador ou gerente
caput deste artigo (permitir o ingresso em estabele-
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por
cimentos comerciais ou de serviços de um número
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
maior de consumidores que o fixado pela autorida-
exposição à venda ou manutenção em depósito de
de administrativa como máximo).
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas
condições por ele proibidas.
Objetividade Jurídica
Elementos Normativos do Tipo
Visa proteger o direito do consumidor de ter
sua vida, saúde e segurança protegidas. O crime em “Fazer omissão falsa ou enganosa” (modo comissivo)
comento pode ser cumulado com os crimes de homi- ou “omitir alto grau de periculosidade” (modo omissivo).
cídio ou lesão corporal, logo é possível que o sujeito
ativo, com uma só conduta, atente contra dois bens Prevê Modalidade Culposa?
jurídicos.
Sim. É também possível a tentativa, porém, somen-
te na forma comissiva.
Sujeito Ativo e Passivo
Exemplo: o gerente da empresa permite a venda de
Prestador de Serviço é sujeito ativo, autor do cri- produto em situação irregular.
me, e o consumidor é sujeito passivo (vítima).
ARTIGO 67
Elementos Normativos do Tipo
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe
ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
“Executar serviço” de “alto grau de periculosi-
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
dade”, contra a determinação da autoridade. Para a
doutrina majoritária, o termo “alto grau de periculosi- Objetividade Jurídica
dade” representa uma norma penal em branco, neces-
sitando de complementação para que tenha eficácia. Reforçar a proibição de veicular publicidade enga-
nosa e/ou abusiva, nos termos do artigo 37 do CDC.
Prevê Modalidade Culposa?
Sujeito Ativo e Passivo
Não, pois o prestador de serviços tem que “executar o Criador e produtor de materiais publicitários são
serviço” de forma dolosa (crime comissivo). Obs.: é possível sujeitos ativos deste crime e o consumidor é sujeito
a tentativa, uma vez que se trata de crime plurissubsistente. passivo (lesado).

Exemplo: o empresário abre uma empresa sem obter Elementos Normativos do Tipo
todas as licenças necessárias ao seu funcionamento.
“Fazer ou promover” publicidade que “sabe ou
ARTIGO 66 deveria saber”.

Prevê Modalidade Culposa?


Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou
omitir informação relevante sobre a natureza, Não, pois o tipo penal prevê apenas o dolo direto
característica, qualidade, quantidade, segurança, (“sabe”) ou dolo eventual (“deveria saber”). É possível
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

desempenho, durabilidade, preço ou garantia de a tentativa.


produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. Exemplo: fazer publicidade mentirosa, com o fim de
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a enganar o consumidor e obter lucro.
oferta.
§ 2º Se o crime é culposo; ARTIGO 68
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe
Objetividade Jurídica ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a
Visa proteger o direito do consumidor às informa- sua saúde ou segurança:
ções claras e não-contraditórias. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:

497
Objetividade Jurídica Objetividade Jurídica

O tipo penal busca reforçar a proibição de veicu- Reforçar a obrigação prevista no artigo 21 do CDC.
lar publicidade enganosa e/ou abusiva, nos termos do
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham
artigo 37 do CDC, com especial atenção à propaganda
por objetivo a reparação de qualquer produto con-
abusiva que leva o consumidor a adotar uma conduta
siderar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
nociva a sua saúde ou segurança.
de empregar componentes de reposição originais
Sujeito Ativo e Passivo adequados e novos, ou que mantenham as especifi-
cações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
Criador e produtor de materiais publicitários últimos, autorização em contrário do consumidor.
(sujeito ativo) e o consumidor (sujeito passivo).
Sujeito Ativo e Passivo
Elementos Normativos do Tipo
Fornecedor/prestador de serviço (sujeito ativo) e o
“Fazer ou promover” publicidade que “sabe ou consumidor (sujeito passivo).
deveria saber”.
Elementos Normativos do Tipo
Prevê Modalidade Culposa?
“Empregar” peças ou componentes usados “sem
Não. É possível a tentativa.
autorização”. Caso o consumidor for induzido a erro
Exemplo: fazer propaganda que estimula consumidor e pagar mais caro por uma peça mais nova, estará
a ingerir determinado medicamento em excesso e configurado o crime do artigo 175, III do Código Penal
sem cuidados médicos. (fraude no comércio).

ARTIGO 69 Prevê Modalidade Culposa?

Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos Não.


e científicos que dão base à publicidade:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. Exemplo: o consumidor não sabe que o mecânico
colocou uma peça usada no seu carro, ao invés de
Objetividade Jurídica uma nova.

O objetivo do tipo penal é reforçar a obrigação de ARTIGO 71


arquivamento de dados prevista no parágrafo único
do artigo 36 do CDC. Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de amea-
ça, coação, constrangimento físico ou moral,
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a qualquer outro procedimento que exponha o con-
identifique como tal. sumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de com seu trabalho, descanso ou lazer:
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
para informação dos legítimos interessados, os dados
fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à
Objetividade Jurídica
mensagem.

Sujeito Ativo e Passivo Proteger o consumidor inadimplente de exposição ao


ridículo, em conformidade com o artigo 42, caput do CDC.
Fornecedor: sujeito ativo (autor do crime).
Consumidor: sujeito passivo (vítima). Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor ina-
dimplente não será exposto a ridículo, nem será
Elementos Normativos do Tipo submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
“Deixar de organizador dados”. Exceção: Se o ameaça.
agente não organiza os dados, mas a publicidade não
chega a ser veiculada, o fato é atípico. Sujeito Ativo e Passivo

Prevê Modalidade Culposa? Cobrador de débito (sujeito ativo) e o consumidor


inadimplente (sujeito passivo).
Não.
Exemplo: propaganda que não demonstra qual é a
Elementos Normativos do Tipo
base científica da informação publicada.

ARTIGO 70 Ameaçar, constranger o consumidor inadimplen-


te, dentre outras formas de exposição ao ridículo.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça
ou componentes de reposição usados, sem autori- Prevê Modalidade Culposa?
zação do consumidor:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
Não. A tentativa é admissível, salvo quando a con-
498 duta não puder ser fracionada (unissubsistente).
Exemplo: cobrar uma dívida dentro do ambiente de § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a
trabalho do consumidor. consumidores, os serviços de proteção ao crédito e
congêneres são considerados entidades de caráter
Exemplo: usar um alto falante para anunciar a dívida. público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de
ARTIGO 72 débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consu-
quer informações que possam impedir ou dificultar
midor às informações que sobre ele constem em
novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Sujeito Ativo e Passivo
Objetividade Jurídica
Empresa que possui dados/registro do consumidor
Conhecido como “crime de perturbação do acesso (sujeito ativo) e o consumidor (sujeito passivo).
aos arquivos de consumo”, ele visa reforçar os direi-
tos previstos no artigo 43, §§ 1o e 2o do CDC. Elementos Normativos do Tipo
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no
art. 86, terá acesso às informações existentes em “Deixar de corrigir imediatamente”. Segundo o
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de parágrafo 3o do artigo 43 do CDC, a correção “imedia-
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as ta” deve ocorrer dentro de 05 (cinco) dias úteis.
suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem Prevê Modalidade Culposa?
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de
fácil compreensão, não podendo conter informações Não, pois o tipo penal prevê apenas o dolo direto
negativas referentes a período superior a cinco anos. (“sabe”) ou dolo eventual (“deveria saber”). É possível
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados a tentativa.
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por
escrito ao consumidor, quando não solicitada por
Exemplo: deixar de corrigir informações erradas
ele.
sobre o consumidor registradas nos órgãos de
Sujeito Ativo e Passivo proteção ao crédito (SPC, SERASA).

Fornecedor que possui dados/registro do consumi- ARTIGO 74


dor (sujeito ativo) e o consumidor (sujeito passivo).
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo
Elementos Normativos do Tipo de garantia adequadamente preenchido e com espe-
cificação clara de seu conteúdo;
“Impedir ou dificultar acesso”. Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
Prevê Modalidade Culposa?
Objetividade Jurídica
Não. É possível a tentativa.
Reforçar os direitos previstos no artigo 50 do CDC.
Exemplo: impedir o acesso das informações
registradas nos órgãos de proteção ao crédito (SPC, Art. 50. A garantia contratual é complementar à
SERASA). legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva-
ARTIGO 73 lente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
adequada em que consiste a mesma garantia, bem
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informa-
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
ção sobre consumidor constante de cadastro, ban-
exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
co de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria
do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
saber ser inexata:
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.
de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
Objetividade Jurídica duto em linguagem didática, com ilustrações.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

Reforçar os direitos previstos no artigo 43, §§§ 3o, Sujeito Ativo e Passivo
4 e 5o do CDC.
o

Fornecedor/prestador de serviço (sujeito ativo) e o


Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no consumidor (sujeito passivo).
art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
Elementos Normativos do Tipo
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as
suas respectivas fontes.
(...) “Deixar de entregar” a garantia contratual exigida.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexati- Consiste em crime omissivo próprio, um deixar de fazer.
dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
imediata correção, devendo o arquivista, no prazo Prevê Modalidade Culposa?
de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
tuais destinatários das informações incorretas. Não, e também não é possível a tentativa. 499
Exemplo: Deixar de entregar ao consumidor a d) Apoio à liberdade de associação e de negociação
garantia do produto. coletiva.
e) Incentivo ao desenvolvimento e à difusão de tecnolo-
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E OUTRAS gias ambientalmente amigáveis.
DISPOSIÇÕES
3. (CESGRANRIO – 2013) Sobre a recente evolução do
Por serem bem autoexplicativos, recomendo a lei- conceito de responsabilidade social, considere as afir-
tura dos seguintes dispositivos: mativas a seguir.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes
I. O conceito de responsabilidade social corporativa
tipificados neste código:
vem amadurecendo quanto à capacidade de sua ope-
I - serem cometidos em época de grave crise econô-
racionalização e mensuração, subdividindo-se em
mica ou por ocasião de calamidade;
vertentes do conhecimento, tais como, por exemplo:
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
responsividade social corporativa, performance social
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos (a) por servidor público, ou
corporativa e inovação social, entre outras.
por pessoa cuja condição econômico-social seja
II. Desde o início do século XX, após os debates filosófi-
manifestamente superior à da vítima; ou (b) em detri- cos sobre a obrigação de as corporações promoverem
mento de operário ou rurícola; de menor de dezoito o avanço tecnológico, os termos responsabilidade
ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras social corporativa e responsividade social corporativa
de deficiência mental interditadas ou não; passaram a ter seus conceitos associados.
V - serem praticados em operações que envolvam III. No final do século XX, a literatura sobre responsabi-
alimentos, medicamentos ou quaisquer outros pro- lidade e responsividade social corporativa, por ter
dutos ou serviços essenciais. passado a ser alvo de atenção de autores da área
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e acadêmica ligada à ética dos negócios, assumiu um
de multa, podem ser impostas, cumulativa ou alter- aspecto mais normativo.
nadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47,
do Código Penal: É correto o que se afirma em:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de gran- a) I, apenas.
de circulação ou audiência, às expensas do conde- b) II, apenas.
nado, de notícia sobre os fatos e a condenação; c) I e III, apenas.
III - a prestação de serviços à comunidade. d) II e III, apenas.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes pre- e) I, II e III.
vistos neste código, bem como a outros crimes e
contravenções que envolvam relações de consumo,
4. (CESGRANRIO – 2013) A definição mais aceita para
poderão intervir, como assistentes do Ministério
desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso
capaz de suprir as necessidades da geração atual,
III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida sem comprometer a capacidade de atender às neces-
no prazo legal. sidades das futuras gerações. Essa definição surgiu
na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desen-
volvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir
e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desen-
HORA DE PRATICAR! volvimento econômico e a conservação ambiental.

1. (CESGRANRIO – 2013) O diretor de uma indústria Disponível em: <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/


questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/>. Acesso em:
nacional solicita a criação de uma campanha institu- 5 jun. 2012.
cional para sua agência. Nesse caso, as propagandas
da empresa irão enfatizar:
Nesse sentido, a sustentabilidade não deve ser utili-
zada genericamente como um “clichê”. Ela representa
a) A comparação com a marca líder no segmento.
um conceito que se expande em três dimensões prin-
b) A segurança, a confiabilidade e a tradição da marca.
cipais, a saber:
c) O preço mais competitivo do que o da concorrência.
d) Os atributos e os diferenciais de seus produtos.
e) Os serviços prestados por sua equipe de representantes. a) Ideológica, política e social.
b) Econômica, ambiental e social.
2. (CESGRANRIO – 2015) O Pacto Global das Nações c) Política, econômica e cultural.
Unidas (UNGC) desempenha um relevante papel para d) Geopolítica, geoeconômica e histórica.
estabelecer parâmetros centrais para o desenvolvi- e) Histórico-cultural, ideológica e geopolítica.
mento de ações relacionadas à gestão da sustentabi-
lidade, dentre outras dimensões. 5. (CESGRANRIO – 2015) O planejamento de vendas
É um princípio do UNGC, para as empresas, relaciona- no setor bancário tem-se baseado na segmentação
do à dimensão sustentabilidade o(a): de mercado como forma de obter mais sucesso nos
negócios.
a) Combate à corrupção em todas as suas formas, inclu- Um objetivo da segmentação de mercado é:
sive extorsão e propina.
b) Respeito à proteção de direitos humanos reconheci- a) Adotar uma abordagem única de vendas para toda
dos internacionalmente. carteira de clientes.
c) Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou b) Concentrar esforços em ações de vendas que sejam
500 compulsório. bem avaliadas.
c) Desenvolver ações de vendas específicas para cada 10. (CESGRANRIO – 2015) Um banco estabeleceu como
grupo de clientes. ação obrigatória em seu relacionamento com clientes
d) Reunir em um mesmo grupo clientes com necessida- corporativos a retomada de contato com esses clien-
des e desejos distintos de compra. tes nas seguintes ocasiões: um mês, seis meses e
e) Selecionar os serviços bancários em função do grau um ano após a venda de qualquer serviço ou produto.
de dificuldade. Dessa forma, seria possível não só mensurar o nível
de satisfação dos clientes e, em função desse resulta-
6. (CESGRANRIO – 2015) Fazer perguntas é uma das do, oferecer-lhes a possibilidade de orientação, como
principais habilidades dos vendedores de sucesso. também acolher sugestões de melhoria em relação ao
que foi adquirido.
Para que essa técnica seja utilizada corretamente, é
Essa ação implantada pelo banco refere-se à(ao):
preciso que o profissional compreenda a situação
da venda e saiba exatamente o que precisa saber do
a) Lean marketing.
cliente. Agindo assim, ele evita:
b) Serviço de pós-venda.
c) Venda programada.
a) A percepção dos interesses dos consumidores. d) Reversão de demanda declinante.
b) As perguntas difíceis a respeito do produto ou serviço. e) Individual marketing.
c) O entendimento das necessidades dos clientes.
d) Os golpes financeiros que ocorrem na internet. 11. (CESGRANRIO – 2013) O processo de vendas tem-
e) Os questionamentos vazios ou até mesmo invasivos. -se transformado, ao longo do tempo, em função da
crescente competição existente no mercado entre
7. (CESGRANRIO – 2015) Quando o atendente de um ban- empresas de mesmo setor. Em função disso, o foco
co utilizar-se de comparações com a concorrência para da administração de vendas também mudou.
ressaltar as vantagens dos serviços prestados em sua Hoje, em função do mercado, o foco dessa área é
agência, ele deve ter por princípio a utilização de: no(a):

a) Dados de cunho psicológico ou emocional. a) Produção, estabelecendo metas de vendas que ultra-
b) Fatores que dificultem o entendimento das caracterís- passem sua capacidade produtiva.
ticas dos produtos concorrentes. b) Orçamento, proporcionando a expectativa de ganhos
c) Comparações entre serviços de natureza e épocas futuros em função das vendas a serem realizadas.
diferentes. c) Cliente, avaliando suas necessidades e expectativas
d) Informações objetivas e que sejam passíveis de em relação aos produtos ofertados.
comprovação. d) Território de vendas, delimitando assim a atuação de
cada vendedor, que concentrará seus esforços na área
e) Pesquisas de opinião sem a fonte e sem a data dos
para ele determinada.
dados recolhidos.
e) Vendedor, visando a aumentar os ganhos do profissio-
nal, já que seu salário é a comissão sobre as vendas
8. (CESGRANRIO – 2015) As diversas etapas da venda realizadas.
devem ser consideradas no planejamento dos serviços
bancários. Uma delas, a pré-venda, engloba uma série de 12. (CESGRANRIO – 2013) Um funcionário de um banco,
atividades relacionadas diretamente com os escriturá- preocupado em atingir as metas estabelecidas pela
rios, na medida em que é uma etapa planejada para: sua gerência, precisava vender alguns produtos bancá-
rios em pouco tempo. Tentando atingir a meta estabe-
a) Definir o valor a ser cobrado pelos serviços do banco. lecida, ele procurou algumas informações sobre como
b) Pesquisar as necessidades e desejos dos correntistas. melhorar seu desempenho no processo de vendas.
c) Analisar o ambiente mercadológico no momento. A informação de como proceder no processo de ven-
d) Aumentar o conhecimento dos produtos comercializados. das, que contribuirá positivamente para a melhoria de
e) Levantar os fatores externos que interferem nas seu desempenho, é:
negociações.
a) Minimizar as informações passadas aos clientes
9. (CESGRANRIO – 2015) A análise mercadológica sobre os riscos envolvidos em cada um dos produtos
auxilia a gestão dos bancos na definição de suas oferecidos.
estratégias e também no direcionamento das ações b) Oferecer os produtos aos clientes, independentemen-
executadas no dia a dia nas agências. Nesse contex- te de seus perfis já que, ao categorizar os clientes,
to, são analisadas as forças e fraquezas da empresa, estaria discriminando-os.
c) Falar mais do que ouvir, durante a abordagem inicial,
assim como as ameaças e oportunidades de mercado.
VENDAS E NEGOCIAÇÃO

exaltando os benefícios de cada um dos produtos.


Quais fatores dessa avaliação, ligados ao ambiente
d) Mostrar conhecimento em relação aos produtos,
interno do Banco do Brasil, podem ser utilizados no
porém não mencionar a política do banco e as formas
atendimento ao cliente, destacando-se como um pon- de cobrança referentes aos produtos, já que esses
to forte da instituição? detalhes tomam o tempo do cliente.
e) Buscar informações essenciais sobre os clientes com
a) Número de agências e comportamento dos perspectiva de negócios, antes e durante a interação
correntistas. no processo de compra e venda.
b) Tempo de mercado e atuação dos concorrentes.
c) Ampliação dos serviços financeiros e retração do con- 13. (CESGRANRIO – 2013) O setor bancário, de maneira
sumo no país. geral, tem investido na criação de novos produtos para
d) Ascensão das classes econômicas e características atender a um mercado emergente nos últimos anos,
da população. em função do aumento da renda per capita no país –
e) Posicionamento de solidez e tradição da marca. as camadas mais populares da população brasileira. 501
Com base nesse pressuposto, os bancos, para avaliar A aplicação correta do marketing digital implica a utili-
se valeria a pena ou não investir na criação desses zação desses instrumentos com o objetivo de:
novos produtos, em seu planejamento de vendas, ini-
ciaram seu processo de planejamento de vendas, ana- a) Destacar as ações on-line dos programas de marke-
lisando o(a): ting em geral.
b) Pesquisar o mercado e atender às necessidades e aos
a) Potencial de mercado, que é um processo em que é desejos dos consumidores.
estimada a capacidade do mercado brasileiro no ramo c) Processar dados financeiros e transações comerciais
da atuação da empresa – estimativa que vai refletir a on-line.
situação econômica do momento. d) Sincronizar os interesses da diretoria com os dos
b) Potencial de vendas, que é um processo em que é funcionários.
calculado, a partir da análise da empresa e de seu e) Transferir fundos de capital através de comunicações
ambiente, da concorrência e de outros fatores perti- digitais.
nentes ao processo, o mercado existente.
c) Mix de marketing, que pode ser utilizado pela empresa 17. (CESGRANRIO – 2013) Em suas ações de branding,
para influenciar a resposta dos consumidores. uma organização financeira adota um posicionamen-
d) Campanha de marketing, procurando entender o com- to por uso/aplicação. Sendo assim, suas campanhas
portamento do consumidor visando a estabelecer os de comunicação realçam o fato de que ela é a:
objetivos e as metas de cada produto para que a cam-
panha atinja o público-alvo. a) Concorrente mais próxima da marca líder.
e) Previsão de vendas, que é um processo em que a b) Líder em seu segmento de atuação.
capacidade de vendas da empresa e do mercado parte c) Instituição preferida dos funcionários públicos.
da análise da demanda total do mercado para definir o d) Marca mais adequada para investimentos em previdência.
público-alvo em que vai atuar. e) Marca mais antiga e experiente do mercado.

14. (CESGRANRIO – 2013) Um especialista afirma que 18. (CESGRANRIO – 2013) O superintendente de vendas
praticar marketing significa decidir taticamente sobre do Banco A, submetido a regime de metas, determina
variáveis controláveis. O conjunto dessas variáveis a suas equipes que, em todos os contratos de emprés-
forma o(a): timos, vinculem o fechamento da operação à realiza-
ção de contrato de seguro. Com tal determinação, as
metas impostas são realizadas, com reflexo financeiro
a) Ciclo de vida dos produtos.
positivo na remuneração dos empregados.
b) Composto de marketing.
Nos termos do Código de Defesa e Proteção ao Con-
c) Market share.
sumidor, tal operação é:
d) Macroambiente de negócios.
e) Concorrência direta e genérica.
a) Admitida, por ser inerente às relações de mercado.
b) Permitida, por ser integrante de regime de remunera-
15. (CESGRANRIO – 2013) A respeito do planejamento de
ção por metas.
comunicação e marketing de uma organização, consi-
c) Vedada, por caracterizar prática abusiva.
dere as afirmativas a seguir.
d) Vedada, por não ser possível a conjugação prática das
operações.
I. As ações de comunicação interna devem ser isola- e) Permitida, por configurar habitualidade das relações.
das das externas, pois o custo de implantá-las simul-
taneamente é alto, se comparado aos benefícios 19. (CESGRANRIO – 2015) Um indivíduo está buscando
alcançados. inspiração para prosseguir nos seus estudos e se
II. As promoções de vendas são instrumentos eficazes depara com um pensamento aristotélico assim desen-
na produção de resultados de curto prazo, porque ser- volvido: trata-se do produto dos usos e costumes; ela
vem de estímulo para que os clientes tomem decisões não existe nos homens naturalmente, pois nada do
de compra. que é natural se adquire pelo costume.
III. As mídias de massa representam um investimento Nesse caso, a referência do filósofo grego está rela-
global elevado, que pode ser compensador quando se cionada à:
leva em conta o custo para se atingir cada grupo de
mil usuários. a) Interpretação natural.
IV. As equipes de atendimento ao público são um instru- b) Virtude moral.
mento de comunicação e, portanto, precisam trans- c) Cosmologia universal.
mitir as mesmas mensagens emitidas por outras d) Integração social.
ferramentas. e) Percepção individual.

Estão corretas as afirmativas: 20. (CESGRANRIO – 2014) Um indivíduo sabe que deve
optar entre dois caminhos estabelecidos: um o que, no
a) I, apenas. senso comum, seria o incorreto e o outro, o correto.
b) I e III, apenas. Ao optar pelo caminho correto, ele está seguindo um
c) II e IV, apenas. rumo guiado pela:
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV. a) Extensão.
b) Virtude.
16. (CESGRANRIO – 2013) Atualmente, as organizações c) Adequação.
estão utilizando uma série de instrumentos digitais d) Alternância.
502 em suas ações de marketing e comunicação. e) Proporcionalidade.
9 GABARITO

1 B

2 E

3 C

4 B

5 C

6 E

7 D

8 D

9 E

10 B

11 C

12 E

13 A

14 B

15 D

16 B

17 D

18 C

18 B

20 B

ANOTAÇÕES

VENDAS E NEGOCIAÇÃO

503
ANOTAÇÕES

504

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