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Direito Previdenciário

Marcelo Leonardo Tavares


1. AS NORMAS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

2. Definição de Direito Previdenciário


É o ramo disciplinador de relações jurídicas substantivas e adjetivas estabelecidas no bojo da previdência
social pública ou privada, em matéria de custeio e prestações, objetivando a realização dessa técnica de
proteção social.

3. Fontes de Direito Previdenciário


Levando em conta nossa tradição latina do civil law, aponta-se a fonte primordial do Direito Previdenciário e
da Seguridade como sendo o Poder Legislativo, tendo como fonte formal a lei, definida como ordem geral
obrigatória, emanada do poder competente e dotada de coercibilidade. As outras fontes, ante o caráter
publicista das normas desse ramo do Direito, subsidiam de forma bastante tímida a fonte formal principal.
A estrutura normativa da previdência ocorre basicamente com os ditames da Constituição da República, de
Leis Complementares e de Leis Ordinárias. Os atos administrativos emanados pelo Poder Executivo e
compreendidos na legislação previdenciária não têm o condão de criar direitos e obrigações, ante o
dispositivo insculpido no art. 5o, II, da CF/1988.
Enunciando as principais espécies normativas, a Constituição da República, as Emendas Constitucionais, a
Lei Complementar no 70/1991, a Lei no 8.212/1991, a Lei no 8.213/1991, a Lei no 8.742/1993, o Decreto
no 3.048/1999, Portarias, Ordens de Serviço, Resoluções etc.
4. Autonomia do Direito Previdenciário
Em relação a esta “autonomia” do Direito da Seguridade Social, temos duas teorias: a primeira, monista,
afirma que a seguridade social encontra-se no âmbito do Direito do Trabalho; e a segunda, dualista,
sustenta a autonomia didática desse ramo do Direito.
A melhor posição é a de que o Direito da Seguridade Social é autônomo (para fins meramente didáticos)
porque já se mostra vasto o bastante para merecer um estudo particularizado. Contém conceitos e
princípios próprios, distintos dos outros ramos do Direito. Nesse sentido, é a opinião de Sergio Pinto
Martins, Feijó Coimbra e Moacyr Velloso Cardoso de Oliveira.

5. Ramo de Direito
Ainda quanto ao enquadramento do Direito da Seguridade Social na célebre divisão (até já ultrapassada)
dos ramos do Direito, em Direito Público e Direito Privado, realizada por Ulpiano.
A corrente mais moderna cria o ramo do Direito Social, divisão intermediária entre os extremismos do
Direito Público e do Direito Privado, que, segundo Celso Barroso Leite, é o ramo do Direito genericamente
referente às medidas de organização do trabalho e proteção social a cargo dos poderes públicos, composto
pelo Direito do Trabalho e o Direito da Seguridade Social.
6. Interpretação e aplicação do Direito Previdenciário
Quanto à interpretação e integração das normas do custeio da seguridade social, há influência das regras
gerais de interpretação e integração previstas na Lei no 5.172/1966 – Código Tributário Nacional – por força
dos arts. 149 c/c 146, III, da Constituição da República.
Quanto à integração, são utilizados sucessivamente nas regras do custeio: analogia; princípios gerais do
Direito Tributário; princípios gerais do Direito Público; equidade
No entanto, da analogia não poderá resultar a exigência de tributo não previsto em lei (§ 1o do art. 108) e
da equidade não poderá resultar dispensa do pagamento do tributo devido.
As regras sobre benefícios e serviços são interpretadas normalmente como as demais regras jurídicas, sem
previsão hermenêutica especial.

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