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TÍTULO III
- DA EDUCAÇÃO CATÓLICA –
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Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo
- Do Múnus de Ensinar da Igreja -
INTRODUÇÃO
O mundo moderno com a sua cultura atual está permeado por várias problemáticas
que provocam uma difusa emergência educativa. Com esta expressão, nos referimos à
dificuldade em estabelecer relações educativas que, para serem autênticas, devem
transmitir às jovens gerações, valores e princípios vitais, que visam não somente no
crescimento e no amadurecimento do indivíduo, mas, também para contribuir na
construção do bem comum.
O tema da educação católica insere-se no Livro III do CIC (Codex Iuris Canonici):
Ecclesiae Munere Docendi. Em relação ao Código de 1917, não se trata simplesmente de
uma mudança de ordem sistemática, mas antes, de uma maneira nova de encarar esta
realidade tão importante. A razão de ser da mudança está na Declaração Gravissimum
Educationis do Concílio Vaticano II, documento inspirados dos cânones 793-821 do
Código vigente.
O título III da educação católica divide-se em: Cânones introdutórios (cc. 793-
795), Escolas (capítulo I, cc. 796-806), Universidades católicas e outros Institutos de
estudos superiores (cc. 807-814), Universidades e Faculdades eclesiásticas (cc. 815-821).
A verdadeira educação deve promover a formação integral da pessoa humana, seja
em vista do seu fim último, seja para o bem das várias sociedades das quais o homem é
membro e em que é chamado a ser parte ativa.
O que veremos mais à frente, é a escola dentro do panorama da escola católica,
englobada dentro do contexto da educação; a opção pelas escolas católicas; a definição e
natureza das escolas católicas; a revisão do Código de Direito Canônico (aspectos
canônicos); as fontes pré-conciliares, conciliares e pós-concílio; a natureza das
Universidades e Faculdades.
A educação católica, com as suas numerosas escolas e universidades espalhadas
pelo mundo, dá um contributo relevante às comunidades eclesiais comprometidas na nova
evangelização, e contribui também para que as pessoas e a cultura assimilem os valores
antropológicos e éticos, que são necessários para construir uma sociedade solidária e
fraterna.
Diante das problemáticas na área da educação vividas no passado e crescendo no
atual contexto de modernidade, a Igreja tem se mostrado preocupada e através de
documentos, diretrizes e orientações, vem despertando nos batizados para redescobrirem
os valores e os princípios da educação cristã em todos os ambientes da sociedade. É
preciso entender que os documentos conciliares não vem trazer uma resposta definitiva
para todos os problemas da educação.
No decorrer do curso, iremos analisar teologicamente e canonicamente, tendo
como base os documentos da Igreja, para entendermos como o Legislador no Código
vigente, estabeleceu as leis canônicas a respeito da educação católica.
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I. Da Educação Católica1
Há um princípio, que toda pessoa humana tem direito de receber uma educação
correspondente ao próprio fim e conveniente a própria índole. A Declaração
Gravissimum Educationis afirma que é próprio das escolas católicas, no espírito
evangélico de liberdade e de caridade, ajudar os adolescentes para que, ao mesmo tempo
que desenvolvem a sua personalidade, cresçam segundo a nova criatura, que são, em
razão do Batismo, e ordenar finalmente toda a cultura humana à mensagem da salvação,
de tal modo que seja iluminado pela fé o conhecimento que os alunos adquirem
gradualmente a respeito do mundo, da vida e do homem.
A Educação Católica é um tema muito atual e que permanece sempre novo com o
passar dos séculos, pois trata a respeito da formação e do crescimento do ser humano no
mundo tendo como base os princípios cristãos.
Haja visto que, a Igreja no que é concernente à educação, vê como um momento
importante para o crescimento do homem e da sociedade, assim como na fundamentação
do próprio ser cristão.
A Declaração Gravissimum Educationis, sobre a educação cristã da juventude, é
o documento conciliar onde se trata especificamente do tema da educação católica.
Esta Declaração aborda matérias sobre a educação católica, nos seguintes pontos:
o direito de todo homem a educação e a natureza da educação; os responsáveis e os meios
para a educação cristã; a importância da escola e a vocação docente; a necessidade e a
obrigação da educação moral e religiosa em todas as escolas; o perfil e a classificação das
escolas católicas; as faculdades e universidades católicas e as faculdades de ciências
sagradas.
O texto conciliar assinala como fim da educação, a formação da pessoa e supõe
uma formação que atende ao fim último do ser humano, que lhe abra ao sentido da vida,
que o desperte e o avive à realidade de transcendência do educando, onde está incluído a
formação moral e religiosa, formação que deve ser transmitida em todas as escolas,
sempre respeitando a liberdade religiosa.
O tema da educação católica insere-se no Livro III do Código de Direito Canônico:
Ecclesiae Munere Docendi. Em relação ao Código de 1917, não se trata simplesmente
de uma mudança de ordem sistemática, mas antes de uma maneira nova de encarar esta
realidade tão importante nos tempos atuais.
Assim como citamos na Introdução, o documento conciliar que foi inspiração dos
cânones 793-821, foi a Declaração Gravissimum Educationis (28 de Outubro de 1965 –
Paulo VI PP.). O documento conciliar destaca como se passou de um conceito de
educação em que o homem era considerado de modo abstrato e passivo, a um conceito de
educação que põe no centro a pessoa humana, sujeito ativo do processo educativo. Esta
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Cânones 793-795. Primeiramente, a saber, que estes cânones são introdutórios e é uma novidade na
legislação canônica vigente, tem o seu fundamento na Declaração Gravissimum Educationis do Concílio
Vaticano II.
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centralidade faz realçar não só os direitos que são reconhecidos pelo homem no setor da
educação, mas também a dimensão concreta histórico-cultural da pessoa humana, fonte
primordial do direito. A verdadeira educação deve promover a formação integral da
pessoa humana seja em vista do seu fim último seja para o bem das várias sociedades das
quais o homem é membro e em que é chamado a ser parte ativa. A escola é analisada não
tanto do ponto de vista jurídico, mas sim no panorama da escola católica englobada dentro
do contexto da educação.
1.1. Fontes pré-conciliares: Código de Direito Canônico 1917 (cc. 1372-1383), Carta
Encíclica Divini Illius Magistri (31 de Dezembro de 1929 – Pio IX) e a Constituição
Apostólica Deus Scientiarum Dominus (24 de Maio de 1931 – Pio XI).
A Carta Encíclica Divini Illius Magistri tem como tema a educação cristã e as
problemáticas apresentadas na aplicabilidade desta educação na vida da sociedade, por
isso o foco pelo qual da publicação desta encíclica tem o seu direcionamento aos jovens,
aos educadores, aos pais e mães de família, orientando, exortando e animando sobre esta
temática.
Trata a encíclica que é de máxima importância não errar na educação, como não
errar na direção para o fim último com o qual está conexa íntima e necessariamente toda
a obra da educação. A educação consiste essencialmente na formação do homem, como
ele deve ser e portar-se nesta vida terrena, em ordem a alcançar o fim sublime para que
foi criado. Não pode dar-se educação adequada e perfeita senão a cristã.
Porém, o documento quer evidenciar a importância da educação cristã, não só para
cada indivíduo, mas também para as famílias e para toda a sociedade humana, visto que
a perfeição desta, resulta necessariamente da perfeição dos elementos que a compõem.
Vamos estabelecer uma divisão e o que a Encíclica traz de subsídios na
aplicabilidade da educação cristã na formação do homem.
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Cân. 793 §1 do CIC/1983: “Os pais e os que fazem suas vezes têm a obrigação e o direito de educar sua
prole; os pais católicos têm também o dever e o direito de escolher os meios e instituições com que possam,
de acordo com as circunstâncias locais, prover do modo mais adequado à educação católica dos filhos”.
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Cân. 24 §1 do CIC/1983: “Nenhum costume contrário ao direito divino pode alcançar força de lei”.
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Cânones 1381 e 1382 do CIC/1917: “§1. La formación religiosa de la juventud en cualesquiera escuelas
está sujeta a la autoridad e inspección de la Iglesia. §2. Los Ordinarios locales tienen el derecho y el deber
de vigilar para que en ninguna escuela de su territorio se enseñe o se haga nada contra la fe o las buenas
costumbres. §3. Igualmente compete a los mismos el derecho de aprobar los profesores y los libros de
religión; y también el de exigir que, por motivos de religión y costumbres, sean retirados tanto los profesores
como los libros”.
“Los Ordinarios de lugar pueden también visitar, por sí mismos o por medio de otros, cualesquiera escuelas,
oratorios, recreatorios, patronatos, etc., en lo concerniente a la formación religiosa y moral; y de esta visita
no se exime ninguna escuela de religiosos, a no ser que se trate de escuelas internas para los profesos de
religión exenta”.
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Cân. 226 §§ 1 e 2 do CIC/1983: “Os que vivem no estado conjugal, segundo a própria vocação, têm o
dever peculiar de trabalhar pelo matrimônio e pela família, na construção do povo de Deus. Os pais, tendo
dado a vida aos filhos, têm a gravíssima obrigação e gozam do direito de educa-los; por isso, é obrigação
primordial dos pais cristãos cuidar da educação cristã dos filhos, segundo a doutrina transmitida pela
Igreja”.
6
Leão XIII PP., Carta Encíclica Rerum Novarum, 15.05.1891, n. 6: “ (...) A autoridade paterna não pode
ser abolida, nem absorvida pelo Estado, porque ela tem uma origem comum com a vida humana. ‘ os filhos
são alguma coisa de seu pai’; são de certa forma uma extensão da sua pessoa, e, para falar com justiça, não
é imediatamente por si que eles se agregam e se incorporam na sociedade civil, mas por intermédio da
sociedade doméstica em que nasceram”.
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“Deus dividiu, pois, o governo do gênero humano entre dois poderes: o poder
eclesiástico e o poder civil; àquele preposto às coisas divinas, este às coisas
humanas. Cada uma delas no seu gênero é soberana; cada uma está encerrada
em limites perfeitamente determinados, e traçados em conformidade com a
sua natureza e com o seu fim especial. Há, pois, como que uma esfera
circunscrita em que cada uma exerce a sua ação iure proprio. Todavia,
exercendo-se a coisa, posto que a título diferente, mas, no entanto, uma só e
mesma coisa, incida na jurisdição e no juízo de um e de outro poder. Foi a
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7
Bíblia de Jerusalém, Editora Paulus, 2ª impressão, 2003, Rm 13, 1: “Cada um se submeta às autoridades
constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por
Deus”.
8
Carta Encíclica Immortale Dei sobre a Constituição cristã dos Estados, 1885, n. 22: “Com efeito, na
constituição do Estado, (...), o divino e o humano são delimitados numa ordem conveniente; os direitos dos
cidadãos são assegurados e colocados sob a proteção das mesmas leis divinas, naturais e humanas; os
deveres de cada um são tão sabiamente traçados quão prudentemente salvaguardada lhes é a observância.
Todos os homens, nesse encaminhamento incerto e penoso para a cidade eterna, sabem que tem a seu
serviço, guias seguros para conduzi-los à meta, e auxiliares para atingi-la. Sabem do mesmo modo, que
outros chefes lhes foram dados para obter e conservar a segurança, os bens e as outras vantagens dessa
vida”.
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c) O sujeito da educação
Nunca podemos esquecer e nem perder de vista, que o sujeito da educação cristã
é o homem, o homem todo. Na natureza humana permanecem os efeitos do pecado
original, particularmente o enfraquecimento da vontade e as tendências desordenadas. Por
este motivo é que, devem-se corrigir as inclinações desordenadas, excitar e ordenar as
boas, desde a mais tenra infância, e, sobretudo, deve iluminar-se a inteligência e
fortalecer-se a vontade com as verdades sobrenaturais e os auxílios da graça, sem a qual
não se pode, nem dominar as inclinações perversas, nem conseguir a devida perfeição
educativa da Igreja, perfeita e completamente dotada por Cristo com a divina doutrina e
os Sacramentos, meios eficazes da graça.
d) O ambiente da Educação
Para obter uma educação perfeita, é de suma importância, cuidar em que as
condições de tudo o que rodeia o educando, no período de sua formação, corresponda
bem ao fim em vista.
- Família cristã
O primeiro ambiente natural e necessário da educação é a família. Podemos dizer
que, a educação mais eficaz e duradoura é aquela que se recebe numa família cristã bem
ordenada e disciplinada. Tanto mais eficaz e mais clara o bom exemplo dos pais e a sua
formação, melhor teremos grandes e bem formados filhos.
Há muitos ambientes familiares em que a educação é algo que se concentra na
busca de saciar os filhos com os bens materiais deste mundo, por isso, estamos
contemplando uma juventude que está se afastando do ambiente familiar. Vemos que há
uma crescente, no índice de jovens que querem viver uma vida sem o ambiente familiar,
a partir disso, as ideologias, filosofias e conceitos errados sobre a família, vão sendo
inculcados na consciência dos jovens.
Com esta problemática, o que podemos traçar de estratégias para beneficiar um
bom ambiente familiar, onde acontece uma boa educação?
Os Pastores de almas devem se empenhar nas instruções e catequeses, pela
palavra, por escritos e outros meios que sejam empregados para recordar aos pais cristãos,
as suas gravíssimas obrigações relativas à educação religiosa, moral e civil dos filhos,
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f) Conclusão
Qual foi o contributo que esta Encíclica trouxe e como torná-la aplicável também
nos dias de hoje?
O primeiro eco que a Encíclica trouxe na sua época foi de dar orientações aos
educadores, jovens, pais e mães de família acerca dos vários problemas da
educação cristã. As discussões, naquele período era sobre o problema escolar e
pedagógico nos diversos países; dedicar-se em formar bem os jovens;
Dedicar-se na formação de novos mestres, pois, os mesmos assumem uma missão
na educação dos cidadãos da Terra que estão a caminho da Cidade Celestial; os
novos mestres dão a sua contribuição para criar uma nova educação de infalível
eficácia, que possa preparar as novas gerações para a suspirada felicidade terrena;
Mostrar aos cidadãos que a essência da educação é a formação do homem, como
ele deve ser e portar-se nesta vida terrena, em ordem a alcançar o fim sublime para
o qual foi criado. Por isso, a importância suprema da educação cristã, não só para
cada indivíduo, mas também para as famílias e para toda a sociedade humana;
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Ter em mente que são três as sociedades necessárias, distintas e também unidas
harmonicamente por Deus: duas sociedades de ordem natural, que são a família e
a sociedade civil; e a terceira, a Igreja, de ordem sobrenatural;
A aplicabilidade desta encíclica podemos dizer que passa pelo direito inalienável
da Igreja, e simultaneamente seu dever, vigiar por toda a educação de seus filhos,
os fiéis, em qualquer instituição, quer pública quer particular, não só no atinente
ao ensino aí ministrado, mas em qualquer outra disciplina ou disposição, enquanto
estão relacionadas com a religião e a moral.
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Os Ordinários locais têm o direito e o dever de vigiar para que nenhuma escola do
seu território, que ensine algo contra os bons costumes. Isto serve para os
professores e os livros adotados.
Os Ordinários do local, podem visitar, por si mesmos ou por outros, quaisquer
escolas, oratórios, patronatos, etc., concernentes a formação religiosa e moral.
Podemos perceber que a mudança ocorrida sobre o tema da Educação Católica entre
os dois Códigos de Direito Canônico, não é apenas de ordem sistemática, mas antes de
tudo, uma maneira nova de encarar a realidade do mundo atual com relação a Educação.
Como bem sabemos, foi este documento que inspirou diretamente os cânones 793-
821 do CIC/1983. Temas como a educação, o direito de educar, a escola, a escola católica,
as instituições de ensino superior, são abordados de forma clara e sucinta neste documento
conciliar. Veremos abaixo, um pouco sobre esta Declaração Gravissimum Educationis.
Neste documento conciliar devemos fazer a seguinte pergunta: Qual é o elemento
característico da Escola Católica?
As Escolas, de um modo geral, têm como fim a educação cultural e a formação
humana da juventude. As Escolas Católicas, no espírito evangélico de liberdade e
caridade, ajudar os adolescentes para que, ao mesmo tempo que desenvolvem a sua
personalidade, cresçam segundo a nova criatura que é a razão do Batismo, e ordenar
finalmente toda a cultura humana à mensagem da salvação, de tal modo que seja
iluminado pela fé o conhecimento que os alunos adquirem gradualmente a respeito do
mundo, da vida e do homem. Por isso, podemos chegar a seguinte conclusão, partindo do
que a Declaração Gravissimum Educationis vem nos trazer, que o elemento específico
da escola católica é a dimensão religiosa, que se dará: no ambiente educativo; no
desenvolvimento da personalidade juvenil; na coordenação entre a cultura e o evangelho,
de modo que tudo seja iluminado pela fé.
Passaram mais de vinte anos desta Declaração Conciliar e diante das
problemáticas apresentadas com a evolução do mundo e sobre os problemas das escolas,
a Congregação para a Educação Católica interveio com dois textos bases, sendo um A
Escola Católica, onde trata sobre a identidade e a missão da escola no mundo de hoje e
um chamado O leigo católico, testemunha da fé na escola, teve como intenção valorizar
a atuação dos fiéis leigos.
Portanto, temos a partir daqui um caminho de evolução do Código de 1917 até o
Código de Direito Canônico vigente.
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Cân. 800 §§ 1 e 2 do CIC/1983: “ §1. É direito da Igreja criar e dirigir escolas de qualquer disciplina,
ordem e grau.
§2. Os fiéis incentivem a criação e manutenção das escolas católicas, colaborando com sua ajuda, na medida
do possível”.
10
Declaração Gravissimum Educationis n. 8 e 9: “Um grande número de escolas católicas encontram-se
naquelas partes do mundo onde estão realizando profundas mudanças de mentalidade e de vida. Trata-se
de grandes áreas urbanizadas, industrializadas, que progridem na chamada economia terciária.
Caracterizam-se por uma larga disponibilidade de bens de consumo, por múltiplas oportunidades de estudo,
por complexos sistemas de comunicação. Os jovens entram em contato com os mass media desde os
primeiros anos de vida. Ouvem opiniões de todo o gênero, são informados precocemente acerca de tudo.
Através de todos os canais possíveis, entre os quais a escola, são colocados em contato com informações
muito divergentes sem terem capacidade para as ordenar e para realizar a síntese. Não têm ainda ou nem
sempre têm, com efeito, a capacidade crítica para distinguir o que é verdadeiro e bom daquilo que o não é,
nem sempre dispõem de pontos de referência religiosa e moral, para assumir uma posição independente e
justa, perante as mentalidades e os costumes dominantes. O perfil do verdadeiro, do bem e do belo é
apresentado dum modo tão vago, que os jovens não sabem para que direção voltar; e, se ainda acreditam
em alguns valores, são, todavia, incapazes de lhes dar uma sistematização e muitas vezes são inclinados a
seguir a própria filosofia, segundo o gosto dominante”.
11
Cân. 1375 do CIC/1917: “A Igreja tem o direito de fundar escolas de qualquer disciplina, não somente
elementares, mas também médias e superiores”.
12
Congregação para a Educação Católica, La scuola cattolica alle soglie del terzo millennio, 28.12.1997,
n. 17: “Nesta perspectiva, a escola católica estabelece um diálogo sereno e construtivo com os Estados e a
comunidade civil. O diálogo e a colaboração devem ser baseados no respeito mútuo, no reconhecimento
mútuo do próprio papel e no serviço comum ao homem. Para tanto, a escola católica se insere de bom grado
nos sistemas educacionais das várias nações e nas legislações dos diversos Estados, quando estes respeitam
os direitos fundamentais da pessoa, a começar pelo respeito à vida e à liberdade religiosa. A correta relação
entre Estado e escola, não só católica, decorre não tanto das relações institucionais, mas do direito da pessoa
a receber uma educação adequada, segundo a livre escolha”.
13
Cân. 802 §§ 1 e 2 do CIC/1983: “§1. Se faltarem escolas onde se ministre educação imbuída de espírito
cristão, compete ao Bispo diocesano cuidar que sejam fundadas.
§2. Onde for oportuno, o Bispo diocesano providencie que sejam fundadas também escolas profissionais e
técnicas, e ainda outras requeridas por necessidades especiais”.
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Cân. 801 do CIC/1983: “Os Institutos religiosos, que têm a educação como missão própria, conservando
fielmente esta sua missão, procurem dedicar-se à educação católica, também por suas escolas fundadas com
o consentimento do Bispo”.
15
Cân. 1136 do CIC/1983.
16
Cân. 217 do CIC/1983: Os fiéis, já que são chamados pelo batismo a levar uma vida de acordo com a
doutrina evangélica, têm o direito à educação cristã, pela qual sejam devidamente instruídos para a
consecução da maturidade da pessoa humana e, ao mesmo tempo, para o conhecimento e a vivência do
mistério da salvação”.
17
Ioannes Paulus PP. II, Exortação Apostólica Christifideles laici, 30.12.1988, n. 62.
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Declaração Gravissimum Educationis, n. 3b.
19
Cân. 794 §1 do CIC/1983: “Por especial razão, o dever e o direito de educar competem à Igreja, a quem
Deus confiou a missão de ajudar os homens a atingir a plenitude da vida cristã”.
20
Ibidem.
21
Cân. 794 §2 do CIC/1983: “É dever dos pastores de almas tudo dispor para que todos os fiéis possam
receber educação católica”.
22
Cân. 795 do CIC/1983: “Sendo que a verdadeira educação deve promover a formação integral da pessoa
humana, em vista de seu fim último e, ao mesmo tempo, do bem comum da sociedade, as crianças e jovens
sejam educados de tal modo que possam desenvolver harmonicamente seus dotes físicos, morais e
intelectuais, adquirir senso de responsabilidade mais perfeito e correto uso da liberdade, e sejam formados
para uma participação ativa na vida social”.
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Todos os pais de família têm o direito e a obrigação de educar os seus filhos. Aqui
se trata de educação no sentido geral, pois ao transmitir a vida humana, é urgente
a educação de seus filhos para que tenham uma verdadeira paternidade humana23.
Todos os pais católicos têm o direito e a obrigação de assegurar a educação
católica de seus filhos, escolhendo os meios e as instituições para tal. Por sua
vocação ao matrimônio cristão, este ofício e direito é como um ministério, que
também exercem escolhendo o tipo de ensino que melhor defenda os valores
cristãos.
É um dever e um direito anterior ao do Estado, pelo que o Estado não pode
substituí-lo, mas tem o dever de protegê-lo, proporcionando os meios necessários
para que o estabelecimento desse direito não seja apenas formal, mas real. O
princípio da ação subsidiária do Estado deve ser defendido quando os esforços
dos pais não bastam, distribuindo subsídios públicos para que os pais possam
escolher com absoluta liberdade. Isto excluiria, por um lado, o monopólio estatal
das escolas, que viola os direitos dos pais, e, por outro, a negação de subsídios
alegando o princípio da separação entre Igreja e Estado.
Além disso, esta obrigação e direito dos pais é anterior à própria Igreja, visto que
são os pais que engendram a pessoa humana24. Este ofício da Igreja não é
subsidiário no sentido em que falamos do Estado; certamente não é anterior aos
direitos dos pais, mas independente de seus direitos, por causa da missão que
recebeu de Cristo. Quando o cânone diz “de maneira singular”, está se referindo
à missão divina, que é exclusiva da Igreja e diferente da dos pais. Além disso, a
Igreja como mãe tem a obrigação de educar seus filhos como a paternidade natural
se impõe aos pais, e como sociedade no mundo pode ser subsidiária do direito dos
pais, capazes de educar25.
O ofício dos pastores é garantir que todos tenham uma educação católica26.
Obviamente é uma afirmação muito genérica, pois na prática é impossível fazer todos os
fiéis recebam essa educação. Note-se, que não se trata apenas de uma exortação, mas sim
de uma lei, de um chamado para que os pastores usem todos os meios à sua disposição
para tornar este mandato sempre e constantemente possível. O que é dito e enviado aos
pastores, deve ser estendido também a toda a comunidade eclesial.
23
Cân. 793 §1 do CIC/1983: “Os pais e os que fazem suas vezes têm a obrigação e o direito de educar sua
prole; os pais católicos têm também o dever e o direito de escolher os meios e instituições com que possam,
de acordo com as circunstâncias locais, prover de modo mais adequado à educação católica dos filhos”.
24
Cân. 747 §1 do CIC/1983: “À Igreja, a quem Cristo Senhor confiou o depósito da fé, para que, com a
assistência do Espírito Santo, ela guardasse santamente a verdade revelada, a perscrutasse mais
profundamente, a anunciasse e expusesse fielmente, compete o dever e o direito nativo independente de
qualquer poder humano, usando também de seus próprios meios de comunicação social, de pregar o
Evangelho a todos os povos”.
25
Cân. 794 §§ 1 e 2 do CIC/1983: “§1. Por especial razão, o dever e o direito de educar competem à Igreja,
a quem Deus confiou a missão de ajudar os homens a atingir a plenitude da vida cristã.
§2. É dever dos pastores de almas tudo dispor para que todos os fiéis possam receber educação católica.”
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Cân. 794 §2 do CIC/1983: “É dever dos pastores de almas tudo dispor para que todos os fiéis possam
receber educação católica”.
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27
Cân. 799 do CIC/1983: “Os fiéis se esforcem para que, na sociedade civil, as leis que regulam a formação
dos jovens tenham nas escolas a devida consideração também pela educação religiosa e moral deles, de
acordo com a consciência dos pais”.
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autoridades públicas para que, com as suas leis sobre a educação, os pais recebam a ajuda
de que necessitam nesta área.
28
Cân. 796 §§ 1 e 2 do CIC/1983: “§1. Entre os meios para aprimorar a educação, tenham os fiéis em
grande estima as escolas, que são realmente a principal ajuda aos pais no cumprimento do seu dever de
educar.
§2. É necessário que os pais cooperem estreitamente com os professores, a quem confiam a educação de
seus filhos; os professores, por sua vez, no cumprimento do dever, colaborem intimamente com os pais,
que devem ser ouvidos com atenção, e suas associações ou reuniões sejam criadas e valorizadas”.
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Cân. 796 §§1 e 2 do CIC/1983: “§1. Entre os meios para aprimorar a educação, tenham os fiéis em grande
estima as escolas, que são realmente a principal ajuda aos pais no cumprimento do seu dever de educar.
§2. É necessário que os pais cooperem estreitamente com os professores, a quem confiam a educação de
seus filhos; os professores, por sua vez, no cumprimento do dever, colaborem intimamente com os pais,
que devem ser ouvidos com atenção, e suas associações ou reuniões sejam criadas e valorizadas”.
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Cân. 797 do CIC/1983: “É necessário que os pais tenham verdadeira liberdade na escolha das escolas;
por isso, os fiéis devem ser solícitos para que a sociedade civil reconheça aos pais essa liberdade e a
garantam também com subsídios, respeitada a justiça distributiva”.
31
Cân. 798 do CIC/1983: “Os pais confiem seus filhos às escolas em que se cuide de uma educação católica;
e, se não o conseguirem, têm obrigação de cuidar que a educação católica deles se faça fora das escolas”.
32
Cân. 799 do CIC/1983: “Os fiéis se esforcem para que, na sociedade civil, as leis que regulam a formação
dos jovens tenham nas escolas a devida consideração também pela educação religiosa e moral deles, de
acordo com a consciência dos pais”.
33
Sagrada Congregação para a Educação Católica, A Escola Católica, 19.03.1977, n. 54.
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34
Cân. 803 §2 do CIC/1983: “A instrução e educação na escola católica deve fundamentar-se nos princípios
da doutrina católica; os mestres devem distinguir-se pela retidão de doutrina e probidade de vida”.
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c) Escolas católicas e sua relação com a autoridade (cf. cc. 804 – 806 do CIC/1983).
A educação religiosa faz parte do “depósito da fé” e da missão confiada à Igreja.
Eles estão, portanto, sujeitos à autoridade eclesiástica, em qualquer escola e por qualquer
meio de comunicação social que ela for conferida.
Vários são os cargos de autoridade hierárquica em relação à escola católica. Em
primeiro lugar, deve assegurar que a instrução e a educação religiosa católica sejam
ministradas de forma adequada em qualquer escola do seu território – pública ou privada,
e isto não como uma sugestão, mas como um verdadeiro mandato.
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Cân. 134 §2 do CIC/1983: “Com o nome de Ordinário local se entendem todos os mencionados no §1,
exceto os Superiores dos institutos religiosos e das sociedades de vida apostólica”.
36
Cân. 804 §2 do CIC/1983: “O ordinário local seja cuidadoso para que os indicados como professores
para a formação religiosa nas escolas, mesmo não católicas, se distingam pela reta doutrina, pelo
testemunho de vida cristã e pela capacidade pedagógica”.
37
Cân. 805 do CIC/1983: “É direito do Ordinário local, em sua diocese, nomear ou aprovar os professores
de religião, como também afastá-los ou exigir seu afastamento, caso o requeira algum motivo de religião
ou moral”.
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e, não em virtude do local onde é ministrado. Por isso, este direito é plenamente válido,
tanto para as escolas católicas ou de inspiração cristã, como para as escolas não católicas,
públicas ou privadas. Quanto ao direito de intervenção da Igreja – no que tange a
idoneidade da fé ou aos costumes – pode ser negado a nomeação ou destituição de um
professor de religião católica.
Regras adicionais
Cân. 806 §§ 1 e 2 do CIC/1983 diz:
§1. “Compete ao Bispo diocesano o direito de supervisionar e visitar as escolas católicas
situadas em seu território, mesmo quando fundadas ou dirigidas por membros de
institutos religiosos; compete ainda a ele dar prescrições referentes à organização geral
das escolas católicas; tais prescrições têm valor também para as escolas dirigidas por esses
membros de institutos religiosos, salva, porém a autonomia dessas escolas quanto a seu
governo interno”.
§2. “Os dirigentes das escolas, sob a supervisão do Ordinário local, cuidem que a
formação nelas dada atinja pelo menos o nível científico das outras escolas da região”.
No §1 deste cânon, são determinadas as atribuições do Bispo diocesano sobre as
escolas católicas existentes em sua diocese. É acima de tudo, um poder normativo, na
medida em que ele pode emitir disposições relativas à organização geral dessas escolas.
É também um poder de vigilância e visitação canônica – por si ou através de delegados –
que inclui todas as escolas católicas localizadas no território, mesmo aquelas fundadas ou
dirigidas por membros de institutos religiosos.
No §2 deste cânon diz que nas escolas católicas, é dever dos moderadores,
trabalhar arduamente para que o prestígio da escola não falhe e que a instrução que é
oferecida se destaque também sob o aspecto científico, mantendo-se pelo menos no
mesmo nível das demais escolas da região.
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É interessante notar que a primeira redação do citado artigo impunha que o ensino
em questão fosse ministrado sem ônus para os cofres públicos. Isto foi alterado pela citada
Lei de julho de 1997, a qual suprimiu a frase agora citada, reafirmando com clareza que
o sistema público escolar assume entre os próprios deveres institucionais, com os
relativos ônus financeiros, a obrigação de oferecer o ensino religioso aos alunos que,
facultativamente, queiram recebê-lo.
Acréscimos:
A educação religiosa e moral de acordo com a consciência dos pais deve ser garantida a
todos os jovens e crianças. Este é um princípio sancionado em muitos tratados e
declarações internacionais. Está garantido no ACORDO BRASIL SANTA SÉ. Porém,
falta a regulamentação desta garantia. Mas essas declarações permanecem meras
afirmações legais, se uma lei jurídica formal não responder a elas nos Estados individuais.
Portanto, é uma grave obrigação para os católicos se comprometerem politicamente, de
modo que a legislação escolar de seu país preveja adequadamente isso, de modo que nas
mesmas escolas públicas os alunos recebam a educação religiosa e moral necessária.
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3º. Toda a formação e educação religiosa católica deve estar sujeita à autoridade da Igreja,
ou seja, o Ordinário do local deve ser cuidadoso para que os indicados como professores
para a formação religiosa, se distingam pela retidão de doutrina, pelo testemunho de vida
cristã e pela capacidade pedagógica (cf. cân. 804 §§1 e 2 do CIC/1983);
4º. Compete ao Bispo diocesano o direito de supervisionar e visitar as escolas católicas
situadas em seu território, mesmo quando fundadas ou dirigidas por membros de
institutos religiosos (cf. cân. 806 §1 do CIC/1983). Esta supervisão procede-se da
seguinte forma:
a) O Bispo diocesano dará prescrições referente à organização geral das escolas católicas,
tal prescrição valerá também para as escolas dirigidas pelos membros de Institutos
Religiosos, salvo, porém, a autonomia dessas escolas (cf. cân. 806 §1 do CIC/1983);
b) O Bispo diocesano anime e cuide para que os dirigentes dessas escolas católicas,
prezem pela formação dada nessas escolas, a fim de alcance o bom nível científico para
o crescimento e amadurecimento da pessoa (cf. cân. 806 §2 do CIC/1983).
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das universidades em geral, portanto também sobre a atividade dos professores católicos
enquanto tais (cf. c. 810 §2 do CIC/1983).
Primeiramente a saber, cada universidade terá um estatuto próprio, que deverá ser
aprovado pela autoridade eclesiástica.
A autoridade eclesiástica desempenha um papel particular na escolha dos
docentes, devendo, de fato, assegurar que, nos termos dos estatutos, sejam contratados
como docentes, pessoas que se distingam pela idoneidade científica e pedagógica; pela
integridade da doutrina, conforme a doutrina do Magistério da Igreja; pela probidade de
vida (cf. c. 810 §1 do CIC/1983). Portanto, de acordo com o cânone, um professor pode
(ou deve) ser destituído quanto parece que lhe falta adequação científica e pedagógica ou
integridade de doutrina ou integridade de vida. Daí a importância desses estatutos serem
formulados de forma clara e completa, para poder proteger tanto a autonomia da
universidade como o seu caráter de universidade verdadeiramente católica.
A autoridade eclesiástica competente deve, sempre de acordo com os estatutos,
prever o afastamento dos professores, quando se verifique a falta de um desses requisitos.
A autoridade eclesiástica, especificamente a Conferência Episcopal e o Bispo diocesano,
exerce uma função de controle neste sentido e para verificar se os princípios da doutrina
católica são fielmente seguidos nas universidades. Com efeito, a qualificação que possui
de universidade católica, recebida da autoridade eclesiástica, deve ter uma confirmação
na vida da universidade.
No caso de se tratar do ensino de disciplinas teológicas, tanto nas universidades
como em outros institutos de estudos superiores, para além dos requisitos supracitados,
os professores necessitam também do mandato da autoridade eclesiástica competente (cf.
c. 812 do CIC/1983), isto é, o encargo formal de ensinar teologia naquele instituto de
estudos particular. Como o cânon fala de mandatum, o encargo deve ser dado por escrito.
De fato, quem o recebe contribui para o cumprimento da função de ensinar da Igreja (cf.
cân. 807 do CIC/1983), e isso em questões teológicas, isto é, dogma, moral, Sagrada
Escritura, etc.
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- Um pouco de história.
A partir da Constituição Apostólica Deus Scientiarum Dominus encontramos um
pouco desta história sobre o surgimento das universidades e faculdades. Surgiram, desde
os primeiros tempos, os centros de ensino, com o fim de ensinar a sabedoria cristã, pela
qual a vida e os costumes dos homens deveriam ser imbuídos. Foi nestes centros de ensino
que foram haurir da ciência, os mais eminentes Padres e Doutores da Igreja, os Mestres e
os Escritores eclesiásticos.
Com o decorrer dos séculos, realmente, graças sobretudo à hábil ação dos Bispos
e dos Monges, foram fundadas, junto das Catedrais e dos Mosteiros, as escolas, as quais
promoviam quer a doutrina eclesiástica, quer a cultura profana, como que a formarem um
todo único. De tais escolas se originaram as Universidades.
O Concílio Vaticano II não teve dúvidas em afirmar que a Igreja acompanha com
zelosa solicitude estas instituições de nível superior e prosseguia, exortando vivamente a
que as Universidades Católicas sejam desenvolvidas e convenientemente distribuídas
pelas diversas partes do mundo, e a que nelas se dê aquela formação, capaz de fazer dos
alunos, homens verdadeiramente eminentes pela doutrina e preparados para se
desempenharem dos mais exigentes cargos na sociedade e para darem testemunho da
própria fé perante o mundo.
Dentre as Universidades Católicas, a Igreja promoveu as Faculdades e
Universidades eclesiásticas, ou seja, aquelas que ocupariam de um modo especial da
Revelação cristã e de tudo aquilo que com esta anda relacionado.
Foi a estas Faculdades que a Igreja confiou, antes de mais nada, o encargo de
preparar com cuidados particulares os próprios alunos para o ministério sacerdotal e para
exercerem o magistério das ciências sagradas e, ainda, para se desempenharem das mais
árduas tarefas do apostolado.
Por Universidades e Faculdades eclesiásticas, são designadas aquelas que,
canonicamente erigidas ou aprovadas pela Sé Apostólica, cultivam e ensinam a doutrina
sagrada e as ciências que com ela estão correlacionadas, com o direito de conferir graus
acadêmicos por autoridade da Santa Sé.
A tarefa principal é preparar com especial atenção os aspirantes ao ministério
sacerdotal, ao ensino das ciências sagradas, às várias e mais exigentes tarefas do
apostolado.
Uma categoria importante das Universidades eclesiásticas é a das Universidades
pontifícias, diretamente erigidas e dirigidas pela Santa Sé.
As Universidades eclesiásticas existem atualmente somente em Roma, e são sete:
A Pontifícia Universidade Gregoriana (com o Pontifício Instituto Bíblico e o Pontifício
Instituto Oriental), a Pontifícia Universidade Lateranense, a Pontifícia Universidade
Urbaniana, a Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, a Pontifícia Universidade
Salesiana, a Pontifícia Universidade de Santa Cruz, a Pontifícia Universidade
“Antonianum”.
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1º. Para que assumam tal identidade, são necessárias três condições:
a) que sejam erigidas e aprovadas pela Sé Apostólica;
b) que cultivem e ensinem a doutrina sagrada e as ciências que com ela estão
correlacionadas;
c) o direito de conferir graus acadêmicos por autoridade da Santa Sé.
2º. Que obedeçam às três finalidades, tais como:
a) cultivar, promover e aprofundar o conhecimento da Revelação cristã e das matérias
que estão em conexão;
b) formar os alunos, a nível superior de alta qualificação, nas próprias disciplinas,
segundo a doutrina católica e para promover a formação permanente dos ministros da
Igreja;
c) a colaboração com a Igreja Universal e Particular e sempre em comunhão com a
Hierarquia.
3º. Devem ser erigidas e aprovadas pela Santa Sé, do qual é emanado o Decreto para
estabelecer e dirigir tais Universidades e Faculdades.
4º. Somente as Universidades e Faculdades eclesiásticas canonicamente erigidas e
aprovadas pela Sé Apostólica recebem o direito de conferir os graus acadêmicos que
tenham valor canônico.
5º. O Grão Chanceler é o Prelado Ordinário de que dependem juridicamente as
Universidades ou Faculdades. Ele deve velar pela conservação e promover o progresso
da instituição, e, favorecer a comunhão desta com a Igreja, tanto universal como
particular.
6º. Deve ser constituído as autoridades acadêmicas que são pessoais ou colegiais. São
autoridades acadêmicas pessoais, em primeiro lugar, o Reitor ou o Diretor, e o Decano.
As autoridades acadêmicas colegiais são os vários órgãos diretivos, ou os Conselhos quer
da Universidade quer da Faculdade eclesiástica.
7º. Os Estatutos da Universidade e da Faculdade eclesiástica devem determinar os nomes
e as funções das Autoridades acadêmicas, isto significa, de que modo hão de ser
designadas e por quanto tempo permanecerão no cargo.
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8º. Quando as Faculdades fizerem parte de uma Universidade eclesiástica, nos Estatutos
deve estar previsto a coadunação em seu governo com o governo da Universidade, de tal
maneira que seja convenientemente promovido o bem de cada uma delas e seja também
favorecida a cooperação entre si.
9º. No Estatuto deve estar previsto o número de professores, sobretudo os que são
ordinários e os que são extraordinários, o que significa que deve haver os professores que
serão contratados por um tempo determinado e outros por tempo indeterminado, até que
mande o contrário.
10º. Deve especificar as várias categorias de professores, ou seja, o grau de preparação,
de estabilidade e de responsabilidade dos mesmos na Faculdade.
11º. Para que alguém possa ser legitimamente contratado entre os professores ordinários
e os extraordinários em uma Universidade e Faculdade eclesiástica, deve obedecer aos
seguintes critérios:
a. se distinga por riqueza de doutrina, pelo testemunho de vida exemplar e pelo sentido
de responsabilidade;
b. esteja munido do título de doutorado ou de um título equivalente, ou de méritos
científicos realmente excepcionais;
c. tenha comprovado com documentos seguros, nomeadamente com as dissertações
publicadas, ser idôneo para a investigação;
c. demonstre ter as reais aptidões pedagógicas para ensinar.
12º. Os professores que ensinam matérias concernentes a fé e aos costumes, é necessário
que estejam conscientes de que este múnus deve ser exercido em plena comunhão com o
Magistério autêntico da Igreja e, sobretudo, do Romano Pontífice. Devem fazer a
profissão de fé, receber a missio canonica do Grão Chanceler ou de um seu delegado;
eles, de fato, não ensinam por sua própria autoridade, mas em virtude da missão recebida
da Igreja. Os demais professores, por sua vez, deverão receber do Grão Chanceler ou de
um seu delegado a licença para ensinar.
13º. Todos os professores devem receber a Declaração Nihil obstat da Santa Sé.
14º. As Faculdades eclesiásticas estão abertas a todos aqueles, clérigos ou leigos, que
munidos de um regular atestado em que constem o seu comportamento moral e os estudos
prévios feitos, se apresentem como idôneos para serem inscritos na Faculdade.
15º. Os Estatutos devem estabelecer o modo e porque causas graves os alunos poderão
ser suspensos de alguns direitos ou destes ser privados, ou mesmo ser excluídos da
Faculdade, de tal maneira que se proveja a que fiquem convenientemente tutelados os
direitos, tanto dos alunos como da Faculdade ou Universidade.
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c) revogar a missio canonica ou a venia docendi, se caso for necessário. Caso a tarefa do
Moderador seja desempenhada pelo Reitor da Universidade, esta tarefa cabe ao Grão-
Chanceler;
d) dar a aprovação para a nomeação do Diretor;
e) velar sobre o desenvolvimento doutrinal e disciplinar do ISCR, referindo-o ao Grão-
Chanceler;
f) nomear o Vice-Diretor, o Ecônomo e o Secretário do ISCR, se as circunstâncias o
sugerirem, depois de ter ouvido a este propósito o parecer do Diretor;
g) aprovar os balanços e os orçamentos anuais e as atas administração extraordinária do
ISCR;
h) assinar os diplomas dos graus acadêmicos do ISCR, juntamente com o Reitor (Decano)
da Faculdade de Teologia e com o Diretor do Instituto.
6º. O Diretor do ISCR permanece no seu cargo durante cinco anos e pode ser
confirmado no seu ofício uma só vez consecutivamente. Cabe a ele:
a) representar o ISCR diante do Moderador, das autoridades acadêmicas da Faculdade de
Teologia e das autoridades civis;
b) dirigir e coordenar a atividade do Instituto, particularmente no que diz respeito aos
aspectos disciplinar, doutrinal e econômico;
c) convocar e presidir às várias sessões do Conselho do Instituto;
d) participar nas assembleias dos estudantes, pessoalmente ou mediante um dos seus
Delegados;
e) redigir o relatório quinquenal sobre a vida e a atividade do ISCR;
f) assinar os diplomas dos graus acadêmicos do ISCR, juntamente com o Reitor (Decano)
da Faculdade de Teologia e com o Moderador;
g) examinar os pedidos e os recursos dos professores e dos estudantes apresentando, nos
casos mais graves, não resolvidos pelo Conselho do Instituto, a solução ao juízo da
Faculdade de Teologia.
7º. O Conselho do Instituto é formado pelo Diretor, pelo Vice-Diretor, caso exista, por
todos os docentes estáveis e por dois representantes dos docentes não estáveis eleitos
pelos seus colegas, pelo Reitor (Decano) da Faculdade de Teologia ou por um dos seus
delegados, por um delegado do Moderador, por dois estudantes ordinários eleitos pela
assembleia dos estudantes e pelo Secretário. Todos são membros de direito.
8º. Quando se tratar de questões inerentes ao corpo docente, os representantes dos
estudantes não participam no debate, nem na relativa votação.
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9º. O Conselho do Instituto é convocado pelo Diretor pelo menos duas vezes por ano e,
de forma extraordinária, a pedido da maioria do próprio Conselho.
10º. Podem pedir a ereção canônica os ISCR, que possuem os requisitos previstos pela
presente Instrução e são capazes de oferecer garantias adequadas também para o futuro.
11º. Compete à Conferência Episcopal Nacional para a planificação dos ISCR no
território, dar a sua aprovação para a ereção de cada um dos ISCRs.
12º. A proposta de ereção de um ISCR deve ser formulada pelo Bispo ou Eparca do lugar
onde o Instituto tem a sede, que deve dirigir-se a uma Faculdade Eclesiástica de Teologia,
que assuma a responsabilidade acadêmica do próprio Instituto. A ligação estabelece-se
mediante uma especial convenção.
13º. A Faculdade de Teologia, depois de ter averiguado a idoneidade dos docentes e a
existência dos requisitos previstos pela presente Instrução, apresentará ao Grão-Chanceler
o pedido de ereção do Instituto, juntamente com a seguinte documentação:
a. o parecer positivo da Conferência Episcopal Nacional ou de outra Assembleia
competente da hierarquia católica;
b. o seu parecer motivado a respeito da ligação do ISCR;
c. o texto da convenção proposta;
d. o texto do Estatuto adequado à presente Instrução;
e. o plano de estudos nas suas subdivisões, com a indicação dos créditos atribuídos a cada
uma das disciplinas;
f. o elenco dos professores com a indicação, para cada um deles, dos títulos acadêmicos,
das publicações, das disciplinas de ensino;
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Consequências:
Se um ISCR fosse gravemente inobservante naquilo que diz respeito
à observância dos requisitos, o reconhecimento poderá ser suspendido
ad tempus e, se for o caso, revogado pela Congregação para a
Educação Católica.
Eventuais modificações ao texto do Estatuto do ISCR devem ser
submetidas pelo Grão-Chanceler da Faculdade de Teologia à
Congregação para a Educação Católica para a sua devida aprovação.
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desses Institutos, quanto para sua distribuição conveniente nas diferentes partes do
mundo.
Noção de Afiliação.
A afiliação a um Instituto, que se distingue da agregação e incorporação, é a união
com uma Faculdade eclesiástica, com o objetivo de alcançar, por meio da Faculdade, o
grau acadêmico correspondente ao primeiro ciclo, isto é, o bacharelado.
O Instituto afiliado, a menos que se disponha o contrário em seus Estatutos, está
aberto a eclesiásticos ou leigos que, apresentando um certificado válido de boa conduta e
haver realizado os estudos prévios, são idôneos para inscrever-se no primeiro ciclo de
uma Faculdade eclesiástica.
É dever da Faculdade que afilia, assistir e vigiar diligentemente o Instituto afiliado
para que sua vida acadêmica seja realizada de maneira completa e regular. Para que isso
aconteça mais facilmente, a filiação deve ser estabelecida na mesma região.
Os estudos do Instituto afiliado devem ser adequados com as normas da
Constituição Apostólica Veritatis Gaudium, no que se refere ao primeiro ciclo da
Faculdade a que se afilia.
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3º. É necessário que todos os docentes tenham obtido o doutorado ou, pelo menos, o
Mestrado e que estejam isentos de outras responsabilidades incompatíveis.
4º. Se requer um número suficiente de estudantes.
5º. O Instituto deve dispor de subsídios científicos, informáticos e audiovisuais
adequados, principalmente uma biblioteca, que satisfaça as necessidades acadêmicas do
primeiro ciclo.
A modalidade de governo do Instituto afiliado deve ser determinada nos Estatutos
particulares, aprovados pelo Conselho da Faculdade e, em seguida, pela Congregação
para a Educação Católica, atentando para que não contrariem o que está prescrito nos
Estatutos da Faculdade ou da Universidade. As autoridades acadêmicas da Faculdade,
pessoais e colegiais, são ipso iure autoridades do Instituto afiliado. As tarefas e os deveres
de todas estas autoridades devem ser definidos nos Estatutos.
Para ser Diretor, requer ser eleito entre os docentes estáveis.
Se o Instituto afiliado está unido a um Seminário Maior, salvaguardando a devida
colaboração em todos os assuntos que digam respeito ao bem dos alunos, os Estatutos
devem garantir de forma clara e eficaz que a direção acadêmica e a administração do
Instituto, está devidamente separado do governo e da administração do Seminário Maior.
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No entanto, nos casos mais graves ou urgentes, a fim de se prover ao bem dos alunos e
eventualmente dos fiéis, o Grão-Chanceler suspenda das funções ad tempus o professor,
enquanto se não concluir o procedimento ordinário.
Os membros do clero diocesano e os religiosos e equiparados, para poderem tornar-se
professores em uma Faculdade e para aí permanecerem como tais, devem ter o
consentimento do próprio Ordinário, do Hierarca ou do Superior religioso, em
conformidade com as normas estabelecidas quanto a este ponto pela competente
autoridade eclesiástica.
Os professores que lecionam disciplinas sagradas devem apresentar boa conduta, reta
doutrina e fidelidade no que ensinam.
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TÍTULO IV
- DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO
SOCIAL EM ESPECIAL
DOS LIVROS -
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Introdução
Temos os seguintes documentos que tratam sobre os instrumentos de
comunicação social e publicações, são eles: a Carta Apostólica Motu Proprio In Fructibus
Multis de São Paulo VI de 02 de Abril de 1964, onde foi instituída a Pontifícia Comissão
para as Comunicações Sociais; o Decreto Inter mirifica de São Paulo VI, 04 de Dezembro
de 1963, trata sobre os meios de comunicação social; a Instrução Pastoral Communio et
Progressio, de São Paulo VI, de 1971, trata sobre os meios de comunicação social.
O Código vigente e o Código Oriental ampliou o objeto do título paralelo do
Código Pio Beneditino (De praevia censura librorum eorumque prohibitione = Censura
preliminar de livros, sua proibição), que somente se referia aos livros e demais escritos
destinados a divulgar-se publicamente.
Com efeito, o atual título se refere aos instrumentos de comunicação social em
geral, incluindo entre eles os livros. Desta forma, a legislação canônica acolhe este
conceito utilizado pelo Magistério da Igreja a partir do Decreto Inter Mirifica do Concílio
Vaticano II.
A inclusão dos livros entre os instrumentos de comunicação social havia sido
criticada por alguns especialistas nesta temática, sobretudo, por via de regra, os livros não
se inserem no âmbito dos meios de comunicação modernos. Porém, é inquestionável que
atualmente, o mundo editorial se torna cada vez mais massivo e acelerado, e opera em
contato crescente com o mundo da imprensa e dos meios audiovisuais.
No entanto, a menção de outros instrumentos de comunicação social é verificada
apenas em três cânones deste título: os cânones introdutórios (cc. 822 e 823) e o cân. 831
§2.
O tema mudou em relação à legislação anterior, que se concentrava especialmente
na censura prévia de livros e sua proibição. Lembremo-nos disso, por meio de uma
notificação do Índice Sagrado de livros proibidos; a mesma Congregação por decreto
aboliu a Congregação para a Doutrina da Fé (14/06/1966) e revogou os cânones referentes
aos livros proibidos pela Lei e às penas contra os leitores e editores (CIC/1917).
A mentalidade também mudou: os meios de comunicação de massa são
importantes, têm uma grande influência na sociedade e são necessários para a
evangelização. A nova legislação não se apresenta suspeita e incentiva a responsabilidade
pessoal, embora não negligencie a função da hierarquia de assegurar o seu uso adequado
e a correta transmissão da doutrina:
“A Igreja Católica [...] considera parte de sua missão de usar os instrumentos de
comunicação social para pregar a mensagem de salvação aos homens e ensinar-lhes o uso
correto desses meios. Corresponde à Igreja o direito natural de usar e possuir todos os
instrumentos desta ordem na medida em que sejam necessários ou úteis para a educação
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cristã e corresponde aos sagrados pastores o dever de instruir e governar os fiéis de modo
que estes, servindo-se destes instrumentos, atendam a sua própria perfeição e salvação,
bem como a de toda a raça humana. De resto, corresponde principalmente aos leigos
penetrar neste tipo de meios, a fim de que respondam à grande esperança do gênero
humano e aos desígnios divinos”. (Decreto Inter mirifica).
Vamos analisar dois documentos importantes que acenam sobre os Meios de
Comunicação Social: O Decreto Inter mirifica e a Instrução Pastoral Communio et
Progressio.
O Decreto Inter Mirifica é o segundo dos dezesseis documentos publicados pelo
Concílio Vaticano II. Podemos vislumbrar através deste documento, que a Igreja assegura
a obrigação e o direito de utilizar os meios de comunicação social. O referido documento
propõe orientações para o clero e os leigos sobre o emprego dos meios de comunicação
social.
O Decreto faz menção aos vários instrumentos de comunicação, tais como: a
imprensa, cinema, rádio, televisão e outros meios semelhantes, que também podem ser
propriamente classificados como meios de comunicação social. Tanto o clero quanto o
laicado foram convidados a empregar os instrumentos de comunicação social nos
trabalhos pastorais.
Em resposta a este Decreto, surgiu a Instrução Pastoral Communio et Progressio.
Esta Instrução tem caráter pastoral. Esta Instrução traz como característica a ação pastoral
que pode utilizar-se dos meios de comunicação.
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Cân. 227 do CIC/1983: “Os fiéis leigos têm o direito de que, nas coisas da cidade terrena, lhes seja
reconhecida a liberdade que compete a todos os cidadãos; ao utilizarem esta liberdade, procurem que a sua
atuação seja imbuída do espírito evangélico, e atendam à doutrina proposta pelo magistério da Igreja, tendo,
porém o cuidado de, nas matérias opináveis, não apresentarem a sua opinião como doutrina da Igreja”.
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acordo com a própria condição de cristão – não podem ser consideradas à parte de uma
finalidade apostólica.
Compete aos leigos vivificar com espírito humano e cristão estes meios, a fim de
que correspondam à grande esperança do gênero humano e aos desígnios divinos.
Os fiéis leigos para que possam aplicar-se no reto uso destes meios, é
absolutamente necessário que todos os que se servem deles conheçam e ponham fielmente
em prática, neste campo, as normas da ordem moral. Considerem, pois, as matérias que
se difundem através destes meios, segundo a natureza peculiar de cada um; tenham, ao
mesmo tempo, em conta todas as circunstâncias ou condições, isto é, o fim, as pessoas, o
lugar, o tempo e outros fatores, mediante os quais a comunicação se realiza e que podem
mudar ou alterar inteiramente a sua bondade moral; entre estas circunstâncias, conta-se o
caráter específico com que atua cada meio, nomeadamente a sua própria força, que pode
ser tão grande que os homens, sobretudo se não estão prevenidos, dificilmente serão
capazes de a descobrir, dominar e, se se der o caso, a pôr de lado.
É necessário, sobretudo, que todos os interessados na utilização destes meios de
comunicação formem retamente a consciência acerca de tal uso, em especial no que se
refere a algumas questões debatidas em nossos dias.
A primeira questão refere-se à chamada informação, ou obtenção e divulgação das
notícias. É evidente que tal informação, em virtude do progresso atual da sociedade
humana e dos vínculos mais estreitos entre os seus membros, resulta muito útil e, na
maioria das vezes, necessária, pois a comunicação pública e oportuna de notícias sobre
acontecimentos e coisas, facilita aos homens um conhecimento mais amplo e contínuo
dos fatos, de tal modo que pode contribuir eficazmente para o bem comum e maior
progresso de toda a sociedade humana.
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(CIC/1917: cân. 1398), proibia editar, ler, conservar, vender, traduzir ou até comunicar a
outras pessoas livros proibidos que tinham que ser destruídos.
Deve ser de grande utilidade a criação de comissões doutrinais em nível diocesano
ou em nível da Conferência episcopal ou a colaboração de instituições como
universidades ou faculdades eclesiásticas para tal vigilância.
O dever da autoridade sobre os meios de comunicação social é o de vigilância
doutrinal e moral: o direito-dever de exigir a revisão prévia dos escritos relacionados com
a fé e os costumes e o direito-dever de reprovar os escritos nocivos contra a fé e os bons
costumes.
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c. manifestar aos Pastores sua opinião sobre o que se relaciona com o bem da Igreja (cf.
c. 212 §3 do CIC/1983);
d. dar a conhecer aos outros fiéis a própria opinião sobre o que se relaciona com o bem
da Igreja, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os
Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas (cf. c. 212 §3 do
CIC/1983).
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em que vivem, uma vez que é aos homens de hoje que a Palavra de Deus deve ser
anunciada, e que precisamente os meios de comunicação podem prestar valioso auxílio.
As Universidades e Institutos Católicos criarão e desenvolverão cursos de
comunicação social, cujos trabalhos e investigações devem ser dirigidos
competentemente. Publicarão trabalhos e sínteses dessas investigações para maior
desenvolvimento do ensino cristão.
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3.2. Alguns princípios éticos com relação ao uso dos meios de comunicação social
pela Igreja.
Partimos do princípio que, as normas éticas relevantes nos outros campos,
também se aplicam à comunicação social.
A comunicação deve ser sempre sincera, dado que a verdade é essencial para a
liberdade individual e para a autêntica comunidade entre as pessoas.
A dimensão ética está relacionada não só ao conteúdo da comunicação (a
mensagem) e o processo de comunicação (o modo de comunicar), mas nas questões
fundamentais das estruturas e sistemas, que com frequência incluem grandes problemas
de política que dependem da distribuição de tecnologia e produtos sofisticados.
Nestas três áreas – mensagem, processo e problemas de estrutura e de sistema – o
princípio ético é este: a pessoa e a comunidade humanas são a finalidade e a medida do
uso dos meios de comunicação social.
Um aspecto ético entre os meios de comunicação é a liberdade de expressão, pois
a Communio et Progressio diz: “sempre portanto que os homens, segundo a tendência da
sua natureza, comunicam entre si opiniões ou conhecimentos, não exercem apenas um
direito pessoal, mas um dever para com toda a sociedade”. Esta não é uma norma
absoluta. Existem instâncias óbvias – por exemplo, a calúnia e a difamação, mensagens
que procuram fomentar o ódio e o conflito entre indivíduos e grupos, a obscenidade e a
pornografia, a descrição mórbida da violência – onde não existe o direito à comunicação.
Naturalmente, também a livre expressão deveria observar princípios como a verdade, a
justiça e o respeito pela privacidade.
O direito à expressão deve ser exercido com deferência à verdade revelada e ao
ensinamento da Igreja, e no respeito pelos direitos eclesiais dos outros (cf. cân. 212 §§ 1
– 3; cân. 220). Assim como outras comunidades e instituições, a Igreja às vezes tem
necessidade – na realidade, por vezes é obrigada – de praticar o sigilo e a
confidencialidade. Mas isto não se deve fazer em vista da manipulação e do controle.
Os comunicadores profissionais deveriam estar ativamente comprometidos no
desenvolvimento e no revigoramento de códigos éticos de comportamento para a sua
profissão, em cooperação com os representantes públicos. Os organismos religiosos e
outros grupos merecem igualmente ser parte integrante deste esforço contínuo.
Através das suas escolas e programas de formação, a Igreja deve oferecer uma
educação midiática.
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pensar que esta publicação não é tão prejudicial e que não é importante colaborar com
ela; embora seja uma proibição relativa, a menos que haja uma causa justa e razoável.
Clérigos e religiosos precisam da autorização do Ordinário local (cf. cân. 831 §1
do CIC/1983).
Os fiéis que trabalham no campo editorial, compreendidas a distribuição e a venda
de livros, têm, cada qual segundo a específica função desenvolvida, uma responsabilidade
própria e peculiar na promoção da sã doutrina e dos bons costumes. Eles, portanto, não
somente têm o dever de evitar a cooperação na difusão de obras contrárias à fé e à moral,
mas devem positivamente empenhar-se na difusão dos escritos que contribuem para o
bem humano e cristão dos leitores (cf. cân. 822 §§ 2-3 do CIC/1983).
A atividade editorial que depende de instituições católicas (dioceses, institutos
religiosos, associações católicas, etc.) possui uma responsabilidade peculiar neste setor.
A sua atividade deve se desenvolver em sintonia com a doutrina da Igreja e em comunhão
com os Pastores, na obediência às leis canônicas, tendo igualmente em consideração o
especial vínculo que a une à autoridade eclesiástica. Os editores católicos não publiquem
escritos que não possuam a autorização eclesiástica, quando for prescrita.
As casas editoras que dependem de instituições católicas devem ser objeto de
particular solicitude por parte dos Ordinários locais, para que as suas publicações sejam
sempre conformes à doutrina da Igreja e contribuam eficazmente para o bem das almas.
Os Bispos têm o dever de impedir que sejam expostas ou vendidas nas Igrejas,
publicações, concernentes a questões de religião e de costumes, que não tenham recebido
a licença ou aprovação da autoridade eclesiástica (cf. cân. 827 §4 do CIC/1983).
1. Extensão da censura.
A censura prévia e a licença concedida para publicação de uma obra valem apenas
para o texto original e, logicamente, para reimpressões simples. Em vez disso, devem ser
solicitados novamente para traduções em outras línguas e para novas edições (cf. cân. 829
do CIC/1983). Tanto o Ordinário local como a Conferência episcopal realizam
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geralmente a censura prévia dos livros com a colaboração de pessoas designadas para este
fim, que são precisamente chamados de censores.
2. Qualidades exigidas nos censores.
Os censores devem ser pessoas confiantes, ou seja, eminentes em vários aspectos:
para as ciências: mesmo que não tenham qualificação acadêmica, devem possuir
a ciência necessária para poder compreender o livro em questão e ser capazes de
julgar a ortodoxia da doutrina contida, pelo menos de forma negativa, no sentido
de que exclui a presença de qualquer erro de fé e de moral. A competência deve
dizer respeito às várias disciplinas teológicas e afins;
pela reta doutrina: deve ser um fiel defensor da doutrina do Magistério da Igreja;
pela prudência: não é fácil ditar um julgamento negativo ou muito absoluto, mas
tem a capacidade de refletir e julgar com serenidade, nem de tornar publicamente
disponível qualquer julgamento negativo sobre ele. Na verdade, não é seu trabalho
divulgar sua opinião. Ele tem apenas o dever de examinar cuidadosamente a
escrita e relatar seu pensamento objetivo ao Ordinário. Ao fazer isso, tanto a
rigidez quanto o laxismo devem ser evitados (cf. cân. 830 do CIC/1983).
3. Lista dos censores.
A Conferência episcopal tem o direito, mas não é obrigada a fazê-lo, de preparar
uma lista dos censores à disposição de cada cúria diocesana. A própria Conferência
episcopal poderia constituir uma comissão de censores, talvez composta por
especialistas em vários assuntos, de modo poder examinar, a pedido do Ordinário, o
trabalho que lhes é apresentado também sob vários aspectos.
Tal exame, por exemplo, poderia ser necessário no caso de um livro de catequese
ou teologia para uso nas escolas, que, embora contivesse a doutrina genuína da Igreja,
talvez pudesse criar problemas sob o aspecto pedagógico ou didático. No entanto, o
direito do Ordinário local individual de solicitar julgamento sobre uma certa obra,
também a outras pessoas de sua confiança, não incluídas na lista elaborada pela
Conferência episcopal, tanto em casos individuais como de forma habitual,
permanece firmemente estabelecido, nomear censores em seu nome.
Na verdade, sua tarefa principal e pessoal é proteger a integridade da fé e da moral
em sua diocese.
4. Critérios que os censores devem seguir.
O censor, ao formular seu julgamento sobre uma obra específica, deve seguir os
seguintes critérios:
a. colocar à parte todas as preferências das pessoas. Ele é obrigado a julgar, não o
autor do livro, mas a doutrina que parece estar contida no livro. A leitura deve,
portanto, ser feita de forma objetiva, sem abrir mão de interpretações favoráveis ou
desfavoráveis, sugeridas por fontes externas, ou seja, ele deve se colocar no lugar do
leitor sério, que lê a obra sem conhecer pessoalmente o autor (cf. cân. 830 §2 do
CIC/1983).
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1. A profissão de fé.
A profissão de fé é um ato religioso, e, de certa forma, está relacionado com o
ofício de ensinar, que se realiza sempre que se vai desempenhar uma função de
autoridade na Igreja, certos ofícios, dignidades ou cargos. Todos aqueles fiéis que
assumem um ofício eclesiástico na Igreja, deve fazer a profissão de fé, o que significa
um juramento especial de fidelidade pessoal, razão pela qual não pode ser delegado e
nem fazê-lo por procuração.
Deve ser feito lendo a fórmula perante a pessoa indicada pelo cân. 833 do
CIC/1983, fórmula que deve ser aprovada pela Santa Sé.
Com relação a quem deve emiti-la, o cânone estabelece:
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1º. Perante o presidente ou seu delegado, todos os que tomam parte, com voto
deliberativo ou consultivo, em um Concílio Ecumênico ou particular, Sínodo dos
Bispos e Sínodo diocesano; e o Presidente, perante o Concílio ou Sínodo;
2º. Os promovidos à dignidade cardinalícia, segundo os estatutos do Sagrado Colégio;
3º. Perante o delegado pela Sé Apostólica, todos os que forem promovidos ao
episcopado e também os que são equiparados ao Bispo diocesano;
4º. O administrador diocesano, perante o Colégio dos Consultores;
5º. Os vigários gerais, vigários episcopais e vigários judiciais, perante o Bispo
diocesano ou seu delegado;
6º. Os párocos, o reitor e os professores de teologia e filosofia dos seminários, quando
começam a exercer as suas funções, perante o Ordinário local ou o seu delegado;
também aqueles que vão receber a Ordem do diaconato;
7º. O reitor da Universidade eclesiástica ou católica, quando começa a exercer o seu
cargo, perante o Grão Chanceler, ou na sua falta, perante o Ordinário do lugar ou
perante os seus delegados; os professores que dão aulas sobre assuntos relacionados
com a fé ou os costumes em quaisquer universidades, quando começam a exercer o
cargo, perante o Reitor, se é sacerdote, ou perante o Ordinário do lugar ou perante
seus delegados;
8º. Os Superiores nos Institutos Religiosos e Sociedades de Vida Apostólica clerical,
segundo as normas das Constituições.
A profissão de fé está unida ao juramento de fidelidade nos casos que vão dos nn.
5º ao 8º.
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verdades acerca da fé e dos costumes, ou que tem a ver com um poder peculiar no
governo da Igreja.
§1: “Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de
Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé contido à
Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo
Magistério solene da Igreja, quer pelo seu Magistério ordinário e universal; isto é, o
que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condição do sagrado magistério;
por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias”.
§2: “Deve-se ainda firmemente aceitar e acreditar também em tudo o que é proposto
de maneira definitiva pelo magistério da Igreja em matéria de fé e costumes, isto é,
tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé;
opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições
consideradas definitivas”.
No cân. 1371 §1 do CIC/1983, o Legislador prevê que seja punido com justa pena:
1º. Quem, fora do caso previsto no cân. 1364 §1, ensinar uma doutrina condenada
pelo Romano Pontífice ou pelo Concílio Ecumênico, ou rejeitar com pertinácia a
doutrina referida no cân. 750 §2, ou no cân. 752, e, admoestado pela Sé Apostólica
ou pelo Ordinário, não se retratar;
2º. Quem, por outra forma, não obedecer à Sé Apostólica, ao Ordinário ou ao Superior
quando legitimamente mandam ou proíbem alguma coisa, e, depois de avisado,
persistir na desobediência.
tudo o que se requer para conservar santamente e expor fielmente o depósito da fé;
opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais proposições
consideradas definitivas.
No cân. 1436 do Código dos Cânones das Igrejas Orientais traz alguns acréscimos
e nos ajuda a entender a punição anexa ao cân. 598 do Código das Igrejas Orientais.
Fica assim:
Cân. 1436
§1: Quem negar uma verdade que deve ser acreditada com fé divina e católica ou a
puser em dúvida ou repudiar totalmente a fé cristã e, legitimamente admoestado, não
se corrigir, seja punido como herético ou como apóstata com a excomunhão maior; o
clérigo pode, além disso, ser punido com outras penas, não excluídas a deposição.
§2: Fora destes casos, quem rejeitar com pertinácia uma doutrina proposta como
definitiva, ou defender uma doutrina condenada como errônea pelo Romano Pontífice
ou pelo Colégio dos Bispos no exercício do magistério autêntico e, legitimamente
admoestado, não se corrigir, seja punido com uma pena adequada.
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3. O juramento de fidelidade.
A profissão de fé se une a obrigação de prestar o juramento de fidelidade.
Este juramento consiste na manifestação e compromisso público, colocando Deus
como testemunha, para assumir e desenvolver o ofício a que se acede em comunhão
com os Pastores e segundo as normas da Igreja. Com este juramento, além da
obrigação moral que se assume, pretende-se dar a conhecer aos fiéis que o devem
cumprir e publicamente comprometê-los, das obrigações que adquirem.
Tendo em conta as mesmas expressões que constam do juramento, pode-se dizer
que as obrigações que se contraem são as seguintes:
1º. O cumprimento com diligência e fidelidade das obrigações do cargo ou função;
2º. Manutenção, anúncio e exposição fiel do depósito da fé;
3º. Subordinação, isto é, respeito e obediência aos Pastores e suas legítimas
prescrições.
Os Bispos, segundo o cân. 380 do CIC/1983, bem como aqueles que são
equiparados, também devem fazer um juramento de fidelidade, antes de tomar posse
canônica de seu cargo.
Tanto a profissão de fé como o juramento de fidelidade não podem ser
considerados meros atos externos formais. A Igreja não pretende que se cumpra um
mero formalismo, mas pretende que a obrigação legal de fazer a profissão de fé se
baseie numa verdadeira comunhão e identidade na fé.
Por esse motivo, não podem ser aceitos a profissão ou juramento de quem está
manifestamente agindo contra o que neles está contido, ou seja, não podem ser aceitos
se a simulação o for de alguma forma.
A profissão de fé e o juramento são laços positivos que asseguram a comunhão e
a fidelidade à Igreja.
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