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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL


ESP. CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
E O MUNDO DO TRABALHO

Estudo dirigido
 Caracterize a noção de paradigma na acepção de Edgar Morin.
 De acordo com a teoria estudada o que são “Crises de Paradigmas’?
 Qual a relação da crise de paradigma com as atuais mudanças no currículo
do Ensino Médio?
 Caracterize o paradigma tradicional em educação.
 Descreva os princípios norteadores do paradigma emergente.
 Relacione a discussão do texto com os conceitos de competências e
habilidades.

RESPOSTA

Na obra concepção de Edgar Morin, o paradigma pode ser caracterizado


através de conceitos e relações que envolvem uma lógica discursiva no âmago
científico, englobando teorias e conceitos divergentes que convivem de forma
simultânea, sendo considerado como uma realidade poliparadigmática.
Assim, as crises de paradigmas podem ser compreendidas como mudanças
conceituais ao longo do tempo. Essas crises são consequências de modelos
insatisfatórios que não dão conta de solucionar as problemáticas emergentes da
sociedade atual, gerando novas discussões e fundamentos que visam promover
fundamentação para solução dos problemas apresentados na contemporaneidade.
Dessa forma, por exemplo, temos uma relação direta que compreende a crise
de paradigma curricular do Ensino Médio, onde até bem pouco tempo atrás o ensino
era pautado no professor, sendo aquele que detinha o conhecimento a ser
“transmitido” aos estudantes. Diferentemente da lógica imposta pelo novo paradigma
de ensino, onde os processos educacionais de ensino e aprendizagem são pautados
no próprio estudante, através do seu protagonismo, da sua autonomia, dos diálogos,
dos seus conhecimentos, de forma interdisciplinar e dialógica.
O paradigma tradicional na educação era fundamentado em um currículo
escolar racional estruturado pelo tripé pragmatismo, individualismo e racionalismo,
baseando-se na construção do “sujeito de forma moral, emancipado e construtor da
sociedade e do mundo”. (RIBEIRO, LOBATO e LIBERATO, 2010, p. 07).
Os princípios norteadores do paradigma emergente são pilares fundamentais
da ciência. Estas compreendem inicialmente a Teoria da Relatividade de Einsteins,
cuja qual demonstrava a não verificação da simultaneidade dos acontecimentos
distantes. Isto é, a energia possui massa e “não há espaços e tempos absolutos no
universo” (RIBEIRO, LOBATO e LIBERATO, 2010, p. 07). O Princípio da
Complementaridade, proposto por Bohr, sobre a abordagem das unidades
subatômicas, que poderão ser através de partículas ou ainda em forma de ondas, e
estas por serem compreendidas como matéria podem ocupar um lugar no espaço. O
Princípio da Incerteza, proposto por Heisenberg, que consiste na não mensuração
ou produção de ações de um elétron, ou seja, através do processo de incerteza e da
não linearidade, uma vez que a energia das partículas é incerta e desordenada. Já a
Teoria das Estruturas Dissipativas de Prigogine, refere-se a sistemas abertos, com
uma organizacidade complexa, buscando um equilíbrio dinâmico.
Compreender e relacionar os paradigmas tradicional e emergente no campo
da educação aos conceitos de competências e habilidades propostos lpelo Novo
Ensino Médio não é uma tarefa complexa, pois ocorre uma interlocução entre a
ciência, a educação e os processos de ensino e aprendizagem dos estudantes
através da concepção de competências e habilidades que visam os estudantes
ampliar seus horizontes de análise com base no protagonismo, autonomia e
conhecimentos prévios.
Nesta perspectiva, a reforma do Ensino Médio, através da proposição de
competências e habilidades, visa ampliar a qualidade da educação, pautado no
processo de ensino e aprendizagem centrado no protagonismo do estudante que
está aprendendo. Por isso, que as práticas pedagógicas dos professores, precisam
entender a dialocidade interdisciplinar como um dos pontos necessários para o
desenvolvimento das competências e habilidades. E através disso, proporcionar aos
estudantes a possibilidade de expressar suas reflexões com base em problemas
apresentados, formulando hipóteses e argumentos que possam trazer elementos
significativos para a compreensão de nossa sociedade que está imersa numa lógica
globalizante e tecnológica.
Seguindo essa linha de raciocínio, o conhecimento pode ser construído por
meio das conexões, das interações que os estudantes possam realizar, buscando
através do conhecer, do compreender os problemas de nossa realidade e atribuir
significados aos mesmos compreendendo os processos educacionais de ensino-
aprendizagem por meio de questionamentos que façam o alunado refletir,
instigando-os a questionar, empregando palavras básicas dos processos reflexivos,
centrados no "quê, por quê, para quê, para quem".
Essa finalidade relaciona com os paradigmas tratados no texto, uma vez que
com base na busca do conhecimento, através de diferentes dimensões podemos
propor soluções para problemas contemporâneos.

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