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Brucelose

A Brucelose é uma doença zoonótica, causada pela bactéria da família Brucellaceae, que é
constituída por 9 especíes, das quais, B. melitensis, B. suis e B. abortus,são espécies altamente
patogênicas e responsáveis por doenças graves, principalmente em caprinos e ovinos, suínos e
bovinos, respectivamente, assim como o homem (Corbel et al., 2006). Podendo também infectar
outros ruminantes e alguns mamíferos marinhos (OIE, 2021).

A B. melitensis é o tipo mais virulento e frequentemente relatado como principal causa de


doença em humanos, contudo, a B. abortus é a causa mais comum de infecção(OIE, 2006).

Em países com climas temperados ou frios, há uma forte variação sazonal na incidência de
brucelose aguda, com a maioria dos casos ocorrendo na primavera e no verão, porém, em áreas
tropicais e subtropicais, onde a criação de animais se estende por toda a ano, não há influência
sazonal na incidência de Brucelose (OIE, 2006).

A semelhança das outras doenças zoonóticas, a brucelose é subnotificada, devido a sistemas de


vigilância debilitados, contudo, a sua distribuição geográfica ao nível do mundo, está em
constante mudança, com novos focos emergindo ou reemergindo, podendo se observer por todo
o mundo, excepto nos países onde a brucelose bovina (B. abortus) foi eliminada(Seleem et al.,
2010), especificamente: Austrália, Canadá, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Nova
Zelândia, Noruega, Suécia, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Irlanda e Luxemburgo , no
entanto, continua a ser um problema de saude publican a regiao do Mediterrâneo , norte e leste
da África, Medio Oriente, America Latina, e Ásia Central (OIE, 2006).

Relativamente a Brucelose humana, observa se a maior carga da doença, no Médio Oriente,


sendo endêmica e apresentando cinco dos dez países com a maior incidência de brucelose
humana, sendo que a Síria tem a maior incidência anual em todo o mundo, alcançando
alarmantes 1.603 casos por milhão por ano (Pappas et al.,2006).

Em África, o Norte da África é tradicionalmente considerado como sendo endêmico para a


brucelose, com a Argélia na liderança, chegando a notificar cerca de 84 novos casos por milhão
de habitante/ ano, a décima maior incidência anual em todo o mundo. Na África Subsaariana,
ela existe em toda a sua extensão, contudo, nada se sabe sobre sua prevalência (Pappas et
al.,2006).
Impacto

Embora as estimativas dos custos associados a infecções por brucelose permanecem limitados a

países específicos, todos os dados sugerem que em todo o mundo as perdas econômicas devido à
brucelose são extensas não só na produção animal (Seleem et al., 2010), como resultado dos
abortos, nascimento de crias fracas e baixa fertilidade, consequentemente redução da produção
do leite, mas também na saúde pública, por meio de custos do tratamento e perda de
produtividade (Poester et al., 2009).

Determinantes genéticos e ambientais da Brucelose

Medidas de controlo
Estratégias de controle focadas em humanos

Higiene pessoal: Todas as pessoas que realizam procedimentos de alto risco, o que inclui o
contato com animais que sofrem ou com suspeita de brucelose, tais como fazendeiros,
pecuaristas, pastores, trabalhadores de matadouro, veterinários, entre outros, devem usar roupas
de proteção adequadas, concretamente macacão ou casaco, avental de borracha ou de plástico,
luvas e botas de borracha e proteção para os olhos (protetor facial, óculos de proteção ou
respirador)

Pasteurização do leite, Se as instalações de pasteurização não estiverem disponíveis, o leite deve


ser aquecido a uma temperatura mínima de 80-85 ° C e a temperatura mantida em aquele nível
por pelo menos vários minutos, ou fervido Se os costumes locais dificultam isso, o queijo deve
ser armazenado por seis meses antes de ser liberado para consumo.

Sensibilizacao para o consume de carne bem cozida

Educação da população atraves de colabaração multisectorial (one health) Cooperação com


autoridades de saúde pública para investigar casos humanos. Animal brucelose, especialmente
quando causada por B. melitensis, muitas vezes pode ser identificada através de investigações de
casos em humanos.

Estratégias de controle focadas em animais

 Seleção cuidadosa de animais de reposição. pois, devem ser originários de rebanhos livres de
Brucella. Em caso de compra, se possível, devem ser realizados previamente testes
 Isolamento de peças de reposição adquiridas por pelo menos 30 dias.
 Prevenção de contactos e mistura com manadas de bandos desconhecidos ou aqueles com
brucelose.
 Se possível, a assistência laboratorial deve ser utilizada para diagnosticar a causa da abortos,
partos prematuros ou outros sinais clínicos.
 Rebanhos e bandos devem ser incluídos em medidas de vigilância, como teste periódicos de
anel de leite em bovinos (pelo menos quatro vezes por ano), e testes de abate animais com
procedimentos sorológicos de triagem simples, como o RBT.
 Descarte adequado (sepultamento ou queima) de placentas e fetos inviáveis.
 Realização de desinfecção das áreas contaminadas de forma minuciosa

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