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Para Freud, o inconsciente contém todas aquelas pulsões, urgências e instintos dos quais não

temos consciência, mas que motivam a maior parte das nossas ações, sentimentos e palavras.
Isso quer dizer que embora possamos estar cientes de nossos pensamentos, emoções e
desejos, nós frequentemente não estamos cientes dos processos mentais que estão por trás
deles. Por exemplo, um homem pode saber que está atraído por uma determinada mulher, mas
não entender por completo todas as razões subjacentes a essa atração. E algumas dessas
motivações podem até mesmo parecer irracionais. O mesmo pode ser dito em relação.

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A.

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Mulher. Como o inconsciente é um nível mental que não está disponível para a mente consciente, como
podemos saber se ele realmente existe. Segundo Freud, a existência do inconsciente só pode ser
provada indiretamente. Para ele, o inconsciente é a explicação para o significado dos sonhos, dos atos
falhos e de certa forma, os tipos de esquecimentos chamados de repressão. Os sonhos na visão de
Freud, servem como fontes particularmente ricas de material inconsciente. Por exemplo, ele acreditava
que muitas experiências infantis podem reaparecer nos sonhos dos adultos, mesmo que esse adulto não
tenha nenhuma lembrança consciente daquelas experiências. Processos mentais inconscientes
frequentemente adentram a mente consciente. Como o psiquismo não para nunca de funcionar. O
material que está retido no inconsciente fica o tempo inteiro tentando escapar para a mente consciente.
Mas esse material indesejado só consegue adentrar o nível consciente depois de estar suficientemente
camuflado ou distorcido para enganar a instância psíquica responsável por censurá lo. O vídeo usou
como analogia a ideia de que existiria um guardião ou um censurador bloqueando a passagem entre o
inconsciente e o pré consciente, impedindo assim que memórias indesejáveis adentrassem a
consciência. Então, para que o material inconsciente possa adentrar a consciência, ele precisa estar
suficientemente disfarçado para enganar o primeiro censurador.

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Se isso acontecer, o material entrará no pré consciente e ele agora precisará iludir o segundo guardião
que bloqueia a passagem entre o pré consciente e o nível consciente da mente. Se isso ocorrer, o
material que veio do inconsciente não será mais reconhecido pelo indivíduo, pois as memórias que
escapam de lá estão muito distorcidas. Em vez de serem percebidas como ameaçadoras, elas
costumam ser vistas como experiências relativamente agradáveis e inofensivas. Na maioria das vezes,
essas imagens apresentam motivos sexuais e motivos agressivos fortes, pois elas resultam de
comportamento infantis que foram punidos ou interditados justamente por terem cunho sexual ou
agressivo. Punição e interdição frequentemente criam sentimentos de ansiedade, que são dolorosos.
Essa ansiedade, por sua vez, estimula o processo psíquico da repressão. E o que faz a repressão? Bom,
ela força o envio daquelas experiências punidas e interditadas para o nível inconsciente da mente. Esse
sumiço das experiências é uma forma de o psiquismo se defender da ansiedade que elas geram.

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Segundo Freud, nem todos os processos inconscientes resultam da repressão de experiências infantis.
Para ele, uma parte do nosso inconsciente tem origem nas experiências de nossos ancestrais que foram
repassadas para nós ao longo de centenas de gerações de repetições. A esse material inconsciente
herdado, Freud deu o nome de "dotação filogenética", um conceito muito similar ao de inconsciente
coletivo da psicologia analítica. Para Freud, essas experiências coletivamente herdadas estão na base
do complexo de édipo e da ansiedade de castração. Inconsciente não é sinônimo de inatividade ou
dormência. Não. As forças que habitam o inconsciente lutam constantemente para se tornar conscientes
e muitas delas obtêm êxito, embora não ressurgam mais em sua forma original. Ideias inconscientes
podem motivar as pessoas e frequentemente isso ocorre. Por exemplo, a hostilidade de um filho por seu
pai pode se disfarçar exatamente no seu oposto, ou seja, em uma exibição pública e constante de afeto
exagerado. Afinal, sem esse disfarce, a hostilidade provocaria uma ansiedade excessiva no filho. Ao
mascarar a hostilidade em afeição exagerada, a mente inconsciente do indivíduo o motiva a expressar
sua hostilidade de forma indireta, através de uma exibição exagerada de amor e bajulação. O material
inconsciente deve enganar com sucesso o seu portador, ou não chegará à consciência.

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Então esse material com frequência assume a forma oposta do sentimento original, e isso quase sempre
ocorre de maneira exagerada e excepcionista. Esse processo é conhecido como formação reativa, um
recurso psíquico que já estudamos no vídeo sobre os mecanismos de defesa do ego. Lembra?

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