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Setor Agrárias

LOGÍSTICA INDUSTRIAL MADEIREIRA


Disciplina AT-057

CAPÍTULO 4

Curitiba, 2019
SUMÁRIO

4.0 GERENCIAMENTO DE MATERIAIS .................................................................... 1


4.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
4.2 PROCESSOS GENÉRICOS DE GERENCIAMENTO DOS FLUXOS.............................................. 4
4.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO LOGÍSTICA ......................................................... 7
4.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE GERENCIAMENTO DE MATERIAIS ............................. 9
4.2.1 Fundamentos e Conceitos ............................................................................................................... 9
4.2.2 Tipos de Estoques ......................................................................................................................... 10
4.2.3 Estudo das Características dos Estoques Cíclicos ......................................................................... 10
4.2.4 Custos Logísticos ............................................................................................................................ 12
4.2.5 Agregação de Pedidos ................................................................................................................... 24
1
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.0 GERENCIAMENTO DE MATERIAIS

4.1 INTRODUÇÃO
A gestão ou gerenciamento de materiais consiste na integração das funções de
suporte desde os fornecedores até os clientes finais, compreende o abastecimento
contínuo (suprimento) dos itens que entram nas empresas, sejam para fabricação
dos produtos ou para subsidiar todas as ações que dependam de materiais para
serem realizadas como matéria prima, materiais de escritório, embalagens, etc. A
figura 4.1-1 ilustra a logística do gerenciamento de materiais. A finalidade da gestão
de materiais é otimizar os investimentos em estoques, pois os custos que a
empresa possui para funcionar, nada mais são do que o capital empregado em
mercadorias ou produtos que estão sujeitos a degradação, depreciação ou
vencimento.
O uso eficiente dos meios de planejamento e controle (P&C) (coordenação
da logística de materiais) é o objetivo desta atividade e com isto, é possível contribuir
para a maximização do lucro sobre o capital investido.

Figura 4.1-1 – Gerenciamento da Logística de Materiais


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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Para atender de forma eficaz aos clientes, isto é, que o fluxo de saída
corresponda à demanda, é necessário coordenar as atividades de transporte,
movimentação, fabricação, montagem, estocagem, venda, etc, que se encontram ao
longo da cadeia. Isto só será possível se houver uma troca de informações entre as
diferentes controláveis (pontos de controle) do sistema. Além disto, em razão da
variabilidade e da incerteza referentes às demandas dos clientes, aos prazos de
entrega e de fabricação, na prática, não é possível obter bons resultados somente
reagindo aos eventos à medida que ocorrem
A gestão dos fluxos de mercadorias ou materiais na rede exige um conjunto de
processos de planejamento e controle. A capacidade, o volume e a vazão são
elementos fundamentais de qualquer sistema de P&C, do qual a informação é a
matéria prima. Na prática podem ser adotados várias formas de gerenciamento,
dependendo de como é transmitida a informação pelo sistema e das decisões
tomadas em temos de P&C e das regras de gestão usadas
Os custos logísticos incorridos, a qualidade dos serviços prestados aos clientes
e, em particular, os tempos de ciclos da cadeia logística (venda, distribuição, produção
e suprimento) dependem diretamente da estratégia de gestão escolhida. Cada um dos
elos da cadeia corresponde a um ciclo de atividade que tem início por meio de um
evento desencadeador (p. ex., chegada de um cliente ao armazém, inclusão de um
pedido num sistema de gestão de estoques). Todas estas atividades exigem tempo e
o tempo total do ciclo depende diretamente dos métodos de operação implantados e
da estratégia da gestão utilizada.
Alguns comportamentos de gestão são problemáticos, algumas empresas
resolveram investigar o comportamento dos pedidos de produtos. Em certos casos a
variabilidade da Demanda na cadeia era maior quanto mais distante era o ponto de
consumo, isto é o chamado efeito chicote. Garcia et al. (2006) observam que quando
as decisões logísticas são tomadas de forma independente, o que ocorre é uma
variabilidade maior da demanda à medida que se percorre a cadeia logística no
sentido dos fornecedores. Quando um elo da cadeia não tiver informação sobre a
venda aos consumidores, ele deverá basear-se nos pedidos que foram transmitidos a
montante na cadeia para prever sua demanda, planejar a sua capacidade, controlar
seus estoques ou programar sua produção. A demanda artificial variável, se traduz
por estoques excessivos, capacidade insuficiente ou excedente, serviços de baixa
qualidade.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Mas o que cria o efeito chicote?

• Previsões míopes: Previsões de demandas dos seus clientes diretos,


pedidos efetuados logo a jusante
• Distribuição de pedidos em lotes: Buscando reduzir custos e aproveitar as
economias associadas aos descontos (qualidade e transporte de carga
completo, lotes consideráveis), quanto maior o lote, maior a contribuição
para o efeito chicote.
• Preços baixos temporários: Consumidores acabam comprando mais que o
necessário, não refletindo a necessidade, intensificando o efeito chicote,
estas práticas são onerosas para as empresas. O ideal é negociar com os
fornecedores e trabalhar com preços reduzidos sempre.
• Medidas preventivas para possíveis racionamentos: Ocorre quando a
demanda é maior que a oferta, o cliente infla seus pedidos, voltando a oferta
normal, cancelamentos serão feitos e o estoque paralisa.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.2 PROCESSOS GENÉRICOS DE GERENCIAMENTO DOS FLUXOS


Sendo assim, o que se aprende é que se deve evitar gestões que deformam a
informação transmitida na rede logística, evitando assim, sinais errôneos aos atores
da cadeia logística. Uma forma moderna é utilizar tecnologias de informação que será
visto a seguir, que permite ao identificar o cliente por código de barras, utiliza-se
tecnologias de movimentação eficazes, permitindo assim, a leitura para a separação,
encaminhamento, sem estoques intermediários. A seguir pode-se observar processos
de gerenciamento de materiais inventados e testados ao longo dos anos, segundo
MARTEL E VIEIRA (2008). Para os casos abaixo, a legenda se encontra na página 6.
No caso (1), está associada ao just intime. De jusante a montante, as ordens
de serviço conduzem as mercadorias dentro da rede, fácil implementação e redução
de estoques. Exige demanda constante e regular, com aparelhos de suprimento e
produção regulares. Em vários contextos isto é difícil de empregar, por irregularidades
nas vazões dos clientes.

No caso (2), utiliza-se com muita frequência, é a primeira que vem a mente dos
que não tem bom conhecimento de logística, já comentado. Neste caso, ocorre o
problema do efeito chicote, pedidos de forma isolada. Quando a informação se dá no
sentido dos fornecedores, cada elemento a jusante para se proteger emite estoques
desnecessários, aumentando a quantidade de itens desnecessários. O Varejista com
base na demanda do consumidor e informações de estoques a montante emite ordens
de serviço e elabora pedidos conforme visualiza somente os elementos da cadeia de
suprimentos mais próximos.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Em (3) visa-se eliminar o problema anterior, garantindo que a informação seja


transmitida imediatamente dos clientes e os estoques situados a jusante seja
transmitida imediatamente para as unidades a montante. Método BSS (Base stock
System). O enfoque ECR dominante no ramo de alimentos é muito parecido.

A abordagem MRP/DRP (4) (Planejamento dos recursos materiais/


Planejamento das necessidades de distribuição) transmite também a montante,
mas etapa por etapa, por meio de pedidos planejados para ocorrer dentro de um
determinado prazo. Quando os pedidos são feitos para a fonte, acredita-se que
nenhum tipo de recurso seja desrespeitado. A fim de encaminhar as ordens de serviço
em cada etapa, até a extremidade do cliente final, as ordens são encaminhadas de
montante a jusante, contando com a intervenção se necessária. Apresenta excelentes
resultados quando a demanda do cliente varia de um período para outro, mas é
conhecida previamente.

Um dos problemas dos métodos anteriores, é não considerar as restrições de


capacidade ou de volume. No caso de fluxo empurrado (push), que considera este
fato, ocorre a restrição de recursos.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Em geral o método (5) emprega o controle coordenado trabalhando a


informação referente à demanda e aos estoques de todos os elos a jusante e utilizam
algoritmos de alocação de recursos em cada fase para desencadear as ordens de
serviço.

No caso (6), é o extremo, quando tentamos considerar todos os produtos e


todas as etapas simultaneamente, adotando a estratégia de planejamento e controle
centralizados, requerendo modelos matemáticos de grande porte, aplicado em
empresas cuja rede logística possui um numero menor de etapas, ocorrendo na
indústria de processamento.

As seis abordagens podem ser classificadas em duas grandes categorias, pull


(reativa) ou push (especulativa), dependendo da forma de abordar a demanda dos
clientes. As empresas estão cada vez mais eliminando os ciclos de distribuição,
adotando estratégia pull.
Legenda dos Fluxos
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO LOGÍSTICA


Atualmente com a complexidade na gestão empresarial, pois uma empresa
precisa gerenciar contas a pagar e a receber, vendas e pedidos, folha de pagamento
de funcionários, controlar estoque, emitir nota fiscal, entre diversos outros processos,
adota-se softwares como ERP do inglês (Enterprise Resource Planning, ou
Planejamento dos Recursos da Empresa), que permite gerenciar todas informações
separadamente. Todas essas informações estão dentro de um único sistema, erros
são mais difíceis de acontecer e o gerenciamento e analise de todas essas
informações ficam mais rápidas. O software ERP serve para isso1.
Os avanços passam pelos sistemas MRP1, da década de 70 que continham
funções ligadas à produção. No MRP2 na década de 80 foi adicionado as funções
contábeis da empresa, incluindo alguns módulos de gestão de recursos humanos. A
passagem do MRP2 para o ERP foi no início da década de 90, com o aparecimento
da arquitetura cliente-servidor. Os principais módulos podem ser observados na
Figura 4.1-3.

Figura 4.1-3 Módulo dos sistemas ERP

Os programas ERP são derivados do MRP e herdaram os seus limites, não


podendo ser realmente como sistemas de gestão que permitam a otimização dos
fluxos de mercadorias no conjunto da cadeia logística, não permitem a inclusão de
restrições de recursos de maneira explícita, contudo a informática continua evoluindo,

1
http://sistemaserp.org/o-que-e-erp/
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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os APS é uma prova disto. A SAP oferece o seu próprio produto de planejamento
avançado como a (APO), advanced planner and optimizer, entre outras
Outros sistemas como (APS) Advanced Planning Systems, surgiram para
preencher lacunas.
Na gestão de materiais ganha destaque a função compras, pois o início do lucro
ou prejuízo começa no momento em que a compra é realizada, já que caso seja bem-
sucedida a economia auxiliará proporcionando um custo menor sobre o cálculo do
preço de venda e mais ou menos recursos para efetivação do trabalho na organização.
As atividades de gerenciamento de materiais complementam a gestão do
próprio processo produtivo. É necessário determinar os níveis de estoque a serem
mantidos, o tamanho dos lotes de compra e a freqüência de aquisição, para garantir
que o processo produtivo, e principalmente o mercado, não fique desabastecido.
As organizações precisam administrar vários tipos de materiais que são
necessários para a realização das suas atividades. A administração dos estoques
desses materiais é uma função rotineira, com maior ou menor representatividade
dentre as tarefas realizadas, dependendo do tipo de organização em questão. Nas
organizações industriais, por exemplo, os inventários são bastante representativos,
enquanto em determinadas empresas de serviços podem ser quase inexistentes,
restringindo-se, talvez, a material de limpeza e alguns poucos itens de escritório. Os
tipos de materiais comumente encontrados em organizações do tipo industrial são
matérias-primas, componentes, materiais em processo e produtos acabados ou
mercadorias. Além destes materiais, ligados ao processo produtivo, podem existir
outros tipos de materiais complementares, os quais também podem formar estoques
que precisam ser administrados, como peças de reposição para equipamentos e
materiais de manutenção, expediente, limpeza e segurança. A seguir, será explicado
em que consiste cada um desses materiais
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE GERENCIAMENTO DE MATERIAIS

4.2.1 Fundamentos e Conceitos

O GM ou Gestão de Estoques hoje é essencial para a competitividade e


excelência organizacional, hoje em dia é vital o seu controle, visto que até um tempo
atrás, devido à inflação, o acúmulo de estoques era proposital, o que não ocorre nos
dias de hoje.

Estoques são todos os bens, mercadorias, materiais, mantidos por uma


empresa para suprir demandas futuras. O estoque consiste de mercadorias,
suprimentos ou materiais que uma empresa encomenda ao fabricante ou distribuidor,
que é posteriormente estocada, para atender às suas vendas, fornecer insumos ou
suprimentos para o processo de produção e atender suas necessidades internas.
A meta principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o
capital investido em fábricas e equipamentos, vendas, reserva de caixa, e outros itens,
principalmente sobre os estoques que são o objeto de nossa preocupação.
O objetivo é, portanto, otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso
eficiente dos meios internos de uma empresa, minimizando as necessidades de
capital investido em estoques.
Os demonstrativos contábeis, como Balanço Patrionial e DRE (Demonstração
do Resultado do Exercício), não avaliam a performance das operações logísticas. O
efeito dos estoques na lucratividade pode ser visto em indicadores como ROI. O ROI
é definido como a razão entre o lucro líquido e o ativo total. Como os estoques fazem
parte do ativo circulante, a diminuição dos níveis de estoque leva ao aumento do ROI,
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.2.2 Tipos de Estoques

4.2.3 Estudo das Características dos Estoques Cíclicos


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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Entregas em lotes menores e mais freqüentes provocam a diminuição do


estoque cíclico, reduzindo assim os custos de estocagem. Por outro lado, entregas
mais freqüentes demandam maiores custos de entrega. Qual é, então, a melhor
política de compras/estoques? A empresa deve definir o tamanho do lote de compra
e o número de entregas por período. Para isto, é necessário considerar dois custos
envolvidos: o custo de estocagem e o custo de cada novo pedido.
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4.2.4 Custos Logísticos

Custo de estocagem
Os principais componentes de custo envolvidos na estocagem ou mobilização
de estoques de determinado volume de itens são:
• Custo do capital investido: talvez este seja o componente mais expressivo
do custo de estocagem. É representado pela falta de remuneração financeira
do capital, que permanece "empatado" em estoques. Juros pagos por
empréstimos eventualmente tomados para financiar a operação também
devem ser computados.
• Custo de utilização do espaço de armazenagem: estoques ocupam espaço
físico. Os custos associados a esta ocupação são, na maioria das vezes,
representados pelo custo interno por metro quadrado deste espaço ou pelo
aluguel externo, quando necessário.
• Custo de Manutenção dos Estoques
Além disto, danos ocorridos na movimentação e armazenagem dos
materiais, necessidade de prateleiras, iluminação, almoxarifes, segurança,
acréscimo nos custos de apólices de seguro, necessidade de condições
específicas (por exemplo, temperatura controlada ou necessidade de
refrigeração), cuidados especiais com materiais inflamáveis, entre outros,
também precisam ser levados em conta. Os custos de movimentação e
armazenagem não são facilmente quantificáveis, o que faz com que seu real
impacto sobre o resultado produtivo não seja, normalmente, levado em
consideração.
• Custo do risco de deterioração ou obsolescência: muitos materiais como
alimentos, tintas, adesivos etc., se deterioram com o passar do tempo e, por
isto, apresentam prazo de validade. Alguns materiais podem estar sujeitos à
corrosão ou perda de suas propriedades químicas ou físicas. Outros podem
se tornar obsoletos rapidamente, pelo surgimento de novos produtos ou
novas tecnologias mais modernas. Quanto maior o risco de deterioração ou
obsolescência, maior o custo envolvido na manutenção de estoques.

Os custos para manter um artigo em estoque, geralmente é representado na


forma de percentagem sobre o valor do produto. Deve-se levar em conta nos custos
apenas as despesas que variam em função dos níveis de estoques, cuja estimativa,
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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na prática pode ser difícil quando avaliamos, por exemplo, os custos de utilização de
armazenamento, podendo ter custos fixos ou semifixos.
Muitos autores mencionam que deve-se incluir os custos operacionais do
armazém, de energia elétrica, segurança, neste caso não, pois não varia em função
dos níveis de estoques, são custos fixos. Os custos de movimentação também, pois
é o mesmo até atingir um determinado nível de estoque.

Custo com pedidos


Os principais custos envolvidos desde a realização de um pedido até o seu
atendimento, incluindo a política de compras adotada e a forma de negociação, são
representados por:
• Custo de transporte: o custo do frete do pedido geralmente é bastante
representativo e diz respeito ao lote de compra. Na maioria das vezes, o
custo do frete apresenta forte componente fixa, de forma que o preço do frete
praticado para um pedido pequeno, contendo poucas unidades, chega a ser
praticamente o mesmo de um pedido maior, contendo mais unidades de
material, até um determinado limite, possivelmente representado pela
capacidade do equipamento de transporte utilizado. Somente a partir daí é
que o preço de frete deixa de ser constante e pode aumentar. Em função
disto, o custo do frete é, normalmente, fixo por pedido, independentemente
do seu tamanho.

• Custo de setup: o custo de setup diz respeito ao lote de fabricação, enquanto


o custo do frete diz respeito ao lote de compra. De certa forma, pode-se dizer
que um destes custos acaba por substituir outro. O custo de preparação de
máquina ou linha de produção pode variar bastante e engloba o custo do
tempo de parada da produção, geralmente acrescido dos custos da matéria-
prima perdida durante os ajustes iniciais do processo, quando existe este
tipo de perda.

• Custos administrativos: os custos administrativos envolvidos englobam os


custos da mão-de-obra para se emitir o pedido, os custos de conferência
pelo almoxarife no recebimento do material, os custos de carga e descarga,
o custo de digitação do pedido no sistema, o custo da inspeção da qualidade
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no recebimento, quando for o caso, e outros custos desta ordem. Quando se


tratam de lotes de fabricação, os custos administrativos podem refletir o
trabalho de programação das ordens de produção. Via de regra, são custos
considerados fixos por pedido, independentemente do volume
de material solicitado

• Outros custos: Na elaboração dos pedidos deve-se levar em conta a


possibilidade de alguns fatores que podem estar relacionados com o custo
do valor efetivamente pago pela matéria prima. Alguns fatores pode ser os
descontos por quantidade e as promoções comerciais Estes fatores podem
influenciar os valores dos lotes de compra, que devem ser negociados a fim
de se obter vantagens na aquisição.

Lote Econômico de Compra


Quanto maior for o lote de compra, maior será o custo de estocagem.
Porém, lotes maiores implicam em menor número de entregas ou de setups de
máquina, o que reduz o custo com pedidos. Por outro lado, lotes de compra menores
implicam em custos de estocagem reduzidos, mas exigem um maior número de lotes
de produção ou de entregas, o que eleva o custo com pedidos.

O cálculo do lote econômico de compra leva em consideração o trade off entre


o custo de estocagem e o custo com pedidos. Também assume que os pedidos são
entregues de uma única vez, em um só momento. As considerações necessárias para
o cálculo do lote econômico de compra são:
• O custo do pedido é o mesmo para cada pedido, independentemente do
tamanho do lote;
• O custo unitário do material é o mesmo, independentemente do tamanho do
lote;
• Há apenas um único material ou produto envolvido;
• A demanda no período é conhecida, constante e linear ao longo do período;
• O lead time de entrega ou de produção não varia;
• Cada pedido é atendido de uma só vez (entrega de todo o pedido em um
único instante).
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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O custo de estocagem é o custo financeiro de se manter uma unidade de


material em estoque por um determinado período de tempo, geralmente um ano,
multiplicado pela quantidade de material que forma o estoque médio.
A fórmula 4.1 apresenta a forma de cálculo.
𝐿𝐶
𝐶𝐸 = 𝑖𝑥𝑈 4.1
2
𝐶𝐸 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑈 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
𝐿𝐶 = 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎
𝐿𝐶
= 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
2
O custo com pedidos é o custo de atendimento de um pedido de material
multiplicado pela quantidade de pedidos necessária para atender às necessidades de
material de um determinado período de tempo, geralmente um ano. A fórmula 4.2
apresenta a forma de cálculo.
𝐷
C𝑃𝑇 = 𝐶𝑃 𝑥 4.2
𝐿𝐶
C𝑃𝑇 = 𝐶𝑃 𝑥𝑁𝑃 4.3
C𝑃𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑒 CP = Custo de 1 pedido
𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐿𝐶 = 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎
𝐷
= 𝑁𝑃 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐿𝐶
O custo total com materiais, em um determinado período, é dado pela soma
dos custos com pedidos e dos custos de estocagem, conforme a fórmula 4.4
𝐿𝐶 𝐷
𝐶𝑇 = 𝐶𝐸 + C𝑃𝑇 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃 𝑥 ) 4.4
2 𝐿𝐶
𝐶𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐿𝑜𝑔í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐶𝐸 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚
𝐶𝑃𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑈 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
𝐿𝐶 = 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎 𝑒 CP = Custo de 1 pedido
𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Exemplo:
O setor de embalagens de uma fábrica, consome 1.000 unidades por mês.
Supondo que a empresa adquira a um custo de R$ 20,00 cada, que o frete
praticado é de R$ 40,00 por viagem e que o custo de oportunidade de captação
de recursos financeiros é da ordem de 5% ao mês, qual o tamanho do lote de
compra que minimiza o custo total?

𝐿𝐶 𝐷
𝐶𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 + Custo do Pedido = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃 𝑥 )
2 𝐿𝐶

𝐿𝐶 1000
𝐶𝑇 = 𝐶𝐸 + C𝑃𝑇 = (0,05𝑥20𝑥 ) + (40𝑥 )
2 𝐿𝐶
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Como se pode perceber, analisando-se a Figura acima, quando se compra em


pequenas quantidades (lotes de 50 unidades, por exemplo), o custo financeiro de
estocagem é baixo, já que há pouco dinheiro “empatado” em estoques. Em
contrapartida, são necessárias muitas viagens com equipamentos de transporte
subutilizados, ou com equipamentos de baixa capacidade, que normalmente são
menos eficientes em termos de custo por volume, o que acarreta elevados custos com
pedidos. Por outro lado, quando os lotes são grandes, há menos gastos com pedidos.
Para lotes de 1000 unidades, neste exemplo, bastaria uma única compra por ano.
Mas, realizar uma única compra no ano, significa que a empresa fica com bastante
mercadoria estocada e que já pagou por itens para os quais só vai dar um destino útil
muito tempo depois.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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O lote econômico de compra pode ser calculado matematicamente e


corresponde à quantidade de material para a qual o custo de estocagem é igual ao
custo com pedidos. Ele pode ser obtido, encontrando-se o ponto de mínimo da curva
do custo total, ou seja, igualando-se a sua primeira derivada a zero.

𝑑𝐶𝑇 1 𝐷
= 0 = (𝑖𝑥𝑈) − (𝐶𝑃 𝑥 2 ) 4.5
𝑑𝐿𝐶 2 𝐿𝐶
1 𝐷
(𝑖𝑥𝑈) = (𝐶𝑃 𝑥 2 ) 4.6
2 𝐿𝐶

Isolando-se o lote de compra (𝐿𝐶 ), obtém-se a fórmula do lote econômico de


compra, ou seja, do lote que representa a opção mais econômica para a aquisição do
material em questão.

2𝐶𝑃 𝐷
𝐿𝐸𝐶 = √ 4.7
𝑖𝑈

Voltando ao caso do exemplo das embalagens , o lote econômico de compra


pode ser calculado como:

2𝐶𝑃 𝐷 2𝑥40,00𝑥1000
𝐿𝐸𝐶 = √ =√ = 282,84 283 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑖𝑈 0,05𝑥20

Algumas vezes pode ser necessário calcular o número econômico de pedidos


por período, que pode ser calculado como sendo a demanda do período dividida pelo
lote econômico de compra, ou seja:
𝐷 𝐷
𝑁𝐸𝑃 = = 4.8
𝐿𝐸𝐶
√2𝐶𝑃 𝐷
𝑖𝑈

𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈
𝑁𝐸𝑃 = √ 4.9
2𝑥𝐶𝑃

𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
CP = Custo de 1 pedido
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑈 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Variação do Lote Econômico


Os custos logísticos totais, representados pela soma do custo com pedidos e
do custo de estocagem, permanecem praticamente estáveis para lotes de compra de
quantidades próximas (ou mesmo não tão próximas) ao lote econômico de compra, O
Quadro a seguir demonstra que lotes de compra variando entre 200 a 400 unidades
representam valores de custo logístico total muito próximos. Isto permite que a
empresa de embalagens possa utilizar, por exemplo, um lote de 250 ou 300 unidades,
se as embalagens forem de 50 unidades cada.

283 1000
𝐶𝑇(𝐿𝐸𝐶) = (0,05𝑥20𝑥 ) + (40𝑥 ) = 282,84
2 283

Redução do tamanho do lote de compra


A gestão moderna de materiais nas organizações objetiva a uma contínua e
incessante redução nos estoques. Estoques elevados aumentam consideravelmente
os custos de produção. Recentemente, modelos de gestão de estoques, como o
ambiente just in time e o sistema Toyota de produção, que definem lotes de entrega
nas quantidades mínimas possíveis para ainda assim permitirem o funcionamento da
operação, com várias entregas diárias, têm sido adotados, mais recentemente,
também por empresas de outros setores, com o objetivo de reduzir custos e aumentar
a competitividade. Pensando desta forma e com a teoria já estabelecida, para que um
lote econômico de compras seja reduzido em n vezes, é necessário alterar o custo do
pedido, mas de quanto? Supondo uma redução no Lote econômico de N unidades,
isto implicará que o custo do pedido seja alterado, mantendo os demais parâmetros
constantes.

2𝐶𝑃1 𝐷 𝐿𝐸𝐶 1 2𝐶𝑃2 𝐷


𝐿𝐸𝐶 1 = √ 𝐿𝐸𝐶2 = =√
𝑖𝑈 𝑁 𝑖𝑈

Dividindo-se as relações e Isolando o Custo do pedido, tem-se


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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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𝐿𝐸𝐶 1 √2𝐶𝑃2 𝐷 2𝐶𝑃2 𝐷


𝑖𝑈 ( 𝑖𝑈 ) 𝐶𝑃2 𝐶𝑃1
𝑁 = =√ =√ − − − − − − > 𝐶𝑃2 = 2
𝐿𝐸𝐶 1 2𝐶𝑃1 𝐷 𝐶𝑃1 𝑁
√2𝐶𝑃1 𝐷 ( 𝑖𝑈 )
𝑖𝑈

O custo de cada pedido unitário deve ser reduzido em N2 vezes. Para reduzir o
lote econômico de compras pela metade, o custo de um pedido precisa ser reduzido
a um quarto do valor.

Exemplo:
A empresa de embalagem mencionada, deseja diminuir o lote de compra
de 283 unidades para 100 unidades, qual deveria ser o custo de cada pedido
para que 100 unidades representassem o novo lote econômico de compra?

2𝐶𝑃 𝐷 2𝐶𝑃 1000


𝐿𝐸𝐶 = √ → 100 = √ → 𝐶𝑃 = 𝑅$ 5,00
𝑖𝑈 0,05𝑋20
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Exemplo:
Uma empresa regional pretende comercializar 450 toneladas de papel no
próximo ano para diversos distribuidores, a demanda mensal é constante e a
empresa paga R$3500,00 por bobina de uma tonelada de papel, a taxa de
manutenção destes estoques foi estimada em 10% ao ano e o custo de frete é
de R$ 1.300,00 por entrega. Pergunta-se:

a) Qual o valor do lote econômico de compras?

2𝐶𝑃 𝐷 2𝑥1300𝑥450
𝐿𝐸𝐶 = √ → =√ → 𝐿𝐸𝐶 = 58 𝑡𝑜𝑛𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑖𝑈 0,10𝑥3500

b) Qual o número econômico de entregas por ano?

𝐷 450
𝑁𝐸𝐶 = = = 8 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒𝑔𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑜
𝐿𝐸𝐶 58

c) Qual o intervalo de tempo entre cada entrega?

365
𝐼𝑁𝑇 = = 46 𝑑𝑖𝑎𝑠
8

d) Qual o custo com pedidos, de estocagem e total considerando o LEC?


𝐿𝐸𝐶 𝐷 58 450
𝐶𝑇 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃 𝑥 ) = (0,10𝑥3500𝑥 ) + (1300𝑥 ) = 𝑅$ 20236,21
2 𝐿𝐸𝐶 2 58

e) Qual passa a ser o custo do frete se o distribuidor decidir reduzir seu


estoque cíclico pela metade?

2𝐶𝑃 𝐷 58 2𝑥𝐶𝑃 𝑥450


𝐿𝐸𝐶 = √ → =√ → 𝐶𝑃 = 327,06
𝑖𝑈 2 0,10𝑥3500
22
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Giro do Estoque
Outro parâmetro fundamental é o giro do estoque IG, definido como a demanda
por período dividida pelo estoque médio. Este é um indicador de desempenho usado
em muitas empresas.

𝐷 2𝐷 (𝑖𝑈)
𝐼𝐺 = =√
𝐿𝐸𝐶 𝐶𝑃
( 2 )

O Giro de Estoque é um tipo de indicador que demonstra o desempenho do


Estoque e serve para medir, de uma forma padronizada, a qualidade do mesmo,
podendo ser aplicado a diferentes tipos de estoque, quanto a tamanho e
complexidades. O indicador, representa a quantidade de vezes que cada um dos itens,
foi renovado dentro de um determinado período. Dizer que o giro de um estoque foi 1,
durante um mês, significa dizer que tudo que tinha no estoque foi vendido e o estoque
foi reposto por produtos novos. Um procedimento simples de cálculo do giro pode ser
da seguinte forma. Se considerarmos o que foi vendido em um determinado período,
então, divide pela média de estoque, por exemplo, se tivermos em média um estoque
de 2 mil unidades, vendemos mil e compramos outras mil, tivemos um giro de 0,5; isto
é, metade do estoque foi renovada. O resultado final do giro de estoque, deve ser
interpretado caso a caso, porém, de uma forma geral, podemos dizer que quanto
maior for o giro, melhor.
Considere outro exemplo, onde, vamos supor que no início do mês, tenhamos
10 mesas em estoque. Durante alguns dias, 5 mesas foram vendidas. Notando a
diminuição do nível de estoque, o fornecedor foi acionado e foram compradas mais 10
mesas. O mês continuou e mais 5 mesas foram vendidas, totalizando 10 vendas no
mês. Dessa forma, o mês terminou com 10 mesas no estoque. Como o mês iniciou
com 10 mesas e terminou com 10 mesas, podemos dizer que a média de estoque
neste mês foi de 10 mesas. Sendo assim, podemos calcular o Giro de Estoque como
sendo o total de vendas dividido pela média de estoque, isto é, 10 dividido por 10, que
é igual a 1. Nesse caso, o Giro de Estoque igual a 1 significa que todos os produtos
foram renovados 1 vez durante o mês. Se o número fosse menor do que 1, teríamos
uma indicação de que alguns dos produtos que iniciaram o mês na prateleira, ainda
estão lá.
No caso, se o mesmo estoque iniciando o mês com as mesmas 10 mesas.
Passados alguns dias, 5 mesas foram vendidas. Para cobrir o estoque, outras 10
23
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
__________________________________________________________________________________________

foram compradas. As vendas continuaram e mais 5 foram vendidas. Passado o tempo,


outras 10 foram comercializadas, deixando o estoque vazio. Mais 10 foram adquiridas
para reintegrar o estoque. No final do mês, fechamos com 20 vendas, 20 compras e
um estoque de 10 mesas, exatamente como começou. Para se calcular o novo Giro
de Estoque, devemos dividir o total de vendas durante o mês pela média de estoque.
Nesse caso, a venda foi de 20 mesas, então o giro de estoque ficou 20 dividido por
10, ou seja, 2. Pode-se então dizer que o estoque se renovou 2 vezes durante o mês.
Um fator que costuma gerar dúvidas ao se calcular o giro de estoque é o cálculo da
média de estoque. Nesse caso, a média de estoque é calculada pela média entre o
estoque no início e no final do mês, ou simplesmente somando o estoque percebido
no início com o estoque do fim do período e o resultado, se divide por 2.
Quando o estoque é composto por vários produtos, de diferentes preços e
tamanhos, pode-se calcular o giro do estoque como o valor total das vendas dividido
pelo valor médio do estoque.
24
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
__________________________________________________________________________________________

4.2.5 Agregação de Pedidos


O custo do pedido envolve valores que um profissional de logística deve pagar
por serviços de transporte e que devem estar ligados às características de custo de
cada tipo de serviço. Os serviços de transporte incorrem em uma série de custos, tais
como mão-de-obra, combustível, manutenção, terminais, rodovias, serviços
administrativos e outros. A combinação de custos pode ser dividida em custos que
variam com os serviços ou o volume (custos variáveis) e aqueles que não variam
(custos fixos). De fato, todos os custos variam se forem considerados um período de
tempo muito longo e um grande volume. É útil considerar como fixos os custos que
são constantes sobre o volume de operação “normal” do transportador. Todos os
demais são tratados como variáveis. Especificamente custos fixos são aqueles para
a aquisição de rodovias, instalações terminais, equipamentos de transporte e
administração do transportador. Custos variáveis geralmente incluem custos na linha
de transporte, tais como combustível e mão-de-obra, equipamentos de manutenção.
As taxas da linha de transporte são baseadas em duas importantes dimensões:
distância e volume de embarque. Itens que influenciam no custo
A maior parcela do custo de atendimento de um pedido é representada pelo
transporte, que costuma apresentar um custo mínimo fixo por pedido transportado.
Assim, reunir vários materiais de vários fornecedores, localizados próximos entre si,
em um único pedido de compra costuma trazer vantagem de redução do custo
logístico total desses materiais.
25
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Exemplo:
Suponha que uma empresa sediada na Região Metropolitana de Curitiba
compra seus produtos de fornecedores distintos do Rio de Janeiro, consumindo
mensalmente 300 sacos do produto A, a um custo de R$ 200,00 por saca, 250
sacas de B, que custam R$ 285,00 a saca e 200 toneis de C, a um custo de R$
380,00. A empresa adquire um frete fixo do Rio de Janeiro a RMC, no valor de
R$ 900,00 por viagem (correspondente a R$ 100,00 por cada coleta e R$ 800,00
pelo traslado). Supondo que o custo de oportunidade seja de 22% ao ano, há
duas opções: fazer os pedidos independente ou das três matérias-primas
conjuntamente.
Solução

A fórmula 4.9 desenvolvida, permite calcular o número o de pedidos de lotes


econômicos de compra durante um período quando se considera um único item de
compra.

𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈
𝑁𝐸𝑃 = √ 4.9
2𝑥𝐶𝑃

Assim, o número de pedidos quando se deseja um lote econômico de compras


que agregue vários itens de material em um único pedido pode ser descrito por meio
da fórmula 4.10, apresentada a seguir.

(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)1 + (𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)2 + (𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)3 + ⋯ (𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)𝑛


𝑁𝐸𝑃𝐴𝐺 = √ 4.10
2𝑥𝐶𝑃𝐴

𝑁𝐸𝑃𝐴 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠


(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)1 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 1
(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)2 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 2
(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)𝑛 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑛
𝐶𝑃𝐴𝐺 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠

A empresa sediada na RMC pode querer aproveitar o custo fixo de transporte


para trazer um pouco dos três produtos em cada pedido, invés de comprá-los de forma
independente. Isto pode reduzir o custo logístico total, representado pelos estoques e
pelo transporte. Pode-se fazer um acordo com um operador logístico que cobra um
26
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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valor de R$ 100,00 pela coleta de cada matéria-prima. Assim, se transportar junto as


três matérias-primas, o custo de transporte passa a ser de R$ 1.100,00, que
corresponde ao custo de R$ 100,00 para a coleta de A, R$ 100,00 para a coleta de B,
R$ 100,00 para a coleta de C e mais R$ 800,00 de traslado. Para que seja possível
transportar os três produtos juntos, será necessário calcular o número de pedidos por
período e o lote de compra de cada produto em cada pedido.
[(300𝑥12)𝑥0,22𝑥200]1 + [(250𝑥12)𝑥0,22𝑥285]2 + [(200𝑥12)𝑥0,22𝑥380]3
𝑁𝐸𝑃𝐴𝐺 = √ ≅ 16 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
2𝑥(800 + 100 + 100 + 100)

Como devem ser feitos aproximadamente 16 pedidos por ano para todos os
materiais, a quantidade adquirida (Lote de compra) para cada um dos itens de material
será a demanda anual dividida pelo número de pedidos, desta forma:
300𝑋12
𝐿𝐸𝐶𝐴 = = 225 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐴
16
2500𝑋12
𝐿𝐸𝐶𝐵 = = 188 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑠 𝐵
16
200𝑋12
𝐿𝐸𝐶𝐶 = = 150 𝑡𝑜𝑛é𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝐶
16

O custo logístico total é calculado como:


𝐿𝐸𝐶𝐴 𝐷𝐴 225 300𝑥12
𝐶𝑇𝐴 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃𝐴𝐺 𝑥 ) = (0,22𝑥200𝑥 ) + (366,66𝑥 ) = 𝑅$ 10816,67
2 𝐿𝐸𝐶𝐴 2 225

𝐿𝐸𝐶𝐵 𝐷𝐵 188 250𝑥12


𝐶𝑇𝐵 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃𝐴𝐺 𝑥 ) = (0,22𝑥285𝑥 ) + (366,66𝑥 ) = 𝑅$ 11744,79
2 𝐿𝐸𝐶𝐵 2 188

𝐿𝐸𝐶𝐶 𝐷𝐶 150 200𝑥12


𝐶𝑇𝐶 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃𝐴𝐺 𝑥 ) = (0,22𝑥380𝑥 ) + (366,66𝑥 ) = 𝑅$ 12136,67
2 𝐿𝐸𝐶𝐶 2 150

Convém observar que o custo fixo de transporte dos três itens de material foi
calculado como sendo o custo total de R$ 1.100,00 dividido por três, afinal os três
itens são transportados no mesmo caminhão. Poderia ter sido utilizado algum outro
critério para o rateio deste custo entre as três matérias primas, mas, no fim das contas,
isto não interferiria no custo total logístico, que é a soma dos custos totais individuais,
como mostrados a seguir.
O custo logístico total para pedidos agregados:
𝐶𝑇𝐴𝐺 = 𝐶𝑇𝐴 + 𝐶𝑇𝐵 + 𝐶𝑇𝐶 = 𝑅$ 10816,67 + 𝑅$ 11744,79 + 𝑅$ 12136,67 = 𝑅$34698,12
27
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Monte a planilha considerando custos independentes para o caso anterior.


28
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES

1. BALLOU, RH. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial.


Porto Alegre: Bookman, 2006.
2. BOWERSOX, DJ. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre :
AMGH, 2014
3. CHOPRA, S; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia,
planejamento e operações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016
4. GARCIA, E.; REIS, L.; MACHADO, L. & FERREIRA FILHO, V.J. Gestão de
estoques: otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-
papers, 2006.
5. MARTEL, A; VIEIRA, DR. Análise e projeto de redes logísticas. São Paulo:
Saraiva, 2008.
6. SLACK, N; CHAMBERS, S; JOHNSTON, R. Administração da produção. São
Paulo : Atlas, 2015.
Setor Agrárias

LOGÍSTICA INDUSTRIAL MADEIREIRA


Disciplina AT-057

CAPÍTULO 4

Curitiba, 2019
SUMÁRIO

4.0 GERENCIAMENTO DE MATERIAIS .................................................................... 1


4.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
4.2 PROCESSOS GENÉRICOS DE GERENCIAMENTO DOS FLUXOS.............................................. 4
4.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO LOGÍSTICA ......................................................... 7
4.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE GERENCIAMENTO DE MATERIAIS ............................. 9
4.2.1 Fundamentos e Conceitos ............................................................................................................... 9
4.2.2 Tipos de Estoques ......................................................................................................................... 10
4.2.3 Estudo das Características dos Estoques Cíclicos ......................................................................... 10
4.2.4 Custos Logísticos ............................................................................................................................ 12
4.2.5 Agregação de Pedidos ................................................................................................................... 24
1
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.0 GERENCIAMENTO DE MATERIAIS

4.1 INTRODUÇÃO
A gestão ou gerenciamento de materiais consiste na integração das funções de
suporte desde os fornecedores até os clientes finais, compreende o abastecimento
contínuo (suprimento) dos itens que entram nas empresas, sejam para fabricação
dos produtos ou para subsidiar todas as ações que dependam de materiais para
serem realizadas como matéria prima, materiais de escritório, embalagens, etc. A
figura 4.1-1 ilustra a logística do gerenciamento de materiais. A finalidade da gestão
de materiais é otimizar os investimentos em estoques, pois os custos que a
empresa possui para funcionar, nada mais são do que o capital empregado em
mercadorias ou produtos que estão sujeitos a degradação, depreciação ou
vencimento.
O uso eficiente dos meios de planejamento e controle (P&C) (coordenação
da logística de materiais) é o objetivo desta atividade e com isto, é possível contribuir
para a maximização do lucro sobre o capital investido.

Figura 4.1-1 – Gerenciamento da Logística de Materiais


2
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Para atender de forma eficaz aos clientes, isto é, que o fluxo de saída
corresponda à demanda, é necessário coordenar as atividades de transporte,
movimentação, fabricação, montagem, estocagem, venda, etc, que se encontram ao
longo da cadeia. Isto só será possível se houver uma troca de informações entre as
diferentes controláveis (pontos de controle) do sistema. Além disto, em razão da
variabilidade e da incerteza referentes às demandas dos clientes, aos prazos de
entrega e de fabricação, na prática, não é possível obter bons resultados somente
reagindo aos eventos à medida que ocorrem
A gestão dos fluxos de mercadorias ou materiais na rede exige um conjunto de
processos de planejamento e controle. A capacidade, o volume e a vazão são
elementos fundamentais de qualquer sistema de P&C, do qual a informação é a
matéria prima. Na prática podem ser adotados várias formas de gerenciamento,
dependendo de como é transmitida a informação pelo sistema e das decisões
tomadas em temos de P&C e das regras de gestão usadas
Os custos logísticos incorridos, a qualidade dos serviços prestados aos clientes
e, em particular, os tempos de ciclos da cadeia logística (venda, distribuição, produção
e suprimento) dependem diretamente da estratégia de gestão escolhida. Cada um dos
elos da cadeia corresponde a um ciclo de atividade que tem início por meio de um
evento desencadeador (p. ex., chegada de um cliente ao armazém, inclusão de um
pedido num sistema de gestão de estoques). Todas estas atividades exigem tempo e
o tempo total do ciclo depende diretamente dos métodos de operação implantados e
da estratégia da gestão utilizada.
Alguns comportamentos de gestão são problemáticos, algumas empresas
resolveram investigar o comportamento dos pedidos de produtos. Em certos casos a
variabilidade da Demanda na cadeia era maior quanto mais distante era o ponto de
consumo, isto é o chamado efeito chicote. Garcia et al. (2006) observam que quando
as decisões logísticas são tomadas de forma independente, o que ocorre é uma
variabilidade maior da demanda à medida que se percorre a cadeia logística no
sentido dos fornecedores. Quando um elo da cadeia não tiver informação sobre a
venda aos consumidores, ele deverá basear-se nos pedidos que foram transmitidos a
montante na cadeia para prever sua demanda, planejar a sua capacidade, controlar
seus estoques ou programar sua produção. A demanda artificial variável, se traduz
por estoques excessivos, capacidade insuficiente ou excedente, serviços de baixa
qualidade.
3
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Mas o que cria o efeito chicote?

• Previsões míopes: Previsões de demandas dos seus clientes diretos,


pedidos efetuados logo a jusante
• Distribuição de pedidos em lotes: Buscando reduzir custos e aproveitar as
economias associadas aos descontos (qualidade e transporte de carga
completo, lotes consideráveis), quanto maior o lote, maior a contribuição
para o efeito chicote.
• Preços baixos temporários: Consumidores acabam comprando mais que o
necessário, não refletindo a necessidade, intensificando o efeito chicote,
estas práticas são onerosas para as empresas. O ideal é negociar com os
fornecedores e trabalhar com preços reduzidos sempre.
• Medidas preventivas para possíveis racionamentos: Ocorre quando a
demanda é maior que a oferta, o cliente infla seus pedidos, voltando a oferta
normal, cancelamentos serão feitos e o estoque paralisa.
4
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.2 PROCESSOS GENÉRICOS DE GERENCIAMENTO DOS FLUXOS


Sendo assim, o que se aprende é que se deve evitar gestões que deformam a
informação transmitida na rede logística, evitando assim, sinais errôneos aos atores
da cadeia logística. Uma forma moderna é utilizar tecnologias de informação que será
visto a seguir, que permite ao identificar o cliente por código de barras, utiliza-se
tecnologias de movimentação eficazes, permitindo assim, a leitura para a separação,
encaminhamento, sem estoques intermediários. A seguir pode-se observar processos
de gerenciamento de materiais inventados e testados ao longo dos anos, segundo
MARTEL E VIEIRA (2008). Para os casos abaixo, a legenda se encontra na página 6.
No caso (1), está associada ao just intime. De jusante a montante, as ordens
de serviço conduzem as mercadorias dentro da rede, fácil implementação e redução
de estoques. Exige demanda constante e regular, com aparelhos de suprimento e
produção regulares. Em vários contextos isto é difícil de empregar, por irregularidades
nas vazões dos clientes.

No caso (2), utiliza-se com muita frequência, é a primeira que vem a mente dos
que não tem bom conhecimento de logística, já comentado. Neste caso, ocorre o
problema do efeito chicote, pedidos de forma isolada. Quando a informação se dá no
sentido dos fornecedores, cada elemento a jusante para se proteger emite estoques
desnecessários, aumentando a quantidade de itens desnecessários. O Varejista com
base na demanda do consumidor e informações de estoques a montante emite ordens
de serviço e elabora pedidos conforme visualiza somente os elementos da cadeia de
suprimentos mais próximos.
5
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Em (3) visa-se eliminar o problema anterior, garantindo que a informação seja


transmitida imediatamente dos clientes e os estoques situados a jusante seja
transmitida imediatamente para as unidades a montante. Método BSS (Base stock
System). O enfoque ECR dominante no ramo de alimentos é muito parecido.

A abordagem MRP/DRP (4) (Planejamento dos recursos materiais/


Planejamento das necessidades de distribuição) transmite também a montante,
mas etapa por etapa, por meio de pedidos planejados para ocorrer dentro de um
determinado prazo. Quando os pedidos são feitos para a fonte, acredita-se que
nenhum tipo de recurso seja desrespeitado. A fim de encaminhar as ordens de serviço
em cada etapa, até a extremidade do cliente final, as ordens são encaminhadas de
montante a jusante, contando com a intervenção se necessária. Apresenta excelentes
resultados quando a demanda do cliente varia de um período para outro, mas é
conhecida previamente.

Um dos problemas dos métodos anteriores, é não considerar as restrições de


capacidade ou de volume. No caso de fluxo empurrado (push), que considera este
fato, ocorre a restrição de recursos.
6
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Em geral o método (5) emprega o controle coordenado trabalhando a


informação referente à demanda e aos estoques de todos os elos a jusante e utilizam
algoritmos de alocação de recursos em cada fase para desencadear as ordens de
serviço.

No caso (6), é o extremo, quando tentamos considerar todos os produtos e


todas as etapas simultaneamente, adotando a estratégia de planejamento e controle
centralizados, requerendo modelos matemáticos de grande porte, aplicado em
empresas cuja rede logística possui um numero menor de etapas, ocorrendo na
indústria de processamento.

As seis abordagens podem ser classificadas em duas grandes categorias, pull


(reativa) ou push (especulativa), dependendo da forma de abordar a demanda dos
clientes. As empresas estão cada vez mais eliminando os ciclos de distribuição,
adotando estratégia pull.
Legenda dos Fluxos
7
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE GESTÃO LOGÍSTICA


Atualmente com a complexidade na gestão empresarial, pois uma empresa
precisa gerenciar contas a pagar e a receber, vendas e pedidos, folha de pagamento
de funcionários, controlar estoque, emitir nota fiscal, entre diversos outros processos,
adota-se softwares como ERP do inglês (Enterprise Resource Planning, ou
Planejamento dos Recursos da Empresa), que permite gerenciar todas informações
separadamente. Todas essas informações estão dentro de um único sistema, erros
são mais difíceis de acontecer e o gerenciamento e analise de todas essas
informações ficam mais rápidas. O software ERP serve para isso1.
Os avanços passam pelos sistemas MRP1, da década de 70 que continham
funções ligadas à produção. No MRP2 na década de 80 foi adicionado as funções
contábeis da empresa, incluindo alguns módulos de gestão de recursos humanos. A
passagem do MRP2 para o ERP foi no início da década de 90, com o aparecimento
da arquitetura cliente-servidor. Os principais módulos podem ser observados na
Figura 4.1-3.

Figura 4.1-3 Módulo dos sistemas ERP

Os programas ERP são derivados do MRP e herdaram os seus limites, não


podendo ser realmente como sistemas de gestão que permitam a otimização dos
fluxos de mercadorias no conjunto da cadeia logística, não permitem a inclusão de
restrições de recursos de maneira explícita, contudo a informática continua evoluindo,

1
http://sistemaserp.org/o-que-e-erp/
8
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
__________________________________________________________________________________________

os APS é uma prova disto. A SAP oferece o seu próprio produto de planejamento
avançado como a (APO), advanced planner and optimizer, entre outras
Outros sistemas como (APS) Advanced Planning Systems, surgiram para
preencher lacunas.
Na gestão de materiais ganha destaque a função compras, pois o início do lucro
ou prejuízo começa no momento em que a compra é realizada, já que caso seja bem-
sucedida a economia auxiliará proporcionando um custo menor sobre o cálculo do
preço de venda e mais ou menos recursos para efetivação do trabalho na organização.
As atividades de gerenciamento de materiais complementam a gestão do
próprio processo produtivo. É necessário determinar os níveis de estoque a serem
mantidos, o tamanho dos lotes de compra e a freqüência de aquisição, para garantir
que o processo produtivo, e principalmente o mercado, não fique desabastecido.
As organizações precisam administrar vários tipos de materiais que são
necessários para a realização das suas atividades. A administração dos estoques
desses materiais é uma função rotineira, com maior ou menor representatividade
dentre as tarefas realizadas, dependendo do tipo de organização em questão. Nas
organizações industriais, por exemplo, os inventários são bastante representativos,
enquanto em determinadas empresas de serviços podem ser quase inexistentes,
restringindo-se, talvez, a material de limpeza e alguns poucos itens de escritório. Os
tipos de materiais comumente encontrados em organizações do tipo industrial são
matérias-primas, componentes, materiais em processo e produtos acabados ou
mercadorias. Além destes materiais, ligados ao processo produtivo, podem existir
outros tipos de materiais complementares, os quais também podem formar estoques
que precisam ser administrados, como peças de reposição para equipamentos e
materiais de manutenção, expediente, limpeza e segurança. A seguir, será explicado
em que consiste cada um desses materiais
9
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
__________________________________________________________________________________________

4.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS SOBRE GERENCIAMENTO DE MATERIAIS

4.2.1 Fundamentos e Conceitos

O GM ou Gestão de Estoques hoje é essencial para a competitividade e


excelência organizacional, hoje em dia é vital o seu controle, visto que até um tempo
atrás, devido à inflação, o acúmulo de estoques era proposital, o que não ocorre nos
dias de hoje.

Estoques são todos os bens, mercadorias, materiais, mantidos por uma


empresa para suprir demandas futuras. O estoque consiste de mercadorias,
suprimentos ou materiais que uma empresa encomenda ao fabricante ou distribuidor,
que é posteriormente estocada, para atender às suas vendas, fornecer insumos ou
suprimentos para o processo de produção e atender suas necessidades internas.
A meta principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o
capital investido em fábricas e equipamentos, vendas, reserva de caixa, e outros itens,
principalmente sobre os estoques que são o objeto de nossa preocupação.
O objetivo é, portanto, otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso
eficiente dos meios internos de uma empresa, minimizando as necessidades de
capital investido em estoques.
Os demonstrativos contábeis, como Balanço Patrionial e DRE (Demonstração
do Resultado do Exercício), não avaliam a performance das operações logísticas. O
efeito dos estoques na lucratividade pode ser visto em indicadores como ROI. O ROI
é definido como a razão entre o lucro líquido e o ativo total. Como os estoques fazem
parte do ativo circulante, a diminuição dos níveis de estoque leva ao aumento do ROI,
10
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.2.2 Tipos de Estoques

4.2.3 Estudo das Características dos Estoques Cíclicos


11
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Entregas em lotes menores e mais freqüentes provocam a diminuição do


estoque cíclico, reduzindo assim os custos de estocagem. Por outro lado, entregas
mais freqüentes demandam maiores custos de entrega. Qual é, então, a melhor
política de compras/estoques? A empresa deve definir o tamanho do lote de compra
e o número de entregas por período. Para isto, é necessário considerar dois custos
envolvidos: o custo de estocagem e o custo de cada novo pedido.
12
Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
__________________________________________________________________________________________

4.2.4 Custos Logísticos

Custo de estocagem
Os principais componentes de custo envolvidos na estocagem ou mobilização
de estoques de determinado volume de itens são:
• Custo do capital investido: talvez este seja o componente mais expressivo
do custo de estocagem. É representado pela falta de remuneração financeira
do capital, que permanece "empatado" em estoques. Juros pagos por
empréstimos eventualmente tomados para financiar a operação também
devem ser computados.
• Custo de utilização do espaço de armazenagem: estoques ocupam espaço
físico. Os custos associados a esta ocupação são, na maioria das vezes,
representados pelo custo interno por metro quadrado deste espaço ou pelo
aluguel externo, quando necessário.
• Custo de Manutenção dos Estoques
Além disto, danos ocorridos na movimentação e armazenagem dos
materiais, necessidade de prateleiras, iluminação, almoxarifes, segurança,
acréscimo nos custos de apólices de seguro, necessidade de condições
específicas (por exemplo, temperatura controlada ou necessidade de
refrigeração), cuidados especiais com materiais inflamáveis, entre outros,
também precisam ser levados em conta. Os custos de movimentação e
armazenagem não são facilmente quantificáveis, o que faz com que seu real
impacto sobre o resultado produtivo não seja, normalmente, levado em
consideração.
• Custo do risco de deterioração ou obsolescência: muitos materiais como
alimentos, tintas, adesivos etc., se deterioram com o passar do tempo e, por
isto, apresentam prazo de validade. Alguns materiais podem estar sujeitos à
corrosão ou perda de suas propriedades químicas ou físicas. Outros podem
se tornar obsoletos rapidamente, pelo surgimento de novos produtos ou
novas tecnologias mais modernas. Quanto maior o risco de deterioração ou
obsolescência, maior o custo envolvido na manutenção de estoques.

Os custos para manter um artigo em estoque, geralmente é representado na


forma de percentagem sobre o valor do produto. Deve-se levar em conta nos custos
apenas as despesas que variam em função dos níveis de estoques, cuja estimativa,
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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na prática pode ser difícil quando avaliamos, por exemplo, os custos de utilização de
armazenamento, podendo ter custos fixos ou semifixos.
Muitos autores mencionam que deve-se incluir os custos operacionais do
armazém, de energia elétrica, segurança, neste caso não, pois não varia em função
dos níveis de estoques, são custos fixos. Os custos de movimentação também, pois
é o mesmo até atingir um determinado nível de estoque.

Custo com pedidos


Os principais custos envolvidos desde a realização de um pedido até o seu
atendimento, incluindo a política de compras adotada e a forma de negociação, são
representados por:
• Custo de transporte: o custo do frete do pedido geralmente é bastante
representativo e diz respeito ao lote de compra. Na maioria das vezes, o
custo do frete apresenta forte componente fixa, de forma que o preço do frete
praticado para um pedido pequeno, contendo poucas unidades, chega a ser
praticamente o mesmo de um pedido maior, contendo mais unidades de
material, até um determinado limite, possivelmente representado pela
capacidade do equipamento de transporte utilizado. Somente a partir daí é
que o preço de frete deixa de ser constante e pode aumentar. Em função
disto, o custo do frete é, normalmente, fixo por pedido, independentemente
do seu tamanho.

• Custo de setup: o custo de setup diz respeito ao lote de fabricação, enquanto


o custo do frete diz respeito ao lote de compra. De certa forma, pode-se dizer
que um destes custos acaba por substituir outro. O custo de preparação de
máquina ou linha de produção pode variar bastante e engloba o custo do
tempo de parada da produção, geralmente acrescido dos custos da matéria-
prima perdida durante os ajustes iniciais do processo, quando existe este
tipo de perda.

• Custos administrativos: os custos administrativos envolvidos englobam os


custos da mão-de-obra para se emitir o pedido, os custos de conferência
pelo almoxarife no recebimento do material, os custos de carga e descarga,
o custo de digitação do pedido no sistema, o custo da inspeção da qualidade
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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no recebimento, quando for o caso, e outros custos desta ordem. Quando se


tratam de lotes de fabricação, os custos administrativos podem refletir o
trabalho de programação das ordens de produção. Via de regra, são custos
considerados fixos por pedido, independentemente do volume
de material solicitado

• Outros custos: Na elaboração dos pedidos deve-se levar em conta a


possibilidade de alguns fatores que podem estar relacionados com o custo
do valor efetivamente pago pela matéria prima. Alguns fatores pode ser os
descontos por quantidade e as promoções comerciais Estes fatores podem
influenciar os valores dos lotes de compra, que devem ser negociados a fim
de se obter vantagens na aquisição.

Lote Econômico de Compra


Quanto maior for o lote de compra, maior será o custo de estocagem.
Porém, lotes maiores implicam em menor número de entregas ou de setups de
máquina, o que reduz o custo com pedidos. Por outro lado, lotes de compra menores
implicam em custos de estocagem reduzidos, mas exigem um maior número de lotes
de produção ou de entregas, o que eleva o custo com pedidos.

O cálculo do lote econômico de compra leva em consideração o trade off entre


o custo de estocagem e o custo com pedidos. Também assume que os pedidos são
entregues de uma única vez, em um só momento. As considerações necessárias para
o cálculo do lote econômico de compra são:
• O custo do pedido é o mesmo para cada pedido, independentemente do
tamanho do lote;
• O custo unitário do material é o mesmo, independentemente do tamanho do
lote;
• Há apenas um único material ou produto envolvido;
• A demanda no período é conhecida, constante e linear ao longo do período;
• O lead time de entrega ou de produção não varia;
• Cada pedido é atendido de uma só vez (entrega de todo o pedido em um
único instante).
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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O custo de estocagem é o custo financeiro de se manter uma unidade de


material em estoque por um determinado período de tempo, geralmente um ano,
multiplicado pela quantidade de material que forma o estoque médio.
A fórmula 4.1 apresenta a forma de cálculo.
𝐿𝐶
𝐶𝐸 = 𝑖𝑥𝑈 4.1
2
𝐶𝐸 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑈 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
𝐿𝐶 = 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎
𝐿𝐶
= 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
2
O custo com pedidos é o custo de atendimento de um pedido de material
multiplicado pela quantidade de pedidos necessária para atender às necessidades de
material de um determinado período de tempo, geralmente um ano. A fórmula 4.2
apresenta a forma de cálculo.
𝐷
C𝑃𝑇 = 𝐶𝑃 𝑥 4.2
𝐿𝐶
C𝑃𝑇 = 𝐶𝑃 𝑥𝑁𝑃 4.3
C𝑃𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑒 CP = Custo de 1 pedido
𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐿𝐶 = 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎
𝐷
= 𝑁𝑃 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
𝐿𝐶
O custo total com materiais, em um determinado período, é dado pela soma
dos custos com pedidos e dos custos de estocagem, conforme a fórmula 4.4
𝐿𝐶 𝐷
𝐶𝑇 = 𝐶𝐸 + C𝑃𝑇 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃 𝑥 ) 4.4
2 𝐿𝐶
𝐶𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐿𝑜𝑔í𝑠𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐶𝐸 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑐𝑎𝑔𝑒𝑚
𝐶𝑃𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑈 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
𝐿𝐶 = 𝐿𝑜𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎 𝑒 CP = Custo de 1 pedido
𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Exemplo:
O setor de embalagens de uma fábrica, consome 1.000 unidades por mês.
Supondo que a empresa adquira a um custo de R$ 20,00 cada, que o frete
praticado é de R$ 40,00 por viagem e que o custo de oportunidade de captação
de recursos financeiros é da ordem de 5% ao mês, qual o tamanho do lote de
compra que minimiza o custo total?

𝐿𝐶 𝐷
𝐶𝑇 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 + Custo do Pedido = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃 𝑥 )
2 𝐿𝐶

𝐿𝐶 1000
𝐶𝑇 = 𝐶𝐸 + C𝑃𝑇 = (0,05𝑥20𝑥 ) + (40𝑥 )
2 𝐿𝐶
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Como se pode perceber, analisando-se a Figura acima, quando se compra em


pequenas quantidades (lotes de 50 unidades, por exemplo), o custo financeiro de
estocagem é baixo, já que há pouco dinheiro “empatado” em estoques. Em
contrapartida, são necessárias muitas viagens com equipamentos de transporte
subutilizados, ou com equipamentos de baixa capacidade, que normalmente são
menos eficientes em termos de custo por volume, o que acarreta elevados custos com
pedidos. Por outro lado, quando os lotes são grandes, há menos gastos com pedidos.
Para lotes de 1000 unidades, neste exemplo, bastaria uma única compra por ano.
Mas, realizar uma única compra no ano, significa que a empresa fica com bastante
mercadoria estocada e que já pagou por itens para os quais só vai dar um destino útil
muito tempo depois.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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O lote econômico de compra pode ser calculado matematicamente e


corresponde à quantidade de material para a qual o custo de estocagem é igual ao
custo com pedidos. Ele pode ser obtido, encontrando-se o ponto de mínimo da curva
do custo total, ou seja, igualando-se a sua primeira derivada a zero.

𝑑𝐶𝑇 1 𝐷
= 0 = (𝑖𝑥𝑈) − (𝐶𝑃 𝑥 2 ) 4.5
𝑑𝐿𝐶 2 𝐿𝐶
1 𝐷
(𝑖𝑥𝑈) = (𝐶𝑃 𝑥 2 ) 4.6
2 𝐿𝐶

Isolando-se o lote de compra (𝐿𝐶 ), obtém-se a fórmula do lote econômico de


compra, ou seja, do lote que representa a opção mais econômica para a aquisição do
material em questão.

2𝐶𝑃 𝐷
𝐿𝐸𝐶 = √ 4.7
𝑖𝑈

Voltando ao caso do exemplo das embalagens , o lote econômico de compra


pode ser calculado como:

2𝐶𝑃 𝐷 2𝑥40,00𝑥1000
𝐿𝐸𝐶 = √ =√ = 282,84 283 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
𝑖𝑈 0,05𝑥20

Algumas vezes pode ser necessário calcular o número econômico de pedidos


por período, que pode ser calculado como sendo a demanda do período dividida pelo
lote econômico de compra, ou seja:
𝐷 𝐷
𝑁𝐸𝑃 = = 4.8
𝐿𝐸𝐶
√2𝐶𝑃 𝐷
𝑖𝑈

𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈
𝑁𝐸𝑃 = √ 4.9
2𝑥𝐶𝑃

𝐷 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜
CP = Custo de 1 pedido
𝑖 = 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑈 = 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Variação do Lote Econômico


Os custos logísticos totais, representados pela soma do custo com pedidos e
do custo de estocagem, permanecem praticamente estáveis para lotes de compra de
quantidades próximas (ou mesmo não tão próximas) ao lote econômico de compra, O
Quadro a seguir demonstra que lotes de compra variando entre 200 a 400 unidades
representam valores de custo logístico total muito próximos. Isto permite que a
empresa de embalagens possa utilizar, por exemplo, um lote de 250 ou 300 unidades,
se as embalagens forem de 50 unidades cada.

283 1000
𝐶𝑇(𝐿𝐸𝐶) = (0,05𝑥20𝑥 ) + (40𝑥 ) = 282,84
2 283

Redução do tamanho do lote de compra


A gestão moderna de materiais nas organizações objetiva a uma contínua e
incessante redução nos estoques. Estoques elevados aumentam consideravelmente
os custos de produção. Recentemente, modelos de gestão de estoques, como o
ambiente just in time e o sistema Toyota de produção, que definem lotes de entrega
nas quantidades mínimas possíveis para ainda assim permitirem o funcionamento da
operação, com várias entregas diárias, têm sido adotados, mais recentemente,
também por empresas de outros setores, com o objetivo de reduzir custos e aumentar
a competitividade. Pensando desta forma e com a teoria já estabelecida, para que um
lote econômico de compras seja reduzido em n vezes, é necessário alterar o custo do
pedido, mas de quanto? Supondo uma redução no Lote econômico de N unidades,
isto implicará que o custo do pedido seja alterado, mantendo os demais parâmetros
constantes.

2𝐶𝑃1 𝐷 𝐿𝐸𝐶 1 2𝐶𝑃2 𝐷


𝐿𝐸𝐶 1 = √ 𝐿𝐸𝐶2 = =√
𝑖𝑈 𝑁 𝑖𝑈

Dividindo-se as relações e Isolando o Custo do pedido, tem-se


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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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𝐿𝐸𝐶 1 √2𝐶𝑃2 𝐷 2𝐶𝑃2 𝐷


𝑖𝑈 ( 𝑖𝑈 ) 𝐶𝑃2 𝐶𝑃1
𝑁 = =√ =√ − − − − − − > 𝐶𝑃2 = 2
𝐿𝐸𝐶 1 2𝐶𝑃1 𝐷 𝐶𝑃1 𝑁
√2𝐶𝑃1 𝐷 ( 𝑖𝑈 )
𝑖𝑈

O custo de cada pedido unitário deve ser reduzido em N2 vezes. Para reduzir o
lote econômico de compras pela metade, o custo de um pedido precisa ser reduzido
a um quarto do valor.

Exemplo:
A empresa de embalagem mencionada, deseja diminuir o lote de compra
de 283 unidades para 100 unidades, qual deveria ser o custo de cada pedido
para que 100 unidades representassem o novo lote econômico de compra?

2𝐶𝑃 𝐷 2𝐶𝑃 1000


𝐿𝐸𝐶 = √ → 100 = √ → 𝐶𝑃 = 𝑅$ 5,00
𝑖𝑈 0,05𝑋20
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Exemplo:
Uma empresa regional pretende comercializar 450 toneladas de papel no
próximo ano para diversos distribuidores, a demanda mensal é constante e a
empresa paga R$3500,00 por bobina de uma tonelada de papel, a taxa de
manutenção destes estoques foi estimada em 10% ao ano e o custo de frete é
de R$ 1.300,00 por entrega. Pergunta-se:

a) Qual o valor do lote econômico de compras?

2𝐶𝑃 𝐷 2𝑥1300𝑥450
𝐿𝐸𝐶 = √ → =√ → 𝐿𝐸𝐶 = 58 𝑡𝑜𝑛𝑒𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑖𝑈 0,10𝑥3500

b) Qual o número econômico de entregas por ano?

𝐷 450
𝑁𝐸𝐶 = = = 8 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒𝑔𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑎𝑛𝑜
𝐿𝐸𝐶 58

c) Qual o intervalo de tempo entre cada entrega?

365
𝐼𝑁𝑇 = = 46 𝑑𝑖𝑎𝑠
8

d) Qual o custo com pedidos, de estocagem e total considerando o LEC?


𝐿𝐸𝐶 𝐷 58 450
𝐶𝑇 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃 𝑥 ) = (0,10𝑥3500𝑥 ) + (1300𝑥 ) = 𝑅$ 20236,21
2 𝐿𝐸𝐶 2 58

e) Qual passa a ser o custo do frete se o distribuidor decidir reduzir seu


estoque cíclico pela metade?

2𝐶𝑃 𝐷 58 2𝑥𝐶𝑃 𝑥450


𝐿𝐸𝐶 = √ → =√ → 𝐶𝑃 = 327,06
𝑖𝑈 2 0,10𝑥3500
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Giro do Estoque
Outro parâmetro fundamental é o giro do estoque IG, definido como a demanda
por período dividida pelo estoque médio. Este é um indicador de desempenho usado
em muitas empresas.

𝐷 2𝐷 (𝑖𝑈)
𝐼𝐺 = =√
𝐿𝐸𝐶 𝐶𝑃
( 2 )

O Giro de Estoque é um tipo de indicador que demonstra o desempenho do


Estoque e serve para medir, de uma forma padronizada, a qualidade do mesmo,
podendo ser aplicado a diferentes tipos de estoque, quanto a tamanho e
complexidades. O indicador, representa a quantidade de vezes que cada um dos itens,
foi renovado dentro de um determinado período. Dizer que o giro de um estoque foi 1,
durante um mês, significa dizer que tudo que tinha no estoque foi vendido e o estoque
foi reposto por produtos novos. Um procedimento simples de cálculo do giro pode ser
da seguinte forma. Se considerarmos o que foi vendido em um determinado período,
então, divide pela média de estoque, por exemplo, se tivermos em média um estoque
de 2 mil unidades, vendemos mil e compramos outras mil, tivemos um giro de 0,5; isto
é, metade do estoque foi renovada. O resultado final do giro de estoque, deve ser
interpretado caso a caso, porém, de uma forma geral, podemos dizer que quanto
maior for o giro, melhor.
Considere outro exemplo, onde, vamos supor que no início do mês, tenhamos
10 mesas em estoque. Durante alguns dias, 5 mesas foram vendidas. Notando a
diminuição do nível de estoque, o fornecedor foi acionado e foram compradas mais 10
mesas. O mês continuou e mais 5 mesas foram vendidas, totalizando 10 vendas no
mês. Dessa forma, o mês terminou com 10 mesas no estoque. Como o mês iniciou
com 10 mesas e terminou com 10 mesas, podemos dizer que a média de estoque
neste mês foi de 10 mesas. Sendo assim, podemos calcular o Giro de Estoque como
sendo o total de vendas dividido pela média de estoque, isto é, 10 dividido por 10, que
é igual a 1. Nesse caso, o Giro de Estoque igual a 1 significa que todos os produtos
foram renovados 1 vez durante o mês. Se o número fosse menor do que 1, teríamos
uma indicação de que alguns dos produtos que iniciaram o mês na prateleira, ainda
estão lá.
No caso, se o mesmo estoque iniciando o mês com as mesmas 10 mesas.
Passados alguns dias, 5 mesas foram vendidas. Para cobrir o estoque, outras 10
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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foram compradas. As vendas continuaram e mais 5 foram vendidas. Passado o tempo,


outras 10 foram comercializadas, deixando o estoque vazio. Mais 10 foram adquiridas
para reintegrar o estoque. No final do mês, fechamos com 20 vendas, 20 compras e
um estoque de 10 mesas, exatamente como começou. Para se calcular o novo Giro
de Estoque, devemos dividir o total de vendas durante o mês pela média de estoque.
Nesse caso, a venda foi de 20 mesas, então o giro de estoque ficou 20 dividido por
10, ou seja, 2. Pode-se então dizer que o estoque se renovou 2 vezes durante o mês.
Um fator que costuma gerar dúvidas ao se calcular o giro de estoque é o cálculo da
média de estoque. Nesse caso, a média de estoque é calculada pela média entre o
estoque no início e no final do mês, ou simplesmente somando o estoque percebido
no início com o estoque do fim do período e o resultado, se divide por 2.
Quando o estoque é composto por vários produtos, de diferentes preços e
tamanhos, pode-se calcular o giro do estoque como o valor total das vendas dividido
pelo valor médio do estoque.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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4.2.5 Agregação de Pedidos


O custo do pedido envolve valores que um profissional de logística deve pagar
por serviços de transporte e que devem estar ligados às características de custo de
cada tipo de serviço. Os serviços de transporte incorrem em uma série de custos, tais
como mão-de-obra, combustível, manutenção, terminais, rodovias, serviços
administrativos e outros. A combinação de custos pode ser dividida em custos que
variam com os serviços ou o volume (custos variáveis) e aqueles que não variam
(custos fixos). De fato, todos os custos variam se forem considerados um período de
tempo muito longo e um grande volume. É útil considerar como fixos os custos que
são constantes sobre o volume de operação “normal” do transportador. Todos os
demais são tratados como variáveis. Especificamente custos fixos são aqueles para
a aquisição de rodovias, instalações terminais, equipamentos de transporte e
administração do transportador. Custos variáveis geralmente incluem custos na linha
de transporte, tais como combustível e mão-de-obra, equipamentos de manutenção.
As taxas da linha de transporte são baseadas em duas importantes dimensões:
distância e volume de embarque. Itens que influenciam no custo
A maior parcela do custo de atendimento de um pedido é representada pelo
transporte, que costuma apresentar um custo mínimo fixo por pedido transportado.
Assim, reunir vários materiais de vários fornecedores, localizados próximos entre si,
em um único pedido de compra costuma trazer vantagem de redução do custo
logístico total desses materiais.
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Exemplo:
Suponha que uma empresa sediada na Região Metropolitana de Curitiba
compra seus produtos de fornecedores distintos do Rio de Janeiro, consumindo
mensalmente 300 sacos do produto A, a um custo de R$ 200,00 por saca, 250
sacas de B, que custam R$ 285,00 a saca e 200 toneis de C, a um custo de R$
380,00. A empresa adquire um frete fixo do Rio de Janeiro a RMC, no valor de
R$ 900,00 por viagem (correspondente a R$ 100,00 por cada coleta e R$ 800,00
pelo traslado). Supondo que o custo de oportunidade seja de 22% ao ano, há
duas opções: fazer os pedidos independente ou das três matérias-primas
conjuntamente.
Solução

A fórmula 4.9 desenvolvida, permite calcular o número o de pedidos de lotes


econômicos de compra durante um período quando se considera um único item de
compra.

𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈
𝑁𝐸𝑃 = √ 4.9
2𝑥𝐶𝑃

Assim, o número de pedidos quando se deseja um lote econômico de compras


que agregue vários itens de material em um único pedido pode ser descrito por meio
da fórmula 4.10, apresentada a seguir.

(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)1 + (𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)2 + (𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)3 + ⋯ (𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)𝑛


𝑁𝐸𝑃𝐴𝐺 = √ 4.10
2𝑥𝐶𝑃𝐴

𝑁𝐸𝑃𝐴 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠


(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)1 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 1
(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)2 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 2
(𝐷𝑥 𝑖𝑥 𝑈)𝑛 = 𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑗𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠 𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 𝑛
𝐶𝑃𝐴𝐺 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑎𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜𝑠

A empresa sediada na RMC pode querer aproveitar o custo fixo de transporte


para trazer um pouco dos três produtos em cada pedido, invés de comprá-los de forma
independente. Isto pode reduzir o custo logístico total, representado pelos estoques e
pelo transporte. Pode-se fazer um acordo com um operador logístico que cobra um
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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valor de R$ 100,00 pela coleta de cada matéria-prima. Assim, se transportar junto as


três matérias-primas, o custo de transporte passa a ser de R$ 1.100,00, que
corresponde ao custo de R$ 100,00 para a coleta de A, R$ 100,00 para a coleta de B,
R$ 100,00 para a coleta de C e mais R$ 800,00 de traslado. Para que seja possível
transportar os três produtos juntos, será necessário calcular o número de pedidos por
período e o lote de compra de cada produto em cada pedido.
[(300𝑥12)𝑥0,22𝑥200]1 + [(250𝑥12)𝑥0,22𝑥285]2 + [(200𝑥12)𝑥0,22𝑥380]3
𝑁𝐸𝑃𝐴𝐺 = √ ≅ 16 𝑝𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜𝑠
2𝑥(800 + 100 + 100 + 100)

Como devem ser feitos aproximadamente 16 pedidos por ano para todos os
materiais, a quantidade adquirida (Lote de compra) para cada um dos itens de material
será a demanda anual dividida pelo número de pedidos, desta forma:
300𝑋12
𝐿𝐸𝐶𝐴 = = 225 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝐴
16
2500𝑋12
𝐿𝐸𝐶𝐵 = = 188 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑠 𝐵
16
200𝑋12
𝐿𝐸𝐶𝐶 = = 150 𝑡𝑜𝑛é𝑖𝑠 𝑑𝑒 𝐶
16

O custo logístico total é calculado como:


𝐿𝐸𝐶𝐴 𝐷𝐴 225 300𝑥12
𝐶𝑇𝐴 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃𝐴𝐺 𝑥 ) = (0,22𝑥200𝑥 ) + (366,66𝑥 ) = 𝑅$ 10816,67
2 𝐿𝐸𝐶𝐴 2 225

𝐿𝐸𝐶𝐵 𝐷𝐵 188 250𝑥12


𝐶𝑇𝐵 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃𝐴𝐺 𝑥 ) = (0,22𝑥285𝑥 ) + (366,66𝑥 ) = 𝑅$ 11744,79
2 𝐿𝐸𝐶𝐵 2 188

𝐿𝐸𝐶𝐶 𝐷𝐶 150 200𝑥12


𝐶𝑇𝐶 = (𝑖𝑥𝑈𝑥 ) + (𝐶𝑃𝐴𝐺 𝑥 ) = (0,22𝑥380𝑥 ) + (366,66𝑥 ) = 𝑅$ 12136,67
2 𝐿𝐸𝐶𝐶 2 150

Convém observar que o custo fixo de transporte dos três itens de material foi
calculado como sendo o custo total de R$ 1.100,00 dividido por três, afinal os três
itens são transportados no mesmo caminhão. Poderia ter sido utilizado algum outro
critério para o rateio deste custo entre as três matérias primas, mas, no fim das contas,
isto não interferiria no custo total logístico, que é a soma dos custos totais individuais,
como mostrados a seguir.
O custo logístico total para pedidos agregados:
𝐶𝑇𝐴𝐺 = 𝐶𝑇𝐴 + 𝐶𝑇𝐵 + 𝐶𝑇𝐶 = 𝑅$ 10816,67 + 𝑅$ 11744,79 + 𝑅$ 12136,67 = 𝑅$34698,12
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Capítulo 4 Gerenciamento de Materiais
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Monte a planilha considerando custos independentes para o caso anterior.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMPLEMENTARES

1. BALLOU, RH. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial.


Porto Alegre: Bookman, 2006.
2. BOWERSOX, DJ. Gestão logística de cadeias de suprimentos. Porto Alegre :
AMGH, 2014
3. CHOPRA, S; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia,
planejamento e operações. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016
4. GARCIA, E.; REIS, L.; MACHADO, L. & FERREIRA FILHO, V.J. Gestão de
estoques: otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-
papers, 2006.
5. MARTEL, A; VIEIRA, DR. Análise e projeto de redes logísticas. São Paulo:
Saraiva, 2008.
6. SLACK, N; CHAMBERS, S; JOHNSTON, R. Administração da produção. São
Paulo : Atlas, 2015.

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