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O CONCEITO DE PESSOA E A ÉTICA DO ABORTO: UMA ANÁLISE FILOSÓFICA

Cleiton Trajano Moreno¹


Paulo Henrique Morais de Oliveira²

Resumo: O presente artigo propõe uma análise filosófica sobre o conceito de pessoa e
sua relação com a ética do aborto. O objetivo é examinar diferentes teorias filosóficas que
tentam definir a pessoa e investigar sua relevância ética no contexto do debate sobre o
aborto. Serão exploradas abordagens que consideram a racionalidade, capacidades
cognitivas, sensibilidade e pertencimento a uma comunidade como critérios para
determinar o status moral do feto em desenvolvimento. Além disso, serão examinados os
argumentos a favor e contra o reconhecimento do feto como uma pessoa moralmente
relevante. Por meio dessa análise, pretende-se contribuir para uma compreensão
aprofundada das implicações éticas envolvidas no debate sobre o aborto.

Palavras-chave: aborto, conceito de pessoa, biodireito, ética, filosofia.

___________________
¹Acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima. Email: cleitrajano@gmail.com;
²Acadêmico do curso de Direito da Universidade Federal de Roraima. Email: phmoraisoliveira01@gmail.com.

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INTRODUÇÃO

A questão do aborto é um debate ético complexo e polarizador que envolve uma


série de considerações morais, legais, religiosas, políticas e filosóficas. No centro desse
debate está o conflito entre o direito da mulher de tomar decisões sobre seu próprio corpo
e o valor atribuído ao feto em desenvolvimento.
A definição do conceito de pessoa desempenha um papel fundamental nesse
debate, pois determina quem merece proteção moral e quais direitos devem ser
concedidos. Atribuir o status de pessoa ao feto implica reconhecer sua dignidade
intrínseca e seus direitos inalienáveis. Por outro lado, considerar o feto como não sendo
uma pessoa concede à mulher o direito de autonomia e controle sobre seu próprio corpo.
Ao longo da história, diversos conceitos e teorias sobre o que define uma pessoa
surgiram. Essas definições variam desde critérios biológicos, como capacidade de
raciocínio ou presença de sistema nervoso desenvolvido, até características como
capacidade de sentir dor, consciência ou senso de identidade.
Essas diferentes definições filosóficas de pessoa têm implicações diretas na ética
do aborto. Se o feto é considerado uma pessoa desde a concepção, a interrupção de sua
vida seria moralmente condenável, uma vez que violaria o direito à vida. Por outro lado,
se o feto é considerado não uma pessoa, a mulher pode ter o direito de tomar decisões
em relação à sua própria saúde e autonomia reprodutiva.
A definição de pessoa também tem implicações legais, pois muitos países possuem
leis que regulam o aborto com base em marcos de desenvolvimento fetal ou
circunstâncias específicas. Essas leis refletem a concepção social e jurídica de pessoa
adotada por cada sociedade.
A reflexão filosófica sobre o conceito de pessoa é essencial para a análise crítica
da ética do aborto, permitindo uma compreensão mais profunda das perspectivas
envolvidas e das implicações éticas, morais e legais dessa complexa questão. A
compreensão das teorias filosóficas sobre o conceito de pessoa, como o racionalismo, o
sentimento e o funcionalismo, também é importante para avaliar diferentes critérios para a
atribuição de status de pessoa ao feto.
O reconhecimento ou negação do feto como uma pessoa tem implicações éticas
profundas que afetam questões como o direito ao aborto, pesquisas com células-tronco
embrionárias, técnicas de reprodução assistida e legislação relacionada à proteção dos
direitos do feto. Essas implicações éticas são debatidas por especialistas, filósofos,

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legisladores e a sociedade em geral, e podem variar entre diferentes culturas, tradições
religiosas e sistemas jurídicos.
As perspectivas legais e sociais sobre o estatuto do feto e o direito ao aborto
variam em todo o mundo. Cada país possui suas próprias leis e regulamentos que
determinam a legalidade do aborto e os direitos atribuídos ao feto em diferentes estágios
de desenvolvimento. Além disso, as opiniões públicas e os valores culturais.

CONTEXTUALIZAÇÃO DO DEBATE SOBRE O ABORTO E A IMPORTÂNCIA DO


CONCEITO DE PESSOA
O debate sobre o aborto é uma das discussões éticas mais complexas e
polarizadoras da atualidade. Ele envolve uma série de questões morais, legais, religiosas,
políticas e filosóficas. Em seu cerne, está o conflito entre o direito da mulher de tomar
decisões sobre seu próprio corpo e o valor atribuído ao feto em desenvolvimento.

A importância do conceito de pessoa nesse debate é fundamental, pois define


quem merece proteção moral e quais direitos devem ser concedidos. Atribuir o status de
pessoa ao feto em desenvolvimento implica reconhecer sua dignidade intrínseca e seus
direitos inalienáveis. Por outro lado, considerar o feto como não sendo uma pessoa
concede à mulher o direito de autonomia e controle sobre seu próprio corpo.

A definição de pessoa tem sido objeto de intensa reflexão filosófica ao longo da


história. Diversas teorias e concepções surgiram, incluindo abordagens baseadas em
características biológicas, como a capacidade de raciocínio ou a presença de um sistema
nervoso desenvolvido. Outras perspectivas enfatizam a capacidade de sentir dor, a
consciência ou o senso de identidade como critérios relevantes.

Essas diferentes definições filosóficas de pessoa influenciam diretamente a ética


do aborto. Se o feto é considerado uma pessoa desde a concepção, então a interrupção
de sua vida seria moralmente condenável, uma vez que violaria o direito à vida. Por outro
lado, se o feto é considerado não uma pessoa, a mulher pode ter o direito de tomar
decisões em relação à sua própria saúde e autonomia reprodutiva.

A definição de pessoa também tem implicações legais, já que muitos países


possuem leis que regulam o aborto com base em determinados marcos de
desenvolvimento fetal ou circunstâncias específicas. Essas leis refletem, em certa
medida, a concepção social e jurídica de pessoa adotada por cada sociedade.

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Compreender e analisar o conceito de pessoa no contexto do debate sobre o
aborto é crucial para fundamentar os argumentos e refletir sobre as implicações éticas e
jurídicas envolvidas. O conceito de pessoa afeta diretamente o equilíbrio entre os direitos
da mulher e a proteção dos interesses do feto, além de influenciar as políticas públicas e
os debates em torno do tema.

Ademais, é importante frisar que a liberdade de escolha consiste em uma das


possibilidades da forma de pensar e agir. Assim, apesar do embate sobre amplitude
axiológica desse termo a CF/88 consagrou esse direito no rol dos direitos e garantias
individuais em suas diversas modalidades (SILVA, José Afonso, 1958, p. 384).

No âmbito nacional, a Constituição Federal de 1988 surge em um contexto de


busca da defesa e da realização de direitos fundamentais do indivíduo e da coletividade
em diferentes áreas. O Título I da Constituição Brasileira é denominado “Dos Princípios
Fundamentais” e estabelece que a República Federativa do Brasil é formada pela união
indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal constitui-se em um Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos cinco princípios: a soberania, a
cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa e o pluralismo político.

Portanto, a reflexão filosófica sobre o conceito de pessoa desempenha um papel


essencial na análise crítica da ética do aborto, permitindo uma compreensão mais
aprofundada das perspectivas envolvidas e das implicações éticas, morais e legais dessa
complexa questão.

TEORIAS ACERCA DO CONCEITO DE PESSOA: RACIONALISMO, SENTIENTISMO E


FUNCIONALISMO

O racionalismo é uma corrente filosófica que enfatiza o papel da razão na


compreensão e conhecimento do mundo. No contexto do conceito de pessoa, o
racionalismo oferece uma abordagem que define a pessoa com base na posse de
capacidades racionais.

Segundo o racionalismo, uma pessoa é caracterizada por sua capacidade de


raciocínio, reflexão e consciência de si mesma e do mundo ao seu redor. A posse dessas
capacidades mentais é vista como essencial para a atribuição do status de pessoa.

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Para os filósofos racionalistas, a racionalidade é considerada um traço distintivo da
humanidade e um critério central para a definição de pessoa. A capacidade de pensar
logicamente, formar conceitos, realizar inferências e tomar decisões morais é vista como
o que nos diferencia dos demais seres vivos e nos confere um estatuto moral e ontológico
único.

De acordo com essa perspectiva, a capacidade de raciocínio e a consciência são


vistas como aspectos essenciais para a atribuição de direitos e responsabilidades. A
capacidade de agir moralmente, tomar decisões informadas e compreender as
consequências de nossas ações são consideradas características fundamentais da
pessoa.

Essa abordagem racionalista tem implicações significativas para o debate sobre o


aborto. Se considerarmos que a pessoa é definida por sua capacidade racional, alguns
argumentam que o feto em desenvolvimento não possui essas capacidades em estágios
iniciais da gestação. Portanto, eles podem argumentar que o feto não é uma pessoa plena
e, portanto, não possui os mesmos direitos morais e legais que uma pessoa já
desenvolvida.

No entanto, é importante ressaltar que o racionalismo não é a única teoria filosófica


que define o conceito de pessoa. Outras perspectivas, como o sentimento, a relação
social ou a continuidade física, também desempenham um papel na discussão. A
compreensão do conceito de pessoa é complexa e multifacetada, e diferentes teorias
filosóficas podem oferecer visões complementares ou alternativas para a definição da
pessoa.

Nesse sentido, tem-se a teoria do Sentientismo, que é uma abordagem filosófica


que define o conceito de pessoa com base na capacidade de sentir e experimentar
sensações. De acordo com essa teoria, uma pessoa é caracterizada por sua capacidade
de ter experiências conscientes, incluindo a capacidade de sentir dor, prazer, emoções e
outros estados afetivos.

O sentimento é visto como um critério fundamental para atribuir o status de pessoa,


pois é considerado um aspecto central de nossa experiência subjetiva. Para os adeptos
do sentientismo, a capacidade de sentir é vista como uma característica distintiva e
essencial da humanidade.

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Diferentes teorias dentro do sentientismo podem adotar abordagens ligeiramente
diferentes para definir o conceito de pessoa com base no sentimento. Alguns podem
enfatizar a capacidade de sentir dor como o critério principal, enquanto outros podem
levar em consideração uma ampla gama de sensações e experiências emocionais.

Essa perspectiva tem implicações significativas no debate sobre o aborto. Aqueles


que defendem o sentientismo podem argumentar que, uma vez que um feto desenvolve a
capacidade de sentir dor ou prazer, ele deve ser considerado uma pessoa e, portanto,
merece proteção moral e legal.

Na teoria do funcionalismo, conceito de pessoa é atribuído com base em seus


atributos funcionais e características mentais. De acordo com essa teoria, uma pessoa é
caracterizada por suas funções mentais e pelos processos cognitivos que ocorrem em
sua mente.

Para os funcionalistas, a pessoa é vista como um sistema mental complexo,


composto por diferentes processos e funções interconectadas. A identidade pessoal é
entendida em termos das capacidades cognitivas, estados mentais conscientes e
atividades mentais que ocorrem dentro desse sistema.

Essa abordagem enfatiza a importância das atividades mentais e dos estados de


consciência na definição de pessoa. A capacidade de processar informações, formar
crenças, ter experiências subjetivas e tomar decisões racionais são consideradas
características essenciais da pessoa.

Dentro do funcionalismo, a relação entre a mente e o corpo é central. Os


funcionalistas argumentam que a pessoa não é apenas um conjunto de características
físicas, mas um sistema mental em constante interação com o ambiente. Portanto, a
identidade pessoal está relacionada à continuidade funcional do sistema mental e não
apenas à continuidade física.

No contexto do debate sobre o aborto, a teoria do funcionalismo pode influenciar as


perspectivas sobre o estatuto do feto. Aqueles que seguem o funcionalismo podem
argumentar que, embora um feto em desenvolvimento possa não possuir plenamente as
capacidades mentais e funcionais de uma pessoa já desenvolvida, ele tem o potencial de
se tornar uma pessoa no futuro. Assim, eles podem defender a proteção do feto com base
em seu potencial funcional para se tornar uma pessoa plena.

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Cada uma dessas teorias oferece uma perspectiva distinta sobre o conceito de
pessoa, levando em consideração diferentes critérios, como a racionalidade, a
capacidade de sentir ou os atributos funcionais da mente.

ANÁLISE DAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS DO RECONHECIMENTO OU NEGAÇÃO DO


FETO COMO UMA PESSOA
O reconhecimento ou negação do feto como uma pessoa possui implicações éticas
complexas que têm sido debatidas por especialistas, filósofos, legisladores e sociedade
em geral. Essa discussão envolve questões fundamentais sobre a natureza da vida, o
início da pessoa e os direitos humanos.
Aqueles que defendem o reconhecimento do feto como uma pessoa geralmente o
fazem com base em argumentos éticos e morais. Eles acreditam que o feto possui um
valor intrínseco e direito à vida desde o momento da concepção. Para esses defensores,
negar ao feto o status de pessoa seria uma violação de seus direitos básicos, incluindo o
direito à vida.
No entanto, existem diferentes visões sobre quando o feto se torna uma pessoa
com plenos direitos. Alguns argumentam que isso ocorre desde a concepção, enquanto
outros defendem que é necessário considerar o desenvolvimento neurológico, a
viabilidade fora do útero ou a capacidade de sentir dor como critérios relevantes para a
atribuição de status de pessoa ao feto.
Por outro lado, aqueles que negam o feto como uma pessoa geralmente se
baseiam em argumentos relacionados à autonomia e aos direitos reprodutivos da mulher.
Eles sustentam que a mulher tem o direito de tomar decisões sobre seu próprio corpo,
incluindo a escolha de interromper a gravidez. Para esses defensores, o feto não possui
plena personalidade jurídica até certo estágio de desenvolvimento e, portanto, a mulher
tem o direito de priorizar suas próprias necessidades e desejos.
As implicações éticas dessa discussão afetam várias questões. Por exemplo,
questões como o direito ao aborto, pesquisas com células-tronco embrionárias, técnicas
de reprodução assistida, como a seleção de embriões, e até mesmo a legislação em torno
da proteção dos direitos do feto.
É importante notar que as perspectivas éticas sobre esse assunto podem variar
significativamente entre diferentes culturas, tradições religiosas e sistemas jurídicos. Além
disso, as opiniões individuais sobre a atribuição de personalidade jurídica ao feto podem

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ser influenciadas por fatores pessoais, como crenças religiosas, experiências pessoais e
valores éticos.
Como essa questão envolve uma complexa interseção de valores, direitos e
responsabilidades, é fundamental que a sociedade em geral esteja envolvida em
discussões informadas e respeitosas, a fim de buscar soluções éticas e jurídicas que
reflitam os diversos pontos de vista e as necessidades individuais e coletivas.

PERSPECTIVAS LEGAIS E SOCIAIS SOBRE O ESTATUTO DO FETO E O DIREITO AO


ABORTO.

As perspectivas legais e sociais sobre o estatuto do feto e o direito ao aborto


variam em todo o mundo. Cada país tem suas próprias leis e regulamentos que
determinam a legalidade do aborto e os direitos atribuídos ao feto em diferentes estágios
de desenvolvimento. Além disso, as opiniões públicas e os valores culturais também
desempenham um papel importante na forma como a sociedade percebe e aborda essa
questão.

Em alguns países, como os Estados Unidos, o debate em torno do direito ao aborto


é altamente polarizado. A decisão da Suprema Corte dos EUA no caso Roe v. Wade, em
1973, estabeleceu o direito constitucional ao aborto, com base no direito à privacidade da
mulher. No entanto, desde então, tem havido uma contínua controvérsia e esforços para
limitar ou reverter essa decisão.

Outros países têm abordagens diferentes em relação ao aborto. Alguns têm leis
mais restritivas, permitindo o aborto apenas em circunstâncias específicas, como risco à
vida ou à saúde da mulher, má-formação fetal grave ou gravidez resultante de estupro ou
incesto. Por outro lado, há países que adotam leis mais permissivas, permitindo o aborto
por vontade da mulher dentro de um determinado período gestacional.

As perspectivas sociais sobre o estatuto do feto e o direito ao aborto também


variam amplamente. Existem grupos e movimentos pró-vida que defendem a proteção do
feto desde o momento da concepção e se opõem ao aborto em todas as circunstâncias.
Esses grupos muitas vezes baseiam suas opiniões em crenças religiosas, éticas e morais.

Por outro lado, há defensores dos direitos reprodutivos que enfatizam a autonomia
e os direitos da mulher em tomar decisões sobre seu próprio corpo, incluindo a escolha de
interromper uma gravidez indesejada. Esses grupos argumentam que as mulheres devem

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ter acesso seguro e legal ao aborto, garantindo assim o direito à saúde reprodutiva e à
liberdade reprodutiva.

É importante destacar que as atitudes e perspectivas sociais sobre o estatuto do


feto e o direito ao aborto podem mudar ao longo do tempo. Questões como avanços
científicos, debates públicos, movimentos sociais e mudanças culturais podem influenciar
a forma como a sociedade enxerga e aborda essa questão complexa.

Em resumo, as perspectivas legais e sociais sobre o estatuto do feto e o direito ao


aborto são altamente diversificadas. Elas são moldadas por uma combinação de fatores,
como leis, jurisprudência, opinião pública, valores culturais, crenças religiosas e debates
éticos em curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, o debate sobre o conceito de pessoa e sua relação com a ética do


aborto é complexo e polarizador. Ao longo do artigo, exploramos diferentes teorias
filosóficas que tentam definir a pessoa e examinamos suas implicações éticas no contexto
do aborto.

O conceito de pessoa desempenha um papel fundamental no debate sobre o


aborto, pois determina quem merece proteção moral e quais direitos devem ser
concedidos. As diferentes teorias filosóficas, como o racionalismo, o sentimento e o
funcionalismo, oferecem perspectivas complementares para a definição da pessoa,
levando em consideração critérios como a racionalidade, a capacidade de sentir e as
características mentais.

O reconhecimento ou negação do feto como uma pessoa possui implicações éticas


significativas. Aqueles que defendem o reconhecimento do feto como uma pessoa
argumentam com base em seu valor intrínseco e direito à vida, enquanto aqueles que
negam o feto como uma pessoa enfatizam a autonomia e os direitos reprodutivos da
mulher.

As perspectivas éticas sobre o status do feto e o direito ao aborto variam entre


diferentes culturas, tradições religiosas e sistemas jurídicos. Além disso, as opiniões
individuais são influenciadas por crenças, experiências pessoais e valores éticos.

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No contexto legal e social, cada país possui suas próprias leis e regulamentos que
determinam a legalidade do aborto e os direitos atribuídos ao feto em diferentes estágios
de desenvolvimento. Essas perspectivas refletem a diversidade de opiniões e abordagens
diante dessa questão complexa.

Diante da complexidade do debate, é essencial promover discussões informadas e


respeitosas, envolvendo a sociedade de forma ampla. Buscar soluções éticas e jurídicas
que reflitam os diversos pontos de vista e as necessidades individuais e coletivas é
fundamental para lidar com o debate sobre o conceito de pessoa e a ética do aborto.

Em última análise, a compreensão aprofundada das implicações éticas envolvidas


no debate sobre o aborto exige uma análise filosófica do conceito de pessoa. Ao explorar
diferentes perspectivas e considerar a complexidade da questão, podemos avançar em
direção a um diálogo construtivo e a políticas mais equilibradas que busquem respeitar os
direitos das mulheres e os interesses envolvidos no contexto do aborto.

REFERÊNCIAS

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