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Retratos

em Fotografia
2023 THALES TRIGO
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Retratos
em Fotografia
THALES TRIGO

2023 | THALES TRIGO - Todos os direitos reservados


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2023 | THALES TRIGO - Todos os direitos reservados


Sobre o Autor

Comecei a me interessar pela fotografia logo


na infância, mais ou menos aos 6 anos de idade, observando meu pai, um excelente
fotógrafo amador. Ele usava uma Rolleyflex, que eu achava um trambolho. Depois
de um tempo ele a trocou por uma Contarex 35mm com lente Planar de 50mm, uma
maravilha de câmera e a primeira que eu usei! Ainda funciona perfeitamente. Me
lembro de umas férias em Santos, ele e eu estávamos na praia, passeando. Ele me
deu a câmera para que eu fizesse algumas fotos. Apontei a câmera para o mar e ele
disse “espere a onda quebrar, com a espumafica mais bonito”,
foi a minha primeira lição de fotografia que me lembro.

Quando ingressei no INSTITUTO DE FÍSICA DA USP, passei a fotografar


e estudar fotografia com mais constância e interesse.

Nos anos 80, já professor de física e óptica, investi no caminho da


profissionalização. Estudei, ralei muito e, aos poucos, conquistei melhores
equipamentos. Em 1983 realizei meu primeiro trabalho como fotógrafo profissional.
Dois anos depois abri meu primeiro estúdio. Nesta época eu já sabia utilizar bem os
equipamentos de grande formato. Aprender a usar uma 4x5 foi um grande desafio.
Até hoje sou perfeitamente capaz de trabalhar com essas câmeras.

Em 1988, após o Mestrado em Astronomia concluído, passei a me dedicar


também ao ensino da fotografia. Desde então me envolvi cada vez mais
com o ensino da fotografia.

Em 1991 o SENAC-SP me convidou para estruturar seus cursos de fotografia. A


experiência foi tão importante que a diretoria do SENAC me pediu para realizar um
estudo sobre a viabilidade da implantação de um bacharelado em fotografia. Em
1993 passei uma temporada no Rochester Institute of Technology (RIT), a maior
escola de fotografia do mundo, onde tive a oportunidade de aprender e conhecer
fotógrafos e amigos incríveis. Cinco anos depois, em 1999, lançamos o primeiro
bacharelado em fotografia da América Latina, do qual eu tive a honra de ser o
primeiro coordenador. Meu período no SENAC foi extremamente gratificante, tive
excelentes alunos, hoje meus amigos. Traduzi a classica coleção do Ansel Adams; A
Câmera, O Negativo e A Cópia, trabalho intenso, mas, importante para mim e para
nossos colegas fotógrafos. Nesse período escrevi meu livro, Equipamento
Fotográfico – Teoria e Prática, agora já na sexta edição.

Junto com minha amiga a Prof. Simonetta Persichetti, editamos a Coleção


Senac de Fotografia Brasileira com dezoito obras editadas.

Sobre o Autor

No ano de 1996 comprei a primeira câmera digital profissional do Brasil. Felizmente,


percebi que a essa nova tecnologia viria a ser o futuro da fotografia. Desde então,
passei a estudar com bastante afinco as novas tecnologias digitais, o que culminou
no meu Doutorado em Engenharia na Escola Politécnica da USP. Desenvolvi um
software muito sofisticado para a análise da qualidade das imagens digitais, testei
dezenas de câmeras e objetivas em ambiente de laboratório.

Ao longo de toda minha história com a fotografia, tive a oportunidade de conhecer


fotógrafos incríveis, fiz muitos bons amigos, ministrei dezenas de cursos e palestras
sobre fotografia e fotografia digital, apanhei e trabalhei bastante
durante todos esses anos.

Agora, depois de todos esses anos dedicados à fotografia e ao ensino,


me disponho a participar da “arena” da Internet.

Meu objetivo é muito claro e definido. Oferecer cursos de qualidade, sem nenhum
truque mágico, isso não existe. O que desejo é oferecer oportunidade para, que
todos possam ter acesso a conhecimentos teóricos e práticos corretos, oferecidos
na ordem apropriada, acompanhados de exercícios e aulas ao vivo para que nossos
alunos possam atingir a excelência na fotografia.

É a excelência no trabalho fotográfico que deve propiciar o desenvolvimento de um


trabalho autoral consistente, com estilo próprio, sério e admirado.

Dito isso, aproveite esse material exclusivo que desenvolvi para você.

- Thales.
Retratos em fotografia

O que é um retrato? Olha, acho que dá para gente falar assim: retrato é
uma pintura, uma fotografia, um desenho, é qualquer representação artística
de uma pessoa. O retrato mais famoso, pelo menos no ocidente, é a Monalisa
de Leonardo da Vinci, La Gioconda, como os italianos a chamam.

Mas é claro que, se você precisa de uma fotografia para um documento, o RG,
o passaporte, aquilo também é um retrato. Mas não é exatamente disso
que a gente está falando. A gente está falando daquilo que é uma fotografia
de uma pessoa que tem alguma intenção de ser uma representação
artística daquela pessoa.

Na história da fotografia, na história da arte, é muito comum a gente


encontrar essa frase que eu coloquei embaixo: "Os fotógrafos aprenderam
com os artistas plásticos". A famosa regra dos terços, assim como os
cineastas e o pessoal que trabalha com televisão, aquela regra dos terços
é uma regra relativamente simples usada para a organização das imagens,
e a gente já vai dar uma olhada nisso. Mas antes, eu gostaria de fazer um
comentário. É uma coisa muito particular. Eu acredito nisso, mas
não é todo mundo que pensa como eu.

Eu queria chamar a atenção para uma coisa que é muito comum. Se fala
quando a gente está conversando, falando sobre fotografia, arte. É comum
que as pessoas digam assim: "Os fotógrafos aprenderam com os artistas".
Eles usam ideias dos artistas, dos pintores, principalmente para representar,
para fazer a fotografia contemporânea. Eu acho, em grande medida, que
concordo. Mas eu quero chamar a atenção de vocês para uma coisa.
Imagine uma mãe, uma senhora, com uma criança. De quantas maneiras uma
senhora, um homem e uma mulher podem segurar uma criança?
Vocês percebem que são algumas formas que a gente tem para segurar
uma criança. Ninguém vai pegar uma criança e segurar pela perna, assim,
deixar o bichinho pendurado. Isso não tem sentido. Então, quando falam que
os fotógrafos aprenderam com os artistas algumas coisas, eu concordo,
porque essas são as posições possíveis, essas são as posturas que o corpo
humano aceita. Mas, não dá para uma senhora segurar uma criança de
qualquer jeito. Então, tem lá o seu jeito de segurar uma criança. Os artistas
plásticos usavam isso, e os fotógrafos também.

Então, essa ideia de copiar não me parece uma coisa muito correta, vamos
dizer assim. E isso vale para tudo, quando você pensa em fotografia e a arte,
principalmente a pintura. Então, não tem muito jeito. São posições em que o
corpo humano fica melhor. Então, acho que é bom a gente pensar nisso.

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Monalisa de Leonardo da Vinci

Vamos dar uma olhada na Monalisa. É realmente um quadro


muito interessante, muito enigmático, e por isso que a Monalisa
faz sucesso, pelo menos no ocidente, há quase 600 anos.

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Tina Modotti fotografada por E. Weston

Essa é a Tina Modotti, fotógrafa italiana com quem Weston foi casado.
Ele fez essa foto em 1924, quando moravam no México. E a Tina está
recitando, ela está recitando uma poesia. Weston fotografou.

Percebam que é uma foto escura, mas ela não tem muito contraste, não tem
uma variação tonal muito grande. Tem uma região bem escura, quase dá
para dizer que é preto. Mas a imagem não tem branco. Então, é uma imagem
de contraste mais baixo. Eu gosto bastante desse retrato, acho interessante.
Esse ponto de vista, essa perspectiva, acho bem legal.

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Manuel Galván por E. Weston

Esse é o Manuel Galván, amigo do Weston. Ele fez no mesmo ano, em 1924.
É uma foto externa, no sol, aquela luz muito contrastada do México e o
Galván estava atirando, atirando com um revólver.

A gente percebe que ele está com os olhos fechados, fazendo pontaria.
Eu gosto do enquadramento, acho que é uma coisa diferente.

Esse perfil não é um perfil completo ou meio perfil, mas eu acho muito
interessante. E se a gente olha de perto, você vai perceber que a pele do
Galvan é bem marcada, porque ela é mesmo, e porque a luz realça essa
porosidade, essas rugas.

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Nahui Olin por E. Weston

O outro retrato é da Nahui Olin, 1923. Essa moça era uma atriz e pintora
mexicana, e esse nome é um pseudônimo, o nome verdadeiro era María
del Carmen Mondragón Valseca.

É um retrato feito ao ar livre, com luz dura. Percebam que tem uma projeção
de uma sombra forte aqui. O sol provavelmente vem aqui em cima, mais
ou menos a 45°, e dá essa projeção aqui embaixo do nariz.

Acho um retrato muito bonito e bem cortado.

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Frida Kahlo por E. Weston

Vocês percebem que ela tem olhos claros, tem um nariz bem reto.
Uma fotografia bonita, diferente.

Frida Kahlo, vocês conhecem, artista mexicana importante, teve uma


vida muito complicada. Aqui com roupas tradicionais mexicanas. Nesse
segundo retrato, eu acho um pouco triste, aqui ela está um pouco mais
pensativa, mas, altiva. Mas aqui ela está mais triste. Os dois retratos do
Weston são bem bacanas.

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Retratos em fotografia

Frida Kahlo por E. Weston

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Diego Rivera por E. Weston

Aqui é o Diego Rivera, com quem a Frida Kahlo foi casada. Diego Rivera, grande
pintor muralista mexicano, amigo do Weston também. Fotografado de baixo para
cima, com sombras muito marcadas. E isso significa que o Weston tinha coragem,
não é? Ele não queria uma luz muito redondinha, muito bonitinha, sem sombra
nenhuma. Ele corria riscos, obtinha resultados interessantes. Eu nem vou dizer
que é um retrato excepcional, mas é importante a gente entender que o Weston
arriscava. Acho que vale a pena, não que você vá fazer isso, porque você pode
não gostar, nem eu gosto muito, mas saber que ele arriscava.

Uma curiosidade: O Diego Rivera e Weston fizeram juntos um trabalho.


Weston fotografou e o Diego escreveu um trabalho sobre as pulquerias, bares,
para a classe operária que vendia uma bebida mexicana chamada pulque. É um
trabalho bem interessante. As fotos do Weston são bacanas.

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Igor Stravinski fotografado pelo Weston

Esse é o Stravinski, grande maestro e compositor, fotografado pelo Weston


em 1935, Veja os olhos no 1/3 superior, os ombros, costas, vamos dizer assim,
do lado mais fechado do retrato, e o rosto e os olhos voltados para a área
mais aberta. Então, isso é mais ou menos clássico.

"Poxa, mas fotografou com os óculos em cima da testa", Não tem


importância. Ele deve ter feito algumas fotos. Eu já vi outras da mesma série,
mas eu acho legal. Ele tem coragem, não é? Fazia assim e ficou um retrato
diferente, bonito, interessante, como nós vamos ver outros.

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Igor Stravinski fotografado pelo Arnold Newman.

Vou mostrar outro retrato do Stravinsky.


Esse é do Arnold Newman, que eu gosto mais.

Falaremos sobre ele mais a frente.

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José Clemente Orozco, por Weston.

José Clemente Orozco, pintor, mexicano também. Um rosto assustado,


tenso. Óculos grossos! Óculos de miopia forte. E o Weston fotografou o
Orozco com os óculos. Não tem problema nenhum também.
É uma imagem de contraste mais baixo. Observe, não tem preto muito
fechado nem branco. A camisa dele, a gola da camisa, é um cinza, longe
de ser branco. Eu gosto desse retrato. É bem fechado.

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Ansel Adams

Agora, nós vamos mudar para o Ansel Adams. Weston e Adams eram
amigos, dá para se dizer isso. Se visitavam, falavam sobre fotografia. O
Adams é mais novo, 12 anos. O Adams tem uma história muito
importante dentro da fotografia americana e mundial. Porque, além de
ser um fotógrafo bastante talentoso, ele fotografou muito nos Estados
Unidos. Nos Parques Nacionais, principalmente na Costa Oeste
Americana. Ele foi um grande escritor, ele escrevia muito. Ele,
tecnicamente, era um muito preparado. Escreveu diversos de livros.
Alguns deles publicados no Brasil. Tive a oportunidade de traduzir três
livros do Adams: "A Câmera", " O Negativo" e "A Cópia". Passei três anos
fazendo essas traduções.

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Retratos em fotografia

Interno no Campo de Manzanar por Adams.

Ele é um craque na técnica. Vou mostrar os retratos... Essa imagem ele


fez no campo de Manzanar, plantação de maçãs. Durante a Segunda
Guerra Mundial, depois que os japoneses atacaram Pearl Harbor, que era
a base americana no Havaí, em dezembro de 41, os americanos ficaram
com muito medo de que os japoneses que viviam nos Estados Unidos,
principalmente na Costa Oeste, do lado do Pacífico, pudessem tomar
ações contra os Estados Unidos. Espionagem, terrorismo, coisas
em favor do Japão.

Então, os americanos fizeram uma coisa que até hoje pega muito mal.
Eles confinaram famílias japonesas. Muitos já eram nascidos nos Estados
Unidos, mas milhares de pessoas foram para campos de concentração.
Evidentemente, não é um campo de concentração nazista, mas, eram
confinados. As pessoas tinham suas pequenas casas, as crianças iam
à escola, tinham comida, trabalhavam na agricultura. Mas o fato é que
ficaram presos durante 2 anos ou 3 anos, em alguns casos. E o Adams
esteve em Manzanar e fez um trabalho muito interessante.

Eu conhecia pedaços desse trabalho, fragmentos.


Só recentemente é que eu tive acesso a um PDF do livro do Adams
sobre Manzanar, fotografias e texto. Fiquei muito impressionado,
principalmente com o texto dele, que é sempre bom.

Então, esse é um dos prisioneiros de Manzanar.


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Interno no Campo de Manzanar por Adams. Retratos em fotografia

Esse é outro, olha que retrato bonito. Um retrato mais aberto. A pessoa, o
rapaz ali no canto, aquela plantação, provavelmente de milho, A luz ajuda.

Esse é um guarda do campo. O Adams passou uma temporada grande, ele


era amigo do diretor do campo, um dos responsáveis.

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Georgia O'Keeffe e Orville Cox por Adams.

A Dorothea Lange também fotografou lá, mas o trabalho dela,


para mim, é menos conhecido.

Aqui Georgia O'Keeffe e seu amigo, também pintor e fotógrafo, Orville Cox
fotografados com câmera pequena, uma 35 mm, no Novo México.

Uma luz bem dura. Essa imagem já tem mais contraste, o preto dos chapéus,
e tem branco das nuvens. E o Adams fez de baixo. Acho uma imagem bonita.

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Einstein por Karsh.

Agora, vamos mudar. Vamos para agora, agora, para um europeu, o


Yousuf Karsh, que nasceu no Império Otomano, onde é Turquia hoje.

Depois, ele foi para o Canadá, onde morou muito tempo e acabou
morrendo nos Estados Unidos. Karsh foi um fotógrafo muito talentoso.
Ele usava câmeras de grande formato.

O Einstein, fotografado em 48. O Karsh usava iluminação artificial. Ele


iluminava o personagem, e ele tinha um interesse muito grande em
iluminar as mãos ao fotografar. Então, é um retrato do Einstein, bem
simpático assim. Uma foto gostosa, agradável de se ver.

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Ernest Hemingway por Karsh.

Esse é o Ernest Hemingway em 1957, alguns poucos anos antes da sua morte.

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George Bernard Shaw por Karsh.

Esse é o George Bernard Shaw, autor, inglês também. É uma fotografia


icônica, interessante, que segue aquelas regras: os olhos na parte de cima,
os ombros encostados no espaço menor da imagem, os olhos voltados para
o outro lado. É uma coisa clássica no retrato.

Bernard Shaw ganhou o Prêmio Nobel de Literatura e depois ele ganhou um


Oscar de cinema porque ele fez um roteiro do livro dele, "O My Fair Lady".

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Retrato Churchill por Karsh.

Vocês conhecem, seguramente, o Churchill, primeiro-ministro inglês.

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Castro por Karsh.

Fidel Castro, também retratado por Karsh, aqui um retrato


mais fechado e expressivo.

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Castro por Karsh.

Outro retrato do Fidel Castro, mais aberto.


Eu gosto mais desse, eu acho mais interessante.

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de Gaulle por Karsh.

Aqui, o Charles de Gaulle, que foi um general francês.

Ele foi, talvez, o principal líder da resistência francesa contra os alemães,


mas, ele estava na Inglaterra durante a guerra.

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Madre Teresa por Karsh.

A Madre Teresa, melancólica, um pouco triste.


Mas um retrato interessante também.

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Luther King por Karsh.

Martin Luther King, importante líder dos movimentos pelos direitos


civis nos Estados Unidos.

Essa foto, Karsh conta, foi muito difícil porque ele fotografou o Luther King
numa igreja, sem muita luz e com pouco tempo. Aqui vocês percebem que
têm um pouco mais de contraste, a camisa dele está mais para o branco, É
claro que, branco na fotografia nunca é branco, é um cinza clarinho.
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M. Gorbatchov por Karsh.

O Gorbatchov, vocês conhecem, foi Secretário Geral do Partido


Comunista da União Soviética

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Edward Steichen por Karsh.

O Edward Steichen, fotógrafo americano. E aqui eu quero chamar atenção,


veja aqui, é bem fechado, não é? Carona dele com a barba e tem um
recurso que muita gente usa, que é bem fotogênico, o charuto ou
cigarro, e aí, no caso, o Karsh usou além do charuto, a fumaça que
também é fotogênica.

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Alfred Hitchcock por Karsh

Um dos problemas para quem está sendo retratado, é o que fazer com as
mãos, às vezes a pessoa fica meio incomodada, onde eu ponho minha mão,
no bolso? Então esse recurso de usar um cigarro foi muito utilizado.
Esse é o Alfred Hitchcock, cineasta inglês.

E tem essa luz no nariz delineando o perfil do nariz e um pouquinho da boca


e do queixo, mas é um retrato diferente.

A gente não vê muito isso, a gente não faz muito isso, mas eu acho que
vale a pena, pelo menos alguns experimentos de vez em quando,
tentar uma coisa assim.

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Andy Warhol por Karsh

Aqui o Andy Warhol, artista plástico americano, que morreu assim,


relativamente jovem. Veja as mãos, ele tinha um cabelo bem branco,
e o pincel escolhido também é um pincel que dá essa impressão de ser
da cor do cabelo, ou quase isso.

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Bertrand Russel por Karsh

Esse é o Bertrand Russel, filósofo e matemático inglês. Olha o cigarrinho


também. Veja aqui, aí ele já tem, a imagem tem um pouco mais de
dinâmica, né? O Bertrand Russel está quase se movimentando, mas
olhando de frente, os ombros um pouco inclinados.

É um retrato bonito, interessante.

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Jean Cocteau por Karsh.

Esse é o Jean Cocteau, cineasta francês, artista, mas principalmente


cineasta. Veja que é um perfil, é parecido com o do inglês, o Hitchcock.

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Arnold Newman

Agora nós vamos ver outro americano chamado Arnold Newman, morreu
em 2006. Claro que na época do filme era um pouco diferente, porque se
fotografava menos, né? A produção era muito menor, e ele ia notando em
Olha que retrato diferente, esse é o Dwight D. Eisenhower, o presidente
americano por 2 termos, e ele foi o general do exército americano e foi o
líder, o comandante supremo das tropas aliadas durante a Segunda Guerra.

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Dwight D. Eisenhower por Arnold Newman.

Olha que retrato diferente, esse é o Dwight D. Eisenhower, o presidente


americano por 2 termos, e ele foi o general do exército americano e foi o
líder, o comandante supremo das tropas aliadas durante a Segunda Guerra.

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Dr.Thurgood Marshall por Arnold Newman.

Esse é o Dr. Thurgood Marshall, juiz da Suprema Corte Americana, foi o


primeiro negro a participar da Suprema Corte Americana.
Neste retrato o Arnold Newman muda um pouco, ele coloca o retratado
para baixo. Mostrando os livros lá para cima. Então, os olhos estão no 1/3
inferior da imagem, é um retrato muito legal. Ele não está segurando um
cigarro, o que está na mão dele, é um lápis.

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Marilyn Monroe por Arnold Newman.

A Marilyn Monroe também, um retrato um pouco mais aberto,


e esse óculos escuros. Veja que não tem reflexos nos óculos,
então ele deve tê-la orientado como colocar a cabeça para
evitar a reflexão da cena. Óculos escuros, quando usados
com cuidado, também ajudam a construir uma imagem.

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Piet Mondrian por Arnold Newman.

Esse é o Mondrian, famoso pintor holandês, fotografado pelo Newman.


Veja, é uma composição sofisticada, e se você olhar, você vai perceber
que essa imagem é cortada lateralmente porque não tem nenhum filme
tão comprido como esse. Cortou, provavelmente na hora da ampliação.

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Robert Moses por Arnold Newman.

Este é o Robert Moses, em fotografia de 1959. Esse homem era


administrador da cidade de Nova Iorque. Então é uma foto que eu
gosto bastante. É necessária uma certa coragem para realizar essa foto.

Eu não sei qual é a altura dessa viga, ela pode estar a meio metro de
altura, mas o fato é que é um resultado muito interessante. Colocou o
retratado é num canto, mais ou menos 1/3, o Empire State lá no meio,
prédio da Chrysler do outro lado.

E veja só, tem uma versão colorida que eu acho bem bacana. Eu acho
que nesse caso eu gosto mais da colorida do que da preta e branca.
Robert Moses (Versão colorida)

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Retratos em fotografia

W. Eugene Smith por Arnold Newman.

Esse é o W. Eugene Smith, grande fotógrafo americano em seu laboratório.


dele, Pode-se ver algumas cópias de fotografias do Smith. Talvez o trabalho
mais importante de Smith tenha sido Minamata, quando ele foi fotografar
a baía de Minamata no Japão, que foi uma baía que foi envenenada por
mercúrio. Ele passou bastante tempo lá fotografando, e ele foi atacado
pela Yakuza japonesa. Ficou meses no hospital.

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Retratos em fotografia

Frank Lloyd Wright por Arnold Newman.

O grande arquiteto americano, Frank Lloyd Wright, talvez o mais


famoso arquiteto americano do século XX.

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Retratos em fotografia

Isamu Noguchi por Arnold Newman.

Esse é o Isamu Noguchi, artista americano de origem japonesa,

Veja que interessante, o fotógrafo tomar a iniciativa de colocar


o escultor dentro da própria obra.

Acho que fica legal, tem que ter coragem, tem que ter imaginação.

40
Retratos em fotografia

Man Ray por Arnold Newman.

Esse é Man Ray, artista americano, que vivia em Paris, fotografado em seu ateliê.

Veja que interessante. Claro que aquela vassoura não estava lá. Essa vassoura
foi colocada lá porque é um elemento que ajuda a composição.

É importante a gente não querer fazer as coisas às pressas. Se você tiver que
fotografar alguém, faz com calma. É melhor fotografar menos, com
mais calma, com mais cuidado. Às vezes, o retratado fica muito nervoso,
fica muito agitado ao ser fotografado.

41
Retratos em fotografia

No mundo virtual, é tranquilo porque pixel é barato! Mas quando a gente


fazia retratos com filmes, a gente fotografava um pouco a pessoa sem
colocar filme na máquina, ligava a máquina, no flash, disparava o flash etc.

A pessoa achava que a gente estava fotografando, mas não. A gente estava
apenas querendo deixá-la um pouco mais relaxada. Então, às vezes, vale a
pena se bater algumas imagens para a pessoa acalmar um pouco. Depois,
você fotografa.

Lembrei agora de uma história de um fotógrafo americano, o Tony Vaccaro.


Tony Vaccaro foi um fotógrafo soldado. Ele era soldado do exército
americano e levou para a Segunda Guerra uma máquina e fotografou coisas
incríveis. Ele não era fotógrafo do exército, ele era soldado. E depois ele
voltou para os Estados Unidos e virou fotógrafo. E ele foi contratado para
fotografar o Picasso. Segundo dizem, o Picasso já tinha sido muito
fotografado. Então, Vaccaro chegou lá, fez uma foto. Mas, o Picasso estava
sempre com a mesma cara!

Ai o Vaccaro, chacoalhou a câmera como se ela estivesse com algum defeito.


Falou: “acho, está quebrada". Aí o Picasso mudou de expressão e ele fez um
retrato original.

Tony Vaccaro

42
Retratos em fotografia

Marcel Duchamp por Arnold Newman.

A gente tem que usar alguns truques. Esse é o Marcel Duchamp, artista
plástico francês e naturalizado americano. Fotografado contra o espaldar
da cadeira, de baixo para cima. Com esse narigão, ele olhando para cima fica
um retrato muito chique, muito bonito.

43
Retratos em fotografia

Ben Gurion por Arnold Newman.

Esse é o Ben Gurion, primeiro-ministro de Israel. Um homem muito


importante na história de Israel.

Isso é a fundação de Israel. E segundo eu li, esses papéis são um esboço


da Constituição de Israel.

44
Retratos em fotografia

Max Ernst por Arnold Newman.

Max Ernst, pintor alemão, também naturalizado americano.


Novamente uma cadeira e fumaça, o cigarro e o retratado,
contrariando o que é mais habitual na parte de baixo da imagem.

45
Retratos em fotografia

Marilyn por Arnold Newman.

Percebo que existem vários componentes que ajudam a formar


a imagem. É muito interessante.

E o cigarro entra mais uma vez. Essa foto de Marilyn Monroe. Veja, ela está
com um dos olhos fechados e o outro olho é assim obstruído pelos dedos
e pelo cigarro. Mas ela é sim facilmente reconhecível.

46
Retratos em fotografia

Joan Miró por Arnold Newman.

Joan Miró, pintor espanhol importante. Nesse caso, essa imagem colorida,
muito saturada, contrastada. Acho muito bonito e muito interessante.
E a gente tem que dar oportunidade para se pensar nisso, não ficar
com aquela coisinha muito careta.

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Retratos em fotografia
René Burri

E o último fotógrafo, o René Burri. Nasceu em 1933. E o René Burri


esteve algumas vezes no Brasil. Eu tive a oportunidade de conhecê-lo,
conversei um pouco com ele. Já é um senhor. Eu devo ter conversado
com ele por volta do ano 2009. Mas, enfim, aproveitando essa
oportunidade, vou mostrar os retratos que ele fez.

O do Che Guevara, em Cuba. É um retrato interessante,


feito com uma câmera de 35 mm.
Che Guevara por R. Burri.

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Retratos em fotografia

Le Corbusier por R. Burri.

Esse é Le Corbusier, o grande arquiteto suíço.

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Retratos em fotografia

Oscar Niemeyer por R. Burri.

Esse é o Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro, quando estava


projetando Brasília. Durante o processo da construção da cidade.

50
Retratos em fotografia

Oscar Niemeyer por R. Burri.

Esse é Niemeyer, até onde me lembro


em seu escritório no Rio.

Eu já li, mas não tenho certeza. está


desenhando alguma coisa do Brasil.

51
Retratos em fotografia

Henri Cartier-Bresson por R. Burri.

Esse é Henri Cartier-Bresson, grande fotógrafo francês,


fotografado pelo René.

O Cartier-Bresson com o cigarrinho, uma lente de aumento,


olhando uma folha de contatos.

52
Retratos em fotografia

Alberto Giacometti por R. Burri.

Esse é Alberto Giacometti, escultor suíço.

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Retratos em fotografia

Família em Brasília por R. Burri.

Essa foto em Brasília, logo depois da inauguração. Uma família de


brasileiros. Que vocês enxergam? Um homem, quatro crianças e
senhora, provavelmente alguém que trabalhou na obra, trabalhou
na construção de Brasília.

Essa imagem está muito de contra a luz, então a gente não tem
detalhes nas pessoas. A gente não consegue enxergar com nitidez
o rosto de cada uma das pessoas.

É um problema de contraluz muito forte. Claro que hoje, com uma


câmera digital e recursos digitais, a gente conseguiria abrir o rosto
de cada um dessas pessoas e crianças.
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Retratos em fotografia

Crianças na praia, Rio de Janeiro, por R. Burri.

Essa é no Rio, veja o menino vendedor de pipa no Rio. Aqui o relevo já


conseguiu detalhes no rosto da criança, mas percebo que o resto está
superexposto. Para que ele conseguisse detalhe no rosto do menino,
ele acabou fazendo uma superexposição, o resto está superexposto.

Acho que esse é o último retrato que eu queria mostrar para vocês.

Espero que tenham gostado dessa coleção de retratos e um pouco


sobre os fotógrafos que os fizeram!

Grande abraço!

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THALES TRIGO

Retratos
em Fotografia
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