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Resumo de definição dos Celtas e sua cutura

Celtas é a designação referente a tribos que habitaram regiões que se


estendiam da Península Ibérica e Ilhas Britânicas até a Ásia Menor e
viveram entre 1200 a.C. e 500 d.C. O termo “celta” não era usado pelos
próprios celtas, pois foi estabelecido por gregos e romanos que
registraram a existência desses povos.

Ainda, tal termo não deve ser entendido como a designação de apenas
um povo, mas sim de uma série de etnias e tribos que eram diferentes
umas das outras, mas tinham características parecidas, principalmente o
idioma e a religião. Por isso, não podemos falar em celtas como um povo
único.

A questão linguística é entendida como um dos elementos mais


importantes para classificar-se se um povo era celta ou não. Alguns dos
idiomas falados pelos celtas são os derivados do gaélico, como o gaélico
irlandês e o escocês; e os idiomas do ramo britônico, como o bretão.

Assim os celtas não eram um povo unificado, mas um grupo muito


grande de pessoas que habitava uma região muito vasta e que possuía
laços de aproximação cultural. Essa aproximação cultural não significa
que os celtas eram aliados uns dos outros, pois havia guerra entre eles.

Essa nomenclatura, digamos, generalizante é resultado da forma como


outros povos enxergavam os celtas. A visão de gregos e romanos era
externa e, portanto, ignorava ou desconhecia a variedade e diversidade
existentes entre as tribos e clãs celtas.

Leia mais: Sumérios – responsáveis pelas primeiras cidades-estado e


provavelmente pela invenção da escrita
Origem celta

Os celtas espalharam-se por diversas regiões da Europa, incluindo a Península Ibérica (onde
fica Portugal e Espanha atualmente).[1]

Os celtas surgiram de uma cultura originária da Europa Central, em


regiões da atual Áustria e redondezas. Por volta de 1300 a.C., um grupo
vasto de povos pertencia a uma cultura conhecida como Cultura dos
Campos de Urnas, entendida pelos historiadores como uma cultura
protocelta, isto é, uma espécie de estágio de formação da cultura celta.

Alguns especialistas do assunto consideram que a partir


da Cultura Hallstatt é que se pode falar na existência de uma cultura
essencialmente celta. Ela é uma evolução da Cultura dos Campos de
Urnas e surgiu por volta de 1200 a.C., existindo até o século V a.C. Os
povos que pertenciam à Cultura Hallstatt dominavam o bronze e, ao final
dela, já começavam a dominar o ferro.

O domínio do ferro e o contato desses povos protoceltas com os gregos


deram origem à Cultura La Tène por volta dos séculos VI a.C. e V a.C.
Foram essas evoluções culturais que originaram a formatação pela qual
ficaram conhecidos os celtas, e, na última fase cultural, esses povos já
tinham alcançado diversas regiões do continente europeu.
Como mencionado, o termo “celta” consolidou-se pelo uso que os povos
clássicos fizeram dele. As primeiras menções aos celtas foram feitas
pelos gregos no século VI a.C. — mais especificamente por Hecateu de
Mileto e Heródoto, dois eruditos conhecidos por seus trabalhos nas
áreas de geografia e história.

O termo utilizado por eles foi “keltoi”, palavra que tem sua etimologia
desconhecida. Além disso, os romanos também utilizavam o termo
“gauleses” para referir-se aos celtas. A menção de Hecateu de Mileto
referia-se a povos que habitavam região próxima de Marselha, e
Heródoto referiu-se a povos que viviam próximos do Rio Danúbio.

Onde os celtas viveram?

Escultura romana que demonstra um gaulês cometendo suicídio.

Como já vimos, os celtas espalharam-se por regiões vastas no continente


europeu. Essa difusão tão ampla é entendida pelos historiadores como
resultado da procura por melhores terras para viverem, sobretudo porque,
com o crescimento do território romano, os celtas começaram a ser
vítimas de ataques romanos.

Essa fuga à procura de terras mais pacíficas também pode ter relação
com as guerras entre tribos celtas. De toda forma, a presença celta
nas Ilhas Britânicas foi maciça, e essa região tornou-se símbolo desse
povo. Os celtas, no entanto, estiveram presentes também
na Península Ibérica, na Europa Central, e um povo celta, conhecido
como gálatas, instalou-se na Ásia Menor, onde fica a Turquia atualmente.

Cada uma dessas regiões foi habitada por uma tribo com características
distintas em relação a outras tribos celtas. Podemos falar em várias
delas, como os gálatas, que viveram na Ásia Menor; na região da atual
Inglaterra existiram os britanni; na Península Ibérica, habitaram
os lusitanni e os gallaeci; e na região da atual Bélgica, existiram
os belgae. Esses são alguns exemplos de tribos celtas e dos locais em
que viveram.
Acesse também: Assírios – uma das civilizações mais poderosas da
Antiga Mesopotâmia

Características dos celtas

Como percebemos, os celtas reuniam-se em tribos, sendo que cada tribo


era resultado da junção de famílias que tinham modos de vida
semelhantes. A sociedade celta era estratificada, existindo quatro
principais grupos: os druidas, os nobres e guerreiros, os homens livres e
os escravos. Em geral, o governo das tribos era feito por um rei.

Os druidas eram o principal grupo da sociedade celta e acumulavam funções jurídicas,


filosóficas e religiosas.

Os druidas eram o grupo de maior prestígio na sociedade celta, e sabe-


se que eram responsáveis por acumular o conhecimento filosófico assim
como por elaborar e aplicar as leis, podendo aplicá-las até mesmo contra
um rei. Os druidas também cumpriam o papel de sacerdotes religiosos,
mas os historiadores sabem pouco sobre isso.

Os guerreiros celtas, de acordo com os registros gregos e romanos,


eram lutadores ferozes e pertenciam à elite da sociedade celta.
Os nobres eram cidadãos livres detentores de poderio econômico, e
os cidadãos livres eram homens comuns sem o poderio econômico dos
nobres. Por fim, os escravos eram prisioneiros de guerra utilizados,
principalmente, em atividades relacionadas com a agricultura.

A alimentação dos celtas era majoritariamente vegetariana, uma vez que


as carnes eram reservadas para momentos importantes, como os
festivais religiosos|1|. A religião celta era politeísta, então eles
acreditavam em mais de um deus. A religiosidade celta tinha uma forte
ligação com a natureza, e por isso eles realizavam rituais em locais
abertos.

Os celtas faziam sacrifícios humanos em homenagem aos seus deuses


e costumavam guardar o crânio de familiares porque acreditavam que a
alma da pessoa ficava nele. Nesses atos, os celtas analisavam a forma
como a pessoa morria com o intuito de fazer previsões para o futuro.
Existiam diferentes maneiras de um ritual de sacrifício humano ser
realizado.

A decadência dos celtas tem relação direta com a romanização e a


cristianização dos lugares em que eles viveram. O lugar que melhor
preservou suas tradições foram as Ilhas Britânicas.

Símbolos celtas

A cultura celta permaneceu bastante presente em alguns dos lugares que


eles habitaram, sobretudo nas Ilhas Britânicas. Dela uma série de
símbolos popularizaram-se e tornaram-se grandes exemplos da arte
desses povos. Esses símbolos, em geral, possuíam significados
religiosos com origem na tradição celta que foi mantida quando esses
povos foram cristianizados. Destacaremos três símbolos e seus
significados.
 Tríscele

Tríscele
, símbolo que representava três estágios de uma pessoa: vida, morte e renascimento. Foi
ressignificado pelos cristãos.

Esse símbolo é um dos mais tradicionais da cultura celta, e seu nome
“tríscele” ou “triskelion” deriva do idioma grego, significando “três
pernas”. Já foi encontrado na Cultura La Tène assim como na cultura
grega. Acredita-se que tinha relação com a cosmogonia celta e que
poderia representar três etapas de uma pessoa: vida, morte e
renascimento. Outros acreditam que o símbolo representava corpo, alma
e espírito (cada qual em uma das pontas). Com a cristianização dos
celtas, o símbolo passou a representar a Trindade.
 Triquetra

A
triquetra tinha forte relação com a religião praticada pelos celtas e também foi aculturada
pelos cristãos.

A triquetra consiste em uma forma triangular que possui três arcos


interligados entre si. É um símbolo que também foi encontrado em outras
culturas, e, no caso dos celtas, tinha relação com alguns conceitos
religiosos e com a visão de mundo deles. Alguns acreditam que a divisão
desse símbolo em três partes representava terra, céu e mar, enquanto
outros estudiosos afirmam que ele poderia estar relacionado com uma
figura mitológica conhecida como Mórrigan. Com o tempo esse símbolo
também foi ressignificado pelos cristãos para que também
representasse a Trindade.

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