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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CURSO DE BACHARELADO DE DIREITO


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA - DEPUC
DISCIPLINA: ECONOMIA POLÍTICA
DOCENTE: ELIVANIA BEZERRA DE MELO

BERNARDO BEZERRA DE MELO GÓIS; BRUNA BRAGA MENEZES DA COSTA CRUZ;


JOÃO GABRIEL FABRICIO DA SILVA OLIVEIRA; JOÃO VITOR RIBEIRO NOBRE; MARINA
PERAZZO PEREIRA.

TRABALHO PARA OBTENÇÃO DE NOTA PARCIAL NA UNIDADE 2 - ANÁLISE CRÍTICA A


PARTIR DE DADOS ECONÔMICOS.

NATAL, 2023.
1. INTRODUÇÃO:

O presente trabalho visa construir , a partir de pesquisas e dados, uma análise crítica sobre o
mercado de alimentos e a intervenção de políticas governamentais sobre ele, bem como o
papel dos estoques reguladores e da Conab na busca do Estado de garantir, ou melhor,
promover uma segurança alimentar aos cidadãos. Assim, em cima desse debate, o grupo traz
a tona um elemento central - o feijão - para que por meio do intermédio desse, se faça uma
análise, mediante a pesquisas, dados e fundamentos debatidos em sala de aula, da relação
existente entre a produção do alimento, o estoque, as ideias de oferta e demanda e o papel
governamental no âmbito do dever alimentar da nação.

2. DESENVOLVIMENTO:

Inicialmente, é válido que por uma sequência lógica desenvolva-se introdutoriamente os


conceitos que vão ser debatidos em sequência. Diante disso, se apresenta o Conceito de
estoque, o qual pode ser definido como conjunto de materiais ou produtos armazenados e
disponíveis fisicamente pelo agente comercial ou empresa até o momento de ingressarem no
processo produtivo ou seguirem para a comercialização direta ao consumidor final. Dessa
forma, os estoques podem ser constituídos por todos os materiais que a empresa em algum
momento de sua atividade irá utilizar desde insumos e matéria prima até produtos finais,
cujos, de certa forma, estão armazenados nas dependências do agente comercial para serem
utilizados futuramente em momentos específicos. Assim, cabe ressaltar também que os
estoques se diferenciam diante da natureza do negócio, da função que a empresa exerce no
mercado, do porte da empresa e entre outros elementos.
Geralmente, o uso dos estoques está atrelado à uma prevenção da empresa de uma possível
oscilação da demanda, ou seja, o armazenamento de bens, comumente está ligado a uma
incerteza de demanda, ou a necessidade de evitar os transtornos causados pela falta ou
indisponibilidade de certo produto na atividade da empresa, assim, a firma visa prever a
demanda e evitar riscos de um incerto mercado, com a garantia de estocar e armazenar o
produto para que sempre a empresa esteja apta a atender as necessidades do consumo.
Entretanto, o armazenamento também pode haver desvantagens, bem como o prejuízo,
desperdício de material ou produto e o ajuizamento de receitas de maneira equivocada, logo
por isso, a empresa visa equacionar o mantimento de forma mais próxima possível da
realidade do estabelecimento.
Diante do que foi dito anteriormente, há vantagens e desvantagens da manutenção dos
estoques, as desvantagens consistem basicamente nos riscos de prejuízos, desperdícios,
avarias e outros no armazenamento e também é desvantajoso o custo da imobilização do
capital sem acrescentar valor no armazenamento de produtos. Porém,se sobressaem as
vantagens que são elas:
1. preocupação em face a prevenção diante das variações da demanda e consumo;
2. redução dos preços unitários e do custo de transporte do produto;
3. finalidade especulativa - compra por um preço menor que futuramente se espera
aumento do preço.
4. Prevenção quanto às possíveis crises e tensões sociais;
5. Manutenção dos preços quando a produção for maior que o consumo - reflete
diretamente a lei da oferta e da demanda estudada, ideias de Adam smith de
autorregulação do mercado e mão invisível.

Diante da apresentação inicial, do conceito de estoque e das vantagens de se utilizar dos


estoques, que se inicia o debate central do trabalho fundado na vantagem e na função dos
estoques reguladores e da Conab e a relação da utilização dessas ferramentas para auxiliar o
governo, que mediante uma política apresentada que afeta os preços visa garantir a segurança
alimentar da população brasileira. Dessa forma, cabe explicitar o conceito de estoques
reguladores e como essa ferramenta pode impactar diretamente na alimentação da população
brasileira. Os Estoques reguladores, remetem a uma política ou ferramenta governamental
socioeconômica que visa interferir diretamente na produção de alimentos, ou seja na oferta,
para assegurar sempre o equilíbrio entre a oferta de alimentos e a demanda alimentícia
nacional, dessa forma, assegurando consequentemente a estabilidade dos preços dos
alimentos e garantindo uma segurança alimentícia na casa dos brasileiros. Pode-se dizer que
os estoques reguladores é uma estocagem local alimentícia utilizada pelo governo com base
na ideia da lei de oferta e demanda, para garantir que haja sempre uma oferta necessária para
a demanda da população, ou até para incentivar que quando a situação de demanda for baixa,
os produtores continuem voltando seus meio para a produção de alimentos para que assim
garanta em situações de incerteza que a procura (nesse caso efetivada pelo estado) estimule a
produção.
A formação de estoques públicos tem como objetivo garantir o preço e a renda do produtor, bem como regular
o abastecimento interno, para atenuar as oscilações de preço. - dados do portal da CONAB.

Como funcionam os estoques reguladores?


Os estoques reguladores podem exercer função no mercado mediante a vários pontos de
vista e formas de atuação.
Como a produção de alimentos é limitada por questões naturais - Os estoques
reguladores podem agir da seguinte forma para intervir na estabilidade da demanda:

Fase da produção alimentícia que oferece ao mercado oferta excedente


Em épocas produtivas na agricultura brasileira e na área voltada a produção alimentar,
épocas em que a questão natural ajuda na intensificação da produção, aumentando a oferta e
reduzindo o preço dos alimentos, o Estado pode intervir da seguinte forma, utilizando da
ferramenta estoques reguladores - Compra do excedente alimentar ao preço baixo, para
armazenamento produzindo efeitos nas seguintes óticas:

Econômico produtivo - O Estado por meio do armazenamento e da compra do excedente,


garante aos produtores sempre uma procura, a qual em decorrência da compra governamental
dos excedentes, incentiva os produtores a continuarem utilizando dos meios produtivos
voltados à alimentação. Assim, a utilização desta ferramenta garante um certo equilíbrio entre
oferta e demanda, criando um ambiente de estabilidade dos investimentos e diminuindo os
riscos da produção de alimentos em épocas de alta oferta.
Social populacional - forma de promover e garantir por meio do armazenamento que a
oferta, mesmo em épocas de baixa produção, não será menor que a procura ,ou nessa área o
necessário para a subsistência nacional. Assim, promove consequentemente, a estabilidade
do preço do produto, uma vez que em estocagem garante ao mercado que em todas as fases
da produção haverá demanda suficiente e jamais escassa a procura dos consumidores. Nessa
ótica, a grande quantidade de oferta torna o preço baixo, fazendo com que o Estado se
beneficie desse mecanismo, para garantir sempre à população o consumo mediante ao grande
grau de oferta em todas as fases.

Fase da produção alimentícia que há no mercado uma demanda excedente


Nessa fase, em que a produção de alimentos é limitada por questões naturais, o Estado
utiliza dos estoques reguladores, com produtos já armazenados, para garantir a sociedade uma
oferta condizente com a demanda, assim impossibilitar a crescente nos preços dos alimentos
por meio de políticas que lancem ao mercado os produtos que até então estavam estocados.
Sob esse cenário, que ocorre por meio de mecanismos do mercado e do governo, se produz
efetivamente a garantia de um preço democrático natural do alimento, para a promoção da
segurança alimentar no país.

CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO.

A CONAB, sigla que remete a companhia nacional de abastecimento, é uma empresa


pública vinculada ao Ministério do desenvolvimento agrário e agricultura familiar. A
companhia criada em 1990 por intermédio de lei ,remete a fusão de três empresas públicas
anteriores, são elas: A Companhia de Financiamento da Produção (CFP), a Companhia
Brasileira de Alimentos (Cobal) e a Companhia Brasileira de Armazenamento (Cibrazem).
A sua atuação, fica evidente quando se entende a consonância com as nomenclaturas
citadas anteriormente, Sendo missão prover inteligência agropecuária e participar da
formulação e execução de Políticas Públicas, contribuindo para a regularidade do
abastecimento e formação de renda do produtor rural. Dessa forma, é clara a relação da
CONAB com a promoção de medidas governamentais técnicas e embasadas para garantir a
segurança alimentar da população. Se aprofundando mais ainda, a relação da empresa com a
ferramenta política, estoques reguladores, se mostra na prática com o gerenciamento dela de
64 unidades armazenadoras capazes de estocar diversos produtos agrícolas e garantir o
suprimento alimentar da população.
Sob essa ótica, a empresa pública nacional guarda responsabilidades frente ao governo
federal, frente à atuação importante de fornecimento de dados e informações estratégicas e
técnicas para embasar decisões e fomentar políticas relacionadas à produção agrícola,
mercado e consumo alimentar da população - dever constitucional do Estado -. Nesse âmbito,
a companhia também acumula o dever de executar estratégias, programas e ações
governamentais que visem a produção social de um bem-estar na comunidade situado na área
de segurança alimentar e nutricional.
RELAÇÃO ENTRE CONAB, ESTOQUES REGULADORES, PAPEL DO GOVERNO,
PRODUÇÃO E MERCADO DE ALIMENTOS DO BRASIL, SEGURANÇA ALIMENTAR,
PREÇO DOS PRODUTOS E DEMAIS FATORES.

Diante dos fatos expostos anteriormente, cabe a esse momento do trabalho relacionar as partes do
debate em torno do núcleo central: função governamental de promover segurança alimentar a
população. Por isso, para iniciar a reflexão é válido lembrar que a promoção de segurança alimentar
aos cidadãos é dever do Estado assegurado legalmente, constitucionalmente e
infraconstitucionalmente.

CF/88 - Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

O Artigo 3º da Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº


11.346/2006) estabelece que: “A segurança alimentar e nutricional
consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente,
sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo
como base práticas alimentares promotoras de saúde que
respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural,
econômica e socialmente sustentáveis.”

Em cima do citado, é evidente que o Estado tem o dever de garantir a todos o acesso pleno à
alimentação dos cidadãos, esse papel de promover o suprimento e a segurança nutricional
populacional, cujo, reflete também a promoção de um direito fundamental constitucional,
envolve o desempenho de funções que visam contribuir para o fornecimento de alimentos
constante e acessíveis suficientes para atender as necessidades alimentares de uma vida
saudável.
Dessa forma, é necessário a busca do Governo de implementar políticas públicas,
ferramentas, mecanismos, pesquisas, ações estratégicas e técnicas como forma de atuação
estatal perante a necessidade dessa garantia à sociedade, assim é o suficiente para demonstrar
a total relação do papel governamental na produção de alimentos e a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB), cuja é a empresa pública com a responsabilidade prática de atuar
na promoção das atividades supracitadas anteriormente para promover a nutrição brasileira
nos encaixes a realidade apresentada na vida efetiva. De mesmo modo, é evidente que a
CONAB guarda relações com o mecanismo dos Estoques reguladores, uma vez que esse é
uma ferramenta que se encaixa na área de atuação pública da companhia, que visa da forma
que foi citado anteriormente, garantir uma segurança e um incentivo de investimento aos
produtores alimentícios, bem como também garantir a estabilidade de um preço acessível e a
promoção da alimentação social.
Logo, por intermédio de compra e armazenamento de produtos nutricionais vendidos a valor
mais acessível quando há grande oferta, A CONAB, empresa pública, visa com a utilização
do mecanismo denominado ESTOQUES REGULADORES, se beneficiar das leis de oferta e
demanda e da busca por promover um equilíbrio entre o produto e a procura para promover a
estabilidade dos preços acessíveis dos alimentos, e em decorrência disso, garantir à população
as condições de compra dos suprimentos dignos para preservação nutricional de uma vida
saudável, e assim também desempenhar um importante dever governamental de promover a
segurança alimentar em sua nação. Nesses fatos se guardam o entendimento da importante
relação discutida.

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