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DIREITO DO CONSUMIDOR À INFORMAÇÃO ADEQUADA


NA ROTULAGEM DE ALIMENTOS

Beatriz Freitas Carvalho Guimarães Monteiro1


Thais Meirelles de Sousa Maia2

1
Nutricionista graduada pela Universidade de Brasília (UnB). Aluna de Pós-Graduação
em Vigilância Sanitária do IFAR/Faculdade LS.
2
Orientadora. Advogada graduada pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub),
Especialista e Mestre em Bioética e Saúde Pública pela Universidade de Brasília (UnB).
Sócia Proprietária do escritório Maia & Munhoz Consultoria e Advocacia em Biodireito
e Saúde Pública

RESUMO

O crescimento industrial e tecnológico aumentou a oferta e a industrialização de alimentos com o intuito


de diminuir o tempo de preparação e de consumo desses produtos. O aumento do consumo de alimentos
processados tornou o rótulo uma importante ferramenta no aperfeiçoamento do direito à informação e na
segurança alimentar e nutricional do consumidor. Este artigo tem por objetivo realizar uma revisão de
literatura relacionando o direito do consumidor à informação adequada com a informação nutricional de
alimentos processados. Trata-se de estudo qualitativo, realizado por meio de revisão bibliográfica de
artigos, livros e teses nas bases de dados: Portal da Capes, Google Acadêmico e Scielo no idioma
português, abrangendo artigos publicados entre 2009 e 2018. Também foram utilizadas as legislações que
regulam a rotulagem nutricional no Brasil, assim como o Código de Defesa do Consumidor. Houve um
grande avanço da legislação nesta área, mas ainda existem alguns problemas, como as informações
excessivamente técnicas, que podem ser responsáveis por erros de interpretação. Verifica-se a
necessidade do trabalho em conjunto dos órgãos governamentais, das indústrias de alimentos e da
sociedade com a finalidade de desenvolver ações e programas educativos.

Palavras-chave: Direito do consumidor; Direito à informação adequada; Alimentos processados;


Informação nutricional; Rotulagem nutricional.

ABSTRACT

Industrial and technological growth has increased the supply and industrialization of food in order to
reduce the time of preparation and consumption of these products. Increased consumption of processed
foods has made the label an important tool in improving the consumer's right to information and food and
nutritional security. This article aims to conduct a literature review relating the right of consumers to
adequate information with the nutritional information of processed foods. This is a qualitative study,
carried out by means of a bibliographical review of articles, books and theses in the databases: Portal da
Capes, Google Academic and Scielo in the Portuguese language, covering articles published between
2009 and 2018. Legislation was also used that regulate nutrition labeling in Brazil, as well as the Code of
Consumer Protection. There has been a breakthrough in legislation in this area, but there are still some
problems, such as overly technical information, which may be responsible for misinterpretation. There is
a need to work together with government agencies, food industries and society in order to develop
educational programs and actions.

Keywords: Consumer law; Right to adequate information; Processed foods; Nutritional information;
Nutrition labeling.
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1 INTRODUÇÃO

No século XX, ocorreu um crescimento industrial e tecnológico que aumentou a


oferta e a industrialização de alimentos com o intuito de diminuir o tempo de preparação
e de consumo desses produtos. O ritmo acelerado do dia-a-dia aumentou a busca por
alimentos industrializados, porém muitos deles são ricos em carboidratos refinados,
gorduras saturadas e açúcares, além de apresentarem maior valor calórico e menores
concentrações de vitaminas, minerais e fibras alimentares (FONSECA et al, 2011;
CAVADA et al, 2012;SANTOS et al, 2016).

Quando esses produtos são consumidos de forma excessiva, em conjunto com


outros fatores de risco como o sedentarismo, o consumo excessivo de álcool e o
tabagismo, implicam na maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis
(DCNTs) como a diabetes, hipertensão, câncer, obesidade, entre outras doenças
(CAVADA et al, 2012;SANTOS et al, 2016).

O aumento do consumo de alimentos processados tornou o rótulo uma


importante ferramenta no aperfeiçoamento do direito à informação e na segurança
alimentar e nutricional do consumidor. As informações presentes na embalagem
possibilitam a comparação quanto à qualidade dos produtos e à escolha de alimentos
mais saudáveis (SANTOS, 2011).

No entanto, alguns estudos apontam problemas com relação à rotulagem de


alimentos, como a dificuldade na compreensão das informações, rótulos ilegíveis,
dificuldade de leitura, falta de transparência, falta de hábito, de interesse e de tempo
(VERAS et al, 2017; SOUZA et al, 2011).

As informações contidas nas rotulagens devem ser claras e adequadas, conforme


especificado no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor. Quando a informação é
transmitida de forma adequada, a credibilidade delas tende a aumentar e o consumidor
começa a utilizá-las para selecionar e adquirir o produto que atende melhor as suas
necessidades nutricionais e alimentares (BRASIL, 1990; VERAS et al, 2017).
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Nesse contexto, este artigo tem por objetivo realizar uma revisão de literatura
relacionando o direito do consumidor à informação adequada com a rotulagem de
alimentos.

2 METODOLOGIA

Trata-se de estudo qualitativo, realizado por meio de revisão bibliográfica de


artigos, livros e teses nas bases de dados: Portal da Capes, Google Acadêmico e Scielo
no idioma português, abrangendo artigos publicados entre 2009 e 2018. Os descritores
utilizados foram: ‘direito do consumidor’, ‘rotulagem de alimentos’, ‘direito à
informação’ e ‘informação nutricional’. Também foram utilizadas as legislações que
regulam a rotulagem nutricional no Brasil, assim como o Código de Defesa do
Consumidor.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 O DIREITO DO CONSUMIDOR À INFORMAÇÃO

Após a Revolução Industrial, em meados do século XVIII, houve mudanças


significativas na forma de produzir. Antes, a produção era familiar, sendo o artesanato o
principal meio de fabricação, caracterizado por uma pequena produção, que dependia do
ritmo e da habilidade do artesão. Com a Revolução Industrial, a expansão do mercado e
o aumento da demanda, os produtos começaram a ser fabricados com máquinas em
grandes quantidades e padronizados, o que influenciou e alterou a sociedade e o modelo
econômico da época (VIEGAS; ALMEIDA, 2011; SPRÉA, 2015).

Com o enriquecimento e o aumento do poder dos fornecedores, os consumidores


se tornaram frágeis nas novas relações de consumo, sendo alvo de diversas injustiças e
práticas abusivas. Logo, percebeu-se que o Direito da época era falho, ineficaz e
ultrapassado. Houve a necessidade de criar uma legislação com o intuito de proteger os
consumidores e que abrangesse todas as relações de consumo (GRUETZMANN, 2015).

O direito do consumidor surgiu na década de 1920, nos Estados Unidos e


ganhou força devido ao Movimento Consumerista e o avanço do capitalismo, este país
foi o primeiro a sofrer as consequências do marketing agressivo da produção, da
comercialização e do consumo em massa (VIEGAS; ALMEIDA, 2011; SPRÉA, 2015).
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A codificação do direito do consumidor no Brasil não ocorreu na mesma época


em que o tema foi normatizado no estado americano, no entanto, já havia leis que
regulavam alguns aspectos de consumo, como a Lei 1221/51 (dispõe sobre crimes
contra a economia popular), a Lei Delegada nº 4/62 (assegura a livre distribuição de
produtos necessários ao consumo do povo) e a Constituição de 1967, com a emenda
constitucional nº1 de 1969 (VIEGAS; ALMEIDA, 2011; SPRÉA, 2015).

A atual Constituição Federal de 1988 introduziu este direito, reconhecendo o


consumidor como um sujeito de direitos, coletivos ou individuais, e ainda assegura sua
proteção como direito fundamental no inciso XXXII do artigo 5º, no inciso V do artigo
170 e no artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (VIEGAS;
ALMEIDA, 2011; SPRÉA, 2015; GRUETZMANN, 2015).

Em 1990, o Congresso Nacional criou a lei 8078/90, também conhecida como


Código de Defesa do Consumidor – CDC, que é responsável por garantir os direitos dos
consumidores nas relações de consumo, pois tenta reverter o desequilíbrio que existe na
relação entre fornecedores, que criam suas próprias regras, e consumidores, que têm que
se proteger dessas exigências (VIEGAS; ALMEIDA, 2011; GRUETZMANN, 2015).

Uma das bases que regem esse Código é o direito à informação, cujos princípios
da vulnerabilidade, da transparência e da boa-fé objetiva foram criados com o objetivo
de defender os consumidores e impor aos fornecedores o dever de informar sobre seus
produtos de forma transparente, sem abusos e injustiças. Portanto, é necessário que as
informações sejam claras, corretas e de fácil entendimento pelo consumidor,
principalmente se tais produtos são de natureza alimentícia (GRUETZMANN, 2015).

Na Constituição Federal, o direito à informação é dividido em três espécies: o


direito de informar, que é um direito constitucional, o direito de se informar e o direito
de ser informado, que são obrigações importantes para o direito do consumidor
(GRUETZMANN, 2015).

O acesso à informação e o direito do consumidor são direitos resguardados a


todos os cidadãos e devem ser reconhecidos como uma garantia fundamental à vida
humana. Sendo assim, eles provêm do princípio da dignidade da pessoa humana que
está presente em todas as esferas do nosso ordenamento jurídico e que também está
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vinculado as relações jurídicas de consumo de produtos alimentícios (GRUETZMANN,


2015).

3.2 CONSUMO ALIMENTAR NO BRASIL

No século XX, ocorreram diversas mudanças nas formas de produção e nas


relações de trabalho (FONSECA et al, 2011). Além disso, esse período foi marcado
pela entrada das mulheres no mercado de trabalho, que causou uma alteração na
estrutura, nos hábitos alimentares e nas relações familiares. Mesmo as mulheres
trabalhando fora de casa, elas continuam sendo responsáveis pela alimentação da
família (FONSECA et al, 2011). Portanto, a nova estrutura social provocou o aumento
da busca por alimentos industrializados, pré-preparados e prontos, por serem mais
práticos, sendo que, ao mesmo passo, detectou-se também maior frequência de refeições
feitas fora de casa (FONSECA et al, 2011; CAVADA, 2012;SANTOS et al, 2016).

Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar – POF feita pelo IBGE em 2008-


2009, que faz uma análise do consumo alimentar pessoal no Brasil, o consumo do
brasileiro combina a dieta tradicional à base de arroz e feijão com alimentos de alto
valor calórico e baixo teor de micronutrientes (IBGE, 2011).

Por sua vez, de acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira,
alimentos in natura e alimentos minimamente processados, devem ser à base da
alimentação brasileira (BRASIL, 2014). No entanto, na POF 2008-2009, pode-se ver
um baixo consumo de frutas, verduras e legumes, sendo que menos de 10% da
população estudada atinge a recomendação de 400g/dia e 68% não consomem a
recomendação de 25g/dia de fibras, sendo que a média de ingestão de fibras é de
22g/dia (IBGE, 2011).

Percebe-se o aumento no consumo de alimentos processados e ultraprocessados,


que tendem a ser consumidos em excesso e substituem alimentos in natura devido sua
praticidade, mas são nutricionalmente desbalanceados, pois são ricos em carboidratos
refinados, gorduras saturadas e açúcares, além de apresentarem maior valor calórico e
menores concentrações de vitaminas, minerais e fibras alimentares (CAVADA et al,
2012; BRASIL, 2014).
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É importante salientar que a alimentação inadequada é um dos fatores de risco


para DCNTs que podem ser modificados. Portanto, a alimentação está dentro das metas
nacionais propostas pelo Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNTs
(BRASIL, 2011).

Percebe-se que o aumento do consumo desses alimentos tornou o rótulo uma


importante ferramenta no aperfeiçoamento do direito à informação e na segurança
alimentar e nutricional do consumidor. As informações presentes na embalagem
possibilitam a comparação quanto à qualidade dos produtos e à escolha de alimentos
mais saudáveis (SANTOS, 2011).

3.3 ROTULAGEM DE ALIMENTOS

Neste contexto, a rotulagem se tornou imprescindível. Sendo assim, para que


houvesse uma padronização da qualidade alimentar entre os países, em 1963, foi criado
o Codex Alimentarius pela Organização das Nações Unidas, que é um órgão
internacional que elabora e estabelece normas de segurança e rotulagem de alimentos,
cujo objetivo principal é a proteção da saúde do consumidor, com especificações desde
o plantio até a comercialização dos alimentos, sendo esse órgão referência para as
legislações brasileiras. (FERNANDES; MARINS, 2014).

A primeira norma de rotulagem de alimentos foi o Decreto-Lei nº 986, criado em


1969 e dispõe sobre normas básicas de alimentos. Entretanto, ainda não abordava a
rotulagem nutricional, pois o conhecimento sobre o conteúdo dos nutrientes não estava
completo (FERNANDES; MARINS, 2014).

Em 1999, a rotulagem nutricional de alimentos se tornou obrigatória com a


criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que está vinculada ao
Ministério da Saúde. Esta autarquia é responsável por fiscalizar a produção,
comercialização e rotulagem de alimentos industrializados. Atualmente, as principais
Resoluções da Diretoria Colegiada que normatizam a rotulagem nutricional no Brasil
são a RDC 360/2003 e RDC 359/2003 (FERNANDES; MARINS, 2014).

A RDC 360/03 dispõe sobre a rotulagem nutricional de alimentos embalados e


estabelece as quantidades por porção e a porcentagem de valor diário do valor
energético, teor de carboidratos, proteínas, gorduras totais, saturadas e trans, fibras
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alimentares e sódio, como apresentado no modelo do Quadro 1. A declaração de


colesterol, ferro e cálcio é facultativa e essa norma estabelece a isenção de informações
nutricionais para alimentos como sal, café, vegetais, frutas, água mineral, bebida
alcoólica, entre outros (BRASIL, 2003a).

Quadro 1: Modelo de rotulagem nutricional.

A RDC 359/03 dispõe sobre as porções de alimentos embalados para a produção


da rotulagem nutricional. A principal novidade foi a inclusão da medida caseira com a
utilização de utensílios comuns e sua relação com a porção correspondente em gramas
ou mililitros, sendo assim, esta norma tenta tornar a porção mais familiar ao consumidor
e melhorar o entendimento das informações nutricionais. Também houve uma redução
da ingestão diária de 2500kcal para 2000kcal (BRASIL, 2003b).
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A rotulagem pode ser utilizada como um canal de comunicação entre os


produtores de alimentos e os consumidores que desejam mais informações sobre os
produtos que estão comprando. No entanto, para que a rotulagem exerça sua função de
forma eficaz, o cidadão deve entender e ter condições de fazer uso desta informação
(FERNANDES; MARINS, 2014).

Em estudo feito por Veras e colaboradores (2017) com os pais de escolares de


ambos os sexos, com idade entre 2 e 6 anos, matriculados em uma escola particular na
cidade de Natal, demonstra que 76% dos pais relataram consultar os rótulos e 24% não
consultavam. Sendo que 81% dos entrevistados alegaram entender parcialmente as
informações nutricionais, 17% entendiam completamente e apenas 2% não entendiam.
Esse estudo mostrou que quanto maior a renda e a escolaridade, mais as informações
nutricionais foram consultadas com o intuito de fazer escolhas alimentares mais
saudáveis (VERAS et al, 2017).

De acordo com Veras e colaboradores (2017), as principais causas apontadas


pelos entrevistados para a não verificação das informações nutricionais foram as
seguintes: não ter informação ou compreensão sobre o assunto, dificuldade de leitura e
falta de tempo e de hábito. Neste estudo, 63% dos pais entrevistados declararam as
informações ilegíveis, principalmente por causa do tamanho da letra.

As informações contidas nas rotulagens devem ser claras e adequadas, conforme


especificado no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, de forma que o
consumidor confie nas informações apresentadas e as utilize para selecionar e adquirir
produtos mais saudáveis (BRASIL, 1990; VERAS et al, 2017). O conhecimento da
alimentação e da nutrição pode ser caracterizado como saberes técnicos, fato que tende
a afastar o consumidor das informações dispostas de forma inacessível.

Como há uma defasagem em relação à compreensão da rotulagem nutricional


pelos consumidores, torna-se necessário o trabalho em conjunto dos órgãos
governamentais e das indústrias de alimentos para desenvolver ações e programas
educativos, difundir a informação e contextualizar, para a realidade do brasileiro, a
linguagem complexa utilizada nos rótulos. Deve-se utilizar uma linguagem mais
simples, sem abreviações ou códigos para uma melhor compreensão, mas ela não pode
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ser banal ou omissa de forma que possam ocorrer interpretações equivocadas (BRASIL,
1990; SOUZA et al, 2011).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) coordenou um Grupo de


Trabalho (GT) para discutir sobre rotulagem nutricional, comandado pela Gerência-
Geral de Alimentos e incluiu-se representantes de diferentes segmentos da sociedade
brasileira. Este Grupo está auxiliando a ANVISA a elaborar propostas relacionadas à
rotulagem nutricional de alimentos, diagnosticando alguns problemas na transmissão de
informações nutricionais e identificando algumas soluções. Os resultados desta
discussão estão sendo usados na revisão de normas e avaliação de modelos de
rotulagem nutricional frontal (IDEC, 2014).

Ademais, conforme disposto, a educação é essencial para a compreensão das


informações nutricionais. Neste aspecto, em maio de 2018, foi sancionada a lei nº
13.666, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e inclui a educação
alimentar e nutricional no currículo escolar do ensino fundamental e médio. O intuito é
reduzir a obesidade infantil e assegurar a informação sobre alimentação saudável para
crianças e adolescentes (BRASIL, 2018).

Além disso, o tema da rotulagem também foi tema de iniciativas sociais, como o
Movimento Põe no Rótulo, que foi criado em fevereiro de 2014, nas redes sociais, com
o objetivo de sensibilizar a sociedade da importância de informações claras sobre a
presença de ingredientes alergênicos nos rótulos. Para os alérgicos, uma rotulagem com
informação adequada é imprescindível, pois a não verificação desta, pode causar riscos
à saúde e ao bem-estar da pessoa. Nesse contexto, foi criada e aprovada pela Anvisa a
RDC nº 26/15 (CAMPO et al, 2014).

4 CONCLUSÃO

A informação nutricional é uma importante ferramenta para assegurar a


segurança alimentar e nutricional, sendo essencial o controle e a fiscalização efetiva da
rotulagem, pois atualmente a alimentação é considerada um direito fundamental que
deve ser garantido pelo Estado para preservar o princípio da dignidade da pessoa
humana.
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Sabe-se que houve um grande avanço da legislação nesta área, mas ainda
existem alguns problemas, como as informações excessivamente técnicas, que podem
ser responsáveis por erros de interpretação. Portanto, é importante aprimorar as
informações contidas nos rótulos dos alimentos com o intuito de torná-las
compreensíveis.

Além disso, o poder público deve ter uma maior presença na educação dos
consumidores para torna-los mais conscientes quanto aos rótulos de alimentos. Portanto,
torna-se necessário o trabalho em conjunto dos órgãos governamentais, das indústrias
de alimentos e da sociedade com a finalidade de desenvolver ações e programas
educativos.

Essas ações em conjunto com a ANVISA podem oferecer maior proteção aos
consumidores, pois dão a eles informações necessárias para defender seus direitos, além
de adquirirem maior proximidade com os órgãos de proteção.

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